a agricultura familiar na merenda escolar da rede municipal de nova

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1 A AGRICULTURA FAMILIAR NA MERENDA ESCOLAR DA REDE MUNICIPAL DE NOVA ANDRADINA- MS Paulo Sérgio D`Alkmin Filho Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Câmpus de Nova Andradina (CPNA) [email protected] Jodenir Calixto Teixeira Câmpus de Nova Andradina (CPNA) [email protected] Resumo Os pequenos agricultores brasileiros sempre lutaram para conseguir terras onde pudessem sustentar suas famílias e vender o excedente quando possível. Na história do Brasil, esses agricultores sempre foram deixados para segundo plano, principalmente nas políticas públicas agrícolas, que historicamente foram feitas para atender aos grandes latifúndios. A partir da década de 1990, após o governo neoliberal sofrer pressões de movimentos sociais, a situação começou a se modificar, com a elaboração de políticas públicas voltadas a esse segmento de produtores agrícolas. O PRONAF, o PAA e o PNAE respectivamente surgiram para melhorar a produção de alimentos e desenvolver a agricultura familiar. O objetivo deste trabalho é analisar como está ocorrendo à inserção de alimentos da agricultura familiar no PNAE em Nova Andradina-MS, discutindo as dificuldades encontradas. Palavras Chave: Agricultura familiar, merenda escolar, políticas públicas, pequeno produtor. Introdução O Brasil possui grandes espaços para agricultura, além de terras férteis e clima favorável para que desenvolva suas capacidades de produzir alimentos para toda a população brasileira e de exportar seus excedentes. Mas, na história do país, o que predominou foi á produção para exportação, priorizando o mercado externo de commodities, deixando a produção de alimentos em segundo plano. As políticas públicas voltadas para o pequeno produtor sempre foram ineficientes. A partir da década de 1990, surgiram políticas públicas mais eficazes destinadas a esses produtores, voltadas para a produção, a infraestrutura, a assistência técnica e a capacitação do produtor. Dentre os programas mais importantes direcionados à agricultura familiar estão: o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o PAA (Programa de Aquisição de alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

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A AGRICULTURA FAMILIAR NA MERENDA ESCOLAR DA REDE

MUNICIPAL DE NOVA ANDRADINA- MS

Paulo Sérgio D`Alkmin Filho

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Câmpus de Nova Andradina (CPNA)

[email protected]

Jodenir Calixto Teixeira Câmpus de Nova Andradina (CPNA)

[email protected]

Resumo

Os pequenos agricultores brasileiros sempre lutaram para conseguir terras onde pudessem sustentar suas famílias e vender o excedente quando possível. Na história do Brasil, esses agricultores sempre foram deixados para segundo plano, principalmente nas políticas públicas agrícolas, que historicamente foram feitas para atender aos grandes latifúndios. A partir da década de 1990, após o governo neoliberal sofrer pressões de movimentos sociais, a situação começou a se modificar, com a elaboração de políticas públicas voltadas a esse segmento de produtores agrícolas. O PRONAF, o PAA e o PNAE respectivamente surgiram para melhorar a produção de alimentos e desenvolver a agricultura familiar. O objetivo deste trabalho é analisar como está ocorrendo à inserção de alimentos da agricultura familiar no PNAE em Nova Andradina-MS, discutindo as dificuldades encontradas.

Palavras Chave: Agricultura familiar, merenda escolar, políticas públicas, pequeno produtor.

Introdução

O Brasil possui grandes espaços para agricultura, além de terras férteis e clima

favorável para que desenvolva suas capacidades de produzir alimentos para toda a

população brasileira e de exportar seus excedentes. Mas, na história do país, o que

predominou foi á produção para exportação, priorizando o mercado externo de

commodities, deixando a produção de alimentos em segundo plano. As políticas

públicas voltadas para o pequeno produtor sempre foram ineficientes.

A partir da década de 1990, surgiram políticas públicas mais eficazes destinadas a esses

produtores, voltadas para a produção, a infraestrutura, a assistência técnica e a

capacitação do produtor. Dentre os programas mais importantes direcionados à

agricultura familiar estão: o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar), o PAA (Programa de Aquisição de alimentos) e o PNAE

(Programa Nacional de Alimentação Escolar).

