a comunicação científica, de a. j. meadows

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO INFORMAÇÃO EM ACESSO ABERTO - 2016.2 PROFª Dra. Rosângela Schwarz Rodrigues DOUTORANDO: Jorge Moisés Kroll do Prado A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Arthur Jack Meadows

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Page 1: A comunicação científica, de A. J. Meadows

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃOINFORMAÇÃO EM ACESSO ABERTO - 2016.2PROFª Dra. Rosângela Schwarz RodriguesDOUTORANDO: Jorge Moisés Kroll do Prado

A COMUNICAÇÃO

CIENTÍFICAArthur Jack Meadows

Page 2: A comunicação científica, de A. J. Meadows

O autor

Nasceu em 1934, é professor emérito em Estudos de Negócios. Foi professor de Biblioteconomia e Estudos de Informação de 1984 a 2001, ambos na Loughborough University.

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A obra Prefácio

1. Mudança e crescimento2. Tradições da pesquisa3. Quem pesquisa e com quais resultados?4. Canais da comunicação científica5. Tornando públicas as pesquisas6. Pesquisando sobre pesquisas

Pós-escrito

Referências

Índice

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PREFÁCIO

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PREFÁCIO

Sem comunicação, não há ciência.

Interesse do autor sobre o assunto começa em 1960, quanto as atividades de pesquisa estavam em rápida expansão em países desenvolvidos.

À época, o autor trabalhava no Department of Printed Books and Manuscripts do British Museum.

Page 6: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PREFÁCIO

Quanto tempo duraria essa expansão?

Como se poderá aplicar o dinheiro disponível a fim de produzir a quantidade máxima de pesquisas de alto nível?

Como poderia a comunicação científica ser conduzida de modo mais eficiente à medida que os recursos financeiros fossem minguando?

Page 7: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PREFÁCIO

Motivação do livro: mudanças ao longo do tempo que atuam de modo diferenciado nos campos de pesquisa.

Como é possível atender melhor às atividades de comunicação dos pesquisadores num ambiente tecnológico que passa por rápidas alterações?

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MUDANÇA E CRESCIMENTO

1

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MUDANÇAECRESCIMENTO A maneira como o cientista transmite informações depende

do veículo empregado, da natureza das informações e do público-alvo.

Estes fatores contribuem para a construção de uma imagem coerente da comunicação científica atual, incluindo algumas ideias sobre como chegou à presente situação e aonde chegará no futuro.

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MUDANÇAECRESCIMENTO Por que se pesquisa?

Pela representatividade em si mesmo;

Pela causa de suas aplicações.

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MUDANÇAECRESCIMENTOOs primórdios da comunicação

As formas mais importantes: fala e escrita.

Academia: lugar na periferia de Atenas onde as pessoas se reuniam nos séculos V e IV a.C para debater questões filosóficas.

O simpósio original era uma festa dos gregos em que debates e bebidas circulavam livremente (há coisas que pouco mudam).

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MUDANÇAECRESCIMENTOOs primórdios da comunicação

Quanto à comunicação escrita, Aristóteles foi o que mais contribuiu, tendo seus debates em precariamente conservados em manuscritos copiados repetidas vezes.

420 livros1436-1536

5750 livros1536-1636

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MUDANÇAECRESCIMENTOO advento da revista científica

LondresNasce a Royal Society em 1662.Henry Oldenburg, secretário poliglota.

ParisMarin Mersenne, em 1665.Denis de Sallo e o Journal de Sçavans (05.01.1665)

Oldenburg cria a Philosophical Transactions, sendo impressa na primeira segunda-feira de cada mês.

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MUDANÇAECRESCIMENTOO advento da revista científica

Os periódicos científicos surgiram na segunda metade do século XVII pelas seguintes razões:

- Expectativa de lucro pelos editores;- Novos descobrimentos necessitam de debate coletivo;- Necessidade de comunicar de modo mais eficiente

possível com uma clientela crescente interessada em novas realizações.

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MUDANÇAECRESCIMENTOO papel das sociedades

Os membros das sociedades relatavam suas próprias pesquisas.

Nascem os programas editoriais.

