a comunicaÇÃo do professor com o aluno surdo:...

h

Universidade de Brasiacutelia ndash UnB

Instituto de Psicologia ndash IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano ndash PED

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Processos de Desenvolvimento Humano e Sauacutede - PGPDS

CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO

EDUCACcedilAtildeO E INCLUSAtildeO ESCOLAR ndash UnBUAB

A COMUNICACcedilAtildeO DO PROFESSOR COM O ALUNO SURDO

ENTRE GRITOS CHOROS E DESEJOS

BRASIacuteLIA2015





Clecircnia Fabiana de Souza Lima

A comunicaccedilatildeo do professor com o aluno surdo entre gritos choros e

desejos

BRASIacuteLIA2015

Monografia apresentada ao Curso de Especializaccedilatildeo em

Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

do Departamento de Psicologia Escolar e do

Desenvolvimento Humano ndash PEDIP ndash UnBUAB

Orientadora Sueli de Souza Dias

TERMO DE APROVACcedilAtildeO


Monografia aprovada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do

grau de Especialista do Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento

Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar ndash UnBUAB Apresentaccedilatildeo

ocorrida em _28____11__2015

Aprovada pela banca formada pelos professores

Sueli de Souza Dias

____________________________________________________

Sueli de Souza Dias

Ana Paula Carlucci

____________________________________________________

NOME DO EXAMINADOR


--------------------------------------------------------------------------------


BRASIacuteLIA2015

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho a Deus por ter

dado agrave oportunidade de elevar os

meus conhecimentos e chegar ateacute o

final vencendo mais uma etapa

AGRADECIMENTO

Agrave professora Sueli de Souza Dias pela orientaccedilatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo

dispensada durante o desenvolvimento deste trabalho

Aos professores inteacuterprete e aluno (a) surdo que gentilmente aceitaram participar

deste estudo e que contribuiacuteram bastante para a sua realizaccedilatildeo

Agrave professora Idelmara da sala de recursos pela dedicaccedilatildeo ao trabalho com o

aluno (a) surdo e sua contribuiccedilatildeo na realizaccedilatildeo da entrevista com a aluna

Agrave minha famiacutelia por todo carinho paciecircncia e apoio dispensado durante o

desenvolvimento deste trabalho

Ao meu namorado Enivaldo que foi um companheiratildeo durante o processo de

desenvolvimento do trabalho contribuindo com o transporte sempre que necessaacuterio

RESUMO

O presente trabalho tem como tema a comunicaccedilatildeo entre o professor e o aluno surdo

entre gritos choros e desejo cujo objetivo eacute identificar como acontece o processo de

comunicaccedilatildeo entre o professor regente e o aluno surdo tendo em vista que a maioria

desses profissionais natildeo domina a liacutengua de sinais Nesse sentido foi realizada a

pesquisa qualitativa sendo utilizada a teacutecnica de entrevista com os professores regente

a inteacuterprete e uma aluna surda da escola de ensino fundamental satildeo Judas (nome

fictiacutecio) Diante dos estudos realizados foi possiacutevel perceber que a comunicaccedilatildeo entre os

professores e a aluna estaacute limitada a gestos expressotildees faciais tentativa de oralidade e

principalmente a uma dependecircncia total da inteacuterprete que vem acompanhando-a ao

longo do seu processo de ensino aprendizagem Eacute fundamental que todos os professores

do ensino regular dominem a liacutengua de sinais para que os mesmos possam melhorar a

qualidade do ensino oferecido para os educandos surdos

Palavras ndash chave Inclusatildeo escolar Surdez Professor Comunicaccedilatildeo Aprendizagem

LISTA DE QUADRO

Quadro 1 - Histoacuterico sobre a surdez ao longo dos anos 13

Quadro 2 - Caracteriacutesticas dos professores participantes da pesquisa 23

SUMAacuteRIO

1 APRESENTACcedilAtildeO 9

1 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 11

11 Histoacuterico sobre a surdez 11

12 A Comunicaccedilatildeo entre pessoas com surdez 14

13 Inclusatildeo Escolar 17

2 OBJETIVOS 21

21 Objetivo Geral 21

22 Objetivo especiacutefico 21

3 METODOLOGIA 22

31 Fundamentaccedilatildeo Teoacuterica da Metodologia 22

32 Contextos da pesquisa 22

33 Participantes da pesquisa 23

34 Materiais 24

35 Instrumentos de Construccedilatildeo de dados 24

36 Procedimentos de Construccedilatildeo de Dados 25

37 Procedimentos de Anaacutelise de Dados 25

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 27

41 Metodologias e estrateacutegias utilizadas pelo professor regente para que se efetive a

aprendizagem 27

42 A importacircncia do inteacuterprete na sala de ensino regular 29

43 A comunicaccedilatildeo entre professor e aluno surdo 30

44 A avaliaccedilatildeo de alunos surdos no contexto escolar 32

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 35

REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICES 39

Apecircndice A - Roteiro de entrevista semiestruturada para os professores regentes da

Escola 39

Apecircndice B - Roteiro de entrevista do interprete 40

Apecircndice C ndash Roteiro de entrevista do (a) aluno (a) 41

9

APRESENTACcedilAtildeO

O presente trabalho de pesquisa que tem como tema a comunicaccedilatildeo do

professor com o aluno surdo surgiu da minha experiecircncia de trabalhar como docente

com uma crianccedila com deficiecircncia auditiva (profunda) sempre me perguntei como essa

crianccedila poderia aprender jaacute que a aquisiccedilatildeo da Liacutengua Brasileira de Sinais (Libras) eacute

fundamental para a comunicaccedilatildeo com os demais e para o processo de alfabetizaccedilatildeo Jaacute

que se faz necessaacuterio respeitar a liacutengua natural e construir um ambiente propiacutecio para

sua aprendizagem escolar como poderia ajudar essa crianccedila sem domiacutenio de Libras

Estas foram algumas das questotildees que inicialmente mobilizaram-se em direccedilatildeo ao

tema escolhido

Por me sentir impotente na maioria das situaccedilotildees vivenciadas dentro de sala

por essa crianccedila ao mesmo tempo em que ensinava o desconhecido e aprendiacuteamos

juntas tambeacutem me colocava com medo de lidar com reaccedilotildees inesperadas de gritos

choros e desejos que muitas vezes eram provenientes da impossibilidade de participar

das atividades realizadas em sala Como lidar com situaccedilotildees como essas quando vocecirc

natildeo domina os conhecimentos e metodologias necessaacuterias Por esse motivo busquei

atraveacutes dessa pesquisa respostas para as seguintes questotildees

Como se daacute a comunicaccedilatildeo entre professores crianccedilas e adolescentes inseridas

na escola regular tendo em vista que a maioria dos professores natildeo domina a Liacutengua de

Sinais Quais as metodologias utilizadas por esses professores para que realmente

aconteccedila o desenvolvimento de suas potencialidades

No ano de 2005 foi sancionado o decreto 56262005 que regulamenta a Lei no

10436 de 24 de abril de 2002 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais ndash Libras

(BRASIL 2005) Dentre as principais garantias instituiacutedas destaca-se que

Pessoas com surdez tecircm direito a uma educaccedilatildeo que garanta a sua formaccedilatildeo

em que a Liacutengua Brasileira de Sinais e a Liacutengua Portuguesa

preferencialmente na modalidade escrita constituam liacutenguas de instruccedilatildeo e

que o acesso agraves duas liacutenguas ocorra de forma simultacircnea no ambiente escolar

colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo (ALVES

FERREIRA DAMAacuteZIO 2010 p 9)

Diante do exposto a proposta de educaccedilatildeo biliacutengue pauta a organizaccedilatildeo da

praacutetica pedagoacutegica na escola comum na sala de aula e no Atendimento Educacional

Especializado (AEE)

10

Nesse sentido Alves Ferreira e Damaacutezio (2010 p 8) expotildee

Eacute necessaacuterio pensar e construir uma praacutetica pedagoacutegica que assuma a

abordagem biliacutengue e se volte para o desenvolvimento das

potencialidades das pessoas com surdez na escola eacute fazer com que

esta instituiccedilatildeo esteja preparada para compreender cada pessoa em

suas potencialidades singularidades e diferenccedilas em seus contextos de

vida

Incluir as crianccedilas e adolescentes surdos no ensino regular eacute dar a eles a

oportunidade de desenvolver suas capacidades cognitivas Nesse sentido eacute necessaacuterio

envolvecirc-los no processo ensino aprendizagem possibilitando-os tornarem-se cidadatildeos

conscientes de seus direitos e deveres para atuar diretamente na sociedade na qual estatildeo

inseridos

Essa pesquisa justifica-se pela necessidade de entender de que forma acontece

a comunicaccedilatildeo entre professores e alunos surdos da escola de Ensino Fundamental Satildeo

Judas (nome fictiacutecio) e como essa comunicaccedilatildeo interfere na aprendizagem dos mesmos

Espero poder encontrar respostas para meus anseios e principalmente obter mais

conhecimentos para consolidar a aprendizagem dessas crianccedilas

O referido trabalho estaacute dividido em seis partes organizadas da seguinte forma

O primeiro toacutepico eacute formado pela apresentaccedilatildeo que justifica a escolha do tema O

segundo trata da fundamentaccedilatildeo teoacuterica destacando-se subitens como um breve

histoacuterico sobre surdez a comunicaccedilatildeo entre pessoas com surdez e inclusatildeo escolar O

terceiro toacutepico destaca o objetivo geral e os objetivos especiacuteficos A metodologia traz o

contexto da pesquisa os participantes materiais instrumentos e procedimentos na

construccedilatildeo de dados e procedimentos e anaacutelise de dados Por fim o toacutepico cinco retrata

a anaacutelise e discussotildees da pesquisa Em seguida satildeo apresentadas as consideraccedilotildees

finais

11

1 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

O presente referencial teoacuterico aborda as ideias de diferentes estudiosos que

discutem a temaacutetica da educaccedilatildeo inclusiva

11 Histoacuterico sobre a surdez

Durante anos as pessoas surdas foram consideradas incapazes e viveram a

margem da sociedade Delas eram retirados ou negados direitos baacutesicos tais como

receber comunhatildeo confessar seus pecados ou frequentar a escola Como jaacute aconteceu

com os diferentes tipos de deficiecircncia tambeacutem as pessoas que natildeo ouviam passaram por

dificuldades seacuterias e muitas vezes foram rejeitadas em razatildeo de uma concepccedilatildeo social

de que estavam sendo castigadas por Deus Somente por volta do final do seacuteculo XVII

que o escocecircs George Dalgarno chegou agrave conclusatildeo que os surdos eram capazes de

aprender e passou a descrever uma primeira possibilidade de alfabeto manual Essa

afirmaccedilatildeo gerou alguma mudanccedila na sociedade acerca das potencialidades dos surdos

mas ao mesmo tempo gerou controveacutersias uma vez que a comunicaccedilatildeo gestual natildeo era a

forma de comunicaccedilatildeo aceita por todos acreditando-se que todas as pessoas deveriam

falar (TEIXEIRA CARVALHO 2011)

No Brasil talvez a primeira iniciativa em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo dos surdos tenha

sido em 1857 quando por ordem de D Pedro II foi criado o Instituto dos surdos-mudos

no Rio de Janeiro atual Instituto Nacional de Educaccedilatildeo de Surdos Desde entatildeo vaacuterias

propostas foram surgindo em termos de educaccedilatildeo e as concepccedilotildees sobre as pessoas

surdas foi modificando-se

A partir da Declaraccedilatildeo de Salamanca inuacutemeras accedilotildees no sentido de concretizar

o processo de inclusatildeo foram organizadas (FAacuteVERO et al 2009) No entanto foi

somente com a publicaccedilatildeo da Lei 104362002 que foi reconhecido a liacutengua de sinais

como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como inclusatildeo da disciplina de

