a agricultura e as questÕes socioambientais: o cultivo de laranja no município de itaberaí-go...

7/23/2019 A AGRICULTURA E AS QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: o cultivo de laranja no município de Itaberaí-GO (2014)

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A AGRICULTURA E AS QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: ocultivo de laranja no unic!"io de Ita#era!$GO% &'()*+

Edgar da silva [email protected]

Luiz Otávio Pereira da Silva

[email protected]

Marcos Tomé da Cruz Rego

[email protected]

Re,uo

"as interven#$es humanas na natureza a agricultura é uma das mais

im%ortantes& %ois %ossi'ilitou a consolida#(o da vida em sociedade e o modo

de vida ur'ano& %orém as %ro)undas trans)orma#$es ocorridas nas sociedades

ao logo da hist*ria& e so're tudo a %artir da década de +,-& modi)icaram a%ostura da sociedade )rente aos recursos naturais. análise meramente

am'ientalista /á n(o conseguia e0%licar tamanhas modi)ica#$es na %aisagem e

no es%a#o geográ)ico neste conte0to surge a análise socioam'iental 1ue visa

investigar n(o a %ostura individual adotada na rela#(o homem2natureza& mas

sim o com%ortamento social. Esta %es1uisa contou com revis(o 'i'liográ)ica de

autores como3 Mendon#a 4!-!56 Mendon#a 4!--56 Santos 4!-756 Sousa

4!--5 entre outros& contou ainda com %es1uisa a dados re)erentes a lavouras

%ermanentes& /unto ao 8nstituto 9rasileiro de :eogra)ia e Estat;stica 489:E5 e

uma coleta de dados em um cultivo de laran/a no munic;%io de 8ta'era; no

Estado de :oiás.

-alavra,$c.ave: gricultura6 socioam'iental6 sociedade6 am'iente.

mailto:[email protected]








Introdu/0o

O desenvolvimento da agricultura re%resentou um salto na condi#(o de

vida dos %ovos %rimitivos& desde ent(o esteve sem%re na 'ase da vida em

sociedade 1ue %ro%iciou o surgimento das cidades 4Souza& !--5& ao longo da

hist*ria cada mudan#a na estrutura social tinha re)le0o direto na rela#(o entre

homem e a natureza.

Mais )oi a %artir da revolu#(o agr;cola e %osteriormente a revolu#(o

verde& 1ue as trans)orma#$es nas atividades agr;colas se tornaram mais

rá%idas& e mais im%actantes a natureza& a consolida#(o da sociedade técnico<

cient;)ico<in)ormacional 4S=TOS& !-75 e %rocesso de glo'aliza#(o da

economia e conse1uentemente a do mercado im%useram uma nova )orma de

%roduzir 'uscando atender as demandas glo'ais %or %rodutos %rimários.

O %resente artigo )oi ela'orado 'uscando analisar como o homem&

en1uanto sociedade interage com a natureza e 1uais os im%actos resultam

desta intera#(o& tal temática se /usti)ica %ela atual crise socioam'iental 1ue

vivenciamos& em es%ecial neste in;cio de século >>8& a consolida#(o do

ca%italismo e sua atual )ase glo'alizada& trans)ormou a %rática da agriculturaem uma mera atividade econ?mica.

)un#(o da agricultura moderna de atender as demandas do mercado

interno e e0terno %or %rodutos %rimários tem )eito com 1ue vastas áreas de

Cerrado se/am removidas& o 1ue /untamente com a %ecuária& tem gerado uma

série de con)litos e %ro'lemas de ordem am'iental e social& da; a necessidade

de uma análise )eita a %artir da *tica socioam'iental.

O ,ocioa#ientali,o coo 1todo de an2li,e

s rá%idas trans)orma#$es ocorridas na sociedade& %rinci%almente na

segunda metade do século >> e in;cio do século >>8& )ruto das revolu#$es

industrial e tecnol*gica consolidadas neste recorte tem%oral& alteram

%ro)undamente as rela#$es entre o homem e a natureza.

