a aplicaÇÃo da tÉcnica preditiva na manutenÇÃo de um

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIAMECÂNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA KLAUS KREUSCH A APLICAÇÃO DA TÉCNICA PREDITIVA NA MANUTENÇÃO DE UM COMPRESSOR INDUSTRIAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PONTA GROSSA 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIAMECÂNICA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

KLAUS KREUSCH

A APLICAÇÃO DA TÉCNICA PREDITIVA NA

MANUTENÇÃO DE UM COMPRESSOR INDUSTRIAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA

2013

KLAUS KREUSCH

A APLICAÇÃO DA TÉCNICA PREDITIVA NA

MANUTENÇÃO DE UM COMPRESSOR INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica, do Programa de Graduação em Engenharia Mecânica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Câmpus Ponta Grossa.

Orientador: Professor Gilberto Zammar

PONTA GROSSA

2013

TERMO DE APROVAÇÃO

A APLICAÇÃO DA TÉCNICA PREDITIVA NA MANUTENÇÃO DE UM COMPRESSOR INDUSTRIAL

por

KLAUS KREUSCH

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 5 de setembro de 2013 como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

________________________________________

Prof. Me. Gilberto Zammar

Prof. Orientador

________________________________________

Prof. Dr. Davi Fusão

Membro Titular

________________________________________

Prof. Me. Tárik Linhares Tebchirani

Membro Titular

______________________________ ______________________________ Prof. Dr. Luiz Eduardo Melo Lima Prof. Dr. Thiago Antonini Alves

Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso

Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -

RESUMO

KREUSCH, Klaus. A aplicação da técnica preditiva na manutenção de um compressor industrial. 2013. 96 F.Trabalho de Conclusão de Curso emEngenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2013.

Este trabalho de conclusão de curso se constitui num estudo de caso em uma indústria de fundição empregando uma ferramenta utilizada na manutenção preditiva de análise de vibrações, especificamente em um compressor de parafuso. O objetivo é mostrar que a utilização da técnica de medição de vibrações no compressor escolhido tem grande importância para a indústria, no melhor aproveitamento da vida útil de seus componentes. O procedimento consiste em acompanhar as medições de vibração deste compressor durante um período de tempo para observar seus resultados e analisá-los posteriormente. E com essas análises pode se conhecer o estado do compressor, e ter uma base para a execução de manutenção.

Palavras-chave: Análise de Vibração. Manutenção Preditiva. Compressor de Parafuso.

ABSTRACT

KREUSCH, Klaus. The application of a predictive technique in maintaining an industrial compressor.2013.96 p. End of Course in Mechanical Engineering, Federal Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2013.

This course conclusion work constitutes a case study in a foundry industry employing a tool used in predictive maintenance vibration analysis, specifically in a screw compressor. The goal is to prove that the use of the technique of measurement of vibration in the compressor chosen is of great importance for the industry in better utilization of the useful life of its components. The procedure is to monitor the vibration measurements of this compressor for a period of time to observe your results and analyze them later. And these analyzes can know the state of the compressor, and having a basis for the execution of maintenance.

Keywords: Vibration analysis. Predictive Maintenance. Screw Compressor.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 –Diagrama dos tipos de compressores ............ ..........................................27 Figura 2 –Compressor alternativo ........................................................................ .....28 Figura 3 – Turbocompressor.......................................................................................29 Figura 4 – Instalação do turbocompressor em um motor de trator.............................29 Figura 5 – Funcionamento do turbocompressor.........................................................30 Figura 6 – Seção do compressor................................................................................30 Figura 7 – Compressores rotativos de parafusos.......................................................32 Figura 8 – Geometria básica do compressor parafuso...............................................33 Figura 9 – Processo de sucção...................................................................................34 Figura 10 – Processo de compressão.........................................................................35 Figura 11 – Processo de descarga..............................................................................36 Figura 12 – Princípio da superposição de efeitos........................................................38 Figura 13 – Procedimento para análise para o caso não linear..................................39 Figura 14 – Excitação determinística...........................................................................40 Figura 15 – Excitação aleatória...................................................................................40 Figura 16 – Deformação de um elemento de mola translacional (a) e rotacional (b).42 Figura 17 – Mola linear e não linear............................................................................43 Figura 18 – Movimento harmônico..............................................................................45 Figura 19 – Deslocamento, velocidade e aceleração.................................................47 Figura 20 - Exemplos de expectros de frequência ....................................................49 Figura 21– Desbalanceamento.................................................................................53 Figura 22 – Esquema básico para medição de vibrações.........................................58 Figura 23 – Acelerômetros.........................................................................................61 Figura 24 – Estroboscópio.........................................................................................62 Figura 25 – Funcionamento do Estroboscópio..........................................................62 Figura 26 – Medidor de vibrações.............................................................................65 Figura 27 – Gráfico de limite de vibrações................................................................66 Figura 28 – Diagrama demonstrando o medidor de vibrações ................................69 Figura 29 – Diagrama demonstrando o ponto de medição.......................................69 Figura 30 – Medição de vibração radial do motor.....................................................70 Figura 31 – Medição 2 de vibração radial do motor..................................................70 Figura 32 – Diagrama demonstrando o ponto de medição.......................................72 Figura 33 – Medição de vibração axial do motor......................................................72 Figura 34 – Medição 2 de vibração axial do motor...................................................73 Figura 35 – Diagrama demonstrando o ponto de medição.......................................74 Figura 36 – Medição de vibração radial do compressor...........................................74 Figura 37 – Diagrama demonstrando o ponto de medição.......................................75 Figura 38 – Medição de vibração axial do compressor.............................................75 Figura 39 – Diagrama demonstrando o ponto de medição.......................................77 Figura 40 – Medição 2 de vibração radial do compressor........................................77 Figura 41 – Resultados da medição de vibração 2011/2012 ..................................83 Figura 42 – Mapa de impacto risco...........................................................................92 Quadro 01 – Mapa de impacto risco...........................................................................67

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Faixas de aplicação dos compressores....................................... 31 Tabela 02. Relação de massas e inércias equivalente................................... 44 Tabela 03. Mapa impacto risco ...................................................................... 67 Tabela 04. Rersultados de vibração ............................................................. 78 Tabela 05. Resultados da medição de vibração 2011.................................. 80 Tabela 06. Resultados da medição de vibração 2012.................................. 81 Tabela 07. Tempo de manutenção................................................................ 89

LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Significado Unidades Inglesas

Unidades SI

F força lb N

k Constante elástica Lb/in. N/m

x Deslocamento in M

Up Energia potencial elástica

In.-lb J

M Massa ou Momento fletor

Lb-sec2/in ou lb-in. Kg. Ou N.m

kt Constante elástica torcional

Lb-in/rad N.m/rad

θ Constante deslocamento

angular

T Torque Lb-in N.m

J Momento de inércia polar

In4 M4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 1.1 OBJETIVOS .............................................................................................. 11 1.1.1Objetivo Geral......................................................................................... 11 1.1.2Objetivos Específicos.............................................................................. 11 1.2 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 11 2 MANUTENÇÃO............................................................................................ 14 2.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO....................................................................... 16 2.1.1 Manutenção Corretiva............................................................................ 16 2.1.2 Manutenção Preventiva.......................................................................... 17 2.1.3 Manutenção Preditiva............................................................................. 19 2.2 FERRAMENTAS E MÉTODOS DA MANUTENÇÃO............................... 21 2.2.1 Controladores de Pressão do Sistema................................................... 21 2.2.2 Medidores de Temperatura................................................................... 22 2.2.3. Ensaios com Líquidos Penetrantes........................................................ 22 2.2.4. Ensaios por Partículas Magnéticas ........................................................ 23 2.2.5 Análise Rápida de Óleo .......................................................................... 24 2.2.6 Análise de Vibrações .............................................................................. 25 3 COMPRESSORES....................................................................................... 26 3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS COMPRESSORES............................................. 26 3.1.1 Quanto a sua Aplicação......................................................................... 26 3.1.2 Quanto ao Princípio Construtivo dos Compressores............................. 27 3.1.3 Quanto ao Funcionamento..................................................................... 27 3.2 ESCOLHA DO COMPRESSOR................................................................ 30 3.3 COMPRESSORES DE PARAFUSO......................................................... 31 4 VIBRAÇÕES................................................................................................ 37 4.1VIBRAÇÕES DE MÁQUINAS................................................................... 50

4.2 O NÍVEL DE VIBRAÇÃO COMO INDICADOR DA SAÚDE DA MÁQUINA. 51 4.3 VIBRAÇÃO POR DESBALANCEAMENTO.............................................. 52 4.4 VIBRAÇÃO POR DANOS NOSROLAMENTOS E MANCAIS .................. 53 4.5 ROLAMENTOS DE ESFERAAS E DE ROLOS ........................................ 54 4.6 ANÁLISE DE VIBRAÇÕES........................................................................ 55 4.7 FONTES DE VIBRAÇÃO........................................................................... 56 5 MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES ........................................................................ 58 5.1 ESCOLHA DO INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO ....................................... 58 5.2 TRANSDUTORES PIEZELÉTRICOS....................................................... 59 5.3 ACELERÔMETRO.................................................................................... 60 5.4 ESTROBOSCÓPIO.................................................................................. 61 5.5 PONTOS DE MEDIÇÃO .......................................................................... 63 6 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 64 6.1 DADOS DO EQUIPAMENTO................................................................... 65 6.1.1 Medidor de Vibrações............................................................................ 65 6.2 MANUTENÇÃO DO COMPRESSOR....................................................... 67 6.3 MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES DO COMPRESSOR................................... 68 6.3.1 Medida de Vibração Radial do Motor do Compressor .......................... 69 6.3.2 Medida de Vibração Axial...................................................................... 71 6.3.3 Rolamentos do Compressor.................................................................. 73 6.3.4 Fixação.................................................................................................. 75

6.3.5 Rotores.................................................................................................. 76 7 RESULTADOS............................................................................................ 80 8 CONCLUSÃO............................................................................................. 85 ANEXO 1 MANUAL DE OPERAÇÃO E LISTA DE PEÇAS........................... 86 ANEXO 2 MAPA DE IMPACTO RISCO......................................................... 91 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 93

10

1 INTRODUÇÃO

Percebe-se que os compressores vêm sendo usados cada vez mais nas

indústrias com o objetivo de elevar a pressãodo ar para diversos fins, desde limpeza

de peças, calibragem de pneus, elevação de cargas, sistemas pneumáticos, entre

outros. De acordo com Rodrigues (1991, p.51.), os

compressores são utilizados para proporcionar a elevação de pressão de um gás ou escoamento gasoso. Nos processos industriais, a elevação de pressão requerida pode variar desde cerca de 1,0 atm até centenas ou milhares de atmosferas.

É necessário que o equipamento esteja funcionando corretamente para não

interferir na linha de produção ou no local que está sendo usado. Para isso o

equipamento necessita de uma manutenção regular, isto é, de tempos em tempos

deve se fazer uma avaliação do mesmo para que a manutenção correta possa ser

realizada.

Com a falta de manutenção o equipamento pode parar de funcionar a

qualquer momento. Isso pode ocasionar uma diminuição ou interrupção da

produção, um atraso nas entregas, perdas financeiras, gerar um aumento nos

custos, os produtos podem apresentar falhas ou defeitos de fabricação, os clientes

podem ficar insatisfeitos, pode ocorrer uma perda de mercado, entre outros.

Quando não se planeja a manutenção, a falha pode acontecer a qualquer

momento e quando ocorre é necessária a sua correção. A esse tipo de correção

chama-se manutenção corretiva.

Pelo contrário, quando a manutenção é planejada, as falhas podem ser

previstas, ou seja, pode se saber quando a falha irá ocorrer. Então, antes disso

acontecer, já se pode fazer a manutenção. Essa manutenção pode ser preventiva,

preditiva, detectiva, engenharia de manutenção e a manutenção produtiva total.

Segundo Pinto (et al., 2002), a manutenção preditiva pode ser descrita como

qualquer atividade de monitoramento que seja capaz de fornecer dados suficientes

para uma análise de tendências, emissão de diagnóstico e tomada de decisão.

Pode se dizer então, que a manutenção preditiva exige um conhecimento das

condições de cada um dos componentes das máquinas e dos equipamentos. Esses

11

dados podem ser obtidos através de um acompanhamento da máquina ou

equipamento para observar o desgaste que está ocorrendo.

É possível se fazer testes periódicos para ver se ocorreram variações em

alguma parte do equipamento, para que se possa determinar o tempo certo de

substituição dos componentes ou pode se fazer um monitoramento contínuo do

equipamento.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

- Compreender os efeitos da vibração sobre o compressor, compreender o

emprego das técnicas de manutenção preditiva.

1.1.2 Objetivos Específicos

-Estudar as técnicas de manutenção.

- Estudar o compressor e suas partes principais.

- Estudar formas de manutenção preditiva que detectem algum mau

funcionamento do equipamento.

- Estudar a técnica de análise de vibrações na manutenção preditiva de um

compressor.

- Identificar possíveis causas de falhas detectíveis pelos métodos de

manutenção preditiva de análise de vibrações.

- Realizar medições de vibrações do compressor para retirar dados para o

estudo.

