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A construção do conhecimento e o aprender constante a ensinar: Relatório de Estágio Profissional Relatório de Estágio apresentado com vista à obtenção do 2.º Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro). Orientador: Prof. Doutor Rui Garganta Olga de Assis Freitas Gama Porto, dezembro de 2016

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A construção do conhecimento e o

aprender constante a ensinar:

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio apresentado com vista à

obtenção do 2.º Ciclo de Estudos conducente ao

Grau de Mestre em ensino de Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº

74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº

43/2007 de 22 de fevereiro).

Orientador: Prof. Doutor Rui Garganta

Olga de Assis Freitas Gama

Porto, dezembro de 2016

II

Ficha de Catalogação

Gama, O. A. F. (2016). A construção do conhecimento e o aprender a ensinar

constante: Relatório de Estágio Profissional. Porto: O. Gama. Relatório de

Estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de

Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVES: INCLUSÃO; APTIDÃO FÍSICA; TREINO FUNCIONAL;

EDUCAÇÃO FÍSICA; REFLEXÃO

III

AGRADECIMENTOS

À minha família, aos meus pais, pelo apoio que me transmitiram ao longo

de todo este percurso e da minha vida. Aos meus irmãos, Leonel, Marília e

Eduardo por todo o incentivo no desenvolvimento e concretização deste

relatório.

Ao Professor Orientador, Rui Garganta, por toda a paciência,

compreensão e acompanhamento ao longo desta jornada.

À professora cooperante, Felismina Pereira, por todos os ensinamentos,

pela disponibilidade e exemplo de rigor que transmitiu ao longo do Estágio

Profissional que me proporcionaram um ano de momentos e aprendizagens

enriquecedoras.

Aos meus colegas de estágio, Marina Sardinha, João Pinto e Mariana

Castro pela partilha de conhecimentos e cooperação.

À Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Rio Tinto por nos ter acolhido como

professores da casa, e por ter sido o palco de muitos ensinamentos e

aprendizagens.

Aos meus alunos por me terem proporcionado vários momentos

desafiantes que me fizeram superar constantemente as minhas dificuldades,

contribuindo para a minha formação profissional e pessoal.

Aos Flyers Desportus, por toda a amizade, por todos os voos e momentos

partilhados, por me terem transmitido que “dos fracos não reza a história!”

IV

V

ÍNDICE GERAL

Resumo ............................................................................................................. IX

Abstract ............................................................................................................. XI

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO .............................................................. 3

2.1. Uma viagem pelo “eu” em construção ......................................................... 5

2.1.1 Ser (professora) introvertida num mundo que não pára de falar ............... 8

2.2. Expectativas e dilemas em relação ao Estágio Profissional ...................... 10

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ................................. 13

3.1 Caracterização do contexto do Estágio Profissional .................................. 15

3.2 Contexto legal e institucional ...................................................................... 15

3.3 Contexto de natureza funcional .................................................................. 17

3.3.2 O papel determinante do professor cooperante ...................................... 19

3.3.3 O núcleo de estágio................................................................................. 20

3.3.4 A turma 9ºB ............................................................................................. 21

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ........................................... 29

4.1 O primeiro impacto com o contexto real de ensino ................................... 31

4.2 Ser Professor: Ser professor de Educação Física ...................................... 32

4.3 Conceção e planeamento do ensino .......................................................... 33

4.4 Participação na escola e relação com a comunidade ................................ 36

4.5 Estudo Investigação-Ação: Aptidão física na Escola! Formas e contexto para

a sua operacionalização ................................................................................... 39

5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 51

Bibliografia........................................................................................................ 52

Anexos ............................................................................................................. 53

VI

VII

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO I – Exemplo de plano de Aula ............................................................. XII

ANEXO II - Inquérito sobre aptidão física para os alunos ............................... XIII

VIII

IX

RESUMO

O estágio profissional encerra uma longa jornada que decorre ao longo de um

ano letivo. Além disso, é a unidade curricular que exige um maior número de

horas semanais de todo o Mestrado de Ensino de Educação Física nos Ensino

Básico e Secundário. A elaboração deste relatório teve como objetivo descrever

de forma organizada e categorizada todo o meu percurso como professora

estagiária do 9º ano da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Rio Tinto, onde reflito

sobre as dificuldades e problemas encontrados, os acontecimentos mais

marcantes, as funções desempenhadas, as estratégias adotadas e as metas

alcançadas referentes ao longo do ano letivo 2012/2013.

O presente documento está dividido em quatro grandes capítulos, que incluem

quatro áreas de desempenho do estágio profissional que estão definidas pela

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, nesta etapa da formação

académica.

Relativamente ao primeiro capítulo – Introdução – escrevo acerca do que é o

estágio profissional, onde decorreu, e ainda como será organizado este relatório;

o segundo capítulo – Enquadramento Biográfico – tem como objetivo mostrar

quem sou, qual o meu percurso, as minhas expectativas e a importância do

estágio profissional na minha vida; o terceiro capítulo – Enquadramento da

Prática Profissional – mostra o contexto em que a prática pedagógica se

desenvolve, as competências pedagógicas, a função do ser professor, a

disciplina de Educação Física, a escola e a turma o quarto e último capítulo –

Prática Profissional – expõe o impacto da escola e estágio profissional na

minha vida, nomeadamente a transição aluna/professora, os planeamentos, as

dúvidas, os receios, as avaliações e ainda o Projeto de Investigação/Ação

desenvolvido ao longo do ano letivo.

X

XI

ABSTRACT

The ends a long journey that takes place during a school year. In addition, it is a

curricular unit that requires a greater number of weekly hours of all Primary and

Secondary Education. The elaboration of this report aims to describe in an

organized and categorized way the whole course as a 9º trainee teacher, from

the Basic School of the 2nd and 3rd cycles of Rio Tinto, where I reflect on the

difficulties and problems encountered, the most striking events, such as these

are carried out, such as adopted strategies and targets reached during the year

2012/2013.

This document is divided into four major chapters, which cover four areas of

performance of the internship that are defined by the Faculty of Sport of the

University of Porto, at the stage of academic formation.

Concerning the first chapter - Introduction - I write about what is the pedagogical

practice, where it took place, and how this report should be organized; The

second chapter - Biographical Framing - aims to show who I am, what my course

is, how my expectations and a stage value in my life; The third chapter -

Professional Practice Framework - shows the context in which pedagogical

practice develops, such as pedagogical skills, a Physical Education discipline, a

school and a group in the fourth and last chapter - Professional Practice - exhibits

The impact of the school and internship in my life, as a student / teacher transition,

the plans, as doubts, the receipts, as evaluated and also the Research / Action

Project developed throughout the school year.

XII

XIII

ABREVIATURAS

AEC’S – Atividades de Enriquecimento Curricular

AVERT – Agrupamento Vertical de Escolas de Rio Tinto

DE – Desporto Escolar

EB – Escola Básica

EC – Escola Cooperante

EE- Estudante Estagiária

EEFEBS - Ensino de Educação Física nos Ensino Básico e Secundário

EF – Educação Física

EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

GDAPEL – Grupo Desportivo da Associação Promotora de Ensino Livre

MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento

MED – Modelo de Educação Desportiva

NE – Núcleo de Estágio

NEE – Necessidades Educativas Especiais

PAA – Plano Anual de Atividades

PC – Professora Cooperante

PEE – Projeto Educativo de Escola

PES – Prática de Ensino Supervisionada

PFI – Projeto de Formação Individual

PO – Professor Orientador

RAM – Região Autónoma da Madeira

RE – Relatório de Estágio

UD – Unidade Didática

XIV

1. INTRODUÇÃO

2

1

1. INTRODUÇÃO

A redação deste documento surge no âmbito da unidade curricular

Estágio Profissional (EP) I e II, do 3º e 4º semestres do 2º ciclo de estudos,

conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensino Básico

e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

O EP decorreu na Escola Básica do 2º e 3os ciclos de Rio Tinto situada no

concelho de Gondomar, distrito do Porto, com um núcleo de estágio constituído

por quatro elementos, tendo sido acompanhado por dois professores, a

orientação ficou a cargo do Professor Doutor Rui Garganta e a supervisão da

Professora Doutora Felismina Pereira.

O presente relatório pretende ser um documento reflexivo de toda a

atividade desenvolvida no EP ao longo deste ano letivo, tendo em conta o Projeto

de Formação Individual (PFI) elaborado no início do ano.

O presente documento encontra-se organizado e estruturado em cinco

capítulos, sendo o primeiro referente à “Introdução”, onde realizo breves

considerações sobre o que será o trabalho propriamente dito. O segundo

capítulo corresponde ao “Enquadramento Biográfico” no qual exponho umas

breves referências “Expetativas e impacto com o contexto de EP, partindo das

expetativas iniciais e confrontando-as com a realidade vivenciada.

No terceiro capítulo “Enquadramento da Prática Profissional” reflito sobre

o macro contexto e o contexto legal e institucional do EP, em que este assume

como objetivo geral a integração na comunidade educativa.

No quarto capítulo “Realização da Prática Profissional” elaboro uma

retrospeção sobre tudo o que foi concebido, planeado, realizado e avaliado ao

longo do ano com base na literatura. E ainda, uma breve reflexão sobre a

participação na escola e a relação com a comunidade.