Libras como parte integrante do curriacuteculo nos cursos de formaccedilatildeo de professores e de

fonoaudioacutelogo a liacutengua de sinais foi oficializada como a liacutengua natural da comunidade

surda determinando que o ensino para surdos fosse ministrado por meio da Liacutengua

Libras (BRASIL 2002)

A legislaccedilatildeo determina que deve ser oferecido ao aluno surdo o ensino de

Libras desde os anos iniciais e a liacutengua portuguesa como segunda liacutengua Assim toda

12

escola regular com alunos com deficiecircncia auditiva tem o direito de receber inteacuterprete

de Libras e material de apoio para as salas de AEE (Atendimento Educacional

Especializado) (BRASIL 2002)

Hoje existe uma grande discussatildeo em torno da nomenclatura deficiecircncia

auditiva ou surdez A resposta vai depender da perspectiva que se utiliza para

responder De um ponto de vista anatocircmico e fisioloacutegico pode-se afirmar que

A deficiecircncia auditiva ocorre quando haacute perda na sensibilidade aos sons

produzida por alguma anormalidade no sistema auditivo Ela pode ser uni ou

bilateral Uma ampla variedade de condiccedilotildees pode afetar a audiccedilatildeo de

crianccedilas e adultos O deacuteficit auditivo pode estar relacionado agrave frequecircncia

(agudo ou grave) ou agrave intensidade dos sons (fraco ou forte) ou a ambos

(VILAR LLERENA JUacuteNIOR 2008)

Ainda nessa perspectiva para o Ministeacuterio da Sauacutede ldquoa deficiecircncia auditiva

caracterizada pela perda total ou parcial da capacidade de ouvir manifesta-se como

surdez leve e moderada e surdez severa ou profunda (2008 p 17)rdquo Essas satildeo definiccedilotildees

oficiais normalmente utilizadas para questotildees de senso ou mesmo para inclusatildeo em

programas de benefiacutecios sociais incluindo-se cotas para pessoas com deficiecircncia

Por outro lado em outra perspectiva como assinalam Santana e Bergamo

(2005) a nomenclatura passa tambeacutem por uma questatildeo ideoloacutegica O surdo aquele que

nasceu sem ouvir natildeo quer ser reconhecido como algueacutem que tenha uma deficiecircncia

mas como aquele que tem uma percepccedilatildeo proacutepria do mundo A diferenciada experiecircncia

sensorial de mundo associada ao sentimento de discriminaccedilatildeo social tem feito emergir

a busca por reconhecimento de uma identidade cultural surda Assim os autores

afirmam

Essa mudanccedila de estatuto da surdez de patologia para fenocircmeno social

vem acompanhada tambeacutem de uma mudanccedila de nomenclatura natildeo soacute

terminoloacutegica mas conceitual de deficiente auditivo para surdo ou ainda

Surdo Antes os surdos eram considerados deficientes e a surdez era uma

patologia incuraacutevel Agora eles passaram a ser ldquodiferentesrdquo (SANTANA

BERGAMO 2005 p 567)

Uma vez clarificados essas duas concepccedilotildees sobre o natildeo ouvir e sem

adentrarmos ao debate ideoloacutegico seguimos apresentando um quadro demonstrativo do

percurso histoacuterico O quadro 1 nos mostra um pouco do percurso histoacuterico e das

concepccedilotildees sobre a surdez

13

Quadro 1 - Histoacuterico sobre a surdez ao longo dos anos

Pensadores Periacuteodo Histoacuterico Principal Contribuiccedilatildeo

Aristoacuteteles

(384-322 AC)

Defendia que a consciecircncia estava

ligada aos sentidos dessa forma os surdos

por natildeo terem capacidade de ouvir e falar

eram vistos como seres incapazes de

aprender

Bartolo Della

Marca DrsquoAncora Seacuteculo XIV

A primeira proposta de instruir os

surdos por meio dos sinais e da oralidade

George

Dalgarno

Metade do seacuteculo

XVII

Constatou que os surdos tinham

potencial para aprender e podiam alcanccedilar os

mesmos niacuteveis que os ouvintes

Descreveu o sistema primitivo do

alfabeto manual denominado datilologia

Charles Michel

de LrsquoEacutepeacutee

Em 1760

A partir de 1821

Fundou em Paris a primeira escola para

surdos o Instituto nacional para Surdos-Mudos

de Paris

Difundiu-se na Ameacuterica a American

Sing Language (ASL) - Liacutengua de Sinais

Americana

1857 Criaccedilatildeo do Instituto dos Surdos Mudos

William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960

Ambos se aprofundaram na escrita e na

fala de pessoas surdas assim Wallis tornou-se o

pai do meacutetodo escrito na educaccedilatildeo de surdos

Lucinda

Ferreira Brito 1980 (Brasil)

Iniciaram-se estudos que desencadearam

no reconhecimento da Libras- Liacutengua Brasileira

de Sinais em 2002 o que tem contribuiacutedo para

a elevaccedilatildeo do niacutevel de escolaridade das pessoas

surdas

Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)

Torna obrigatoacuterio a inclusatildeo de Libras

como disciplina curricular nos cursos de

licenciatura e fonoaudiologia

Fonte Quadro elaborado pela autora a partir do artigo de Teixeira e Carvalho (2011)

14

Apesar de todos os direitos garantidos por lei ainda haacute um caminho grande a

se percorrer pois dentre as dificuldades encontradas por alunos surdos em classes

regulares destacam-se a falta de recursos adaptados parceria entre professores e

inteacuterpretes inteacuterpretes e professores que dominem a liacutengua Libras parceria famiacutelia e

escola (TEIXEIRA CARVALHO 2011)

Ateacute o presente momento foi retratado o percurso histoacuterico sobre a deficiecircncia

auditiva ou surdez Na proacutexima seccedilatildeo seraacute realizada uma discussatildeo sobre as

possibilidades comunicativas das pessoas com surdez

12 A Comunicaccedilatildeo entre pessoas com surdez

A comunicaccedilatildeo eacute uma ferramenta importantiacutessima na vida de uma pessoa e eacute

por meio dela que expressamos nossos sentimentos e desejos Sem ela fica difiacutecil viver

em sociedade

As pessoas surdas comunicam-se em grande parte utilizando-se dos mesmos

coacutedigos ou expressotildees corporais dos ouvintes Entretanto como grupo buscam exercer

a comunicaccedilatildeo por meio da liacutengua de sinais Mas em termos educacionais existem

divergecircncias quanto agrave melhor alternativa comunicacional para elas uma vez que

historicamente a educaccedilatildeo de pessoas surdas se fundamentou por meio de trecircs

abordagens diferentes a oralista a liacutengua de sinais e o bilinguismo conforme enfatiza

Kelman (2010)

O oralismo

As escolas (comum e especial) pautadas no oralismo tinham como objetivo

capacitar a pessoa com surdez para a utilizaccedilatildeo da liacutengua da comunidade ouvinte na

modalidade oral Na abordagem oralista existem duas maneiras de proporcionar a

audiccedilatildeo da crianccedila surda Dentre elas destacam-se o Implante Coclear e o aparelho de

amplificaccedilatildeo sonoro de uso individual- AASI Este aparelho deve ser utilizado depois

dos trecircs primeiros meses de vida para que a crianccedila possa desenvolver a sonoridade do

ambiente por meio dos sons que estatildeo a sua volta e consequentemente a fala Sua

eficaacutecia se daacute a depender do grau de deficiecircncia de cada um (KELMAN 2010) Jaacute para

os surdos severos e profundos eacute aconselhaacutevel a cirurgia de Implante Coclear Esse

15

mecanismo possibilita a audiccedilatildeo de sons ambientais e favorece a audiccedilatildeo de sons da

fala Para Yamada e Bevilacqua (2005 apud KELMAN 2010 p 145)

A cirurgia implica na inserccedilatildeo de um dispositivo implantado no osso

mastoide envolvidos por silicone e ligado a um receptor que tem

como funccedilatildeo enviar os sinais para os componentes internos de uma

bobina e o microfone tem a funccedilatildeo de captar os sons e convertecirc-los

em sinais

Para alguns estudiosos esse enfoque natildeo favoreceu o pleno desenvolvimento

das pessoas com surdez pois focalizava apenas o domiacutenio da linguagem oral negando

os aspectos cognitivos soacutecio afetivos linguiacutesticos poliacuteticos e culturais Aleacutem disso por

uma questatildeo de caracteriacutesticas pessoal nem todas as pessoas conseguem desenvolver

plenamente esta oralidade (ALVES FERREIRA DAMAacuteZIO 2010)

Liacutengua de sinais

Com relaccedilatildeo agraves Liacutenguas de Sinais (Libras) Alves Ferreira e Damaacutezio (2010 p

14) destacam que

As Liacutenguas de Sinais satildeo liacutenguas naturais com estruturas complexas que

utilizam o canal visual-espacial com articulaccedilatildeo das matildeos e expressotildees

faciais e do corpo usadas para a comunicaccedilatildeo entre pessoas surdas [] As

liacutenguas de sinais possuem estruturas gramaticais proacuteprias compostas por

aspectos linguiacutesticos fonoloacutegico morfoloacutegico sintaacutetico semacircntico-

pragmaacutetico possibilitando assim o desenvolvimento cognitivo da pessoa

surda favorecendo o acesso do mesmo aos conceitos e conhecimentos

existentes na sociedade

No Brasil a Libras (Liacutengua Brasileira de Sinais) foi reconhecida por meio da

lei 104362002 que estabelece que todas as pessoas surdas tenham direito e acesso ao

seu aprendizado desde a educaccedilatildeo infantil e ao longo das demais etapas da educaccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2002) Assim os sistemas educacionais tecircm que prover recursos para

que o aluno surdo tenha condiccedilotildees de aprender simultaneamente Libras e a liacutengua

portuguesa escrita

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) busca suprir essa exigecircncia

sendo oferecido ao aluno em Libras no horaacuterio oposto ao da escolarizaccedilatildeo comum O

AEE tem por objetivo contribuir para que os alunos com surdez participem das aulas

compreendendo o que eacute discutido pelo professor e interagindo com os colegas em sala

16

Eacute um trabalho complementar ao que estaacute sendo feito na sala regular retomando as

ideias principais dos conteuacutedos trabalhados em sala (ALVES FERREIRA

DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo

O bilinguismo consiste na educaccedilatildeo de duas liacutenguas distintas a liacutengua de sinais

e a liacutengua portuguesa oral e escrita Tais liacutenguas podem ser ensinadas em sala regular

desde a educaccedilatildeo infantil e ao longo do ensino fundamental As duas liacutenguas podem ser

oferecidas concomitantemente ou de forma paralela

A Libras eacute considerada a primeira liacutengua do surdo e a Liacutengua portuguesa a

segunda A aprendizagem da liacutengua de sinais pode desenvolver a capacidade criacutetica e

cognitiva fortalecendo a comunicaccedilatildeo entre surdos e ouvintes Essa aprendizagem deve

acontecer de forma contextualizada possibilitando a crianccedila a utilizaacute-la nos mais

variados contextos e ambientes

A Liacutengua portuguesa deve ser oferecida por professores formados na aacuterea No

caso de ser ouvinte o professor regente deve dominar a liacutengua de sinais Em relaccedilatildeo ao

ensino da liacutengua oral os professores precisam contar com a ajuda dos pais de alunos

surdos e de profissionais como fonoaudioacutelogo Aleacutem do trabalho em conjunto feito por

professores pais e fonoaudioacutelogo a escola deve contar com uma estrutura adequada e

materiais necessaacuterios como por exemplo sala de recursos materiais visuais etc Esses

alunos devem estar em contato direto com os mais variados textos escritos

possibilitando o desenvolvimento da liacutengua escrita

Liacutengua portuguesa

O espaccedilo escolar constitui-se como sendo o lugar de inserccedilatildeo das pessoas com

surdez para a aquisiccedilatildeo e desenvolvimento da liacutengua portuguesa escrita nas mais

variadas formas de uso

A Liacutengua portuguesa eacute conteuacutedo obrigatoacuterio das seacuteries iniciais ao niacutevel

superior Nela eacute possiacutevel estabelecer interaccedilotildees entre o eu e o outro sendo um eficaz

instrumento para a construccedilatildeo dos cidadatildeos e do espiacuterito de nacionalidade Assim como

os ouvintes as pessoas surdas precisam ter conhecimento do mundo a sua volta para

que possam contextualizar o que estaacute escrito e daiacute derivar sentido Isso soacute eacute possiacutevel a

partir do momento em que a Liacutengua Portuguesa escrita eacute ensinada por meio do processo