1.2 JUSTIFICATIVA

O tema a ser estudado é a manutenção em um compressor industrial. O

interesse de estudar surgiu devido a necessidade de se fazer uma manutenção

correta e apropriada em um compressor para que sua vida útil seja aumentada

assim como também sua disponibilidade.

12

Uma melhor manutenção, a manutenção preditiva, pode verificar a ocorrência

de uma falha mesmo antes dela acontecer, isto é, pode se detectar quando o

equipamento vai apresentar algum problema e corrigi-lo antes que o mesmo surga.

Para isso deve se ter algum conhecimento sobre a manutenção, como é

realizada, onde se aplica, quais os tipos de manutenção existentes, qual melhor se

aplica para cada caso, e também deve se ter algum conhecimento sobre o

funcionamento de um compressor, quais sua aplicações e funções, ter

conhecimento sobre suas partes, e a função de cada uma delas.

É importante fazer a manutenção corretiva, preditiva e preventiva no

compressor para evitar sua quebra. A manutenção corretiva é feita somente quando

o equipamento quebra de uma hora para outra, quando isso acontece a fábrica e

sua produção param.

Para que isso não ocorra é importante fazer a manutenção preditiva no

compressor, ou seja, acompanhar ele de tempos em tempos para ver como está seu

funcionamento. Essa manutenção mantém o responsável pelo serviço a par de

como está o estado dos componentes do compressor e evita possíveis quebras.

Com a manutenção preditiva pode se fazer o uso completo dos componentes

do compressor, ou seja, somente substituí-los quando estão realmente no fim da sua

vida útil, economizando assim as trocas desnecessárias.

Só se interrompe o funcionamento da máquina quando é necessário fazer a

troca de algum componente, que com a manutenção preditiva, pode ser

programada, ou seja, fazendo um acompanhamento contínuo no compressor, pode

se ter uma previsão de uma possível quebra do equipamento, podendo assim já

agendar uma parada de máquina para a troca de peça.

Como a parada pode ser programada, pode se escolher um dia ou um

horário em que a fábrica não trabalha, evitando assim que a produção seja

interrompida por causa de um equipamento em manutenção.

As medições de vibração podem ser realizada sem que tenha que se fazer a

parada da máquina, não interrompendo assim a produção. Ela pode ser feita com a

máquina em movimento e somente é necessário parar o equipamento para trocar

algum componente. Sabendo a vida útil aproximada dos componentes a empresa

pode programar a próxima parada do equipamento para realizar a manutenção, e

sabendo o dia, ou os dias que o equipamento ficará parado, pode pensar em dar

13

férias coletivas aos funcionários que não irão atuar na manutenção, ou algo do

gênero.

Para a manutenção preditiva, a empresa em estudo faz a medição de

vibrações no equipamento de tempo em tempo. A medição de vibração é bem

prática e rápida de se fazer e economiza tempo com a manutenção.

14

2 MANUTENÇÃO

A manutenção pode ser definida, segundo o dicionário aurélio, como: as

medidas necessárias para a conservação ou permanência, de alguma coisa ou

situação, e ainda, os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e

permanente de motores e máquinas. Entretanto, tecnicamente pode ser mais

adequado definir manutenção como:

o conjunto de atividades e recursos aplicados aos sistemas e equipamentos, visando garantir a continuidade de sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazo, de custos e de vida útil adequados. (LIMA, 2006, p.1).

Nesta definição a manutenção é caracterizada como um processo que tem

como principal função o prolongamento de vida útil do equipamento ou sistema.

O tempo de vida útil designa o tempo durante oqual um dispositivo qualquer

(peça, componente, máquina, equipamento, sistema, circuito) deve operar de

maneira satisfatória, seguindo as especificações do projeto e com ampla segurança,

desde que seja sujeito a um processo de manutenção como é indicado nas

instruções do fornecedor, não sendo submetido a condições ambientais ou esforços

superiores aos limites especificados (NEPOMUCENO, 1999).

Apesar de em muitos casos ser vista como um mal necessário, a manutenção

tem um papel importante na empresa e também traz um retorno financeiro a mesma.

Nepomuceno (1999), afirma que a organização de manutenção deve ter seu

embasamento primordialmente em um plano bem elaborado, que deve ser estudado

com cuidado e objetividade e que leva em consideração todos os elementos da

instalação, mesmo os mínimos detalhes da organização e da metodologia

empregada, visando a obtenção de lucro. Para isso deve se reduzir os custos de

maneira eficiente.

Pode se observar que a manutenção e o lucro caminham juntos. Com a falta

de manutenção podem ocorrer grandes prejuízos que podem ser ocasionados por

uma simples quebra de uma máquina que não poderia parar a produção. Como essa

quebra não foi planejada, a empresa provavelmente não tem em estoque a parte do

15

equipamento quebrado e terá que entrar com um pedido para o fornecedor, o que

pode levar tempo e custar caro.

Segundo Nagao (apud CAPETTI, 2005), máquinas com um mau desempenho

que gastam tempo com manutenção não programada e ineficaz são motivos que

diminuem os lucros da empresa e geram uma perda na produção.

Se por outro lado, a empresa tivesse optado por uma manutenção no

equipamento, essa parada seria prevista e todas as providências para tal já seriam

tomadas. Assim, poderia se fazer a manutenção da máquina mesmo antes de ela

quebrar, já tendo os equipamentos certos em mãos para a troca planejada. Desse

modo, levaria menos tempo e não causaria tanto prejuízo à empresa.

Em qualquer caso, a manutenção tem como finalidade precípua conservar o equipamento, maquinário, instrumento e eventualmente prédios e fornecimento de utilidades em condições satisfatórias, para permitir a fabricação de artigos ou produtos cujo resultado final nada mais é que o lucro proveniente do trabalho executado. (NEPOMUCENO, 1999, p.14).

A manutenção também não sai barata e não é isenta de investimento

contínuo, pois para uma manutenção eficiente, é necessário ter um pessoal treinado

e competente na área. Apesar disso, a empresa deve visar uma melhoria contínua.

O importante não é apenas identificar e corrigir a falha que ocorreu ou irá

ocorrer no equipamento, pois assim essa falha pode vir a acontecer novamente

posteriormente. Deve se também estudar a origem do problema e a maneira como

aconteceu , ou seja, investigar suas causas para tomar providências quanto ao seu

surgimento, para que a mesma falha não retorne.

A manutenção possui algumas variações no que diz respeito a sua forma de aplicação. Ela pode ser feita para fazer uma correção, para prevenir uma eventual quebra ou mau funcionamento de um equipamento ou sistema para investigar e estimar a probabilidade de uma possível falha. (BÜCHNER, 2001, p.1).

Uma falha, de acordo com Nepomuceno (1999), é definida como qualquer

enguiço em um sistema ou circuito que permanece até que se tomem providências

corretivas.

Como pode se perceber existem diversas formas de se realizar a manutenção

em um equipamento, pode ser antes ou depois da quebra e também para uma

correção ao mau funcionamento.

16

2.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO

2.1.1 Manutenção Corretiva

Segundo Monteiro (2010), sabendo que uma máquina parada compromete

toda a produção, a manutenção corretiva é a primeira atitude a ser tomada para que

esta produção volte ao normal quando ocorre a quebra inesperada.

Os maiores valores em dinheiro associados a este tipo de manutenção são:

alto custo de estoque de peças sobressalentes, altos custos de trabalho extra,

elevado tempo de paralisação da máquina, e baixa disponibilidade de produção.

A manutenção corretiva visa corrigir, restaurar, recuperar a capacidade produtiva de um equipamento ou instalação, que tenha cessado ou diminuído sua capacidade de exercer as funções às quais foi projetado. (MONTEIRO, SOUZA e ROSSI, 2010, p.3).

A manutenção corretiva é a forma mais óbvia e primária de manutenção.

Pode se resumi-la em duas palavras: quebra-repara, ou seja, é o reparo dos

equipamentos após a avaria. Ela pode provocar:

Baixa utilização anual dos equipamentos;

Diminuição de vida útil dos equipamentos, máquinas e instalações;

Paradas para manutenção em momentos aleatórios e muitas vezes

inoportunos, por ser em épocas de pico de produção, ou de grande

demanda, ou até em épocas de uma crise geral.

De acordo com Mara (2004), nas indústrias que se utilizam de muitas

máquinas baratas e com os processos críticos de fabricação duplicados, as

máquinas normalmente funcionam até quebrar. A perda de produção não é muito

significativa e as máquinas reservas podem imediatamente dar continuidade à

produção. Existe um método de se medir a vibração que é abordada na seção 4

desse trabalho, mas neste caso, medir a vibração na máquina não ajudaria muito,

pelo fato de que não há vantagens econômicas ou de segurança em saber quando

uma falha irá ocorrer.

Existem, porém, casos de máquinas não duplicadas, ou processos não

duplicados, ou ainda equipamentos de alto custo de reposição e críticos para o

17

processo de fabricação onde é necessário um maior investivento na manutenção

para que o equipamento não pare.

As empresas que não tem uma manutenção programada e bem administrada

convivem com o caos. Monteiro (2010), defende que nunca haverá pessoal de

manutenção suficiente para atender às solicitações. Por isso, mais do que um

número grande de mantenedores, deve-se organizar bem as equipes de

manutenção, pois não se sabe quando serão solicitadas. Mesmo que tenha um

pessoal de manutenção em quantidade suficiente, não saberão o que fazer com os

mantenedores em épocas em que tudo caminha tranquilamente.

Às vezes é melhor deixar a máquina parar por quebra do que pará -la para uma manutenção preventiva. Esse procedimento, aparentemente errôneo, justifica-se pela simples razão de que tirar uma máquina da produção onera todos os custos de fabricação. Em síntese, a manutenção corretiva deverá continuar existindo. (MONTEIRO, SOUZA e ROSSI, 2010, p.5).

Como se pode observar, quando uma máquina é responsável por todos os

custos de fabricação, a técnica de manutenção preventiva não é aplicável, pois parar

essa máquina sem necessidade só para verificar se há algum problema causaria

uma parada na produção e, consequentemente, pode significar um prejuízo, e desta

forma opta-se pela manutenção corretiva e seus riscos.

2.1.2 Manutenção Preventiva

Com base em Mara (2004), em empresas que utilizam máquinas importantes

que não são totalmente duplicadas ou onde paradas inesperadas de produção

podem resultar em grandes perdas, as operações de manutenção são realizadas em

intervalos de tempo fixos. Este sistema é conhecido por Manutenção Preventiva, ou

mais corretamente, Manutenção Preventiva Baseado no Tempo. Os intervalos de

serviço são determinados estatisticamente pelo período medido a partir do instante

em que as máquinas estão novas ou em condições normais de serviço, até o ponto

crítico estabelecido pela equipe de manutenção. Quando se trabalha nesses

intervalos, geralmente, acredita-se que a maior parte das máquinas deve resistir ao

período do trabalho, entre intervenções. Nesse caso, pode-se esperar que as falhas

ocorram apenasocasionalmente.

18

“A Manutenção Preventiva caracteriza-se pela intervenção no equipamento,

bloqueando com antecedência as causas potenciais de falhas através de ações em

intervalos fixos de tempo”. (PAULA apud PINTO E XAVIER, 2006, p. 21).

A experiência demonstra que na grande maioria dos casos, a manutenção

preventiva com base no tempo é antieconômica e não elimina a possibilidade das

falhas inesperadas ocorrerem no período, sendo que a taxa de falha de muitas

máquinas não é melhorada com a substituição regular de partes gastas. Pelo

contrário, a confiança nas máquinas recém-trabalhadas é reduzida,

temporariamente, devido a interferência humana.

Porém, a manutenção preventiva também apresenta aspéctos positivos, que

segundo Gomes (2009), podem ser:

Redução de custos: na sua grande maioria as empresas buscam reduzir os

custos incidentes nos produtos que fabricam. A manutenção preventiva pode

colaborar atuando nas peças sobressalentes e nas paradas de emergência.

Qualidade do produto: A concorrência no mercado nem sempre ganha com

o menor custo. Muitas vezes ela ganha com um produto de melhor qualidade. Para

atingir uma boa qualidade de produto, a manutenção preventiva deverá ser aplicada

com maior rigor, ou seja, as máquinas deficientes devem ser eliminadas ou devem

se tornar eficientes.

Aumento de produção: O aumento de produção de uma empresa pode se

resumir em atender à demanda crescente do mercado. Deve se manter a fidelidade

dos clientes já cadastrados e conquistar outros, mantendo os prazos de entrega dos

produtos em dia.

Efeitos no meio ambiente: Em certas empresas, o ponto mais crítico é a

poluição causada pelo processo industrial. Se a meta da empresa for a diminuição

ou eliminação da poluição, a manutenção preventiva deverá dar o destino correto

aos resíduos resultantes da manutenção, óleo, graxa, peças, entre outros.

Aumento da vida útil dos equipamentos: O aumento da vida útil dos

equipamentos na maioria das vezes não vem só de um fator e sim de diversos

fatores, são eles: redução dos custos, qualidade do produto, aumento de produção e

efeitos do meio ambiente.

Como não é possível prever o padrão de falha real para cada máquina, a

manutenção preventiva baseada no tempo não pode ser eficientemente aplicada.