Para terminar as “Considerações finais e perspetivas para o futuro”

permitem enfatizar a importância do EP, no meu percurso enquanto EE, bem

como as perspetivas futuras para o meu desenvolvimento profissional que

pretendo alcançar.

2

3

2. ENQUADRAMENTO BIOGRÁFICO

4

5

2.1 UMA VIAGEM PELO “EU” EM CONSTRUÇÃO.

Nasci em Outubro de 1990, numa pequena ilha no meio do oceano

Atlântico que dá por seu nome, Madeira. Vivi e cresci sempre rodeada pelo mar

e pelas enormes montanhas, que exigem respeito a qualquer ser humano. A

força da natureza, sempre foi algo que me impressionava tanto num dia de sol

radiante como nas piores tempestades. Fui criada numa família ligada à

agropecuária e, desde muito cedo, aprendi que o trabalho árduo pode ser

compensador. Verifiquei que, quando se coloca uma semente na terra, com

dedicação e persistência, nascem bons frutos. Mas também me foram

transmitidos valores como a humildade, o respeito e a perseverança.

Com apenas quatro anos, aprendi a partilhar - tinha três irmãos mais

novos. Penso que terá sido nessa altura que aprendi a ser compreensiva, a ter

sentido de responsabilidade e a ensinar em pequenas coisas como: apertar os

atacadores ou vestir um casaco. Foi também por esta altura (com 4 anos), que

frequentei o jardim-de-infância e lá tive o primeiro contacto com a ginástica.

Mais tarde, aos 6 anos de idade, tive uma dupla formação: musical e desportiva.

A formação musical, no Conservatório – Escola Profissional das Artes da

Madeira e formação desportiva, no Clube Desportivo Nacional (CDN) em

ginástica rítmica. Ao longo do 1º ciclo mantive as duas atividades. Contudo, na

transição do 4º ano para o 5º ano de escolaridade, tive de fazer a minha primeira

escolha, e não tive dúvidas em continuar apenas com a ginástica rítmica.

Por volta dos 11 anos, surgiu a oportunidade de eu treinar no mesmo clube

(CDN) em consonância com a ginástica rítmica e praticar ginástica artística. Na

última modalidade só me foi possível fruí-la durante um ano, dado que a ginástica

rítmica na Madeira, em 2001, era praticada por centenas de crianças enquanto

a ginástica artística feminina chegou apenas às 10 praticantes, ao contrário da

ginástica artística masculina que tinha algumas dezenas de praticantes, com

resultados bastante positivos, tanto no panorama nacional como no

internacional.

6

Tive de deixar a ginástica federada por volta dos meus 13 anos por falta

de treinadores, principalmente na ginástica artística. Após um ano sem estar a

treinar a nível federado decidi voltar e comecei a praticar Futebol na variante de

7. Curiosamente, num clube que, desde então até ao presente, apenas se faz

representar no Futebol Feminino (GD APEL). Parece estranho, mas esta paixão

pelo futebol começou pela minha total falta de habilidade para jogar futebol.

Porém, comecei a perceber que o futebol tinha muito mais do que saber apenas

conduzir uma bola e marcar golo. Descobri que era necessário ser estratega e

sobretudo ter visão de jogo, e comecei a dedicar-me, afincadamente, até que a

minha inabilidade se tornou numa técnica aperfeiçoada.

Como não podia deixar de ser, o Desporto Escolar (DE) foi uma página

muito importante na minha vida. Na Região Autónoma da Madeira, a Secretaria

Regional da Educação e o Gabinete de Coordenação do Desporto Escolar

pretendem que todos os alunos integrados no sistema educativo da RAM

pratiquem atividades físicas e desportivas de forma regular. O objectivo de tal

pretensão é utilizar as práticas físicas e desportivas como meio de formação

integral das crianças e jovens em idade escolar; de inclusão; de aquisição de

hábitos de vida saudáveis e de combate ao insucesso e ao abandono escolar.

A minha participação começou desde a escola primária, entre

competições de ginástica, jogos de futebol e andebol, essencialmente, nas

cerimónias de abertura da Semana do Desporto Escolar que envolvem todas as

escolas da região.

No ensino Básico, no Desporto Escolar pratiquei ginástica artística e

futsal. Com 11 anos, fui pela primeira vez, ao Campeonato Nacional de Desporto

Escolar na modalidade de ginástica, assim como nos três anos seguintes. Com

a ginástica aprendi a capacidade de superação, a ser determinada e corajosa.

Acreditava que um bom atleta devia ser um bom aluno. Por isso, traçava todos

os anos, como objetivos pessoais, chegar o mais longe possível nos Nacionais

de Desporto Escolar e alcançar o quadro de excelência da escola, feito que

consegui durante o meu percurso pelo ensino Básico.

No Secundário, segui a área das Ciências e Tecnologias. Foi um percurso

atribulado com a mudança de escola. Nem sempre as notas se mantinham no

7

padrão de excelência que ambicionava. Continuei a participar no Desporto

Escolar em ginástica e a treinar futebol no GD APEL. Mesmo sabendo que podia

estar a prejudicar as minhas notas pela falta de tempo, sempre pensei que devia

saber gerir o tempo e conciliar as duas valências, o desenvolvimento da mente

e a performance do corpo.

Entrei na mui nobre Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

(FADEUP), com uma média confortável. A partir daqui pensei que já não poderia

voltar a ser atleta e então comecei a ambicionar em construir um percurso

académico de excelência. Contudo, abriram-se novas oportunidades e quando

dei por mim “à ginástica juntaram-se as capas negras” e assim, representando a

faculdade e a Universidade do Porto de uma forma tão peculiar e pragmática

como a vida académica, comecei a pertencer a um grupo magnífico - os Flyers

Desportus. E foi no meio de tantos voos, no seio deste grupo que aprendi que

“dos fracos não reza a História”. Para além dos Flyers Desportus, comecei

também a jogar futebol no clube mais emblemático e carismático de Paranhos:

um clube “tão velhinho e sempre novo” - o renascido Salgueiros 08. Considero,

sem dúvida, uma das experiências mais enriquecedoras tanto do ponto vista

atlético como pessoal. Treinava três a quatro vezes por semana com os jogos

aos fins de semana, numa equipa cuja idade das jogadoras, variava entre os 12

e os 30 anos, com diferentes níveis de experiência, em que o principal objetivo

era colocar o Salgueiros 08 na 1ª divisão nacional.

“Na cidade nova toda a gente procura ser alguém e transformar a sua vida em

algo mais. O homem procura inventar-se a si próprio, transformando a vida numa

obra de arte e abolindo as fronteiras entre as duas. (Bento, 2005)

Com tudo isto, adicionando a mudança de cidade, longe da família e dos

amigos, não deixei de parte o pensamento do percurso académico de

excelência, simplesmente, defini metas menos ambiciosas. Conseguir conciliar

todas as atividades e terminar a licenciatura com uma média próxima dos 16

valores seria excelente para mim, e assim foi.

8

Chegou o momento de decidir um novo rumo e de selecionar o Mestrado

a seguir. Todas as vias pareciam-me aliciantes, contudo havia dois que me

diziam um pouco mais: a via do treino de alto rendimento desportivo e a via do

ensino. Digamos que a seleção foi por aquele que me faria crescer muito mais a

nível pessoal do que profissional. Por isso optei pela via do ensino, pela paixão

que tenho em aprender e em ensinar, mas por outro lado porque exige uma

valência muito importante durante todo o processo - a comunicação - algo que

para mim se situa fora da minha zona de conforto e, portanto, um desafio. Sendo

que, um dos traços mais evidentes da minha personalidade é o de ser

introvertida.

2.1.1 Ser (professora) introvertida num mundo que não pára de falar

Ao longo deste percurso tive de saber lidar com a minha personalidade e

como afirma Cain (2012) “Eu não superei a minha timidez (…) ela está,

constantemente, a chamar por mim, sentada no seu cantinho. Mas sou

apaixonada pela ideia de mudar as nossas escolas, por isso o meu empenho

supera a minha timidez quando começo a falar”. Por esta razão, decidi enveredar

pelo ensino e tornar-me professora de EF, por todas as dificuldades que iria

sentir sempre que tivesse de gerir as aulas e a turma, mas sobretudo por todos

os momentos em que ultrapassasse os meus limites e pudesse observá-los

através das aprendizagens conquistadas pelos meus alunos.

Para complementar Cain (2012) acrescenta que “se (um introvertido) encontrar

algo que desperte a sua paixão ou que origine um desafio saudável, vai

esquecer-se de si mesmo por um momento. É como férias emocionais.”

No primeiro ano do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensino

Básico e Secundário (EEFEBS), já exercia há um ano o papel de treinadora em

dois clubes diferentes, algo que me ajudou a saber ajustar a minha comunicação

9

a públicos-alvo distintos, por um lado com atletas dos 3 aos 6 anos no Sport Club

do Porto, e por outro com alunos dos 9 aos 15 no Colégio Internato dos

Carvalhos numa atividade de enriquecimento curricular.

