a agricultura no brasil

43
Agricultura no Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Brasil : Agricultura Brasil, "celeiro do mundo" 1 Área cultivada. 65.338.804 ha 2 Terra cultivável (% de área terrestre) 31% População rural 5.965.000 famílias Principais produtos cana-de-açúcar, café, soja, milho. Produção grãos (2008) 145,4 milhões de toneladas 2 Principais itens Cana e derivados (2007/08) 493,4 milhões de toneladas Soja (2008) 59,2 milhões de toneladas 2 Milho (2008) 58,9 milhões de toneladas 2 Participação na economia - 2008

Upload: fassisbr6137

Post on 26-Dec-2015

19 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Agricultura No Brasil

Agricultura no Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Brasil: Agricultura

Brasil, "celeiro do mundo"1

Área cultivada. 65.338.804 ha2

Terra cultivável (% de área terrestre) 31%

População rural 5.965.000 famílias

Principais produtos cana-de-açúcar, café, soja, milho.

Produção

grãos (2008) 145,4 milhões de toneladas

2

Principais itens

Cana e derivados (2007/08) 493,4 milhões de toneladas

Soja (2008) 59,2 milhões de toneladas

2

Milho (2008) 58,9 milhões de toneladas

2

Participação na economia - 2008

Page 2: A Agricultura No Brasil

Valor da safra R$ 148,4 bilhões2

Participação no PIB 4,53%3

PIB Agronegócio (Indústria e comércio rurais, pecuária e agricultura)

26,46%3

A agricultura no Brasil é, historicamente, umas das principais bases da economia do país, desde os

primórdios da colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação

da produção. A agricultura é uma atividade que faz parte do setor primário onde a terra é cultivada e

colhida para subsistência, exportação ou comércio.

Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, passando pelo café, a agricultura brasileira apresenta-se como

uma das maiores exportadoras do mundo em diversas espécies de cereais, frutas, grãos, entre outros.

Desde o Estado Novo, com Getúlio Vargas, cunhou-se a expressão que diz ser o "Brasil, celeiro do

mundo" - acentuando a vocação agrícola do país.4

Apesar disto, a agricultura brasileira apresenta problemas e desafios, que vão da reforma

agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da rede escoadora à viabilização

econômica da agricultura familiar: envolvendo questões políticas, sociais, ambientais, tecnológicas e

econômicas.

Para Norman Borlaug, Nobel da Paz de 1970, em visita ao Brasil em 2004, o país deve se tornar o maior

destaque na agricultura. Enquanto os Estados Unidos já exploram toda a sua área agricultável, o Brasil

ainda dispõe de cerca de cento e seis milhões de hectares de área fértil a expandir - um território maior do

que a área de França e Espanhasomadas. 5

Segundo resultados de pesquisa feita pelo IBGE, no ano de 2008, apesar da crise financeira mundial, o

Brasil teve uma produção agrícola recorde, com crescimento na ordem de 9,1% em relação ao ano

anterior, motivada principalmente pelas condições climáticas favoráveis. A produção de grãos no ano

atingiu a cifra inédita de cento e quarenta e cinco milhões e quatrocentas mil toneladas.2

Essa produção foi a maior já registrada na história; houve aumento, em relação ao ano anterior, de 4,8%

da área plantada que totalizou sessenta e cinco milhões, trezentos e trinta e oito mil hectares. A safra

recorde rendeu cento e quarenta e oito bilhões de Reais, tendo como principais produtos o milho (com

crescimento de 13,1%), a soja (crescimento de 2,4%).2

Índice

[esconder]

1 História

o 1.1 Primórdios

1.1.1 As queimadas

o 1.2 Brasil Colônia: a monocultura da cana

1.2.1 Mão-de-obra escrava

Page 3: A Agricultura No Brasil

o 1.3 Brasil Império: domínio do café

1.3.1 Problemas internacionais

o 1.4 Surgimento das escolas de Agronomia

o 1.5 Diversificação agrícola: anos 1960 a 1990

o 1.6 Mecanização: os anos 90

2 Questões agrárias

3 Irrigação

4 Infraestrutura agrícola

o 4.1 Escoamento da produção

o 4.2 Estoques reguladores e preço mínimo

o 4.3 Armazenagem

o 4.4 Gestão Territorializada da Agricultura

5 Agricultura familiar no Brasil

6 Extrativismo vegetal

7 Trabalho escravo e infantil

8 Agricultura e impacto ambiental

o 8.1 Erosão do solo

o 8.2 Agrotóxicos no Brasil

o 8.3 Transgênicos no Brasil

o 8.4 Cultivo orgânico

9 Solos brasileiros

10 Evolução do agronegócio brasileiro

o 10.1 Perspectivas e limitações

o 10.2 Balança comercial agrícola

10.2.1 Mercados externos

o 10.3 Agronegócio por regiões

10.3.1 Região Sul

10.3.2 Região Sudeste

10.3.3 Região Nordeste

10.3.4 Região Norte

10.3.5 Região Centro-Oeste

11 Principais produtos

o 11.1 Algodão

o 11.2 Arroz

o 11.3 Café

o 11.4 Cana-de-açúcar

Page 4: A Agricultura No Brasil

o 11.5 Feijão

o 11.6 Floricultura e paisagismo

o 11.7 Frutas e culturas perenes

11.7.1 Banana

11.7.2 Cacau

11.7.3 Laranja (citros)

11.7.4 Silvicultura e madeira

o 11.8 Horticultura

11.8.1 Tomate

11.8.2 Cebola

o 11.9 Mandioca

o 11.10 Milho

o 11.11 Soja

o 11.12 Tabaco

12 Quadro geral da agricultura no Brasil

o 12.1 Ranking geral do país

13 Referências

História

Mas, a terra em si, é de muito bons ares, frios e temperados como os de Entre-Doiro e Minho, porque nesse tempo de agora, assim os achávamos, como os de lá. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem!

6

– Pero Vaz de Caminha, Carta a El Rei D. Manuel, Versão integral, no Wikisource

Dos indígenas com sua agricultura primordial ao mais incrementado processo do agronegócio de

exportação, o Brasil vem expandindo sua vocação agrícola, a ponto de ter na agricultura um dos

principais itens de sua economia, com possibilidade de expansão sobretudo pela melhoria da qualidade

produtiva.7

Primórdios

Frutas brasileiras, em pintura deAlbert Eckhout.

A agricultura era uma prática conhecida pelos nativos, que cultivavam a mandioca, o amendoim, o tabaco,

a batata-doce e o milho, além de realizarem o extrativismo vegetal em diversos outros cultivares da flora

Page 5: A Agricultura No Brasil

local, como o babaçu ou o pequi, quer para alimentação quer para subprodutos como a palha ou

a madeira, e ainda de frutas nativas como a jabuticaba, o caju, cajá, goiaba e muitas outras.

Com a chegada dos europeus, os indígenas não apenas receberam a cultura mais forte e dominante,

como influenciaram os que chegavam: O português passara "a nutrir-se de farinha de pau, a abater, para

o prato, a caça grossa, a embalar-se na rede de fio, a imitar os selvagens na rude e livre vida", no dizer

de Pedro Calmon8

Até a introdução do cultivo de exportação, o extrativismo do pau-brasil foi a primeira razão econômica da

posse das novas terras por Portugal.9

As queimadas[editar | editar código-fonte]

Queimadas são um dos problemas ainda presentes na agriculturabrasileira.

Uma das práticas usadas pelos indígenas, na abertura dos aceiros para o cultivo era a da queimada. Isto

possibilitava, além da rápida limpeza do terreno, o aproveitamento das cinzas como adubo e cobertura.

Ao contrário do que preconizam os estudiosos e pessoas que, como Monteiro Lobato, abordaram a

prática como um legado nocivo dos índios, as queimadas que estes realizaram ao longo de cerca de doze

mil anos de sua presença nas atuais terras do Brasil mantiveram a natureza em equilíbrio - o que deixou

de ocorrer, entretanto, com a incorporação da limpeza do terreno pelo fogo à cultura européia introduzida

a partir de 1500: a divisão da terra em propriedades, o cultivo monocultor, etc., que dizimaram a flora

nativa.10

O manejo dos índios não era baseado apenas no fogo: a formação das roças em locais escolhidos

permitia a interação com a natureza circundante, sua preservação, obtendo em troca a caça e a proteção

contra pragas. Algo que foi perdido, como constatou Darcy Ribeiro, ao afirmar: "Assim passaram milênios

até que surgiram os agentes de nossa civilização munidos, também ali, da capacidade de agredir e ferir

mortalmente o equilíbrio milagrosamente logrado por aquelas formas complexas de vida"10

Brasil Colônia: a monocultura da cana

O açúcar atraiu o colonizador, fez virem os escravos da África e provocou a invasão do território.

A imagem retrata um engenhoholandês, na obra Historia Naturalis Brasiliae, de 1648.

Page 6: A Agricultura No Brasil

Logo após o Descobrimento, as riquezas naturais da terra não se revelaram promissoras, até a introdução

da produção de cana-de-açúcar na região Nordeste. Isto obrigou os portugueses a introduzirem a mão-

de-obra escrava, capaz de realizar as duras tarefas de cultivo da monocultura, sistema muitas vezes

chamado de plantation. Essa fonte de riqueza, entretanto, não serviu para a promoção do

desenvolvimento técnico ou social.11

A concentração da riqueza e a formação de latifúndios geraram um sistema social quase feudal - diverso

do que ocorreu, por exemplo, na América do Norte, onde a terra foi dividida em pequenas propriedades. A

economia brasileira era em sua maior parte dependente da exportação do açúcar, que a despeito de ser

trinta por cento mais barato que o produzido noutras partes, não possuía acesso aos mercados, vindo a

declinar na segunda metade do século XVII. Muitas regiões produtoras, então, passaram a diversificar a

produção, passando ao plantio do algodão ou, no Recôncavo Baiano, do tabaco ou do cacau - embora o

legado negativo desse período tenha permanecido: a estrutura social arcaica e a baixa tecnologia

agrícola.11

Mão-de-obra escrava

Na ilustração de "O Fazendeiro do Brasil", de 1806, José Mariano da Conceição Veloso descreve etapas e ferramentas

usadas no cultivo doíndigo, no Brasil.

O trabalho do indígena, tentado inicialmente pelos colonos, não se revelou producente. Leis proibiam sua

escravização, embora nos rincões estas não fossem respeitadas. Entretanto, mesmo estes trabalhadores

forçados, se rebelavam, fugiam ou simplesmente morriam. Os colonos passaram a exigir, então, a vinda

dos africanos.12

No primeiro século após o Descobrimento a população cativa já superava a de homens livres. Tão

necessária era sua força de trabalho na agricultura que Antonilassim descreveu: "os escravos são as

mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles, no Brasil, não é possível fazer, conservar ou

aumentar fazenda, nem ter engenho corrente"13

Page 7: A Agricultura No Brasil

Os escravos foram, ainda, os responsáveis pelo desbravamento das novas fronteiras agrícolas, no oeste

cafeeiro paulista. Ao final do II Reinado o Brasil já respondia por mais da metade da produção mundial

deste grão que, assim, substituía na agricultura o papel anteriormente representado pela cana-de-

açúcar.12

A Lei Áurea, segundo João Ribeiro, "mais que todas humana e cristã, ameaçava o trabalho e feria

gravemente os interesses dos agricultores; ainda havia no Brasil mais de setecentos mil escravos (…)

Muitos dos agricultures passaram-se para o partido republicano ou ficaram indiferentes ao ataque das

instituições…"14

Feita sem seguir a uma distribuição de terras aos ex-cativos, a Abolição acabou

provocando o êxodo rural, tanto dos trabalhadores quanto de proprietários arruinados, por um lado. Por

outro, foi a raiz de problemas futuros, como afavelização dos centros urbanos, da violência e pobreza.15

Brasil Império: domínio do café

Plantação brasileira de café, no começo do século XX.

Ainda no final do período colonial o café foi introduzido no país. Mas foi somente após

a independência que a produção se consolidou na região Sudeste, sobretudo no estado de São Paulo. A

exportação, que no começo do século XIX era de 3.178 sacas de 60 kg, passou a 51.361.000 sacas, nas

décadas de 1880 e 1890 - saltando de dezenove por cento para cerca de sessenta e três por cento do

total da exportação do país.11

Esse enorme peso econômico fez surgir uma nova oligarquia dominante no Brasil, os chamados Barões

do Café. Apressou, ainda, os movimentos de imigração, com ofim da escravidão, atingindo seu ápice nas

chamadas política do café-com-leite epolítica dos governadores, esta última no governo Campos Sales,

até a crise de 1929 encerrar este ciclo na década de 1930 e com a industrialização do país - com o capital

oriundo do excedente cafeeiro.16

Ensacamento para exportação, no auge do ciclo do café.

