a cidade compacta

119
PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO GUSTAVO LUIZ MESTRINER A CIDADE COMPACTA E OS PROJETOS URBANOS CONTEMPORÂNEOS INVENTÁRIO ANALÍTICO DE ESTUDOS DE CASO EM VAZIOS URBANOS EM ÁREAS CENTRAIS Orientador: Profº Carlos Leite de Souza São Paulo 2008

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artigo sobre a cidade, planejamento urbano, vazios urbanos

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  • I 1 I

    PROGRAMADEPSGRADUAOEMARQUITETURAEURBANISMO

    MESTRADOEMARQUITETURAEURBANISMO

    GUSTAVOLUIZMESTRINER

    ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOSINVENTRIOANALTICODEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS

    Orientador:ProfCarlosLeitedeSouza

    SoPaulo2008

  • I 2 I

    GUSTAVOLUIZMESTRINER

    ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS.INVENTRIOANALTICO

    DEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS

    DissertaoapresentadaCoordenaodoProgramadePsgraduaoem

    ArquiteturaeUrbanismodaUniversidadePresbiterianaMackenziepara

    obtenodottulodeMestreemArquiteturaeUrbanismo.

    Orientador:Prof.Dr.CarlosLeitedeSouza

    SoPaulo

    2008

  • I 3 I

    Mestriner,GustavoLuiz.

    ACidadeCompactaeosProjetosUrbanosContemporneos.InventrioAnalticodeEstudosdeCasosemVaziosUrbanosemreasCentrais/GustavoLuizMestriner.SoPaulo,2008.

    119f.;30cm.

    Dissertao(MestradoemArquiteturaeUrbanismo)UniversidadePresbiterianaMackenzie,2008.1.Cidadecompacta.2.Projetosurbanos.3.Desenvolvimentourbanosustentvel.

  • I 4 I

    GUSTAVOLUIZMESTRINER

    ACIDADECOMPACTAEOSPROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS.INVENTRIOANALTICO

    DEESTUDOSDECASOEMVAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS

    DissertaoapresentadaCoordenaodoProgramadePsgraduaoem

    ArquiteturaeUrbanismodaUniversidadePresbiterianaMackenziepara

    obtenodottulodeMestreemArquiteturaeUrbanismo.

    BANCAEXAMINADORA

    Prof.Dr.CarlosLeitedeSouzaUniversidadePresbiterianaMackenzie

    Prof.Dr.JosMagalhesJuniorUniversidadePresbiterianaMackenzie

    Prof.Dr.BrunoRobertoPadovanoUniversidadedeSoPaulo

  • I 5 I

    minhaesposa

  • I 6 I

    AGRADECIMENTOS

    MeusreaisagradecimentosaoMackenzie,pelaestruturadeseucorpodocenteeadministrativo,

    paraaodesenvolvimentoslidodeseusalunosemsuaspesquisas.

    ACAPES,pelabolsadeestudoparcialpropiciada,aoMackenziepelacomplementaoda

    mesma,eaoMackpesquisa,peloapoionapublicaodomaterial.Semeles,estetrabalhono

    teriasidorealizado.

    AoProf.Dr.CarlosLeite,peloapoio,pelaclarezanadefiniodoscaminhosquepoderiamser

    tomados,peloauxlionaconstruodoconhecimento,epelasuadedicaoparacomseus

    orientandos.EaoGrupodePesquisaProjetosUrbanosContemporneos,pelariqueza

    bibliogrficaofertada.

    Prof.Dra.GildaColletBruna,peloincentivo,quandomeorientounagraduao,abuscara

    psgraduao.

    minhaesposanovamente,peloamorincondicional,peloincentivo,peloapoioepela

    compreensonagraduao,naespecializao,eagoranomestrado.

    Aosmeuspais,pelocarinhoepeloincentivosemprepresente.

  • I 7 I

    minhafamlia,emespecialsmestrandasVivianeLilian(minhaesposaeminhacunhada),por

    compartilhardamesmaexperinciadeumapsgraduao.

    Aosmeusamigosdesala,emespecial,CamilaOliveira,RechileneMaiaeRicardoCacoRamos.

    sminhasirms,meusobrinho,eaosmeusamigoseparentesquetiverampacinciae

    compreensopelaminhaausncia.

    Eatodasaspessoasquecolaboraramparaaefetivaoerealizaodestemestrado,eporfim,

    destapesquisa.

  • I 8 I

    RESUMO

    Cidadespelomundointeiropassamporumprocessodemutaourbanajamaisvisto.Osdados

    dodesenvolvimentosubstancialdemogrficonascidades,somadosaosxodosurbanos

    oriundosdaszonasruraissoascausasdoinchao,eposteriorespraiamentourbanoexplosivo

    causadonascidades.

    Nesteprocesso,avalorizaodaterranoscentrosurbanoseoincentivofiscaledemodeobra

    maisbaratanascidadesvizinhas,fezcomqueasgrandesindstriassedeslocassemdoscentros

    urbanos,deixandograndesreasobsoletas.Poroutrolado,ascidades,inicialmentecriadaspara

    acelebraodavida,eparacelebraroquetemosemcomum,hojesopoosdrenantesde

    recursosenergticos,ediretaeindiretamente,amaiorfontepoluidoradoplaneta.

    Destaforma,osnovosprojetosurbanosdevemlevaremconsideraoessarealidadecomplexa,

    paraentoatendercertosprincpioscontemporneos,comoodesenvolvimentourbano

    sustentvel,reestruturaoprodutivaeosambientesdepesquisaeinovaotecnolgicae

    biotecnolgica.Paratanto,agnciasdedesenvolvimentoforamcriadasparaconciliaros

    interessespblicoseprivadosenvolvidos.Nessecontexto,utilizamosoconceitodacidade

    compacta,comobaseconceitualdestapesquisaluzdosprojetosurbanoscontemporneosem

    vaziosurbanosemreascentrais.Paracontextualizar,buscamososestudosdecaso,

  • I 9 I

    construindouminventrioanalticodasobrasselecionadas,commaioresdetalhamentose

    sempreosrelacionandonossarealidadeecontextolocais.

    Palavraschave:Cidadecompacta.Projetosurbanoscontemporneos.Vaziosurbanos.

    Desenvolvimentourbanosustentvel.

  • I 10 I

    ABSTRACT

    Citiesallovertheworld,gothroughaprocessofurbanchangingneverseenbefore.Datafrom

    greatdevelopingpopulationincities,addedwiththeurbanexodusfromruralareas,arethe

    causesofswelling,andlater,anexplosiveurbansprawllingcausedincities.

    Inthisprocess,thelandappreciationinurbancentersandtaxincentivesandthecheaperlabor

    inneighboringtowns,madethatbigindustrieschangefromurbancenters,leavingtheobsolete

    largeareas.Ontheotherhand,thecities,originallycreatedforthecelebrationoflife,andto

    celebratewhatwehaveincommon,todayaredrainingenergyresources,andthemostpolluting

    sourceoftheplanet.

    Thenewurbanprojectsshouldconsiderthiscomplexreality,thenlookforsomecontemporaries

    principles,suchassustainableurbandevelopment,productiverestructuring,theenvironments

    ofresearchandtechnologicalinnovationandbiotechnology.Todoso,developmentagiencies

    havebeencreatedtoconciliatethepublicandprivateinterests.Weexploretheconceptof

    compactcity,inthelightofcontemporaryurbanprojectsinwastelandsincentralareas.To

    context,weselectedsomecasestudies,buildingananalyticalinventoryandalwaysrelating

    themtoourcontextandreality.

    Keywords:Compactcity.Contemporariesurbanprojects.Wastelands.Sustainableurban

    development.

  • I 11 I

    LISTADEILUSTRAES

    Figura1ExposionoTateModern 22

    Figura2Astrsmaioresrepresentaesfinanceirasnummapamundi

    invertido,formandoyes 28

    Tabela1Rankingeclassificaoquantoaondicedecompetitividade

    entrenaes 29

    Tabela2Distribuiosetorialdosinvestimentosestrangeirosdiretosrelativos

    aospasesdeorigensedestinosdestesinvestimentos,19702003 30

    Tabela3EstoquedeIEDnoBrasil,participaoestrangeiratotal,distribuio

    poratividadeeconmicaprincipal,base2000 31

    Figura3FotodesatlitedamanchaurbanadeSoPaulo 32

    Figura4Ascidadescomopontosestratgicos 33

    Figura5Cabosdefibrapticasubmarinosemuso 34

    Figura6Ascidadesglobais,segundooGaWC 36

  • I 12 I

    Figura7SoPaulo 37

    Figura8OterritriofragmentadodeSoPaulo 39

    Figura9AntigasreasindustriaisdeBarcelona 40

    Figura10PotsdamerPlatz 41

    Figura11LondonDocklandsDevelopmentCorporation,primeiroprogramade

    regeneraourbanaemvaziosurbanosdoReinoUnido,criadoem1981 42

    Figura12ClusterurbanoemBarcelona 43

    Figura13ClusterurbanoemSoFrancisco 44

    Figura14Crescimentopopulacionalmundialnasreasurbanas 46

    Figura15e16Oespraiamentourbanoamericano.CidadedeMiami 47

    Figura17ApoluioatmosfricaemSoPaulomataindiretamenteoitopessoas

    pordia,ereduzemdoisanosaexpectativadevidadoshabitantes 48

    Figura18SistemadebicicletaspblicasemBarcelona,quevisaa

    metadedespoluiodacidade 49

    Figura19LaRambla,emBarcelona,modelodeespaopblico multifuncional

  • I 13 I

    queproporcionaariquezadoencontro,doinesperado 50

    Figura20Usosmistoscompactoscriansdereduodejornadas,ecriam

    vizinhanasmaisatraentesesustentveis 51

    Figura21FotoexpostanoTateModern:SoPauloemSizeandDiversity.

    ContrasteentreParaispoliseMorumbi.SoPaulo 52

    Figura22SerradaCantareira,emSoPaulo.readeproteoambiental

    invadidapeloespraiamentourbano 53

    Figura23e24Amanchacentralmarcaaprojeoqueapopulaoda

    metrpoleinteiraocupariaseadensidadefosseigualadaFavela

    Paraispolis,queatingeemalgunspontos1.000hab/ha 54

    Figura25FotoexpostanoTateModern.SoPauloemSizeandDiversity.

    Copan,emSoPaulo 55

    Figura26Docklandsantesdoprocessoderegeneraourbana 57

    Figura27VaziosurbanosnobairroPlobenou,emBarcelona 58

    Figura28VaziosurbanosemMontreal 59

  • I 14 I

    Figura29VaziosurbanosemParis(1989) 61

    Figura30Docklandsemtransformao 63

    Figura31DiscussosobreosprojetosemMissionBay 64

    Figura32Prdioondeficainstaladaaagncia22@emBarcelona 65

    Figura33CampusdebiotecnologiadaUniversidadedaCalifrnia,emMission

    Bay,SoFrancisco 66

    Figura34CampusdaUniversidadedeBarcelonaemumedifcioindustrial

    reconvertido,nobairroPoblenou,emBarcelona 67

    Tabela4Melhorescidadeseuropiasparaexpansodenegcioseinvestimento 68

    Tabela5Melhorescidadeseuropiasemtermosdequalidadedevida

    paraempregados 69

    Tabela6Rankingdascidadesnoeuropiasondeasempresas investiriam 70

    Grfico1Cidadeseuropiasquemaisinvestememsimesmas 71

    Figura35BatteryParkCity,Manhatan,NovaIorque 72

    Figura36PotsdamerPlatz,Berlim 73

  • I 15 I

    Figura37Euralille,emLille 74

    Figura3822@,emBarcelona 75

    Figura39ValedoSilcio,regiodaCalifrnia 77

    Figura40reasderedesenvolvimentodeSoFrancisco. 78

    Figura41LaboratriodaUCSFemMissionBay 79

    Figura42ProjetodeDesenvolvimentodeMissionBay(geral) 80

    Figura43Alinhaamarelademarcaareadeinterveno,ealinhavermelha

    demarcaareadeimplantaodaUCSF 81

    Figura44CentrodevisitaodaCatellusnareadeinterveno 81

    Figura45Padresdeocupaoevolumetria 82

    Figura46Usodasquadras.PlanodeRedesenvolvimentoMissionBayNorte 82

    Tabela7Padresdeocupao,porzoneamento 83

    Figura47ZoneamentodoPlanodeRedesenvolvimentoMisssionBaySul 83

    Figura48ProjetourbanoparaoCampusdaUCSF 84

    Figura49CentrodeTecnologiaGentica 85

  • I 16 I

    Figura50CentrodeTecnologiaGentica 85

    Figura51,52,53e54CampusCentroComunitriodaUCSF 86

    Figura55MetrdesuperfcieemMissionBay 87

    Figura56LinhademetrqueligaMissionBayaocentrodeSoFrancisco 87

    Figura57RotasdepedestreseCiclovias 88

    Figura58EspaopbliconocampusdaUCSF 89

    Figura59Montreal,emdestaqueCitMultimdia 90

    Figura60LocalizaodasprincipaisreasdeMontreal 91

    Figura61Vaziourbano,espaosdesutilizados 92

    Figura62Espaoemtransformao 93

    Figura63EdifcioconstrudoemCitMultimdia 94

    Figura64EdifcioreconvertidoemCitMultimdia 94

    Figura65Motorola,umadasempresasaseestabalecernarea 95

    Figura66Implantaodareaediversosusos 96

    Figura67VistaareadeMontreal 97

  • I 17 I

    Figura68e69VistaexternaeinternadeumdosedifciosdaCitMultimdia 98

    Figura70CanalLachineapssuarevitalizao 99

    Figura71e72ArevitalizaodoCanalLachineeacriaodeciclovias 100

    Figura73TranformaodoterritriodePoblenou 101

    Figura74VistaareadobairroPoblenou,emBarcelona 102

    Figura75Projetoquedemarcaasquadrasdeintervenonareadobairro

    Poblenou,emBarcelona 103

    Figura76Projetodeumedifcioemumadasquadras 104

    Figura77PrdiodaTsystems,construdoem22@ 105

    Figura78Plantadeinfraestruturasasereminstaladas 106

    Figura79Instalaodenovasinfraestruturas 107

    Figura80e81Prdiosresidenciaiseparquelinear 109

    Figura82e83AvenidaDiagonal 110

    Figura84VistadoparquelinearedaorlamartimadeBarcelona,aotrminoda

    AvenidaDiagonal 110

  • I 18 I

    Figura85CatlogodopatrimnioarquitetnicodePlobenou 111

    Figura86SkylineformadopelasgruaseguindastesemPlobenou 112

    Figura87e88Antigosprdiosindustriaisreconvertidos 113

  • I 19 I

    LISTADEABREVIATURASESIGLAS

    LDDC LondonDocklandsDevelopmentCorporation(Agenciadedesenvolvimentodos

    PortosdeLondres)

    USFC UniversitySanFranciscoCampus(CampusdaUniversidadedeSoFrancisco)

    TAV TremdeAltaVelocidade.

