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Preço 1 $00 Quinta feira, 20 de Março de 1958 Ano IV - N* 157 Proprietário, Administrador e fditor v. S. M O T T A P I N T O H AVERÁ por aí alguém que seja insensível ao estí- mulo? Cremos que não! Além do mais, ele tem a particularidade de fa- ■— zer nascer no espírito do indivíduo a chama criadora que há-de lançar os alicerces duma definida per- sonalidade e que será tanto mais forte quanto mais com- preensivo for o meio que rodeia esse indivíduo. É certo que para haver es- tímulo tem de haver neces- sariamente o reconhecimento das faculdades individuais. Mas é aí, muitas vezes, que REDACÇÃO E AUM1NISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026467 ------------------------------------------- ----------- M O N T I J O ------ COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TELEF. 026 236 — MONIIJO DIRECTOR Á L V A R O V A L E N T E distinguir valores e apreciar qualidades. Neste campo das letras, em que os jovens lutam con- tra a indiferença de certas pessoas tidas como ilustres e --------- Por ---------- 1 Á L V A R O PEREIRA consagradas, o estímulo é moeda difícil de encontrar. Não, evidentemente, por esses senhores recearem a concorrência, posto que em matéria literás ia a quantidade páginas». Um crítico acres- centou: «E não nos debru- çamos». Depois assinou. Deve ter ficado muito con- tente porque aquilo lhe pa- receu, sem dúvida, uma «trouvaille». Esse acto cruel, feito a um jovem desprote- gido e de «coração sensível», trouxe-me amargas horas». Todos nós sabemos hoje que o deprimente juizo da- quele crítico não arrefeceu, felizmente, o entusiasmo do ilustre autor de «A SELVA». A gracinha mordaz, verri- nosa, embora tivesse pro- duzido dolorosos efeitos nos Por TEOD ORO ANTUNES MENDES O VALOR DO ESTIMULO as opiniões divergem e clau- dicam, posto que, para jul- gar as aptidões de cada um, é preciso antes de tudo conhecer a mecânica do ser- viço em que a pessoa está integrada e ter simultânea- mente o espirito do reconhe- cimento. Já dizia Cícero que quem não sabe apreciar serviços é incapaz de executá-los. E, com efeito, aplicada seme- lhante máxima ao meio em que vivemos, temos de con- fessar quão poucos são aque- les que, compenetrados do seu elevado papel, sabem Coisas Várias e diversas Por Amaral Frazào A vida é simples, real- mente. Os homens é que a complicam. E complicam-na por várias maneiras e fei- tios, desde que o mundo é mundo. Daí o torcer-se a verdade e o mundo, vazio de morai, o andar ao sabor dos mal intencionados e audaciosos. Às vezes acontece o indi- víduo julgar que vai por bom caminho e a estrada, repen- tinamente, surgir cheia de buracos e quase intrasitável. Nào quer voltar para trás, |a se vê, por orgulho mal entendido, e segue aos sola- v'ancos até final. E é aí que «a porca torce o rabo*, como se diz em lnguagem popular. Quando ^da um julga que a sua actica foi a melhor e che- gará ao fim cantando vitória, ePara-se-lhe o abismo, onde {Continua na página 4 ) de forma alguma significa qualidade, mas por haver o convencimento — a’ menos que surja o tão almejado génio!— , do que os princi- piantes nada de novo têm a acrescentar ao acanhado pa- norama da nossa literatura. Quando algum novato tenta penetrar no casulo dos tais consagrados, logo estes, des- confiados, incrédulos, inda- gam do seu valor, procurando conhecer pormenores da sua obra, esquecendo-se, porém, de que a única coisa que um moço pode oferecer na altura é o ardor da mocidade e o entusiasmo do seu ideal. A obra dum escritor é uma questão de inteligência e de sensibilidade, é certo; mas é também, e sobretudo, uma questão de tempo. E o tempo é factor que a gente moça não pode apresentar por estar subordinado a uma experiên- cia que só a sua vida futura inevitavelmente acabará por lhe oferecer. Já Ferreira de Castro, numa célebre entrevista con- cedida ao jornal LER, dizia que é preciso compreender os anseios da gente moça, daqueles que tentam criar a sua personalidade, não pou- cas vezes à custa de sar- casmos e de desilusões. E apontava o exemplo frisante, deveras significativo, de certo crítico, um dia, ao ana- lisar um seu trabalho lite- rário, ter o infeliz comentário, que mais adiante reprodu- zimos. «Num país como ò nosso é preciso, sobretudo, enco- rajar quem escreve. Lembro- -me dos desânimos que sofri nos princípios da minha vida literária. Lembro-me dos meus desesperos perante a falta de estímulo. Uma vez publiquei uma novela, com uma epígrafe mais ou' menos assim : «Se tens um coração sensível, não te debruces sobre o enigma cruel destas primeiros momentos, não atingiu o âmago daquele que depois se tornou uma das maiores glórias da nossa literatura contemporânea. Mas nem todos os jovens, pelo seu temperamento e amor à Arte, têm a coragem de transpor o pântano do des- crédito. Muitos sossobram riele e jamais ganham alento para outros cometimentos. É por isso que, ao anali- sar-seo trabalho de qualquer jovem escritor, há que ter a preocupação de se atentar nos seus poderes de obser- (Continua na página 4) O autor da prosa que se vai seguir é muito jovem ainda, e talvez por isso, não tenha um lugar tão acolhe- dor para receber a nova es- tação que se aproxima como o velhinho que, passados os rigores do Inverno, sente por ela um grande amor, porque a sabe prenúncio de novos e melhores dias. Não poderei, pois, senti-la como o bon - doso Velhinho, se bem que sinta no fundo da alma a poesia que Vai emprestar à Natureza, saturada de neves, o maravilhoso espectáculo que nos proporciona. E ’ que na minha idade, nâo existem períodos de tempo a demar- car estações; vive-se uma Primavera constante à qual a que se aproxima, a real, já que a mencionada é fictícia, empresta um fulgor enorme, um brilho e um esplendor estranhos. Nesta idade, olhamos à frente e atrás, ao futuro e ao passado, e prosseguimos indiferentes. E quando sen- timos dentro de nós, bem no fundo da nossa alma, uma força oculta que nos grita: «Àvante», seguimos confian- tes, com um sorriso à flor dos lábios, na alma uma von- tade enorme de vencer, um olhar, um brilho que é uma profecia. E quando, como agora, sentimos bem perto «a esta- ção que remoça a Natureza», fazendo nossas as palavras dum verso desse vate tão deturpado que se chamou Bocage, sentimos como que úm redobrar de energias, um querer mais forte, uma von- tade mais firme, um desejo de sermos melhores, uma aproximação maior entre os nossos irmãos Homens, um amor mais amor a irmaná-los, um ódio menos fundo a se- parar a barreira que os afasta, mais compreensão, mais amor; e em tudo há mais luz, mais ar, mais aroma, mais Vida e mais flores... Os passarinhos cantam melhor nas árvores engrinal- dadas, e o seu canto, nota dispersa no canto ingente da Natureza despertada, vibra com mais sonoridade e pe- netra mais em nós, enche-nos mais os tímpanos, ferindo-os com a melodia enebriante (Continua na página 4) PORTUGAL PITORESCO A S P E C T O S DO R IBA TEJO Nem só planuras tem a região. Também aqui e ali, como que a alegrar a imensidão da paisagem, típicos pormenores do Ribatejo. A manada, com seu campino à frente e o seu «cavaleiro andan- te», desliza lentamente em direcção ao ribei- rito que é preciso atra- vessar. Tem o quadro um puro sabor ribatejano que a todos encanta! Travessia dum Ribeiro «AXTS sepT^T-D* T

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Preço 1 $00 Quinta feira, 20 de Março de 1958 Ano IV - N * 157

Proprietário, Administrador e fditor

v . S . M O T T A P I N T O

H A V E R Á por aí alguém que seja insensível ao estí­mulo? Crem os que não! A lém do mais, ele tem a particularidade de fa-

■— zer nascer no espírito do indivíduo a chama

criadora que há-de lançar os alicerces duma definida per­sonalidade e que será tanto mais forte quanto mais com ­preensivo for o meio que rodeia esse indivíduo.

É certo que para haver es­tímulo tem de haver neces­sariamente o reconhecimento das faculdades individuais. Mas é aí, muitas vezes, que

REDACÇÃO E AUM1NISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - T E L E F. 026467 ------------------------------------------- ----------- M O N T I J O ------

CO M PO SIÇÃ O E IM P R E S S Ã O — T IP O G R A F IA « G R A F E X » — T E L E F . 026 236 — M O N IIJ O

D I R E C T O R

Á L V A R O V A L E N T E

d istinguir valo res e apreciar qualidades.

N este campo das letras, em que os jovens lutam con­tra a indiferença de certas pessoas tidas como ilustres e

- - - - - - - - - P o r - - - - - - - - - - 1Á L V A R O P E R E I R A

consagradas, o estímulo é moeda difícil de encontrar. Não, e v id e n t e m e n te , por esses senhores recearem a concorrência, posto que em m atéria literás ia a quantidade

páginas». Um crítico acres­cen tou : « E não nos debru­çam os». D e p o is a s s in o u . D eve ter ficado muito con­tente porque aquilo lhe pa­receu, sem d ú v id a , uma «trouvaille». E sse acto cruel, feito a um jovem desprote­gido e de «coração sensíve l» , trouxe-me am argas horas».

Todos nós sabemos hoje que o deprim ente juizo da­quele crítico não arrefeceu, felizm ente, o entusiasm o do ilustre autor de «A S E L V A » . A gracinha mordaz, verri- nosa, embora tivesse pro­duzido dolorosos efeitos nos

Por T E O D O R O A N T U N E S M E N D E S

O V A L O R D O E S T I M U L Oas opiniões divergem e clau­dicam, posto que, para jul­gar as aptidões de cada um, é p r e c is o antes de tudo conhecer a m ecânica do ser­viço em que a pessoa está integrada e ter sim ultânea­mente o espirito do reconhe­cimento.

Já dizia C íce ro que quem não sabe apreciar serviços é incapaz de executá-los. E , com efeito, aplicada sem e­lhante máxima ao meio em que vivem os, temos de con­fessar quão poucos são aque­les que, com penetrados do seu elevado papel, sabem

C o is a s V á r i a s

e d iv e r s a sP or A m a r a l F r a z à o

A vida é simples, real­mente. O s homens é que a complicam. E complicam-na por várias m aneiras e fe i­tios, desde que o mundo é mundo. D aí o torcer-se a verdade e o mundo, vazio de morai, o andar ao sabor dos mal in t e n c io n a d o s e audaciosos.

