a cola escolar nas representaÇÕes sociais: desconstruindo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO: MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
EDNO MARIANO DOS SANTOS
A COLA ESCOLAR NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS:
DESCONSTRUINDO PARADIGMAS
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
MEDIANEIRA
2014
EDNO MARIANO DOS SANTOS
A COLA ESCOLAR NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS:
DESCONSTRUINDO PARADIGMAS
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista na Pós Graduação em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino– Polo UAB do Município de Paranavaí, Paraná, na Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Medianeira.
Orientadora: Professora Maria Fatima Menegazzo Nicodem
MEDIANEIRA
2014
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de
Ensino
TERMO DE APROVAÇÃO
A cola escolar nas representações sociais: desconstruindo paradigmas
Por
Edno Mariano dos Santos
Esta monografia foi apresentada às 20h10m do dia 10 de outubro de 2014, como
requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino - Polo de Paranavai
Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Câmpus Medianeira.O aluno foi avaliado pela Banca Examinadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou
o trabalho aprovado.
Professora Maria Fatima Menegazzo Nicodem
UTFPR – Câmpus Medianeira
Orientadora
Professora Flóida Moura Rocha Carlesso Batista
UTFPR – Câmpus Medianeira
Membro
Dedico este trabalho primeiramente a Deus todo poderoso criador do Céu e da Terra, a quem agradeço e toda honra e toda glória seja para ele, amém! A minha família, especialmente ao neto amado querido, a benção da minha vida João Gabriel, e a esposa companheira Elizabeth Barros Pereira dos Santos, e ao corpo de Funcionários e Professores da Especialização na Pós Graduação em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino – Polo UAB do Município de Paranavaí, Paraná, na Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Medianeira. E especialmente a minha orientadora que me recebeu de braços abertos para mais esta orientação, acolhendo-me com paciência, entusiasmo e dedicação sem limites para que este trabalho fosse produzido o mais perfeito possível.
AGRADECIMENTOS
A Deus, sempre presente em minha vida, me protegendo e guiando.
A minha querida esposa Elizabeth Barros Pereira dos Santos, pelo apoio
incondicional aos meus estudos.
Aos Professores por repassarem novos saberes.
À Professora Maria Fatima Menegazzo Nicodem, minha Orientadora, pela
paciência e profissionalismo com que me acompanhou neste estudo.
Aos Professores e Alunos que me acompanharam nesta pesquisa com a
maior boa vontade.
A todos, que de maneira direta ou indireta estiveram comigo nesta jornada.
“O verdadeiro educador é aquele que deixa
marcas eternas das suas caminhadas e,
mais do que isso, aquele que fornece
testemunhos pessoais de ações
transformadoras”.
(Ezequiel Theodoro da Silva)
RESUMO
SANTOS, Edno Mariano dos. A cola escolar nas representações sociais: desconstruindo paradigmas. 2014. Constitui-se 67 f. Monografia de Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
Este trabalho teve como temática: A COLA ESCOLAR NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: DESCONSTRUINDO PARADIGMAS, abordamos a trajetória histórica do uso da cola na sala de aula, subsidiamos estes estudos nas obras da autora especialista neste tema MARY RANGEL, realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo-quantitativo, sem tratamento estatístico, para observar o comportamento dos estudantes frente ao uso da “cola”, identificando suas percepções quanto ao seu uso como um ato transgressor e ilícito, descortinamos também as opiniões e as ações punitivas empregadas aos estudantes pelos docentes e pela instituição de ensino, identificando quais métodos punitivos são empregados aos alunos que fazem uso da “cola” para se beneficiar no momento das avaliações escritas. Promovemos através de propostas de experimentações específicas a quebra de paradigmas incentivando o professor(a) a transformar o processo de produção de “cola’, numa nova estratégia de ensino e aprendizagem, o que parcialmente foi aprovado por estudantes e docentes, evidenciando que usando este método com o tempo e adaptações poderá sim se configurar uma inovadora forma de promover momentos de produção, socialização e construção do conhecimento, estimulando a pesquisa e a possibilidade deste método se configurar em uma novo instrumento de pesquisa e promotor da autonomia científica do estudante. Porém este trabalho objetiva desmistificar o uso da “cola”, quebrando seus paradigmas e conceitualmente descriminalizá-la tornando-a uma dinamizadora de criatividades para novas ações educativas, trazendo a, possibilidade de integração e interação entre os conteúdos e a relação docente e estudantes, sendo mais uma direção a ser tomada no caminho do exercício da cidadania.
Palavras-chave: Cola. Ensino. Estratégias de Aprendizagem.
ABSTRACT
SANTOS, Edno Mariano dos. A COLA ESCOLAR NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: DESCONSTRUINDO PARADIGMAS. 2014. Constitui-se 67 páginas Monografia de Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2014.
This work had as theme: The COLA IN SCHOOL SOCIAL REPRESENTATIONS: Deconstructing Paradigms, addressed the historical trajectory of the use of glue in the classroom, we subsidize these studies the works of author expert in this subject MARY RANGEL, conducted a survey of qualitative and quantitative nature without statistical treatment, to observe the behavior of students towards the use of "glue", identifying their perceptions as to its use as a transgressed act and unlawful, also we clarifyopinions and punitive actions used by teachers and students by the institution education, identifying punitive methods are employed to students who make use of "glue" to benefit at the time of written evaluations. Promoted by proposing specific trials to break paradigms encouraging the teacher (a) transforming the production process of "glue", a new strategy for teaching and learning, which was partially approved by students and teachers, showing that using this method with time and yes adaptations can configure an innovative way to promote moments of production and socialization of knowledge, stimulating research and the possibility of this method is set on a new research instrument and promoter of scientific autonomy of the student. But this work aims to demystify the use of "glue", breaking their paradigms and conceptually decriminalizing it making it a driving of creativity for new educational initiatives, bringing, possibility of integration and interaction between the content and the teaching relationship and students, being more of a direction to be taken in the way ofcitizenship. Keywords: Glue. Education. Learning Strategies.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – CAMPO DAS REPRESENTAÇÕES, COM SEU “NÚCLEO” E SEU ESQUEMA PERIFÉRICO, OU SEJA, SEUS ELEMENTOS “PROTETORES” E COMPLEMENTARES
32
FIGURA 2 – DEMONSTRATIVO PERCENTUAL QUANTITATIVO QUE REPRESENTA A ALTERNATIVA ESCOLHIDA NO QUESTIONÁRIO LIKERT – QUADRO 1
39
FIGURA 3 – DEMONSTRATIVO PERCENTUAL QUANTITATIVO QUE REPRESENTA A ALTERNATIVA ESCOLHIDA NO QUESTIONÁRIO LIKERT – QUADRO 2
42
FIGURA 4 – DEMONSTRATIVO DO APROVEITAMENTO DE AVALIAÇÃO COM COLA.
46
FIGURA 5 – EXEMPLO 1 DE PRODUÇÃO DE COLA FEITA PELOS ESTUDANTES
48
FIGURA 6 – EXEMPLO 2 DE PRODUÇÃO DE COLA FEITA PELOS ESTUDANTES
49
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 DEMONSTRATIVO ANTERIOR ÀS EXPERIMENTAÇÕES 37
QUADRO 2 DEMONSTRATIVO RESPOSTAS AOS QUESTIONÁRIOS PÓS-EXPERIMENTAÇÃO
40
QUADRO 3 DEMONSTRATIVO DE APROVEITAMENTO DA
AVALIAÇÃO COM COLA
45
QUADRO 4 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO APLICADO NA
PROFESSORA PARTICIPANTE DAS EXPERIMENTAÇÕES 1 E 2.
50
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ESTUDO PARA O QUESTIONÁRIO REPRESENTADO NO QUADRO 1
39
TABELA 2 ESTUDO PELA ESCALA LIKERT 40
TABELA 3 ESTUDO PARA O QUESTIONÁRIO REPRESENTADO NO QUADRO 2
42
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ..................................... 15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 20
3.1 O MEDO DO ERRO COMO MOTIVADOR DA COLA ........................................ 23
3.2 QUESTÕES ÉTICAS UM PARADIGMA A SER DESCONTRUÍDO .................... 24
3.3 O ESTUDANTE PESQUISADOR E PRODUTOR DO CONHECIMENTO, FIOS
CONDUTORES NA QUEBRA DE PARADIGMAS NO USO DA “COLA” .................. 27
3.4 A COLA NA CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DE APRENDIZAGEM NO
MOMENTO DA AVALIAÇÃO .................................................................................... 30
4 A ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS À LUZ DA FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA .................................................................................................................. 33
4.1 MÉTODO ............................................................................................................. 33
4.2 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................. 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55
APÊNDICES .............................................................................................................. 58
APENDICE 1 ............................................................................................................. 59
APENDICE 2 ............................................................................................................. 60
APENDICE 3 ............................................................................................................. 61
APENDICE 4 ............................................................................................................. 63
APENDICE 5 ............................................................................................................. 65
ANEXOS ................................................................................................................... 67
ANEXO 1 ................................................................................................................... 68
ANEXO 2 ................................................................................................................... 71
12
1 INTRODUÇÃO
A cola1 utilizada no momento das avaliações, culturalmente possuem
impressões negativas na sua prática no ambiente escolar.
Conforme Rangel (2001, p.83), do ponto de vista didático, observa-se o
possível redirecionamento das práticas de “cola”, de modo a que sirvam ao processo
de ensino-aprendizagem, incorporando-se às análises e perspectivas críticas da
relação entre ensino, aprendizagem e avaliação.
Em primeiro plano traçou-se o perfil discente que se utiliza da cola,
identificando o que leva o aluno a produzi-la, conjecturando e indagando sobre estas
descobertas.
Numa segunda fase, estudou-se todo processo da fabricação e uso da cola,
tendo o cuidado de ter um olhar promissor deste comportamento discente, e numa
perspectiva desenvolvimentista prevendo uma ação didático/pedagógica criativa
para o momento da avaliação.
O objetivo foi o de produzir encaminhamentos para anular sua
intencionalidade negativa, e agregar a este ato, as atribuições de valores
propositadamente saudáveis com a renovação de sua concepção, e propondo
métodos alternativos diminuindo a necessidade desvirtuada desta praticada pelo
discente, atribuindo uma postura altruísta e reflexiva ao docente.
Nesta trajetória a proposta desta pesquisa foi a de produzir
encaminhamentos desmistificadores para a utilização da “cola” o encontrar
respostas às indagações suscitadas referentes ao assunto, através da analise e
constatações dos métodos criados pelos alunos para sua utilização, rotineiramente
conceituados como reprováveis.
E como terceira ação, criou-se neste fenômeno a perspectiva positivista2,
inserindo nesta prática discente novas concepções que provam que o momento da
avaliação se traduz numa oportunidade de aprendizagem, assim é possível cultivar
nosso perfil transformador como educadores.
Sob este enfoque e sob estes princípios utilizou-se desta experiência
denominada “cola” para otimizar as situações problemas, criando inovações
1Cola: Cópia clandestina em exame escrito. 2 Positivista: Conjunto de doutrina de Auguste Conte(1798-1857) que atribuem à constituição e ao processo de consciência positiva importância capital para o progresso da ciência.
13
educativas, usando a interatividade das descobertas deste estudo na produção de
soluções que culminem em mais uma metodologia de aprendizagem.
Enfim, procurou-se discutir esta temática analisando o fenômeno
comportamental dos discentes, identificando possíveis motivos que os levam a optar
por esta atitude, reconhecendo as razões que justificam o uso da cola nas
avaliações, e fazendo indagações no objetivo de produzir algumas concepções de
como desmistificar esse uso e ainda utilizá-lo como instrumento de aprendizagem,
inserindo-o no ambiente escolar como estratégia pedagógica transformando-a numa
metodologia diferenciada de aprendizagem.
Diante do exposto, o problema de pesquisa é; "Como, por que e para quê
aproveitar a tentação da cola para tornar as aprendizagens mais significativas?".
Para justificar, enfatizo que em minha experiência docente é com muita
tristeza que, por diversas vezes, encontro na sala dos professores, após momentos
de avaliação, profissionais do ensino com comportamento adverso ao de um
educador, com condutas, no mínimo, duvidosas se olhadas pelo ponto de vista ético.
Observa-se que estes professores fazem chacotas dos discentes pegos no
ato de colar, ou, exteriorizam num comportamento histérico extremo e exacerbado,
sua indignação em surpreender o aluno colando. Para estes, o relevante fato de ter
pego o discente colando, se configura em valorização da importância descabida ao
acontecimento, auto denominando-se professores espertos.
É minimamente intrigante este fato, para não dizer deprimente, isto porque
se acredita que este momento deveria ser uma oportunidade de reflexão e mudança
das trajetórias no processo de ensinar e aprender, e deveriam ser elementos para
construir os redirecionamentos necessários para suprimir as prováveis deficiências
da atuação docente.
Verifica-se também que estes episódios acontecem independentemente do
método avaliativo.
Ao tempo desta conjectura, indaga-se: será que o ato histérico do professor
em admoestar o aluno, juntamente com suas possíveis atitudes de punição com
relação a situação, cultivando por parte do docente comportamento de
discriminação em relação ao aluno transgressor, traduz a concepção que devemos
ter do verdadeiro papel do professor em sala de aula?
14
Esta proposição perfaz uma das etapas mais importantes da pesquisa, onde
o pesquisador investigará sobre o “porquê do uso da cola”, justificando, assim, a
principal razão da escolha do tema.
A pesquisa focaliza os níveis pessoal, social, científico e institucional,
procurando persuadir a quem se interessar pelo tema, sobre a importância e
relevância desta pesquisa para a sociedade, para a comunidade científica e para a
instituição de ensino.
Desta forma, procurou-se, por meio das análises e constatações dos dados
coletados, por processos de pesquisa disponíveis, encontrar soluções que
viabilizassem a “cola” como um método de ensino e de aprendizagem, trazendo à
discussão a perspectiva crítica e reflexiva na relação ensino, aprendizagem e
avaliação.
Para dar conta da pesquisa, propuseram-se objetivos geral e específicos,
quais sejam: como geral, construir inovadora metodologia de ensino e de
aprendizado, numa perspectiva reconstrutora, reconfigurando o ato de “colar”,
tornando-a em estratégia didática e pedagógica, excluindo de forma argumentada
as representações sociais negativas da sua prática no processo educativo, e
indicando novos significados com objetivo de exterminar, as características
opressora e autoritária introduzidas na escola em relação a esta prática no momento
das avaliações.