    MPGM ModificaodoPlanoGeralMetropolitano.

    PGM PlanoGeralMetropolitano.

    PEI PlanoEspecialdeInfraestruturas.

    TIC TecnologiadaInformaoeComunicao.

    CIAM CongressoInternacionaldeArquiteturaModerna

    SFRA SanFranciscoRedevelopmentAgency(AgenciadeRedesenvolvimentodeSo

    Francisco)

    CDTI CentrodeDesenvolvimentodeTecnologiadaInformo

  • I 20 I

    SUMRIO

    pag.

    1 INTRODUO 22

    2 CONCEITUAO

    2.1 Cidadesesociedadesinformacionais 27

    2.2 Regeneraourbanaereestruturaoprodutiva 39

    2.3 Acidadecompactaeodesenvolvimentourbanosustentvel 46

    3 PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS:CONTEXTUALIZAO

    3.1 Vaziosurbanosemreascentrais 57

    3.2 Opapeldasagnciasdedesenvolvimentourbano 63

    3.3 Projetosurbanoscontemporneos 72

    4 ESTUDOSDECASO:INVENTRIOANALTICO

    4.1 MissionBay,SoFrancisco,EUA

    4.1.1 Introduo 77

    4.1.2 Aagnciadedesenvolvimento 80

    4.1.3 ProjetosUrbanos 82

    4.1.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 87

  • I 21 I

    4.2 Citmultimdia,Montreal,Canad

    4.2.1 Introduo 90

    4.2.2 Aagnciadedesenvolvimento 93

    4.2.3 ProjetosUrbanos 96

    4.2.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 99

    4.3 22@,Barcelona,Espanha

    4.3.1 Introduo 101

    4.3.2 Aagnciadedesenvolvimento 105

    4.3.3 ProjetosUrbanos 108

    4.3.4 Desenvolvimentourbanosustentvel 111

    5 CONCLUSES 114

    6 BIBLIOGRAFIA 115

  • I 22 I

    1.INTRODUO

    EmLondres,nagaleriadeartemodernaecontemporneaTateModern,ondeseencontrava

    umaexposiochamadaGlobalCitydiscutiuseeforamexpostososdadoseestatsticas

    demogrficaseurbanasdasdezmaioresmetrpolesdomundo,entreelas,SoPaulo.Evrias

    perguntasforamcolocadasdemodoarefletircomo

    essasmetrpolesvosecomportarnosprximos

    cinqentaanos,aoabsorververdadeirosxodosrurais,e

    indiciesdemogrficossubstanciais.Naentradaprincipal,

    aespeculaointrodutriaera:Hcemanos,apenas

    10%dapopulaomundialviviamemcidades.

    Atualmente,somosmaisde50%,eat2050,seremos

    maisde75%.1

    Somamosaisso,ocrescimentoabsurdodapopulao

    mundialnosdoisltimossculos(de1bilhopara7

    bilhesdehabitantes),ejvisualizamosoimpactoqueo

    1 Emvisitafeitaemjulhode2007peloautor.Disponveltambmemwww.tate.org.uk

    Figura1:ExposionoTateModernFonte:fotodoautor,emjulhode2007

  • I 23 I

    crescimentourbanoedemogrficocausouaomeioambiente.Naatualcriseambientalemque

    viveoplaneta,vimosaimportnciadaconscientizaodetodososatoresenvolvidos,na

    construodeumambienteurbanosustentvel,edamosoprimeiropasso,ns,arquitetos,

    quandotransmitimosaessesatores,eatodos,osentimentosolidriodessabusca,emtentar

    quebraressabarreiraqueimpedeamaioriadapopulao,deprojetarofuturoparaalmdasua

    segundagerao.

    Aatualreflexoemcomoserodesenhadasnossasmetrpolesnasprximasdcadas,desafiao

    papeldoarquitetonessabuscapelodesenvolvimentourbanosustentvel,enosfazbuscar,uma

    baseconceitual,umaconstruoinicialdoconhecimento,paraemestudosposteriores,

    avanarmosnessetema.

    Nessecontexto,buscamososprojetosurbanoscontemporneos,quecontemplamessabusca

    porumdesenvolvimentourbanosustentvel.Paratanto,focamostaisprojetos,emreasquese

    esvaziaram,porcontadasadadasindstriasdoscentrosurbanos,oupelatransformao

    produtivaqueocorreunasltimasdcadas,dapassagemdofordismo,comsuasplantas

    produtivasenormes,paraaatualfragmentaodaindstria,numsistemaprodutivomais

    complexo,maiscompacto,maiseficiente,maisprodutivo,emaiscompetitivo.

    Fechamosassim,ofocodessapesquisaemASCIDADESCOMPACTASEOSPROJETOSURBANOS

    CONTEMPORNEOS,uminventrioanalticodeestudosdecasoemvaziosurbanosemreas

  • I 24 I

    centrais.Essasreasforamselecionadas,porcausadacontradioemaumentaroespraiamento

    urbano,que,almdeinvadirreasverdesdestinadassreservas,aumentamofluxode

    deslocamentodaspessoasemercadorias,opondoseaodesenvolvimentourbanosustentvelj

    citado.Paraabordarmosestascontradiesejustificativas,nosreferenciamossemprena

    conceituaodacidadecompacta.Ouseja,visaseoestudodecasosdeProjetosUrbanos

    Contemporneosquetematuadonosentidodefazeracidadecompacta2.

    TEMAEOBJETO

    Otemadessapesquisasoosprojetosurbanoscontemporneos,luzdeseuobjeto,a

    metrpole,eseusvaziosurbanosemreascentrais.Abordaremosestetemaeobjeto,levando

    sempreemconsideraocomobackgroundoconceitodascidadescompactas.

    Fazsenecessrioento,umabuscaporestudosdecasos,paraficarexplcitootemaeoobjeto

    queestamosdissertando.Vriosestudosdecasosforamanalisados,masapenastrsdeles

    foramselecionadosparaestadissertao,poislevamfundamentalmenteemconsideraoo

    conceitodecidadecompacta,dedesenvolvimentourbanosustentvel,emvaziosurbanos,eem

    reascentrais.Soeles:

    2estainvestigaoinseresenoGrupodePesquisaProjetosUrbanosContemporneosemVaziosUrbanos,lideradopeloProfDr.CarlosLeite.

  • I 25 I

    1MissionBay,emSoFrancisco,EstadosUnidos;

    2CidadeMultimdia,emMontreal,Canad;

    322@,emBarcelona,Espanha;

    Tratasedeprojetosurbanosqueestoemevidnciaeemdesenvolvimento,masque

    estoemelevadoestgiodeeficienterealizao3.

    OBJETIVOSEJUSTIFICATIVA

    Buscaseuminventrioanalticodosprojetosurbanoscontemporneos,emvaziosurbanosem

    reascentrais,afimdeconstituirumabaseconceitualeanalticadessesprojetos,eassim,trazer

    paraSoPauloumaporteconceitualqueajudenapromoododesenvolvimentodeprojetos

    urbanosfuturos.SoPaulo,nossamaiormetrpole,precisaurgentementepromovertais

    polticaspblicasereceberprojetosurbanosquepromovamasuaregeneraodereas

    centrais.Aintenosistematizaruminventrioquepossaservirdeinstrumentocrticode

    pesquisasabordagenspossveisparaasnossasdemandaslocais:projetoseestudaese

    pesquisaapartirdaquiloquejfoiproduzido,atravsdeumaanlisecrtica.Podemedevem

    servirdesubsdiosnossascarnciaslocais.

    3Idem.

  • I 26 I

    METODOLOGIA

    Inicialmente,buscouseaconceituaodostemasenvolvidos,atravsdadefiniodoquadro

    terico,logoaps,aleituradosautoresenvolvidos,parafinalmente,avanarmosnaconstruo

    eseleodeumquadroanalticodeprojetosurbanoscontemporneos,emvaziosurbanosem

    reascentrais.Foramselecionadosapenascasosinternacionais,peloaportedosprojetos

    realizados.Enfatizamosquenosepodeimportloscomomodelos,masservemcomo

    referencialnaconstruodeumacrticaconstrutivaarespeito.

  • I 27 I

    2.CONCEITUAO

    2.1 CIDADESESOCIEDADESINFORMACIONAIS

    Aeconomiacapitalistapassaporumprocessoconstantede reestruturao,ondeocorrecada

    vezmaisumahierarquizaodasestruturaseconmicasemcadapas,mostrandooaltopoder

    deadaptaodocapitalismocontemporneo.

    Pasese sociedadesque seadaptarama reestruturaocapitalista,mesmocomaltooubaixo

    poder de desenvolvimento tecnolgico e informacional, se incorporaram economia global

    (Castells,2005).Aaodestasrealidadesseexpressanacidadeenoseutecidourbano.

    Caracterizadapelarevoluotecnolgica4,pelaformaodeumaeconomiaglobalepelo

    surgimentodeumaformainformacionaldeproduoeconmicaegesto,estemomento

    docapitalismoprovocaprofundasmodificaesnaestruturadascidades,condicionando

    suadinmicadecrescimento.(CarlosLeite,2007pg.2)

    4ConformeManuelCastells(2005),arevoluotecnolgicacompostaporumconjuntodetecnologias,comotecnologiadainformao,dacomunicao,gentica,eletrnica,informtica,nanotecnologia,entreoutras.Porm,aassociaoentrerevoluoindustrialerevoluoinformacionaldevesercautelosa,porcausadadisparidadedeavanonaproduodebenseriquezas,quearevoluoindustrialproporcionou,sendoesta,muitomaiordoqueaproporcionadapelarevoluoinformacional.

  • I 28 I

    Vimosassim,queasgrandescorporaeseempresasmultinacionais,visandolucratividade,com

    modeobramaisbarata,somadosaincentivosfiscais,exportamaproduodeseusprodutos,

    gerandoassim,filiaisestabelecidasforadeseupasdeorigem.Porm,soapenasfiliaisde

    produo,masnodeconcentraodograndecapital,apenasgeramadministraoe

    gerenciamentonolocaldaproduo.Noentanto,paraaadministraoegerenciamento,as

    movimentaesfinanceirasinternacionais,aproduoetransportedemercadoria,asempresas

    determinamlugaresestratgicosparaimplantaodassuasfiliais,comozonadeprocessamento

    dasexportaes,centrosbancriosoffshore,cidadesglobais,portos,eenormesdistritos

    industriais(Sassen,2001).

    SegundoCastells(2005),naeconomiaatual,a

    tecnologiaoprincipalfatorgeradorde

    produtividade,inclusive,atecnologia

    organizacionaleadegerenciamento.A

    produtividadeestligadafontederiquezadas

    sociedades.Todavia,agenteseconmicostrazem

    aperspectivadequeaprodutividadenoum

    objetivoemsi,assimcomoinvestimentosem

    tecnologianosofeitosporcausadainovaoFigura2:Astrsmaioresrepresentaesfinanceirasnummapamundiinvertido,formandoyes.Fonte:fotodoautornaexposiodoescritrioOMAdeRemKoolhaas,noTateModern,emLondres

  • I 29 I

    Tabela1Rankingeclassificaoquantoaondicede

    competitividadeentrenaes.

    Fonte:Fiesp.

    tecnolgica.Asempresaseasociedadenobuscamtecnologia

    ouaumentodaprodutividadeporcausadodesenvolvimento

    dahumanidade,masseenquadramsregrasdosistema

    econmicovigente,quetrarsucessooufracassonasua

    escolha.