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MUDANÇAECRESCIMENTOA acumulação daspesquisas

Número estimado de títulos de periódicos no mundo

ANO TÍTULOS

1951 10 mil

1959 15 mil

1970 40 mil

1980 62 mil

1987 71 mil

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MUDANÇAECRESCIMENTOA acumulação daspesquisas

Acervos de livros em algumas bibliotecas universitárias

ANO LIVROS

1831 11.764

1849 28.779

1876 59.380

1900 187.082

1925 744.114

1938 1.182.974

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MUDANÇAECRESCIMENTOA profissionalizaçãoda pesquisa

A opinião de que os cargos docentes deveriam exigir competência tanto para ensinar quanto pesquisar desenvolveu-se gradativamente ao longo do século XIX.

Alemanha foi pioneira e os diferentes estados competiam entre si para obter o pessoal mais excelente para suas universidades.

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MUDANÇAECRESCIMENTOA profissionalizaçãoda pesquisa

Os catedráticos conseguiam estudantes de pesquisa que os ajudavam a executar seus programas de pesquisa. Esses estudantes precisavam de algum certificado que comprovasse suas aptidões como pesquisadores, e assim surgiu o processo de concessão de do grau de doutor.

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MUDANÇAECRESCIMENTOA profissionalizaçãoda pesquisa

O êxito da Alemanha ao implantar programas de formação de pesquisadores profissionais foi aos poucos copiado em outros países. Nos EUA, isso levou à criação de escolas de pós-graduação a partir da década de 1870.

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MUDANÇAECRESCIMENTOAmadores e outros

No começo do século XIX, amadores e profissionais coabitavam alegremente nas mesmas sociedades. Ao terminar o século, começavam a surgir sociedades que atendiam especificamente a amadores, nisso se assemelhando às atividades profissionais.

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MUDANÇAECRESCIMENTOO novo mundo eletrônico

Primeiros computadores em 1940.

Cresce a produção científica, logo, fica mais difícil o cientista ter acesso a tantas produções.

Método de busca passa a ser por palavras-chave.

A informação científica eletrônica consistia primeiro de publicação secundária.

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MUDANÇAECRESCIMENTOO novo mundo eletrônico

Demora a acontecer a transição do fornecimento de informação secundária para a primária por meio de computadores.

- Recursos dos próprios computadores;- Diferenças quanto à natureza das publicações;- Diferenças quanto ao modo como o cientista lida com

esses tipos de publicações.

Page 25: A comunicação científica, de A. J. Meadows

MUDANÇAECRESCIMENTOO novo mundo eletrônico

A comunicação com os computadores tinha de ser imediata.

Aumenta a interatividade entre usuários e computadores.

Será que a comunicação informatizada é também capaz de oferecer vantagens que o material

impresso não oferece?

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TRADIÇÕES DA PESQUISA

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TRADIÇÕES DAPESQUISAO desenvolvimentodas matérias

Ciência ~ Ciência Social ~ Humanidades

As divisões afetam a comunicação.

Essas divisões são aceitas como se refletissem pressupostos básicos sobre a natureza do conhecimento.

Desenvolvimento das matérias.

Podem surgir áreas interdisciplinares, mas somente quando um novo conceito unificador reúne uma ampla gama de conhecimentos.

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TRADIÇÕES DAPESQUISAA base conceitualda ciência

O progresso das pesquisas científicas depende da aplicação de uma mescla de trabalho prático e teórico, em que cada componente confere e ajuda o outro. Esse método leva ao descobrimento de regularidades que, em última instância, podem ser incluídas nas ‘leis da natureza’.

Page 29: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TRADIÇÕES DAPESQUISAA base conceitualda ciência

A identificação dessas leis permite que sejam feitas previsões.

Por exemplo: onde se encontrará determinado planeta em determinado momento. Se as previsões falharem, teremos que voltar à prancheta: os cientistas devem estar preparados para modificar suas ideias quando houver indícios que sugerem de modo bastante forte que estão errados.

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TRADIÇÕES DAPESQUISAA base conceitualda ciência

NORMAS DE MERTON PARA A COMUNIDADE CIENTÍFICA

Universalismo Comunidade científica avalia as novas contribuições com base em critérios preestabelecidos e impessoais

Sentido de comunidade Reflete o requisito de que o conhecimento científico deve ser de propriedade comum

Desprendimento Informa ao cientista que sua preocupação primordial deve ser com o progresso do saber

Ceticismo organizado Submeter-se continuamente à análise crítca

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TRADIÇÕES DAPESQUISAExaminando asdiferenças entrematérias

A diferença entre matérias e disciplinas podem refletir nos padrões de comunicação.