A imigração européia se acentuou com a produção do café no oeste paulista, com a chegada ao país

sobretudo de italianos. A riqueza gerada pelo produto acentuou as diferenças entre as regiões brasileiras,

especialmente o Nordeste.11

Page 8: A Agricultura No Brasil

Além do café outras culturas tiveram crescimento ainda no século XIX, como o fumo e o cacau, na Bahia,

e a borracha na Amazônia: em 1910 a borracha representava em torno de quarenta por cento das

exportações. O algodão assistiu um crescimento temporário, durante a Guerra de Secessão, nos Estados

Unidos da América.11

Problemas internacionais

A produção brasileira de café, já no começo do século XX, excedia a demanda mundial. Isto fez ocorrer o

conhecidoConvênio de Taubaté, onde o Estado passou a adquirir a produção excedente, que era

destruída; novas mudas foram proibidas de serem plantadas - objetivando manter um preço mínimo

rentável do produto.11

Também a borracha sofreu com a concorrência externas: a Inglaterra, em 1870, contrabandeou mudas

da seringueira e em1895 tinha início a plantação de mudas na Ásia. Nas décadas de 1910 e 1920 essa

concorrência praticamente fez sucumbir a produção brasileira.11

Surgimento das escolas de Agronomia

Entrada do Colégio Agrícola de Camboriú, da UFSC.

Ainda no Império teve lugar, na Bahia, ao surgimento da primeira escola destinada à formação de

profissionais agrônomos. No ano de 1875 foi fundado, no povoado de São Bento das Lages, o primeiro

curso, na cidade de Cruz das Almas.17

Em 1883, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, o segundo curso foi

criado.18

O reconhecimento do curso somente se deu trinta e cinco anos após a criação do primeiro colégio, com o

decreto 8.319/1910. A profissão de engenheiro agrônomosó veio a ser reconhecida em 1933 e

atualmente são cerca de setenta faculdades de agronomia regulares no país. O dia 12 de outubro,

quando foi promulgado o decreto, passou a ser o "Dia do Engenheiro Agrônomo".18

O registro profissional é feito junto aos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura, integrados

nacionalmente pelo CONFEA;19

os alunos dos cursos de Agronomia, por sua vez, integram aFederação

dos Estudantes de Agronomia do Brasil.

Diversificação agrícola: anos 1960 a 1990

Page 9: A Agricultura No Brasil

O ex-ministro, Luís Fernando Cirne Lima, fundador da Embrapa, em palestra pelos 35 anos da entidade. Brasília, 2008,

José Cruz/ABr.

Durante o regime militar foi criada em 1973 a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),

com o objetivo de diversificar a produção agrícola. O órgão foi responsável pelo desenvolvimento de

novos cultivares, adaptados às condições peculiares das diversas regiões do país. Teve início a expansão

das fronteiras agrícolas para o cerrado, e latifúndios monocultores com a produção em escala semi-

industrial de soja, algodão e feijão.11

Dentre os pesquisadores da Embrapa que possibilitaram a incrementação darevolução verde na

agricultura brasileira, destaca-se a pesquisadora tcheca-brasileira Johanna Döbereiner que, com suas

pesquisas sobre os microrganismosfixadores de nitrogênio, por sua amplitude mundial, rendeu-lhe,

em 1997, a indicação para receber o Prêmio Nobel de Química.20

Em 1960 eram quatro os principais produtos agrícolas exportados; no começo da década de 1990 estes

passaram a dezenove. O avanço nestes trinta anos incluiu o beneficiamento: nos anos 60 os produtos

não-beneficiados eram oitenta e quatro por cento do total exportado, taxa que caiu a vinte por cento, no

começo da década de 90.11

As políticas de fomento agrícola incluíam créditos subsidiados, perdão de dívidas bancárias, e subsídios à

exportação (que, em alguns casos, chegou a cinquenta por cento do valor do produto).11

Mecanização: os anos 90

Colheitadeira em uma plantação dealgodão brasileira.

A partir de 1994, com a estabilização monetária do Plano Real, o modelo agrícola brasileiro passou por

uma radical mudança: o Estado diminuiu sua participação e o mercado passou a financiar a agricultura

que, assim, viu fortalecida a cadeia doagronegócio, desde a substituição da mão-de-obra por máquinas

(houve uma redução da população rural brasileira, que caiu de vinte e um milhões e setecentas mil,

em 1985, para dezessete milhões e novecentas mil pessoas em 1995), passando pela liberação do

comércio exterior (diminuição das taxas de importação dos insumos), e outras medidas que forçaram os

produtores brasileiros a se adaptarem às práticas de mercado globalizado. O aumento da produtividade, a

mecanização (com redução dos custos) e profissionalização marcam esse período.11

Questões agrárias

Desde suas origens o Brasil possuiu uma grande concentração de terras, primeiro no sistema conhecido

por sesmarias, que vigeu até 1822, e que deu origem aos atuais latifúndios.21

Em 1850 (mesmo ano da lei

que proibia o tráfico negreiro) foi promulgada a Lei de Terras, que manteve o sistema de concentração da

Page 10: A Agricultura No Brasil

terra em latifúndios e que permaneceu até1964, quando a ditadura preparou o Estatuto da Terra. O custo

elevado da produção agrícola na Colônia e Império contribuiu para a formação de latifúndios e no país

nunca houve uma grande reforma agrária, que somente passou a integrar a política oficial e legal do país

após a Constituição de 1988.22

Dos cerca de trinta e um milhões de brasileiros que vivem na faixa de pobreza, mais da metade está na

zona rural. Nos últimos vinte e cinco anos do século XX cerca de trinta milhões de moradores do campo

abandonaram ou perderam suas terras, criando um déficit de cerca de quatro milhões e oitocentas mil

famílias sem terra. Neste tempo, a grande maioria dos recursos de financiamento foi dirigido para

as oligarquias e grandes proprietários, atendendo ao modelo de exploração intensiva das propriedades,

formação de grandes monoculturas e áreas de pastagens, que com o esgotamento da

chamada revolução verde, acabou por revelar uma série de problemas como o uso excessivo

de agrotóxicos, irrigação e desmatamento descontrolados, agressão à cultura nativa, dentre outros.23

Com a redemocratização o país teve, entre 1985 e 1988, quase nove mil conflitos sociais no meio rural,

com o assassinatode 1.167 pessoas por questões agrárias.23

Neste período teve início um confronto que

gerou, de um lado, os sindicatos, movimentos sociais e a Igreja Católica (então no país orientada pela

chamada "opção preferencial pelos pobres", com ascomissões pastorais) e, do outro, os grandes

proprietários, reunidos na União Democrática Ruralista - a UDR - cujo representante maior era Ronaldo

Caiado.24

A mais famosa vítima desses conflitos foi o sindicalista Chico Mendes, no Acre, em 1988.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST), principal grupo representante dos trabalhadores

sem terra, durante o encerramento do 5º Congresso do MST em Brasília, em 2007.

Segundo o pesquisador Bernardo Mançano, da UNESP, os censos rurais realizados

desde 1940 apontavam para a concentração da terra, somente possível de ser revertida com o fim do

êxodo rural e assentamento anual de cento e cinquenta mil famílias. Durante o Governo Itamar Franco,

o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) realizou cerca de cem mil assentamentos

anuais; nesta administração foi instituído o rito sumário de desapropriação, vencendo um dos principais

obstáculos para a medida, que era a sua demora.25

Os conflitos atingiram seu ápice em 1996 com o chamado Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará,

quando o então governador Almir Gabriel ordenou a desocupação de uma estrada ocupado por sem-

terras. A chacina daí decorrente - dezenove mortos e cinquenta e um feridos - expôs ainda mais o

problema agrário no país, e o desrespeito aos direitos humanos vivido.26

Em artigo de 1996, a economista Maria da Conceição Tavares, uma das maiores críticas do Governo

Fernando Henrique Cardoso, alertava que "a importância de uma reforma agrária aumentou muito e a

Page 11: A Agricultura No Brasil

disputa pela terra, se não forem regulados rapidamente as relações de "domínio" da propriedade rural,

levará a enfrentamentos crescentes".27

Em 1998 os movimentos sociais na luta pela terra provocaram cerca de quinhentas ocupações de

fazendas que consideravam improdutivas. Como reação às invasões, o Presidente FHC editou a Medida

Provisória 2.027-38, que continha a proibição de destinar para a reforma agrária toda terra que fosse

ocupada.25

Irrigação

Arrozal gaúcho: onde primeiro se fez irrigação no Brasil.

As primeiras experiências de irrigação no Brasil ocorreram no Rio Grande do Sul, para o cultivo do arroz;

o primeiro registro data de 1881, com a construção da barragem de Cadro, teve seu início em 1903.

Entretanto, a prática só veio a se ampliar nos últimos trinta anos do século XX.28

Enquanto nas regiões Sul e Sudeste a irrigação desenvolvia-se paulatinamente pela iniciativa privada, na

região Nordeste era incentivada por órgãos oficiais, como oDNOCS e a CODEVASF, a partir da década

de 1950. Em 1968 foi instituído o Grupo Executivo de Irrigação e Desenvolvimento Agrário (GEIDA), que

dois anos depois veio a instituir o Programa Plurianual de Irrigação (PPI). A maioria dos recursos foram

destinados ao Nordeste.28

Essas iniciativas burocráticas federais, entretanto, não obtiveram o sucesso esperado. A partir de 1985 foi

dada nova orientação e, em 1996, um novo direcionamento foi buscado, a fim de ampliar o uso da

irrigação na agricultura, com oProjeto Novo Modelo da Irrigação, que contou com a participação de mais

de mil e quinhentos especialistas do país e do estrangeiro.28

O potencial de irrigação no Brasil, segundo o Banco Mundial é de cerca de vinte e nove milhões de

hectares. No ano de 1998 havia, entretanto, somente 2,98 milhões.29

No final da última década do século XX o país tinha a irrigação de superfície como a principal forma

(59%), seguida pelaaspersão (35%) e, por último, a irrigação localizada. A Região Sul apresentava a

maior área irrigada (mais de um milhão e cem mil ha), depois o Sudeste (oitocentos e noventa mil ha) e

Nordeste (quatrocentos e noventa mil ha).29

Presentemente, o marco regulatório da atividade encontra-se em tramitação no Congresso Nacional,

através do Projeto de Lei 6.381/200528

, que visa substituir a Lei 6.662/1979, que disciplina a Política

Nacional de Irrigação.30

A Política Nacional de Recursos Hídricos é disciplinada pela Lei 9.433/1997, e

gerenciada pelo Conselho Nacional.28

Infraestrutura agrícola

Page 12: A Agricultura No Brasil

Dentre os principais itens infraestruturais que demandam atenção pela atividade agrícola estão o

transporte, os estoques reguladores, armazenagem, política de preço mínimo, defesa fitossanitária, entre

outros.

Escoamento da produção

Transporte da safra por rodovias: exemplo de atraso na infraestrutura do Brasil.

O transporte das safras é um dos problemas estruturais enfrentados pela agricultura, no Brasil.

Pedro Calmon registrava que, desde o Império, "o escoamento das safras é difícil" e indicava que "os

velhos projetos de estradas de ferro ou caminhos carroçáveis, ligando o litoral às montanhas centrais (…)

a que resistem os estadistas forrados de ceticismo, que repetem Thiers, quando, em 1841, achava que as

vias férreas não convinham à França".31

No Brasil não existe uma política de armazenamento da safra nas propriedades. A maioria do transporte é

feito em rodovias, a grande parte em más condições de tráfego, através de caminhões. O custo do

transporte, em geral recaindo sobre o produtor, é elevado e não obedece aos princípios de logística.32

Na safra 2008/2009, por exemplo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) denunciava o

estado precário das estradas da região Centro-Oeste, algumas com problemas desde 2005 e, a despeito

de solicitações às entidades governamentais, nada havia sido feito.33

A despeito disto, o governo federal elaborou, em 2006, um Plano Nacional de Logística e Transportes,

destinado a proporcionar um melhor escoamento da produção.34

A falta de investimentos no setor,

entretanto, continua a ser o principal problema na logística de escoamento.

Estoques reguladores e preço mínimo[editar | editar código-fonte]

Um bom exemplo da necessidade da formação de estoques reguladores está na produção de álcool

combustível a partir da cana-de-açúcar. A grande variação de preços ao longo do ano-safra, que variam

por razões climáticas e fitossanitárias, justificam a formação de estoques.35

Os estoques também visam assegurar estabilidade aos rendimentos dos agricultores, além de impedir a

flutuação de preços entre-safras. Até a década de 1980 havia no país a implantação da chamada Política

de Garantia de Preços Mínimos, que perdeu importância na política agrícola a partir dos anos 90, com

a globalização. O principal efeito é a instabilidade de preços dos produtos agrícolas.36

A composição de estoques, no plano nacional, compete à Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab).37

Armazenagem

Page 13: A Agricultura No Brasil

Caminhões transportando safra de soja, revelam falta de silos.

Roosevelt Pinheiro/ABr.