!



a'ordagem meramente naturalista do 1ue é am'iente& /á n(o é

su)iciente %ara analisar a com%le0idade das rela#$es esta'elecidas entre os

elementos 1ue com%$em o es%a#o geográ)ico& diante de uma crise am'iental

em escala glo'al.

...A O'serva<se assim& na atualidade& diante de t(o im%ortantedesa)io& uma )orte tendBncia utiliza#(o& de uma )orma am%la& dotermo socioambiental & %ois tornou<se muito di);cil e insu)iciente )alar de meio am'iente somente do %onto de vista da natureza 1uando se%ensa na %ro'lemática intera#(o sociedade<natureza do %resente&so'retudo no 1ue concerne a %a;ses em estágio de desenvolvimentocom%le0o 4Mendon#a& ++75. O termo Ds*cio a%arece& ent(o&atrelado ao termo Dam'iental %ara en)atizar o necessárioenvolvimento da sociedade en1uanto su/eito& elemento& %arte)undamental dos %rocessos relativos %ro'lemática am'ientalcontem%orFnea. ...A 4ME="O=G& !--& %. ,5

consolida#(o do meio técnico<cient;)ico<in)ormacional 4S=TOS&

!-75& en1uanto método de %rodu#(o do es%a#o& resalta o caráter social dos

%ro'lemas am'ientais vigentes.

...A im%ortFncia atri'u;da dimens(o social desses %ro'lemas%ossi'ilitou o em%rego da terminologia socioambiental & e este termon(o e0%licita somente a %ers%ectiva de en)atizar o envolvimento dasociedade como elemento %rocessual& mas é tam'ém decorrente da'usca de cientistas naturais %or %receitos )ilos*)icos e da ciBnciasocial %ara com%reender a realidade numa a'ordagem inovadora. ...A

4ME="O=G& !--& %. ,5

ssim o em%rego do conceito de socioam'iental com%reende uma

%ostura %ol;tica& cienti)ica e )ilos*)ica& 1ue visa a'arcar n(o s* a rela#(o do

homem& en1uanto indiv;duo& com a natureza& mas tam'ém seus as%ectos

hist*ricos& culturais e sociais.

A a3ricultura ,o# a 4tica ,ocioa#iental

agricultura surgiu no %er;odo neol;tico& e )oi a %rinci%al res%onsável

%ela divis(o social do tra'alho e o surgimento das %rimeiras cidades 4SOHI&

!--75. =o decorrer da hist*ria& a agricultura %assou %or diversas

trans)orma#$es 1uer se/a no modo %rodutivo& como na transi#(o do )eudalismo

%ara o ca%italismo& 1uer se/a na 'ase técnica& como na revolu#(o agr;cola e na

revolu#(o verde.

7



o %asso 1ue mudavam as sociedades& mudavam tam'ém suas

rela#$es com a natureza& agricultura& %or e0em%lo& %assou de %rodu#(o de

gBneros de autoconsumo na idade média %ara im%ortante atividade econ?mica

no mundo glo'alizado moderno. Essas mudan#as ocorreram& n(o sem

%rovocar grandes im%actos am'ientais 1ue se tornaram tam'ém grandes

%ro'lemas sociais.

Tanto a revolu#(o agr;cola 1uanto a revolu#(o verde acentuou& a /á

con)lituosa rela#(o no cam%o& %ois criou<se algumas contradi#$es& como o 1ue

é moderno e o 1ue é tradicional& o 1ue é agroneg*cio e o 1ue é agroecologia.

Mais do 1ue um modus operandi a escolha da %ostura adotada é tam'ém

%ol;tica& hist*rica e cultural caracterizando assim uma escolha social.

O %rocesso de glo'aliza#(o& 1ue é visto %or alguns autores& como uma

nova )ase do ca%italismo tem %aulatinamente reorganizado os es%a#os

mundiais& so'retudo a divis(o internacional do tra'alho. agricultura nesse

conte0to assumiu im%ortante %a%el na economia& %rinci%almente na %rodu#(o

de gBneros %ara a e0%orta#(o.