Torna-se necessário, então, um método que particularize cada máquina, e esta é a

19

tendência moderna aplicada à manutenção de máquinas, conhecida como

manutenção preditiva.

2.1.3 Manutenção Preditiva

Nenhum equipamento ou máquina funciona em tempo integral e sem

paradas, ou interrupções. Todo equipamento em algum momento, vai parar de

funcionar. Isso pode ser de forma planejada ou não planejada.

A manutenção planejada é a melhor forma de se parar uma máquina em

funcionamento. Para se fazer isso, não basta apenas parar a máquina, essa parada

exige um estudo sobre como será feita.

É indesejável ter que parar uma máquina no meio da produção, mas é pior

ainda se a máquina para por conta própria por algum dano, desgaste ou mau

funcionamento. Por isso adota-se a manutenção preditiva, e com ela pode sedefinir

o melhor dia para a parada da máquina.

Segundo Pinto (et al., 2002), a manutenção preditiva pode ser definida como

qualquer atividade de monitoramento que seja capaz de fornecer dados suficientes

para uma análise de tendências, emissão de diagnóstico e tomada de decisão.

A manutenção preditiva, segundo IAEA (International Atomic Energy Agency)

( 2007 apud MARAN, 2011), consiste na inspeção e medição de parâmetros de

funcionamento de máquinas e sistemas através de aparelhos específicos, que foram

especialmente desenvolvidos para essa finalidade. Sabendo que todos os

componentes se deterioram com o uso, com esses aparelhos é possivel

acompanhar um defeito de funcionamento ao decorrer do tempo, avaliar sua

tendência de aumentar, e escolher um melhor momento para a aplicação da

correção antes da falha.

De acordo com Pinto (et al, 2002), a manutenção preditiva não é absoluta e

nem todos os equipamentos devem ser tratados do mesmo jeito. Cada equipamento

requer a manutenção que melhor se adapte para o mesmo.

Cada equipamento tem sua própria forma de manutenção e exige um

conhecimento específico sobre o mesmo. Sendo assim, ela não pode ser

considerada como um todo, mas precisa ser considerada específica para cada caso.

20

Em praticamente todos os casos a Manutenção é simplesmente tolerada como um mal necessário, já que as máquinas vão se quebrar e então, alguém deve consertá-las, [...]. Embora a manutenção seja considerada como um “mal necessário”, as suas funções e a sua importância é percebida imediatamente quando a mesma falha. (NEPOMUCENO, 1999, p.2).

Com base em Nepomuceno (1999), a manutenção preditiva tem como

finalidade estabelecer quais são os parâmetros que devem ser escolhidos em cada

tipo de máquina ou equipamento, numa instalação industrial qualquer, em função

das informações que as alterações de tais parâmetros fornecem o estado mecânico

de um determinado componente.

O uso da manutenção preditiva gera resultados bastante diferenciados

comparada a manutenção preventiva, alguns dos benefícios principais segundo

(SULLIVAN et al.,2010; IAEA, 2007; CHIMACK; AARDSMA; NOVOSEL, 2006, apud

MARAN, 2011) são:

8 a 12% de redução de custos em relação à manutenção preventiva;

30 a 40% de redução de custos em relação à manutenção corretiva;

35 a 40% de redução nos tempos de parada para manutenção;

Eliminação de 70 a 75% das paradas não programadas;

20 a 25% de incremento na capacidade de produção.

Pontos positivos e negativos da manutenção preditiva

Os pontos positivos da manutenção preditiva, segundo Maran (2011), são:

Eliminação da maioria dos aspectos negativos da manutenção corretiva e

preventiva;

Total integração com o planejamento dos recursos. Reforça as ações

preventivas/constante avaliação dos riscos;

Somente são realizados os reparos necessários;

Reduz as interrupções de funcionamento;

Reduz o risco de falhas catastróficas;

Previne e diminui a ataxa de falhas;

Aumenta a vida útil do ativo e diminui seu custo de ciclo de vida;

Aumenta a capacidade de programação de serviços permitindo melhor

aproveitamento de recursos e pessoal;

21

Melhora o desempenho/eficiência;

Diminui perdas de energia e insumos;

Aumenta a confiabilidade e disponibilidade;

Aumenta a produtividade;

Melhora a qualidade dos produtos;

Reduz os custos com mão de obra e peças;

Melhor aproveitamento da eficiência geral das instalações.

Os pontos negativos, segundo Maran (2011), são:

Necessidade de bom treinamento e certificação para o pessoal técnico;

Dificil aplicação a ativos com características pouco conhecidas;

Risco na determinação dos intervalos de inspeção para acompanhamento da

evolução de um defeito após sua detecção.

Oferece riscos ádeterminação dos parâmetros de alerta, alarme e máximos

admissíveis antes da falha;

Exige muito planejamento de serviços e administração de materiais.

2.2 FERRAMENTAS E MÉTODOS DA MANUTENÇÃO

2.2.1 Controladores de Pressão do Sistema

A pressão do sistema deve ser controlada para que trabalhe sempre na

pressão adequada. Qualquer desajuste do sistema, segundo Nepomuceno (1999),

poderá provocar desuniformidades do produto final, que pode comprometer sua

qualidade, ou também perder toda a produção.

Os manômetros são instrumentos reponsáveis por medir a pressão. Os

pressostatos são instrumentos que a mantêm dentro dos limites pré determinados,

ligando ou desligando algum dispositivo que corrige a pressão quando os limites

máximo e mínimo forem atingidos. Um pressostato é, em realidade, uma chave

comutadora liga/desliga ou vice-versa, que é acionada por um sistema. Possui um

sensor elástico, que ao receber pressão, produz um deslocamento que aciona uma

ampola de mercúrio ou uma micro-chave de capacidade até 20 A, que através de

relés pode acionar bombas, queimadores, entre outros.

22

2.2.2 Medidores de Temperatura

Existem diversos instrumentos que servem para medir a temperatura. Dentre

os quais, Nepomuceno (1999), cita alguns, a saber:

Termômetros de sistema-cheio: são na realidade manômetros dotados de um

dispositivo que gera determinada pressão interna ao receber determinada

temperatura.

Termômetros expansão de mercúrio: estão sendo pouco usados, por se

utilizarem de mercúrio que pode causar danos fatais à pessoas e aos

equipamentos. O mercúrio também, por sua alta densidade, provoca erros de

leitura quando o bulbo do termômetro é instalado em nível superior ou inferior

ao do instrumento, tornando inevitável o reajuste de zeragem.

Termômetros bimetálicos: Funcionam com a deformação de uma tira

composta de dois metais de diferentes coeficientes de dilatação, quando

submetida a temperatura acima ou abaixo da temperatura ambiente.

Termistores: São feitos de óxidos metálicos tratados teoricamente que se

diferem dos resistores normais por possuirem um coeficiênte de resistência

de temperatura negativo.

Pirômetros: Utilizam um sistema ótico que focaliza a energia radiada de um

corpo sobre um sistema sensor.

Termografia: Utiliza materiais luminescentes e a distribuição de temperatura

sobre a superfície é convertida em padrão de brilho, que pode ser observado

diretamente ou gravado fotograficamente.

2.2.3 Ensaios com Líquidos Penetrantes

Para Nepomuceno (1999), esse princípio baseia-se na capacidade de certos

líquidos em “molhar” a superfície dos materiais e penetrar em cavidades

superficiais de magnitude microscópica. O processo está assentado nos

princípios de capilaridade e alta tensão superficial presentes nestes materiais e

que atuam em constante compromisso mútuo.

Com esse processo pode se detectar com bastante segurança, fissuras e

trincas abertas à superfície em práticamente qualquer material, através dos

“borrões” no revelador formados pelo líquido que penetrou nas fissuras.

23

Os líquidos penetram nas aberturas e permanecem no seu interior inclusive

após a limpeza e são extraídos através da ação da cobertura absorvente do

revelador.

A eficácia do processo depende do penetrante, que deve apresentar

propriedades de fluência adequado do material, ser apto a formar uma cobertura

contínua e razoavelmente uniforme, migrar para o interior das cavidades abertas

à superfície pela ação e não introduzir efeitos que prejudiquem o material que

esta sendo ensaiado.

O método basicamente se implica nas seguintes providências:

I. Limpeza completa e adequada do componente ou material a ser

ensaiado.

II. Aplicação do penetrante e espera do tempo de penetração adequado

ao mesmo.

III. Remoção ou retirada do excesso de penetrante.

IV. Aplicação do revelador sobre a superfície do componente sendo

ensaiado e espera do tempo adequado de revelação, de acordo com

as especificações do fabricante.

V. Exame visual das indicações que se apresentam, seguida de

interpretação das mesmas.

VI. Remoção ou limpeza pós inspeção do material que permaneceu com

resíduo.

2.2.4 Ensaios por Partículas Magnéticas

Com base em Nepomuceno (1999), o método de partículas magnéticas é um

método superficial que destina a detectar preferencialmente descontinuidades

superficiais ou abertas á superfície dos materiais e somente se aplica a materiais

ferromagnéticos, isto é, ferro, níquel, cobalto e suas respectivas ligas.

O método se fundamenta no fato de que quando um material ferromagnético

é magnetizado, as descontinuidades localizadas preferivelmente transversais à

direção do campo magnético provocam o aparecimento de um campo magnético,

denominado de campo magnético de fuga. Sua presença e de descontinuidades é

detectada pela aplicação de diminutas partículas ferromagnéticas sobre a superfície

da peça ensaida.

24

Assim, as partículas são atraídas pelo campo magnético de fuga e

acumuladas sobre a descontinuidade, formando uma indicação que a torna visível.

Pelo fato da descontinuidade aparecer claramente delineada diretamente na

superfície da peça, pode-se determinar perfeitamente o seu comprimento e se ter

uma noção aproximada de sua profundidade, já que quanto maior sua profundidade,

maior será o acúmulo de partículas que formam a indicação.

2.2.5 Análise Rápida de Óleo

De acordo com Nepomuceno (1999), a análise rápida de óleos lubrificantes

usados tornou-se um dos principais itens dos programas de manutenção que foram

adotados por diversos operadores de equipamentos industriais. Isso devido ao alto

custo de mão de obra e dos componentes mecânicos, juntamente com o prejuízo de

uma paralisação de equipamentos por avarias relacionadas ao lubrificante ou de

origem mecânica.

A análise de óleo não deve ser considerada como um meio específico de

determinar intervalos de drenagem do óleo, ou como base para seleção de

determinado tipo de lubrificante. Essas decisões cabem ao supervisor de

manutenção e ao engenheiro de lubrificação juntamente com o estudo das

recomendações do fabricante.

Os dados da análise serão muito usados, pelo supervisor de manutenção

para programar inspeções preventivas e confirmar se o lubrificante está em

condições de continuar o serviço, dentro do período estabelecido para a drenagem

do óleo.

Num programa de análise rápida de óleo, o passo inicial é obter uma amostra

que seja representativa do lubrificante existente no sistema. Para que os resultados

das análises sejam válidas e tenham utilidade, as amostras devem ser colhidas com

o óleo fluindo no sistema, na temperatura de operação.

Em seguida o óleo é enviado para um laboratório e varios testes são

realizados com este óleo, dentre eles alguns são: quantidade de água no óleo, odor,

aparência, viscosidade entre outros.

25

2.2.6 Análise de Vibrações

Existe um método de manutenção preditiva que consiste em identificar

características do sinal vibratório que possam ser utilizadas para conhecimento das

características do sistema. A análise direta da vibração no tempo, normalmente, não

apresenta muita informação útil. É necessária que ela seja processada

adequadamente para que as suas características sejam identificadas. A análise de

vibrações e as ferramentas que ela utiliza é melhor descrita no item 4.6 desse

trabalho.

26

3 COMPRESSORES

Os compressores, segundo Silva (2009), são utilizados nas mais diversas

aplicações industriais, desde o enchimento de pneumáticos, passando pelos

processos petroquímicos, transporte de gases, compressão submarina na produção

de petróleo e para obter gases puros para indústrias alimentícias, farmacêuticas e

de aplicações hospitalares.

Com base em Rodrigues (1991), os compressores são utilizados para

proporcionar a elevação da pressão de um gás ou de um escoamento gasoso. Nos

processos industriais, essa elevação da pressão requerida pode variar desde menos

de 1,0 atm até centenas ou milhares de atmosferas.

O seu vasto campo de aplicação, suas características específicas, como ação

corrosiva do gás, nível de contaminação presente, temperatura, pressão e vazões

requeridas e também uma legislação cada vez mais restritiva, têm exigido dos

fabricantes de compressores o seu constante desenvolvimento, no sentido de

disponibilizar para o mercado compressores cada vez mais eficientes.

De acordo com Rocha (2005), deve se tomar várias decisões quanto a

seleção de um sistema de ar comprimido, para se obter um melhor desempenho e

também uma melhor economia.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS COMPRESSORES

3.1.1 Quanto a sua Aplicação

Os compressores podem ser classificados quanto a sua aplicação em:

compressores de ar para serviços ordinários, compressores de ar para serviços

industriais, compressores de gases ou de processos, compressores para instalação

de refrigeração, bombas para vácuo.