    ...as empresas estaro motivadas no pela

    produtividade,esimpelalucratividadeepeloaumento

    dovalordesuasaes,paraosquaisaprodutividade

    eatecnologiapodemsermeiosimportantes,mascom

    certeza,no soosnicos.Eas instituiespolticas,

    moldadas por um conselho maior de valores e

    maximizaodacompetitividadedesuaseconomias5.

    Alucratividadeeacompetitividadesoosverdadeiros

    determinantes da inovao tecnolgica e do

    crescimento da produtividade. (Castells, 2005 pg.

    136).

    5Conformeatabela1,oBrasilocupaa39colocao,poisestendiceestformuladocombasenarendapercapita(PIB),nodesenvolvimentohumano,taxadecrescimento,eoutrosfatoresqueconstituemoconceitodecompetitividadeentreasnaes.

  • I 30 I

    Fonte:Fiesp.

    Masumfatorqueincidiubruscamente

    nocapitalismoglobalnasltimas

    dcadas,foioInvestimento

    EstrangeiroDireto.OInvestimento

    EstrangeiroDiretoacausade

    mudanasradicaisemdiversas

    sociedades,enassuasestruturas

    econmicas.OIEDsecaracterizou,

    quandooprocessodeexportaesde

    mercadoriassetransformou,eos

    pasescomearamaexportarcapital,

    gerandoassim,instituiesfinanceiras

    diferenciadas,refinadase

    especializadasnumanovaformade

    gerarcapitalnomercadofinanceiro

    internacional(Sassen,2001).

    Natabela2,vimososinvestimentos

    estrangeirosemdiversossetores,e

    Tabela2Distribuiosetorialdosinvestimentosestrangeirosdiretosrelativosaos

    pasesdeorigensedestinosdestesinvestimentos,19702003.

    Grupodepases

    esetores

    1970 1990 2003 1970 1990 2003

    Bilhesdedlares Participao

    (porcentagem)

    A.OrigemdosfluxosdeIED

    Pasesdesenvolvidos

    Primrio 29 160 400 22,7 11,2 5,3

    Secundrio 58 556 2117 45,2 38,7 27,9

    Tercirio 41 720 5058 32,1 50,1 66,8

    Total 129 1436 7575 100 100 100

    B.DestinodosfluxosdeIED

    Pasesdesenvolvidos

    Primrio 12 94 428 16,2 9,1 6,5

    Secundrio 44 439 2081 60,2 42,5 31,9

    Tercirio 17 499 4015 23,6 48,4 61,5

    Total 73 1032 6524 100 100 100

    Pasesemdesenvolvimento

    Primrio 46 144 21,9 7,1

    Secundrio 102 779 48,6 38,3

    Tercirio 62 1110* 29,5 54,6

    Total 210 2033 100 100

    Fonte:UNCTAD*Dentrodestesetor,emAtividadesdeNegcios,umaparteconsiderveldoinvestimentoestnaChina,oqualrespondepor60%daseconomiasemdesenvolvimentoe21%dototalmundial.

  • I 31 I

    comoaexportaodocapitalalternousenessessetores,masnadasecomparaaevoluodo

    setortercirioentrepasesdesenvolvidosnasltimas3dcadas.

    SegundodadosdaFundaoSistemaEstadualdeAnlisedeDadosSEADE(2003),soEstado

    deSoPaulorepresenta31,8%doProdutoInternoBrutonacional(PIB),eainda,aRegio

    MetropolitanadeSoPaulo,representa49,4%doestado.SesomarmosoPIBdas12cidadesdo

    EstadodeSoPaulomaisbemcolocadasnorankingdaproduodoPIBnacional,teremos

    17,14%domontantenacional,sendoquesacapitaldoEstado,respondepor9,44%detudo

    queproduzidonopas.Issonosmostraumahierarquiaradiocntrica,umadistribuio

    organizadaepolarizadadascidadesdentrodoEstado,demonstrandoqueacapitalagrande

    representantenocenrioeconmicointernacional,conformemostraatabela3.Seusrecursos

    somaioresdoquetodososoutrosestados

    somados.

    SegundoSassen(2001),oInvestimento

    EstrangeiroDiretoexigedecidadesque

    representamseupasnomercadofinanceiro

    internacionaleglobalizado,umainfra

    estruturadeserviosetelecomunicaes,

    Tabela3EstoquedeIEDnoBrasil,participaoestrangeiratotal,

    distribuioporatividadeeconmicaprincipal,base2000.

    Setores U$em

    bilhes

    Estado

    deS.P.

    (U$bi)

    %do

    total

    Primrio 2,4 1,4 58,3

    Secundrio 34,7 23,3 67,1

    Tercirio 65,9 43,3 65,7

    Total 103,0 68,0 63,7

    Fonte:BancoCentraldoBrasil

  • I 32 I

    caracterizandoassim,oquevriosautoreschamamdecidadeglobal6.

    Porcausadadescentralizaoindustrial,achousequeascidadesficariamobsoletas,eque,com

    acriaodetecnologiaquelevassecomandosde

    operaesaqualquerlugardoplaneta,ascidades

    grandesfaleceriam.Mas,umanovaestruturaode

    controlecentralizadoeaexpansodas

    telecomunicaesemlargaescalanascidades

    centralizadas,trariamumadensificao,gerandouma

    estruturainformacionaldensa,comgeraoda

    economiadiversificadaeglobalizada(Sassen,2001).

    Antes,ondecostumavahaverdoisprincipais

    parceiroseconmicosempresasegovernos

    federaishagoraumterceiro:acidadeglobal.

    6Astransformaesnaeconomiamundialteriamconduzidoaumacrisedacentralidadeeconmicadasmetrpolesqueperderamo controle sobreasatividades industriais,porqueasempresasporelas responsveis, favorecidaspelo desenvolvimento das novas tecnologias de comunicao e informao, passaram a dispor de maiorflexibilidadeparaescolheros lugaresdemenorcustopara suas sedes.Se,porum lado,asmetrpolespareciamcaminharparaumfuturo incerto,poroutro,readquiriam importnciaestratgicacomo locaisdestinadosaosetortercirio,acompanhandoamudanadedireodaeconomiamundial.Nosetratava,portanto,daperdadesuacentralidade econmica, mas de sua resignificao no interior do sistema produtivo internacional (Carvalho,2000)."

    Figura3:FotodesatlitedamanchaurbanadeSoPauloFonte:http://en.wikipedia.org

  • I 33 I

    Atecnologiadeinformao,quetornoupossvelaeconomiaglobal,criouintensasredes

    decomunicaocentradasnacidade.Empresasqueoperamglobalmentedependemde

    umainfraestruturadeservioserecursoshumanoscapacitados,existentesapenasnas

    cidades.(Rogers,2001pg.161)

    Apartirdoquadrodaeconomiamundial,Sassen(2001)definiuascidadesglobaiscomoos

    lugaresmaispropciosaodesenvolvimentodeestruturaschavedasociedadeinformacional,

    identificandoNovaIorque,LondreseTquiocomoseustrsprincipaisplos.Essasmetrpoles

    cobrem,seminterrupo,todasaszonashorriasdeumdia,oquepermitequeomercado

    financeiroestejasempreaberto.ParaSassen,soquatroasprincipaisdeterminantesque

    definemascidadesglobais:empresasfinanceirasqueoperamnosmercadosglobais,

    conseqentementepontosdecomandodaeconomiamundial;centrodeinovaodeproduo

    tecnolgica;eenfim,ummercadoparatais

    inovaes.

    Acidadeglobalestnocentrodestanovaordem

    econmicaeespacial,quepropeumanova

    interaoentrepessoas,conhecimentoemeio

    ambiente.Almdisso,ascidadesglobaisso

    locaisdeimensaconcentraodopoderFigura4:AscidadescomopontosestratgicosFonte:http://www.businessinnovationinsider.com

  • I 34 I

    econmico.Osserviosfinanceirosproporcionamenormeslucros.Noinciode2000,conforme

    informativodaBolsadeValoresdeSoPaulo,aBovespa,todasasoperaesnomercadode

    rendavariveldopasseconcentraramapenasnaBovespa,quehojerealizadaexclusivamente

    pormeiodeseusistemaeletrnico.AindasegundodadosdaBovespa,omercadodeaesno

    Brasilmovimentoumaisde200bilhesdedlaresem20057.

    Figura5:CabosdefibrapticasubmarinosemusoFonte:TeleGeographyResearch

    7Noinciode2000,aBovesparespondiapor95%dasoperaesnomercadoderendavariveldopas,oqueculminou,nomesmoano,comaintegraodetodasasbolsasdevaloresdopas,passandoassim,aconcentrartodaanegociaodeaesapenasnaBovespa.

  • I 35 I

    SegundooBancoMundial,sabolsadeNovaYorkrespondepor2/3detodasasaesnorte

    americanas,eabolsadeTquio,por90%dasaesjaponesas,oquenosmostraumaalta

    concentraodemovimentaofinanceiranummercadointernacionalglobalizado.

    Porm,segundooGaWC(GlobalizationandWorldCitiesStudyGroup&Network),umgrupode

    estudosfundadosporPeterHall,SaskiaSasseneNigelThrift,SoPauloseenquadranum

    segundoquadrodecidadesglobais.Elesdividemesserankingemtrsgruposprincipais:A

    Alphaworldcities(Londres,NovaIorque,Paris,Tquio,Chicago,Frankfurt,HongKong,Los

    Angeles,MiloeSingapura);BBetaworldcities(SoFrancisco,Sydney,Toronto,Zurich,

    Bruxelas,Madri,CidadedoMxico,SoPaulo,MoscoweSeul);CGammaworldcities(outras

    35cidades).

    Eainda,Ferreira(2003),emsuatesededoutorado,afirmaqueacidadedeSoPaulopouco

    correspondeessaimagemdecidadeglobal:Maisdoqueglobais,asdinmicasquedirigema

    produodacidadedeSoPaulosoarepresentaodomaisarcaicopatrimonialismo.

    Hcasosemqueimportamaisdemonstrarquedeterminadasmetrpolespossuemosatributos

    necessriosaalcanarcondiodecidadeglobaldoqueanalisarsuasespecificidadeshistricas

    quepoderiamataelasecontrapor.Aleituratotaldoconceitodecidadeglobalrevelasuas

    diversasformase,emboraapropriedadedaanlisesejaespecificarcadaumadelas,asua

  • I 36 I

    compreensosserealizaquandotodassopercebidascomoexpressodeumnicoprocesso:

    atransformaodasmetrpolesemcidadesglobais.

    Figura6:Ascidadesglobais,segundooGaWCFonte:www.lboro.ac.uk/gawc/

    Nessabuscapeloseulugarnomercadoglobal,ascidadespromoveramaimplementaode

    polticaspblicaseurbanas,almdeprojetosurbanosbemdefinidos,nosvaziosurbanosem

  • I 37 I

    Figura7:SoPauloFonte:www.wikipedia.org

    reascentrais,paraprepararestasreasparaainstalaodeempresasvoltadassnovas

    economiasbaseadasempesquisas,emtecnologia,embiotecnologia,eoutros.Masparatanto,

    vrioscritriosforamconsiderados,comoasquestesderegenaraourbana,reestruturao

    produtivaeodesenvolvimentourbanosustentvel.

    Essescritrios,querecolocamemdestaquecertascidadeseprincipiamarearticulaode

    outras,foramcriadasemdeterminadoslugares,necessitandoummeiocultural,financeiroe

    socialdiversododascidadesindustriais.Porm,ascidadesguardamseupapelfundamental,

    poisformamdiversidade,atraemedispersamvaloresquenelassetransformam(Carvalho,

    2000;Duarte,2002).

    Nessemeiocultural,financeiroesocialdiverso,a

    conscientizaoambientalfundamentalpara

    constatarquenossomeioambienteum

    patrimniofrgilelimitado,edestaforma,a

    tecnologiadainformaotrazconsigoumnovo

    conhecimentoqueestforandoacriaodeuma

    sociedadeglobalumasociedadequereconheaa

    necessidadedeserabsolutamentecuidadosano

    tocantesconseqnciasambientaisesociaisde

  • I 38 I

    suasaes.

    Anovatecnologiaestlibertandooaprendizadodasatividadesdeontemasfbricas,o

    escritrio,auniversidadeeestosendosubstitudosporconexesflexveisligadasem

    redesfontesdeinformao.Aspessoas,cadavezmais,iroutilizaroconhecimento

    quandoquiseremenoapenasondeeleinstitucionalizado:aspessoasserocapazesde

    conectararedemundialdecomputadoresecomunicarseemcasa,numcafouno

    parque.Oaprendizado,amoradiaeotrabalhoirosesobreporcontinuamente.(Rogers,

    2001pg.162)

    Paraestassobreposiesacontecerem,asnovastecnologiasatuarocomorecursos

    indispensveis.Arapidezeaescaladastransformaessofatoresimportantesnesta

    discusso,poisatuamsobreosprocessosdereestruturaoprodutiva.

  • I 39 I

    Figura8:oterritriofragmentadodeSoPaulo.Foto:NelsonKonFonte:Leite,2002

    Figura8:OterritriofragmentadodeSoPaulo.Foto:NelsonKonFonte:Leite,2002

    2.2 REGENERAOURBANAEREESTRUTURAOPRODUTIVA

    Regeneraourbanaumprocessoderecuperaodereasemtransformao,quepriorizaa

    reestruturaoprodutiva.Umnovoconjuntodeaesqueprogramamnovasfunesao

    territriodeteriorado,emumprocessochamadoderefuncionalizaourbana.

