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Sociedade da Mesa 93 Dezembro 2010 Leopard’s Leap Enamore Lobão Tocando o Céu Um brinde ao que virá clube de vinhos

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Sociedade da Mesa93

Dezembro 2010

Leopard’s Leap Enamore Lobão Tocando o Céu Um brinde ao que virá

c l u b e d e v i n h o s

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Direção Dario Taibo

Direção da revista Dario [email protected]

Desenho e direção de arte

[email protected]

Atendimento ao cliente [email protected]

Contato de Publicidade [email protected]

Impressão 8.200 exemplares

Sociedade da MesaRua Branco de Moraes, 248/11Chácara Santo AntônioSão Paulo - SP - BrasilCEP 04718-010(55-11) 5181-4140www.sociedadedamesa.com.br0800-7740303

Este informativo é uma edição exclusiva para os associados da Sociedade da Mesa. Pertencente a um grupo internacional, a Sociedade da Mesa é um clube de vinhos, seleciona vinhos para seus associados, publica um informativo mensal além de organizar cursos e eventos.

sócio-diretorDario Taibo

02 03

comunicação e designOOC

Sociedadeda Mesa

índice

04Seleção do Mês Seleção Grandes Vinhos

Artigo SobremesaTocar o céu

EntrevistaLobão

06 08 14

3118Artigo MesaUm brinde ao que virá

ArtigoSaboreando JuntosAno novo muito mais saboroso

Próximas Seleções

Leopard’s Leap Enamore

20 2825

Programa Saca-RolhaAllez, Allez!Vinhos em estoque

Dez lembretes quaisquer para o natal:

Não beba em grande quantidade.

Se beber não dirija.

O que se comemora no natal é o nascimento de Jesus Cristo.

Se você não é cristão, a generosidade, a paz e o bem querer são valores universais.

Presente, já diz o nome, é só estar lá.

Rir é o melhor remédio.

Comer bem é um privilégio.

Estar vivo é um milagre.

Saúde é o melhor desejo.

E dando os tramites por findos,

Depois do sábado tem um domingo.

EDITORIAL

GRANDESVINHOS

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Leopard’s LeapA Africa do Sul tem 102.000 hectares de vinhedos destinados à produção de vinho contribuindo com 3.5% da produção mundial. Estão localizados principalmente na Província de Western Cape no extremo sul da Africa. Caracterizada por um clima mediterrâneo (inverno úmido e verãol seco), as brisas marítimas dos Oceanos Atlântico e Índico refrescam os vinhedos no verão intensificando o aroma da uva.

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África do Sul

Safra: 2008

Região: Franschhoek - África do Sul

Vinícola: Leopard’s Leap

Uva: 52% pinotage, 48% shiraz

Graduação alcoólica: 13,5%

Minha cata:

Rubi vivo: Nariz, intenso, aromas de defumados. Boca: potente, moderno, frutas maduras e toques tostados tudo bem encaixado com final longo.

Guarda: Melhorará nos próximos dois anos.

Temperatura de serviço: de 17 a 24°

Harmonização: Toda classe de carnes grelhadas ou com molhos exuberantes.

Leopard’s Leap

Seleção Mensal

Texto: redaçãoCata: Dario Taibo Ilustrações: Ochoa

Neste mês apresentamos a bodega Leopard’s Leap localizada na cidade histórica de Franschhoek próxima à Cape Town. A cidade é considerada a capital gastronômica da África do Sul e anfitriã do mais novo Festival de Literatura do país. Podemos considerá-la jovem pois começou suas atividades em 1999 sendo criada por Dr Anton Rupert e seu genro Hein Koegelenberg. Hoje é comandada por Koegelenberg e a filha de Rupert. Inicialmente os vinhos de Leopard’s Leap eram produzidos para o mercado exportador inglês. Mas desde então ganhou prestígio internacional graças ao preço acessível e sua alta qualidade. Hoje está presente em mais de 40 países e é considerado um ótimo acompanhamento para jantares simples em casa ou na companhia de amigos.