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Este texto originou-se dos resultados da monografia de graduação desenvolvida junto à

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), câmpus de Nova Andradina

(CPNA) entre os anos de 2011 e 2012. Buscamos, com esse trabalho, entender como

está ocorrendo à adequação da Prefeitura Municipal de Nova Andradina à Lei nº

11.947/2009, dando ênfase à aquisição de alimentos produzidos pelos agricultores

familiares do município. Procuramos demonstrar as dificuldades encontradas tanto pelo

órgão municipal para a aquisição, como pelos produtores para produzir e distribuir esses

alimentos nas unidades educacionais, fazendo com que o município atinja a meta

primária de que 30% dos repasses Federais sejam gastos em alimentos fornecidos pela

produção familiar, de preferência local.

Para alcançarmos aos nossos objetivos utilizamos os seguintes procedimentos

metodológicos: pesquisa bibliográfica para a seleção de autores que discutem temas

como a agricultura familiar, as políticas públicas e a alimentação escolar, para o

embasamento teórico-científico; leituras e fichamentos da bibliografia pesquisada;

trabalho de campo para a coleta de dados, mediante a aplicação de questionários e

realização de entrevistas com produtores familiares e autoridades municipais; tabulação

dos dados coletados, análise e apresentação dos resultados.

Aspectos gerais do município de Nova Andradina-MS

O município de Nova Andradina está localizado em uma região onde antes eram terras

do Sr. António Joaquim de Moura Andrade e que, a partir de 1938, após adquirir terras

do Estado, participou da colonização dessa área (CAMUCI, 2010).

Em 1951, Moura Andrade adquiriu outras terras, as Fazendas Santa Barbara, Baile,

Xavante e Panambi. Das terras da Fazenda Baile António Joaquim de Moura Andrade

separou uma gleba que deu origem a cidade de Nova Andradina em 1957 (IBGE, 2006).

Aproveitando- se do porto construído na margem direita do rio Paraná, efetivou a

colonização loteando e dando vantagens para os compradores, o que chamou a atenção

de pessoas de vários Estados do Brasil.

Uma grande parte dos migrantes veio de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e

Nordestinos, segundo o histórico da cidade de Nova Andradina disponível no site do

IBGE- cidades. Segundo os dados obtidos nesse site, Nova Andradina recebeu o nome

de seu fundador como forma de homenagem e oficialmente originou-se do

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desmembramento do município de Bataguassu e foi emancipado pela Lei Estadual nº

1189 de 20 de Dezembro de 1958.

O município apresenta uma área territorial de aproximadamente 4.776 Km², possuindo

uma população de 45.585 habitantes segundo os dados do censo demográfico do IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010. Está localizado a sudeste de

Mato Grosso do Sul (figura 1) e faz limite com nove municípios, sendo: Anaurilândia,

Angélica, Bataguassu, Batayporã, Taquarussu, Nova Alvorada do Sul, Novo Horizonte

do Sul, Ivinhema e Ribas do Rio Pardo. Em seu relevo sobressaem os planaltos

levemente ondulados, o solo predominante é o latossolo vermelho-escuro, a vegetação

natural que predomina é o cerrado e seu clima, na classificação de Lysia Bernardes, é o

Tropical com verões chuvosos e invernos secos.

A economia do município se baseia na produção agropecuária, com forte tendência para

a expansão da cana de açúcar atualmente (IBGE, 2006).

Figura 1. Localização do Município de Nova Andradina-MS

Em relação à agricultura familiar no município de Nova Andradina, segundo

informações obtidas na AGRAER (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão

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Rural), se caracteriza pela produção extensiva de leite, seguida pelo gado de corte, o

cultivo da mandioca, a horticultura e a fruticultura.

A atuação deste órgão público no desenvolvimento da agricultura familiar está baseada

na elaboração de projetos de crédito rural, na organização dos produtores, na orientação

técnica, no manejo e na diversificação de cultivos.

Está em implantação no município a Cooperativa do Assentamento Santa Olga

(COOPAOLGA), que objetiva beneficiar todos os agricultores familiares do município,

sendo necessário apenas que o agricultor familiar se associe e participe do projeto.