A armazenagem agrícola é uma das etapas da produção da agricultura do país que apresentam

necessidades de investimento e ampliação, a fim de acompanhar o desenvolvimento do setor. Dentre as

ações logísticas da produção, a capacidade de armazenagem brasileira, em 2003, era de 75% da

produção de grãos,38

quando o ideal é que seja 20% superior à safra.39

A produção, por falta de armazéns e silos, precisa ser comercializada rapidamente. Segundo dados

da Conab, apenas 11% dos armazéns estão nas fazendas (enquanto na Argentina esse total é de 40%,

na União Européia de 50%, noCanadá chega a 80%). Isto força o agricultor a servir-se dos serviços de

terceiros, para estocar sua produção. Fatores sazonais, como a quebra de safras e defasagem cambial

descapitalizam o produtor, e este não consegue investir na construção de silos. Com estes pode negociar

sua produção em condições mais favoráveis, e não quando da colheita, apenas. A situação brasileira

permite dizer que os caminhões se transformam em "silos sobre rodas".39

Gestão Territorializada da Agricultura[editar | editar código-fonte]

Proposta de estímulo ao ordenamento territorial da agricultura brasileira e uso eficiente do solo. A maior

capacidade de gestão das atividades de agricultura, pecuária e silvicultura é fundamental para conciliar as

exigências de controle e mitigação dos impactos ambientais com o atendimentos às demandas para

produção de alimentos, agroenergia e insumos florestais para a indústria. A gestão territorializada da

agricultura trata do estabelecimento de uma política que considere os diferentes potenciais produtivos e

sua localização no território, oferecendo instrumentos que permitam monitorar a situação agrícola por

meio de ferramentas geoespaciais, considerando assimetrias no uso do solo em termos de produtividade,

tecnologias e demandas futuras. Combinando esses instrumentos a novas propostas no Plano Safra no

Programa Agricultura de Baixo Carbono e estudos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência

da República, a oferta de crédito poderá ser guiada à intensificação do uso de determinadas áreas,

orientando o produtor para a priorização de sistemas sustentáveis.

Agricultura familiar no Brasil

Hortas, em regime de agricultura familiar. ABr/Antonio Cruz.

Page 14: A Agricultura No Brasil

A agricultura familiar, assim considerada a que emprega apenas o núcleo familiar (pai, mãe, filhos e,

eventualmente, avós e tios) nas lides da terra,40

podendo empregar até cinco trabalhadores

temporários,41

é responsável direta pela produção de grande parte dos produtos agrícolas brasileiros.

Responde, assim, pela produção de 84% da mandioca, 67% do feijão e 49% do milho.40

Na década de 1990 a agricultura familiar apresentou um crescimento de sua produtividade na ordem de

75%, contra apenas 40% da agricultura patronal. Isso deve-se, em grande parte, à criação

do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar), que abriu uma linha especial de crédito para o

financiamento do setor. Segundo o Censo Agropecuário de 1995/96, do IBGE, havia no país 4.339.859

estabelecimentos familiares no país, com área até 100 ha.41

Até 2009 foram realizadas seis edições da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária,

sendo as quatro primeiras edições em Brasília e as duas últimas no Rio de Janeiro. Seu objetivo é

divulgar a importância do setor para a economia brasileira, pois responde por 70% dos alimentos

consumidos no pais, o que perfaz um total de 10% do PIB.42

Extrativismo vegetal

Mulheres colhem babaçu, noMaranhão.

A colonização do país iniciou-se com o extrativismo vegetal: a exploração da madeira do pau-brasil,

chamado pelos nativos de ibirapitanga, e que acabou dando o nome à terra descoberta pelos

portugueses.43

Existem no Brasil quarenta e nove reservas extrativistas e sessenta e cinco florestas protegidas por lei

federal, com o intuito de preservar o ambiente natural, nas quais é incentivada a prática do extrativismo

vegetal como modo de interagir com o meio, sem degradá-lo.44

Por falta de incentivo governamental as reservas extrativistas vêm se tornando inviáveis economicamente.

O caso da borracha natural é um caso típico: no Acre cerca de quatro mil famílias teriam abandonado a

atividade, conforme revelado por políticos do estado no início de 2009. A seringueira vem sendo cultivada,

após ter passado por aclimatação, com grande sucesso, no estado de São Paulo, onde mais de trinta e

seis mil hectares foram plantados com a árvore - enquanto o Acre conta com pouco mais de mil

hectares.45

A despeito disso, o pesquisador Alfredo Homma, que há mais de três décadas estuda o ambiente

amazônico, assinala que a prática é inviável economicamente, em longo prazo. Para tanto ressalta

exemplificando que para extrair o látex de quatrocentas e cinquenta árvores um seringueiro deve dispor

de uma área superior a trezentos hectares, quando as mesmas plantas podem ser cultivadas em igual

Page 15: A Agricultura No Brasil

número numa área equivalente a um campo de futebol. O cultivo de áreas já degradadas com árvores

nativas deve ser uma solução economicamente viável, segundo o estudioso, como já vem sendo feito em

várias culturas que tiveram aumento da demanda, a exemplo do cupuaçu e do jaborandi.44

Segundo o IBGE, no ano de 2003 a produção do extrativismo vegetal apresentou os seguintes dados: o

setor não-madeireiro, que representa 35% do extrativismo, produziu um valor de quatrocentos e quarenta

e nove milhões de Reais, com os seguintes produtos principais: piaçava (27%), babaçu (amêndoa -

17%), açaí (16%), erva-mate (14%), carnaúba(8%) e castanha-do-pará (5%). Já o setor madeireiro

representa 65% do extrativismo no país.46

Trabalho escravo e infantil

Fiscais do Ministério do Trabalho e agentes da Polícia Federal em carvoaria clandestina, locais onde mais ocorrem

situações de trabalho ilegal.

No Brasil ainda se verificam situações de trabalho escravo e infantil. Segundo dados do Departamento de

Trabalho do governo dos Estados Unidos da América, o país ocupa o terceiro lugar no mundo em

ocorrências dessas modalidades ilegais de trabalho (junto a Índia e Bangladesh, empatados), sendo que

o setor de agronegócio responde com oito das treze atividades em que tais irregularidades têm maior

incidência, com destaque para a pecuária e os cultivos de sisal, cana-de-açúcar, arroz, tabaco e carvão

vegetal. A despeito dessa posição, o país teve sua atuação no combate dessa situação elogiada, sendo

que no período 1995-2009 cerca de trinta e cinco mil trabalhadores foram libertados das condições

aviltantes de trabalho.47

Para o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ministro Lélio Bentes, aOrganização Internacional do

Trabalho - OIT - reconhece o empenho brasileiro no combate às práticas criminosas de trabalho, que

passam pela aplicação de multas; dentre as causas aponta a pobreza e a desinformação, ressaltando que

para a solução definitiva mister a constante fiscalização das propriedades, e ainda a possível aprovação

de Projeto de Emenda à Constituição (PEC), que prevê a perda do imóvel para os proprietários flagrados

em situação irregular.48

Agricultura e impacto ambiental

Page 16: A Agricultura No Brasil

Voçoroca no estado de São Paulo.

No Brasil o setor agropecuário e o desmatamento respondem por 75% das emissões de gases

responsáveis pela mudança do clima. Em razão disto, algumas iniciativas vêm sendo adotadas, com

objetivo de minimizar esse impacto, sobretudo pela redução do desmatamento para a expansão agrícola

e pecuária: a chamada "Moratória da Soja", o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, e o uso

dafertirrigação nesta última, são exemplos dessas ações.49

Erosão do solo

Um dos problemas enfrentados pela agricultura brasileira é a falta de cuidados referentes ao uso do solo

e controle da erosão. Uma grande parte das regiões Sudeste e Nordeste do país é de formações

rochosas graníticas e de gnaisse, sobre as quais assenta-se uma camada deregolito, bastante suscetível

à erosão e formação de voçorocas. Autores, como Bertoni e Lombardi Neto, apontam essa condição

como um dos maiores riscos ambientais do país, e grande parte delas são decorrentes da ação

humana.50

A erosão impõe a reposição de nutrientes ao solo, em consequência da perda dos mesmos, e ainda

provoca perda da estrutura, textura, e diminuição das taxas de infiltração e retenção de água.51

Os procedimentos usados comumente no preparo do plantio, como a aração e uso de herbicidas para o

controle das ervas daninhas acabam por deixar o solo exposto e suscetível à erosão - quer pelo

carregamento da camada superficial (e mais rica em nutrientes), quer pela formação das voçorocas. A

terra levada pela água, assim, provoca o assoreamento de rios e reservatórios, ampliando deste modo o

impacto negativo no ambiente. Uma das soluções é o chamado plantio direto, prática ainda pouco

divulgada no país.52

Agrotóxicos no Brasil

Existem quatro mil tipos de agrotóxicos, que resultam em cerca de quinze mil formulações distintas, dos

quais oito mil estão licenciadas no Brasil. São produtos

como inseticidas, fungicidas, herbicidas, vermífugos, e ainda solventes e produtos para higienização de

instalações rurais, dentre outros. Seu uso indiscriminado provoca o acúmulo dessas substâncias no solo,

água (mananciais, lençol freático, reservatórios) e no ar - e são largamente utilizados para manter as

lavouras livres de pragas, doenças, espécies invasoras, tornando assim a produção mais rentável.53

O Brasil apresenta uma taxa de 3,2 kg de agrotóxicos por hectare - ocupando a décima posição mundial,

para alguns estudos, e a quinta, em outros. O estado de São Paulo é o maior consumidor, no país, sendo

também o maior produtor (com cerca de 80% da produção nacional). Para o controle dos efeitos danosos

Page 17: A Agricultura No Brasil

ao meio ambiente do uso dessas substâncias é preciso a educação do agricultor, a prática do plantio

direto, e ainda o esforço de órgãos tecnológicos como a EMBRAPA, com o desenvolvimento de espécies

mais resistentes, de técnicas que minimizem a dependência aos produtos, do controle biológico de

pragas, entre outros.53

No ano de 2007 os produtos que apresentaram maior índice de contaminação por agrotóxicos foram

tomate, alface e morango, sendo o agricultor o principal afetado. Isso decorre porque é baixa a

conscientização do produtor e poucos são os que cumprem as determinações legais para o uso dessas

substâncias, como a de Equipamento de Proteção Individual (EPI).54

Segundo informações da Anvisa com base em dados da ONU e Ministério do Desenvolvimento, Indústria

e Comércio, as lavouras brasileiras utilizam pelo menos dez tipos de agrotóxicos considerados proibidos

em outros mercados, como União Europeia e Estados Unidos.55

Transgênicos no Brasil

Brasília, 2007: manifestantes pedem liberação de milho transgênico.

Antonio Cruz/ABr.

O país ocupa a terceira posição mundial no uso de sementes transgênicas. As principais culturas que

usam dessa biotecnologia são a soja, o algodão e, desde 2008, o milho.56

Diversas ONGs nacionais ou internacionais brasileiras, como o Greenpeace, MSTou Contag,

manifestaram-se contrários ao cultivo de plantas geneticamente modificadas no país, expondo

argumentos como a desvalorização destes no mercado, a possibilidade de impacto ambiental negativo, a

dominação econômica pelos grandes empresários, dentre outros.57

Entidades ligadas ao agronegócio,

entretanto, apresentam resultados de estudos efetuados pela Associação Brasileira de Sementes e

Mudas (Abrasem), nos anos de 2007 e 2008, tendo como resultado "vantagens socioambientais

observadas nos demais países que adotaram a biotecnologia agrícola há mais tempo"56

No país a Justiça Federal decidiu que alimentos que contenham mais de 1% de transgênicos em sua

composição devem, nos seus rótulos, expor a informação em destaque, a fim de informar o consumidor.58

Cultivo orgânico[editar | editar código-fonte]

Page 18: A Agricultura No Brasil

Cultivo orgânico de berinjela.

José Cruz/ABr.

A chamada Agricultura orgânica visa a produção de alimentos sem uso de fertilizantes, agrotóxicos,

agroquímicos, etc. O Censo Agrícola de 2006 do IBGE reportou a existência de noventa mil

estabelecimentos do tipo no Brasil, o que perfaz 2% do total; destes, entretanto, apenas 5106 possuem o

certificado de produção orgânica.59

Os orgânicos estão presentes sobretudo nas pequenas e médias propriedades, e a maioria dos

produtores estão organizados em associações ou cooperativas. O estado com maior número de

produtores é a Bahia (223), seguido por Minas Gerais (192), São Paulo (86), Rio Grande do Sul (83),

Paraná (79), Espírito Santo (64) e outros.59

O programa Organics Brasil, constituído em 2005, visa promover as exportações do setor.59

Solos brasileiros

Solo regolítico, em rochagranulítica, Leblon, RJ.

O programa de mapeamento e classificação dos solos do país teve início em 1953, com a elaboração

da Carta de Solos do Brasil, resultando na publicação do primeiro mapa pelo IBGE no ano de 2003. O

conhecimento dos solos foi um dos fatores que permitiram a ampliação produtiva da agricultura, no

período a partir de 1975. O Centro-Oeste teve sua expansão efetivada graças ao uso da tecnologia; a

região é constituída principalmente por latossolos, tem-se que estes tipos de solo favorecem a

mecanização desde o preparo do terreno até a colheita, em face da qualidade dorelevo, embora sejam

pobres em nutrientes.60

A classificação dos solos do país, seu estudo e sistematização são capitaneados pela Embrapa Solos,

contando ainda com a participação de diversas entidades, no passado e no presente, tais como o Projeto

RADAM, a Universidade Rural (atual UFRRJ) e diversos cursos deAgronomia.61

Evolução do agronegócio brasileiro

Page 19: A Agricultura No Brasil

Maquinário na produção de soja.

