a bicicleta como veículo de mobilidade urbana sustentável

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Ugo Nogueira Castañon CONTATO [email protected] [email protected] RUA FLORIVAL CHEREM CRUZEIRO, 300 - CHALÉS DO IMPERADOR CEP: 36036-390

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Page 1: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

Ugo Nogueira Castañon

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RUA FLORIVAL CHEREM CRUZEIRO, 300 - CHALÉS DO IMPERADORCEP: 36036-390

Page 2: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

A BICICLETA COMO VEÍCULO DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

Ugo Nogueira Castañon1

RESUMO

Este é um estudo sobre mobilidade urbana com ênfase no uso de um veículo não motorizado –

a bicicleta. Apresenta a relação entre desenvolvimento e mobilidade sustentável, abordando o

uso da bicicleta em vários países do mundo, com ações positivas e eficientes. Aborda algumas

ações implementadas no Brasil e o estágio atual das ações públicas e privadas no sentido da

adoção da bicicleta como meio de transporte e não, apenas, como instrumento de lazer.

PALAVRAS-CHAVE:

Mobilidade Sustentável. Bicicleta. Transporte Não-Motorizado.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo destaca a bicicleta, um veículo não motorizado (VNM), e sua contribuição

para a mobilidade urbana sustentável de forma econômica e eficiente.

A mobilidade sustentável é uma questão que aparece entre as principais preocupações das

políticas públicas relacionadas ao trânsito urbano. Entretanto, essa sustentabilidade esbarra,

entre outros problemas, na poluição provocada pelos veículos impulsionados por motores que

utilizam combustível fóssil.

Essa poluição atinge patamares muito significativos, pois a cultura do uso do automóvel, no

Brasil, não cede facilmente diante das questões ambientais, constituindo, mesmo, um desafio

para o desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis.

O principal objetivo dos Órgãos Governamentais brasileiros responsáveis pelas políticas

públicas relacionadas ao trânsito, nesse momento, é ir ao encontro e implementar um recurso,

que contribui para que a mobilidade urbana passe a sustentável. A bicicleta é esse recurso de

mobilidade sustentável, assim reconhecida em muitas partes do mundo, ainda que de

diferentes formas e por diferentes razões, há muito tempo.

Assim, com o estudo da bicicleta como elemento capaz de contribuir para a diminuição do

1 Mestrando em Transportes pelo Programa de Engenharia de Transportes da COPPE/UFRJ

Page 3: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

número de veículos motorizados nas cidades, a preservação do meio ambiente, a

disponibilidade de espaço nas cidades, a saúde humana e a economia da população,

aprofunda-se o conhecimento sobre os benefícios de sua presença no Brasil.

Ao mesmo tempo, identifica os fatores que favorecem ou limitam o seu uso, contribuindo

para a formação de uma atitude de adesão ao seu uso no dia-a-dia das cidades.

Justifica-se, então, a escolha do tema como uma decorrência da atenção com que as políticas

públicas brasileiras para o trânsito começam a olhar para a bicicleta que passa a ser vista

como um recurso eficiente de mobilidade urbana sustentável e como agente da transformação

da visão da sociedade, que passa a ver a utilização da bicicleta além das atividades de lazer.

O assunto é muito amplo e isso torna a sua delimitação uma necessidade, para o presente

estudo. Optando por alguns pontos relacionados ao uso da bicicleta, pode-se dizer que, neste

estudo, ela é tratada como veículo urbano capaz de preservar o meio ambiente e as condições

humanas decorrentes; é vista como recurso democrático de oferta de transporte urbano a toda

a população, com destaque para a integração de pessoas atualmente excluídas, levando

direitos da cidadania a um grande número de homens e mulheres.

Como incentivo ou comprovação das propostas políticas, foram levantados exemplos ao redor

do mundo, mostrando países que já investem na bicicleta e destacando, também, os projetos

que no Brasil vêm dando bons resultados sociais e econômicos.

De forma realista, são levantadas, também, dificuldades que tornam lentas a implantação de

alguns projetos e concorrem para o fracasso ou a modificação de outros.

O assunto é abordado em base bibliográfica, recorrendo-se a trabalhos que acreditam e

valorizam a bicicleta como veículo indicado para a mobilidade urbana sustentável, nos

diferentes países do mundo, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento.

Merecem destaque artigos e informações disponíveis em meio eletrônico, documentos

presentes nos portais do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Ministério das Cidades

(MC), do Ministério dos Transportes (MT), do Ministério da Educação (MEC).

