a comunicação organizacional e a intranet um estudo da

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DAIANE COELHO RAMOS A Comunicação Organizacional e a Intranet: Um estudo da funcionalidade da UFVnet (SisProcesso) em relação à tramitação de processos administrativos MONOGRAFIA Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG Brasil Junho - 2009

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Page 1: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

DAIANE COELHO RAMOS

A Comunicação Organizacional e a Intranet: Um estudo da funcionalidade da UFVnet

(SisProcesso) em relação à tramitação de processos administrativos

MONOGRAFIA

Universidade Federal de Viçosa Viçosa - MG

Brasil Junho - 2009

Page 2: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS

A Comunicação Organizacional e a Intranet: Um estudo da funcionalidade da UFVnet (SisProcesso) em relação

à tramitação de processos administrativos

Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como exigência da disciplina SEC 499 – Monografia – e como requisito para a conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, tendo como orientadora a professora Rosália Beber de Souza.

Daiane Coelho Ramos

Viçosa - MG Brasil 2009

ii

Page 3: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

iii

A monografia intitulada

A Comunicação Organizacional e a Intranet: Um estudo

da funcionalidade da UFVnet (SisProcesso) em relação

à tramitação de processos administrativos

elaborada por

Daiane Coelho Ramos

como exigência da Disciplina SEC 499 – Monografia – e como requisito para

conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, foi aprovada por

todos os membros da Banca Examinadora.

Viçosa, 26 de junho de 2009.

_____________________________________

Prof.ª Rosália Beber de Souza (DLA/UFV) Orientadora

_____________________________________

Prof.ª Ana Carolina Gonçalves Reis (DLA/UFV)

_____________________________________ Prof.ª Maria Carmen Aires Gomes (DLA/UFV)

Nota _______

Page 4: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ser feliz como sou e pela ajudinha especial na realização desse

trabalho.

Aos meus pais, Cláudio e Sílvia, pelo amor e incentivo em todos os momentos da

minha vida.

Aos meus irmãos, Priscilla, pela amizade incondicional, Claudinho, pela

parceiragem e Marina, pelo chamego. Que nossa família seja sempre assim, unida!

Aos meus tios e primos, pela proximidade, apoio e torcida.

A todos os meus amigos e companheiros que participaram dessa minha aventura.

A Laura, por estar sempre ao meu lado e pela co-orientação.

A Clara e a Naile, pelo suporte técnico.

A Mônica e a Izabella, pela cobrança e pressão psicológica.

A todas juntas por formarem meu patrimônio.

A UFV, por proporcionar um ensino de qualidade a todos, sem restrições.

Aos professores do DLA e a todos os outros, por contribuírem para minha formação

profissional.

Ao Prof. Odemir Baeta, pelo suporte a todos os alunos de Secretariado Executivo.

À Prof.ª Rosália Beber, pela paciência e benevolência.

A Central de Processamento de Dados (CPD) e ao Setor de Arquivo e Protocolo

(SEPAR), pela receptividade e ajuda no conhecimento e aprofundamento desse trabalho.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que pudesse chegar esse

momento de grande alegria.

Agradeço a Viçosa por ter me dado tão felizes boas-vindas e aguardo, com saudades,

o dia de nossa despedida.

Page 5: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

v

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................10

2 OBJETIVOS .......................................................................................................................................13

2.1 Objetivos específicos....................................................................................................................13 3 METODOLOGIA ...............................................................................................................................14

3.1 Classificação do estudo ................................................................................................................14

3.2 População e Amostragem.............................................................................................................15

3.3 Coleta de dados ............................................................................................................................15

3.4 Métodos de análise de dados ........................................................................................................16

4 REFERENCIAL TEÓRICO ...............................................................................................................17

4.1 A Comunicação ............................................................................................................................17

4.1.1 Modelo sistêmico de comunicação......................................................................................17

4.1.1.1 Canal........................................................................................................................19

4.1.1.2 Ruídos......................................................................................................................20

4.1.1.3 Feedback ................................................................................................................21

4.2 Comunicação Organizacional.......................................................................................................22

4.3 Tecnologia da Informação............................................................................................................23

4.3.1 Sistema de informação ........................................................................................................24

4.3.2 Tecnologia da Informação e a Comunicação ......................................................................25

4.3.3 Efeitos das Tecnologias da Informação na Comunicação ...................................................26

4.4 A Intranet .....................................................................................................................................27

4.4.1 Conceituando Intranet .........................................................................................................27

4.4.2 Utilização da Intranet ..........................................................................................................28

4.4.3 Segurança da Intranet..........................................................................................................29

5 ESTUDO DE CASO ...........................................................................................................................31

5.1 A Intranet da UFV – A UFVnet...................................................................................................31

5.2 Sistema de Controle de Processos da UFV – O SisProcesso .......................................................32

6 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................................................36

6.1 Frequência de utilização do SisProcesso......................................................................................37

6.2 Treinamento dos usuários.............................................................................................................38

6.2.1 Tipo de treinamento............................................................................................................39

6.3 Utilização do SisProcesso ............................................................................................................41

Page 6: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

vi

6.3.1 Dificuldades de utilização ..................................................................................................41

6.3.2 Utilidades do sistema..........................................................................................................42

6.4 Classificação do sistema...............................................................................................................43

6.5 Vantagens do sistema ...................................................................................................................44

6.5.1 Agilidade/ Rapidez .............................................................................................................45

6.5.2 Informação disponível........................................................................................................46

6.5.3 Ausência de papéis .............................................................................................................47

6.5.4 Confiabilidade/ Segurança .................................................................................................48

6.5.5 Limita possibilidade de erros .............................................................................................49

6.6 Melhorias sugeridas......................................................................................................................50

7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................53

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................56

9 APÊNDICE.........................................................................................................................................58

I) TERMO DE AUTORIZAÇÃO .....................................................................................................59

II) ENTREVISTA .............................................................................................................................60

III) QUESTIONÁRIO.......................................................................................................................65

Page 7: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: O modo de compartilhar uma informação através da Intranet ...........................................27

Figura 2: Relações entre a Intranet e a Internet .................................................................................30

Figura 3: Registro de processo ...........................................................................................................33

Figura 4: Caixa de saída .....................................................................................................................34

Figura 5: Consulta pelo número do processo .....................................................................................34

Figura 6: Consulta por assunto/ parte interessada ..............................................................................35

Page 8: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

viii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Com que frequência você utiliza o programa SisProcesso?.............................................37

Gráfico 2: Você recebeu algum tipo de treinamento para utilizar o SisProcesso? ...........................39

Gráfico 3: Se sim, qual orientação obteve para utilizar o programa?...............................................40

Gráfico 4: Você considera o SisProcesso uma ferramenta útil para agilizar a operação de processos administrativos?Por quê?..................................................................................................43

Gráfico 5: Como você classifica o SisProcesso em relação à sua utilização como ferramenta para tramitação de processos administrativos? .........................................................................................44

Gráfico 6: Agilidade/ Rapidez ............................................................................................................46

Gráfico 7: Informação disponível.......................................................................................................46

Gráfico 8: Ausência de papéis............................................................................................................47

Gráfico 9: Confiabilidade/ Segurança ...............................................................................................49

Gráfico 10: Limita possibiliade de erros............................................................................................50

Gráfico 11: Melhorias ........................................................................................................................51

Page 9: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

ix

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Alguns efeitos das tecnologias de comunicação nas organizações ...................................26

Page 10: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

10

1 INTRODUÇÃO

A história da comunicação se desenvolve junto à própria história da humanidade. Suas

maiores teorias são milenares e têm influência desde a ciência até a arte, podendo citar-se,

inclusive, a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia, a Ética, a Linguística e a

Semiótica.

Aristóteles, em A arte retórica e arte poética, define os principais elementos de uma

enunciação e vislumbra, com isso, a origem da comunicação moderna alegando que “toda

enunciação contém três partes: o orador, o assunto a ser tratado e as pessoas a quem a fala se

dirige, ou seja, o ouvinte, a quem se refere o objeto ou a finalidade da fala” (ARISTÓTELES

apud ARGENTI, 2006:28).

Mais adiante, no século XIX, a Revolução Industrial marcou o início da transformação

do sistema econômico e político que vigorava no mundo. A partir disso, detectou-se grande

aumento na velocidade das mudanças, provocando o despertar tecnológico, um novo conceito

de mercado consumidor, o surgimento de linhas de produção e reviravolta nas formas de

relacionamento das organizações com a sociedade (VIEIRA, 2004).

Nesse sentido, é perceptível uma mudança de comportamento no que diz respeito ao

interesse pelo qual as organizações passam a lidar com o processo comunicativo. A partir da

concepção de que a comunicação desempenha um papel fundamental na interação entre todos

os assuntos de uma organização, é possível prever a necessidade de tê-la bem organizada para

que haja uma efetiva contribuição de sua parte.

A organização tem a oportunidade de estruturar um sistema (os chamados canais de

comunicação) que possibilita agilizar o processo comunicativo. Dessa forma, lança mão dos

recursos que possui para produzir uma comunicação eficaz. Esses recursos são definidos por

Argenti (2006) como: dinheiro, recursos humanos e tempo. O autor ainda explicita a

Page 11: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

11

necessidade de um planejamento estratégico para que a realização da comunicação

organizacional seja satisfatória.

Existem muitos influenciadores para a implantação e efetivação da comunicação. Eles

podem ser linguísticos ou sistêmicos, como mensagem, canal, ruído; ou também podem estar

relacionados às estratégias e aos objetivos ambicionados pelos participantes da comunicação.

Portanto, a construção de comunicação é realçada por inúmeros fatores que precisam ser

considerados, como: a fidelidade, a informação, a codificação e a decodificação, a capacidade

do canal, o ruído e o feedback.

Com relação aos meios que possibilitam a atividade comunicativa em uma

organização, a tecnologia da informação traz aos tempos modernos ferramentas capazes de

transformar esse processo de forma significativa.

A tecnologia da informação, em um sentido mais amplo, é definida por um conjunto

de elementos, tais como: conhecimentos, pesquisas, equipamentos, técnicas, recursos e

procedimentos relacionados à aplicação da informática nos variados meios da vida social –

economia, administração, entretenimento, educação, entre outros.

No âmbito organizacional, a aplicação da tecnologia da informação não significará o

aumento de produtividade ou vantagem competitiva, por exemplo. O valor da tecnologia está

relacionado ao emprego que a mesma desempenha nas organizações.

McGee e Prusak enfatizam essa idéia declarando que o verdadeiro ativo da tecnologia

da informação é a própria informação:

A Informação é dinâmica, capaz de criar grande valor, e é o elemento que mantém as organizações unificadas. A Tecnologia da Informação pode ser um fator importante no aperfeiçoamento do uso da informação, mas facilmente poderá se transformar num ‘peso morto’, inútil, sem a informação e os seres humanos (McGEE; PRUSAK, 1994:5).

Com a associação de comunicação organizacional e tecnologia da informação, chega-

se à aplicação de novos sistemas tecnológicos para viabilizar o processo comunicativo. Dentre

inúmeros canais empregados atualmente, a Intranet é uma das ferramentas que ganha espaço

e credibilidade consideráveis entre as organizações e seus públicos.

De acordo com a definição de Oliveira e Abdala (2003), a Intranet utiliza-se da

mesma plataforma da Internet para existir. Contudo, diferencia-se dela por operar apenas no

circuito organizacional, restringindo o acesso de pessoas não autorizadas. Com isso,

estabelece uma relação de segurança entre os usuários.

Page 12: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

12

As organizações reconhecem as inúmeras vantagens da Intranet e comparam alguns

exemplos de sua utilização aos antigos modelos de comunicação apoiados pelo uso do papel.

Dentre elas, a maior segurança para transmitir informações reservadas e sigilosas, a melhoria

nas comunicações internas, a atualidade das informações, a maior participação dos

funcionários da organização na troca de informações entre si.

Para verificar a veracidade, ou não, dessas afirmações, a Intranet da Universidade

Federal de Viçosa (UFVnet) foi escolhida como objeto de estudo, uma vez que disponibiliza

uma série de ferramentas a fim de promover e dinamizar as diversas atividades

organizacionais da Universidade.

Sendo assim, é preciso compreender que a UFVnet exerce múltiplos papéis e funções

no processo comunicativo da UFV. Sejam eles com relação à transmissão de informações

pelo desenvolvimento de atividades administrativas, pela atualização de dados

organizacionais, pelo auxílio aos seus variados públicos (docentes, discentes e técnicos-

administrativos), ou ainda por quaisquer outras funções que esteja apta a desempenhar.