Durante as duas décadas finais do século XX, o Brasil assistiu a uma brutal evolução na sua produção

agrícola: em uma área praticamente igual à do início dosanos 80, a produção praticamente dobrou no final

do século.

Em 2010, a OMS aponta o país como o terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas

de Estados Unidos e União Europeia.62

63

Vários fatores levaram a este resultado, tais como a melhoria dos insumos utilizados (sementes, adubos,

máquinas), as políticas públicas de incentivo à exportação, a diminuição da carga tributária (como, por

exemplo, a redução do imposto de circulação, em 1996), a taxa de câmbio real que permitiu estabilidade

de preços (a partir de 1999), o aumento da demanda dos países asiáticos, o crescimento da produtividade

das lavouras62

e outros componentes, como a intercessão governamental junto à OMC para

derrubar barreiras comerciais existentes contra produtos brasileiros em países importadores.64

Esta evolução do setor permitiu que a agricultura passasse a representar quase um terço do PIB nacional.

Esta avaliação leva em conta não somente a produção campesina em si mesma, mas de toda a cadeia

econômica envolvida: desde a indústria produtora dos insumos até aquela envolvida no seu

beneficiamento final, transporte, etc.64

Enquanto a agricultura propriamente dita apresentou, no período de 1990 a 2001 uma queda na oferta de

empregos, o setor do agronegócio praticamente triplicou a oferta de empregos (que saltou de trezentos e

setenta e dois mil para um milhão e oitenta e dois mil, no interregno). O número de empresas era, em

1994, de dezoito mil, e em 2001 saltou para quase quarenta e sete mil. Já a relação

emprego/produtividade na agricultura apresentou um crescimento expressivo, oposto à diminuição do

número de trabalhadores. 65

Perspectivas e limitações

O setor agrícola brasileiro possui possibilidades de ampliar a produção existente. Para tanto, há que se

considerar as áreas em que pode haver expansão da fronteira agrícola, bem como o incremento daquelas

subexploradas. Fatores que limitam essa expansão vão desde o surgimento de pragas em virtude

das monoculturas, infraestruturais (vide a seção sobre o transporte), os problemas ambientais gerados

por práticas como o desmatamento, etc.64

Balança comercial agrícola

Dentre os produtos do agronegócio a soja é o líder. No período compreendido entre agosto de 2007 e

julho de 2008 as exportações agrícolas renderam ao país sessenta e oito bilhões e cem milhões

Page 20: A Agricultura No Brasil

de dólares, que fizeram o setor apresentar um superávit (diferença entre o valor importado e o exportado)

de cinqüenta e sete bilhões e trezentos milhões de dólares, no período.66

Mercados externos

No ano de 2008 o maior mercado consumidor dos produtos agrícolas brasileiros foi a União Européia.

A China, entretanto, foi o país que, individualmente, teve maior participação como importador, com um

montante de 13,2% no total, seguido pelos Países Baixos (com 9,5%) e Estados Unidos da

América (8,7%).66

Agronegócio por regiões

As Regiões do Brasil possuem ampla diversidade climática e, portanto, apresentam vocação agrícola e

industrial com problemáticas bastante diferenciadas, trazendo assim participações bem distintas no

agronegócio.

No ano de 1995, as regiões brasileiras participavam, percentualmente, da seguinte forma no total do

volume do setor: Norte – 4,2%; Nordeste – 13,6%; Centro-Oeste – 10,4%; Sudeste – 41,8%; e Sul –

30,0%, dados estes que revelam a concentração nestas duas últimas regiões de mais de setenta por

cento de todo o montante do agronegócio brasileiro. Este quadro vem se alterando, com a pequena e

gradual ampliação das regiões Centro-Oeste e Norte.67

Região Sul

Parreiral gaúcho.

Nos estados do Sul brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) houve considerável

participação das cooperativismo. Os produtos de maior representatividade no PIB agrícola do país são

a avicultura e o arroz irrigado, que lidera, e posições estáveis com o milho e o feijão - havendo perdido as

posições que ocupava no ranking nacional em produtos como soja, trigo, cebola, batata e outros.68

É,

ainda, a maior produtora de tabaco no país que, por sua vez, é o maior exportador mundial.69

A vocação agrícola no Sul, incrementada a partir da década de 30, coincidiu com a integração com os

setores industriais da região. Enquanto nos demais estados as indústrias tenderam, na atualidade, à

importação dos insumos, Santa Catarina mantém um elevado grau de interdependência do setor industrial

com o agrícola.70

No Rio Grande do Sul, sobretudo, é importante a participação do chamado agronegócio familiar, derivado

sobretudo do modelo de colonização ali verificado, com expressiva representatividade no PIB agrícola

daquele estado. Outro fator importante é que este modelo proporciona um elevado grau de fixação do

homem no campo, bem como a interação entre os pequenos produtores.71

No ano de 2004 a região respondia com 14,4% da produção frutícola, ocupando o terceiro lugar do país.72

Page 21: A Agricultura No Brasil

Região Sudeste

Plantação de cana, em Avaré, São Paulo.

Em 1995 o Sudeste (composto pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito

Santo), era responsável pela maior participação no montante do agronegócio do país, mas em tendência

de queda face a expansão das fronteiras agrícolas e à instalação de indústrias noutras regiões.67

O Sudeste é o maior produtor nacional de frutas, com 49,8% do total nacional, em dados de 2004.72

A

região concentra 60% das empresas de software voltadas para o agronegócio, segundo levantamento

efetuado pela Embrapa Informática Agropecuária (situada em Campinas/SP).73

Quanto à exportação, o

setor do agronegócio ocupava a segunda posição nacional, no período de 2000 a maio de 2008, ficando

atrás da Região Sul; o Sudeste representou 36% do montante exportado de 308 bilhões de dólares - os

produtos que mais se destacaram no comércio exterior na região foram o açúcar (17,27%), café (16,25%),

papel e celulose (14,89%), carnes (11,71%) e hortifrutícolas (com destaque para o suco de laranja) com

10,27%.74

Região Nordeste

Plantação de palma, em Urandi

Valter Campanato/ABr

.

No Nordeste brasileiro, região formada por nove estados

(Bahia, Sergipe,Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão) 82,9 %

da mão de obra do campo equivale à agricultura familiar.75

A região é a maior produtora nacional de banana, respondendo pelo montante de 34% do total.76

Lidera,

ainda, a produção da mandioca, com 34,7% do total.77

Segunda maior produtora de arroz, com uma safra

estimada para 2008 de um milhão, cento e catorze mil toneladas, em que o Maranhão tem majoritária

participação (com 668 mil toneladas).78

Também ocupa a segunda posição na produção frutícola, com

27% da produção nacional.72

Page 22: A Agricultura No Brasil

Um dos grandes problemas da região são as estiagens prolongadas, mais fortes nos anos em que ocorre

o fenômeno climático do El Niño. Isso provoca o êxodo rural, a perda de produção, minimizados seus

efeitos por meio de ações governamentais de emergência, através da construção de açudes e outras

obras paliativas, como a transposição do Rio São Francisco. As piores secas dos últimos anos foram as

de 1993, 1998 e 1999, a primeira considerada a pior em cinquenta anos.79

Região Norte

Oficina de horticultura, Manacapuru, Amazonas.

A região Norte (composta pelos estados

do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,Rondônia, Roraima e Tocantins) tem como principal característica a

presença dobioma amazônico, em que a floresta tropical é marcante (e, por sua presença em parte do

estado do Maranhão, este é incluído nas ações de governo nesta região). O grande desafio da região é

aliar a rentabilidade e produtividade com a preservação da floresta.80

A região já foi responsável, por um breve período, pela produção do mais importante produto de

exportação brasileiro, no final do século XIX e começo do XX, durante o chamado Ciclo da borracha, em

que o extrativismo da seringueira gerou o avanço das fronteiras nacionais (conquista do Acre), até o

contrabando da árvore pela Inglaterra e sua aclimatação em países asiáticos.81

É a segunda maior produtora nacional de banana, respondendo por 26% do total.76

Também é a segunda

na produção de mandioca (com 25,9% do total), ficando atrás somente do Nordeste.77

Na produção de

frutas ocupa a penúltima posição, responde por 6,1% da produção nacional, à frente apenas da região

Centro-Oeste.72

Região Centro-Oeste

Alho irrigado (Catalão-GO).

Há cerca de trinta anos a região era quase desconhecida em seu potencial econômico. O

principal bioma é o cerrado, cuja exploração foi possível graças às pesquisas para adaptação de novos

Page 23: A Agricultura No Brasil

cultivares de vegetais como o algodão,girassol, cevada, trigo, etc. - permitindo que, em 2004, viesse a se

tornar a responsável pela produção de 46% da soja, milho, arroz e feijão produzidos no país.82

Essa é a região onde a fronteira agrícola brasileira teve maior expansão. Em as três últimas décadas do

século XX sua agricultura teve um crescimento de cerca de 1,5 milhão de toneladas de grãos por safra,

saltando de uma produção de 4,2 milhões para 49,3 milhões de toneladas, em 2008 - um crescimento

superior a mil e cem por cento.83

A área cultivada na região, que compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e

o Distrito Federalem 2008 era de quinze milhões e cem mil hectares, tendo avançado nos primeiros anos

do século XXI, sobretudo sobre áreas anteriormente dedicadas à pecuária. Dentre os principais fatores

que levaram a esse crescimento conta-se a abertura de estradas, que facilitou o escoamento da

produção.83

Na fruticultura a participação da região, em dados de 2004, aponta o último lugar no país, com 2,7% do

total produzido.72

Principais produtos

Dada a sua grande variedade climática e extensão territorial, o país possui variadas áreas especializadas

em determinados cultivos - por vezes dentro dum mesmo estado da federação - como, por exemplo, na

Bahia, em que se tem o cultivo de soja e algodão, na sua região oeste, de cacau, no sul, frutas, no Médio

São Francisco, feijão em Irecê, etc. Também um produto agrícola encontra áreas distintas no território

nacional - como por exemplo o arroz, que é plantado no Rio Grande do Sul, no sul do Maranhão e Piauí,

em Sergipe e nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Alguns produtos, como o trigo, arroz e feijão84

, não tem produção suficiente para atender à demanda

interna; outros, como a soja, são quase que exclusivamente produzidos para exportação (a soja é o

principal produto exportado pelo agronegócio brasileiro66

). Por ordem alfabética, os principais produtos

agrícolas do Brasil são:

Algodão

Algodão, plantado na região decerrado da Bahia.

Dos anos 1960, quando teve início a mecanização agrícola do país, até o começo do século XXI, a área

plantada com algodão decresceu, os preços caíram, mas a produção aumentou substancialmente.85

Page 24: A Agricultura No Brasil

A partir da década de 1990 o pólo produtor deslocou-se das regiões Sul e Sudeste para a Centro-Oeste e

Oeste da Bahia. A produção deixou de atender apenas à demanda interna, e passou-se a exportar o

produto, desde 200185

86

Com o ingresso do Brasil no mercado exportador de algodão, logo surgiu o embate com os Estados

Unidos, que com os subsídios e taxações às importações do produto, mantinham o preço do produto

artificialmente baixo no mercado internacional. A demanda brasileira foi levada à OMC no ano de 2002 e,

com os recursos impetrados pelos estadunidenses, as sanções foram finalmente decididas em

2009.87

88

Essa ação marcou a história do agronegócio brasileiro, nas palavras do ex-Ministro da

Agricultura Marcus Vinicius Pratini de Moraes: "…(a vitória na OMC foi) um dos momentos mais

importantes do agronegócio brasileiro. Mostramos ao mundo que, além de competitivos, somos fortes.",

no livro publicado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, a entidade privada dos

produtores que, junto ao Governo do Brasil, ingressou na OMC com o processo contra os subsídios

estadunidenses, intitulada "A Saga do Algodão: das primeiras lavouras à ação na OMC".89

Arroz

Colheita de arroz, Rio do Sul, Santa Catarina.

De exportador do grão o Brasil passou, na década de 1980, a importar o produto em pequenas

quantidades para atender à demanda interna. Na década seguinte tornou-se um dos principais

importadores, atingindo no período de 1997-1998 a dois milhões de toneladas, equivalentes a 10% da

demanda. Uruguai e Argentinasão os principais fornecedores do cereal para o país.90

Em 1998 foi plantada uma área total de três milhões e oitocentos e quarenta e cinco mil hectares,

havendo uma redução, estimada em 2008, para dois milhões e oitocentos e quarenta e sete mil hectares;

a produção, entretanto, saltou de onze milhões e quinhentas e oitenta e duas mil toneladas para,

estimadas, doze milhões e cento e setenta e sete mil toneladas, no ano de 2008. 78

Café

Cafezal florido, Minas Gerais.