Com o aumento das demandas %rodutivas e %or conse1uBncia ae0%ans(o das áreas %lantadas em todo o mundo& os %ro'lemas de degrada#(o

am'iental e os sociais se agudizaram& tra'alho escravo ou %recarizado&

remo#(o da co'ertura vegetal %ara cultivo de monoculturas como o milho e a

so/a& estresse h;drico ocasionado %ela instala#(o de %iv?s e doen#as

ocasionadas %elo uso em larga escala de agrot*0icos s(o alguns e0em%los.

Em contra %artida surgem movimentos sociais 1ue lutam %ela so'erania

alimentar& %or %rodutos com mais 1ualidade e melhores condi#$es de tra'alhono cam%o& além ainda dos gru%os 1ue lutam %ela re)orma agrária e contra os

male);cios do modelo %rodutivo chamado de agroneg*cio.

O cenário 1ue vemos ho/e no cam%o é )ruto de um entrela#amento de

)atores& 1ue coadunam<se de )orma a %roduzir& a lato senso uma %aisagem

desigual e re%leta de contradi#$es e con)litos. Tendo o ca%italismo se es)or#ado

%ara des)azer o elo Dum'ilical 1ue liga o homem a terra& construiu tam'ém um

modelo %redat*rio de %rodu#(o em rela#(o aos recursos naturais.

J



O de,envolviento da a3ricultura na, 2rea, de cerrado

Tomaremos a1ui como recorte tem%oral o desenvolvimento daagricultura nas áreas de cerrado a %artir da década de +,-& a%esar de haver

relatos 1ue a atividade agr;cola /á era %raticada %elos ind;genas& mesmo antes

do inicio da coloniza#(o euro%eia& é nesse %er;odo 1ue ocorrem as %rinci%ais

trans)orma#$es na rela#(o entre a sociedade e a natureza.

...A Pouco tem%o de%ois& /á no limiar do século !& e diante das novasrealidades sociais& %ol;ticas e econ?micas regionais& nacionais e%lanetárias& o arran/o s*cio<es%acial do territ*rio se inverteu'ruscamente3 o 1ue era 'om a%enas %ara criar gado solto K o cerradotradicional K se tornou no carro<che)e do agro<neg*cio goiano& e asregi$es da agricultura tradicional& como as do Dmato grosso K asterras de 'oa )ertilidade natural K est(o %assando %or um %rocesso dereada%ta#(o %ecuária de semi<con)inamento e de monocultura rica K com Bn)ase %ara a %rodu#(o de cana %ara a indstria alcooleira K&ou se trans)ormando em áreas de e0%ans(o ur'ana e de es%ecula#(oimo'iliária %r*0imas s grandes cidades& como :oiFnia<%arecida de:oiFnia& ná%olis e& o'viamente& 9ras;lia e seu contur'ado entorno.Pelo visto& n(o é mais o cam%o 1ue comanda e decide o 1ue a cidadevai consumir& mas o 1ue esta ltima esta'elece como %rioridade. ntigamente& o cam%o mandava e a cidade o'edecia. o/e se dá ocontrário3 o cam%o tem 1ue seguir os des;gnios da cidade ...A4TE>E8R =ETO& !--+& %. 7+5

inser#(o de :oiás em uma economia glo'alizada através da

agro%ecuária& e de um discurso estatal de marcha %ara o oeste e ocu%a#(o de

áreas de cerrado& até ent(o segundo a ideologia estatal& um 'ioma im%rodutivo

e su'utilizado 4ME="O=G& !-!5& é 1ue a su%era#(o desse 1uadro s* seria

%oss;vel %or meio da incor%ora#(o das novas tecnologias ao sistema %rodutivo.

