a atuaÇÃo do psicÓlogo hospitalar no Âmbito da unidade de

47
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAMETRO GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA JOSINETE FERREIRA DE LIMA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA FORTALEZA 2020

Upload: others

Post on 17-Jul-2022

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

CENTRO UNIVERSITAacuteRIO UNIFAMETRO

GRADUACcedilAtildeO EM PSICOLOGIA

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

FORTALEZA

2020

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado a

disciplina TCC 2 do curso de Graduaccedilatildeo em

Psicologia do Centro Universitaacuterio

UNIFAMETRO como requisito para a nota

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

FORTALEZA

2020

L732a Lima Josinete Ferreira de

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva

Fortaleza 2020

46 f 30 cm

Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020

Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira

1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo

CDD 1583

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do

Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como

requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel

em Psicologia

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

Data da Aprovaccedilatildeo ____________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)

UNIFAMETRO

Dedico este projeto a todos os professores que

me influenciaram na minha trajetoacuteria Em

especial agrave professora Ticiana Siqueira minha

orientadora com quem compartilhei minhas

duacutevidas a respeito do tema E a toda minha

famiacutelia e amigos pelo apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 2: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado a

disciplina TCC 2 do curso de Graduaccedilatildeo em

Psicologia do Centro Universitaacuterio

UNIFAMETRO como requisito para a nota

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

FORTALEZA

2020

L732a Lima Josinete Ferreira de

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva

Fortaleza 2020

46 f 30 cm

Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020

Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira

1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo

CDD 1583

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do

Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como

requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel

em Psicologia

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

Data da Aprovaccedilatildeo ____________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)

UNIFAMETRO

Dedico este projeto a todos os professores que

me influenciaram na minha trajetoacuteria Em

especial agrave professora Ticiana Siqueira minha

orientadora com quem compartilhei minhas

duacutevidas a respeito do tema E a toda minha

famiacutelia e amigos pelo apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 3: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

L732a Lima Josinete Ferreira de

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da Unidade de Terapia Intensiva

Fortaleza 2020

46 f 30 cm

Monografia ndash Curso de graduaccedilatildeo em Psicologia Fortaleza 2020

Orientaccedilatildeo Profordf Ma Ticiana Siqueira Ferreira

1 Hospital 2 Inserccedilatildeo 3 Psicologia 4 UTI I Tiacutetulo

CDD 1583

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do

Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como

requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel

em Psicologia

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

Data da Aprovaccedilatildeo ____________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)

UNIFAMETRO

Dedico este projeto a todos os professores que

me influenciaram na minha trajetoacuteria Em

especial agrave professora Ticiana Siqueira minha

orientadora com quem compartilhei minhas

duacutevidas a respeito do tema E a toda minha

famiacutelia e amigos pelo apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 4: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

JOSINETE FERREIRA DE LIMA

A ATUACcedilAtildeO DO PSICOacuteLOGO HOSPITALAR NO AcircMBITO DA UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao curso de Graduaccedilatildeo em Psicologia do

Centro Universitaacuterio UNIFAMETRO como

requisito para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel

em Psicologia

Orientador (a) Ms Ticiana Siqueira Ferreira

Data da Aprovaccedilatildeo ____________________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Ms Ticiana Siqueira Ferreira (Orientadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Drordf Maria Zelfa de Souza Feitosa (Examinadora)

UNIFAMETRO

____________________________________________

Ms Gardecircnia Holanda Marques (Examinadora)

UNIFAMETRO

Dedico este projeto a todos os professores que

me influenciaram na minha trajetoacuteria Em

especial agrave professora Ticiana Siqueira minha

orientadora com quem compartilhei minhas

duacutevidas a respeito do tema E a toda minha

famiacutelia e amigos pelo apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 5: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

Dedico este projeto a todos os professores que

me influenciaram na minha trajetoacuteria Em

especial agrave professora Ticiana Siqueira minha

orientadora com quem compartilhei minhas

duacutevidas a respeito do tema E a toda minha

famiacutelia e amigos pelo apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 6: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

AGRADECIMENTOS

A Deus por toda a forccedila que colocou em meu coraccedilatildeo que me ajudou a lutar e

acreditar ateacute o fim

A todos os meus familiares que sempre torceram contribuiacuteram participaram direta ou

indiretamente durante toda a jornada Em especial a minha Matildee Juraci Lima e meu Pai

Francisco Dias e minhas irmatildes Janicleide Lima Jonilda Lima as mesmas foram as que me

deram mais forccedila para concluir esta etapa de minha vida meu eterno agradecimento

Aos amigos e amigas que contribuiacuteram para minha formaccedilatildeo em especial Carlos

Ayon a quem sou grata pela ajuda e apoio gratidatildeo

As minhas primas Josilene Lima e Janilene Lima que fizeram parte desde o iniacutecio dos

meus estudos sempre torceram apoiaram e me incentivaram a continuar Obrigada

Um agradecimento mais que especial ao meu Tio Joseli Lima (in memoacuteria) onde o

senhor estiver deixo minha eterna gratidatildeo por ter participado de minha vida por ter me

ajudado quando precisei e por ter sido um ser humano tatildeo incriacutevel

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 7: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

Se nossos pensamentos forem limpos e claros

estaremos melhor preparados para alcanccedilar

nossos objetivos

Aaron Beck

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 8: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

RESUMO

A Psicologia Hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar a praacutetica dos

profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar especificamente na UTI esse campo

vem avanccedilando como espaccedilo de trabalho e tema de pesquisas entre os psicoacutelogos Nesse

contexto objetiva-se com este estudo realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura

cientifica sobre as intervenccedilotildees do Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas

unidades de terapia intensiva Este estudo adotou o meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura

de caraacuteter exploratoacuterio e qualitativa foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do

conhecimento em perioacutedicos sobre o tema em estudo conforme as bases de dados BVS

LILACS e SciELO foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis

integralmente publicado em perioacutedicos nos uacuteltimos 10 anos A anaacutelise de dados foi realizada

apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a

escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) Foram selecionados 15 artigos Os resultados apontaram

quatro objetivos baacutesicos conforme o tema em estudo os quais foram Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares Psicologia hospitalar Psicoacutelogos em UTIs e Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com

os pacientes e familiares Contudo o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Portanto o

psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de

resgatar a tranquilidade e a sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e

orientaccedilotildees que se fizerem relacionados a este contexto

Palavras-chave Hospital Inserccedilatildeo Psicologia UTI

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 9: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

ABSTRACT

Hospital Psychology is a field of psychology that aims to humanize the practice of health

professionals within the hospital environment specifically in the ICU this field has been

advancing as a work space and research theme among psychologists In this context the

objective of this study is to carry out a bibliographic survey of the scientific literature on the

interventions of the Hospital Psychologist in the face of imminent situations in intensive care

units This study adopted the method of integrative literature review of an exploratory and

qualitative nature research of scientific knowledge production in journals on the subject

under study was analyzed according to the VHL LILACS and SciELO databases were

adopted as inclusion criteria articles available in full published in journals in the last 10

years Data analysis was performed after collecting information (based on the inclusion and

exclusion criteria adopted for the choice of scientific productions) 15 articles were selected

The results showed four basic objectives according to the theme under study which were

Psychologists in multidisciplinary teams Hospital psychology Psychologists in ICUs and

Psychologist intervention with patients and family members However the work of

psychologists in hospitals was directly cited as essential in all articles especially with regard

to family members perceiving the psychologist as a help professional who plays a

fundamental role in supporting and favoring the development of coping strategies Therefore

the psychologist in the ICU can also provide assistance to the team lying next door with the

aim of rescuing tranquility and sensitivity to care for others also providing listening and

guidance that are related to this context

Keywords Hospital Insertion Psychology UTI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 10: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15) 23

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema

em estudo26

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores27

Tabela 4 - Principais resultados apresentados nos artigos estudados28

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees25

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 11: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO10

2 OBJETIVOS12

21 Geral12

22 Especiacuteficos12

3 REVISAtildeO DE LITERATURA13

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais13

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva15

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva18

4 METODOLOGIA20

41 Tipo de Pesquisa20

42 Coleta de Dados21

43 Anaacutelise dos Dados22

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO26

51 Dados Gerais26

52 Dos Objetivos30

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares30

522 Psicologia hospitalar31

523 Psicoacutelogos em UTIs32

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares33

53 Dos Resultados35

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura36

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS39

REFEREcircNCIAS41

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 12: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

O campo da Psicologia Hospitalar ainda eacute desconhecido para a maior parte das

pessoas ateacute mesmo para os proacuteprios profissionais da Psicologia que diversas vezes conhecem

pouco da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos em hospitais Assim eacute possiacutevel que muito deste

desconhecimento seja pelo fato de que a Psicologia Hospitalar eacute estimada uma nova

particularidade da Psicologia (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Deste modo a inserccedilatildeo da psicologia no ambiente hospitalar no Brasil surgiu por volta

da deacutecada de 1970 Eacute possiacutevel constatar que os primeiros estudos apareceram somente em

1987 com o trabalho de Romano que em sua tese de doutorado procurou identificar os

atributos dos profissionais que operavam em diversas instituiccedilotildees hospitalares (SILVA

ANDREOLI 2005) Poreacutem o campo soacute foi regulamento como especialidade pelo Conselho

Federal de Psicologia (CFP) quase 30 anos depois no ano de 2000 por meio da resoluccedilatildeo

142000 (COSTA et al 2009)

A implementaccedilatildeo desse campo profissional gerou a utilizaccedilatildeo de meacutetodos e teacutecnicas

de vaacuterias aacutereas da psicologia tais como da psicologia cliacutenica usando tambeacutem aspectos

organizacionais sociais e educacionais (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

Assim sendo a psicologia hospitalar eacute um campo da psicologia que almeja humanizar

a praacutetica dos profissionais de sauacutede dentro do ambiente hospitalar Esta praacutetica redefine as

contribuiccedilotildees teoacutericas sobre a somatizaccedilatildeo e todas as intercorrecircncias que se datildeo nesse

procedimento de adoecimento

Apesar que a psicologia hospitalar tenha surgido no ramo da psicologia cliacutenica

desenvolveu-se e admitiu meacutetodos proacuteprios adaptando-se a realidade hospitalar para atender

as precisotildees dos pacientes familiares e equipe uma vez que todo o trabalho do(a)

psicoacutelogo(a) hospitalar se daacute de forma multi e interdisciplinar o que propicia constantes

trocas de conhecimentos e um atendimento mais integral ao paciente ou seja olhando para o

indiviacuteduo como um todo na sua dimensatildeo biopsicossocial (VIEIRA 2010)

Por meio da compreensatildeo do modelo biopsicossocial de sauacutede e das poliacuteticas de

humanizaccedilatildeo nos hospitais a presenccedila da Psicologia nesse contexto junto agraves equipes

multidisciplinares se tornou uma realidade uma vez que busca perceber o ser humano em sua

dimensatildeo bioloacutegica psicoloacutegica e social (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012) e procura

resgatar a importacircncia dos aspectos emocionais indissociaacuteveis dos aspectos fiacutesicos na

intervenccedilatildeo da sauacutede (BRASIL 2001)

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 13: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

11

Face a isso dentro dessa visatildeo integral de sauacutede enfoque da Psicologia Hospitalar eacute o

elemento psicoloacutegico em torno do adoecimento tendo como principal intuito a minimizaccedilatildeo

do sofrimento ocasionado pela hospitalizaccedilatildeo (SIMONETTI 2011) Ressalta-se que o

enfoque e o objetivo da Psicologia Hospitalar natildeo se aplicam somente ao paciente internado

mas tambeacutem aos seus cuidadoresfamiliares e agrave equipe de profissionais Dessa forma deve-se

envolver natildeo somente a hospitalizaccedilatildeo em si mas tambeacutem as sequelas e consequecircncias

emocionais desse processo

Na concepccedilatildeo de Pinheiro (2005) tanto a famiacutelia quanto a equipe podem ser

amparadas pela Psicologia mediante das dificuldades no procedimento de reabilitaccedilatildeo ou na

iminecircncia da perda porque o adoecer ocasiona na maioria das vezes vaacuterias alteraccedilotildees

psicoloacutegicas e o psicoacutelogo em um ambiente hospitalar seja na enfermaria pronto socorro

centros ciruacutergicos ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisa escutar e observar todos os

aspectos ligados ao adoecer acatando os temores crenccedilas e fragilidades do paciente de sua

famiacutelia e ateacute mesmo da equipe (MOREIRA MARTINS CASTRO 2012)

Especialmente na UTI onde a iminecircncia da morte estaacute sempre presente as influecircncias

emocionais da hospitalizaccedilatildeo no paciente e seus familiares tornam-se ainda mais extremas

(SANTOS et al 2011) podendo configurar um luto antecipatoacuterio Assim compete aos

profissionais da sauacutede especialmente aos psicoacutelogos estarem providos de subsiacutedios e

recursos teoacutericos para efetuar um atendimento com qualidade

Por consecutivo este estudo visa responder a seguinte questatildeo norteadora Qual eacute a

atuaccedilatildeo do(a) psicoacutelogo(a) hospitalar na assistecircncia ao paciente na unidade de terapia

intensiva Contudo indo para aleacutem do contexto da UTI averiguando se haacute diferenccedilas no

tratamento deste paciente devido sua condiccedilatildeo de sauacutede e muitas vezes a terapecircutica precisa

que pode requerer que o profissional de psicologia dinamize a sua forma de atuaccedilatildeo para

fornecer um atendimento psicoloacutegico eficaz para o sujeito que estaacute com risco iminente de

morte

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 14: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