Frente de pesquisa: efeito de proximidade

Uma das características da informação científica é sua natureza cumulativa.

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TRADIÇÕES DAPESQUISAExaminando asdiferenças entrematérias

O Institute of Scientific Information (ISI), de Filadélfia, vem compilando índices informatizados de citações desde a década de 1960.

Page 33: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TRADIÇÕES DAPESQUISADiferenças entrematérias ecomunicação

Diferenças naquilo que é visto como atividade de pesquisa aceitável em cada campo e, do mesmo modo, no que é visto como informação científica aceitável e sua comunicação.

CARACTERÍSTICAS DOS ARTIGOS DE PERIÓDICOS POR MATÉRIAS

MATÉRIA QUANTITATIVA

TABELAS GRÁFICOS FINANCIAMENTO

Bioquímica 98,1 73,5 91,0 74,2

Psicologia 75,1 70,7 41,5 43,4

Economia 72,1 46,8 39,6 34,3

Sociologia 52,6 65,0 22,6 27,0

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TRADIÇÕES DAPESQUISADiferenças entrematérias ecomunicação

O nível de atividade cooperativa dentro de uma disciplina é fator determinando na comunicação.

NÚMERO DE AUTORES POR ARTIGO

MATÉRIA UM AUTOR

DOIS AUTORES

TRÊS AUTORES

QUATRO OU MAIS

Bioquímica 19 46 22 13

Psicologia 45 36 15 4

Economia 83 16 1 -

Sociologia 75 21 3 1

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TRADIÇÕES DAPESQUISADiferenças entrematérias ecomunicação

Um dos fatores importantes na divulgação das pesquisas é, obviamente, a extensão com que os resultados são efetivamente tornados públicos.

Os editores e avaliadores têm menos interesse em ficar procurando coisas que estejam erradas, e estão mais preocupados com avanços criativos. Dito dessa forma, fica mais compreensível porque as taxas de recusa são muito maiores na maioria das áreas das humanidades do que na maior parte da ciência.

Page 36: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISA E COM QUAIS RESULTADOS?

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Page 37: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O motivo por quê

Por que você decide cursar a pós-graduação?

Page 38: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O motivo por quê

MOTIVOS PARA INGRESSAR NA PÓS-GRADUAÇÃO

MOTIVO RESPOSTAS %

Continuar o desenvolvimento intelectual 96,9

Dar uma contribuição importante para o conhecimento na área

83,1

Devido ao interesse intrínseco da área 81,6

Preparar-se para uma carreira acadêmica 81,6

Aumentar seu poder aquisitivo 74,9

Servir melhor à humanidade 74,1

Page 39: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O motivo por quê

VANTAGENS PERCEBIDAS DE DIFERENTES AMBIENTES DE PESQUISA

CATEGORIA UNIVERSIDADE % INDÚSTRIA %

Liberdade de publicar 94 19

Liberdade de escolher projetos 78 10

Férias 63 38

Previdência e bem-estar social 60 54

Equipamento 57 82

Salários 24 75

Page 40: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O motivo por quê

A curiosidade e o desejo de desenvolver sua própria compreensão não implicam em publicação.

Alguns dos mais renomados pesquisadores do passado sabidamente não se interessavam em publicar.

Page 41: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Fatores psicológicos

Diferenças significativas entre os escores médios de QI para doutores em distintas áreas: um estudo colocou a física no nível mais alto e a educação no mais baixo.

Page 42: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O motivo por quê

IMAGENS DE PESSOAS FORMADAS EM CIÊNCIAS E HUMANIDADES

CIÊNCIAS HUMANIDADES

Mais dedicados ao trabalho Menos dedicados ao trabalho

Mais úteis para a sociedade Menos úteis para a sociedade

Antissociais Sociais

Indiferentes Calorosos

Mais confiáveis Menos confiáveis

Menos imaginativos Mais imaginativos

Page 43: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Produtividade

As duas mais importantes características do pesquisador são a quantidade de informações que comunica e sua qualidade.

