a balança - edição especial

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1 Edição Especial - VI Semana do Direito da UFC - Vol. I Fortaleza, 12 de maio de 2011. A Balança A Semana do Direto consiste em um grande evento organizado dentro da seara jurídica cearense unicamente pelos estudan- tes da Faculdade de Direi- to, da Universidade Fede- ral do Ceará. Reunido em torno de sua representação estudantil, o Centro Aca- dêmico Clóvis Beviláqua, o corpo discente da sobre- dita Faculdade se articula e se esforça, ano após ano, com o fito precípuo de fazer da Semana do Direi- to, que em 2011 chega a sua sexta edição, um en- contro de aprimoramento da formação acadêmica dos estudantes de Direito, movimentando e oxige- nando a ciência jurídica do Estado com pautas atuais e proficuamente importantes ao desenvolvimento do saber, não olvidando do contexto nordestino no qual está inserida. *** “O verdadeiro grande homem é o que não domi- na ninguém e não é domi- nado por ninguém.” Kha- lil Gibran, filósofo e escri- tor libanês. Sem dúvida, trata-se de um grande homem, na mais nobre acepção da expressão. José de Albu- querque Rocha, carinhosamente conheci- do, amado e admirado como “Rochinha”, foi um dos mais brilhantes juristas cearenses de todos os tem- pos. Um ser que faz jus a que o chamemos de valo- roso, de corajoso e de in- dependente. Rochinha, indubitavel- mente, foi um insigne ma- gistrado, um brilhante pro- fessor. Estudioso à frente de seu tempo, era detentor de marca que afirmava a sua extrema capacidade intelectual: dois Pós- Doutorados, na França e na Inglaterra. Profundo estudioso do Direito Cons- titucional e do Processo, enxergava que as formas, que os procedimentos pro- cessuais não deveriam ser um fim em si mesmo, mas um meio para que se en- contrasse a efetiva e, aci- ma de tudo, justa prestação jurisdicional. O acesso ao Poder Judiciário foi uma de suas principais bandei- ras de luta, que é, aliás, mais que admirável, em uma nação como a nossa, em que muitos são aqueles que se veem alijados de qualquer ferramenta para efetivar seus direitos. Altivo, lutou (o verbo é esse mesmo) contra as injustiças em suas mais variadas formas: injustiças sociais, injustiças na Ad- ministração Pública, injus- tiças e abusos praticados na magistratura cearense. Juiz de Direito, José de Albuquerque Rocha teria sido o mais brilhante De- sembargador da história do VI Semana do Direito UFC

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Page 1: A balança - Edição Especial

1

Edição Especial - VI Semana do Direito da UFC - Vol. I Fortaleza, 12 de maio de 2011.

A Balança

A Semana do Direto

consiste em um grande

evento organizado dentro

da seara jurídica cearense

unicamente pelos estudan-

tes da Faculdade de Direi-

to, da Universidade Fede-

ral do Ceará. Reunido em

torno de sua representação

estudantil, o Centro Aca-

dêmico Clóvis Beviláqua,

o corpo discente da sobre-

dita Faculdade se articula e

se esforça, ano após ano,

com o fito precípuo de

fazer da Semana do Direi-

to, que em 2011 chega a

sua sexta edição, um en-

contro de aprimoramento

da formação acadêmica

dos estudantes de Direito,

movimentando e oxige-

nando a ciência jurídica do

Estado com pautas atuais e

proficuamente importantes

ao desenvolvimento do

saber, não olvidando do

contexto nordestino no

qual está inserida.

***

“O verdadeiro grande

homem é o que não domi-

na ninguém e não é domi-

nado por ninguém.” Kha-

lil Gibran, filósofo e escri-

tor libanês.

Sem dúvida,

trata-se de um

grande homem,

na mais nobre

acepção da

expressão.

José de Albu-

querque Rocha,

carinhosamente conheci-

do, amado e admirado

como “Rochinha”, foi um

dos mais brilhantes juristas

cearenses de todos os tem-

pos. Um ser que faz jus a

que o chamemos de valo-

roso, de corajoso e de in-

dependente.

Rochinha, indubitavel-

mente, foi um insigne ma-

gistrado, um brilhante pro-

fessor. Estudioso à frente

de seu tempo, era detentor

de marca que afirmava a

sua extrema capacidade

intelectual: dois Pós-

Doutorados, na França e

na Inglaterra. Profundo

estudioso do Direito Cons-

titucional e do Processo,

enxergava que as formas,

que os procedimentos pro-

cessuais não deveriam ser

um fim em si mesmo, mas

um meio para que se en-

contrasse a efetiva e, aci-

ma de tudo, justa prestação

jurisdicional. O acesso ao

Poder Judiciário foi uma

de suas principais bandei-

ras de luta, que é, aliás,

mais que admirável, em

uma nação como a nossa,

em que muitos são aqueles

que se veem alijados de

qualquer ferramenta para

efetivar seus direitos.

Altivo, lutou (o verbo é

esse mesmo) contra as

injustiças em suas mais

variadas formas: injustiças

sociais, injustiças na Ad-

ministração Pública, injus-

tiças e abusos praticados

na magistratura cearense.

Juiz de Direito, José de

Albuquerque Rocha teria

sido o mais brilhante De-

sembargador da história do

VI Semana do Direito UFC

Page 2: A balança - Edição Especial

2

do Tribunal de Justiça.

Tinha todos os requisitos

para tanto. Todavia, possu-

ía uma característica que o

tirou da jurisdição de se-

gundo grau: era indepen-

dente. Não possuía

“lados”, nem pertencia aos

grupos políticos que existi-

am no TJ/CE.

Justiça é um dos valores

mais caros ao nosso Eter-

no Professor: combateu

duramente os mandos e

desmandos desta Faculda-

de, combateu as imoralida-

des em concursos de pro-

fessores, monitores, dentre

tantas outras mazelas. O

que ele ganhou com isso?

Inimigos, abutres inimigos

que o perseguiram, fazen-

do com que fosse expulso

desta Casa. Eis a verdade,

que não ousaram dizer

publicamente fazia anos.

Privilegiados foram

aqueles que tiveram a

oportunidade de ter pre-

senciado suas aulas. Alu-

nos são todos os que tive-

ram contato com a obra do

nosso Professor. Vale a

pena ressaltar: é uma hon-

ra ser aluno do professor

José de Albuquerque Ro-

cha.