A COOPAOLGA foi criada no dia 17 de Novembro de 2009, tendo como primeiro

presidente e um dos fundadores, o senhor Roberto Carlos Ramos Cebálio. A

cooperativa tem como objetivo principal fortalecer a produção de leite e seus derivados

a partir da miniusina de pasteurização de leite, que se encontra instalada no

assentamento Santa Olga, com seus funcionários treinados e o serviço de inspeção

sanitária pronto para realizar seu trabalho, faltando apenas o licenciamento ambiental,

travado pela burocracia governamental.

O PRONAF, que tem suas origens no ano de 1996, no governo de Fernando Henrique

Cardoso, para dar apoio governamental ao desenvolvimento da agricultura familiar,

conforme já abordamos anteriormente, tem sido viabilizado em Nova Andradina. Os

primeiros a utilizarem esses recursos foram alguns assentados do assentamento Casa

Verde, que também foram os primeiros a receber os títulos de proprietários, mas não

possuímos dados quanto ao número de proprietários que utilizaram dos financiamentos

oferecidos pelo PRONAF e os valores financiados.

Como em todo o Brasil os movimentos sociais de luta pela terra também atuam em

Nova Andradina (MST- Movimento dos Sem- Terra, CONTAG- Confederação

Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, FETAGRI- Federação dos Trabalhadores

na Agricultura e a Pastoral da Terra) e por meio de acampamentos, ocupações e

negociações os assentamentos surgiram no município, sendo atualmente um total de

três: assentamento Casa Verde, assentamento 17 de Abril e assentamento Santa Olga.

Esse último é o maior fornecedor de verduras, legumes e frutas para a alimentação

escolar da rede municipal de ensino.

Assentamento Santa Olga

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O assentamento Santa Olga, teve suas origens com a desapropriação, por parte do

INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), da propriedade do Sr.

José Lemes Soares. A área desapropriada foi de 1448,30 ha, localizada a 15 quilômetros

da área urbana do município de Nova Andradina, na rodovia 276, no sentido, Nova

Andradina- Ivinhema.

Nesse assentamento foram distribuídos 170 lotes com tamanho de oito hectares cada,

mas existem famílias que ainda esperam a regularização das terras pelo INCRA e outras

já abandonaram a área (CAMUCI, 2010).

A maioria dos assentados é de Nova Andradina e Batayporã (90%) sendo o restante de

outros municípios de Mato Grosso do Sul e São Paulo (CAMUCI, 2010).

Ao serem assentados, não receberam assistência técnica nem financiamentos para

produzirem e melhorar suas condições socioeconômicas e fixar- se na terra. Assim,

Camuci (2010, p. 42) afirma que:

Muitas famílias afirmaram que têm dificuldade para produzir por não possuírem condições financeiras para investir no lote e, assim, dependem de outras fontes de renda advindas de empregos nas cidades e em outras fazendas ou de aposentadorias.

Esse fato vem corroborar com o que já foi discutido antes, de que os agricultores

familiares, mesmo havendo linhas de créditos em bancos estatais, muitos não têm

conhecimentos ou têm medo de procurar esses financiamentos. Isso é decorrente da

história do crédito rural no Brasil, que sempre favoreceu o grande produtor e deixou

excluído o pequeno. Assim, as exigências burocráticas solicitadas, a falta de divulgação

e esclarecimento por parte das instituições financeiras a essa clientela não acostumada a

trâmites burocráticos, podem ser fatores que distanciem os mesmos dos financiamentos.

É importante que o Estado interfira a favor desses agricultores, fornecendo subsídios

financeiros, técnicos e legais, além dos equipamentos públicos (escolas, postos de

saúde, área de lazer, segurança entre outros) necessários a melhoria de vida no campo.

No mesmo trabalho, Camuci (2010, p. 43) mostra-nos que mesmo sem possuir as

condições ideais para a produção os agricultores familiares do assentamento Santa Olga

produzem e conseguem vender os produtos excedentes:

Verificamos que há no assentamento o cultivo de vários produtos, tais como: mandioca, cana-de-açúcar, milho, banana, abacaxi, abóbora, acerola, manga, limão, laranja, melancia, maxixe, pepino quiabo, goiaba, feijão, poncã,

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amendoim, batata, pimenta, café, além de hortaliças. Os assentados afirmam que o solo é fértil e não há necessidade de muitas correções. A maior parte é para a subsistência, apenas os excedentes são levados para a cidade, comercializados nos mercados e feiras.