Page 25: A Agricultura No Brasil

O cultivo iniciou-se no Brasil em 1727 e já em 1731 o país exportava o produto. Sua evolução como item

do comércio exterior brasileiro atingiu o ápice em 1929, quando representava 70% de tudo que o país

exportava. Embora sua participação tenha diminuído, com a diversificação da produção, em 2008 o café

representou 2,37% das exportações do Brasil e 0,5% do PIB. Entre 2006 e 2009 exportou uma média de

vinte e oito milhões e trezentos mil sacas do produto ao ano, o que faz do país o maior exportador

mundial. Sua produção anual é de cerca de cem milhões de sacas, 25% do que é produzido no planeta.91

A produção estimada para 2009 é de mais de trinta e nove milhões de sacas, sendo o maior produtor o

estado de Minas Gerais (mais da metade do produzido no país). O cultivo ocupa uma área de dois

milhões e trezentos mil hectares, com cerca de seis bilhões e quatrocentos mil pés.91

O melhor café do país é produzido na cidade baiana de Piatã, onde o grão adquire um sabor especial e

único - segundo concurso que avalia o café gourmet, em novembro de 2009. As condições de altitude e

clima permitiram à cidade daChapada Diamantina ter outros três produtores entre os dez melhores do

Brasil.92

Cana-de-açúcar

Canavial em São Paulo.

A cana-de-açúcar ocupa a terceira posição entre as culturas cultivadas no Brasil, quanto à área (ficando

atrás da soja e do milho). O país é o maior produtor mundial, tendo colhido na safra 2007/2008 493,4

milhões de toneladas, dos quais foram produzidos 31 milhões de toneladas de açúcar e 22,5 milhões de

metros cúbicos de álcool.93

Em números, o setor representa 1,5% do PIB; na exportação de etanolatinge

a marca de 5 bilhões de litros, e de açúcar destina ao comércio externo 20 milhões de toneladas.94

A área cultivada, entre 1987 e 2008 evoluiu de 4,35 milhões de hectares para 8,92 milhões hectares; no

período a produtividade saltou de 62,31 t/ha, para 77,52 t/ha.93

As principais regiões produtoras são a Centro-Sul e Norte/Nordeste, que colheram, respectivamente, na

safra 2007/2008, 431,225 milhões de toneladas e 57,859 milhões de toneladas.93

Feijão

Page 26: A Agricultura No Brasil

Feijão irrigado em Avaré, São Paulo.

O Brasil é o maior produtor mundial do feijão, respondendo por 16,3% do total produzido, que foi de 18,7

milhões de toneladas no ano de 2005, segundo a FAO. Historicamente o grão é produzido por pequenos

agricultores, sendo que nas últimas duas décadas cresceu o interesse por parte de integrantes do

agronegócio, o que gerou o aumento expressivo da produtividade (em alguns casos superando os três mil

quilos por hectare).84

A área cultivada com feijão sofreu uma redução, no período de 1984-2004, de cerca de vinte e cinco por

cento. Isto, entretanto, não resultou na diminuição da produção, que teve aumento de dezesseis por cento

no período. É cultivado em todo o país, havendo portanto, dadas as diferenças climáticas, safras durante

todo o ano.84

Apesar de sua posição de liderança entre os produtores, com safras equivalendo a três milhões de

toneladas ao ano, a produção do feijão não é suficiente para atender à demanda interna. Com isso, o

Brasil importa cem mil toneladas ao ano do produto84

Floricultura e paisagismo

Exemplar de rosa brasileira, emBrasília-DF.

Importante mercado representa a produção de flores e paisagismo no país, onde por volta de três mil e

seiscentos produtores dedicam-se ao cultivo, numa área de 4.800 ha.95

O setor possui grande capacidade de expansão no mercado interno, onde o consumo per capta é

pequeno. Emprega cerca de cento e vinte mil pessoas, dos quais 80% de mulheres, e cerca de 18%

da agricultura familiar.96

Os produtores de quinze estados estão representados pelo Instituto Brasileiro de

Floricultura (IBRAFLOR), que tem apoio governamental como entidade informativa e fomentadora.97

A floricultura teve início ainda na década de 1870, com o filho de Jean Baptiste Binot, que viera ao país a

fim de ornamentar o Paço Imperial, cujo orquidário é reconhecido internacionalmente. Em 1893foi fundada

uma empresa para a produção de flores de outras espécies pelos germanos Dierberger, de onde saíram

os Boettcher, pioneiros na produção de rosas.96

O amadorismo dirigiu a produção de flores no Brasil, até quando os imigrantes holandeses fundaram,

em 1948 umacooperativa em Holambra, cidade que até hoje capitaneia o setor.96

Desde 2000 a produção integra as políticas públicas, com implantação do Programa de Desenvolvimento

de Flores e Plantas Ornamentais do Ministério da Agricultura. O maior produtor é o estado de São Paulo,

Page 27: A Agricultura No Brasil

seguido por Santa Catarina, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de

Janeiro, Paraná, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Pará.96

Frutas e culturas perenes

Plantação de pinhas em sistema irrigado, às margens do Rio São Francisco, na Bahia.

As principais frutas cultivadas economicamente no Brasil são, em ordem

alfabética:abacaxi, Abiu, açaí, acerola, ameixa, amora, araticum-do-brejo, atemóia, bacaba,bacuri,

banana, biribá, cajá, caju, camu-camu, caqui, carambola, castanha-do-pará, citros (laranja, limão, lima,

etc), coco, cupuaçu, figo, framboesa, fruta-

pão, goiaba,graviola, jambo, kiwi, maçã, mamão, manga, mangaba, mangostão, maracujá, mirtilo,muruci,

nectarina, patauá, pequiá, pêra, pêssego, Physalis, pinha, rambutã, sapota,sapoti, seriguela, sorva, tucum

ã, umbu, uva, e ainda melancia, melão, morango e noz comestível.98

O setor fruticultor produziu, em 2002, em valor bruto, nove bilhões e seiscentos milhões de dólares - total

este que corresponde a dezoito por cento da agropecuária brasileira. A produção nacional é superior a

trinta e oito milhões de toneladas, cultivadas em três milhões e quatrocentos mil hectares. As exportações

do setor tiveram crescimento, entre 1990 e 2003 de 183% no valor, 277% na quantidade e também

no superávit gerado, este em 915%.99

A importância do setor reflete-se também na geração de emprego e renda: para cada dez mil dólares

investidos na produção de frutas, são gerados três empregos diretos e dois indiretos.99

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ficando atrás da China (produz cento e cinquenta

e sete milhões de toneladas) e da Índia (com cinquenta e quatro milhões). Laranja e banana respondem,

juntas, por sessenta por cento da produção total de frutas, no país. 72

A fim de incrementar a participação brasileira no mercado frutícola mundial, foi criada pela Agência

Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o IBRAF e o

supermercado Carrefour uma parceria para a realização doBrazilian Fruit Festival, com edições em vários

países como Polônia e Portugal, ocorridos nos anos de 2004 a 2007.72

100

Banana

Page 28: A Agricultura No Brasil

Plantação de bananas em projeto de irrigação, Rio S. Francisco, Bahia.

A banana é produzida em todo o território do país. Na fruticultura ocupa o segundo lugar entre as frutas

produzidas e consumidas no Brasil.76

No ano de 2003 o país cultivou quinhentos e dez mil hectares com a

fruta, que produziram seis milhões e meio de toneladas. Por ordem decrescente, os maiores produtores

foram São Paulo (com um milhão, cento e setenta e oito mil toneladas), Bahia (setecentas e sessenta e

quatro mil toneladas) e Pará (seiscentas e noventa e sete mil toneladas).101

No ano de 2004 a banana produzida no Brasil atingiu um total de seis e meio milhão de toneladas, o que

a torna a segunda fruta mais colhida no país, atrás somente da laranja.72

Em dados da FAO, ocupa o país o terceiro lugar em volume de produção da fruta, ficando atrás

da Índia (produz 16 milhões de toneladas) e do Equador (com seis e meio milhões de toneladas). A

produtividade brasileira é considerada baixa - doze e meia toneladas por hectare, enquanto na Costa

Rica, por exemplo, esta alcança quarenta e seis toneladas e seiscentos quilos por hectare.102

Cacau

Cacaueiro em Ilhéus, Bahia.

O cacau já foi um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, e teve uma relevante

importância econômica para a Bahia. Sua produção, entretanto, foi decaindo paulatinamente. Embora

produzida em estados como Espírito Santo, Pará e Rondônia, a Bahia em 2002 representava 84% da

área colhida no país, segundo o IBGE. Neste ano havia mais de quinhentos e quarenta e oito mil hectares

plantados com a cultura.103

De exportador, o Brasil passou a importar o cacau no ano de 1992, matéria-prima para a fabricação

do chocolate. Segundo a FAO o país, entre 1990 e 2003, caiu da nona para a décima sétima posição no

ranking dos principais produtores mundiais.103

O cacau baiano é o maior exemplo de como uma praga e a ausência de cuidados fitossanitários pode

afetar a produção de uma cultura. No caso a incidência da doença chamada vassoura-de-bruxa foi a

Page 29: A Agricultura No Brasil

responsável direta pela queda da produção, iniciada no ano de 1989.104

Essa decadência brutal da

produção perdurou até 1999, quando variedades resistentes foram introduzidas. A despeito disto,

em 2007 a produção baiana voltou a declinar, ao passo em que a paraense aumentou sua

participação.105

106

Laranja (citros)

Laranjal, em S. Paulo.

Os citros equivalem ao gênero citrus e outros afins, e dizem respeito a uma gama variada de espécies de

laranjas, limas, tangerinas, limões, etc., dos quais a de maior importância agrícola é a laranja.107

No ano de 2004 o Brasil produziu dezoito milhões e trezentas mil toneladas em laranja, o que equivale a

quarenta e cinco por cento do total em frutas colhido naquele ano, o que torna a fruta o principal cultivo do

setor frutícola.72

O estado de São Paulo responde, sozinho, com um total de 79% de toda a produção de laranja no país,

que por sua vez é o maior produtor e exportador desuco de laranja, responsável por metade da produção

mundial, dos quais 97% são destinados à exportação.108

Brasil e Estados Unidos da América são os maiores produtores mundiais de citros, com 45% do total, em

que ainda se destacam África do Sul, Espanha e Israel, para a laranja dita in natura e tangerinas.107

O suco de laranja brasileiro equivale a 80% das exportações mundiais, a maior fatia de um produto

agrícola brasileiro.62

Silvicultura e madeira

Plantação de pinus para produção de celulose, Bocaina do Sul, Santa Catarina.

Dados comparativos da exploração florestal no Brasil, entre os anos de 2003 e 2002 apontam um

crescimento da silvicultura (florestamentos e reflorestamentos) sobre a participação da exploração das

florestas pelo extrativismo: o setor silvícola, que em 2002 representava 52% da produção, passou a ser

de 65% - ao passo em que o extrativismo diminuiu de 48% para 35%.46

Page 30: A Agricultura No Brasil

Os eucaliptos são a espécie mais utilizada em reflorestamentos no país, e seu cultivo é destinado

sobretudo para a produção de chapas de madeira e de celulose.109

Em 2001 o país tinha três milhões de

hectares cultivados com essa árvore; outros um milhão e oitocentos mil hectares estavam reflorestados

compinus,110

espécies climaticamente mais adaptadas ao cultivo no Sul e Sudeste, e usadas para a

produção de celulose, placas, móveis e chapas.111

Nos últimos anos, o uso de espécies nativas tem sido promovido como altenativa ao eucalipto e ao pinus,

espécies estrangeiras. Em 2007, foi lançado o Plano Nacional de Silvicultura com Espécies Nativas e

Sistemas Agroflorestais (PENSAF), numa ação integrada entre os Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA), entre outros.112

Em 2003 o país produziu dois milhões,cento e quarenta e nove mil toneladas de madeira para carvão

vegetal; 75% desse total foi produzido em Minas Gerais. Já o carvão produzido a partir do extrativismo

somou dois milhões, duzentas e vinte e sete toneladas, sendo a maior parte (35%) oriunda do Pará. A

madeira para a produção de lenha totalizou quarenta e sete milhões, duzentos e trinta e dois mil metros

cúbicos, sendo o estado maior produtor a Bahia.46

O Brasil é o sétimo maior produtor mundial de celulose de todos os tipos, e o maior em se tratando de

celulose de fibras curtas. No ano de 2005 o país exportou cinco milhões e duzentas mil toneladas das seis

milhões produzidas, que geraram uma receita de três bilhões e quatrocentos milhões de dólares. 113

No ano de 2006 foi aprovada a Lei de Gestão de Florestas Públicas, que estimula a produção de madeira

legalizada, objetivando diminuir o desmatamento ilegal, e estimulando o setor madeireiro a explorar a

atividade de forma sustentável.114

Horticultura

Hortas, Almirante Tamandaré, PR.