Às vezes acontece o indi­víduo julgar que va i por bom caminho e a estrada, repen­tinamente, surgir cheia de buracos e quase intrasitável. Nào quer voltar para trás, |a se vê , por orgulho mal entendido, e segue aos sola- v'ancos até final.

E é a í que «a porca torce o rabo*, como se diz em lnguagem popular. Quando ^da um julga que a sua actica foi a melhor e che­

gará ao fim cantando vitória, ePara-se-lhe o abismo, onde

{Continua na p á g in a 4)

de forma alguma significa qualidade, mas por haver o convencim ento — a’ m e n o s que surja o tão almejado g é n io !— , do que os princi­piantes nada de novo têm a acrescentar ao acanhado pa­noram a da nossa literatura.

Quando algum novato tenta penetrar no casulo dos tais consagrados, logo estes, des­confiados, incrédulos, inda­gam do seu valor, procurando conhecer pormenores da sua obra, esquecendo-se, porém, de que a única coisa que um moço pode oferecer na altura é o ardor da mocidade e o entusiasm o do seu ideal. A obra dum escritor é uma questão de inteligência e de sensib ilidade, é c e r to ; mas é também, e sobretudo, uma questão de tempo. E o tempo é factor que a gente moça não pode apresentar por estar subordinado a uma experiên­cia que só a sua vida futura inevitavelm ente acabará por lhe oferecer.

J á F e r r e i r a de C a s t r o , numa célebre entrevista con­cedida ao jornal L E R , dizia que é preciso compreender os anseios da gente moça, daqueles que tentam criar a sua personalidade, não pou­cas vezes à custa de sa r­casm os e de desilusões. E apontava o exemplo frisante, deveras s ig n i f i c a t i v o , de certo crítico, um dia, ao ana­lisar um seu trabalho lite ­rário, ter o infe liz com entário, que mais adiante reprodu­zimos.

«Num país como ò nosso é preciso, sobretudo, enco­rajar quem escreve. Lembro- -me dos desânim os que sofri nos princíp ios da minha vida literária. L e m b ro - m e dos meus desesperos perante a falta de estímulo. Um a vez publiquei uma novela, com uma ep ígrafe mais ou' menos assim : «Se tens um coração sensíve l, não te debruces sobre o enigm a cruel destas

prim eiros m o m e n to s , não atingiu o âmago daquele que depois se tornou uma das maiores g lórias da nossa literatura c o n te m p o r â n e a . M as nem todos os jovens, pelo seu temperamento e amor à A rte , têm a coragem de transpor o pântano do des­crédito. M u itos sossobram riele e jam ais ganham alento para outros cometimentos.

É por isso que, ao anali- sar-seo trabalho de qualquer jovem escritor, há que ter a preocupação de se atentar nos seus poderes de obser-

(C on tin u a n a p á g in a 4)

O autor da prosa que se vai seguir é muito jovem ainda, e talvez por isso, não tenha um lugar tão aco lhe­dor para receber a nova es­tação que se aproxim a como o velhinho que, passados os rigores do Inverno, sente por ela um grande amor, porque a sabe prenúncio de novos e melhores dias. Não poderei, pois, senti-la como o bon­doso Velhinho, se bem que sinta no fundo da alm a a poesia que Vai em prestar à Natureza, saturada de neves, o m aravilhoso espectáculo que nos proporciona. E ’ que na minha idade, nâo existem períodos de tempo a dem ar­car e s ta çõ e s ; vive-se uma Prim avera constante à qual a que se aproxim a, a rea l, já que a m encionada é fictícia, em presta um fulgor enorm e, um brilho e um esplendor estranhos.

Nesta idade, olhamos à frente e atrás, ao futuro e ao passado, e prosseguimos indiferentes. E quando sen ­timos dentro de nós, bem no fundo da nossa alma, uma força ocu lta que nos g r ita : «Àvante», seguimos confian­

tes, com um sorriso à flor dos lábios, na alm a uma von­tade enorm e de vencer, um olhar, um brilho que é uma profecia.

E quando, como agora, sentimos bem perto «a esta­ção que rem oça a Natureza», fazendo nossas as palavras dum verso desse vate tão deturpado que se chamou Bocage , sentimos com o que úm redobrar de energias, um querer mais forte, uma von ­tade mais firme, um desejo de serm os m elhores, uma aproxim ação m aior entre os nossos irm ãos H om ens, um amor mais am or a irmaná-los, um ódio menos fundo a se ­parar a barre ira que os afasta, mais c o m p r e e n s ã o , mais am or; e em tudo há mais luz, mais ar, mais aroma, mais Vida e mais f lo r e s . . .

O s passarinhos c a n ta m melhor nas árvores engrina l­dadas, e o seu canto, nota dispersa no canto ingente da N atureza despertada, v ib ra com mais sonoridade e pe­netra mais em nós, enche-nos mais os tímpanos, ferindo-os com a melodia enebriante

(C on tin u a n a p á g in a 4)

P O R T U G A L

PITORESCOA S P E C T O S

D O R I B A T E J ONem só planuras tem

a região.Tam bém aqui e ali,

como que a a legrar a im ensidão da paisagem , típicos pormenores do R ibatejo.

A manada, com seu cam pino à frente e o seu «cavale iro andan­te», desliza lentamente em direcção ao ribei- rito que é preciso atra­vessar.

Tem o quadro um puro sabor ribatejano que a todos encanta!

T ra v essia d u m R ib e iro

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A PROVINCIA 20-3*958

V I D A

P R O f I S S i O N A L

Médicos

Dr. Avelino Rocha Barbosa

Das 15 às 20 h.R. A lm iran te Reis, G8, 1.°Telef. 026 245-MONTIJO

Consultas em Sarilhos Grandes, às 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.

Dr. fausto NeivaLa rg o da Ig re ja , 11

D as 10 às 13 e das 15 às 18 h. T e le f. 02 0 2 5 6 - M O N T I JO

Dr.* Isabel Gomes PiresEx-Estag iária do Instituto Português de Oncologia.

Doenças das S e n h o ra s Consultas às 3.as e 6.as feiras

H, Almirante Reis, 68-1 .° - Montijo Todos os dias

Rua Morais Soares, 116-1.° L IS B O A T elef . 48649

Dr. Santos fflorcelo

Doenças nsrvosas e mentais

im a a

Consultas e tratamentos — pri­meiros e terceiros sábados de cada mês, pelas 12 horas, no consultório do E x .mo Sr. Dr. Ferreira da Trindade — R. Bulhão Pato, 42 - Telelone 026131]- MONT I.IO.

M éd icos V e te r in á r i o sSr, Cristiano da Silva ^MendonçaAy . Luis de Camões - M O N T I J O

Telef .5 026502 - 026465 - 026012

ParteirasAugusta Morq. Charneira Moreira

Parteira-Enfermeira!

Diplomada pela Faculdade de Medicina de Coimbra

R. Jo sé Joaquim Marques — N.° 231

M O N T I J O

Armando lagosParteira-Enfermeira PA R T O SEM DOR

J?x-e*tagiária das Maternidade* de Paris e de Strasbourg.

De dia ■ R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038

De noite - R. Machado Santos, 28

M O N TIJO

í e i e f o n e s d e u r g ê n c i oHospital, 026046

Serviços Médico Sociais, 026 198 Bombeiros, 026048

Taxis , 026025 e 026479 Ponte doa Vapores, 026425

Polícia, 026144

Trabalhos pora nmatlares f 9 te fra fia s (T flrlt Aparelhos fotográficos

R e p o r t a g e m F o t o g r á f i c a

Ria Bwlkão Paio, 11 - M0NIU0

M O N T J OÁ1.° Df DfZfMBRO f A SUA IDA

Seguem com o m aior en ­tusiasmo as d iligências para que a Banda da Sociedade Filarm ónica 1 . ° de Dezem bro tome parte no certam e in ter­nacional de Bandas de A m a­dores de M ú s ica , a realizar em Kerkrade, na Holanda, em 30 de Agosto próximo.

Para esse fim , realizou-se em Setúbal uma conferência com o sr. G overn ador C iv il do D istrito , Dr. M iguel R o ­drigues Bastos, em que to ■ maram parte o sr. losé da S ilv a Le ite , presidente do nosso M un ic íp io , e o sr. A b ílio da S ilv a D in iz , pre­sidente da D irecção da 1." de Dezem bro.

O sr. G overnad or C iv il, depois de ouvir a m inuciosa exposição que lhe foi feita, acerca da pretensão da nossa Banda, exteriorizou o seu grande prazer por saber que uma Banda do seu D istrito se inscrevera nesse certame, em representação nacional.

S . Ex .'1 prometeu apresen­tar oficialm ente essa justa pretensão às entidades res­pectivas. acompanhado pelo sr. presidente da Câm ara, a fim de se conseguir o auxílio monetário indispensável para

à Holandaefectivação dessa g loriosa in iciativa .

A transformar-se em rea­lidade, como todos nós es­peramos, será a prim eira vez que a bandeira de Portugal estará presente num C o n ­curso M undial desta m odali­dade e desta projecção.

Tem os a convicção de que todos os m ontijenses, toda a população do D istrito de Setúba l, e até todos os por­tugueses, se sentirão desva ­necidos e orgulhosos com este facto notável.

E assim este pequeno nú­cleo de am adores m usicais, com o seu va lo r artístico e sob a protecção e apoio das entidades o f i c i a i s , levará além fronteiras o nome da nossa Pá tria e o prestíg io da M úsica Portuguesa.

Em breve, o sr.'presidente da D irecção da 1. ° de D e ­zembro trará ao conheci­mento do público quantos esforços e quanta boa von-

Jantar de homenagemPo r motivo da sua prom o­

ção e transferência para a C om arca de Setúbal do Dr. António Arlindo Payan T e i­xeira M artins, digníssimo D e ­legado do Procurador da Repúb lica em M ontijo, foi-lhe oferecido um banquete, na noite de 11 do corrente, no Sa lão do C a fé Portugal.

Pres id iu o Dr. Ilíd io B o r ­dalo S o a r e s , J u i z d a C om arca , e assistiram 38 convivas, entre os equais advogados, médicos, oficiais de Ju s tiça , com erciantes e proprietários desta vila.

Aos brindes, usaram da p a l a v r a : o Dr. Ju iz da Com arca ; o Dr. G am a V ie ira , Ju iz A judante do C írcu lo Ju d ic ia l; o Conselheiro Dr. A rlindo T e ix e ira P into , pai do hom enageado; o D r. A n ­tónio G onça lves Rita, advo­gado em M o n tijo ; o D r. Fausto N eiva , médico em M o n t ijo ; o prior de M ontijo, sr. M anue l G onça lves dos

S a n to s ; e o sr. António P a ­racana, chefe da l . a Secção do nosso T rib una l, — todos exaltando as prim orosas qua­lidades do ilustre magistrado,, agora prom ovido e transfe­rido.

