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Ministério de Minas e Energia
A Bioeletricidade: Seus atributos e sua
contribuição na Matriz Elétrica
Hélvio Neves GuerraSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
São Paulo, 29 de maio 2019
Este documento foi preparado pelo MME e apresenta as melhores estimativas, com base nos dados disponiveis. Cabe ao receptor deste documento, o tratamento e a interpretação adequados.
1. Planejamento Energético – Panorama
2. Setor Elétrico e a Bioeletricidade
3. Recursos Energéticos Distribuídos
4. Leilões Regulados
Agenda
Para criar as condições imprescindíveis para o investimento:
• Governança
• Estabilidade e segurança jurídica e Regulatória
• Previsibilidade
Como? Construindo um diálogo entre governo, empresariado e sociedade:
Respeito às competências do formulador de políticaspúblicas (Congresso Nacional e MME) e dos reguladores setoriais
Ex.: Divulgação prévia de agenda de leilões
• Responsável• Pragmático• Harmonioso e• Transparente
Reduzir assimetrias de informação,
aumentar a competição no setor e reduzirineficiências
Princípios Norteadores das Ações do MME
15,5
6,6 6,3
2,2
EUA China União Europeia Brasil
Emissões de CO2 per capita – 2015 Toneladas de CO2 por habitante
A oferta de energia do Brasil pode acompanhar o
crescimento econômico previsto sem comprometer a
sustentabilidade ambiental
Características da Matriz Energética Brasileira
Fonte: MME/EPE, 2018
Hidráulica54%
Biomassa8%
Eólica13%
Solar4%
Nuclear2%
Gás Natural11%
Derivados de Petróleo
1%
Carvão2%
Alternativa para Ponta6%
2027209 GW*
2019164GW
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa,em relação aos níveis de 2005, em 37% até2025, e uma indicação de 43% até 2030
Compromissos do Brasil junto à ONU
Capacidade Instalada
*Obs: Sem a participação da parcela Paraguai de Itaipu
Nuclear
1,6%
PDE 2027: Evolução da Capacidade Instalada
BIG ANEEL -abril/2019
Alternativa Indicativa de Ponta: contempla termelétricas a ciclo aberto e tecnologias de armazenamento
Hidraúlica63,8%
Biomassa9,0%
Eólica9,1%
Nuclear1,2%
Gás Natural8,2%
Derivados de Petróleo
5,5%
Carvão2,0%
Solar1,3%
*Obs: Percentual total considera também Biogás
FONTE: PDE 2027
Solar8.639 MW
Eólica26.672
MW
PCH8.868MW
Carvão3.420 MW
Nuclear3.395 MW
GN23.021
MW
Hidro103.410
MW
Biomassa
16.583MW
2027
Petróleo + UTE Ciclo
Aberto
15.286MW
PDE 2027: Geração Centralizada
8.639 MW (+489%)Fonte Solar Centralizada atingirá patamares semelhantes a capacidade instalada
de PCH+CGH ao fim do Horizonte
R$ 226 bilhõesInvestimento previsto ao longo do período
26.672 MW (+96%)A participação da Fonte Eólica na matriz elétrica dobrará ao fim do horizonte
16.583 MW (+22%)GN mostra uma expressiva participação na matriz elétrica ao
fim do Horizonte
FONTE: PDE 2027 - CENÁRIO REFERÊNCIA
PDE 2027: Evolução Biomassa - Incrementos
**Dos quais 150 MW são de Biogás
2.600 MWÉ a Expansão total no
horizonte Decenal para os Subsistemas SE/CO
Resíduos florestais
Bagaço de cana
Biogás
FONTE: PDE 2027
200 MW
150 MW
2.250 MW
GERAÇÃO
CENTRALIZADA
Investimentos R$ 226 bilhões
TRANSMISSÃO
Investimentos R$ 108 bilhões
GERAÇÃO
DISTRIBUÍDA
Investimentos R$ 60 bilhões
Resumo dos Investimentos – Setor Elétrico
Investimentos R$ 394 bilhões
FONTE: PDE 2027 , data de Referência 12/2017
3/4 Geração
1/4 Transmissão
O Setor Sucroalcooleiro
➢ A contribuição do Setor Sucroalcooleiro para a redução de emissões dedióxido de carbono, tem sido inestimável, desde a criação do Proálcool em
1975.
➢ Na Matriz Energética Brasileira, os derivados da cana de açúcar (bagaço e etanol),
passaram de uma participação de 4,5% em 1975, a 17,4% em 2018, tendoatingido o recorde de 18,1% em 2009.
➢Na matriz de transportes do Brasil, de 2018, a bioenergia participoucom 23% (80% de etanol e 20% de biodiesel). No mundo, o indicador da
bioenergia é de um pouco mais de 3%.
➢ Em 2018, foram gerados 35,6 TWh por bagaço de cana,correspondendo a quase 7% do consumo de energiaelétrica nos setores econômicos (535 TWh). Dessa geração,60% foi destinada ao mercado e 40% para consumopróprio.