17

de letramento ou seja buscando o desenvolvimento e aperfeiccediloamento da liacutengua em

vaacuterias praacuteticas sociais de interaccedilatildeo verbal e discursiva Nesse sentido eacute de fundamental

importacircncia desenvolver na crianccedila a consciecircncia da utilidade da escrita estabelecendo

a relaccedilatildeo da palavra com as coisas ou objetos (KUBASKI MORAES 2009)

A liacutengua portuguesa eacute a segunda liacutengua para uma pessoa surda O

conhecimento dela eacute obtido em condiccedilotildees distintas pois depende do grau de surdez e do

contato com a liacutengua e disso dependeraacute o niacutevel de proficiecircncia As metodologias

utilizadas para o ensino da liacutengua portuguesa satildeo de fundamental importacircncia para que

ocorra a aprendizagem de fato dentre elas Damaacutezio e Ferreira (2010 p 55) destacam

a) Uma proposta didaacutetico-pedagoacutegica que norteie um primeiro niacutevel de

ensino voltado para os processos iniciais de alfabetizar e letrar

b) Uma proposta didaacutetico-pedagoacutegica para um segundo niacutevel de ensino

norteado aos processos intermediaacuterios de maior complexidade em que os

textos veiculados apresentaratildeo estruturas organizaccedilatildeo e funcionamento de

razoaacuteveis complexidades e promovam atos de ler interpretar e escrever

segundo categorias mais elaboradas da liacutengua padratildeo

c) Uma proposta didaacutetico-pedagoacutegica de um terceiro niacutevel mais

avanccedilado da apropriaccedilatildeo da liacutengua oficial escrita em que o uso da liacutengua

esteja plenamente ao alcance da pessoa com surdez que poderaacute produzir o

processo de leitura e de escrita de gecircneros textuais e discursivos em

patamares de maior complexidade e elaboraccedilatildeo tornando-se sujeito de

complexo niacutevel

Para tornar possiacutevel essa realidade faz-se necessaacuterio repensar a forma como se

aplica o curriacuteculo escolar a fim de que a escola cumpra sua funccedilatildeo no que diz respeito agrave

formaccedilatildeo de um ser pleno permitindo o desenvolvimento e acesso ao conjunto de

conhecimentos para o exerciacutecio da cidadania

13 Inclusatildeo Escolar

A variabilidade geneacutetica comum aos seres que apresentam reproduccedilatildeo sexuada

permitiu a evoluccedilatildeo da espeacutecie humana Eacute essa caracteriacutestica que aleacutem de garantir a

manutenccedilatildeo e perpetuaccedilatildeo de nossa espeacutecie possibilitou a existecircncia de vaacuterias raccedilas

com suas diferentes nuances (BEIGUELMAN 2008 p4) Em outras palavras ainda

que todos os seres humanos apresentem o mesmo nuacutemero de cromossomos ainda que

sejam filhos dos mesmos pais todos satildeo diferentes entre si possuem caracteriacutesticas

18

fiacutesicas e bioloacutegicas diferenciadas como por exemplo cor da pele cor dos olhos

estatura

Tambeacutem o desenvolvimento subjetivo a forma de relacionar-se com o outro

as concepccedilotildees de mundo todos esses aspectos mesmos que constituiacutedos em uma

mesma cultura ainda assim satildeo proacuteprios de cada ser humano com suas incontaacuteveis

variaccedilotildees (BEIGUELMAN 2008 p5) Se todos noacutes somos diferentes em tantos

aspectos devemos o ser tambeacutem no que tange aos processos de aprendizagem Assim

natildeo pode ser exigido que todas as crianccedilas aprendam da mesma forma tenham elas uma

deficiecircncia ou natildeo

A aprendizagem ocorre por meio de diferentes possibilidades e para isso

devem ser levados em consideraccedilatildeo outros aspectos aleacutem da composiccedilatildeo geneacutetica Eacute

necessaacuterio que se considere ainda a socializaccedilatildeo e os modos pelos quais ocorre o

envolvimento com o ambiente Isso equivale a dizer que importam as interaccedilotildees sociais

construiacutedas em diferentes espaccedilos que extrapolam o conviacutevio familiar ou seja fazem

parte da escola e consequentemente de outros espaccedilos sociais no qual a crianccedila estaacute

inserida A escola como contexto propiacutecio agrave interaccedilatildeo social tem o papel de

proporcionar a todos os educandos a oportunidade de se desenvolverem cognitivamente

mesmo que possuam limitaccedilotildees sejam elas fiacutesicas sensoriais psiacutequicas ou quaisquer

outras

A constituiccedilatildeo federal em seu artigo 205 estabelece que a educaccedilatildeo eacute direito de

todos Da nossa Carta Magna deriva outros tantos aspectos legais que vatildeo dando

concretude agraves garantias de direitos diversos dentre eles o da educaccedilatildeo para pessoas com

deficiecircncia Mas ainda haacute muito a se conquistar

No acircmbito da educaccedilatildeo tem-se hoje garantida a matriacutecula de crianccedilas e

jovens nas escolas comuns em salas regulares Mas apenas isso natildeo eacute o suficiente eacute

preciso garantir natildeo soacute a matriacutecula mas a permanecircncia e a aprendizagem efetiva com a

finalidade de tornar essas crianccedilas e jovens pessoas conscientes criacuteticas e cidadatildes com

autonomia sobre a proacutepria vida Para que isso aconteccedila eacute preciso que toda comunidade

escolar se empenhe em garantir o direito de todos agrave educaccedilatildeo de qualidade Conforme

enfatiza o Art 2ordm da Resoluccedilatildeo CNECEB Nordm 2 de 11 de Fevereiro de 2001

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves escolas

organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades

educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees necessaacuterias para uma

educaccedilatildeo de qualidade para todos (MEC 2001)

19

O processo de inclusatildeo garante que todos tenham o direito de participar como

membro ativo da sociedade a comeccedilar pela escola Nesse sentido inuacutemeras accedilotildees satildeo

requeridas para que o processo inclusivo se faccedila efetivo uma vez que a escola soacute ensina

a todos quando fica atenta agraves necessidades de cada um Eacute necessaacuterio respeitar ritmos

proacuteprios e observar as capacidades diferenciadas em vez de enfatizar as limitaccedilotildees

Para isso precisa desenvolver praacuteticas pedagoacutegicas que busquem alternativas para um

processo de avaliaccedilatildeo diferenciada curriacuteculo comunicaccedilatildeo ensino ativo e

compromisso por parte dos professores (CANDAU MOREIRA 2007)

Incluir natildeo significa apenas receber a crianccedila na escola e oferecer um espaccedilo

na sala de aula esquecendo-a num canto Significa proporcionar condiccedilotildees de

permanecircncia dessa crianccedila dentro do contexto escolar Isso soacute vai ser possiacutevel a partir

do momento em que os profissionais das escolas estiverem preparados para

compreender as diferenccedilas individuais a partir de novas concepccedilotildees Estamos falando de

respeito agrave diversidade que significa dar oportunidades para que todos aprendam os

mesmos conteuacutedos com as devidas adequaccedilotildees o que natildeo quer dizer conteuacutedo mais

faacutecil poreacutem apresentado a partir de estrateacutegias que minimizem as dificuldades

Eacute importante desenvolver nas pessoas que convivem com crianccedilas ou

adolescentes com necessidades educacionais especiais ndashseja na famiacutelia em casa no

trabalhondash uma postura de consciecircncia de que todos noacutes temos nossas limitaccedilotildees e que

cada um aprende de maneira diferente o que natildeo nos impede de conhecer o mundo a

nossa volta por meios de experiecircncias individuais e em grupo Nesse sentido a famiacutelia

tem um papel fundamental na maneira de agir com a crianccedila com deficiecircncia pois o

primeiro contato social eacute no meio familiar e eacute aiacute que comeccedilam a se formar as primeiras

impressotildees sobre si mesmo e sobre o mundo A famiacutelia deve acreditar na capacidade de

aprendizagem desse membro de forma a possibilitar uma independecircncia para que ele se

sinta capaz de fazer parte ativa da sociedade na qual convive

De outro lado caberaacute agrave escola garantir a heterogeneidade na classe escolar natildeo

apenas como situaccedilatildeo provocadora de interaccedilotildees entre crianccedilas com situaccedilotildees pessoais

as mais diversas (BEYER 2006 p146) Por isso eacute tatildeo importante investir na formaccedilatildeo

dos profissionais garantindo a ldquovalorizaccedilatildeo do professor reflexivo e de uma formaccedilatildeo de

professores baseada na investigaccedilatildeo importacircncia das culturas colaborativas do trabalho

em equipe do acompanhamentordquo Um professor com essas habilidades possivelmente

20

teraacute melhores condiccedilotildees de promover um bom aproveitamento da diversidade em sala

de aula no sentido de provocaccedilotildees criativas e desencadeantes de pensamento criacutetico em

seus alunos com ou sem deficiecircncia

De acordo com Capovilla (2008 p 2) ldquoalunos que frequentam escolas para

surdos aprendem mais e melhor isso decorre da diferenccedila crucial entre alunos surdos

(cuja liacutengua materna eacute Libras) e com eficiecircncia auditiva (cuja liacutengua materna eacute

portuguecircs)rdquo A educaccedilatildeo de surdos na atualidade brasileira consiste na articulaccedilatildeo em

contra turno entre educaccedilatildeo principal ministrada em Libras e Portuguecircs escrito na

escola ou classe especiacutefica para surdos (em presenccedila de colegas surdos e sob professor

fluente em Libras) e educaccedilatildeo complementar sob professor fluente em libras) e

educaccedilatildeo complementar sob inclusatildeo na escola comum

A inclusatildeo requer compromisso e participaccedilatildeo de todos no processo de ensino

e aprendizagem Exige um projeto poliacutetico pedagoacutegico que realmente respeite a

diversidade humana evitando a dicotomia alunos com deficiecircncia e sem deficiecircncia e

acima de tudo a accedilatildeo conjunta de pais e professores capazes de compreender e lidar

com as dificuldades transformando-as em molas propulsoras do desenvolvimento e natildeo

como obstaacuteculos intransponiacuteveis A escola tem o dever de garantir que haja

aprendizagem significativa e que ao final de um ciclo de ensino todas as crianccedilas

tenham adquirido as competecircncias necessaacuterias para o exerciacutecio da cidadania e natildeo

sejam simplesmente aprovadas passando ano a ano por uma turma como um fantasma

Conforme Booth (2012 p 46) expotildee desejamos uma poliacutetica educacional onde