Po r fim, usou da palavra o D r. António Arlindo Payan Te ixe ira M artins, que agra­deceu a homenagem pres­tada e as expressões e logio­sas que os oradores lhe tinham dirigido.

O banquete decorreu num elevado am biente de cordea- lidade, e de muita conside­ração pelo distinto magis­trado que ora nos deixa.

«A P r o v ín c ia » cum pri­menta e fe lic ita o Dr. D e le ­gado, associa-se à hom ena­gem, justa e m erecida, que lhe foi tributada, e faz sin­ceros votos pelas constantes Venturas de S . Ex .a na sua carre ira dentro da M ag istra ­tura Portuguesa.

Ld a

A R M A Z É N S mODHlO, Rua da Bela Vista

S À N F E RS E D E

LISBOA, Rua de S. Julião, 41—1.° |A E R O M O T O R S A N F E R o m oinho que re s is tiu ao

c ic lo ne — F E R R O S para construções, A R A M E S , A R C O S , etc.

C IM E N T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç A O de a lim en ­tos para gados

R ÍC IN O B E L G A para adubo de batata cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o m ate ria l para C a ­

m inho de F e rroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

tade estão sendo postos ao serv iço da inscrição já rea­lizada em Kerkrade.

Entretanto, a Banda , sob a proficiente regência do seu maestro, sr. Àntónio G o n ­ça lves, já in iciou os seus ensaios preparatórios para a grande jornada.

Fazem os votos para que, dentro de poucos dias, pos­samos dar a certeza da rea­lidade desta calorosa e en­tusiástica asp iração .

ATEHfU P O P U L A R

Dt MONTUORecebemos o seguinte oficio, dimanado do presidente da Direcção desta colec­

tividade montijense:

Sr.Á lva ro Valente D irector de < A Prov ín cia» M O N T I J O

Vem a D irecção do A te ­neu Popu lar de M ontijo , eleita em Assem bleia G era l de 12 de Fevere iro p. p., apresentar a V . os seus cor­diais cumprimentos e dese­jar ao jornal «A Prov in c ia» , de que V . é o mui digno D irector, votos de muitas prosperidades para bem da cultura e do progresso da nossa terra.

Aproveitam os a oportuni­dade para com unicar a V . que o Ateneu tem em prepa­ração um curso de exp lica­ção de inglês e um outro de contabilidade, que deverão com eçar a funcionar na pró­xima sem ana. Pa ra frequen­tar estes cursos, necessário é ser sócio ou apresentar, no acto de inscrição, uma proposta para sócio, pois que essa é também uma nossa asp ira ção ,— a de au ­mentar a massa associativa , que presentem ente é muito diminuta.

Com e levada consideração e os melhores votos de

C I L T U R A E PR O G R E SSO Subscrevemo-nos

Atenciosamente Pela Direcção O Presidente

Ilid io F ern a n d es

A c o m p a n h a v a e s t e o f í c i o , a s e g u i n t e n o t a :

Em A s s e m b le ia G era l, realizada nesta C o lectiv idade em 12 de Fevere iro p. p., fo­ram e l e i t o s os seguintes Corpos G e r e n t e s para o exercício do ano decor­rente :

Assembleia Geral: — P re ­sidente: Jo s é M argalho Pinto; 1 .' S e c r e t á r i o : Arm ando

Venho contar-vos um caso Que nunca pude explicar.Vai assim, em verso raso ; Mas merecia E até pediaUm poema de encantar!

Abriram uma Avenida Lá no parque principal. Ficou linda, bem comprida, Dum bom gosto sem igual. Estava tudo admirado De a rua ir tão direita. .. Quando, sem ser esperado, Leu deu depois a «maleita»,

Foram-se lá adiante,Onde a Avenida parou,— E isto é que desconsola E nos põe desconsertante ! — E em frente se atravessou Uma belíssima escola!Não poude seguir a rua, Oue assim ficou encravada ! E a escola, por vez sua, Ficou também *entortada»...

Nunca entendi a razão Desta desconsolação !Uma ficou partida,Outra ficou torcida...

Pois seja tudo em descontos Dos nossos pecados tontos!

H o m e m a o m a r

LUTUOSA— N o dia 13 do corrente,

faleceu em M ontijo o sr. M ário M onteiro , de 46 anos de idade, antigo executante da Sociedade Filarmónica I . ° de Dezem bro, realizan­do-se o seu funeral no dia seguinte para o nosso cemi­tério, a c o m p a n h a d o pela Banda daquela Sociedade e por numerosa assistência.

Pêsam es a sua fam ília e à Sociedade 1. ° de Dezembro.

O b r a s d e Á lv a ro Y a le n fe— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; « D a q u i . . . fala Ri­batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso,10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 | escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

Iça ; 2 .° Secretário : JoãoJ Ferre ira da V e iga Serra .

D irecção: — Presidente Ilíd io F e rn an d es ; Secretáriol Joaqu im C a r r e i r a TapadiJ n h a s ; Secretário Administra r t i v o : M anuel M il-Homeni Pa tin h as ; Tesoure iro : Josf| M aria C o rre ia ; 1 .° BiblioteT c á r io : José M aria Castej nheira dos Sa n to s ; 2 .° b lio tecá rio : Joaqu im ManueJ Cardante Trego.

Conselho Fiscal; — Pres1] d e n te : Á lva ro Ave lino Ve iga S e r r a ; Secretáriol C arlos M anuel Iça da Sil'!al R e la to r: R i c a r d o A lbefj Lourenço.

Cum prim entam os osnov°| Corpos G eren tes e desei8! mos-lhes todas as felicida^f no exercício desses cargí!|

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so-3-958 A PROVINCIA 3

N T I J OCantina Escolar de Montijo

O seu an iv ersário

I AGENDA ! ELEGAME j

L m i r iw w w r r m n --''

A n i v e r s á r i o s

MARÇO

— No dia 13, a sr.“ D. Maria da Glória Romeiras da Encarnação G erv ásio ,esp o sad o nosso estim ad o assinante, sr. .José Marques G er­vásio.

_ No dia 15, a sr." I). Mai ia Antónia Marcelino Bastos, irmã do nosso prezado assinante, sr. Manuel Marcelino.

— No dia 10, a menina Maria A.lili» Traquina Resina, lilha do nosso estimado assinante, sr. .losé A ntónio Resina.

— No dia 17, a menina Maria Florinda Gonçalves de Sousa, filha do nosso prezado assinante, sr. Delfim Gonçalves de Sousa.

— No dia 17, a nossa estimada funcionária, menina Maria Alice Nunes Castanheira.

— No dia 17, o sr. Bernardino Luís Marques, nosso dedicado as­sinante.

— No dia 17, a sr/ D. Maria Carminada Veiga Marques Simões, esposa do nosso prezado assinante, sr. Fernando Carvalho Simões, residentes em Coimbra.

— No dia 17, o nos5o prezado amigo e assinante, sr. Jo sé Vila Cova.

— No dia 17, o sr. Carlos Leitão, pai do nosso jovem assinante, o menino João Carlos da Cruz L e i ­tão.

— No dia 18, a menina Maria Fernanda Pádua da Cruz, sobrinha e afilhada do nosso estimado assi­nante, sr. Álvaro da Silva Lobo.

— No dia 19, o sr. Carlos Silva Tavares de Almeida, filho do nosso estimado assinante, sr. José Tava­res de Almeida, residente em Lisboa.

— No dia 19, a menina Maria José Borralho Felício, neta e x tre ­mosa da nossa dedicada assinante e sr.a Viúva de António Borralho.

— No dia 19, a sr .a I). Alzira Gomes, esposa do nosso amigo e assinante, sr. José Faustino Go­mes, digno 2.° Sargento da Base Aéria N.° 6, de Montijo.

— No dia 20, o menino Jo sé Ma­nuel Troncho Sequeira Amaral, neto do nosso estimado assinante José António Sequeira Amaral, faz 2 anos de idade.

— No dia 20, o menino Armando José da Conceição Marcelino, filho do nosso prezado assinante, sr. Armando Marcelino.

— No dia 21, completa o seu 16.° aniversário o nosso colaborador José Álvaro Valente Ramos Dias, filho do nosso dedicado assinante, sr. José Ramos Dias, e neto do Director de «A Província».

— No dia 22, prefaz o seu 4.° aniversário a menina Judite E m í­lia da Costa Oliveira, sobrinha e afilhada do nosso dedicado assi­nante, sr. A lvaro da Costa e Silva.

— Nc dia 22, a sr.a D. Emília 1’eodora da Silva, esposa do nosso estimado assinante, sr. Manuel Soares Canastreiro.

— No dia 21, completa o seu 10.° aniversário a menina Maria He­lena Pascoal de Almeida Tavares, filha do nosso prezado assinante, sr. Américo Tavares.

— No dia 23, atinge o seu 45.° aniversário o sr. Francisco Ed uardo da Silva, residente nesta vila.

— No dia 23, o sr. António A mé­rito da Costa Ribeiro, filho do nosso estimado assinante, sr. An­lónio Ribeiro.

As nossas felicitações.

Doentes.Soltaram a agravar-se os pade­

cimentos do sr. José da Silva Leite, digno presidente da nossa Câmara, pelo que se encontra novamente ■nternado numa Casa de Saúde,

Lisboa.fazemos os mais sinceros votos

Para que rápidamente se restabe­leça.. — l em passado também bastante 'ncomodado de saúde o nosso velho amigo e muito prezado assi­nante de «A Província», sr. Ga- brjel Domingos do Carmo.

Igunis votos fazemos pelo seu Pionto restabelecimento.

M OI n f o r m a ç ã o d o

Secretariado Paroquiald e M o n t i j o

SOBRE CINEMA

5.» feira, 20; «VENCENDO O MEDO». País de origem - E . U. A.. Género - Drama. Principais in tér­pretes : Anthony Perlcins, Karl Maiden, e Norma Mcore.

E n r e d o : — Um rapaz, de nome J im m y , chega a afirmar a sua grande classe no desporto, mercê dos incitamentos paternos. Sofre de grave desiquilíbrio nervoso que o médico atribui à atitude do pai que, no filho, via sòmente uma fonte de receita.

A p recia ção e s té tic a : Boa rea­lização e excelente desempenho. Roa fotografia.

A p recia çã o m ora l: Algumas i m a g e n s s ã o demasiadamente excitantes. Frenesi desportivo até à loucura. F ilm e PARA A D U L ­TO S.

Estreado no cinema S. Jorge em 19-12-1957.