Um Titã que defendia

como poucos a Constitui-

ção Federal, principalmen-

te no que diz respeito à

moralidade na Administra-

ção Pública, à efetiva e

justa prestação jurisdicio-

nal. Preocupado com a

Democracia, tinha como

uma de suas bandeiras a

defesa dos mais necessita-

dos, daqueles que mais

sofrem com as injustiças

que nossa República fabri-

ca e reproduz, quais sejam,

as sociais e econômicas. (Ubirajara Souza Fontenele

Junior)

Interpretação do

Direito e Democra-

cia

Na noite de abertura da VI

Semana do Direito, dia 16

de maio, mais precisamen-

te às 19h30min, a Faculda-

de de Direito da UFC terá

o prazer de receber Celso

Fernandes Campilongo.

Graduado em Direito pela

USP, mestre e doutor

pela mesma Faculdade e

Livre-Docente pela Ponti-

fícia Universidade Católi-

ca de São Paulo, é atual-

mente professor associado

da Faculdade de Direito da

USP e Professor Doutor

pela Pontifícia Universida-

de Católica de São Paulo.

Sua linha de pesquisa se

concentra nas áreas de

Teoria Geral do Direito,

Filosofia do Direito e So-

ciologia Jurídica.

Junto ao conferencista,

teremos Newton de Me-

nezes Albuquerque, gra-

duado e mestre em Direito

pela Universidade Federal

do Ceará e doutor em Di-

reito pela Universidade

Federal de Pernambuco.

Em homenagem a José de Albuquerque Rocha

(José de Albuquerque Rocha)

Page 3: A balança - Edição Especial

3

É Professor Adjunto da

UFC e compõe a Procura-

doria Geral do Município

de Fortaleza. Pesquisa

principalmente nas áreas

de Teoria do Estado e Di-

reito Internacional.

Essa palestra pretende

abordar a atualização do

Direito por meio de sua

interpretação condicionada

pela Democracia. Chame-

se atenção às linhas de

pesquisa dos conferencis-

tas, pois ambos atuam na

temática de Democracia e

da Política relacionadas ao

Direito. O Professor Celso

Campilongo possui obras

muito próximas à temática

principal do homenageado

(democratização do judici-

ário), enquanto o Professor

Newton Albuquerque vi-

nha trabalhando ativamen-

te com o saudoso Profes-

sor José de Albuquerque

Rocha na seara de Direito

e Marxismo.

Tributação Indireta e

suas contradições

Carlos César Sousa Cintra

e Hugo de Brito Machado

Segundo ministrarão, na

terça-feira, dia 17 de maio,

a palestra

“Tributação Indi-

reta e as suas

contradições”, de

07h50min às

09h50min. Os

tributos indiretos

são normalmente

cobrados em toda

a cadeia produtiva, tendo

seus efeitos na formação

dos preços pagos pelos

consumidores finais e não

percebidos por eles, na

medida em que são partes

indissociáveis dos preços

Os principais problemas

surgidos em torno dos

tributos conhecidos como

indiretos decorrem preci-

samente da incoerência

com que o legislador, parte

da doutrina e da jurispru-

dência extraem consequên-

cias jurídicas dessa classi-

ficação. É incoerente e

contraditória a forma co-

mo os mais diversos as-

pectos da tributação indi-

reta são tratados pela or-

dem jurídica brasileira.

Carlos César Sousa

Cintra possui graduação

em Direito pela UNIFOR,

especialização em Direito

Constitucional pela UNI-

FORR, especialização em

Direito Público UNIFOR,

mestrado em Direito pela

Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo e

doutorado em Direito pela

Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo.

Atualmente é Professor da

Universidade Potiguar,

Professor da Faculdade 7

de setembro e Professor do

Instituto de Estudos Em-

presariais. Tem experiên-

cia na área de Direito ,

com ênfase em Direito

Público. Atuando princi-

palmente nos seguintes

temas: direito tributário,

funções tributárias, proces-

so, procedimento e Poder

Executivo.

Hugo de Brito Macha-

do Segundo é bacharel e

mestre em Direito pela

Universidade Federal do

Ceará e Doutor em Direito

Constitucional pela Uni-

versidade de Fortaleza.

Atualmente é Professor

Adjunto da Faculdade de

Direito da Universidade

Federal do Ceará e mem-

bro do Instituto Cearense

de Estudos Tributários.

3

(Celso Campilongo)

Palestras

Page 4: A balança - Edição Especial

4

Intervenção do Poder

Judiciário nas Políticas

Públicas: o caso das

PPP's

Na terça-feira, dia 17, às

10h, a Centenária Faculda-

de de Direito será palco do

debate “Intervenção do

Poder Judiciário nas Políti-

cas Públicas: o caso das

PPP's”. A mesa terá como

palestrante o advogado e

professor Gustavo Brígido

Bezerra Cardoso.

Gustavo Brígido Bezer-

ra Cardoso possui gradua-

ção em Direito pela UFC,

especialização em Direito

e Processo Administrativo

pela UNIFOR, mestrado

pela Universidade Estadual

do Ceará e é autor da obra

“POLÍTICAS PÚBLICAS:

A gênese, nacional e inter-

nacional, das políticas

sociais. O Estado de bem-

estar social. As parcerias

público-privadas: instru-

mento alternativo de supe-

ração das carências públi-

cas de políticas de infraes-

trutura”.

As parcerias público-

privadas são contratos que

estabelecem vínculo obri-

gacional entre a Adminis-

tração Pública e o setor

privado para a implemen-

tação ou gestão, total ou

parcial, de obras, serviços

ou atividades de interesse

público. O setor privado,

então, assume a responsa-

bilidade pelo financiamen-

to, investimento e explora-

ção do serviço, atendendo

sempre aos princípios ad-

ministrativos gerais e aos

princípios específicos des-

se tipo de parceria.

Tais parcerias estão em

evidência, principalmente,

no Governo Federal, em

especial no setor de infra-

estrutura, de forma que

uma das principais experi-

ências na efetivação de

contratos é na concessão

de rodovias. Ressalta-se a

importância desse debate,

no âmbito jurídico, uma

vez que a prestação dos

serviços de interesse públi-

co tem por finalidade a

realização de direitos fun-

damentais, fornecendo

utilidades materiais ou

imateriais a todos.

O novo CPC e a sua

Parte Geral

No dia 17 de maio, terça-

feira, às 17h50min, ocorre-

rá palestra que versará

sobre “O novo CPC e a

sua Parte Geral”. Os pa-

lestrantes serão: Marcelo

Lima Guerra, Francisco de

Assis Filgueira Mendes e

Juvêncio Vasconcelos Via-

na.