12

2 OBJETIVOS

21 Geral

Realizar o levantamento bibliograacutefico da literatura cientifica sobre as intervenccedilotildees do

Psicoacutelogo Hospitalar diante das situaccedilotildees de iminecircncia nas unidades de terapia intensiva

22 Especiacuteficos

- Identificar os principais aspectos psicoloacutegicos desencadeados pela internaccedilatildeo com uma

consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do ambiente da unidade de terapia intensiva

- Descrever as accedilotildees do psicoacutelogo dentro da unidade de terapia intensiva

- Analisar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na unidade de terapia intensiva

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 15: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

13

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

31 Unidade de Terapia Intensiva aspectos gerais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente apresentam uma acomodaccedilatildeo

diferenciada do passado pois se passaram mais de um seacuteculo desde o surgimento da primeira

UTI Sua origem eacute relatada no iniacutecio do seacuteculo XVIII onde as guerras mutilavam ou matavam

muitas pessoas No ano de 1854 a Inglaterra Franccedila e Turquia declaravam guerra a Ruacutessia

iniciando-se entatildeo a Guerra da Crimeacuteia Com isso surgiu a necessidade de monitorizaccedilatildeo

diaacuteria dos soldados feridos devido aos grandes ferimentos acarretados por armamento pesado

e moderno para a eacutepoca Foi a partir daiacute que a enfermeira Florence Nightingale interessou-se

por este evento levando consigo 38 voluntaacuterios para essa guerra e em seu meacutetodo de trabalho

estavam a teacutecnica de monitorizaccedilatildeo que incidia em separar os pacientes quanto a gravidade

resultando assim da diminuiccedilatildeo da mortalidade de 40 para 2 sendo notaacutevel para eacutepoca

pois ateacute entatildeo ningueacutem tinha realizado tal feito (SOBRATI 2008)

De acordo com Santos Almeida e Juacutenior (2012) a fundadora da Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) foi a enfermeira Florence Nigthingale que expocircs as vantagens de colocar os

pacientes com grande risco mais proacuteximos da enfermaria Essa ideia nasceu por conta da

situaccedilatildeo de guerra pois Florence visou a precisatildeo de separar aqueles que estavam em

recuperaccedilatildeo ciruacutergicas dos demais

Assim as primeiras UTIs comeccedilaram a surgir na metade do seacuteculo XX em hospitais

norte-americanos ndash as chamadas ldquosalas de recuperaccedilatildeordquo para onde eram conduzidos os

pacientes em poacutes-operatoacuterio de grandes cirurgias (SANTOS 2009)

No Brasil no iniacutecio dos anos 70 do seacuteculo passado aconteciam surtos epidecircmicos de

doenccedilas com alto potencial moacuterbido tais como sarampo poliomielite difteria e doenccedila

meningocoacutecica entre outras as quais exigiam uma nova estrateacutegia de atenccedilatildeo agrave sauacutede como

por exemplo a concentraccedilatildeo de tecnologia e recursos em alguns centros disseminaccedilatildeo dos

novos conceitos por todo paiacutes de forma a facilitar e otimizar a reanimaccedilatildeo inicial

atendimento de emergecircncia e transferecircncia do doente criacutetico regionalizaccedilatildeo da pesquisa e

cuidados de sauacutede organizaccedilatildeo do conhecimento em literatura nacional com texto redigido

em Portuguecircs formaccedilatildeo especializada para a proacutexima geraccedilatildeo de meacutedicos e a formaccedilatildeo de

uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo pediaacutetrico

(DIKSTEIN et al 2012 p 1)

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 16: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

14

Na concepccedilatildeo de Knobel (2008) desde a criaccedilatildeo das primeiras Unidades de Terapia

Intensiva averiguou-se uma incorporaccedilatildeo de tecnologias que anexas aos conhecimentos

cientiacuteficos proporcionariam a reduccedilatildeo da mortalidade de pacientes que em outras eacutepocas natildeo

sobreviveriam as vaacuterias enfermidades

De acordo com Abrahatildeo (2010 p 18) a UTI ldquo[] caracteriza-se como uma unidade

dotada de monitorizaccedilatildeo contiacutenua que admite pacientes potencialmente graves ou com

descompensaccedilatildeo de um ou mais sistemas orgacircnicosrdquo A autora recomenda que o tratamento

intensivo sugere monitorizaccedilatildeo contiacutenua equipamentos especiacuteficos as tecnologias

necessaacuterias ao diagnoacutestico e tratamento com o intuito de amenizar o sofrimento independente

do prognoacutestico do paciente

Dez anos depois foi construiacutedo um Centro de Terapia Intensiva com 16 leitos Em

seguida surgiu no estado de santa Catarina em 1968 uma UTI depois em Porto Alegre

Observa-se entatildeo que o surgimento dessas UTIs sem duacutevida foi uma notaacutevel contribuiccedilatildeo

das instituiccedilotildees puacuteblicas para terapia intensiva brasileira (SANTOS 2009)

Desse modo surge a definiccedilatildeo de UTI em que se conclui

ldquo() era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa sala especial visando a

manutenccedilatildeo da sauacutede do sujeito por equipe especializada e dotada de equipamentos

especiacuteficos recursos mateacuterias e tecnoloacutegicosrdquo (SANTOS ALMEIDA JUacuteNIOR

2012 p12)

Assim a UTI propicia um suporte avanccedilado de vida agrave pacientes em situaccedilotildees

fisiopatoloacutegicas graves que solicitem maior cuidado assim sendo se destina a internaccedilatildeo de

pacientes com instabilidade cliacutenica e com potencial de agravamento

Na concepccedilatildeo de Schneider e Moreira (2017 p 1227) a UTI eacute conceituada como a

ldquoaacuterea criacutetica destinada agrave internaccedilatildeo de pacientes graves que requerem atenccedilatildeo profissional

especializada de forma contiacutenua materiais especiacuteficos e tecnologias necessaacuterias ao

diagnoacutestico monitorizaccedilatildeo e terapiardquo

Destarte a complexidade do setor de terapia intensiva exige uma equipe

multiprofissional (composta por meacutedico enfermeira fisioterapeuta nutricionista psicoacutelogo

socioacutelogo e teoacutelogo) e interdisciplinar qualificada porquanto a exposiccedilatildeo aos muacuteltiplos

fatores de estresses satildeo grandes devido agrave tensatildeo e a responsabilidade que se exige de cada

profissional logo a Unidade de Terapia Intensiva eacute uma estrutura importante no avanccedilo

terapecircutico com o intuito de restituir o processo de recuperaccedilatildeo e sauacutede (ZANUTO 2009)

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 17: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

15

De tal modo eacute vista a participaccedilatildeo do psicoacutelogo na aacuterea hospitalar a UTI consisti em

um ambiente que recebe pacientes em estado grave no entanto se deve que tenha um suporte

emocional perante o paciente a famiacutelia e a equipe que acompanha diariamente esses pacientes

com o intuito que esse ambiente muitas vezes pode ser considerado um lugar ldquofriordquo e ldquohostilrdquo

(CARBONAR et al 2018) Santos Almeida e Juacutenior (2012 p13) destacam que ldquoNesse

sentido a UTI torna-se um lugar imbuiacutedo por crenccedilas que vatildeo de encontro ao seu objetivo que

eacute o de prolongar a vida do paciente atraveacutes dos recursos tecnoloacutegicos e cuidados

especializadosrdquo

Com o profissional da sauacutede que tem sentimentos muacuteltiplos pois tratando de paciente

onde pode possuir uma melhora e rapidamente vir agrave morte traz um sentimento de impotecircncia

Assim compotildee-se o foco do trabalho do psicoacutelogo no ambiente hospitalar (CARBONAR et

al 2018)

O paciente em UTI estaacute sujeito a vaacuterios agentes estressores como o confinamento

restriccedilatildeo ao leito cirurgias uso de aparelhos ruiacutedos e iluminaccedilatildeo constantes realizaccedilatildeo de

procedimentos e manipulaccedilatildeo frequente do seu corpo aleacutem das modificaccedilotildees na sua rotina

afastamento do trabalho da famiacutelia e amigos dificuldade em conciliar o sono entre outros A

apresentaccedilatildeo a esses fatores configura a UTI como um ambiente com potencial de suscitar

estados emocionais adversos que podem interferir na evoluccedilatildeo do paciente

(PREGNOLATTO AGOSTINHO 2003)

32 Atuaccedilatildeo do Psicoacutelogo na Unidade de Terapia Intensiva

O profissional de psicologia inserido em uma equipe de sauacutede tem como uma de suas

funccedilotildees a atuaccedilatildeo na UTI onde precisa centrar sua praacutetica na formaccedilatildeo de um elo entre

paciente equipe e famiacutelia atuando como um canal facilitador do fluxo das emoccedilotildees e

informaccedilotildees (SEBASTIANI 1995) Tem como objetivo criar condiccedilotildees para que o paciente e

seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos que ajudem na elaboraccedilatildeo da

situaccedilatildeo vivenciada e na acomodaccedilatildeo agraves situaccedilotildees impostas pela internaccedilatildeo tratamento e

adoecimento

A inserccedilatildeo do psicoacutelogo na equipe de sauacutede atuante nas UTIs eacute recente Em 2004 foi

regulamentado o Departamento de Psicologia Aplicada agrave Medicina Intensiva da Associaccedilatildeo

de Medicina Intensiva Brasileira ndash AMIB A obrigatoriedade de que cada UTI disponha de

um psicoacutelogo foi reconhecida em 2005 pela Portaria Ministral Nordm 1071 O psicoacutelogo que

opera em Terapia Intensiva eacute denominado de intensivista e algumas de suas funccedilotildees junto ao

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 18: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

16

paciente incidem em assistecircncia psicoloacutegica atentando a fatores que podem enunciar sua

estabilidade emocional e a avaliaccedilatildeo da adaptaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo ponderando

seu estado psiacutequico e sua compreensatildeo do diagnoacutestico aleacutem de suas reaccedilotildees emocionais

diante da doenccedila (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

De acordo com Silva e Andreolli (2005) o trabalho do psicoacutelogo hospitalar de

maneira especial nas Unidades de Terapia Intensiva objetiva criar condiccedilotildees para que o

paciente e seus familiares possam mobilizar recursos internos e externos a fim de beneficiar a

elaboraccedilatildeo da situaccedilatildeo de crise a adaptaccedilatildeo e as modificaccedilotildees necessaacuterias

Entre as atribuiccedilotildees do psicoacutelogo em UTI necessita-se priorizar as seguintes praacuteticas

fornecer informaccedilotildees a respeito das rotinas do setor trazer para o paciente internado

informaccedilotildees acerca dos acontecimentos que acontecem fora desse ambiente instigar o contato

do mesmo com a famiacutelia e equipe objetivando a facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo avaliar a

apropriada compreensatildeo do quadro cliacutenico e prognoacutestico por familiares e paciente averiguar

qual membro da famiacutelia tem mais condiccedilotildees emocionais e cognitivas para o contato com a

equipe e disponibilizar horaacuterios para atendimentos individuais aos familiares quando preciso

ou solicitado pelo familiar (DOS SANTOS et al 2012)

No que concerne ao paciente incapaz de falar devido agrave presenccedila do tubo endotraqueal

o psicoacutelogo deve se atentar para a linguagem natildeo verbal abrangendo olhares gestos e

gemidos A partir desses sinais precisa criar condiccedilotildees de comunicaccedilatildeo utilizando-se de

taacuteticas como gestos escrita ou sinais impressos que viabilizem uma via de expressatildeo de suas

necessidades e desejos de costume a identificar focos de anguacutestia e reduzir o sentimento de

solidatildeo (ROMANO 2008) Para Simonetti (2011) a finalidade dessa comunicaccedilatildeo com o

paciente necessita ultrapassar a mera transmissatildeo de informaccedilotildees marcando presenccedila ao lado

do sujeito em condiccedilatildeo de cuidado facilitando a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees

Nunes Santos et al (2012) destacam tambeacutem a importacircncia de proporcionar a

adequaccedilatildeo do paciente agrave hospitalizaccedilatildeo e ao procedimento de adoecimento identificando as

variaacuteveis que influenciam esse processo e criando taacuteticas junto ao paciente e sua famiacutelia para

lidar com os eventos estressores Assim o psicoacutelogo precisa facilitar ainda a compreensatildeo da

equipe pacientes e familiares em relaccedilatildeo agraves manifestaccedilotildees psicoloacutegicas envolvidas no

processo de internaccedilatildeo e adoecimento

O psicoacutelogo tambeacutem age junto agrave famiacutelia acolhendo orientando e informando as

rotinas da UTI a seus familiares e visitantes proporcionando-lhes espaccedilo para expressatildeo dos

seus sentimentos e questionamentos quanto ao procedimento de internaccedilatildeo do paciente Unido

agrave equipe multiprofissonal eacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 19: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE

17

relacionadas a aspectos psicoloacutegicos enredados na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar

o contato entre o paciente-equipe e familiares-equipe procurando agenciar a adesatildeo e

compreensatildeo do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeo

(SANTOS et al 2011)

Nesta conjectura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte psicoterapecircutico

que o paciente precisa em virtude da probabilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao processo do adoecimento e da

internaccedilatildeo na UTI No entanto o psicoacutelogo admite dessa forma que o paciente tenha uma

expressatildeo livre de seus sentimentos medos e desejos propiciando-lhe uma elaboraccedilatildeo do

processo do adoecimento pois Lidar com o sofrimento com a dor com a mudanccedila de

comportamento em virtude de tratamentos invasivos e com as intervenccedilotildees que aumentam a

sobrevida estabelece um exemplo de situaccedilatildeo que requer orientaccedilatildeo da Psicologia Intensiva

(GUSMAtildeO 2012)

Compreende-se que a famiacutelia do paciente tem um papel fundamental na sua

recuperaccedilatildeo De tal modo o familiar necessita ser visto como um paciente secundaacuterio passiacutevel

de intervenccedilatildeo psicoloacutegica Pode chegar na UTI preocupado e inseguro e a despeito do

impacto sofrido pela doenccedila deve assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do

membro doente (SOUZA et al 2010) Nesse panorama o profissional de psicologia deve

promover agrave famiacutelia um ambiente para expressar seus sentimentos e para falar sobre a doenccedila

medos e fantasias sobre a morte O psicoacutelogo aleacutem disso precisa facilitar a comunicaccedilatildeo dos

familiares com a equipe e constatar a compreensatildeo dos mesmos sobre o quadro cliacutenico do

paciente avaliando se as expectativas satildeo compatiacuteveis com a realidade (FERREIRA

MENDES 2013)

A praacutetica deste novo campo profissional designado a acircmbito nacional Psicologia

Hospitalar acendeu a utilizaccedilatildeo de recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos de vaacuterias aacutereas do saber

psicoloacutegico natildeo se restringindo somente agrave cliacutenica mas tambeacutem a aspectos organizacionais

sociais e educacionais (FONGARO SEBASTIANI 1996) Assim sendo a Psicologia

Hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave qualidade de vida dos usuaacuterios

bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se reduzindo ao atendimento cliacutenico mesmo

estaacute sendo uma praacutetica central dos psicoacutelogos hospitalares

Ismael (2005) elucida que compete ao psicoacutelogo na UTI ser um elo entre

pacienteequipefamiacutelia Impotildee grande importacircncia na intervenccedilatildeo a ajuda agrave famiacutelia

auxiliando-a na determinaccedilatildeo de um membro que tenha condiccedilotildees fiacutesicas e emocionais de

receber e transmitir informaccedilotildees aos demais

18

Abrange-se que o trabalho do psicoacutelogo nas UTIs requer do profissional um grande

envolvimento fiacutesico e emocional jaacute que lida no dia-a-dia com discursos de dor sofrimento

anguacutestia com o trabalho em equipe demandas e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias

ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do

trabalho em UTI assim sendo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo bem como a de outro profissional

nesse argumento beneficia o aparecimento do estresse e outras doenccedilas de caraacuteter

ocupacionais (SILVA 2010)

33 Aspectos Psicoloacutegicos Evidenciados na Unidade de Terapia Intensiva

Di Biaggi (2002) analisa a possiacutevel ruptura entre a normalidade psiacutequica anterior e a

provaacutevel alteraccedilatildeo poacutes-internaccedilatildeo em UTI no entanto para o autor quando uma pessoa

adoece gravemente algo em seu sentimento de inviolabilidade se rompe estabelecendo um

estreitamento de horizonte pessoal uma ruptura em muitas das suas ligaccedilotildees com o seu meio

sua vida real e uma distorccedilatildeo do seu relacionamento com os demais frente a esta nova

condiccedilatildeo tais como corpo fiacutesico e referenciais emocionais estatildeo fraacutegeis Poreacutem a internaccedilatildeo

em uma UTI constantemente se associa a uma situaccedilatildeo de grande risco em termos psiacutequicos e

emocionais mobilizam-se sentimentos extremos como o medo insuportaacutevel manifestaccedilotildees de

ansiedade como a agitaccedilatildeo psicomotora ou a grave depressatildeo O clima da UTI por atributos

bastante caracteriacutesticos acentua sensaccedilotildees e sentimentos de desvinculaccedilatildeo ressentimento

desamparo

Conforme Angerami-Camon (1994) os aspectos psicoloacutegicos precisam ser observados

durante o periacuteodo de internaccedilatildeo como por exemplo agitaccedilatildeo depressatildeo anorexia insocircnia e

perda do discernimento A agitaccedilatildeo alude-se ao reflexo orgacircnico adicionado agrave ansiedade

aumento da pressatildeo arterial dificuldades circulatoacuterias e baixa resistecircncia agrave dor Dificultando

ateacute mesmo a absorccedilatildeo de alguns medicamentos a depressatildeo eacute a instacircncia final do quadro

psiacutequico evolutivo do enfermo aonde seus mecanismos de defesa como a negaccedilatildeo

racionalizaccedilatildeo e a projeccedilatildeo veem-se falidos mostrando uma apatia agrave vida e agrave perseveranccedila de

fantasias moacuterbidas na maioria das vezes evoluindo a morte a anorexia eacute o estado em que a

pessoa torna-se de difiacutecil contato e passa a reclamar e solicitar a todos o tempo todo Deste

modo a cama eacute ruim reclama da comida da enfermagem do meacutedico a insocircnia eacute a

dificuldade de dormir porque o sono para alguns pacientes pode estar conexo agrave morte e agrave

perda da percepccedilatildeo que pode acontecer porque a UTI eacute um ambiente artificial sem luz do dia

19

e sem alteraccedilotildees significativas de rotina Com isso o paciente perde a noccedilatildeo de tempo e

espaccedilo

Embora seja estimado um ambiente apropriado para o atendimento a pacientes agudos

e recuperaacuteveis a UTI eacute um local iatrogecircnico tenso e traumatizante (FAQUINELLO et al

2007) Nesse ambiente a maioria dos pacientes continua sob sedaccedilatildeo mas aqueles que

seguem conscientes satildeo expostos a situaccedilotildees extremamente estressoras que podem causar

reaccedilotildees emocionais variadas como ansiedade medo conflitos inseguranccedila irritabilidade

dentre outras comumente relacionadas ao contexto de internaccedilatildeo (LUCCHESI MACEDO

MARCO 2008)

Alteraccedilotildees de ordem psicoloacutegica como ansiedade e medo satildeo frequentemente

encontrados entre os pacientes criacuteticos sobretudo durante procedimentos invasivos Segundo

Romano (2008 p 49) os maiores agentes de estresse relatados por pacientes internados em

UTI submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica a saber dor aspectos emocionais como ansiedade

medo conflitos revisatildeo de vida succcedilatildeo de secreccedilotildees impossibilidade de falar presenccedila do

tubo endotraqueal e restriccedilatildeo ao leito

Nesta perspectiva a anaacutelise do comportamento abordagem teoacuterica e praacutetica

tradicional da psicologia identifica os sentimentos e emoccedilotildees como eventos privados que

abrangem aqueles eventos inacessiacuteveis agrave observaccedilatildeo puacuteblica direta (SKINNER1991) Nesse

contexto comportamentos descritos como agitaccedilatildeo medo e ansiedade satildeo ocasionados por

contingecircncias de reforccedilamento perturbadoras e natildeo por sentimentos ou estados da mente

perturbadores Modificando-se as contingecircncias altera-se o comportamento Por conseguinte

para cada estado experienciado e identificado pela comunidade verbal pelo nome de um

sentimento tem um evento ambiental anterior do qual esse estado eacute produto (QUEIROZ

GUILHARDI 2001)

20

4 METODOLOGIA

41 Tipo de Pesquisa

Este estudo se fundamentou pelo meacutetodo da revisatildeo integrativa de literatura para

alcanccedilar os objetivos propostos ou seja configura-se como um meacutetodo de reuniatildeo e anaacutelise

de produccedilotildees cientiacuteficas elaboradas anteriormente sobre a temaacutetica em estudo com o objetivo

de se obter conhecimento e conclusotildees gerais sobre o assunto abordado

Garuzi et al (2014 p 145) define revisatildeo integrativa como ldquoum instrumento de

obtenccedilatildeo identificaccedilatildeo anaacutelise e siacutentese da literatura direcionada a um tema especiacuteficordquo Por

meio deste meacutetodo ocorre a construccedilatildeo da anaacutelise mais ampla da literatura inclusive

discussotildees acerca dos meacutetodos e resultados das publicaccedilotildees

Uma revisatildeo integrativa exige os mesmos padrotildees de rigor clareza e replicaccedilatildeo

utilizada nos estudos primaacuterios (BEYEA NICOLL 1998) Compreendendo cinco etapas

(WHITTEMORE KNAFL 2005) as quais satildeo

1) Estabelecimento do problema ou seja definiccedilatildeo do tema da revisatildeo em forma de

questatildeo ou hipoacutetese primaacuteria a escolha do tema surgiu devido ao conviacutevio no

ambiente hospitalar e de ser de suma importacircncia ajudar os pacientes iminentes bem

como seus familiares atraveacutes do acompanhamento psicoloacutegico

2) Seleccedilatildeo da amostra (apoacutes definiccedilatildeo dos criteacuterios de inclusatildeo) se deu por meio dos

criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo em perioacutedicos nacionais indexados

3) Caracterizaccedilatildeo dos estudos as informaccedilotildees foram coletadas atraveacutes de criteacuterios

claros norteados por instrumentos

4) Anaacutelise dos resultados (identificando similaridades e conflitos) esta anaacutelise foi

realizada apoacutes a coleta dos dados do material selecionado mediante o tema em estudo

atraveacutes da leitura da bibliografia pesquisada

5) Apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos achados apoacutes a anaacutelise das produccedilotildees pesquisadas foi

realizada a apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados confrontando as ideias dos autores

referenciais sobre o tema em estudo

Quanto aos objetivos da pesquisa caracteriza-se por caraacuteter exploratoacuterio conforme

Gerhardt e Silveira (2009 p 35)

Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a tornaacute-lo mais expliacutecito ou a construir hipoacuteteses A grande

maioria dessas pesquisas envolve (a) levantamento bibliograacutefico (b) entrevistas

21

com pessoas que tiveram experiecircncias praacuteticas com o problema pesquisado e (c)

anaacutelise de exemplos que estimulem a compreensatildeo

Segundo Oliveira (2011 p 21) a pesquisa de caraacuteter exploratoacuterio

Possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os fatos permitindo a

formulaccedilatildeo mais precisa de problemas criar novas hipoacuteteses e realizar novas

pesquisas mais estruturadas Nesta situaccedilatildeo o planejamento da pesquisa necessita

ser flexiacutevel o bastante para permitir a anaacutelise dos vaacuterios aspectos relacionados com o

fenocircmeno

Em relaccedilatildeo a abordagem da questatildeo problema foi realizada de forma qualitativa

Prodanov e Freitas (2013 p 70) afirmam que

Considera que haacute uma relaccedilatildeo dinacircmica entre o mundo real e o sujeito isto eacute um

viacutenculo indissociaacutevel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que natildeo

pode ser traduzido em nuacutemeros A interpretaccedilatildeo dos fenocircmenos e a atribuiccedilatildeo de

significados satildeo baacutesicas no processo de pesquisa qualitativa Esta natildeo requer o uso

de meacutetodos e teacutecnicas estatiacutesticas O ambiente natural eacute a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador eacute o instrumento-chave Tal pesquisa eacute descritiva Os

pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente O processo e seu

significado satildeo os focos principais de abordagem

Assim a pesquisa qualitativa abrange cinco caracteriacutesticas principais que configuram

este tipo de estudo ambiente natural dados descritivos preocupaccedilatildeo com o processo

preocupaccedilatildeo com o significado e processo de anaacutelise indutivo A pesquisa qualitativa

apresenta o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal

instrumento

Em concordacircncia Marconi e Lakatos (2008 p 269) afirmam que ldquoA pesquisa

qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos descrevendo a

complexidade do comportamento humano Fornece anaacutelise mais detalhada sobre as

investigaccedilotildees haacutebitos atitudes e tendecircncias de comportamentordquo

42 Coleta de Dados

A teacutecnica de coleta de dados consiste em um conjunto de regras ou processos

utilizados por uma ciecircncia (LAKATOS MARCONI 2001) ou seja incide na etapa de

obtenccedilatildeo de dados e informaccedilotildees para a pesquisa de forma organizada e objetiva Prodanov e

Freitas (2013) ressaltam que a coleta de dados tem por objetivo explicitar este passo

informando quais os procedimentos utilizados na reuniatildeo de informaccedilotildees