S á b a d o , 2 2 ; «ESCÂNDALOS EM TÓQUIO». País de origem -E. U. A .. Género - Drama. P r in ­cipais intérpretes: Robert Wagner e Joan Collins.

E n r e d o : — Um espião norte- -americano chega, de avião, a T ó ­quio, onde jà se encontra outro colega. A espionagem contrária mata um elemento da espionagem americana e procura matar tam­bém o alto-comÍ9sário da cidade, ao que se opõem, com a sua acti­vidade, os dois americanos. Estes, porém, apaixonam-sc pela mesma mulher que gosta dum deles. T o ­davia, tèm de regressar a Nova Iorque.

A preciação estética : Argu­mento extraído d» obra de Jo h n P. Marquand. Bem urdido. De­sempenho bom. Excelente reali­zação.

A p recia çã o m o r a l: Sem in­convenientes. PARA TODOS.

Estreado no cinema Tivoli em 13-1-1958.

D o m i n g o , 23 ; «A FAMÍLIA T R A P P » . País de origem - Ale­manha. Género - Drama. P r inci­pais intérpretes : Ruth Leuw erik , Hans íloslt, e Josef Meinrad.

E n red o : — O capitão e barão Trapp, austríaco, era um viuvo com sete filhos. Uma rapariga, educada numa casa religiosa, é preceptora das crianças. Em breve, transforma a vida daqueles peti- zes, dando-lhes alegria e ensinan­do-lhes lindas canções. O barão encontra, na preceptora, uma ver­dadeira mãe de seus filhos. Casou com ela. Contrário às ideias na­zistas, o barão teve de abandonar o seu país e refugiar se na Amé­rica, onde as crianças ganham a vida cantando as suas lindas can­ções.

A preciação e s té t ic a : E x c e ­lente interpretação. Bom colorido. Montagem adequada. Lindas can­ções.

A p r e c i a ç ã o m ora l: PARA T O D O S , INCLUINDO CRIAN­ÇAS.

Estreado no cinema Condes em 13-12-1957.

3.» feira, 2 5 ; « S A T É L IT E NO CEU». País de origem - E. U. A.. Género - Aventuras. Principais intérpretes: Lonis M axvel e Thea Gregory.

E n r ed o : — Depois de se con­servar no espaço algum tempo, e de não conseguir atingir, senão à custa de duas vidas, um dos seus fins (lançar uma boinba atómica), um satélite volta á Terra , onde era já alarmante a ansiedade nos meios científicos e nas famílias dos tripulantes.

A p reciação estética : Bom de­sempenho. Realização em bom nível.

A p recia çã o moral-. Ambiente de nervosismo faz que se reserve o f ilm e PARA ADULTOS.

Estreado no cinema Capitólio em 28-10-1957.

Solenizando o seu 12.° aniver­sário, realizou-se na sede da Can­tina Escolar de Montijo uma festa íntima, simples e modesta, em que predominou a ternura e a emoção.

O almoço habitual fora aumen­tado com um prato de carne e b o­los, e a e l í assistiram o sr. Manuel Gonçalves dos Santos, reverendo prior da freguesia, o nosso Direc­tor, professores e professoras das escolas de Montijo.

Os convidados e assistente» al­moçaram com as crianças, num verdadeiro ambiente de confrater­nização muito interessante.

Como era dia de festa, não houve a costumada colher de óleo de fí­gado de bacalhau, o que muito agradou a alguns dos pequenos c om en sa is . . .

E assim a Cantina, comemorando o seu aniversário e prodigalizando ás crianças uma refeição melhor, vai procurando cumprir a sua missão de caridade e persistindo no justo desejo de alargar o âm­bito da sua acção verdadeiramente altruista.

Estamos muito gratos pelo hon­roso convite que a Comissão ge­rente nos dirigiu, c, com os nossos agradecimentos pela gentileza, r e i ­teramos os nossos votos de melho­res dias para essa obr.i tão simpá­tica e tão proveitosa, c renovamos o cpelo que fizemos no número anterior de «A Província» para que todos os corações gcncroscs reparem nela e lhe dêem aquele amparo o auxílio de que tanto ne­cessita.

Da Dípetiio dii Distrito Esiolar ie Setúbal

rectbeinas este alicio:

Setúbal, l i de Março de 1958 Ao Sr. Director do semanário «A Província» M O N T I J O

Muito penhorado com a atenção de V. dispensada à Cantina Escolar de Montijo e pelo interesse que lhe mereceu a mesma Cantina, é com grato prazer que agradeço a a V. o artigo que sobre a activi­dade da mesma Cantina foi publi­cado no seu conceituado semaná­rio, de 13 do corrente. Tudo quanto contribua para. chamar a atenção do público para estas obras de tão longo alcance social e educativo e pelas quais esta Direcção tanto tem pugnado, não é demais e. por isso, foi com desvanecimento queli o apelo lançado por V. em prol da Cantina que efectivamente, tão abnegadamente serve a população escolar de Montijo. Entretando, agradecia também a V. que no pró­ximo número de "A Província» ?e esclarecesse que o óleo de fígado dc bacalhau que as crianças bene-

Banda DemacráHca 2 de Janeiro

Em organização do aplaudido artista da rádio, teatro e televisão, Manuel Fernandes, e de Fernando Carvalho, efectua-se no próximo domingo, 23, em «matinée». no salão de festas desta prestante colectividade local, um valioso es­pectáculo de fados e guitan-adas.

Colaboram nesta festa os distin­tos e lementos: Manutl Fernandes, Maria Albertina, Armando Dias, Cândida Ramos e Joaquim Cor­deiro, com acompanhamentos m u­sicais por Jo rg e Fontes e José M. Nóbrega, respectivamente, à gu i­tarra e viola.

Pelobrilhante conjunto artístico que vem a esta vila, é de prever a realização de mais um espectáculo assinalável, tanto a contento do público montijense.

ficiadas tomam não é fornecido pelos serviços de Assistência mas sim pela Direcção-Geral do Ensino Primú o extrema zeladora da criança portuguesa e a qual, pela mesma criança, vem fazendo uma obra que, embora obscura, não é por isso menos notável, e que deve merecer todo o apoio do País.

Renovo os meus agradecimentos e apresento a V. os meus melho­res c u m p r i m e n t o s , subscreven­do-me

A bem da Nação

O Director,

/. Barreto M en les

Sociedade Recreativa

AtalaiensePor iniciativa da Comissão pió-

•sede desta simpática agremiação recreativa, da vizinha povoação da Atalaia, realiza-se em «soirée», no próximo domingo, 23, um sen­sacional baile, com a actuação de duas orquestras deste concelho.

Nessa festa associativa tom ím parte a « R o y a l-M elo d jp , de Sa­rilhos Grandes, com o seu apre­ciado v o c a l i s t a , José Manuel Moura, e «O s C a n á rio s», da Ata­laia, com a actuação do seu aplau­dido vocalista Jú l io Lourenço e de Custódio Carrusca.

Nesse baile far-se-á a eleição da «Miss Atalaia», e serão atribuídos prémios ao par que mais se evi­denciar, tanto na dança, como pela sua elegância.

Por essa iniciativa, felicitamos a n t e c i p a d a m e n t e a deligente Comissão Pró-Sede.

5 . F . I . ° d e D e z e m b r oNo Salão de Festas desta colec­

tividade realiza-se no próximo dominga, 23, uma interessante so iré e dançante abrilhantada pelo apreciado Conjunto Musical Reis da Alegria.

Q uem perdeu ?P]nccntra-se depositado no Posto

de Segurança Pública, desta vila, o seguinte objecto que será entre­gue, a quem provar pertencer-lhe :

Um par de óculos, graduados.

B a rb e a r ia— A LU GA -SE ou trespassa-se. Informa na Rua do Gaio, 11 —

Samouco.

E m p re g a d o— De 14 a 15 anos, precisa-se

com alguma prática de mercearia. Levi Ramos Dias.R. Almirante Reis — M O NTIJO .

V e n d e -se— Uma venda de 180 litros de

leite diários.Resposta à Redacção deste J o r ­

nal letras C. A. B..

T re sp a ssa -se— Casa de comidas e dormidas,

em Montijo, por o dono não poder estar à sua frente.

E bastante afreguesada e em óptimo local, no centro da vila.

Informa-se nesta redacção.

Í AGES DAUTILITÁRIA§ i

F a r m ó c ia s d e S e r v i ç o

5.* - f e i r a , 20 — G i r a l d e s6.” - f e i r a , 21 — M o n t e p i oS á b a d o , 22 — M o d e r n a

Domingo, 23 — H i g i e n e2.» - f e i r a , 24 — D i o g o

3." - f e i r a , 25 — G i r a l d e s

4.‘ - f e i r a , 2C — M o n t e p i o '

Boletim Religioso

C u l t o C a t ó l i c o

M ISSA S

5.a-feira, às 8,30 e 9 h.6.a-feira. às 8,30 e 9 h., e Via-

-Sacra, às 20,45 h.Sábado, às 8,30 e 9 h.Domingo, às 8 h. na Igreja da

Misericórdia; às 10, 11,30 c 18 h. Via Sacra, às 17,30 h. na Igreja P aro q uia l ; às 11,30 h. na Atalaia ; e 18,30 h. no Afonsoeiro. Comu­nhão Pascal na Igre ja Paroquial de M ontijo.

Espectáculos

CINEMA T E A T R O

JOAQUIM DE ALMEIDA

5.a feira, 20; (Para 17 anos) Um film e de forte relevo dramático: «Vencendo o Medo», com Anthony Perkins, o novo artista dc quem mais sc fala, num papel assom­broso de que todos vão falar!

Sábado, 22 ; (Para 12 anos), Um espectáculo de sensação : «Escân­dalos em Tóquio». \ vida miste­riosa de Tóquio, a cidade das mil paixões.

Domingo, 23 ; M atinée às 15,30 horas (para ti anos) e S o irée às21,15 horas (para 12 anos), «A Família Trapp». Nunca na história do cinema se produziu obra mais a l t a m e n t e enternecedora. Um grande acontecimento do mundo cinematográfico.

2.’ feira, 24; (Para 17 anos) A revLta do teatro ABC, «Vamos à Lua», com Jose Gamboa.

3.” feira, 25; (Para 12 anos) Um sensacional f i l me de antecipação cienlífica: « S a t é l i t e do Céu». Assombroso drama de vida e de terror no tecto da Terra.

E s c l a r e c i m e n t o(C on tin u a çã o d a p á g in a 4)

Chefe do p< sto <lc que a própria autoridade assistiu depois ao al­moço, onde no seu discurso agra­deceu à RO B BIA LA C P O R T U ­GUESA a lembrança de realizar tão interessante festa na sua terra, mostrando o seu maior reconhe­cimento por tudo o que se tinha passado.