Dentre tais funções, uma, em específico, foi destacada para análise: o Sistema de

Controle de Processos (SisProcesso), aplicativo responsável pela viabilização da tramitação

de processos administrativos da UFV. Após a implantação desse sistema, a expectativa em

relação a sua utilização é que os órgãos e departamentos tenham mais independência na

criação e tramitação dos processos resultantes de suas obrigações administrativas. Por

exemplo, pedido de diária para um professor, requisição de um material específico, solicitação

de serviço técnico e outros.

Com o exposto, esta pesquisa tem por justificativa responder a seguinte pergunta: A

Intranet da UFV viabiliza um sistema útil à tramitação de processos administrativos?

A partir desse questionamento, será possível identificar se as expectativas que

estimularam a elaboração do SisProcesso são condizentes com a prática realizada diariamente

nos mais variados setores da Universidade.

Page 13: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

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2 OBJETIVOS

O presente estudo tem como objetivo verificar a funcionalidade da Intranet da

Universidade Federal de Viçosa, no que se refere à viabilização de um sistema útil à

tramitação de seus processos administrativos, sendo esse o Sistema de Controle de Processos

(SisProcesso).

2.1 Objetivos específicos

• Identificar as vantagens da utilização do SisProcesso para realizar a tramitação dos

processos administrativos;

• Averiguar se as ferramentas disponibilizadas pelo sistema suprem as necessidades de

seus usuários;

• Verificar se os funcionários da Universidade Federal de Viçosa recebem orientação

para operar o sistema e, em caso afirmativo, se essa orientação resulta em um emprego

eficaz da ferramenta.

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3 METODOLOGIA

3.1 Classificação do estudo

O presente trabalho é classificado como um estudo de caso, pois, a partir das teorias

abordadas por Yin (2005), este pode ser definido como um método investigativo de

acontecimentos contemporâneos. Além disso, é possível destacar a capacidade que o estudo

de caso possui para lidar com as mais variadas formas de evidências, dentre elas,

exemplificam-se: documentos, artefatos, entrevistas e observações. O referido tipo de estudo,

estabelece relação entre as condições contextuais para compreender os fenômenos do caso.

A metodologia realizada pode ser caracterizada como qualitativa e foram utilizados

também métodos quantitativos a fim de mensurar as respostas obtidas. É válido ressaltar,

porém, que os mesmos somente foram empregados para fundamentar as análises qualitativas

realizadas sobre o objeto. Segundo Richardson (apud LAKATOS e MARCONI, 2007),

entende-se por pesquisa qualitativa a tentativa de compreensão minuciosa dos significados e

situações apresentadas pelos entrevistados.

O estudo apresenta caráter exploratório-descritivo combinado, uma vez que, de acordo

com as definições estabelecidadas por Lakatos e Marconi (2007), tem por objetivo descrever

completamente um determinado fenômeno, de forma a aumentar a familiaridade do

pesquisador com a realidade explorada. Para tanto, são utilizadas técnicas variadas para

provocar um acúmulo de informações detalhadas sobre o caso em questão que possam

enriquecer a análise.

Page 15: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

15

3.2 População e Amostragem

A população dessa pesquisa foi caracterizada pelos funcionários da Universidade

Federal de Viçosa, que são usuários da UFVnet e através dela realizam tarefas administrativas

relacionadas à tramitação de processos da Universidade. A partir de informações adquiridas

na entrevista à Central de Processamento de Dados (CPD)1 , identificou-se como universo de

pesquisa a população de cerca de cem profissionais da área administrativa.

Delimitada a população, a amostragem define-se como probabilística aleatória

simples, pois como definido por Appolinário (2006) a seleção de um membro da população

não implica na seleção ou exclusão de qualquer outro membro. Ainda, cada membro tem a

mesma probabilidade de ser escolhido.

No dia 05 de maio de 2009, foram aplicados 25 questionários aleatoriamente entre os

departamentos e órgãos administrativos da UFV, uma vez que entende-se que tal quantia

representa 1/4 da totalidade dos usuários do sistema. Todos eles respondidos por auxiliares e

assistentes administrativos, utilizadores do Sistema de Controle de Processos (SisProcesso),

programa provedor das ferramentas atribuídas à tramitação de processos administrativos.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados, segundo Cervo e Bervian (2006), constitui elemento fundamental

para a obtenção de resultados úteis e fidedignos na pesquisa descritiva. Sendo assim, elegeu-

se a aplicação de questionário e entrevista com o intuito de se obter o maior universo de

informações e dados.

Realizada em dois momentos, a coleta de dados iniciou-se por uma entrevista

realizada no setor responsável pela implementação do programa SisProcesso, a Central de

Processamento de Dados – CPD, com um profissional analista de Tecnologia da Informação

da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas. A entrevista tinha como intuito aprofundar o

conhecimento sobre o objeto de estudo e, assim, viabilizar a elaboração de questionários

capazes de solucionar os questionamentos da pesquisa.

Em conformidade com a definição de Lakatos e Marconi (2007), a entrevista realizada

foi do tipo semi-estruturada, pois a pesquisadora possuía um roteiro de perguntas previamente 1 Fonte: APÊNDICE II, p. 60

Page 16: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

16

elaboradas. Essa opção apesar de assegurar a cobertura das informações desejadas, limita a

possibilidade de abranger o assunto em outros níveis, em que se coletaria a maior quantidade

de informações possíveis. Outra desvantagem da entrevista destacada pelos autores é a

possibilidade de o entrevistador ser influenciado pelas respostas do questionado.

No segundo momento, realizou-se a aplicação de questionários em 25 setores da

Universidade. Com a população delimitada pelos funcionários técnico-administrativos,

usuários do SisProcesso e, consequentemente da UFVnet, aplicaram-se os questionários, de

forma aleatória, como declarado anteriormente.

De acordo com Cervo e Bervian (2006), o questionário é a forma mais utilizada para a

coleta de dados devido a sua maior possibilidade de objetivar as relações pretendidas de

maneira precisa. Ainda, os questionários podem ser elaborados com perguntas fechadas –

padronizadas e com maior facilidade de aplicação, codificação e análise – e com perguntas

abertas – de maior variedade e exploração de respostas e resultados.

Assim, o questionário aplicado aos usuários da UFVnet pôde absorver as vantagens

dos dois modelos, sendo algumas perguntas fechadas e outras abertas. Desta forma, foi

possível explorar ao máximo as percepções e expectativas dos respondentes.

3.4 Métodos de análise de dados

Primeiramente, realizou-se a tabulação dos dados quantitativos adquiridos através das

respostas dos questionários. Sobre os dados qualitativos, a pesquisadora utilizou-se de

métodos interpretativos, a fim de compará-los com as informações obtidas na entrevista com

o respondente da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas do CPD.

Com o intuito de justificar e analisar o objeto do estudo, a mencionada comparação foi

fundamental para confrontar as expectativas dos criadores do sistema com as dos seus

usuários. E, a partir disso, foi possível respaldar os fatos extraídos dessas análises pelos

pontos cobertos na revisão bibliográfica previamente realizada, através da promoção de um

contraste entre a realidade e a teoria.

Finalmente, foram realizadas as devidas interpretações e comparações pela

pesquisadora acerca dos diversos grupos de informações. Como ressalta Yin (2005:151), “as

evidências do estudo de caso são examinadas, os posicionamentos teóricos são revisados e as

evidências são examinadas novamente de uma nova perspectiva, nesse modo interativo.”

Page 17: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

17

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 A Comunicação

Diversos são os conceitos utilizados para definir a comunicação. De acordo com

Argenti (2006), considerando-se as mais variadas definições sobre a comunicação e sua

evolução, é imprescindível que se entenda o processo comunicativo como algo além da

transmissão de dados ou informações. Comunicar-se significa dizer que existe produção e,

principalmente, troca de significados. Contudo, para que a comunicação ocorra efetivamente

de forma satisfatória, é preciso avaliar muitos fatores que influenciarão nesse complexo

processo.

4.1.1 Modelo sistêmico de comunicação

Existem diversos modelos de comunicação que se diferenciam por seus métodos e

procuram definir uma estratégia para a transmissão da informação. Contudo, devido à sua

abrangência, o modelo sistêmico de comunicação caracteriza-se por um modelo mais

complexo, pois considera não somente os objetivos de uma mensagem, mas também os

resultados obtidos com os esforços da comunicação.

Além de emissor, receptor, canal e mensagem, comuns em outros modelos de

comunicação, são partes a considerar-se a composição, a interpretação e, inclusive, a resposta.

Segundo Tomasi e Medeiros (2009), é o enfoque sistêmico que propicia a estratégica

dimensão das comunicações humanas. Nesse sistema, o receptor e sua relação à mensagem

Page 18: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

18

recebida, ou seja, o processo comunicativo como um todo pode distinguir-se por três

comportamentos distintos: passivo, ativo e pró-ativo.

Para justificar tal afirmação, declaram que

Se o destinador é passivo, ele recebe a mensagem, mas não a utiliza; se é ativo, o destinador recebe a mensagem e reage a ela. Por isso se diz que seu comportamento é reativo. No comportamento proativo, o emissor provoca uma mensagem da parte do destinador. Ele estimula o destinador a oferecer-lhe uma mensagem. (...) Assim, ora uma pessoa desempenha a função de emissor, ora de receptor. Da mesma forma, a função de receptor ou emissor pode não ser representada por uma única pessoa; às vezes ela o é por um grupo, por uma empresa, por toda a sociedade. (TOMASI e MEDEIROS, 2009:12)

Ou seja, a forma de reação do receptor será determinante para a definição da

verdadeira captação e, consequentemente, do sucesso da comunicação.

Tomasi e Medeiros (2009) definem os elementos que fazem parte da composição da

comunicação, são eles: signos, palavras, desenhos, sinais, ícones, símbolos, canal e outros.

Sob esse aspecto, entende-se por composição todo o processo que envolverá a transformação

de dados em uma mensagem a ser direcionada ao receptor, tendo em vista estratégias

persuasivas para o cumprimento dos objetivos.

Outro ponto importante a ser destacado é a aprendizagem, capaz de efetivar um

aumento da eficácia no processo comunicativo. Segundo Rego (1986: 48), “A aprendizagem

tem por função modificar pouco a pouco, em sequência e utilizando um grande número de

atos de comunicação, o registro do receptor que tende a aproximar-se do emissor.” Dessa

forma, o autor sugere que o conhecimento das diversas partes da comunicação é a solução

para a realização positiva da comunicação.

Contudo, não são essas as únicas preocupações para determinar uma comunicação

eficaz. Ainda existem vários outros fatores e processos que influem no resultado final, como

por exemplo, a interpretação, que é realizada pelo receptor a partir de seus sentimentos e

atribuições de sentidos à mensagem recebida. Pouco pode interferir o emissor nesse processo

de interpretação, porém deve-se reunir esforços para conhecer seus destinatários de maneira a

prever, ainda que remotamente, as possíveis leituras da mensagem realizadas por eles.

De igual importância, a mensagem deve estar adequada ao emissor. Sua credibilidade

será posta à prova e, se ele for digno de confiança, sua comunicação terá mais chance de obter

êxito. Caso contrário, mesmo que tenha um bom canal e uma mensagem clara a ser passada, a

eficácia da transmissão não será garantida devido ao descrédito sofrido pelo emissor.

Page 19: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

19

Levando em conta que cada emissor e receptor tem seu próprio conhecimento de

mundo, sejam eles: sentimentos, aspectos culturais, crenças, morais, dentre outros; é preciso

supor que esses recursos sejam utilizados no processo da comunicação. Assim como a cultura

e contextos sociais, a percepção de realidade individual de um interlocutor influenciará na

dinâmica da comunicação.

Por isso, muitos autores defendem que conhecer o destinatário da mensagem é uma

estratégia para o alcance de uma comunicação bem sucedida. Se há um conhecimento prévio

ou uma análise sobre o receptor, suas expectativas e sentimentos, pode ser que haja um

melhor entendimento de como ele irá receber uma determinada mensagem. E a partir disso,

poderá ser elaborada uma comunicação mais próxima da ideal. Schuler (2004:95) enfatiza

esse pensamento dizendo que “para uma comunicação eficaz, é necessário ter informações

sobre a pessoa ou pessoas para quem nos dirigimos”.

