a admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado...

8
Maurício Tumolo é um eterno apaixonado pelo aço. Aos 73 anos, o homem que trabalhou na distribuição por mais de quarenta anos exibe um brilho nos olhos ao falar da profissão na qual criou os filhos e construiu seu patrimônio. “Zé Tonelada”, como era conhecido quando vende- dor, fala de tubos, perfis e bobinas com amor e energia impressionantes. Ele não atua mais no setor desde 2000 - quan- do encerrou sua empresa, a MT Representações - mas arrumou uma maneira de não precisar se separar do aço. No dia de nossa entrevista, encon- tro Maurício de terno e gravata, como o executivo que fora até onze anos atrás. Mas ele, assim como faz com o aço, surpreende: vem para falar de pai- xões, de sonhos, vida, arte. O artista plástico, que nos anos 1950 abandonou o emprego no banco para vender aço na Edmundo de Lucia, se orgulha ao falar de como conseguiu, de maneira nada con- vencional, manter o aço tão presente em sua vida. “Ele respira aço”, diz Belinha, sua esposa. Pen- sa que ele se ofende? “Foi uma vida inteira de de- dicação, e ela participava de tudo, era minha sócia. Todos os dias, quando eu chegava em casa, era a mesa coisa: ‘quantas toneladas vendeu hoje?’”, relembra, com a mesma alegria de quem resgata uma memória de infância. Antes de abrir seu negócio, em 1970, Maurí- cio trabalhou por oito anos na J. Torquato, uma das grandes distribuidoras dos anos 1960. Formado em ciências contábeis, ele não consegue imaginar sua vida sem sua grande paixão, o aço. Quem o conhece, acredite, também não consegue. Hoje, Maurício Tumolo faz quadros sobre o processo de produção do aço. Desde mineração óleo sobre tela. “Auto-forno, aciaria e produtos” Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 128 - Janeiro 2011 Texto e fotos por Luana Ribeiro A admirável leveza do A história do executivo que transformou a paixão pelo aço em obra de arte

Upload: buidiep

Post on 15-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

Maurício Tumolo é um eterno apaixonado pelo aço. Aos 73 anos, o homem que trabalhou na distribuição por mais de quarenta anos exibe um brilho nos olhos ao falar da profissão na qual criou os filhos e construiu seu patrimônio. “Zé Tonelada”, como era conhecido quando vende-dor, fala de tubos, perfis e bobinas com amor e energia impressionantes. Ele não atua mais no setor desde 2000 - quan-do encerrou sua empresa, a MT Representações - mas arrumou uma maneira de não precisar se separar do aço. No dia de nossa entrevista, encon-tro Maurício de terno e gravata, como o executivo que fora até onze anos atrás. Mas ele, assim como faz com o aço, surpreende: vem para falar de pai-xões, de sonhos, vida, arte. O artista plástico, que nos anos 1950 abandonou o emprego no banco para vender aço na Edmundo de Lucia, se orgulha ao falar de como conseguiu, de maneira nada con-vencional, manter o aço tão presente em sua vida. “Ele respira aço”, diz Belinha, sua esposa. Pen-sa que ele se ofende? “Foi uma vida inteira de de-dicação, e ela participava de tudo, era minha sócia. Todos os dias, quando eu chegava em casa, era a mesa coisa: ‘quantas toneladas vendeu hoje?’”, relembra, com a mesma alegria de quem resgata uma memória de infância. Antes de abrir seu negócio, em 1970, Maurí-cio trabalhou por oito anos na J. Torquato, uma das grandes distribuidoras dos anos 1960. Formado em ciências contábeis, ele não consegue imaginar sua vida sem sua grande paixão, o aço. Quem o conhece, acredite, também não consegue. Hoje, Maurício Tumolo faz quadros sobre o processo de produção do aço. Desde mineração

óleo sobre tela. “Auto-forno, aciaria e produtos”

Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 128 - Janeiro 2011

Texto e fotos por Luana Ribeiro

A admirável leveza doA história do executivo que transformou a

paixão pelo aço em obra de arte

Page 2: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

Capapágina dois

até o produto final, ele retrata com fidelidade es-pantosa cada detalhe que sua mente conseguiu fotografar em mais de quarenta anos de profissão.