27

3.1.2 Quanto ao Princípio Construtivo dos Compressores

Os compressores podem ser classificados quanto ao seu princípio construtivo

como compressores volumétricos, que também são conhecidos como compressores

de deslocamento positivo, onde a elevação de pressão é obtida pela redução do

volume ocupado pelo fluido, turbo compressores ou compressores dinâmicos, nos

quais a elevação de pressão é obtida pela transformação da energia cinética do gás

em energia de pressão.

3.1.3 Quanto ao Funcionamento

Figura 01. Diagrama dos tipos de compressores

Fonte: MARQUES, C. A. DIAS, J. S. Compressores. 2008

Compressores volumétricos ou de deslocamento positivo

A elevação de pressão, segundo Rodrigues (1991), é conseguida através da

redução do volume ocupado pelo gás. Na operação destas máquinas podem ser

identificadas diversas fases, que constituem o seu ciclo de funcionamento:

inicialmente uma quantidade de gás é admitido no interior de uma câmara de

compressão que sofre redução de volume.

28

Em seguida, a câmara é aberta e o gás é liberado para consumo. A

compressão acontece em sistema fechado, ou seja, sem qualquer contato entre a

sucção e descarga. Um compressor alternativo é mostrado na Fig. 02 a seguir.

Figura 02. Compressor alternativo. Fonte: BRANCA, R. (s.d.)

Compressores dinâmicos ou turbocompressores

Estes possuem dois órgãos principais, segundo Rodrigues (1991), o

impelidor e difusor. O primeiro é um órgão rotativo com pás que transfere ao gás a

energia recebida de um adicionador.

O escoamento estabelecido no impelidor é recebido por um órgão fixo

denominado difusor, que tem a função de promover a transformação da energia

cinética do gás, com um ganho de pressão. Os compressores dinâmicos fazem o

processo de compressão de forma contínua. Um turbocompressor é mostrado na

Fig. 03 a seguir.

29

Figura 03. Turbocompressor. Fonte: NICE, K. 2000.

A Fig. 04 abaixo mostra um turbocompressor que é utilizado em motores de

equipamentos agrícolas.

Figura 04. Instalação doturbocompressor em um motor de trator. Fonte: Autoria própria.

As Fig. 05 e 06 demonstram o funcionamento de um turbocompressor.

30

Figura 05. Funcionamento do turbocompressor. Fonte: NICE, K. 2000.

Figura 06. Seção do compressor. Fonte: NICE, K. 2000.

3.2 ESCOLHA DO COMPRESSOR

A Tabela 1 mostra os limites que os diversos tipos de compressores podem

atingir, em relação a máxima pressão final ou de descarga (P2), vazão aspirada, e

relação de pressão máxima inicial pela final. Pode se observar que os valores

variam bastante de um tipo para outro, isso porque cada compressor tem a sua

característica e nesta se destaca.

31

Compressor Vazãoaspirada

(m3/min) P2 máx (Mpa) P1/P2 máx

Alternativos até 250 250 ou mais 4,0 (por cilíndro

Palhetas 2 a 80 0,9 4,0 (por carcaça)

Parafusos 10 a 700 4,5 4,0 (por carcaça)

Centrífugos 50 a 2800 70 10,0 (por carcaça de múltiplos estágios)

Axiais 1500 a 25000 1 6,0 (por carcaça de múltiplos estágios)

Tabela 1. Faixas de aplicação dos compressores Fonte: Adaptado de Rodrigues, Paulo Sergio B. Compressores Industriais, 1991.

A demanda por compressores cresceu bastante nos últimos tempos. De

acordo com Mecabô (2007, p. 16),“no fim do século XIX, uma vasta gama de

aplicações industriais para compressores centrífugos se desenvolveu quando a

indústria necessitou de grandes volumes de ar pressurizado”.

3.3 COMPRESSORES DE PARAFUSO

Compressores de parafuso mantém seu comportamento estável quando sua

carga varia. São do tipo volumétrico rotativo:

Os compressores de parafuso são do tipo volumétrico rotativo. Foram desenvolvidos durante os anos 30, quando se necessitou de compressores que produzissem altas vazões e que mantivessem o comportamento estável quando houvesse variação de carga. (ROCHA, 2005, p. 45).

A Fig. 07 a seguir mostra algumas partes de um compressor de parafuso.

32

Figura07. Compressores rotativos de parafusos Fonte: Marques, Dias. Compressores. 2008

Segundo Pillis (2001), o compressor de parafuso típico, selado com óleo, é

uma máquina de deslocamento positivo com dois rotores acoplados, que são

montados em mancais para fixar suas posições na câmara de trabalho em uma

tolerância estreita em relação à cavidade cilíndrica. O rotor macho tem um perfil

convexo, já a fêmea possui um perfil côncavo, ambos tem a forma semelhante a

uma rosca sem fim, com diferentes números de lóbulos nos rotores macho e fêmea,

geralmente os rotores macho têm 4 e os fêmeas 6 lóbulos.

Um rotor transfere o torque diretamente para o outro rotor com o sentido de

rotação fixo. O dispositivo de acionamento se conecta geralmente ao rotor macho,

que é responsável por acionar o rotor fêmea por meio de uma película de óleo.

A Fig. 08 logo a seguir mostra a geometria básica de um compressor de

parafuso.

33

Figura 08. Geometria básica do compressor parafuso Fonte:Pillis, Compressores Parafuso (2001)

Com base em Pillis (2001), pode se afirmar que o ciclo de operação do

compressor de parafuso possui três fases distintas, são elas: sucção, compressão e

descarga.

A sucção acontece quando os rotores estão girando e os espaços entre os

lóbulos então se abrem e aumentam o seu volume, como é possível observar na Fig.

09. O gás é succionado através da entrada e em seguida preenche o espaço entre

os Lóbulos. Quando esse espaço alcança seu volume máximo a entrada é fechada

com o próprio giro dos rotores.

34

Figura 09. Processo de sucção

Fonte:Pillis, Compressores Parafuso (2001)

Duas cavidades helicoidais formadas pelos lóbulos e a câmara onde os

rotores giram, armazenam o ar que foi admitido na sucção. Pode se definir como

volume de sucção aquele que é armazenado nos dois lados e também ao longo do

comprimento dos rotores.

Já na compressão ocorre o encaixe dos lóbulos, do rotor macho nas ranhuras

e do rotor fêmea no fim da sucção, localizada na parte de trás do compressor. Uma

cunha em forma de V une os gases dos rotores representados pelos círculos, como

mostrado na Fig 10.

35

Figura 10. Processo de compressão Fonte: Pillis, Compressores Parafuso (2001)

Logo em seguida, com a rotação do compressor, inicia-se a redução de

volume, ocorrendo assim a compressão do gás.

De modo suscinto, segundo Rodrigues (1991), a compressão ocorre da

seguinte forma: A conexão do compressor com o sistema se faz através das

aberturas de sucção e descarga, diametralmente opostas. A Fig. 11 mostra o

processo de descarga.

Figura 11. Processo de descarga Fonte:Pillis, Compressores Parafuso (2001)

36

O gás penetra pela abertura de sucção e ocupa os espaços entre os filetes

dos rotores. A partir do momento do engrenamento de um determinado filete, o gás

nele contido fica entre o rotor e as paredes da carcaça.

A rotação faz então com que o ponto de engrenamento vá se deslocando

para a frente, reduzindo o espaço disponível para o gás, provocando sua

compressão. Finalmente é alcançada a abertura de descarga e o gás é liberado.

37

4 VIBRAÇÕES

Segundo Soeiro (2008), a vibração está presente muito antes dos primeiros

tempos da história da humanidade. Instrumentos como apitos e tambores tem no

seu princípio de funcionamento um problema vibratório como essência.

A partir do momento em que foi percebido uma certa harmonia entre os

diversos sons produzidos por martelos em uma forjaria, Pitágoras estabeleceu um

metodo racional de medir frequências sonoras, podendo ser considerado como

fundador da acústica, realizando experiências com vários instrumentos, como

martelos, cordas, tubos, fundando assim um laboratório de vibrações.

Soeiro (2008), descreve a vibração ou oscilação como qualquer movimento

que se repete, de maneira regular ou irregular, depois de um intervalo de tempo.

De acordo com Rao (2008), as vibrações se dividem em livres e forçadas:

vibrações livres ocorrem em um sistema que após a perturbação inicial continua a

vibrar por conta própria. Nenhuma força externa age sobre o sistema. Pode se tomar

o pêndulo simples como exemplo. Já as vibrações forçadas ocorrem em um sistema

sujeito a uma força externa, muitas vezes uma força repetitiva. Como exemplo é

possível citar os motores a diesel.

As vibrações podem ser classificadas da seguinte forma, segundo Soeiro

(2008):

Vibrações livres: Causadas por condições iniciais de movimento, ou

seja, deslocamento inicial e/ou velocidade inicial.

Vibrações forçadas: causadas por uma força ou torque externos; as

oscilações persistem durante a aplicação dos mesmos e uma vez

cessada essas excitações, o sistema entra em vibração livre.

Vibrações não amortecidas: não há perda de energia. Se for vibração

livre, a amplitude de vibração não diminuirá, e o sistema irá vibrar

indefinidamente. Se a vibração for forçada, a energia do sistema é

reposta pela excitação, podendo ocorrer até aumento da amplitude de

vibração.

Vibrações amortecidas: há perda de energia por atrito. Sendo a

vibração livre, haverá sempre diminuição da amplitude de vibração e o

sistema tenderá a parar na posição de equilíbrio. Sendo a vibração

38

forçada, poderá haver ou não diminuição da amplitude de vibração,

pois há reposição de energia no sistema pela excitação.

Vibrações lineares: obedecem ao princípio de superposição dos

efeitos, ou seja, existe uma proporcionalidade entre excitação e

resposta.

Vibrações não lineares: não obedecem ao princípio da superposição.

O princípio da superposição é demonstrado da Fig. 12 a seguir.

Figura 12. Princípio da superposição de efeitos Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

O procedimento para análise para o caso não linear esta demonstrado na Fig.

13 a seguir.

39

Figura 13. Procedimento para análise para o caso não linear Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

Vibrações determinísticas: a magnitude da excitação é conhecida para

qualquer tempo dado, então, a resposta é previsível e denominada

determinística. Como apresenta a Fig. 14.

Vibrações aleatórias: a magnitude da excitação em um dado tempo não

pode ser determinada e, neste caso, a resposta é aleatória, ou seja, ela

somente pode ser descrita em termos de quantidades estatísticas.

Representado pela Fig. 15.

40

Figura 14. Excitação determinística Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

Figura 15. Excitação aleatória Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

Com base em Rao (2008, p. 6),

qualquer movimento que se repita após um intervalo de tempo é denominado vibração ou oscilação. O balançar de um pêndulo e o movimento de uma corda dedilhada são exemplos de vibração. A teoria de vibrações trata do estudo de movimentos oscilatórios de corpos e as forças associadas a eles.

Segundo o autor, um sistema vibratório inclui um meio que armazena a

energia potencial (mola, ou elasticidade), outro para armazenar a energia cinética

41

(massa ou inércia) e um sistema de perda gradual de energia (amortecedor). A

transferência alternada da energia potencial para energia cinética e vice-versa

resulta na vibração.

De acordo com Soeiro (2008), a vibração é um processo de troca de energia

mecânica, nas formas de energia cinetica (associada a velocidade), energia

potencial (associada a deformação e à gravidade). A elasticidade é uma

característica que se relaciona com a capacidade do sistema de armazenar energia

potencial elástica. Já a inercia está ligada a capacidade de armazenamento de

energia cinetica e energia potencial gravitacinonal. O amortecimento provoca as

perdas de energia em função das restistências passivas provocadas pelo atrito. Os

parâmetros de um sistema vibratório são:

Massas ou inércias: Armazenam energia potencial gravitacional e

energia cinética, sendo que a energia cinética pode ser de translação

e/ou rotação.

Molas: Armazenam energia potencial elástica, associada à deformação

elástica que o corpo sofre.

Amortecedores: Dissipam energia mecânica sob forma de calor e/ou

som.

Mola

Segundo Soeiro (2008), nos sistemas com parâmetros concentrados,

considera-se que a mola não possui nenhum mecanismo de dissipação de energia

e nem massa. Trata-se portanto de uma representação física que não tem nada a

ver com o elemento mecânico mola, pois este por si só pode ser representado pelos

três elementos básicos usados no modelo físico do sistema, ou seja, mola,

amortecedor e massa. As molas podem ser translacionais ou torcionais.

Mola Translacional: Opõe-se ao deslocamento relativo translacional, mostrado na

Fig. 16, que provoca na mola uma força de restauração e uma energia potencial

elástica dadas por:

F=k.x = k(x1-x2) e Up = ½.kx2 (1.1)

42

Mola Torcional: Opõe-se ao deslocamento relativo angular, mostrado na Fig. 16, que

provoca na mola um torque de restauração e uma energia potencial elástica dados

por:

M=kt.Ɵ= kt (Ɵ1- Ɵ2) e Up = ½.kt.Ɵ2 (1.2)

Figura 16. Deformação de um elemento de mola translacional (a) e rotacional (b) Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

De acordo com Soeiro (2008), as molas podem ser lineares ou não lineares.