    Osprocessosderegeneraourbanaeosnovosequipamentosurbanosoperamcomoagentes

    transformadoresdametrpole,enquantoovaziourbanoserevelanoprocessodereorganizao

    doterritriofragmentadoedesarticulado,

    ilustrandoaimensadificuldadedospases

    perifricosemresolverosproblemasespaciaisde

    suasmetrpolessuperpopulosas(CarlosLeite,

    2002).

    Analisarodesenvolvimentourbanoapartirdo

    processodereestruturaoprodutiva,contempla

    asmudanasdemercadodetrabalhoea

    redefiniodopapeldascidades.O

    desenvolvimentodeprojetosderegenerao

    urbanadecentroshistricos,oreaproveitamento

  • I 40 I

    Figura9:antigasreasindustriaisdeBarcelonaFonte:www.22barcelona.com

    dosvaziosurbanoseodesenvolvimentodeinfraestruturas,soalgumasdascondies

    contemporneasparaosurgimentodoconceitodeplanejamentoestratgico.

    Porm,estratgiaseprojetosurbanosemvaziosurbanos,dosquaisabordamosnestetrabalho,

    devemoperarnovasfuneseprogramasprodutivosdiferentemente,portanto,dos

    programasderevitalizaodereascentraistradicionais,normalmentedeviscultural,turstico

    ecenogrfico.Poroutrolado,noatualquadrode

    competioglobaldascidades,osprogramasde

    reestruturaoprodutivadevembuscaraliar

    competitividadeeinovaoatravsdasvrias

    oportunidadesgeradaspelosnovossistemasprodutivos.

    Essesnovossistemasprodutivosestorelacionadosaum

    intensomovimentodedesindustrializaonospases

    centrais,tornandoasantigasreasindustriaisemreas

    decadenteseaomesmotempo,emespaospotenciaispara

    aimplantaodegrandescomplexosimobilirios

    elaboradospararegenerarerecuperaressasreas.

    Dentrodestanovadinmicaterritorial,estasimensasreas

    emprocessodereestruturaoprodutiva,devemservirde

  • I 41 I

    Figura10:PotsdamerPlatzFonte:Powell,2000

    subsdiofundamentalnaregeneraourbanadenossasmetrpoles.Osprojetosatuaisde

    refuncionalizaodoterritrioapontamnovosparmetrosdeatuao:arefuncionalizaodo

    espaodeterioradoaalternativaqueoprojetourbanocontemporneodeveoferecer.

    Programasurbanosregeneradoresdoterritriodevocaoprodutiva:atividadesscio

    econmicasespecficasparacadareaquedefatoimpulsionemoseucrescimentoatravsde

    atividades,funeseprogramasclaros.

    Nopodemosconfundiraqui,aperdadaprodutividadeeconmicacomadescaracterizaode

    umarea.ProjetoseprogramasjrealizadosnaEuropamostramaimportnciadasantigas

    reasprodutivasaobuscarnovospapis,novasfunesenovosprogramasprodutivos,masque

    conservamsuacaractersticafundamental,sua

    vocaoprodutiva.Nessecontexto,a

    regeneraourbanadeveestarenvolvidanum

    processodedesenvolvimentobalanceado,

    ondeprojetospilotosdevematraire

    estabelecernovosusosenovosprogramas

    produtivos.

    Emboracadarearequerumaestratgiaeum

    programaderegeneraoprpria,os

  • I 42 I

    Figura11:LondonDocklandsDevelopmentCorporation,primeiroprogramaderegeneraourbanaemvaziosurbanosdoReinoUnido,criadoem1981,quegerougrandegentrificao.Fonte:www.dockland.co.uk

    princpiosgeraisdevembuscarcombinar:umavisocompartilhada;promoverresultadosomais

    rpidopossvel;responderaumademandapotencial;buscarobjetivossociaiseambientaisque

    beneficiamasnecessidadescomerciaisedeinvestimento;capitalhumanoparanovasatividades;

    sensodeparceriaecooperativismoentreinteressespblicoseprivados.

    Noentanto,existemaindaalgumaspreocupaes.Primeiro,oproblemadaespeculao

    imobiliria,quepodetrazergentrificao8.

    Segundo,oproblemadospacotesde

    financiamentosparaostiposdeprojetos

    complexosquesonecessrios,equepodem

    levaranosparaseremrealizados.Eainda,a

    descontinuidadepoltica,queemlongos

    contratosdegerenciamento,principalmenteem

    parceriaspblicoprivado,podemsofrer

    alteraesemseusmecanismos,advindade

    possvelalteraodasprioridadespolticas.

    8Derivadodotermogentrification,agentrificaoumprocessodeenobrecimentodeumadeterminadarea,ondeocorreaexpulsodemoradores,quandoavalorizaodeumareadegradadaanteriormente,formaumaespeculao,tornandoocustodevidaeopreodosaluguisinviveisaospadresdosmoradoresoriginais,forandosuamudanaparareasmaisdistantesouigualmentedegradadas.

  • I 43 I

    Figura12:ClusterurbanoemBarcelona.Fonte:www.22barcelona.com

    Recentementeestudado,umadasferramentaseficientescontemporneasparaaregenerao

    urbanaatravsdeprogramasurbanosregeneradores,oclusterurbano.Responsvelpor

    transformaesnoespaourbanoreutilizado,oclusterurbanoseapresentacomoum

    instrumentodedesenvolvimentolocaleumindutordeprocessosinovativosaliadosnovas

    demandasindustriaiseaosnovosservios

    tecnolgicos.Oterritriosereorganiza,atuando

    comnovasfunesedemandas.

    Nosclustersdealtatecnologia,ambientescom

    altaconcentraodepessoascriativascrescem

    maisrapidamenteeatraemmaispessoasde

    talento.Asmetrpolessediferenciam,pois

    algumascontmmaiornmerodepessoasde

    talentodoqueoutras.OtrabalhodeRichard

    Floridaemsistematizarumrankingdascidades

    criativas,demonstrouquetalento,tolernciae

    diversidadesoosingredientesindissociveisno

    crescimentodestasmetrpolesquelideramesse

    ranking(CarlosLeite,2005).

  • I 44 I

    Figura13:ClusterurbanoemSoFrancisco.Fonte:www.sfgov.org

    Ocapitalhumanoachaveparaodesenvolvimentoeconmicolocaldestanovaeconomia:

    empresasepesquisasinovadorasedealtatecnologia.Idiascriativassoomaioringrediente

    nasempresasligadasaessetipodeeconomiaquepredominarnestesculo.Nestanova

    economiabaseadanoconhecimento,estaremambientecriativofundamental.

    JamiesSimmie(2001)corelacionadensidadeeinovao,espaosinovativoseospadresda

    indstriadealtatecnologia,mostrandoquedensidade,diversidadeeconhecimento,so

    aspectosinseparveisno

    processodecriaodeum

    ambienteinovadorecriativo.

    Anovageografiaindustrial

    temmostradoalgumas

    hiptesesinteressantespara

    explicarasrazespelosquais

    novaseconomias

    aglomerativasafetam

    diretamenteasescolhasde

    suasinstalaespelas

    empresasinovativas.Isto

  • I 45 I

    estassociadoaumcooperativismoecompetitivismoentreasempresas,emumambienteque

    permitetrocarexperincias,fundamentadasempesquisas.Paratanto,unirespacialmentereas

    deestudo,trabalhoemoradia,essencialparaentenderasinovaescomoumprocesso

    econmicoesocial,eparaacriaodeumambienteprsperoeinovador.

    Nosprximoscaptulos,veremosquediversidade,tolernciaeambienteinovador,so

    ingredientesfundamentaisparaocrescimentoeconmico,eparaodesenvolvimentourbano

    sustentvel.

  • I 46 I

    Figura14:CrescimentopopulacionalmundialnasreasurbanasFonte:UrbanAge,emwww.urbanage.net

    2.3ACIDADECOMPACTAEODESENVOLVIMENTOURBANOSUSTENTVEL

    Ascidades,comosoconcebidasatualmenterepresentamumaenormeameaaprpria

    sobrevivnciadahumanidadeasreasurbanasgeram75%dapoluio,eoimpulsoao

    crescimentourbanoultrapassamoslimitesconsideradospelasinstituiesdeproteoaomeio

    ambiente.

    Emapenasumsculo,apopulaomundial

    quadriplicou.Ofuturodacivilizaoser

    determinadopelascidadesedentrodascidades.

    Ofuturodascidadesofuturodoplaneta.Desta

    forma,ovolumederecursosconsumidose

    poluiogeradaaumentarosubstancialmente.

    Porm,pelomenosmetadedestapopulao

    urbanaemcrescimentoestarmorandoem

    favelassemasmnimascondiesde

    salubridade.Enospasesdesenvolvidos,a

    migraodaspessoaseatividadesdoscentros

    urbanostradicionaisparaosonhadomundodos

  • I 47 I

    Figura15e16:Oespraiamentourbanoamericano.CidadedeMiami.Fonte:www.transitmiami.com

    bairrosresidenciaisdistanteslevaramaumenorme

    desenvolvimentodossubrbios,construodeestradas,

    aumentosubstancialdousodeautomveis,

    congestionamentoepoluiodoar.

    Ascidadessoantesdetudo,olugardeencontrodaspessoas.Noentanto,umagrandeparceladosespaospblicosdacidade,incluindoquaseatotalidadedasruasepraas,agoradominadapelosveculosautomotivos:solugarespensadosparaatendersnecessidadesdotrnsito.(Rogers,2001pg.126)

    Odeslocamentodoscentrosurbanostevesuaorigemno

    modelodecidadejardimingls,lideradoporEbenezer

    Howard,queem1898produziuolivroTomorrow:A

    PeacefulPathtoRealReform,produzindozonasdeusoe

    baixasdensidades,vistocomoarespostaparaosproblemas

    dapoca,desdeatuberculoseatospreconceitosraciais.

    Hoje,essedeslocamentodoscentrosurbanosparabairros

    residenciaisafastadosgeramapobrezacrescentenarea

  • I 48 I

    Figura17:ApoluioatmosfricaemSoPaulomataindiretamenteoitopessoaspordia,ereduzemdoisanosaexpectativadevidadoshabitantes.Fonte:NcleodeEstudosparaoMeioAmbientedaUSP

    urbanacentral,porcausadaprocuraporseguranaprivada,pelotransporteindividualea

    proliferaodeespaosmonofuncionais.

    Omodeloamericanodeespraiamentourbanopassoudolimitedecentrourbanoesubrbio,

    paracentrourbano,subrbioeexrbio(subrbiodosubrbio),exponenciandoaconurbao,e

    trazendotrgicosdesastresambientais,almdoaumentosubstancialdeemissodeCOpelos

    automveis,poisostransportespblicosdemassasopoucopromovidos.

    Acadahora,20hectaresdeterrenocultivvelsesubmetemaodesenvolvimentoimobilirio

    desenfreado.Entre1970e1990,apopulaodareametropolitanadeChicagocresceu4%,

    enquantoqueoterrenoedificvelaumentou

    46%9

    Ascomunidadesdevemseorganizarcomusos

    mistosquedevamseragrupadosemtornode

    ncleosdetransportepblicodemassa,coma

    comunidadeplanejadaemtornodedistncias

    capazesdeseremvencidasapoudebicicleta.

    9 conf. Kw inter e F abricius, em M utations (2001)

  • I 49 I

    Figura18:SistemadebicicletaspblicasemBarcelona,quevisaametadedespoluiodacidadeFonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007

    Umfatorclaroquetemmudadosignificamenteoprocessodedesenvolvimentodacidade,a

    acessibilidadeaotransporte.Aexpansodarededetransportepblicoiniciouumprocessode

    dispersoeexpansonascidades,desuadensidadeeusosmistostradicionais,parao

    desenvolvimentodesubrbiosprovidosdasestaesdetransportespblicos.Opreobaixodas

    terrasemsubrbios,oexpansivousodocarrocomomeiodetransporteindividual,ea

    construomassivaderodovias,fizeramcomqueoscentrosdascidadesficassemmaisdistantes

    aindadeseussubrbios,Essesfatoressoosresponsveispelograndeincrementode

    congestionamentos,barulho,poluioepobrezaambiental,econtribuemparaesseprocesso

    dedescentralizao.

    Hoje,odesenvolvimentourbanosustentvelobjetiva,alongoprazo,acriaodeumaestrutura

    flexvelparaumacomunidadeforte,dentrode

    umambientesaudvelelimpo.Quando

    propiciamosocontatoolhoaolho,propiciamos

    tambmummomentosaudveldeconvvio,com

    maisrotasparacaminhadaseciclovias,reduzindo

    ousodosautomveis,ediminuindoapoluio

    gerada.Paraacriaodessacomunidade,fazse

    necessriotrazerdevoltaosmoradoresao

    centrodacidade,poisestefatoressencialpara

  • I 50 I

    Figura19:LaRambla,emBarcelona,modelodeespaopblicomultifuncionalqueproporcionaariquezadoencontro,doinesperado.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007

    umplanejamentosustentvel.

