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O rigor e a exatido do contedo dos artigos publicados so da responsabilidade exclusiva dos seus autores. Os autores so responsveis pela obteno da autorizao escrita para reproduo de materiais que tenham sido previamente publicados e que desejem que sejam reproduzidos neste livro.

Organizadores.

A Associao Acadmica de Propriedade Intelectual agradece o apoio das instituies parceiras:

Universidade Federal de Sergipe

Universidade Federal do Piau

Fundao de Apoio Pesquisa e a Inovao Tecnolgica do Estado de Sergipe (FAPITEC)

Comisso de Aperfeioamento de Pessoal do Nvel Superior (CAPES)

Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)

Rede NIT-NE

Aracaju, SE | 2017

Suzana Leito RussoMaria Rita de Morais Chaves Santos

Mariane Camargo PriesnitzLana Graziela Alves Marques

Organizadores

P R O P R I E D A D E I N T E L E C T U A L , T E C N O L O G I A S E EMPREENDEDORISMO

Associao Acadmica de Propriedade Intelectual APICEP 49.035-490 Aracaju SE.e-mail: [email protected]

Este livro, ou parte dele, no pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizao escrita da Associao Acadmica de Propriedade Intelectual.Este livro segue as normas do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990, adotado no Brasil em 2009

ASSOCIAO ACADMICA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

COORDENADOR DO PROGRAMA EDITORIAL Joo Antonio Belmino dos Santos (UFS/SE)

COORDENADOR GRFICOCarlos Tadeu Tatum (UFS/SE)

CONSELHO EDITORIALAngela Isabel Dulius (UFSM/RS)

Dbora Eleonora Pereira da Silva (UFS/SE)Maria Emilia Camargo (UCS/RS)

Srgio Paulo Maravilhas Lopes (UNIFACS/BA)Vivianni Marques Leite dos Santos (UNIVASF/PE)

CAPA E ILUSTRAES Dnio Barreto (SE)

TRATAMENTO E CRIAO DIGITAL Carlos Tadeu Tatum (UFS/SE)

PROJETO GRFICO E EDITORAO ELETRNICAAdilma Menezes

Ficha Catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central da UFS

Propriedade intelectual, tecnologias e empreendedorismo/ SuzanaP965p Leito Russo, Maria Rita Moraes Chaves Neto, Mariane Camargo

Priesnitz, Lana Graziela Marques Alves. organizadores. Aracaju: As-sociao Acadmica de Propriedade Intelectual, 2017.

396 p. ISBN 978-85-93018-04-6 (impresso) ISBN 978-85-93018-05-3 (on-line)

1. Propriedade intelectual. 2. Inovao Tecnolgica. I. Russo, Su-zana Leito II. Chaves Neto, Maria Rita Moraes, III. Priesnitz, Mariane Camargo, IV Alves, Lana Graziela Marques. VI Ttulo

CDU 347.77

APRESENTAO

A nica forma de chegar a um cenrio super positivo atravs de uma grande inovao. A inovao realmente vira o jogo (Bill Gates)

A compreenso da importncia do desenvolvimento e do funcionamento do Sis-tema de Inovao de um pas e dos agentes necessrios para que ocorre o de-senvolvimento tecnolgico, assim como a transferncia de tecnologia essencial para o estmulo promoo de inovaes tecnolgicas.

Assim, o Livro Propriedade Intelectual, Tecnologias e Empreendedorismo visa ser um material de apoio terico que aborda temas fundamentais da rea da Propriedade intelectual e Empreendedorismo ressaltando a sua importncia frente s necessidades sociais e para o desenvolvimento da sociedade.

Frente a temas to atuais entende-se que so necessrios materiais didticos que permitam a construo de um pensamento crtico e que permita a am-pliao e a divulgao desses assuntos to relevantes tanto para o meio aca-dmico e cientfico como para toda a sociedade. Salientando que os agentes atuantes no processo de desenvolvimento do Sistema de Inovao de um pas no so meramente acadmicos.

Nesse sentido, durante a construo dessa obra buscou-se apresentar os assun-tos mais pertinentes das reas da Propriedade Intelectual e Empreendedorismo de uma forma que o leitor consiga realizar uma leitura com maior fluidez e que permita um melhor entendimento das Relaes da Propriedade Intelectual com a sociedade e como elas ocorrem na atualidade.

Os Autores

PREFCIO

Frente ao atual processo de globalizao, a competitividade tem apre-sentado papel significativo na estimulao da CT&I a partir da Proprieda-de Intelectual, Transferncia Tecnolgica e Valorao de ativos tangveis e intangveis entre as naes.

No contexto brasileiro, este processo tem sido dificultado pela falta de estruturao dos ncleos de inovao das instituies e empresas, seja pela falta de polticas pblicas, pessoal capacitado para assumir suas funes, criao de planejamentos estratgicos ou de desenvolvimen-to de mecanismos legais para a criao de instrumentos efetivos com a finalidade de impulsionar mudanas econmicas, sociais e polticas com a interao entre setor pblico e privado alavancando o cresci-mento do pas.

Os desafios enfrentados pelo sistema de cincia, tecnologia e inovao no envolve apenas o setor governamental e universidades, mas toda a sociedade que almeja o crescimento potencial e sustentvel do pas ga-rantindo o bem-estar das geraes futuras e a preservao dos recursos naturais de cada local.

Preocupados com esse cenrio que o particular Livro, Propriedade Inte-lectual, Tecnologias e Empreendedorismo, organizado pelas professoras Suzana Leito Russo, Maria Rita de Morais Chaves Santos, Mariane Ca-margo Priesnitz e Lana Graziela Alves Marques, a partir de contribuies de pesquisadores em sua maioria vinculados programas de ps-gra-duao de vrias instituies brasileiras , como mestrandos, douto-randos e professores, apresenta ao leitor um conjunto de artigos que contribuiro para o aperfeioamento em reas estratgicas, incentivar discusso da sociedade, servir de instrumento de pesquisa e base de arcabouo acadmico para fomentar as aes de CT&I.

O Livro rene um conjunto de estudos organizados em cinco sees: i) Propriedade Intelectual, ii) Bibliometria, iii) Gesto e Inovao Tecnol-

gica, iv) Prospeco Tecnolgica - Engenharias e Computao, v) Prospeco Tecnolgica - Sade e alimentos.

A primeira seo aborda aspectos relacionados Propriedade Intelectual em di-versas reas, como depsitos de patentes, conhecimento tecnolgico educa-cional, marcas, proteo de programas de computador, indicao geogrfica e cultivares. A segunda seo traz estudos de Bibliometria voltados a segmentos especficos, como noes, anlise e estudos bibliomtricos. A terceira seo aborda sobre Gesto e Inovao Tecnolgica, como paradoxos de tecnologias, indicadores de inovao, capacitao profissional, gesto estratgica, impac-tos da gesto de inovao, sistemas regionais de inovao, grupos e redes de bioprospeco, arranjos produtivos locais e roadmapping. A quarta seo apon-ta contedos referente a Prospeco Tecnolgica - Engenharias e Computao como, aquecimento solar de gua, tecnologias em energia nuclear, inovao tecnolgica, implementao de solues computacionais. Por fim, a quinta se-o apresenta estudos voltados a Prospeco Tecnolgica - Sade e alimentos, abrangendo informao tecnolgica, tecnologias para controle, proteo de patentes, proteo intelectual nas reas de biotecnologia e cincias farmacu-ticas, leos essenciais, mapeamento tecnolgico, extrativismo e agricultura.

Os resultados alcanados neste livro, tanto no que respeita a ampliao do co-nhecimento dos temas relacionados propriedade intelectual, gesto tecnol-gica e empresarial, quanto no que trata da bibliometria, vislumbra aos pesqui-sadores, empreendedores e gestores e demais pblico interessados no assunto a oportunidade de ampliar a percepo sobre o assunto e impulsionar desen-volvimento da inovao.