Marcelo Lima Guerra possui graduação em Di-

reito pela Universidade

Federal do Ceará (UFC),

mestrado e doutorado em

Direito pela Pontifícia Uni-

versidade Católica de São

Paulo (PUC-SP) e pós-

doutorado em direito pela

Università degli Studi di

Pavia - Itália. Foi Visiting

Scholar na Tulane Law

School, em New Orleans,

Louisiana, EUA. Atual-

mente é Juiz do Trabalho e

professor da Faculdade de

Direito da UFC. Atua,

principalmente, nos temas:

direitos fundamentais, ex-

ecução civil, argu-

mentação, teoria da norma

jurídica, entre outros. Au-

tor dos livros: “Direitos

Fundamentais e a proteção

do credor na Execução

Civil” e “Execução Indire-

ta”.

Juvêncio Vasconcelos

Viana possui graduação e

mestrado em Direito pela

Universidade Federal do

Ceará (UFC) e doutorado

em Direito Processual pela

Faculdade de Direito da

USP. Atualmente, é Procu-

rador do Estado do Ceará,

professor da Faculdade de

Direito da UFC, Professor

das especializações em

Palestras

Page 5: A balança - Edição Especial

5

Palestras

Direito Processual da Fun-

dação Escola Superior de

Advocacia - OAB (CE) -

e da Escola da Magistratu-

ra-CE. Membro do Institu-

to Iberoamericano de De-

recho Procesal. Autor do

livro “Efetividade do pro-

cesso em face da Fazenda

Público”.

Francisco de Assis Fil-

gueira Mendes é bacharel

em Ciências Jurídicas e

Sociais pela UFC, especia-

lista em Advocacia Em-

presarial pela Fundação

Getúlio Vargas, especialis-

ta em Direito Público pela

UFC, especialista em Pro-

cesso Civil pela UFC e

mestre em Direito Público

pela UFC. Atualmente é

Desembargador do Tribu-

nal de Justiça do Estado

do Ceará, Professor Assis-

tente da Faculdade de Di-

reito da UFC, Professor

convidado do Curso de

Especialização em Proces-

so Civil da UNIFOR

Interpretação do Di-

reito e STF

No dia 10 de maio (terça

-feira), às 19h50min, tere-

mos a palestra “Interpre-

tação do Direito e STF”,

com duas sumidades do

Direito em âmbito interna-

cional. A primeira será o

Professor Raimundo Be-

zerra Falcão, cuja a obra

de uma vida gira em torno

dos problemas atinentes à

Filosofia do Direito. A

segunda, o ex-Ministro do

STF Eros Grau, que nos

regozijará com sua profun-

da sapiência, tanto teórica

quanto prática. Vê-se,

pois, que se não poderia

pensar em nomes mais

apropriadas para ministrar

essa imperdível palestra.

Eros Roberto Grau foi

Professor Titular da Facul-

dade de Direito da USP,

Ministro do Supremo Tri-

bunal Federal até 2010,

Professor Visitante da

Université Paris 1

[Panthéon-Sorbonne)], da

Université de Montpellier

I e da Université du Havre.

Possui doutorado em Di-

reito e livre-docência pela

USP. É Doutor Honoris

Causa da Université

Cergy-Pontoise (França),

da Université du Havre

(França), da Universidad

Siglo 21 (Córdoba, Argen-

tina), da Unisinos - Uni-

versidade do Vale do Rio

dos Sinos e da Universida-

de Presbiteriana Macken-

zie. Recebeu do Presidente

da República Francesa

duas condecorações: Offi-

cier de la Légion d’hon-

neur e Officier de l’Ordre

National du Mérite. Sua

linha de pesquisa compre-

ende as áreas de Direito,

Economia e desenvolvi-

mento, constatada através

de sua obra “A Ordem

Econômica na Constitui-

ção de 1988”

Raimundo Bezerra

Falcão possui graduação

em direito pela Universi-

dade Federal do Ceará

(1973) e mestrado em Di-

reito (Direito e Desenvol-

vimento) pela Universida-

de Federal do Ceará

(1980). Foi presidente da

OAB-CE de 1989 a 1991.

Atualmente é Professor

Adjunto da Universidade

Federal do Ceará, tendo

lecionado as cadeiras de

Direito Econômico, Her-

mêutica Jurídica e Filoso-

fia do Direito. Possui ex-

periência na área de Teoria

(Eros Grau)

Page 6: A balança - Edição Especial

6

do Direito e algumas de

suas principais obras são

“Hermenêutica”,”Tributa-

ção e Mudança Social”, “O

Direito na Empresa” e

“Palavras aos que Ainda

Ouvem”.

Minorias, Sociedade e

seus Direitos Coletivos

No dia 18 de maio, quar-

ta-feira, às 07h50min, será

ministrada a palestra

“Minorias, Sociedade e

seus Direitos Coletivos”

pelo doutor Carlos Frederi-

co Marés de Souza Filho e

pela doutora Danielle Ane

Pamplona.

O conferencista Carlos

Frederico Marés concluiu

sua graduação, mestrado e

doutorado na Universidade

Federal do Paraná, foi Se-

cretário de Cultura de Cu-

ritiba, Procurador Geral do

Estado do Paraná, Presi-

dente da FUNAI, Procura-

dor Geral do INCRA e

Diretor do Banco Regional

de Desenvolvimento do

Extremo Sul. Atualmente,

integra o Programa de

Mestrado e Doutorado da

Pontifícia Universidade

Católica do Paraná como

Professor Titular. Ele tam-

bém é membro do Conse-

lho Diretor do Instituto

Latinoamericano de Servi-

cios Legales Alternativos,

membro do Conselho Dire-

tor do Instituto Socioambi-

ental e conselheiro do Con-

selho do Patrimônio Histó-

rico e Artístico do Paraná.

Sofreu exílio político no

Uruguai, no Chile, na Di-

namarca e em São Tomé e

Príncipe durante o período

de 1970 a 1979. É advoga-

do de povos indígenas des-

de 1980.

Marés alcançou visibili-

dade nacional através de

seus estudos: direitos cole-

tivos das sociedades e dos

povos; modernidade, en-

quanto exclusão de direitos

coletivos; territorialidade

das sociedades e povos e

os direitos a ela referentes;

questão da terra e sua rela-

ção com a propriedade

privada; e direitos ao co-

nhecimento. O pesquisador

destaca-se por abordar

esses temas dentro da di-

mensão latino-americana,

já tendo publicado dois

livros, intitulados “Bens

Culturais e sua Proteção

Jurídica” e “O Renascer

dos Povos Indígenas para o

Direito”.

A advogada Danielle Ane

Pamplona se graduou em

Direito pela Universidade

Federal do Paraná, conclu-

iu o mestrado em Direito

Constitucional na Pontifí-

cia Universidade Católica

de São Paulo e o doutorado

em Direito Público na

UFSC. Atualmente, é Pro-

fessora Assistente da Pon-

tifícia Universidade Católi-

ca do Paraná e do Instituto

Superior Tupy em Joinvil-

le. Tem experiência profis-

sional na atuação junto à

Organização Não Governa-

mental de Micro Crédito e

em Escritório de Advoca-

cia, onde atua na Adminis-

tração e na área empresari-

al.