No segundo ano de mestrado, no ano letivo 2012/2013, dei início ao EP

na EB 2/3 de Rio Tinto (mais uma etapa deste processo de formação, de novos

desafios), sob a orientação do Professor Doutor Rui Garganta, a supervisão da

Professora Doutora Felismina Pereira, e a partilha com o núcleo de estagiários,

além do intuito de alcançar todos os objetivos deste processo contínuo de

aprendizagem. Pois, segundo Nóvoa (2009), “os novos modos de

profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões coletivas e

colaborativas, do trabalho em equipa, da intervenção conjunta nos projetos

educativos de escola. O exercício profissional organiza-se, cada vez mais, em

torno de «comunidades de prática», no interior de cada escola, mas também no

contexto de movimentos pedagógicos que nos ligam a dinâmicas que vão para

além das fronteiras organizacionais.”

Com o inicio do EP, logo em setembro, na primeira visita à escola e

durante as reuniões de apresentação da turma, aumentaram as minhas

expetativas e possíveis dilemas em relação ao EP.

10

2.2. EXPECTATIVAS E DILEMAS EM RELAÇÃO AO ESTÁGIO

As inquietações e hesitações em relação ao EP começaram aquando da

tomada de decisão em relação à vertente a seguir para o 2º ciclo de estudos.

Será que sou capaz? Será que consigo lidar com uma turma, é mesmo isto que

eu quero? Muitas interrogações foram desvanecendo à medida que frequentava

o 1º ano deste ciclo e à medida que tínhamos o nosso primeiro contato com o

ensino nas escolas.

No momento, no qual tomamos consciência que já estamos em EP e mais

importante do que isso, tornamo-nos a cada dia, mais professores, para além

das dúvidas e hesitações pensava naquilo que ambicionava alcançar no final do

EP. Pretendia com o EP transferir ou transformar todo o conhecimento

académico que adquiri ao longo da minha formação inicial para um

conhecimento prático, aliado à racionalidade, à emoção e à disciplina. Na

dimensão pessoal desenvolver as capacidades de liderança, carisma, e ainda

transmitir atitudes e valores que são os maiores aliados do Desporto. Incutir aos

alunos a capacidade de serem “pensadores criativos” através de exercícios de

descoberta guiada, melhorar os níveis de aptidão motora dos alunos, e ainda,

aumentar a percentagem de alunos, a praticar uma modalidade desportiva ou

atividade física fora das aulas de EF.

Com base nas informações iniciais sobre a turma com a qual ficaria

encarregue, previa que a prática de ensino supervisionada seria cheia de

desafios, de dificuldades e peripécias pois só assim poderia evoluir e crescer

profissionalmente. Esperava que me transportasse para uma procura intensiva

na descoberta de estratégias para que fossem as mais adequadas a cada

situação ou aluno em particular. Uma das ferramentas pedagógicas que gostaria

de aplicar, tendo em conta as características da turma seria o Modelo de

Educação Desportiva (MED) e as suas premissas, para que de alguma forma

esta turma se tornasse mais unida.

Os meus principais receios e dificuldades prendiam-se aos possíveis

comportamentos de indisciplina grave, às possíveis lesões associadas a atitudes

11

inapropriadas, tendo em conta o historial da turma e por este motivo receava

poder vir a perder o controlo da turma.

Uma das dificuldades que senti no início do ano foi a de, nem sempre,

conseguir transmitir o conteúdo da minha instrução da forma clara ou percetível

para que os alunos alcançassem o objetivo do exercício. Senti que teria de

aprimorar e simplificar a forma como ia dando instruções de cada exercício, e

assim como adaptar o meu discurso aos alunos com NEE, para que todos

conseguissem compreender e trabalhassem em uníssono.

Algumas das estratégias que delineei para colmatar as diversas

dificuldades que poderia ter de enfrentar foram as seguintes: planear as aulas

consoante o nível dos alunos para que os mais avançados pudessem continuar

a progredir, assim como motivar os alunos de nível mais baixo a lutarem para

desenvolver as suas capacidades, principalmente a superação; atribuir a cada

aula bons tempos de empenhamento motor, evitando os tempos mortos, pois

seriam nestes tempos, que os alunos teriam oportunidade para se comportarem

de maneira indisciplinar; durante o planeamento das aulas ter atenção aos

materiais utilizados, minimizando os riscos de acidente e privilegiaria as

questões de segurança.

Para concluir, ao longo do ano letivo, fui trabalhando e melhorando as

minhas debilidades sempre com o apoio do minha professora cooperante e dos

meus colegas de EP, que para além de terem sido fundamentais no final do meu

processo de formação inicial, fizeram parte da minha progressão no sentido de

ser uma EE mais capaz, dando-me as ferramentas necessárias para que

refletisse sobre cada aspeto e assim eu própria procurasse encontrar as

soluções, foram também importantes na minha integração com a escola e com

a comunidade escolar.

12

13

3. ENQUADRAMENTO

DA PRÁTICA PROFISSIONAL

14

15

3.1 Caracterização do contexto do Estágio Profissional

3.2 Contexto legal e institucional

O EP visa a integração no exercício da docência de forma progressiva e

orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que

promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de

responder aos desafios e exigências da profissão. Deste modo, a sua pertinência

na formação profissional é incontestável, pois permite ao EE diversas vivências

no contexto escolar e académico (Matos, 2012a).

A regulamentação deste modelo de EP foi atualizada no ano letivo

2009/2010 e considera os princípios das orientações legais constantes no

Decreto-Lei nº74/2005 de 24 de março e no Decreto-Lei nº 43/2007 de 22 de

fevereiro, onde a habilitação profissional para a docência só é conferida a quem

“obtiver esta qualificação num domínio específico através de um mestrado em

Ensino. Tem ainda em conta o Regulamento Geral dos segundos ciclos da

Universidade do Porto, o Regulamento Geral dos segundos ciclos da FADEUP

e o Regulamento do Curso de Mestrado em EEFEBS.

As designadas Escolas Cooperantes (EC) surgem através de um

protocolo com a faculdade, visando o “desenvolvimento de atividades de

iniciação à prática profissional, incluindo a prática supervisionada e de

investigação e desenvolvimento no domínio da educação”. (Artigo nº18 do

Decreto-Lei nº 43/2007).

Em termos legais é através destes decretos que os órgãos nacionais

estruturam e regulam a existência da prática de ensino supervisionada na

formação de professores e a obrigatoriedade da realização do relatório de

estágio para que a habilitação para a docência seja reconhecida em território

nacional. A PES na formação de professores, parece-me fundamental, para que

a legitimação da nossa profissão possa ser levada a cabo por cada um e que

desta forma o lugar que a EF ocupa na formação íntegra das pessoas possa ter

o devido respeito e consideração num futuro próximo.

16

Quanto aos documentos orientadores do estágio profissional existentes na

FADEUP, estes concretizam-se com as normas e com o regulamento do estágio,

que apresentam indicações gerais sobre a forma como é regulada esta disciplina

e o seu modo de funcionamento.

Tendo em conta estes documentos, importa referir que a realização desta

prática supervisionada é realizada numa EC com um núcleo de estágio de três

a quatro estudantes estagiários, um Professor Cooperante (PC), da escola, e um

Professor Orientador (PO), da faculdade. Sendo o PC aquele que, no local de

estágio, faz um acompanhamento diário da prática e o professor orientador, um

professor da FADEUP que guia e orienta este processo, supervisionando

também o trabalho que é realizado na EC.

As competências profissionais associadas a um ensino da Educação

Física e Desporto de qualidade, reportam-se ao Perfil Geral de Desempenho do

Educador e do Professor (Decreto-lei nº 240/2001 de 17 de agosto) e organizam-

se nas seguintes áreas de desempenho:

I. Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

II. Participação na Escola

III. Relação com a comunidade

IV. Desenvolvimento profissional

3.3 Contexto de natureza funcional

O EP desenrolou-se no ano letivo 2012/2013, na EB 2/3 de Rio Tinto a

escola sede do Agrupamento Vertical de escolas de Rio Tinto (AVERT). O

agrupamento é composto por onze escolas, destas onze, incluindo a escola

sede, seis são escolas do 1º ciclo e quatro são jardim-de-infância. Importa

destacar que a escola sede foi a primeira a ser construída em Rio Tinto,

destacando-se como uma escola de referência para a cidade. A cidade de Rio

Tinto é uma das doze freguesias do concelho de Gondomar e ocupa uma área

de 9,2 Km2. No recenseamento de 2011, residiam em Rio Tinto 50 713

habitantes. Segundo estes dados a cidade de Rio Tinto é, no concelho de

Gondomar, a que apresenta maior população absoluta e relativa, revelando uma

das maiores taxas de crescimento demográfico.

Relativamente às atividades económicas, com o aumento da população e

posterior urbanização houve grandes transformações no comércio local. A

indústria da freguesia é constituída principalmente por pequenas e médias

empresas, em especial no setor da confeção de vestuário. Para além disso, a

área dos Serviços cresceu de forma acentuada, estando estes associados,

essencialmente, ao crescimento económico (indústria e comércio) e às

necessidades de segurança e bem-estar das populações.

A nível desportivo, a cidade de Rio Tinto está dotada de piscinas

municipais que vieram preencher uma lacuna na diversidade de ofertas

desportivas da cidade que, apesar do número elevado de pequenas

coletividades, se restringe quase exclusivamente à prática do futebol. Destacam-

se a este nível o Clube Atlético de Rio Tinto, equipa de futebol sénior que

participa na 1ª Divisão da Associação de Futebol do Porto. Para além disso o

clube também dispõe de uma equipa de ténis. Segundo dados de 2010,

Rio Tinto possui três Pavilhões Gimnodesportivos, três Ginásios, dois Campos

de Futebol de terra batida, apenas um campo de Futebol relvado, dois campos

de ténis e uma pista de Manutenção.

