a ciência tem cor

28
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO. CAMPUS FRONTEIRA OESTE /PONTES E LACERDA– MT SEMANA DE CONSCIÊNCIA NEGRA – 2014 PROFESSOR: ADNALDO BRILHANTE

Upload: ifmt-pontes-e-lacerda

Post on 07-Feb-2017

38 views

Category:

Education


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: A ciência tem cor

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE MATO GROSSO.CAMPUS FRONTEIRA OESTE

/PONTES E LACERDA– MTSEMANA DE CONSCIÊNCIA NEGRA

– 2014PROFESSOR: ADNALDO

BRILHANTE

Page 2: A ciência tem cor

CIÊNCIA TEM COR?

Page 3: A ciência tem cor

O que é Ciência?

Existem vários conceitos que reafirmam o que é ciência contudo todos tem a mesma ideia.

Page 4: A ciência tem cor

Segundo do dicionário Priebam ciência: (latim scientia, -ae, conhecimento, saber, ciência) substantivo feminino, 1. Conjunto de conhecimentos fundados sobre certos princípios. 2. [Figurado] Saber, instrução, conhecimentos vasto "ciência",

O que é Ciência?

Um cientista passa ser o homem ou a mulher da ciência, aquele que produz o conhecimento cientifico e/ou o utiliza para algo.

Page 5: A ciência tem cor

A ciência tem cor?

A ciência, em seu principio universal, não tem cor. Todo conhecimento é para a humanidade sem discriminação de sexo ou opção sexual (homem e mulher; Heterossexual e homossexual), classe social e cor (pobres e ricos; brancos, negros e amarelos). Mas como o ser humano entende que é melhor excluir do que incluir, os produtores de conhecimento também excluem!

Page 6: A ciência tem cor

A frase que está no título destes slides foi dita por Ernane José Xavier Costa, pesquisador do Departamento de Ciências Básicas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP de Pirassununga (SP) Ao dizer que a ciência no Brasil tem cor, o pesquisador complementa: “E é branca, feita por brancos e para brancos”.

A ciência tem cor?

Page 7: A ciência tem cor

A constatação do pesquisador de fato tem se verificado na realidade. Se olharmos para as grandes universidades e centros de pesquisas tecnológicos no Brasil, dificilmente encontraremos um negro. Este fato, longo de querer incitar qualquer argumento ou atitude racista, apenas mostra como se materializam as divisões históricas plantadas na constituição social e racial brasileira.

A ciência tem cor?

Page 8: A ciência tem cor

A ciência tem cor?Segundo o mesmo autor “A pobreza, a ausência de

políticas públicas e o racismo impedem o acesso dos negros a cursos de maior prestígio, à pós-graduação e à carreira científica (...) telefone celular, ar-condicionado, elevador, geladeira...Indispensáveis, esses itens são parte de uma extensa lista de invenções e descobertas de cientistas negros. São tantas que a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada à Presidência, resolveu promover algumas delas no estande montado na Esplanada dos Ministérios, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em outubro.

De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, nos últimos dez anos a produção científica nacional cresceu 200%, passando de 10 mil para mais de 30 mil estudos publicados em revistas especializadas internacionais. Mas a população afrodescendente não é contemplada por esse salto.

Page 9: A ciência tem cor

A ciência tem cor?Por que disso em alguns pontos

01 – Marginalização dos Povos juntamente com a cultura O desenvolvimento da ciência vinha da Europa que tinha herdado a cultura Helênica e Romana (estes tinham de importante o seu esmero cultural). Além de se ter o domínio tecnológico no final da idade média todo aquele que fosse Mouro (de pele mais escura) não era considerado civilizado, com isso sua cultura era descartada.

02 – Desvantagem tecnológica As culturas que não eram as “brancas europeias” era consideradas bárbara, por isso no inicio da idade moderna os países com este domínio resolveram dominar politicamente, socialmente e culturalmente os sem tecnologia em lugares como África e América. Os povo nativos não possuíam tecnologia que os Europeus tinham sendo facilmente dominados.