4.1.1.1 Canal

Outro aspecto importante é o canal adequado a cada processo comunicativo. A

mensagem pode atender aos objetivos que resultaram na sua elaboração e acordarem com a

capacidade de compreensão de quem irá recebê-la. No entanto, torna-se imprópria e

ineficiente se não atentar para a acessibilidade de seus destinatários, no que se refere aos

veículos transmissores da mensagem.

Schuler (2004:105) declara que o “meio, o canal físico para veicular a mensagem,

representa papel determinante no processo de comunicação. É ele que possibilita que a

mensagem chegue ao receptor-alvo no momento oportuno, com a intensidade e frequência

desejadas.”

Pode-se concluir então que o canal exerce um papel fundamental na transmissão de

uma mensagem. Não somente pela forma de encaminhar as informações aos seus devidos

destinatários, mas também por questões relacionadas ao melhor momento para o recebimento

da mensagem, com qual frequência ou repetição a mesma deve ser submetida e até as

melhores formas de abordagem de cada assunto em questão.

Se a escolha do canal ideal para cada ocasião for realizada de maneira adequada, essa

passa a ser uma valiosa estratégia para a eficácia da comunicação. Caso contrário, a

comunicação corre sérios riscos de não acontecer a contento. Assim, assimilando a verdadeira

Page 20: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

20

relevância dessa ferramenta é possível chegar ao melhor entendimento de como uma

comunicação eficiente pode ser desenvolvida.

Para tal, faz-se necessário um planejamento cauteloso, levando em consideração os

variados fatores que influenciam na escolha de um canal ideal. Alguns deles são citados por

Tomasi e Medeiros (2009:22), como: rapidez de transmissão; volume de informações a serem

transmitidas; complexidade das informações; flexibilidade da linguagem a ser utilizada;

número de receptores a serem atingidos; economia de recursos (tempo, esforço, dinheiro);

necessidade de confidencialidade; entre outros.

Nesse mesmo aspecto, os autores mencionados afirmam que é importante avaliar os

objetivos da comunicação, ou seja, entender o motivo da mesma, quais são as expectativas de

seus emissores e que metas precisam ser alcançadas a partir dela; definir as formas físicas que

serão utilizadas, quer dizer, os meios de comunicação a serem utilizados; calcular a

disponibilidade financeira para a concretização do processo; e, fundamentalmente, identificar

os receptores, a quem realmente interessa a mensagem.

A tarefa de definição dos receptores é árdua, porém se houver uma minuciosa

avaliação de quem é a real audiência de uma mensagem, o canal pode ser alinhado de forma a

alcançar seu público com eficácia. Ou seja, para a determinação de um canal eficiente não há

outra saída diferente da caracterização do destinatário, traçando seu perfil, analisando

aspectos como estilo de vida, cultura, crenças, entre outros. Com efeito, será a partir desse

reconhecimento do receptor que o canal poderá ser escolhido com precisão e, assim, a

transmissão terá grandes chances de ser concluída com sucesso.

4.1.1.2 Ruídos

De acordo com Teixeira (2007:14),

Quando algum dos elementos não está completamente integrado ao processo de comunicação ou ocorre algum tipo de interferência, aparecem os ruídos na comunicação. Podem ser fatores externos à comunicação, físicos ou não, que impeçam que a idéia original codificada chegue de forma satisfatória ao receptor.

Isto significa dizer que os ruídos fazem parte do cenário do processo comunicativo no

que concerne às inadequações ou insucessos durante a transmissão da mensagem. Tomasi e

Medeiros (2009) sugerem que tais ruídos podem ter procedentes variados, ou seja, podem ser

técnicos, tratam dos canais e seus defeitos; organizacionais, relativos às formas como serão

Page 21: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

21

estabelecidas as organizações para o recebimento das informações; semânticos, originados por

imprecisões e má utilização de expressões; e de atitudes e comportamentos, gerados pela

influência de como cada mensagem é transmitida.

Devido às diversas possibilidades de surgimento de ruídos, os mesmos são muito

comuns na comunicação organizacional e sua existência é considerada prejudicial para o

desenvolvimento de uma comunicação positiva. Portanto, saber identificar os ruídos e o

porquê de sua aparição são os primeiros passos para a correção desse problema.

4.1.1.3 Feedback

Uma comunicação circular ou sistêmica terá o feedback do receptor como mais uma

fonte de avaliação da comunicação bem sucedida, pois a partir dessa resposta é possível

analisar os efeitos da transmissão da mensagem. Se recebida de forma positiva, a mensagem

alcançará os objetivos traçados pelo emissor. Do contrário, a comunicação pode vir a falhar.

Como nem todas as mensagens têm aspecto favorável, é comum criar-se sentimentos

adversos nos interlocutores. Eles podem ser de frustração ou tensão, sentimentos que geram

reações divergentes com as esperadas por parte dos destinatários, tais como: apatia sobre a

informação, sentimento de pouca importância ou inutilidade do tema, retenção das

informações ou distração da atenção para chegar a objetivos particulares.

Tomasi e Medeiros (2009:24) sugerem que “o comunicador deve prever reações não

favoráveis a seus objetivos. A resposta do destinatário é um dado importante para o controle

da eficácia da comunicação. Por ela podemos avaliar a qualidade das estratégias utilizadas”.

Enfim, muitas são as reações possíveis quando se trata de transmissão de uma

mensagem, por esse motivo, a capacidade do emissor prever o que sua informação causará no

destinatário pode determinar a melhor forma de abordagem do tema, obtendo assim um

melhor entendimento e receptividade.

Page 22: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

22

4.2 Comunicação Organizacional

Após o período de industrialização, o mundo foi testemunha do avanço da tecnologia

da informação, que trouxe com ela uma nova realidade para as sociedades e organizações em

todo o globo. De acordo com Vieira (2004:18),

A Revolução Tecnológica, mais rápida e silenciosa do que a Revolução Industrial, introduz na sociedade conhecimentos, invenções e criações estéticas, todos produtos do intelecto humano, dos quais derivam outras tantas manifestações que o homem usa para diversos fins: expansão industrial, facilitação de comunicações, sensibilização, transmissão de conhecimentos, administração, produção de bens e serviços, e com benefícios vários, alterando radicalmente as técnicas de produção e a relação do homem com o trabalho.

A partir desse momento, a comunicação passa a exercer papel vital para o bom

desempenho de qualquer organização, uma vez que se entende como sendo sua

responsabilidade manter as interações em todo o ambiente organizacional.

Reforçando essa idéia, Schuler (2004:11) determina que “a comunicação está presente

em todas as formas de organização conhecidas na natureza, tanto que se pode afirmar que a

única maneira de haver organização é através da comunicação.”

Com efeito, ao longo dos últimos anos, a comunicação tornou-se peça chave para a

sobrevivência das organizações. Para justificar essa afirmativa, Pinho (2006:28) expõe que

“por sua natureza, a comunicação organizacional é multifacetada e pode ser entendida como

uma combinação de processo, pessoas, mensagens, significados e propósitos.”

Mais adiante, o mesmo autor objetiva essa declaração relacionando os elementos

comuns dentro desse variado conjunto de definições:

1. A comunicação organizacional ocorre dentro de um sistema aberto complexo, o qual é influenciado e influencia o seu ambiente, tanto interno (a chamada cultura organizacional) como externo. 2. A comunicação organizacional envolve mensagens e seus fluxos, propósitos, direções e mídia. 3. A comunicação organizacional envolve pessoas e suas atitudes, sentimentos, relacionamentos e habilidades (PINHO, 2006:28).

Para Hall (apud KUNSCH 2003:78), “as comunicações assumem muitas formas nas

organizações: algumas são totalmente inter-pessoais; outras dizem respeito a assuntos internos

da organização; e outros, ainda, se voltam para os vínculos entre a organização e seus

ambientes.” O que pode ser percebido como uma nova realidade nas organizações, pois com o

Page 23: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

23

dinamismo imperado no dia-a-dia das organizações, a comunicação é tratada e trabalhada de

forma a explorar toda sua potencialidade.

Em concordância com essa afirmação, Goldhaber (apud KUNSCH, 1997:68) afirma:

A comunicação organizacional é considerada como um processo dinâmico por meio do qual as organizações se relacionam com o meio ambiente e por meio do qual as subpartes da organização se conectam entre si. Por conseguinte, a comunicação organizacional pode ser vista como o fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes.

Em uma outra perspectiva, Rego (1986) declara que a comunicação exerce seu poder

expressivo em uma organização e intermedeia o discurso organizacional. Compete a ela

promover a aceitação da ideologia empresarial, tanto interna quanto externamente. Nesse

papel, cumpre o que chama de função-meio, pois será responsável por sincronizar as

informações e, desta forma, auxiliar na realização das funções-fim, legitimando outros poderes

da organização, alcançando seus objetivos. A partir disso, fica evidente que a comunicação

trabalha de forma a auxiliar os mais variados setores da organização e, consequentemente, a

alcançar suas metas, sejam elas relacionadas à produtividade, à imagem para clientes, ou a

qualquer outro objetivo da organização.

4.3 Tecnologia da Informação

De acordo com McGee e Prusak (1994), o elemento chave da Tecnologia da

Informação é a própria Informação, pois é ela a responsável por proporcionar a maior

possibilidade de retorno para uma organização. Entretanto, devido às constantes mudanças na

indústria tecnológica, é comum as atenções serem desviadas para as utilidades que a

Tecnologia da Informação pode realizar quando deveriam estar focadas nas melhores formas

de se obter as informações.

Nesse sentido, os autores afirmam que

Embora a informação seja um ativo que precisa ser administrado, da mesma forma que os outros tipos de ativo representados pelos serem humanos, capital, propriedades e bens materiais, ela representa uma classe particular dentre esses outros ativos. As diferenças decorrem do próprio potencial da informação, assim como do desafio de administrá-la ou gerenciá-la (McGEE e PRUSAK, 1994:23).

Page 24: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

24

4.3.1 Sistema de informação

Em se tratando de um sistema de informação, constata-se a importância em se

diferenciar dados, informação e conhecimento. De acordo com Turban et al.,

Dados são fatos puros ou descrições básicas de coisas, eventos, atividades e transações que são capturados, registrados, armazenados e classificados, mas não organizados para transmitir qualquer significação. (...) Informação é um conjunto de fatos (dados) organizados de modo a fazer sentido para o destinatário. (...) O conhecimento consiste em informações organizadas e processadas para transmitir discernimento, experiências, aprendizagem acumulada ou habilidade, se aplicável a um problema ou processo empresarial atual. As informações que são processadas para extrair implicações críticas e refletir experiências e habilidades anteriores fornecem ao receptor o conhecimento organizacional, que é altamente valorizado (TURBAN et al. apud PINHO, 2006:314)

Diante disto, um sistema de informação é a combinação de recursos técnicos e

humanos, que juntos são capazes de realizar as mais diversas atividades relacionadas à

informação. Como demonstram os mesmos autores, um sistema de informação sustentado

com base em computador, possui os seguintes componentes:

• Hardware é um conjunto de equipamentos, como processadores, monitores, teclados e impressoras. Juntos, eles aceitam dados e informações, processam-nos e permitem sua visualização.

• Software é um conjunto de programas que permite que o hardware processe dados.

• Banco de dados é uma coleção de arquivos, tabelas e outros dados inter-relacionados que armazenam dados e suas respectivas associações.

• Rede é um sistema de ligação que permite o compartilhamento de recursos entre diversos computadores.

• Procedimentos são um conjunto de instruções sobre como combinar os elementos ora mencionados de forma a processar a informação e gerar o output2 desejado.

• Pessoas são aqueles indivíduos que trabalham com o próprio sistema ou utilizam seu output (TURBAN et al. apud PINHO, 2006:314).

Com relação à implantação de um sistema de informação eficiente, a colaboração dos

utilizadores das informações é entendida como uma solução positiva. McGee e Prusak

(1994:119) explicitam a participação dos usuários nesse desenvolvimento, através de “seu

próprio conhecimento e experiências para trazer notáveis perspectivas ao processo.”

Explicando que os funcionários a utilizarem tais sistemas devem e são bem vindos a

contribuir para a elaboração de seu projeto e desenvolvimento. 2 Output – Saída ou retorno de dados (Tradução da pesquisadora)

Page 25: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

25

Ainda, assim como na comunicação é tão importante saber quem são os destinatários

de uma determinada mensagem, na tecnologia da informação a identificação de requisitos de

informação é fundamental. Os autores declaram que “essa é a mais importante tarefa dentro

do processo” (McGEE e PRUSAK, 1994:115) e, mesmo assim, os responsáveis pelo projeto

de sistemas de informação pensam poder presumir ou adivinhar a informação necessária a

quem o sistema auxiliará. Contudo, com a colaboração dos utilizadores, a probabilidade de se

criar um sistema que atenda com mais eficácia às necessidades é maior.