35,6 TWhGerado em 2018
Consumo próprio
Mercado
Para acumular água no reservatório, utiliza-se aeólica e a biomassa
Alternativas para Expansão da Geração
• Localização no Centro de Carga• Potencial de crescimento• Capacidade Potencial equivalente à
Usina Hidrelétrica de Belo Monte
Complementariedade
Biomassa Florestal
1,52 2,02 2,55 3,13
3,13 3,23 3,03 2,661,76
1,83 2,06 1,922,54
3,343,48 3,371,94
3,553,79 3,82
-
2
4
6
8
10
12
14
16
Milh
õe
s d
e h
ect
are
s
Outros Usos Lenha Carvão vegetal Papel e Celulose (Lixívia) Florestas Energéticas Potencial
15 19 20 215 5 7 89
14 16 1816
3542
49
-
20
40
60
80
100
120
Milh
õe
s d
e t
ep
Energia Primária Disponível
Lenha Carvão vegetal Lixívia Florestas Energéticas Disponível
Considerável potencial de crescimento
Fonte: PDE 2027 e NOTA TÉCNICA PR 04/18 – Potencial dos Recursos Energéticos no Horizonte 2050
Produtividade média é de 37,4
metros cúbicos por hectare por ano,
com um crescimento de 1,5% aoano, chegando em 2050 com 63,9
metros cúbicos por hectare por ano
Em 2050, cerca de 15 milhões dehectares deverão estar ocupadospor florestas plantadas para atender
a demanda pelos recursos energéticos debase florestal, um potencial de lenha para
geração elétrica. Isto representa umcrescimento de quase 70% emrelação à 2014.
Biomassa de Cana-de-açúcar
180 246 304
287
389 443
199
244
282
103
141
175
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
Milh
ão d
e t
on
ela
das
Ponta e Palha
Caldo para açúcar
Caldo para etanol
Bagaço
Projeção da produção bagaço, caldos para etanol e açúcar e palha e ponta.
77
87
99
50
60
70
80
90
100
110
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
Pro
du
tivi
dad
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a ca
na,
t/
ha
Áre
a d
e c
anav
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milh
õe
s d
e h
ect
are
s
Projeção da área plantada e produtividade da cana-de-açúcar.
Até 2050, a área plantada com cana poderáaumentar somente 20% em relação a 2015,
graças ao aumento de 29% daprodutividade agrícola, chegando a
99 toneladas por hectare
Fonte: PDE 2027 e NOTA TÉCNICA PR 04/18 – Potencial dos Recursos Energéticos no Horizonte 2050
A produção de cana-de-açúcardeve crescer 55% no período,
chegando a pouco mais de 1 bilhão detoneladas.
➢ 12% do consumo total de bioeletricidade (Associação Mundial de Bioenergia2014)
➢ Entre 2000 e 2012: geração elétrica a biomassa cresceu 140%
➢ Em 2014: 93 GW de capacidade instalada (14% da matriz elétrica renovávelmundial)
➢ Empregos gerados: 333 mil no mundo (145.000 na China e 85.000 na Índia)
➢ Origem de diversas fontes: resíduos sólidos urbanos, agroindustriais, animais oude floresta
✓ América do Norte: Os Estados Unidos lideram a produção de biocombustíveis,com seu uso ancorado em regulação da agricultura e em padrões federais paracombustíveis renováveis. Está entre os 5 maiores produtores de biogás paracombustíveis veiculares
✓ América Latina: Argentina, Brasil e Colômbia tem infraestrutura para gás naturalque poderiam ser utilizados para o biogás
Fontes: EPE e REN 21
Biogás no mundo
Elevado potencial disruptivo, capaz de transformar profundamente os sistemas elétricos. (+ Complexidade)
Recursos Energéticos Distribuídos
2005-2006 2015-2016
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
GW
Milh
ares
0
2
4
6
8
10
12
14
GW
Milh
ares
jan jun dez jun dez jan jun dez jun dez
Hidro Térmica Eólica
Atendimento da carga do Nordeste
Setor Elétrico passou por uma Transformação
Importações de outros
Submercados
• Intermitência da geração• Redução da controlabilidade• Redução da observabilidade• Aumento dos requisitos de reserva de potência operativa e
de controle de frequência• Aumento do custo total de operação• Externalidades• Permanência de geração fóssil em Sistemas Isolados
Constatações - Consequências
• Aprimoramento de modelos computacionais
• Regulamentação da Geração Fora da Ordem de Mérito
• Adoção de soluções híbridas nos sistemas isolados (solar + bateria)
• Introdução de mecanismos de reação da demanda
• Remuneração da reserva de potência
• Mecanismos de compartilhamento de riscos
Constatações - Aperfeiçoamentos