O sr. Comandante do Posto não poude esconder a sua admiração pelo que acabava de ouvir, tendo uma exclamação de desabafo que deu a entender o seu aborreci­mento por tudo o que se tinha passado.

E eis a razão porque digo o que fui, e o que sou; e apesar de tudo o que tenho feito, tudo porque te­nho passado, tudo o que tenho ajudado e conseguido em proveito da minha terra, foi-me pela pri­meira vez na minha vida levan­tado um auto, tendo seguido o processo para a Inspecção Geral dos Espectáculos, donde espero os acontecimen tos.

Sempre reconhecido e muito obrigado sou,(a) A m adeu A ug u sto d os S a n to s

Telefone 026 579

'Paza kaai ('fjototpcafiak

F o r o M o n t i j e n s e

Page 4: › cmmontijo › uploads › ... O V ALO R D O ESTIM ULOgénio!—, do que os princi piantes nada de novo têm a ... sua personalidade, não pou cas vezes à custa de sar ... legado

4 A PROVINCIA 20-3-958

O VALOR DO ESTÍMULO( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

vação e de-descrição, que sâo ainda, digam 0 que d is­serem, os pontos capitais para se aquilatar do seu real valor.

Quando defendemos a ne­cessidade de se proporcionar aos jo v e n s de t a le n to os meios de poderem reve lar se, nào podemos esquecer a no­tável acção da chamada pe­quena Im prensa, cujas pági­nas estão abertas a todos os que têm algo de interessante para transm itir à opinião pú­blica.

Só ela, no meio da cord i­lheira de d ificuldades que ro­deia 0 nosso mundo literário, tem defendido e acalentado a chama criadora de tantos incipientes escritores. Alguns consagrados, a com eçar pe­los im ortais das nossas le ­tras, também c o m e ç a ra m assim , nesta Imprensa, cujo ob jectivo, por vezes incom ­preendido e sempre muito mal recom pensado, é serv ir os interesses do povo e pres­tig iar 0 jornalism o português. E não há dúvida de que, em ­bora tais propósitos não se­jam contrariados, também não é menos certo que este sector da vida Nacional ainda nào v iu 0 seu esforço o fi­cialm ente reconhecido e jus­tamente galardoado.

Já uma vez afirmámos, mas nunca é demais repetir, que a Imprensa portuguesa não

é tão grande que nela nâo caibam todas as in te ligências e vontades realm ente in te ­ressadas na sua maior gran­deza e expansão, até porque tem que se adm itir e consi­derar portanto, quando se encara 0 futuro, no gradual aumento duma - p o p u la çã o cada vez mais áv ida de saber.

H á , pois, que preparar 0 ambiente, de forma a que 0 indivíduo se sinta rodeado de com preensão e de s im ­patia, nào por uma questão de favor, que 0 próprio m é­rito seria o prim eiro a d is­pensar como inútil, mas por se reconhecer a necessidade de se prepararem elementos dispostos a defender a pa­lavra escrita, símbolo da Li- berdade do homem quando aplicada à Verdade e à Jus ­tiça.

Segundo um lema que vem sendo acolhido com a lvo ro ­çada esperança, todo 0 in­d ivíduo tem direito ao seu lugar ao soí. E , embora neste campo das letras apareça muita urze incapaz de medrar por carência de condições naturais, não há dúvida de que algumas flores procuram espalhar o seu perfume à

E ste n ú m e r o d e «A P r o ­

v í n c i a » fo i v i s a d o p e l o

C E N S U R A

Á O C O R U t R D A P E N A . .

( C o n t i n 11 a ç u . > d a p r i m e i r a p á g i n a)

desses trinados divinos. De longe, de muito longe, voltam bandos de andorinhas chil- reantes que em Voo picado atacam 0 solo roçando com as asas pelas flores olorosas, levando para as alturas 0 arom a suave, tornando desta m aneira menos insuportável e cheiro mau que as «aves m ecânicas» derram am na sua passagem louca e vertiginosa.

O s arro ios saltitam mais por entre as penedias calvas dos montes da Natureza em festa, e aquela água refresca mais e sabe melhor, parece mais límpida e menos pesada.

E ’, então, a província 0 palco m aravilhoso onde se desenro la 0 m aravilhoso dra­ma da Natureza. O campo, tapete Verde e multicor, é estupendo, m a g n íf ic o . A li sente-se, respira-se, vive-se a v ida ; e 0 Homem , 0 aldeão sim ples e humilde rodeado por tantas m aravilhas, ergue as mãos ao D ivino Artista a agradecer, numa prece s in ­gela, 0 favor daquela esmola de cor e a le g r ia ; curva-se e beija a terra mãe. acaric ia as flores e trá-las para 0 seu lar humilde.

A h ! se aqueles que passam por nós todos dias, de ares petulantes, gestos largos e palavras ambíguas, visitas­sem os cam pos e meditassem, urn pouco que fosse, no es­pectáculo m aravilhoso que regala os olhos e im pres­s iona 0 espírito, haveriam

por certo de se sentir pe­q u e n in o s e envergonha­dos da sua altivez perante a inspiração copiosa do Artista, que tão bem soube espalhar por sobre a T e rra esse es­pectáculo tào cheio de gran­diosidade que toca 0 intan­gível e que ele, 0 I lomem arrogante, com pleta — se 0 co m p le ta— de m aneiras in­diferentes. Concen tra 0 olhar frio, mas 0 espírito anda jonge. Vagueia por campo bem diverso daquele que 0 poria em êxtase se 0 não antolhassem p e n s a m e n to s torpes de am bição, onde se enlam eia e deturp,i.

A h ! que bom nào seria aquela água límpida e can ­tante, de que já falámos, ter a virtude de lhes lavar as consciências como lhes lava a derradeira c a m is a .. .

M as, adiante. E s te apon­tamento, escrito «ao correr da pena«, foi sòmente con­sagrado a ti, Prim avera , a ti, rainha das flores e da beleza, a ti, adorada estação dos Vèlhinhos decrépitos e da mocidade que vê em ti uma revigoração de forças, um novo alento para arrostar com a Vida, tão cheia de contrastes e amarguras.

Vem , pois, que as tuas m ensageiras já chegaram e todos te aguardam com um frémito mal contido no peito opresso, ansioso de ar, de luz e de amor. f e o d o r e A n t u n e s M a n d a s

nossa volta, como prenúncio de vidas sedentas de maior beleza. É para elas que 0 estímulo deve erguer a sua voz, reconfortando-as para outros ensaios, porventura mais úteis e mais belos.

Á l v a r o P e r e i r a

BsaaasgrsczaasB

C o i s a s V á r i a s

e d iv e r s a sPor Amaral Frazão

{Continuação d a /.a p á g in a )

se precipita irrem ed iave l­mente.

O homem, em boa v e r­dade, é que é 0 único cul­pado de tudo quanto lhe acontece. Bom , se sabe en ­frentar as agruras da vida e dar-lhes 0 flanco com esto i­cismo ; mau, se a sua cabeça, orientada por uma força de vontade firme e inexorável, nào seguir aquela grande máxima de C risto que manda perdoar aos nossos inim igos.

É absolutamente necessá­rio que 0 indivíduo, depois de receber as lições da es ­cola, saiba observar a vida em todos meios onde se trabalha e produz, sabendo- -se, é certo, que a escola não educa, mas apenas ins­trui.

D iscip linar, pois, as facul­dades intelectuais do homem, tornando-o apto ao desem ­penho de deveres, é uma função educativa do próprio homem.

O s estudos não ensinam a maneira de nos servirm os do que aprendemos na e s ­cola. A verdadeira sabedoria está, portanto, fora e acima do homem, e só pode ser adquirida por meio da obser­vação do que se passa à sua volta.

O homem aperfeiçoa a sua inteligência e os seus senti­mentos por meio do trabalho. A experiência da v ida só se adquire quando a mesma vida é observada pelo ho ­mem, com inteira com preen­são do que ve io fazer a este mundo.

Tudo, consequentem ente, d e p e n d e do homem. As com plicações que ele arranja por suas próprias mãos não existiriam , com certeza, se 0 bom senso presid isse a todos os seus actos, se bem que se saib.i que a hum ani­dade tenha vindo sempre, através dos séculos, a réno- var 0 seu modo de ser.

Falta de EspaçoPor absolnfa falta de espaço,

somos forçados a reter mui lo ori­ginal, do que pedimos imensa des­culpa aos nossos leitores.

EsclarecimentoSempre carola nestas coisas da

minha terra, a tudo me tenho prestado, tudo tenho sido.

Em mais um empreendimento me meti, e este tem sido o que mais desgostos e ralações me tem dado: A PRAÇA D E TO IR O S, (mas diz o di tado a que quem corre de gosto não c a n sa * . . . ) . Em conjunto com esse núcleo de bons amigos da nossa terra que compõem a comissão Pró-Praça de Toiros, tenho trabalhado em prol desta iniciativa que conseguimos levar a cabo, com a ajuda deste bom povo e amigos de Montijo.

Se bem que muitas dificuldades temos tido e muitas responsabili­dades nos tem custado vencer, vamos indo por diante, para le­varmos a fim este grande empreen­dimento que ficará sendo patri­mónio da nossa Misericórdia e seu Hospital.

Apesar de tudo o que temos feito, apesar de todas as minhas qualidades, do meu porte, da mi­nha acção em prol de tudo o que eu tenho podido fazer eiji favor da minha terra e do seu nome. foi-me levanlado um auto e tenho um processo na Inspecção Ceral dos Espectáculos.

Passo a expor publicamente como os casos se passaram para que o povo desta terra me possa julgar.

No d h 2 de Março corrente o JO R N A L «FE ST A », considerado o JO R N A L que mais trata da Festa Brava, e a SO CIED A D E ROBBIALAC PO R TU G U ESA lem­braram-se de levar a efeito na nossa terra, e como tal na nossa nova Praça de Toiros, uma festa taurina em que se correram algu­mas rezes, para se apurarem os finalistas do concurso «à procura dum Novo Toureiro», — festa como já se tem realizado em diversas terras do nosso p a K

Esta festa compunha-se deste espectáculo taurino e dum almoço 110 Café Portugal, onde se ju n ta ­ram quase duas centenas de pes­soas de muitas categorias, entre as quais jornalistas, críticos, re ­presentantes da Rádio, em suma, uma caravana que visitou a nossa terra e que muito ro s honrou.

Fiii por convites a assistência a estes espectáculos, e as primeiras figuras a serem convidadas foram as autoridades camarárias, na pes­soa do seu Presidente — Secretário— Vice-Pres‘dente e Administra­dor do Concelho.

t a v i r a(C ontin uação d a p á g in a 4)

0 verdadeiro nome e morada do concorrente.