4.3.2 Tecnologia da Informação e a Comunicação

O desenvolvimento da tecnologia da informação permite uma maior democratização

da comunicação. Segundo DuBrin (apud PINHO, 2006), as informações são disponibilizadas

de forma mais ampla e direta, reduzindo as funções intermediárias relacionadas à condução

delas. Para ele, as tecnologias da informação promovem um aumento na velocidade da

comunicação, o que facilita o acesso imediato à informação, permite a troca de informação

entre locais geográficos diferentes e, ainda, garante o processamento de grandes quantidades

de dados.

Outra questão importante destacada por McGee e Prusak (1994:219) é que

Embora a tecnologia da informação possa aperfeiçoar, de muitas formas, o aprendizado individual numa organização, uma tarefa mais importante é captar o conhecimento para benefício da organização. Isso ocorre de várias formas. Uma delas é a melhoria da coordenação, comunicação e colaboração entre os indivíduos de forma que o conhecimento especializado e o aprendizado individual possam ser transferidos dos indivíduos com conhecimento para os que necessitam ou lucrar através desse conhecimento.

Os autores relacionam outro ponto de valor em se tratando do bom emprego da

tecnologia da informação e afirmam que é preciso garantir-se que o sistema está adaptado à

maneira como os usuários utilizam as informações. Para tanto, destacam que a melhor forma

de fazê-lo é “obter a cooperação do usuário nos projetos das interfaces do sistema (...) já que

os principais usuários da informação estarão trabalhando para montar o sistema em todas as

tarefas necessárias” (McGEE e PRUSAK, 1994:118).

Page 26: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

26

4.3.3 Efeitos das Tecnologias da Informação na Comunicação

Como demonstra Pinho (2006), as tecnologias da informação e comunicação

desestruturam barreiras hierárquicas de comunicação, devido ao fluxo de informações ser

realizado em todos os níveis. Essa constatação supõe que a comunicação passa a ser moldada

por uma rede integrada e também propicia uma mudança no trabalho organizacional.

Para Cheney et al. (apud PINHO, 2006) podem ser diagnosticados dois níveis de

impactos das tecnologias de comunicação nas organizações atuais, efeitos de primeiro e

segundo nível. De acordo com eles, os efeitos de primeiro nível são efeitos técnicos e

práticos, razões para a implantação de uma tecnologia específica. Já os efeitos de segundo

nível são os que surgem a partir de novas tecnologias de comunicação, provocando nas

pessoas novas expectativas e ações.

Quadro 1: Alguns efeitos das tecnologias de comunicação nas organizações

Efeitos de primeiro nível

Fonte: Cheney et al. (apud PINHO, 2

Assim, os efeitos das tec

de demonstrar a tentativa da adm

possibilitem seu desenvolviment

A

fl

F

M

re

F

a

N

d

M

in

G

M

Efeitos de segundo nível

Proliferação da informação/

sobrecarga de informação

Aumento na pressão para um

rápido retorno dos pedidos

006:325)

nologias da info

inistração em r

o.

Aumento na pressão do trabalho

Mais comunicação sem

fronteiras definidas

Redução da conformidade

celeração e regularização dos

uxos de informação

acilitação do acesso à informação

elhoria da flexibilidade e da

ação (resposta) da organização

acilidade de monitoração das

tividades

r

e

ovos tipos e formas de colaboração além

o espaço e do tempo

aior capacidade para o armazenamento de

formação

anhos em produtividade e em eficiência

aior participação

mação podem coexistir como uma maneira

spaldar a organização com ferramentas que

Page 27: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

27

4.4 A Intranet

4.4.1 Conceituando Intranet

À medida que o desenvolvimento tecnológico avançava e desempenhava papel

fundamental na nova realidade global, ambientes computadorizados assumiam o cenário das

empresas e organizações de uma forma consistente, trazendo uma série de novas ferramentas

capazes de agilizar o processo administrativo em seus mais variados âmbitos.

A Intranet pode ser destacada como uma das ferramentas mais fáceis, úteis e de baixo

custo para as organizações. Segundo Laudon e Laudon (apud OLIVEIRA e ABDALA,

2003:35-36),

As Intranets são redes de informações internas projetadas sobre a Internet, que objetivam agilizar o processo de comunicação organizacional e o compartilhamento dos dados e informações disponíveis na base, mantendo afastados os usuários não autorizados. São utilizadas, principalmente, como meio para divulgar as informações corporativas aos colaboradores, já sendo usual nas empresas disponibilizar na Intranet todo tipo de documentos, manuais, listas, planos, cronogramas, material de vídeo e áudio, de forma simples, sem burocracia e com a vantagem de estarem sempre atualizados.

Quer dizer que Intranet utiliza-se de uma arquitetura similar à da Internet, com o

aproveitamento da tecnologia e infra-estrutura de comunicação de dados provenientes dela,

para viabilizar o acesso de um restrito grupo de usuários a informações da organização.

Figura 1: O modo de compartilhar uma informação através da Intranet.

Fonte: Rodriguez e Ferrantes (2000:348)

Page 28: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

28

4.4.2 Utilização da Intranet

A implementação da Intranet em uma organização é a demonstração de que a mesma

se preocupa com a melhoria de seus sistemas operacionais e seu fluxo de informações.

Entende-se que a Intranet é uma ferramenta capaz de dinamizar, nos variados aspectos, as

atividades de uma empresa, ao passo que disponibiliza serviços e informações com maior

facilidade que os métodos anteriores a ela. Considera-se a Intranet um sistema facilitador da

rotina de seus usuários, o qual aperfeiçoa a comunicação e a administração organizacional.

Matos (2006:96) destaca que “as Intranets passaram a ser a tecnologia de rede que

mais cresceu no final da década de 1990”, o que demonstra não somente sua relevância como

tecnologia da informação, mas também sua utilidade para desenvolver as organizações.

O crescimento da utilização da Intranet nas mais variadas empresas e organizações é

justificado pelo “baixo custo para sua implementação, facilidade de uso e, compatibilidade

com as diversas plataformas existentes no mercado” (OLIVEIRA e ABDALA, 2003:36). Ou

seja, evidencia-se como um sistema que demanda pouco investimento capital para sua

aplicação, e esse investimendo pode ser considerado baixo em relação aos seus benefícios. À

medida que agiliza serviços administrativos; disponibiliza informação; viabiliza a

comunicação; entre outros, torna-se uma ferramenta mais viável que os outros meios

anteriores a sua utilização.

Para Oliveira e Abdala (2003:36), “esta rede interna possibilita que unidades

operacionais, departamentos e áreas da empresa dispostos em diferentes locais aprendam,

compartilhem aplicações, informações e se comuniquem de forma interativa, eliminando

redundância de dados, distância, papel, reduzindo tempo, custos e principalmente

promovendo o acesso dos funcionários ao conhecimento do negócio que circula em toda

organização”.

Em concordância, Matos (2006:97) destaca como grandes vantagens da Intranet:

abrir e manter canal de comunicação; contribuir para a formação de opinião entre o público interno; encaminhar com rapidez memorandos e comunicados internos; divulgar informações administrativas e funcionais; atualizar as notícias sobre a política de recursos humanos; apurar melhor as notícias sobre o mercado e o segmento de atuação; facilitar mais a elaboração de relatórios, impressão, gerenciamento e compartilhamento de documentos e arquivos, etc.

Além dos fatores citados acima, é importante perceber que a Intranet minimiza os

custos administrativos de uma organização em muitos aspectos, seja na “economia do uso de

Page 29: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

29

papel, fax, telefone e principalmente no custo de distribuição de documentos” (OLIVEIRA e

ABDALA, 2003:72). Ainda, possibilita a redução de custos por viabilizar a substituição dos

meios convencionais de comunicação corporativa interna, tais como folhetos, jornais, revistas

até chegar aos comunicados em folhas avulsas, comuns nas organizações.

Em suma, devido à utilização da Intranet nas organizações, a comunicação interna

passa a ser informatizada e padronizada, possibilitando, com isso, um acesso rápido e fácil a

dados corporativos, provando sua funcionalidade como um instrumento capaz de otimizar as

mais diversas atividades administrativas.

4.4.3 Segurança da Intranet

Diferentemente da Internet que, “acessível universalmente” (PROBST et al.,

2002:152), tem como característica a impossibilidade de ser controlada, a Intranet oferece um

nível de proteção de dados mais elevada, devido às diretrizes de utilização serem restringidas

aos usuários identificados. Essa questão possibilita que a Intranet tenha uma maior

capacidade de confidencialidade de seus conteúdos em comparado à Internet.

Para Turban et al. (apud OLIVEIRA e ABDALA, 2003:36), a mencionada restrição

ao acesso das informações de uma Intranet, é possível “por meio de um firewall (sistema de

segurança com software especializado para impedir que estranhos invadam as redes privadas),

permitindo acesso somente a pessoas autorizadas, geralmente membros da própria

organização.”

Os chamados Firewalls, ou barreiras de proteção, servem para aumentar a segurança

das redes corporativas, permitindo acesso à Intranet somente dos usuários autorizados. De

acordo com Gallo e Hancock (2003:535), “são dispositivos ou produtos que permitem que os

sistemas ou o administrador de rede restrinjam o acesso a componentes de rede.”

Reforçando a idéia de que os Firewalls agem como um filtro no fluxo de comunicação

da Intranet, O’Brien (apud OLIVEIRA e ABDALA, 2003:38) afirma que “os ‘guardiões’

atuam como filtros no processo comunicacional, dispostos entre o recebimento e a

transmissão dos dados, e que se tornaram um componente essencial das organizações que se

conectam com a Internet, tendo em vista a vulnerabilidade e falta de segurança da Rede.”

Com efeito, a Intranet diferencia-se da Internet em relação à segurança devido à

inclusão de sistemas que ajudam a prevenir contra invasão e apropriação de informações da

Page 30: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

30

organização por usuários que não sejam autorizados. Sistemas esses implementados de acordo

com a política de segurança de cada organização.

Figura 2: Relações entre a Intranet e a Internet

Fonte: PROBST et al. (2002:86)

Page 31: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

31

5 ESTUDO DE CASO

5.1 A Intranet da UFV – A UFVnet3

A Intranet da Universidade Federal de Viçosa, chamada de UFVnet, foi criada em

1995. Isso se deu devido à necessidade de viabilizar uma plataforma de informações melhor

distribuída entre os diversos setores da UFV. Ao longo dos anos, a UFVnet foi aprimorando

seus recursos e se adequando aos avanços tecnológicos. Atualmente, atende aos seus usuários

de forma ágil e prática nos mais diversos níveis de serviços.

A UFVnet é projetada sob a Internet e utiliza o mesmo diretório de Web

(www.ufv.br), extrapolando o domínio físico da organização. Esse fator possibilita que os

usuários naveguem pela página em qualquer lugar que estejam. Contudo, esse acesso tem

restrições a cada tipo específico de usuário. Ou seja, ao entrar em cada sistema disponível na

Intranet, é necessário a identificação do usuário para que seja realizada a verificação da

autorização e, somente se positiva, o conteúdo será disponibilizado.

Por ser um canal com expressiva abrangência, a UFVnet busca atender aos seus

diversos públicos, sejam eles funcionários, professores, alunos, ou apenas visitantes. E devido

a essa pluralidade de serviços disponíveis, mantém um forte sistema de segurança para que

suas informações não sejam adquiridas indevidamente. Para tal, nos sistemas restritos, é

preciso identificar-se como um usuário autorizado, através do preenchimento de campos

como nome e senha (login4) e após identificação e compatibilidade de permissão para aquele

respectivo sistema, o ususário poderá ter seu acesso liberado. Por exemplo, mesmo que um

3 Todas as informações acerca da UFVnet foram obtidas através da entrevista (vide APÊNDICE II, p.60) e visita ao SEPAR. 4 Login: LOG IN – Autenticação Interna (Tradução da pesquisadora)

Page 32: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

32

aluno tenha um login válido, ele não poderá acessar páginas restritas somente para

funcionários. Dessa forma, garante-se a segurança do sistema e das informações nele contidas.