...A "essa )orma& )oram constru;das as a#$es %ol;ticas 4%lane/amento

econ?mico5& as a#$es econ?micas 4ca%ital %rivado nacional etransnacional5& as a#$es sociais 4melhoria da in)raestrutura e da

1ualidade de vida da %o%ula#(o local e regional5 e as a#$es culturais

4ideologia do atraso& do isolamento5& entre tantas outras

argumenta#$es& com o intuito de criar consensos sociais& em torno da

im%lementa#(o das atividades modernizantes na agro%ecuária do

Planalto Central. ...A 4ME="O=G& !-!. %. 7N,5

%ol;tica agrária adotada no %a;s& e em es%ecial %ara as áreas de

cerrado& trans)ormou<se em um %ro'lema social& %ois além da degrada#(o



am'iental ocorreu um %rocesso de e0%uls(o das comunidades tradicionais de

suas terras& ou %or uma necessidade do mercado tiveram 1ue adotar t(o

%ro%agada agricultura moderna& alterando assim a sua rela#(o com a terra.

...A e0%uls(o dos cam%oneses e tra'alhadores da terra 1ue%raticavam a agricultura cam%onesa cedeu o direito de usu)ruto1ueles 1ue %ossu;am ca%ital industrial e )inanceiro e e0%eriBnciaacumulada& oriundos do sul do %a;s& onde a agricultura moderna seiniciara a %artir da década de +-& so' os aus%;cios da Revolu#(oerde. ...A 4ME="O=G& !-!& %. 7NN5

O cho1ue cultural tam'ém )oi inevitável& desencadeada %ela %ol;tica de

marcha %ara o oeste& a chegada de uma nova leva de emigrantes 1ue traziam

consigo novas ideologias e novas técnicas& modi)icaram em médio %razo a

%aisagem do cerrado& logo tam'ém os con)litos se intensi)icaram entre a1ueles%ovos 1ue a1ui /á tinham se esta'elecido e a1ueles chegavam.

...A rela#(o com o meio so)re 'rusca altera#(o& %rinci%almente nasáreas de cha%adas& até ent(o %ouco Da%roveitadas& %oisa%resentavam solos %ouco )érteis %ara cultivos intensivos e e0cessode água no %er;odo chuvoso& o 1ue di)icultava as atividades agr;colas&Os chegantes& %ortadores do D%rogresso& utilizam o a%arato técnico etecnol*gico dis%oni'ilizado %elas %es1uisas cient;)icas& trans)ormandoas áreas até ent(o %ouco %rodutivas em celeiros agr;colas. O custosocial e am'iental da moderniza#(o da agricultura nas áreas deCerrado& es%eci)icamente nas cha%adas do Sudoeste :oiano&

%ermeia a discuss(o a%resentada.

s inova#$es técnicas e tecnol*gicas e0clu;ram e e0cluema1ueles 1ue n(o tem a )orma#(o necessária %ara o e0erc;cio dasnovas )un#$es& )or#ando<os a migrar %ara outros lugares& em geraláreas ur'anas. ...A 4ME="O=G& !-!& %. 7N+<7+-5

Todas essas considera#$es colocam em che1ue a certa %ositividade

com 1ue é visto& %or %arte de alguns te*ricos& a chamada moderniza#(o da

agricultura& o ?nus social e am'iental su%eram o t(o di)undido aumento da

%rodutividade e os resultados meramente econ?micos.

A a3ricultura e a, 5ue,t6e, ,ocioa#ientai,: o cultivo delaranja no unic!"io de Ita#era!$GO

O Estado de :oiás %ossu;a em !-!& ,.JN- hectares cultivados com

laran/a& 1ue %roduziram 7.++ toneladas da )ruta& o munic;%io de 8ta'era;&

1ue ocu%ava no corrente ano o %rimeiro lugar em %rodu#(o& com uma área de

N-- hectares cultivados o 1ue corres%onde a -&Q da área total %lantada e

Q



com %rodu#(o de N.-- toneladas& sendo res%onsável %or J da %rodu#(o

do Estado 489:E& !-!5.

escolha do cultivo de laran/a& %or se tratar de uma lavoura

%ermanente& visando comercializa#(o da %rodu#(o& demanda um maior consumo dos recursos h;dricos& insumos e agrot*0icos& além ainda de

necessitar de grandes e0tens$es de terra e %or se tratar de uma monocultura&

ocasiona ao longo do tem%o a redu#(o de )ertilidade do solo entre outros

im%actos am'ientais.