Quanto à EB 2/3 de Rio Tinto, recentemente, sofreu uma remodelação

parcial, sendo que o edifício principal foi totalmente remodelado, contudo a área

17

18

referente à EF manteve as mesmas estruturas, tanto área exterior como o

pavilhão polidesportivo.

O espaço exterior dispõe de uma pista de atletismo, de uma caixa de

areia, de 2 campos de andebol e um campo de basquetebol, ambos de

dimensões reduzidas e está localizado em frente ao pavilhão. O pavilhão

polidesportivo tem as dimensões de um campo de andebol/ futsal que, dividido

em três partes, permite a permanência de três turmas em simultâneo. O

pavimento é constituído por um género de cortiça, estando demarcadas as linhas

de um campo de futsal, andebol (7x7), basquetebol, voleibol (6x6) e badminton.

Neste espaço existem seis tabelas de basquetebol, duas em cada uma das três

partes do campo; duas balizas, colocadas em cada linha final do campo de

andebol/ futsal e três grupos de espaldares localizados nas periferias do

pavilhão. Em termos de material a escola encontra-se bem equipada, com

praticamente todos os materiais necessários para a abordagem das diversas

modalidades, embora apresentem algum desgaste.

A escola também apresenta um leque variado de clubes e atividades,

relacionados com as várias áreas disciplinares, assim como o desporto escolar,

ligado apenas à modalidade de natação. No domínio dos clubes importa destacar

que dois dos clubes são dinamizados pelo núcleo de estagiários,

designadamente, o Clube de Lutas e os Super Acrobatas. Assim o papel

fundamental do grupo de docentes responsável pelos alunos com NEE que

colaboram incessantemente no desenvolvimento de iniciativas que potenciem a

aprendizagem e evolução destes alunos, enquadrando-se devidamente com as

normas estabelecidas pelas Nações Unidas sobre a Igualdade de Oportunidades

para Pessoas com Deficiência das Nações Unidas que enaltecem “não só a

igualdade de direitos para todas as crianças, jovens e adultos com deficiência à

educação mas também determina que a educação deve ser garantida em

estruturas educativas e em escolas regulares”.

19

3.4 O papel determinante da professora cooperante

Desde o momento em que cheguei à EB2/3 de Rio Tinto a PC teve um

papel fundamental quer na minha integração na comunidade educativa quer no

meu desenvolvimento profissional.

Ao longo do ano letivo, o acompanhamento e disponibilidade da PC foram

sempre evidentes, durante todo o processo desde o planeamento, a realização

e a reflexão das aulas o que nos permitiu evoluir aula após aula tornando o nosso

desempenho profissional cada vez melhor.

Segundo Mintzberg (1995), a supervisão implica “uma visão de qualidade,

inteligente e responsável, livre, experiencial, acolhedora, empática, serena e

envolvente de quem vê o que se passou antes, o que se passa durante e o que

se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para o compreender por

fora e por dentro, para o atravessar com o seu olhar e ver para além dele numa

visão prospetiva baseada num pensamento estratégico” (in Alarcão e Tavares,

2003, p.45). Para Alarcão e Tavares (2003) a supervisão “aceita hoje os desafios

que lhe coloca a centralidade da escola, a sua autonomização e progressiva

responsabilização, a necessidade de se auto-questionar e auto-avaliar para ter

uma melhor qualidade e uma maior influência social” (p.5). Estes autores

entendem a supervisão como “o processo em que um professor, em princípio

mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a

professor no seu desenvolvimento humano e profissional” (2003,p.16).

20

3.5 O núcleo de estágio

O núcleo de estágio, no ano letivo 2012/2013 na escola sede do AVERT

era composto por quarto estudantes estagiários, formados e licenciados pela

FADEUP. Por esta razão, a integração e adaptação ao núcleo foi rápida, por já

nos termos cruzado pela faculdade noutros momentos. O facto de todos terem

uma especialização diferente, em natação, voleibol, judo, atletismo, futebol e em

ginástica, levou-nos a experiência enriquecedora de partilha e entreajuda que

nos permitiu criar, planear e ajustar diversos modelos de estrutura do

conhecimento (MEC) e unidades didáticas consoante os níveis de aprendizagem

de cada turma.

21

A Turma 9º B

A turma do 9º B era composta por dezoito alunos, sendo que sete eram

raparigas e onze eram rapazes. Esta turma era particularmente reduzida devido

à sinalização de quatro alunos com NEE. No domínio das NEE, as patologias

presentes referiam-se a défice cognitivo grave, défice cognitivo ligeiro e a

hiperatividade com défice de atenção.

Relativamente às idades dos alunos desta turma, como podemos

observar no Gráfico 1, variam entre os 14 (nascidos em 1998) e os 17 anos

(nascidos em 1995). Tendo em conta os dados anteriores facilmente

percebemos que esta turma tem alunos que ao longo do seu percurso escolar já

reprovaram mais do que uma vez, sendo que 8 alunos são repetentes do 9º ano

de escolaridade.

Quanto à composição do agregado familiar, através da análise dos

questionários foi possível verificar que não há uma homogenia na turma.

Observou-se que apenas 10 alunos viviam com os dois progenitores, ou seja,

viviam no seio de uma família bem estruturada. No entanto, nesta turma existiam

4 alunos que viviam sem o pai e ainda 2 alunos que viviam sem a mãe, nestes

casos, em que o seio familiar é aparentemente desestruturado, por vezes os

alunos tendem a apresentar atitudes e comportamentos menos apropriados.

6

6

4

2

14 anos

15 anos

16 anos

17 anos

Gráfico 1: Distribuição da idade dos alunos

22

Curiosamente, constatou-se que esta turma no ano transato obteve o

nível 4 (Gráfico 2), sobretudo em disciplinas de teor técnico ou prático, como é o

caso da EF. Apesar de grande parte desta turma ter sido constituída por alunos

repetentes e reconhecida por ter alunos com problemas de comportamento, foi

agradável verificar, tendo em conta estas circunstâncias, que 7 alunos, no ano

letivo 2011/2012, tinham alcançado o nível 4 à disciplina de EF.

No seguimento dos dados anteriores decidi analisar as preferências da

turma, relativamente, às disciplinas lecionadas ao 9º ano. Verifica-se que mais

de metade da turma gosta de Educação Física, significa que os alunos à partida

estarão motivados, por isso, as aulas deverão ser cada vez mais desafiantes

para manter os amantes da disciplina e cativar os restantes.

7

111

1

2

3

Educação Física

EMRC

Matemática

EducaçãoTecnológica

Inglês

11

1 12 2

3

1 1

0

2

4

6

8

10

12

1

4

2

5

1

8

4

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Gráfico 2: Disciplinas com nível 4 obtido no 3º período do ano letivo transato

Gráfico 3: Disciplina(s) que mais gostam

Gráfico 4: Disciplina(s) que menos gostam

23

À pergunta como te caraterizas pessoalmente foi curioso observar-se no

gráfico 5, que os dois setores mais volumosos correspondem às caraterísticas

sociável e interessado, isto significava que, provavelmente, durante as aulas

lidaria com alunos interessados e empenhados, mas também teria de lidar com

algumas conversas paralelas.

Na primeira aula foi ainda aplicado um questionário relacionado com os

hábitos de EF, após a análise dos mesmos foi possível observar-se no gráfico 6

abaixo representado, que dos 18 alunos da turma, 10 alunos praticam ou

praticaram alguma atividade desportiva fora da escola.

Relativamente à atividade desportiva praticada fora da escola, podemos

observar que há alguma variedade na preferência de cada aluno, mesmo assim

o destaque vai para o futsal/futebol com um total de 6 praticantes.

14

7

11

7

1

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Agressivo

Sociável

Responsável

Interessado

Desinteressado

Tímido

Conflituoso

Extrovertido

2

3

1

1

3

1

Natação

Futsal

Patinagem

BTT

Futebol

Ginásio

0 1 2 3 4

Modalidades…

Gráfico 6: Modalidades desportivas praticadas fora da escola

Gráfico 5: Características individuais que mais que mais se identificam

24

Nesta área serão contempladas outras observações sobre o 9º B,

nomeadamente, questões como a alimentação, os problemas de saúde, a

deslocação para a escola e por fim a profissão que os alunos ambicionam.

No campo da alimentação, o gráfico ilustrado mostra-nos que todos os alunos

tomam o almoço e o jantar. Contudo é preocupante verificar que 4 alunos não

tomam o pequeno-almoço, sendo esta a refeição mais importante do dia e

sabendo que a aula de 90 minutos é de manhã, terei de ter alguma atenção para

com os alunos que não tomam o pequeno-almoço e incentivá-los a tomá-lo.

Podemos ainda observar que os reforços alimentares entre as principais

refeições têm pouca aceitação na turma.

Quanto ao meio de transporte mais utilizado para se deslocar de casa

para a escola, olhando para o gráfico que se segue, podemos observar que as

preferências dos alunos recaem sobre o carro e em ir a pé para a escola. O facto

de 8 alunos irem a pé para a escola é um aspeto positivo dado ser uma forma

de atividade física moderada proporcionado pelo percurso de casa à escola e

vice-versa.

