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A Bíblia na Parede Primeira Edição www.LMSdobrasil.com.br São Paulo – SP LMS 2013

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A Bíblia na Parede

Primeira Edição

www.LMSdobrasil.com.brSão Paulo – SP

LMS2013

A BíBliA nA PAredeA não ser que se indique o contrário, todas as citações bíblicas foram tiradas da versão Corrigida Fiel de João Ferreira de Al-meida. Usado com permissão da Sociedade Bíblica Trinitariana.

Impresso no BrasilEsta edição de A Bíblia na Paredefoi publicada em 2013 pela

literatura Monte Sião do BrasilCaixa Postal 241Av. Zélia de lima rosa, 34018550-970 Boituva – SP

Fone: 15-3264-1402e-mail: [email protected]

Traduzido do Alemão por H.J.D.Traduzido do inglês por Paul JefferyRevisores: Charles e Faith BeckerCapa: Viola NissleyISBN:978-85-64737-16-7Copyright © 2013 Literatura Monte Sião do Brasil

RESERVADOS TODOS OS DIREITOSNenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma — seja mecânico, eletrônico ou mediante fotocópia, gravação, etc. — nem apropriada ou esto-cada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da Literatura Monte Sião do Brasil.

índice

1. Antônio e sua Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12. A ventania do sul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53. O incêndio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94. Achando a Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155. Giovanni e o sacerdote . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236. A banca de Bíblias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277. Antônio no hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 338. Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

ilustrações

Viajando através dos Alpes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv“Porei a Bíblia dentro da parede” . . . . . . . . . . . . . . 3Os bombeiros estão vindo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Achando a Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Giovanni na feira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29A Bíblia é oferecida pela terceira vez . . . . . . . . . . . 36

iv

Viajando através dos Alpes

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Capítulo 1OAntônio e sua Bíblia

No início do verão de 1856 um jovem pedreiro cha-mado Antônio, cheio de vida e muito divertido, saiu de sua casa no cantão Suíço de Tessin (nos mapas modernos é chamado de Tessino) à procura de emprego. As ferra-mentas de serviço e as roupas do rapaz foram embrulhadas numa trouxa que estava amarrada na ponta de uma vara que carregava sobre seu ombro. Ele estava atravessando a pé as montanhas em direção à Suíça Alemã.

Ao caminhar pela trilha montanhosa, ele encontrou uma senhora que conversou com ele e deu-lhe uma

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Bíblia em italiano. Ela o implorou que lesse o Livro, porque era a Palavra de Deus e que lhe mostraria o caminho da vida eterna.

Antônio aceitou o presente com hesitação. Ele nem sequer agradeceu à senhora, mas enfiou o Livro dentro de sua trouxa e seguiu seu caminho. Certos pensamentos perturbadores passaram por sua mente, pois o pároco da sua vila não parava de advertir contra os perigos dos países protestantes. O padre disse a Antônio e seus amigos que não deviam ler “os livros dos hereges que destruíam a alma”.

Durante este tempo na história havia muita des-confiança entre as várias religiões. A maioria dos habitantes desta parte do mundo pertencia à Igreja Católica Romana. Um sacerdote católico chamado Martinho Lutero entendia as doutrinas da Bíblia de uma maneira diferente da de sua igreja. Martinho Lutero começou a protestar contra os ensinamentos da Igreja Católica e por isso ele e seus seguidores passaram a ser chamados de protestantes. Até hoje aquelas igrejas que seguem os ensinos de Lutero são chamadas de igrejas protestantes.

A maioria dos sacerdotes que Antônio conhecia o advertia para que não lesse a Bíblia, que era um livro muito perigoso para os incultos e que a leitura deste livro já tinha enganado até Lutero, um sacerdote católico!

Agora Antônio estava carregando aquele “livro perigoso” em sua trouxa. Antônio resolveu se livrar dele o mais rápido possível. Como não pôde decidir

Antônio e suA BíBliA

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se devia jogá-lo fora imediatamente ou esperar por uma oportunidade melhor, resolveu esperar. O jovem prosseguiu em seu caminho até chegar na pequena e linda cidade de Glarona. Antônio logo

“Porei a Bíblia dentro da parede”

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encontrou emprego junto com outros conhecidos de sua cidade natal.