Os objetivos específicos foram assim elencados: descontruir a cola como um
ato indisciplinar do aluno; analisar seu contexto, indicando o motivo da adesão do
alunado por este instrumento no momento da avaliação; criar nova metodologia de
ensino e de aprendizado na utilização da cola, evidenciando que esta é mais um
processo de pesquisa do que um simples ato de transgressão às regras instituídas
pelas representações sociais; demonstrar que este fenômeno necessita de
tratamento didático pedagógico adequado, para que se torne uma oportunidade de
aprendizagem no momento da avaliação. E, por final, evidenciar o caráter
significativo que a cola pode proporcionar, promovendo a autonomia do discente,
atribuindo-lhe na tarefa de construção da cola a habilidade autônoma de busca de
informações e consequente construção do conhecimento.
15
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
Para melhor alcançar os objetivos, passou-se por dois momentos: o de
pesquisa sobre o tema e a chuva de ideias (brainstorming) , que potencializaram os
instantes de reflexão que permitiram permear as nossas reais intenções frente à
pesquisa, assim sendo, elaboraram-se estratégias e planejou-se diretrizes para a
realização dos procedimentos e escolha dos instrumentos de pesquisa, além de
decidir pelos encaminhamentos julgados adequados para a sistematização de todo o
processo de estudo, com a intenção de alcançar a maior área de abrangência
possível na coleta de informações, perseguindo assim, com maior eficiência as
indagações que necessitamos esclarecer. Esperou-se, desta maneira, que as
emanações das proposições registradas nos objetivos do estudo tivessem grau de
considerações suficientemente relevantes à problematização formulada.
Estabeleceu-se, assim, a expectativa de produzir as respostas das hipóteses
formuladas, que tivessem substancial relevância ao processo educativo em
discussão, e que fossem as mais pertinentes possíveis, respeitadas, entretanto as
limitações encontradas para a coleta de dados, processos de investigação e
objetivos do estudo.
Propôs-se neste trabalho, a condução de pesquisa estruturada em princípios
investigativos chamados mistos, ou seja, pesquisa quantitativa versus qualitativa.
Portanto, utilizaram-se os procedimentos da pesquisa qualitativa e
quantitativa concomitante, integradas à coleta de dados e à análise dos eventos,
extraindo-se destas as conclusões relevantes originadas de informações,
conjecturas, propostas, e acreditamos que assim consigamos encontrar as
possíveis soluções para as questões suscitadas na problematização.
Sobre pesquisa qualitativa e sua abordagem, argumenta Tozoni-Reis (2009,
p.10), que a pesquisa em educação é essencialmente qualitativa. Esta preocupa-se
mais em defender as ideias, sendo mais importante compreender e interpretar seus
conteúdos do que descrevê-los, sendo que esta característica é mais relativa aos
fenômenos produzidos pelas ciências humanas e sociais.
Com relação à pesquisa quantitativa e sua abordagem, argumenta Minayo
(2013, p.14), que “esta nos ajuda a ter uma dimensão dos fatores e nos dá uma
16
visão de amplitude dos problemas, a partir de uma variável criada pelo próprio
pesquisador”.
Em contrapartida, a pesquisa denominada triangulação, conforme Minayo
(2013, p.14), refere-se à utilização da pesquisa quantitativa combinada a qualitativa,
utilizando desta maneira as duas formas, e fundamenta o método, concordando
com o pesquisador norte-americano qualitativista Norman Denzin, que há muito
tempo argumenta que, “quanto mais se triangulam olhares para um mesmo
problema, mais se pode ter uma compreensão melhor sobre ele”.
Para Minayo (1994), as relações entre abordagens qualitativas e
quantitativas demonstram que:
a) as duas metodologias não são incompatíveis e podem ser integradas num
mesmo projeto;
b) que uma pesquisa quantitativa pode conduzir o investigador à escolha de
um problema particular a ser analisado em toda sua complexidade, através de
métodos e técnicas qualitativas e vice-versa;
c) que a investigação qualitativa é a que melhor se coaduna ao
reconhecimento de situações particulares, grupos específicos e universos
simbólicos.
Conforme afirmações de Minayo (1994), deve-se atentar que baseando-se
na compreensão dos fenômenos envolvidos na coleta e análise dos dados,
combinando-se a amplitude dos problemas, entende-se melhor sua complexidade e
significações.
Portanto, combinaram-se estes dois métodos no processo de investigação,
perfazendo as ações de coleta de dados, com fontes quantificadoras e
qualificadoras do fenômeno, como: produção de questionários estruturados e
entrevistas semi-estruturadas, criação de experimentações no intuito de procurar
confirmar as conjecturas pré-estabelecidas, construção de tabulações gráficas,
produção de relatórios escritos das observações, e assim, conseguir através de
exame minucioso destas, criar condições para desenvolver as ações que
concretizarão as propostas das ações pedagógicas que comporá as metodologias
de ensino que criaremos em prol de desmistificar e quebrar os paradigmas que
envolvem a “cola”.
O estudo foi desenvolvido no Colégio Estadual Adélia Dionísia Barbosa –
Ensino Fundamental e Médio, Londrina – Paraná, com dois professores de ensino
17
fundamental, em uma turma de 8ª série na disciplina de Ciências Físicas e
Biológicas, também participaram os alunos das quatro turmas na fase de
questionamentos e experimentações.
Também pensou-se em ser prudente indicar séries que devem participar.
Esta escolha justifica-se por acreditar-se que o assunto/tema é considerado
complexo e os discentes com maior grau de maturidade poderão colaborar com
maior consciência e compreensão dos objetivos, beneficiando a coleta de dados e
ao desenvolvimento da proposta, pois, crê-se que nesta faixa etária e séries, os
alunos se tornam agentes mais ativos na geração de dados e informações
relevantes, compondo relativo e adequado grau de realidade aos métodos que serão
aplicados e posteriormente analisados.
Para Lüdke e André (1986), a técnica de entrevista que mais se adapta aos
estudos do ambiente educacional é a que apresenta um esquema mais livre, já que
esse instrumento permite mais flexibilidade no momento de entrevistar os
professores, os alunos, os pais, os diretores, os coordenadores e os orientadores.
Este pesquisador formatou todo processo de coleta de dados, com:
entrevista semi-estruturada (Apêndice 1) para o professor, perfazendo, assim, a
primeira etapa das ações de investigação, conforme Tozoni-Reis (2009) que tem
por função coletar informações através de gravações da entrevista para posterior
análise, exigindo um roteiro com adequado grau de sistematização, fator que a
estrutura.
Outro objetivo foi o de conhecer as reais impressões do uso da cola pelos
participantes, identificando se os/as professores/as têm consciência das razões que
levam os alunos a utilizarem a cola, e ainda, se conhecem quais meios e métodos os
discentes utilizam para produzi-las, bem como conhecer quais as consequências do
uso da cola pelo alunado. A ideia principal, enfim foi traçar um perfil amplo das
percepções que o/a professor/a na sua experiência tem sobre “cola”.
O pesquisador também formatou o questionário estruturado (Apêndice 2), de
caráter exploratório direcionado a detectar nos alunos das turmas envolvidas de
forma investigativa suas formas de colar, os instrumentos e estratégias utilizados
para produção da cola, e quais as razões que os levam a fazer o uso da cola,
escolhemos este método por julgar-se que os depoentes precisam ter delimitados
nas questões situações claras e objetivas para que suas respostas não desvirtuem
excessivamente do foco da pesquisa.
18
Lembra-se que as perguntas formuladas, usando este princípio da
delimitação da discussão, não devem ser tendenciosas ou direcionar as respostas
na intenção de obter a exteriorização de concepções premeditadas pelo
pesquisador, fato que resultaria em uma coleta de informações irreais.
Formularam-se três procedimentos experimentais (Apêndice 3, Apêndice 4 e
Apêndice 5), baseados nos estudos preliminares dos questionários e entrevistas
dos/as professores/as e dos alunos/as.
Sistematizando as informações, construíram-se as três estratégias de uso da
cola, as quais foram aplicadas pelos/as 04 (quatro) professores/as nas respectivas
turmas, nos três (03) momentos da avaliação na sala de aula, os/as professores/as
envolvidos realizaram as correções das avaliações respeitando as regras da
experimentação, procedendo às comparações e conclusões do aproveitamento de
cada aluno/a no processo explicitando em relatório escrito todas as suas
concepções sobre o aproveitamento dos conteúdos e possíveis conclusões sobre os
efeitos do método, e indagações sobre novas implementações no objetivo de
estimular o ensino e a aprendizagem.
Com o acesso ao resultado destas três (03) experiências, analisaram-se
os/as relatórios dos/as professores/as e o aproveitamento nas avaliações caso a
caso de cada aluno, examinando-se a performance do/a aluno/a e sua evolução,
observando, colhendo dados e informações no objetivo de detectar nos
procedimentos construídos se os resultados que esperamos se concretizaram e
assim equacionar a proposta de uma metodologia de ensino e de aprendizagem
com o uso da cola.
Aplicaram-se nas turmas participantes questionário semiestruturados
(Apêndice 2), com o objetivo de captar as percepções dos/as alunos/as frente à
experimentação e identificando desta maneira se os procedimentos foram positivos e
quais benefícios trouxeram ao seu aprendizado.
Finalizando retomou-se a entrevista estruturada (Apêndice 1) com os quatro
professores para colher suas percepções após a conclusão do processo
experimental e produção de relatório escrito, fechando assim o ciclo de estudos.
Conforme Gil (2002, p.125), “a analise e interpretação dos dados precisam
respeitar diversos procedimentos: codificação dos dados, tabulação dos dados e
cálculos estatísticos”.
19
Levando a termo o emprego da técnica da triangulação, sistematizaram-se
analiticamente os registros e documentos produzidos na forma de relatórios escritos
e entrevistas semiestruturadas produzidos pelos professores/as e formatada por este
pesquisador, concomitante as produções dos/as alunos/as que se configuraram em
fontes de informações experimentais e coletados via questionários estruturados.
Extraíram-se destes as percepções que subsidiaram as resposta das indagações
construídas nos objetivos deste estudo.
Conforme Lakatos (2003), analisaram-se os dados fazendo relação com o
fenômeno estudado; estas analises foram realizadas em função de suas
propriedades relacionais de causa e efeito, produtor-produto, de correlações, de
análise de conteúdos, etc. (TRUJILLO, 1978, p.178).
Julgou-se de suma importância o planejamento bem elaborado da pesquisa
facilitando às analises e interpretações.
Em conformidade com as especificidades encontradas, os questionários
estruturados produzidos pelos alunos, subsidiaram a tabulação e produção dos
respectivos gráficos que demonstraram incidências de padrões do comportamento e
condução da pesquisa quantitativa, facilitando a leitura dos resultados que os dados
demonstram nos desvios padrões.
Estes proporcionaram visibilidade em relação ao comportamento dos
eventos versos variações de resultados, dependendo do experimento utilizado, e na
composição de quantificadores que viabilizem a construção de gráficos de
aproveitamento de aprendizagem, atribuindo conjuntamente caráteres quantitativos,
impregnando na pesquisa as concepções dos alunos frente ao processo de
regulação e auto-regulação já mencionados no corpo deste projeto.
20
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O professor, consciente de sua importância social e educativa, está
constantemente em pesquisa, num ato contínuo de reflexão, aprimorando sua
atuação didática e pedagógica. O trabalho educativo exige constantes estudos para
dirimir dificuldades didáticas frente aos desafios que nos confrontam todos os dias
nas diversas formas de trabalhar os conteúdos, numa luta incessante de novas
técnicas de ensino no principal objetivo de estimular nossos alunos para a vontade
de aprender e obter o conhecimento, resultando nas transformações sociais que
almejamos. É nas práticas metodológicas empregadas pelos professores em sala de
aula que observamos estas transformações, e a cola está inserida neste contexto,
portanto, se faz necessário um visualizar inovador frente a este fenômeno, o
democratizar a ação do alunado no sentido de possibilitar nas diversas formas de
manifestação seu expressar criativo e transparente nas suas aquisições de
conhecimentos, pois:
[...] é muito mais importante ter ideias claras sobre o que é aprendizagem significativa, organizar o ensino de modo a facilitá-la e avaliá-la coerentemente, talvez com novos instrumentos, mas, sobretudo com outra concepção de avaliação. Para avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação (MOREIRA, 1999, p. 63).
Encontra-se na Teoria da Aprendizagem Significativa, fundamentos para
acreditar que a aplicação de seus princípios pode fazer o uso da cola pelo alunado,
um fenômeno de transformação pedagógica, e retirar esta prática da lista de atitudes
indisciplinares atribuídas aos alunos que a pratica.
Procurou-se dar outra definição a sua prática, desmistificando suas
aplicações, reorganizando-a e reestruturando-a numa nova metodologia de
aprendizagem, estimulada nas concepções construídas por David Ausubel e Marco
Antonio Moreira, que argumenta em seu artigo intitulado Aprendizagem Significativa
Subversiva, dizendo:
O uso de distintas estratégias instrucionais que impliquem participação ativa do estudante e, de fato, promovam um ensino centralizado no aluno é fundamental para facilitar a aprendizagem significativa crítica. MOREIRA (2000, p.18).
21
Conforme salienta Santos (2013), em princípio existem alguns paradigmas a
serem desfeitos frente ao método pouco ortodoxo de avaliar com a utilização da
cola. A cola ou cábula (termo usado em Portugal), como frequentemente é chamada,
é o ato de transferir as respostas prontas para a prova.
Fazendo uma tradução clássica do ato de colar, observa-se que o
pensamento de grande parte dos educadores, concebe que o colar é: produzir
material impresso com objetivo de não estudar e conseguir notas nas provas;
transferir informações ou possuí-las escrita em fichas para se beneficiar na prova,
esquivando-se de demonstrar o que realmente aprendeu, levar vantagem frente a
ato desonesto de produzir lembretes para consulta, copiar as respostas do colega ao
lado, entre inúmeras outras. Enfim, colar é um ato reprovável do aluno.
Na aula do Programa de Desenvolvimento Educacional 2013, Metodologia
da Pesquisa Científica, a professora exemplificando sobre novos conceitos na forma
de avaliar, relatou uma situação curiosa do desenrolar da prática da cola. Chamou-
nos a atenção sob o aspecto rotineiro do aluno em copiar o resultado dos exercícios
da prova do colega ao lado e, sabendo o aluno que apenas copiar o resultado da
prova do colega não é suficiente, então ele terá que desenvolver e descrever na
prova a demonstração pertinente de como chegou até a resposta, assim ele mesmo
testa as hipóteses de resolução do problema até que consiga chegar a uma linha de
raciocínio que expresse, na forma escrita, a resolução, justificando assim o resultado
colado ou transferido inicialmente. Conclusão, ele resolveu o exercício,
oportunizando assim a aprendizagem.