A palestra tratará de as-

sunto problemático para a

sociedade brasileira, uma

vez que envolve a discri-

minação e a segregação

que grupos minoritários

(índios, negros, homosse-

xuais, mulheres, dentre

outros) vêm sofrendo ao

longo da História do Bra-

sil, como se pode observar

por meio dos documentos e

relatos históricos desde a

época da colonização.

Dentro da seara jurídica,

a importância desse tema

vem adquirindo bastante

relevância. Apesar de exis-

tirem garantias democráti-

cas recepcionadas na

Constituição Federal de

1988, nas normas infra-

constitucionais e nos Tra-

tados Internacionais, ainda

se convive com a violação

flagrante de direitos ine-

Palestras

Page 7: A balança - Edição Especial

7

rentes a esses grupos mino-

ritários. Dentro do rol de

violação estão os direitos à

igualdade, à não-

discriminação, à existên-

cia, à sobrevivência, à

identidade e outros tão

indispensáveis quanto es-

ses.

A população LGBT

na Justiça

Na manhã do dia 18 de

maio, às 10h, a Faculdade

de Direito da UFC terá a

honra de receber, na VI

Semana do Direito, Maria

Berenice Dias, bacharel

em Direito pela Universi-

dade Federal do Rio Gran-

de do Sul, mestre em Pro-

cesso Civil pela Pontifícia

Universidade Católica do

Rio Grande do Sul e escri-

tora de diversas obras que

a consolidaram como uma

das mais renomadas dou-

trinadoras do País nas

áreas de Direito Homoafe-

tivo, Direito de Família e

Sucessões. Ademais, é co-

fundadora do Instituto Bra-

sileiro de Direito de Famí-

lia (IBDFAM) e uma das

ganhadoras do prêmio Di-

reitos Humanos no ano de

2009.

Acompanhando a ex-

desembargadora nos deba-

tes, teremos, também, Yuri

Cavalcante Magalhães,

juiz da 14ª Vara de Família

de Fortaleza, mestre em

Direito e Desenvolvimento

e Professor Adjunto da

Faculdade de Direito da

UFC, e Carlos Henrique

Garcia de Oliveira, tam-

bém juiz e mestre em Or-

dem Jurídica Constitucio-

nal pela Universidade Fe-

deral do Ceará.

O debate terá início às

10h10min e incidirá sobre

a população LGBT

(lésbicas, gays, bissexuais,

travestis, e transgêneros),

tema sobre o qual foram

omissos legisladores e

constituintes, deixando a

homoafetividade à margem

do Direito e da Justiça. As

discussões serão de grande

relevo, dada a recente deci-

são do STF, da última

quinta-feira, 05 de maio,

igualando os direitos e

deveres dos casais hetero e

homoafetivos.

As Implicações da

Obrigatoriedade do

Exame da Ordem na

Educação Jurídica

A primeira palestra da

noite de quarta-feira, dia

18 de maio, versará sobre

“As implicações da obriga-

toriedade do Exame de

Ordem na Educação Jurídi-

ca”. Os debatedores serão:

Roberto Efrem Filho e

Álvaro de Melo Filho.

Roberto Efrem Filho é

mestre em Direito pela

Universidade Federal de

Pernambuco, professor

substituto da mesma insti-

tuição de ensino, assessor

jurídico popular e, ainda,

militante dos movimentos

sociais. Suas obras aden-

tram sobre os seguintes

temas: Direitos Humanos,

aborto, MST e o problema

rural brasileiro, Assessoria

Jurídica Popular e Crimi-

nalização dos Movimentos

Sociais, o Socialismo e a

Democracia, etc.

Álvaro Melo Filho é

advogado, possui Gradua-

ção em Ciências Jurídicas

e Sociais pela Universida-

de Federal do Ceará, Gra-

duação em Filosofia pela

UECE, Mestrado em Direi-

to na Pontifica Universida-

de Católica do Rio de Ja-

neiro e Livre-Docência

Palestras

(Maria Berenice Dias)

Page 8: A balança - Edição Especial

8

pela Universidade Federal

do Ceará. Desempenha,

atualmente, as funções de

Professor Associado e Di-

retor da Faculdade de Di-

reito da Universidade Fe-

deral do Ceará. É Membro

da Comisssão de Estudos

Jurídicos Esportivos do

Ministério do Esporte,

membro da Comissão Na-

cional de Educação Jurídi-

ca do Conselho Federal da

OAB, Membro da Comis-

são Especial de Coordena-

ção do Exame de Ordem

do Conselho Federal da

OAB e membro do Institu-

to dos Advogados Brasilei-

ros. Membro da FIFA des-

de 1989. É professor de

cursos de pós-graduação

em Direito Desportivo,

inclusive no exterior. Tem

experiência na área jurídi-

ca, com ênfase em Direito

Desportivo, Direito Imobi-

liário, Direito Educacional

e Ensino Jurídico

O tema da palestra se

mostra de grande impor-

tância, em razão de, recen-

temente, o STF ter proferi-

do decisão suspendendo

uma liminar que extinguia

a obrigatoriedade do Exa-

me de Ordem. Essa liminar

foi concedida pelo TRF-5

depois que dois bacharéis

recorreram de decisão do

juiz de primeiro grau que

havia rejeitado a inscrição

sem a realização da prova

da OAB. A obrigatorieda-

de do Exame de Ordem

põe em questão a qualida-

de do ensino jurídico posto

em prática nas diversas

faculdades espalhadas pelo

Brasil, uma vez que um

grande número de alunos

está na dependência de

curso preparatório para

adentrar na OAB.

Sociedade da Infor-

mação e Propriedade

Intelectual

Nilton César Flores é

Doutor pela UFSC e Mes-

tre pela Universidade Ga-

ma Filho, Professor convi-

dado FGV Rio, Professor

Adjunto de Direito Empre-

sarial da UFF e Professor

do Mestrado e Doutorado

da Estácio de Sá. Publicou

um livro sobre contratos

internacionais de transfe-

rência de tecnologia e ou-

tro sobre segredo industrial

e contratos de know-how,

além de diversos artigos

sobre propriedade intelec-

tual.

Marcos Wachowicz é

Doutorando em Direito

pela UFPR, Mestre em

Direito pela Universidade

Clássica de Lisboa-

Portugal, Bacharel em Di-

reito pela PUC-PR. Profes-

sor substituto de Direito da

UFPR, Professor de Direi-

to Comercial e Direito da

Informática na Faculdade

de Direito de Curitiba,

Docente no Curso de Pós-

Graduação Latu Senso de

Direito e Negócios Interna-

cionais pela Universidade

Federal de Santa Catarina -

UFSC na disciplina de

Propriedade Intelectual,

Especialista em Direito

Intelectual.