4 . ° — O prazo para a en ­trega das produções termina à meia-noite do dia 10 de Abril. Devem ser enviadas à D irecção da Sociedade O rfeónica de Am adores de M úsica e Teatro , «Jogos M orais da Prim avera» — T a ­vira.

5 . ° — A classificação dos trabalhos será feita, dentro de cada género, em mérito re lativo, por um júri espe­cialm ente constituído para esse efeito.

6 .° — O resultado dos J o ­gos F lorais da Prim avera será tornado público na noite de 12 de Abril.

7 . ° — H averá , pelo menos, um prémio para cada um dos géneros admitidos, além das menções honrosas que 0 Jú r i entender dever atribuir.

8 .° — O s trabalhos pre­miados poderão ser lidos pelos seus próprios autores, se estiverem presentes e assim 0 entenderem , ou pe­los mantenedores.

9 . ° — Não poderào con­correr os membros do Jú r i nem será perm itido a qual­quer autor guardar 0 anoni­mato.

Os convites eram redigidos da seguinte forma :

« — A RO BBIA LA C PO R TU ­GUESA tem a h o n r i de convidar V. Ex.* a assistir ao espectáculo que se realiza no dia 2 de Mfrço, pelas 10 horas da manhã, na Praça dc Toiros i*e Moniijo, gentilmente cedida para a prova final do con­curso, »à procura dum Novo Tou­reiro», em que serão lidadas rezes do Clanadero E x .ma Sr. Ascenção Cabral, que generosamente as ce­deu para este fim.

Em seguida efectuar-se-á um ólmoço para o qual V'. E x .a é con­siderado convidado de honra.»

Estes são, pouco mais ou menos, os termos em que eram redigidos esses convites.

Como se vê, foram as entidades oficiais as primeiras figuras a ter conhecimento de todo o programa desta festa, e convidados pessoal­mente, pelo próprio empregado superior da RO B BIA LA C P O R ­TU GU ESA , ao qual agradecera n (isto na minha presença).

Bem e n t e n d i d o , automàtic;- mente estavam todas estas indivi­dualidades inteiradas do que se ia passar na Praça de Toiros e que a entidade organizadora era a HOBB1ALAC PO RTUG UESA.

Já se vè, meus caros leitores e amigos, que nem eu, nem mais entidade nenhuma, teria nada com o caso, e a única responsável — se alguma responsabilidade houvesse— stria a RO B BIA LA C P O R T U ­GUESA, a quem não advertiram de nada.

Pois quando já estava funcio­nando o espectáculo, de que a autoridade já tinha conhecimento pelo convite, fui advertido nos termos que se seguem :

— Olhe lá! Quem autorizou este espectáculo? Onde está a licença para isto ? Respondi que nada tinha a ver com o sucedido e que, o que se estava a passar, era do seu conhecimento, conforme con­vite em seu poder, e que tinha a porta entreaberta para dar entrada aos, convidados.

E verdade que a afluência foi satisfatória; mas a SOCIEDADE RO BBIA LA C a s s i m entendeu, convidando quem à porta se che­gava.

Ora isto parece não fazer mal a ninguém, nem comprometer se­gundos.

Depois fui chamado pelo sr. Chefe da Polícia que mc observou q re estava a Praça com muita gente e que iria levantar um Auto.

Respondi-lhe que fizesse o que a sua consciência lhe ditasse; mas que o espectáculo era da ROBBIA­LAC PO R T U G U E SA e que a Praça era da Santa (. asa da Mise­ricórdia, a qual era cedida desin­teressadamente e sem que ura centavo se recebesse.

Observou-me ainda o Senhor Chefe da Polícia que via um saco cheio de dinheiro, mas provei com o testemunho dos próprios asilados serem esmolas para o Asilo e Hospital.

Pediu-me a licença para atirar foguetes, que se apresent ju.

Dito isto, pediu-me para me identificar, porque eslava infor­mado de que era eu o responsável pelo que se passava, (certamente, mal informado'.

Identifiquei-me c pediu-me para no dia seguinte ir ao posto prestar declarações.

No dia seguinte, da paríe damanhã, tui ao posto e apresentei- -me ao senhor Chefe, que respei­tosamente me agradeceu, ficando eu muito grato pela forma como me recebeu. Mostrou-me o artig° da l' i porque se regia para me levantar o auto, o qual dizia o sê* gu inte : Não é permitido o fun­cionamento de qualquer espectá­culo público ou particular, sem 0 devido conhecimento das entida­des oficiais — Câmara Municipal— Delegado da Inspecção, e Admi­nistrador do Concelho.

Ouvi o que me era lido e obser­vei ao senhor Comandante do Posto Policial que, em vista que acabava de ouvir, estava final­mente o que se passava de acord0 com o que me acabava de expor' pois que, essas individualidade* foram as primeiras a ter conheci­mento do que se iria passar, po'" que para tal receberam os prime'' ros convites.

Adverti ainda mais o senhor

(Continua na página 3)

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20-3*95® A PROVINCIA

'd®Minho a o G u a d i a n a

GrândolaCom destino a San tiago

do Cacém, perm aneceram alguns momentos nesta v ila , o Senhor M in is tro da Ju s ­tiçai prof. Jo ão A n tu n e s de Matos Vare la , acom panhado pelo seu Secre tá rio , D r. Fortes da G am a, D r. A n tó ­nio Fe rre ira Pedrosa, D ire c ­tor G e ra l da Ju s tiç a , D r. António Rod rigues Lu fin h a , Secretário do Conselho S u ­perior Ju d ic iá r io , D r. M elo e Castro, deputado por S e ­túbal, e doutras in d iv id u a ­lidades oficiais.

Foram recebidos na sala do julgado M u n ic ip a l pelos srs. D r. Jo sé P e re ira B a r ­radas, Ju iz do Ju lg ad o M u ­nicipal, José M an u e l M ateus, presidente da C âm ara M u ­nicipal, funcionários do no­tariado e C o n se rva tó ria do Registo Pred ia l, D r. Nunes de Sâ, D irec to r da C o ló n ia Penal de P in h e iro da C ruz, e outros funcionários.

Após os cum prim entos, visitaram as in sta lações do Tribunal, cadeia e seus res­pectivos d e p a r t a m e n to s , onde e s t ã o funcionando alguns outros serv iços p ú ­blicos, tendo se tornado no ­tório o facto da cade ia estar a descoberto, contactando assim com o púb lico , — es­pectáculo deprim ente e que não devia con tinuar. Bem mereceu tam bém reparo o estado precário e condições pouco sa lu tares que ofere­ciam as respectivas salas de todo o ed ific io , carecido as­sim de obras e rem odelação, cuja prom essa o Se n h o r M i­nistro fez, d iz en d o : Q ue a Câmara M u n ic ip a l d eve ria tomar a seu cargo um au x í­lio parcial, com partic ipando também o Estado , is to no que respeita a m ateria is .

Q u an to a mão de obra, seria fa c ilitad o com pessoal da C o ló n ia Pe n a l de P in h e iro da C ruz , a través do respec­t iv o M in is té r io . D isse mais que tom aria nota das neces­sidades oco rridas que tinh a ve rif icad o e d e q u e i a ocupar-se c o m cuidadosa atenção. — (C .)

ístremozD a E x .ma C âm ara M u n ic i­

pa l de Estrem oz recebemos o segu in te penhorante o fí­cio :

S r . D ire c to r de « A P ro ­v ín c ia

T en d o o jo rnal de que V . é ilu s tre D ire c to r dado o m a io r re levo à rep resen ta ­ção de Estrem oz que, em 12-2-58, se av is tou com a l ­guns m em bros do G overn o , a quem expôs as suas ne ­cessidades, ta l facto, que m u ito nos sensib ilizou , não pod ia passar desaperceb ido à C âm ara M u n ic ip a l da m i­nha p residência , pelo que de lib e rou ficasse exarado 0 ag radecim ento por esse m o­t iv o ju s tam en te devido.

A p resen to a V . os meus m elhores agradecim entos.

A Bem da N açãoO Pre s id en te da C âm ara

Agostinho dos Sant. Macedo

N. R. — N ada tem a E x .ma C âm ara de Estrem oz que nos agradecer, pois apenas cum prim os o nosso dever gostosam ente.

Telefone 026 579

rPaxu Ixaai Cfj»bu/.cafiai

Fo^o M o n tije n se

Baixa da Banheira— A Rua i i já tem luz ! —

G raça s ao sacrifíc io e esforço dalguns p rop rie tá rio s e a expensas dos mesmos, esta pro longada a rté ria já se e n ­con tra quase toda ilum in ad a . P o r nossa p a r te . . . para ­béns, coragem e mãos à obra até ao fim.

— Lâmpadas fundidas — T a n to na E s t ia d a N ac ion a l, com o n a s d iversas iu as, vo ltam os novam ente a no­tar q u e v ã o aparecendo, no ites após noites, a lgum as lâm padas fundidas.

J á não h ave rá m ais para s e re m novam ente su b sti­tu ídas ?

— Falta de Sinalização — O p rob lem a da fa lta de s i­na lização e respectivas can ­ce las da fa ta l passagem de n íve l a nascente, a que a im prensa tan to se tem re fe ­rido , co n tin u a por reso lver.

A ’ E x .mH Adm in istração- -G era l da C. P . pergun ta ­m os: até quando temos que esperar ?

O mesmo sucede tam bém com a Ex .'na J . A . das E s t r a ­das, no que diz respeito à fa lta de colocação das ne­cessárias p lacas de s in a l i­zação dos Postos escolares, que funcionam ju n to à E s ­trada N ac iona l. P e d im o s pois, p rov idên c ias urgentes.

— Aniversários — F r a n ­cisco M ig u e l Pe re ira , o 27.0 a 14 de F e ve re iro f in d o ; A n tó n io M ig u e l Pe re ira , o 26.0 a 2 de M a rç o ; e L u c íl ia M a ria , 0 45.0 a 13 de M arço (esposa e filhos do nosso estim ado assinante, S r . M i­g ue l Pe re ira ).

M a r i a M an u e la V ieg as Rod rigues, o 3.0 a 27 de F e ­v e re iro ú l t im o ; C a r lo s A l ­berto V ie g a s R od rigues , o i . ° a 3 de M arço corrente,

filhos do nosso prezado as ­s inan te S r . M a n u e l da Costa Rodrigues. S in ce ro s p ara ­béns e as m aiores ven tu ras a todos os an ive rsa r ian te s . - ( C . )

Trofaria— Bombeiros Voluntários

da Trafaria — N o passado d ia 8 realizou-se a A ssem ­b le ia G e ra l da Assoc iação H u m a n itá r ia dos Bom be iro s V o l u n t á r i o s da T ra fa r ia , com a com parên c ia de n u ­m erosa m assa asso c ia tiva , m ostrando o in te resse pela ob ra rea lizada du ran te anos de lab o r in tenso.