Suas pinceladas revelam cores, texturas e ambientes com precisão, e são capazes de impressionar até mesmo quem nunca colocou os pés em uma usina siderúrgica. Aliás, se este for caso, não há problema: Maurício ex-plica, como um professor a seu aluno, como funciona cada etapa por ele retratada. Ao fechar a MT Repre-sentações, Maurício quis resgatar um sonho que ti-nha abandonado no início da carreira: viver das artes.

Foi estudar música, aperfeiçoar algumas línguas, e entrou para uma oficina de pintura, onde se desta-cou. “Eu ajudava os colegas, dizia pra colocar mais sombra aqui, esfumaçar mais ali. O professor me disse ‘O que você está fazendo aqui? Você é profissional, tem que abrir um ateliê, expor seu trabalho!’”. Revista do Aço: Foi aí que tudo começou?Maurício: Foi aí que eu comecei a pintar, mas eu retratava temas diversos, natureza, paisagens...

Revista do Aço: E quando você começou a fa-zer telas que tinham o aço como tema?Maurício: Um dia, em 2003, meu filho, que traba-lha na UNIMETAL, chegou para mim e disse: “Pai, coloque uma roupa bonita, você vai conhecer o

presidente da empresa”. Fui lá sem esperar nada, apenas para conhecer o presidente, que acabou me encomen-dando três telas. Cerca de quatro meses depois fui entregar os quadros, todos relacionados ao aço e, para minha surpresa, ele adorou, ficou com todos. Quando eu estava saindo, o presidente, Christopher Zung Sing Yung, me deu um envelope com um cartão dentro, mas me pediu para abrir depois. Você não vai acreditar... Ele tinha feito um cheque, como pa-gamento pelas telas. Não imagina a emoção que sen-

ti, aquilo para mim foi uma realização. Tenho mui-to que agradecer ao Christopher, foi o gesto dele que me incentivou. Foi ali que tudo começou.

Revista do Aço: Você parou de trabalhar no ramo há onze anos. Como consegue pintar de maneira tão nítida, fazendo retratos tão fiéis?Maurício: Eu amo o aço. Vivi muitos anos em usi-nas, conhecia tudo, as maiores empresas, os gran-des distribuidores. É impossível me esquecer da-quilo tudo. Fecho os olhos e vou me lembrando... Então transformo tudo isso em quadros.

Revista do Aço: Não acha um grande paradoxo você, que começou a vender aço para crescer financeiramente, hoje viver de um trabalho que não visa o lucro?Maurício: Eu sempre vendi ideias, sempre pen-sava no que o outro queria e deixava-o pensar que ele estava comprando, e não que eu estava vendendo, este é o segredo, fiz isso a vida inteira. E hoje faço a mesma coisa, pois antes de tudo, eu tenho que saber o que o outro gosta, não é o

que eu quero, mas o que o ou-tro quer. O meu trabalho hoje é uma realização pessoal, en-tende? Eu não pinto pensando em vender... Só de saber que

alguém gostou de uma tela minha é uma satis-fação enorme.

Revista do Aço: Você algum dia imaginou que conseguiria viver de arte?Maurício: Maurício: Viver de arte era um sonho, mas eu tinha responsabilidades, não podia deixar tudo para me dedicar à arte. Eu estudava no Li-ceu de Artes e Ofícios, mas eu tinha honrar meus compromissos, e na época não conseguiria isso por meio da arte. Mas eu sempre tive metas. Eu sabia que algum dia, de algum jeito, eu voltaria a viver aquilo que deixei lá atrás. Deus nos deu um dom para fazermos aquilo que queremos fazer, então mesmo que aquela meta fique lá, guardada, durante anos a fio, uma hora vai chegar o momen-to dela se cumprir.

Revista do Aço: É mais feliz hoje ou quando trabalhava diretamente com aço?Maurício: Ah... Nos dois tempos, sou feliz da mes-ma maneira [sorri]. Se eu tivesse a oportunidade de re-começar, eu faria tudo de novo. Teria feito facul-dade de engenharia metalúrgica, que na época em que estudei não existia... Mas faria tudo de novo.