Essas duas personalida-

des jurídicas palestrarão

sobre propriedade intelec-

tual, na quinta-feira, às

19h50min tema de relevân-

cia recente no cenário jurí-

dico. Propriedade intelec-

tual consiste basicamente

no conjunto de normas

jurídicas que se podem

apelar para proteger os

direitos do criador. O direi-

to intelectual passa a ser

visto como um bem, assim

como o direito de um pro-

prietário de terras. A pri-

meira tentativa de se pro-

duzir um direito do autor

foi o Statue of Anne, cria-

ção de mentes britânicas.

Percebeu-se, nessa época,

um conflito entre os inte-

resses de um sociedade e o

interesse do autor.

Na nossa sociedade, os

direitos sobre a proprieda-

de intelectual têm sido

Palestras

Page 9: A balança - Edição Especial

9

gradativamente desrespei-

tos. A internet facilita bas-

tante o trabalho da pirata-

ria, por isso é necessário

que se pense em novas

soluções jurídicas para os

problemas advindos da

pirataria virtual.

Em relação as patentes,

ocorre a concessão de di-

reitos exclusivos de propri-

edade sobre determinado

objeto, garante ao proprie-

tário direitos de impedir

que alguém produza, ou

fabrique objeto de criação

sua. A idéia da criação da

patente foi estimular a pro-

dução científica, sendo em

favor de determinados in-

divíduos, mas a favor de

toda sociedade. A dissemi-

nação da tecnologia em

âmbito global aumenta a

problemática em relação à

propriedade intelectual.

Como conciliar os avanços

científicos, tecnológicos, a

um direito que visa prote-

ger individualmente e esti-

mular a criatividade na

sociedade?

A palestra tratará justa-

mente sobre esse proble-

ma. A sociedade da infor-

mação caracteriza-se, por

uma grande facilidade de

acesso a documentos, li-

vros e estudos que, no pas-

sado, praticamente seria

impossível de serem aces-

sados. Por um lado, isso

estimula a cultura, mas,

por outro lado, prejudica

os produtores, sejam eles

escritores, músicos ou ar-

tistas em geral. É necessá-

rio que se faça, então, um

direito da propriedade inte-

lectual novo. Como fazer

para que os produtores

lucrem, e assim produzam

mais? Nessa sociedade da

informação, as modalida-

des de criação e transmis-

são de obras foram altera-

das. É errado pensar na

propriedade intelectual

sobre um prisma meramen-

te econômico, o lucro má-

ximo, nem sempre, será o

ideal a ser atingido, porque

outros bens, como a cultu-

ra, também devem ser res-

guardados. Alguns, olhan-

do pelo prisma meramente

econômico, inibem técni-

cas em gestação. Ao invés

de se proteger uma criação,

a patente assegura um futu-

ro tranqüilo para os benefi-

ciados, mas impede o de-

senvolvimento tecnológi-

co, aumentando o paga-

mento de royalties. Multi-

plicam-se as patentes vol-

tadas unicamente ao co-

nhecimento, como algorit-

mos e software da informá-

tica. Diante dessas e de

outros problemas o pales-

trantes debaterão.

Os Novos Trabalha-

dores do Campo e seus

Direitos: o Caso da

Modernização Agríco-

la na Chapada do Apo-

di/CE

A situação dos novos

trabalhadores da Chapada

do Apodi transcende a

esfera local. A série de

mudanças de que padecem

os trabalhadores rurais

descamba em consequên-

cias graves para a socieda-

de brasileira. Famílias afe-

tadas, migrações descon-

troladas, além de transgres-

sões ambientais, transfor-

mam a dinâmica, antes

pacífica, dos homens com

a terra e a comunidade.

É sob esse contexto que

o tema se torna relevante

para a comunidade jurídi-

ca. Embora a situação dos

novos trabalhadores rurais

da Chapada do Apodi este-

ja, aparentemente, distante

da realidade urbana, as

consequências da moderni-

zação agrícola, aos moldes

que se vislumbram no

Apodi, acarretam uma teia

de insegurança alimentar,

hídrica, social e jurídica

para cidadãos cearenses.

As informações sobre essa

complexa teia de insegu-

rança, que serão expostas

durante a primeira palestra

Palestras

Page 10: A balança - Edição Especial

10

da quinta-feira, dia19, du-

rante a VI Semana do Di-

reito da UFC, enriquecerão

a vasta lista de desafios

postos à comunidade jurí-

dica cearense.

Destarte, convidada para

palestrar sobre o tema, a

Dra. Raquel Maria Rigo-

tto, pesquisadora e profes-

sora da UFC, graduada em

Medicina pela UFMG,

especialista em Medicina

do Trabalho pela Funda-

centro, mestre em Educa-

ção pela UFMG, doutora

em Sociologia pela UFC e

coordenadora do Grupo

Trabalho, Meio Ambiente

e Saúde para a Sustentabi-

lidade – TRAMAS, possui

vasta experiência acadêmi-

ca e científica e lança um

olhar sobre os novos traba-

lhadores da Chapada do

Apodi, perfilando-os sob

aspectos sociais, médicos,

políticos e jurídicos.

Como debatedora, Regi-

na Sônia Costa Farias,

graduada em Serviço Soci-

al pela UECE, graduada

em Direito pela UNIFOR e

mestranda em Direito

Constitucional pela UFC.

Sistema Penal e Crimi-

nologia Crítica

A obra “The New Crimi-

nology”, de Taylor, Wal-

ton e Young, é considerada

o marco inicial da Crimi-

nologia Crítica. Esta, con-

trapondo-se à Criminologia

Tradicional, cujo foco de

estudo é o crime e o crimi-

noso, debruça-se sobre a

análise do sistema de con-

trole, das causas e das con-

sequências da incrimina-

ção. Essa nova e revolucio-

nária vertente da Crimino-

logia será tratada na pales-

tra “Sistema Penal e Crimi-

nologia Crítica”, ministra-

da pelo Dr. Jackson Cha-

ves de Azevedo e pela De-

sa. Celeste Aragão, na

quinta-feira, dia 19 de

maio, das 10h10min às

12h, na VI Semana do Di-

reito da UFC.

Jackson Chaves de Aze-

vedo é graduado, pela Uni-

versidade Federal da Ba-

hia, nos cursos de Direito,

História e Disciplinas Es-

pecializadas (Direito e

Legislação). É mestre em

Direito pela UFSC e dou-

torando em Direito Público

pela Universidade Federal

da Bahia. Atualmente é

Professor Convidado da

Universidade Salvador e

Professor Titular do Centro

Universitário Jorge Ama-

do. Foi Procurador do Es-

tado da Bahia e de Santa

Catarina. É também mem-

bro da Academia de Letras

Jurídicas da Bahia.