5

8

8

Autocarro

A pé

Carro

0 2 4 6 8 10

Meio de Transporte de Casa à Escola

16

9

18

11

18

0

5

10

15

20

PequenoAlmoço

Meio daManhã

Almoço Lanche Jantar

Gráfico 7: Refeições tomadas pelos alunos

Gráfico 8: Meio de deslocação no percurso Casa-Escola-Casa

25

No campo da saúde, a turma na generalidade não apresenta problemas

de saúde. Importa referir ainda assim que 3 alunos não responderam neste

domínio, sendo que dois deles têm necessidades educativas especiais devido

às suas limitações. De todos os problemas o que chama mais à atenção é o caso

de desvio na coluna, possivelmente uma escoliose, no entanto não é fator que

limite o aluno na atividade física.

Para finalizar o questionário, decidi fazer uma análise relativamente às

aspirações futuras dos alunos, e foi interessante verificar que 4 alunos desta

turma pretendiam seguir a área do Desporto, e com alguma surpresa pude

verificar que diversas áreas mencionadas como: Educador de Infância; Artes de

Palco; Informático; Designer; Tradutor de filmes/séries; Mecânico; Arquiteta;

Advogada; Vendedor.

Dois dos alunos com NEE apresentavam limitações acentuadas no

domínio da leitura e da escrita, pelo que não puderam preencher o questionário.

Um dos alunos apenas conseguia escrever o seu primeiro nome, e não sabia ler

nem escrever. Para além deste handicap, tive ainda indicação que este aluno

em questão também não conseguiria identificar os números (1,2,3…) nem

contar. Tendo em conta estas informações e para que as minhas aulas fossem,

o mais possível, inclusivas, senti a necessidade de saber um pouco mais sobre

a patologia, défice cognitivo, e procurar estratégias de maneira a poder adaptar

a componente prática das aulas de EF assim como a componente teórica.

11

1

1

1

1

3

Não tem

Hiperatividade

Cuidados especiais

Alergias / Sinusite

Desvio na coluna

Não respondeu

0 5 10 15

Problemas de Saúde

Gráfico 9: Problemas de saúde identificados

26

A importância de conhecer bem a turma

Bons e maus alunos: juntos ou separados?

Uma das particularidades, desta turma que a diferenciava de todas as

outras, debatia-se com o facto de que a quando da organização das turmas para

o 9º ano, visto tratar-se do último ano do 2º ciclo e com exames nacionais, a

direção da escola optou por juntar na mesma turma, 9ºB, alunos que

acumulavam reprovações e percursos de indisciplina recorrentes ao longo do

ensino básico de maneira a combater o insucesso escolar destes alunos.

Categorização das Necessidades Educativas Especiais (NEE)

A sinalização na turma de 4 alunos com NEE levou-me a querer saber um pouco

mais sobre as características de cada uma e as implicações da mesma em

contexto escolar.

Destes 4 alunos, a sinalização indicava um aluno com hiperatividade e défice de

atenção, e os outros três alunos indicados com défice cognitivo.

Segundo a mais recente publicação sobre a “Avaliação e Intervenção na Área

das NEE” do Ministério da Educação – Direção Geral de Inovação e de

Desenvolvimento Curricular (2001) “Consideram-se alunos com necessidades

educativas especiais de caráter prolongado aqueles que experienciam graves

dificuldades no processo de aprendizagem e participação no contextos escolar,

familiar e comunitário, decorrentes da interação entre fatores ambientais

(físicos, sociais e atitudinais) e limitações de grau acentuado ao nível do seu

funcionamento num ou mais dos seguintes domínios: sensorial (visão e

audição); motor; cognitivo; comunicação, linguagem e fala; emocional e

personalidade.”

27

Défice cognitivo ligeiro, moderado e grave

O Défice Cognitivo Ligeiro (DCL) é uma condição médica geralmente

definida como a perda das capacidades cognitivas (as funções de pensamento

do cérebro) numa proporção maior do que é esperado para a idade da pessoa.

Esta perda não interfere significativamente com a vida diária e não é grave o

suficiente para justificar um diagnóstico de Demência. As pessoas com DCL têm

mais problemas de memória ou de pensamento do que seria esperado para a

sua idade e manifestam algum declínio nas suas capacidades cognitivas. As

pessoas com DCL, apesar de poderem ter uma dificuldade crescente nas

atividades diárias, geralmente são capazes de funcionar de forma independente

O défice cognitivo é caracterizado por uma limitação significativa do

funcionamento intelectual e do comportamento adaptativo, com início antes dos

18 anos. Segundo a “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders”, 4ª

edição (DSM-IV), pode ser classificado em ligeiro, moderado, grave e profundo,

consoante a gravidade. Ocorre de forma isolada ou associado à presença de

malformações/dismorfias e afecta cerca de 1 a 3% da população.1,2,3 As causas

podem ser pré-natais (anomalias genéticas, exposição a toxinas ou

teratogéneos, infecções congénitas, etc.), perinatais (prematuridade, hipóxia,

infecção, trauma, hemorragia intracraniana, etc.) ou pós-natais (trauma,

hemorragia do sistema nervoso central (SNC), infecção intracraniana, tumor do

SNC, etc.).1 No entanto, só se identifica a etiologia em cerca de 50% dos casos,

como refere a Sociedade Portuguesa de Pediatria em “Défice cognitivo: até onde

investigar?”

28

Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA)

Segundo Moura (2016), a Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção

é uma das perturbações neurodesenvolvimentais mais frequentes que se

caracteriza por um conjunto significativo de alterações comportamentais: (1)

agitação motora, impulsividade e/ou desatenção. As crianças com PHDA

apresentam uma grande dificuldade em inibir e ajustar o comportamento à

situação ou tarefa específica. Estas dificuldades estão etiologicamente

associadas a alterações neurobiológicas e a défices neurocognitvos específicos.

Russel Barkley (1990) define-a como um distúrbio de desenvolvimento

caracterizado por graus de desatenção inapropriados, sobreatividade e

impulsividade, as quais têm frequentemente o seu início na primeira infância;

têm uma natureza relativamente crónica; não simplesmente explicáveis por

deficiências neurológicas, sensoriais, de linguagem, motoras, deficiência mental

ou distúrbios emocionais severos. Estas dificuldades aparecem tipicamente

associadas a défices no comportamento orientado por regras e na manutenção

de um padrão consistente de realização ao longo do tempo, como é o caso de

um dos alunos assinalado como NEE e que apresenta PHDA.

29

4. REALIZAÇÃO DA

PRÁTICA PROFISSIONAL

30

31

4.1 O primeiro impacto com o contexto real de ensino

A primeira visita à escola EB2/3RT, realizou-se na primeira semana de

setembro do ano de 2012. Depois de uma breve visita à escola, a PC que nos

recebeu de braços abertos e acompanhou durante todo o processo de

integração, apresentou alguns professores, os EE do núcleo de estágio e parte

da comunidade educativa.

Nas semanas que se seguiram, todo o processo de integração e de

adaptação à profissão continuou a um bom ritmo. O primeiro momento marcante

deu-se com o início das reuniões de turma, com todos os professores de cada

turma e com o acompanhamento da PC, no qual o mais importante seria

absorver o máximo de informações e características particulares da turma que

me seria atribuída de forma a poder ajustar o planeamento a cada momento.

Com o planeamento e a realização das primeiras aulas do EP, o que senti,

vai de encontro a Huberman (1992) que caracterizou esta primeira fase de

entrada na profissão docente, por fatores de sobrevivência e descoberta,

geralmente vividos em paralelo. A sobrevivência é identificada como “choque

com a realidade” na prática, a constatação da complexidade da profissão e das

dificuldades efetivas no terreno. Por sua vez, o fator da descoberta, segundo o

mesmo autor, é o que permite suportar o primeiro, por traduzir o entusiasmo e a

motivação inicial, por estar pela primeira vez inserido no corpo docente.

O início da carreira profissional constitui um período de intensas

aprendizagens e de assimilação/adaptação a uma cultura de ensino (Lacey,

1977; Tabachnick & Zeichner, 1984, 1985a,b; Zeichner & Tabachnick, 1985),

uma vez que o EE assume as mesmas responsabilidades de qualquer outro

professor com experiência, sem haver um cuidado preparatório, partindo-se do

pressuposto que está capaz de enfrentar e resolver os problemas como qualquer

outro professor (Veenman, 1984, 1988; Huberman, 1991, 1995; Flores 2000a,

2004; entre outros).

A realidade é, no entanto, outra, pois as organizações escolares e

educacionais, bem como as características do próprio processo de ensino e

aprendizagem, tornam a indução num processo de socialização complexo, difícil,

32

abrupto, repentino, de sentimentos contraditórios – vivido com emoção,

satisfação e entusiasmo, mas também responsável por sensações de grande

apreensão, ansiedade e insegurança (Silva, 2011)

4.2 Ser Professor: Ser Professor de Educação Física

Atualmente, atribui-se aos professores responsabilidades que não se

limitam a uma visão restrita do ensinar, torna-se necessária outra forma de

pensar, o ensinar, para promover um conjunto abrangente de conhecimentos.