O assentamento Santa Olga foi contemplado com recursos do PRONAF no exercício de

2007, em um total de vinte mil reais por família, para serem pagos ao longo de dez

anos, com três anos de carência e juros de 0,5% ao ano (CAMUCI, 2010). Esses

recursos foram na maior parte direcionados para a miniusina de pasteurização de leite

que se encontra em fase final de liberação, conforme já mencionado anteriormente, para

o uso dos que optarem por produzir leite.

Atualmente, o assentamento Santa Olga se coloca entre os principais fornecedores de

produtos para o PNAE da rede municipal de ensino, sendo responsável pelo

fornecimento semanal de hortaliças às unidades educacionais, conforme a Figura 2.

Dentre os produtos fornecidos estão: alface, batata doce, cheiro verde e couve manteiga.

Figura 2- Horta com produtos orgânicos fornecidos ao PNAE no assentamento

Santa Olga em Nova Andradina- MS.

Foto do autor em maio de 2012.

Os agricultores familiares desse assentamento reuniram-se e formaram a Cooperativa

dos Agricultores do Assentamento Santa Olga (COOPAOLGA) no ano de 2010, que

além de hortaliças, pretende produzir produtos a partir do leite, carne, ovos, doces e

leguminosas como o feijão, para a comercialização com o PNAE e também para o

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mercado regional de alimentos, que hoje compra produtos alimentícios de outras

regiões. Esse fato garantira uma maior geração de renda para esses produtores.

Assentamento Casa Verde

O Assentamento Casa Verde têm suas origens em uma desapropriação feita pelo

INCRA da Fazenda Santa Virgínia, no município de Nova Andradina, as margens da

BR 267 e MS 134 (ALVES, 2010).

A área desapropriada foi de 29.859,98 ha, e foram assentadas 470 famílias que passaram

por um processo de seleção feito pela FETAGRI. Conforme Alves (2010, p.13)

O processo de cadastramento e escolha destas famílias foi feito pelos sindicatos rurais de seus respectivos municípios e pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). Dentro deste processo, a FETAGRI selecionou com questionários e entrevistas dentre os sindicalizados, as famílias que estavam aptas a trabalhar na terra e dela tirar seu sustento.

Após a sua criação, que aconteceu pela Portaria MIRAD nº 393, de 22 de Dezembro de

1987, as famílias foram assentadas no ano de 1989 e o assentamento foi dividido em

três partes (Gleba Ipê, Gleba Angico e Gleba Peroba) pelos próprios assentados

(ALVES, 2010).

O assentamento Casa Verde foi criado durante os governos de José Sarney e Fernando

Collor de Mello e, segundo Alves (2010, p.14)

É notável o diferencial do Assentamento Casa Verde, que mesmo sendo criado em um contexto de crise, sua forma de organização social contribuiu para que se desenvolvesse positivamente. Isto proporcionou verificar que a reforma agrária, apesar de um processo complexo, é capaz de gerar distribuição de renda, promover a solidariedade e valorizar as relações humanas. Esta capacidade de organizar- se e pensar coletivamente contribuíram para que as famílias permanecessem no trabalho da terra.

A produção do assentamento Casa Verde se baseia no gado leiteiro, gado de corte,

hortaliças, leguminosas e muitos produtores estão aderindo à silvicultura.

Os produtos fornecidos pelo assentamento ao PNAE são constituídos de alface,

abóbora, couve manteiga, cheiro verde e cenoura ,conforme a Figura 3, sendo que estes

fornecedores atendem somente as unidades educacionais rurais da rede municipal, ou

seja, escolas que se localizam nas imediações do assentamento. A falta de uma rede de

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distribuição eficiente e o pouco comparecimento de agricultores habilitados e ou

interessados não permitem a distribuição dos produtos desse assentamento nas escolas

da zona urbana do município.

Figura 3: Horta com produtos orgânicos, fornecidos ao PNAE, no assentamento

Casa Verde

Foto: Sr. Ailton Tonhão Riqueti em Março de 2012.

A produção dos agricultores familiares para a alimentação escolar em Nova

Andradina- MS.

Por meio de levantamentos de dados, entrevistas e questionários realizados com os

próprios agricultores familiares e agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento

da agricultura familiar, analisamos a situação atual da produção familiar, que já

demonstramos ser de grande importância para o desenvolvimento econômico, social e

para a segurança alimentar do município de Nova Andradina.