    Oencontrodasfunessociaisdoscidados(moradia,trabalhoelazer)deveserexpressona

    condiourbanaqueocentropropicia.Osusosmistoseasdensidadestradicionaisdoscentros

    urbanosdevemtrazerdevoltaavivnciaquefoiperdidaapsaimplementaodousodocarro

    comotransporteindividual,eque,emalgumassociedades,ondeessamentalidadepobreto

    exacerbada,queocarroacabasetransformandoemstatussocial,parademonstraodopoder

    decompradecadaindivduo,mostrandoclaramente,afaltadecidadaniaedoespritode

    coletividadenecessriosparaseviveremcomunidade.

    Acomposiodeatividadessobrepostas,permite

    maiorconvivnciaereduzasnecessidadesde

    deslocamentosemautomveis,reduzindo

    drasticamenteaenergiautilizadapara

    transporte,reduzindotambmo

    congestionamentoemelhorandoaqualidadedo

    ar,fatoqueestimulaocidadoacaminharou

    andardebicicletaemsubstituioaocarro.

  • I 51 I

    Figura20:usosmistoscompactoscriamnsdereduodejornadas,ecriamvizinhanasmaisatraentesesustentveis.Fonte:Rogers,2001

    Ascidadesgarantemestruturafsicaparaoportunidadesdeempregoeriqueza,almde

    habitaodequalidadeparaaformaodeumacomunidadeurbana.Odomniopbliconas

    cidadestemsidonegligenciadoaoscidados.Ascidadescrescerametransformaramseem

    estruturastocomplexasedifceisdeadministrar,quequasenonoslembramosqueelas

    existiamemprimeirolugar,eacimadetudo,parasatisfazerasnecessidadeshumanasesociais

    dascomunidades.Ascidadesforamoriginalmentecriadasparacelebraroquetemosem

    comum.Agora,soprojetadasparamanternosafastadosunsdosoutros.

  • I 52 I

    Figura21:FotoexpostanoTateModern:SoPauloemSizeandDiversity.ContrasteentreParaispoliseMorumbi.SoPauloFonte:TucaVieira.FolhaImagem

    Ascidadesestodestruindooequilbrioecolgicodoplanetaporquenossospadresde

    comportamentoeconmicoesocialsoascausasprincipaisdoseudesenvolvimento,

    acarretandodesequilbrioambiental.

  • I 53 I

    Figura22:SerradaCantareira,emSoPaulo.readeproteoambientalenvadidapeloespraiamentourbano.Fonte: Leite,2002

    Nessesentido,umacidademaisdensaepoucoespraiadaevitariaainvasodasreasrurais,ou,

    comonocasodeSoPaulopioraindaanoinvasodasreservasambientais.Istotraz

    benefciosecolgicosmaiores.Atravsdeumplanejamentointegrado,ascidadespodemser

    pensadastendoemvistaumaumentodesuaeficinciaenergtica,menorconsumoderecursos,

    menornveldepoluio.Umacidadedensaesocialmentediversificadaondeasatividades

    econmicasesociaissesobreponhameondeascomunidadessejamconcentradasemtornodas

    unidadesdevizinhana(Rogers,2001)

    Podemosimaginaracidadeocupandomenosseuentorno,densificandoseucentro.Podemos

    compararaocupaoqueacidadedeSoPauloteria,sesuadensidadefossecomparadaa

    outroscentrosurbanos,ououtrasdensidadesde

    seusprpriosbairros.

    AregiometropolitanadeSoPaulopossuihoje

    20milhesdehabitantes,numareade

    8.500km2,eumadensidadede23,5hab/haa

    25cidademaisdensadomundo,porm,a2

    maispopulosa10.Seaplicssemosadensidade

    10 conf. C ity M ayors em w ww .citym ayors.com

  • I 54 I

    mdiadaFavelaParaispolis(1000hab/ha11),todaessapopulaoocupariaapenasestamancha

    quadradamaisclara(figura23),quepossui15kmemcadalado,eocupariaapenasessafaixado

    centroexpandidodacidade.

    Figura23e24:amanchacentralmarcaaprojeoqueapopulaodametrpoleinteiraocupariaseadensidadefosseigualadaFavelaParaispolis,queatingeemalgunspontos1.000hab/ha.Fonte:doautor,emtrabalhoapresentadonoMackenzie

    Claro,queestadensidadeestarialongedeseradotadaeaceita,mastratasedeumasimulao

    paravisualizarmosessasdensidadesqueestamosnosreferindo.Esteconceito,difere

    radicalmentedoatualmodelourbanodominante,aqueledosEstadosUnidos:umacidade

    divididaemzonasporfunes,comreasdeescritrioscentrais,shoppingcentersereasde 11 conf. estudo realizado pela Sehab / D iagonal U rbana (2002)

  • I 55 I

    Figura25:FotoexpostanoTateModern.SoPauloemSizeandDiversity.Copan,emSoPaulo.Fonte:MontagemdeAndreasGursky.Disponvelemwww.tate.org.uk

    lazerforadacidade,bairrosresidenciaisdistanteseviasexpressas.Topoderosaestaimagem

    etointensasasforasquemotivaramsuacriao(estabelecidaspeloscritrioscomerciaisde

    mercado),queospasesmenosdesenvolvidosestoaindafocadosemumatrajetriaquej

    fracassounospasesdesenvolvidos.

    Seomodelodecidadecompactaesobrepostaincluiacomplexidade,omodelodedivisopor

    zonasarejeita,reduzindoacidadeadivisessimplistasepacoteseconmicoseadministrativos

    facilmentemanejveis.Os

    edifciosurbanos,nosquais

    encontramosconsultrios,

    residncias,escritriose

    lojas,dovitalidadesruase

    reduzemanecessidadedo

    indivduosairdecarropara

    satisfazersuasnecessidades

    cotidianas.Umbomexemplo

    dessetipodeedifcio,o

    Copan,emSoPaulo.

  • I 56 I

    ProjetadoporOscarNiemeyerem1951,oedifciofoiconcludoem1966,eamaiorestrutura

    deconcretoarmadodopas.Oprdiotem115metrosdealtura,120milmetrosquadradosde

    reaconstruda,1.160apartamentosquevariamde26a350metrosquadradosecercadecinco

    milmoradoresdistribudosemseisblocos.Notrreodistribuemsecercade70lojas,sendo

    algumasdelas:igreja(antigocinema),alfaiate,fastfoodchins,restaurantes,lavanderia,

    lanchonetes,lojasderoupaeacessriosdemoda,cabeleireiros,imobiliria,relojoaria,cafs,

    vdeolocadora,telefonespblicos,doceria,agnciadeturismo,papelariaedespachante.Esse

    usomisto,permiteaosmoradoresaaquisiodesuasnecessidadesnoprprioprdio.Neste

    sentido,oedifcioumexemplodecidadesustentvel,poissetratadeumacidadedentrode

    outracidade.

    Porm,oconceitodecidadesustentvelreconhecequeacidadeprecisaatenderaosnossos

    objetivossociais,ambientais,polticoseculturais,bemcomoaosobjetivoseconmicosefsicos.

    umorganismodinmicotocomplexoquantoprpriasociedadeesuficientementegilpara

    reagirrapidamentessuasmudanas.

    Paraampliaresseconceito,recorreremosaosprojetosurbanoscontemporneos,queatuamnos

    vaziosurbanosemreascentrais.

  • I 57 I

    Figura26:Docklandsantesdoprocessoderegeneraourbana,em1982.Fonte:www.lddchistory.org.uk

    3.PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS:CONTEXTUALIZAO

    3.1 VAZIOSURBANOSEMREASCENTRAIS

    Entreasdiferentesdimensesdacriseurbanaprovocadapeloprocessoglobaldereestruturao

    econmicaquesetemidentificadoaolongodosltimos25anos,destacaseosurgimentode

    grandesreasociosasousubutilizadas,particularmentenascidadesesetoresurbanos,cujo

    crescimentohaviaseamparadonaindstriadetransformao.Naltimadcadaemergiramas

    metrpolespsindustriaise,comelas,asoportunidadesedesafiosoferecidasaosnovos

    projetosurbanosenquantoinstrumentode

    regeneraoterritorialdasreasprodutivas

    deterioradasouemtransformao.

    Terrenosbaldiosegalpesdesocupadosjunto

    aosantigoseixosindustriais,antigasreas

    produtivas,hojeinoperantes.Amaiorparte

    dessasgrandesreasabandonadas,geralmente

    estlocalizadaaolongodasprincipaisviasde

    transporte,aolongoderios,canaisejuntoao

  • I 58 I

    Figura27:VaziosurbanosnobairroPlobenou,emBarcelona.reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.22barcelona.com

    mar.Odeclnioindustrialgerouoesvaziamentodereasurbanasinteiras,transformaesque

    osterritriosmetropolitanosvmsofrendoaopassar

    decidadeindustrialparapsindustrialedeservios,

    abandonandoimensasreasdeatividades

    produtivas.

    Oterritriometropolitanotornousedepositriode

    enormestransformaesaomesmotempoemqueo

    abandonoedesperdciourbanostornaramse

    evidentes:zonasindustriaissubtilizadas,armaznse

    depsitosindustriaisdesocupados,edifcioscentrais

    abandonados,corredoreseptiosferrovirios

    desativados,oschamadosvaziosurbanos12.

    12Adefiniodesseespaoresidualemsuaorigemfrancesa,terrainvague,estsobumcontextocultural:umarea

    semlimitesclaros,semusoatual,vaga,emvacncia,dedifcilcompreensonapercepocoletivadoscidados,

    constituindonormalmenteumrompimentonatramaurbana.Mastambmumareadisponvel,cheiade

    expectativas,defortememriaurbana,compotencialoriginal:oespaodopossvel,dofuturo.(SOLMORALES,

    2002pag.186)

  • I 59 I

    Figura28:VaziosurbanosemMontreal.reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.citemultimedia.com

    Amaiorpartedascidadessofreramumagudoprocessodediminuiodafuno

    industrialnosltimos20anos,deixandograndesreasabandonadas,geralmente

    localizadasaolongodasprincipaisviasdetransporte,aolongoderios,canaisejuntoao

    mar.Noimportaacausaquelevoudecadnciadessasreas,seguerraouperdada

    funoindustrial,taisreasaseremrecuperadassoumaimportanteoportunidadepara

    melhorarograudesustentabilidadedascidades.(ROGERS,2001pg.56)

    Cadacidadetemsuahistria,

    seuspontosdereferncia.Locais

    quepertencemmemriada

    cidadeequesopontos

    fundamentaisdaidentidade,do

    sentimentodepertencerauma

    cidade.Quandoumaindstriade

    porteabandonaoseustio

    original,oestragocausadona

    reagigantesco.Ultrapassa,em

    muito,ojgrandevaziodeixado

    noseuterritrioindustrial

  • I 60 I

    desativado.Mascomojnomaispossvelrecuperaressasreasereviverasantigas

    atividades,temosqueencontrarnovosusos,novasatividadesquetragamvidaaessarea.

    Assimcomoosdemaisrecursos,osambientesexistentesnopodemdeixardeserrecicladoe

    transformado.maisinteligenteatransformaodosespaosexistentesesubutilizadosdoque

    asuanegaoesubstituio.

    Muitosdosgrandesproblemasurbanosocorremporfaltadecontinuidade.Ovaziodeuma

    regiosematividadeousemmoradiapodesesomaraovaziodosterrenosbaldios.Asreas

    residuaismetropolitanasdevemsuportarosnovosprojetosurbanosearticularasnovas

    territorialidades.Ovaziourbanoeoterrenovagocomoinstrumentopotencialparaaconstruo

    donovoespaopblico.

    Asreasresiduaissotambmapresenavivadeumpotencialimenso.Dareconstruo,

    renovao,revitalizao,mudana.Aconstruodonovoterritrio.Danovavida

    coletiva.Danovametrpolequeestespreita.Acrisetrazaangstiadaausnciaclara

    dousoatual,mastambmaesperanadealgonovo,indeterminadoepromissor.(Carlos

    Leite,2002pg.113)

    Noatualquadrodecompetitividadeentreascidades,somadoscriseambientaltodivulgada,

    fazsenecessriooreaproveitamentodessasreasabandonadas,espaosurbanoscom

    potencialidade,preparadosparareceberaimplantaodeprojetosurbanosquecontemplem

  • I 61 I

    Figura29:VaziosurbanosemParis(1989).reascentraisdesutilizadascomgrandesexpectativasdetransformao.Fonte:www.cabe.org

    suaregeneraourbana,esuareestruturaoprodutiva.Taisprojetossocasosdesucessoem

    diversascidades.

    Nessanovaanlisedodesenvolvimentourbano,apartirdoprocessodereestruturao

    produtivaemvaziosurbanosemreascentrais,devemoscontemplararedefiniodopapeldas

    cidadesnummercadoglobalizadoecompetitivo,ondeasnovasformasdeplanejamentoede

    gestourbanos,atendemosquesitosconceituaisdeumanovaordem,daimplantaodenovas

    formasdeproduodocapital,doconhecimento,edasnovastecnologias.Espaosurbanosque

    perderamboapartedesuas

    funesprodutivas,se

    reconverteramembairros

    especializadosnasindstrias

    baseadasnasnovastecnologiasda

    informaoecomunicao,

    biotecnologia,nanotecnologia,e

    outrasdemandasdessemercado

    que,sodiretamente

    impulsionadosaumanovaforma

    deproduo.Aprodutividadede

  • I 62 I

    ummercadoinovadorecriativo,atreladopesquisa,comcooperaoecompetitividadeentre

    empresaseinstituiesdeensinoepesquisa.