Além de produzir um vinho de qualidade, Leopard’s Leap tem orgulho de ser patrocinador do “Leopard Cape Trust” (http://www.capeleopard.org.za), que tem como objetivo ajudar na preservação do predador de Cape, instaurando estratégias de conservação, projetos de pesquisa e iniciativas turísticas. A bodega também tem sua participação na arte da literatura, sendo o mais importante patrocinador da literatura da África do Sul.

South AfricaCape Town

Franschhoek

2008

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GRANDESVINHOS

SELE

ÇÃO

Argentina

Seleção Grandes Vinhos

Texto: redaçãoCata: Dario Taibo Ilustrações: Ochoa

ENAMORE2007Mendoza sempre chama a nossa

atenção por causa de seus vinhos de excelente qualidade, e desta vez não será diferente. O vinho escolhido para a Seleção Grandes Vinhos da vez é o “Enamore 2007” da Bodega Renacer.

Renacer está localizada em Perdriel com um vinhedo de 35ha. A água proveniente do desgelo da neve da Cordilheira dos Andes é utilizada na rega dos vinhedos, convertendo uma zona árida em um oásis para a produção de pequenas uvas de excelente qualidade.

Mas para falarmos deste vinho, teremos que sair um pouco de sua terra natal e contar uma curta história que vem da Itália. Sim, é verdade. A própria palavra “Enamore” é uma mistura das letras contidas na palavra ‘Amarone’. “Amarone” é um vinho italiano da bodega Allegrini da região de Valpolicella.

Safra: 2007

Região: Perdriel - Mendoza - Argentina

Vinícola: Renacer

Uva: 62% Malbec, 11% Cabernet Franc, 14% Cabernet Sauvignon, 4% Syrah e 9% Bonarda.

Graduação alcoólica: 14%

Minha cata:

Rubi intenso e profundo. Nariz,uma multidão de aromas; mentolados, alcaçus, resinas, frutas secas um conjunto muito incomum. Boca: Enorme volume de sabores no mínimo muito originais curiosamente enobrecidos pelo tempo. Lembranças de porto, brandy e até vermouth. Final enorme. A evolução na taça é mais ou menos como um caleidoscópio.

Temperatura de serviço: 18-24°

Guarda: Poderá melhorar nos próximos cinco anos.

Harmonização: Pratos de grande sabor , pratos muito condimentados, pratos onde outros vinhos desapareceriam. Acho que fará boa frente aos pratos típicos de natal.

Enamore

Mendoza

Perdriel

Podemos dizer que Enamore é um projeto bem sucedido da ação conjunta de duas bodegas Renacer (argentina) + Allegrini (italiana). A ideia começou quando Marilisa Allegrini visitou a bodega Renacer em Mendoza e percebeu que a região tinha as condições ideais para a produção de “Amarone” segundo a técnica milenar do ‘appasimento’ (depois de colhidas, as uvas são deixadas para secar durante 3 ou 4 meses).

A técnica italiana somada à espetacular qualidade das uvas argentinas rendeu um vinho cheio de personalidade, bem estruturado e com aroma de passas. Além disso, uniu duas peças chaves na sua produção, Paolo Mascanzoni (produtor de vinhos da Allegrini) e Alberto Antonini (produtor de vinhos da Renacer).

“Enamore” é uma combinação de Malbec (62%), Cabernet Franc (11%), Cabernet Sauvignon (14%), Syrah (4%) e Bonarda (9%). Uvas produzidas em vinhedos com mais de 50 anos de idade, onde são colhidas manualmente e expostas ao vento para que sequem até perderem um terço de seu peso. Depois de fermentar em tanques de aço inox, o vinho é envelhecido em barris de carvalho francês por 12 meses.

Um ótimo acompanhamento para queijos suaves, chocolate amargo e massas.