Maria Celeste Thomaz

de Aragão é bacharel em

Ciências Jurídicas e Soci-

ais pela Faculdade de Di-

reito da UFC. Por esta

mesma instituição é espe-

cialista em Direito Público.

Atuou como advogada e,

posteriormente, como Pro-

motora de Justiça. Tomou

posse no cargo de Desem-

bargadora do Tribunal de

Justiça do Estado do Ceará

em 2000, função exercida

até o ano de 2008, quando

se aposentou.

Aposentadoria no

Sistema Público

A VI Semana do Direito

da UFC trará, na quinta-

feira, dia 19 de maio, das

15h45min às 18h, a pales-

tra “Aposentadoria no Sis-

tema Público”, a ser minis-

trada por André Studart

Leitão, José Leandro Mon-

teiro e Eduardo Rocha. Os

(Maria Celeste Aragão)

Palestras

Page 11: A balança - Edição Especial

11

abalizados expositores,

nesta ocasião, discutirão

temas relacionados às apo-

sentadorias dos sistemas

públicos de Previdência

Social, aqueles administra-

dos pelo Poder Público, ou

seja, o Regime Geral de

Previdência Social e o Re-

gime Próprio de Previdên-

cia. Ressalte-se a impor-

tância dos benefícios con-

cedidos pelos sistemas

públicos de previdência,

importantes instrumentos

de distribuição de renda no

país.

André Studart Leitão é

graduado em Direito pela

UFC, mestre e doutorando

em Direito Previdenciário

pela Pontifícia Universida-

de Católica de São Paulo.

Atualmente, é Procurador

Federal e professor da

UFC e da Rede de Ensino

Luís Flávio Gomes. É au-

tor da obra “Aposentadoria

especial: doutrina e juris-

prudência”.

José Leandro Monteiro

de Macêdo possui gradua-

ção e mestrado em Direito

pela UFC. Atualmente, é

Procurador Federal do Mi-

nistério da Previdência,

professor titular da UNI-

FOR, da Faculdade Chris-

tus e do Curso Professor

Jorge Hélio. É coautor da

obra Curso de Direito Pre-

videnciário.

Eduardo Rocha Dias possui Graduação e Mes-

trado em Direito pela UFC

e Doutorado em Direito

pela Universidade de Lis-

boa, título revalidado pela

UFPE. Atualmente, é Pro-

curador Federal e Profes-

sor Adjunto da UNIFOR.

É coautor da obra “Curso

de Direito Previdenciá-

rio”.

A Ação Penal nos

Crimes Contra a Dig-

nidade Sexual

Às 17h40min, da quinta-

feira (19/05), terá início a

palestra “A Ação Penal nos

Crimes Contra a Dignidade

Sexual”, ministrada por

Cézar Roberto Bitencourt e

por Samuel Miranda, que

tem como moteas altera-

ções ocorridas na legisla-

ção penal em 2009.

Cézar Roberto Biten-

court é Bacharel em Direi-

to pela Universidade de

Passo Fundo e doutor em

Direito Penal pela Univer-

sidade de Sevilha. Atual-

mente é professor convida-

do de pós-graduação

(Mestrado e Doutorado) da

Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do

Sul, advogado coproprietá-

rio do Escritório Biten-

court & Naves Advogados

Associados, com sede em

Brasília. É professor convi-

dado do Curso de Doutora-

do em Direito Penal da

Universidade Pablo de

Olavide, de Sevilha - Espa-

nha. Tem experiência na

área de Direito Penal, com

ênfase em Direito Penal

empresarial e eleitoral,

atuando principalmente

nos seguintes temas: crimi-

nalidade econômica, cri-

mes contra o sistema finan-

ceiro, contra a ordem tribu-

tária, crimes ambientais,

crimes falimentares e cri-

mes eleitorais.

Samuel Miranda Arru-

da possui graduação em

Direito pela Universidade

de Fortaleza, mestrado em

Direito pela UFC e douto-

rado em Direito pela Uni-

versidade de Coimbra.

Atualmente é professor da

(Cézar Bitencourt)

Palestras

Page 12: A balança - Edição Especial

12

UNIFOR e da UFC, onde

leciona Direito Penal, uma

de suas principais áreas de

atuação.

A necessária reforma

da Lei de Direito Auto-

rais

A VI Semana do Direito,

quinta-feira (18/05), às

20h00, trará a público,

como palestrante, Túlio

Lima Vianna. Graduado e

mestrado em Direito pela

UFMG e doutorado pela

Universidade Federal do

Paraná, é hoje professor

adjunto de Direito penal da

Faculdade de Direito da

UFMG. Uma das maiores

autoridades em Direito

Autoral e Direito Informá-

tico, Túlio Vianna vem

abrilhantar e prestigiar

mais uma vez a Semana de

Direito, tendo comparecido

anteriormente na IV edição

do evento.

Para debater com o pa-

lestrante, contamos com a

presença de Renato Leite

Monteiro, graduado e

mestrado em Direito pela

UFC, atualmente professor

da Faculdade Autônoma de

Direito e advogado do es-

critório Opice Blum Advo-

gados Associados.

A lei de Direitos autorais

é uma clara demonstração

do descompasso entre o as

normas jurídicas e o mun-

do factual no qual se inse-

re, gerando incongruências

e contradições. Nota-se,

portanto, a atualidade e a

necessidade dessa palestra

que se propõe a questionar

certa base legal.

O futuro da Ecologia

Política e as perspecti-

vas do Direito Ambien-

tal na Sociedade de

Risco

Na sexta-feira, dia 20, o

Professor Doutor Rogério

Silva Portanova e o Verea-

dor e Professor João Alfre-

do Telles Melo realizarão

um debate acerca do futuro

da Ecologia Política, enfa-

tizando as perspectivas do

Direito Ambiental na soci-

edade de risco. O debate

será realizado a partir das

8h da manhã, durante a VI

Semana do Direito UFC.

Conhecido por seu rele-

vante trabalho na seara

ambiental, principalmente

por sua linha de pesquisa

na área da Ecologia Políti-

ca, Rogério Silva Porta-

nova possui graduação em

Direito pela Pontifícia Uni-

versidade Católica do Rio

Grande do Sul, especializa-

ção em Sociologia Política

pela Universidade Federal

de Santa Catarina, mestra-

do em Direito também pela

UFSC e doutorado em

Sociologie et Antropologie

Du Politique pela Univer-

sité de Paris VIII. É, atual-

mente, Professor Adjunto

da UFSC, Conselheiro do

Conselho Nacional do

Meio Ambiente e Membro

de corpo editorial da Re-

vista Sequência (UFSC).