As lineares obedecem a Lei de Hooke, ou seja, apresentam uma deformação

proporcional ao carregamento que sofrem, ao contrário das não lineares. O

coeficiente de rigidez de uma mola linear ou não linear é determinado através da

seguinte equação:

k=dF/dx e kt= dT/dƟ (1.3)

Na mola linear o coeficiente de rigidez é constante e na não linear ele varia

com a intensidade da força, ou do torque aplicado. A Fig. 17 mostra o

comportamento das molas linar e não linear.

43

Figura 17. Mola linear e não linear Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

Massa e/ou inércia rotativa

Soeiro (2008), afirma que em sistemas com parâmetros concentrados

considera se que a massa ou a inércia rotativa não possui nenhum mecanismo de

dissipação de energia e nem se deforma, apresentando assim um comportamento

de corpo rígido. Trata-se de uma representação física que simplifique a abordagem

matemática do problema.

A força aplicada à massa é igual ao produto dela pela aceleração, e o

trabalho feito sobre a mesma é armazenada na forma de energia cinética. Assim,

para deslocamentos de translação x e rotação Ɵ, tem se:

F=mx” e T = 1/2mx’2 1.4

M=JƟ” e T= 1/2JƟ’2 1.5

É comum existirem mais de uma massa ou inércia associadas em um

sistema. O sistema com 1 grau de liberdade possui apenas uma massa ou inércia,

por isso deve se encontrar uma massa ou inércia fictícia equivalente as dadas. Para

isso usa-se o princípio da conservação da energia cinética:

Teq= ½ meqx’2 ou Teq= ½ JeqƟ’2 1.6

Teq= Tsistema

44

A tabela 02 a seguir mostra as relaçãos de algumas massas equivalentes.

Tabela 02. Relação de massas e inércias equivalentes. Fonte: SOEIRO, S.Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de

rotores. 2008.

Amortecedores

É o componente do sistema elástico que opõe resistência ao movimento

vibratório, dissipando a energia. Não possui massa nem rigidez. Na prática existem

diversas formas de dissipar energia (amortecimento) dos sistemas sob forma de

calor ou som, e com isto tem se diversos modos de amortecimento, são eles

segundo Soeiro (2008):

Amortecimento viscoso: é o que mais ocorre na prática da engenharia,

caracterizando se pelo atrito de um sólido (peça) e um fluido (óleo lubrificante)

interposto entre as peças móveis do sistema. O fluido apresenta alta

viscosidade, sendo a força de atrito viscoso proporcional á velocidade relativa

entre o sólido e o fluido.

F= cx’ ou M=ctƟ’ 1.7

c e ct são coeficientes de amortecimento viscoso, cujas unidades no sistema

internacional são N.s/m e N.s.m/rad, respectivamente.

45

Amortecimento seco ou de Coulomb: é o atrito entre dois sólidos com

muito pouca ou nenhuma lubrificação. A força de amortecimento é igual a

força de atrito entre as superfícies.

F = µN (Constante) 1.8

µ é o coeficiente de atrito dinâmico e N é a força normal entre as superfícies.

Amorteciemento estrutural ou material ou Histerético: Ocorre pelo atrito

interno entre as moléculas quando o sólido é deformado, fazendo com que a

energia seja dissipada pelo material sob a forma de calor e/ou som. A medida

desse amorteciemento é dada pela amplitude X da tensão reinante durante a

deformação.

Movimento harmônico

O movimento harmônico, segundo Soeiro (2008), é um movimento que se

repete após certo intervalo de tempo, chamado de período (T). É a forma mais

simples com que a vibração se apresenta. A Fig. 18 apresenta um diagrama de

deslocamento x em relação ao tempo t que representa um movimento harmônico.

Figura 18. Movimento harmônico. Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de

rotores. 2008.

46

O movimento representado na Fig. 19 é expresso pela equação:

x= Asen(wt) 1.9

se a origem do movimento não coincidir com sen (wt) = 0

x= A sen(wt+ɸ) 1.10

nas equações 1.9 e 1.10, A é a amplitude de oscilação, medida a partir da posição

de equilibrio da massa, w é a velocidade angular (ou frequência circular) expressa

em rad/s e o ɸé o ângulo de fase medido em rad.

O período T é medido em segundos e seu inverso é a frequência de vibração

f, expressa em Hz. T, w e f estão relacionados de acordo com a equação:

w= 2π/T = 2πf 1.11

A velocidade e aceleração de um movimento harmônico são obtidos

derivando-se a expressão matemática do deslocamento. Tomando como referência

a Eq. 1.9 chega-se a:

v=x’=wAcos(wt) = wAsen(wt+π/2) 1.12

a= x”= -w2Asen(wt) = w2Asen (wt+π) 1.13

A Fig. 18apresentada anteriormente mostra uma representação das três

variáveis que descrevem o movimento harmônico, o qual corresponde ao movimento

vertical da haste do mecanismo da Fig. 19.

47

Figura 19. Deslocamento, velocidade e aceleração num movimento harmônico. Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de

rotores. 2008.

Com isso constata-se que a velocidade e a aceleração também são

harmônicas, com a mesma frequência de oscilação do deslocamento, porém

defasados de π/2 e π, respectivamente. Quanto maior for w, maior serão os valores

de amplitude de vibração em velociade e aceleração. Quando pretende-se trabalhar

com aceleração, as frequências mais altas evidenciarão mais os níveis de vibração,

e, consequentemente, irão esconder os níveis de vibração de frequências mais

baixas.

Frequência natural

De acordo com Rao (2008, p. 25),

Se, após uma perturbação inicial, um sistema continuar a vibrar por si próprio sem a ação de forças externas, a frequência com que ele oscila é conhecida como sua frequência natural.

Segundo MHF (s/a) a frequência natural de cada objeto depende da sua

massa e rigidez. Aumentando a massa (ou peso) de um objeto se reduz ou abaixa

sua frequência natural. Aumentando a rigidez do objeto, como por exemplo, esticar

mais uma corda de um violão, aumenta ou sobe a frequencia natural.

48

O fato de que cada objeto possuir uma frequência natural não implica em um

problema. Porém, a coincidência de uma frequência natural da máquina somada a

uma frequência inerente do funcionamento dela pode ocasionar um problema de

vibração exessiva, denominado de ressonância.

Ressonância

Sempre quando a frequência natural de vibração de uma máquina ou estrutura coincide com a frequência da força externa atuante, ocorre um fenômeno conhecido como ressonância, que leva a grandes deformações e falhas mecânicas. (SOEIRO 2008, p.5).

Do ponto de vista da vibração, a ressonância atua como um amplificador

mecânico. Mesmo forças pequenas ou normais tais como desbalanceamento

residual, ou desalinhamento, as forças hidráulicas ou aérodinâmicas, ou ainda as

forças magnéticas em motores, que normalmente resultam em pequenas ou

insignificantes vibrações, podem ter amplitudes de vibração extremamente altas se

uma delas excitar uma condição de ressonância (MHF) (s/a).

Segundo MHF (s/a), a ressonância é causa comum de vibrações excessivas

de máquinas por elas apresentarem diversos elementos diferentes, como

tubulações, mancais, bombas, entre outros, e cada um dos componentes tem sua

própria frequência natural.

A rigidez de cada componente é diferente e como conseqüência apresentará

várias frequências naturais. Tomando como exemplo um mancal, este terá uma

rigidez diferente nas direções horizontal, vertical e axial. Sendo assim, as

frequências naturais desse mancal também serão diferentes para cada uma das

direções.

Portanto, é fácil compreender porque a ressonância é comum nas máquinas,

já que todos os seus compontentes possuem suas próprias frequências naturais,

que somadas a uma frequência de excitação gerada pelo equipamento resulta na

ressonância.

Se a frequência da força externa coincidir com uma das frequências naturais do sistema, ocorre uma condição conhecida como ressonância, e o sistema sofre oscilações perigosamente grandes. (RAO, 2008, p. 8).

49

Batimento

Com base em Soeiro (2008), batimento é uma composição de movimentos

que ocorrem quando a frequencia da força externa fica muito próxima da frequência

natural.

Se a frequência forçante (força externa) for próxima, mas não exatamente

igual à frequência natural do sistema, é possível ocorrer o fenômeno do batimento.

(RAO, 2008).

Espectro de frequência

O espectro de frequência, de acordo com RAO (2008), é a análise de uma

determinada variável no domínio da mesma. O espectro pode ser visualizado

através de um gráfico da variável pela frequência, que é o número de ciclos que

ocorre a cada unidade de tempo.

É uma representação gráfica da amplitude da resposta de vibração em função

da frequência. Ele dá informações valiosas sobre a condição de uma máquina. A

Fig. 20 a seguir mostra um espectro de frequência de uma bomba de água.

Figura 20. Espectro de frequência Fonte: Tebchirani, Tárik Linhares. Manutenção classe mundial – Manutenção preditiva por

análise de vibrações.

A resposta de vibração de uma máquina é dada não somente pelos seus

componentes, mas também pelo arranjo, montagem e instalação. Cada máquina

50

tem suas próprias características de vibração e, consequentemente, também seu

próprio espectro de vibração.

Quando uma máquina começa a apresentar falhas, seu nível de vibração, e

consequentemente, seu espectro de frequência muda. Comparando-se o espectro

de frequência da máquina quando danificada e quando em boas condições, a

natureza e a localização da falha podem ser detectadas.

4.1 VIBRAÇÃO DE MÁQUINAS

Com base em Mara (2004, p.3),

uma máquina ideal não produz qualquer vibração, pois toda a energia é canalizada para a execução do trabalho a ser realizado. Na prática, entretanto, os elementos que compõem as máquinas, em geral, interagem entre si e, devido à presença de atrito, ação de forças cíclicas, etc., dissipam energia na forma de calor, ruído e vibrações.

De acordo com o autor, um bom projeto deve apresentar bom rendimento,

que pode ser de baixo nível de dissipação de calor, baixo nível de ruído e baixo nível

de vibração.

Na grande maioria, as máquinas novas, quando bem projetadas, satisfazem a

esses requisitos. Entretanto, com o desgaste, acomodação de fundações, má

utilização, falta de manutenção, entre outros, as máquinas tem suas propriedades

dinâmicas alteradas. Assim, os eixos tornam-se desalinhados, partes começam a se

desgastar, os rotores tornam-sedesbalanceados, as folgas aumentam, e assim por

diante.

Todos esses fatores geram um aumento do nível de vibração que,

consequentemente, gera uma diminuição de rendimento. Essas vibrações são

dissipadas pela estrutura da máquina e no seu caminho excitam ressonâncias e

provocam esforços extras nos mancais. Causa e efeito se realimentam e a máquina

se sujeita a sucessivas falhas. No passado, os engenheiros de manutenção eram

capazes de reconhecer, pelo toque ou audição, se uma máquina estava funcionando

suavemente ou se estava caminhando para uma falha. Hoje em dia isso continua

sendo possível em muitos casos, como por exemplo, em empresas de pequeno

porte sem extrutura ou capital para investimento em aparelhos de medição de

51

vibração. Apesar se ser possível, atualmente isto se torna inviável por pelo menos

três motivos:

1. A relação pessoal entre o homem e a máquina não é mais

economicamente viável;

2. As máquinas são construídas para funcionarem automaticamente com o

mínimo de intervenção humana;

3. A grande maioria das máquinas modernas operam em velocidades tão

elevadas que são necessários instrumentos apropriados para detectar e

medir as vibrações e suas frequências.

4.2 O NÍVEL DE VIBRAÇÃO COMO INDICADOR DA SAÚDE DA MÁQUINA

A vibração também causa desgaste mais rápido de mancais e engrenagens provocando ruído excessivo e nos processos de usinagem pode causar trepidação, conduzindo a um pobre acabamento superficial, por exemplo. (SOEIRO, 2008, p. 4).

A vibração é normalmente um subproduto destrutivo da força cíclica

transmitida através de uma máquina, que gera desgastes e acelera a ocorrência de

falhas. Os elementos de máquinas que resistem a essas forças, como por exemplo,

os mancais, são normalmente acessíveis pelo lado externo da máquina, onde a

vibração resultante pode ser medida (MARA, 2004).

Na medida em que as forças de excitação permanecerem constantes, ou

variam dentro de limites, o nível de vibração medido também permanecerá

constante ou dentro de limites similares. Para a maioria das máquinas, a vibração

tem um nível típico e seu espectro de frequência,tem um formato característico,

estando a máquina em boas condições. Este espectro de frequência, representado

por um gráfico da amplitude em função da frequência, é conhecido como

“assinatura” da máquina e é obtido analisando-se em frequência o sinal de vibração

da máquina.

A partir do momento em que as falhas começam a se desenvolver, o

processo dinâmico na máquina sofre alteração pelas modificações no quadro de

forças presentes, influenciando, assim, o nível de vibração e a forma do espectro de

frequência.

52

Pelo fato dos sinais de vibração carregarem muita informação, relativa à

condição da máquina, é a base para o uso regular da medida e análise de vibração,

como um indicador da tendência da saúde da máquina e a necessidade de

manutenção.

Segundo Nepomuceno (1999), as vibrações mecânicas constituem um grupo

de fenômenos comuns que fazem parte das atividades do dia-a-dia, sendo

importante que os técnicos, engenheiros e todos envolvidos ou não com ciências

ditas exatas saibam algo sobre o assunto.