Foram aplicados treze formulários de um questionário junto aos agricultores familiares,

ou seja, 100% dos agricultores familiares de Nova Andradina que fornecem produtos

para o PNAE, em uma reunião realizada no dia 27/04/2012 nas dependências da

Secretaria de Educação do município para tratar de assuntos ligados a conferência das

entregas e a confecção das notas fiscais para posterior pagamento, e uma entrevista com

o engenheiro agrônomo da AGRAER.

Os agricultores que responderam ao questionário foram aqueles que responderam ao

chamamento público e estão produzindo e vendendo seus produtos ao PNAE, deixando

claro que a produção desses agricultores não é exclusiva para atender ao PNAE,

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podendo atender ao comércio local e as agroindústrias. A metodologia aplicada se deve

a especificidade do trabalho que envolve apenas os agricultores familiares que atendem

ao PNAE e não aqueles que produzem para o comércio local e agroindústrias.

Inicialmente, encontramos uma grande diferença entre o número de famílias que são

habilitadas (famílias que possuem a Declaração de Aptidão ao PRONAF- DAP), e as

famílias que produzem e fornecem ao PNAE, conforme a tabela 1.

Tabela 1- Proporção das famílias que participam do PNAE em relação ás famílias

habilitadas

Número de Famílias %

Famílias habilitadas ao PNAE 714 100

Famílias que participam do PNAE

13 1,83

Total de famílias habilitadas que não participam do PNAE

701 98,17

Fonte: AGRAER, Secretaria Municipal de Educação de Nova Andradina Elaboração: D`ALKMIN FILHO, Paulo Sérgio (maio de 2012).

Ao analisarmos a tabela 1 podemos constatar que apenas 1,83% das famílias habilitadas

fornecem ao PNAE do município, enquanto a maioria absoluta 98,17% de famílias

habilitadas não fornece, sendo que muitos produzem alimentos que entram na pauta

alimentar do PNAE, mas ou não têm interesse ou não têm conhecimento dessa reserva

de mercado existente aos seus produtos.

A Prefeitura Municipal de Nova Andradina realiza duas chamadas públicas ao ano,

podendo realizar outras conforme a necessidade. Isso ocorre por edital publicado por no

mínimo cinco dias em jornal de circulação regional, afixado no mural localizado nas

dependências do paço municipal e distribuído aos escritórios da AGRAER, nos

municípios da região.

A falta de participação dos agricultores familiares no atendimento às chamadas públicas

em Nova Andradina pode estar ligada a maneira como ela é divulgada, não chegando ao

principal interessado que é o agricultor familiar, que não tem habito de ler jornal e

frequentar o paço municipal. Mesmo assim, pudemos notar um aumento no

fornecimento de produtos da agricultura familiar para o PNAE do início da implantação

do programa no município até o momento atual.

A partir de dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes

pudemos comparar a evolução das aquisições feitas pela Prefeitura Municipal de Nova

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Andradina, desde o primeiro semestre do ano de 2010 até o primeiro semestre de 2012,

que são apresentados na tabela 2.

Tabela 2- Evolução das aquisições de produtos da agricultura familiar pelo PNAE

em Nova Andradina-MS

Anos 2010 2011 2012

Semestres 1º 2º 1º 2º 1º

Número de Famílias

3 4 5 8 11

Valores (R$) 4.184,55 13.748,63 23.956,80 47.740,00 87.420,60

Total das Aquisições (R$)

17.933,18 71.696,80 87.420,60

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto. Elaboração: D`ALKMIN FILHO, Paulo Sérgio.(maio de 2012)

Observamos que no ano de 2010, as aquisições de produtos da agricultura familiar pelo

PNAE foi de R$ 17.926,09, o que corresponde a 13,62% dos 30% que a lei exige. Os

30% do total dos repasses federais feitos ao município corresponde a R$ 131.616,00

sendo que o valor total dos repasses atingiu R$ 438.720,00. Nota-se que o município

não atingiu o mínimo exigido. Nesse ano apenas sete famílias atenderam aos

chamamentos públicos realizados, conforme a Lei 11.947/2009, após várias reuniões

realizadas na AGRAER e no assentamento Santa Olga, localidade esta que se

prontificou a receber os funcionários da prefeitura para esclarecimentos quanto à

referida Lei.