Antônio estava trabalhando na construção de uma linda casa. Um dia, ao assentar tijolos, ele viu uma brecha na parede entre dois tijolos. Ele tinha de encontrar alguma coisa para encher esta brecha. De repente, ele teve uma ideia brilhante; ele encheria a brecha com a Bíblia que ele não queria. “Agora vamos ver quando o diabo vai conseguir tirar o livro de lá!”, ele pensou rindo.

Como os amigos que estavam trabalhando com Antônio pensaram que era uma ideia maravilhosa, e ao mesmo tempo engraçada, Antônio tirou a Bíblia de sua trouxa e tentou forçá-la dentro da brecha, batendo nela duas ou três vezes com seu martelo. Estas martela-das fizeram marcas fundas na capa dura. Seus amigos deram risadas enquanto Antônio forçou a Bíblia na brecha e cobriu tudo com massa.

O inverno estava chegando e a construção estava quase terminada. Os trabalhadores começaram a pensar em voltar para casa. A maioria deles não tinha muito dinheiro sobrando de todo seu trabalho, pois acabaram gastando quase tudo com bebida.

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Capítulo 2 OA ventania do sul

Agora, cinco anos mais tarde, vamos visitar a cidade de Glarona mais uma vez. Esta cidade encontra-se quase no centro do lindo país da Suíça às margens do Rio Linth. Glarona tem crescido, tornando-se uma cidade rica e movimentada com cerca de 4,000 habitantes. Um conjunto de edifícios bonitos de alvenaria bordam a avenida principal. A maioria dos habitantes ganha a vida trabalhando em uma das fábricas na vizinhança. Vapor ou a força da correnteza da água do rio movi-mentam as máquinas destas fábricas. A cidade está

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localizada num vale cercada por belos campos que escalam as montanhas nos dois lados do vale. O belo e ensolarado pico do Monte Shilt ascende do lado leste deste vale. No sudoeste a massa imensa, sombria e rochosa do Monte Glärnisch eleva-se sobre a cidade.

Este lindo lugar, com toda a beleza e majestosa paisa-gem Suíça, também sofre intensamente com os terrores que a natureza causa. O Rio Linth corre do sul para o norte ao longo do vale. A cidade de Glarona encontra--se na extremidade norte do vale. Ventos violentos frequentemente acompanham o rio. Os habitantes temem estes ventos e tempestades, chamados de “Der wilde Foehn” (o vento selvagem do sul). Estas ventanias avisam-se de várias maneiras. Às vezes os habitantes ouvem um rugido estranho entre as montanhas, um ruído furioso passando pelas florestas, e finalmente, como se fossem águas estourando de uma barragem, culmina numa violenta tempestade que ruge pelos vales. Depois a tempestade lança-se entre os desfila-deiros mais abaixo. Os telhados das casas começam a voar. O vento violento arranca as árvores pelas raízes, deslocando pedaços de rocha dos lados das monta-nhas íngremes lançando-os pelos desfiladeiros abaixo. Contudo, repentinamente os ventos param, mas logo a tempestade volta a rugir com ainda mais violência. Depois de alguns dias, a tempestade esgota-se. Agora os ventos vindo do norte chegam trazendo chuva.

Estes dias perigosos para a nossa linda cidade de Glarona podem repetir-se dez ou doze vezes por ano.

A ventAniA do sul

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Os habitantes conhecem bem os perigos; e por cente-nas de anos têm observado leis rigorosas durante esta ventania furiosa. Todos os operários que usam fogo em seu trabalho têm que cessar com suas atividades e apagar seus fogos. Os ferreiros e os chaveiros apagam suas fornalhas ao primeiro sinal de uma tempestade. As autoridades também não permitem que alguma lâmpada fique acesa nas fábricas. Os motores a vapor param. Em suas casas todos os habitantes têm que extinguir suas lâmpadas e lareiras, ninguém pode fazer pão. Em alguns lugares, nem sequer podem cozinhar. A caça é proibida e patrulhas especiais andam pelas ruas verificando se as leis estão sendo cumpridas por todos.