As vibrações estão presentes no nosso cotidiano. Várias coisas ao nosso

redor vibram, ou estão sujeitas a vibrações mecânicas. Muitas delas até podem ser

prejudiciais, o que torna importante o conhecimento sobre o assunto.

Para o fenômeno de vibração poder ser observado, é necessário que haja

uma posição de equilíbrio na partícula. “Uma vibração mecânica é o fenômeno

observado quando uma partícula executa movimento em torno de uma posição de

equilíbrio”. (NEPOMUCENO, 1999, p.229).

4.3 VIBRAÇÃO POR DESBALANCEAMENTO

A vibração pode aparecer por desbalanceamento, que segundo Nepomuceno

(1999, p. 14)

é um problema que aparece sempre em toda peça girante, em grau maior ou menor. Como existe o problema de dilatação térmica, um eixo e seu mancal devem ter, necessariamente, um pequeno ajuste, ou folga, destinados a lubrificação. Com isso, os centros das duas peças dificilmente coincidirão, havendo sempre uma pequena diferença. Tal desbalanceamento aparecerá sempre, mesmo utilizando-se materiais perfeitamente homogêneos usinagens com precisão e rigor tão grande quanto se queira.

Uma fonte comum de esforços dinâmicos em máquinas rotativas, de acordo

com Soeiro (2008), responsável pela geração de vibração é o desbalanceamento

que é provocado por alguns desequilíbrios de massa devido a diversas causas

como: assimetria, tolerâncias dimensionais, desvios de forma, imperfeições da

53

matéria prima e da montagem. Qualquer uma destas causas ou uma combinação

das mesmas pode gerar desbalanceamento.

Um erro de massa que ocorre em um rotor provoca uma mudança no centro

de gravidade da seção transversal que contém o erro. A somatória destes desvios é

o afastamento do eixo principal de inércia (EPI) do eixo de rotação (ER), conforme

pode ser observado na Fig. 21ª seguir.

Figura 21. Desbalanceamento Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

De acordo com Soeiro (2008, p. 4) “o desbalanceamento pode ser tanto

devido a problemas de projeto como fabricação e manutenção”.

Muitos casos de desbalanceamento ocorrem durante a fabricação. Peças mal

fabricadas, nas quais o molde utilizado no processo de fundição não foi bem feito,

entre outros fatores.

4.4 VIBRAÇÃO POR DANOS NOS ROLAMENTOS E MANCAIS

Com base em Nepomuceno (1999), os mancais podem ser de desgaste

normalmente constituídos por peças de aço recobertas com ligas especiais, ou

podem ser de esferas, roletes, agulhas, etc.

54

Mancais de desgaste

De acordo com Nepomuceno (1999), nos mancais de desgaste detectam-se

frequências normalmente de faixa larga, a amplitude apresenta-se flutuante tendo

como plano dominante o radial. A amplitude de vibração aumenta à medida em que

o mancal se degrada. A envoltória apresenta energia elevada na linha de base,

indicando frequências inferiores a uma, duas e três vezes a rotação do eixo.

4.5 ROLAMENTOS DE ESFERAS E DE ROLOS

Esses rolamentos, seguno Nepomuceno (1999), constituem parte integrante

de praticamente toda máquina ou equipamento, desde as mais simples ás mais

complexas. Quando comparado ao custo da máquina ou equipamento, o rolamento

representa importância desprezível. Entretanto, um rolamento de poucos reais

quando apresenta defeito grave, pode paralizar um equipamento no valor de alguns

milhões de reais, como realmente paraliza.

Por tal razão, a manutenção preditiva apresenta resultados altamente

compensadores somente quando prediz, com uma antecedência razoável (entre

duas e oito semanas),o momento em que um rolamento deverá ser substituído para

evitar a interrupção da produção.

Os defeitos ou irregularidades que aparecem nos rolamentos constistem na

deterioração das pistas externa ou interna, ou mesmo nas duas. Ao passar sobre

tais irregularidades, produzirão-se choques que dão origem a vibrações, cujas

amplitudes dependem da condição das pistas. As causas mais comuns dos estragos

dos rolamentos são:

Sobrecarga

Desbalanceamento

Variações bruscas de temperatura

Lubrificação inadequada

Partículas abrasivas ou corrosivas no lubrificante

Erro de projeto, utilizando o rolamento inadequado à função

Desgaste pelo uso (fadiga do material)

Nepomuceno (1999), afirma que a danificação do rolamento pode ser tanto na

pista externa como na interna, assim como nas esferas ou roletes. Como geralmente

55

os redutores e engrenagens estão apoiados em rolamentos via eixos, as vibrações

irão causar danos nos mesmos. Tais danos podem ser ondulações nas pistas ou

deformação das esferas ou rolos.

Pode se observar que a detecção de defeitos incipientes está relacionada

intimamente com a observação das causas básicas dos defeitos. Detectar um

defeito nos estágios iniciais permite que sejam tomadas providências, evitando na

grande maioria dos casos prejuízos, e permite que o reparo seja programado, com

várias vantagens.

Um programa de manutenção preditiva bem estabelecido evita paradas não-

programadas e inesperadas dando maior confiabilidade a qualquer sistema

produtivo que adote essa técnica. O simples fato de de evitar consertos não

programados e eliminar situações catastróficas é algo de valor inestimável à

produção e à programação econômica de qualquer empreendimento.

A partir do momento em que as causas básicas das irregularidades forem

verificadas e controladas, a situação passa a ser bem mais tranquila em todos os

níveis da unidade, seja técnica, produtiva, administrativa ou financeira.

4.6 ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

“Um corpo é dito estar vibrando quando ele descreve um movimento de

oscilação em torno de uma posição de referência”. (CARGILL DO BRASIL, 2003,

p.4).

Toda máquina apresenta um determinado nível de ruído e vibração, devido a operação e as vibrações externas. Porém uma pequena parcela dessas vibrações e ruídos é causada por defeitos mecânicos, ou excitações secundárias perturbadoras. O acréscimo dessas vibrações é um primeiro sinal de uma falha. (MICHALAK, 2004, p.2).

De acordo com os autores citados, percebe-se que é normal ocorrerem

vibrações em uma máquina ou equipamento que está em funcionamento, mas deve

se ficar atento quanto a essa vibração. Se a vibração começar a aumentar, pode se

saber que há algo errado na máquina e então é necessário fazer as devidas

correções para evitar uma quebra ou parada inesperada posteriormente.

56

É muito importante frisar que a análise vibracional é um processo de averiguação das condições (saúde) do equipamento no qual devemos usar a metodologia de descarte, ou seja, devemos identificar os problemas que seguramente não estejam ocorrendo no momento, procurando identificar características que descartem essas possibilidades, restando portanto as causas mais prováveis. (MICHALAK,2004, p.2).

O foco principal em uma análise de vibrações deve ser o problema que pode

estar ocorrendo, ou seja, deve se descartar preocupações com os problemas

inexistentes no momento e focar-se em falhas que de fato estão acontecendo, para

então buscar a correção dos mesmos.

4.7 FONTES DE VIBRAÇÃO

De acordo coma apostila de manutenção preditiva da Cargill do Brasil (2003),

os principais fatores que levam o equipamento a gerar vibrações são o

desbalanceamento, desalinhamento (eixos/correias/correntes), folgas generalizadas,

dentes de engrenagens, campo elétrico desequilibrado e corrente elétrica. Os efeitos

desses fatores no equipamento são: altos riscos de acidentes, desgaste prematuro

de componentes, quebras inesperadas, aumento de custos de manutenção, entre

outros.

Pode se perceber que são vários os fatores que podem gerar vibração

mecânica em um equipamento e que as consequências desses fatores são bem

significativos. Um desgaste prematuro, ou uma quebra inesperada que geraria a

parada da produção pode ser evitada pela análise de vibrações. Por isso é de

extrema importância fazer tal análise no equipamento regularmente, para poder

corrigir essas irregularidades.

Segundo a apostila de manutenção preditiva da Cargill do Brasil (2003), há

três parâmetros com os quais a vibração pode ser medida, são eles: deslocamento,

velocidade e aceleração. Sendo que o deslocamento é utilizado para identificar

vibração por desbalanceamento e desalinhamento.

A velocidade é utilizada para identificar vibração por desbalanceamento,

desalinhamento, folgas, falta de rigidez, excentricidade, problemas elétricos,

vibração hidráulica, vibração hidrodinâmica, correias defeituosas, rolamentos

defeituosos, engrenagens defeituosas.

57

A aceleração também é utilizada para identificar vibração por

desbalanceamento, desalinhamento, folgas, além de problemas elétricos, problemas

em rolamentos, sendo que essa pode ser medida em dois níveis, aceleração RMS

(Root Mean Square, ou em português Raíz Média Quadrática) que é medida até

uma frequência de 10000 (Hz), e aceleração pico a pico que é feita em função do

tempo para analisar impactos anormais de qualquer natureza.

Um sistema de analise de vibrações pode minimizar o número de quebras de todos equipamentos mecânicos de uma planta industrial e assegurar que os equipamentos reparados estejam em condições mecânicas aceitáveis. Podendo identificar problemas mecânicos antes que se tornem mais sérios, já que a maioria dos problemas mecânicos pode ser minimizada se detectados com antecedência. (MICHALAK,2004, p.2).

De acordo com a apostila de manutenção preditiva da Cargill do Brasil (2003),

pode se conseguir um controle dos fenômenos de vibração através de três

procedimentos: eliminação das fontes, isolamento das partes e atenuação da

resposta.

A eliminação das fontes consiste em fazer o balanceamento e o alinhamento

do equipamento, trocar as peças que apresentem algum defeito, apertar as partes

do equipamento identificando se há alguma base solta.

O isolamento das partes consiste em isolar as partes do equipamento através

da colocação de um amortecedor entre as partes de modo a reduzir sua vibração.

A atenuação da resposta consiste em fazer alguma alteração na estrutura do

equipamento, pode ser feito através de algum reforço, colocação de massa, entre

outras formas.

58

5 MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES

Na engenharia mecânica, uma das principais aplicações das vibrações esta na manutenção de máquinas e equipamentos. A ocorrência de vibrações em máquinas e equipamentos é, geralmente uma indicação de mal funcionamento. (SOEIRO 2008, p.81).

O estudo das vibrações requer três passos básicos: a medição da vibração; a

análise do sinal vibratório medido; e o controle da vibração.

Com base em Soeiro (2008), o processo de medição parte da identificação de

uma característica do fenômeno vibratório que possa ser medida, que é geralmente

uma variável mecânica como deslocamento, velocidade, aceleração ou força. O

elemento que entra em contato com a máquina para medir essa variável é o

transdutor que converte o sinal mecânico em sinal elétrico (corrente elétrica) que é

amplificado e convertido em um sinal digital ou mostrado em um display. Após

armazenados, os dados podem ser analisados. A Fig. 22 a seguir apresenta um

esquema básico para medição de vibrações.

Figura 22. Esquema básico para medição de vibrações Fonte: SOEIRO, S. Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

5.1 ESCOLHA DO INTRUMENTO DE MEDIÇÃO

Alguns aspectos devem ser considerados para a escolha do instrumento de

medição (SOEIRO, 2008). A saber:

Faixa de frequências e amplitudes: Um dos principais parâmetros que são

determinantes na escolha do intrumento adequado é a faixa de frequências.

Em baixas frequências a amplitude de deslocamento geralmente é alta,

nesses casos os vibrômetros, também conhecidos por sismômetros, que

59

medem o deslocamento de um corpo vibratório, são indicados para fazer a

medição. Já em altas frequências as amplitudes de deslocamento são baixas

e as amplitudes da aceleração são altas, nestes casos os acelerômetros são

mais indicados para as medições. Os medidores de velocidade são de

aplicação geral, pois apresentam desempenho significativo em baixa e em

alta frequência. Os medidores de velocidade são de fácil e barata construção,

por isso são bastante usados.

Tamanho da máquina ou estrutura: É importante observar os tamanhos de

máquinas e estrututas, pois intrumentos com grandes massas comparadas

com as massas dos objetos de medição podem ter influência na medição das

vibrações.

Condição de operação da máquina: Condições de funcionamento severas,

experimentadas por máquinas que operam em ambientes corrosivos ou

abrasivos, por exemplo, podem impedir que intrumentos sofisticados sejam

utilizados. É importante que os intrumentos não sejam danificados durante a

medição, pois isto pode alterar os valores medidos.

Tipo da análise dos dados: A forma com que os dados gerados serão

analisados é fundamental para a escolha do intrumento de medição. Vários

detalhes no processo de medição estão condicionados pela análise que será

realizada. Isto pode fazer com que determinado instrumento possa ser

escolhido, por apresentar os dados de uma forma mais apropriada para

análise pretendida.

5.2 TRANSDUTORES PIEZELÉTRICOS

Transdutores piezelétricos são aqueles que utilizam materiais naturais ou artificiais, como quartzo, turmalina, sulfato de lítio e sal de rochelle, que geram carga elétrica quando submetidos a uma deformação.(SOEIRO, 2008, p. 85).