2. DESENVOLVIMENTO E MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEIS

Em trinta anos de debates internacionais sobre as necessidades de cuidados com a Terra e o

estabelecimento de medidas que a preservem sem suspender o desenvolvimento econômico, a

Organização das Nações Unidas – ONU – já promoveu três conferências internacionais em

busca de consenso para alguns problemas mundiais.

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Silva (2008) destaca que a primeira Conferência aconteceu em Estocolmo, em 1972, com o

nome oficial de Conferencia das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. O resultado

dessa Conferência foi a criação do Programa das Nações Unidas para o Ambiente – PNUMA

– e a declaração de 26 princípios que formam a primeira legislação ambiental mundial. Dentre

as ações concretas surgiu um relatório sobre o uso da energia no planeta

O autor refere-se à segunda conferência, realizada em 1992, no Rio de Janeiro e oficialmente

denominada Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento ou

Cúpula da Terra – a ECO-92, destacando de seus resultados algumas medidas como a criação

de Convenções sobre a diversidade biológica e mudança climática, a Declaração de Princípios

sobre Florestas e a Agenda 21.

Em 2002, a terceira conferência da ONU, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento

Sustentável ou Cúpula da Terra 2. Rio +10, aconteceu em Johannesburgo, complementando

as decisões da ECO-92. Nessa ocasião, listaram-se os resultados esperados das sociedades,

definiram-se metas, datas e meios de implementação da Agenda 21; reafirmou-se o

compromisso de combate à pobreza e ajuda ao desenvolvimento.

Conforme as observações do Ministério do Meio Ambiente (MMA), desse conjunto de

medidas destaca-se a Agenda 21 como a mais abrangente tentativa de orientar, povos e

nações, para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, preocupando-se, e

defendendo a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

"A Agenda 21 reúne o conjunto mais amplo de premissas e recomendações sobre como

as nações devem agir para alterar seu vetor de desenvolvimento em favor de modelos

sustentáveis e a iniciarem seus programas de sustentabilidade" (SILVA, 2007).

O documento, Agenda 21, estabelece princípios a serem adotados de forma global, nacional e

local, não só pelos governos, mas, também pela sociedade civil, naquelas áreas em que a ação

humana interfere no ambiente. Xavier (2006) observa que muitos dos objetivos e atividades

da Agenda 21 referem-se às áreas urbanas. Essa característica traz para bem perto dos

municípios de diferentes portes a preocupação com a implantação das medidas ou sugestões

apresentadas.

A organização nacional da Agenda 21 Brasileira, conforme Xavier (2006) identificou seis

temas procurando integrar a complexidade das regiões do País a um conceito de

sustentabilidade. Dentre os temas interessam diretamente às regiões urbanas o que se refere às

Cidades Sustentáveis e à Redução das Desigualdades Sociais, que pode acontecer também na

Page 5: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

utilização do transporte.

Como resultado do crescimento da indústria automobilística no século XX, há, no Brasil, uma

opção indiscutível pelo transporte em um veículo motorizado que usa combustível fóssil, o

automóvel. Essa preferência traz graves conseqüências para o meio ambiente, seja pelos

resíduos lançados na atmosfera, pela poluição sonora, pela complexidade do planejamento de

circulação seja pelo alto custo financeiro, responsável pela exclusão de pessoas ao acesso aos

meios de transporte coletivo ou particular, por razões econômicas e sociais.

Optando por um desenvolvimento econômico progressivo nos diversos setores sociais, mas de

forma sustentável, o Brasil reconhece o crescimento das cidades e as dificuldades que existem

em relação à mobilidade em todos os médios e grandes centros urbanos.

Para um melhor atendimento às cidades brasileiras, foi criado o Ministério das Cidades, em

2003, com o objetivo de articular as ações do Governo Federal em torno dos múltiplos

problemas que afetam homens e mulheres que habitam as cidades e se ressentem do acesso

eqüitativo aos benefícios da vida urbana, entre eles a mobilidade com segurança, fator de

inclusão social.

Hoje, ao implementar o Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta, através da SeMob –

Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, o Ministérios das Cidades procura

estimular os Governos Municipais, Estaduais e do Distrito Federal a desenvolverem e

aprimorarem ações que favoreçam o uso da bicicleta como modo de transporte, com

segurança (BRASIL, 2007)

O desenvolvimento que significa crescimento econômico na dependência do consumo

crescente de energia e de recursos naturais que seriam gradualmente extintos, cede lugar,

hoje, a uma atitude voltada para o desenvolvimento sustentável.

A definição para o termo desenvolvimento sustentável, foi elaborada pelo relatório

Brundtland Commission, denominado Our Common Future, da Word Comission on

Environment and Development, de 1987 e diz que:

Desenvolvimento sustentável é aquele que harmoniza o imperativo do crescimento econômico com a promoção da equidade social e preservação do patrimônio natural, garantindo assim que as necessidades das atuais gerações sejam atendidas sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras.