22

Para este estudo foram analisadas pesquisas de produccedilotildees cientiacuteficas do conhecimento

em perioacutedicos sobre a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar no acircmbito da unidade de terapia

intensiva conforme as bases de dados da Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SciELO) Os Descritores utilizados para a escolha das produccedilotildees seratildeo

ldquopsicologia hospitalarrdquo ldquoUTIrdquo ldquopacientesrdquo ldquopsicologia and UTIrdquo ldquopsicologia and pacientesrdquo

e ldquoatuaccedilatildeo do psicoacutelogo and UTIrdquo

Foram adotados como criteacuterios de inclusatildeo artigos disponiacuteveis integralmente

publicaccedilatildeo em portuguecircs com disponibilidade de texto completo em suporte eletrocircnico

publicado em perioacutedicos nacionais e indexaccedilatildeo nas bases de dados referidas nos uacuteltimos 10

anos Foram excluiacutedas as produccedilotildees com mais de 10 anos anais de congressos ou

conferecircncias relatoacuterios teacutecnicos e cientiacuteficos

43 Anaacutelise de Dados

A anaacutelise de dados foi realizada apoacutes a coleta de informaccedilotildees (com base nos criteacuterios

de inclusatildeo e exclusatildeo adotados para a escolha das produccedilotildees cientiacuteficas) consiste em uma

das fases mais importantes da pesquisa pois a partir da anaacutelise de dados seratildeo apresentados

os resultados e conclusatildeo da pesquisa (MARCONI LAKATOS 1996) A anaacutelise de dados

tem por objetivo verificar e esclarecer os meacutetodos e etapas utilizadas e realizadas pelo

pesquisador (aluno) para alcanccedilar informaccedilotildees e dados para sua produccedilatildeo cientiacutefica

(PRODANOV FREITAS 2013)

De iniacutecio os textos foram separados por tema sendo estes ldquoPsicologia hospitalarrdquo e

ldquoUnidade de Terapia Intensivardquo Em seguida foi realizado a leitura e compreensatildeo dos textos

selecionados Nesta fase foi utilizada a anaacutelise textual discursiva conforme Pedruzzi et al

(2015 p 592) ldquoconstitui-se na organizaccedilatildeo de categorias as quais podem vir a ser

constantemente reagrupadasrdquo Para Moraes e Galiazzi (2006) estabelece-se como um

instrumento mediador de compreensatildeo e significaccedilatildeo do conhecimento proporcionando o

descobrimento do novo

Apoacutes a leitura a anaacutelise dos textos selecionados foi realizada a partir de questotildees

formuladas pela autora que foram respondidas a partir dos seguintes toacutepicos desenvolvidos

com base nos objetivos desta pesquisa Toacutepico 1 Principais aspectos psicoloacutegicos

desencadeados pela internaccedilatildeo com uma consequente ecircnfase nos aspectos emocionais do

23

ambiente da UTI Toacutepico 2 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI Toacutepico 3 Accedilotildees desenvolvidas

pelo psicoacutelogo dentro da UTI

Na busca realizada por meio dos descritores ldquoPsicologia hospitalarrdquo ldquoPsicoacutelogo and

UTIrdquo foram encontrados 1905 estudos distribuiacutedos nas trecircs bases de dados (BVS LILACS e

SciELO) Desse total foram removidos 1072 artigos por natildeo se enquadrarem nos criteacuterios de

inclusatildeo Restaram 27 artigos para anaacutelise que tiveram seus resumos lidos e apoacutes novas

exclusotildees restaram quinze (15) artigos (Tabela 1)

Para melhor visualizaccedilatildeo dos resultados estes foram organizados em tabelas com

dados da caracterizaccedilatildeo dos estudos - tiacutetulo autores ano e revista

Tabela 1 - Listagem dos Artigos Selecionados Quanto agraves Referecircncias Tiacutetulo e Revista de

Publicaccedilatildeo (n=15)

Nordm Referecircncias Tiacutetulo Revista

1 Gazotti e Cury 2019

Vivecircncias de Psicoacutelogos como

Integrantes de Equipes

Multidisciplinares em Hospital

Estud pesqui psicol

2 Vieira e Waischung 2018

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva a

atenccedilatildeo prestada ao paciente

familiares e equipe uma revisatildeo da

literatura

Rev SBPH

3 Langaro 2017 ldquoSalva o Velhordquo Relato de

Atendimento em Psicologia

Hospitalar e Cuidados Paliativos

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

4 Schneider e Moreira 2017 Psicoacutelogo intensivista reflexotildees

sobre a inserccedilatildeo profissional no

acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica

profissional

Trends Psychol

5 Coppus e Netto 2016 A Inserccedilatildeo do Psicanalista em uma

Unidade de Tratamento Intensivo

Psicol ciecircnc prof

6 Azevecircdo e Crepaldi 2016

A Psicologia no hospital geral

aspectos histoacutericos conceituais e

praacuteticos

Estudos de Psicologia

(Campinas)

7 Almeida e Malagris 2015 Psicoacutelogo da Sauacutede no Hospital

Geral um Estudo sobre a Atividade e

a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar

no Brasil

Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo

8 Roseiro e Paula 2015 Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de

profissionais em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal

Estudos de Psicologia

(Campinas)

9 Campos 2014 A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI

Neonatal uma experiecircncia para

contar

Psicologia infantil

10 Santos e Vieira 2012 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e

nas maternidades do estado de

Sergipe

Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva

11 Moreira Martins Castro 2012 Representaccedilatildeo social da Psicologia

Hospitalar para familiares de

pacientes hospitalizados em Unidade

de Terapia Intensiva

Rev SBPH

24

Fonte Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 em relaccedilatildeo aos autores e tiacutetulos dos estudos eacute possiacutevel perceber que os

tiacutetulos abordam questotildees como psicoacutelogos em equipes multidisciplinares psicologia

hospitalar psicoacutelogos em UTIs intervenccedilatildeo dos psicoacutelogos em UTIs com pacientes e

familiares

No que se refere ao ano de publicaccedilatildeo foram encontrados estudos no periacuteodo de 2010

a 2020 sendo 01 estudo nos anos de 2011 2014 2018 e 2019 respectivamente 02 em 2010

2015 2016 e 2017 e 03 estudos em 2012 respectivamente totalizando 13 estudos Natildeo foram

encontradas publicaccedilotildees apropriadas para este trabalho nos anos de 2013 e 2020

Em relaccedilatildeo agraves revistas de publicaccedilatildeo a Tabela 1 demonstra que os estudos foram

publicados nas seguintes revistas Revista Estudo Pesquisa Psicoloacutegica Revista Psicologia

Ciecircncia e Profissatildeo Revista Trends Psychol Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Revista

Estudos de Psicologia Revista Psicologia infantil Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva Revista

da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar Revista Psicologia Estudada e Psicologia

Cadernos de Graduaccedilatildeo Sendo 04 publicaccedilotildees da Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar 02 da Revista Pesquisa Psicoloacutegica 02 da Revista Psicologia Ciecircncia e

Profissatildeo 02 da Revista Estudos de Psicologia 01 da Revista Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva 01

da Revista Trends Psychol 01 da Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo 01 da Revista

Psicologia infantil 01 da Revista Psicologia Estudada e 01 em Psicologia Cadernos de

Psicologia

No graacutefico 1 estatildeo descritos os locais das publicaccedilotildees divididos por regiotildees percebe-

se que a regiatildeo sudeste eacute a que apresenta maior quantidade de publicaccedilotildees

12 Santos Almeida e Rocha Jr

2012

A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade

de Terapia Intensiva (UTI)

Psicologia Cadernos de

Graduaccedilatildeo

13 Avellar 2011 Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais

da Grande VitoacuteriaES uma descriccedilatildeo

Psicol estud

14 Baltazar Gomes e Cardoso

2010

Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

neonatal rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada

Rev SBPH

15 Silva 2010 O estresse na praacutetica profissional do

psicoacutelogo em UTI uma revisatildeo de

literatura

Rev SBPH

25

Graacutefico 1 ndash Quantidades dos locais de publicaccedilotildees divididos por regiotildees

A seguir seratildeo apresentados resultados e discussotildees Estes estaratildeo

dispostosorganizados em 4 capiacutetulos Cada sessatildeo iraacute abordar diferentes prismas extraiacutedos da

literatura e relacionados ao levantamento de dados encontrados nos artigos selecionados em

alinhamento com os objetivos do trabalho

26

5 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

51 Dados Gerais

Estaacute organizada em toacutepicos relacionados ao conteuacutedo dos artigos organizados em

objetivos e resultados

Quanto aos objetivos foram identificadas a partir dos artigos os seguintes objetivos

1) Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares 2) Psicologia hospitalar 3) Psicoacutelogos em UTIs

e 4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo com os pacientes e familiares A tabela 2 exibe a quantidade de

artigos que fazem referecircncia a cada um dos objetivos identificados bem como as referecircncias

destes artigos Os artigos que citavam mais de um objetivo foram inseridos na tabela para

cada um dos elementos apontados Como exemplo o artigo de Gazotti e Cury (2019) que

abrange dois objetivos (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares e psicologia hospitalar) foi

contado duas vezes uma para cada objetivo Sendo assim o total de artigos que consta na

tabela 2 (n=27) eacute maior do que o nuacutemero de artigos selecionados para o presente estudo

(n=15)

Tabela 2 ndash Quantidade e referecircncia dos artigos conforme os objetivos em relaccedilatildeo ao tema em

estudo Eixos N Autores

1) Psicoacutelogos em equipes

multidisciplinares

4 Gazotti e Cury 2019

Schneider e Moreira 2017

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Silva 2010

2) Psicologia hospitalar 10 Gazotti e Cury 2019

Vieira e Waischung 2018

Langaro 2017

Schneider e Moreira 2017

Azevecircdo e Crepaldi 2016

Coppus e Netto 2016

Almeida e Malagris 2015

Santos e Vieira 2012

Moreira Martins e Castro 2012

Avellar 2011

3) Psicoacutelogos em UTIs 9 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Coppus e Netto 2016

Roseiro e Paula 2015

Campos 2014

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Baltazar Gomes e Cardoso 2010

Silva 2010

4) Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na

UTI com pacientes e familiares

4 Vieira e Waischung 2018

Schneider e Moreira 2017

Moreira Martins e Castro 2012

Santos Almeida e Rocha Jr 2012

Fonte Dados da pesquisa

27

Conforme os dados apresentados na tabela 2 podemos identificar quatro objetivos as

quantidades de cada um deles e os respectivos autores averiguou-se que o objetivo 2 ndash que

corresponde a psicologia hospitalar foi o que teve o maior nuacutemero de artigos dentre os

selecionados conforme os criteacuterios de inclusatildeo para este estudo contabilizando 10 artigos

seguido do objetivo 3 (psicologia em UTIs) sendo verificados 9 artigos para este objetivo e

os objetivos 1 (psicoacutelogos em equipes multidisciplinares) e 4 (intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI

com pacientes e familiares) cada um desses objetivos obtiveram 4 artigos Nota-se que de

acordo com a classificaccedilatildeo dos objetivos dos artigos nestes dados alguns artigos

apresentaram mais de um objetivo esses artigos foram dos autores Gazotti e Cury (2019)

Vieira e Waischung (2018) Schneider e Moreira (2017) Coppus e Netto (2016) Moreira

Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) e Silva (2010)

Na Tabela 3 eacute possiacutevel visualizar os objetivos dos pesquisadores

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo dos artigos quanto aos objetivos dos pesquisadores

Nordm Objetivos

1 Analisar fenomenologicamente a experiecircncia de psicoacutelogos que atuam em equipes

multidisciplinares em hospitais

2 Sistematizar a accedilatildeo e os saberes do Psicoacutelogo Hospitalar junto aos pacientes familiares e equipes

de UTIs

3 Apresentar o relato de atendimento de um paciente encaminhado ao serviccedilo de atenccedilatildeo domiciliar

de um hospital geral com diagnoacutesticos de doenccedilas crocircnicas e com indicaccedilatildeo para tratamento em

cuidados paliativos

4 Analisar o perfil do psicoacutelogo hospitalar atuante em Unidades de Terapia Intensiva em hospitais

puacuteblicos e privados de Porto Alegre conhecer sua formaccedilatildeo as principais intervenccedilotildees

psicoloacutegicas utilizadas no atendimento ao paciente e seus familiares as possibilidades de

intervenccedilatildeo com a equipe assistencial atuante em terapia intensiva e identificar possiacuteveis carecircncias

na formaccedilatildeo do psicoacutelogo que sejam consideradas essenciais pelas participantes para atuaccedilatildeo neste

campo

5 Discutir e aprofundar as peculiaridades que permeiam a inserccedilatildeo do profissional de psicologia no

hospital

6 Apresentar os aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos da Psicologia no hospital geral nos Estados

Unidos da Ameacuterica e no Brasil

7 Realizar de um levantamento do perfil profissional de psicoacutelogos da sauacutede que exercem atividades

em instituiccedilotildees hospitalares nacionais

8 Investigar a concepccedilatildeo de humanizaccedilatildeo da equipe de profissionais de trecircs Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal da Regiatildeo Metropolitana da Grande Vitoacuteria Espiacuterito Santo

9 Refletir acerca da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo cliacutenico em unidade hospitalar neonatal

10 Refletir a praacutetica profissional do psicoacutelogo hospitalar tendo como propoacutesito analisar a atuaccedilatildeo

daqueles que trabalham em hospitais e maternidades do Estado de Sergipe

28

11 Identificar a representaccedilatildeo social da Psicologia Hospitalar para

os familiares de pacientes hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) uma vez que

a psicologia hospitalar procura minimizar o sofrimento em relaccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo

12 Avaliar a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo da sauacutede junto agrave unidade de terapia intensiva (UTI) setor este

inserido dentro de unidades hospitalares

13 Verificar a existecircncia de profissionais de psicologia nos hospitais da Regiatildeo Metropolitana da

Grande VitoacuteriaES descrever as atividades por eles desenvolvidas e seus objetivos de trabalho e

discutir a inserccedilatildeo destes profissionais nos hospitais

14 Expor a rotina de assistecircncia psicoloacutegica construiacuteda nestes setores (Unidade de Terapia Intensiva e

Unidade Intermediaacuteria neonatal) as quais preveem uma praacutetica humanizada de atendimento

15 Caracterizar as peculiaridades do estresse em diferentes categorias profissionais que atuam na UTI

especialmente do psicoacutelogo

Na tabela 4 eacute possiacutevel perceber os resultados apresentados pelos pesquisadores

Tabela 4 ndash Principais resultados apresentados nos artigos estudados

Nordm Principais Resultados

1 Psicoacutelogos necessitam romper barreiras e sobrecarregam-se com demandas pois as equipes

dificilmente reconhecem suas funccedilotildees e sua importacircncia batalham pelo princiacutepio

da integralidade junto agrave equipe compreensatildeo empaacutetica aceitaccedilatildeo positiva incondicional

e confianccedila caracterizam suas atuaccedilotildees com pacientes familiares e profissionais para um bom

funcionamento da equipe necessitam se cuidar para exercerem suas funccedilotildees boa formaccedilatildeo

em Psicologia e poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia Hospitalar precedem atuaccedilatildeo competente em equipe

2 Os resultados apontam que a psicologia hospitalar eacute importante na UTI para lidar com situaccedilotildees de

fim de vida rituais de despedida luto antecipatoacuterio elaboraccedilatildeo da morte e tambeacutem que o psicoacutelogo

deve organizar seu trabalho em torno da triacuteade paciente famiacutelia e equipe tornando-se um elo capaz

de gerar um fluxo comunicacional entre estas trecircs instacircncias

3 O foco do atendimento psicoloacutegico esteve na mediaccedilatildeo dos conflitos familiares e na comunicaccedilatildeo

paciente-famiacutelia-equipes no estiacutemulo agrave autonomia do paciente na garantia do respeito e

consideraccedilatildeo aos seus desejos e decisotildees bem como ao apoio emocional para enfrentamento do luto

antecipatoacuterio As reflexotildees e intervenccedilotildees possibilitadas pelos cuidados paliativos e pela Psicologia

permitiram ao paciente natildeo desistir da sua vida e aos familiares a seguranccedila e o apoio para o

enfrentamento da perda e vivecircncia do luto

4 Foi percebida uma carecircncia nos cursos de Psicologia de conteuacutedos que capacitem os alunos para as

especificidades da atuaccedilatildeo em sauacutede e sua inserccedilatildeo em equipes multiprofissionais

A pesquisa tambeacutem evidenciou a necessidade de adaptaccedilatildeo das teacutecnicas jaacute utilizadas na cliacutenica tanto

no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo psicoloacutegica quanto nos atendimentos a pacientes familiares e

intervenccedilotildees em grupo Evidencia-se a carecircncia de estudos sobre Psicologia Intensivista destacando

a necessidade de mais pesquisas nesta aacuterea

5 A atuaccedilatildeo de um psicoacutelogopsicanalista na UTI de um hospital se comparada ao que se faz em um

consultoacuterio particular tem obviamente suas especificidades e foram essas que se sublinhou nesse

trabalho

6 No que se refere aos aspectos conceituais o acompanhamento psicoloacutegico hospitalar visa facilitar a

adaptaccedilatildeo e enfrentamento das situaccedilotildees vivenciadas pelo paciente hospitalizado assim como

prioriza a triacuteade paciente famiacutelia e equipe de sauacutede

7 Psicologia Hospitalar parece se desenvolver de forma positiva no Brasil observando-se que os

profissionais estatildeo buscando aprimoramento na aacuterea Sabe-se no entanto que satildeo necessaacuterios alguns

avanccedilos principalmente no que tange agrave inserccedilatildeo deste profissional nas unidades de sauacutede do paiacutes

8 A participaccedilatildeo da famiacutelia foi o aspecto mais relevante para os profissionais que expressaram a

importacircncia da permanecircncia dos pais na unidade de terapia e sua participaccedilatildeo nos cuidados ao receacutem-

29

nascido

9 O papel do psicoacutelogo e as possibilidades de facilitaccedilatildeo da aproximaccedilatildeo e dos viacutenculos entre matildee-

filho que muitas vezes satildeo comprometidos pelo ambiente impessoal pelas regras das instituiccedilotildees

de sauacutede bem como pelo medo da separaccedilatildeo e morte

10 A caracterizaccedilatildeo da atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos revelou um enfoque no trabalho psicoteraacutepico junto aos

pacientes no preacute e poacutes-ciruacutergico aos acompanhantes e aos familiares de pacientes criacuteticos internados

nas unidades (UTI CTI oncologia hemodiaacutelise e enfermarias ciruacutergicas) oferecendo suporte

principalmente em atendimento preacute e poacutes-ciruacutergico

11 A representaccedilatildeo social dos familiares de pacientes hospitalizados em UTI em relaccedilatildeo

ao psicoacutelogo hospitalar baseia-se em vivecircncias do atendimento psicoloacutegico Assim

os familiares percebem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda ao orientar informar e preparar

a famiacutelia em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo do paciente e ao ambiente de internaccedilatildeo e tambeacutem reconhecem a

necessidade desse profissional em outros ambientes do hospital

12 A importacircncia do trabalho do psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo tem dos

aspectos emocionais que alteram e comprometem significativamente o estado do paciente Na

subjetividade do paciente estatildeo envolvidos aspectos importantes tais como o social emocional

cultural e famiacutelia que podem ajudar ou dificultar na recuperaccedilatildeo e no enfrentamento do paciente

perante o momento em que ele se encontra hospitalizado

13 A distribuiccedilatildeo de profissionais na regiatildeo eacute irregular com maior concentraccedilatildeo na capital Ainda

predomina o modelo tradicional de atendimento baseado na assistecircncia cliacutenica individual Apesar

disto alguns profissionais relatam experiecircncias profissionais que revelam a busca por novas formas

de atuaccedilatildeo no territoacuterio hospitalar e propotildeem novas accedilotildees com preocupaccedilatildeo voltada para a atenccedilatildeo

integral agrave sauacutede

14 O psicoacutelogo inserido na UTI neonatal a partir de um enfoque psicanaliacutetico iraacute acolher os pais e

auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado A escuta destes pais e a compreensatildeo de seus

conteuacutedos internos eacute fundamental para o entendimento da parentalidade e de como isso estaacute

implicado diretamente com as manifestaccedilotildees do bebecirc

15 A quantidade de pesquisas realizadas por psicoacutelogo ou outro profissional

(exceccedilatildeo meacutedicos e enfermeiros) no que se refere agrave sauacutede psiacutequica foi insuficiente para conclusotildees

significativas sobre o tema Foi possiacutevel perceber a carecircncia de estudos assim como eacute necessaacuteria agrave

sua realizaccedilatildeo no sentido de tornar acessiacutevel aos profissionais a as manifestaccedilotildees fiacutesicas e emocionais

do estresse e outras doenccedilas relacionadas agraves atividades exercidas em unidades de terapia intensiva

Observa-se na Tabela 4 que o trabalho dos psicoacutelogos em hospitais foi diretamente

citado como essencial em todos os artigos principalmente ao que diz respeito a familiares

perceberem o psicoacutelogo como um profissional de ajuda que desempenha papel fundamental

no amparo e favorece o desenvolvimento de estrateacutegias de enfrentamento Ainda em relaccedilatildeo

ao papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave equipe ele tambeacutem tem assumido uma funccedilatildeo na

capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de forma mais adequada com as tensotildees oriundas

da praacutetica profissional

Vemos tambeacutem que em todos os artigos os autores ressaltam a importacircncia da inserccedilatildeo

e atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nas UTIs sobretudo na acolhida escuta e ajuda aos familiares e

tambeacutem pacientes durante a internaccedilatildeo nessa aacuterea hospitalar

A conceituada psicologia hospitalar ao se tornar entatildeo essa nova caracteriacutestica teve

que fazer adaptaccedilotildees teoacuterico-praacuteticas fundamentadas nos recursos teacutecnicos e metodoloacutegicos

das distintas aacutereas do saber psicoloacutegico (CHIATTONE 2006) Nesse contexto o psicoacutelogo

como profissional da sauacutede desempenha um papel cliacutenico social organizacional e

30

educacional ao se preocupar com a qualidade e a dignidade da vida do sujeito hospitalizado

(CAMPOS 1995)

52 Dos Objetivos

521 Psicoacutelogos em equipes multidisciplinares

No texto de Gazotti e Cury (2019 p 774-775) ressaltam que ldquoPara que o psicoacutelogo

exerccedila seu trabalho no hospital eacute fundamental que os demais profissionais compreendam o

seu papel para um trabalho eficazrdquo Contudo o desconhecimento das especialidades a respeito

da atuaccedilatildeo da psicologia natildeo se reduz somente ao contexto hospitalar poreacutem agrave ciecircncia da

psicologia como um todo existindo equiacutevocos sobre o papel do psicoacutelogo hospitalar e as

accedilotildees que lhe competem

Em concordacircncia Schneider e Moreira (2017) afirmam que em conjunto com agrave equipe

multiprofissonal ldquoeacute tarefa do psicoacutelogo atender a solicitaccedilotildees dos profissionais relacionadas a

aspectos psicoloacutegicos envolvidos na internaccedilatildeo do paciente aleacutem de incentivar o contato entre

o paciente-equipe e familiares-equipe buscando promover a adesatildeo e compreensatildeo do

tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalizaccedilatildeordquo

Para Santos Almeida Rocha Jr (2019) o crescimento do trabalho em equipe

multidisciplinar e fortalecimento do modelo holiacutestico ao qual vecirc o sujeito como sendo um ser

biopsisocioespiritoambiental assim o psicoacutelogo vem adquirindo espaccedilo importante nessa

equipe de sauacutede sendo ele responsaacutevel pela cura e ou manutenccedilatildeo da mente do paciente

interno em hospitais

Outro aspecto importante eacute abordado por Silva (2010) que destaca acerca das situaccedilotildees

estressantes tais como as solicitaccedilotildees constantes do paciente e da famiacutelia a intensa jornada de

trabalho o contato com a dor e com o processo da morte o estar constantemente em alerta e

submetida agraves pressotildees quanto agrave tomada de decisotildees em momentos criacuteticos dentre outros

fatores

Mediante aos artigos mencionados observa-se que em todos eles citam a importacircncia

do psicoacutelogo em uma equipe multidisciplinar sendo necessaacuterio que os outros profissionais

que compotildeem a equipe compreenda o papel do psicoacutelogo para que seja realizado um trabalho

mais eficaz e eficiente

31

522 Psicologia hospitalar

Em relaccedilatildeo a psicologia hospitalar Gazotti e Cury (2019) em seu artigo definem que a

psicologia hospitalar pode ser compreendida como uma parte da Psicologia da Sauacutede a qual eacute

considerada um subcampo da Psicologia No contexto hospitalar sendo que o psicoacutelogo natildeo

iraacute operar diretamente nos processos de doenccedila que competem ao meacutedico mas sim auxiliar o

paciente na procura pela reorganizaccedilatildeo do equiliacutebrio psicoloacutegico perdido em razatildeo da doenccedila

Nesse sentido Vieira e Waischung (2018) destacam que o ambiente hospitalar eacute

extremamente impessoal existindo sempre o risco de que a pessoa natildeo consiga ser vista em

sua singularidade pela equipe Sendo um profissional capacitado para um olhar

individualizado o psicoacutelogo ocupa o lugar de trazer agrave equipe as idiossincrasias dos pacientes

que algumas vezes dificultam a adesatildeo ao tratamento

Assim Langaro (2017) ressalta que o hospital geral enquanto campo de atuaccedilatildeo em

psicologia constitui um cenaacuterio de diferentes demandas que se estendem do iniacutecio ao fim da

vida Inserido em uma equipe multidisciplinar o psicoacutelogo hospitalar possui como elementos

indissociaacuteveis de suas intervenccedilotildees a interaccedilatildeo com profissionais de outras aacutereas e ainda com

o hospital enquanto instituiccedilatildeo Em concordacircncia as autoras Schneider e Moreira (2017 p

1227) elucidam que a psicologia hospitalar procura comprometer-se com questotildees ligadas agrave

qualidade de vida dos usuaacuterios bem como dos profissionais da sauacutede assim natildeo se

restringindo ao atendimento cliacutenico mesmo sendo estaacute uma praacutetica central dos psicoacutelogos

hospitalares

Na concepccedilatildeo de Coppus e Netto (2016) a entrada de um psicoacutelogopsicanalista em

um hospital se daacute em uma verificada data a seu trabalho eacute conferido um valor e suas funccedilotildees

como psicoacutelogo satildeo previstas por esse documento Relaciona-se a inserccedilatildeo por outro lado ao

ato agrave criaccedilatildeo de um lugar psiacutequico junto agrave equipe da qual o analista faz parte