Com base em Rao (2009), a carga elétrica desaparece quando a carga

mecânica é eliminada. A carga gerada no cristal resultante de uma força Fx é dada

por:

60

Qx = kFx = kAPx 1.14

Onde:

k é determinada constantepiezelétrica (para o quartzo é 2,25 x 10 -12 C/N) ;

A é a área sobre qual a força Fx age;

Px é a pressão resultante,

A tensão de saída do cristal é dada por:

E = vtPx, onde 1.15

v é a sensibilidade à tensão ( para o quartzo é 0,055 Volt.metro/N);

t é a expessura do cristal.

5.3 ACELERÔMETRO

Com base em Soeiro (2008), o acelerômetro é um instrumento que mede a

aceleração de um corpo vibratório. Os acelerômetros são amplamente utilizados

para medições de vibrações industriais e terremotos. Uma das vantagens da

medição da aceleração é que a velocidade e o deslocamento podem ser obtidos por

integração, que é computacionalmente fácil. Os acelerômetros devem possuir massa

pequena e grande rigidez, o que permite a construção de instrumentos compactos e

resistentes, com alta sensibilidade. Na prática são os melhores instrumentos para se

medir vibrações, tendo como ponto fraco apenas o preço, por causa de utilizar um

elemento piezelétrico e amplificadores, é maior que o custo de outros instrumentos

de construção mais simples.

A Fig. 23 a seguir mostra alguns tipos de acelerômetros:

61

Figura23. Acelerômetros Fonte: SOEIRO, S.Newton. Curso de fundamentos de vibrações e balanceamento de rotores.

2008.

5.4 ESTROBOSCÓPIO

Um estroboscópio, segundo Soeiro (2008), é um instrumento capaz de

produzir pulsos luminosos intermitentes. A frequência com que a luz pulsa pode ser

alterada e lida no instrumento. Quando se observa um ponto específico do objeto

vibratório através do estroboscópio, este mesmo parece parado se a frequência dos

pulsos coincidir com a frequência da vibração.

O estroboscópio é especialmente indicado para corpos rotativos pelo fato de

que não há necessidade de contato do instrumento com o elemento vibratório. A

Fig.24 mostra um estroboscópio e a Fig. 25 seu princípio de funcionamento.

62

Figura24.Estroboscópio

Fonte: Rao, S. Singiresu. Vibrações Mecânicas, 2008.

Figura 25.Princípio de Funcionamento do Estroboscópio Fonte: Miércoles, 2010.

63

5.5 PONTOS DE MEDIÇÃO

Nepomuceno (1999), afirma que a vibração possui além da amplitude três

direções ortogonais, sendo de importância fundamental saber as amplitudes em

cada direção ao se analisar o sinal global presente no equipamento.

É importante observar que a escolha dos pontos de aplicação dos dispositivos

de medida e análise de vibrações constitui o fator criticamente fundamental para o

sucesso de um programa de análise ou monitoramento de vibração de máquinas.

Normalmente os mancais constituem pontos obrigatórios de medida e análise

de vibrações, pois possuem componentes considerados críticos em praticamente

todas as máquinas ou equipamentos e são nessas regiões que se localizam as

cargas dinâmicas e forças maiores existentes no maquinário.

A obtenção da assinatura completa da vibração de um equipamento qualquer

exige a medição e análise em três eixos ortogonais, uma em cada ponto e com o

equipamento operando normalmente. Mas nos casos usuais, apenas duas medições

e análises nas direções axial e radial permitem obter praticamente todas as

informações que se precisa.

64

6 MATERIAIS E MÉTODOS

A problemática da pesquisa remete a uma abordagem qualitativa, já que o

foco de interesse tem caráter de compreensão acerca da manutenção de

compressores através da análise de vibrações.

Após a realização da fundamentação teórica iniciou se a medição de

vibrações em um compressor de parafuso na empresa escolhida através do medidor

de vibrações, para a retirada de dados para análises posteriores.

O instrumento utilizado para detectar essas vibrações é o medidor de

vibrações que possui um acelerômetro. Os acelerômetros são sensores que

convertem algum movimento ou aceleração em sinais elétricos.

Em seguida os dados coletados foram analisados e conclusões foram

tiradas dos mesmos. As causas das vibrações foram observadas e a correção de

possíveis falhas no equipamento foram levadas em consideração.

65

6.1 DADOS DO EQUIPAMENTO

6.1.1 Medidor de Vibrações

O instrumento usado para a medição de vibrações é o NK 300, que segundo

Teknikao é um medidor de vibrações de uso geral, leve e de fácil utilização,

desenvolvido para efetuar medidas globais de vibrações nas unidades de velocidade

(mm/s) segundo a norma ISO 2372, desenvolvimento (µm) ou envelope (g).

A Fig. 26 mostra o medidor de vibrações.

Figura 26.Medidor de vibrações Fonte:Autoria Própria(2012).

Ainda de acordo com Teknikao, o sensor que possui base magnética deve ser

colocado em contato físico com a superfície da máquina, na posição e no sentido

em que se deseja medir a vibração. Deve se verificar se a base esta bem colocada,

pois se não estiver, a vibração pode provocar ressonância no conjunto mancal-base-

66

sensor, o que induzirá vibrações no sensor e, consequentemente, medidas de

vibrações maiores do que a real.

O limite de vibração tolerável do equipamento medidor de vibraçõesTeknikao

(usado nesta medição), é medida em kW (Kilowatts). Este limite é representado na

Fig. 27 abaixo:

Figura 27. Gráfico de limite de vibrações Fonte:Teknikao manual de operação medidor de vibrações NK 300

O compressor escolhido para a realização da manutenção preditiva é um

compressor Chicago 150 HP, modelo S22 125 LCA de uma empresa da cidade de

Ponta Grossa. A rotação do eixo do motor é de 1750 rpm e a pressão de trabalho é

de 6 bar. Os detalhes do compressor foram extraídos do manual do compressor e

estão nos anexos do trabalho.

67

6.2 MANUTENÇÃO DO COMPRESSOR

As medidas de vibração são realizadas por causa do mapa impacto x risco

representado pela tabela 03 a seguir:

TAG Equipamento Risco Impacto IIR Itens de

reposição

Quebra Valor Produção Qualidade Sim Não

UTCP Compressor Chicago 01 1 3 3 2 9 X

Tabela 03. Mapa impacto risco.

Fonte: Mapa impacto risco empresa do ramo de fundição

A tabela possui um quadro 01 que demonstra o que cada valor significa. Este

quadro é demonstrado a seguir.

Quadro 01. Mapa impacto risco. Fonte: Mapa impacto risco empresa do ramo de fundição

A tabela serve para determinar o grau de risco em caso de uma quebra do

equipamento. Na qual todos os equipamentos da empresa são colocados.

O compressor que foi estudado no presente trabalho é o UTCP 0002.

(utilidades compressor). Se por ventura o compressor quebrar, isso causa um risco

para a empresa, por isso secoloca o valor 3 para a quebra. Os valores vão de 1 a 3,

sendo 1 leve, 2 moderado e 3 grave.

O impacto na produção quando o compressor quebra é 3, pois com a sua

quebra a produção é prejudicada diretamente, por isso é considerado um impacto

grave. Já na qualidade, o impacto é considerado moderado, pois uma quebra de um

compressor não atua diretamente na qualidade das peças produzidas.

Para verificar qual o tipo de manutenção necessária para o equipamento deve

se multiplicar os maiores valores obtidos nas colunas de risco e impacto. No caso do

68

compressor em estudo, a multiplicação é 3 x 3 = 9, ou seja, o risco da quebra tem

valor 3 (grave) e o impacto tem valor 3 na produção. Como mostra o quadro 01, logo

abaixo da tabela 03, com um valor maior que 4 deve se fazer a manutenção

preventiva, corretiva e quando aplicável o plano de contingência e a preditiva.

No caso do compressor em estudo, é aplicada a preventiva, corretiva e

também a preditiva. A preditiva é realizada através da medição de vibrações. Pode

se observar que o compressor é um equipamento de grande importância tanto na

qualidade, como na produção dos produtos da empresa. Uma parada inesperada,

como já foi citado anteriormente, pode dar um grande prejuízo para a empresa.

As medições de vibração no compressor de parafuso são realizadas a cada

duas semanas, pelo fato de não variarem muito de uma semana para outra. O

aparelho utilizado para medir as vibrações é omedidor de vibrações Teknikao NK300

série 513/03 descrito acima no item 6.1.1.

A norma ISO 2372 fornece uma tabela para medida global de vibração, onde

o compressor Chicago, analisado neste trabalho, trabalha com uma potência acima

de 75kW e a tolerância permitida de vibração é de 11,2 mm/s.

Pelo fato da grande importância do compressor para a empresa são

realizadas as medições de vibração a cada 14 dias. Como os valores variam pouco

não é necessário realizar as medidas num intervalo menor que os 14 dias.

6.3 MEDIÇÃO DE VIBRAÇÕES DO COMPRESSOR

A ponta do acelerômetro possui um imã, que fixa o sensor a parte onde se

deseja fazer a medição.

A medição é realizada da seguinte forma: O sensor NK 20 deve ser colocado

em contato físico com a superfície da máquina, na posição e no sentido em que se

deseja medir a vibração. A Fig. 28 mostra o funcionamento do medidor de vibrações.

69

Figura 28. Diagrama demonstrando o medidor de vibrações Fonte: Autoria própria

6.3.1 Medida de Vibração Radial do Motor do Compressor

Foi realizada a medida de vibração radial no motor do compressor, colocando

a base magnética do medidor de vibrações em alguns pontos do compressor no

sentido radial como demonstradono esquema na Fig. 29 a seguir.

Fig 29. Diagrama demonstrando o ponto de medição Fonte: Autoria própria

A Fig. 30 a seguir mostra a medição no motor do compressor da empresa.

Essa medição é feita para ver como está a situação do rolamento da tampa dianteira

do motor e também para ver como está o acoplamento do motor com o compressor.

70

Figura 30. Medição de vibração radial do motor

Fonte: Autoria própria

Outra medição foi feita em outro ponto do motor também na posição radial.

Esta medição é demonstrada na sequência, pela Fig. 31.

71

Figura 31. Medição 2 de vibração radial do motor

Fonte: Autoria própria

6.3.2 Medida de Vibração Axial

Em seguida foi medida a vibração axial do motor do compressor. A base

magnética do medidor de vibrações é colocado em alguns pontos do motor do

compressor na posição axial. Essa medição serve para ver como está a fixação da

base do motor no chão e também a fixação da flange e é demonstrada no esquema

da Fig. 32 a seguir.

72

Figura 32. Diagrama demonstrando o ponto de medição Fonte: Autoria própria

As Fig. 33 e 34 mostram a medição de vibração axial do motor em diferentes pontos.

Figura 33.Medição de vibração axial do motor

Fonte:Autoria própria

73

Figura 34. Medição 2 de vibração axial do motor Fonte:Autoria própria

6.3.3 Rolamentos do Compressor

Após a medição de vibração no motor do compressor é realizada a medição

de vibrações no prórpio compressor. Essa medição é feita para ver como estão os

rolamentos do compressor. A base magnética do medidor de vibrações é colocado

no compressor no sentido radial, como demonstra o esquema da Fig. 35 a seguir.

74

Figura 35. Diagrama demonstrando o ponto de medição Fonte: Autoria própria

A medição radial é demonstrada na Fig. 36 a seguir.

Figura 36. Medição de vibração radial do compressor

Fonte: Autoria própria

75

6.3.4 Fixação

Na sequência foi feita a medição axial no compressor, que mostra como está

a fixação do compressor e também como estão os rotores do compressor. A base

magnética do medidor de vibrações é colocado no compressor na posição axial

demonstrado na Fig. 37 a seguir.

Figura 37. Diagrama demonstrando o ponto de medição Fonte: Autoria própria

Na sequência, a Fig. 38 demonstra a medição de vibração do compressor no

sentido axial.

76

Figura 38. Medição de vibração axial do compressor Fonte: Autoria própria

6.3.5 Rotores

Na sequência foi feita a medição radial em outros dois pontos do compressor,

diretamente no eixo de cada um dos rotores, para ver como está a situação dos

rotores. A base magnética do medidor de vibrações é colocado nos eixos dos

rotores, primeiramente em um rotor e depois no outro. O ponto de medição é

demonstrado na Fig. 39 a seguir.

77

Figura 39. Diagrama demonstrando o ponto de medição Fonte: Autoria própria

A Fig. 40 a seguir demonstra a medição de vibração do compressor.

Figura 40. Medição 2 de vibração radial do compressor

Fonte: Autoria própria

78

Após a medição os maiores valores foram registrados na tabela 04 abaixo.

Tabela 04. Resultados de vibração

Mês Semana Análise de vibração (mm/s)

Número Data Motor Elemento Compressor Limite

Janeiro 3 / / 11,2

5 / /

Fevereiro 7 / /

9 / /

Março 11 / /

13 / /

Abril 15 / /

17 / /

Maio 19 / /

21 / /

23 / /

Junho 25 / /

27 / /

Julho 29 / /

31 / /

Agosto 33 / /

35 / /

Setembro 37 / /

39 / /

Outubro 41 / /

43 / /

Novembro 45 / /

47 / /

49 / /

Dezembro 51 / / Fonte: Empresa do setor de fundição

Cada equipamento tem sua própria vibração, mesmo que esteja funcionando

perfeitamente. O acelerômetro mede os deslocamentos em função do tempo.