Esse conceito reconhece a necessidade e a conveniência de desenvolvimento econômico ao

mesmo tempo em que propõe a proteção ao meio ambiente como um todo e à biodiversidade,

Page 6: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

da qual depende a continuidade da vida na Terra, e ainda destaca a necessidade e eqüidade

social, responsabilizando-se pela inclusão de todos aos direitos da cidadania. Refere-se,

portanto, ao desenvolvimento que não esgota os recursos, mas os sustenta, garantindo a

capacidade de um sistema reproduzir-se indefinidamente, para uso compartilhado,

globalmente, por todos os cidadãos.

Hamburg et al (1995) e Ferrandiz (1990) apud Raia Junior (2000) destacam a importância da

relação da mobilidade como fator de promoção do desenvolvimento quando consideram que

não é possível falar em equidade social ou qualidade de vida se apenas alguns grupos na

sociedade são atendidos por um sistema de transporte.

Campos (2008) cita que, em busca do desenvolvimento sustentável, tem-se procurado utilizar

em atividades presentes nas áreas urbanas procedimentos que atendam aos princípios da

sustentabilidade. Nesse caso, encontra-se a atividade ligada à mobilidade.

Para mobilidade urbana existem várias definições. Selecionando em Raia Junior (2000) um

conceito que reúne diferentes elementos de forma simples e direta, pode-se formular uma

definição geral: mobilidade significa a capacidade dos indivíduos se movimentarem de um

ponto a outro do espaço urbano na dependência da organização do sistema de transporte e das

características sociais e econômicas do próprio indivíduo.

Sistema de transporte é um conjunto de veículos motorizados ou não, coletivos ou

individuais, públicos ou privados que circula em determinada quantidade direção e freqüência

e que é utilizado conforme características dos usuários, define Campos (2008).

O poder público tem entre seus objetivos satisfazer as necessidades de transporte para a

mobilidade da população. Raia Junior (2000) demonstra que esse objetivo representa um

desafio para as políticas públicas urbanas tendo em vista duas situações que o seu alcance

gera

Tiwari (2008), destacando a questão do meio ambiente, afirma que, enquanto os transportes

motorizados são uma das mais poluidoras de todas as atividades humanas, o ciclismo é o

modal menos poluente, pois não gera poluição sonora ou de emissões tóxicas. Por isso,

considera, há necessidade de se fazer com que o ciclismo se torne mais popular.

Tendo em vista todas as colocações feitas até aqui, pode-se destacar que o Ministério das

Cidades considera como objetivo do desenvolvimento de suas políticas a inclusão da bicicleta

entre os meios de transporte como recursos para a implantação do conceito de Mobilidade

Urbana Sustentável e como forma de redução do custo da mobilidade e inclusão das pessoas.

Page 7: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

3. VEÍCULO NÃO MOTORIZADO: A BICICLETA

Bianco (2008) encontra a presença da bicicleta no Brasil desde o final do século XIX. Mas,

com a crise do petróleo, a partir da década de 1970, e com o interesse das pessoas pelo

exercício como forma de melhorar o condicionamento físico foi que a bicicleta passou a ser

considerada como um modo de transporte viável.

Em relação à bicicleta, Bantel (2005) observa que ela é completamente desprezada como um

veículo de transporte de passageiro e de carga.

Na verdade, ela é um veículo de transporte muito importante dentro do aspecto

socioeconômico, “na mobilidade urbana, na cidadania, na inclusão social, além de ser

instrumento de lazer, de competição, de exercícios físicos e de saúde preventiva. Na visão

ambiental a bicicleta é o símbolo mundial do transporte sustentável” (BANTEL, 2005).

A frota de bicicletas no Brasil está em torno de 50 mil unidades, estima Bantel (2005), mas

grande parte em desuso por questões de segurança viária.

Xavier (2006) registra que nos 437 municípios brasileiros com população acima de 60 mil

habitantes a marcha a pé é a forma mais presente de deslocamentos ainda que quase se

igualando ao uso de transportes coletivos, 35% e 32% de ocorrências, respectivamente. As

viagens em veículos individuais motorizados cobrem 28% dos casos; o restante da

movimentação fica, então com a bicicleta, 3% e 2% com a motocicleta.

Silva et al (2008) comentam que nos últimos anos o uso da bicicleta tem aparecido como

meio de transporte nos grandes centros. Os benefícios de sua utilização, tanto para os usuários

quanto para as cidades, são reconhecidos e alguns atrativos a seu favor, no Brasil, aparecem

como tema de discussões e debates.