Mas o que esperamos do/a professor/a comprometido com o ato educativo?
O/A professor/a age como transformador/a destes paradigmas,
transportando estes conceitos considerados negativos da prática da cola, para uma
concepção positiva, para o ato de produzir a cola e sua utilização numa avaliação.
Concluí-se que o processo de produção da cola termina em atividades de
caráter pedagógico, culminando num instrumento avaliativo, Hadji (1994) classifica
os instrumentos segundo o seu papel no processo de ensino ou formação/avaliação
em:
instrumentos ou meios de recolha da informação;
instrumentos de trabalho ou de ajuda ao trabalho do aluno;
instrumentos de comunicação social dos resultados da avaliação.
22
É preciso atentar para o fato de que, para preparar uma cola, o aluno terá
que se lembrar dos conteúdos que foram abordados e consultar seus registros. Esta
prática torna-se atividade concretamente produtiva de aprendizagem. As palavras de
Gomes (2003, p. 19), explicam que “todos os instrumentos que servem para
provocar atividades são, ao mesmo tempo, instrumentos de aprendizagem e
instrumentos de avaliação. O ideal será dialogar com o aluno enquanto efetua sua
aprendizagem.”
Este novo pensar sobre a “cola ou cábula” (termo de Portugal),
direcionando-a em prol de construir um método pedagógico inovador de avaliação,
nos permite construir uma nova estratégia pedagógica que se constitui em provocar
nos alunos o interesse na disposição de produzir a cola como método de construção
do conhecimento. Conforme Rangel (2001, p. 83), “do ponto de vista didático
observa-se o possível redirecionamento das práticas de “cola”, de modo que sirva ao
processo de ensino e de aprendizagem, incorporando-se às análises e perspectivas
críticas da relação entre ensino, aprendizagem e avaliação”.
Quando o professor integra e interage com os alunos nas construções das
regras para utilização da cola, estimulando o educando à pesquisa dos conteúdos
que esta cola deverá conter para realização da prova, automaticamente estará
provocando a construção da aprendizagem do aluno, fazendo-o produzir e se inteirar
dos conteúdos propostos.
Intencionalmente, dessa maneira, o/a professor/a desencadeia o processo
de ensino e de aprendizagem de forma significativa com a utilização da cola,
alcançando o objetivo de oportunizar momentos de aprendizagem durante a
avaliação. Com o decorrer do tempo e com as produções do discente, ele se
conscientizará de sua ação e compreenderá a real finalidade da produção da cola
permitida pelo professor.
A cola possui então como já discutimos situações que podem proporcionar
benefícios ao processo de ensinar e de aprender. Mas, em que perspectivas o
professor pode ressignificá-las? Podemos abordar outros fatores relevantes que
percebemos propiciam a aprendizagem na conduta do aluno quanto à produção da
cola.
23
3.1 O MEDO DO ERRO COMO MOTIVADOR DA COLA
Inúmeros são os fatores que justificam psicossocialmente a utilização da
cola pelo alunado, Rangel, observa estes fatores como:
[...]os aspectos didáticos, a “nota baixa”, a “reprovação”, os “erros de respostas”, articulam-se processos psicossociais, que envolvem prestígio pessoal e preservação de imagem. Desse modo “nota baixa”, a “reprovação”, o “erro” não se restringe à prova, mas invadem espaços o espaço psicológico, emocional, da auto-apreciação. (RANGEL. 2001, p. 85).
Percebe-se, assim, claramente que a atuação docente tem grande
responsabilidade quanto às causas da construção da cola, o alunado é sensível ao
movimento didático do professor a sua metodologia pedagógica. O discente tende a
avaliar a performance da atuação docente, e caso, o professor possua uma
tendência tradicionalista e rígida, valorizando a memorização e o aprendizado
apenas bancário, sem dar ênfase a construção significativa e sem a utilização dos
diversos meios de avaliação, consequentemente produzirá no alunado o medo do
“erro”, e de seus resultados, inserindo um sentimento da impossibilidade de lograr
êxito na sua progressão, pois a nota baixa ou fora dos padrões institucionais
ocasionará prejuízo na sua vida acadêmica.
Os anais do I Fórum de Professores de Didática do Estado do Paraná
aborda o erro de maneira desmistificadora, redefinindo-o como:
A certeza de que o erro revela aspectos significativos inerentes ao ensino e à aprendizagem, para aqueles que face a ele se detém, no intuito de compreendê-lo, e não meramente julgá-lo, demanda um novo olhar sobre as realizações dos alunos. O intuito passa a ser a compreensão “[...] do que eles podem chegar a fazer e como deve ser a ação docente para favorecer este processo.” (FARIA, 2003, p. 97).Os erros não precisam ser combatidos, mas podem ser ressignificados (PERRENOUD, 2000). Compreendidos, podem ser superados. Percebidos em seu valor informacional, podem balizar intervenções pedagógicas adequadas e oportunas intentando sua superação. Deixando de configurar-se entraves, podem ser reconhecidos como propulsores da ação. (CESTARI, SIBILA e SOUZA(2012, p.49).
Desta forma constata-se que os aspectos reguladores e auto reguladores
que devem perfazer a ação educativa, evidenciam um olhar para o “erro” como
agente propulsor de intenções verdadeiras para condução aos acertos.
24
Neste aspecto, deve-se promover nos alunos habilidades para que eles
mesmos identifiquem seus erros e por meio de métodos indutivos de pesquisa,
introduzir nos próprios alunos a aquisição gradativa da habilidade de auto- correção
levando-os aos acertos. Este exercício cotidiano na ação educativa diminuirá assim
a probabilidade de erros e consequentemente proporcionará ao aluno a prática
reflexiva e pesquisadora que possibilita minimizar possíveis resultados indesejáveis
no decorrer das avaliações que acontecerão no decorrer da vida acadêmica, nestes
conceitos estão a concretização da autonomia do aluno como pesquisador, tirando-o
gradativamente da ignorância científica, atribuindo-lhes habilidades na utilização
dos meios e métodos existentes para aquisição do conhecimento.
3.2 QUESTÕES ÉTICAS UM PARADIGMA A SER DESCONTRUÍDO
Analisando a “cola” sob a perspectiva ética, a sociedade tem como senso
comum visualizar a sua utilização como um despropósito, classificando quem a
pratica como: desonesto, contraventor, comparado ao que RUI BARBOSA proferiu:
De tanto triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. (RUI BARBOSA, em discurso proferido no senado em 1914)
Em seu artigo intitulado “Cola (Cábula): A falta de Ética que se Aprende na
Escola.”, Silva (2011, p.3), se posiciona como ferrenho defensor da “cola” como uma
transgressão acadêmica e atribui aos professores quando na falta da contenção do
seu uso inteira responsabilidade ao ato de fraude praticada pelo aluno, chega até a
menciona-la como um ato criminoso chamado de plágio. Mas muitos autores a
defendem, a exemplo de Martins (apud Madeira, 2008, p.141) que não a vê “como
fraude ou ato clandestino do aluno, mas como manifestação ou recurso de liberdade
de aprender e estratégia de recuperação destes, haja vista o baixo rendimento, pois
acreditam que sua utilização é um vetor de aquisição de conhecimento, e também
não a enxergam como ilícita, e sim como fixador do conhecimento.
25
Outro acontecimento alinhado à falta de ética é que alunos que se utilizam
do uso da cola, aprimorando gradativamente suas habilidades, fazem uso da
tecnologia, garantindo assim, notas altas, sem que nestas estejam representadas
suas reais condições de aprendizagem, e ainda ridicularizam e humilham os colegas
que estudaram e que não se submeteram ao uso da cola, evidenciando que os
mesmos não são suficientemente inteligentes, pois não possuem as notas altas que
a prática da cola proporciona aos alunos que a utilizam.
O significado de Ética3; conforme o vocabulário habitual nos leva a um
modelo de ação social que delimita atitudes e princípios de honestidade, respeito ao
ser humano e posiciona o cidadão como um sujeito que tende a agir corretamente
em toda e qualquer situação.
Verifica-se no artigo mencionado que a conduta do professor e do alunado é
enquadrado num comportamento antiético, Silva (2011, p.6) refere-se à prática do
professor em permitir o uso da cola da seguinte maneira: “a cola que reflete esse
contexto social, por vezes, é reforçada pelo docente que, devido a sua relação
amigável com os alunos, confunde ou abusa da sua autoridade, por conseguinte faz
“vista grossa” permitindo que eles colem.”, enfim percebemos na contextualização
social que a cola é reprovável em todas as suas dimensões.
Acredita-se que no âmbito escolar a complexidade deste procedimento
“cola” é mais discutível do que as indagações e conjecturas éticas das
representações sociais atrelados a este fato, as rotinas indicadas nas condutas e
nos métodos arcaicos de intervenção pedagógicos frente a este fenômeno “cola” faz-
nos ter estímulos a produzir uma perspectiva mais propositiva e menos criminalística
desta ação discente.
Enfim, para combatê-la adequadamente, lembra-se que o papel do professor
não é o de confrontar-se com as atitudes do aluno, mas sim a de transformar a
prática social. Posicionar-se autoritariamente em relação ao alunado, fazendo
imposições e tentando coibir esta prática não tem surtido efeitos positivos, gerando
até mesmo atos de violência. Acredita-se que só uma reflexão profunda com
redirecionamentos adequados das condutas didático/pedagógicas em relação a este
fenômeno poderá com eficiência minimizar os seus efeitos negativos.
3Ética: 1Substantivo feminino: Conjunto das normas e princípios que norteiam a boa conduta dos seres humanos.2Estudo dos juízos de apreciação referentes a conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal.
26
O que se pode constatar no uso da cola, por exemplo, é que este ato
enseja, na sua utilização, a infeliz constatação da simples transferência mecânica de
conteúdos no momento das avaliações não condizendo com o reflexo esperado do
bom aproveitamento dos conteúdos de quem a utiliza.
Nesta desconstrução de paradigmas, é possível incluir o contrato
pedagógico, que deve ser construído na interatividade e na integralidade da relação
professor(a)/aluno(a) e aluno(a)/aluno(a) no desenvolver do ato educativo, este
diálogo estipulando limites, regras e procedimentos podem se traduzir em soluções
do chamado problema denominado “cola”.
Comentando as questões dos relacionamentos entre alunos(as) podemos
considerar as questões de altruísmo4, onde neste caso em loco que consiste na
cooperação entre os agentes da suposta prática ilegal da “cola”, verifica-se que
existe na relação uma necessidade de ajudar, colaborar, compartilhar, auxiliar,
socorrer, buscar trocas para futuras ajudas, o dar e receber. De acordo com a teoria
do altruísmo recíproco de (Trivers, 1971) o comportamento relacionado ao partilhar
informações, ajudando-se mutuamente, conota um comportamento recíproco de
conchavos inter-relacionais que se estabelece numa perspectiva pró-social.
Conforme Silva et al, (2006, p.19):
Apesar de envolver uma transgressão, consideramos que a prática da cola envolve questões de altruísmo, porque o estudante, ao praticar esse tipo de ação, está reagindo à situação de dificuldade de um colega, procurando atenuá-la e a princípio não visa o interesse próprio. Como envolve uma transgressão, a ação altruísta tem custo. O aluno que “passa a cola” corre o risco de ser descoberto e sofrer consequências negativas, como o rebaixamento de sua própria nota e a perda da confiança do professor.
Partindo de uma reflexão critica educativa sobre este fenômeno, pode-se
observar que o ato de trocar estas informações entre os alunos, pode e deve se
transformar numa atitude positiva entre eles, e cabe ao docente criativo utilizar este
fenômeno em um processo educativo, reconfigurando, ao invés de um ato
transgressor num ato colaborativo, pressupondo-se que se compreende a
aprendizagem colaborativa “como qualquer atividade na qual duas ou mais pessoas
trabalham juntas para criar significado, explorar um tópico ou melhorar uma
4Altruísmo - Ação de amar ao próximo sem esperar nada em troca; dedicação demonstrada de maneira desinteressada; filantropia ou abnegação. Fonte:
http://www.dicio.com.br/altruismo/
Filosofia. Comte (1798-1857). Tendência natural do indivíduo que se preocupa com o outro e, embora seja espontânea, precisa ser aperfeiçoada através da
educação positivista, evitando os instintos relacionados ao egoísmo.
27
habilidade”. (HARASSIN, 1995, apud TORRES, 2002, p.41), ou seja, a oferta de
informações que um estudante faz ao outro que carece destes dados para
responder questões nada mais é do que o compartilhar as informações, pode ser
traduzida em uma perspectiva comunicativa e construtivista interacionista. Refletindo
sobre este ato discente, percebe-se que o docente pode transformar este
comportamento numa prática educativa que transforme o ato transgressor num
simples desejo espontâneo de colaborar, compartilhando e socializando o
conhecimento, que poderá através desta socialização ser mais interiorizado e
assimilado, configurando assim uma estratégia de aprendizagem. Visualizamos que
a estratégia de aprendizagem consiste nos meios e métodos que os alunos criam
para melhor aprender, de maneira mais prazerosa e eficiente, compreendendo e
assimilando os conteúdos, construindo seus conhecimentos vindo a solidificar a ideia
de que a “cola” pode ser reconfigurada como um ato de interatividade educacional, e
se transformar num processo educativo puramente positivo traduzida em quebra de
paradigmas se transformando num fenômeno de aprendizagem.
3.3 O ESTUDANTE PESQUISADOR E PRODUTOR DO CONHECIMENTO, FIOS
CONDUTORES NA QUEBRA DE PARADIGMAS NO USO DA “COLA”
Refletindo o uso da cola pelos discentes, observa-se que esta prática ocorre
em momentos de avaliações específicas, ou seja, fora dos padrões de uma prática
socializadora, pois, verifica-se que a realização individual de uma prova escrita,
conota, geralmente, a prática da avaliação na perspectiva unicamente somativa
como exigência institucional e que serve apenas para verificar se o aluno decorou,
memorizou definições, regras, fórmulas e conceitos, desta forma pressupõe que o
aluno está em um momento não de produção e sim de exteriorizar a repetição, o
reproduzir e a cópia, demonstrando um conhecimento bancário e memorístico, e
que logo se dissipará com o passar do tempo, conforme preceitua Moreira (2010,
p.5),
Na aprendizagem significativa, o aprendiz não é um receptor passivo. Longe disso. Ele deve fazer uso dos significados que já internalizou, de maneira substantiva e não arbitrária, para poder captar os significados dos materiais
28
educativos. Nesse processo, ao mesmo tempo em que está progressivamente diferenciando sua estrutura cognitiva, está também fazendo a reconciliação integradora de modo a identificar semelhanças e diferenças e reorganizar seu conhecimento. Quer dizer, o aprendiz constrói seu conhecimento, produz seu conhecimento. Em contraposição à aprendizagem significativa, em outro extremo de um contínuo, está a aprendizagem mecânica, na qual novas informações são memorizadas de maneira arbitrária, literal, não significativa. Esse tipo de aprendizagem, bastante estimulado na escola, serve para "passar" nas avaliações, mas tem pouca retenção, não requer compreensão e não dá conta de situações novas.