Boa leitura!Organizadores

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

SUMRIO

Apresentao 5Prefcio 7PROPRIEDADE INTELECTUALDEPSITOS DE PATENTES PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS: DISTRIBUIO REGIONAL E O IMPACTO DA LEI DA INOVAOMariane Camargo Priesnitz, Maria Emilia Camargo, Jonas Pedro Fabris, Suzana Leito Russo

15

O CONHECIMENTO TECNOLGICO EDUCACIONAL E A PROPRIEDADE INTELECTUALRogrio Sousa Azevedo, Antnio Martins Oliveira Junior, Aline Barbosa Negreiros

22

MARCA MCDONALDS: UM ESTUDO NA BASE DE MARCAS DO INPIMario Jorge Campos dos Santos, Simone Maria da Silva Rodrigues, Maria Aparecida da Conceio Gomes da Silva, Erica Emilia Almeida Fraga, Jose Ricardo Santana

30

O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA): FONTE DE RENDA DURVEL E DA MITIGAO DA POBREZA DO PEQUENO AGRICULTOR PIAUIENSEAustregsilo Brito Silva, Lana Grasiela Alves Marques, Jane de Jesus da Silveira Moreira

37

A PROTEO DE PROGRAMA DE COMPUTADOR NAS UNIVERSIDADES PBLICAS DO BRASILJos Wendel dos Santos, Luara Lzaro Gomes dos Santos, Natanael Macedo da Silva, Mairim Russo Serafini

48

A INDICAO GEOGRFICA COMO ESTRATGIA COMPETITIVA NO SETOR VINCOLA BRASILEIROLiria Nunes da Silva, Bekembauer Procpio Rocha, Roblius De Bortoli, Glaucio Jos Couri Machado

60

DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL SOBRE CULTIVARES: CONTEXTUALIZANDO A REALIDADE BRASILEIRAMrcia Brito Nery Alves, Ana Eleonora Almeida Paixo

72

BIBLIOMETRIANOES DE BIBLIOMETRIA: UM PASSO A PASSOGlessiane Oliveira Almeida, Luana Brito de Oliveira, Suzana Leito Russo

87

ANLISE BIBLIOMTRICA SOBRE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Luana Brito Oliveira, Cludia Cardinale Nunes Menezes, Jonas Pedro Fabris, Suzana Leito Russo, Roblius De Bortoli

96

COMO SE CARACTERIZAM AS PUBLICAES EM INOVAO FRUGAL? UM ESTUDO BIBLIOMTRICOGabriela Zanandrea, Indianara Rosane Moreira, Rodrigo Dutra Pereira, Maria Emilia Camargo, Marta Elisete Ventura da Motta, Suzana Leito Russo

108

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

GESTO E INOVAO TECNOLGICA

GESTO DA INOVAO E PARADOXOS DA TECNOLOGIAAna Eleonora Almeida Paixo, Fabrcio Carvalho da Silva

125

INDICADORES DE INOVAO TECNOLGICA NO BRASIL: UMA ANLISE A PARTIR DA PINTEC 2009-2011Givaldo Almeida Santos, Cleiton Rodrigues Vasconcelos, rica Emlia Almeida Fraga, Daniel Pereira Silva, Jos Aprigio Carneiro Neto, Elcioneide Costa Silva Carneiro

139

PANORAMA DAS AES DE DISSEMINAO E CAPACITAO PROFISSIONAL EM PROPRIEDADE INDUSTRIAL NO BRASIL PROMOVIDAS PELA ACADEMIA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INOVAO (API) DO INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INPI)Ricardo Carvalho Rodrigues, Patrcia Eleonora Trotte, Eduardo Winter

154

GRUPOS E REDES DE BIOPROSPECO NO BRASIL: DESAFIOS E OPORTUNIDADES AO DESENVOLVIMENTO TECNOLGICOLana Grasiela Alves Marques, Maria Rita Morais Chaves Santos, Claudia do Pessoa, Paula Lenz Lima, Julio D. Raffo

165

GESTO ESTRATGICA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NO CONTEXTO EMPRESARIAL: UMA ABORDAGEM TERICAFrancisco Valdivino Rocha Lima, Joo Antonio Belmino dos Santos

178

SISTEMA REGIONAL DE INOVAO DE SERGIPE: ATORES E AGENTES DE GERAO E DIFUSO DA INOVAOMaria Jos Castro, Ilka Maria Escaliante Bianchini, Sidney Rodrigues Tapajos,Jose Aprgio Carneiro Neto, Joao Antonio Belmino dos Santos

192

A IMPORTNCIA DA INOVAO NO DESENVOLVIMENTO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAISErica da Fraga, Normandia de Jesus Brayner, Simone Maria Rodrigues

210

ROADMAPPING: UMA VISO FOCADA NO EMPREENDEDORISMORafael Angelo Santos Leite, Marina Bezerra da Silva, Iracema Machado de Arago Gomes, Jose Ricardo de Santana

222

PROSPECO TECNOLGICA ENGENHARIAS E COMPUTAO AQUECIMENTO SOLAR DE GUA: UMA ABORDAGEM VIA PROSPECO TECNOLGICADaiane Costa Guimares, Cleide Ane Barbosa da Cruz,Jos Aprgio Carneiro Neto, Suzana Leito Russo, Ana Eleonora Almeida Paixo, Joo Antonio Belmino dos Santos

237

ESTUDO PROSPECTIVO DAS TECNOLOGIAS EM ENERGIA NUCLEAR: UMA ABORDAGEM SOBRE REATORES NUCLEARESCleide Ane Barbosa da Cruz, Daiane Costa Guimares, Jos Aprgio Carneiro Neto, Ana Eleonora Almeida Paixo, Suzana Leito Russo, Joo Antonio Belmino dos Santos

246

PROSPECO TECNOLGICA DOS REGISTROS DE SOFTWARES CONTBEISElcioneide Costa Silva Carneiro, Maria Jos Castro, Ilka Maria E. Bianchini, Jos Aprgio Carneiro Neto, Sidney Rodrigues Tapajs, Joo Antonio Belmino dos Santos

263

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

INOVAO TECNOLGICA UTILIZADA NO PARQUE DE NEVE SNOWLAND EM GRAMADO - RSJuliana Alano, Marta Elisete Ventura da Motta, Maria Emlia Camargo, Luciene Eberle, Antnio Jorge Fernandes, Suzana Leito Russo

263

ESTRATGIAS DE VALIDAO NO MERCADO ATRAVS DA IMPLEMENTAO DE SOLUES COMPUTACIONAIS PARA INSTITUIES DE ENSINO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUJoo Batista Oliveira Silva, Laiton Garcia dos Santos, Rafael ngelo Santos Leite, Rubens dos Santos Lopes

275

PROSPECO TECNOLGICA - SADE E ALIMENTOSTECNOLOGIAS PARA CONTROLE DO AEDES AEGYPTIValeria Melo Mendona, Patrcia Brando Barbosa da Silva, Normandia de Jesus Brayne, Mrio Jorge Campos, Renata Silva-Mann, Silvia Beatriz Beger Uchoa

285

PANORAMA DA PROTEO DE PATENTES DO SETOR DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMTICOS VIA DADOS DO INPI E ESPACENETMaria Jose Castro, Maria Aparecida C. Gomes da Silva, Thiago Silva Conceio Meneses, Knia Moura Teixiera, Joo Antonio Belmino dos Santos

297

IMPORTNCIA DA PROTEO INTELECTUAL NAS REAS DE BIOTECNOLOGIA E CINCIAS FARMACUTICAS EM PESQUISAS REALIZADAS NO MARANHONadine Cunha Costa, Ronaldo Doering Mota, Andreia Meneses da Silva, Gessiel Newton Scheidt, Patricia de Maria Silva Figueiredo

310

O EMPREGO DE LEOS ESSENCIAIS EM COSMTICOS PROTEGIDOS POR PATENTESJos Ado Carvalho Nascimento Jnior, Luara Lzaro Gomes dos Santos, Mairim Russo Serafini

315

PROSPECO TECNOLGICA DE PROCESSOS DE EXTRAO DE LEOS ESSENCIAISJos Aprgio Carneiro Neto, Cleide Ane Barbosa da Cruz, Andr Luiz Gomes de Souza, Joo Antonio Belmino dos Santos, Ana Eleonora Almeida Paixo, Gabriel Francisco da Silva

328

MAPEAMENTO TECNOLGICO DO CUPUAU (THEOBROMA GRANDIFLORUM): UM ESTUDO DOS DEPSITOS DE PATENTES NO PERODO DE 1990 A 2015Francisco Valdivino Rocha Lima, Fabrcio Carvalho da Silva, Joo Antonio Belmino dos Santos, Ana Eleonora Almeida Paixo

337

NONI: MAPEAMENTO TECNOLGICO NA BASE DE DADOS DE PATENTES DO INPI E DA SIPOSimone Maria da Silva Rodrigues, Normandia Jesus Brayner dos Santos Valeria Mendona Melo, Mario Jorge Campos dos Santos

351

O POTENCIAL DA BATATA DOCE BASEADO EM ESTUDOS PROSPECTIVOSCristiane Toniolo Dias, Suzana Leito Russo, Claudio Pessa de Almeida, Roblius de Bortoli

357

ALGAROBA (PROSOPIS JULIFROLA): ANLISE EXPLORATRIA DOS REGISTROS DE PATENTES NA BASE DO INPIMarta Jeidjane Borges Ribeiro, Mrio Jorge Campos dos Santos, Saulo de Tarso Santos Santana, Alberth Almeida Amorim Souza

367

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

PROSPECO TECNOLGICA DE PEDIDOS DE DEPSITOS DE PATENTES RELACIONADOS COM A MACABAHamurabi Siqueira Gomes, Wanderson de Vasconcelos Rodrigues da Silva, Gabriel Francisco da Silva, Suzana Leito Russo

376

HAVAINAS UMA MARCA DE SUCESSO: UM ESTUDO NA BASE DE DADOS DO INPI Jos Damiao Melo, Danilo Alves do Nascimento, Elcioneide Costa Silva Carneiro, Simone Maria da Silva Rodrigues, Normandia de Jesus Brayner dos Santos, Mrio Jorge Campos dos Santos

384

SOBRE OS AUTORES 391

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

PROPRIEDADEINTELECTUAL

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

DEPSITOS DE PATENTES PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS: DISTRIBUIO REGIONAL E O IMPACTO DA LEI DA INOVAO

Mariane Camargo Priesnitz, Maria Emilia CamargoJonas Pedro Fabris, Suzana Leito Russo

Introduo

A inovao se caracteriza por ser uma mudana de paradigmas com a criao de novas ideias e se destaca cada vez mais na teoria econmica. Sabendo-se da importncia de uma Poltica Nacional de Inovao para o desenvolvimento econmico e social de um pas, no Brasil, aprovou-se a Lei da Inovao - Lei n. 10.973, de 2004. Essa Lei estabelece medidas de incentivo inovao e pesquisa cientfica e tecnolgica no ambiente produtivo, com vistas capaci-tao e ao alcance da autonomia tecnolgica e ao desenvolvimento industrial do Pas (BRASIL, 2004). Assim, modifica-se a viso da importncia da investi-gao das Universidades nas economias (MUELLER e PERUCCHI, 2014).