DIFERENÇAS NO Nº TOTAL DE ARTIGOS PUBLICADOS %

ARTIGOS HUMANAS CIÊNCIAS SOCIAIS

CIÊNCIAS TECNOLOGIA MEDICINA

0 - 4 37 37 20 41 9

0 - 10 24 21 23 30 13

Acima de 10

39 42 57 29 77

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QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Produtividade

Há muitos anos, Lotka examinou a questão da produtividade individual ao estudar a publicação de artigos de periódicos em Química.

Contou os artigos publicados por diferentes autores durante uma década e constatou que o número de autores que publicavam caía aproximadamente na proporção do inverso do quadro do número de artigos publicados.

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QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Produtividade

Para cada 100 autores que produziam um único artigo durante a década, 25 produziam dois artigos, 11 produziam três artigos e assim sucessivamente.

Este tipo de distribuição é hoje denominado Lei de Lotka.

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QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Produtividade

Suponhamos que o número máximo de publicações que um pesquisador pode produzir seja de mil (Cayley, matemático britânico do século XIX, publicou 995).

Admitindo-se uma vida útil de 50 anos, isso corresponde a uma taxa de publicação de um item a cada 2 ou 3 semanas.

Page 47: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?Qualidade

Em que medida alta produtividade corresponde a alta qualidade de publicações científicas?

O método mais simples de medir isso é por meio da quantidade de citações dessa pesquisa na bibliografia anterior.

Os autores produtivos também são autores altamente citados?

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QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O impacto danova tecnologia

Motivações:

- Curiosidade intelectual- Expectativas de carreira

O volume de conhecimento de informática que devem procurar obter deve ser cuidadosamente equilibrado. Se for de menos, prejudicará as atividades de pesquisa, mas se for demais poderá desviar a pessoa do leito principal da pesquisa para uma função mais técnica de informática.

Page 49: A comunicação científica, de A. J. Meadows

QUEM PESQUISAE COM QUAISRESULTADOS?O impacto danova tecnologia

Uma vez que a fronteira entre as redes especializadas e os meios de comunicação de massa torna-se cada vez mais imprecisa, talvez a colaboração com o público em geral por intermédio do computador possa vir a ser uma boa opção de pesquisa de crescente utilidade no futuro.

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CANAIS DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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Page 51: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICAO projeto gráficopara leitura

Como empregar determinado canal de modo a transmitir informações visualmente, com o máximo de impacto, entre um cientista e os demais?

Como os cientistas leem?

Page 52: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICALegibilidade do texto

O projeto gráfico de livros e periódicos reconhece que a apreensão de informações depende de uma solução de compromisso entre as propriedades do suporte e os requisitos perceptivos dos leitores.

O mesmo tipo de interação também ocorre no caso do conteúdo.

O que cada leitor absorve de um livro ou artigo depende em parte da maneira como ele está escrito e em parte do conhecimento prévio que o leitor possui.

Page 53: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICALegibilidade do texto

Uma palavra classificada em décimo lugar em termos de frequência é usada um décimo de vezes da palavra classificada em primeiro lugar.

Essa correlação é conhecida como Lei de Zipf.

Page 54: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICAEditoras

O canal da comunicação científica possui alguns insumos: autor numa ponta e na outra os leitores. Entre os 2, há dois grupos: editoras e bibliotecários.

Essa divisão básica existe desde os primórdios da comunicação científica.

Page 55: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICABibliotecas

São elas os mais importantes compradores de publicações científicas, tanto livros quanto periódicos, de modo que suas decisões afetam as editoras, bem como os leitores.

Page 56: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICAComunicação oral

Como método de transmissão de informação científica, a fala padece de mais limitações do que a escrita.

A fala também padece de problemas que equivalem aos de legibilidade e inteligibilidade dos textos impressos.

Page 57: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICACongressos e conferências

Os participantes de congressos em geral alegam que não foram ali para assistir às apresentações programadas, mas para conversar com os colegas.

Page 58: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICACanais eletrônicos

Flexibilidade do processamento eletrônico.

Se o processamento eletrônico pode modificar as categorias tradicionais da comunicação, como isso afetará os grupos que têm sido participantes essenciais dos canais tradicionais dos materiais impressos, mais especificamente as editoras e as bibliotecas?