F o i lid o o R e la tó r io e C o n t a s da co le c tiv idad e , docum entos bem elaborados, nos quais estão descritas as ru b rica s m ais interessantes^ quer no ram o adm inistra- tin , quer no de assistência . E n tre a ú ltim a, devem os reg is ta r os tra tam en tos de u rgência no seu Posto de Soco rros (549) e as condu ­ções de doentes ao hosp ita l (4 3 )-

U so u da p a la v ra o p re­s idente para dar con hec i­m ento do a d ia n t a d o das obras do q uarte l, cu ja in a u ­guração foi p re v is ta para 28 de M aio próx im o.

Fazem os votos para que assim seja.

D epo is de vá r ia s in te r ­venções, procedeu-se à e le i­ção dos novos corpos ge­rentes, em que — , sa lvo uma substitu ição , foi recondu ­zida a an te rio r d irecção.

A s s im :Assembleia Geral; — P r e ­

s id en te : {."- tenente F r a n ­cisco S e n o ; V ice-Pres id en te ; A le x an d re Id e ia s ; i . ° S e ­c re tá r io : Jo rg e P in to ; e 2.0 Se c re tá r io : H ig in o C o rre ia ,

Direcção • — P re s id en te : A n tó n io S i l v a V ia n a ; V ice- - P ré s id en te : Jo aq u im B o ­tas ; S e c re tá r io s : Eu g ên io C ec ílio e A n tó n io Se ixas Lobo ; T eso u re iro : F ran c isco M edeiros P i n t o ; V o g a is : Ra fae l G om es P e re ira , L u ís E . Barro s, e B e rn a rd o A u ­gusto de O liv e ira .

C onselho Fiscal; — F e r ­nando C a r d o s o ; E s p ír ito S a n to ; e Jo sé Fau s tin o .

O destino da c o le c t iv i­dade está en tregue em boas m ãos; portanto , esperam os que 0 sonho da nova sede se concretizará , para que esta lo ca lid ad e possua um ed ifíc io d igno da sua posi­ção p riv ileg iad a .

São estes os votos de to ­dos os seus am igos. (C .)

TaviraA Sociedade Urfeomca

de Amadores de Mtísica e Teatro vai realizar os <Jo­gos Florais da Primavera*, com 0 seguinte regulamento :

1. ° — O s Jogos F lo ra is da Prim avera realizar-se-ão na noite de 12 de Abril de 1958, no salão de festas daquela Sociedade.

2 . ° — São admitidos os seguintes géneros lite rá r io s :

a) Po esia obrigada a mote.b) C o m p o s iç ã o poética

a lusiva íi T a v ira .c) Q uadra.A quadra para 0 mote, da

autoria do consagrado poeta tavirense Isidoro P ires , é a seguinte :

Como são cutlas as horas, Desde a hora em que te v i ; Quando as passo como agora, Enlevado ao pê de t i!

3 . ° — C ad a c o n c o r r e n t e pode apresentar mais do que uma produção de cada gé ­nero e cada produção deverá ser dactilografada em trip li­cado e subscrita com um pseudónimo. Ju n t a m e n t e , num sobrescrito lacrado e com 0 pseudónim o no exte­rior, deve v ir um cartão com

(Continua na p ág in a 4 )

N. " 9 6 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 2 0 - 3 - 1 9 5 8

f f f l d e i a d o f f í v e s s ocPoi cAlvarc Valente

A esquerda da entrada, 0 dito O b se rva tó r io ; ao fundo em frente, uma •varanda de Pilatos» que pertence a palácio abandonado, donde se avistam duas pequenas lagoas; para a d ireita, 0 sanatório e outros chalés de iguais finalidades; por aqui e por ali, casas de zinco, casas na rocha, casas sem «tilo e rudimentares, casas de yarand ins e de exposições.

A caminho daquela *varanda de P ila tos», uma fonte rasteirinha borbota ^egremente. A água é gelada, para variar, esplêndida, soberba, das que também ficam na memória para s em p re ; e ao bebê-la, como néctar incom ­parável, há que deixá-la igualmente no aquecimento preventivo da b o c a ,— 0 Que acontece com quase todas daquelas altitudes.

Por todos os lados, gnomos e titãs, bonecos, palhaços, bolas de bilhar, oaloes cativos, cubos, cones, p irâm ides, frades e freiras, caixas e cofres,

hguras de geom etria extravagante, perdidas nos cumes e nos despenha­deiros, granito e mais granito.. (— Toda a massa terrosa desta serra de encantos é de form ação essen-

C1almente gran ítica .)Entre os chalés zincados e os sanatórios das ilusões, encontram-se

uracos nos penedos, com portas de tampa à flor da pele, onde também se vive e se espera a sonhada cura.^ Entre eles, — a «C asa da Fraga», do sempre falado C ésa r H enriques, ~~c'p rim e iro tísico da serra, segundo afirmam, que ali se c u ro u . . . E Usta nada a acred itar! Curou-se, pelo menos, c lin icam en te ...

nao

Corre uma brisa bastante fresca, — brisa que lembra 0 «barbeirinho» e faz trem er 0 queixo.

Po r vezes, nuvens corredoiras toldam a atm osfera, am eaçam chuva e a serra « a lis a » ; mas passam depressa, esvaiem -se, desaparecem nos hori­zontes afastados, e a serra «desabafa».

A caravana deambula, pula aqui, saltita além , empoleira-se, investiga, fica de poisio nas lages.

D e súbito, ouve-se a busina do guia ve lho , chamando para 0 almoço, e 0 «bando» avança.

Refeitos das cam inhadas, com novas energias para 0 que der e v ier, os com ponentes fazem honra à merenda.

Nunca 0 bacalhau soube tão bem, nunca os quartilhos correram tão v e ­lozes !

Dizem que 0 segundo prato é «cabra» assada no fo rn o ; mas ninguém acredita. — É vite la , é malato, é am brósia !

D izem que 0 pão é « sê m a» ; mas todos duvidam. — É de prim eira, é m agnífico, parece pão e sp a n h o l!

A alegria esfusia, a cam aradagem estruge. Nas altitudes e nas solidões, 0 Hom em é mais irmão do seu irmão, há mais sinceridade nas fa las e nas atitudes, os corações batem em unísono e as almas tangem alelu ias !

Term inada a «festa», a caravana reso lve por unanim idade ficar por ali e só partir no dia seguinte, de madrugada.

Passa-se a tarde em pequenas d igressões nos arredores, — ao «Fragão do C o rvo » , ao «Cabeço do Preto», e aos «Se ixos Brancos». N este último local todos colhem pedaços de quartzite rosada, que se encontram pelo chão em abundância ,— prenúncios de cristal mais ao fundo.

Ao anoitecer torna-se ao acampamento. Petisca-se levem ente, — que 0 apetite já não é 0 da manhã, e tudo se prepara para a dorm ida sob as ten ­das.

' Outro espectáculo, porém, se lhes depara e detém os dorm inhocos.— E lua cheia de Setem bro, — talvez a segunda do mês. O luar na

serra causa fa sc in a çõ es ! A luz prateada, em vastíssim o lençol, distende-se pelas im ensidades além e cobre-as com seu manto.

( C O N T I N U A )

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6 A PROVINCIA

Cinema Nacionalulnla m gillimi «0 MIMI

Mirniâi, st M ia . io! a ioUlnuiiiii u èMIo aliamam pr esfai ! Illl,

A popular e brilhante actriz cinematográfica e teatral Maria Dulce, de cuja visita a vila de Moniijo e o seu Cine-Teatro Jo a ­quim de Almeida tiveram a pri­ma/ia quando, em 1 de Dezembro de 1957, esta artista aqui esteve, a convite do nosso Director Alvaro Valente, que gentilmente publicou o «Diário» da artista, que ela di­tou e o signatário escreveu, nas colunas de «A PROVÍNCIA», já não é uma desconhecida para o povo montijense.

O nosso público teve o ensejo de apreciar, pela primeira vez, o laiento de Maria Dulce ao lado do popularíssimo c o r r e d o r ciclista Alves Barbosa, através da recente produção cinematográfica «O ho­mem do dia» do Bloco Internacio­nal Filmes Alberto Ribeiro, reali­zado primorosamente por Henrique de Campos.

K, pois, d e s s a produção do cinema português, que parecia ter fenecido, mas o qual o cantor Alberto Ribeiro quer fazer sair do marasmo em que teui vivido ultimamente, que vamos dar uma resenha, colhida pelo signatário que teve o prazer de assistir à sua estreia, verificada no Cinema Roma, de Lisboa.

O bairro do Arieiro vestiu galas nessa noite de «première», que tomou foros de grande aconteci­mento. Com grandes projectores à porta, paia se poder film a r , não só a entrada dos intérpretes do «O homem do dia», que ali sc deslocaram tal como aconteceu no Eden dos Restauradores, como a do público que, logo às primeiras horas da noite, começou a afluir, tal como há trinta e poucos anos acontecia com as estreias das grandes companhias teatrais es­trangeiras nos principais teatros da capital.

Sala cheia, com lotação esgotada, o espectáculo começou, com ma­nifesta ansiedade do público que enchia aquele cinema, o mesmo tendo acontecido no Eden.

Com esta estreia do f i lm e p o r­tuguês, «O homem do dia», pri­meiro f ilm e realizado em m a- g noscòp io, em Portugal, podemos afirmar que a cinematografia lusi­tana reviveu horas de esplendor não verificadas desde há muito.

Este empreendimento deve-se à clarividente iniciativa do distinto cantor Alberto Ribeiro, produtor deste f ilm e , que, num momento de felicidade, soube rodear-se de valiosos elementos, tais como — o realizador Henrique de Campos, o operador João Moreira (na parte técnica), e dc um notável elenco do qual mais adiante daremos a respectiva resenha. Contudo, que remos aqui destacar a actriz Maria Dulce, há muito tempo afastada de Portugal, por terras de Espanha, onde fez cinema e teatro, o popu­lar corredor ciclista Alves Barbosa, que assim se estreou no cinema, e a vedeta internacional Elita Martos, que constituíram o naipe principal desta produção, tendo-se havido todos com brilhantismo.

Quanto ao elenco a que acima nos referimos, fazem parte do mesmo os seguintes artistas que, tendo já dado sobejas provas do seu valor, tanto no nosso teatro como no cinema nacional, ajuntaram assim mais louros aos seus talentos e deram mais brilho à referida p ro ­dução: o grande actor Alves da Costa, do nosso teatro declamado, Augusto Costa (Costinha) do nosso teatro ligeiro, Mário Pereira, Ca­milo de O l i v e i r a num papel cómico de rara felicidade, Rosinda Rosa, A r m a n d o Cortês, Silva Araújo, a actriz Fernanda de Sousa, Holbeche Bastos — um valor um tanto desprezado adentro do nosso teatro dramático e ligeiro, Celes­tino Ribeiro, António Palma e o corredor ciclista de fama, Pedro Polainas.