Segundo Bento (2010), a educação pelo desporto encerra em si uma

forma de expressão da cultura humana que perante os facilitismos existentes

no mundo, escolhe a via mais difícil, mas, ao mesmo tempo, mais

transcendente e de autossuperação, educando para uma forma de vida

sempre em busca da excelência, apesar de todos os entraves que possam

surgir.

A EF é uma disciplina, a única por este motivo, capaz de tornar um corpo

físico, num corpo cultural, fruto da envolvência desportiva (Bento & Bento

2010). De acordo com Bento (2010), este compromisso de transmitir os

valores do desporto através da EF, remetem para uma formação de

indivíduos rica em valores essenciais à vida, à superação de situações

difíceis, de resolução de problemas, de trabalhar em equipa, de sacrifício e

disciplina.

33

4.1 - Conceção e planeamento do ensino

Na atualidade, “as conceções que os professores possuem acerca dos

conteúdos de ensino e acerca dos alunos com quem trabalham refletem-se

no modo como pensam e desenvolvem as suas práticas de ensino” Graça

(2001, p.110)

De acordo com as normas do EP a conceção tem como objetivo “projetar

a atividade de ensino no quadro de uma conceção pedagógica referenciada

às condições gerais e locais da educação, às condições imediatas da relação

educativa, à especificidade da Educação Física no currículo do aluno e às

características dos alunos, através da: análise dos planos curriculares,

nomeadamente as competências gerais e transversais expressas; análise

dos programas de Educação Física articulando as diferentes componentes:

finalidades, objetivos, conteúdos e indicações metodológicas; utilização dos

saberes próprios da Educação Física e os saberes transversais em

Educação, necessários aos vários níveis de planeamento; tendo em conta os

dados da investigação em educação e ensino e o contexto cultural e social

da escola e dos alunos, de forma a construir decisões que promovam o

desenvolvimento e a aprendizagem desejáveis” (Matos, 2012a, p.4).

Bento (2003), afirma existirem três níveis de planeamento no que toca ao

ensino da EF. Como primeiro nível, estabelece-se o nível do plano anual,

concretizando uma análise mais global daquilo que se pretende ensinar

naquele ano, não sendo mencionados muitos detalhes, mas elaborado um

caminho a longo prazo para o ensino (ver anexo II para exemplo prático). O

segundo nível prende-se com o nível das unidades temáticas ou didáticas:

unidades de matéria mais circunscritas a um número pré-estabelecido de

aulas dentro de cada período. O objetivo central deste nível relaciona-se com

o planeamento da sequência das matérias de ensino de uma determinada

unidade, numa lógica pedagógica atribuindo a cada aula um objetivo concreto

e visível para as aprendizagens dos alunos. Por último, o nível mais

específico desta divisão do planeamento é o nível três: o projeto de aula

(plano de aula). É uma planificação baseada nas anteriores que descrimina

34

exatamente os seus objetivos e projeta as condições e situações de

ensino para uma aula em concreto (como exemplo anexo I)

De acordo com Bento (2003), a planificação é o elo de ligação entre as

pretensões, imanentes ao sistema de ensino e aos programas das respetivas

disciplinas e a sua realização prática. É uma atividade prospetiva, diretamente

situada e empenhada na realização do ensino que se consuma na sequência:

“elaboração do plano; realização do plano” e “controlo do plano”.

Para Bento (2003), o planeamento anual assenta numa perspetiva global que

procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas pessoas

envolvidas.

Neste sentido Siedentop (1983) propõe a divisão de uma aula em quatro

unidades de análise: instrução, gestão, disciplina e clima. Todas estas categorias

se inter-relacionam e influenciam, não existindo de forma isolada.

“Para facilitar a avaliação diagnóstica, como ainda não os conheço a

todos, pedi que se colocassem por ordem, sendo que do lado direito estariam os

números ímpares e do lado esquerdo os números pares. Penso que o fato de ter

dado uma informação rápida e objetiva levou com se organizassem rapidamente,

algo que não tinha acontecido na última aula.” (Reflexão 6ª aula – 25 de

setembro de 2012)

“Quanto à gestão e organização da turma decidi utilizar a mesma estrutura

da aula anterior para que as perdas de tempo, com a reorganização dos

exercícios, fossem minimizadas ao máximo. Do meu ponto de vista, manter esta

estrutura e tipo de organização foi positivo, apesar de alguns alunos ainda

apresentarem comportamentos inapropriados ou fora da tarefa, foi visível que a

maioria esteve focalizada na tarefa.” (Reflexão 7ª e 8ª aula – 28 de setembro de

2012)

35

“Relativamente à estrutura e organização dos alunos na aula, desta vez

tentei modificar ligeiramente, os momentos de instrução. Anteriormente, tinha

feito da seguinte forma, os alunos estavam a realizar o exercício, eu mandava-

os parar e no mesmo sítio ouviam as indicações para o exercício seguinte. Nesta

aula, tentei juntar o maior número de vezes a turma, uma vez que os exercícios

propostos exigiam demonstração ou exemplificação. No entanto cheguei à

conclusão que para esta turma a melhor forma de ganhar mais algum tempo

potencial de aprendizagem é continuarem a ouvir as instruções no local onde

terminaram o exercício.” (Reflexão 9ª aula – 2 de outubro de 2012)

4.4 Participação na Escola e relação com a comunidade

A participação do núcleo de estágio na organização de atividades foi uma

constante ao longo do ano letivo 2012/2013 na EB2/3 de Rio Tinto ficam aqui

registadas algumas dessas reflexões.

Ação de formação de Taekwondo

A atividade foi orientada pelo Professor José Monteiro a convite do núcleo

de estágio dada a sua experiência como treinador de Taekwondo em vários

ginásios e escolas. Esta atividade contou com a participação de quatro turmas

contabilizando cerca de setenta alunos.

Por se tratar de uma modalidade desportiva bastante distinta das que

normalmente são lecionadas em EF, os alunos foram bastante recetivos aos

exercícios propostos pelo professor e realizaram-nos com grande motivação

O professor com uma energia contagiante conseguiu cativar a atenção de

toda a plateia e com isso os alunos usufruíram de uma experiência desportiva

diferente das que estavam habituados.

O Taekwondo é uma arte marcial que faz parte do programa olímpico, tem

como princípios basilares o respeito, a entre ajuda, a disciplina e o autocontrolo.

Como tal, o professor aproveito a oportunidade para transmitir alguns dos valores

36

da modalidade. Os alunos escutaram com atenção todos estes ensinamentos e

em particular na minha turma verificaram-se algumas mudanças de atitudes e de

comportamentos neste sentido, o que foi claramente positivo.

Ação de formação de Zumba

No dia 8 de fevereiro, realizou-se no pavilhão da escola, a ação de

formação de Zumba destinada aos alunos e orientada pela professora Sofia

Isidro, que é mestre em Ciências do Desporto pela FADEUP e que trabalha em

vários ginásios do Porto na área do Fitness.

A escolha desta atividade baseou-se no facto de ser atualmente bastante

popular na área do Fitness, salientando-se que está muito relacionada com a

dança. Sendo a dança uma atividade bastante motivante para um leque alargado

de alunos, em especial do sexo feminino, pretendíamos oferecer à comunidade

escolar a possibilidade de praticarem uma atividade diferente, e que ao mesmo

tempo fosse ao encontro dos seus interesses.

Em relação à preparação do evento foi necessário expor ao grupo de EF

a nossa intenção e posteriormente iniciar os processos logísticos. Neste sentido

o núcleo de estágio começou por contactar a professora convidada para saber

qual a sua disponibilidade e as condições necessárias para implementar a ação

de formação.

O sistema de som foi cedido pelo departamento de multimédia da escola

e o palco foi constituído por mesas escola.

Na escolha da data a realizar a ação de formação, o objetivo era que esta

decorresse no último dia de aulas antes do carnaval, para que os alunos

pudessem vir mascarados e assim dar uma maior festividade ao evento. Foi

igualmente necessário confirmar a disponibilidade dos docentes que lecionavam

EF na manhã do dia agendado.

Neste evento contamos com a participação de 100 alunos e a atividade

consistiu na realização de diversas coreografias acompanhadas por música. O

entusiasmo dos alunos ao longo das diferentes sessões realizadas foi notório e

37

a envolvência da comunidade escolar significativa. De uma forma geral, os

alunos empenharam-se ao máximo na execução das coreografias.

Salientamos pela positiva o facto de esta atividade ter atraído uma parte

significativa da comunidade escolar, já que, vários professores de outras

disciplinas e até mesmo funcionários da escola mostraram interesse e

participaram na atividade.

Em suma, a atividade revelou ter sido uma boa aposta, pois teve um

grande impacto na escola e uma adesão significativa da comunidade educativa.

Além disso, a interação entre professora convidada e o público foi constante, o

que resultou num ambiente entusiasta e de verdadeira festividade.

Clubes de atividades de complemento curricular

O “clube dos super acrobatas” e o “clube de lutas” foram dois clubes de

atividades de complemento curricular criados pelo núcleo de estágio, que

decorriam com um horário fixo de um treino semanal. Em parceria com uma

colega do núcleo de estágio dinamizamos o “clube dos super acrobatas”

utilizando as bases da ginástica acrobática ao longo de todo o ano letivo.

