a carreira executiva e a força interior que nos guia
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A CARREIRA EXECUTIVA E A FORÇA INTERIORQUE NOS GUIA
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A R T I G O
vice-presidente de Recursos Humanos da Nextel e diretor voluntário do Instituto Ser+
“As pessoas parecemestar sem um
referencial maiore se questionam
por que colocar omelhor do seu
coração, da suainteligência, da
sua energia aserviço da
organização.”
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Costumo pensar que aquilo que nos move e forja o nosso caráter e os nossos valores é uma
mescla entre a paixão e a crença. E isso nada tem de místico: é simplesmente muito difícil, atual-
mente, penso, competir em um mercado extremamente cheio de dificuldades, barreiras, entraves
e bons competidores sem paixão.
É óbvio que não dá para minimizar, sob nenhum pretexto, a importância da estratégia e de
uma boa gestão econômico-financeira. Mas dados os desafios que estão sendo colocados no sécu-
lo XXI, vejo uma crise muito grande de valores e propósitos. As pessoas parecem estar sem um
referencial maior e se questionam por que colocar o melhor do seu coração, da sua inteligência, da
sua energia a serviço da organização.
Diariamente, as pessoas são bombardeadas por um grande número de notícias ruins, difusas,
que afetam a esperança de uma vida melhor, que derrubam o estado de motivação; há várias crises
éticas manchando a reputação de grandes empresas, e isso mexe com o moral e a crença das pes-
soas de que é possível vencer executando um trabalho honesto. Mas quem quer abraçar uma car-
reira executiva com seriedade deve driblar isso, pois o impacto que esses profissionais terão na
formação das próximas gerações é enorme. É quase um exercício de fé nos valores, na crença de
que é possível persistir em prol de uma causa relevante, maior. Tomando o cuidado para não con-
fundir esse tópico com religião, pois de forma alguma tenho essa intenção, devo dizer que acredi-
to que a fé pode nos ajudar a superar vários limites. Há uma força interior, independentemente de
classificações, que nos move. E ela nos ajuda a perseguir uma causa justa, realizar um trabalho
socialmente relevante.
É claro que é preciso estar atento para as “distrações” ao longo do caminho. Falo do ego e das
“máscaras” que adotamos para jogar o jogo do poder. Tenho percebido na minha experiência
como executivo, as empresas cada vez mais demonstrando sinais de que estão doentes. Sempre
com o devido cuidado da não generalização, pois seria inapropriado de minha parte, tenho co -
nhecido, entretanto, algumas empresas, as quais parecem operar negócios que, para gerar riqueza,
estão tratando as pessoas como se fossem recursos descartáveis. Não é normal e isso, a meu ver,
coloca em xeque a viabilidade desse tipo de negócio. Há aí um apelo hedonista que dá vazão a
questões superficiais, achando que o consumismo é a resposta para tudo. Mas o vazio é existen-
cial, falta de um propósito maior a inspirar o melhor das pessoas.
É preciso humildade e resiliência para enxergar o que precisamos para nutrir essa força inte -
rior. Aqui, geralmente, a busca pelo autoconhecimento se faz notar quase de maneira natural.
Quanto mais nos abrirmos ao processo de autoconhecimento, honrando as origens, a família, as
tradições, os antepassados, a ética, o trabalho sério, a educação, o respeito pelo ser humano e por
todos os seres vivos, melhor. Acredito que a espiritualidade será cada vez mais uma disciplina a
ser discutida nas empresas modernas, pois quando nos livramos de preconceitos e paradigmas
ultrapassados, temos mais chances de desenvolver organizações mais humanizadas e competiti-
vas, em sintonia com as demandas de um novo tempo que já nos faz perceber a necessidade de
novos modelos de empreendimentos e de novos referenciais. E essa força é poderosa o suficiente
para captar o melhor das pessoas, conectando-as em prol de uma boa causa.