Veja mais telas de Maurício Tumolo no site do INDA (www.inda.org.br)

Maurício Tumolo, artista plástico que trabalhou cinquenta anos com aço

óleo sobre tela. “produção de placas”

“Se eu tivesse a oportunidadede re-começar, eu faria

tudo de novo”

Page 3: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

O ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As perspectivas para o ano que começa fazem acender a luz amarela, pois, se por um lado a expectativa

de crescimento para este ano é de 10%, por outro estamos alerta para o risco da chamada desindustrialização. A alta nas importações nos preocupa sobremaneira, me-nos pela entrada de aço in natura que pela compra de produtos intensivos em aço. Tal prática, que vem aumentando considera-velmente nos últimos dois anos (somente em 2010 as impor-tações registraram alta de 184,3% na comparação com 2009), fragiliza parte nevrálgica da Distribuição: nossos clientes. Mas esses problemas não nos fazem parar. Nossas metas para este ano são ambiciosas, tanto para o INDA quanto para o Sindisider. No sindicato, daremos continuidade aos trabalhos de ampliação de nossa presença no território nacional inaugu-rando a Delegacia Regional de Porto Alegre. Com isso, estamos certos de que seguimos cumprindo nossa missão, defendendo os interesses dos distribuidores afiliados. Com mais esta con-quista, somamos três delegacias no país, fortalecendo ainda mais a Grande Rede de Distribuição. No INDA, vamos aperfeiçoar nossos relatórios estatísticos, buscando melhorar as publicações já existentes, e criar outras publicações de acordo com as necessidades do mercado. Te-mos ainda o Museu do Aço (ICEMA), anunciado durante o Jan-tar de 2010 e que já no final de janeiro foi reconhecido como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), permitindo o estabelecimento de parcerias com a iniciativa pri-vada por meio de doações passíveis de dedução no imposto de renda. Nossa expectativa é de que o ICEMA catalise a união

de toda a cadeia siderúrgica. Este ano não temos crise, nem tampouco ressaca. Não temos que crescer sob uma tempestade, nem tentar nos re-erguer em meio a escombros. Mas é preciso tirar algumas pedras do caminho, como a importação e a falta de competitividade, que prejudicam não somente a distribuição, mas também os setores consumidores. É necessário que estejamos atentos aos exageros, pois sabemos que a importação é salutar para um mercado competitivo – desde que possamos competir em iguais condições. Neste momento, de-vemos, sobretudo, adotar estratégias para continuar abastecendo nossos clientes, e criar meios para que isso seja feito em um ambiente onde nossas empresas possam naturalmente se desenvolver.

Carlos Jorge LoureiroPresidente INDA e Sindisider

Biênio 2009/2011

No meio do caminho...

Palavra do presidentepágina três

Diretoria ExecutivaPresidente Carlos Jorge LoureiroVice-presidente José Eustáquio de LimaDiretor administrativo e financeiro Miguel Jorge LocatelliDiretor para assuntos extraordinários José Antônio Orue MeraConselho Diretor Alberto Piñera Graña, Carlos Henrique Stella Rotella, Heuler de Almeida, Luiz Ernesto Migliora, Newton Roberto LongoSuperintendente Gilson Santos Bertozzo

Revista Brasileira do AçoFone: 11 2272-2121 [email protected] Luana Ribeiro (Mtb 57658) [email protected] gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.brImpressão NeobandDistribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados nãorefletem necessariamente a opinião da revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Expediente

Page 4: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

Estatísticaspágina quatro

Importações não diminuem e estoques continuam elevados Em dezembro, apesar de registrarem recorde his-tórico para o período, as vendas caíram 11,5% em re-lação a novembro, totalizando 280,6 mil toneladas. O mesmo não ocorreu com as compras, que fe-charam dezembro com alta de 12,9% em relação ao mês anterior, totalizando 268,1 mil toneladas. Boa parte deste aumento nas compras deste mês foi por conta das importações, que cresceram 3% em rela-

ção a novembro. Com isso, os estoques da distribuição totalizaram 1.202,9 mil toneladas, representando queda de 1% em relação a novembro, o que aumentou o giro de estoques para 4,3 meses. Para janeiro, a expectativa da Rede de Distribuição é que as compras apresentem alta em torno de 8%, en-quanto que as vendas devem crescer em torno de 15%.

COMPRAS VENDAS

ESTOQUES MESES EM ESTOQUE

1 Incluem importações informadas pelos associados - 2 Incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição - 3 Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV.