Nessas ocasiões, considera-se que, do ponto de vista financeiro, o seu preço é acessível e o

custo da manutenção baixo, estando, portanto dentro do orçamento da maior parte da

população, podendo, assim, ser considerada como um fator de inclusão de pessoas a um

recurso de mobilidade.

A bicicleta está definida no Código Brasileiro de Trânsito – CTB – como um veículo de

propulsão humana, dotado de duas rodas e não similar à motocicleta, à motoneta ou ao

ciclomotor (BRASIL, 1996)

Bantel (2005) reúne informações sobre a legalização da presença da bicicleta entre os veículos

Page 8: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

urbanos e destaca do CTB o artigo 129 que determina que o registro e o licenciamento de

veículos de propulsão humana (VPH ou VNM), dos ciclomotores (VCM) e dos veículos de

tração animal (VTA), serão realizados pelo município. Diante dessa possibilidade, o

município dispensa o emplacamento de bicicletas como forma de incentivar o

desenvolvimento de sua circulação e ao mesmo tempo não se envolver em questões de defesa

desse patrimônio, no caso de seu roubo.

O incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte urbano deve preocupar-se com o

suporte legal e técnico que compõe o sistema.

Descrevendo o ciclismo, Silva e Silva (2008) distinguem-no das demais formas de transporte

pela dimensão, vulnerabilidade e velocidade. Essas características destacam a atenção que o

ciclista deve receber das regras e medidas de apoio à atividade.

Descrevendo uma bicicleta, esses autores procuram mostrar a sua fragilidade diante do tanto

de benefício que trazem ao meio urbano refletirem sobre a necessidade de segurança no

trânsito.

Assim, eles dizem que o guiador de uma bicicleta tem de 60 cm a 72 cm de largura e

representa a sua parte mais larga. Os pneus têm de 20 mm a 60 mm e o contato com o piso se

faz em torno de 3 mm, isso significa um baixo poder de tração, caso o pavimento esteja

deformado ou molhado.

A velocidade, em condições normais, varia de 20 a 30 km/h mas, em descidas, essa

velocidade pode chegar a 50km/h. A visibilidade do ciclista é prejudicada pela iluminação

deficiente durante a noite ou sob chuva e neblina.

Embora Tiwari (2008) destaque a necessidade das cidades asiáticas desenvolverem uma

melhor infra-estrutura para o aumento da quota modal das bicicletas e, assim, reduzir a

poluição do ar, a sua observação pode ser estendida a todas as regiões em desenvolvimento e

que queiram incentivar o uso da bicicleta como veículo capaz de contribuir para a presença da

mobilidade urbana sustentável.

Silva et al (2008), sobre esse ponto, destacam os recursos existentes para que o ciclista tenha

segurança de circulação em relação aos demais veículos, no trânsito. A infra-estrutura

especial, proposta legalmente, se compõe de duas apresentações preferenciais: a ciclovia e a

ciclofaixa.

A mais segura e desejável é a ciclovia – uma pista própria destinada à circulação exclusiva de

Page 9: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

bicicletas, separada fisicamente do tráfego comum. A segunda opção é a ciclofaixa – parte da

pista de rolamento comum, delimitada por sinalização especifica e com destinação às

bicicletas.

A bicicleta se movimenta em trânsito compartilhado com os demais veículos quando não

existem essas situações preferenciais. Nesse caso, para facilitar esse modelo que interfere na

segurança de todos os veículos, existe a ciclorede, que são informações em forma de mapa,

sobre as dificuldades e facilidades para o trânsito compartilhado.

Silva e Silva (2008) destacam a relação entre uma boa pavimentação e o conforto do ciclista.

Esses autores chamam atenção para o fato de que os defeitos ou desgastes como buracos,

depressões e mesmo pequenas fendas, põem em risco a estabilidade do veículo. Ao tentar

desviar das irregularidades da pista, a bicicleta invade o espaço lateral, correndo o risco de

sofrer ou provocar acidentes, sobretudo em trânsito compartilhado. A manutenção da pista

destinada às bicicletas exige um trabalho permanente; a irregularidade máxima tolerada é de

10 mm, longitudinalmente e 20 mm transversalmente.

Considerando a bicicleta como o primeiro veículo do ser humano, Bantel (2005) discute a

posição de pais, condomínios e escolas que dificultam o seu uso pelos pré-adolescentes e

defende a utilização dos passeios, na ausência dos demais recursos, como previsto no Código.