A inclusatildeo permeie todos os planos da escola e envolva a todos As poliacuteticas

encorajam a participaccedilatildeo das crianccedilas e professores desde quando estes

chegam agrave escola [] a poliacutetica de suporte envolve todas as atividades que

aumentam a capacidade de ambientaccedilatildeo de responder agrave diversidade dos

envolvidos nela de forma a valorizar a todos igualmente

Buscamos ateacute o momento demonstrar ao leitor um conjunto de concepccedilotildees

sobre a surdez e as possibilidades educacionais inclusiva Daqui para frente

procuraremos demostrar a partir da pesquisa empiacuterica como tem sido o processo

comunicativo no contexto educacional as dificuldades e estrateacutegia utilizadas na

docecircncia para alunos surdos

21

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

A Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva tem como objetivo o acesso a participaccedilatildeo e a aprendizagem dos

alunos com deficiecircncia transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidadessuperdotaccedilatildeo nas escolas regulares orientando os sistemas de

ensino para promover respostas agraves necessidades educacionais especiais

garantindo formaccedilatildeo de professores para o atendimento educacional

especializado e demais profissional da educaccedilatildeo para a inclusatildeo escolar

(BRASIL 2010)

Diante da afirmativa acima a presente pesquisa tem como objetivo geral

identificar como tem acontecido o processo de comunicaccedilatildeo entre

professor e aluno surdo

22 Objetivo especiacutefico

Analisar as estrateacutegias utilizadas pelos professores para garantir a

comunicaccedilatildeo com o educando surdo

Identificar as dificuldades encontradas pelos professores de alunos

surdos no que se refere agrave comunicaccedilatildeo

Analisar como a qualidade da interaccedilatildeo entre professor e aluno surdo

pode facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno

22

3 METODOLOGIA

31 Fundamentaccedilatildeo Teoacuterica da Metodologia

Esta pesquisa foi realizada com os professores de uma escola de ensino

fundamental situada no municiacutepio de Cruzeiro do Sul possuindo um caraacuteter

socialeducacional de acordo com pressupostos da perspectiva qualitativa Conforme o

proposto por Ludke e Andreacute (1986 p 11) ldquoa pesquisa qualitativa supotildee contato direto e

prolongado do pesquisador com o ambiente e a situaccedilatildeo que estaacute sendo investigada via

de regra do trabalho intensivo de campordquo

O instrumento escolhido para a realizaccedilatildeo da pesquisa foi a entrevista

semiestruturada realizada com os professores regentes do Ensino Fundamental II

inteacuterprete e alunos surdos da referida escola a fim de obter informaccedilotildees sobre o tema

em estudo

32 Contextos da pesquisa

A instituiccedilatildeo tem evidenciado em suas atividades uma preocupaccedilatildeo com as

questotildees sociais tendo reconhecido padratildeo de qualidade e rigor desenvolvido no

decorrer dos anos Em seus 67 anos de histoacuteria tem um grande destaque em avaliaccedilotildees

externas SAEB PROVA BRASIL sucesso nas olimpiacuteadas brasileira de matemaacutetica

vitoacuterias no esporte em niacuteveis municipal estadual e nacional

A escola funciona em dois turnos sendo pela manhatilde das 07h00min agraves

11h15min min E agrave tarde das 13h00min agraves 17h 15min Em ambos os turnos haacute um

horaacuterio de intervalo para recreaccedilatildeo dos alunos

Na dimensatildeo do trabalho pedagoacutegico procura-se desenvolver nos alunos

determinados valores dando especial importacircncia agravequeles que satildeo aprendidos na

famiacutelia tais como dignidade respeito muacutetuo justiccedila social solidariedade convivecircncia

paciacutefica em meios conflituosos e discordacircncias individuais diaacutelogo compreensatildeo e

cooperaccedilatildeo dentre outros De acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico da Escola para

o ano de 2015 dentre seus objetivos estatildeo

- Promover a inclusatildeo dos alunos com necessidades educacionais especiais

criando condiccedilotildees fiacutesico-soacutecio-pedagoacutegicas que favoreccedilam seu efetivo aprendizado em

23

conformidade com o que reza a Resoluccedilatildeo nordm 022001 que assim prescreve no caput do

Artigo 2ordm ldquoOs sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo aacutes escolas

organizar-se para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais

assegurando as condiccedilotildees necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todosrdquo

(MEC 2001 Art 2ordm)

- Assegurar o respeito agraves diferenccedilas sociais culturais e as manifestaccedilotildees

sociais culturais e artiacutesticas dos grupos negros e indiacutegenas em consonacircncia com o que

reza o estatuto do iacutendio que asseguram aos mesmos as condiccedilotildees de ingresso e

permanecircncia no ensino puacuteblico e igual condiccedilatildeo de teacutecnico-profissional (PPP 2015)

33 Participantes da pesquisa

A pesquisa foi realizada em uma Escola de Ensino Fundamental situada em

Cruzeiro do Sul- Acre com os professores regentes do ensino fundamental II

identificados no quadro abaixo com nomes fictiacutecios

Quadro 2 - Caracteriacutesticas dos professores participantes da pesquisa

Nome Disciplina Formaccedilatildeo Tempo de

Magisteacuterio

Experiecircncia

com ANEES

Joatildeo Matemaacutetica Matemaacutetica 3 3

Antocircnia Ciecircncias Biologia ndash

Licenciatura 7 7

Reginaldo Inglecircs Letras Inglecircs - 3 2

Giovana Portuguecircs Letras Portuguecircs 4 2

Ana Histoacuteria Histoacuteria ndash

Licenciatura 10 3

Maria Inteacuterprete Pedagogia 2 2

Suelen Aluna 8ordm ano do Ensino

fundamental II

-

-

Fonte Elaborado a partir dos dados repassados pelos participantes da pesquisa

Todos os professores satildeo formados pela Universidade Federal do Acre- UFAC

e atuam em suas respectivas aacutereas Os integrantes aceitaram participar da pesquisa pois

24

acreditam ser de suma importacircncia para a melhoria e qualidade do ensino visto que a

inclusatildeo ainda eacute algo que precisa ser melhorado

Participa tambeacutem da pesquisa a aluna Suelen (nome fictiacutecio) que tem 14 anos

estaacute cursando o 8ordm ano e frequenta a escola desde o 1ordm ano do ensino fundamental A

mesma apresenta surdez profunda bilateral adquirida por uma infecccedilatildeo aos trecircs anos

Filha de pais ouvintes domina a liacutengua de sinais pois desde o 4ordm ano do ensino

fundamental eacute acompanhada por uma inteacuterprete na sala de ensino regular

A escolha dos participantes (professores) se deu pelo fato de ministrarem aula

na sala da aluna e serem responsaacuteveis diretos pelo processo de ensino-aprendizagem da

mesma A escolha de Suelen se deu pelo fato de ser a uacutenica aluna surda frequentando a

escola

34 Materiais

Para a realizaccedilatildeo da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais

Celular Samsung

Roteiros impresso para entrevistas

Papel sulfite

Caneta

35 Instrumentos de Construccedilatildeo de dados

O principal instrumento utilizado neste trabalho para construccedilatildeo de dados foi agrave

entrevista semiestruturada As entrevistas com os professores aconteceram na escola nos

horaacuterios vagos de cada professor Com a aluna a entrevista ocorreu no turno contraacuterio agraves

suas aulas O roteiro da entrevista realizada com os professores regentes era composto

de 14 perguntas que teve como objetivo identificar aspectos como comunicaccedilatildeo

metodologias avaliaccedilatildeo e as dificuldades encontradas por esses profissionais para a

realizaccedilatildeo do seu trabalho O roteiro de entrevista da aluna era composto de 23

perguntas com o objetivo de entender a sua relaccedilatildeo com a comunidade escolar

(professores colegas de turma gestatildeo escolar etc) a sua visatildeo de inclusatildeo preconceito

comunicaccedilatildeo as dificuldades encontradas pela mesma para a efetivaccedilatildeo da

aprendizagem etc O questionaacuterio da inteacuterprete era composto por 12 perguntas e estava

direcionado para a relaccedilatildeo da mesma com a aluna e os professores a sua funccedilatildeo dentro

25

do processo de ensino aprendizagem do alunosurdo a comunicaccedilatildeo com os demais

membros e as dificuldades encontradas por ela dentro desse processo

36 Procedimentos de Construccedilatildeo de Dados

A referida escola foi escolhida por apresentar um nuacutemero elevado de crianccedilas

e adolescentes com necessidades educacionais especiais uma vez que desde 2009 eacute

considerada escola Polo devendo receber as crianccedilas matriculadas em outras instituiccedilotildees

para atendimento em sala de recursos por determinaccedilatildeo da SEE (Secretaria Estadual de

Educaccedilatildeo) Todos os professores participantes satildeo colegas de trabalho da pesquisadora

tendo em vista que trabalham na mesma instituiccedilatildeo A pesquisadora conversou com

todos os professores e com a inteacuterprete explicando o tema do trabalho de conclusatildeo e se

era de seu interesse participar da pesquisa Os professores regentes e a professora

inteacuterprete responderam afirmativamente

Quanto agrave aluna Suelen a pesquisadora teve a oportunidade de entrevistaacute-la no

contra turno uma vez que ela frequenta a sala de recursos duas vezes por semana Para

a comunicaccedilatildeo com a aluna foi solicitada a colaboraccedilatildeo da professora do AEE que eacute

alfabetizadora em libras e atende a aluna na sala de recursos Tambeacutem com o auxiacutelio da

professora do AEE por meio de uma conversa expliquei agrave aluna o tema da pesquisa e

qual o objetivo que queria alcanccedilar A aluna Suelen aceitou participar mediante a

autorizaccedilatildeo dos pais

Como procedimentos eacuteticos todos os participantes assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido Foi apresentada agrave instituiccedilatildeo na qual a pesquisa foi

realizada uma carta de apresentaccedilatildeo da pesquisadora assinada por representante do

curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

Tambeacutem foi recolhido o termo de aceite da instituiccedilatildeo que contribui para a pesquisa

37 Procedimentos de Anaacutelise de Dados

A anaacutelise dos resultados foi organizada por meio de quatro temas que tiveram

como objetivo identificar os diferentes pontos abordados por meio da entrevista Dentre

eles estatildeo metodologias e estrateacutegias utilizadas pelo professor regente para que se

efetive a aprendizagem a importacircncia do inteacuterprete na sala de ensino regular a

26

comunicaccedilatildeo entre professor e aluno surdo avaliaccedilatildeo de alunos surdos no contexto

escolar

27

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Metodologias e estrateacutegias utilizadas pelo professor regente para que se

efetive a aprendizagem

A metodologia utilizada pelos professores em sala de aula eacute um dos processos

essenciais para a consolidaccedilatildeo da aprendizagem No caso de salas de aula regular nas

quais estudam crianccedilas surdas essa metodologia exige um compromisso ainda maior

dos professores pois nem sempre essas crianccedilas e professores dominam a liacutengua de

sinais ou dispotildeem de um professor inteacuterprete em sala

Todavia faz-se necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de estrateacutegias e recursos que

possibilitem a participaccedilatildeo da crianccedila junto ao seu processo ensino-aprendizagem Tais

estrateacutegias devem considerar a leitura escrita e produccedilatildeo para que o aluno possa

desenvolver suas capacidades cognitivas tornando-se um membro ativo na sociedade

no qual estaacute inserido

No entanto apoacutes a anaacutelise da entrevista percebeu-se uma limitaccedilatildeo dos

professores regentes em relaccedilatildeo agrave transposiccedilatildeo didaacutetica pois os mesmos ministram

aulas expositivadialogada Alguns fazem uso de imagens no caso de algumas

disciplinas como por exemplo Histoacuteria e Ciecircncias pois segundo eles a utilizaccedilatildeo de

recursos visuais facilita na compreensatildeo dos conteuacutedos desenvolvendo as mesmas

habilidades dos alunos ouvintes

Tanto as explicaccedilotildees do conteuacutedo quanto as dificuldades apresentadas por