Cria-se um novo paradigma nos Sistemas de Inovao de um pas, onde as Universidades passam a ser consideradas como um dos agentes importantes, sendo essas responsveis pela gerao e disseminao de conhecimento e de novas tecnologias, assim como de formar profissionais capacitados para atua-rem na rea de inovao (LASTRES e ALBAGLI, 1999; CHIARINI e VIEIRA, 2012). A inovao e as relaes entre as Universidades e outros agentes ativos nesse processo devem ser estimuladas.

A partir desse panorama as Universidades passam a ter como misso: o en-sino, a pesquisa cientfica e o empreendedorismo. O empreendedorismo re-presenta uma aproximao entre as Universidades e a Sociedade, onde os conhecimentos e inovaes desenvolvidas nessas Instituies so transmi-tidos para a Sociedade, permitindo assim um crescimento econmico (CHA-VES, 2009). Assim, o empreendedorismo acadmico torna-se um fenmeno global, onde as universidades tm se voltado para a busca de arranjos orga-

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DEPSITOS DE PATENTES PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

nizacionais que permitam uma aproximao entre a da investigao cientfica e inovao e suas implicaes na sociedade (DEste et al, 2009). Sendo que o aumento no incentivo do empreendedorismo acadmico pode ser verificado atravs do registo de patentes, licenciamento e da criao de empresas spin--off (WRIGHT et al. 2007).

Assim, um dos meios de divulgao do conhecimento cientfico e tecnolgico desenvolvido o depsito de patentes (MUELLER e PERUCCHI, 2014). A sua importncia relaciona-se com o fato de representar um importante insumo estratgico que apresenta o: desenvolvimento de novas tecnologias, o mo-nitoramento de concorrentes, a identificao de tendncias tecnolgicas e investimentos (INPI, 2015, p. 1).

Considerando que a busca de patentes um importante mtodo de estu-dos prospectivos (TEIXEIRA, 2013) importantes para o sistema de inovao, e cerca de 70% das patentes registradas encontram-se disponveis nos bancos de dados de patentes (CORTS, 2011), esta foi a metodologia aplicada nesse estudo.

Desta forma, esta pesquisa utilizou o banco de dados de pedidos de dep-sitos de patentes disponibilizados pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) do Brasil, como fonte de pesquisa, a respeito do nmero de pedidos de depsitos de patentes realizado pelas Universidades Federais Brasileiras.

Realizou-se uma busca pelos depsitos de patentes realizados pelas Univer-sidades Federais Brasileiras, na base do Instituto Nacional da Propriedade In-dustrial do Brasil (INPI), at o ano de 2015. Para isso, utilizou-se como descri-tor o nome de cada uma das 63 Universidades Federais Brasileiras no campo do depositante. Aps essa busca os dados obtidos foram tabulados para a anlise.

Visando observar o impacto da Lei de Inovao na poltica de inovao dessas Instituies, realizou-se uma comparao do nmero de patentes deposita-das at o ano de 2004 e o nmero de patentes depositadas entre os anos de 2005 de 2015. As Universidades foram classificadas de acordo com a sua localizao geogrfica, sendo agrupadas nas cinco Regies oficiais brasileiras: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.

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Mariane Camargo Priesnitz, Maria Emilia Camargo, Jonas Pedro Fabris, Suzana Leito Russo

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

Resultados

Na busca pelos depsitos de patentes realizados pelas Universidades Fede-rais Brasileiras, na base do Instituto Nacional da Propriedade Industrial do Brasil (INPI), observou-se que o primeiro pedido de depsito data do ano de 1900 e foi realizado pela Universidade Federal de Viosa que se localiza no Estado de Minas Gerais.

Um total de 4626 pedidos de depsito formam registrados at o ano de 2015, sendo que desses, 604 ocorreram at o ano de 2004 e 4022 entre os anos de 2005 e 2015. O que relata um grande aumento no nmero de pedidos de depsitos ocorridos aps a Lei de Inovao. Na tabela 1 pode ser observado o nmero de depsitos de patentes das Universidades Federais Brasileiras, at o ano de 2004 e entre os anos de 2005 e 2015.

Tabela 1 Nmero de depsitos de cada Universidades Federais Brasileiras, at o ano de 2004 e entre os anos de 2005 e 2015

Universidade SiglaNo de

patentes at 2004

No de patentes de 2005-2015

Total

Universidade de Braslia UnB 29 121 152Universidade Federal da Grande Dourados UFGD 0 16 17Universidade Federal de Gois UFG 4 78 89Universidade Federal de Mato Grosso UFMT 4 27 33Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS 4 23 27Universidade Federal da Bahia UFBA 2 136 139Universidade Federal do Sul da Bahia UFSB 0 0 0Universidade Federal do Recncavo da Bahia UFRB 0 14 14Universidade Federal da Integrao Internac. da Lusofonia Afro-Brasileira UNILAB 0 0 0Universidade Federal da Paraba UFPB 13 74 88Universidade Federal do Cariri UFCA 0 0 0Universidade Federal de Alagoas UFAL 0 34 38Universidade Federal de Campina Grande UFCG 0 4 4Universidade Federal de Pernambuco UFPE 30 149 186Universidade Federal de Sergipe UFS 1 109 110Universidade Federal do Cear UFC 3 110 113Universidade Federal do Maranho UFMA 0 39 42Universidade Federal do Oeste da Bahia UFOB 0 0 0Universidade Federal do Piau UFPI 0 60 61Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN 3 102 107Universidade Federal do Vale do So Francisco UNIVASF 0 12 12Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE 0 34 38Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA 0 0 0Universidade Federal de Rondnia UNIR 0 0 0Universidade Federal de Roraima UFRR 0 0 0Universidade Federal do Acre UFAC 0 3 3

https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Bras%C3%ADliahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Grande_Douradoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Goi%C3%A1shttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Mato_Grossohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Mato_Grosso_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Bahiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Sul_da_Bahiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rec%C3%B4ncavo_da_Bahiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Integra%C3%A7%C3%A3o_Internacional_da_Lusofonia_Afro-Brasileirahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Para%C3%ADbahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Caririhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Alagoashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Campina_Grandehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Pernambucohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Sergipehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Cear%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Maranh%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Oeste_da_Bahiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Piau%C3%ADhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_Grande_do_Nortehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Vale_do_S%C3%A3o_Franciscohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Rural_de_Pernambucohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Rural_do_Semi-%C3%81ridohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Rond%C3%B4niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Roraimahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Acre

18

DEPSITOS DE PATENTES PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS

PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO PROPRIEDADE INTELECTUAL, TECNOLOGIAS E EMPREENDEDORISMO

Universidade SiglaNo de

patentes at 2004

No de patentes de 2005-2015

Total

Universidade Federal do Amap UNIFAP 0 0 0Universidade Federal do Amazonas UFAM 0 9 9Universidade Federal do Oeste do Par UFOPA 0 1 1Universidade Federal do Par UFPA 13 86 105Universidade Federal do Tocantins UFT 0 11 11Universidade Federal Rural da Amaznia UFRA 0 1 1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Par UNIFESSPA 0 1 1Universidade Federal de Alfenas UNIFAL 0 10 11Universidade Federal de Itajub UNIFEI 0 39 40Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF 6 79 85Universidade Federal de Lavras UFLA 4 79 83Universidade Federal de Minas Gerais UFMG 129 546 694Universidade Federal de Ouro Preto UFOP 19 72 95Universidade Federal de So Carlos UFSCar 37 104 148Universidade Federal de So Joo del-Rei UFSJ 0 22 23Universidade Federal de So Paulo UNIFESP 19 42 61Universidade Federal de Uberlndia UFU 12 94 112Universidade Federal de Viosa UFV 30 112 146Universidade Federal do ABC UFABC 0 25 30Universidade Federal do Esprito Santo UFES 0 36 36Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO 0 2 2Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ 127 267 402Universidade Federal do Tringulo Mineiro UFTM 0 3 3Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM 0 6 6Universidade Federal Fluminense UFF 4 72 78Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ 1 9 11Universidade Federal da Fronteira Sul UFFS 0 1 1Universidade Federal da Integrao Latino-Americana UNILA 0 0 0Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto Alegre UFCSPA 0 5 5Universidade Federal de Pelotas UFPEL 3 89 92Universidade Federal de Santa Catarina UFSC 21 138 163Universidade Federal de Santa Maria UFSM 4 81 87Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA 0 5 5Universidade Federal do Paran UFPR 24 383 411Universidade Federal do Rio Grande FURG 3 120 124Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS 52 264 323Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR 3 63 69

Na tabela 2 observa-se o nmero de patentes de cada Regio at 2004 e de 2005 a 2015. Nota-se que ao compararmos a mesma Regio nesses intervalos de tempo, todas as Regies apresentaram um aumento no nmero de dep-sitos de patentes aps a Lei de Inovao.