Justifica-se esta conjectura, quando se reflete criticamente seus resultados
no campo das características da memória de curta duração, que explicita que o
aluno esquecerá ensinamentos ou informações e, quando se esquece, julga-se que
nada aprendeu.
Este momento de suposta aprendizagem, ocorre sem reflexão, sem pensar,
sem interiorizar o conteúdo e seus significados, mas pode representar um momento
transformador, propositivo, de construção cognitiva do conhecimento.
Aprendizagem significativa é aprendizagem com significado, compreensão, sentido, capacidade de transferência; oposta à aprendizagem mecânica, puramente memorística, sem significado, sem entendimento; dependente essencialmente do conhecimento prévio do aprendiz, da relevância do novo conhecimento e de sua predisposição para aprender.[...] (MOREIRA, 2005, p. 6-7)
Para certificar-se da efetivação desta concepção devem-se ter claras as
razões que norteiam o ato de avaliar, ou seja, cuidar que o aluno tenha garantido
que a avaliação se constitua uma oportunidade de aprender.
Conforme Pedrochi Junior (2012) os processos avaliativos na concepção
formativa precisam essencialmente promover e estimular a reflexão. Entende-se que
impregna-se nesta ação pedagógica o acompanhamento sistemático referente ao
alcance e abrangência dos objetivos do processo ensino e aprendizagem. Nesta
perspectiva o resultado do avaliar deve se constituir também um momento de
oportunidade de aprender.
Entendemos que toda avaliação formativa é obrigatoriamente uma avaliação de aprendizagem, contudo consideramos que pode haver avaliações da aprendizagem dos estudantes que não possuem um caráter formativo. Assim, a avaliação da aprendizagem tendo como objetivo acompanhar o processo de aprendizagem pode ser tomada como formativa quando carrega uma ação reflexiva, em que ela mesma dever ser (também) uma oportunidade de aprendizagem (PEDROCHI JUNIOR, 2012, p.55).
29
Portanto, se no momento da avaliação existe o ato reprovável da cola, e
que este comportamento discente resultará em momentos de desgaste e conflitos,
podemos e devemos repensá-lo como uma nova proposta para a quebra de
paradigmas e no desencadear da ação educativa que o transforme numa estratégia
de ensino e de aprendizagem impregnando a este fenômeno a concepção formativa
da avaliação, pois avaliar é um ato de observação, de reflexão, de
redirecionamentos e replanejamentos e para tais ações o docente precisa ser
sensível, cuidando da sua conduta profissional, sendo criativo, promovendo novos
meios e métodos no processo do ensinar, produzindo instrumentos de avaliação que
venha ao encontro de quem quer aprender.
Na avaliação nós não precisamos julgar, necessitamos isto sim, de diagnosticar, tendo em vista encontrar soluções mais adequadas e mais satisfatórias para os impasses e dificuldades. Para isso, não é necessário nem ameaça, nem castigo, mas sim acolhimento e confrontação amorosa. (LUCKESI, 2005, p.33)
Na sociedade do conhecimento o grande trunfo do estudante é saber
produzir conhecimentos, não é o copiar, ou o reproduzir.
Sou tão melhor professor, então, quanto mais eficazmente consiga provocar o educando no sentido de que prepare ou refine sua curiosidade, que deve trabalhar com minha ajuda, com vistas a que produza sua inteligência do objeto ou do conteúdo que eu falo. Na verdade, meu papel como professor, ao ensinar o conteúdo a ou b, não é apenas o de me esforçar para, com clareza máxima, descrever a substantividade do conteúdo para que o aluno o fixe. Meu papel fundamental, ao falar com clareza sobre o objeto, é incitar o aluno a fim de que ele, com os materiais que ofereço, produza a compreensão do objeto em lugar de recebê-la, na íntegra, de mim. Ele precisa se apropriar da inteligência do conteúdo para que a verdadeira relação de comunicação entre mim, como professor, e ele, como aluno se estabeleça. É por isso, repito, que ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor. Ensinar e aprender tem que ver com o esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com o emprenho igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor ou professora deve deflagrar. Isso não tem nada que ver com a transferência de conteúdo e fala da dificuldade, mas, ao mesmo tempo, da boniteza da docência e da discência. (FREIRE, 1996, p.118-119)
Portanto, o aluno que se diferencia é o aluno que pesquisa, e, para isso, o
trabalho educativo socializador direciona as práticas didático-pedagógicas no
sentido de transformar as relações docentes e discentes da sala de aula em
30
parcerias, objetivando a horizontalidade das ações pedagógicas, cultivando o
sentimento de ter o outro como parceiro e não como dominado, isto tem uma função
incrivelmente pedagógica. O professor tem que promover a curiosidade e os
estímulos da pesquisa nas suas propostas de trabalho docente, transformando a
apresentação de conteúdos numa promoção de prática em que o estudante se
reconheça como pesquisador. Com este direcionamento do docente, o estudante se
formará incrivelmente melhor e estará mais apto a enfrentar o mundo.
3.4 A COLA NA CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DE APRENDIZAGEM NO
MOMENTO DA AVALIAÇÃO
Reflete-se sobre os objetivos deste trabalho, e pensando a cola encarada
como ato transgressor e passível de reprimenda pela sociedade em geral já que
traduz uma ameaça às garantias de que o aluno tenha realmente aprendido. Reflete-
se também que com este comportamento reprovável, consiga promoção sem
merecimento e de forma injusta, entendendo que não somente praticou o ato de
copiar e transferir sem aprender os conteúdos, levando os créditos, mas ainda o fez
roubando o conhecimento e habilidades de outrem. Sob estes aspectos, procura-se
dar um panorama mais promissor e reconfigurar estas concepções, propondo uma
ação pedagógica docente que possa ir ao encontro de uma ação educativa que
reconstrua estes paradigmas e também desconstrua as representações sociais
criminalizantes. Portanto, este estudo pressupõe discutir como viabilizar as
estratégias de ensino que integrem atividades e instrumentos avaliativos
socializadores e colaborativos numa perspectiva interativa de aprendizagem entre
alunos e docentes.
Para tanto, o compromisso e a dedicação do professor em efetuar a prática
didática pedagógica é essencial como também a sua aceitação as mudanças e as
adaptações. Para construir-se propostas utilizou-se uma situação do cotidiano da
sala de aula simultaneamente aos comentários relatados, a partir dos
comportamentos dos docentes frente à avaliação, disponibilizado por Seber (1997),
em sua obra “PIAGET – O diálogo coma criança e o desenvolvimento do raciocínio”,
onde discorre:
31
Após acabar de transmitir um determinado conteúdo escolar, o que faz o professor? Marca uma prova, a fim de checar se a criança reproduz com fidelidade a informação transmitida. A conformidade entre o que foi dado por ele e as respostas nas provas é o critério utilizado para a introdução de um novo conteúdo. E assim, sucessivamente, a memória da criança vai sendo “mobiliada”. A repetição mecânica de conteúdos é sem duvida uma ilusão. O raciocínio necessário ao entendimento do que se tem a dizer, este sim, é real; ele nos ajuda a compreender o mundo é muito maior do que quaisquer conteúdos inculcados pelas escolas. Em outras palavras, achamos bastante difícil que se atinja o objetivo de melhoria qualitativa do nosso ensino enquanto persistir a ilusão de que os conteúdos escolares transmitem simultaneamente as informações e os instrumentos de raciocínio necessários à interpretação significativa dessas informações, qualquer que seja o nível de organização intelectual das crianças. (SEBER, 1997, p.14-15)
Analisando esta situação pode-se verificar que a cola está delimitada ao ato
do aluno copiar um trecho que corresponda a resposta de uma questão já produzida
em material didático no desenvolvimento da sua avaliação, ou a resposta produzida
de outro colega de sala de aula. Portanto, esta atitude do discente transgressor
constitui um obstáculo a efetividade da aprendizagem, situação a qual o docente
precisa ultrapassar com criatividade, a maneira mais eficaz de evitar este
comportamento por parte do aluno é ter a consciência que é necessário entender as
concepções do que é ensinar e aprender praticando o comportamento pesquisador.
Criar estratégias de avaliar capazes de minimizar a possibilidade do aluno realizar
uma avaliação apenas reproduzindo o conhecimento de outrem, o que Seber (1997)
tão bem explicita, e que vem a configurar uma visão construtiva na dicotomia do que
é ensinar/aprender e nas formas de identificar o que realmente o aluno assimilou dos
conteúdos, identificando as construções do conhecimento a partir do processo de
aprendizagem.
Conjecturando sobre a problematização deste trabalho, partimos da
concepção de que a “cola” pode se tornar uma nova estratégia de aprendizagem,
pois para construí-la é necessário pesquisa, ato que o aluno pratica, assim é
necessário que o contato com o conteúdo seja uma realidade, senão como se
construirá a cola nas suas diversas formas se o aluno não tiver contato com o objeto
de estudo que deseja reproduzir?
Para analisar esta indagação e procurar suas respostas temos que entender
as razões entre os princípios de cunho escolar e psicossociais que induzem os
alunos a praticar a “COLA”. Rangel (2001, p.84), faz esta abordagem como explicita
no quadro 01 abaixo.
32
FIGURA 1 – Campo das representações, com seu “núcleo” e seu esquema
periférico, ou seja, seus elementos “protetores” e complementares:
Fonte: Esquema retirado do artigo O “problema” da “cola” sob a ótica das representações (RANGEL 2001, p. 84).
A resolução do problema se daria no campo da abrangência de novos
significados e perspectivas de compreensão do processo educativo, lugar onde
encontraríamos alternativas conforme comenta Rangel (2001, p.86):
Encontrar alternativas nesse âmbito temático abrangente, polêmico e complexo é um desafio e uma instigação aos educadores, diante do enfrentamento de rupturas e desconstruções de conceitos, crenças e expectativas, consolidadas pelas representações sociais.
Do ponto de vista didático, a figura do docente como pesquisador, refletindo
criticamente sobre a sua prática na esfera dos meios e métodos de inserção dos
conteúdos e suas abordagens, na dinamicidade de criar metodologias de ensino
que suscite entusiasmo, curiosidade e compromisso de aprender, pode resultar em
uma nova perspectiva desmistificadora da “cola” no campo educacional e suas
concepções quanto às observações do que realmente o aluno aprendeu, conjugados
aos redirecionamentos e replanejamentos que esta ação exige,poderá estimular e
promover o sucesso dos estudantes sem que necessite utilizar do dispositivo “cola”.
33
4 A ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS À LUZ DA FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Este capítulo apresenta a análise dos dados, considerando toda a
fundamentação teórica lida e enfocada nos capítulos anteriores. O que se pode ver a
seguir são quadros que apresentam experimentações realizadas para os fins desta
monografia.
O presente estudo focaliza o uso da cola como um método inovador de
ensino, desmistificando sua utilização encarada apenas como um ato transgressor
do aluno, investigando nesta prática a possibilidade de uma ação propositiva do
docente, transformando-a em oportunidades de aprendizagem no processo
avaliativo. O objetivo central é reconhecer que transformar “a cola” em estratégia de
ensino e aprendizagem através do estímulo da pesquisa e socialização do
conhecimento minimizando os efeitos dos conflitos advindos de sua utilização pelos
estudantes e motivando os professor(a)s na prática da criatividade como requisito
promotor do entusiasmo para atuação profissional docente, estimulando a produção
de metodologia inovadora de ensino, proporcionando aos estudantes novos meios e
métodos prazerosos em utilizar as estratégias para o aprender.
4.1 MÉTODO
Participaram desta pesquisa uma turma do 8º ano do ensino fundamental II
do Colégio Estadual Professora Adélia Dionisia Barbosa – Ensino Fundamental e
Médio, localizada na cidade de Londrina, estado do Paraná. A Professora da
disciplina de Ciência Físicas e Biológicas colaborou com todos os trabalhos de
aplicação das experimentações e coleta de dados, se responsabilizou pela aplicação
das avaliações com o método da cola, seguindo as orientações e procedimentos dos
roteiros estabelecidos, implementando nas rotinas de sala de aula todo o
procedimento descrito nos anexos deste trabalho. Todo processo ocorreu com
constante supervisão do pesquisador. Tais procedimentos objetivando implementar
34
a utilização da cola no momento da avaliação serviram para identificar e pontuar
generalizações e especificidades, gerando condições propícias para a realização
das análises e a construção de algumas considerações que suscitaram a clarificação
das intervenções necessárias para as soluções dos problemas e das respostas as
indagações formuladas nesta pesquisa. Para tal efetivação dos objetivos foram
também criados e aplicados os questionários Likert para os estudantes antes e
depois do processo avaliativo, direcionados a detectar suas percepções frente às
preposições relacionadas ao tema, e que transfigurasse as crenças dos estudantes
quanto ao uso da “cola”, também foram coletados dados sobre o aproveitamento dos
estudantes no decorrer do uso da “cola” nas duas experimentações, para detectar
qual a oscilação positiva ou negativa existentes no transcorrer do processo.Todos
estes materiais subsidiam o estudo do fenômeno “cola” e as possíveis respostas
para as hipóteses e indagações formuladas no reconhecer do fenômeno e criar
meios e métodos que resultassem em quebra dos paradigmas quanto ao seu uso.
Lembra-se que todo este estudo está voltado à inovação das estratégias e a
desmistificação quanto a uso da “cola” como um ato nocivo para a aprendizagem,
investigando no intuito de identificar características e propriedades que pudessem
alicerçar novas estratégias de ensino e aprendizagem utilizando-se a “cola’ num
aspecto mais positivista.
4.2 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Primeiramente, realizou-se o questionário semiestruturado com a aplicação
do qual verificaram-se as percepções da professora em relação ao uso da cola em
sala de aula. Procurou-se por meio desta investigação interpretar as crenças de auto
eficácia que pudessem ser suscitadas a partir da prática docente pretendida nesta
pesquisa, na definição de Bandura (1997), trata-se de “crenças nas próprias
capacidades de organizar e executar cursos de ação necessários para produzir
determinados resultados”. Numa primeira fase observou-se as percepções da
professora por meio da exposição das suas conjecturas se identificadas na
entrevista semiestruturada, a qual mapeou a análise sobre a “cola” e seu uso pelo
35
estudante em momentos de avaliação, se acreditava que este fenômeno poderia ser
transformado numa estratégia nova de ensino e aprendizagem.