Suelen satildeo repassadas por meio da liacutengua de sinais pela inteacuterprete que muitas vezes

demonstra dificuldade para compreender o que estaacute sendo exposto principalmente nas

disciplinas que natildeo apresentam sinais em libras tendo que fazer uso da datilologia

As estrateacutegias utilizadas para explicar os conteuacutedos para Suelen

ldquoUtilizo bastante palavras destacadas para os conteuacutedos gramaticais no

quadro para facilitar a compreensatildeo da aluna e para os assuntos em geral a

professora interpreta para a alunardquo (Reginaldo)

ldquoNa verdade eu explico e a inteacuterprete vai fazendo a explicaccedilatildeo pra ela se ela

tem alguma duacutevida eacute a inteacuterprete que me perguntardquo (Giovanna)

28

ldquoBem como nem toda vida nem toda aula eu posso estaacute fazendo os sinais todos

para a Suelen soacute algumas coisas que eu consigo como tambeacutem natildeo sou bem

praacutetico na aacuterea satildeo dois cursos apenas entatildeo eu faccedilo assim alguma coisa eu

interpreto para ela com sinais e na maioria das vezes eu procuro trazer imagem

para ajudar com que ela possa ter uma visatildeo melhor do conteuacutedo porque eu

percebo que a imagem ajuda muito ela e consegue ver pegar pegar quando

possiacutevelrdquo (Ana)

ldquoBom em sala noacutes temos a professora inteacuterprete que faz essa comunicaccedilatildeo

entre mim e ela faz uma ponte neacute Na ausecircncia dessa professora agraves vezes

acontece eu tento utilizar de alguns alunos que dominam libras noacutes temos

alunos que lidam com a Suelen e que sabem libras tambeacutem ou eu faccedilo

apontamentos pra ela demonstro no livro sublinho destaco informaccedilotildees para

tentar fazer ela compreender melhorrdquo (Antocircnia)

ldquoPra Suelen ela natildeo tem A dificuldade dela eacute apenas a deficiecircncia mesmo Ela

eacute uma aluna normal como agraves outras entatildeo assim eu natildeo tenho uma estrateacutegia

diferenciada Com ela seria soacute a comunicaccedilatildeo com a mediadora que eacute a Maria

nada aleacutem neacuterdquo (Joatildeo)

Podemos perceber entatildeo que vaacuterios satildeo os desafios enfrentados por uma pessoa

com deficiecircncia visto que normalmente cobra-se delas a aprendizagem e domiacutenio

teacutecnico da linguagem E tambeacutem para proacutepria escola cujo curriacuteculo prioriza tal

aprendizagem Apesar de atualmente verificarmos tentativas de ensino da liacutengua

materna a partir das experiecircncias dos alunos dos textos que fazem parte de sua

realidade eacute difiacutecil para professores e alunos compreenderem como agir para garantir

que a aprendizagem realmente ocorra especialmente porque os recursos

disponibilizados natildeo satildeo suficientes A formaccedilatildeo dos profissionais ainda eacute miacutenima e

principalmente ainda natildeo realizamos a funccedilatildeo de mediadores da aprendizagem da

leitura e da escrita Aprender a ler e a escrever satildeo habilidadescompetecircncias individuais

que podem ser favorecidas pela escola pelo meio nas relaccedilotildees que estabelecemos com

os outros mas cabe a cada um de noacutes descobrir qual o processo mais

interessanteprodutivo para adquirir tal competecircncia

29

42 A importacircncia do inteacuterprete na sala de ensino regular

O inteacuterprete de sinais eacute um profissional que tem como funccedilatildeo interpretar uma

determinada liacutengua por meio da liacutengua de sinais No Brasil o inteacuterprete deve dominar a

liacutengua de sinais e a Liacutengua Portuguesa podendo atuar nas mais diversas aacutereas entre

elas escolas palestras reuniotildees igrejas etc

Seu papel eacute de fundamental importacircncia no processo ensino aprendizagem dos

alunos na sala de ensino regular devendo o mesmo ser um canal de comunicaccedilatildeo entre

o professor aluno surdo e demais colegas transmitindo as explicaccedilotildees de conteuacutedos

questionamentos e duacutevidas possibilitando a esse aluno a participaccedilatildeo direta no seu

processo ensino aprendizagem e demais espaccedilos escolares A formaccedilatildeo desses

profissionais estaacute limitada a cursos de poacutes-graduaccedilatildeo

ldquoA inteacuterprete ouve tudo o que professor fala e repassa em librasrdquo (Suelen-

aluna)

ldquoNosso trabalho eacute ser o mediador entre o professor e a Suelen O que a Suelen

quer passar para os professores e o que eles natildeo entendem eu falo pra eles e o

que eles querem dizer pra ela eu tambeacutem transmito a elardquo (Inteacuterprete ndash Maria)

A professora Maria atua na sala do 8ordm ano do ensino regular da escola Satildeo

Judas (nome fictiacutecio) a mesma eacute formada em Pedagogia e estaacute cursando poacutes-graduaccedilatildeo

em Educaccedilatildeo Inclusiva Atua haacute dois anos como inteacuterprete na sala de ensino regular

Seu trabalho estaacute direcionado para a mediaccedilatildeo entre a aluna Suelen e os professores

regentes considerando que a mesma tem mais de um professor Todo o conteuacutedo e

explicaccedilotildees satildeo repassados para a aluna por meio de Libras e atraveacutes da oralidade

quando satildeo repassadas as duacutevidas da aluna para os professores Para a inteacuterprete sua

maior dificuldade estaacute relacionada ao fato de algumas disciplinas como no caso de

ciecircncias geografia e Histoacuteria natildeo apresentarem sinais em libras tendo que criar ldquosinaisrdquo

proacuteprios e estrateacutegias que possam ajudar a aluna a entender o que estaacute sendo passado ou

utilizar a datilologia

Tem muitos conteuacutedos que natildeo tem sinais Essa daiacute eacute uma das grandes

dificuldades Quando o conteuacutedo eacute muito complexo que natildeo tem sinal

30

agente tem que dar exemplos e buscar alguma forma de fazer com que o

aluno entenda porque tem muitas coisas que satildeo necessaacuterias ele saber e

que natildeo tem sinal e ainda natildeo foram criados e a gente tenta dar exemplo

tenta trazer para o dia a dia dele ateacute fazer ela entender (Inteacuterprete

Maria)

Percebe-se que Maria vai aleacutem do papel de interpretar a fala dos professores

Maria utiliza vaacuterios recursos para ajudar a aluna a compreender os conteuacutedos

trabalhados em sala e assim efetivar a aprendizagem (LACERDA 2005 p2) enfatiza

que ldquoo inteacuterprete assume vaacuterias funccedilotildees que natildeo condiz com suas atribuiccedilotildees dentre

elas ensinar liacutengua de sinais atender as demandas pessoais do aluno atuar frente ao

comportamento do aluno atuar como educador frente a dificuldades de aprendizagem

do alunordquo

Eu passo os conteuacutedos e as explicaccedilotildees para libras soacute que eu gosto tambeacutem de

usar imagens trazer viacutedeos A presenccedila de figuras ela ajuda muito nesse

processo de ensino aprendizagem do surdo (Inteacuterprete Maria)

O papel desse profissional embora ainda caminhe em passos lentos vem

contribuindo bastante para o trabalho com crianccedilas surdas que frequentam as salas de

ensino regular pois sem a sua presenccedila natildeo haveria nenhuma possibilidade dessas

crianccedilas aprenderem tendo em vista que a maioria dos professores regentes natildeo

dominam libras Isso fica visiacutevel na medida em que os professores relatam que na

ausecircncia da inteacuterprete a comunicaccedilatildeo se torna mais difiacuteceis precisando se comunicar

atraveacutes de gestos desenhos ou utilizar os alunos de sala que dominam a liacutengua de sinais

43 A comunicaccedilatildeo entre professor e aluno surdo

Embora a Lei 1043602 reconheccedila a liacutengua de sinais como meio de

comunicaccedilatildeo e expressatildeo legal e determine a inclusatildeo de disciplina de libras como parte

integrante do curriacuteculo nos cursos de formaccedilatildeo de professores e de fonoaudioacuteloga ainda

natildeo eacute possiacutevel perceber muitos professores que dominam a liacutengua de sinais Assim

outras formas de comunicaccedilatildeo satildeo utilizadas com os alunos surdos (BRASIL 2002)

31

De todos os professores que ministram aula para Suelen somente a professora

Ana se comunica com a aluna por meio de libras pois a mesma se disponibilizou a

aprender a liacutengua de sinais e jaacute estaacute finalizando a segunda etapa do curso intermediaacuterio

Hoje a comunicaccedilatildeo jaacute estaacute direta Logo quando cheguei agrave escola eu natildeo sabia

nada sobre a questatildeo de deficiecircncia sobre surdez libras natildeo entendia nada

entatildeo eu comecei a buscar entender hoje eu me comunico normal com ela

(Ana)

Os demais professores dependem estritamente da interprete Maria pois natildeo

dominam a liacutengua de sinais se comunicando apenas por meios de gestos desenhos

apontamentos etc Esses professores conhecem poucas expressotildees palavras como por

exemplo bom dia boa tarde boa noite obrigado ou alguns sinais que aprenderam por

meio de oficinas que satildeo oferecidas pela escola e ministradas por profissionais do NAPI

(Nuacutecleo de Apoio Pedagoacutegico a Inclusatildeo)

A comunicaccedilatildeo entre professores e a aluna Suelen

Eacute uma comunicaccedilatildeo um pouco limitada Eu natildeo tenho um curso de libras

completo entatildeo eu sei apenas algumas palavras expressotildees Eacute um pouco

limitada acaba sendo muito mais gestual do que mesmo propriamente a libras

(Antocircnia)

Atraveacutes da inteacuterprete que tem na sala de aula eu escrevo numa folha entatildeo eu

me comunico atraveacutes de gestos (Giovanna)

Atraveacutes da inteacuterprete (Reginaldo)

Agora tem a mediadora que no caso eacute a Maria A Maria eacute uma ponte entre o

conhecimento que eu tenho que passar e a Suelen (Joatildeo)

Soacute com alguns professores eu converso em libras outros com gestos e a maioria

dos alunos estudam comigo desde o 6ordm ano portanto jaacute consegue se comunicar

em libras (Aluna Suelen)

Eacute noacutes inteacuterprete que fazemos a maioria da comunicaccedilatildeo entre eles Tem

professor que estaacute fazendo o curso e que se comunica muito bem com ela como

32

eacute o caso da Ana A Ana se comunica com a Suelen sem precisar de mim jaacute os

outros a maioria das coisas natildeo entendem e a gente precisa taacute oralizando

(Inteacuterprete Maria)

Portanto faz-se necessaacuterio que os professores regentes aprendam a liacutengua de

sinais para se comunicarem diretamente com os alunossurdo e estreitarem relaccedilotildees com

os mesmos para que essa responsabilidade natildeo fique diretamente com a inteacuterprete

(LACERDA 2005 p 3)

44 A avaliaccedilatildeo de alunos surdos no contexto escolar

A avaliaccedilatildeo escolar eacute parte integrante do processo ensino aprendizagem e tem

como objetivo desenvolver as capacidades intelectual social e moral dos educandos

Para que isso aconteccedila faz-se necessaacuterio uma accedilatildeo pedagoacutegica voltada para a autonomia

e independecircncia do aluno

Para cumprir as exigecircncias do processo de ensino a avaliaccedilatildeo deve cumprir a

funccedilatildeo de diagnosticar cujo objetivo eacute identificar as dificuldades e avanccedilos do

educando ao longo do processo ensino aprendizagem (iniacutecio durante e no final)