    Vaziosurbanoseterrenosvagos,regeneraourbanaereestruturaoprodutiva,mercado

    inovativoeinformacional,trabalhoepesquisa,ambientecriativoesustentvel.Ingredientesna

    expectativadeumanovaformadeplanejamento,quetemconseguidosuaefetividadeatravs

    dasagnciasdedesenvolvimentourbano.

  • I 63 I

    Figura30:Docklandsemtransformao.Fonte:www.lddchistory.org.uk

    3.2 OPAPELDASAGNCIASDEDESENVOLVIMENTOURBANO

    EmLondres,quandoasreascentraisjsofriamcomamigraodapopulaoparaosbairros

    jardins(emtornodosanos60),ogovernobritnicoiniciouoUrbanProgramme,porm,focado

    somentenosproblemassociais.Nosanos70,esseprogramaganhounfaseeconmica,e

    culminoucomoInnerUrbanAreasAct,em1978.Emsetembrode1979,foipropostao

    estabelecimentodasagnciasdedesenvolvimentourbano(UrbanDevelopmentCorporations),

    emumarevisodaspolticaspblicas,pararegeneraoerenovaourbanadereas

    degradadas,sendoaprimeiradelasasercriada,aLondonDocklandsDevelopmentCorporation.

    Nosanosposteriores,dezenasdeagnciasforam

    criadaspeloReinoUnido.

    Porm,essemodelodeagnciade

    desenvolvimentoestimulouumempreendimento

    queatendeuapenasdemandademercado,eo

    resultadofoiumaabundnciadeespaospara

    escritrios,umamisturaacidentalde

    desenvolvimentocomercial,unindogruposde

    escritrioscomgruposdehabitaes.um

  • I 64 I

    Figura31:DiscussosobreosplanosurbansticosparaMissionBay.Fonte:www.sfgov.org

    empreendimentoinsustentvel,semqualidadecvicaefetivaoubenefcioscomunsduradouros.

    Odinheiroqueogovernogastouindiretamenteparaencorajaresteempreendimento

    transformouoemumcarssimofiascoparaocontribuinte,quesubsidiougrandesnegcios,mas

    notevevozemrelaoformadegastaraqueledinheiro.Ogovernogarantiagrandesisenes

    deimpostoseaindapagavaoscustosdeinfraestrutura.Emvezdeumnovobairrovibrantee

    humano,queassumiriaseulugarnaestruturametropolitana,eenriqueceriaascomunidades

    maispobresemseuentorno,oslondrinosganharamumcaosdeedifcioscomerciaiseacidade

    bancouumadasmaisespetacularesfalnciasdadcadade1990(Berry,1995;Copans,2001;

    Rogers,2001).

    Destaforma,aagnciaficousujeitauma

    considervelcontrovrsia.Emboraa

    agnciasejadiretamenteresponsvele

    representantepblicapeloprograma,ela

    nolevouemconsideraoascondies

    sociaiseeconmicasdaspessoasque

    viviamnarea,tornandoseumprocesso

    semdemocracia,ecompoderesde

    iniciativasdeimposionalocalidade,sem

  • I 65 I

    Figura32:Prdioondeficainstaladaaagncia22@emBarcelona.Oedifciofazpartedoprojetodetransformaodobairro.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007

    participaoesemconsultapblicas.Apsessaexperincia,osplanejamentosestratgicos

    iniciaramumtrabalhodeinseropopular,desdeosdebatessobreopapeldasagnciasedos

    projetosaseremimplementadosatosoramentosparticipativos,democratizandooprocesso,

    ebuscandoumaparceriacomosetorprivado,poisoscustoselevadosdeinstalaodenovas

    infraestruturasnopoderiamserpagossomentecomisenesdetaxaseincentivosfiscais.

    Oscorrentesprojetosdeparceriapblicoprivadoinseriramseemumclimadealtaexpectativa

    enumconsensosobreanecessidadeparaumdesenvolvimentourbanodealtaqualidade.

    Acordosdecooperaoeaparticipaomtuasofatoresimportantesnaformaodeuma

    parceriapblicoprivado,porm,a

    trocadeconhecimento,abuscapor

    novaspossibilidades,eacimade

    tudo,clarezasobreascapacidadese

    restriesdecadaparte,so

    ingredientesvitais.

    Asagnciasdedesenvolvimento

    urbanoatuamcomoferramentas

    importantesnessaparceriaentreo

    governoeaindstria,eque,

  • I 66 I

    Figura33:CampusdebiotenologiadaUniversidadedaCalifornia,emMissionBay,SoFrancisco.queimpulsionouainstalaodeempresasdosetor,prximoaocampus,interessadasnoscontratosdecooperativismo,pesquisaeparceria.Fonte:www.sfgov.org

    somadosaosistemadeplanejamentoparticipativo,estabelecemumainstituioonde

    diferentesinteressesenvolvidossatisfazemtodasaspartes.Ariquezadoconhecimentoedas

    idiascontidasnoconceitodecidadaniaachavepararesolverosproblemasurbanos.O

    aproveitamentodestariquezanosimpulsionaosurbanistasavisitaremidiasantes

    impensveis,masatendeaoobjetivoessencialdegarantiraoscidadosquesuasidiase

    conhecimentoconstituamparteintegraldasoluo.Nestesentido,deixandodeladoaretrica

    daideologiapoltica,arealizaodedesenvolvimentopromovidopelasagnciasde

    desenvolvimentorefletemosucessodaparceriapblicoprivadonarenovaoenaregenerao

    doscentrosurbanos.(Berry,

    1995;Rogers,2001)

    Vimosagora,aimportnciados

    projetosurbanos,todiscutido

    entreurbanistas,masquecom

    aatualcriseambientaleo

    desperdciodereasurbanas

    centrais,tornouseferramenta

    essencialnumadiscussomais

    ampla,comaparticipaoe

  • I 67 I

    Figura34:CampusdaUniversidadedeBarcelonaemumedifcioindustrialreconvertido,nobairroPoblenou,emBarcelona.Fonte:doautor,emvisitafeitaemjulhode2007

    envolvimentodosdemaisfatoresqueformamumconjuntodeaes.Projetosurbanosque

    envolvamasobreposiodeatividades,integrandomoradia,trabalho,pesquisa,mobilidade,em

    umambienteprspero,criativo,inovador,

    participativo.

    Nessecontexto,asagnciasde

    desenvolvimentourbanotrabalhamcomo

    conciliadoras,poisdevematenderinteresses

    diversos,comoosinteressespblicos

    (planejamentoestratgico,planosdiretores

    eparticipaodosatoressociaisenvolvidos)

    eosinteressesprivados(espaoprodutivo

    inovativo,qualidadedevidaparaos

    funcionrios,ambientedecooperaoe

    competitividadeentrecamposdepesquisa,

    estudoeproduo).

    Oresultadodestasimplementaes,

    caracterizadoporplanejamentoestratgico

    eacriaodeumaagnciade

  • I 68 I

    desenvolvimentoconciliadora,ficaexplcitonosinteressesdasempresaseminstalarfiliaise

    unidadesprodutivasedepesquisa,nessasreasondesedesenvolvemtaisprocessosinovativos,

    enosinteressesdaspessoasemestaremtaisambientescomsobreposiodediversas

    atividades.

    Pesquisasfeitascomas500maioresempresasdaEuropa,desde1990,revelamosinteressesde

    investimentosnascidadeseuropias.ACushman&WakefieldGlobalRealStateSolutions13foi

    contratadaparaesseestudo,paraqueas

    empresasconseguissemenxergarseus

    interessesemcomum.Poressetrabalho,

    conseguimosvercomoascidadeseuropiasse

    empenhamparaconquistarumaboaimagem

    parainvestidores.

    Paracomporessetrabalho,asempresasforam

    questionadassobrecidadeseuropiasquanto

    a:disponibilidadedeequipequalificada;

    facilidadedeacessoamercado,clientese

    consumidores;qualidadeem

    13 d isponvel em w ww .cushm anwakefield.com

    Tabela4 Melhorescidadeseuropiasparaexpansodenegcioseinvestimentos.Fonte:www.cushmanwakefield.com

  • I 69 I

    telecomunicaes;transportesqueligamaoutrascidadesinternacionais;custodeequipe;

    lnguasfaladas;qualidadedevidadosempregados;disponibilidadedeespao;facilidadede

    acessodentrodacidade;poluio;climagovernamentalcriadoparaasempresasporpolticasde

    impostoseincentivosfiscais.

    Natabela4vimoscomoosinteressesdeinvestimentosdasempresassealteraramnosltimos

    anos.DestaqueparacidadescomoBarcelona,MadrieBerlinqueavanaramemuitoneste

    ranking.Essatabelaqualificaascidadeseuropias

    comasomatriadaspontuaesdasdemais

    tabelas.

    Natabela5,asempresasforamquestionadas

    quantoimagemquecadaempresatemdas

    cidadeseuropias,equaiscidadesqueoferecem

    melhorqualidadedevidaparaseusempregados.

    DestaqueparaBarcelonaeGenova,que

    receberamvultososinvestimentosemprogramas

    deregeneraourbanaereestruturaoprodutiva

    emseusvaziosurbanoseportos. Tabela5 Melhorescidadeseuropiasemtermosdequalidadedevidaparaempregados.Fonte:www.cushmanwakefield.com

  • I 70 I

    Natabela6,asempresasforamquestionadasquantoaosinvestimentosemexpansoforada

    Europa.ShanghaieBeijingsedestacamcomolderesdesseranking,quepodeserexplicadopela

    grandeexpansodemercadodeproduoqueaChinavemdesenvolvendoaolongodosltimos

    anos.Mascidadesdepasesemdesenvolvimento,comoSoPauloeCidadedoMxicoj

    aparecemfrentedepasesdesenvolvidos,mostrandoointeresseemempresasemexportar

    suaproduoparaessespases.

    Essasinformaesnosmostramcomoascidades

    europiasestosediferenciandonummercado

    cadavezmaisglobalizadoecompetitivo,enos

    mostracomoascidadesbuscamumaimagem

    acolhedoraparaosinvestimentosparaexpanso

    dasempresas.

    Nessecontexto,vimosaimportnciadeum

    planejamentoestratgicocomacriaodeuma

    agnciadedesenvolvimentoparaqueosanseios

    destasempresaseminvestireexpandirsuarede

    deproduoeatendimento,vaideencontroaos

    anseiosdedesenvolvimentourbanodeumaTabela6 Rankingdecidadesnoeuropiasondeasempresasinvestiriam.Fonte:www.cushmanwakefield.com

  • I 71 I

    determinadarea,afimdegerarjuntos,umambienteinovativo,criativoeprsperopara

    pesquisaeprodutividade.

    Nogrfico1,asempresasforamquestionadasquantoimagemqueascidadeseuropias

    transmitemquantoaosinvestimentosqueelasfazememsimesmasparaseuprprio

    desenvolvimento.

    Devemosbuscarento,experincias

    internacionaisquesocasosdesucesso,

    construindoparatanto,uminventrioanaltico

    dessasagnciasdedesenvolvimentourbanoque

    criaramprojetosurbanosefizeramcomque

    grandesreascentraisobsoletasse

    transformassemempotenciaisplosde

    investimento.Expansoprodutivadessesnovos

    mercadosinovativos,queestoatreladosao

    cooperativismoecompetitividadeexistentena

    trocadeexperinciasepesquisaentreempresas

    einstituiesdeensinoepesquisa. Grfico1 Cidades europiasquemaisinvestememsimesmas.Fonte:www.cushmanwakefield.com

  • I 72 I

    3.3 PROJETOSURBANOSCONTEMPORNEOS

    AlgumascidadesdaAmricaedaEuropaestosendoestudadaseentendidasnumdespertarda

    mudanasocialeeconmica,que,temproduzidoetransformadoantigasreasporturias,

    espaosresiduais,bairrosindustriaisabandonadosporcausadaexpansodacidade,lugaresde

    imensapotencialidade,emreasnovamente

    produtivasedensificadas,poissoservidasdeboa

    infraestrutura,boalocalizaoetrazemdiversos

    benefciosjdescritosnestetrabalho.Essesprojetos

    urbanosquecontemplamareutilizaodessasreas,

    estoemfrancaevidncia,poisdespertamnos

    cidadosumasadaparaaatualcriseambiental,to

    enfatizadaporONGs,instituieseformadoresde

    opinio.

    Entreeles,BatteryParkCity,emManhattan,Canary

    Wharf,emLondres,KopvanZuid,emRoterd,Seine

    RiveGaucheeParqueLaVillete,emParis,Puerto

    Madero,emBuenosAires,22@,emBarcelona,Mission Figura35 BatteryParkCity,Manhattan,NovaIorque.Fonte:Powell,2000

  • I 73 I

    Bay,emSoFrancisco,PotsdamerPlatzeAlexanderPlatz,emBerlim,Euralille,emLille,Cit

    Multimdia,emMontreal,eoutros.