Identifica-se nas respostas referentes à “cola”, que a professora exterioriza
suas opiniões dizendo que sabe o que é “cola” afirmando que “É o ato do aluno
copiar o conteúdo que ele acha que vai ser cobrado na prova, e no dia da prova usar
estes registros escondido do professor”. Também argumenta que a sua prática
representa um método transgressor do estudante, para conseguir uma boa nota na
prova, demonstrando seu comportamento ilícito, na sua resposta da questão 2 usou
os seguintes termos “Eu acho que é um ato ilícito”. É salutar comentar que nesta
etapa que cursa o ensino fundamental o estudante adolescente está numa fase
critica quanto à motivação escolar, (Arruda, 2001; Boekaerts, 2003; Bzuneck e
Boruchovitch, 2003; Caldas & Hübner, 2001; Legauld, Green-Demers & Pelletier,
2006; Locatelli, 2004; Silva, 2004).
Estimular e motivar o estudante adolescente é um desafio que o docente
precisa sobrepor, com técnicas diferenciadas de aprendizagem. Verifica-se também
nas perguntas seguintes que o estudante ao ser descoberto usando a “cola’ sofre
punições, acarretando consequências frente a este comportamento, como registrou
a professora em sua manifestação, explicando que: “Quando pego o aluno colando,
em fragrante, a primeira coisa que eu olho é a cola que ele produziu, se na cola está
registrado alguma resposta referente à pergunta que está na avaliação escrita, eu
anulo a questão que o aluno tinha feito, e que estava registrada na cola. Após este
procedimento, eu recolho a cola e deixo o aluno terminar a avaliação”. Além desta
ação, existem as consequências institucionais, como explica a professora nos
seguintes dizeres: “Geralmente, converso conscientizando que a atitude que ele
praticou não é lícita, e que em outros concursos como o vestibular ele poderá ser
prejudicado, e que ele está enganando a si mesmo, pois não aprende nada fazendo
uso deste instrumento. Registro no livro de ocorrência, e se houver questionamento
por parte dos pais, em relação ao baixo desempenho do estudante, os mesmos
poderão verificar que um dos motivos é o comportamento estudantil inadequado do
aluno”. Este procedimento faz menção às ações que o estudante sofre, quando
pratica o ato da transgressão com consequências futuras. Portanto, a punição não
acarreta prejuízo ao aluno só no momento presente, mas também ao seu futuro
acadêmico.
36
Assim, para suscitar a provocação no objetivo de suscitar a vontade de
quebrar paradigmas, perguntou-se a professora; “Você já refletiu a possibilidade de
usar a “COLA” como um instrumento de aprendizagem? E sua resposta veio a calhar
com o objetivo da pesquisa: “Acredito que sim, pois no momento da confecção da
cola, em que ele escolhe os conteúdos que julga mais importantes para transferir
para a prova, ocorre nesta prática um momento de aprendizagem, tanto é que
muitos fazem cola e verifiquei que no momento da avaliação não a utilizam, pois
assimilaram os conteúdos que possivelmente estariam na avaliação, e assim
aprenderam inconscientemente o conteúdo já no processo de pesquisa para
produção da cola”. Julgamos com este pensamento que abriu uma possibilidade
para a quebra do paradigma inicial, e a chance de tornar a ação transgressora numa
ação pedagógica.
No objetivo de lermos o que pensavam os estudantes das turmas objeto de
estudo a respeito do uso da cola nas avaliações escritas, fizemos alguns estudos
analíticos quantitativos através de questionários direcionados, para assim
detectarmos quais as percepções de ordem cultural, que os estudantes traziam
relacionadas aos seus valores e aos seus costumes no tocante ao uso de consulta
de materiais e respectivos registros para a utilização no momento da avaliação,
denominada “cola”.
Para detectar estas regularidades, utilizou-se o método denominado escala
Likert, sendo que este foi formatado a partir de uma série de 25 perguntas que os
alunos responderam assinalando uma das alternativas como resposta, classificando-
os levando em consideração as pontuações de 00 a 05, como método de graduação
do valor tocante a intensidade da resposta. Portanto, é necessário observar que
quanto menor o valor atribuído a graduação numérica, verifica-se sua intensidade
negativa e vice versa indicando, porém a positiva.
Criou-se uma escala de proposição como especificamos abaixo:
(1) Nada verdadeiro (NV)
(2) Um pouco verdadeiro (PV)
(3) Meio verdadeiro (MV)
(4) Bastante Verdadeiro (BV)
(5) Totalmente verdadeiro (TV)
37
QUADRO 1: DEMONSTRATIVO ANTERIOR ÀS EXPERIMENTAÇÕES
PERGUNTAS NORTEADORAS DA PESQUISA SOBRE AS PERCEPÇÕES INICIAIS DOS ALUNOS NO USO DA
COLA NA AVALIAÇÃO ESCRITA
NÚMERO DE ALTERNATIVAS ESCOLHIDAS
NV 01
PV 02
MV 03
BV 04
TV 05
01 Quando se trata de estudar para as provas prefiro fazer a cola como meio de garantir que vou tirar a nota:
04 16 07 00 00
02 Nunca estudo, sempre me sai bem fazendo cola, tiro notas acima da média:
14 13 00 00 00
03 Eu me esforço bastante, estudo a matéria que vai cair na prova, mas assim mesmo preciso me garantir produzindo uma cola para fazer a prova:
15 08 01 01 02
04 Faço cola, mas tenho medo de utilizá-la e o professor descobrir, e me chamar à atenção, assinalando minha prova:
16 07 01 01 02
05 Uso o celular para fazer minhas colas, passo as informações mais importantes no editor de texto do celular e guardo para usá-las no momento da prova:
25 02 00 00 00
06 Uso a régua para escrever a cola, julgo que este meio é o mais eficiente:
22 04 01 00 00
07 Uso a borracha para escrever minha cola, julgo ser este meio o mais eficiente:
16 05 01 01 04
08 Fico sempre perto dos alunos que se sobressaem nas provas com notas altas, pois como são meus amigos deixam que olhe nas suas respostas e as cole na minha prova;
18 05 02 02 00
09 Tenho consciência que colar é um ato desonesto e reprovável, mas não me sinto constrangido em ser descoberto, se o professor descobrir que estou colando:
11 05 03 01 07
10 Faço cola, pois não dou importância para os conteúdos das disciplinas, não consigo ver significado entre o que preciso aprender e sua utilização no mundo que vivemos:
22 01 03 00 01
11 Acho que colar, é divertido, tiro notas acima da média e ainda faço chacotas com meus amigos que estudam e que não se utilizam da cola e tiram notas piores que as minhas:
24 02 00 01 00
12 Faço cola porque a maioria dos professores faz vistas grossas e permitem que eu utilize a cola sem o menor problema:
14 08 01 01 03
13 Acredito que se as aulas e seus conteúdos fossem interessantes, eu poderia deixar completamente de fazer a cola e me dedicar aos estudos:
03 05 00 01 18
14 Acredito que a prática da cola no futuro vai me prejudicar, pois apenas transfiro as respostas para prova, e fico sem aprender o conteúdo:
02 09 00 04 12
15 Ficaria feliz se conseguisse aprender os conteúdos das disciplinas e demonstrar que tive um bom aproveitamento e que realmente assimilei com eficiência os conteúdos ministrados pelos meus professores:
04 01 03 01 18
16 Utilizando a cola, observo que no momento que as produzo, sinto que entro em contato com o conteúdo e muitas vezes nem preciso dela para fazer a prova e tirar boas notas:
02 03 02 04 16
38
17 Sempre que produzo minhas colas tiro as informações do meu caderno de anotações, pois tenho o cuidado de sempre anotar tudo que o professor explica e expõem nas aulas, registrando tudo que esta no quadro negro:
16 05 03 02 01
18 Sempre que produzo minhas colas, além de pesquisar no meu material (livros didáticos, cadernos e material escrito disponibilizado pelo professor), procuro mais informações na internet e na biblioteca do colégio:
24 02 00 00 01
19 Não acredito que os conteúdos aprendidos na escola me farão um cidadão preparado para conseguir uma profissão, por isso estou frequentando a escola só para conseguir meu certificado de conclusão, por isso uso a cola, pois penso que os conteúdos não serão utilizados no futuro para minha profissionalização:
21 03 01 01 01
20 Acredito que o uso da cola é benéfico, não me prejudica, ou melhor, me ajuda a aprender mais os conteúdos, e melhorar minha atuação como aluno na escola, se houvesse um meio de instituir a cola como um método de ensino eu acredito que seria bom para todos os alunos:
15 03 06 00 03
21 Se meu professor optar por uma prova em dupla, ou em grupo, onde eu possa interagir com meus colegas, debater o conteúdo de avaliação, amadurecendo nossas ideias, nem precisarei utilizar a cola.
04 01 01 02 19
22 Se meu professor permitir que eu utilize todo o material trabalhado em sala de aula, proponho uma avaliação em que eu possa inserir minhas ideias livremente, sem cópias fiéis dos conteúdos do livro didático, será desnecessário preparar qualquer tipo de cola.
06 04 00 02 15
23 Se meu professor me avaliar a partir de um bate-papo, troca de ideias, diálogos, ou seja, se ele interagir comigo e, nesta relação, inserir os conteúdos trabalhados em sala de aula, acredito que nem precisarei de qualquer espécie de cola.
03 02 07 04 11
24 Se meu professor me pegar colando e, ao invés de me punir com a nota zero e, me encaminhar à diretoria para levar broncas e, ainda por cima, revelar aos meus pais, que também me punirão de alguma forma, ele me propor uma prova escrita com minhas ideias a partir do material (cola) que eu preparei e, claro, recolher todo esse material para conseguir me avaliar, acredito que terei aprendido alguma coisa sobre os conteúdos.
00 00 00 01 26
25 Se meu professor alternar a cada bimestre o tipo de avaliação, por exemplo, propor um trabalho em grupo, um trabalho com apresentação oral para os colegas, uma atividade de campo, outra atividade prática e, finalmente, alguma atividade escrita, certamente nem precisarei colar, pois essa diversidade de avaliações será prazerosa e aprenderei com facilidade.
04 02 04 03 14
SOMA TOTAL 305 116 47 33 174
PORCENTAGEM 45% 17% 7% 5% 26%
NV= nada verdadeiro - PV=pouco verdadeiro - MV=meio verdadeiro - BV=bastante verdadeiro TV=totalmente verdadeiro
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
39
FIGURA 2: DEMONSTRATIVO PERCENTUAL QUANTITATIVO QUE REPRESENTA A ALTERNATIVA ESCOLHIDA NO QUESTIONÁRIO LIKERT – QUADRO 1
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
Para podermos verificar e analisar a disposição das opiniões quanto a sua
configuração realizamos tratamento matemático sobre os resultados como
discriminado abaixo:
TABELA 1: ESTUDO PARA O QUESTIONÁRIO REPRESENTADO NO QUADRO 1
NV PV MV BV TV
305 116 47 33 174
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
[1*(305) + 2*(116)+3*(47)+4*(33)+5*(174)] = 1680
305 + 116 + 47 + 33+ 174 = 675
MEDIA DA AVALIAÇÃO = SOMA DAS PONDERAÇÕES/SOMA DO NÚMERO DE
RESPOSTAS
MÉDIA = 1680/675 = 2,48
Com esta aferição nas respostas podemos observar que o valor aproximado
ficou em 2,49, se posicionando a esquerda de UM POUCO VERDADEIRO (PV)
próximo da classificação MEIO VERDADEIRO (MV).
40
TABELA 2: ESTUDO PELA ESCALA LIKERT
ESCALA
LIKERT
NV PV MV BV TV
2,49 1 2 3 4 5
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
QUADRO 2: DEMONSTRATIVO RESPOSTAS AOS QUESTIONÁRIOS PÓS-EXPERIMENTAÇÃO
PERGUNTAS NORTEADORAS DA PESQUISA SOBRE AS PERCEPÇÕES INICIAIS DOS ALUNOS SOBRE O
USO DA COLA NA AVALIAÇÃO ESCRITA
NUMERO DE ALTERNATIVAS ESCOLHIDAS
NV 01
PV 02
MV 03
BV 04
TV 05
01 Quando se trata de estudar para as provas prefiro fazer a cola como meio de garantir que vou tirar a nota:
11 11 02 03 01
02 Nunca estudo, sempre me sai bem fazendo cola, tiro notas acima da média:
26 01 01 00 00
03 Eu me esforço bastante, estudo a matéria que vai cair na prova, mas assim mesmo preciso me garantir produzindo uma cola para fazer a prova:
16 07 04 01 00
04 Faço cola, mas tenho medo de utiliza-la e o professor descobrir, e me chamar à atenção, assinalando minha prova:
19 05 01 01 02
05 Uso o celular para fazer minhas colas, passo as informações mais importantes no editor de texto do celular e guardo para usá-las no momento da prova:
27 00 01 00 00
06 Uso a régua para escrever a cola, julgo que este meio é o mais eficiente:
27 01 00 00 00
07 Uso a borracha para escrever minha cola, julgo ser este meio o mais eficiente:
14 09 03 01 01
08 Fico sempre perto dos alunos que se sobressaem nas provas com notas altas, pois como são meus amigos deixam que olhe nas suas respostas e as cole na minha prova;
18 06 02 01 01
09 Tenho consciência que colar é um ato desonesto e reprovável, mas não me sinto constrangido em ser descoberto, se o professor descobrir que estou colando:
20 03 02 01 02
10 Faço cola, pois não dou importância para os conteúdos das disciplinas, não consigo ver significado entre o que preciso aprender e sua utilização no mundo que vivemos:
21 02 02 01 02
11 Acho que colar, é divertido, tiro notas acima da média e ainda faço chacotas com meus amigos que estudam e que não se utilizam da cola e tiram notas piores que as minhas:
23 04 01 00 00
12 Faço cola porque a maioria dos professores faz vistas grossas e permitem que eu utilize a cola sem o menor problema:
17 08 02 01 00
13 Acredito que se as aulas e seus conteúdos fossem interessantes, eu poderia deixar completamente de fazer a cola e me dedicar aos estudos:
05 09 02 01 11
41
14 Acredito que a prática da cola no futuro vai me prejudicar, pois apenas transfiro as respostas para prova, e fico sem aprender o conteúdo:
05 06 06 01 10
15 Ficaria feliz se conseguisse aprender os conteúdos das disciplinas e demonstrar que tive um bom aproveitamento e que realmente assimilei com eficiência os conteúdos ministrados pelos meus professores:
02 05 07 03 11
16 Utilizando a cola, observo que no momento que as produzo, sinto que entro em contato com o conteúdo e muitas vezes nem preciso dela para fazer a prova e tirar boas notas:
04 10 06 03 05
17 Sempre que produzo minhas colas tiro as informações do meu caderno de anotações, pois tenho o cuidado de sempre anotar tudo que o professor explica e expõem nas aulas, registrando tudo que esta no quadro negro:
15 05 06 02 00
18 Sempre que produzo minhas colas, além de pesquisar no meu material (livros didáticos, cadernos e material escrito disponibilizado pelo professor), procuro mais informações na internet e na biblioteca do colégio:
23 04 01 00 00
19 Não acredito que os conteúdos aprendidos na escola me farão um cidadão preparado para conseguir uma profissão, por isso estou frequentando a escola só para conseguir meu certificado de conclusão, por isso uso a cola, pois penso que os conteúdos não serão utilizados no futuro para minha profissionalização:
20 04 02 02 00
20 Acredito que o uso da cola é benéfico, não me prejudica, ou melhor, me ajuda a aprender mais os conteúdos, e melhorar minha atuação como aluno na escola, se houvesse um meio de instituir a cola como um método de ensino eu acredito que seria bom para todos os alunos:
08 05 03 05 07
21 Se meu professor optar por uma prova em dupla, ou em grupo, onde eu possa interagir com meus colegas, debater o conteúdo de avaliação, amadurecendo nossas ideias, nem precisarei utilizar a cola.