Jaacute Azevecircdo e Crepaldi (2016) esclarecem que a psicologia no hospital geral se refere agrave

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em uma instituiccedilatildeo com pacientes que estatildeo vivenciando a situaccedilatildeo de

adoecimento e hospitalizaccedilatildeo Dentre estes aspectos jaacute mencionados Almeida e Malagris

(2015) trazem outro atributo da psicologia hospitalar a qual diz respeito acerca da

intervenccedilatildeo em centros de sauacutede e hospitais a qual deve envolver a triacuteade paciente -

familiares - profissionais de sauacutede Assim sendo o psicoacutelogo deve atuar como facilitador do

fluxo dessas emoccedilotildees e reflexotildees detectar os focos de stress e sinalizar as defesas

exacerbadas

32

Para Moreira Martins e Castro (2012) no hospital o psicoacutelogo natildeo necessita esperar o

encaminhamento para ir ao encontro do paciente contudo deve se preocupar com o sujeito

doente e natildeo com a doenccedila sendo que ao escutar seu sofrimento estaraacute ajudando-o em sua

reintegraccedilatildeo biopsicossocial Desse modo Avellar (2011 p 492) assegura que a psicologia

entrou no hospital trazendo consigo um olhar que abre espaccedilo para uma escuta diferenciada

na qual a histoacuteria do paciente internado se torna significativa para entender a histoacuteria da sua

doenccedila

Um dos aspectos de extrema importacircncia eacute destacado por Santos e Vieira (2012) em

seu texto averiguam que mesmo sendo de suma importacircncia a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo dentro do

ambiente hospitalar a formaccedilatildeo deste profissional ainda estaacute voltada para a cliacutenica centrada

no sujeito com objetivos psicoterapecircuticos psicodiagnoacutesticos e analiacuteticos Por sua vez sua

inserccedilatildeo sem o devido preparo em ambiente hospitalar beneficia o uso do falso saber

dificultando a comunicaccedilatildeo no contexto da instituiccedilatildeo inviabilizando o dinamismo na relaccedilatildeo

entre equipe de sauacutede e doente

Nessa perspectiva vemos a importacircncia do psicoacutelogo em um hospital entretanto a

sua inserccedilatildeo na aacuterea hospitalar eacute recente eacute um campo de atuaccedilatildeo ainda novo para o psicoacutelogo

e tambeacutem cheios de desafios pois muitas universidades natildeo o preparam para atuar em

hospitais poreacutem a cada esse campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo vem ganhando espaccedilo e respeito

dos demais profissionais que jaacute atuam nos hospitais

523 Psicoacutelogos em UTIs

A respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade de terapia intensiva Vieira e

Waischung (2018) destaca que o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo

humanizado dentro da UTI resgata a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave

individualidade da pessoa humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal Jaacute

Schneider e Moreira (2017) dizem que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI se deve ao suporte

psicoterapecircutico que o paciente precisa devido da possibilidade de apresentar uma seacuterie de

transtornosdistuacuterbios psicoloacutegicos relacionados ou natildeo ao procedimento do adoecimento e

da internaccedilatildeo na UTI

Os autores Coppus e Netto (2016) dizem que a UTI que inicialmente parece inoacutespita

para o analista mostra-se como um lugar favoraacutevel para a construccedilatildeo de uma cadeia de

significantes que forneccedila o estabelecimento de novos significados de novos investimentos

que por sua vez assinalem para saiacutedas possiacuteveis nesse contexto

33

Roseiro e Paula (2015) estudando as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal destacam que o profissional seraacute capaz de contribuir

de maneira integrada tanto para a diminuiccedilatildeo dos efeitos deleteacuterios da internaccedilatildeo sobre o

desenvolvimento da crianccedila como para a constituiccedilatildeo de uma significativa rede de apoio agrave

famiacutelia ajudando no enfrentamento dos recorrentes estressores presentes na UTIN (Unidade

de Terapia Intensiva Neonatal) No trabalho de Campos (2014) em UTIN ressalta que a

atuaccedilatildeo de um psicoacutelogo em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal confere desafios

pela delicadeza das questotildees ali tratadas o amor dos pais por seus bebecircs o limiar entre a vida

e a morte pais feridos narcisicamente pelos defeitos fiacutesicos das crianccedilas Existem nuances que

variam do sofrimento pela dor do outro agrave plena gratificaccedilatildeo pessoal e profissional quando

veem os bons resultados

Nessa direccedilatildeo Moreira Martins e Castro (2012) elucidam que eacute de responsabilidade da

equipe da UTI atender a essas necessidades e eacute de responsabilidade do psicoacutelogo propiciar

uma aproximaccedilatildeo entre a famiacutelia e a equipe interdisciplinar facilitando suas comunicaccedilotildees e

fortalecendo viacutenculos de confianccedila

Nas palavras de Santos Almeida e Rocha Jr (2012) a importacircncia do trabalho do

psicoacutelogo na UTI se daacute pela visatildeo ampla que o psicoacutelogo possui dos aspectos emocionais que

modificam e comprometem significativamente o estado do paciente

Nesta perspectiva Baltazar Gomes e Cardoso (2010) elencam para a inserccedilatildeo do

psicoacutelogo na UTI neonatal afirmando que implica na organizaccedilatildeo de uma proposta de rotina e

participaccedilatildeo quotidiana nos acontecimentos do serviccedilo numa proposta que natildeo se reduza a

pareceres psicoloacutegicos mas na abordagem regular das famiacutelias e seus bebecircs

Finalizando Silva (2010) estudando o estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura a autora ressalta que a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate

da instacircncia subjetiva do paciente da famiacutelia exige deste profissional um preparo especiacutefico

para a realizaccedilatildeo das atividades neste ambiente porque eacute um contexto de praacutetica recente e

pouco explorado em niacutevel de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste

emocional jaacute que lida frequentemente com conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo

ocultados em sua maioria pelos demais profissionais de sauacutede

524 Intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares

No que condiz a intervenccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI com pacientes e familiares Vieira e

Waischung (2018) descrevem que o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar esse assunto

34

com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com os sentimentos de

perda e frustraccedilatildeo oriundos desse momento tatildeo difiacutecil Sendo comum que esses sentimentos

atrapalhem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os familiares e este eacute

uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz importante como um mediador que propicia o

restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom andamento do trabalho

terapecircutico

Com base nisso Schneider e Moreira (2017) elucidam que as intervenccedilotildees

psicoloacutegicas podem ser desenvolvidas com o paciente famiacutelia e equipe de sauacutede mas sempre

em benefiacutecio do paciente Em conformidade as autoras Moreira Martins e Castro (2012)

afirmam que ao ser incluiacuteda no atendimento hospitalar pelo psicoacutelogo a famiacutelia aumenta suas

condiccedilotildees emocionais para dar suporte ao paciente transferindo-lhe confianccedila e forccedila e

fornece a ele aliacutevio do sofrimento ocasionado pelo distanciamento do conviacutevio familiar Isto

eacute o atendimento pode reduzir a ansiedade da famiacutelia afim de que se sinta mais agrave vontade em

um ambiente estranho e de que se torne beneficiada pelo processo de recuperaccedilatildeo do paciente

Contudo Santos Almeida e Rocha Jr (2012) destacam que o atendimento do

psicoacutelogo sempre se estende do paciente agrave famiacutelia no qual o profissional submergiraacute ambos

que precisam ser ouvidos precisam de resposta Isso ocorre pelo fato de estarem ambos com

medo inseguros e em meio agrave crise emocional gerada pelo processo de adoecimento

Ponderando a intensidade do trabalho com terapia intensiva vaacuterios sentimentos podem

ser despertados no psicoacutelogo frente agraves situaccedilotildees delicadas vividas em UTI Desse modo

destaca-se a necessidade do cuidado pessoal do psicoacutelogo Para Torres (2008) o psicoacutelogo

pode vivenciar sentimentos paradoxais frente aos pacientes criacuteticos pois o trabalho com eles

natildeo obedece ao modelo tradicional de um atendimento psicoloacutegico Silva (2010) destaca que

o trabalho do psicoacutelogo em UTIs requer um grande envolvimento fiacutesico e emocional

ressaltando que o profissional lida com dor sofrimento anguacutestia demandas e solicitaccedilotildees de

atendimentos de diversas ordens o que beneficia o desenvolvimento de estresse e outras

doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Nessa conjectura Veiga (2005) indica possiacuteveis fontes de estresse associadas agrave praacutetica

do psicoacutelogo no hospital tais como o contato frequente com dor morte e sofrimento

problemas de inserccedilatildeo na equipe de sauacutede submissatildeo agraves regras da instituiccedilatildeo envolvimento

emocional com pacientes trabalhos com pacientes natildeo desejosos do atendimento situaccedilotildees de

crise falta de formaccedilatildeo na aacuterea hospitalar

Portanto dentre tantas dificuldades encaradas pelo psicoacutelogo na UTI precisa-se de

adequaccedilatildeo de sua atuaccedilatildeo No entanto o tratamento eacute objetivante e os aspectos psicoloacutegicos e

35

sociais que satildeo partes importantes do sujeito e que incidem em sua sobrevivecircncia satildeo

comumente esquecidos ou tidos como menos importantes (SCHNEIDER MOREIRA 2017)

53 Dos Resultados

Mediante aos resultados encontrados nesta pesquisa nota-se que os artigos analisados

elucidam diversos aspectos e caracteriacutesticas dentre os resultados encontrados pelos os autores

estudados Vieira e Waischunng (2018) ao analisarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar em

Unidades de Terapia Intensiva verificaram que o papel do psicoacutelogo hospitalar junto agrave

equipe tem assumido uma funccedilatildeo na capacitaccedilatildeo destes profissionais para lidar de modo mais

apropriado com as tensotildees oriundas da praacutetica profissional O psicoacutelogo intenta conseguir

com que os profissionais da equipe de sauacutede possam constituir uma relaccedilatildeo mais saudaacutevel

com os familiares e pacientes terminais impedindo que os sentimentos destes possam intervir

de forma negativa em sua estrutura emocional

Gazotti e Cury (2019) pesquisando as vivecircncias de psicoacutelogos como integrantes de

equipes multidisciplinares em hospital constataram por meio das entrevistas aos psicoacutelogos

de hospitais do estado de Satildeo Paulo que apesar da psicologia ser parte das Ciecircncias Humanas

e das Ciecircncias da Sauacutede propicia nos profissionais da sauacutede uma certa desconfianccedila sobre as

afinidades possiacuteveis para uma atuaccedilatildeo conjunta Sendo que as demais especialidades bem

como Medicina Enfermagem Fisioterapia Fonoaudiologia dentre outras parecem se

reconhecer reciprocamente em relaccedilatildeo aos processos e visotildees sobre o binocircmio sauacutede-doenccedila

As autoras supracitadas ainda ressaltam que em relaccedilatildeo a psicologia a perspectiva contempla

aspectos emocionais nas relaccedilotildees subjetivas e intersubjetivas sendo que o objeto difere das

ciecircncias tradicionalmente consideradas da aacuterea da sauacutede

No texto de Schneider e Moreira (2017) destaca-se que as accedilotildees psicoloacutegicas possiacuteveis

de serem aplicadas no local de terapia intensiva analisando que se trata de um local

estressante com alta circulaccedilatildeo de pessoas e com horaacuterio de visita restrito De tal modo

procura relatar intervenccedilotildees efetivadas com os familiares do paciente os quais passam por

uma interrupccedilatildeo de sua rotina pela incerteza do diagnoacutestico pelo enfrentamento do

desconhecido e vaacuterias vezes deixando de cuidar-se para dedicar total atenccedilatildeo ao familiar

internado As autoras ainda elucidam que aleacutem de agir com intervenccedilatildeo ao paciente e

familiares o psicoacutelogo tambeacutem pode realizar a intervenccedilatildeo grupal que admite atingir um

maior nuacutemero de pessoas o que se torna de suma importacircncia no contexto hospitalar

considerando a alta demanda

36

Almeida e Malagris (2015) ao realizarem um levantamento do perfil profissional dos

psicoacutelogos hospitalares por meio de um levantamento soacutecio-demograacutefico-ocupacional

averiguaram que muitos psicoacutelogos tambeacutem atuam em ambulatoacuterio mesmo a maioria dos

hospitais sendo de niacutevel terciaacuterio

Ainda segundo os autores acima citados eacute possiacutevel que a organizaccedilatildeo referente agrave

atendimento primaacuterio secundaacuterio e terciaacuterio na praacutetica seja de difiacutecil implementaccedilatildeo o que

faz com que os objetivos de organizaccedilatildeo de niacuteveis de atenccedilatildeo criados pelo SUS nem sempre

sejam alcanccedilados tambeacutem o que ocorre eacute uma falta de estruturaccedilatildeo dos serviccedilos de

Psicologia com diversos profissionais operando em diferentes setores ao mesmo tempo em

vez de ter um profissional designado para determinado setor

Em concordacircncia com Almeida e Malagris (2015) Avellar (2011) ao estudar a atuaccedilatildeo

do psicoacutelogo nos hospitais da Grande VitoacuteriaES identificaram que mediante as entrevistas

aos psicoacutelogos neste hospital averiguaram que natildeo existia trabalho em equipe

multiprofissional As dificuldades mencionadas por eles foram falta de um espaccedilo mais

adequado para os atendimentos de psicologia o natildeo reconhecimento do trabalho do psicoacutelogo

no acircmbito hospitalar e o desconhecimento das funccedilotildees do psicoacutelogo no contexto hospitalar