O “clube de lutas” foi dinamizado por dois colegas do núcleo de estágio,

em que um deles tendo sido praticante de Judo, optou por escolher esta

modalidade para de alguma forma transmitir alguns conteúdos e valores

inerentes ao Judo. Como afirma Rosado (2011) o Desporto tem preocupações

de cariz humanístico e promove valores educativos onde se destaca a

honestidade, a amizade, o espírito de superação, a disciplina, a convivência

social e a cooperação.

Do meu ponto de vista, os dois clubes conseguiram cumprir os objetivos

a que se propuseram, proporcionando aos alunos a hipótese de praticarem uma

modalidade desportiva diferente, o Judo, e por outro lado ampliar o leque de

oferta à disposição dos alunos para a prática desportiva.

38

4.5 Estudo Investigação-Ação:

“Aptidão física na Escola!

Formas e contexto para a sua operacionalização”

Justificação da Temática face ao contexto de Estágio

A realização do presente estudo de investigação-ação surgiu após a

constatação de que os alunos da turma de estágio apresentarem resultados

pouco satisfatórios na bateria de testes FITNESSGRAM

A escolha deste tema surgiu após uma formação da FITSCHOOL sobre treino

funcional e condição física na escola, e de um diálogo com o Professor

Orientador que rapidamente se disponibilizou para me elucidar sobre este tema.

Por outro lado, pareceu-me uma estratégia motivadora para que os “meus”

alunos do 9º ano, finalistas de um ciclo de estudos ou no limiar da escolaridade

obrigatória, possam continuar a fazer exercício físico, fora da escola e assim ter

um estilo de vida ativo.

39

RESUMO

A aptidão física é considerada como a capacidade fisiológica para executar

as atividades da vida diária de forma segura e autónoma, sem revelar fadiga

(Rikli & Jones, 2001).

O presente estudo teve como principal propósito averiguar como é

abordada a temática da ApF nas aulas de Educação Física e ainda apresentar

as vantagens e inconvenientes das diferentes formas de a abordar.

A amostra foi constituída por um grupo controlo de treze alunos do 9º ano

(turma atribuída para realização do estágio profissional), e uma população de

setenta e quatro alunos também do 9º ano. Estes alunos foram selecionados

com base no facto de serem finalistas do 3º ciclo do ensino básico da Escola

Básica do 2º e 3ºs ciclos de Rio Tinto. Para além destes dois grupos, foram

também selecionados 15 professores de EF, tanto da escola em estudo como

de outras escolas para formar um terceiro grupo.

Os resultados apresentados mostram que os alunos preferem exercícios

mais funcionais comparativamente aos exercícios convencionais que

encontramos na bateria de teste FITNESSGRAM.

Posto isto, através de uma constante reflexão sobre a intervenção

relativamente às estratégias adotadas. O estudo foi realizado com base numa

aproximação à investigação-ação

PALAVRAS-CHAVE: INVESTIGAÇÃO-AÇÃO, APTIDÃO FÍSICA, TREINO

FUNCIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, REFLEXÃO.

40

ABSTRACT

Physical fitness is regarded as the physiological capacity to perform

activities of daily living safely and autonomously, without revealing fatigue (Rikli

& Jones, 2001).

The main purpose of this study was to investigate how is addressed the

theme of Physical fitness and Physical Education classes still present the

advantages and disadvantages of different forms of address.

The sample consisted of a group of 13 students control of the 9th year

(class assigned for completion of the pedagogical practice), and a population of

74 students also the 9th year. These students were selected on the basis that

they are finalists of the third cycle of basic education of basic School 2nd and 3rd

cycles of Rio Tinto. In addition to this two groups, were also selected 15 teachers,

both in school study and other schools to form a third group.

KEY-WORDS: INVESTIGATION-ACTION, PHYSICAL FITNESS, FUNCTIONAL

TRAINING, PHYSICAL EDUCATION REFLECTION.

41

INTRODUÇÃO

Para muitas crianças e jovens, as aulas de EF a são a única oportunidade

que têm para melhorar a sua aptidão física. Segundo Strauss (2013), a EF é

única disciplina que oferece uma formação integral garantindo que os alunos

desenvolvam conhecimentos, habilidades e motivação para se envolverem em

práticas saudáveis de atividade e física que ficam para a vida.

No que se refere ao Programa Nacional de EF para o 3º ciclo (2001), a

aptidão física é apresentada frequentemente como matéria nuclear e uma das

principais finalidades desta disciplina, na perspetiva da qualidade de vida, da

saúde e do bem-estar.

- Melhorar a aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo harmonioso

e adequado às necessidades de desenvolvimento do aluno.

- Promover a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos de

elevação e manutenção das capacidades físicas.

- Promover o gosto pela prática regular das atividades físicas e assegurar a

compreensão da sua importância como fator de saúde e componente da cultura,

na dimensão individual e social.

In Programa Nacional de EF (2001)

Neste sentido Siedentop (1983) propõe a divisão de uma aula em quatro

unidades de análise: instrução, gestão, disciplina e clima. Todas estas categorias

se inter-relacionam e influenciam, não existindo de forma isolada.

No presente estudo será aborda apenas a dimensão da gestão referindo

a necessidade de equilíbrio entre os sistemas operantes na ecologia da sala de

aula e a importância da eficácia do professor na organização e gestão do

processo de ensino-aprendizagem, proporcionando aos alunos a realização de

tarefas com vários padrões motores.

42

REVISÂO DA LITERATURA

No início do século XX, a preocupação com o Fitness começa a aparecer

com maior frequência, principalmente após a I Guerra Mundial. Aptidão foi

definida como a força, a flexibilidade e a velocidade, a qual podia ser testada por

push-ups, sit-ups e sprints, e estava focalizada em crianças através de adultos

jovens.

O conceito de ApF ao longo dos anos sofreu uma enorme evolução.

Quadro 1: Conceitos de Aptidão Física (ApF) ao longo dos Tempos (adaptado por

Freitas e Teixeira, 2002)

AUTOR ANO CONCEITO

Fleishman 1964 Capacidade funcional do indivíduo em realizar alguns tipos de atividades.

Karpovich 1965 O grau de capacidade para executar uma teoria física particular sobre

condições específicas do ambiente;

AAHPERD1 1980

Continuum multifacetado que se prolonga desde o nascimento até à morte. Os

níveis de aptidão física são afetados pela atividade física e variam desde a

capacidade ótima em todos os aspetos da vida até limites da doença e

disfunções;

Sobral e

Barreiros 1980 Capacidade de efetuar, de modo eficiente determinado esforço;

Safrit 1981 Constructo multidimensional que não pode ser adequadamente expressa por

uma simples medida;

Casperson et

al. 1985

Conjunto de atributos que as pessoas têm ou adquirem e que estão

relacionados com a capacidade de executar atividades físicas;

Pate 1988

Estado caracterizado por uma a) Capacidade de executar atividades diárias

com vigor e b) demonstração de traços e capacidades que estão associadas

ao baixo risco de desenvolvimento prematuro de doenças e hipocinéticas;

AAHPERD 1989

É um estado de bem-estar físico que permita da pessoa realizar atividades

diárias com vigor, reduzir o risco de problemas de saúde, associado à ausência

de exercício, e estabeleça uma base de aptidão para permitir a participação

numa variedade de atividades físicas.

Marsh 1993 Constructo multidimensional que não pode ser adequadamente compreendido

se a multidimensionalidade for ignorada;

Bouchard e

Shephard 1994

Capacidade de realizar com rigor as tarefas do quotidiano, bem como a

demonstração de traços e capacidades que estão associados ao risco

reduzido de doenças hipo cinéticas;

ACSM2 1995

Estado caraterizado pela capacidade de realizar atividades diárias com vigor

demonstrando caraterísticas e capacidades associadas ao baixo risco de

desenvolvimento prematuro de doenças hipo cinéticas.

Rikli e Jones 1998 Capacidade e habilidade para realizar atividades normais diárias de uma forma

satisfatória e eficaz.

ACSM 2000 Uma série de atributos que as pessoas têm ou adquirem que se relacionam

com a capacidade de realizar atividade física.

Rikli e Jones 2001 Capacidade fisiológica e/ou física para executar as atividades da vida diária

segura e autónoma, sem revelar fadiga.

1 American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance 2 American College of Sports Medicine

43

As principais diferenças com o conceito de aptidão prendem-se com a

ApF relacionada com a saúde e ApF relacionada com a performance.

O primeiro passo nesta compreensão contemporânea era reconhecer que

o conceito genérico da aptidão teve que ser entendido no conjunto de um grande

número de conceitos relacionados, que podem ser divididos em duas categorias

básicas: os conceitos essencialmente relacionados com a saúde e os

relacionados com o desempenho de habilidades motoras. Uma categoria

adicional, adequação estética, também serão consideradas devido à sua

importância na cultura.

Nos últimos anos, devido às diversas pesquisas no campo das ciências

do exercício, das ciências médicas e da saúde, o conceito de ApF tornou-se

significativo e proficiente em facultar orientações no que concerne à educação

física, ao fitness e a todos os profissionais do desporto com o intuito de

implementar programas destinados a ajudar as crianças, jovens e adultos de

todas as idades melhorar a sua aptidão.