Continuao

https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Amap%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Amazonashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Oeste_do_Par%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Par%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Tocantinshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Rural_da_Amaz%C3%B4niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Sul_e_Sudeste_do_Par%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Alfenashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Itajub%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Juiz_de_Forahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Lavrashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Minas_Geraishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Ouro_Pretohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_S%C3%A3o_Carloshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_del-Reihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_S%C3%A3o_Paulohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Uberl%C3%A2ndiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Vi%C3%A7osahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_ABChttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Esp%C3%ADrito_Santohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Estado_do_Rio_de_Janeirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_de_Janeirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Tri%C3%A2ngulo_Mineirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_dos_Vales_do_Jequitinhonha_e_Mucurihttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Fluminensehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Rural_do_Rio_de_Janeirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Fronteira_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_da_Integra%C3%A7%C3%A3o_Latino-Americanahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Ci%C3%AAncias_da_Sa%C3%BAde_de_Porto_Alegrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Pelotashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Santa_Catarinahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Santa_Mariahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Pampahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Paran%C3%A1https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_Universidade_Federal_do_Rio_Grandehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_Grande_do_Sulhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Tecnol%C3%B3gica_Federal_do_Paran%C3%A1

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Tabela 2 Nmero de patentes depositadas pelas Universidades Federais por Regio antes (At 2004) e aps (2005-2015) a Lei de Inovao.

Regio At 2004 2005-2015Centro-oeste 41 265

Nordeste 52 877Norte 13 112

Sudeste 388 1619Sul 110 1149

Total 604 4022

Nos grficos 1 e 2 podemos observar os percentuais do nmero de pedidos de depsitos de patentes pelas Universidades Federais Brasileiras tendo como uni-dade de agregao a Regio Geogrfica de localizao, nos perodos identifica-dos anteriormente. Verifica-se que a Regio Nordeste foi a que teve um maior percentual de aumento no nmero de depsitos aps o ano de 2005, seguido pela Regio Sul, ao se comparar total dos pedidos de patentes por Regio.

Grfico 1- Percentual do nmero de patentes depositadas pelas Universidades Federais at o ano de 2004 por Regio.

Grfico 2- Percentual do nmero de patentes depositadas pelas Universidades Federais de 2005 a 2015 por Regio.

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DEPSITOS DE PATENTES PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS

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Grfico 3 Tendncia temporal do percentual de pedidos de depsitos de patentes por Regies.

Consideraes finais

Conclui-se que todas as Regies apresentaram um aumento no nmero de patentes aps a Lei da Inovao mostrando assim o seu impacto positivo no impulso e incentivo das Inovaes dentro das Universidades Federais Bra-sileiras. Ao considerarmos o total do percentual de pedidos de patentes, a Regio Nordeste foi a Regio que apresentou um aumento temporal maior, seguido pela Regio Sul. J a Regio Sudeste apresentou uma reduo. Isso no significa que no houve um aumento no nmero de patentes deposita-das pela Regio Sudeste, mesmo porque essa continua sendo a Regio com maior nmero de depsitos, mas observarmos que outras regies apresen-taram um aumento maior.

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O CONHECIMENTO TECNOLGICO EDUCACIONAL E A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Rogrio Sousa Azevedo, Antnio Martins Oliveira Junior, Aline Barbosa Negreiros

Introduo

Os pases que investem em pesquisa e desenvolvimento se tornam altamente produtivos no campo de inovaes tecnolgicas. Devido a isto, a propriedade intelectual se torna ponto sensvel para colocar os pases em posio de des-taque no cenrio mundial, assim como acelerar o desenvolvimento.

Com a globalizao e o aumento da velocidade das informaes, o tema Pro-priedade Intelectual (PI), tem se tornado cada vez mais prioritrio para os pa-ses em desenvolvimento. Esse crescimento da importncia da PI no pas pode ser notada diante da grande preocupao em regular leis relacionadas ao tema, bem como com a implementao de programas e polticas de apoio inovao tecnolgica (GARNICA & TORKOMIAN, 2009)

Atualmente, tambm possvel perceber grandes mudanas ocorridas tanto no campo socioeconmico e poltico quanto no da cultura, da cincia e da tecnologia. Essas mudanas tecnolgicas so caractersticas fundamentais da Era atual: a chamada Era do Conhecimento. Por sua vez, a sociedade da informao aquela que est se constituindo atualmente (ASSMANN, 2000), e em que se utilizam tecnologias de armazenamento e transmisso de da-dos. Sendo que essa mera disponibilizao crescente da informao no suficiente para caracterizar uma sociedade da informao, e que o mais im-portante a disseminao e a multiplicao dos processos de aprendizado.

Cabe nesta investigao identificar que a gesto do Conhecimento a cada dia vem se disseminando nas organizaes, exigindo uma nova postura dos modelos tradicionais, quando demanda por eficincia, eficcia e efetividade

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para competir no mercado global. Dessa forma, investimentos em educao, a coerncia e a complementaridade entre investimento pblico e privado, com maior participao das empresas, so elementos importantes e que de-vem ser considerados no debate; para que assim o pas possa atingir um pa-tamar mais elevado em relao ao seu desenvolvimento econmico e social, gerando riquezas, oriundas das tecnologias desenvolvidas por instituies de ensino e pesquisa (PAYUMO et al. 2012).

Com essa viso, percebe-se que as criaes do intelecto humano cresceram de forma que tornou-se necessrio uma organizao do que produzido frente a comunidade, prevalecendo os direitos de cada um. Diante disso, te-mos uma maior visibilidade acerca do tema propriedade intelectual, onde o mesmo se configura como componente importante para a posse do inventor por sua criao, impedindo que a mesma seja utilizada por outro sem nem um direito autoral (JESUS et al. 2008).

Apesar da crescente importncia da propriedade intelectual como instituio necessria para dar proteo e facilitar a valorizao econmica do conhe-cimento cientfico e tecnolgico, vistos como propulsores do crescimento e desenvolvimento econmico e social (BUAINAIN et al., 2004), h carncia de investimentos na formao e capacitao de recursos humanos em diferen-tes nveis sobre propriedade intelectual, principalmente nos geradores de tecnologia, que so as escolas tcnicas profissionalizantes e universidades (AMORIM BORHER et al.,2007).

Entretanto, existem alguns mecanismos e condies que acabam por provo-car dificuldades para o alcance desses objetivos, como, por exemplo, a falta de conhecimento de certos procedimentos e muitas vezes a falta de estimulo que acarretam em desinteresse por parte dos pesquisadores das universidade. neste cenrio que a discusso sobre a Propriedade Intelectual torna-se de extraordinria importncia, notadamente no seio onde se produz grande parte do conhecimento tcnico, que so as escolas tcnicas e as universidades (FUJI-NO et al. 1999; CASTRO, 2006).

A cultura do conhecimento para o desenvolvimento tecnolgico

A importncia do conhecimento no uma descoberta recente. H muito esse conceito reflete a ideia de poder (ALBANO, 2000). Entretanto, somente

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nas ltimas dcadas, as organizaes descobriram que a capacidade de gerar e utilizar conhecimento dentro da organizao elemento bsico capaz de criar competncias e identidades especficas, proporcionando, portanto, dife-renciais competitivos e crescimento econmico (BARROSO & GOMES, 1999).

No entanto as pessoas precisam ter acesso cincia e tecnologia no so-mente no sentido de entender e utilizar os artefatos como produtos ou co-nhecimentos, mas tambm de opinar sobre o uso desses produtos, perce-bendo que no so neutros, nem definitivos, tampouco absolutos (PRAIA & CACHAPUZ, 2005). Sendo assim, precisamos de uma imagem de cincia e de tecnologia que possa trazer tona a dimenso social do desenvolvimento cientfico-tecnolgico, entendido como um produto resultante de fatores cul-turais, polticos e econmicos (CRUZ, 2001).

oportuno, sobretudo, que a cultura do conhecimento ser responsvel por diversas mudanas profissionais na vida do homem moderno. Nessa era, que j acontece h algum tempo nos Estados Unidos e que comea a se delinear no Brasil, o conhecimento representa a matria-prima do trabalhador e o capital do trabalho (SILVA, 2011). A carreira no se apresenta mais na forma de uma escada e a estrutura da organizao sofre aplainamento. Alm disso, com a velocidade das mudanas tecnolgicas, o homem se v obrigado a estar sem-pre se atualizando, pois essa a nica maneira dele se manter competitivo.