A produção brasileira de hortaliças, no ano de 2004, foi estimada em onze bilhões, seiscentos e noventa e

seis milhões de Reais, ocupando uma área cultiva de setecentos e setenta e seis mil hectares com uma

produção de dezesseis milhões, oitenta e seis mil toneladas. As principais regiões produtoras foram a Sul

e Sudeste, com 75% do total produzido, ficando o Nordeste e Centro-Oeste com os demais 25%. Este

setor do agronegócio emprega entre oito a dez milhões de trabalhadores.115

O setor conta com pesquisas feitas pela seção olerícola da Embrapa, com sede noDistrito Federal, criada

em 1978 e em 1981 denominada de Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças (CNPH).116

O Centro

conta com uma área de mil, duzentos e quatro hectares, com laboratórios, prédios administrativos e de

Page 31: A Agricultura No Brasil

apoio, sendo cento e dez hectares dedicados à produção experimental de hortaliças, dos quais dezoito

voltados à chamada produção orgânica.117

No ano de 2007 o Brasil exportou trezentas e sessenta e seis mil, duzentas e treze toneladas de

olerícolas, que renderam um montante de duzentos e quarenta milhões de dólares. Dentre estes, treze mil

toneladas de batata, vinte mil toneladas de tomate, trinta e sete mil toneladas de cebola, duzentas e

quatro mil toneladas de melão, trinta e três mil toneladas demelancia. Outras hortaliças exportadas foram

o morango, gengibre, ervilhas, pepinos, capsicum, mostardas, cenoura, alho, milho-doce e outras.118

Tomate

Plantação de tomate, Arandu, SP.

A produção do tomate brasileira ocupa a sexta posição mundial e a primeira daAmérica do Sul, no ano

2000. A produção de 1999 atingiu a marca recorde de um milhão, duzentas e noventa mil toneladas de

tomate para a produção de polpa para a indústria de alimentos.119

No ano de 2005 a produção do país passou para três milhões e trezentas mil toneladas, ocupando a nona

posição mundial (atrás de China, EUA, Turquia, Itália,Egito, Índia, Espanha e Irã, o Brasil com 3% da

produção global.) Os estados maiores produtores, em 2004, foram Goiás (com oitocentas e setenta e uma

mil toneladas), São Paulo (setecentas e quarenta e nove mil toneladas), Minas Gerais (seiscentas e vinte

e duas mil), Rio de Janeiro (duzentas e três mil) e Bahia (cento e noventa e três mil). 120

O avanço da cultura na região do cerrado goiano e mineiro fez a região saltar de 31% para 84% da

produção nacional brasileira, entre os anos de 1996 a 2001, com o desenvolvimento de variedades

híbridas desenvolvidas para esse ambiente, aumentando a produtividade.121

A produção por regiões foi,

em 2007, a seguinte: Sudeste plantou vinte e dois mil, quatrocentos e quarenta e dois hectares,

produzindo um milhão, quatrocentas e quarenta e duas mil toneladas; Centro-Oeste, com dez mil,

quatrocentos e oitenta e seis hectares, colhendo oitocentas e trinta e cinco mil, novecentas e oitenta e oito

toneladas; Sul, nove mil, quatrocentos e quarenta hectares, resultando em quinhentas e dezessete mil,

quatrocentas e cinquenta e três toneladas; Nordeste, doze mil, oitocentos e setenta e oito hectares,

colhendo quinhetas e dezessete mil, quatrocentas e cinquenta e três toneladas; e Norte, com mil e vinte e

nove hectares, resultando em oito mil e setenta e quatro toneladas produzidas, segundo o IBGE.122

Cebola

Page 32: A Agricultura No Brasil

Réstia de cebola roxa.

A cebola é um dos principais produtos da horticultura brasileira, não pela lucratividade mas por servir de

sustento e motivo de fixação das famílias na terra, pois os pequenos agricultores, nos próprios imóveis ou

em forma de parceria com grandes proprietários, são responsáveis por mais da metade da produção do

país.123

A região com maior produtividade da cebola compreende as cidades de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina,

em Pernambuco - cidades vizinhas, separadas pelo Rio São Francisco: ali a olerícola é irrigada,

resultando numa produtividade de vinte e quatro toneladas por hectare, contra a média brasileira de

dezessete toneladas.123

No ano de 2006 a produção das duas cidades (duzentas mil toneladas) superou a

de outros estados, ficando atrás somente de Santa Catarina (trezentas e cinquenta e cinco mil

toneladas).124

Mandioca

O Brasil é o segundo produtor no ranking mundial, com 12,7%, embora exporte apenas meio por cento do

que produz - mercado este formado pela Venezuela (maior importadora, com 31,4% das vendas

externas), seguida por Argentina,Colômbia, Uruguai e EUA; a média exportada em 2000 e 2001 foi de

treze milhões e cem mil toneladas ao ano, gerando receita acima de seiscentos milhões de dólares.77

O cultivo dá-se em todas as regiões do país, visando tanto o consumo humano quanto animal; no primeiro

caso a produção divide-se em mandioca in natura, das espécies comestíveis, e para a produção

de farinha e fécula. Essa cadeia produtiva gera cerca de um milhão de empregos diretos,77

em um total

estimado de dez milhões de empregos para a cadeia produtiva.125

Em 2002 previu-se uma produção nacional de vinte e dois milhões e seiscentas mil toneladas da raiz,

sendo cultivados um milhão e setecentos mil hectares. Os estados maiores produtores são o Pará

(17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%) - que juntos

respondem por quase sessenta por cento do total produzido.77

Milho

Page 33: A Agricultura No Brasil

Milharal, São Paulo.

A produção brasileira dá-se, basicamente, em duas épocas ao ano: a safra, propriamente dita, durante os

períodos de chuva, e a chamada "safrinha" - ou "de sequeiro" - durante a estiagem. O primeiro caso

ocorre, na Região Sul, do final de agosto; no Sudeste e Centro-Oeste, em outubro e novembro; no

Nordeste, no início do ano. A segunda safra é feita nos estados de Paraná, São Paulo e no Centro-Oeste

com o milho cultivado fora do tempo, nos meses de fevereiro e março.126

No ano de 2006 a área plantada com o seu cultivo no Brasil foi de cerca de treze milhões de hectares,

com uma produção superior a quarenta e um milhões de toneladas - produtividade considerada aquém da

capacidade.126

O país foi, ainda em 2006, o terceiro maior produtor mundial (atrás dos Estados Unidos da América e da

China), sendo responsável por 6,1% do milho produzido no globo. O estado que mais produz é o Paraná,

com 25,72% do total.127

Soja

Plantação de soja (Goioerê-PR).

Sua introdução deu-se no ano de 1882, e a partir do começo do século XX a produção destinava-se

à forragem animal. A partir de 1941 a produção de grãos superou a forrageira, até tornar-se o principal

objetivo da cultura, adaptada ao país sobretudo após estudos do Instituto Agronômico de Campinas.128

No ano de 2003 o país teve uma produção de cinquenta e dois milhões de toneladas, o que correspondeu

a 26,8% da produção do mundo.128

Na safra 2007/2008 a produção foi sessenta milhões e cem mil

toneladas, superada apenas pela estadunidense; a previsão de colheita para a safra 2008/2009 é de

sessenta e quatro milhões de toneladas.129

Os maiores produtores brasileiros são Mato Grosso, Paraná e Goiás, respectivamente com produções em

2004-2006, de quinze, nove e seis milhões de toneladas.130

Tabaco

Page 34: A Agricultura No Brasil

O Brasil é segundo maior produtor mundial de tabaco, e o maior exportador de fumo desde 1993, com o

faturamento de cerca de um bilhão e setecentos milhões de dólares. O maior produtor voltado para o

mercado externo é o Rio Grande do Sul,131

e a Região Sul responde por 95% da produção nacional, que

exporta entre 60-70% do que produz.132

Quadro geral da agricultura no Brasil

Mapa ilustrativo da agricultura no território brasileiro, com as atividades predominantes.

Viviam, em 2004, em áreas rurais não-metropolitanas, segundo o IBGE(Pesquisa Nacional por Amostra

de Domicílios - PNAD 2004), 5.965.000 famílias em todo o Brasil.133

A participação da agricultura para o PIB brasileiro cresceu, no período compreendido de 2001 a 2004,

passando de 8,4% para 10,1% - incremento que foi favorecido pelos preços favoráveis de commodities e

do câmbio.133

Em 2006 foram cultivados sessenta e dois milhões e trezentos mil hectares do

território.134

Aproximadamente três milhões e seiscentos mil ha foram irrigados, responsáveis por 69% de

todo o consumo de água doce no Brasil.135

A área total cadastrada oficialmente como destinada à agricultura perfaz um total de trezentos e sessenta

milhões de hectares, que não é toda ela agricultável. Cerca de vinte e nove milhões e meio de hectares

estariam aptos ao uso da irrigação.135

Da área cultivada em 2006, 4,8% foi destinada à fruticultura, responsável por 16,8% do rendimento da

safra daquele ano, e que tem como principais produtos a laranja, banana e uva (57% da produção em

frutas); outros produtos integram a produção frutífera nacional, com menor expressão, como

a manga, maçã, mamão e abacaxi.134

O eucalipto, árvore introduzida da Austrália e adaptada ao Brasil, é o principal item das culturas

de florestamento, ocupando uma extensão de três milhões de hectares no país, destinada à produção

de celulose e para a metalurgia (ferro-gusa).135

Ranking geral do país

Page 35: A Agricultura No Brasil

Em 2005, a agricultura brasileira ocupava o primeiro lugar na produção e exportação de açúcar (42% da

produção mundial), etanol (51%), café (26%), suco de laranja (80%) e tabaco (29%); segundo maior

produtor e exportador de soja em grãos (35% da produção mundial) e soja em farelo (25%); no milho era

o quarto maior produtor, e terceiro maior exportador (com 35% da produção), segundo dados da USDA’s

Foreign Agricultural Service and Global Trade Information Services data136

Segundo relatório da OMC referente a 2010, apesar de 80% da produção de grãos estar em áreas

temperadas, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de exportação em produtos

como açúcar, café, suco de laranja, tabaco e álcool; e o segundo lugar em soja e milho.62

Referências

1. Ir para cima↑ A expressão, cunhada na Era Vargas, [1], com a expansão do agronegócio brasileiro vem

sendo largamente utilizada para designar a vocação agrícola do país [2]. Ganhou maior força quando

usada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva, em discurso [3], e por vezes é questionada como algo

vantajosoÉ bom sermos o celeiro do mundo?. (páginas acessadas em 2 de outubro de 2009)

2. ↑ Ir para:a

b c d e f g Thais Leitão (ABr) (17 de outubro de 2009). Produção agrícola brasileira registra

recorde em 2008 com alta de 9,1%. Página visitada em 3 de junho de 2010.

3. ↑ Ir para:a

b Dados CEPEA/USP/CNAdownload, pesquisado em 18 de outubro de 2009.

4. Ir para cima↑ Felipe Seibel. (14.06.2007). "O novo salto do agronegócio".revista Exame. Página

visitada em 5 de março de 2009.

5. Ir para cima↑ Alexandre Secco. (3 de março de 2004). "O tamanho do Brasil que põe a mesa". revista

Veja (1843). Abril. Página visitada em 18 de outubro de 2009.

6. Ir para cima↑ , Henrique Campos Simões, Reinaldo Rocha Gonzaga (ilustrador) «A Carta a El-Rei...»,

Editus (UESC) - Egba, O Achamento do Brasil - A Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei D. Manuel,

58, Ilhéus / Salvador: 1999. ISBN ISBN 85-86485-60-8

7. Ir para cima↑ Laura Haime e Marcelo Cabral.Crise de Alimentos Fará do Brasil Celeiro do

Mundo. Portal G1. Página visitada em 2 de outubro de 2009.

8. Ir para cima↑ CALMON, Pedro: História do Brasil, São Paulo, 1939, vol. 1

9. Ir para cima↑ ARRUDA, José Jobson (1996), «Cap. 21 - Os primeiros tempos: a exploração do pau-

brasil», História Integrada: da Idade Média ao nascimento do mundo moderno, 2ª, 126 a 129, São

Paulo: Ática. ISBNISBN 85 08 05399 1 “Foi com o objetivo de explorar o comércio dessa madeira que

os portugueses fundaram uma série de benfeitorias(...) Os europeus dependiam dos índios para a

extração das madeiras(...) A partir de 1530 a crise do comércio de especiarias... forçaram Portugal a

ocupar definitivamente(...)”

10. ↑ Ir para:a

b LEONEL, Mauro (Set./Dez. 2000). O uso do fogo: o manejo indígena e a piromania da

monocultura. Estudos Avançados, vol.14, nº 40, São Paulo (publicada em Scielo Brasil). Página

visitada em 5 de março de 2009.