No ano de 2010 esses agricultores forneceram seis produtos ao programa: alface, cheiro

verde, couve manteiga, beterraba, cenoura e mandioca, mas não atenderam em

quantidades suficientes que suprissem as necessidades desses produtos, sem precisar

adquirir de outros produtores.

No ano de 2011, o valor adquirido aumentou em 74,9% em relação ao ano de 2010,

passando a R$ 71.696,80 e chegando a 53,43 % do exigido pela Lei, sabendo- se que

30% do total dos repasses federais feitos ao município no ano de 2011 para o PNAE foi

de R$ 134.172,00. Mesmo aumentando os valores aplicados com a aquisição de

produtos da agricultura familiar, ficaram longe do objetivo e podemos destacar como

possíveis causas a falta de interesse de grande parte desses agricultores devido a não

participação das reuniões que acontecem para esclarecimento sobre a Lei 11.947/2009,

a falta de estrutura de produção, devido falhas na assistência técnica, a desconfiança que

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existe no poder público municipal e falta de meios para distribuir esses produtos, já que

a distribuição de é feita com veículos próprios dos produtores, o poder público não

dispõem de meios de transporte para disponibilizar a esses agricultores.

O número de famílias envolvidas subiu de sete em 2010 para 13 em 2011, quase que

duplicando o número, apesar de ser incipiente.

Após o primeiro ano de incertezas e desconfianças por parte da maioria dos agricultores

familiares de Nova Andradina e apesar de ainda não atingirem a meta dos 30%, houve

melhorias na produção familiar, pois o número de itens oferecidos passou de seis para

onze: alface, beterraba, cheiro verde, cenoura, couve manteiga, mandioca, abobrinha

verde, almeirão, chuchu, batata doce e abacaxi.

No primeiro semestre de 2012 o valor aumentou de apenas R$ 17.926,09, no ano de

2010, para R$ R$ 87.420,60, sendo que somente no primeiro semestre de 2012, o

número de famílias envolvidas no fornecimento de produtos da agricultura familiar para

o PNAE da rede municipal de ensino foi de 11, existindo a expectativa do aumento

desse número e valores no segundo semestre, devido á entrada em funcionamento da

miniusina de pasteurização de leite da Coopaolga e a participação na chamada pública

número 2 de produtores do assentamento Teijim que segundo a AGRAER, estão sendo

preparados para produzir melancia, mel, mamão e hortaliças.

No primeiro semestre de 2012 os agricultores familiares de Nova Andradina,

participaram da primeira chamada pública do ano com quatorze itens sendo a alface, a

abobrinha, a berinjela, beterraba, cheiro verde, chuchu, couve manteiga, limão,

mandioca, melancia, pimentão, repolho, batata doce, ou seja, mais que o ano de 2011

(tabela 3).

Apesar do aumento verificado nesse curto espaço de tempo do fornecimento de

produtos da agricultura familiar para o PNAE da rede municipal de ensino, existe muito

a ser feito ainda, pois em entrevista realizada com treze agricultores que fornecem ao

PNAE, nove disseram não possuir qualquer assistência técnica e quatro disseram que

possuem assistência técnica, sendo dois de empresa de consultoria e dois da AGRAER.

Essa falta de assistência técnica pode ser causada pela falta de profissionais capacitados

a trabalhar com essa modalidade de agricultura, visto que o histórico brasileiro quanto a

esta questão nos mostra o descaso que sempre foi dispensado ao pequeno agricultor,

pode ser um reflexo do passado, que deve ser corrigido.

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Tabela. 3- Produtos fornecidos pela agricultura familiar ao PNAE no período de

2010 ao primeiro semestre de 2012 no município de Nova Andradina-MS Produtos 2010 2011 2012

Abóbora** ---- 1100 800

Alface* 1946 2730 9450 Batata doce** ---- 500 2130

Berinjela** ---- ---- 270

Beterraba** 340 135 1280

Cenoura** 1409 760 ------

Cheiro verde* 869 2239 2980

Chuchu** ---- 200 1070

Couve manteiga* 980 2233 3418

Limão** ---- ---- 1900

Mandioca** 1918 3572 2000

Melancia** ---- ---- 4000

Pimentão** ---- ---- 2060

Repolho** ---- ---- 1000

* Quantidades em maços. **Quantidades em quilogramas. Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes Elaboração: D`ALKMIN FILHO, Paulo Sérgio (maio de 2012)