Page 59: A comunicação científica, de A. J. Meadows

CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICACanais eletrônicos

Bibliotecários se interessam pelos periódicos eletrônicos por dois motivos:

- Se os periódicos se tornarem disponíveis sem se ter de pagar por sua assinatura, talvez os leitores prefiram ter acesso a eles diretamente sem passar pela intermediação da biblioteca.

- Controlar o custo crescente das assinaturas.

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CANAIS DACOMUNICAÇÃOCIENTÍFICACanais eletrônicos

Onde serão arquivados os periódicos eletrônicos?

Direitos autorais.

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TORNANDO PÚBLICAS AS PESQUISAS

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Page 62: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDO PÚBLICAS ASPESQUISAS

Como era a divulgação científica:

Conversas face a face

Relatos orais para pequenas plateias

Relatos verbais em reuniões maiores

Page 63: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASCanais diferentes depublicação

Quais os fatores envolvidos na escolha de onde publicar?

Periódicos: opinião da comunidade científica e público atingido.

Um periódico de prestígio pode ser definido simplesmente como aquele que publica as melhores pesquisas pelos melhores pesquisadores.

Page 64: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASCanais diferentes depublicação

Além do prestígio e do leitor, o hábito também é um fator de escolha.

Idioma.

Rapidez de publicação.

Page 65: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASEditores e avaliadores

Aspecto decisivo de publicação é a aceitabilidade.

O uso de avaliadores não é de hoje: faz mais de 2 séculos que estão presentes.

Os requisitos são diferentes por conta das diferenças existentes entre as disciplinas.

Page 66: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASEditores e avaliadores

OPINIÕES DOS AVALIADORES ACERCA DA IMPORTÂNCIA RELATIVA DE DIFERENTES CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

CRITÉRIO ESCORE MÉDIO

Utilidade dos resultados para o progresso da área 5,8

Aceitabilidade do delineamento da pesquisa 5,6

Importância teórica do trabalho; nível de conhecimento demonstrado 5,4

Presença de ideias criativas 5,2

Novas comprovações empíricas 5,0

Sofisticação de metodologia e análise e pertinência do artigo para a revista 4,3

Demonstração de sensibilidade ética 4,1

Utilidade dos resultados para a vida cotidiana 2,9

Utilidade como entretenimento 1,5

Antecedentes e reputação do autor 1,3

Page 67: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASEditores e avaliadores

PROBLEMAS ENCONTRADOS EM MANUSCRITOS DE TRABALHOS SOBRE ADMINISTRAÇÃO

PROBLEMA PORCENTAGEM

Inexistência de teoria 51

Descompasso entre teoria e investigação real 32

Teoria mal-definida 24

Delineamento mal-definido da pesquisa 24

Argumentação mal-estruturada 23

Artigo mal escrito 21

Page 68: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASAvaliadores e autores

TAXAS DE RECUSA DE PERIÓDICOS IMPORTANTES EM DIFERENTES ÁREAS

ÁREA TAXA

Física 24

Ciências biológicas 29

Química 31

Matemática 50

Economia 69

Sociologia 78

Filosofia 85

História 90

Page 69: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASAvaliadores eautores

A questão fundamental acerca da eficiência do sistema de avaliação é: os avaliadores avaliam os manuscritos com coerência e correção?

A maneira mais simples de testar isso consiste em examinar o nível de concordância quando dois ou mais avaliadores recebem o mesmo artigo para avaliação separadamente.

Page 70: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASProblemas peculiares

Inovações importantes podem encontrar dificuldades para passar pelo sistema de avaliação por pares.

A questão do gênero é mais difícil de resolver. Por exemplo, com certeza, tem sido proporcionalmente menor a participação de mulheres pesquisadoras como editoras de periódicos do que de suas contrapartes masculinas.

Page 71: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASProblemas peculiares

Artigo de autoria múltipla tem mais chance de passar tranquilamente pelo sistema de avaliação pelos pares do que um artigo de uma única autora.

Subjetividade e interpretação de dados.

Plágio: não somente nos manuscritos de autores, mas avaliadores usando estes manuscritos.

Ética.

Page 72: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASCiência e mídia

Anunciar descobrimentos à mídia antes de uma avaliação apropriada pelos pares é um anátema para a comunidade científica.

Podem recusar publicar material que tenha sido divulgado à mídia.