Page 36: A Agricultura No Brasil

11. ↑ Ir para:a

b c d e f g h i j k BAER, Werner:A Economia Brasileira, Nobel, São Paulo, 2ª ed, 2003, ISBN

8521311974, ISBN 9788521311973

12. ↑ Ir para:a

b SILVA, Joaquim; PENNA, J. B. Damasco: História Geral, Cia. Editora Nacional, São Paulo,

1972

13. Ir para cima↑ in: Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, apud SILVA e PENNA, op cit.

14. Ir para cima↑ RIBEIRO, João: História do Brasil, apud SILVA e PENNA, op cit.

15. Ir para cima↑[http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/reforma_agraria/contexto_1.html

Um velho desafio brasileiro - A importância da reforma agrária para o futuro do país]. Revista Veja.

Página visitada em 9 de março de 2009.

16. Ir para cima↑ ARRUDA, José Jobson de A.:História Moderna e Contemporânea. Ática, São Paulo, 13ª

ed., 1981.

17. Ir para cima↑ Esse campus pertenceu àUniversidade Federal da Bahia, até quando foi cedido para a

criação daUniversidade Federal do Recôncavo da Bahia

18. ↑ Ir para:a

b TOSCANO,Luiz Fernando (11 de novembro de 2003). A Agronomia Através dos

Tempos. ensaio publicado originalmente em Diário de Votuporanga, Ano 50, n° 12.798, p. 02 (in: sítio

da UNESP). Página visitada em 6 de março de 2009.

19. Ir para cima↑ Confea. Sítio oficial da entidade. Página visitada em 12 de dezembro de 2009.

20. Ir para cima↑ Embrapa/Agrobiologia. 49 Anos Dedicados à Pesquisa em Microbiologia do

Solo (emportuguês). Página visitada em 13 de dezembro de 2009.

21. Ir para cima↑ José Graziano da Silva. O que é Questão Agrária (Capítulo: O desenvolvimento recente

da agricultura brasileira: a herança histórica) (em português). 13ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1980 (1ª

ed). vol. 18 (coleção Primeiros Passos).

22. Ir para cima↑ CARRIL, Lourdes. Terras de Negros - herança de quilombos Cap. 4: Terras no Brasil:

uma questão não resolvida) (em português). São Paulo: Scipione, 1997. ISBN 85-262-3225

23. ↑ Ir para:a

b FAO (maio de 2000). Agrarian Reform in Brazil (em inglês).Global Campaign for Agrarian

Reform = ARC Fact sheet. Página visitada em 8 de março de 2009.

24. Ir para cima↑ O trator da direita. Revista Veja(18 de junho de 1986). Página visitada em 9 de março de

2009.

25. ↑ Ir para:a

b CUNHA, Rodrigo. MP da desapropriação deverá ser mantida. Revista ComCiência. Página

visitada em 9 de março de 2009.

26. Ir para cima↑ BERGAMO, Mônica e CAMAROTTI, Gerson (24 de abril de 1996). Sangue em

Eldorado.Revista Veja. Página visitada em 9 de março de 2009.

27. Ir para cima↑ TAVARES, Maria da Conceição (5 de maio de 1996). A Questão Agrária e as Relações

de Poder no País. Folha de São Paulo. Página visitada em 9 de março de 2009.

28. ↑ Ir para:a

b c d e Ministério da Integração Nacional. A irrigação no Brasil: situação e diretrizes.

Brasília: IICA, 2008. 132 p. ISBN 978-92-9039-908-7

Page 37: A Agricultura No Brasil

29. ↑ Ir para:a

b Mardônio L. Loiola1 & Francisco de Souza. Estatísticas sobre irrigação no Brasil segundo o

Censo Agropecuário 1995-1996.Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.1, p.171-

180. Página visitada em 11 de dezembro de 2009.

30. Ir para cima↑ Congresso Nacional (1979). Lei 6662. Página visitada em 11 de dezembro de 2009.

31. Ir para cima↑ CALMON, Pedro: História da Civilização Brasileira, Cia. Editora Nacional, São Paulo, 3ª

ed., 1937

32. Ir para cima↑ FILHO, José Vicente Caixeta. A Logística do Escoamento da Safra Brasileira. ESALQ -

USP. Página visitada em 9 de março de 2009.

33. Ir para cima↑ FAEG (13 de janeiro de

2009).[http://www.faeg.com.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=14:ultimas-

noticias&id=1203:-estradas-mal-conservadas-vao-prejudicar-escoamento-da-safra-200809

Problemas em estradas prejudicam escoamento de safra]. Página visitada em 9 de março de 2009.

34. Ir para cima↑ Plano Nacional de Logística e Transportes será discutido na Fieb (em português). Notícia

Capital (4 de março de 2010). Página visitada em 3 de junho de 2010.

35. Ir para cima↑ Mirian Rumenos Piedade Bacchi (20/04/06). Estoques Reguladores de Álcool. O Estado

de S. Paulo (in:Cepea Esalq/USP. Página visitada em 21 de dezembro de 2009.

36. Ir para cima↑ Afonso Negri Neto (04/12/2001).Estabilização De Preços, Renda Ou De Volume

Negociado?. Página visitada em 21 de dezembro de 2009.

37. Ir para cima↑ Com safra recorde no Brasil, a maior da história, pode sobrar milho no

mercado (18/8/2008). Página visitada em 21 de dezembro de 2009.

38. Ir para cima↑ Orlando Martinelli (07/12/2007).Relatório Setorial Preliminar: Armazenagem agrícola.

Página visitada em 22 de dezembro de 2009.

39. ↑ Ir para:a

b Alessandra Corrêa (1 de junho de 2006). A falta que faz um armazém. Revista Exame.

Página visitada em 22 de dezembro de 2009.

40. ↑ Ir para:a

b Banco do Nordeste.Agricultura familiar - apresentação. Página visitada em setembro de 2009.

41. ↑ Ir para:a

b Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros (Julho/2006). Agricultura familiar. Cepea/Esalq/USP.

Página visitada em 30 de setembro de 2009.

42. Ir para cima↑ Notícia. Canal Rural (15 de setembro de 2009). Página visitada em 30 de setembro de

2009.

43. Ir para cima↑ História do Brasil. Souto Maior. Unidade III – O Ciclo do Pau-Brasil. Cia Editora Nacional,

São Paulo, 1968

44. ↑ Ir para:a

b Iberê Thenório. Extrativismo não é solução para a Amazônia, diz pesquisador da

Embrapa. Globo Amazônia, in: Ambiente Brasil. Página visitada em 1 de outubro de 2009.

45. Ir para cima↑ Chico Araújo (12/02/2009).Extrativismo está à beira da falência. Agência Amazônia.

Página visitada em 1 de outubro de 2009.

Page 38: A Agricultura No Brasil

46. ↑ Ir para:a

b c IBGE. Produção Florestal Brasileira soma R$ 7,869 bilhões em 2003. notícia, institucional.

Página visitada em 3 de outubro de 2009.

47. Ir para cima↑ Luciane Kohlmann (11 de setembro de 2009). Brasil é terceiro com maior índice de

trabalho escravo e infantil. RBS. Página visitada em 30 de setembro de 2009.

48. Ir para cima↑ Agência Brasil (1 de março de 2009). OIT reconhece esforços do Brasil no combate ao

trabalho escravo e infantil, diz ministro do TST.. Página visitada em 30 de maio de 2010.

49. Ir para cima↑ Luiz Fernando do Amaral (outubro de 2009). O papel da agricultura brasileira nas

mudanças climáticas. Pontes • Volume 5 • Número 4. Página visitada em 11 de dezembro de 2009.

50. Ir para cima↑ F. MoraisI; L. A. P. BacellarII; F. G. Sobreira (Nov./Dez. 2004).Análise da erodibilidade de

saprolitos de gnaisse. Revista Brasileira de Ciência do Solo vol.28 no.6 Viçosa. Página visitada em 11

de dezembro de 2009.

51. Ir para cima↑ João Fernando Marques; Carlos Benjamin Pazzianotto (Novembro, 2004). Custos

econômicos da erosão do solo: estimativa pelo método do custo de reposição de nutrientes. Página

visitada em 5 de dezembro de 2009.

52. Ir para cima↑ Bernardo Van Raij. Plantio Direto e Desenvolvimento Sustentável. Página visitada em 11

de dezembro de 2009.

53. ↑ Ir para:a

b Relatorio SIGRH-SP. Uso de agrotóxicos na agricultura. Página visitada em 12 de dezembro

de 2009.

54. Ir para cima↑ Trabalhador rural é o mais atingido por contaminação (24 de abril de 2008). Página

visitada em 30 de maio de 2010.

55. Ir para cima↑ FORMENTI, Lígia. (30 de maio de 2010). Brasil se torna o principal destino de

agrotóxicos banidos no exterior. O Estado de S.Paulo

56. ↑ Ir para:a

b Portal do Agronegócio (notícia) (09/02/2009). Estudo confirma que agricultura transgênica

beneficia meio ambiente no Brasil. Página visitada em 12 de dezembro de 2009.

57. Ir para cima↑ Sara Nanni (10/05/2002).Pequenos produtores rurais são contra transgênicos. Página

visitada em 12 de dezembro de 2009.

58. Ir para cima↑ Agência Brasil (30 de novembro de 2007). Consumo consciente de informações. Página

visitada em 30 de maio de 2010.

59. ↑ Ir para:a

b c Fabricia Resende; Ticyana Banzato, orgs.. (Novembro 2009). "Orgânicos: Brasil já possui

90 mil estabelecimentos que declaram praticar agricultura orgânica, segundo IBGE". Hortifruti

Brasil 8(85): pp 6-17. Piracicaba: CEPEA ESALQ/USP. ISSN 1981-1837.

60. Ir para cima↑ Comunicação Social IBGE (31 de julho de 2003). Mapa de Solos do Brasil. Página

visitada em 23 de dezembro de 2009.

61. Ir para cima↑ Embrapa Solos. Histórico CNPS. Página visitada em 23 de dezembro de 2009.

62. ↑ Ir para:a

b c d Brasil supera Canadá e se torna o terceiro maior exportador agrícola - O Estado de

S.Paulo, 7 de março de 2010 (visitado em 7-3-2010)

Page 39: A Agricultura No Brasil

63. Ir para cima↑ Brasil se torna o terceiro maior exportador agrícola - G1, 7 de março de 2010 (visitado em

9-3-2010)

64. ↑ Ir para:a

b c GUANZIROLI, Carlos Enrique (abril de 2006). Agronegócio no Brasil: perspectivas e

limitações.Economia para Discussão, 186, Universidade Federal Fluminense, ISSN 1519-4612. Página

visitada em 3 de setembro de 2009.

65. Ir para cima↑ GASQUES, José Garcia; BASTOS, Eliana Teles (março/2003). Crescimento da

Agricultura. Boletim de Conjuntura, nº 60. Página visitada em 30 de setembro de 2009.

66. ↑ Ir para:a

b c Agência Reuters (7 de agosto de 2008). Exportação de soja em grão do Brasil soma quase

US$2 bi em julho. Página visitada em 30 de setembro de 2009.

67. ↑ Ir para:a

b PARRÉ, José Luiz. GUILHOTO, J.J. Martins. (abril/junho 2001). A descentralização regional

do agronegócio brasileiro.. Scielo – Revista Brasileira de Economia, vol. 55, nº 02, Rio de

Janeiro,ISSN 0034-7140. Página visitada em 4 de setembro de 2009.

68. Ir para cima↑ PARRÉL, José Luiz. GUILHOTO, Joaquim José Martins (1985). A Importância

Econômica do Agronegócio para a Região Sul do Brasil.. UFRGS. Página visitada em 30 de maio de

2010.

69. Ir para cima↑ Notícia: Região Sul deverá produzir 760 mil toneladas de fumo em 2008/2009. Portal do

Agronegócio. Página visitada em 3 de setembro de 2009.

70. Ir para cima↑ MONTOYA, Marco Antonio. VERGARA, Thelmo. OLTRAMARI, Andrea. (s/d). O

Agronegócio nos Estados da Região Sul: uma análise do grau de integração intersetorial entre a

agropecuaria e algumas agroindústrias de 1985 a 1995..s/e. Página visitada em 3 de setembro de

2009.

71. Ir para cima↑ GUILHOTO, J.J. Martins et al. (2006). Comparação entre o Agronegócio Familiar do Rio

Grande do Sul e o do Brasil. Teoria e Evid. Econ., 14ª ed., pp. 9-35, Passo Fundo. Página visitada em

3 de setembro de 2009.

72. ↑ Ir para:a

b c d e f g h i A Indústria Brasileira das Frutas - Ampliação e Conquista de Mercados (s/d). Página

visitada em outubro de 2009.

73. Ir para cima↑ Portal do Agronegócio: notícia (25/07/2008). Empresas de software para agronegócio

concentram-se no Sudeste. Página visitada em 10 de dezembro de 2009.

74. Ir para cima↑ Geraldo Barros. Karlin Saori Ishii (14/07/2008). Exportações do agronegócio do Brasil e

das suas macro-regiões. Página visitada em 10 de dezembro de 2009.

75. Ir para cima↑ Banco do Nordeste. Notícia institucional. Página visitada em setembro de 2009.

76. ↑ Ir para:a

b c BORGES, Ana Lúcia (janeiro/2003). Cultivo da Banana para o Agropólo Jaguaribe-Apodi,

Ceará.. Sistemas de Produção, 5, ISSN: 1678-8796 Versão eletrônica. Página visitada em 30 de

setembro de 2009.