Por Oberdan Neves Oliveira

Page 5: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

Estatísticaspágina cinco

Distribuição Setorial das Vendas Janeiro a Dezembro de 2010 Na análise do desempenho setorial de vendas dos associados em 2010, comparados a 2009, o des-taque positivo foi o crescimento dos embarques para os setores de construção civil (43,6%), agrícola/rodo-viário (17,5%) e máquinas e equipamentos industriais

(17,2%). O destaque negativo foi o setor de Utilidades Domésticas que apresentou queda de 6,9% em relação a 2009. Isto se explica pelo aumento das importações de produtos acabados, gerando como consequência a redução da produção interna neste segmento.

Desempenho Regional das Vendas do Janeiro a Dezembro de 2010 Em 2010, a Distribuição Regional das Vendas apresentou resultado positivo em todas as regiões na comparação com 2009. Destaque para as regiões Centro-Oeste e Norte, que apresentaram crescimen-

to expressivo de 31,2% e 30,7%, respectivamente. As regiões que menos creceram na mesma compa-ração, foram a Sudeste e Sul, com 11,8% e 7,9%, respectivamente.

AUTOMOBILÍSTICO AUTO-PEÇAS AGRÍCOLARODOVIÁRIO

MÁQ. E EQUIPTOSINDUSTRIAIS

CONSTRUÇÃOCIVIL

UTIL. DOMÉSTICAS E COMERCIAIS

TUBOS DE PEQ. DIÂMETRO

DISTRIBUIDORESE REVENDEDORES

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL

AUTOMOBILÍSTICO AUTO-PEÇAS AGRÍCOLARODOVIÁRIO

MÁQ. E EQUIPTOSINDUSTRIAIS

CONSTRUÇÃOCIVIL

UTIL. DOMÉSTICAS E COMERCIAIS

TUBOS DE PEQ. DIÂMETRO

DISTRIBUIDORESE REVENDEDORES

OUTROS

Por Oberdan Neves Oliveira

Page 6: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

Desoneração, desindustrialização, desacele-ração. Essas são algumas das palavras mais cita-das quando o assunto é o desenvolvimento do país. É unânime, dentre os setores consumidores de aço, a ideia de que é preciso sensibilizar o governo sobre os problemas enfrentados pela indústria para que seja possível crescer em um ambiente cada vez mais competitivo. A alta carga tributária é apontada como o maior entrave para o desenvolvimento do país. Se antes a presença da China era a grande vilã do crescimento brasileiro (aqui e lá fora), hoje os holofotes estão sobre outros fatores, como o câmbio, a valorização do real, o custo Brasil, e a falta de mão de obra especializada. Com isso, a importação só tende a aumentar, sob forte ale-gação das empresas de que comprar um similar nacional acaba saindo mais caro que trazer o pro-duto de fora. Para se ter uma ideia, somente em dezem-bro as importações de aço registraram aumento de 109,1% quando comparadas ao mesmo pe-ríodo de 2009. No acumulado de 2010, a alta foi 184,3%. Se a importação de aço bruto não revela tanto sobre o problema, os números de um dos principais consumidores de aço, o setor automobilístico, desnuda a gravidade da situa-ção: a participação dos veículos importados no mercado nacional passou de 5% em 2005 para 18,8% em 2010, tendo batido recorde nos me-ses de outubro, novembro e dezembro daquele ano, e atingido 23,5% em janeiro deste ano. Instituições que representam grandes consu-midores externam sua preocupação em relação à perda de competitividade. A indústria de bens de capital já sinaliza que, caso não sejam adotadas medidas para reverter a situação, o risco da cha-mada desindustrialização acontecer é eminente. Dados do IBGE sobre produção regional di-vulgados em fevereiro, apontam que em 2010 houve crescimento em todas as regiões pes-quisadas. Entretanto, somente no mês de de-zembro registrou-se queda em quase todas as regiões. Sinal claro, portanto, de que a indústria

realmente começa a desacelerar. Uma pesquisa da Serasa Experian divulgada no início de fevereiro revela que a demanda por crédito em janeiro deste ano cresceu 12,9% na comparação com janeiro de 2010, o que repre-senta a menor evolução dos últimos seis meses. De acordo com a entidade, isso significa um recuo na demanda do consumidor por crédito, após um semestre de alto crescimento.