O cultivo de laran/a visitado %ara a realiza#(o deste tra'alho se encontra

as margens da rodovia :O<-,- no munic;%io de 8ta'era;& im%ortante via de

circula#(o regional 1ue liga os munic;%ios do =oroeste goiano a ca%ital

:oiFnia. Segundos os dados levantados no local& área %lantada se divide em

duas3 uma área %r*%ria de J hectares onde o cultivo /á é realizado a N anos& e

a segunda área de J- hectares& arrendada a 7 anos.

oto -

onte3 Os autores

,



Em cada hectare %lantado há a%ro0imadamente 7, %és de laran/a&

somadas as duas áreas %lantadas& temos !Q.+J %és de laran/as distri'u;dos

%or uma área a%ro0imada de N.--- m. "o %onto de vista da gera#(o de

em%regos& na %ro%riedade visitada& a atividade em%rega %ermanentemente !

tra'alhadores e durante a colheita s(o em%regados mais ! tra'alhadores

tem%orários.

oto -!

onte3 Os autores.

"o %onto de vista da mecaniza#(o& o cultivo de laran/a é& segundo o

%ro%rietário& modernizada %ois há o em%rego de tratores tanto %ara a

%ulveriza#(o de %rodutos agrot*0icos na lavoura& como %ara o trans%orte da

laran/a da lavoura %ara os locais de armazenagens. Por se tratar de cultivo em

áreas de Cerrado há tam'ém uma alta demanda %or )ertilizantes 1u;micos e

corretivos %ara a acidez do solo.

"os %rodutos agrot*0icos os %rinci%ais utilizados s(o3 caricidas& usados

%ara controle de ácaros 1ue atacam tanto a %lanta 1uanto o seu )ruto&

reduzindo a %rodutividade& os )ungicidas& 1ue tam'ém atacam a %lanta e os

N



)rutos e os her'icidas& utilizados %ara o controle de ervas daninhas 1ue

Dcom%etem com as laran/eiras %elos nutrientes do solo.

Uuanto ao uso dos recursos h;dricos& o cultivo de laran/a )oi a%ontado

como de 'ai0o consumo& %or n(o ser irrigada& e se a%roveitar a%enas daságuas %rovenientes das %reci%ita#$es %luviais. inda segundos dados do

levantamento realizados no local& n(o houve nenhum ti%o de con)lito& 1uando

da instala#(o do cultivo na1uela regi(o& com os demais %ro%rietários de terras

e assentamentos circunvizinhos.

oto -7

onte3 Os autores.

oi ainda& 1ue devido a %rinci%al )orma de comercializa#(o de o %roduto

ser in natura& houve inicialmente uma %reocu%a#(o com a destina#(o e a )orma

de escoamento da %rodu#(o. Com rela#(o aos *rg(os de )iscaliza#(o do

Estado& há uma regularidade& %rinci%almente do )isco estadual& nas visitas a

unidade %rodutora sendo 1ue o trans%orte da %rodu#(o está condicionado

certi)ica#(o.

+



"a %ers%ectiva socioam'iental é %oss;vel )azer algumas considera#$es&

o arrendamento de terras %ara o cultivo de laran/a& %ode ter sido conseguido

a%roveitando<se de uma vulnera'ilidade socioecon?mica de um ou vários

%e1uenos agricultores. monocultura %ermanente %ode gerar ainda um

esgotamento do solo e a sua conse1uente %erda de )ertilidade.

su'stitui#(o da co'ertura vegetal do Cerrado %ara o cultivo da laran/a&

%ode acelerar %rocessos erosivos& aumentando o trans%orte de sedimentos e

conse1uentemente o assoreamento de c*rregos e rios %r*0imos área

cultivada. O uso de agrot*0icos no cultivo %$e em risco a sade dos

tra'alhadores e dos consumidores além de contri'uir %ara o dese1uil;'rio da

micro)auna local.