03 03 03 04 15
22 Se meu professor permitir que eu utilize todo o material trabalhado em sala de aula, proponho uma avaliação em que eu possa inserir minhas ideias livremente, sem cópias fiéis dos conteúdos do livro didático, será desnecessário preparar qualquer tipo de cola.
03 08 03 04 10
23 Se meu professor me avaliar a partir de um bate-papo, troca de ideias, diálogos, ou seja, se ele interagir comigo e, nesta relação, inserir os conteúdos trabalhados em sala de aula, acredito que nem precisarei de qualquer espécie de cola.
03 05 05 02 13
24 Se meu professor me pegar colando e, ao invés de me punir com a nota zero e, me encaminhar à diretoria para levar broncas e, ainda por cima, revelar aos meus pais, que também me punirão de alguma forma, ele me propor uma prova escrita com minhas ideias a partir do material (cola) que eu preparei e, claro, recolher todo esse material para conseguir me avaliar, acredito que terei aprendido alguma coisa sobre os conteúdos.
06 04 06 03 09
42
25 Se meu professor alternar a cada bimestre o tipo de avaliação, por exemplo, propor um trabalho em grupo, um trabalho com apresentação oral para os colegas, uma atividade de campo, outra atividade prática e, finalmente, alguma atividade escrita, certamente nem precisarei colar, pois essa diversidade de avaliações será prazerosa e aprenderei com facilidade.
01 02 04 06 15
SOMA TOTAL 337 127 75 46 115
PORCENTAGEM 48% 18% 11% 7% 16%
NV= nada verdadeiro - PV=pouco verdadeiro - MV=meio verdadeiro - BV=bastante verdadeiro TV=totalmente verdadeiro
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
FIGURA 3: DEMONSTRATIVO PERCENTUAL QUANTITATIVO QUE REPRESENTA A ALTERNATIVA ESCOLHIDA NO QUESTIONÁRIO LIKERT – QUADRO 02
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
Para o Quadro 2, utilizando-se os mesmos procedimentos para tabulação
quantitativa nos tratamentos dos dados atribuídas ao quadro 01, assumindo nesta
outra etapa o seguinte comportamento e resultados.
TABELA 3: ESTUDO PARA O QUESTIONÁRIO REPRESENTADO NO QUADRO 2
NV PV MV BV TV
337 127 75 46 115
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
43
[1*(337)+2*(127)+3*(75)+4*(46)+5*(115)]=1575
337+127+75+46+115= 700
MEDIA DA AVALIAÇÃO = SOMA DAS PONDERAÇÕES/SOMA DO NÚMERO DE
RESPOSTAS
MÉDIA = 1575/700 = 2,25
Com esta aferição nas respostas, pode-se verificar que o valor 2,25 ficou
mais a esquerda de um pouco verdadeiro (PV) e mais próximo da classificação meio
verdadeiro (MV), mas podemos observar que houve uma aproximação maior da
alternativa pouco verdadeira (PV) em relação ao índice do resultado do Quadro 01.
Verificando e examinando os quadros acima, fazendo suas correlações
podemos observar que os alunos exteriorizaram percepções que evidenciam o
descrédito quanto a utilização da cola como instrumento de aprendizagem. Portanto
usar a cola como meio facilitador para a realização das avaliações no objetivo de
obter sucesso não se confirma opinião consolidada entre os estudantes num meio
adequado para aprendizagem. Deduz-se assim, que os alunos não possuem
interesse em produzir cola, esse fenômeno ocorre porque não se interessam pela
sua confecção, pois o ato de pesquisar para a construção de estratégias na
produção de cola exige investigação e a elaboração de sínteses e organização
sistemática do conteúdo que acarreta em dispender considerável quantidade de
tempo e trabalho, portanto, demonstram indisposição na sua fabricação.
Observa-se que os estudantes não utilizam os meios tecnológicos como, por
exemplo; o celular para produzir a “cola”, assim como não utilizam qualquer outro
método mecânico ou manual, pois não gostariam de serem descobertos neste ato
ilícito. Percebe-se nas respostas dos questionários que não são adeptos a produção
do conhecimento colaborativo, compartilhado e cooperativo, demonstrando que a
socialização e a reflexão dos conteúdos para construção do conhecimento não é
uma prática educacional rotineira integrados aos desdobramentos didáticos
pedagógicos, verifica-se a necessidade de implementações adicionais nas técnicas
de ensino que promovam a interação e a integração dos conteúdos. Com a
verificação que os estudantes “não gostariam de ser descobertos utilizando “cola”
de qualquer natureza, também não procuram compartilhar conhecimentos com
44
colegas que possuem hipoteticamente melhor aproveitamento, ou tenham maior
facilidade de aprendizagem.
Nesta turma, em específico, o uso da cola não é uma constante e a maioria
a estigmatizam como um instrumento que não acrescenta qualquer benefício na sua
utilização. Em contrapartida e visível a opinião dos estudantes quanto ao desejo de
terem aulas mais estimulantes, dinâmicas, provocativas, instigantes e promotora de
métodos inovadores de aprendizagem, que despertem interesse nos temas
propostos, e que possam ser mais significativos objetivando utilizarem relação teoria
com prática na construção dos conhecimentos obtidos, como forma de
experimentação e concretização dos seus anseios culturais, sociais, econômicos,
políticos e profissionais.
Acreditam que o uso da “cola” os prejudica, e que esta prática é nociva,
evidenciando que tendo este comportamento não aprendem apropriadamente o
conteúdo, apenas o transferi para as avaliações escritas. Desejam aprender
significativamente e a maioria demonstra que aprender naturalmente e com bom
aproveitamento os tornariam mais satisfeitos e felizes. Percebe-se que não possuem
o hábito da pesquisa e da reflexão critica sobre os conteúdos como forma de
aprender, mas acreditam que frequentar a escola é necessário, que a escola tem o
objetivo de promover educação criando o caminho para a profissionalização. Utilizar
os princípios da colaboração e participação entre seus pares acresce um diferencial
na evolução e no seu desenvolvimento possibilitando o aprendizado potencialmente
abrangedor e eficiente. Acreditam que o uso da “cola” de forma diversificada e bem
direcionada promove um melhor aproveitamento e que gostariam de experimentar
diferentes metodologias de avaliação.
45
QUADRO 3: DEMONSTRATIVO DE APROVEITAMENTO DA AVALIAÇÃO COM COLA
ALUNO Nº APROVEITAMENTO EM % DA
EXPERIMENTAÇÃO 01
Valor da avaliação: 25 pontos
APROVEITAMENTO EM % DA
EXPERIMENTAÇÃO 02
Valor da avaliação : 60 pontos
MEDIA DE APROVEITAMENTO INDIVIDUAL EM %
NAS DUAS EXPERIMENTAÇÕES
01 56 100 78
02 28 53 40
03 16 67 41
04 36 33 35
05 64 75 70
06 72 25 49
07 80 83 82
08 24 43 34
09 32 75 54
10 80 50 65
11 64 72 68
12 60 75 68
13 32 33 33
14 64 50 57
15 08 17 13
16 36 33 35
17 36 80 58
18 68 13 41
19 28 33 31
20 56 83 70
21 40 67 54
22 72 25 49
23 28 33 31
24 36 50 43
25 48 63 56
26 08 63 36
27 56 92 74
28 52 67 60
APROVEITAMENTO MEDIO EM
PORCENTAGEM
46
56
51
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
46
FIGURA 4: DEMONSTRATIVO DO APROVEITAMENTO DE AVALIAÇÃO COM COLA.
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014
Realizando-se as análises dos dados matemáticos registrados no Quadro 03
e Figura 4, pode-se perceber por meio destes resultados algumas considerações
quanto ao uso da “cola” como se segue:
a) Na primeira experimentação com avaliação com valor máximo de 25 (vinte
e cinco) pontos, ficou demonstrado que a média de aproveitamento da turma ficou
em 46% (quarenta e seis por cento), abaixo dos 50% (cinquenta por cento), ou seja,
os resultados não foram promissores como se esperava utilizando o uso da “cola”,
assim como, positivos e adequados, portanto, nesta fase os estudantes foram
considerados em suas performance com rendimento pedagógico abaixo do
esperado, além do que, quantitativamente, levando em conta os parâmetros
institucionais os estudantes precisam retomar os conteúdos com novas estratégias
de ensino e aprendizagem no objetivo de retomar o processo educativo e
complementar a sua aprendizagem,adquirindo as melhoras esperadas nos seus
desempenhos.
b) Na segunda experimentação com avaliação e confrontando estes dados
com os Quadros 1 e 2, fazendo-se uma detida análise das opiniões dos estudantes
frente a sua atuação na segunda experimentação, verificamos que mudanças nas
estratégias desmistificam o uso da “cola”, introduzindo novas crenças e promovendo
as quebras dos paradigmas anteriormente construídos, e que a traduzem como um
47
ato ilícito. Chegamos a esta conclusão tendo em vista a melhora dos índices de
aproveitamento na segunda experimentação no momento da avaliação.
c) A adaptação dos estudantes passa pelo processo de aceite na
implementação de novas estratégias de ensino e ao desenrolar do despertar de
sentimentos de inclusão, neste caso específico no método do uso de “cola” por
terem culturalmente arraigados a criminalização deste procedimento a sua aceitação
e mais lenta e gradual. Portanto, um processo de ensino e de aprendizagem
diferente e inovador nos remete a pensar que os estudantes são reticentes as
mudanças bruscas das estratégias de ensino, somente no entender das
modificações que ocorrem no desenvolvimento das atividades é que acontecem a
gradativa aceitação as novas situações de ensino e de aprendizagem,com as
respectivas adaptações e acomodações, ocorrendo no desenrolar do trabalho
educativo a inserção prática do processo de socialização do desconhecido,
acostumando-os, desta maneira, a uma nova realidade gerando uma nova zona de
conforto.
d) As estratégias empregadas tiveram o objetivo de fazer do estudante um
pesquisador-investigador, além de estimular a autonomia científica do aluno, o que
percebe-se ter ocorrido quando visualizamos as duas melhores produções de cola
da turma objetivo de estudo, escolhida pela professora,e exemplificadas pelas
figuras abaixo que retratam as colas por eles(as) produzidas. Pode-se perceber que
o estudante organizou e sistematizou os conteúdos de uma forma que possibilitasse
identificar as respostas solicitas na avaliação, o que eles(a)s faria por redescoberta
nas anotações que produziu.
48
FIGURA 5: EXEMPLO 1 DE PRODUÇÃO DE COLA FEITA PELOS ESTUDANTES
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014.
49
FIGURA 6: EXEMPLO 2 DE PRODUÇÃO DE COLA FEITA PELOS ESTUDANTES
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014.
e) O uso do cola como metodologia de ensino e aprendizagem possibilitou
uma dinamicidade na metodologia empregada, configurada pela melhora nos
aproveitamentos registradas nas avaliações realizadas na segunda experimentação,
pois estes registros no Quadro 3, demonstra a evolução da porcentagem de
aproveitamento de 46% (quarenta e seis por cento) aferidos na primeira
experimentação para um aumento de 10(dez) pontos ficando em 56%(cinquenta e
50
seis por cento) na segunda experimentação, qualifica-nos julgar que o uso da “cola”
como estratégias de ensino e de aprendizagem e como instrumento de estimulo a
pesquisa é promotora de desenvolvimento de habilidades e competências nos
estudantes, configurando-se uma realidade concreta e permite-nos afirmar que
implementação da “cola” é benéfica.
QUADRO 4: RESULTADO DO QUESTIONÁRIO APLICADO NA PROFESSORA
PARTICIPANTE DAS EXPERIMENTAÇÕES 1 E 2.
ALTERNATIVAS Extremamente eficaz
Muito eficaz
Moderadamente eficaz
Ligeiramente eficaz
Nem um
pouco eficaz
PE
RG
UN
TA
S
1)A produção da “cola” suscitou entusiasmo e estímulos no aluno em aprender no ato de pesquisar os conteúdos trabalhados em sala de aula?
X
2)Como docente, refletindo a prática educativa, você conseguiu identificar que seus objetivos na aprendizagem dos conteúdos propostos com a utilização das experiências com cola, aplicadas em sala de aula para a realização das avaliações, foram alcançados?
X
3)Você considera que os alunos tiveram um bom aproveitamento dos conteúdos utilizando as técnicas de utilização da cola?
x
4)O uso da “cola” utilizando as metodologia empregadas nos experimentos instigou a pesquisa, o trabalho em grupo e a socialização do conhecimento pelo aluno, promovendo o compartilhamento das informações?
X
5)Como docente você considera que esta metodologia de ensino e aprendizagem para promover a construção e produção do conhecimento em seus alunos, é uma possibilidade real de trabalho pedagógico e que satisfaz as diretrizes de uma ação educativa que descriminaliza o uso da “COLA” , tornando uma prática propositiva no trabalho docente?
X
Fonte: Dados colhidos pelo autor para fins desta monografia, 2014.