44

Formas e contexto para a sua operacionalização

Circuito - A Circuito B

1

A

3

4

c

D

5

6

e

F

7

8

G

h

9

10

i

j

b 2

45

Objetivos

O presente estudo foi realizado numa aproximação à metodologia

investigação-ação e tem como propósito perceber e que estratégias utilizar para

desenvolver a aptidão física através de exercícios de treino funcional durante um

momento da aula.

- Sistematizar a informação relativamente à minha perceção inicial sobre

o treino funcional.

- Definir e aplicar um plano de ação, no sentido de promover a aptidão

física de forma motivante durante as aulas.

- Avaliar o impacto da minha intervenção

- Averiguar qual a importância dada à Aptidão física por parte dos

Professores de EF

- Averiguar como é abordada a temática da ApF nas aulas de EF

- Apresentar as vantagens e inconvenientes das diferentes formas de

abordar a Aptidão Física

Procedimentos Metodológicos

“A investigação-ação é um excelente guia para orientar as práticas educativas,

com o objetivo de melhorar o ensino e os ambientes de aprendizagem na sala

de aula” (R. Arends, s/d)

Participantes

- 13 Alunos do 9º ano turma de estágio

- 60 Alunos do 9º ano

Instrumentos

- Inquéritos

46

Análise de dados

Alunos do 9º (turma de estágio) - Grupo Controlo

39%

62%

30,80%

69,20%

Conhecimento aptidão e capacidades físicas

ApF - Sim

ApF - Não

CapacidadesFísicas - Sim 61,30%

7,70%

30,80%

Capacidades Físicas hierarquia - 9ºB

Força

Resistência

Flexibilidade

92,30%

7,70%

Gostas das aulas de EF?

Sim

Não

7,7%

84,6%

15,4%7,7%

O que mais gostas de fazer em EF?

Modalidades individuais

Jogos desportivoscoletivos

Treino Funcional

Jogos lúdicos

47

Alunos do 9º ano

79,70%

20,20%

73%

27%

Conhecimento sobre a aptidão e as capacidades físicas

ApF - Sim

ApF - Não

CapacidadesFísicas - Sim

94,10%

5,90%

Gostas das aulas de EF?

Sim

Não

14,90%

74,30%

10,80%

21,60%

O que mais gostas de fazer em EF?

Modalidades individuais

Jogos desportivoscoletivos

Treino funcional

Jogos lúdicos

29,20%

47,20%

23,60% Força

Resistência

Flexibilidade

48

Conclusões e ilações pedagógicas

Nesta linha de pensamento, Costa (1995) conclui que o sucesso pedagógico não

é resultado de uma única intervenção, mas que depende de um conjunto muito

variado de fatores, e principalmente, da capacidade do docente em conjugar e

articular simultaneamente todos esses fatores numa determinada situação, no

sentido de maximizar e otimizar as condições de aprendizagem dos alunos.

Limitações e sugestões

As limitações encontradas neste estudo depreenderam-se com o tamanho

reduzido da turma de controlo, com a pouco recetividade dos alunos no que se

refere a novos exercícios ou padrões motores de movimento.

Um estudo que poderia ser feito comparar o tempo de empenhamento

motor dos alunos em circuito com exercício convencionais com um circuito de

treino funcional.

Recorrer a um protocolo escola empresa prosport para dinamizar o

estudo.

49

Referências Bibliográficas

- Leite, V. (2009). Atividade Física e Aptidão Física funcional dos idosos.

Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

- Mars, H. & Siendentop, D.(2012). Introduction to Physical Education, Fitness &

Sport, eight edition. North America: McGraw-Hill International Edition

- Astrand, P.O. (1992). Why Exercise?. Medicine and Science in Sports and

Exercise, 24, pp.153-162.

- Bouchard, C., Shepard, R.J. (1994). Physical Activity, Fitness and Health: The

Model and key concept Consensus statement Human Kinetics. Ch. II.

- Boyle, M. (2004). Functional Training for Sports: Superior conditioning for

today’s athlete United States: Human Kinetics

- Maia, J. (1997). Aptidão física. De um posicionamento antropológico a uma

perspetiva epidemiológica. Actas do congresso de Educação física e Ciências

do Desporto dos Países de Língua Portuguesa 24-28 de Março de 1997- Maputo

Monçambique (1º vol). António Marques, António Prista e Alfredo Faria Júnior

(Ed).

50

51

Referências Bibliográficas

- Alarcão, I. e Tavares, J. (2003). Supervisão da prática pedagógica –

uma perspetiva de desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Almedina.

- AVERT (2012). Projeto Educativo - 2012/2015. Consult. 08-09-2012, disponível

em http://www.avert.pt/docs/AVERT_PEA12-15.pdf

- Bento, J. (2003). Planeamento e avaliação em Educação Física (3ª ed.) Lisboa:

Livros Horizonte.

- Bento, J. (2004). Desporto para crianças e jovens: das causas e dos fins. In A.

Gaya, A. Marques & G. Tani (Eds.), Desporto para crianças e jovens: razões e

finalidades. Porto Alegre: Editora UFRGS.

- Bento, J. (2005). Desporto: Discurso e Substância. Campo das Letras. Porto.

- Bento, J. (2006). Pedagogia do Desporto: Definições, Conceitos e orientações.

In G. Tani, J. Bento & R. Petersen (Eds), Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan.

- Bento, J. Tani, G. & Prista, A. (2010). Desporto e Educação Física em

Português. Porto: CIFI2D Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

- Cain (2012). O poder dos quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar

um mundo que não pára de falar; tradução Ana Carolina Bento Ribeiro. - Rio de

Janeiro: Agir.

- Cury, A. (2006). Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes: A importância do

Pensamento, da Criatividade e dos Sonhos (1ª Edição). Lisboa. Editora

Pergaminho SA.

52

- Mars, H. & Siendentop, D.(2012). Introduction to Physical Education, Fitness &

Sport, eight edition. North America: McGraw-Hill International Edition

- Matos, Z. (2012a). Normas Orientadoras da Unidade Curricular do Estágio

Pedagógico. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

- Matos, Z. (2012b). Regulamento da Unidade Curricular do Estágio Pedagógico.

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

- Moura, O. (2016). Portal da Hiperatividade com Défice de Atenção. Acedido em

20/09/2016, de http://hipertaividade.com.pt

- Nóvoa, A. (2009). Os professores e a sua formação. Lisboa. Publicações D.

Quixote.

- Silva, 2011 Tornar-se Professor: Desenvolvimento Curricular e construção do

conhecimento profissional. Tese de Doutoramento em Estudos da Criança.

Instituto da Educação, Universidade do Minho.

- Vieira, F. (1993). Supervisão: Uma prática reflexiva de formação de

professores. Rio Tinto: Edições Asa.

53

ANEXOS

54

ANEXO I – PLANO DE AULA

3

ANEXO II – PLANIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS E RESPETIVAS AULAS

4

5

ANEXO III – INQUÉRITO SOBRE APTIDÃO FÍSICA PARA OS ALUNOS

Com este pequeno inquérito, anónimo, pretende-se averiguar a forma

como os alunos encaram a abordagem da Aptidão Física nas aulas de

Educação Física.

I – CARATERIZAÇÃO GERAL

1. Sexo: Feminino ____ Masculino ____

2. Ano de escolaridade: ____

3. Gostas das aulas da Educação Física? Sim ___ Não ___

4. Qual o(s) desporto(s) que mais gostas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

II – APTIDÃO FÍSICA NA ESCOLA!

5. Sabes o que é a aptidão física?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Sabes para que serve a aptidão física?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Sabes quais são as capacidades mais importantes da aptidão física?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Assinala o que mais gostas de fazer nas aulas de EF?

a) Modalidades individuais;

b) Jogos desportivos coletivos;

c) Treino da aptidão física – treino funcional;

d) Jogos lúdicos (ex. caçadinhas, estafetas, etc.)

e) Outro(s). Qual(is)?___________________________________________

6

9. As capacidades que marcam a Aptidão Física são: a Resistência aeróbia a

Força e a Flexibilidade. Coloca-as por ordem de importância em 1º, 2º e 3º.

Resistência aeróbia ___ Força ___ Flexibilidade ___

10. O teu Professor de Educação Física trabalha estas capacidades durante

as aulas?

Sim ___ Não ____

Se sim como o faz?

_______________________________________________________

9. Observa as imagens e assinala com a letra A ou B de cada circuito tendo

em conta as seguintes questões:

Circuito - A Circuito B

1

A

3

4

c

D

5

6

e

F

7

8

G

h

9

10

i

j

b 2

7

9.1 Qual gostarias de fazer ou experimentar? __________

9.2 Na tua opinião, qual dos circuitos (A ou B) é o mais difícil? _______

9.3 Em qual dos circuitos trabalharias um maior número de grupos musculares?

______

9.4 Qual seria o mais desafiante? _____

9.5 Qual seria o melhor para fazer na escola? _______

9.6 Em qual ficarias mais cansado(a)? ______

9.7 Qual deles exige menos coordenação? ________

10. Se tivesses de construir um novo circuito, segundo estes exercícios

quais escolherias para um circuito com dez estações. Utiliza os

números/letras das imagens para completares o circuito.

Estação 1: ____; Estação 2: ____; Estação 3: ____; Estação 4: ____; Estação

5: ____;

Estação 6: ____; Estação 7: ____; Estação 8: ____; Estação 9: ____; Estação

10: ____;