O tra'alho tem%orário %ode e0%or uma condi#(o su'umana de tra'alho

ou até& em casos e0tremos& de tra'alho escravo além ainda& dos 'ai0os valores

%agos %or dia tra'alhado e o n(o cum%rimento das leis tra'alhistas %revista na

Consolida#(o das Leis do Tra'alho a CLT. ssim a )orma %ela 1ual a sociedade

atual se a%ro%ria dos recursos naturais& é re)le0o de uma série de %rocessos de

ordem hist*rica& cultural& %ol;tica& %rodutiva e econ?mica& em suma um

%rocesso social.

Con,idera/6e, 7inai,

agricultura se constitui de uma im%ortante atividade& tendo esta& sido

)undamental %ara a consolida#(o da vida em sociedade& %orém ao %asso 1ue

ocorria s trans)orma#$es na vida social alteravam<se tam'ém as )ormas de

interven#(o humana na natureza. =o desenrolar da hist*ria& %artimos de um

%er;odo onde %redominava o dom;nio da natureza e atingimos uma )ase onde

%redomina a técnica humana.

Porém este dom;nio n(o se deu de )orma harmoniosa com a natureza& a

consolida#(o do ca%italismo e o gradual crescimento da %o%ula#(o& e0igiam

cada vez mais do am'iente natural& da; a necessidade de se desenvolver

novas técnicas& revolu#(o agr;cola e revolu#(o verde& %ara atender asdemandas do mercado e das cidades.

-



=o 9rasil a %artir da década de +,-& ocorreu um alinhamento ideol*gico

do %a;s com as grandes %otBncias ca%italistas& onde a agricultura deveria ser

encarada como im%ortante atividade econ?mica %ara a escala glo'al& logo todo

um con/unto de novas técnicas )oi im%lementado no %a;s a )im de su%rir as

demandas internas e e0ternas.

s rá%idas trans)orma#$es no cam%o ocorridas nesse %er;odo

desencadeou uma %ro)unda crise social& como %or e0em%lo& os con)litos %ela

%osse de terras& 1ue retiraram 'oa %arte dos %e1uenos agricultores do cam%o&

)or#ando<os a irem %ara as cidades e com%eti#(o %elo mercado 1ue )ez com

1ue as %ráticas tradicionais )ossem %aulatinamente a'andonadas no cam%o.

"entre essas trans)orma#$es está utiliza#(o de áreas de Cerrado %ara

a agricultura& o 1ue acarretou em inmeros %ro'lemas socioam'ientais.

rela#(o %redat*ria 1ue as sociedades atuais tBm mantido com a natureza& tem

%osto em risco a sade& a 'iodiversidade& a seguran#a alimentar& os direitos

humanos& etc.

"iante disso )azem<se necessários estudos mais %ro)undos& so're os

im%actos socioam'ientais da agricultura& em es%ecial em áreas de Cerrado& %or se tratar de um im%ortante 'ioma 'rasileiro. O cultivo de laran/a no munic;%io

de 8ta'era; elenca uma série de 1uest$es de relevFncia social como a

concentra#(o de terras e as reais condi#$es dos tra'alhadores.

"esta )orma é %reciso re%ensar a rela#(o custo2'ene);cio nas rela#$es

sociais do homem com a natureza& análises de cunho meramente

economicistas tendem a ocultar o ?nus socioam'iental %resente no cam%o& o

1ue atende diretamente aos interesses ca%italistas& é %reciso ainda 'uscar alternativas 1ue via'ilizem uma agricultura menos degradante ao am'iente e

socialmente mais /usta.



Re)erBncias

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http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=go&tema=lavourapermanente2012




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