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
MW
Geração, Carga e Intercâmbio de Energia- Região Nordeste – 29/8/2017
Geração Solar Geração Hidráulica Geração Térmica
Geração Eólica Intercâmbio Carga
Geração, Carga e Intercâmbio de EnergiaRegião Nordeste – 29/8/2017
108,0145,7
182,1 179,0234,9
67,6
118
198 197,8
198,9
98,6
218,9
212,9
216
90,5
151,68
194
195
180
175,6
Eólica Solar UHE PCH CGH Gás Natural BiomassaLeilão A-4 2017 Leilão A-4 2018 Leilão A-6 2017 Leilão A-6 2018
Resumo Leilões Regulados: A-4 e A6 (2017/2018)
Fonte: MME a partir de dados da CCEE/ANEEL
Preço Médios por fonte (R$/MWh)
136 MW 162 MW
262 MW
432 MW
2266 MW
114 MW48 MW
132 MW
648 MW
65 MW
198 MW
357 MW
100 MW
647 MW
162 MW
611 MW
389 MW
111 MW
37 MW
178 MW
25 MW177 MW
62 MW28 MW
241,84
267,87 271,47 267,42
106,57
260,40
249,47 246,93
241,43
227,73
157,48 153,47 149,82
185,73 180,48
258,13 254,62
331,89
249,89 238,00
245,55
225,81
206,04
179,97
3 4 5 9
29
1 1 311
1 4 7 29 5 8 8 3 2 6 1 6 2 2 -
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
0 MW
500 MW
1000 MW
1500 MW
2000 MW
2500 MW
Leilão2/2005 (A-
5)
Leilão2/2006 (A-
5)
Leilão4/2006 (A-
5)
Leilão3/2007(LFA)
Leilão1/2008(LER)
Leilão3/2008 (A-
5)
Leilão2/2009 (A-
3)
Leilão2/2010
(S.Isolado)
Leilão5/2010(LER)
Leilão7/2010
(FA)
Leilão2/2011 (A-
3)
Leilão3/2011(LER)
Leilão7/2011 (A-
5)
Leilão6/2013 (A-
5)
Leilão10/2013
(A-5)
Leilão6/2014 (A-
5)
Leilão2/2015(LFA)
Leilão3/2015 (A-
5)
Leilão4/2015 (A-
3)
Leilão1/2016 (A-
5)
Leilão4/2017 (A-
4)
Leilão5/2017 (A-
6)
Leilão1/2018 (A-
4)
Leilão3/2018 (A-
6)
Pre
ço (
R$
)
Po
tên
cia
(MW
)
UTE Biomassa - Correção pelo IPC-A (referência 28/02/2019)
MW Preço (R$) Qtde
UTE Biomassa – 2005 a 2018
Fonte: MME a partir de dados da ANEEL
Art. 1° Estabelecer metodologia para as usinas termelétricasmovidas à biomassa com Custo Variável Unitário - CVU nuloobjetivando:
[...]
II – revisão dos montantes de garantia física de energia combase no aumento da disponibilidade de combustível e/ou eficiênciaenergética, sem aumento de capacidade instalada.
[...]
Art. 7° A revisão da garantia física de energia de que trata oart. 1°, inciso II, será realizada para empreendimentos que atendam,cumulativamente, as seguintes condições:
I – empreendimentos existentes participantes de leilões deenergia existente, leilões de fontes alternativas ou leilões de energiade reserva;
[...]Fontes: EPE e REN 21
PORTARIA 546, de 17 de outubro de 2014
COGEN – ÚNICA – ABRACEEL
AUSÊNCIA DE SINAL ECONÔMICO PARA INVESTIMENTOS
Retirada do inciso I do Art. 7°, permitindo aos agentes a declaração domontante de garantia física adicional proveniente do aumento decombustível para venda no ACL.
Viabilizando adicionar cerca de 20% à geração atual.
Como é hoje, mais significa liquidação no MCP ao PLD em ummercado paralisado pela judicialização.
Fontes: EPE e REN 21
PORTARIA 546, de 17 de outubro de 2014
PONTOS A SEREM RESOLVIDOS
- Como tratar o descompasso entre a garantia física declarada e aenergia efetivamente gerada?
Fontes: EPE e REN 21
PORTARIA 546, de 17 de outubro de 2014
2016 2017 2018
Geração média (MWmed) 799,4 1.364,2 1.254,6
GF vigente (MWmed) 1.203,6 1.631,5 1.190
Gmed/GF 66% 84% 105%
PONTOS A SEREM RESOLVIDOS
Fontes: EPE e REN 21
PORTARIA 546, de 17 de outubro de 2014
• Acórdão TCU nº 1.631/2018 determina que:
• Adotar medidas adicionais para correção do desequilíbrio estrutural quepersiste no sistema (divergência entre lastro físico (GF) e capacidade desuprimento do parque gerador) e observância de não somente de variáveiseconômicas, mas também variáveis essências técnicas para o cálculo daGarantia Física;
• Necessidade de análise do impacto da solicitação de eventualcomprometimento a segurança do suprimento do ponto de vista doplanejamento
• O assunto está na pauta de avaliação da Secretaria de Planejamento eDesenvolvimento Energético do MME.
Este documento foi preparado pelo MME e apresenta as melhores estimativas, com base nos dados disponiveis. Cabe ao receptor deste documento, o tratamento e a interpretação adequados.
Ministério de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
(61) 2032- 5762
Obrigado!