    Tratasedecidadesquereceberamprojetosurbanosdeporte,equeconsideraraminicialmente,

    queacidadeumaestruturadevidaetrabalho,a

    integraodasfunessociais.

    Essaconsideraoveiocomorespostaaos

    problemasquetrouxeaseparaoentretrabalho

    emoradia.Separousetrabalhoevida.Planejava

    seacidadecomprescriespolticas,sociaise

    econmicas,monitorando,regulandoeajustando

    acomoumamquina,enocomoumorganismo

    vivoemutante,interativaehumana,comsuas

    funesurbanasintegradasederivadasda

    complexidadedeummundoglobalizado.

    Estamospresenciandoarealizaoterica

    eprticadaarquiteturametropolitana.

    EmummomentoondeasinformaessoFigura36 PotsdamerPlatz,Berlim.Fonte:Powell,2000

  • I 74 I

    fragmentadaseefmeras,nospareceurgentefazeradiscussodessasabordagense

    fazeraanlisereflexivadessesestudosdecaso,soboriscodevermonos,noBrasil,

    novamente,margemdaarquiteturaglobal.HqueseretomarnoBrasil,urgentemente,

    oimportantepapeldoprojetourbanonasnossascidades.(CarlosLeite,2002pg.19)

    Nessecontexto,devitalimportnciaentenderasubstituiodeplanosgeraisporprocessos

    estratgicos,quesejamexpressosporprojetosurbanoscomcapacidadeexecutiva,quefaama

    cidademovimentaretervida,econmicaesocial.Paratanto,investimentoemnovasinfra

    estruturasurbanas,ouamodernizao

    daexistente,atuamcomoagente

    estimuladoraoestabelecimentode

    novasempresaseresidncias.Melhor

    ainda,reaproveitandooespaofsico

    construdo,enfrentandoacidade

    existente,semnegla.Procurar

    refletiracomplexidadedametrpole

    contempornea.Buscaralternativas

    deintervenesquerespondams

    demandasgeradaspelanovalgicaFigura37 Euralille,emLille.Fonte:www.euralille.com

  • I 75 I

    territorial,pelarededefluxosdeinformao,demercadoria,edepessoas.(CASTELLS,2005;

    DUARTE,2002;LEITE,2002)

    Ourbanismoatualdebruaseentosobreaquestonovadacidadesobreacidade.No

    hmaismodelosrgidosoufixos.Tratasesempredeverificarquaisasestratgias

    dominantesna

    reconfiguraodas

    cidadesexistentespara

    entendlasetornarse

    umposicionamento

    crtico.(CarlosLeite,

    2002pg.127)

    Precisamosvoltaracrescerpara

    dentrodametrpoleepararde

    expandila.Reforamosque

    reciclaroterritriomais

    inteligentedoquesubstitulo.

    Reestruturloprodutivamente

    possveledevemosbuscar Figura38 22@,emBarcelona.Fonte:www.22barcelona.com

  • I 76 I

    exemplosqueconseguiramatrairnovossetoresprodutivos,baseadosnatecnologiada

    informaoecomunicao,masvinculadasvocaodoterritrio,comnovosvalores

    locacionais,aliadosspolticasdedesenvolvimentoeconmicoeurbanolocaleagestourbana

    eficiente.Destaforma,podemoscontribuirparaareduodoesvaziamentoprodutivodereas

    centraisapartirdareutilizaodosespaosvagos,combatendoaperdadevitalidadedotecido

    urbano.

  • I 77 I

    4.ESTUDOSDECASO:INVENTRIOANALTICO

    4.1 MISSIONBAY,SOFRANCISCO,EUA

    4.1.1 Introduo

    Desde1948,anodecriaodaAgnciadeRedesenvolvimentodeSoFrancisco,vriosprojetos

    urbanosforamcriadosemSoFranciscoparaodesenvolvimentoeconmicoeurbansticoda

    cidade(figura40).MissionBay,antigareaporturia,prximoaocentrofinanceirodeSo

    Francisco,eantigareaindustrial

    produtiva,teveseudeclnioa

    partirdosanos70,apartirda

    reestruturaodoprocesso

    produtivodocapitalismo.

    Comareestruturaoprodutiva

    nareadetecnologiadetodoo

    ValedoSilcio14,SoFrancisco

    entrounacorridapelo

    14 R egio da C alifrnia, que se extende desde San Jose a O akland, um conglom erado de cidades conurbadas que, em franca expanso h 30 anos, form am o poderoso V ale do S ilcio.

    Figura39 ValedoSilcio,regiodaCalifrnia.Fonte:www.corbis.com.br

  • I 78 I

    desenvolvimentodeclustersdealtatecnologia,cinciasdavidaebiotecnologia.

    Figura40reasderedesenvolvimentodeSoFrancisco.IndicaodalocalizaodeMissionBayFonte:www.sfgov.org

  • I 79 I

    Paratanto,aimplementaodaUCSFcomoinstrumentopropulsordessasnovasatividades

    econmicas,foifundamentalparaosucessodaimplementaodesseprojetourbano.Essas

    novasatividades,dedesenvolvimentoepesquisasembiotecnologia,exigemaconcentrao

    nicaefundamentalemcapitalhumanodeespecialtalento,esoelementosdeterminantes

    nessesnovosformatosdedesenvolvimentoeconmicoeurbano.NessaregiodaCalifrnia,

    estimasecercade250milpessoasonmerodepesquisadoresetcnicosligadosaessesetor,e

    investimentosanuaisde2bilhesdedlares.

    Veremosquenessecaso,oreaproveitamentodessasreasdesutilizadas,dessesvaziosurbanos

    emreacentral,parareestruturaprodutivamentecomessasnovasatividadeseconmicas,vai

    deencontronossabuscaportaisprojetos

    urbanos.Odestaquedesseestudodecaso,

    ototalinvestimentoporpartedainiciativa

    privada,ondeasempresasparticipam

    ativamentedesdeodesenvolvimentodo

    projeto,umacaractersticanorteamericana.

    Paraainstalaodetodoocomplexode

    MissionBayestprevistoumcustode4

    bilhesdedlares,aserexecutadoat2020.Figura41 LaboratriodaUCSFemMissionBay.Fonte:www.ucsf.edu

  • I 80 I

    4.1.2AAgnciadeDesenvolvimento

    AAgnciadeRedesenvolvimento

    deSoFranciscoumaentidade

    pblica,quegerenciadiversos

    programasdedesenvolvimento

    urbanoeeconmico,e

    responsvelpeloserviode

    recolocaoimobiliriadeSo

    Francisco.Em1998,aSFRAcriou

    doisprogramasparaMissionBay:

    oPlanodeRedesenvolvimento

    MissionBayNorteeoPlanode

    RedesenvolvimentoMissionBay

    Sul,resultantedoplano

    preliminarformadopela

    comissodeplanejamentoem

    dezembrode1996.

    Figura42 ProjetodeDesenvolvimentodeMissionBay(geral).Fonte:www.sfgov.org

  • I 81 I

    Proprietriadarea,aCatellusDevelopment,emparceriacomaSFRAeaUCSF,desenvolveum

    projetourbanoparagerenciarumempreendimentoqueagregasseocampusbiotecnolgicoda

    UCSF,areutilizaodovaziourbanodarea,acessibilidade,espaosempresariaisparaas

    empresasfiliadasaosetoreUCSF,equepromovesseousomistodaregio,commoradia,

    trabalho,estudoepesquisa,prestaodeservioselazer,comojconstavanosprogramas

    criadospelaAgncia.ACatelluscriouumcentrodevisitao,paraqueacomunidadelocal

    pudesseparticipareopinarsobreoprojetodesenvolvido.Porm,aUCSFeasempresasfiliadas

    contrataramarquitetosparaosprojetosdecadaedifcio,eosprogramaselaboradospelaSFRA

    jpossuamespecificaesclarasdendicesurbansticosparaarea.

    Figura43Alinhaamarelademarcaareade Figura44CentrodevisitaodaCatellusnainterveno,ealinhavermelhademarcaareade readeintervenoimplantaodaUCSF Fonte:www.sfgov.orgFonte:www.sfgov.org

  • I 82 I

    4.1.3ProjetosUrbanos

    Os projetos de desenvolvimento paraMission Bay foram inicialmente, prdeterminados nos

    PlanosdeRedesenvolvimentoMissionBayNorteeSul,edeterminavamosndicesurbansticos,

    comoocupao,volumetriaspossveis,alturas,eseususos.

    Figura45Padresdeocupaoevolumetria Figura46Usodasquadras.PlanodeRedensev.MBNorteFonte:www.sfgov.org Fonte:www.sfgov.org

  • I 83 I

    Tabela7Padresdeocupao,porzoneamento.Figura47ZoneamentodoPlanodeRedensev.MBSul.Fonte:www.sfgov.org Fonte:www.sfgov.org

    Apropostafinalfoiefetivamenteconcludaem1998,sendodesenvolvidapeloescritrio

    JohnsonFain,deLosAngeles,comacolaboraodospaisagistasSimonMartinVegue,

    Winkelstein&Moris,deSoFrancisco.

  • I 84 I

    TodaareadeMissionBayequivalea122ha,sendo23hasparaoCampusbiotecnolgicoda

    UCSF.Inauguradorecentemente(em2003),oCampusbiotecnolgicodaUCSFogrande

    propulsornodesenvolvimentoeconmicolocaldestareatradicionalmenteindustrial.At2030,

    oscomplexosresidenciais(algunscomusomisto)prevemaconstruode6000unidades

    habitacionais.Atualmente,h6projetosresidenciaisconcludos,totalizando1224unidades

    (75%paralocao,eorestantepara

    venda)construdaspelaCatellus,

    MissionHousingDevelopment

    Corporation,AvalonBayCommunities,

    MercyHousing,SignatureProperties,

    completosem2002,2003e2004.Para

    osprdioscomerciais,jest

    construdo70.000mparalaboratrios

    depesquisaemcinciadavidae

    biotecnologia,todosafiliadoscoma

    UCSF.

    Foramcontratadosvriosescritrios

    dearquiteturaparaaelaboraode Figura48 ProjetoUrbanoparaoCampusdaUCSF.Fonte:www.sfgov.org

  • I 85 I

    projetoseexecuodosedifcios,destaqueparaoescritriodeSkidmoreOwings&MerrilLLP,

    responsvelpeloCentrodeTecnologiaGenticadaUCSF,suaconstruocustouU$223milhes

    dedlaresparaumareaconstrudade36.500m,eparaoescritriodeRicardoLegoretta,

    responsvelpeloCampusCentroComunitriodaUCFS,custodaconstruoemU$70milhes

    dedlaresparaareaconstrudade15.000m2.

    Figura49 CentrodeTecnologiaGentica.Fonte:www.usfc.org

    Figura50 CentrodeTecnologiaGentica.Fonte:www.ucsfc.org

  • I 86 I

    Figuras 51,52,53e54 CampusCentroComunitriodaUSCFFonte:www.ucsfc.org

  • I 87 I

    4.1.4 DesenvolvimentoUrbanoSustentvel

    Oplanejamentopermitiuainstalaoprviadeinfraestruturasdealtatecnologianasprincipais

    ruasdeacesso,comocabeamentodefibrapticaetratamentodegua,almdeparques,

    estacionamentos,extensodalinhadometrdesuperfcie(MUNI),quepassaaconectara

    regiocomodistritofinanceirodacidade,almdaCalTrainStation,queintegratodooValedo

    Silcio.Todavia,foireaproveitadooleito

    ferroviriooriginalquecruzatodooterritriode

    MissionBay.Almdisso,aUCSFse

    responsabilizouemimplantarumanovalinhade

    nibusparaatenderaregio.

    Figura56 LinhademetroqueligaMissionBayaoCentrodeSoFrancisco.Fonte:www.ucsfc.org

    Figura55 MetrdesuperfcieemMissionBay.Fonte:www.ucsfc.org

  • I 88 I

    MissionBayumprojetourbanocomestratgiasdeinovaourbanaqueestabeleceo

    desejvelprocessodereestruturaoprodutivadeumvaziourbanoemumareacentral.

    Podemospontuarasquestesdesustentabilidadeaqui

    discutidas:

    Elefazametrpolecrescerparadentro,reabilitando

    funcionalmenteessareacentral,emcontraposioao

    espraiamentourbanoperifricotpicodaurbanizao

    americana.

    Acriaodeumplodeambientesinovativos,com

    usomisto,oferecendohabitao,trabalho,estudoe

    pesquisa,lazerequalidadedevidaparaseus

    habitantes.

    Acriaodecicloviasecaladaslargas,permitequeas

    atividadesfsicastornemseagradveis,tirandoos

    automveisdasruas,diminuindodrasticamenteonvel

    depoluioerudocausadopeloautomvel.

    Comainstalaodometrdesuperfcie,os

    habitantespodemselocomoveremaocentrodacidade, Figuras 57 RotasdePedestreseCicloviasFonte:www.ucsfc.org

  • I 89 I

    edemaispontosdeacessointegrado,comotodasascidadesdoValedoSilcio.