Existe também a falta de um local apropriado para que esses agricultores familiares

entreguem suas mercadorias para que aconteça a seleção e distribuição dos mesmos para

as unidades educacionais. São alguns dos problemas que devem ser equacionados e

solucionados pelo poder público, que é o responsável a dar condições para estes

agricultores produzirem conforme a Lei 11.326/2006 que em seu artigo 5º diz como a

Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais

promoverá, planejará e executará as ações para compatibilizar as áreas (MDA, 2006):

Para atingir seus objetivos, A Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais, promoverá o planejamento e a execução das ações, de forma e compatibilizar as seguintes áreas: 1- crédito e fundo de aval, 2- Infra- estrutura e serviços, 3- assistência técnica e extensão rural, 4- pesquisa, 5- comercialização,

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6- seguro, 7- habitação, 8- legislação sanitária, previdenciária, comercial e tributária, 9- cooperativismo e associativismo, 10- educação, capacitação e profissionalização, 11- negócios e serviços rurais não agrícolas, 12- agroindustrialização.

Os produtos adquiridos para o PNAE são transportados por conta dos produtores, não

havendo nenhuma ajuda por parte da administração para este fim.

A Resolução nº 38 de 16/07/2012 em seu artigo 20, não obriga a aquisição de alimentos

orgânicos, mas solicita a preferência a esses alimentos. Uma dificuldade existente para

garantir a qualidade dos produtos é a falta de laboratórios específicos para a análise dos

componentes e contaminantes químicos presentes nos alimentos e a fiscalização

ineficiente nas áreas produtivas.

Mesmo com as dificuldades encontradas por esses agricultores, a agricultura familiar no

município de Nova Andradina vem aumentando sua produção e na atualidade, fornece

alimentos de boa qualidade para todas as unidades educacionais da rede municipal de

ensino, em um total de 13 unidades que atendem o ensino fundamental, nove unidades

que atendem a creche e educação infantil e 3 entidades filantrópicas que atendem

creche, educação infantil e ensino fundamental.

Com o fornecimento de verduras, legumes e frutas da agricultura familiar, foi

aumentada a quantidade de alimentos, ricos em fibras, vitaminas e sais minerais na dieta

dos estudantes, que anteriormente ingeriam quantidades menores desses nutrientes.

Aumentando o aporte dos nutrientes, o programa tem também como objetivo melhorar a

situação nutricional desses estudantes e estimular os bons hábitos alimentares da

população, diminuindo os riscos de desenvolvimento de doenças cardíacas, diabetes,

obesidade, hipertensão arterial e o câncer.

O programa almeja um atendimento cada vez maior a rede municipal de ensino, com

produtos advindos da agricultura familiar, aumentando 100% de produtos adquiridos, se

isso for possível algum dia.

Considerações Finais

A Lei nº 11.947/2009 bem como a Lei nº 11.326/2006 são legislações criadas para

atender aos anseios e as necessidades dos agricultores familiares e dos empreendedores

familiares rurais que durante a maior parte da história do Brasil foram relegados ao

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segundo plano, sendo necessárias varias lutas e muito sangue derramado para que se

chegasse ao reconhecimento da importância dos pequenos agricultores para a economia

brasileira e para o suprimento alimentar da população de modo geral, incluindo os

latifundiários que, se não fosse à produção desses pequenos, não teriam tanta

diversidade de alimentos em suas mesas ou teriam que pagar mais caro pela maioria das

hortaliças, frutas, verduras, leite e outros.

A Lei da agricultura familiar (11.326/2006) regulamenta as questões técnicas, logísticas

e de financiamentos para todo o processo de produção, infraestruturas e transporte,

apoiando o pequeno agricultor, mas é necessário que órgãos governamentais de

extensão e agentes financeiros capacitem os agricultores para que eles possam utilizar as

técnicas de plantio e produção com maior eficiência. Ao contrário, essas famílias ficam

em situações piores a que estavam antes de receber a terra, colocando-as em condições

de risco.

É importante que a sociedade tome conhecimento do papel da agricultura familiar no

Brasil, sua função social e de segurança alimentar. Outra questão importante é o

controle e fiscalização dos Conselhos de Desenvolvimento Rural (CDR) para que

exijam o cumprimento da lei e fiscalize a execução dos projetos de desenvolvimento

rurais, principalmente voltados a agricultura familiar e aos empreendedores familiares

rurais.