Dessa forma, o conhecimento , atualmente, fator fundamental em qualquer tipo de organizao, pblica ou privada (LOPES, 2002). Para que haja reconhe-cimento e proveito, entretanto, deve-se destacar, particularmente, a cultura organizacional e social dominantes, bem como a importncia de um sistema de tecnologia de informao compatvel com essa cultura.

A capacidade criativa do homem, ao envolver cincia, tecnologia e inovao, re-presenta um mecanismo de promoo do desenvolvimento econmico e social, fomentando a busca por novas possibilidades de transformar o conhecimento.

Propriedade intelectual e a capacitao de recursos humanos

Atualmente, sabe-se que a gerao do conhecimento, aliada sua aplicabi-lidade, em termos de PI e de seus benefcios para a sociedade em geral, seguramente um dos principais fatores de desenvolvimento.

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No entanto o desenvolvimento tecnolgico de um Pas depende, em grande parte, da formao de Recursos Humanos (RH) capacitados, buscando a for-mao de competncias em PI, bem como Investimentos consistentes de lon-go prazo para um maior entendimento e envolvimento acerca da temtica. Esta estratgia fomentar a poltica desse setor e permitir que o pas tenha um enriquecimento em constituintes tecnolgicos.

O treinamento em propriedade intelectual requer uma estrutura multidisci-plinar para atender a implementao tanto de programas de treinamento de curto prazo, quanto de programas de ps-graduao, lato e stricto sensu. Tal demanda relaciona-se aos temas sobre a dinmica competitiva, a estrutura de acordos internacionais, o uso de informao tecnolgica, a gesto da ino-vao, em geral, e de propriedade intelectual, em particular, o licenciamento de tecnologia, entre outros (BORHER et al. 2007).

De acordo com Takagi et al. (2008), o tema PI j vinha sendo pesquisado e debatido em diversos fruns nacionais e internacionais h bastante tem-po. No entanto, tal discusso desenvolvia-se a partir de um modelo tradi-cional de treinamento e capacitao que no foi suficiente para suprir a demanda crescente por profissionais especializados, decorrente da inten-sificao das transaes comerciais em escala global e do crescimento do uso do sistema de PI.

Sendo que a formao e capacitao desses profissionais devem interagir com iniciativas nacionais e internacionais. Cursos de curta e mdia durao, ps-graduao e educao distncia so algumas das estratgias que po-dem ser adotadas. Devem se ainda, implementar programas de carter mul-tiprofissional e interdisciplinar que atendam s diretrizes preconizadas pela propriedade intelectual (AMORIM-BORHER et al. 2007).

Com isso, a capacitao em propriedade intelectual passa a constituir uma necessidade do novo ambiente de polticas de desenvolvimento econmico e tecnolgico. Onde as polticas devem, igualmente, criar uma capacitao nacional no processo de manejo dos instrumentos de proteo propriedade intelectual, objetivando o aproveitamento de invenes nacionais oriundas dos ambientes educacionais, ainda, a criao de capacidade de proposio de reviso de acordos e normas que regem a relao entre pases no tocante propriedade intelectual em geral (INPI, 2014).

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Para Lundvall (2005) a interao entre cincia, tecnologia e inovao tem sido importante para promover a aprendizagem e utilizar o conhecimento de for-ma mais ampla, num processo de aprendizado interativo entre produtores (universidades e centros de pesquisa pblicos ou privados) e usurios de tec-nologia (o setor privado/as empresas), j que s assim possvel obter trocas de informaes e capacitao pessoal.

Conhecimento da propriedade intelectual nas instituies de ensino

Segundo Branco et al. (2011) a propriedade intelectual confere proteo a criaes do intelecto, aos frutos da expresso da inteligncia e da criatividade humanas, resguardando a seus titulares o direito de dispor de seus objetos para gerar lucro e destaque no mercado, sendo empregada nos mais variados setores, dentre eles o empresarial, o cientfico e o artstico.

Como sabemos o conhecimento tecnolgico proveniente de diversos proce-dimentos, cujas origens diferem quanto ao local, aos princpios e objetivos, e quanto autoria. Pode originar-se dos centros e grupos de pesquisa locados nas universidades bbou nas empresas, cujos resultados so frutos de projetos de pesquisa bem definidos, que incluem desde a percepo e observao de um fato at anlises sistemticas, testes, processos de induo, deduo e experimentao, que resultam na descoberta de um novo processo, de uma necessidade latente ou de uma oportunidade de mercado (SANTOS, 2010).

Cabe ao ensino superior a formao de profissionais com especializaes avanadas especficas para os setores de atividade da sociedade. possvel ainda a capacitao de seus pesquisadores para atuarem em inovao, con-dicionada preservao de suas atividades afins. O papel da universidade generalista no sentido de formao da mo de obra especializada e, es-pecfica no sentido do desenvolvimento do conhecimento e do saber fazer, isto , da pesquisa cientfica, alm da inovao em reas apropriadas da propriedade intelectual (PIETROBON-COSTA et al. 2012).

De acordo com Aigner (2011) as instituies de ensino atuam em reas de alta tecnologia e podem oferecer o suporte necessrio para empresas explo-rarem oportunidades, resolverem problemas e se diferenciarem dos concor-rentes mediante parcerias para o desenvolvimento de pesquisas inovadoras,

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que podem resultar na explorao comercial ou vantagem econmica para todos os envolvidos.

No entanto, at quando se encontrarem sob a forma de matria documen-tada, registrada em papel ou digitalizada, os referidos conhecimentos so bens intangveis, agrupados sob a gide do projeto patenteado ou patente-vel, mas tambm podem se reunir no mbito dos passivos de uma empresa (JUNGMAN, 2010). Sendo que no sistema de propriedade intelectual, o de-safio transformar os ativos intangveis em retorno, como dito por Jungman (2010), o que se traduz em produo, comercializao e receita.

O potencial de gerar inovao tecnolgica comea com a capacidade de gerar conhecimento cientfico de qualidade. As relaes das empresas com universidades so tradicionalmente vistas como uma fonte de futuros em-pregados bem qualificados e, de forma secundria, como uma fonte de conhecimento til para a sociedade. Dada a necessidade de tantas aes gerenciais para conduzir o processo de inovao da PI nas instituies pbli-cas de pesquisa, vrias universidades apresentam escritrios prprios para desempenhar esse papel (CHAGAS NETO et al. 2004).

Contudo, percebe-se que o ensino e pesquisa em PI um tema relativamente recente, que vem ganhando importncia medida que inovao e conheci-mento so estratgicos para o desenvolvimento dos pases.

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Rogrio Sousa Azevedo, Antnio Martins Oliveira Junior, Aline Barbosa Negreiros

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MARCA MCDONALDS: UM ESTUDO NA BASE DE MARCAS DO INPI

Mario Jorge Campos dos Santos, Simone Maria da Silva Rodrigues, Maria Aparecida da Conceio Gomes da Silva, Erica Emilia

Almeida Fraga, Jose Ricardo Santana

Introduo

A marca McDonalds a maior e mais conhecida empresa de servio rpido de alimentao do mundo. Presente em 119 pases, a rede possui mais de 33 mil restaurantes, onde trabalham 1,7 milho de funcionrios que alimentam diariamente mais de 64 milhes de clientes. No Brasil, a rede operada desde 2007 pela Arcos Dourados, mster franqueada da marca McDonalds em toda a Amrica Latina. O primeiro restaurante do Brasil foi inaugurado em 1979, em Copacabana, Rio de Janeiro (MCDON-ALS, 2016).

A empresa possui mais de 850 restaurantes e 84 McCafs no Brasil, onde atende mais de 1,8 milhes de clientes diariamente, possui mais de 50 mil funcionrios no Brasil, e 1,7 milho em todo o mundo, atingindo a 8 posio do McDonalds Brasil em vendas no ranking de pases da corporao.

De acordo com o site oficial da empresa, a histria do McDonalds comea no ano de 1955 e vai at os dias atuais com sucesso e expanso, como pode ser observado em seguida:

1955 Ray Kroc abre o 1 restaurante da rede com o nome da famlia McDonald, em Ds Plaines, Illinois.

1958 Fred Turner, preparador de hambrguer que contribuiu muito para o crescimento dos negcios, torna-se vice-presidente.

1960 Vai ao ar o 1 jingle Look for the Golden Arches. 1961 Inaugurada a 1Universidade do Hambrguer, centro de aperfei-

oamento de funcionrios. 1963 Surge o personagem Ronald McDonald.

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1965 McDonalds abre o capital e lana aes na Bolsa de Valores ame-ricana.