Como mencionado, a UFVnet tem uma vasta aplicabilidade, pois fornece desde

informações organizacionais, como Histórico, Atos e Portarias, Organograma, Fotos, dentre

outros, até chegar aos diversos tipos de serviços tanto para alunos, quanto para funcionários.

Divulga notícias relacionadas à UFV diariamente, provê um portal de e-mail e, ainda,

disponibiliza uma ferramenta de auto-avaliação. Enfim, a UFVnet utiliza sua potencialidade

como canal de informação e o explora em todos os meios possíveis.

5.2 Sistema de Controle de Processos da UFV – O SisProcesso5

Dentro desse contexto da UFVnet e suas diversas abordagens da comunicação, estão

disponíveis aplicativos que foram criados com o intuito de auxiliar na realização de funções

administrativas e, assim, dinamizar as muitas tarefas cotidianas de seus funcionários. Como

exemplo, pode-se destacar o Sistema de Controle de Processos da UFV.

O Sistema de Controle de Processos (SisProcesso) é um software6 que permite todo o

controle da tramitação de processos da UFV. A partir dele, é possível gerar a abertura de

qualquer processo administrativo, de maneira descentralizada, ou seja, nos departamentos,

órgãos ou qualquer setor administrativo através de um usuário que tenha acesso ao sistema e

permissão para fazê-lo.

O SisProcesso surgiu devido ao grande volume de processos criados e tramitados

diariamente na UFV, estima-se uma média de 18.000 processos abertos anualmente na UFV7.

Assim, essa ferramenta foi implementada para viabilizar desde a abertura até a localização de

um determinado processo com maior agilidade, além de criar um novo protocolo de

tramitação dos processos através do sistema, como por exemplo, a confirmação de entrada

(recebimento) e a saída (envio) virtualmente.

O Setor de Protocolo e Arquivo (SEPAR) é a central controladora da tramitação de

processos e também onde se armazenavam todos os processos da UFV. A partir da criação do

5 Todas as informações acerca do SisProcesso foram obtidas através da entrevista (vide APÊNDICE II, p.60) e visita ao SEPAR. 6 Vide definição de software página 24 deste estudo. 7 FONTE: MOREIRA, Leacyra. Diagnóstico empresarial para detectar as dificuldades encontradas pelos usuários do Sistema Distribuído de Controle de Processos Administrativos (SISPROCESSO) da Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2008.

Page 33: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

33

SisProcesso, em 1996, o SEPAR passou a ser o responsável pela manutenção e a boa

utilização do sistema por todos os seus usuários. Para isso, conta com funcionários que

fiscalizam a tramitação diária dos processos, atentando para a confirmação de entrada e saída

por parte dos usuários, além da abertura de novos processos de forma correta.

O protocolo realizado através do SisProcesso segue a seguinte tramitação:

1. Um usuário autorizado gera o registro de um novo processo via rede;

Figura 3: Registro de processo

Fonte: https://net-server.cpd.ufv.br/SisProcesso

2. As informações do novo processo são enviadas para o SEPAR, que imprime a

nova capa e o disponibiliza para o órgão responsável pela sua criação;

3. O “criador” do processo, então, realiza seus devidos lançamentos e o encaminha

para seu respectivo destinatário (“Destino”). Envia o processo físico e faz o

laçamento de “saída” no sistema, incluindo a informação de destino;

Page 34: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

34

Figura 4: Caixa de saída

Fonte: https://net-server.cpd.ufv.br/SisProcesso

4. Após o envio, o destinatário recebe a informação da chegada de um novo processo

na sua caixa de entrada. Recebido o processo físico, realiza-se a confirmação de

recebimento; e assim sucessivamente até o esgotamento dos trâmites.

O SisProcesso também disponibiliza ferramentas para consulta de processos, de modo

a agilizar a localização de um determinado processo e disponibilizar informações gerais

acerca do mesmo. Essa consulta pode ser realizada através de duas formas distintas:

Figura 5: Consulta pelo número do processo

Fonte: https://net-server.cpd.ufv.br/SisProcesso

Page 35: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

35

Figura 6: Consulta por assunto/ parte interessada

Fonte: https://net-server.cpd.ufv.br/SisProcesso

O SisProcesso ainda disponibiliza ferramentas para a inserção e acompanhamento de

tramitação interna a um setor específico. Essa possibilidade foi criada recentemente, apenas

há três anos atrás, e teve como principal objetivo respaldar os setores com grande volume de

processos. Por exemplo, o Registro Escolar, a Pró-Reitoria de Recursos Humanos, a

Procuradoria Jurídica, a Reitoria, entre outros, são órgãos onde há a maior demanda de

informações precisas da localização de cada processo devido à grande quantidade de

processos a serem controlados e tramitados diariamente.

Page 36: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

36

6 ANÁLISE DE DADOS

Com o propósito de alcançar os objetivos deste estudo, foi desenvolvida uma pesquisa

com os profissionais usuários da Intranet da UFV que, por intermédio desta, utilizam o

programa SisProcesso para tramitar os processos administrativos da organização em questão.

Tais usuários caracterizam-se pela função administrativa, auxiliares e assistentes

administrativos, e atuam nas secretarias dos diversos órgãos e departamentos da Universidade.

Além disso, realizou-se entrevista com um profissional analista de Tecnologia da

Informação da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas da Central de Processamento de

Dados e, ainda, uma visita ao setor responsável pela fiscalização de sua utilização do

SisProcesso, denominado Setor de Arquivo e Protocolo – SEPAR.

As duas técnicas de análise foram aplicadas com a finalidade de criar uma discussão

entre as expectativas dos responsáveis pelo sistema confrontadas com a realidade ocorrida na

prática dos usuários. Dessa forma, acredita-se que a seleção aleatória de usuários em diversos

departamentos e órgãos pode alcançar um resultado mais próximo da realidade, no que se

refere à funcionalidade da Intranet da UFV como canal provedor de variados recursos. Dentre

estes, o sistema de tramitação de processos adiministrativos (SisProcesso) foi escolhido para

análise em vista de sua ampla utilização.

Outra importante questão a ser ressaltada é a diversidade de utilização do sistema e

suas funções em cada setor. Isto quer dizer que, por mais que todos as secretarias lidem

diariamente com processos administrativos, fazendo uso, então, do SisProcesso, alguns órgãos

o utilizam com uma maior frequência devido ao grande volume diário de processos

tramitados.

Page 37: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

37

6.1 Frequência de utilização do SisProcesso

Como previamente explanado no Referencial Teórico, o canal compõe a lista dos

principais elementos do processo comunicativo. Isto porque, de acordo com as afirmações de

Schuler (2004), o canal é o meio físico que exerce a função de conduzir as informações do

emissor ao receptor. Ainda, é através do canal que os destinatários têm a oportunidade de

receber a mensagem no momento certo, com intensidade e frequência necessárias para

cumprir os objetivos da comunicação.

Assim, o primeiro gráfico demonstra a frequência com que o sistema SisProcesso é

utilizado. Considerando que 84% dos entrevistados declararam utilizar o programa várias

vezes ao dia, é possível constatar que a UFVnet proporciona um alto fluxo de transmissão de

dados diariamente, ainda que o restante dos usuários tenham alegado utilizá-lo ao menos uma

vez ao dia.

A partir disso, é possível concluir que a ferramenta tem a colaboração dos seus

utilizadores para continuar fornecendo as informações atualizadas de acordo com sua proposta

de existência. Ou seja, os usuários são os próprios responsáveis por fomentar a qualidade e

eficiência da comunicação e, uma vez que alegam utilizar o sistema com a mencionada

frequência, demonstram sua responsabilidade e contribuição nesse processo.

84%

16%

0 0 00%

20%

40%

60%

80%

100%

Frequência de utilização do SisProcesso

Várias vezes ao dia

Uma vez ao dia

Três vezes porsemanaUma vez por semana

Nenhuma vez

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 1: Com que frequência você utiliza o programa SisProcesso?

Page 38: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

38

6.2 Treinamento dos usuários

Retomando a afirmação de Rego (1986) sobre a importância da aprendizagem, é

possível entender que esse elemento tem grande repercursão em um ambiente organizacional.

Isso porque quanto melhor a compreensão das diversas partes do processo comunicativo,

maior a probabilidade dele ser efetuado de maneira satisfatória. Assim, o autor sugere que o

aprendizado é adquirido através de grande quantidade de atos comunicativos a fim de

estabelecer um maior contato entre emissor e receptor.

Para reforçar essa idéia, pode-se utilizar a explicação de Goldhaber (apud KUNSCH,

1997) sobre a comunicação organizacional. O autor afirma que essa deve ser considerada

dinâmica, uma vez que é capaz de realizar interações entre as diferentes partes da

organização, promovendo uma conexão entre elas.

De acordo com o exposto, constata-se a relevante participação tanto dos emissores

quanto dos receptores nesse processo comunicativo. Para isso, é necessário que haja

entendimento entre os meios como essa comunicação será realizada e como se dará a

interação entres as partes.

Com o propósito de cobrir essa questão, em entrevista ao CPD, questionou-se sobre a

existência de treinamentos que capacitem os funcionários a utilizar o programa de forma

eficiente e eficaz.

Obteve-se como resposta a informação de que são realizados treinamentos, em média,

uma vez ao ano ou quando ocorre um número muito elevado de contratações. Esses

treinamentos costumam ser baseados na demonstração do programa e no seu uso correto,

quais são as formas de inserção de informações e de melhor aproveitamento das funções

disponíveis. Além disso, há a oportunidade para os usuários praticarem os conhecimentos

adquiridos.

O exposto acima pode ser comprovado a partir dos resultados obtidos na pesquisa

com os funcionários, pois o próximo gráfico demonstra que praticamente a totalidade dos

usuários, 92%, receberam algum tipo de treinamento para utilizar de maneira correta o

sistema SisProcesso.

Apenas 8% não obtiveram nenhum tipo de orientação para operar o programa.

Page 39: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

39

92%

8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Treinamento

Sim Nâo

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 2: Você recebeu algum tipo de treinamento para utilizar o SisProcesso?

6.2.1 Tipo de treinamento

Segundo o entrevistado do CPD, a quantidade de treinamentos realizados anualmente

não deve ser considerada baixa e essa realidade não resulta em nenhum tipo de implicador

negativo. De acordo com ele, o programa foi elaborado de tal forma que os próprios usuários

podem ser capazes de repassar seus conhecimentos e demonstrar como é realizado seu

manuseio, caso necessário.

“O sistema é desenvolvido para que suas funções sejam transparentes, amigáveis e

fáceis de serem usadas e de preferência que os próprios usuários possam ser disseminadores

do sistema”(Vide APÊNDICE II, p. 63).

Em concordância com as alegações citadas no tópico anterior, quando perguntados que

tipo de orientação obtiveram para trabalhar com o SisProcesso de maneira eficaz, 52% dos

entrevistados declararam que assistiram a um curso ou palestra.

Retomando as afirmações do mencionado entrevistado sobre o compartilhamento de

conhecimento entre os usuários do programa, 28% dos mesmos alegaram que aprenderam a

utilizar o sistema a partir de instruções de um colega.

Ressalta-se a relevância do compartilhamento de conhecimentos entre os funcionários

de uma organização. Como consideram McGee e Prusak (1994), é importante haver

Page 40: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

40

colaboração e coordenação entre os indivíduos para que o conhecimento especializado e o

aprendizado individual possam ser transmitidos a quem não os possui.

Além disso, como descrito por Pinho (2006:314), “a comunicação organizacional

envolve pessoas e suas atitudes, sentimentos, relacionamentos e habilidades.” O que pode

resultar em um repasse de informações e conhecimentos mais amigável entre os indivíduos de

um determinado grupo, por exemplo.

Desta forma, foi comprovada na pesquisa que o compartilhamento e transmissão de

conhecimento é uma prática característica entre os usuários do SisProcesso e, ainda, confirma

o objetivo dos idealizadores do programa no sentido de viabilizarem uma ferramenta simples

e de fácil manuseio.

Por último, os demais respondentes do questionário, 12% declaram ter aprendido a

trabalhar com o programa por outras vias. Dentre as respostas recebidas, treinamento setoriais

formam a maioria de respostas relacionadas à alternativa “Outros”.

52%

28%

12%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Tipo de orientação

Curso ou palestra

Aprendi com colega

Outros

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 3: Se sim, qual orientação obteve para utilizar o programa?