(LIBAcircNEO CJ1994 p197)

A avaliaccedilatildeo diagnoacutestica (inicial) consiste em identificar os conhecimentos

preacutevios dos alunos em relaccedilatildeo aos conteuacutedos do ano anterior e a partir daiacute desenvolver o

planejamento voltado para os conteuacutedos que deve ser ensinado em determinada unidade

partindo dos conhecimentos adquiridos pelo educando

Durante o processo de ensino aprendizagem a avaliaccedilatildeo se volta para o

acompanhamento do educando no sentido de corrigir os erros esclarecer as duacutevidas

estimulando-os para que os mesmos avancem superando as dificuldades e alcanccedilando os

resultados positivos A funccedilatildeo de controle estaacute relacionada agraves formas e quantidades de

verificaccedilatildeo dessa aprendizagem Esse controle pode acontecer de forma parcial e estatildeo

direcionadas as atividades desenvolvidas durante o bimestre semestre ou final quando

haacute exames finais (LIBAcircNEO 1994 p 197)

Os instrumentos de avaliaccedilatildeo devem proporcionar a cada um dos educandos

em especial os que apresentam necessidades educacionais condiccedilotildees necessaacuterias para

que os mesmos desenvolvam suas capacidades cognoscitivas considerando que cada

um tem seu tempo e sua maneira de aprender o que exige que o professor regente

33

desenvolva estrateacutegias de aprendizagem diferenciadas Para isso os docentes devem

refletir sobre os instrumentos de avaliaccedilatildeo que estatildeo sendo utilizados para verificar a

aprendizagem se os mesmos estatildeo trazendo resultados significativos para a turma ou se

deve muda-los pois o planejamento eacute flexiacutevel e a avaliaccedilatildeo eacute contiacutenua logo se deve

considerar a importacircncia de mudanccedila quando necessaacuterio

A avaliaccedilatildeo no contexto escolar tem considerado muito mais os resultados

quantitativos quando deveria considerar os aspectos qualitativos O ato de avaliar natildeo

deve considerar apenas as notas e sim a qualidade do ensino

Como acontece a avaliaccedilatildeo da aluna Suelen

Acontece da mesma forma como para os demais alunos apenas com um tempo

maior para a realizaccedilatildeo das atividades por tratar-se de outra liacutengua

(Reginaldo)

Ela faz avaliaccedilatildeo que nem os outros alunos quando eacute atividade em dupla ela faz

com a dupla ela faz normal que nem os outros (Giovanna)

Bem a avaliaccedilatildeo da Suelen eacute normal como todos os outros alunos o que vai

diferenciar delas eacute que na avaliaccedilatildeo dela sempre como eu coloco eu procuro

colocar as questotildees da imagem laacute no iniacutecio e de preferecircncia as questotildees de

muacuteltiplas escolhas por que ai vai ser mais faacutecil para ela por que ai como ela

natildeo tem um bom domiacutenio da leitura e da escrita fica mais difiacutecil para ela entatildeo

eu faccedilo avaliaccedilatildeo e no decorrer da aula tambeacutem ela eacute muito participativa ela

pergunta quando natildeo entende isso eacute uma forma de estar avaliando ela tambeacutem

(Ana)

A avaliaccedilatildeo da Suelen eacute normal assim como eu avalio os outros alunos Como

eu falei anteriormente ela eacute muito inteligente Ela aprende muito faacutecil entatildeo eu

natildeo preciso diferenciar a avaliaccedilatildeo pra Suelen pra ela poder acompanhar natildeo

Eu consigo fazer com ela assim como os demais algumas situaccedilotildees satildeo claro se

diferenciam por exemplo se eu peccedilo uma produccedilatildeo textual pra Suelen a

produccedilatildeo dela eu tenho que corrigir adaptadamente porque ela natildeo usa

preposiccedilatildeo artigos os verbos satildeo todos no infinitivo e eu tenho que

compreender isso saber dessas informaccedilotildees pra na hora que eu for corrigir isso

eu levar em consideraccedilatildeo mas as demais avaliaccedilotildees satildeo normais Ela apresenta

34

trabalhos como os demais ela faz provas escritas prova com questotildees objetivas

e subjetivas e ela se sai muito bem (Antocircnia)

A avaliaccedilatildeo dela natildeo tem diferenccedila natildeo Assim a mediadora pega somente pra

explicar pra ela alguma coisa Mas pra ela natildeo tem nem um meacutetodo

diferenciado em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo (Joatildeo)

Tenho um pouco de dificuldade nas provas de geografia porque a professora

natildeo me daacute um tempo a mais nas minhas provas Ela quer que eu faccedila no tempo

dos ouvintes (aluna Suelen)

Deve-se proporcionar a todos os alunos a participaccedilatildeo como agentes do seu

processo de ensino aprendizagem garantindo que todos possam evoluir Percebe-se que

a aluna Suelen desenvolve as mesmas atividades avaliativas o que se diferencia satildeo

alguns aspectos que satildeo necessaacuterios para que ela consiga desenvolve-la com eficiecircncia

dentre eles tempo suficiente para que a mesma conclua com qualidade a utilizaccedilatildeo de

imagens nas atividades avaliativas pois os alunos surdos aprendem mais e melhor por

meio da visatildeo fazendo-se necessaacuterio a utilizaccedilatildeo de recursos diferenciados etc realiza

trabalhos em grupos e apresentaccedilotildees expositivas com a colaboraccedilatildeo da inteacuterprete

Para o docente o que deve ser levado em consideraccedilatildeo satildeo os criteacuterios de

avaliaccedilatildeo pois os alunos surdos natildeo fazem uso dos conectivos logo atividades como

produccedilatildeo textual natildeo deve ser avaliada da mesma forma dos demais O ensino oferecido

deve proporcionar a essa crianccedila a oportunidade de superar suas dificuldades e

limitaccedilotildees pois segundo Libacircneo (1994 p 201) a avaliaccedilatildeo deve

Ajudar todas as crianccedilas a crescerem os ativos e os apaacuteticos os espertos e os

lentos os interessados e os desinteressados Os alunos natildeo satildeo iguais nem no

niacutevel socioeconocircmico nem nas suas caracteriacutesticas individuais A avaliaccedilatildeo

possibilita o conhecimento de cada um da sua posiccedilatildeo em relaccedilatildeo aacute classe

estabelecendo uma base para as atividades de ensino aprendizagem

35

5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A pesquisa realizada na escola de Ensino fundamental II Satildeo Judas (nome

fictiacutecio) teve como objetivo identificar a forma de comunicaccedilatildeo entre professor e aluno

surdo do ensino fundamental e como essa comunicaccedilatildeo interfere no processo de ensino

aprendizagem desses alunos tendo em vista que a grande maioria dos professores

regentes natildeo domina a liacutengua de sinais

Ao longo desse trabalho pode-se perceber que haacute uma limitaccedilatildeo de todos os

profissionais que estatildeo ligados diretamente com a aprendizagem da aluna Suelen pois

todos eles dependem exclusivamente da inteacuterprete que atua em sala comprometendo

dessa forma o desenvolvimento cognitivo e afetivo da aluna Tudo isso se deve ao fato

de que a comunicaccedilatildeo eacute de responsabilidade da inteacuterprete uma vez que a mesma

repassa para os professores e a aluna tudo o que ambas as partes precisam saber dentre

elas explicaccedilotildees dos conteuacutedos e atividades que seratildeo desenvolvidas em sala duacutevidas

apresentadas no decorrer das aulas e etc

Destaca-se ainda que embora a escola desponha de um professor inteacuterprete na

sala de aula regular muito ainda deve ser feito para que aconteccedila realmente a inclusatildeo

desse educando O desenvolvimento cognitivo e social nem sempre acontece pois sua

aprendizagem tem se limitado ao ensino de libras e a inclusatildeo desse aluno por meio da

matriacutecula ao ensino regular quando na verdade se faz necessaacuterios professores

capacitados para lidar com crianccedilas com necessidades educacionais nesse caso a surdez

Assim faz-se necessaacuterio que todos os professores regentes se disponibilizem a

conhecer e dominar a liacutengua de sinais para que cada um deles possa realmente interagir

e dialogar com seus alunos surdos desenvolver metodologias e estrateacutegias que

favoreccedilam a aprendizagem da liacutengua portuguesa na modalidade oral e escrita Soacute assim

ele teraacute a oportunidade de desenvolver seu lado criacutetico e social contribuindo como

elemento fundamental no seu processo ensino aprendizagem

Para que aconteccedila integraccedilatildeo de todos os educandos surdos eacute necessaacuterio que se

ofereccedila uma educaccedilatildeo pautada no desenvolvimento do educando como sujeito do

processo ensino aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo capaz de tornaacute-lo um

cidadatildeo criacutetico exercendo a cidadania na sociedade a qual faz parte Quando a escola

trabalha com esse objetivo ela oportuniza o educandosurdo a continuar as etapas de

ensino e futuramente ingressar no mercado de trabalho como um membro ativo no

desenvolvimento social do paiacutes

36

REFEREcircNCIAS

ALVES Carla Barbosa FERREIRA Josimaacuterio de Paula DAMAacuteZIO Mirlene

Macedo A educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo escolar abordagem

biliacutengue na escolarizaccedilatildeo de pessoas com surdez Brasiacutelia Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Secretaria de Educaccedilatildeo Especial Fortaleza Universidade Federal do Cearaacute 2010

BEIGUELMAN Bernardo A interpretaccedilatildeo geneacutetica da variabilidade humana

Ribeiratildeo Preto SBG 2008152p

SANTANA Ana Paula e BERGAMO Alexandre Cultura e identidade surdas

encruzilhada de lutas sociais e teoacutericas Educ Soc Campinas vol 26 n 91 p 565-

582 MaioAgo 2005 565 Disponiacutevel em httpcedesunicampbr Acesso em 13 out

2015

Beyer HO Educaccedilatildeo inclusiva ou integraccedilatildeo escolar implicaccedilotildees pedagoacutegicas dos

conceitos como rupturas paradigmaacuteticas Ensaios pedagoacutegicos Brasiacutelia Ministeacuterio

da Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial 2006 146 p

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia DF Senado

Federal 05101988 Disponiacutevel emlt httpwwwplanaltogovbrccivil_03_ato2004-

20062005decretod5626htmgt Acesso em 01 out 2015

BOOTH Tony AINSCOW M Index para a inclusatildeo-desenvolvendo a

aprendizagem e participaccedilatildeo na escola Traduccedilatildeo de Mocircnica Pereira dos Santos Rio

de Janeiro LAPEADE 2012

CANDAU Vera Maria MOREIRA Antocircnio Flaacutevio Indagaccedilotildees sobre o curriacuteculo

curriacuteculo conhecimento e cultura Brasiacutelia Ministeacuterio da EducaccedilatildeoSecretaria de

Educaccedilatildeo Baacutesica 2007

_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Poliacutetica Nacional de

Sauacutede da Pessoa Portadora de Deficiecircncia Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

2008

_______ Decreto nordm 5626 de 22 de dezembro de 2005 Regulamenta a Lei no 10436

de 24 de abril de 2002 que dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de Sinais - Libras e o

art 18 da Lei no 10098 de 19 de dezembro de 2000

______ Lei nordm 10436 de 24 de abril de 2002 Dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de

Sinais ndash Libras e daacute outras providecircncias Disponiacutevel em lt

httpwwwplanaltogovbrccivil_03leis2002L10436htmgt Acesso em 15 out 2015

37

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria de Educaccedilatildeo Especial Marcos Poliacuteticos-

Legais da Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Secretaria de

educaccedilatildeo especial Brasiacutelia secretaria de educaccedilatildeo Especial 2010 72p