Se forem incentivados e ensinados a usarem o trânsito privilegiado com cautela e

discernimento para alcançarem a escola, esses mesmos pré-adolescentes farão uso do veículo

de forma sistemática na idade adulta. A Educação para o Trânsito está prevista em lei e deve

acontecer em todos os níveis desde a educação pré-escolar e ela poderá começar com o uso da

bicicleta.

A inclusão da bicicleta nas cidades brasileira com o seu traçado atual, com os sistemas de

transporte existentes, é possível, reconhece Bianco (2008), “mas ela deve ser considerada

como elemento integrante do novo desenho urbano necessário para dar suporte à Mobilidade

Urbana Sustentável”.

Isto significa que é indispensável que os governos municipais incorporem os recursos

correspondentes à otimização da bicicleta como veículo de uso corrente ao planejamento das

áreas de expansão ou reformas incorporando, então, a construção de ciclovias, ciclofaixas e

vias cicláveis e a sinalização correspondente ao diálogo urbano com a bicicleta.

Feder (2005) observa que as ciclofaixas, por seu baixo custo são a opção mais freqüente para

o incentivo do uso da bicicleta pelas prefeituras.

Page 10: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

Além da infra-estrutura para a circulação, os estacionamentos específicos, os bicicletários, são

alvos de demanda da população e devem ser providenciados para o conforto e segurança de

quem se dispõe a contribuir para a melhoria do meio ambiente. Esses pontos de

estacionamentos são construídos atendendo às características de determinadas regiões e

devem ser pensados como proteção contra furto, vandalismo, intempéries.

O mesmo cuidado precisa existir em relação à movimentação segura dos ciclistas na entrada e

saída dos estacionamentos e bicicletários.

Também, uma atenção especial deve ser dada aos pontos de conexão com o metrô, trens ou

ônibus. Bianco (2008) destaca a existência, no Brasil, dessa integração da bicicleta aos modos

coletivos de transporte, ainda que em estado embrionário e até espontâneo, nas grandes

cidades, com a construção de bicicletários junto às estações férreas. Observe-se que nas

cidades européias e de outros pontos do mundo, onde o uso da bicicleta faz parte da cultura de

locomoção, é corrente a existência de bicicletários nesses locais.

Feder (2006) acredita que a integração da bicicleta a diferentes modais de transporte coletivo

poderá ser um recurso para melhorar a relação passageiro transportado por quilômetro, que

vem diminuindo consideravelmente.

No aspecto legal, a circulação de bicicletas atende à legislação do CTB, com todo um sistema

de sinalização próprio, e à legislação estadual e municipal.

4. INCLUIR AS PESSOAS, NÃO OS AUTOMÓVEIS

A presença da bicicleta como transporte urbano em países desenvolvidos faz parte do dia-a-

dia das pessoas.

Silva et al (2008) trazem os relatos da Comissão Européia (2000) que mostram o quanto as

cidades estimulam o uso da bicicleta além do incentivo à socialização dos automóveis e

restrições ao seu uso nos centro urbano.

Copenhagem tem um terço de seu milhão e trezentos mil habitantes indo e vindo do trabalho

de bicicleta. Ao contrário do que se julga, as pesquisas daquela Comissão mostraram que o

comércio, nesse caso, não foi prejudicado.

Outras cidades, com objetivo diminuir a utilização de automóveis, investem na bicicleta, por

exemplo: Bremen, Edimburgo, Graz, Estranburgo, Ferrari.

Tavarez (2006) cita Amsterdã que, com uma população de 730 mil moradores conta com uma

Page 11: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

frota de 600 mil bicicletas circulando em 400km de ciclovias.

Costa (2008) constata que na Espanha o automóvel é desnecessário, tendo em vista a

qualidade do transporte publico urbano. Mesmo assim, o país investe na utilização de

bicicletas.

Todas as grandes cidades da Espanha contam com pontos “de alquiler”, isto é, aluguel de

bicicletas como alternativa para pequenas distâncias. Tal serviço está sempre próximo a

estações de ônibus, bondes, trens, metrô ou locais de grande movimento de pedestre.

Barcelona implantou o sistema de aluguel em 2007, com 200 bicicletas, em 14 pontos

diferentes. Em fevereiro de 2008 o atendimento já estava ampliado para 3000 bicicletas

distribuídas em 257 locais de retirada e mais de cem mil usuários cadastrados.

Paris desenvolve um projeto de uso da bicicleta denominado “Vélib” – contração de “Vélo”

(velo-bicicleta) e “liberté” (liberdade), desenvolvido como parte da política de promoção do

modo, alternativa defendida pelos ecologistas e pelo prefeito, com o objetivo de combater o

problema da poluição (FOLHA, 2007).