1967 Expanso da rede, com a aventura de restaurantes no Canad e Porto Rico.

1968 Big Mac passa a fazer parte do cardpio da rede. 1971 Rede chega ao Japo, Alemanha, Austrlia, Guatemala, Holanda

e Panam. 1974 Inaugurada a 1 Casa Ronald McDonald nos EUA. 1975 Lanamento do Drive-Thru. 1976 Restaurantes da rede nos EUA passam a oferecer caf da manh. 1979 Inaugurao do primeiro McDonalds no Brasil e da Amrica do

Sul, em 13 de fevereiro, na Rua Hilrio de Gouveia, em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). O Brasil foi o 25 pas a receber um restaurante com a marca McDonalds.

1980 lanado o prmio Destaque do Ms para o melhor funcionrio do restaurante.

1981 Em 27 de fevereiro de 1981, inaugurado o primeiro restaurante McDonalds de So Paulo (SP), na Avenida Paulista. Ano de estreia do Programa All Star, que premia os funcionrios que melhor desempe-nham suas funes no restaurante.

1983 Lanado no Brasil o jingle dos sete ingredientes do Big Mac. 1984 Inaugurado o primeiro restaurante Drive-Thru no Brasil, na Ave-

nida Juscelino Kubitschek, em So Paulo (SP). 1987 Surge em Braslia (DF) o primeiro restaurante franqueado do Brasil

e da Amrica Latina. Era tambm o primeiro fora do eixo Rio-So Paulo. 1988 realizado o primeiro McDia Feliz no Brasil, na cidade de So

Paulo (SP). 1989 O McDonalds Brasil passa a oferecer em todos os restaurantes o

cardpio em braille. 1990 Inaugurado o restaurante n100, em Recife (PE). 1993 O McLanche Feliz lanado no pas. 1994 Inaugurada a primeira Casa Ronald McDonald da Amrica Latina,

no Rio de Janeiro (RJ) e lanado o primeiro Guia Nutricional da rede. 1995 Fundada a Associao Brasileira dos Franqueados McDonalds (ABFM). 1996 Inaugurado o restaurante n 200, em Braslia (DF). 1997 A Universidade do Hambrguer inaugurada em Alphaville, em

Barueri (SP). 1998 Inaugurado o restaurante n 300, no Rio de Janeiro (RJ).

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1999 Nasce o Instituto Ronald McDonald, em prol das crianas e ado-lescentes com cncer. Em Osasco (SP) inaugurada a Cidade do Ali-mento e, em Uberaba (MG), o restaurante n 400 aberto.

2000 Inaugurado o restaurante n 500, em Porto Seguro (BA). Surge o primeiro McCaf, em Porto Alegre (RS).

2001 O McDonalds eleito a melhor empresa para trabalhar no Brasil, pela Revista Exame.

2002 Lanado o servio McEntrega com os padres corporativos. 2003 O McDonalds lana a Gincana Bom Vizinho. 2005 Uma funcionria brasileira, Elisngela Silva dos Santos, vence o

primeiro concurso de canto Voice of McDonalds, entre mais de 15 mil inscritos no mundo inteiro.

2006 O McDonalds Brasil lana novos uniformes, criados pelo estilista Alexandre Herchcovitch.

2007 Os restaurantes de todo o pas passam a ser operados pela Arcos Dourados, do empresrio Woods Staton.

2008 inaugurado o primeiro McDonalds ecolgico da Amrica Lati-na, na Riviera de So Loureno, em Bertioga (SP), litoral paulista.

2009 McDonalds chega ao 22 estado, Rondnia. 2010 McDonalds chega ao 23 estado, Tocantins. inaugurado o res-

taurante McDonalds n 600, na cidade de Piracicaba (SP). IPO Arcos Dorados.Reinaugurao da McDonalds University.

2011 Reformulao nutricional. A salada inserida como opo de acompanhamento nos combos e o McLanche Feliz passa a apresentar pores menores. McDonalds reconhecido como a marca mais forte do Brasil, avaliado pela Isto Dinheiro. Realizao do 1 Frum de Sus-tentabilidade Arcos Dourados no Brasil.

2012 McDonalds University recebe o selo LEED, certificao para edi-ficaes que atesta o comprometimento de empreendimentos nacio-nais com a sustentabilidade. Inaugurao da 5 Casa Ronald no Brasil, a 1 na Amaznia (MCDONALDS, 2016).

Diante disso, percebe-se que a marca McDonalds, possui um extenso histri-co e grande fora no mercado econmico alimentcio. Neste sentido Strehlau et al, 2010 afirma que a fora de uma marca est centrada no que os con-sumidores pensam e sentem sobre ela. A marca est diretamente ligada aspectos estratgicos de marketing e valor econmico, alm da qualidade e garantia de bom atendimento e servio especfico.

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A crescente da importncia das marcas nas atividades de comrcio eletrnico devida ao aumento da competio entre as empresas que comercializam em mais de um pas. As marcas tm sido usadas para simplificar a identifica-o dos produtos e servios pelos consumidores, como tambm suas quali-dades e valores (INPI, 2015).

A legislao brasileira garante a proteo de uma marca, atravs da Lei 9279/96- Lei de Propriedade Industrial, cujo artigo 122 define o que pode ser registrado como marca, sendo os sinais distintivos visualmente perceptveis, no compreendidos nas proibies legais. As marcas podem ser classificadas em funo de sua natureza e de sua apresentao, sendo que quanto sua natureza, as marcas so classificadas como de produto, de servio, coletiva e de certificao.

A marca de produto ou servio aquela usada para distinguir produto ou servio de outro idntico, semelhante ou afim, de origem diversa, j marca de certificao aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou servio com determinadas normas ou especificaes tcnicas, notada-mente quanto qualidade, natureza, material utilizado e metodologia em-pregada; e por fim, marca coletiva aquela usada para identificar produtos ou servios provindos de membros de uma determinada entidade (LPI, art. 123, inc. I, II, III).

Em relao a forma de apresentao, as marcas podem ser classificadas como nominativa, figurativa, mista e tridimensional. A nominativa o sinal constitudo por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano, a figurativa o sinal constitudo por desenho, imagem, figura e/ou smbolo, a mista o sinal constitudo pela combinao de elementos nominativos e figurativos ou mesmo apenas por elementos nominativos cuja grafia se apre-sente sob forma fantasiosa ou estilizada e a tridimensional o sinal constitu-do pela forma plstica distintiva em si, capaz de individualizar os produtos ou servios a que se aplica (INPI, 2016).

Sendo assim, o objetivo desse estudo foi efetuar um mapeamento da evolu-o da marca McDonalds na base de dados de marcas do Instituto Nacional de Propriedade Industrial- INPI.

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Metodologia

O mapeamento foi realizado tendo como base os registros de Marca no ban-co de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O foco da pesquisa foi mapear a marca McDonalds registrada no INPI. A palavra-chave utilizada foi: McDonalds. Como campo de pesquisa foi utilizado tipo de pes-quisa: exata, em seguida no campo Marca: foi inserida a palavra: McDon-alds. O levantamento foi realizado em Abril de 2016.

Os documentos encontrados foram computados individualmente, e organiza-dos em planilha para elaborao dos grficos, por meio do Microsoft Office Excel, a fim de caracterizar a evoluo da marca McDonalds, considerando o ano de registro, situao do registro, sua forma de apresentao.

Resultados

Aps consulta realizada no banco de dados do Instituto Nacional de Proprie-dade Industrial (INPI), inserindo a palavra-chave: McDonalds, foram encon-trados 18 depsitos da marca, como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 Evoluo de depsitos de registro marca McDonalds

Fonte: INPI (2016)

Observou-se que o primeiro depsito da marca no Brasil foi realizado em 1968, depois em 1977 foram realizados onze (11) depsitos da marca. O que pode est ligado diretamente com o processo histrico da abertura da em-presa no Brasil, pois em 1979 foi a inaugurao do primeiro McDonalds no Brasil e da Amrica do Sul, em 13 de fevereiro, na Rua Hilrio de Gouveia, em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ).

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No tocante a forma de apresentao da marca estudada, verificou-se que dos 18 depsitos encontrados, 56% representada pela forma nominativa e 44% pela forma mista. Conforme Figura 2.

Figura 2 Nmero de registros de formas de apresentao

Fonte: INPI (2016)

A forma de apresentao nominativa o sinal constitudo por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano, e a mista o sinal constitudo pela combinao de elementos nominativos e figurativos ou mesmo apenas por elementos nominativos cuja grafia se apresente sob forma fantasiosa ou estilizada (INPI, 2016).

Em relao a situao dos depsitos constatou-se que dos 18 depsitos en-contrados 78% foram registrados, 6% alto renome, 11% arquivado, e 5% ex-tinto. Conforme pode ser observado na Figura 3.

Figura 3 Taxa de situao de pedidos de registros

Fonte: INPI (2016)

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As marcas de Alto Renome so aquelas notadamente conhecidas, ou seja, aquelas marcas de empresas famosas de sucesso, que possuem reconheci-mento dos consumidores por possuir produtos ou servios de qualidade, re-sultante de tradio e qualificao no mercado (INPI, 2015).