CAPOVILLA Fernando C Avaliaccedilatildeo escolar e poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo para

os alunos natildeo ouvintes Instituto de Psicologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo 2008

FAacuteVERO Osmar FERREIRA Windyz IRELAND Timonthy BARREIROS Deacutebora

(Orgs) Tornar a educaccedilatildeo inclusiva Brasiacutelia UNESCO 2009 Disponiacutevel emlt httpunesdocunescoorgimages0018001846184683porpdfgt Acesso em 20 out

2015

KELMAN Celeste Azulay [et al] A pessoa com surdez na escola Desenvolvimento

humano educaccedilatildeo e inclusatildeo escolar coordenaccedilatildeo de Diva Albuquerque e Silviane

Barbato Brasiacutelia Editora UnB 2010 280 p il color 23 cm

KUBASKI Cristiane MORAES Violeta Porto O bilinguismo como proposta

educacional para crianccedilas surdas IX Congresso Nacional de Educaccedilatildeo ndash EDUCERE

Pontifica Universidade Catoacutelica do Paranaacute 2009

LACERDA Cristina Broglia Feitosa de O inteacuterprete de liacutengua de sinais em sala de

aula experiecircncia de atuaccedilatildeo no ensino fundamental Satildeo Paulo 2005

LIBAcircNEO Joseacute Carlos Didaacutetica Satildeo Paulo Cortez 1994 ndash (coleccedilatildeo magisteacuterio 2ordm

grau Seacuterie formaccedilatildeo do professor)

LUDKE Menga e ANDREacute Marli EAD Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens

qualitativas Satildeo Paulo Editora Pedagoacutegica e Universitaacuteria 1986

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO Resoluccedilatildeo CNECEB Nordm 2 de 11 de Fevereiro de

2001 Institui Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Cacircmara de Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em lt

httpportalmecgovbrseesparquivospdfres2_bpdfgt Acesso em 10 nov 2015

_______ Secretaria de Educaccedilatildeo Especial Marcos poliacutetico-legais educaccedilatildeo especial

na perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva Brasiacutelia Secretaria de Educaccedilatildeo Especial

2010

VILAR Maria Auxiliadora Monteiro e LLERENA JUNIOR Juan Clinton Aspectos

bioloacutegicos da deficiecircncia auditiva Rio de Janeiro Editora UNIRIO 2008

TEIXEIRA Vera Luacutecia Macedo de Oliveira CARVALHO Liacutevia de Oliveira Teixeira

Dias Deficiecircncia auditiva na escola entre a realidade e o preconizado por estudiosos

38

da educaccedilatildeo Revista Eletrocircnica Univar 2011 n 8 p 98 Disponiacutevel em

httprevistaunivaredubr Acessado em 10 out 2015

39

APEcircNDICES

Apecircndice A - Roteiro de entrevista semiestruturada para os professores regentes

da Escola

1 Qual o seu tempo de trabalho na aacuterea de educaccedilatildeo E com alunos com algum

tipo de deficiecircncia

2 Qual a sua formaccedilatildeo

3 Qual a disciplina e para quais seacuteries leciona

4 Como estaacute sendo a sua experiecircncia com alunos com deficiecircncia auditiva

Quantos alunos com deficiecircncia auditiva

5 Como se daacute a comunicaccedilatildeo entre vocecirc e a aluna Helen

6 Vocecirc jaacute participou de algum curso sobre deficiecircncia auditiva alguma oficina ou

curso de libras

7 (Em caso afirmativo)E esta formaccedilatildeo trouxe algum tipo de contribuiccedilatildeo ao seu

cotidiano na docecircncia para aluno com deficiecircncia auditiva Comente sobre isso

8 Quais as estrateacutegias que vocecirc utiliza para explicar os conteuacutedos para Helen

9 Como vocecirc percebe quando a aluna estaacute compreendendo ou natildeo a o conteuacutedo

10 Quais as suas alternativas quando isso acontece

11 Como acontece avaliaccedilatildeo da aluna Helen

12 Como vocecirc percebe o relacionamento do aluno com deficiecircncia e os demais

alunos da sala Haacute interaccedilatildeo e respeito

13 Existe alguma diferenccedila em ministrar aulas para alunos com ou sem deficiecircncia

14 Quais as maiores dificuldades ou facilidade em sua disciplina

40

Apecircndice B - Roteiro de entrevista do interprete

1 Qual a sua formaccedilatildeoGraduaccedilatildeo

2 Haacute quanto tempo trabalha com alunos com alunos surdos

3 Como eacute a formaccedilatildeo para trabalha com alunos surdos

4 Como se dar a comunicaccedilatildeo entre vocecirc e a aluna Helen

5 Como eacute o trabalho do interprete em sala de aula

6 Como vocecirc realiza a mediaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo entre a aluna Helen e o professor

regente

7 Como vocecirc observa a relaccedilatildeo entre os professores regentes e a aluna

8 Fale-me sobre as estrateacutegias observadas por vocecirc que os professores utilizam

para facilitar a comunicaccedilatildeo com Helen

9 Vocecirc acompanha a aluna em todas as aulas

10 Determinados conteuacutedos ou disciplinas podem dificultar ou facilitar a

comunicaccedilatildeo com aluno surdo Comente sobre como vocecirc observa essa situaccedilatildeo

no caso de Helen

11 Todo o conteuacutedo da disciplina eacute repassado para aluna por meio de LIBRAS ou

existem outras estrateacutegias Comente sobre isso

12 Quais as dificuldades encontradas por vocecirc no que se refere ao repasse dos

conteuacutedos para alunos

41

Apecircndice C ndash Roteiro de entrevista do (a) aluno (a)

1 Qual o seu nome e quantos anos vocecirc tem

2 Em que momento da sua vida a surdez surgiu

3 Conte-me sobre o seu cotidiano em sala de aula

4 Como vocecirc se comunica com seus professores e colegas Como vocecirc faz para

contorna-lo

5 Vocecirc sabe LIBRAS

6 Com que idade vocecirc comeccedilou aprender LIBRAS

7 Em sua opiniatildeo para que serve o aprendizado de LIBRAS

8 Como eacute o aprendizado de portuguecircs para vocecirc

9 Vocecirc acha importante o aprendizado das duas liacutenguas

10 Vocecirc tem interprete em sala de aula Em caso positivo desde quando

11 Qual a funccedilatildeo da interprete em sala de aula

12 Vocecirc frequenta a sala de recursos no contra turno

13 Como acontece o seu aprendizado na sala de recurso

14 Vocecirc jaacute sofreu algum tipo de preconceito na escola

15 Se vocecirc jaacute sofreu preconceito em que situaccedilatildeo isso aconteceu

16 O que vocecirc considera que seja sua maior dificuldade para aprender Comente

17 Em quais as disciplinas ou conteuacutedos vocecirc tem mais facilidade Comente

18 O que vocecirc acha necessaacuterio na escola para que o seu aprendizado fique melhor

19 Em sua opiniatildeo o que a escola poderia fazer para melhorar a comunicaccedilatildeo entre

seus professores ou colegas e vocecirc

20 Vocecirc percebe alguma preocupaccedilatildeo em adequar as aulas ou seja trazer recursos

diferenciados para que vocecirc compreenda melhor os conteuacutedos De que forma

21 Vocecirc se sente incluiacuteda no seu ambiente escolar Comente

22 Vocecirc gostaria de mi dizer mais alguma coisa

23 Como foi participar desta entrevista com migo

42

Universidade de Brasiacutelia ndash UnB Instituto de Psicologia ndash IP

Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento ndash PED Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Processos de Desenvolvimento Humano e Sauacutede PGPDS Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

Da Universidade de Brasiacuteliandash UnBUniversidade Aberta do Brasil ndash UAB

Polo _____________________________________________________________

Para o(a) Ilmo(a) Sr(a) Diretor(a) _____________________________________

Instituiccedilatildeo_________________________________________________________

Carta de Apresentaccedilatildeo

Senhor (a) Diretor (a)

Estamos apresentando a V Sordf o(a) cursista poacutes-graduando(a)

_____________________________________________________________________________

que estaacute em processo de realizaccedilatildeo do Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento

Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

Eacute requisito parcial para a conclusatildeo do curso a realizaccedilatildeo de um estudo

empiacuterico sobre tema acerca da inclusatildeo no contexto escolar cujas estrateacutegias

metodoloacutegicas podem envolver entrevista com professores pais ou outros

participantes observaccedilatildeo e anaacutelise documental

A realizaccedilatildeo desse trabalho tem como objetivo a formaccedilatildeo continuada dos

professores e profissionais da educaccedilatildeo subsidiando-os no desenvolvimento de uma

praacutetica pedagoacutegica refletida e transformadora tendo como consequecircncia uma

educaccedilatildeo inclusiva

Desde jaacute agradecemos e nos colocamos a disposiccedilatildeo de Vossa Senhoria para

maiores esclarecimentos no telefone (061) 3107-6911

Atenciosamente

__________________________________________________

Coordenador(a) do Polo ou Professor(a)-Tutor(a) Presencial

Coordenadora Geral do Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano

Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar Profordf Drordf Diva Albuquerque Maciel

43

Universidade de Brasiacutelia ndash UnB Instituto de Psicologia ndash IP Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento ndash PED Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Processos de Desenvolvimento Humano e Sauacutede - PGPDS Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

Aceite Institucional

O (A) SrSra _______________________________ (nome completo do responsaacutevel pela

instituiccedilatildeo) da___________________________________(nome da instituiccedilatildeo) estaacute de acordo com a

realizaccedilatildeo da pesquisa

_____________________________________________________________________________________

____ de responsabilidade do(a) pesquisador(a)

_______________________________________________________ aluna do Curso de Especializaccedilatildeo

em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar no Instituto de Psicologia do Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Processos de Desenvolvimento Humano da Universidade de Brasiacutelia realizado sob

orientaccedilatildeo da Prof DoutorMestre ___________________________________________

O estudo envolve a realizaccedilatildeo de__________________________________________

(entrevistas observaccedilotildees e filmagens etc) do atendimento

__________________________________________(local na instituiccedilatildeo a ser pesquisado) com

_________________________________(participantes da pesquisa) A pesquisa teraacute a duraccedilatildeo de

_________(tempo de duraccedilatildeo em dias) com previsatildeo de iniacutecio em ____________ e teacutermino em

________________

Eu ____________________________________________(nome completo do responsaacutevel pela

instituiccedilatildeo) _______________________________________(cargo do(a) responsaacutevel do(a) nome

completo da instituiccedilatildeo onde os dados seratildeo coletados declaro conhecer e cumprir as Resoluccedilotildees Eacuteticas

Brasileiras em especial a Resoluccedilatildeo CNS 19696 Esta instituiccedilatildeo estaacute ciente de suas

corresponsabilidade como instituiccedilatildeo coparticipante do presente projeto de pesquisa e de seu

compromisso no resguardo da seguranccedila e bem-estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados

dispondo de infraestrutura necessaacuteria para a garantia de tal seguranccedila e bem-estar

_____________________(local) __________________(data)

_______________________________________________ Nome do (a) responsaacutevel pela instituiccedilatildeo

_______________________________________________

Assinatura e carimbo do(a) responsaacutevel pela instituiccedilatildeo

44



Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento ndash PED

Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Senhor(a) Professor(a)

Sou orientando(a) do Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar realizado

pelo Instituto de Psicologia por meio da Universidade Aberta do BrasilUniversidade de Brasiacutelia (UAB-UnB) e estou realizando

um estudo sobre____________________________________ Assim gostaria de consultaacute-lo(a) sobre seu interesse e

disponibilidade de cooperar com a pesquisa

Esclareccedilo que este estudo poderaacute fornecer agraves instituiccedilotildees de ensino subsiacutedios para o planejamento de atividades

com vistas agrave promoccedilatildeo de condiccedilotildees favoraacuteveis ao pleno desenvolvimento dos alunos em contextos inclusivos e ainda

favorecer o processo de formaccedilatildeo continuada dos professores nesse contexto de ensino

