a aprendizagem em dança final

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Page 1: A aprendizagem em dança final
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A aprendizagem em dança

Para atingir um bom aprendizado é importante estar a par das

etapas e processos de desenvolvimento humano. Lembrando que

os processos biológicos, cognitivos e socioemocionais interferem e

influenciam no processo de aprendizagem.

A aprendizagem da dança ocorre de uma maneira simples. É

um contínuo que busca a perfeição. Primeiramente o aluno executa

o movimento e tem a sensação corporal que o movimento provoca.

O professor interfere na execução do movimento através de

palavras corretivas e manipulação do corpo do aluno buscando

modificar a execução e a sensação do movimento. Dessa forma o

aluno percebe de maneira correta o movimento através de insight

(mudança na percepção).

Portanto o professor deve buscar modificar a sensação

corporal do aluno buscando sempre a excelência.

Este modelo de aprendizagem é o bottom-up (das sensações

corporais e fisiológicas para o cérebro). Porém, a aprendizagem

também pode ocorrer no modelo top-down (a informação é

processada pelo cérebro e depois é executada pelo corpo formando,

desta forma, a aprendizagem).

Aprendizagem como uma construção

Piaget

Piaget descreve sobre esquemas que são representações

mentais ou ações que organizam o conhecimento. A aprendizagem

em dança organiza estes dois tipos de esquema – representação

mental e ação - para aperfeiçoar o conhecimento. A assimilação

ocorre quando o indivíduo assimila uma nova informação aos seus

esquemas existentes. A acomodação é o ajuste destes esquemas a

uma nova informação. Aprender um novo movimento é um processo

de assimilação, porém, aprender a ajustar seu equilíbrio corporal

para poder executá-lo é um processo de acomodação.

Page 3: A aprendizagem em dança final

Vygotsky

Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP)

A ZDP é uma teoria de aprendizagem desenvolvida por

Vygotsky. A ZDP é a zona de aprendizagem que ainda não é real e

independente. Esta zona se refere a uma série de tarefas que são

muito difíceis para que a criança domine sozinha, mas que podem

ser aprendidas com orientação e assistência de adultos ou colegas

mais habilidosos.

Após passar por esta zona de desenvolvimento proximal o

aluno irá ter um aprendizado real e executar as tarefas de forma

independente. É preciso estar consciente de onde os estudantes

estão em seu processo de desenvolvimento e tirar vantagem de sua

prontidão.

Atividades: avaliar a ZDP do aluno e estimulá-lo sempre o

encorajando e ajudando-o quando solicitado. Importante

estabelecer oportunidades para a criança aprender.

Modelo comportamental

No modelo comportamental a aprendizagem se dá através de

consequências dos comportamentos. As consequências podem ser

punições ou reforços. A punição é tudo o que diminui a frequência

do comportamento e o reforço é tudo o que aumenta a frequência

do comportamento.

Portanto, sempre que o aluno tiver um comportamento

desejado, como manter-se focado, o professor reforça o

comportamento, com um elogio, por exemplo. A punição ocorre

quando o aluno tem um comportamento indesejado, como

conversar na aula, e o professor utiliza a punição, repreendendo-o,

por exemplo.

Alguns comportamentos que são o foco do modelo

comportamental são relacionados a atenção e obedecer ordens e

regras. Este não deve ser o único modelo de ensino utilizado.

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Quando o professor for usar este modelo é preciso lembrar

que é mais interessante reforçar que punir, pois a punição mostra

apenas qual caminho o aluno não deve seguir, enquanto que o

reforço mostra o exato caminho a ser seguido. Lembre-se também

que o reforço e a punição devem ser sempre proporcionais ao

comportamento do aluno.

Aprendizagem por observação

A aprendizagem também pode se dar através de observação.

Bandura estudou a aprendizagem por observação e salienta a sua

importância para o desenvolvimento de estratégias de ensino. É

interessante notar quando novos alunos começam gradualmente a

imitar outros.

Esse processo de aprendizagem começa elegendo modelos –

outros alunos - e observando-os. Depois de aprender sobre estes

comportamentos do modelo o aluno começa a reproduzi-los.

Portanto, para ter uma turma coesa é preciso que cada aluno tenha

comportamentos adequados.

Processamento de informação

O processamento de informação é todo o processo

neuropsicológico de retenção de uma informação. Duas importantes

funções deste processo são: a atenção e a memória.

A atenção é o processo de focar recursos mentais em certos

estímulos. A atenção pode ocorrer de diversas formas. A atenção

sustentada é o processo de manter a atenção em certo estímulo por

um longo período de tempo. A atenção seletiva é focar em um

aspecto específico relevante ignorando outros aspectos. A atenção

dividida se refere a dividir sua atenção em diversos estímulos.

Em geral utilizamos como estratégia em sala de aula apenas a

atenção dividida. Porém, para o ensino da dança é necessário

utilizar também outros tipos de atenção. Por exemplo: ao dar uma

instrução de movimento em geral os alunos tentam também

executar o movimento. É interessante dar a instrução duas vezes e

Page 5: A aprendizagem em dança final

na primeira pedir que ninguém execute o movimento e depois

permitir que também executem.

A memória é a retenção de informações durante um período

de tempo. A codificação das informações é o que permite reter

informações na memória. A codificação pode se dar de diversas

formas. Vejamos algumas.

O ensaio é a repetição destas informações. Bailarinos, mais

que ninguém, entendem como este processo é importante.

O processamento profundo é um processo de processamento

de informações de maneira semântica levando aquela informação a

um nível de significado mais intrínseco e pessoal.

A elaboração é uma maneira de codificar a informação em conjunto

com outras informações já memorizadas. Isso torna o processo de

codificação mais complexo e eficaz.

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Bibliografia

DAMASIO, Claudia. "A dança para crianças." PEREIRA, Roberto;

SOTER, Silvia (2000).

FINO, C. N. Vygotsky e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP): três

implicações pedagógicas. in Revista Portuguesa de Educação, vol

14, nº 2, pp. 273-291.

SANTROCK, J. W. Psicologia educacional. 3. Ed. São Paulo:

MacGraw-Hill, 2009.