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ENTREVISTA

por Branca Rodriguesfotos: Rui Mendes

“ meu lugar é fazendo música o resto é diversão.” LOBÃO

O BOM

O carioca Lobão, nascido João Luís Woerdenbag Filho em 1957, começou sua

carreira na música ainda nos anos 1970, como integrante da banda de rock

progressivo Vímana, ao lado de outros dois músicos que fariam sucesso mais

tarde, Ritchie e Lulu Santos. No começo da década seguinte, depois de integrar

as bandas de Luiz Melodia e Marina Lima como baterista, fundou e tocou bateria

na Blitz, um dos maiores fenômenos do rock brasileiro dos anos 1980, mas

saiu da banda antes do sucesso para engatar uma premiada carreira solo. De

seu primeiro disco, Cena de Cinema, em 1982, até o Acústico MTV, em 2007,

foram 14 álbuns, muitos sucessos, um período independente, quando inovou

ao vender seus discos em bancas de jornais. Na última década, diversificou

suas atividades: editou uma revista, a OutraCoisa, e passou a integrar o time

de apresentadores da MTV, onde hoje comanda o MTV Debate, entre outros

programas. Ainda para esse ano, planeja lançar dois novos discos e um livro.

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Como se deu a experiência de sair do mercado fonográfico mainstream para entrar na independência?Proveio da necessidade de sobreviver àquele enorme obstáculo que se impunha.

Esse passo foi fundamental para transformá-lo em editor de revista? Como foi a experiência com a OutraCoisa e por que ela acabou?Isso, se aconteceu, não teve lá muita importância na minha carga horária. Eu sempre estive metido com música, o resto é mero detalhe. A OutraCoisa acabou por falta de mercado. O cd em revista se tornou inviável.

E o convite para virar apresentador na MTV, como e quando surgiu?O convite surgiu logo depois do Acústico MTV. O Cazé sugeriu o meu nome para substituí-lo e eu, apesar de ter recebido o Grammy de melhor disco de rock de 2007, via o Acústico e a minha pessoa serem amplamente defenestrados pela imprensa. Daí, tratei de aceitar, com muito prazer e alegria, o convite para, mais uma vez, sobreviver a mais um obstáculo que se impunha.

Hoje você se sente mais à vontade no palco ou na TV? Há uma linha que divide esses trabalhos ou o público que o vê na MTV acaba indo ao show?Meu lugar é fazendo música o resto é diversão. Dever ter! pelo menos essa é a estratégia, já que não me tocam nas rádio.

E como se deu a volta a uma gravadora multinacional, com o Acústico MTV?Aconteceu naturalmente, como era de se esperar. Estar do outro lado do balcão, na TV e na edição de uma revista, ajudou a esclarecer alguma coisa na sua relação de músico com a imprensa? Bem, sinceramente, eu já tinha muitas horas de vôo quando aconteceram esses episódios... eu acho que já conheço muito bem a imprensa há muito mais tempo...

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Que discos você vai lançar esse ano?Tem uma caixa que sai pela Sony com 3 cds com as cancões escolhidas por mim, do período inicial da minha carreira (de 81 a 91) remasterizadas por Roy Cicala (que produziu Hendrix, Lennon, Elvis, ACDC), mais o DVD Acústico MTV. Sairá também, anexado ao livro, duas canções inéditas que foram escritas para abrir e fechar o livro: “Das Tripas, Coração que fiz para o Júlio Barroso, o Cazuza e o Ezequiel Neves (abrindo o livro) e “Song For Sampa”, dedicada a um dos meus heróis, Luis Sergio Carlini (tutti-frutti). O livro sai dia 27 de novembro e a caixa da Sony também.

E a sua autobiografia, sai também esse ano? Ou o projeto de livro não será autobiográfico?Sim. É minha bio, que escrevi a história e meu querido amigo, Cláudio Tognoli, fez a parte investigativa com documentos, entrevistas e depoimentos de pessoas...

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P I N G - P O N G

Um rótulo.Não tenho.

Uma região produtora.Ídem.

Uma garrafa que traz boas lembranças.Esporão

uma harmonização perfeita.olha... eu sou uma anta sensorial... poderia beber vinho com arroz feijão e batata frita.

tinto, branco, rosado ou espumante?Qualquer coisa que dê uma onda legal e não dê dor de cabeça depois.

Um brinde.Saúde.

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No caso da autobiografia, quantas noites regadas a vinho ela deve registrar, mais ou menos?Olha... o livro deverá surpreender muita gente… principalmente aqueles que esperam se deparar com aquela figura estereotipada e caricaturarada, forjada pela mídia da minha trajetória durante todos esses anos.