Esta mesma dificuldade foi verificada no trabalho de Roseiro e Paula (2015) ao

estudaram as concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo de profissionais em unidades de terapia intensiva

neonatal constatarem que ao entrevistarem estes profissionais os mesmos ressaltaram que no

dia-a-dia de trabalho o desestiacutemulo eacute grande devido especialmente agrave falta de valorizaccedilatildeo do

trabalhador o que coopera para o processo de adoecimento dos profissionais de sauacutede

54 Principais Aspectos Psicoloacutegicos Destacados em Literatura

Dentre os principais aspectos psicoloacutegicos destacados em literatura destacamos o

trabalho do psicoacutelogo em UTINeonatal observou-se que este aspecto foi abordado na

maioria dos artigos analisados tais como Vieira e Waischung (2018) Scheneider e Moreira

(2017) Coppus e Netto (2016) Roseiro e Paula (2015) Campos (2014) Santos e Vieira

(2012) Moreira Martins e Castro (2012) Santos Almeida e Rocha Jr (2012) Baltazar

Gomes e Cardoso (2010) e Silva (2010) trabalhos de

Santos Almeida e Rocha Jr (2012) descrevem em seu texto que uma importante

atribuiccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI-NEO daacute-se no acompanhamento de matildees que tenham seus

filhos internos pois o psicoacutelogo atua orientando as matildees sobre o contato com os bebecircs que

37

seraacute constituiacutedo atraveacutes do olhar do toque e da fala aleacutem de informaccedilotildees sobre a rotina da

UTI-NEO tendo em vista que natildeo se trata de uma realidade do dia-a-dia dessas matildees

As autoras Baltazar Gomes e Cardoso (2010) ao estudarem a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em

unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para uma praacutetica humanizada a partir dos

seus resultados afirmam que o psicoacutelogo inserido na UTI neonatal partindo de um enfoque

psicanaliacutetico acolhe os pais e auxiliaacute-los na vinculaccedilatildeo com o bebecirc internado Pois a escuta

destes pais e a compreensatildeo de seus conteuacutedos internos eacute de suma importacircncia para o

entendimento da parentalidade e de como isso estaacute implicado diretamente com as

manifestaccedilotildees do bebecirc As autoras supracitadas ainda elucidam e destacam a importacircncia da

atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTIUI neonatal pois este ambiente tem suas caracteriacutesticas

particulares e complexas das quais destaca-se o iniacutecio da vida e advento do indiviacuteduo as

relaccedilotildees primaacuterias entre pais e filhos a construccedilatildeo da maternidade e os fatores a ela

relacionados

Em conformidade com os autores acima citadas Campos (2014) em sua pesquisa

intitulada a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma experiecircncia para contar assegura

que o psicoacutelogo pode promover e facilitar a aproximaccedilatildeo entre os pais e o paciente internado

tatildeo comprometida pelo lugar impessoal pelas regras das instituiccedilotildees de sauacutede pelo medo da

morte (real e imaginaacuterio) Destaca ainda que eacute o psicoacutelogo que ampara acolhe sustenta e

escuta os familiares em seus momentos de angustia afliccedilatildeo e dor e assim contribui para a

regulaccedilatildeo das emoccedilotildees

Assim Silva (2010) em seu artigo abrange que o trabalho do psicoacutelogo nas Unidades

de Terapia Intensiva requer do profissional um grande envolvimento fiacutesico e emocional pois

lida diariamente com discursos de dor sofrimento anguacutestia com o trabalho em equipe

processos e solicitaccedilotildees de atendimentos de vaacuterias ordens com ruiacutedos inerentes ao ambiente e

outros aspectos relacionados agraves caracteriacutesticas do trabalho em UTI portanto a atuaccedilatildeo do

psicoacutelogo bem como a de outro profissional nesse conjunto beneficia o aparecimento do

estresse e outras doenccedilas de caraacuteter ocupacionais

Mediante a estes argumentos dos estudos citados verificamos que o psicoacutelogo exerce

uma importante funccedilatildeo dentro da UTI e que isso acarreta alguns problemas para este

profissional que se natildeo estiver bem preparado poderaacute ter agravamentos futuros dentre eles o

estresse e ateacute mesmo uma depressatildeo

Um outro aspecto destacado em literatura a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo com o paciente e a

famiacutelia aspecto este destacado com mais evidecircncia nos artigos de Vieira e Waischung (2018)

38

Scheneider e Moreira (2017) Azevecircdo e Crepaldi (2016) Moreira Martins e Castro (2012) e

Santos Almeida e Rocha Jr (2012)

No texto de Azevecircdo e Crepaldi (2016) sobre a Psicologia no hospital geral aspectos

histoacutericos conceituais e praacuteticos suscitam que no contato com o paciente o psicoacutelogo

constroacutei o viacutenculo terapecircutico aparece-se disponiacutevel para a escuta das queixas e demandas

identificando de modo colaborativo as situaccedilotildees que causam sofrimento com o intuito

reorganizar a tensatildeo emocional Procurando promover conversaccedilotildees para os acompanhantes

demais familiares e equipe de sauacutede com a finalidade de mediar o relacionamento e a

comunicaccedilatildeo destes com o paciente e por sua vez atender agraves demandas emocionais da

famiacutelia

Conforme Vieira e Waischung (2018) o psicoacutelogo observa a precisatildeo de desvelar a

iminecircncia de morte com o intuito de auxiliar o paciente os familiares e a equipe a lidar com

os sentimentos de perda e frustraccedilatildeo advindos desse momento tatildeo difiacutecil Pois eacute comum que

esses sentimentos dificultem a comunicaccedilatildeo entre os membros da equipe o paciente e os

familiares e este eacute uma das causas pelas quais o psicoacutelogo se faz imprescindiacutevel como um

mediador que promove o restabelecimento do fluxo comunicacional essencial ao bom

andamento do trabalho terapecircutico Assim natildeo eacute raro que para aleacutem do paciente o psicoacutelogo

tambeacutem atenda a equipe

Moreira Martins e Castro (2012) em seu trabalho tambeacutem destacam a importacircncia da

autuaccedilatildeo do psicoacutelogo no ambiente hospitalar e tambeacutem na UTI para cuidar da famiacutelia ela

desempenhando um papel importante na recuperaccedilatildeo do paciente Contudo a presenccedila do

psicoacutelogo hospitalar se torna essencial pois tem como finalidade fazer uma escuta

especializada acessar as necessidades da famiacutelia planejar e executar intervenccedilotildees para o

bem-estar dos familiares

Portanto a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar mesmo natildeo sendo tatildeo reconhecido e

valorizada tendo algumas dificuldades bem como condiccedilotildees de trabalho precaacuterios a sua

atuaccedilatildeo eacute de suma importacircncia dentro dos hospitais e principalmente dentro das unidades de

terapia intensiva sendo este trabalho de suma relevacircncia para academia cientiacutefica por

apresentar como este profissional atua dentro dos hospitais e tambeacutem na UTI

39

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Atraveacutes deste estudo resultamos a um mapeamento do campo de atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em UTIs Percebeu-se que a praacutetica da Psicologia Hospitalar em UTIs envolve

inuacutemeras atividades especialmente junto aos pacientes equipes e familiares Em siacutentese

destaca-se o papel do psicoacutelogo como fomentador de um espaccedilo humanizado dentro da UTI

resgatando a importacircncia da dignidade no sofrimento e o respeito agrave individualidade da pessoa

humana estimada desde a perspectiva de sua histoacuteria pessoal

Assim sendo destaca-se a importacircncia do psicoacutelogo na UTI com o desiacutegnio de

acompanhar pacientes e seus familiares na tentativa de amenizar o sofrimento a anguacutestia e a

solidatildeo nesse momento de intenso desgaste emocional E sobretudo no preparo para o oacutebito

uma vez que diversas emoccedilotildees satildeo afloradas e torna-se essencial o saber acolher escutar e dar

o suporte emocional devido a estes familiares Entretanto o psicoacutelogo na UTI tambeacutem pode

prestar assistecircncia agrave equipe jazendo ao lado com o intuito de resgatar a tranquilidade e a

sensibilidade para cuidar do proacuteximo tambeacutem propiciar escuta e orientaccedilotildees que se fizerem

relacionados a este contexto

Analisando a multiplicidade de profissionais que atuam na UTI se faz indispensaacutevel a

realizaccedilatildeo de estudos voltados para as demais categorias de profissionais de sauacutede para que

identifiquem os aspectos de estresse bem como as demais doenccedilas que podem ser adquiridas

em funccedilatildeo da praacutetica hospitalar com o intuito de usarem estrateacutegias de enfrentamento Tal

identificaccedilatildeo e futuro controle dos fatores estimados estressores permitiraacute ao profissional a

capacidade de adotar posturas saudaacuteveis com consequecircncias positivas na sua praacutetica nas

relaccedilotildees interprofissionais com os pacientes e familiares

Em relaccedilatildeo a atuaccedilatildeo do psicoacutelogo na UTI o resgate do empenho subjetivo do

paciente da famiacutelia solicita deste profissional um preparo especiacutefico para a realizaccedilatildeo das

atividades neste ambiente pois eacute um argumento de praacutetica atual e pouco explorado em niacutevel

de pesquisas e publicaccedilotildees e que abrange grande desgaste emocional pois lida fixamente com

conteuacutedo de dor sofrimento e anguacutestia que satildeo ocultados em sua maioria pelos demais

profissionais de sauacutede

Contudo as condiccedilotildees fiacutesicas e relacionais anexas agrave falta de formaccedilatildeo apropriada para

a atuaccedilatildeo em UTI podem funcionar como grande fonte de estresse e por conseguinte

colaborar para uma atuaccedilatildeo pouco eficaz para um descontentamento profissional significativo

por parte do psicoacutelogo

40

Espera-se que o presente trabalho forneccedila subsiacutedios que possam colaborar com os

estudos a respeito da atuaccedilatildeo do psicoacutelogo hospitalar nas UTIs em relaccedilatildeo aos familiares dos

pacientes hospitalizados Por sua vez esse trabalho ajudou a ter uma visatildeo de como a

psicologia vem sendo apreendida em um de seus muacuteltiplos campos de atuaccedilatildeo e tambeacutem

perceber qual seria o papel do psicoacutelogo dentro de um hospital Favorecendo a reflexatildeo por

parte do psicoacutelogo como profissional da sauacutede de seu papel cliacutenico social organizacional e

educacional no sentido de propiciar uma assistecircncia psicoloacutegica mais acentuada aos pacientes

e a seus familiares agrave equipe interdisciplinar e aos demais funcionaacuterios do hospital Tambeacutem

permitiu expor a precisatildeo de se estender o atendimento psicoloacutegico dentro do hospital em

todos os seus ambientes para os familiares dos pacientes jaacute que estes tambeacutem sofrem diante a

hospitalizaccedilatildeo de um membro da famiacutelia Com o cuidado da famiacutelia podem-se procurar

apoios para os avanccedilos da recuperaccedilatildeo da sauacutede do familiar internado

Portanto eacute preciso despertar nos profissionais a seriedade da sistematizaccedilatildeo de suas

praacuteticas da investigaccedilatildeo de novos meacutetodos e teorias que amparem cada vez mais seus campos

de atuaccedilatildeo Que o grande casual de publicaccedilotildees de meacutedicos e enfermeiros levante nas demais

categorias de sauacutede o investimento no campo cientiacutefico

41

REFEREcircNCIAS

ABRAHAO Ana Lucia Capucho Lorena A Unidade de Terapia Intensiva In

CHEREGATTI Aline Laurenti AMORIM Carolina Padratildeo (orgs) Enfermagem em

unidade de terapia intensiva 1 ed Satildeo Paulo Martinari 2010 Cap 01 p16-39

ALMEIDA Raquel Ayres de MALAGRIS Lucia Emmanoel Novaes Psicoacutelogo da Sauacutede no

Hospital Geral um Estudo sobre a Atividade e a Formaccedilatildeo do Psicoacutelogo Hospitalar no Brasil

Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 35 n 3 754-767 2015

ANDREOLI P B A Interconsultor Um papel possiacutevel para o psicoacutelogo no Hospital Geral

Temas v 51 p 22-30 1996

ANGERAMI-CAMON W A (org) Psicologia Hospitalar Teoria e Praacutetica Satildeo Paulo