Page 10: A ciência tem cor

A ciência tem cor?03 - Discriminação genética A falsa crença de que uma cor (genética superior) é mais inteligente do que a outra. Esse fato se concretizou com a escravidão negra no mundo. Pense no seguinte você é levado de fora do seu país não fala “bulufas” da língua dos caras e eles ainda querem que você os entenda? E foi assim no mundo moderno. Dai o frase como “Todo negro é burro” surgiram.

No século XIX houve uma tentativa científica para explicar a superioridade racial através da obra do conde de Gobineau, intitulada Essai sur l'inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas). Nesta obra o autor sustentou que da raça ariana nasceu a aristocracia que dominou a civilização europeia e cujos descendentes eram os senhores naturais das outras raças inferiores.

Page 11: A ciência tem cor

A ciência tem cor?04 – A falta de Oportunidade A ciência nasce nas universidades. Como o sistema acadêmico (introdução à vida cientifica) se inicia com processos de seleção , onde não se está preocupado em conferencia de conhecimento, mas em determinar a crença de aptidão. Nesse ponto a população mais pobre, que depende do governo para o aprendizado em escolhas publicas, fica desfavorecida, sendo está constituída por, em sua maioria, negros e/ou descendentes de negros. O sistema educacional, políticas curriculares e bases teóricas que fundamentam a produção cientifica no Brasil são construídas a partir de bases e referencias eurocentradas, não respeitando a diversidade étnica que compõe a realidade da população brasileira.A presença cada vez maior e efetiva de negros e negras na universidade pública brasileira, para nós, é positiva, imprescindível e estratégica para combater o racismo e fortalecer o processo democrático. Um preceito a ser percebido é a função da ciência, contudo as ideias de exclusão pode utilizar o conhecimento cientifico para dar embasamento ou até mesmo ênfase.

Page 12: A ciência tem cor

A ciência tem cor?05 – A Ciência representa os ideais de seus produtores Como todas as coisas na vida humana a ciência é uma ferramenta para se aumentar o conhecimento, porem como toda ferramenta ela pode ser manipulada às ideologias dos cientistas.

O Racismo Científico tem registro desde os primórdios da teoria da evolução humana de Charles Darwin, quando atestava a existência de raças inferiores e que poderiam ser capazes de evoluírem com o passar dos tempos.

Page 13: A ciência tem cor

Uma universidade que, aliando a prática pedagógica e a produção do conhecimento científico, não se ativer ao novo momento histórico que vivemos, diferente e desafiador e que cada vez mais reclama para si a busca pelo fortalecimento da democracia, não terá êxito na sua missão de transformação e contribuição para a instauração de uma nova consciência e fortalecimento da cidadania. A efetiva presença dos negros e negras na universidade pública garantirá um redirecionamento no processo de produção cientifica.

A ciência tem cor?

Page 14: A ciência tem cor

A ciência tem cor?Já o naturalista francês Buffon pensou, ainda no século XVIII, na ideia de degeneração, que seria amplamente usada em meados do século seguinte para se discutir as misturas raciais, sobretudo no Brasil. Segundo ele, se não existisse o fato de que o negro e o branco podem “Produzir juntamente haveria duas espécies distintas; o negro estaria para o homem como o asno para o cavalo, ou antes, se o branco fosse homem, o negro não seria mais homem, seria um animal à parte como o macaco”.

Page 15: A ciência tem cor

Essas teorias foram amplamente difundidas através do cientificismo na Europa, cujo discurso científico “recebeu largo espaço no Brasil, questionando e disputando espaços inclusive com a religião e a Igreja, até então grandes fontes dos discursos fechados ”e“ competentes da época”, afirma o pesquisador da Universidade Federal de São João del-Rei, (UFSJ), no artigo Racismo científico: O legado das teorias bioantropológicas na estigmatização do negro como delinquente, Flávio Raimundo Giarola.

A ciência tem cor?