Tem experiência na área

jurídica com ênfase na

Teoria do Direito.

João Alfredo Telles

Melo tem uma vasta parti-

cipação no que se refere à

luta em defesa do meio

ambiente, enfatizando tam-

bém a questão agrária e os

direitos humanos. É mestre

em Direito Público pela

Universidade Federal do

Ceará, professor de Direito

Ambiental na Universidade

7 de Setembro e advogado.

Atual vereador pelo PSOL

em Fortaleza, já foi eleito

deputado estadual e depu-

tado federal pelo PT e atu-

ou como consultor de polí-

ticas públicas do Greenpe-

ace.

A palestra buscará abor-

dar o tema da ecologia

política e Direito Ambien-

tal e suas repercussões na

nossa sociedade, relacio-

nando as questões sobre

proteção jurídica do meio

ambiente e risco. Anseia-se

por um debate que levante

Palestras

Page 13: A balança - Edição Especial

13

ricos questionamentos e

reflexões acerca da temáti-

ca ambiental, relacionando

-a à situação e às proble-

máticas relevantes da atua-

lidade e aos resultados

refletidos na população.

Direito à memória –

Dever de Memória

O Programa Nacional de

Direitos Humanos –

PNDH 3, aprovado pelo

Decreto n.º 7.037/09, reco-

nhece claramente o direito

e o dever de memória do

povo brasileiro. O progra-

ma é uma proposta de in-

tervenção federal em favor

de esclarecimentos pesso-

ais, sociais, políticos e

militares das várias épocas

despóticas vividas no Bra-

sil. Como assevera o pro-

grama, “a história que não

é transmitida de geração a

geração torna-se esquecida

e silenciada. O silêncio e o

esquecimento das barbáries

geram graves lacunas na

experiência coletiva de

construção da identidade

nacional. Resgatando a

memória e a verdade, o

País adquire consciência

superior sobre sua própria

identidade, a democracia

se fortalece. As tentações

totalitárias são neutraliza-

das e crescem as possibili-

dades de erradicação defi-

nitiva de alguns resquícios

daquele período sombrio,

como a tortura, por exem-

plo, ainda persistente no

cotidiano brasilei-

ro” (PNDH 3, p.170).

O assunto será abordado

na VI Semana do Direito,

evento promovido pelo

Centro Acadêmico Clóvis

Beviláqua, que, com muito

cuidado, selecionou com-

ponentes de mesa para

arrostar o tema de tão

grande pertinência e urgên-

cia a ser tratado em nosso

Estado, no dia 20 de maio

(sexta-feira), às 09h50min.

O palestrante Aton Fon

Filho é graduado em Direi-

to pela Faculdade Paulista

de Direito da Pontifícia

Universidade Católica de

São Paulo, especialista em

Direitos Humanos pela

Escola Superior da Procu-

radoria Geral do Estado de

São Paulo, diretor jurídico

da Rede Social de Justiça e

Direitos Humanos, mem-

bro do Conselho Editorial

da Editora Expressão Po-

pular e do Conselho Políti-

co do jornal Brasil de Fato.

Tem experiência nas áreas

de Direito Civil, Direito

Processual Civil, Direito

Penal e Direito Processual

Penal, Movimentos Sociais

e Direitos Humanos. Dedi-

ca-se, atualmente, aos se-

guintes temas: conflitos

sociais, criminalização dos

movimentos sociais, refor-

ma agrária, política e direi-

tos econômicos e sociais.

Prêmio Nacional de Direi-

tos Humanos da Secretaria

Especial de Direitos Hu-

manos, na Categoria Pro-

moção aos Direitos Econô-

micos, Sociais, Culturais e

Ambientais, Secretaria

Especial de Direitos Hu-

manos.

Os convidados Pedro

Albuquerque, advogado,

vítima da Ditadura Militar,

participou do movimento

estudantil cearense, foi

preso no Congresso da

UNE em Ibiúna em 1968,

chegando ao Araguaia com

a mulher em fevereiro de

1971, e Mario Albuquer-

que, presidente da Asso-

ciação 64/68 - Anistia,

serão, respecti- vamente,

Debatedor e Presidente da

Mesa, enriquecendo o

debate.

Participação Demo-

crática para a Reforma

do Judiciário

A primeira palestra da

noite de sexta-feira, 20 de

maio, versará sobre a parti-

cipação democrática para a

reforma do Judiciário. Em

nossa sociedade, tem havi-

do a busca pela aproxima-

Palestras

Page 14: A balança - Edição Especial

14

ção entre este Poder e os

cidadãos, principalmente

com o advento da Consti-

tuição de 1988, em virtude

de ter sido adotado o mo-

delo de Estado Democráti-

co de Direito. Apesar da

resistência de alguns mem-

bros do citado Poder, que

não aceitam que privilé-

gios que têm origem mo-

nárquica sejam modifica-

dos, deve-se democratizá-

lo e buscar limitar a discri-

cionariedade daqueles que

representam a sociedade

em decisões judiciais. O

Advogado Daniel Alves

Pessoa e o Professor Gus-

tavo Raposo Pereira Feito-

sa são os responsáveis pelo

desenvolvimento do tema

durante o presente evento.

Daniel Alves Pessoa é

Mestre em Direito Consti-

tucional pela UFRN e es-

pecialista em Direitos Hu-

manos pela UFB. Atua

como advogado do Centro

de Direitos Humanos e

Memória Popular e integra

o Coletivo de Direitos Hu-

manos, Ecologia, Cultura e

Cidadania, . Daniel Pessoa

tem experiência na área de

Direito, com ênfase em

Direitos Humanos, atuando

principalmente nos seguin-

tes temas: direitos huma-

nos, democracia, justiça e

cidadania.

Gustavo Raposo Perei-

ra Feitosa possui gradua-

ção em Direito pela UFC,

mestrado em Sociologia

pela UFC e doutorado em

Ciências Sociais pela Uni-

versidade Estadual de

Campinas. Atualmente é

Professor do Programa de

Pós-Graduação em Direito

Constitucional da UNI-

FOR. É professor adjunto

de Direito Processual Civil

da UFC. Tem experiência

na área de Direito, com

ênfase em Direitos Huma-

nos, Política e Segurança

Internacional, Ciência Po-

lítica, Políticas Públicas e

Sociologia Jurídica

Direitos Fundamen-

tais: Regulamentação e

Restrição

Na Cerimônia de Encer-

ramento da VI Semana do

Direito UFC, sexta-feira,

dia 20 de maio, às 20h,

ocorrerá a última palestra

do evento, a qual versará

sobre o tema “Direitos

Fundamentais: Regula-

mentação e Restrição”. A

esperada palestra será mi-

nistrada pelos Professores

Doutores Virgílio Afonso

da Silva e Marcelo Lima

Guerra.