Page 41: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

41

6.3 Utilização do SisProcesso

6.3.1 Dificuldades de utilização

A colaboração dos funcionários é um elemento importante para que a comunicação

ocorra de maneira satisfatória. Como afirmam Oliveira e Abdala (2003:73), é importante

considerar o “conjunto das pessoas que irão utilizar os sistemas de informação, bem como os

métodos de trabalho utilizados pelas mesmas em suas atividades.” Portanto, entender a

maneira como os funcionários desempenham suas funções pode tornar-se uma boa estratégia

para atentar a suas possíveis dificuldades de adesão e utilização de um novo sistema.

Desse modo, é necessário preparar-se para amenizar as possíveis dificuldades

encontradas por esses profissionais para que eles não sejam impedidos de contribuir no

processo comunicativo. Assim, deve-se atentar para casos em que os usuários do sistema não

estejam aptos para utilizá-lo ou não possuam conhecimentos suficientes das ferramentas

disponíveis.

Como defendem McGee e Prusak (1994), outro importante fator é o reconhecimento

de que o sistema esteja adaptado à forma como os usuários trabalham com a informação.

Sendo assim, uma maneira de garantir a eficácia de um programa é através da participação de

seus próprios usuários na sua elaboração. Essa seria uma outra forma de minimizar as

possíveis dificuldades de utilização de um novo sistema de informação.

Nesse sentido, foi questionado aos usuários do SisProcesso se eles sentiram

dificuldades em utilizar o programa. Como a totalidade dos entrevistados alegou não possuir

problemas em utilizar o sistema, concluiu-se que os mesmos o manejam de forma coerente

com as intenções de sua implantação. (grifo nosso)

Ainda, com a constatação de que não há dificuldades na execução do trabalho,

comprova-se a idéia de que o sistema atende às expectativas dos seus usuários, provendo uma

ferramenta considerada fácil. Desta forma, não se ausentam de suas responsabilidades

administrativas e, principalmente, comunicacionais, produzindo e transmitindo uma série de

informações relevantes à organização.

Page 42: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

42

6.3.2 Utilidades do sistema

Uma das utilidades da Intranet definidas por Laudon e Laudon (apud OLIVEIRA e

ABDALA, 2003) é a possibilidade de compartilhar dados e informações disponíveis na base.

Ou seja, providenciar e dinamizar a transmissão de informações é uma das características

mais importantes desse canal.

Com isso, quando questionados sobre a utilidade do programa SisProcesso, os

usuários, em sua totalidade, responderam positivamente. Dessa maneira, é possível constatar

que a criação do sistema corresponde às expectativas de seus idealizadores (CPD), uma vez

que a justificativa de sua elaboração e implementação era agilizar a tramitação dos processos

administrativos, tal como citou o respondente:

“Controlar a tramitação entre os órgãos e internamente aos órgãos” (Vide

APÊNDICE II, p. 60).

De acordo com Oliveira e Abdala (2003), quando a comunicação organizacional passa

a ter o auxílio da Intranet na execução de tarefas administrativas, alcança-se um

aprimoramento do trabalho. Isto devido ao repasse de informações e à transmissão de dados

corporativos que podem ser efetuados de uma maneira mais rápida e dinâmica.

Portanto, é possível justificar a inclusão da Intranet no processo comunicativo de uma

organização para a obtenção de um melhor desenvolvimento das funções administrativas.

Desse modo, destaca-se a necessidade de avaliar as utilidades oferecidas pelo programa, pois

serão elas as determinantes para o sucesso do emprego da Intranet.

Com isso, os usuários foram solicitados a definir que utilidades eles consideravam

mais importantes disponibilizadas pelo SisProcesso. Devido ao fato da pergunta ser

discursiva, aos usuários foi permitido citar todas as características que julgassem úteis

oferecidas pelo sistema. Consideraram-se, portanto, todas as citações, associando-se as

respostas similares.

Foi verificado, assim, que 40% das respostas indicaram a facilidade na consulta de

processos como uma utilidade significativa do sistema, 32% deles revelaram sua apreciação

pela facilidade que o sistema oferece para a tramitação dos processos, 16% qualificam o

Page 43: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

43

sistema como fácil e dinâmico e os restantes 12% consideram outras questões como, por

exemplo, a evolução do sistema em relação aos métodos antigos.8

40%

32%

16%12%

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%

Utilidades destacadas pelos usuários

Facil idade na consultade processos

Facil idade na tramitaçaode processos

Sistema fácil e dinâmico

Outros

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 4: Você considera o SisProcesso uma ferramenta útil para agilizar a operação de processos

administrativos?Por quê?

6.4 Classificação do sistema

Em relação à visão dos funcionários sobre o SisProcesso, o gráfico a seguir demonstra

uma avaliação positiva dos usuários, pois 52% deles classificam o sistema como sendo

“Excelente” e o restante, 48%, o avaliam como “Bom”. Esse fato comprova a boa aceitação

da ferramenta e contribui para a interpretação de que o SisProcesso é um programa que agrega

valor ao cotidiano de seus usuários, atendendo suas necessidades e, em decorrência disso,

recebe em troca uma significativa aceitação dos mesmos. Ainda, possível inferir que a

avaliação do sistema como sendo “Bom” deve-se ao fato de que existem melhorias a serem

implementadas.

8 De acordo com algumas entrevistas e visita ao SEPAR, a pesquisadora pôde conhecer um pouco sobre a história da tramitação de processos realizada anteriormente à implementação do programa SisProcesso. O processo era enviado de um departamento para outro e, por meio do preenchimento de fichas, assegurava-se seu recebimento. Após a entrega, a ficha era arquivada no departamento e uma cópia enviada ao SEPAR. Caso houvesse a necessidade de localizar o processo, apenas através de ligação ao setor responsável seria possível averiguar o local onde o processo se encontrava.

Page 44: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

44

Nesse aspecto, é importante perceber que a utilização do sistema proporciona aos

funcionários uma produção de comunicação e troca de informações diárias. Desse modo, o

programa torna-se um canal eficaz ao passo que percebe e se adequa a algumas exigências

importantes para a valorização desse meio por parte dos seus usuários.

Tais exigências são mencionadas por Tomasi e Mederios (2009) como, por exemplo, a

rapidez de transmissão, o volume de informações transmitidas, a complexidade das

informações, a flexibilidade da linguagem utilizada, número de receptores atingidos a

economia de recursos, a necessidade de confidencialidade, entre outros.

52%48%

0 0 00%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Classificação do sistema

Excelente

Boa

Regular

Ruim

Muito ruim

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 5: Como você classifica o SisProcesso em relação à sua utilização como ferramenta para

tramitação de processos administrativos?

6.5 Vantagens do sistema

Como o SisProcesso é uma ferramenta disponível na Intranet da UFV, é provável que

se espere desse sistema algumas das características da própria Intranet. Relacionadas às

vantagens inerentes deste canal, as expectativas sobre as vantagens do sistema podem pontuar

elementos como os citados por Oliveira e Abdala (2003), no que se refere ao

compartilhamento de informações, comunicadas de maneira interativa e, dessa forma,

eliminando redundância de dados, distância, papel, além de reduzir tempo e custos.

Page 45: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

45

Para verificar se estes elementos constituem vantagens no caso analisado, a pergunta,

“Qual (is) ponto (s) você destaca como vantagens na utilização do SisProcesso?” (Vide

APÊNDICE III, p. 66), foi elaborada a partir dos principais pontos destacados pelo

respondente (CPD) da entrevista realizada anteriormente.

“Rapidez, certamente. Mas, principalmente, ter a informação acessível. (...) A gente

pode falar também do volume de papel que antes tinha que ser enviado ao SEPAR, contínuos

entrando e saindo de lá o dia inteiro, todos os dias. (...) Os usuários não têm muitas

oportunidades de errar, devido seus campos estarem bem claros. Além do sistema ser seguro,

as informações que estiverem lá são precisas, isso logicamente se os usuários utilizarem o

programa da forma correta” (Vide APÊNDICE II, p. 61).

Para possibilitar um maior entendimento das impressões dos usuários do sistema,

optou-se por possibilitar que os respondentes do questionário escolhessem todas as opções

que considerassem vantagens do programa SisProcesso. Com isso, para melhor visualização

das opções eleitas pelo usuário, foi necessário criar um gráfico que avaliasse individualmente

cada característica, denominada “vantagem”, e assim, obter um resultado mais amplo e

significativo.

6.5.1 Agilidade/ Rapidez

A agilidade e a rapidez do SisProcesso foram eleitas as principais vantagens do

sistema. Com 96% dos usuários considerando essa a maior qualidade do sistema, é possível

perceber que a ferramenta segue a característica mais expressiva de uma Intranet eficiente.

De acordo com Pinho (2006), a Intranet proporciona uma comunicação mais rápida e

melhor entre seus usuários. Complementando, Oliveira e Abdala (2003) sugerem que a

facilidade de uso é uma das razões pela qual a utilização da Intranet torna-se cada vez maior.

Analisando tais afirmações, simplifica-se a compreensão acerca dos motivos que

levaram os usuários do programa a elegerem a rapidez e a agilidade como as melhores

vantagens do sistema. Por conseguinte, é possível supor que os mesmos reconhecem a

dimensão desses benefícios.

Page 46: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

46

96%

4%0%

50%

100%

Agilidade/ Rapidez

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 6: Agilidade/ Rapidez

6.5.2 Informação disponível

Outra grande vantagem destacada pelos responsáveis no desenvolvimento do

programa é a informação acessível:

“Ou seja, a grande vantagem é poder obter informação de onde está o processo a

hora que você quiser. Saber de onde saiu e onde foi parar, todo esse trâmite” (Vide

APÊNDICE II, p. 61).

Coincidente com tal opinião, 88% dos usuários entrevistados considera positiva a

questão do sistema ser fornecedor de informação, na medida em que apenas 12% não

caracteriza este como um ponto relevante.

Fato este que comprova a idéia de McGee e Prusak (1994:23) quando afirmam que “a

informação é infinitamente reutilizável, não se deteriora nem se deprecia, e seu valor é

determinado exclusivamente pelo usuário(...)” Nessa perspectiva, vislumbra-se a valorização

dos usuários ao fato da ferramenta proporcionar as necessárias e desejadas informações.

88%

12%

0%

50%

100%

Informação disponível

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 7: Informação disponível

Page 47: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

47

6.5.3 Ausência de papéis

Retomando Oliveira e Abdala (2003), constata-se que a ausência ou diminuição do uso

de papel é uma característica decorrente da Intranet. A promoção de informações por vias

digitais provoca uma notória redução da utilização dos meios convencionais de comunicação.

No caso específico, a implantação da Intranet gera a substituição de papéis (antigas fichas de

protocolo e arquivos) pelo canal informatizado (SisProcesso).

Essa é uma vantagem percebida pelos usuários do programa. Com 56% dos votos, a

mencionada característica é a terceira mais importante na eleição dos funcionários da UFV.

Nesse momento, destaca-se o conhecimento prévio dos utilizadores do sistema, pois,

como o SisProcesso é recente (criado em 1996), uma grande parcela dos funcionários

tramitava os processos de acordo com o protocolo anterior9 e agora tem a oportunidade de

compará-lo com o novo sistema.

Contudo, 44% dos entrevistados não caracterizam essa uma questão de relevância, o que

pode ser interpretado como a impossibilidade de comparação entre os dois métodos ou,

simplesmente, pela não consideração desse aspecto como um avanço significativo.

56% 44%

0%

50%

100%

Ausência de papéis

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 8: Ausência de papéis

Ainda, os usuários tiveram a oportunidade de enumerar outras vantagens e dentre estas,

pode-se citar:

Entrevistado 1: “As informações são claras e objetivas, por exemplo é possível saber a hora,

local e quem recebeu o processo enviado.”

9 Vide informações sobre modelo anterior de tramitação na página 34 deste estudo.

Page 48: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

48

Entrevistado 2: “Conseguir listar todos os processos, dar entrada em grupo e conseguir

obter informações sobre a tramitação de um processo.”

Entendendo a teoria de Tomasi e Medereiros (2009), pode-se visualizar que a definição

dos objetivos de certa comunicação é fundamental. Compreender o motivo da comunicação,

as expectativas dos emissores e, principalmente, dos destinatários serve para nortear como a

comunicação pode ser desenvolvida com êxito. É preciso avaliar se o canal atende às

necessidades que justificaram sua adoção e tomar as devidas providências de acordo com essa

análise. Nesse contexto, as percepções dos envolvidos no processo comunicativo devem ser

analisadas cautelosamente.