Toda máquina se movimenta, ou vibra num certo período de tempo, mas ao

decorrer, ela começa a aumentar esse grau de vibração no mesmo intervalo de

tempo, e quando esse grau de vibração chega perto do seu limite máximo tolerável,

é necessário fazer uma manutenção na máquina. Só se registra o maior valor de

vibração do motor e do elemento compressor, pois o limite em que ela pode chegar

antes de se ter de trocar alguma parte do equipamento é 11,2 mm/s.

79

Por isso se a maior medida registrada for menor que o limite permitido, os

valores de vibração medidos nos outros pontos também são menores e assim, a

máquina esta funcionando bem, e não precisa ser parada para manutenção.

80

7 RESULTADOS

Os resultados da medição de vibração do ano de 2011 foram registrados na

Tabela 05 a seguir.

Tabela 05. Resultados da medição de vibração 2011

Mês Semana Análise de vibração (mm/s)

Número Data Motor Elemento Compressor

Limite

Janeiro 3 10-15/01/11 8,65 8,91 11,2

5 24-29/01/11 8,61 8,64 11,2

Fevereiro 7 07-12/02/11 8,34 8,89 11,2

9 21-26/02/10 8,67 8,78 11,2

Março 11 07-12/03/11 8,94 8,97 11,2

13 21-26/03/11 8,98 9,26 11,2

Abril 15 04-09/04/11 9,25 9,78 11,2

17 18-23/04/11 9,36 9,49 11,2

Maio

19 02-07/05/11 9,32 9,29 11,2

21 16-21/05/11 9,35 9,87 11,2

23 30-04/06/11 9,87 9,83 11,2

Junho 25 13-18/06/11 9,57 9,86 11,2

27 27-02/07/11 9,64 9,68 11,2

Julho 29 11-16/07/11 9,62 9,69 11,2

31 25-30/07/11 9,54 9,57 11,2

Agosto 33 08-13/08/11 9,76 9,87 11,2

35 22-27/08/11 9,68 9,89 11,2

Setembro 37 05-10/09/11 9,84 10 11,2

39 19-24/09/11 10,43 10,59 11,2

Outubro 41 03-08/10/11 10,52 10,75 11,2

43 17-22/10/11 10,54 10,87 11,2

Novembro

45 31-05/11/11 10,61 10,79 11,2

47 14-19/11/11 10,64 10,89 11,2

49 28-03/12/11 10,65 11,01 11,2

Dezembro 51 12-17/12/11 10,68 11,06 11,2

Fonte: Empresa do setor de fundição

81

Os resultados da medição de vibração do ano de 2012 foram registrados na

Tabela 06 a seguir.

Tabela 06. Resultados da medição de vibração 2012

Mês Semana Análise de vibração (mm/s)

Número Data Motor Elemento

Compressor Limite

Janeiro 2 09-14/01/12 3,5 3,1 11,2

4 23-28/01/12 3,61 3,81 11,2

Fevereiro 6 06-11/02/12 3,61 3,84 11,2

8 20-25/02/12 3,63 3,85 11,2

Março 10 05-10/03/12 3,6 3,84 11,2

12 19-24/03/12 3,64 3,81 11,2

Abril 14 02-07/04/12 3,6 3,8 11,2

16 16-21/04/12 2,68 3,16 11,2

18 30-05/05/12 1,9 3,37 11,2

Maio 20 14-19/05/12 1,94 3,6 11,2

22 28-02/06/12 1,96 3,61 11,2

Junho 24 11-16/06/12 1,95 3,4 11,2

26 25-30/06/12 1,98 2,54 11,2

Julho 28 09-14/07/12 2 2,56 11,2

30 23-28/07/12 2,1 2,42 11,2

Agosto 32 06-11/08/12 2,1 2,43 11,2

34 20-25/08/12 2,23 2,43 11,2

Setembro 36 03-08/09/12 2,14 2,41 11,2

38 17-22/09/12 2,15 2,42 11,2

Fonte: Empresa do setor de fundição

Pode se observar (Tabela 05) que em dezembro 2011 o valor de vibração

estava bem perto do limite tolerado, por isso em janeiro foi realizada a manutenção

total do equipamento, sendo que foram trocados os rolamentos, retentores e a

bucha do eixo de acionamento da unidade compressora. O óleo e os filtros de óleo

também foram trocados, como também o elemento separador ar/óleo. Após isso foi

verificado seu funcionamento em plena carga.

82

Observou-se que após a troca dos componentes o valor de vibração reduziu

significativamente. No motor a vibração foi reduzida de 10,68 mm/s para 3,5 mm/s e

no elemento compressor a vibração foi reduzida de 11,06mm/s para 3,1 mm/s.

Esse limite é baseado na norma da ISO 2372 que foi apresentado

anteriormente na figura 27.

Após a coleta os valores de vibração foram registrados no gráfico de análise

de vibrações, onde são plotadas os valores de vibração do motor do compressor e

elemento compressor, juntamente também o limite máximo permitido. O gráfico é

mostrado na Fig. 41 a seguir.

83

Figura 41. Resultados da medição de vibração 2011/2012 Fonte: Empresa de Fundição.

84

Pode se observar no gráfico da Fig. 41 que o nível de vibração no período de

19-24/03/12 a 16-21/04/12 teve uma redução.

Essa redução pode se explicar pela teoria da “curva da banheira”, na qual o

equipamento novo tem uma queda de eficiência e após um tempo consegue atingir

plena produção. Isso se deve pelos ajustes finos feitos durante retomada de

produção do compressor, ajuste natural de folgas das buchas, rolamentos,

engrenagens.

Pode se observar que, em dezembro de 2011 na empresa em questão, o

nível de vibrações estava na faixa de 10mm/s, ou seja, já estava bem perto do limite

tolerável de 11,2mm/s. Com esse nível de vibrações pode se concluir que a vida útil

dos componentes já estava no fim, sendo assim necessário fazer a sua troca.

Como a empresa já tinha a previsão antecipada de quando teria que realizar

uma parada do equipamento e como essa previsão caiu bem no fim do ano, próximo

ao natal, o responsável pela manutenção optou em fazer a manutenção na semana

do natal, pois a empresa não trabalha nesse período, evitando assim parar a

produção para a manutenção.

85

8 CONCLUSÃO

O método empregado mostrou-se adequado para a obtenção do objetivo

proposto.

O emprego da análise de vibrações foi eficiente em prever o momento da

troca dos rolamentos, retentores e bucha do eixo do compressor. Após a

substituíção dos mesmos o nível de vibração foi reduzido de 10,68 para 3,5

mm/s.

A técnica da manutenção preditiva constatou alterações no comportamento

do compressor, no aspecto de nível de vibração mesmo quando não sendo

comprometedores ao funcionamento e/ou integridade do mesmo.

86

ANEXO 1 –. Manual de operação e lista de peças. CHICAGO PNEUMATIC São Paulo. (Cópia do manual recebida em 2012).

87

MANUAL DO COMPRESSOR

Os compressores S22 são compressores estacionários de parafuso, com

injeção de óleo, de um estágio e acionados por um motor elétrico. Os componentes

da unidade são montados dentro de uma cabine modulada revestida por uma

material absorvedor de ruído, na frente da qual existe um painel de controle,

indicação do modelo do equipamento e de um botão de parada de emergência.

Pode ser instalado, como opção, um filtro de alta eficiência, que permite o

funcionamento do compressor em ambientes altamente contaminados. São

denominados como filtros para trabalho pesado.

O sistema elétrico é composto de:

1. Motor do compressor

2. Um motor do ventilador

3. Módulo regulador eletrônico

4. Botões de partida, parada e parada de emergência do compressor

5. Interruptor de módulo de controle

6. Cubículo de partida, que inclui chave de partida dos motores

7. Sensores de temperatura e pressão

- Módulo de controle eletrônico

O módulo de controle eletrônico consiste de um regulador eletrônico e um

painel de controle.

O regulador executa as seguintes funções:

- Controle automático do compressor

O regulador mantém a pressão da rede dentro de limites programáveis

fazendo o compressor entrar automaticamente em carga ou em alívio. São levados

em consideração diversos parâmetros programáveis, como as pressões de entrada

em alívio e em carga, o tempo mínimo de parada e o número máximo admissível de

partidas do motor.

O regulador faz o compressor parar sempre que possível para reduzir o

consumo de energia e podendo partir o compressor novamente quando a pressão

na rede chegar próximo ao valor de pressão mínima, para a entrada em carga,

previamente regulado. No caso do período de funcionamento em alívio ser muito

88

curto, o regulador mantém o compressor operando em alívio, para evitar tempos de

parada/partida do motor muito curtos.

- Proteção do compressor

Se a temperatura de saída do elemento compressor ultrapassar o valor de

desarme programado, o compressor desliga e com isso indica no display. O

compressor também pára em caso de sobrecarga do motor de acionamento ou do(s)

motor(es) do ventilador.

Pode-se programar um valor de alarme próximo do valor de desarme por alta

temperatura de saída do elemento compressor, ocorrendo um aumento gradativo na

temperatura de saída do elemento compressor, o display do regulador eletrônico

avisa o operador antes de atingir o valor de desarme, podendo-se assim buscar a

solução previamente.

- Monitoramento de elementos sujeitos a manutenção

O regulador monitora continuamente o óleo, os filtros de óleo, o separador de

óleo, tempo de lubrificação dos rolamentos do motor do compressor e filtro de ar.

Cada entrada é comparada com os valores máximos programados de intervalos de

tempo ou quedas de pressão. Se estes limites forem excedidos, aparece uma

mensagem de aviso no display para que o operador possa substituir o componente

indicado.

- Programa de manutenção preventiva para o compressor

Durante as manutenções preventivas deve se substituir todas as juntas, O-

rings e anilhas.

As verificações a “intervalos mais prolongados” devem também incluir as

verificações a “intervalos mais curtos”.

A Chicago Pneumatic pode alterar o programa de manutenção e em

particulares intervalos de serviço, em função das condições ambientais e de trabalho

do compressor.

89

Tabela 07. Tempo de manutenção

Período Horas de funcionamento Ação

Diariamente - Verificar as leituras dos menus no display

- Verificar se o condensado é drenado durante o funcionamento em carga

- Operar a válvula de segurança (SV)

- Retirar, desmontar e limpar a bóia do separador de condensados (Mta)

Trimestralmente - Limpar o compressor

- Verificar se hávazamentos

500 Verificar os resfriamentos (CA e Co) e limpar, se necessário

500 Retirar os elementos do filtro de ar (AF) e examinar

- substituir os elementos do filtro de ar (AF)

- Testar o funcionamento dos sensores e dos componentes elétricos

- Substituir os elementos do filtro de ar (AF)

Anualmente - Verificar a limpeza do pescador (Rf2) e do restritor a montante da válvula (Vs)

- Examinartodas as mangueiras

1000 caso se utilize óleo mineral subtituir o óleo e os filtros de óleo

4000 substituir os filtros de óleo

De 1 em 1 ano 6000 Substituir o elemento separador de óleo

8000 Caso se utilize o CP-46 substituir o óleo e os filtros de óleo

Fonte: Manual de manutenção compressor Chicago

- Observações adicionais

Proceder a verificações mais frequentes, em caso de funcionamento num

ambiente poeirento. Utilizar filtros de óleo da Chicago Pneumetic. O elemento de

óleo deve ser substituído de um em um ano ou todas as 4000 horas de

funcionamento e ainda sempre que a diferença de pressão no elemento exceder 0,8

bar (12psi). Verificar a queda de pressão com o compressor em carga e, de

preferência, com uma pressão de trabalho estável. Todos os vazamentos devem ser

imediatamente reparados. As mangueiras danificadas devem ser imediatamente

substituídas.

- Motor do compressor

O intervalo de lubrificação e o tipo e quantidade de graxa adequada para

lubrificação dos rolamentos estão indicados na placa de dados do motor. Parar o

compressor antes de proceder à lubrificação. Os pontos de lubrificação estão

assinalados no próprio motor elétrico.

- Intervalo de troca de óleo

Se a temperatura de saída do(s) elemento(s) compressor(es) for

continuamente superior a 100 graus C, consultar Chicago Pneumatic.

90

- Especificações do óleo

Nunca misturar óleos de marcas ou tipos diferentes. Consultar

Chicagopneumatic para informações sobre óleos recomendados. Usar apenas óleos

não tóxicos, sempre que haja o risco de inalação do ar liberado pelo compressor.

- Óleo mineral

Caso não se disponha de CP-46 pode se usar o seguinte óleo: óleo mineral

de alta qualidade, com inibidores de oxidação e propriedades anti-espuma e anti-

desgaste. A graduação de viscosidade deve corresponder à temperatura ambiente e

às normas ISO 3448.

91

ANEXO 2: Mapa de impacto risco

92

MAPA DE IMPACTO RISCO

Figura 42. Mapa de impacto risco

Fonte: Mapa impacto risco empresa do ramo de fundição

93

REFERÊNCIAS

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preditiva por análise de vibrações. Ponta Grossa. Paraná.

TEKNIKAO.Medidor de vibrações NK 300: Manual de operação. São Paulo. (Cópia do manual recebido em 2012).