Contribuíram também para o êxito desta película os ciclistas : João Marcelino, Fernando Maltôs,

A n jo s

José Firm ino, Artur Coelho e António Graça.

Um m ilhar de figurantes cons­tituiu o movimento das massas.

Queremos destacar, — como dis­sem o s — neste autêntico aconteci­mento cinematográfico, a nossa compatriota Maria Dulce, cujo talento mais uma vez brilhou em prol da arte cinematográfica por­tuguesa, incarnando com maestria o difícil papel da jovem professora primária «Clara», ao qual impri- iniu todo o dramatismo da sua personalidade de grande artista que é. Elita Martos também de­monstrou grandes qualidades de

homem do dia», tem também qua­lidades para agradar ao público escolhido, mercê das suas qualida­des artísticas.

Quanto à técnica desta produção, devemos dizer que a fotografia e o som são esplêndidos, coisa rara no cinema português, e merece aqui especial menção a óptima montagem executada por Isabel de Sá, o que nos leva a crer que deixámos, finalmente, de ter de recorrer a técnicos estrangeiros para este trabalho tão delicado em matéria cinematográfica, do qual depende sempre o bom êxito

Da esq u erd a p a ra a d ire ita : A lues B a rb osa , M a ria Dulce, C o stin h a , E lita M artos, e C am ilo de O liveira

comediante, as quais nos prometem possibilidades em futuras produ­ções, aliadas às suas faculdades incontestáveis de exímia bailarina castiça e de apreciada cupletista.

O film e «O homem do dia» promete, pois, fazer carreira, não só pelos factores a que aludimos, como pelo assunto do seu argu­mento — a vida dos nossos «estra- distaso, — tão apreciada entre nós desde há longos anos, tudo ligado por uma intriga bem tecida e de interesse, que mantém o público num c r e s c e n d o incontestável. F ilm e para o grande público, «O

de uma película, por melhor que seja a sua factura.

As vozes melodiosas de Alberto Ribeiro, Elita Martos e Lina Ma­ria, com linda música de Jaime Mendes e Nuno Meireles, comple­taram o sucesso desta produção.

No final da exibição, Maria Dulce, Alves Barbosa, Costinha, Elita Martos, Alves da Costa, Al­berto Ribeiro, Camilo de Oliveira e o realizador Henrique de C a m ­pos subiram ao palco do luxuoso e confortável Cinema Roma, tendo sido alvos de calorosos e prolon­gados aplausos.

22 anos de actividade jornalística de

Foi pela «mão» do conceituado jornalista Luís Ferreira (T io Luís), que o nosso colaborador Ribeiro Nunes iniciou os seus passos nos jornais e na rádio (T ic-T ac) e (Rádio Sonora) em Maio de 193(i.

Desde então, jamais deixou de colaborar, quer escrevendo peças de teatro, romances, novelas, e contos, quer dispersando a sua actividade jornalística por vários jo rnais , nalguns coino simples anónimo, destacando: «O Século», «Diário Popular», «Gazeta do Sul»,

«Sempre-Pronto», « Jornal de S in ­tra», «A Província», «Voz de Por­tugal». «Os Marialvas», «Defesa Contra Incêndios», do Rio de J a ­neiro ; Boletim do Grupo Despor­tivo da «Companhia dos Telefo­nes», editor do jornal «Galos U ni­dos», « B o l e t i m da Liga des Bombeiros Portugueses», «Ecos de Belem», e tantos outros perió­dicos em que a sua acção só pre­tendeu e pretende elevar o nome de colectividades, — não esque­cendo a destacada campanha no jornal «Record» em prol dos c lu ­bes populares.

Na rádio, tem colaborado com Lança M o r e i r a n o programa « G o lo !» ; e, presentemente em «Algés em Marcha», com os seus judiciosos comentários locais, tem conquistado uma simpatia com o que muito nos congratulamos.

— 22 anos ao serviço da Im­prensa e da Rádio, que se come­mora em 5 de Maio, sempre no anonimato, é caso para recordar.

As nossas saudações sinceras ao querido amigo e distinto colabo­rador de «A Província»,

E s le n ú m e r o d e «A P r o ­

v i n c i a » fo i v i s a d o p e l a

C E N S U R A

S I N F O N I AE X C U R S IO N IS T A

Para combaterem «Os Mouros do Bairro Alto», que não são «Pi- tinhas» nem «Cegonhas», mas que usam «Panamás» e nas lapelas um «Malmequer», «Os Doutores sem Curso», que são «Solidários» e não são «Cravas» mas «Desejados», e muitos deles «Fidalgos da Cepa», alugaram «Os Corsários Negros», no qual flutuava um pavilhão «Verde-Rubro», e como bons «Na­vegantes» e «Compinchas», resol­veram logo de início que «Quem paga v a i . . . quem não paga fica», porque «Sem Destino» e «Conten­tes» a luta como «Fixes da Bar­roca» não pretenderam lá «Abe­lhudos», mas «Finórios» «Comba­tentes».

Para bordo dos «Corsários Ne­gros», e auxiliídos pelos «Foliões da Carris», que são «Rapiocas» e «Manos», c a r r e g a r a m «Sempre Alegres», para «Vamos a Ver» «Sem Destino»: «18 Garrafões», «10 Barris de Carnide», «Os Coe­lhos da Rocha», «Os Galos Uni­dos», «Os Galitos do Bom Porte», «5 Melros», «Os Cegonhas», colo­cando todos estes mantimentos no convés, onde os «Ratas do Oriente» e os «Ratas do Regueirão», «Ami­gos da Paródia» e «Corações Uni­dos», pretenderam assim deixar «Alcunhados» «Os Artilheiros da Pipa», que envergavam uns lindos «Capotes Brancos», «Branquinhos da Manhã», com umas «Caveiras» «Sempre Alegres» cedidas pelos «Amigos da Ronda», que são uns grandes «Tunas» e «Inimigos da Lei Seca»; mas os «Tarecos», como sempre, rondavam a acção.

Com os olhos fixos nos «Pátrias» «Amigos da Nossa Terra», nada «Atrasados», estes «Leões da Es­trela», «Leais da Barroca», mais conhecidos pelos «Sem Destino» ou «Os 6 Papa Almoços», íntimos dos «28 Amigos do Barata», «Uni­dos da Liberdade», «Os Catiti- nhas», sem perderem a «Lata e Linha», antes pelo contrário, «Ca­tivantes» e « D e s e j a d o s » pelos «Sempre Fixes da Fé», largaram «Bem Dispostos» para combaterem «Os Amigos da Praia», que não são «Manatas» nem «Mentirosos».

E l a s . . . e Nós La-li-Ió, todas «Garrafinhas», viram partir «Os Bondosos», «20 Amigos Capricho­sos», ostentando nos seus vestidos «Os Cravos de Campo de Ourique», ficando ao seu lado «Os Melros», mais con heci ios pelos «10 Al­cunhados da Mouraria», «Amigos da Paródia», como «8 Entendidos» de braço dado com os «15 Patrí­cios».

J á ao largo, «Os Fidalgos do Copo», empunhando «Garfos Dou­rados» dos «Gastrónomos da Ama­dora», afirmavam que «Está em Discussão» «Os Amigos do Ben­fica», e como «Parafusos» preten­deram, como «Unidos», derrotar «Os Rápidos do Atlético», os «B e­lenenses do Casal», afirmando que «Por Bem Vamos ao Fim».

Valeram neste conflito «Os Ra- patanas», que são « G a n s o s da Serra», «Vamos a Ver», «Ainda bem que te encontrei», limpando estes «Bichinhos de Seda» que todos «Os Fins de Ano» se fazem «Mal­criados».

Como «Leais Amigos» e «Ami­gos da Paz», que são «Sinceros» surgiram de S. Cristóvão, da Sé' da Graça, da Mouraria, e do liar. reiro « O s M a r i a l v a s » , que sj0 «Catedráticos do Fado», com lin. das «Flores do Campinho», quais fizeram regressar «Os liara, lhas» ao ponto da partida.

E aqui termina, amigo leitor, uma sinfonia dalguns nomes de g r u p o s de excursionistas que abundam no nosso país. Da histó­ria, se nada compreendeu, tenha paciência, que nem n ó s . . .

R i b e i r o N u n es

monuEi MíDfiJovem d e d ic a d o ao saiu. j

ta r desporto que è a Nata­ção, jo rn a lis ta da m odali­d a d e, em que tem dado p ro v a s do seu sa b e r e in­te lig ê n c ia ,d e le publicam os hoje, com o apresentação, um «a p on ta m en to » sobre essa m o d a lid a d e . B om se­r ia com a a ctiv id a d e deste n osso bom a m igo, a moda­lid a d e fo sse enriquecida sob re iod os os seu s aspec­tos.

«Natação» será m a is uma ru b rica d o n o sso jornal, que luta sem cessa r em p ro l de tudo quanto de belo se im a g in e e se rea­l i z e — p a r a um Portugal melhor.

R. N

N A T A Ç Ã OPela primeira vez que o meu|

nome aparece por intermédio jornal «A Província» junto vós, é com o propósito de vos| dizer o que é a Natação :

— A natação é um desporto i lutar e higiénico e dos mais coral pletos, pois durante a sua práticil todos os músculos do corpo s<| movimentam.

T e m uma grande vantagem bre todos os outros desportel pois pode ser praticado em pisai nas, no mar, nos rios, lagos, enfiml em todos os locais em que exislil água, quer esta seja doce ou sal| gada.

É um desporto que lá fora j>| está bastante divulgado, como,p< exemplo, na Austrália, onde pre-i sentemente é o n ú m ero um. felizmente, entre nós a sua divul-l gação ainda não está dév í̂lamenltl feita, e esta é uma das razões q«| me leva a passar a estar regulai'! mente junto de vós, que sois uniil população ribeirinha, e por íssftl quando devidamente inteirado® do que é este desporto e quais s ' r os seus actuais valores nacional'! estou certo de que tomareis gosH| e entusiasmo por ele.

Até b re v e !M a n u e l Lima

“O S O U T R O S ”E os outros diziam. E a moça chorou. . ,

E os outros mentiam . . . E a moça chorou. . .

E os outros calaram...E a moça chorou.. .

E os outros amaram , E a moça chorou . . .

E quem dá agora à moça Esse amor que se afastou?

E d u a rd o E stu /a n o

f'drddvsiééCl