Page 16: A ciência tem cor

A ciência tem cor?Produções científicas como essas que foram fundamentais para a disseminação do racismo no Brasil. Algumas delas foram e tiveram ênfase na palestra Zoológicos humanos. Exibições antropológicas dos séculos XIX e XX, no contexto de um tratamento sobre o racismo científico, proferida pelo doutor em Biologia pela Universidad Autónoma de Madrid, Juanma Sánchez Arteaga (Ihac-Ufba), no primeiro Café Científico Salvador de 2014, realizado na Biblioteca dos Barris.

Na apresentação, o pesquisador mostrou que durante todo o século XIX e até quase completar a primeira metade do XX, numerosos países Europeus e Americanos e também no Brasil organizaram diversas “exposições antropológicas de caráter ‘científico’, nas quais membros nativos de diferentes comunidades indígenas, especialmente transportados desde suas terras para participar em tais eventos, foram exibidos publicamente com uma intenção educativa”, afirma Arteaga.

Page 17: A ciência tem cor

A ciência tem cor?A partir dessa forma de popularização da ciência, equivocada e excludente, existia uma forte animalização dos nativos implícita em muitos desses shows, que algumas vezes eram realizados em parques zoológicos, e exibidos em gaiolas junto com animais. “A ciência tem responsabilidade enorme, com suas teorias, na legitimação do racismo, que não é a sua função” (Arteaga)Para que essas práticas possam ser

repensadas e não disseminadas dentro dos espaços científicos é preciso que as universidades e centros de produção da ciência pensem seu desenvolvimento, levando em consideração a realidade cultural do local em que estão inseridos. O pesquisador reforça ainda que o racismo científico, que exclui os negros das academias e os marginaliza dentro dela acontece no mundo inteiro.

Page 18: A ciência tem cor

A ciência tem cor?Este vídeo ficou bem conhecido na Internet pelos fatores apresentado. Temos uma “mesa redonda” entre cientistas (os cientistas apresentam suas teorias e discutem a respeito delas ou dado tema que a organização escolhe sobre ciências), compondo está mesa está Neil DeGrasse Tyson, cientista negro, um famoso astrofísico que responde uma pergunta capciosa da plateia.

Page 19: A ciência tem cor

A ciência tem cor?

Arteaga ainda diz: “O que quero é suscitar reflexões concernentes tanto à popularização da ciência quanto à educação em ciência, em especial quanto aos valores ideológicos subjacentes ao conhecimento científico e aos processos de alterização que tem conduzido à marginalização, estigmatização e inferiorização de numerosos grupos humanos ao longo da história das ciências. Nós cientistas deveríamos fazer muito mais.”

Page 20: A ciência tem cor

E Ciência para os Negros?Se tornou algo difícil, mas com toda a luta vários Negros e Negras construíram sua historia na ciência com muito esforço e dedicação.

Page 21: A ciência tem cor

Negros que venceram o preconceito e todas a dificuldades e se tornaram

cientistas!Em 1923 Garret Augustus Morgan, inventor afro-estadunidense nascido em Kentucky, patenteou o semáforo automático. Alexander Miles

Elevador

C.J.Walker: Artefatos para

cuidar dos cabelos

Page 22: A ciência tem cor

Negros que venceram o preconceito e todas a dificuldades e se tornaram

cientistas!Alice Parker, fornalha de

aquecimento;

Charles Drew, preservação

estocagem de sangue, implantou o primeiro banco de sangue do mundo

Dr. Daniel Hale Williams, executou a

primeira cirurgia aberta de coração

Page 23: A ciência tem cor

Negros que venceram o preconceito e todas a dificuldades e se tornaram

cientistas!Elbert R.