Inicialmente, em julho de 2007 foram lançadas dez mil “velos” distribuídas em 750

bicicletários habilitados, a cada 300m. A expectativa era dobrar o número de veículos, em seis

meses, e atrair 200.000 usuários entre os jovens, os estudantes, os que desejam fazer exercício

e os que temem pela segurança da própria bicicleta na cidade. Por 30 minutos o uso da

bicicleta é grátis (France Press).

Bordeau, também na França, é uma cidade plana que aluga “velos” ao turista e onde a

prefeitura empresta bicicletas a seus habitantes. Essa medida triplicou, em dez anos, o número

de ciclistas em seus 550km de ciclovias.

Na Alemanha, 9% dos veículos em trânsito são bicicletas. A estimativa é de que circulem

mais 78 milhões de bicicleta pelo país, o que significa uma vez e meia do número de carros.

Em Bonn, a bicicleta é o principal meio de transporte para dois de cada dez habitantes.

(NOLETO, 2007).

A cidade de Bogotá, segundo Silva et al (2008) criou 180 novos parques e construiu 200 km

de vias exclusivas para as bicicletas. Esse exemplo de uma capital sul-americana significa que

a cidade optou por incluir as pessoas e não os automóveis.

Tiwari (2008) descreve o transporte não motorizado como parcela significativa do tráfego

total das cidades asiáticas. Em Xangai, Hanói, Kanpur e Tóquio um grande trânsito das

Page 12: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

mesmas. Há ocasiões, no correr do dia, em que até 70% do transporte acontece com veículos

não motorizados.

Em Tóquio, Ticari (2008) mostra que as bicicletas são usadas para se chegar a outros modais,

como estações de trens ou aos shoppings. Na verdade, toda viagem de transporte motorizado

público envolve viagens por transporte não motorizado para seu acesso.

Silva (2007) relata a existência de “Bike-taxis” na Europa, em Londres e Amsterdã e nos

Estados Unidos. Os bike-taxis são bicicletas adaptadas com um banco de passageiros que, às

vezes ainda conta com um pequeno motor. È um transporte primitivo associado a países como

a Índia e a China que atende, sobretudo a turistas e tem como objetivo principal chamar

atenção e deixar aparecer, numa ação de marketing, um anúncio comercial.

5. EXPERIÊNCIAS DE SUCESSO COM A BICICLETA NO BRASIL

O Governo Federal lançou, em 2004, o Programa Bicicleta, orientando os governos

municipais a promoverem o uso da bicicleta, capacitando técnicos locais e apoiando os

investimentos nas ciclovias, ciclofaixas, para garantir a segurança dos ciclistas.

Bianco (2008) registra que, em 1975, a Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo

lançou um concurso de idéias sobre o uso da bicicleta como veículo de transporte, dentro da

Operação Bicicleta. O resultado desse movimento foram os estudos para os municípios de

Araçatuba e Indaiatuba.

Em 2001, foi publicado pela GEIPOT um Manual de Planejamento Cicloviário – Uma

Política para a Bicicleta, que gerou estudos específicos sobre processos de planejamento,

interseções, trechos lineares, estacionamentos.

Em fevereiro de 2008, segundo Costa (2008), a Seguradora Porto Seguro, em São Paulo,

disponibilizou a seus segurados, bicicletas em seis pontos da Avenida Paulista, para serem

usadas gratuitamente. Como os bicicletários foram criados em parceria com a Estampar de

Estacionamentos, há espaço para os clientes da seguradora deixarem as suas bicicletas.

Ainda na cidade de São Paulo, conforme noticiado em Folha On line de 22/02/2008, o metrô

está possibilitando a interpenetração da bicicleta, dentro de algumas normas de segurança e

resguardando a prioridade do usuário comum, aos sábados das 15 às 20 horas e aos domingos

e feriados das 7 às 20 horas no último vagão, distinguido com um adesivo referente, junto à

porta.

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Silva et al (2008) citam a cidade de Ubatuba, com topografia montanhosa, como um exemplo

positivo da implantação de uma política de incentivo ao uso da bicicleta.

Ubatuba conta com 18.600 automóveis e 80.000 bicicletas, as quais deixam os bicicletários

lotados. Em 2005, o município lançou o Programa Cicloviário, com o objetivo de incentivar o

uso da bicicleta. O interesse foi tão grande que em 2006 a cidade já contava com 19 km de

ciclofaixas, mais de 9 km de ciclovia e 6 km de Bike Lane – ciclofaixa especial que preserva o

estacionamento dos automóveis junto no meio fio.