Nessa pesquisa em questão, tomar conhecimento das opiniões dos usuários acerca do

sistema facilita a interpretação de como eles a avaliam como ferramenta facilitadora da

comunicação. A partir da coleta das opiniões disponibilizadas, é possível identificar uma alta

valorização da informação, o que provoca a constatação de que as expectativas em um

processo comunicativo têm um grande vínculo com a acesso à informação.

6.5.4 Confiabilidade/ Segurança

Como visto anteriormente no Referencial Teórico, Gallo e Hancock (2003) ressaltam

que a segurança da Intranet se deve ao sistema ser fechado e ter acesso restrito aos

componentes de rede, ou seja, aos usuários autorizados. Diferententemente da Internet, na

Intranet somente aqueles que possuem de permissão para acesso são capazes de adquirir as

informações contidas nele.

Entretanto, em se tratando de tecnologias da informação, é possível haver lapsos aos

quais não foram previstos remediações imediatas. Essa é uma preocupação tanto dos

responsáveis pela criação da Intranet quanto de seus usuários.

Na entrevista realizada com o respondente do CPD, é possível perceber essa

preocupação:

“A questão de segurança, de garantia do sigilo é muito delicada(...)Enfim, as questões

de sigilo são uma preocupação. E muitas vezes as pessoas querem esse tipo de informação no

sistema, mas não conseguem enxergar que essas informações não podem ser disponibilizadas

indiscriminadamente.

Page 49: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

49

A partir do momento que está plugado na Internet, e pode ser que esteja protegido

com firewall ou anti-vírus, mas isso nao é garantia de muita coisa, não se pode prever. A

tramitação no fundo está passando no ar, para quem conseguir pegar... tem essa questão.”

(Vide APÊNDICE II, p. 64)

Da mesma forma, foi possível constatar a mesma insegurança por parte dos usuários

do sistema, pois as opiniões dividiram-se praticamente na mesma proporção. Quando

questionados sobre a sua confiabilidade e segurança, 52% dos entrevistados elegeram essas

duas características como vantajosas na utilização do SisProcesso. Contudo, o restante, 48%

dos usuários, não as considera qualidades do sistema. Dessa forma, é possível perceber que os

usuários ainda possuem ressalvas com relação à segurança e à confiabilidade não somente

relacionadas à tramitação dos processos, como também a veracidade das informações

disponibilizadas pelo sistema.

52%

48%

45%

50%

55%

Confiabilidade/ Segurança

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 9: Confiabilidade/ Segurança

6.5.5 Limita possibilidade de erros

Retomando algumas das vantagens da Intranet, Oliveira e Abdala (2003) destacam a

redução de custos devido a diversos fatores. Através da estruturação de novas formas de

comunicação, viabiliza-se o esclarecimento de algumas etapas dos atos comunicativos.

Principalmente, no caso da utilização de um sistema de informação fechado e padronizado.

Dessa maneira, a comunicação transforma-se em uma plataforma estruturada capaz de

guiar seus usuários de tal forma que as mensagens passam a ser transmitidas de maneira mais

eficiente e satisfatória.

Page 50: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

50

Embora essa padronização e estruturação dos processos comunicativos seja destacada

como uma vantagem da tecnologia da informação, mais da metade dos entrevistados

desconsidera a limitação da possibilidade de erros oferecida pelo SisProcesso uma opção

relevante, uma vez que 1/3 dos entrevistados consideram essa limitação uma das vantagens do

SisProcesso.

36%64%

0%

50%

100%

Limita possibilidade de erros

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 10: Limita possibiliade de erros

6.6 Melhorias sugeridas

Quando questionado sobre projetos futuros de implementações de novos recursos para

o SisProcesso, o respondente do CPD mencionou a inclusão de um aplicativo criado apenas

há três anos para confirmar a entrada de processos em grupo. Isto quer dizer que os processos

enviados juntos a um determinado usuário podem ter seu recebimento confirmado de uma só

vez. Este novo serviço teria sido solicitado pelos usuários, devido ao grande volume de

processos recebidos em alguns setores específicos.

Com isso, é possível identificar uma resposta do usuário com relação à ferramenta e,

num âmbito maior, ao processo comunicativo desenvolvido dentro do sistema. Nesse aspecto,

o autor Tostes (apud KUNSCH, 2003:121) faz referência à “politização crescente e a

discussão mais aberta e ampla dos problemas”, criando um ambiente de discussão e com

ferramentas para a absorção de um feedback, preocupando-se com as expectativas do público

interno.

Com efeito, através de reuniões, foi discutida a idéia de um próximo projeto que

atenda a outras necessidades dos usuários. Para tanto, este precisa ser devidamente estudado

antes que, de fato, torne-se mais uma ferramenta do sistema.

Page 51: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

51

Segundo o entrevistado, um determinado nicho de usuários deseja que os pareceres

dos processos estejam disponíveis na página do SisProcesso ou haja a possibilidade de

inserção do parecer pela página e encaminhamento para uma outra, de acordo com a natureza

do processo.

“A possibilidade de colocar pareceres ao final de cada tramitação” (Vide

APÊNDICE II, p. 63)

Nesse contexto, aos usuários do sistema foi perguntado se eles poderiam sugerir

melhorias ou até mesmo novas ferramentas que atendam a outras necessidades que possuem

ao trabalhar com o programa SisProcesso.

Diante do exposto, 64% dos entrevistados declararam-se perfeitamente satisfeitos,

enquanto 36% definiram mudanças ou inclusões de novos recursos que ajudariam na

utilização do programa.

36%

64%

0%10%20%

30%40%50%60%70%

Melhorias

SugerirammelhoriasO sistema atendeperfeitamente

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 11: Melhorias

Dentre as sugestões citadas pelos usuários, destacam-se: Entrevistado 1: “Acho que poderia ter o campo ‘Ajuda’ um guia sobre a natureza dos

processos e assuntos.

Entrevistado 2: “Dar saída em grupo e enviar simultaneamente o trâmite interno.”

Entrevistado 3: “Viabilizar parecer ao aluno.”

Entrevistado 4: “Possibilidade de fazer correções e cancelamentos.”

Page 52: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

52

Entrevistado 5: Dar saída e entrada através da seleção dos processos, acho que poderia ter

uma ‘caixinha’ na frente para selecionar o processo.”

Entrevistado 6: “Treinamento para que os usuários do sistema o utilizem de forma correta.”

Em suma, como definido por Rodrigez e Ferrante (2000), a Intranet é uma forma ágil

de disseminar informações. O autor destaca duas vantagens adicionais, como a diminuição do

tempo e a desburocratização do processo de disponibilizar informações aos seus usuários.

Como visto ao longo deste estudo, a UFVnet foi criada com objetivo de desenvolver o

processo comunicativo da Universidade. E dentre muitas outras áreas de abrangência,

alcançar pontos positivos relacionados ao acesso ágil e fácil a informações específicas, e,

ainda, facilitar funções administrativas dos seus funcionários.

Através da pesquisa, foi possível perceber que os usuários da UFVnet e do Sistema de

Controle de Processos concordam que a ferramenta é útil para o desenvolvimento das funções

a que correspondem e contribuem, de maneira indireta, para o bom funcionamento da

comunicação organizacional.

Finalmente, é possível identificar uma paralelo entre o feedback que os usuários

oferecem aos idealizadores do sistema com os planos de seu desenvolvimento. Esta

preocupação em suprir as necessidades dos agentes da comunicação resulta em uma busca

pelo aprimoramento das ferramentas utilizadas nesse processo. Com efeito, esse paralelo entre

as exepctativas e medidas tomadas para saná-las pode ser identificado a partir das idéias

expostas no Referencial Teórico como a peça-chave para a realização de uma comunicação

eficaz.

Page 53: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

53

7 CONCLUSÃO

Uma vez compreendida a importância do canal para a transmissão da mensagem e,

consequentemente, viabilização da comunicação, é possível destacar esse elemento como um

dos pontos primordiais para a efetivação do processo comunicativo.

Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo verificar a funcionalidade da

Intranet, como canal utilizado pela Universidade Federal de Viçosa, para disponibilizar

ferramentas que agilizam as atividades realizadas por seus funcionários nas mais variadas

funções administrativas. Para tanto, o programa responsável pela tramitação de processos da

Universidade, o Sistema de Controle de Processos (SisProcesso), foi selecionado para

aprofundamento da análise.

Após a aplicação dos questionários aos usuários do sistema SisProcesso, constatou-se

que a aceitação ao programa pode ser diagnosticada como positiva. Isto porque além de não

apresentarem nenhuma objeção ao seu uso, caracterizam-no como rápido e ágil tanto na

tramitação de processos quanto na busca por informações relacionadas a eles.

Ao deparar-se com essas constatações, foi possível comprovar a funcionalidade do

sistema, de acordo com os objetivos que motivaram sua elaboração. Assim, referente à

justificativa de elaboração de um canal que viabilize ferramentas facilitadoras de rotinas

organizacionais, a Intranet da UFV pode ser considerada eficaz em seu propósito.

Os usuários habituados ao antigo modelo de tramitação de processos e operações de

busca tiveram a oportunidade de compará-lo à utilização do SisProcesso e, a partir desse

conhecimento prévio, foram capazes de destacar as vantagens do programa. Isso permitiu que

fosse identificado um alto grau de valorização do sistema, pois 52% dos entrevistados

consideram o sistema como sendo “Excelente” e o restante o classifica como “Bom”. Dentre

Page 54: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

54

as vantagens mais comentadas pelos usuários, destacaram-se a agilidade na tramitação, a

consulta fácil e precisa e a facilidade de operação do sistema.

As mencionadas vantagens atendem às razões de implementação de sistemas de

tecnologia na rotina organizacional. À medida que são inseridos novos mecanismos capazes

de facilitar atividades diárias, a produção é realizada com maior dinamismo e em menos

tempo. Nessa perspectiva, um canal que possibilita formas de facilitar a realização de tarefas

deve ser considerado um eficaz meio para otimização dos objetivos organizacionais.

Sobre o atendimento às necessidades dos funcionários com relação à utilização das

funções do SisProcesso, a pesquisa comprovou que há expectativas de melhorias, visto que,

apesar de ser considerado útil, ainda é defasado em alguns aspectos significativos para a

otimização do trabalho de uma parte de seus usuários. Fato evidenciado à medida que 36%

dos respondentes sugerem algum tipo de melhoria ou inclusão de recursos no sistema.

Contudo, cientes dessas necessidades, os responsáveis pelo desenvolvimento do

sistema estabeleceram projetos para implantação de novas ferramentas. Esta é mais uma

demonstração da atenção com que a organização lida com suas diversas exigências

administrativas.

A pesquisadora enfrentou algumas dificuldades com relação às referências

bibliográficas acessíveis sobre as tecnologias da informação e, principalmente, o canal

comunicativo Intranet. Nos dois casos, recorreu-se à utilização da Internet que possibilita a

visualização de livros. Ainda, contou com pouco tempo hábil para a estruturação da pesquisa

e, devido a isso, teve que delimitar sua amostragem em um número menor do que o desejado.

Mesmo assim, não considera que tais fatores tenham prejudicado sua análise dos dados e

constatações sobre as informações adquiridas.

Acredita-se que essa pesquisa valoriza as vantagens do sistema assim como sua

utilidade frente aos seus usuários, porém considera-se importante averiguar se os mesmos

usuários estão capacitados para operar a ferramenta com eficácia, de modo a justificar sua

existência. Nesse aspecto, constatou-se a importância dada a esse quesito, com uma grande

participação dos funcionários em algum tipo de treinamento. Com isso, é possível destacar a

preocupação da organização em qualificar seus funcionários e habilitá-los para a utilização de

novos sistemas de tecnologia.

Ao fim desse trabalho, pôde-se concluir que a Intranet da UFV atende tanto às

expectativas de seus responsáveis quanto às de seus usuários. Caracteriza-se como um canal

Page 55: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

55

de comunicação amplo e diverso, que supre as mais diversificadas necessidades de seus

utilizadores.

Como exemplo das mencionadas necessidades dos usuários, o SisProcesso

demonstrou-se um programa facilitador da tramitação de processos e, em consequência, torna-

se um dispositivo que contribui para a realização de uma comunicação organizacional mais

dinâmica e eficaz.