Ao longo da vida, num ranking das bebidas mais consumidas, o vinho estaria em que posição?Não é muito do meu estilo ficar contanto quantas doses eu já bebi... mas gosto de beber vinho, como qualquer bípede que transita por aí.

E qual seria a bebida melhor colocada, e por que?Não gosto muito de bebida... muito menos de rankings.

Se bebia vinho nos anos 80 no Rio?Da mesma forma que se bebe hoje, presumo... O que tinha para beber de vinho, por exemplo, no Baixo Leblon naquela década? Já rolava um argentino ou um chileno entre as opções?A gente não bebia muito vinho... era mais whisky, vodka, gin tônica... E quando pintava nos bares, que vinho era? Quando pedia um vinho sempre era nas refeições e um Bordeaux ou um Esporão Reserva ia bem... algo nesse nível. Que hora é a ideal no seu cotidiano para tomar um bom vinho?Na hora das refeições.

Qual a relação entre o vinho e a música na sua vida?Quando estou com sorte, posso até me sentir inspirado por ter tomado uma boa garrafa de vinho, mas isso é pura ilusão pois quando retorno ao estado de sobriedade, percebo, na maioria das vezes, que aquilo que fiz, crente que fosse uma obra prima, nao estava tão legal assim...

Um bom vinho combina com o processo de criação?Para um bom processo de criação, no fundo mesmo, o ideal é estar sóbrio.

Quais são os seus rótulos preferidos hoje?Não tenho rótulos. Adoro um bom Shyrah. Qual foi o mais caro que você já pagou por uma bebida, foi um vinho? Se não, qual foi?Não sei. Nada que fosse espantoso, creio eu... me recuso a pagar quantias exorbitantes por bebidas em geral…

O vinho traz, especialmente para quem não é apreciador, uma imagem de sofisticação ao consumidor. Foi uma bebida que você descobriu já com o paladar mais apurado ou apareceu cedo na sua vida?Meus avós produziam “choppadas” homéricas e o vinho veio quando já era adulto.

Qual é a bebida que te acompanha melhor no palco, antes e depois do ritual de um show, o vinho tem espaço?Às vezes um bom vinho é legal, mas se está calor fica difícil...só no invernão mesmo.

Já comprou vinho em viagens? Se sim, onde e qual?Não... é muito trambolhento pra carregar, né?

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TOCAR O CÉU

Com um futuro promissor na Espanha, se a temperatura do planeta continuar subindo, a enologia das alturas se aperfeiçoa como uma aposta nada carente de riscos mas certa para conseguir vinhos amadurecidos a fogo lento, cujo resultado é o equilíbrio, a elegância e o frescor. Além disso, as dificuldades para se conseguir uma adequada localização para subir às alturas e que as vinhas cresçam sem problemas, fazem deles vinhos apreciados, fruto não só do trabalho e do risco assumido, senão de um intenso trabalho de investigação e conhecimento do terreno.

São a manifestação de uma viticultura plena, que não somente é de altura em seu sentido físico, senão também com expressão de valores positivos de respeito ao entorno, sustentabilidade e ecologia.

De Norte a Sul, a Espanha tem em sua extensão muitas manifestações desta viticultura que ultrapassa os mil metros e que em algumas situações se mistura com os cultivos das montanhas, das ladeiras íngremes e dos vinhedos verticais. Desde Abona, que conta com vinhedos na maior altitude da Europa, a 1.700 metros; passando por Alpujarra granadina e almeriense, que ultrapassa os 1.000, os vinhedos de Élez a 1.080 ou cantos em Ribera del Duero como Dominio de Atauta (950-1.000 metros); até altitudes mais setentrionais como alguns vinhedos do Bierzo, a Ribera Sacra ou os Pirineos leridanos, uns quantos viticultores se atreveram a elevar suas plantações e trabalhar duro para conseguir vinhos diferentes.