Virgílio Afonso da Silva é Professor Titular de Di-

reito Constitucional da

Faculdade de Direito da

Universidade de São Paulo

(USP), onde concluiu sua

graduação e seu mestrado.

Obteve seu doutorado na

Christian-Albrechts-

Universität zu Kiel, na

Alemanha, e é Livre-

Docente em Direito Cons-

titucional também pela

USP. Membro da Coorde-

nação de Ciências Huma-

nas e Sociais da Fundação

de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo

(Fapesp), Virgílio Afonso

da Silva tem sua principal

linha de pesquisa voltada

para a dogmática dos direi-

tos fundamentais e inter-

pretação constitucional.

A palestra buscará abor-

dar o tema da efetivação

dos direitos fundamentais

baseados na existência de

recursos disponibilizados

pelo Estado, o que poderá

gerar limitações de caráter

econômico, de acordo com

a teoria da reserva do pos-

sível. Temática fortemente

abordada desde o seu sur-

gimento na doutrina ger-

mânica, a palestra fechará

com brilhantismo a VI

Semana do Direito.

Palestras

Page 15: A balança - Edição Especial

15

O Perfume que Roubam de Ti

Seminua, à meia-luz da saleta, Gabriela

alivia o cansaço em um sono profundo e

inquieto, deitada no sofá laranja. Rosas

de plástico repousam num canto empoei-

rado. A repórter do grande jornal vomita

notícias mudas, enquanto uma arbitrária

voz adentra o cubículo: “Gabriela, acor-

da, tem mais cliente pra ti”.

Um suspiro embala o seu corpo no

lençol encardido, mergulhando-a num

sono ainda mais profundo. Nem sequer

sonhava. Quando acordada, os sonhos

cedem espaço a divagações tolas, entre-

meadas ao ritmo frenético de suas pernas

ansiosas.

“Vamos, Gabriela, levanta, não pode-

mos perder o freguês”.

As rosas de plástico não falam. Se fa-

lassem, deixariam Gabriela dormir mais

um pouco. Parecia muito cansada, a coi-

tadinha. Uma criança num corpo de mu-

lher. Uma bonequinha de carne e osso

para brincar.

“É você que vai me atender, gostosi-

nha?”. A menina não ouve, ela ainda

dorme.

A porta é trancada, o homem aproxima

-se. Os reflexos de Gabriela encolhem

seu corpo de mulher. Sente que alguém

toca o seu rosto pálido e, agora, sonha.

Seus cabelos esvoaçam com o vento do

sertão. Sol a pino, ela sente um frescor

que lhe remexe as entranhas numa estra-

nha felicidade de retorno aos braços da

família, que não existe mais. Ela admira

o horizonte como se projetasse nele uma

causa a seguir. Ela vê, ao longe, ilusória

água que lhe falta e evapora. Ela sente

uma profunda dor no peito de saudades

do que era Ser e acorda, sobressaltada,

com o fremir de um corpo lascivo sobre

o seu.

A repórter cumpre a sua função e relata

mais algum grandioso fato. O sofá geme

ao frescor de alfazema. Se, ao menos, as

rosas não fossem de plástico, Gabriela

sentiria que a vida é doce.

Iara Teixeira Alves

D e s e n h o

C r ô n i c a

I Concurso Cultural da Semana do Direito "A diferença entre literatura e jornalismo é que o jornalismo

é ilegível e a literatura não é lida." (Oscar Wilde)

Rafael Barros Pires

C o n t o

V e n c e d o r

“O DIREIRO PERSONIFICADO” Ana Luiza Ferreira Gomes Silva

Page 16: A balança - Edição Especial

16

A Balança Redação

Nádia Mirla Bitu

Diogo da Silva Portela

Enderson Rodrigues Andrade Clécia Godinho

Iara Alves Teixeira

Maria Maria Catarina Ubirajara Souza Fontenele Junior

Wagner Barbosa

Raphael Franco Carvalho Kauhana Hellen

Alene Barbosa Leal Pedro Austrugésilo Scussel

Arte Isaac Rodrigues Cunha

Diogo Portela

Edição final

Diogo Portela

Isaac Rodrigues Cunha

Realização: Patrocínio:

Margarida Margarida Margarida

LivrosLivrosLivros

Nos lamentos pela chuva

Pela água que não cai

Pela vida de saúva Esperando por um Pai

Sertanejo desafia

Sob o sol forte do dia As coisas da natureza

Reclama e não pode crer

Que um dia inda vá ver Água fresca e farta mesa

Blasfema e esconjura Feito onça mais o cão

Berra alto cada jura

De fuga desse sertão Que no alto lá da serra

Onde é mais fria a terra

Mulher pára de parir

Até o dormindo acorda

O suicida na corda

Desata o nó pra ouvir:

“Pra chover nestas paragens

Nesta terra de ninguém Onde as águas são miragens

Nos olhos dos sem-vintém Só milagre muito forte

Um vento vindo do norte

Dos confins onde tem neve

Nem reza braba nem mansa Vai poder encher a pança

E os bolsos de quem deve...

Só vai chover neste inferno

Se o capote tiver dente

Se o casório for eterno Cabelo de nêgo em pente

Passar sem reclamação

Se o diabo comer pão Que ele mesmo amassar

Se a cana do boteco

Não terminar em boneco Com defunto pra velar...

Se as mulheres desta vida Da vida e de família

Tiverem curta medida

Na prática da vigília

Nos oitões e nas janelas

E as grandes línguas delas

Passarem sem forcejar Em buraco de um metro

E um rei vender seu cetro

Com intenções de ajudar...

Se o mundo, num desvario Der meia-volta e girar

Ao contrário, e um rio

Sair do rumo pro mar

Se a cachoeira caindo Resolver voltar subindo

Pela trilha da nascente

E um cabra de finura Conseguir na lábia pura

Convencer um mói de crente...

Se os pebas do sertão

Numa mostra de braveza

Quiserem cavar no chão Uma cova de largueza

E compridez tão medonhas

Que sem quaisquer parcimônias Conseguisse comportar

Toda a Serra do Apodi

Mais inteiro o Cariri E o povo de Quixadá...

Se o dinheiro do galego

Que vendeu aquele jarro

For pago com desapego

E de um monte de barro Ajuntado de repente

Erguer-se um homem vivente

Que fale e que ande só... Só assim, depois de tudo

E só se cantar o mudo É que virá um toró...”

Afonso Roberto Mendes

Ceticismo sertanejo

P o e s i a