Conforme foi questionado, constatou-se a funcionalidade da UFVnet quando

relacionada à transmissão de informações através do Sistema de Controle de Processos. Tal

característica foi identificada por seu expressivo índice de qualidade e aceitação, 64% dos

entrevistados declaram que o sistema atende às suas necessidades completamente.

Entendendo que a utilidade do programa é reconhecida pelos seus principais usuários,

verifica-se ainda que o sistema funciona de maneira satisfatória e possibilita, mesmo que

indiretamente, a colaboração deles no processo comunicativo da Universidade Federal de

Viçosa.

Page 56: A Comunicação Organizacional e a Intranet Um estudo da

56

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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. 3 ed. Porto

Alegre: Bookman, 2005.

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9 APÊNDICE

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II) ENTREVISTA

Entrevista realizada na Central de Processamento de Dados da Universidade Federal de Viçosa(CPD)

Respondente: Analista de Tecnologia da Informação Divisão de Desenvolvimento de Sistemas (DDS)

1. Quando foi implementada a Intranet na UFV?

Em 95 foi implementada a Intranet na UFV, na verdade ela é chamada UFVnet. Em

96, foi criado o SisProcesso.

2. Quais foram os motivos que levaram à implementação da Intranet?

O principal motivo foi a saída da plataforma centralizada para uma plataforma

distribuída. Ou seja, a gente tinha um computador central IBM, que já possuia algumas

coisas online, mas não era uma coisa descentralizada. Onde todos os equipamentos estão nos

mais diversos setores.

Isso foi um avanço tecnológico natural, que tinha que ocorrer.

3. Como funciona o Sistema de Controle de Processos?

Primordialmente, controlar a tramitação entre os órgãos e internamente aos órgãos.

Ou seja, ele tanto serve para coisas de um órgão para o outro, como para coisas que

acontecem dentre de um próprio órgão, de um setor para outro.

Provavelmente os departamentos não utilizam muito essa tramitação dentro do

próprio departmento. Pois a tramitação é menor e isso fica mais na informalidade. Os

processos passam de um professor para outro sem que haja utilização do sistema.

Porém, órgãos muito grandes, onde o volume de processos é muito alto como, por

exemplo, a Financeira, a Material, a Reitoria e a Procuradoria Jurídica utilizam com mais

rigor. Uma coisa é você saber que o processo está no Financeiro, mas onde que está lá

dentro do Financeiro também é importante e através do sistema isso é possível.

Outro exemplo é a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PGP), um órgão grande e

extenso, pois tudo que se trata em termos de pessoal joga-se lá para dentro, se uma pessoa

quer discutir férias, se quer aumento, etc., ou seja, é um órgão extremamente utilizador do

sistema de processos.

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O sistema é de 96, mas foi evoluindo ao longo dos anos. Não nasceu da forma que sse

apresenta hoje, como no casod essa função de tramitar internamente em um setro específico.

Essa funcionalidade é recente, tem apenas três anos.

4. Quem o utiliza e com quais finalidades?

Para tramitação são, basicamente, as secretárias, mais ou menos umas 100 pessoas, o

pessoal de secretaria mesmo. Quero dizer, é deles a responsabilidade de dar entrada/saída

em um processo, e todas as outras funções ligadas a seus processos específicos.

Agora, para consulta, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Se estiver lá na

Austrália e sabe o número do processo ou o nome da pessoa envolvida, pode acessar sem

precisar dar login.

Mas mesmo a consulta sendo pública, aberta ao acesso de qualquer pessoa, isso não

quer dizer que a pessoa será capaz de ver o que está dentro do processo, apenas saber da sua

tramitação e onde se encontra.

5. Quais foram as principais dificuldades encontradas durante a implementação do

Sitema de Controle de Processos?

O que a gente pode dizer, e que isso é muito comum, é que apesar das pessoas,

principalmente o pessoal de secretaria, estar muito ávido por uma coisa que facilite a vida

deles, eles também têm resistência a mudanças. Esse é um processo normal.

Então quando você fala que vai tirar o “papelzinho” que ela sabia que tava ali, e que

a agora coisa vai acontecer eletronicamente, gera a desconfinça de que o processo realmente

chegou ao departamento. Quando era com “papelzinho”, eles tinham a garantia de que

estava lá. Mas essa resistencia é natural.

6. Quais são as principais vantagens da informatização da tramitação dos processos

administrativos em comparação com o antigo modelo?

Rapidez, certamente. Mas, principalmente, ter a informação acessível. Antigamente,

era preciso ligar para saber onde estava cada processo.

Ou seja, a grande vantagem é poder obter informação de onde está o processo a hora

que você quiser. Saber de onde saiu e onde foi parar, todo esse trâmite.

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A gente pode falar também do volume de papel que antes tinha que ser enviado ao

SEPAR, contínuos entrando e saindo de lá o dia inteiro, todos os dias.

Na verdade, esse já é um sistema antigo pra gente, um sitema com mais de 10 anos de

uso. Está bem estabilizado, não nos traz muitos problemas. Os usuários não têm muitas

oportunidades de errar, devido seus campos estarem bem claros. Além do sistema ser seguro,

as informações que estiverem lá são precisas, isso, logicamente, se os usuários utilizarem o

programa da forma correta.

Tem um usuário que cuida com todo carinho, domina tudo, que se preocupa com o

sistema (Jorge- SEPAR), que está sempre atento à utilização do sitema. Se os usuários

deixam acumular muitos processos, ele está sendo controlando isso, ligando e chamando a

atenção para esses casos.

7. Existem falhas no sistema? Quais? Quais medidas são tomadas em relação a isso?

Sim, como qualquer sistema eletrônico.

Existe a idéia de algumas consultas serem implementadas e facilitadores na

tramitação de vários processos ao mesmo tempo. Ou seja, facilitadores que a gente chama é

que são vários processos que vão sair daqui e vão pra lá. Todos eles fazem menção ao

aproveitamento de crédito, saem do Registro Escolar e vão para a Pró-Reitoria de Ensino, de

repente a gente conseguir fazer com que isso ande em lote, ou seja pra que não tenha que

mandar um por um... facilidades mesmo.

Existem os casos em que o processo fisico vai, mas a pessoa nao dá entrada no

processo. Fica um quadrado amarelo na tela, avisando sobre esse processo pendente de dar

entrada. Há pouco tempo, havia um volume muito grande de processos pendentes e o Jorge

(que tem acesso ao sistema e responsável pelo funcionamento dele) mandou email chamando

a atençao dos ususários para que eles deem entrada nos processos, ou procurem saber

porque isso ainda não foi feito.

Essa não utilização gera um problema porque hoje você lembra que está no sistema,

mas daqui há três meses alguém consulta pra ver onde está o processo e vai em direção

aquele local que o sistema mostra. Mas chega lá e o processo já não é encontado, aí espera

que alguém lembre onde ele está. Até que alguém lembre que o professor tal recebeu o

processo e botou de baixo do braço e não pediu pra dar entrada... até você refazer o caminho

que ele fez eletronicamente e isso é mto ruim, porque se perde a funcionalidade do sistema.

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8. Os usuários iniciantes do sistema são treinados para utilizá-lo? Como isso é feito?

Sim. De tempos em tempos é feito treinamento. Mais ou menos uma vez por ano.

É pouco, é muito? Não é muito nem é pouco. O sistema é desenvolvido para que suas

funções sejam transparentes, amigáveis e fáceis de serem usadas e de preferência que os

próprios usuários possam ser disseminadores do sistema. Ou seja, se você vai sair e entra

outro funcionário no seu lugar, teoricamente você deveria ser capaz de passar pra ele as

coisas que você sabe fazer.

Só pra dar um exemplo, em novembro de 2008 mudou a administração da

Universidade. Mudou reitor, os pró-reitores, chefes dos centros e assim sucessivamente.

Entrou muita gente nova.

Nos departamentos isso pouco acontece, porque os chefes de departamentos são

eleitos, mas as secretárias são secretárias do departamento e não da pessoa (a não ser o caso

dos chefes quererem levar a secretária porque já a conhecem, sabem seu método de trabalho,

mas isso é mais difícil de acontecer). Então quando acontecem mudancas bem generalizadas

na UFV ou também quando entram novos funcionários como agora é um momento de fazer

treinamento.

Os treinamentos acontecem no PVB, com datashow. Mas os últimos foram feito em

grupos pequenos nos laboratórios. Colocando os usuários para mexer com o seistema e,

assim, aprender a lidar com ele.

9.Existem projetos de melhorias do sistema? O que estão planejando? Quais são as

metas em relação a isso?

Sim. A possibilidade de colocar pareceres ao final de cada tramitação. O problema

maior é a garantia do sigilo.

Por exemplo, o pessosal do acadêmico quer que coloque o parecer do processo no

sistema, pra eles não terem que enviar “cartinha”, é válido, é pertinente. Mas essas

informações específicas devem estar nos sistemas específicos, então há uma pressão mutio

grande para enxertar novas funções no sistema, o problema é que ele não foi desenvolvido

pra isso.

Ou seja, o que tem que estar referente ao processo de compras, deve estar no sistema

de compras. Com relação à vida acadêmica, deve estar no Sapiens. O aluno entra no Sapiens

e vê como está o seu processo.

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A questão de segurança, de garantia do sigilo é muito delicada. Um usuário não

poderia ter conhecimento do que tem dentro de um processo de outro colega, por exemplo. A

consulta ao processo está livre, mas o conteúdo não. Uma coisa é saber que o processo está

em um lugar, outra coisa é saber o que está dentro dele.

Essas questões de sigilo dos processos podem criar situações inadequadas, às vezes o

funcionário está doente, se fasta e outras coisas que não cabem a mais ninguém ficarão

expostas Ou ainda situações de melindre, por exemplo, um chefe chama a atenção do

funcionário e os colegas terão acesso a essa informação, sendo isso uma coisa que os outros

não querem que se divulgue. E tanto da parte ativa quanto à resposta, de repente alguém está

se sentindo perseguido e gera uma resposta.

Enfim, as questões de sigilo são uma preocupação. E muitas vezes as pessoas querem

esse tipo de informação no sistema, mas não conseguem enxergar que essas informações não

podem ser disponibilizadas indiscriminadamente.

A partir do momento que está plugado na Internet, e pode ser que esteja protegido

com firewall ou anti-vírus, mas isso nao é garantia de muita coisa, não se pode prever. A

tramitação no fundo está passando no ar, para quem conseguir pegar... tem essa questão.

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III) QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE LETRAS

QUESTIONÁRIO

O presente questionário será utilizado para coletar dados para a elaboração de um trabalho monográfico do Curso de Secretariado Executivo Trilingue, na Universidade Federal de Viçosa. A pesquisa tem como tema a funcionalidade da Intranet da UFV com relação à tramitação de processos administrativos. Dessa forma, espero contar com sua colaboração e desde já agradeço enormemente pela contribuição para a realização desse projeto.

Para conhecimento: Os dados presentes nesta pesquisa são de caráter sigiloso, para fins exclusivamente acadêmicos.

Cargo ocupado atualmente na UFV: ___________________________________ 1. Você utiliza a Intranet da UFV para tramitar processos administrativos?

( ) Não ( ) Sim 2. Com que frequência você utiliza a o programa SisProcesso?

( ) Várias vezes ao dia ( ) Uma vez ao dia ( ) Três vezes por semana ( ) Uma vez por semana ( ) Nenhuma vez 3. Você recebeu algum tipo de orientação para utilizar o SisProcesso?

( ) Não (passe para pergunta 5) ( ) Sim 4. Se sim, qual orientação obteve para utilizar o programa?

( ) Curso ou palestra ( ) Aprendi com um colega ( ) Outros ___________________________________________________________________________

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5. Você sentiu dificuldades em utilizar o programa?

( ) Não ( ) Sim. Quais? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Você considera o SisProcesso uma ferramenta útil para agilizar a operação de processos administrativos? Por quê?

( ) Não ( ) Sim ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7. Como você classifica o SisProcesso em relação à sua utilização como ferramenta para tramitação de processos administrativos?

( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Muito ruim 8. Qual (is) ponto (s) você destaca como vantagens na utilização do SisProcesso?

( ) Agilidade/ Rapidez ( ) Ausência de papéis ( ) Confiabilidade/ Segurança ( ) Informação disponível ( ) Limita a possibilidade de erros (devido ao seu sistema fechado) ( ) Nenhum ( ) Outras. Quais? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9. Quais melhorias para o sistema ou, ainda, novas ferramentas que poderiam ser implementadas no programa SisProcesso? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________