Pioneira 1994

AVELLAR Luziane Zacche Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais da grande VitoacuteriaES uma

descriccedilatildeo Psicologia em Estudo Maringaacute v 16 n 3 p 491-499 2011

AZEVEcircDO Adriano Valeacuterio dos Santos CREPALDI Maria Aparecida A Psicologia no

hospital geral aspectos histoacutericos conceituais e praacuteticos Estudos de Psicologia Campinas

v 33 n 4 p 573-585 2016

BALTAZAR Danielle Vargas Silva GOMES Rafaela Ferreira de Souza CARDOSO Talita

Beja Dias Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade neonatal construindo rotinas e protocolos para

uma praacutetica humanizada Rev SBPH Rio de Janeiro v13 n1 p 1-17 2010

BEYEA S C NICOLL E L H Writing an integrative review Aorn J v 67 n 4 p 877-

80 1998

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Programa Nacional de

Humanizaccedilatildeo da Assistecircncia Hospitalar Brasiacutelia DF 2001

BRASIL Portaria nordm 3432 de 12 de agosto de 1998 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede p06

ago 1998 Disponiacutevel em lthttpwwwsaudemggovbratos_normativoslegislacao-sanitaria

estabelecimentos-de-saudeutiPortaria_3432Bpdfgt Acesso 01 out 2020

CAIUBY AV S ANDREOLI P B A Intervenccedilotildees psicoloacutegicas em situaccedilotildees de crise na

Unidade de Terapia Intensiva Relato de Casos Revista Brasileira Terapia Intensiva v 17

n 1 p 6367 2005

CAMON V A Tendecircncias em psicologia hospitalar Satildeo Paulo Thomson 2004

CAMPOS T C Psicologia hospitalar a atuaccedilatildeo em hospitais 2 ed Satildeo Paulo EPU 1995

CAMPOS Elizete Aparecida Leite de A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em UTI Neonatal uma

experiecircncia para contar Psicoacutelogo informaccedilatildeo ano 18 n 18 p 137-143 2014

42

CARBONAR C D S et al Psicologia e humanizaccedilatildeo hospitalar com ecircnfase na uti uma

interface necessaacuteria Anais XVI JORNADA CIENTIacuteFICA DOS CAMPOS GERAIS Ponta

Grossa 24 a 26 de outubro de 2018 1-5p

CHIATTONE H B A significaccedilatildeo da psicologia no contexto hospitalar In CAMOM VA

(Ed) Psicologia da sauacutede um novo significado para a praacutetica cliacutenica Satildeo Paulo Thomson

2006 p 73-167

COPPUS Alinne Nogueira Silva NETTO Marcus Viniacutecius Rezende Fagundes A Inserccedilatildeo

do Psicanalista em uma Unidade de Tratamento Intensivo Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo

v 36 n 1 p 88-100 2016

COSTA V A D S F et al Cartografia de uma accedilatildeo em sauacutede o papel do psicoacutelogo

hospitalar Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 12 n 1 p 113 ndash

137 2009

DI BIAGGI T M Relaccedilatildeo Meacutedico-famiacutelia em UTI a visatildeo do meacutedico intensivista

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Satildeo Paulo Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Satildeo Paulo 2002

DIKSTEIN Julio et al Breve relato da evoluccedilatildeo da medicina intensiva pediaacutetrica no Brasil

Breve relato da Terapia Intensiva Pediaacutetrica no Brasil p 1-17 2012

DOS SANTOS Sidney Joseacute DE ALMEIDA Socircnia Aparecida JUacuteNIOR Jose Rodrigues

Rocha A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Caderno de

Graduaccedilatildeo v 1 n 1 p 11-16 2012

FAQUINELLO Paula DIOacuteZ Majoreth A UTI na oacutetica de pacientes Revista Mineira de

Enfermagem v 11 n 1 p 41-47 2007

FERREIRA Priscila Dias MENDES Tatiane Nicolau Famiacutelia em UTI importacircncia do

suporte Psicoloacutegico diante da iminecircncia de morte Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 16 n 1 p 88-112 2013

FONGARO M L H SEBASTIANI R W Roteiro de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica aplicada ao

hospital geral In ANGERAMI-CAMON V A (Ed) E a psicologia entrou no hospital

Satildeo Paulo SP Pioneira Thomson Learning 1996 p 5-64

GARUZI M et al Acolhimento na Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia revisatildeo integrativa Rev

Panam Salud Publica v 35 n 2 p 144-9 2014 Disponiacutevel em

lthttpswwwscielosporgpdfrpsp2014v35n2144-149gt Acesso 31 de marccedilo de 2020

GERHARDT T E SILVEIRA D T Meacutetodos de pesquisa Editora da UFRGS Porto

Alegre ndash RS 2009 120p

GUSMAtildeO L M Psicologia Intensiva Nova especialidade Morumbi SP 2012

ISMAEL S M C A praacutetica da psicologia e sua interface com as doenccedilas Satildeo Paulo SP

Casa do psicoacutelogo 2005

43

KNOBEL E Organizaccedilatildeo e funcionamento das UTIrsquos In KNOBEL E Condutas no

paciente grave Rio de Janeiro Atheneu 2008 p 1315-32

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Fundamentos da metodologia

cientiacutefica 4 ed vere ampl Satildeo Paulo Atlas 2001

LANGARO Fabiacuteola ldquoSalva o Velhordquo Relato de Atendimento em Psicologia Hospitalar e

Cuidados Paliativos Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo v 37 n 1 p 224-235 2017

LUCCHESI Faacutetima MACEDO Paula Costa Mosca MARCO Mario Alfredo De Sauacutede

mental na unidade de terapia intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar v 11 n 1 p 19-30 2008

LUSTOSA M A A famiacutelia do paciente internado Revista da Sociedade Brasileira de

Psicologia Hospitalar v 10 p 3-8 2007 Disponiacutevel em lthttppepsicbvs-

psiorgbrscielophpscript=sci_arttextamp pid=S1516-

08582007000100002amplng=ptampnrm=isogt Acesso em 30 out 2020

MARCONI Marina de Andrade LAKATOS Eva Maria Metodologia Cientiacutefica 5 ed 2

reimpr Satildeo Paulo Atlas 2008

MORAES Roque GALIAZZI Maria do Carmo Anaacutelise textual discursiva processo

reconstrutivo de muacuteltiplas faces Ciecircnc educ Bauru v 12 n 1 p 117-128 2006

Disponiacutevel em lt httpswwwscielobrpdfcieduv12n108pdfgt Acesso 14 de abril de

2020

MOREIRA E K C B MARTINS T M CASTRO M M Representaccedilatildeo Social da

Psicologia Hospitalar para Familiares de Pacientes Hospitalizados em Unidade de Terapia

Intensiva Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 15 n 1 p 134-

167 2012 Disponiacutevel

emlthttppepsicbvsaludorgscielophpscript=sci_arttextamppid=S151608582012000100009

amplng=ptampnrm=isogt Acesso 24 de setembro de 2020

MORITZ R D Como Melhorar a Comunicaccedilatildeo e Prevenir Conflitos nas Situaccedilotildees de

Terminalidade na Unidade de Terapia Intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v

19 n 4 p 485-489 2007 Disponiacutevel em

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0103507X2007000400014amplng=pt

ampnrm=isogt Acessos em 30 out 2020

NUNES SANTOS Samantha et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia

Intensiva de Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14

n 2 p 50-66 2011

OLIVEIRA Maxwell Ferreira de Metodologia cientiacutefica um manual para a realizaccedilatildeo de

pesquisas em Administraccedilatildeo Catalatildeo UFG 2011 72p

PEDRUZZI A N et al Anaacutelise textual discursiva os movimentos da metodologia de

pesquisa Atos de Pesquisa em Educaccedilatildeo v 10 n 2 p584-604 2015

44

PINHEIRO L M H A Importacircncia da Psicologia para a Humanizaccedilatildeo Hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 p 25-35 2005 Disponiacutevel em

lthttpsusanaalamysitesuolcombrpsicopio_n1_25pdfgt Acesso 24 de setembro de 2020

Portaria Nordm 1071 de 04 de julho de 2005 (2005) Dispotildee sobre a Poliacutetica Nacional de

Atenccedilatildeo ao Paciente Criacutetico Brasiacutelia DF Recuperado em httpwwwsobraticombrms-

politicacritico htm

PREGNOLATTO Ana P F AGOSTINHO Valeacuteria B M O Psicoacutelogo na Unidade de

Terapia IntensivandashAdulto Psicologia hospitalar teoria aplicaccedilatildeo e casos cliacutenicos Rio de

Janeiro Guanabara Koogan p 93-107 2003

PRODANOV Cleber Cristiano FREITAS Ernani Cesar de Metodologia do trabalho

cientiacutefico meacutetodos e teacutecnicas da pesquisa e do trabalho acadecircmico 2 ed ndash Novo Hamburgo

Feevale 2013 277p

QUEIROZ Patriacutecia Piazzon GUILHARDI Heacutelio Joseacute Identificaccedilatildeo e anaacutelise de

contingecircncias geradoras de ansiedade Caso cliacutenico Sobre Comportamento e Cogniccedilatildeo v

7 p 257 2001

ROMANO Bellkiss Wilma Manual de psicologia cliacutenica para hospitais Satildeo Paulo Casa

do Psicoacutelogo 2008

ROSEIRO Claacuteudia Paresqui PAULA Kely Maria Pereira de Concepccedilotildees de humanizaccedilatildeo

de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Estudos de Psicologia

Campinas n 32 v 1 p 109-119 2015

SANTOS S N et al Intervenccedilatildeo psicoloacutegica numa Unidade de Terapia Intensiva de

Cardiologia Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar v 14 n 2 5066

2011

SANTOS Sidney ALMEIDA Socircnia JUacuteNIOR Joseacute A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em unidade

de terapia intensiva (UTI) Caderno de Graduaccedilatildeo ndash Ciecircncias Biologias e da Sauacutede Fits

Maceioacute novembro de 2012

SANTOS Lyvia de Jesus VIEIRA Maria Jeacutesia Atuaccedilatildeo do psicoacutelogo nos hospitais e nas

maternidades do estado de Sergipe Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 17 n 5 p 1191-1202

2012

SANTOS Sidney Joseacute dos ALMEIDA Socircnia Aparecida de ROCHA JUacuteNIOR Jose

Rodrigues A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cadernos de

Graduaccedilatildeo Maceioacute v 1 n1 p 11-16 2012

SANTOS Ana Cristina Custo com assistecircncia de pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva de um Hospital puacuteblico de niacutevel terciaacuterio 2009 97 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias da Sauacutede) ndash Universidade de Brasiacutelia Faculdade de Ciecircncias da

Sauacutede Brasiacutelia 2009

SCHNEIDER A M B MOREIRA M C Psicoacutelogo Intensivista Reflexotildees sobre a

inserccedilatildeo profissional no acircmbito hospitalar formaccedilatildeo e praacutetica profissional Trends in

PsychologyTemas em Psicologia p 1225-1239 2017

45

SEBASTIANI Ricardo Werner Atendimento psicoloacutegico no centro de terapia intensiva

Psicologia hospitalar Teoria e praacutetica p 29-71 1995

SIMONETTI Alfredo Manual de psicologia hospitalar o mapa da doenccedila In ______

(org) 6 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2011 p 115-143

SILVA A L M ANDREOLLI P BA A Praacutetica da psicologia e sua interface com as

doenccedilas Satildeo Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2005

SILVA Alice Borges Humildes Cruz da O estresse na praacutetica profissional do psicoacutelogo em

UTI uma revisatildeo de literatura Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

v13 n1 p 33-51 2010

SKINNER Burrhus Frederic Questotildees recentes na anaacutelise comportamental Papirus 1991

SOARES M Cuidando da famiacutelia de pacientes em situaccedilatildeo de terminalidade internados na

unidade de terapia intensiva Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 19 p 481-484

2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrbtiv19n4a13v19n4pdfgt Acesso em 30

out 2020

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ndash SOBRATI 2008 Disponiacutevel

em lthttpwwwsobraticombrgt Acesso em 30 out 2020

SOUZA R P de et al Manual rotinas de humanizaccedilatildeo em medicina intensiva Curitiba

(PR) Psicosauacutede 2010

TORRES A O paciente em estado criacutetico In Romano B (Ed) Manual de psicologia

cliacutenica para hospitais Paulo SP Casa do Psicoacutelogo 2008 p 41-62

VEIGA D S Consideraccedilotildees iniciais acerca do estresse do psicoacutelogo hospitalar Psicoacutepio

Revista Virtual de Psicologia Hospitalar e da Sauacutede v 1 n 2 p 18-21 2005

VIEIRA M C Atuaccedilatildeo da Psicologia hospitalar na Medicina de Urgecircncia e Emergecircncia Rev

Bras Clin Med 2010 513519

VIEIRA Andreacute Guirland WAISCHUNNG Cristiane Dias A atuaccedilatildeo do psicoacutelogo

hospitalar em Unidades de Terapia Intensiva a atenccedilatildeo prestada ao paciente familiares e

equipe uma revisatildeo da literatura Rev SBPH Rio de Janeiro v 21 n 1 p 132-153 2018

WHITTEMORE R KNAFL K The integrative review updated methodology J Adv

Nurs v 52 n 5 p 546 ndash 53 2005

ZANUTO Kaacutetia Cristina Humanizaccedilatildeo em UTI Avaliaccedilatildeo do grau de satisfaccedilatildeo dos

familiares de pacientes pesquisa de campo 57f 2009 Monografia (graduaccedilatildeo) - Faculdade

de Sauacutede Satildeo Paulo Penaacutepolis 2009

Page 20: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 21: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 22: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 23: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 24: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 25: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 26: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 27: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 28: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 29: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 30: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 31: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 32: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 33: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 34: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 35: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 36: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 37: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 38: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 39: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 40: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 41: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 42: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 43: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 44: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 45: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 46: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE
Page 47: A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ÂMBITO DA UNIDADE DE