A coleta de dados seraacute realizada por meio de ______________________________ (explicitar todas as teacutecnicas de

coleta de dados gravaccedilotildees em viacutedeo das situaccedilotildees cotidianas e rotineiras da escola entrevistas observaccedilotildees questionaacuterios

etc)

Esclareccedilo que a participaccedilatildeo no estudo eacute voluntaacuteria e livre de qualquer remuneraccedilatildeo

ou benefiacutecio Vocecirc poderaacute deixar a pesquisa a qualquer momento que desejar e isso natildeo

acarretaraacute qualquer prejuiacutezo ou alteraccedilatildeo dos serviccedilos disponibilizados pela escola Asseguro-

lhe que sua identificaccedilatildeo natildeo seraacute divulgada em hipoacutetese alguma e que os dados obtidos seratildeo

mantidos em total sigilo sendo analisados coletivamente Os dados provenientes de sua

participaccedilatildeo na pesquisa tais como __________(explicitar instrumentos de coleta de dados)

ficaratildeo sob a guarda do pesquisador responsaacutevel pela pesquisa

Caso tenha alguma duacutevida sobre o estudo o(a) senhor(a) poderaacute me contatar pelo

telefone _____________________ ou no endereccedilo eletrocircnico _____________ Se tiver

interesse em conhecer os resultados desta pesquisa por favor indique um e-mail de contato

Este documento foi elaborado em duas vias uma ficaraacute com o(a) pesquisador(a)

responsaacutevel pela pesquisa e a outra com o senhor(a)

Agradeccedilo antecipadamente sua atenccedilatildeo e colaboraccedilatildeo

Respeitosamente

_____________________________________

Assinatura do Pesquisador

______________________________________

Assinatura do Professor

Nome do Professor _________________________________________________

E-mail(opcional) ______________________________________________________________

45

Universidade de Brasiacutelia ndash UnB Instituto de Psicologia ndash IP Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano ndash PED Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Senhores Pais ou Responsaacuteveis

Sou orientando(a) do Curso de Especializaccedilatildeo em Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar realizado pelo

Instituto de Psicologia por meio da Universidade Aberta do BrasilUniversidade de Brasiacutelia (UAB-UnB) e estou realizando um estudo

sobre________________________________________ Assim gostaria de consultaacute-lo(a) sobre seu interesse e disponibilidade de cooperar

com a pesquisa

A coleta de dados seraacute realizada por meio de ______________________________ (explicitar todas as teacutecnicas de coleta de

dados gravaccedilotildees em viacutedeo das situaccedilotildees cotidianas e rotineiras da escola entrevistas observaccedilotildees questionaacuterios etc)

Esclareccedilo que a participaccedilatildeo no estudo eacute voluntaacuteria e livre de qualquer remuneraccedilatildeo ou

benefiacutecio Vocecirc poderaacute deixar a pesquisa a qualquer momento que desejar e isso natildeo acarretaraacute

qualquer prejuiacutezo ou alteraccedilatildeo dos serviccedilos disponibilizados pela escola Asseguro-lhe que sua

identificaccedilatildeo natildeo seraacute divulgada em hipoacutetese alguma e que os dados obtidos seratildeo mantidos em total

sigilo sendo analisados coletivamente Os dados provenientes de sua participaccedilatildeo na pesquisa tais

como __________(explicitar instrumentos de coleta de dados) ficaratildeo sob a guarda do pesquisador

responsaacutevel pela pesquisa

Caso tenha alguma duacutevida sobre o estudo o(a) senhor(a) poderaacute me contatar pelo telefone

_____________________ ou no endereccedilo eletrocircnico _____________ Se tiver interesse em conhecer os

resultados desta pesquisa por favor indique um e-mail de contato

Este documento foi elaborado em duas vias uma ficaraacute com o(a) pesquisador(a) responsaacutevel

pela pesquisa e a outra com o senhor(a)


Respeitosamente

_____________________________________


______________________________________

Assinatura do Participante Voluntaacuterio

Nome do Participante Voluntaacuterio _________________________________________________________

E-mail(opcional) ______________________________________________________________________

BRASIacuteLIA2015






A comunicaccedilatildeo do professor com o aluno surdo entre gritos choros e

desejos

BRASIacuteLIA2015

Monografia apresentada ao Curso de Especializaccedilatildeo em

Desenvolvimento Humano Educaccedilatildeo e Inclusatildeo Escolar

do Departamento de Psicologia Escolar e do

Desenvolvimento Humano ndash PEDIP ndash UnBUAB

Orientadora Sueli de Souza Dias






ocorrida em _28____11__2015


Sueli de Souza Dias

____________________________________________________

Sueli de Souza Dias

Ana Paula Carlucci

____________________________________________________

NOME DO EXAMINADOR


--------------------------------------------------------------------------------


BRASIacuteLIA2015

DEDICATOacuteRIA





AGRADECIMENTO











RESUMO














LISTA DE QUADRO



SUMAacuteRIO






2 OBJETIVOS 21



3 METODOLOGIA 22




34 Materiais 24






aprendizagem 27





REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICES 39


Escola 39



9










tema escolhido























Especializado (AEE)

10







vida





inseridos














finais

11
































12
























afirmam






BERGAMO 2005 p 567)





13



Aristoacuteteles

(384-322 AC)





aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960




Lucinda






surdas

Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)





14












em sociedade







Kelman (2010)

O oralismo










15







em sinais








14) destacam que














portuguesa escrita





16



DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























17






















complexo niacutevel












18


estatura

















outras
















19

































20
































21

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral








(BRASIL 2010)











22

3 METODOLOGIA











em estudo


















23
















Magisteacuterio

Experiecircncia

com ANEES



Licenciatura 7 7




Licenciatura 10 3



fundamental II

-

-




24











escola

34 Materiais


Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














25






























26


escolar

27






























28































29













aluna)

















30





Maria)







do alunordquo

















31







(Ana)











(Antocircnia)











32







(LACERDA 2005 p 3)

























33












(Reginaldo)










(Ana)










34



























35


































36

REFEREcircNCIAS










2015















2008







37






Paulo 2008



2015



















2010





38



39

APEcircNDICES


da Escola









curso de libras











40








regente







no caso de Helen





41






contorna-lo






















42




Polo _____________________________________________________________






_____________________________________________________________________________













Atenciosamente

__________________________________________________




43






_____________________________________________________________________________________











________________








_____________________(local) __________________(data)


_______________________________________________


44
















etc)














Respeitosamente

_____________________________________


______________________________________



E-mail(opcional) ______________________________________________________________

45






com a pesquisa
















Respeitosamente

_____________________________________


______________________________________



E-mail(opcional) ______________________________________________________________________






ocorrida em _28____11__2015


Sueli de Souza Dias

____________________________________________________

Sueli de Souza Dias

Ana Paula Carlucci

____________________________________________________

NOME DO EXAMINADOR


--------------------------------------------------------------------------------


BRASIacuteLIA2015

DEDICATOacuteRIA





AGRADECIMENTO











RESUMO














LISTA DE QUADRO



SUMAacuteRIO






2 OBJETIVOS 21



3 METODOLOGIA 22




34 Materiais 24






aprendizagem 27





REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICES 39


Escola 39



9










tema escolhido























Especializado (AEE)

10







vida





inseridos














finais

11
































12
























afirmam






BERGAMO 2005 p 567)





13



Aristoacuteteles

(384-322 AC)





aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960




Lucinda






surdas

Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)





14












em sociedade







Kelman (2010)

O oralismo










15







em sinais








14) destacam que














portuguesa escrita





16



DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























17






















complexo niacutevel












18


estatura

















outras
















19

































20
































21

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral








(BRASIL 2010)











22

3 METODOLOGIA











em estudo


















23
















Magisteacuterio

Experiecircncia

com ANEES



Licenciatura 7 7




Licenciatura 10 3



fundamental II

-

-




24











escola

34 Materiais


Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














25






























26


escolar

27






























28































29













aluna)

















30





Maria)







do alunordquo

















31







(Ana)











(Antocircnia)











32







(LACERDA 2005 p 3)

























33












(Reginaldo)










(Ana)










34



























35


































36

REFEREcircNCIAS










2015















2008







37






Paulo 2008



2015



















2010





38



39

APEcircNDICES


da Escola









curso de libras











40








regente







no caso de Helen





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contorna-lo






















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com a pesquisa
















Respeitosamente

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DEDICATOacuteRIA





AGRADECIMENTO











RESUMO














LISTA DE QUADRO



SUMAacuteRIO






2 OBJETIVOS 21



3 METODOLOGIA 22




34 Materiais 24






aprendizagem 27





REFEREcircNCIAS 36

APEcircNDICES 39


Escola 39



9










tema escolhido























Especializado (AEE)

10







vida





inseridos














finais

11
































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afirmam






BERGAMO 2005 p 567)





13



Aristoacuteteles

(384-322 AC)





aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960




Lucinda






surdas

Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)





14












em sociedade







Kelman (2010)

O oralismo










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em sinais








14) destacam que














portuguesa escrita





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DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























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complexo niacutevel












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estatura

















outras
















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2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral








(BRASIL 2010)











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3 METODOLOGIA











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Magisteacuterio

Experiecircncia

com ANEES



Licenciatura 7 7




Licenciatura 10 3



fundamental II

-

-




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escola

34 Materiais


Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














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escolar

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Maria)







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REFEREcircNCIAS










2015















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Paulo 2008



2015



















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APEcircNDICES


da Escola









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3 METODOLOGIA 22




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APEcircNDICES 39


Escola 39



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tema escolhido























Especializado (AEE)

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vida





inseridos














finais

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BERGAMO 2005 p 567)





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Aristoacuteteles

(384-322 AC)





aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960




Lucinda






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Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)





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em sociedade







Kelman (2010)

O oralismo










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14) destacam que














portuguesa escrita





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DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























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complexo niacutevel












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21 Objetivo Geral








(BRASIL 2010)











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3 METODOLOGIA











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Magisteacuterio

Experiecircncia

com ANEES



Licenciatura 7 7




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fundamental II

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escola

34 Materiais


Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














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do alunordquo

















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REFEREcircNCIAS










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Paulo 2008



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da Escola









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Escola 39



9










tema escolhido























Especializado (AEE)

10







vida





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finais

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BERGAMO 2005 p 567)





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Aristoacuteteles

(384-322 AC)





aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

e John Wallis

Por volta de 1960




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Decreto

presidencial nordm

5626

2005 (Brasil)





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Kelman (2010)

O oralismo










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DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























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em estudo


















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Magisteacuterio

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Licenciatura 10 3



fundamental II

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escola

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Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














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2015















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9










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Especializado (AEE)

10







vida





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finais

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afirmam






BERGAMO 2005 p 567)





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aprender

Bartolo Della




George

Dalgarno


XVII






Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



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Americana


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5626

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O oralismo










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portuguesa escrita





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Experiecircncia

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escola

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Papel sulfite

Caneta














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da Escola









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Especializado (AEE)

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Bartolo Della




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Dalgarno


XVII






Charles Michel


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escola

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Papel sulfite

Caneta














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2015















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Bartolo Della




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Dalgarno


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Charles Michel


Em 1760

A partir de 1821



de Paris



Americana


William Holder

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Por volta de 1960




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presidencial nordm

5626

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O oralismo










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DAMAacuteZIO 2010)

O bilinguismo




























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Experiecircncia

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Celular Samsung


Papel sulfite

Caneta














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a comunicaÇÃo do professor com o aluno surdo:...

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