Tomando como exemplo o bicicletário descrito em pesquisa de Paiva (2006), instalado junto à

estação de Mauá, município situado a sudoeste da RMSP, na região do Grande ABC, pode-se

perceber o crescente interesse pelo uso da bicicleta naquela região.

O terreno utilizado é de propriedade da CPTM – Companhia Paulista de Trens

Metropolitanos, cedido a uma associação de ciclistas – Ascobike – por uma concessão de uso

a titulo precário e representa um benefício aos 2000 associados, sem cobrança de taxas extras.

Cada pessoa tem um lugar fixo e personalizado para a sua bicicleta. O estudo do movimento

no bicicletário de Mauá permite a Paiva (2006) dizer que na cidade de Mauá o ciclismo se

tornou uma opção de transporte, sobretudo intermodal – bicicleta/trem.

Além da integração, existe a possibilidade da interpenetração dos veículos; nesse caso, ônibus

e trens oferecem a possibilidade do usuário transportar consigo a própria bicicleta. Exemplo

dessa forma de colaboração é a Carris Operadora de Transportes Coletivos, de Porto Alegre

que possui ônibus equipados com suporte dianteiro para o transporte de bicicletas FONTE

Curitiba, que iniciou a circulação de bicicletas no Brasil, também na década de 1970, é

considerada como paradigma nessa atividade e, com o IPPUC, desenvolve procedimentos

sistemáticos sobre a questão. Tavarez (2006) registra que, para atender a uma população de

um milhão e setecentos mil habitantes, existe uma frota de 121 mil bicicletas circulando em

120 km de ciclovias que ligam 20 parques e bosques.

A cidade do Rio de Janeiro, independente de ser uma grande cidade conta, nos últimos anos,

com um sistema cicloviário de mais de cem quilômetros.

6. POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES

Os benefícios atribuídos ao uso da bicicleta chegam ao setor econômico, social, político e

ecológico.

Silva e Silva (2008) comentam que o incentivo ao uso da bicicleta pode resultar em uma

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melhor qualidade de vida urbana para todos, seja pela diminuição das taxas de ozônio e de

monóxido de carbono na natureza seja pela redução da poluição sonora.

Além desse resultado previsível para a coletividade, a pessoa que pedala, por opção, em

direção à escola ou ao trabalho, poderá ser recompensado junto com aqueles que praticam tal

exercício visando, unicamente, à saúde física e psicológica.

Esses mesmos autores consideram que as possibilidades e as limitações ao uso da bicicleta

dependem de fatores subjetivos e objetivos. No primeiro caso, entre outros, estão “a imagem

de marca, aceitação social, sentimento de insegurança, reconhecimento da bicicleta como

meio de transporte de adulto” (SILVA e SILVA, 2008).

No segundo caso, contam a rapidez, o conforto, a topografia, o clima e a segurança. Entre os

fatores objetivos desfavoráveis ao uso da bicicleta estão o aclive acentuado, vento, chuva e

altas temperaturas.

Uma resistência significativa que se apresenta ao uso sistemático da bicicleta para o trabalho,

a escola ou outra atividade urbana é cultural ou comportamental, como o classifica Bianco

(2008). No Brasil, existe a idéia de que o automóvel é símbolo do sucesso e da liberdade, ao

passo que a bicicleta significa fracasso e exclusão social ou, na melhor das hipóteses, o seu

uso está aceito, exclusivamente, dentro das possibilidades de lazer.

Silva e Silva (2008) destacam a associação do uso da bicicleta não só a atividades infantis,

mas ainda a um recurso de transporte socialmente inadequado.

Derrubar essa avaliação preconceituosa do uso da bicicleta envolve uma mudança de

mentalidade, a partir da conscientização das necessidades atuais da natureza, de conveniências

econômicas e de integração social de uma camada representativa das comunidades urbanas.

Simões (2008) incentiva a população do Rio de Janeiro a usar a bicicleta e combate a questão

relacionada ao clima: “Dizem que o calor carioca é intransponível” contrapondo ao calor a

existência de, também, fortíssimo inverno com chuva e neve, mas que não impede o uso da

bicicleta por toda a Europa.

Duas sugestões que esse autor apresenta estão dirigidas às empresas, que deveriam ter

banheiros e vestiários para uso de seus funcionários que utilizassem a bicicleta para ir ao

trabalho.

Da mesma forma, escolas, shoppings e clubes deveriam ter bicicletários para atrair os seus

usuários em bicicletas.

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A rapidez como fator de opção para o uso da bicicleta, está citada, também, em Bianco (2008)

que considera a mobilidade urbana por bicicleta como mais rápida que outros modos de

locomoção em percursos de até 8 km.