Consideraes finais

Diante dos fatos apresentados, verificou-se que a marca McDonalds, ex-tremamente antiga, seus gestores sempre se preocuparam em proteger seus ativos intangveis registrando a marca nos rgos competentes e est presen-te no mundo inteiro. sucesso no Brasil, alm de ser sinnimo de qualidade e tima prestao de servio.

Concluiu-se tambm que a legislao brasileira garante a proteo da marca atravs de Lei prpria, sendo assegurado a qualquer pessoa o direito proteger suas marcas que sejam passveis de registro.

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O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA): FONTE DE RENDA DURVEL E DA MITIGAO DA POBREZA DO PEQUENO AGRICULTOR PIAUIENSE

Austregsilo Brito Silva, Lana Grasiela Alves Marques,Jane de Jesus da Silveira Moreira

Introduo

O Nordeste concentra, historicamente, os maiores focos de pobreza do pas, e a sua populao rural e de baixa renda, na tentativa de adquirir recursos para a prpria sobrevivncia, se utiliza de uma atividade caracterstica da regio: o extrativismo vegetal, o da carnaba (Copernicia prunifera), com um aprovei-tamento das folhas s razes.

Ao longo da histria, o extrativismo da carnaba tem contribudo para a gerao de renda e ocupao de parcela da populao rural dos estados do Piau, Cear e Rio Grande do Norte. Um dos produtos da carnaba a cera, que tem um mercado vasto e importante na exportao. Mas, o que tem de inovao tecnolgica que propicie uma melhor qualidade dos seus produtos?

O perfil de depsitos de pedidos de Patentes (PI, EP e US) e de Modelos de Utilidade (MU), reforam a utilidade da cera de carnaba para a indstria de medicamentos, automotiva e de alimentos, elegendo a carnaba como uma planta verstil e fonte sustentvel e perene de renda, capaz ainda de manter o pequeno produtor rural em seu rinco.

O trabalho teve como subsdios informaes de instituies que pesquisam na rea e convivem com situaes do extrativismo da carnaba, entre elas: a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural (SOBER), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), que revelam a produo anual de p e cera, e

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O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA)

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sua aplicao na indstria de cosmticos, de medicamentos, de alimentos, de tintas para autos e, atualmente, na informtica.

A importncia da carnaba envolveu consideraes em termos econmicos e tecnolgicos, nas anlises das patentes e modelos de utilidades, envolvendo o extrativismo e a utilizao da cera na indstria de frmacos, alimentos e em usos domsticos, tornando-a fonte de renda contnua e durvel para a popu-lao piauiense, onde foi realizada a pesquisa.

O artigo tem, portanto, como objetivo demonstrar a utilizao da carnaba como fonte de renda durvel e capaz da mitigao da pobreza do pequeno produtor piauiense, observada a sua participao em todas as fases da cadeia produtiva, da colheita das folhas extrao do p e produo da cera, ainda que de forma rudimentar.

Referencial Terico

A carnaubeira tem o caule rigorosamente ereto, de altura mdia, varivel en-tre 15 a 20 metros, cilndrico, de dimetro pouco varivel entre as extremi-dades, liso ou com a base dos pecolos aderentes at a uma certa altura do tronco (BAYMA, 1958). Segundo Porto (1974), a carnaba ficou conhecida no ano de 1648, quando figurou na Histria Naturalis Brasiliae de Marcgrav e Piso, mas a sua classificao parece ser devida a Manuel de Arruda Cmara, em fins do sculo XVIII, que a denominou Copernicia cerifera (PORTO, 1974 apud CARVALHO; GOMES; COSTA, 2011, p.3.) A carnaba est presente na rea Central do Brasil, sendo o segundo maior bioma do pas, ocupando mais de dois milhes de quilmetros quadrados, 24% do territrio nacional (CER-RATINGA, 2015).

A cadeia produtiva brasileira da carnaba est basicamente concentrada nos estados do Piau, Cear e Rio Grande do Norte (COSTA, 2014), mas tambm se faz presente no Maranho, na Bahia (no Vale do So Francisco), em Per-nambuco e Paraba (CONAB, 2011). Apesar de pequena incidncia da planta nesses trs ltimos estados, os extrativistas garantem a renda familiar com a produo artesanal e a extrao do p. A renda gerada s famlias rurais , de fato, um dos fatores mais relevantes dessa atividade extrativista, recurso nativo da regio e importante meio de superao da pobreza econmica que assola grande parte das comunidades rurais (CARVALHO; GOMES, 2009).

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Austregsilo Brito Silva, Lana Grasiela Alves Marques, Jane de Jesus da Silveira Moreira

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Inmeras famlias dos pequenos centros urbanos tambm se utilizam da planta como nica fonte de renda, como o caso dos fazedores de vassouras, espa-nadores, esteiras, bolsas, cestos, chapus etc. Alm dessas utilidades, as palhas fornecem, principalmente, o p, ainda extrado de forma rudimentar, o que o torna de baixa qualidade, dadas as impurezas agregadas no ato de bater as palhas (CONAB, 2011). O tronco graas resistncia ao cupim e a outros insetos e sua durabilidade quando mantido seco ou imerso em gua salgada bastante utilizado na construo civil como linhas, caibros e ripas (PACHCO, 2009). Obser-va-se que a carnaba utilizada pelo sertanejo de modo sustentvel, sem agredir o meio ambiente. O corte da palha sempre feito na poca certa, o que mantm a planta cada vez mais viva, logo brotando nova folhagem (CERRATINGA, 2015).

A atividade extrativista por esses produtores ainda feita de forma bem sim-ples, com o auxlio de instrumento rudimentar: a foice. A atividade extrati-vista da planta ocorre no sentido mais bsico, sendo os recursos naturais retirados diretamente da rea de ocorrncia natural (...), com tecnologia ele-mentar, emprica (DRUMMOND, 1996, p. 116-117).

Feita a colheita, a palha riscada para a secagem, ainda com suas cabeas (parte do pecolo), arrumada em vagonetes com capacidade de 1.800 a 2.000 unidades, ficando dependuradas em fios de arame, evitando a superposio (BAYMA, 1958). Para o autor, a secagem artificial em estufa, tcnica de seca-gem uniforme, foi exposta por Joaquim B. de M. Carvalho, em 1942, sob o ttulo Ensaio sobre a Carnaba (BAYMA, 1958).

Ainda segundo Bayma (1958), a secagem, no meio rural, ainda feita espa-lhando-se as folhas no cho batido e varrido, desprotegidas das impurezas, o que provoca o desperdcio de parte do p, alm da perda no batedouro pelas frestas das portas. Isso incentivou alguns produtores inovao, surgindo o secador solar e as mquinas de bater palhas. O secador, segundo Alves e Co-lho (2008), constitui a mais recente alternativa tecnolgica de secagem das folhas de carnaba. Foi criado entre 2001 e 2002 e apresentado no Municpio de Campo Maior (PI), com o objetivo de testar a tecnologia no que concerne ao tempo de secagem, aos ndices de rendimento e qualidade do p cerfero e da cera em relao ao mtodo tradicional (ALVES; COLHO, 2008).

Aps a secagem, a palha preparada para ser batida manualmente ou por mquina. Segundo Bayma (1958), a primeira mquina de bater palha (a Tupy)

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O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA)

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foi inventada e construda por um estudante piauiense, sem registro de pa-tente. A primeira patente de mquina de bater palhas, a Guarany-Ciclone, ocorreu em 1938, do tambm piauiense Demerval Rodrigues (ALVES; CO-LHO, 2008). Hoje, porm, alm de ser levada em caminho ao campo, a m-quina mais eficiente, chegando a produzir aproximadamente o dcuplo da original (CONAB, 2014).

O Estado do Cear se destaca na industrializao e exportao de cera, dada a maior concentrao de indstrias e em face das favorveis condies por-turias, mas o Estado do Piau o maior produtor nacional do p cerfero (COSTA, 2014). O Piau, por ser o maior produtor de p, tornou-se, tambm, o principal mitigador da pobreza no campo. Dentre os 20 (vinte) maiores muni-cpios produtores do p cerfero, 15 (quinze) so do Piau (IBGE/PEVS, 2014). Atualmente, a cera de carnaba muito utilizada nos meios eletrnicos; suas caractersticas fsico-qumicas permitem a sua utilizao na produo de har-dwares, tonners de impressoras e cdigo de barra (MARQUES; M. JNIOR, 2009).

Metodologia

A investigao foi realizada obedecendo s seguintes etapas:

1) Pesquisa exploratria, a partir do mtodo do levantamento bibliogrfico por meio de publicaes tcnicas, relatrios de pesquisas, livros, revistas, jornais, documentos oficiais dos governos (federal, estaduais e locais) e de agncias de desenvolvimento, Internet e bancos de dados de diversa ordem (IBGE, CONAB, etc);

2) Mapeamento e distribuio espacial da carnaba no Nordeste brasileiro a partir de consulta base de dados do IBGE.

Desta forma, com o objetivo de registrar as inovaes tecnolgicas que en-volvem a carnaba, fez-se uma prospeco nos bancos de dados do Insti-tuto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), do European Patent Office (EPO) e do United States Patent and Trademark Office (USPTO). Identifica-ram-se depsitos de Patentes de Invenes (PI) e de Modelos de Utilidades (MU) empregados na industrializao da cera e na secagem da palha e na extrao do p.