O que esperam do Brasil As grandes potências mundiais, como Europa e Estados Unidos, ainda se recuperam das perdas de 2008 e têm os olhos voltados para países em desenvolvimento, como o Brasil. Capa de uma das mais tradicionais publicações econômicas do mundo no ano passado, a The Economist, o país tem sido procurado por diversos países que de-sejam recobrar o fôlego perdido. Será que temos condições de fazer alianças nesse momento? E, se temos, com quem? Vale lembrar que, apesar de não ser mais o único problema, a China não pode ser considerada solução. Em visita recente ao país, o secretário do tesouro americano, Timothy Geithner, admitiu a valorização do real e tentou afinar o discurso em assuntos relacionados ao câmbio. Geithner disse que o problema é que há moedas valorizadas demais – uma referência clara ao iuan. Seja pelo câmbio, pelo custo Brasil, pela falta de estrutura para pesquisa e investimentos, fato é que existem cada vez mais sinais de uma re-dução no crescimento da indústria. Diante dis-so, cada setor tem seu pacote de medidas para enviar ao governo e evitar uma perda maior no faturamento, que já está aquém do desejado. Entretanto, espera-se que venha do governo a solução para conter a redução do crescimento, e que essas medidas sejam postas em prática o quanto antes. Reduzir os juros seria o mais pru-dente a se fazer. Contudo, como em uma partida de futebol, todos têm uma boa estratégia para vencer o jogo, mas só o técnico, ninguém mais, é que pode fazê-lo.

Artigopágina seis

O Brasil que se (des) espera

INDA amplia o quadro de associados

A Steel Pack Indústria e Co-mércio Ltda. é a mais nova em-presa associada ao INDA. Ad-mitida no mês de dezembro, a Steel Pack é um centro de

serviços, cujas principais atividades são corte em transversal e longitudinal. Fundada em 1998, a empresa fica localizada no bairro do Parque Novo Mundo, em São Paulo. Para mais informações acesse www.inda.org.br

Por Luana Ribeiro

Page 7: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

que visa fortalecer a Rede de Distribuição e faz par-te dos esforços do sindicato para estreitar o relacio-namento com as empresas distribuidoras da região. A exemplo do que é feito na delegacia regional de Belo Horizonte, o Sindisider-POA vai aumentar a in-tegração entre as empresas filiadas de todo o país, possibilitando ainda que as empresas de cada re-gião tenham atendimento personalizado. O Café da Manhã com Distribuidores aconte-ceu no Blue Tree Towers POA.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuido-ras de Produtos Siderúrgicos, SINDISIDER, promo-veu, dia 14/2, um Café da Manhã com os Distribui-dores de Porto Alegre. Na ocasião, o presidente do sindicato, Carlos Loureiro, divulgou o balanço de 2010 e as pers-pectivas para 2011. Durante o evento, foi oficia-lizado o projeto de implantação do SINDISIDER - Porto Alegre. A instalação da delegacia de POA é uma ação

SINDISIDER divulga balanço de 2010 e perspectivas para 2011

a 1ª semana de março. O governo realiza depó-sitos semanais, sempre até o segundo dia útil de cada semana, conforme prevê a Lei Complemen-tar nº 63. Os repasses são resultado da aplicação do IPM de cada cidade sobre 25% do total arre-cadado na semana anterior. Em 2010, em 52 depósitos realizados, o Governo de São Paulo repassou às prefeituras do Estado o total de R$ 18,2 bilhões. Os valores globais podem ser conferidos no site da Secre-taria da Fazenda, no tópico Municípios e Parce-rias ou especificados por município na página Repasse de Tributos.

O governo do Estado de São Paulo depo-sitou, dia 8/2, R$ 701,87 milhões em repasses de ICMS para os municípios paulistas. O repasse feito pela Secretaria da Fazenda corresponde ao valor arrecadado no período de 31 de janeiro a 4 de fevereiro de 2011. Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são dis-tribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Muni-cípios (IPM) definido para cada cidade. Em fevereiro, a Secretaria da Fazenda estima em R$ 1,41 bilhão o montante de recursos a ser repassados aos municípios paulistas no mês até

Municípios paulistas recebem repasse de 25% do valor arrecadado com ICMS

Page 8: A admirável leveza do - inda.org.br · ano de 2011 está envolto em uma dicotomia que tem permeado o cenário da distribuição. As O perspectivas para o ano que começa fazem acender

anuncio_distribuicao.indd 1 10/01/2011 14:01:52