77. ↑ Ir para:a

b c d e Luciano da Silva Souza e Josefino de Freitas Fialho (janeiro/2003). Cultivo da Mandioca

para a Região do Cerrado."Importância Econômida", Embrapa Mandioca e Fruticultura. Sistemas de

Produção, nª 8. ISSN 1678-8796 Versão eletrônica. Página visitada em 11 de outubro de 2009.

Page 40: A Agricultura No Brasil

78. ↑ Ir para:a

b Tabelas do cultivo do arroz no Brasil: área plantada; produção, Portal Arroz Brasileiro,

acessadas em 30 de setembro de 2009

79. Ir para cima↑ Lígia Albuquerque de Melo (Novembro · 2001). A realidade da produtora rural na seca

nordestina. Trabalhos para Discussão n. 127. Página visitada em 17 de dezembro de 2009.

80. Ir para cima↑ Embrapa (27/11/2008). Manejo florestal sustentável é destaque no Amazontech. Notícia

institucional. Página visitada em 17 de dezembro de 2009.

81. Ir para cima↑ História. Portal da Amazônia, Globo. Página visitada em 30 de setembro de 2009.

82. Ir para cima↑ Robinson Cipriano (25/11/2004).Especial 30 Anos - Tecnologias mudaram a cara do

Centro-Oeste brasileiro. Sítio da Embrapa. Página visitada em 17 de dezembro de 2009.

83. ↑ Ir para:a

b Centro-Oeste deve se tornar maior produtor de grãos do país.notícia in: Portal do

Agronegócio (10 de julho de 2008). Página visitada em setembro de 2009.

84. ↑ Ir para:a

b c d WANDER, Alcido Elenor. (Dezembro/2005). Cultivo do Feijão Irrigado na Região Noroeste

de Minas Gerais. Sistemas de Produção, No.5 - ISSN 1679-8869 Versão eletrônica. Página visitada

em setembro de 2009.

85. ↑ Ir para:a

b ALVES, Lucilio Rogerio Aparecido; BARROS, Geraldo Sant'Ana de Camargo; BACCHI,

Mirian Rumenos Piedade. (Out./Dez. 2008). Produção e exportação de algodão: efeitos de choques de

oferta e de demanda..Revista Brasileira de Economia, vol. 62, nº4, Rio de Janeiro. Página visitada em

outubro de 2009.

86. Ir para cima↑ ABRAPA. Associação Brasileira dos Produtores de Algodão.Página institucional. Página

visitada em 12 de outubro de 2009.

87. Ir para cima↑ Notícia (31/08/2009). OMC habilita Brasil a aplicar sanções aos Estados Unidos pelo

algodão.Jornal A Tarde. Página visitada em outubro de 2009.

88. Ir para cima↑ Mylena Fiori (04/06/2008).Algodão: Brasil poderá adotar retaliações comerciais contra

Estados Unidos. Agência Brasil, notícia reproduzida in: www.agrosoft.org.br. Página visitada em

outubro de 2009.

89. Ir para cima↑ COSTA, Sérgio Rodrigues; BUENO, Miguel Garcia. (2004). A Saga do Algodão: das

primeiras lavouras à ação na OMC. Rio de Janeiro: Insight Engenharia, 144p. : il. ISBN 85-98831-01-

8 (obra integral para download). Página visitada em outubro de 2009.

90. Ir para cima↑ ALONÇO, Airton dos Santos; et al. (novembro./2005). Consumo, Mercado e

Comercialização do Arroz no Brasil.. Sistemas de Produção, 3 ISSN 1806-9207 (Versão Eletrônica).

Página visitada em 1 de outubro de 2009.

91. ↑ Ir para:a

b Embrapa-café. Histórico, Embrapa-café. Página visitada em 2 de outubro de 2009.

92. Ir para cima↑ (9 de dezembro 2009) "O diamante negro da Bahia". Revista Veja 2142 (49, ano 42): pp

168-170.

93. ↑ Ir para:a

b c VIAN, Carlos Eduardo Freitas.. Estatísticas da cana..Agência de Informação da Embrapa..

Página visitada em 3 de outubro de 2009.

94. Ir para cima↑ Dados da safra 2008/2009.Jornal da Cana. Página visitada em 3 de outubro de 2009.

Page 41: A Agricultura No Brasil

95. Ir para cima↑ Carlos Armando Soncin et al..Logística de exportação de flores no Brasil. Página visitada

em 17 de dezembro de 2009.

96. ↑ Ir para:a

b c d FRANÇA, Carlos A. Machado de; MAIA, Moacyr B. Rodrigues (20 a 23 de julho de

2008). Panorama do agronegócio de flores e plantas ornamentais no Brasil (em português). Sociedade

Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Página visitada em 17 de dezembro de

2009.

97. Ir para cima↑ institucional IBRAFLOR.Histórico. Página visitada em 17 de dezembro de 2009.

98. Ir para cima↑ Embrapa fruticultura. Relação dos cultivares estudados. Página visitada em outubro de

2009.

99. ↑ Ir para:a

b FILHO, Miguel Henrique da Cunha. CARVALHO, Rosemeiry Melo.. Exportações Brasileiras

de Frutas: diversificação ou concentração de produtos e destinos?. Palestra, Sober.org. Página

visitada em outubro de 2009.

100. Ir para cima↑ Programa Horizontal de Promoção das Exportações Brasileiras.página oficial do

Brazilian Fruit Festival. Página visitada em 1 de outubro de 2009.

101. Ir para cima↑ ALMEIDA, Mariley de Castro Almeida da; TARSITANO, Maria Aparecida

Anselmo; BOLIANI, Aparecida Conceição. (abril de 2005). Nehmi et al., 2003, citados em Análises

técnica e econômica da cultura da bananeira 'Maçã' (Musa spp.) na região noroeste do Estado de São

Paulo.. Revista Brasileira de Fruticultura, vol. 27, nº 1, Jaboticabal. Página visitada em 30 de setembro

de 2009.

102. Ir para cima↑ MATTHIESEN, Marina Leite; BOTEON, Margarete.. Análise dos Principais Pólos

Produtores de Banana no Brasil. Esalq. Página visitada em setembro de 2009.

103. ↑ Ir para:a

b CUENCA, Manuel Alberto Gutiérrez; NAZÁRIO, Cristiano Campos

(2004). Importância Econômica e Evolução da Cultura do Cacau no Brasil e na Região dos Tabuleiros

Costeiros da Bahia entre 1990 e 2002.. Documentos / Embrapa Tabuleiros Costeiros, ISSN

1678195372 Aracaju, 25 p. : il.. Página visitada em outubro de 2009.

104. Ir para cima↑ Antonio César Costa Zugaib; Almir Martins dos Santos; Lindolfo Pereira dos

Santos Filho. Mercado de Cacau.. Página visitada em outubro de 2009.

105. Ir para cima↑ Seagri (15 de agosto de 2007).Produção de cacau recua 68%. Página visitada em

30 de maio de 2010.

106. Ir para cima↑ Ecoviagem (16 de novembro de 2007). Pará promove a VIII Festa do Cacau em

Medicilândia. Página visitada em 30 de maio de 2010.

107. ↑ Ir para:a

b Dirceu de Mattos Junior, José Dagoberto De Negri, José Orlando de Figueiredo e

Jorgino Pompeu Junior (26/04/2005). CITROS: principais informações e recomendações de

cultivo. IAC. Página visitada em 12 de outubro de 2009.

108. Ir para cima↑ IBGE. Produção Agrícola Municipal - 2003. Notícia: Milho tem maior aumento,

mas soja continua em primeiro lugar no ranking da produção agrícola brasileira de 2003. Página

visitada em outubro de 2009.

Page 42: A Agricultura No Brasil

109. Ir para cima↑ SIMÕES, João Walter. et allii (junho.1980). Crescimento e Produção de Madeira

de Eucalipto. IPEF n.20, p.77-97. Página visitada em 14 de outubro de 2009.

110. Ir para cima↑ Sociedade Brasileira de Silvicultura (2001). Setor Florestal Brasileiro, dados

socio-econômicos. Página visitada em 14 de outubro de 2009.

111. Ir para cima↑ O Eucalipto no Brasil.Publicações; ALMG (institucional). Página visitada em 14 de

outubro de 2009.

112. Ir para cima↑http://www.ideflor.pa.gov.br/files/u1/Plano_Nacional_de_Silvicultura.pdf

113. Ir para cima↑ Agência Brasil (23 de Setembro de 2006). Produção brasileira de papel e celulose

cresce em 2006. Página visitada em 14 de outubro de 2009.

114. Ir para cima↑ Lula sanciona lei que estimula produção de madeira legal e a presença do Estado

na Amazônia. Greenpeace (03 de março de 2006). Página visitada em 30 de maio de 2010.

115. Ir para cima↑ Paulo César Tavares de Melo.Panorama Atual da Cadeia de Produção de

Hortaliças no Brasil.palestra. Página visitada em 11 de outubro de 2009.

116. Ir para cima↑ institucional. Histórico, Embrapa Hortaliças. Página visitada em 11 de outubro de

2009.

117. Ir para cima↑ Instalações, Embrapa Hortaliças. institucional. Página visitada em 11 de outubro

de 2009.

118. Ir para cima↑ Exportações Brasileiras de Hortaliças, 2000-2007, dados, Embrapa. institucional.

Página visitada em 11 de outubro de 2009.

119. Ir para cima↑ CARVALHO, José Orestes M. et allii., Embrapa. O tomateiro tipo industrial no

Brasil.. Página visitada em 11 de outubro de 2009.

120. Ir para cima↑ CHAVES, Alex Musialowski.. A Cultura do Tomate.. Página visitada em 11 de

outubro de 2009.

121. Ir para cima↑ notícia por Carmo Gallo Neto (13 a 23 de dezembro de 2004). Tese de doutorado

revela conflitos e interesses na produção de tomate. Jornal da Unicamp, ed. 276. Página visitada em

outubro de 2009.

122. Ir para cima↑ Situação do Tomate no Brasil e Regiões, 2007, Embrapa, dados.institucional.

Página visitada em 11 de outubro de 2009.

123. ↑ Ir para:a

b VILELA, Nirlene Junqueira. et allii.. Sistema de Produção de Cebola (Allium cepa L)

Mercado e Comercialização.. Página visitada em 11 de outubro de 2009.

124. Ir para cima↑ Embrapa (16-05-2006). Produção de cebola da Bahia e Pernambuco em 2006

será a segunda maior do país. Página visitada em 11 de outubro de 2009.

125. Ir para cima↑ Agência DIAP (1 de março de 2009). Produção da mandioca gera 10 milhões de

empregos diretos e indiretos. Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Página visitada

em 30 de maio de 2010.

126. ↑ Ir para:a

b Cultivo do Milho.institucional da EMBRAPA. Página visitada em 10 de outubro de

2009.

Page 43: A Agricultura No Brasil

127. Ir para cima↑ SCP-RS. Atlas Econômico do Rio Grande do Sul. institucional. Página visitada em

10 de outubro de 2009.

128. ↑ Ir para:a

b institucional, EMBRAPA (2004). A Soja no Brasil. ''Tecnologias de Produção de Soja -

Região Central do Brasil. Página visitada em 10 de outubro de 2009.

129. Ir para cima↑ CI Soja. Produção de soja do Brasil em 08/09 chegará a 64,3 mi t. Página visitada

em 10 de outubro de 2009.

130. Ir para cima↑ SCP-RS. Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, verbete Soja. Página

visitada em 10 de outubro de 2009.

131. Ir para cima↑ Tabaco representa 2% da exportação brasileira, notícia, Andreoli MS&L, 14-08-

2009 (). Página visitada em 1 de outubro de 2009.

132. Ir para cima↑ Tabajara Marcondes. Aspectos da Produção de Fumo em Santa

Catarina. EPAGRI-SC. Página visitada em 2 de outubro de 2009.

133. ↑ Ir para:a

b SCHNEIDER, Sérgio.Agricultura familiar e emprego no meio rural brasileiro: análise

comparativa das Regiões Sul e Nordeste. Página visitada em 6 de março de 2009.

134. ↑ Ir para:a

b Agência Brasil (17 de outubro de

2007).[http://noticias.qprocura.com.br/am200710/1061/participacao-da-fruticultura-na-receita-da-

agricultura-brasileira-avanca-em-2006.html

Participação da fruticultura na receita da agricultura brasileira avança em 2006]. Página visitada em 30

de maio de 2010.

135. ↑ Ir para:a

b c REVERS, Isidoro. MALVEZZI,

Roberto.[http://www.ecodebate.com.br/pdf/agroehidronegocio.pdf

As Perspectivas do Uso da Água e dos Solos no Brasil - O Futuro do Agro e Hidronegócio.].Comissão

Pastoral da Terra. Página visitada em 3 de junho de 2010.

136. Ir para cima↑ Brazil's Booming Agriculture Faces Obstacles (em inglês).artigo

em ThePoutrySite.com'. Página visitada em 6 de março de 2009.