Silva e Silva (2008), com base em estudos norte-americanos, expandem essa distância em até

15 km. Em qualquer dos casos esse veículo é compatível com as distâncias percorridas para a

realização da maioria das atividades diárias, sobretudo para a atividade de ida e vinda ao

trabalho, o transporte de crianças para a escola e pequenas compras.

A sensação de insegurança que transmite o uso da bicicleta, quando não há uma infra-

estrutura adequada para a circulação e o trânsito compartilhado do ciclista com o movimento

geral da via, é uma realidade que não pode ser vencida sem as medidas referentes a um plano

da rede urbana de transporte, observa Feder (2005).

O fato do uso da bicicleta estar previsto no Código Brasileiro de Trânsito – CTB, promulgado

pela lei federal nº 9503 de setembro de 1997, representa uma possibilidade a favor do seu uso

como veículo de mobilidade urbana sustentável. A bicicleta está referida nos artigos 61,

parágrafo 1º; artigo 58, parágrafo único; artigos 59 e 201.

Considerando a possibilidade de o ciclista estar desmontado, o artigo 61 considera-o como

pedestre com os mesmos direitos e deveres.

O artigo 58 trata do ciclista em perímetro onde não haja condições específicas para a sua

movimentação. Nas vias de mão dupla, urbanas ou rurais, o ciclista utilizará a pista de

rolamento na mesma direção dos demais veículos e com preferência. O parágrafo único desse

artigo estabelece a possibilidade do ciclista circular em direção contraria aos demais veículos

no caso de haver ciclofaixas.

O artigo 59 considera a possibilidade do ciclista circular pelo passeio, quando a situação

estiver devidamente autorizada e sinalizada. O trato, a sinalização e as autorizações sobre o

meio deverão ser feitos, sempre, pelo órgão ou entidade federal, estadual ou municipal, isto é,

aquele com circunscrição pela via.

O artigo 201 dirige-se ao condutor de veículos que realizam a ultrapassagem ao ciclista na

pista compartilhada e informa que deverá haver uma distância mínima de um metro e meio

nessa operação, caso contrário ela será considerada como infração média.

A questão da sinalização para informação geral e segurança do ciclista é ainda precária, no

dizer de Feder (2005). A Resolução nº 160/04 que aprova o Anexo II do CTB, aprovou cinco

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placas de regulamentação à circulação de bicicletas: R-34 - circulação exclusiva de bicicletas;

R-35a - Ciclista, transite à esquerda; R-35b - Ciclista, transite à direita; R-36a - Ciclista à

esquerda, pedestre à direita; R-36b - Pedestre à esquerda, ciclista à direita. Estas placas se

juntam à única já existente: R-12 - Proibido o trânsito de bicicleta.

Novas placas de advertência também foram aprovadas na Resolução 160/04: A-30 - Trânsito

de ciclista; A-30b - Passagem sinalizada de ciclistas; A-30c - Trânsito compartilhado por

ciclistas e pedestres.

Feder (2005) refere-se, ainda à sinalização horizontal que utiliza símbolos, linhas e legendas

sobre o pavimento da pista para favorecer a circulação adequada e segura da via, facilitando o

fluxo.

7. CONCLUSÃO

Ao examinar a realidade das cidades brasileiras, verifica-se que já existe algum uso da

bicicleta como meio de transporte para o trabalho, estudo e atividades de lazer. Poucas são,

porém, as pesquisas que identificam o número dos usuários de bicicletas e a segmentação

dessa população.

Há a necessidade de se desmistificar a bicicleta como veículo inferior e voltado

principalmente para o lazer. Campanhas de incentivo ao uso da bicicleta devem ser

veiculadas, porém, mais importante, são necessárias ações e políticas públicas no sentido de

prover as cidades brasileiras de infra-estrutura que forneça mobilidade e segurança aos

ciclistas.

São poucas e esparsas as iniciativas no sentido de favorecer o uso da bicicleta no Brasil. Além

da falta de infra-estrutura viária, há falta de estacionamentos adequados, integração com os

demais modos públicos e coletivos de transporte urbano, tecnologia de apoio ao veiculo,

treinamento e educação, tanto de ciclistas quanto dos condutores dos demais veículos que

circulam nas vias das cidades brasileiras.

O desenvolvimento tecnológico do veiculo vem proporcionando a redução de seu custo e sua

adequação para vencer os obstáculos físicos.

Trabalho e pesquisas no campo da integração da bicicleta com os demais modos devem ser

incentivados, pois, só assim haverá uma evolução continua e consistente do modo cicloviário.

Page 17: A Bicicleta Como Veículo de Mobilidade Urbana Sustentável

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