    Missionbayatualmente,umbairroprsperoecheiodevida,poisproporcionouumaalta

    densidade,eacumuloupontosvitaisdesustentabilidadeaodesprezaroespraiamentourbanoe

    ousodotransporteindividualcomocondicionantes

    davidaurbana.Trouxeariquezadoencontro,do

    inesperado,docontatoolhonoolhoentreas

    pessoas.

    Conclumosassim,queoprojetodedesenvolvimento

    urbanoMissionBaynosproporcionouumarica

    experinciaemnossotrabalhodepesquisa.Nose

    tratadeimportarparanossarealidade,poisainda

    nodispormosdetamanhosrecursos,masservepara

    nosdespertarquantopotencialidadedosambientes

    inovativosnoprocessodereestruturaoprodutiva

    dereascentraisociosas,queestonaexpectativade

    projetosqueregenereseutecidourbano.

    Figuras 58 EspaopbliconocampusdaUCFS.Fonte:www.ucsfc.org

  • I 90 I

    4.2 CITMULTIMDIA,MONTREAL,CANAD15

    4.2.1 Introduo

    CitMultimdiaumprojetoderegenerao

    urbanaereestruturaoprodutivadeum

    vaziourbanoemumareacentralde

    Montreal,capitaldeQuebec,quesofreucom

    oesvaziamentoindustrialdessareana

    dcadade70.Nadcadade90,quando

    Montrealassistiaagrandesadadecapital

    humano,epessoasdetalentoecapacitadas

    paraosEstadosUnidos,ogovernodeQuebec

    criouosProgramasdeAssistnciaCorporativa,

    paraincentivaracriaoeapermannciade

    empresasvoltadasaosetortecnolgicoe

    informacional.

    15Todasasinformaesforamobtidasdositeoficialdasentidadespblicaseprivadasenvolvidas,edosartigosdo

    ProfCarlosLeiteedoProfFbioDuartedisponveisemwww.vitruvius.com.br

    Figuras 59 Montreal,emdestaqueCitMultimdia.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 91 I

    Noinciode1997,foicriadooprogramaCDTI(Centresdedveloppementdestechnologiesde

    l'information,CentrosdeDesenvolvimentodeTecnologiadaInformao),eemmenosdeum

    ano,jhaviamaisde200empresasinteressadasnessesprogramas,poisbuscavaminicialmente,

    oreagrupamentoespacialdasempresasdosetor,desconsiderandoassim,oquevriosautores

    pensavamarespeitodonovogerenciamentodescentralizado,quenoexigiriauma

    concentraoespacialparaocontroleegerenciamentodasatividadesprodutivas.

    Asempresasdosetor

    tecnolgico,informacionale

    demultimdiabuscavamalm

    detudo,aconcentrao

    espacialdeempresasdo

    mesmosetor,ondepudessem

    concentrareestabilizara

    aquisioedesenvolvimento

    decapitalhumano,pessoas

    detalentoquebuscam

    crescimentointelectual.

    Dentrodessecontexto,a

    Figuras60 LocalizaodasprincipaisreasdeMontreal.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 92 I

    interatividadeentreasesferasgovernamentaisfoiessencialparaumentendimentomaiorsobre

    aspolticaspblicaspossveisatraireconcentrarespacialmenteessasempresas.

    Incentivosfiscaisalongoprazo(at10anos)foramcedidossempresasdessesetorque,ao

    demonstrarseusinteresses,osCDTIstratavamdeorganizarespacialmenteasinstalaesdetais

    empresas.CitMultimdiareconhecidahojecomoumaimportanteferramentade

    reordenamentourbanododistritodeFaubourgdesRcollets,localizadooestedoOldCentre

    dacidade,eaonortedoagorarestauradoCanalLachine.

    Nesseestudodecaso,umaagnciaconciliouosinteressesdeinvestimentospblicoseprivados,

    queconsolidouaparceriaeregenerouotecidourbanodeumareaquehapenas10anos,era

    umareadegradadaesuja,malvistapela

    populao.Todavia,umespaocentralizado,

    dotadodeinfraestruturas,acessibilidade,e

    potencialconstrudo.

    Figuras 61 Vaziourbano,espaosdesutilizado.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 93 I

    4.2.2AAgnciadeDesenvolvimento

    Comoclaroobjetivodeconciliarosinteresses,em1998,fundouseaPublicLandDevelopment

    Corporation,PLDC,corporaoformadaporumaparceriaentreoFundodeInvestimento

    PblicodoGovernodeQuebeceoQemfenLabourUnions'EconomicDevelopmentFundpara

    reconversodareacomoumclusterdeempresasaltatecnologiaemdias.

    Comumareadeummilhodemetrosquadradoscomercializveis,at2006,oitoedifcios

    foramrealizadosdentrodeummasterplandesenvolvidopeloGroupeCardinalHardycomapoio

    deProvencherRoyandAssociates,quemantmobairrohistricodeedifciosindustriais

    (recuperaoerevitalizaodopatrimnio)deFaubourgeinserenovasedificaesdentrodo

    mesmopadrodeescala.At

    muitorecentemente,osetorfoiquase

    completamentetomadoporusosde

    escritrioseincubadoras,masnosltimos

    anosalgunsedifciosforamconvertidospara

    usoresidencial.

    Figuras 62 EspaoemtransformaoFonte:www.citemultimedia.com

  • I 94 I

    Aparceriapblicoprivadaprevia:

    9 Estabelecer uma parceria diversificada e produtiva, alinhando recursos das esferaspblicasedosetorprivado

    9 RepresentaregerenciaruminvestimentodemaisdeCAN$400milhesdedlarescanadensesparaarevitalizaodareaeconstruodeumparquetecnolgico

    Destemontante,asentidadesparticiparamdaseguinteforma:62,5%deinvestimentospblicos

    naconstruoenareconversode8edifciosparaparquetecnolgicos,eminfraestrutura

    urbana,subsdiosdeisenesdetaxasparaasempresas,emprogramasdeincentivoss

    Figuras 64 EdifcioreconvertidoemCitMultimdiaFonte:www.citemultimedia.com

    Figuras 63 EdifcioconstrudoemCitMultimdiaFonte:www.citemultimedia.com

  • I 95 I

    empresas,e37,5%deinvestimentosprivadosnarenovaodosespaosconstrudos,tantoem

    espaoscomerciaiscomoespaosresidenciais(maisde500unidadeshabitacionais),eem

    investimentosderenovaodosespaospblicos.

    Oprogramadaagnciabuscavaainda:

    6000empregosdiretos(15%estrangeiros)

    Idademdiade32anos

    RendafamiliaranualmdiadeCAN$73.00050%maiorqueamdiageraldeMontreal

    Estabelecimentode100

    empresasnaCit

    Multimdia,voltadaspara

    aindstriadatecnologia

    dainformao,entreelas:

    multimdia desenvolvimento

    desoftwares

    comrcioeletrnico telecomunicaes

    Figuras 65 Motorola,umadasempresasseestabelernareaFonte:www.citemultimedia.com

  • I 96 I

    4.2.3ProjetosUrbanos

    CitMultimdiaocupaumareade

    20ha,epossuiummilhodemetros

    quadradoscomercializveis,eat2006,

    oitoedifciosforamrealizadosdentro

    deummasterplandesenvolvidopelo

    GroupeCardinalHardycomapoiode

    ProvencherRoyandAssociates,que

    mantmobairrohistricodeedifcios

    industriais(recuperaoerevitalizao

    dopatrimnio)deFaubourgeinsere

    novasedificaesdentrodomesmo

    padrodeescala.Atmuito

    recentemente,osetorfoiquase

    completamentetomadoporusosde

    escritrioseincubadoras,masnos

    ltimosanosalgunsedifciosforam

    convertidosparausoresidencial.Figuras 66 ImplantaodareaediversosusosFonte:www.citemultimedia.com

  • I 97 I

    Odesenhourbanoprocurarespeitarevalorizarotecidourbanoexistentederuasestreitase

    edifciosrelativamentebaixos,enquantofornecenovosespaoscomercializveis,deusosmistos

    eflexveisnecessriossdiversasempresasqueadentramaCitMultimdia.

    Figuras 67 VistaareadeMontrealFonte:www.citemultimedia.com

  • I 98 I

    AconstruodaCidadeMultimdiateveumclaroimpactosocial.Antesde1997,obairroeraum

    lugarparaovandalismogeneralizado:edifciosqueimados,terraarrasada,espaosvagos,

    fechados.Aimagemdopblicoemrelaoaestesetordacidadeeradedeterioraoe

    abandono.Agora,acidadetemagoraumpersonagemnovo,deimagemurbanadevidasegurae

    hightech,eostrabalhadoresdaliinseremsenestaimagemdeurbanismodevanguarda.

    Umclusterquepromoveuodesenvolvimentocombinadodeatividadescomonovastecnologias

    dainformaoemdias,concentraodetalento,bemcomomoradiaparaumaclassemdia

    crescente,egerousinergiasinovadorasemoperaesdereabilitaourbananoCanad.

    Figuras 68e69 VistaexternaeinternadeumdosedifciosdaCitMultimdia.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 99 I

    4.2.4 DesenvolvimentoUrbanoSustentvel

    Apesardesuareaserrelativamentebemmenorqueosoutrosestudosdecaso,vimosnesse

    projetourbanoaimportnciadopapelconciliadorqueaagnciateveaopromovera

    reestruturaoprodutivadeumareadeteriorada,esquecidapelasociedadelocal,equese

    tornounumambienteinovadoreprspero,etrouxenovasatividadesprodutivas,atuando

    espacialmentesobreotecidourbano.

    Sobreasquestesde

    sustentabilidade,novamente

    areconversodeumarea

    trazbenefciosambientais

    essenciais,poisevitao

    espraiamentourbano,

    agregavaloresaregio

    centraldacidade,ecomos

    usosmistos,propiciaa

    populaoresidenteum

    ambientedeconvvio

    agradvel.Somadoao Figuras70CanalLachineapssuarevitalizao.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 100 I

    processoderevitalizaodoCanalLachine,prximodaCitMultimdia,eacriaodeciclovias,

    areanasuatotalidadeestabeleceumambienteagradvel,produtivoeinovador.

    Asnovasformasdeproduoinovadoras,detentorasdevaloragregado,clamamportais

    ambientes,comfunessobrepostaseespaosmultifuncionais.

    CitMultimdiaumexemploprticodosbenefciospropiciadosporumaparceriapblico

    privada,comobjetivosclarosecomumaagnciaregulamentadoraeconciliadora.

    Figuras 71e72 ArevitalizaodoCanalLachineeacriaodeciclovias.Fonte:www.citemultimedia.com

  • I 101 I

    4.3 22@,BARCELONA,ESPANHA16

    4.3.1 Introduo

    Entreosprojetosurbanosdiscutidosnessetrabalho,comcaracterderegeneraourbanae

    reestruturaoprodutiva,emvaziosurbanosdereascentrais,combaseconceiptualem

    sustentabilidadeeambientesinovativos,oprojetourbanode22@emBarcelonaodemaior

    expresso,desdesua

    readeabrangnciaat

    asuaefetivao.

    ObairrodePoblenou,

    antigareaindustrialda

    cidade,acompanhou

    seudeclnionadcada

    de70,comasadadas

    indstriasdeseu

    territrio,apartirdo

    16Todoomaterialdestapartedotrabalhofoicoletadonaagncia22@,emvisitafeitapeloautoremjulhode2007,pelossiteoficiaisdasentidadesenvolvidas,epeloartigodoProf.Dr.CarlosLeite,publicadoem2007.

    Figura73TransformaodoterritriodePoblenou.Fonte:www.22barcelona.com

  • I 102 I

    processodereestruturaoprodutivajdescritosnestetrabalho.Apartirda,iniciouuma

    discussointensasobreofuturodePlobenou.Porfim,em2000foicriadopelaprefeituraa

    agncia22@,responsvelpelaregeneraourbanadobairro,atravsdeimplementaesde

    empresasdosetordeTIC(TecnologiadaInformaoeComunicao),dosetordebiotecnologia

    edemaissetoresinovativos,queseriamnegociadaspelaprpriaagncia.

    Ainstalaodeinstituiesdeensinovoltadasaessesnovossetores,oaumentodopotencial

    construtivoeadeterminaodosusomistoforamfatoresessencialnoplanejamentodaagncia,

    poisagregavalores,e

    contribuiparaasinergia

    noscontratosde

    cooperaoentre

    empresaseinstituies

    voltadasparapesquisae

    desenvolvimento.

    Noentanto,devemos

    ressaltaro

    desenvolvimentoFigura74VistaareadobairroPlobenou,emBarcelonaFonte:www.22barcelona.com

  • I 103 I

    Figura75 ProjetoquedemarcaasquadrasdeintervenonaareadobairroPlobenou,emBarcelonaFonte:www.22barcelona.com

  • I 104 I

    econmicoespanholnasltimasdcadas,eespecificamente,acidadedeBarcelonaquedesde

    asOlmpiadasde1992vemrealizandoumtrabalhobastantepremiadonotocanteao

    desenvolvimentourbanoqueacidadetemcontemplado.

    Nesteestudodecaso,

    comaltos

    investimentosoriundos

    dosetorpblicona

    implementaodas

    infraestruturas

    urbanas,vimos

    novamentea

    importnciadaparceria

    pblicoprivadanesse

    processode

    desenvolvimento

    urbanopromovid