A Lei 11.947/2009 vem, de certo modo, reservar uma “fatia” do mercado para o

agricultor familiar e empreendedor familiar rural, obrigando os entes federados a

adquirir no mínimo 30% dos recursos federais repassados a alimentação escolar dos

agricultores familiares, o que faz com que aumente a produção de alimentos

considerados básicos. Esse fato, sem dúvida, é de grande importância para os

agricultores familiares, pois aumentará o leque de oportunidades para eles.

Assim, também é importante desenvolver a idéia do cooperativismo entre os

agricultores familiares, o que diminuirá o custo da produção e aumentará a

competitividade de seus produtos no mercado, pois com o cooperativismo surgirão

novos produtos de valor agregado maior, além de aumentar os níveis tecnológicos em

todas as fases da produção, tornando aquele homem simples da terra em produtor de

alimentos profissional e com conhecimento em sua área de atuação.

As intenções dessas políticas públicas são excelentes, mas o que não pode ocorrer é que

se transformem em planos de governos descontinuados com a sucessão de governantes.

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Os representantes do povo em cargos públicos (deputados, vereadores, senadores)

devem zelar pelo bom uso do dinheiro público nesses programas, não permitindo que se

tornem eleitoreiros. .

Dar apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar e empreendedores familiares

rurais é antes de tudo melhorar as condições sociais do país, dando oportunidade a esses

produtores de se inserirem no mercado, diminuindo o êxodo rural, aumentando a

produção de alimentos, gerando emprego e renda.

No município de Nova Andradina essas ações ainda estão “engatinhando”, pois

notamos um grande desinteresse, tanto do poder público nas três esferas, quanto da

sociedade de um modo geral, na reversão dessa situação. Esse fato é visto claramente

quando observamos que os agricultores familiares não recebem a devida atenção por

parte dos governantes, no que se refere á assistência técnica necessária para que a sua

produção seja aumentada e melhorada.

Os números irrisórios de participantes nas chamadas públicas mostram a falta de

divulgação eficiente do processo de aquisição dos produtos pelo PNAE, mas também o

desinteresse ou a falta de confiança nos dirigentes governamentais.

A deficiência em relação às infraestruturas existentes para a produção, o

armazenamento e a distribuição desses produtos até o mercado consumidor é outro fator

que dificulta o bom funcionamento do programa.

A falta de conhecimento por parte do agricultor quanto ao funcionamento do PNAE

também diminui o rol de pequenos produtores que fornecem produtos ao programa. Isso

demonstra claramente a ineficiência da divulgação do PNAE.

Para exemplificar, não conseguimos ver, uma preocupação por parte dos bancos em

divulgar as facilidades dos créditos advindos do PRONAF para os pequenos

agricultores, mediante juros baixos. Mesmo em instituições financeiras estatais, essa

divulgação é inexistente ou imperceptível. E mesmo o próprio agricultor familiar se

intimida a fazer empréstimos, devido o longo histórico de injustiças e constrangimentos

sofridos por esses agricultores.

Diante das questões levantadas neste trabalho, concluímos que existe a possibilidade de

um melhor desenvolvimento da agricultura familiar no município. Porém, falta uma

melhor conscientização da sociedade e de seus dirigentes sobre a importância de dar

condições a esses agricultores para produzirem e comercializar seus produtos no

município e em outras regiões.

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Em um município carente de oportunidades de trabalhos, promover o desenvolvimento

da agricultura familiar pode representar novas oportunidades de empregos, além de

garantir a fixação dessas famílias no campo. O bom funcionamento do PNAE

promoveria essas mudanças tão importantes para a economia dessa região.

A melhor divulgação das políticas públicas destinadas ao pequeno produtor, através de

cartilhas, folders distribuídos aos filhos desses agricultores nas escolas rurais, reuniões

com agentes bancários e profissionais ligados ao PNAE para esclarecimentos,

propagandas radiofônicas e melhor atuação das agências governamentais responsáveis

pela assistência técnica, além de investimentos na logística de apoio (armazenamento e

distribuição desses produtos) seriam ações que influenciariam de modo positivo a

produção familiar rural de Nova Andradina-MS, bem como em outros municípios

brasileiros.

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