O Quadro 04 descortina a opinião da Professora quanto a grau de eficiência
no uso da “cola”, nesta fase é correto considerar que seu grau de convencimento
quanto ao uso da cola e frágil. Este proposição se justifica em entendimento a sua
resposta no questionário estruturado que assinala a percepção da professora como
sendo moderadamente eficaz o uso da “cola” como um instrumento de estímulo e
51
entusiasmo para os estudantes, concomitantemente a esta percepção verifica-se
que sua crença quanto a eficiência deste método alcança moderadamente seus
objetivos na inserção dos conteúdos trabalhados e que o grau de satisfação quanto
ao aproveitamento dos estudantes refletido no momento da avaliação não
representa significativas mudanças. Mas no contexto geral as experiências foram
válidas, pois demonstram uma considerável evolução, e que a prática com o tempo
poderá suscitar avanços positivos em todos os aspectos do processo educativo
configurando-se positivamente na avaliação, tanto no seu caráter processual quanto
formativo. O docente, após utilizar a “cola”, como uma metodologia diferenciada de
trabalho pedagógico, reconhece que existe a possibilidade real desta técnica
consolidar-se como eficiente na prática docente, manifestando-se favorável a sua
implementação e aplicação nos processos de construção e produção de
conhecimento. Satisfazendo as necessidades dos que desejam aprender
significativamente.
52
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É salutar que o docente esteja aberto a novas ideias e à criação de novas
estratégias de ensino, tenha conduta pesquisadora, quebre e substitua paradigmas,
desconstruindo velhas crenças, possibilite a construção de um rol diversificado de
novas metodologias de ensino e de aprendizagem, renovando e reorganizando sua
carreira profissional nas práticas docentes, possibilitando sua auto capacitação,
atualizando seus conhecimentos e os seus processos didático-pedagógicos para
satisfazer as necessidades de obtenção, aquisição, produção e construção do
conhecimento, gerando benefícios intelectuais aos estudantes sob sua
responsabilidade. O docente sob esta ótica deve perseguir incessantemente a
conduta transformadora, configurando sua atuação profissional de vanguarda na
contemporaneidade.
Ser um docente organizador, planejador, estruturador, pesquisador,
mediador, empreendedor, produtor e redirecionador de projetos, e de novos
enfoques das dinâmicas educativas, promotor da aprendizagem, sistematizador,
inovador, estimulador de momentos de interações com os alunos como um
fenômeno necessário de socialização do conhecimento e integrador dos conteúdos
solidificando os conceitos de transdisciplinariedade e interdisciplinaridade torna sua
atuação um exemplo de compromisso com o profissionalismo respeitando os
princípios da ação docente referendando a sua responsabilidade social, política e
cultural, valorizando a formação dos futuros cidadãos.
A ideia do uso da “cola” em sala de aula, sob uma perspectiva educativa,
transformadora, criando nova metodologia de ensino exige dos professores(as) as
qualidades acima citadas.O sentimento de entusiasmo e curiosidade no investigar
estratégias que compactuem com a convicção de ser possível as mudanças de
paradigmas, desconstruindo uma concepção equivocada quanto ao uso da “cola”
como elemento nocivo da atuação discente, a torna mais um instrumento de
apropriação, assimilação, produção e construção do conhecimento, fenômenos que
exige do professor credibilidade nas propostas de trabalho pedagógico que executa
na relação educativa com seus estudantes, pois a confiabilidade que se constrói
junto aos estudantes constitui-se resultado das ações propositivas dos docentes,
53
dando real oportunidade de perpetuar o ciclo criativo da produção pedagógica
relacionada a sua importância em desejar que o estudante aprenda, só desta
maneira poderá transformar estas concepções errôneas sobre “cola” e que a rotula
como uma prática nociva ao processo ensino e aprendizagem,numa metodologia de
ensino que produza efeitos contributivos ao desenvolvimento intelectual dos
estudantes.
Na prática, as experimentações vivenciadas nesta pesquisa, objetivaram
descortinar parte das dificuldades no processo de aprender e possibilitar o contato
com acontecimentos rotineiros da sala de aula no que diz respeito às necessidades
dos estudantes de vivenciar novas experiências de ensino, trazendo a esta
discussão a profundidade na convicção de ser possível através da apropriação dos
paradigmas excludentes da “cola” e de suas concepções quanto as representações
negativas que a sociedade estigmatizou ao longo da história da educação, uma
ressignificação positiva e poderem se tornar um referencial de novos e criativos
meios e métodos de se promover o processo educativo evidenciando a função de
ensinar e aprender numa nova concepção estratégica de ensino.
Os estudantes com a experimentação puderam perceber como é importante
o compartilhar, cooperar e colaborar socializando o conhecimento para o bem do
conjunto, puderam exteriorizar seus anseios, suas predileções na relação com o
conhecimento, e participaram ativamente de uma dinâmica que contribuirá para sua
evolução como protagonistas dos seus anseios e pretensões futuras.
O professor pode perceber a necessidade dos alunos se expressarem, dar
sugestões, falar sobre seus sentimentos, participarem de todo o processo educativo,
terem a oportunidade de aprender em conjunto no momento da avaliação, inserindo
a aprendizagem no processo e não a margem dele,contribuindo para sua evolução e
melhoria na conduta didático pedagógica ressaltando que estas melhorias
contributivas aos procedimentos avaliativos, constitui-se em maiores possibilidades
de ações diversificadas no desenvolver das funções avaliativas e seus objetivos que
é o de regular um processo de movimento flexível quanto aos redirecionamentos
necessários a uma educação completa e eficiente, respeitando as especificidades
dos estudantes frente aos seus momentos e tempos de aprendizagem.
A maior contribuição deste trabalho é evidenciar que a capacidade de
pensar e significar ideias e a produção de métodos de aprendizagem é uma
realidade concreta, deve ser perseguida constantemente.
54
55
REFERÊNCIAS
ARRUDA, S. M. (2001). Entre a inércia e a busca: reflexões sobre a formação em serviço de professores de física do ensino médio. Tese de doutorado em Educação, Universidade de São Paulo.
BANDURA, A.(1997, p. 03), Self-efficacy: the exercise of control. New york: W. H. Freeman.
BOEKAERTS, M. (2003), Adolescence in dutch culture: A self regulative perspective. Em F. Pajares & T. Urdan (Eds.), International Perspectives on Adolescence (pp.99-122). Greenwich, Conn.: Information Age Publishing.
BUSSAB, Gabriela Andrade da Silva Marina Monzani da Rocha Emma Otta Yevaldo Lemos Pereira & Vera Silvia Raad et al. Um Estudo sobre a Prática da Cola entre Universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica, São Paulo, v. 1, n. 19, p.18-23, 22 jan. 2004. Trimestral.
BZUNECK, J. A.& Boruchovitch, E. (2003). Adolescence and education: contemporary trends in brazilian research. Em F. Pajares & T. Urdan (Eds.) Internacional Perspectives on Adolescence (pp. 215-236). Greenwich: Information Agee Publishing
CALDAS, R. F. L., & Hübner, M. M. C. (2001). O desencantamento com o aprender na escola: o que dizem professores e alunos. Psicologia: Teoria e Prática, 3, 71-82.
CESTARI, M. L.; SIBILA, M.; SOUZA, N.A., Erro na Avaliação da Aprendizagem: Desvelando Concepções. I Jornada de Didática – O Ensino Como Foco; In. I Fórum de Professores de Didática do Estado do Paraná, anais set./2012.
Dicionário online de português – Fonte: <http://www.dicio.com.br/altruismo/> Acessado em: 28/06/2014 as 9:33 h.
DENZIN, Norman K. LINCOLN, Yvonna. O planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e abordagens. Porto Alegre: ARTMED, 2006, p.23.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (coleção Leitura)
GIL, Antonio Carlos. Entrevista. In: ______ Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, cap. 11, p.117-127, 1999.
GOMES, Rejane T.D. Os recursos didáticos e a mediação entre o aluno e o conhecimento nas aulas de geografia. In Anais…Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia, 7º, UFSC. Vitória, 14 a 18 de setembro. p.268-274, 2003.
HADJI, C. Avaliação, regras do Jogo: das intenções aos instrumentos. Porto: Ed. Porto, 1994.
56
JUNIOR, Osmar Pedrochi. Avaliação como oportunidade de aprendizagem em Matemática.(2012)p.01-56. JUNIOR, Osmar Pedrochi. Disponível em:<http://www.uel.br/grupoestudo/gepema/Disserta%E7%F5es/2012%20%20Disserta%E7%E3o_completa_Osmar.pdf>. Acessado em: 08/05/2013.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São Paulo : Atlas, 2003.
LEGAULT, L., Green-Demers, I.,& Pelletier, L. (2006). Why do high school studentes lack motivation in the classroom? Toward an understanding of academic a motivation and the role ofsocial support.Journal of Educational Psychology, 98, 567-582.
LOCATELLI, A. C. D. (2004). A perspectiva do tempo futuro como um aspecto da motivação do adolescente na escola. Dissertação de Mestrado em educação, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e criando a prática. 2 ed. Salvador: Malabares Comunicações e eventos, 2005, p.33.
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MADEIRA, M. C. Sou professor universitário; e agora? : manual de primeira leitura do professor. São Paulo: Sarvier, 2008.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento científico: pesquisa qualitativa em saúde. 9. edição revista e aprimorada. São Paulo: Hucitec; 2006.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: Editora da UnB. 1999.
MOREIRA, M A. Aprendizagem significativa crítica. In. Atas do III Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, Lisboa (Peniche), 2000.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa subversiva. In. III Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, 2000, Peniche. Atas do III Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, 2000. p. 18.
SANTOS, Edno Mariano. Avaliação - um repensar sobre a prática pedagógica. In. Projeto de implementação pedagógico - Curso de Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná, Departamento de Matemática, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.
SILVA, Valdeci Gonçalves da. Cola (Cabula): A Falta de Ética que se aprende na escola. Psicologia.pt. O Portal dos Psicólogos, Campina Grande – Paraíba, pg.01-13, 05nov.2011. Disponível em: http://www.psicologia.pt/ver_artigo.php? codigo=A0589. Acesso em: 08 fev. 2014, p.3.
57
RANGEL, Mary. O “problema” da “cola” na ótica das representações. In. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos., Brasília, v. 82, n. 200/201/202, p. 78-88, jan./dez.pg. 83, 2001.
TORRES, P. L. Laboratório online de aprendizagem: uma proposta crítica de aprendizagem colaborativa para a Educação. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002, p.42.
TRIVERS, R. L. (1971). The evolution of reciprocal altruism. Quarterly Review of Biology, 45, 35-57.
TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da Pesquisa. 2.ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
58
APÊNDICES
59
APENDICE 1
QUESTIONÁRIO 01COM PROFESSORES - SEMI ESTRUTURADO
OBJETIVOS - Este questionário destina-se a coletar dados que possibilitem identificar as percepções e experiências dos docentes relacionados aos efeitos negativos e positivosna prática da “COLA” pelos alunos nos seus processos avaliativos e dentro do desenvolvimento didático pedagógico dos conteúdos. Também verifica o grau de aceitação do docente em participar das experimentações que serão propostas para utilização e verificação do potencial do uso da “COLA” como estratégia de ensino e de aprendizagem. Escola que atua: Idade: Sexo: Nível de ensino que atua: Disciplina que atua: 1)O que você entende por “cola”? 2)Qual sua opinião sobre o uso da cola pelo aluno no momento da avaliação? 3)Quais os métodos, mecanismos e recursos que você conhece e já identificou, utilizados pelos alunos para a produção da “cola”? 4)Comente sua experiência com alunos que utilizaram a “cola” na momento da avaliação. 5)Na sua opinião, por que alguns alunos recorrerem ao uso da cola no momento da avaliação? 6)Qual sua opinião a respeito de alunos que disponibiliza a cola para o colega ou partilham o uso da cola? 7)Relate qual foi sua atitude e as providências que tomou no momento que descobriu o aluno(a) utilizando a cola. 8)Quais foram as consequências para o aluno(a) ou os alunos(as) que foram descobertos usando a cola? 9)O regimento interno da escola, prevê sanções disciplinares quanto ao uso da cola como uma transgressão escolar? 10)Você já refletiu a possibilidade de usar a “COLA” como um instrumento de aprendizagem?
60
APENDICE 2
QUESTIONÁRIO 02 - COM OS PROFESSORES - ESTRUTURADO OBJETIVOS -Questionário tem a função de coletar dados após as experimentações a respeito das opiniões dos professores frente as experiências realizadas do uso da cola como técnica de ensino e aprendizagem em sala de aula. Escola que atua: Idade: Sexo: Nível de ensino que atua: Disciplina que atua: Assinale a alternativa que melhor se encaixe na sua opinião: 1)A produção da “cola” suscitou entusiasmo e estímulos no aluno em aprender no ato de pesquisar os conteúdos trabalhados em sala de aula? ( )Extremamente eficaz ( )muito eficaz ( )Moderadamente eficaz ( )ligeiramente eficaz ( )Nem um pouco eficácia 2)Como docente, refletindo a prática educativa, você conseguiu identificar que seus objetivos na aprendizagem dos conteúdos propostos com a utilização das experiências com cola, aplicadas em sala de aula para a realização das avaliações, foram alcançados? ( )Extremamente eficaz ( )muito eficaz ( )Moderadamente eficaz ( )ligeiramente eficaz ( )Nem um pouco eficácia 3)Você considera que os alunos tiveram um bom aproveitamento dos conteúdos utilizando as técnicas de utilização da cola? ( )Extremamente eficaz ( )muito eficaz ( )Moderadamente eficaz ( )ligeiramente eficaz ( )Nem um pouco eficácia 4)O uso da “cola” utilizando as metodologia empregadas nos experimentos instigou a pesquisa, o trabalho em grupo e a socialização do conhecimento pelo aluno, promovendo o compartilhamento das informações? ( )Extremamente eficaz ( )muito eficaz ( )Moderadamente eficaz ( )ligeiramente eficaz ( )Nem um pouco eficácia 5)Como docente você considera que esta metodologia de ensino e aprendizagem para promover a construção e produção do conhecimento em seus alunos, é uma possibilidade real de trabalho pedagógico e que satisfaz as diretrizes de uma ação educativa que descriminaliza o uso da “COLA” , tornando uma prática propositiva no trabalho docente? ( )Extremamente eficaz ( )muito eficaz ( )Moderadamente eficaz ( )ligeiramente eficaz ( )Nem um pouco eficácia
61
APENDICE 3
QUESTIONÁRIO LIKERT PARA ALUNOS
OBJETIVO: este questionário destina-se a aferir as representações, percepções e as motivações dos alunos quanto ao uso da “cola’ no momento da avaliação”. Será
aplicado antes e depois das experimentações.