Page 73: A comunicação científica, de A. J. Meadows

TORNANDOPÚBLICAS ASPESQUISASEdição eletrônica

Autores gostariam que os periódicos eletrônicos fossem semelhantes com os impressos.

Manter a integridade da apresentação de modo que leitores diferentes não vejam coisas diferentes.

Page 74: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDO SOBRE PESQUISAS

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Page 75: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASA procura deinformaçõescientíficas

Acessos tradicionais de consulta.

Uso de palavras-chave.

A informação que o cientista deseja talvez não seja a que necessita.

Quanto mais incerta for a natureza da lacuna no conhecimento de um cientista, mais provável será que o desejo percebido não seja a necessidade real.

Cada área do conhecimento possui diferentes formas de pesquisa

Page 76: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASOrganizando a informaçãopessoal

Do ponto de vista da recuperação da informação, a confiança em métodos desenvolvidos pela própria pessoa tem um lado negativo e um lado positivo.

Negativo: dependência dos próprios métodos pode consolidar-se em hábitos de procura da informação que estão longe de possuírem o máximo de eficiência.

Positivo: apego a fontes conhecidas, mesmo quando um método novo fosse potencialmente útil.

Page 77: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASA dispersão dainformação

Ocorre porque cada periódico abrange uma amplitude de temas. Quanto mais especializado for o periódico, menor será essa amplitude.

Lei de Bradford: relação numérica bastante simples entre a quantidade de periódicos em 3 zonas: grupo pequeno com bons artigos, grupo médio com artigos razoáveis, grupo grande com artigos ruins.

Page 78: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASImplicações do usoda literatura

Os usuários das bibliotecas estão razoavelmente satisfeitos com os materiais disponíveis e os serviços oferecidos, segundo estudos realizados em países desenvolvidos.

Page 79: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASRecuperação eletrônica deinformações

Dois aspectos principais afetam os pesquisadores: meios informatizados de descobrir qual informação existe e o fornecimento real da informação de forma eletrônica.

Coeficientes de desempenho de sistemas informatizados:

- Revocação: nº de documentos pertinentes recuperados e o nº total de documentos pertinentes na base.

- Precisão: nº de documentos pertinentes recuperados e o nº total de documentos recuperados.

Page 80: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASComunicaçãoeletrônica

A forma como a informação é combinada e manipulada é bastante semelhante como o pesquisador raciocina.

A biblioteca virtual tem se tornado cada vez mais parte de seu ambiente futuro de pesquisa.

“Em minha opinião a biblioteca do futuro será um ponto de acesso à informação ao contrário de um lugar de armazenamento de informações”.

Page 81: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PESQUISANDOSOBRE PESQUISASComunicaçãoeletrônica

E-mail não é tão bom quanto o fax.

O efeito positivo da crescente cooperação entre universidade e indústria foi o de melhorar o fluxo de informações para os pesquisadores universitários participantes. O lado negativo é que a vida ficou mais difícil, em termos de informação, para quem não participa.

Page 82: A comunicação científica, de A. J. Meadows

PÓS-ESCRITO

Page 83: A comunicação científica, de A. J. Meadows

A questão básica continua sendo as propriedades de um dado veículo podem ser mais bem utilizadas para atender às necessidades de comunicação da comunidade científica.

As características básicas dos pesquisadores e de sua comunidade mudam lentamente.

O modo exato como a comunicação eletrônica afeta a comunidade depende então das pressões em jogo, especialmente econômicas.

Page 84: A comunicação científica, de A. J. Meadows

Um ambiente de meios eletrônicos é muito mais flexível do que um ambiente de meios impressos, por isso, nele, a antiga diferença entre formal e informal perde grande parte da sua força.

Em certos aspectos, cabe às bibliotecas a tarefa mais difícil de todas. Elas, mais do que outros intermediários, são controladas pelas exigências complexas de seus usuários.

Page 85: A comunicação científica, de A. J. Meadows

Ao longo deste livro esteve implícito que nos encontramos nos primórdios de um período de transição, durante o qual o meio de comunicação dominante mudará da forma impressa para a forma eletrônica.

Quem pode garantir quando a maioria dos cientistas realmente estará em condições de afirmar que trabalha num mundo pós-escrita?

Page 86: A comunicação científica, de A. J. Meadows

OBRIGADO!Jorge do Prado