Robinson, bonde elétrico

Dr. Ernest E. Just, fertilização e a

estrutura celular do óvulo. A primeira

visão no mundo da arquitetura humana

ao explicar como trabalham as

células;

John Standard: geladeira;

Page 24: A ciência tem cor

Negros que venceram o preconceito e todas a dificuldades e se tornaram

cientistas!Dra. Patricia E. Bath, dispositivo laser para cirurgia de cataratas

Sarah Boone, tábua de passar roupas;

Frederick Jones, ar condicionado

Page 25: A ciência tem cor

Outros Cientistas Negros# Jan E. Matzelinger, máquina de colocar solas nos sapatos;# Joseph Gammel, sistema de supercarga para os motores de combustão interna;# Lee Burridge, máquina de datilografia;# Lewis Howard Latimer, filamento de dentro da lâmpada elétrica;# Lloyd Quarteman, primeiro reator nuclear na década de 1930;# Lloyde P. Ray, pá de lixo;# Lydia O. Newman, escova para pentear cabelos femininos;# McCoy, sistema de lubrificação para máquinas a vapor;# Dr. Philip Emeagwali, computador mais rápido do mundo, 3,1 bilhões de cálculos por segundo, possibilitando estudar o aquecimento global, as condições do tempo e determinar como o petróleo flui sob a terra; # Percy L. Julian, o desenvolvimento do tratamento do mal de Alzheimer e do glaucoma;# Philip Downing, caixa de correio;# Raphael E. Armattoe, encontrou a cura para a doença do verme da água da Guiné com sua droga Abochi;# Richard Spikes, inventou o Cambio automático (a mudança automática de marchas); # Roberto E. Shurney, pneumáticos de malha de arame para o robô da Apolo XV;# Thomas W. Stewart; esfregão para limpar o chão;# W. A. Lovette, prensa de impressão avançada;# John Burr, máquina de cortar grama;# William Berry, máquinas de carimbo e cancelamento postal;# William Hinton, primeiro manual médico sobre a sífilis.

Page 26: A ciência tem cor

ConclusãoMesmo existindo varias teorias (falsas) sobre a

genética dos seres humanos, a própria ciência desmente isso. Não existe raças humanas e sim uma única raça humana no mundo. Somos semelhantes, contudo cada ser é um exemplar único, que não pode ser considerado superior ou inferior porque todos possuem a mesma capacidade física e intelectual, mesmo sendo negro, amarelo ou branco. O que difere será as escolhas que nos compete e as oportunidades em cada sociedade que para os negros são poucas.

O que compete à ciência/cientista não é julgar a superioridade ou inferioridade do individuo e sim a busca da compreensão de todo conhecimento e o crescimento da coletividade da própria humanidade. Mesmo hoje a ciência ser branca (pelo preconceitos que os cientistas, em sua maioria, possuem ) a luta do negro, do amarelo e do próprio branco é que a ciência seja universal para todos no planeta, sem distinção alguma somente a coletividade.

Page 27: A ciência tem cor

Referencias Bibliográficas [1] http://amaivos.uol.com.br/amaivos2015/?pg=noticias&cod_canal=44&cod_noticia=151 97[2] http://blogueirasnegras.org/2014/03/06/racismo-disfarcado-de-ciencia/[3] http://luisrodrigues4.blogspot.com.br/2015/04/a-ciencia-e-o-problema-do-racismo.html[4] http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2015/07/o-racismo-cientifico-da-teoria-pratica.html[5] http://www.almapreta.com/o-quilombo/racismo-e-ciencia[6] http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&artigo_id=1134[7] http://www.brasilpost.com.br/2015/07/23/ciencia-racismo_n_7853830.html[8] http://www.ceert.org.br/noticias/participacao-popular/9608/racismo-e-ciencia[9] http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/o-lado-sujo-da-ciencia-e-a-consolidacao-do-racismo-cientifico/[10] http://www.ibamendes.com/2009/12/ciencia-racismo-e-reconceito.html[11] http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/53/a-cor-da-ciencia[12] http://www.vvale.com.br/artigo/artigo-racismo-ciencia/[13] https://glaucocortez.wordpress.com/2010/11/18/ciencia-e-tecnologia-no-brasil-tem-cor/?iframe=true&preview=true[14] https://pt.wikipedia.org/wiki/Racialismo

Page 28: A ciência tem cor

Fim