Pseudônimo:______________________________ 1-Quando se trata de estudar para as provas prefiro fazer a cola como meio de garantir que vou tirar a nota:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
2-Nunca estudo, sempre me sai bem fazendo cola, tiro notas acima da média: (1) (2) (3) (4) (5)
Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro 3-Eu me esforço bastante, estudo a matéria que vai cair na prova, mas assim mesmo preciso me garantir produzindo uma cola para fazer a prova:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
4-Faço cola, mas tenho medo de utiliza-la e o professor descobrir, e me chamar à atenção, assinalando minha prova: (1) (2) (3) (4) (5)
Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro 5-Uso o celular para fazer minhas colas, passo as informações mais importantes no editor de texto do celular e guardo para usá-
las no momento da prova: (1) (2) (3) (4) (5)
Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro 6-Uso a régua para escrever a cola, julgo que este meio é o mais eficiente:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
7-Uso a borracha para escrever minha cola, julgo ser este meio o mais eficiente: (1) (2) (3) (4) (5)
Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro 8-Fico sempre perto dos alunos que se sobressaem nas provas com notas altas, pois como são meus amigos deixam que olhe nas suas respostas e as cole na minha prova;
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
9-Tenho consciência que colar é um ato desonesto e reprovável, mas não me sinto constrangido em ser descoberto, se o professor descobrir que estou colando:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
10-Faço cola, pois não dou importância para os conteúdos das disciplinas, não consigo ver significado entre o que preciso aprender e sua utilização no mundo que vivemos:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
11-Acho que colar, é divertido, tiro notas acima da média e ainda faço chacotas com meus amigos que estudam e que não se utilizam da cola e tiram notas piores que as minhas:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
12-Faço cola porque a maioria dos professores faz vistas grossas e permitem que eu utilize a cola sem o menor problema: (1) (2) (3) (4) (5)
Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro 13-Acredito que se as aulas e seus conteúdos fossem interessantes, eu poderia deixar completamente de fazer a cola e me dedicar aos estudos:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
14-Acredito que a prática da cola no futuro vai me prejudicar, pois apenas transfiro as respostas para prova, e fico sem aprender o conteúdo:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
62
15-Ficaria feliz se conseguisse aprender os conteúdos das disciplinas e demonstrar que tive um bom aproveitamento e que realmente assimilei com eficiência os conteúdos ministrados pelos meus professores:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
16-Utilizando a cola, observo que no momento que as produzo, sinto que entro em contato com o conteúdo e muitas vezes nem preciso dela para fazer a prova e tirar boas notas:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
17-Sempre que produzo minhas colas tiro as informações do meu caderno de anotações, pois tenho o cuidado de sempre anotar tudo que o professor explica e expõem nas aulas, registrando tudo que esta no quadro negro:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
18-Sempre que produzo minhas colas, além de pesquisar no meu material (livros didáticos, cadernos e material escrito disponibilizado pelo professor), procuro mais informações na internet e na biblioteca do colégio:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
19-Não acredito que os conteúdos aprendidos na escola me farão um cidadão preparado para conseguir uma profissão, por isso estou frequentando a escola só para conseguir meu certificado de conclusão, por isso uso a cola, pois penso que os conteúdos não serão utilizados no futuro para minha profissionalização:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
20-Acredito que o uso da cola é benéfico, não me prejudica, ou melhor, me ajuda a aprender mais os conteúdos, e melhorar minha atuação como aluno na escola, se houvesse um meio de instituir a cola como um método de ensino eu acredito que seria bom para todos os alunos:
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
21-Se meu professor optar por uma prova em dupla, ou em grupo, onde eu possa interagir com meus colegas, debater o conteúdo de avaliação, amadurecendo nossas ideias, nem precisarei utilizar a cola.
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
22-Se meu professor permitir que eu utilize todo o material trabalhado em sala de aula, proponho uma avaliação em que eu possa inserir minhas ideias livremente, sem cópias fiéis dos conteúdos do livro didático, será desnecessário preparar qualquer tipo de cola.
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
23-Se meu professor me avaliar a partir de um bate-papo, troca de ideias, diálogos, ou seja, se ele interagir comigo e, nesta relação, inserir os conteúdos trabalhados em sala de aula, acredito que nem precisarei de qualquer espécie de cola.
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
24-Se meu professor me pegar colando e, ao invés de me punir com a nota zero e, me encaminhar à diretoria para levar broncas e, ainda por cima, revelar aos meus pais, que também me punirão de alguma forma, ele me propor uma prova escrita com minhas ideias a partir do material (cola) que eu preparei e, claro, recolher todo esse material para conseguir me avaliar, acredito que terei aprendido alguma coisa sobre os conteúdos.
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
25-Se meu professor alternar a cada bimestre o tipo de avaliação, por exemplo, propor um trabalho em grupo, um trabalho com apresentação oral para os colegas, uma atividade de campo, outra atividade prática e, finalmente, alguma atividade escrita, certamente nem precisarei colar, pois essa diversidade de avaliações será prazerosa e aprenderei com facilidade.
(1) (2) (3) (4) (5) Nada verdadeiro um pouco verdadeiro meio verdadeiro bastante verdadeiro totalmente verdadeiro
63
APENDICE 4
EXPERIMENTAÇÃO 1
TEMPO ESTIMADO: 01 AULA
Procedimentos
Passo a Passo:
a)O Professor deverá utilizar o processo sem marcar data e horário para a
realização da avaliação.
b)O Professor(a) deverá orientar e propor aos alunos para dividirem uma folha de
sulfite em quatro partes, e que coloque seu nome no alto de todas as partes
destacando-a, a cola deverá ser confeccionada com caneta esferográfica (não usar
lápis).
b)O professor(a) deve orientar o aluno que pesquise nas suas anotações e
materiais didáticos todo conteúdo que ele considera importante e que será pedido no
momento da avaliação, registrando-os nas partes da folha de sulfite.
c)O aluno anexará as duas partes, frente e verso e entregará ao professor(a) que
recolherá as produções para utilização no momento da avaliação.
d)O professor deverá então elaborar uma avaliação do conteúdo trabalhado objeto
de verificação com instrumentos diversificados, exemplificando: questões de
múltipla escola, correspondência, interpretação de texto, completar lacunas,
questões de respostas V e F, questões de respostas curtas e outras.
e)Aplicar a avaliação entregando-a e pedindo aos alunos que utilizem primeiramente
caneta de cor azul ou preta.
f)Pedir para o aluno responder as questões da avaliação sem o uso da cola, dando-
lhe o tempo de quinze a vinte minutos (período inicial de avaliação).
f)Após “período inicial” o professor deverá trocar as canetas de cor azul,
entregando-lhes as canetas vermelhas juntamente com a cola para o aluno
pesquisar, é importante que o aluno(a) tenha um tempo mínimo de execução da
prova e um tempo máximo, e quando o aluno(a) manifestar seu término que possa
se retirar da sala para não influenciar os demais alunos.
f)O professor(a) procederá a correção e preencherá o apêndice 05 com a
porcentagem de aproveitamento do aluno na avaliação do experimento 01.
64
EXPERIMENTAÇÃO 2
TEMPO ESTIMADO: 01 AULA
Procedimentos:
Passo a Passo:
a)O Professor deverá utilizar o processo sem marcar data e horário para a
realização da avaliação.
b)O Professor(a) deverá orientar e propor aos alunos para dividirem uma folha de
sulfite em quatro partes, e que coloque seu nome no alto de todas as partes
destacando-o.
c)O professor(a) deve orientar ao aluno que pesquise nas suas anotações e
materiais didáticos todo conteúdo que ele considera importante e que será pedido no
momento da avaliação, registrando-os nas partes da folha de sulfite.
c)O aluno anexará com grampeador as quatro partes da produção e entregará ao
professor(a) que recolherá o material para utilização no momento da avaliação.
d)O professor deverá então elaborar uma avaliação do conteúdo trabalhado objeto
de verificação com instrumentos diversificados, exemplificando: questões de
múltipla escola, correspondência, interpretação de texto, completar lacunas,
questões de respostas V e F, questões de respostas curtas e outras.
e)Aplicar a avaliação entregando-a juntamente com a cola para o aluno e uma
caneta de cor azul, é importante que o aluno(a) tenha um tempo máximo para
execução da prova e que todos utilizem este tempo ou terminando aguarde
orientações sem outras comunicações. Terminado o tempo o professor recolherá as
canetas de tinta azul e distribuíra a canetas de tinta vermelha, pedir para que os
alunos troquem as produções “cola” com seus pares, e pedir para os alunos
complementarem as suas avaliações com as informações contidas na cola
produzida pelo colega.
f)No momento da recolha das avaliações o professor deverá anexar a cola cedida
junto com a avaliação do aluno(a).
g)O professor(a) procederá a correção e preencherá o apêndice 05 com a
porcentagem de aproveitamento do aluno na avaliação do experimento 02.
65
APENDICE 5
QUADRO DEMONSTRATIVO DE APROVEITAMENTO DAS EXPERIMENTAÇÕES
Objetivos: as experimentações tem o objetivo de identificar se procedimentos
pedagógicos com o uso da cola tem efeitos propositivos em relação a aprendizagem
e ao desenvolvimento da habilidade de pesquisa dos alunos assim como verificar se
ocorreu a socialização do conhecimento.
QUADRO DEMOSNTRATIVO DE AVALIAÇÃO COM COLA:
OBS.: A mensuração do aproveitamento será expressa em porcentagens com
objetivo de dar visibilidade a evolução do processo.
ALUNO Nº APROVEITAMENTO EM %
DA EXPERIMENTAÇÃO 01
APROVEITAMENTO EM %
DA EXPERIMENTAÇÃO 02
MEDIA DE
APROVIETAMENTO EM %
POR ALUNO NAS DUAS
EXPERIMENTAÇÕES
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
66
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
MEDIA DE APROVEITAMENTO POR
EXPERIMENTAÇÃO
67
ANEXOS
68
ANEXO 1
TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA
QUESTIONÁRIO 01 COM PROFESSORES - SEMI ESTRUTURADO
OBJETIVOS - Este questionário destina-se a coletar dados que possibilitem
identificar as percepções e experiências dos docentes relacionados aos efeitos
negativos e positivos na prática da “COLA” pelos alunos nos seus processos
avaliativos e dentro do desenvolvimento didático pedagógico dos conteúdos.
Também verifica o grau de aceitação do docente em participar das experimentações
que serão propostas para utilização e verificação do potencial do uso da “COLA”
como estratégia de ensino e de aprendizagem.
Primeira entrevista
Escola que atua: COLÉGIO ESTADUAL ADÉLIA DIONISIA BARBASA – ENS.
FUNDAMENTAL E MÉDIO
Idade: 50 ANOS
Sexo: FEMININO
Nível de ensino que atua: ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Disciplina que atua: CIÊNCIAS FISICAS E BIOLÓGICAS E MATEMÁTICA
1)O que você entende por “cola”?
R: É o ato do aluno copiar o conteúdo que ele acha que vai ser cobrado na prova, e
no dia da prova usar estes registros escondido do professor.
2)Qual sua opinião sobre o uso da cola pelo aluno no momento da avaliação?
Resposta:Eu acho que é um ato ilícito.
3)Quais os métodos, mecanismos e recursos que você conhece e já identificou,
utilizados pelos alunos para a produção da “cola”?
R:Vi fazerem cola nas réguas, nas borrachas, papeizinhos, escrevem na mesa da
carteira, escreve nas paredes, escrevem no encosto das cadeiras, registros em
editor de textos do celular, nas mãos, nas coxas, braços não me lembrando no
momentos de outros meios.
69
4)Comente sua experiência com alunos que utilizaram a “cola” na momento da
avaliação.
R: Observei os alunos colando de outros colegas, e ai fui ver o que o aluno estava
copiando e vi que o aluno tinha copiado na sua resposta da questão, um texto que
não tinha nada a ver com o que estava sendo solicitado, em outra ocasião observei
que o aluno fabricou uma cola com pedaço de papel com conteúdos da disciplina de
matemática e simplesmente transferiu o conteúdo da sua cola na prova sem se
preocupar com o que estava sendo solicitado na atividade proposta na avaliação.
5)Na sua opinião, por que alguns alunos recorrerem ao uso da cola no momento da
avaliação?
R: Usam a cola por terem preguiça de estudar, e alguns tem déficit de
aprendizagem, outros não prestam atenção nos explicações das aulas, e ai acham
que é a cola que vai resolver.
6)Qual sua opinião a respeito de alunos que disponibilizam a cola para o colega ou
partilham o uso da cola?
R: É incorreto partilhar cola, ocorreram casos de alunos que compartilharam cola,
verifiquei no momento da execução da avaliação que o aluno após ter realizado as
atividades propostas na avaliação, apagou tudo, e acreditou na cola entregue por
outro colega e fez tudo errado, prejudicando-se. Os alunos acham que só, por que o
colega tem uma cola ele confia mais no que o colega pesquisou e registrou do que
nos seus próprios conhecimentos
7)Relate qual foi sua atitude e as providências que tomou no momento que
descobriu o aluno(a) utilizando a cola.
R: Quando pego o aluno colando, em fragrante, a primeira coisa que eu olho e a
cola que ele produziu, se na cola esta registrado alguma resposta referente a
pergunta que esta na avaliação escrita, eu anulo a questão que o aluno tinha feito,
mas que estava registrado na cola, após este procedimento eu recolho a cola e
deixo o aluno terminar a avaliação.
8)Quais foram as consequências para o aluno(a) ou os alunos(as) que foram
descobertos usando a cola?
70
R: Geralmente converso conscientizando que a atitude que ele praticou não é lícita,
e que em outros concursos como o vestibular ele poderá ser prejudicado, e que ele
esta enganando-se a si mesmo, pois não aprende nada fazendo uso deste
instrumento. Registro no livro de ocorrência para registro e se houver
questionamento por parte dos pais em relação ao baixo desempenho do estudante
os mesmo poderão verificar que uns dos motivos e o comportamento estudantil
inadequado do aluno.
9)O regimento interno da escola, prevê sanções disciplinares quanto ao uso da cola
como uma transgressão escolar?
R:Eu não conheço nenhuma sanção a respeito deste assunto no regimento interno
da escola.
10)Você já refletiu a possibilidade de usar a “COLA” como um instrumento de
aprendizagem?
R:Acredito que sim, pois no momento da confecção da cola, em que ele escolhe os
conteúdos que julga mais importantes para transferir para a prova, ocorre nesta
prática um momento de aprendizagem, tanto é que muitos fazem cola e verifiquei
que no momento da avaliação não a utilizam, pois assimilaram os conteúdos que
possível estariam na avaliação, e assim aprenderam inconscientemente o conteúdo
já no processo de pesquisa para produção da cola.
71
ANEXO 2