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Austregsilo Brito Silva, Lana Grasiela Alves Marques, Jane de Jesus da Silveira Moreira

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Traz-se um referencial terico que destaca a cadeia produtiva da carnaba, como a explorao artesanal, o emprego das folhas e caule na construo civil, a extrao do p e no fabrico da cera, pelas famlias de baixa renda. H, contudo, a necessidade de analisar o que se tem de avano em termos de inovaes tecnolgicas na rea do extrativismo da carnaba. Segundo Costa (2014), o Estado do Piau o maior produtor nacional do p cerfero. Dentre os 20 (vinte) maiores municpios produtores do p cerfero, 15 (quinze) so do Piau (IBGE/PEVS, 2014).

Verificaram-se artigos cientficos que tratam do assunto, sobretudo quanto s potencialidades econmicas e a consequente contribuio da planta na mitigao da pobreza do pequeno produtor rural e na fixao do homem no campo. Dentre os artigos sobre a (Copernicia prunifera), foram compulsadas as publicaes da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), da Socie-dade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural (SOBER), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), alm de artigos e disser-taes sobre o tema.

Resultados e Discusses

Foram lidos vrios artigos cientficos destinados pesquisa da planta, sobre-tudo quanto s suas potencialidades econmicas e a consequente contribui-o na mitigao da pobreza do pequeno produtor rural e na fixao do ho-mem no campo. A busca teve incio com o termo carnaba, encontrando-se 37 processos na base de dados do INPI, dos quais 31 referiam-se a inventos (PI) e 06 a Modelos de Utilidades (MU), listando-se, no quadro 1, dez proces-sos PI e trs MU.

No EPO, a busca foi realizada com os termos carnaba wax, encontrando-se cerca de 1.900 depsitos, contudo, poucos utilizaram a cera de forma sig-nificativa, dentre estes, os processos EP 0010809, EP146618, EP2061842, EP2605645, EP2836471, EP2961389, EP2991617, constantes do quadro 2. No USPTO, fez-se a busca com os termos anteriores, carnauba wax, encon-trando-se 100 processos, dos quais foram selecionados: US20110020744, US20120225104, US201402944965, US20150056153, US20150079319, US20150210893 e US20150231267, constantes do quadro 3.

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O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA)

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A carnaba como fonte de renda durvel e a mitigao da pobreza no Piau

As informaes quanto s potencialidades da carnaba como fonte de renda na mitigao da pobreza foram colhidas nas publicaes da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), da Sociedade Brasileira de Economia, Administrao e Sociologia Rural (SOBER), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), de artigos e de dissertaes que tratam do assunto, como A Governana na Ca-deia Produtiva da Carnaba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore) no Piau, Cear e Rio Grande do Norte, de Cerqueira (2011), alm de outros livros e ar-tigos especficos, que registram as ocupaes de mo de obra no extrativismo, como fonte de renda. O Piau, historicamente, vem se mantendo no pice dessas pesquisas, deixando evidente que a carnaubeira importantssima como fonte de renda durvel e responsvel pela manuteno de muitas famlias no campo.

Produo, exportao e valores econmicos da cera

A produo da cera tem maior concentrao no estado do Cear, seguido pelo Piau e Rio Grande do Norte, no obstante ser o Piau o maior produtor de p do pas, conforme explicado acima e demonstrado na figura 2. Segundo a Conab (2013), a exportao de cera foi crescente de 2008 a 2010, tendo um decrscimo nos anos de 2011 e 2012, explicando que:

A exportao de cera de carnaba nos anos de 2013 e 2014 do Brasil e dos Estados do Cear, Piau e Rio Grande do Norte com uma conside-rvel variao. No ano de 2013, o Brasil exportou 15.732 Toneladas (t), sendo 8.175 t do Estado do Cear, 7.005 t do Estado do Piau e 540 t do Rio Grande do Norte. No ano de 2014, o Brasil exportou 16.128 t, com um acrscimo de 2,5%, o Estado do Cear exportou 8.736 t, com um aumento de 6,9%, o Estado do Piau exportou 7.313 t, com um acrs-cimo de 4,4%, e o Estado do Rio Grande do Norte exportando apenas 71 t, com um decrscimo de -86,9% (CONAB, 2014).

Em 2015, de janeiro a junho, a exportao de cera de carnaba teve um fa-turamento de US$ 30.688.286, e volume de 3.879,2 t, com incremento de 3.8% no faturamento. Em 2014, no mesmo perodo, o faturamento foi de US$ 29.567.946 e o volume de 4.145,9 t (CONJUNTURAS ECONMICAS DO PIAU, 2015), o que demonstra a valorizao crescente da cera. Segundo Moedas

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(apud CEPRO, 2015), a carnaba sempre representou uma das maiores fontes de receitas para o Estado, sendo a segunda na pauta de exportao, mesmo em estado bruto. A indstria brasileira no possui o domnio sobre a tecnolo-gia de transformao, sendo estimado que mais de 95% da cera seja exporta-da na sua forma bruta (MARQUES; M. JNIOR, 2009).

A comercializao da carnaba (p e cera), sempre teve variaes, marcadas por pontos positivos e negativos. Primeiro, a fase de ascenso, quando os preos da cera (principal produto) dinamizaram o comrcio e intensificaram as exportaes, em seguida, a fase de queda dos preos, causando ociosidade dos fatores de produo, alm de perdas para a agricultura de subsistncia (QUEIROZ, 1993). As variaes na exportao da cera, em toneladas (t) e va-lores (em Dlar americano - US$), no perodo de 2006 a 2015, e a quantidade de p cerfero produzido pelo Piau constam dos grficos 1 e 2.

Figura 1. Variao na exportao da cera em toneladas (t) e valores em dlares (US$), no perodo de 2006 a 2015.

Fonte: CONAB, 2014. Elaborado pelo autor.

Figura 2. Quantidade de p cerfero produzido pelo Estado do Piau em (t) e o correspondente valor em real (R$), no perodo de 2006 a 2014, com valor crescente a partir do ano de 2008.

Fonte: IBGE/PEVS edies: vol. 21/2006 - vol. 29/2014

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O EXTRATIVISMO DA CARNABA (COPERNICIA PRUNIFERA)

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Patentes (PI, EP, US) relacionadas cera de carnaba

Os quadros 1, 2 e 3 seguintes mostram os pedidos de patentes (PI) depo-sitados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no European Patent Office (EPO) e no United States Patent and Trademark Office (USPTO). Os pedidos foram pesquisados sob o ttulo carnaba e carnaba wax. Fo-ram identificadas patentes, datas dos depsitos, ttulos sob os quais foram requeridas as classificaes. Foram tambm identificados Modelos de Utili-dades (MU), o que demonstra a importncia da carnaba na comercializao da cera e consequente gerao de emprego e renda.

No INPI, foi utilizado o termo carnaba, no resumo, e encontrados 37 proces-sos, sendo 31 referentes a depsitos inventivos (PI) e 06 modelos de utilidades (MU). Utilizado o mesmo termo, no titular, foram encontrados 8 (oito) proces-sos, dos quais 6 (seis) esto entre os 37 primeiros. Substitudo o termo por cera de carnaba, no titular, foram encontrados 06 (seis) processos, os quais esto entre os oito do titular. A substituio do termo por cera vegetal, propi-ciou encontrar 2 (dois) depsitos (PI), em 22/02/2002. Dentre os 37 resultados, foram listados treze, quadro 1, sendo dez depsitos de (PI) e trs (MU).

Quadro 1. Pedidos de depsitos de Patentes (PI) e de Modelos de Utilidades (MU), no INPI.

PEDIDO DEPSITO TTULO IPC

PI 0805514-9 02/12/2008Forma farmacutica contendo pellets com matriz de cera de carnaba como sistema de liberao contnua do frmaco

A61K 9/26

MU 8803020-2 23/07/2008 Uso da derriadeira de caf como mquina de bater palhas de carnaba A01D 46/06 PI 0803207-6 12/06/2008 Secador solar mvel para palhas de carnaba A23N 12/08

PI 0800496-0 07/03/2008

Pellets com matriz de cera de carnaba como um sistema de liberao contnua do frmaco, como excipiente para compresso direta para produo de comprimidos, como ncleo inerte para um revestimento contendo o frmaco e outros constituintes e mtodo de preparao dos mesmos.

A61K 9/1

MU 8102544-0 26/09/2001 Disposio tcnica introduzida no processo industrial de produo de cera de carnaba C11B 11/00

PI 9202165-4 05/06/1992 Processo de fabricao de cera de carnaba C11B 11/00

PI 9006044-0 28/11/1990 Processo para beneficiar cera de carnaba C11B 11/00

PI 8805952-9 14/1/1988 Composio polimrica contendo cera de carnaba como lubrificante 08L 25/06PI 800496-0 07/03/2008 Frmaco excipiente para compresso direta para produo de comprimidos A61k9