O que tinha guardado a cidade de Glarona de des-truição por fogo durante séculos? Será que foi porque os habitantes cumpriam estas leis, ou por causa da misericórdia e bondosa proteção divina? Nos anos 1299 e 1337, a cidade de Glarona fora totalmente destruída pelo fogo. Mais uma vez em 1477 sofreram um grande incêndio. Contudo nos últimos quatrocentos anos, Glarona escapara de tal desastre. Portanto, é de esperar que muitos habitantes achassem as leis antiquadas e desnecessárias.

No Dia da Ascensão, 9 de Maio de 1861, a cidade de Glarona organizou um “Landsgemeinde” (uma assem-bleia com todos os homens da região aptos para votar e portar armas). Estas assembleias são conduzidas ao ar livre, quando os homens deliberam todos os assuntos de interesse público da região.

A BíBliA nA pArede

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Nesta ocasião, discutiram, numa maneira cordial e séria, os impostos, as leis florestais, questões sobre a manutenção das ruas e a escola. Alguns dos homens também levantaram o assunto das leis contra fogo. Eles afirmaram que as leis eram antiquadas e causavam dificuldades para os negociantes. Depois de debaterem os lados positivos e negativos destas leis, a maioria dos homens concluiu que as leis deveriam continuar sendo observadas. Por isto nenhuma mudança foi feito.

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Capítulo 3OO incêndio

No dia seguinte, sexta-feira, dia 10 de Maio, o “Foehn” avisou a sua chegada. Os sinais tão conhecidos por todos não assustaram a população. Portanto na sexta-feira à noite quase todos foram para suas camas como sempre, a não ser alguns que gostavam de ficar acordado até tarde conversando com seus amigos.

De repente, entre nove e dez horas da noite, ouvi-ram o grito: “FOGO!” Um estábulo estava em chamas. Ninguém sabia como o fogo começara no estábulo, pois era um lugar onde ninguém usava fogo. Os bombeiros

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voluntários vieram correndo para o estábulo, mas já havia outros focos de incêndio em outros três ou quatro lugares.

O “Foehn” se tornou cada vez mais forte, empurrando as chamas com grande velocidade. Os bombeiros conse-guiram impedir que as chamas prosseguissem mais ao oeste, mas não antes do telhado da casa do farmacêutico pegar fogo. Os bombeiros conseguiram apagar o fogo no telhado, mas o fogo continuou para o norte. Pois esta era a direção em que o “Foehn” estava soprando.

O fogo alastrou-se pelos telhados de muitos edifícios. O vento carregava pedaços flamejantes das telhas de madeira, que incendiavam outros telhados quando caíam. Em meia hora o fogo tinha se alastrado por centenas de telhados da cidade.

Muitos homens vieram ajudar a apagar o incêndio, mas quando viram o fogo alastrando em direção de suas casas, correram de volta às suas casas, cheios de medo e desespero. Muitos deles chegaram em tempo para socorrer suas famílias. Alguns conseguiram salvar muitos dos seus pertences de valor, mas não as casas.

“Nenhuma imaginação humana pode criar uma ideia daquela hora terrível. É impossível descrever a confusão, o barulho e o terror naquela cidade”, comen-tou um homem que observou as labaredas terríveis. Os bombeiros lutaram desesperadamente para conter o fogo enquanto foi possível, mas finalmente, por causa de sua própria segurança, tiveram que abandonar seus aparelhos de combate a incêndios ou jogá-los dentro

o incêndio

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do rio para serem recuperados mais tarde.O mesmo homem disse: —Vocês só podem imaginar o barulho da tem-

pestade ao ouvir o grito das mulheres e das crianças

Os bombeiros estão vindo