O conceitoRaül Bobet, enólogo e proprietário de Castell d’Encus, uma bodega com vinhedos na zona montanhosa de Pallars Jussà, em Lérida (entre 850 e 1.000 metros acima do nível do mar), considera que os vinhos das alturas são um conceito multiparamétrico, nos quais se colocam a relação latitude e altitude; as quais há que somar micro-clima, orientação e variedade de uva, além de um estilo determinado de vinho, que, sem ele, “falar de vinho das alturas não é nada”. Acredita que “mais alto não quer dizer nada, às vezes a altura dos vinhedos pode ser inclusive pior para conseguir vinhos de qualidade”.

Para ele, “subir é buscar frescor, lento amadurecimento, deter a mudança climática, conseguir melhor acidez e longevidade nos vinhos e aromas frutados e minerais”. Reconhece que em ocasiões este conceito se associa com vinhos de montanha e com viticultura sustentada porque se trabalha a vinha com menos pragas e se pode levar à prática mais facilmente da filosofia biodinâmica.

“Os riscos por optar pelas vinhas nas alturas”, comenta, “exigem encontrar variedades que amadureçam bem, já que os ciclos se prolongam, e se isto se leva ao limite pode não ser produtivo”.

Raül Bobet está “apaixonado pelos Pitrincos” precisamente porque também existe risco na viticultura, mas vê nesta região uma zona interessante e com muito potencial pela quantidade de micro-climas que se encontram . Às vezes, no entanto, “pode resultar uma aventura muito pouco rentável” pelas dificuldades em cultivar nestes terrenos,

que implicam riscos de erosão, geadas ou uma minuciosa seleção de variedades que se adaptem a estes climas. Em Castell D’Encus, Bobet cultiva pinot noir, syrah, monastrell e outras variedades tintas mediterrâneas, além de riesling, albariño, sauvignon blanc, sémillon ou rousanne.

O cultivo em altura, seja em ladeiras montanhosas ou em terrenos mais planos, contribui com maiores dificuldades e riscos. Por este motivo, os experts coincidem em que os vinhos das alturas são mais custosos para elaborar, algo que influencia em seu preço final.

Manuel Manzaneque, a primeira bodega que conseguiu em Espanha uma denominação de origem própria para seus vinhos (Finca Élez), tem seus vinhedos plantados a 1.080 metros acima do nível do mar. Segundo conta Manuel Manzanaque, enólogo da bodega, nos anos 80 se dizia que eram os vinhedos mais altos da Europa continental. Se bem foram também

PERSONALIDADE, FRESCOR, LONGEVIDADE, CARÁTER, ECOLOGIA, SUSTENTABILIDADE, ROMANTISMO, PAISAGENS ESPETACULARES, VINHEDOS IMPOSSÍVEIS... ESTE É O CONJUNTO DE PALAVRAS QUE DEFINE ALGUNS VINHOS NOS QUAIS OS ENÓLOGOS TÊM COLOCADO SEU PONTO DE VISTA E SUA ESPERANÇA: OS VINHOS DAS ALTURAS.

Revista SobremesaTexto: Raquel PardoFotos: Luis de Pazos

pioneiros criando o termo “vinhos de autor” (o próprio Manuel Manzanaque, pai, o inventou), também estão sendo cultivados nas alturas para obter vinhos que se diferenciem dos demais.

Para o enólogo, mais que explorar a altura na hora de vender seus vinhos, é preferível apostar no caminho da originalidade: “agora existem muitos que falam de seus vinhos como vinhos das alturas; eu prefiro falar do meu terreno original, sem evitar dizer que está a 1.080 metros, mas destacando que sou único, que meus vinhos são únicos”.

Esta altitude, em uma orientação como a de El Bonillo, em Albacete, ocasiona grandes diferenças térmicas entre o dia e a noite e provoca com que os vinhos tenham muito boa acidez e frescor. Manzanaque comenta que um dos primeiros enólogos da bodega, Michel Poudou, insistia que para se fazer grandes vinhos em Albacete havia que plantar vinhas acima de 800 metros. Para ele, essa altura também provoca

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com que as uvas amadureçam muito lentamente, e o compara com “fazer um guisado a fogo lento ao invés de microondas”. A altitude em Finca Élez dá como resultados vinhos complexos e elegantes, continentais, aromáticos, frescos e longevos. Em definitiva, “vinhos com alma” como descreve o enólogo.

A esta altura “tudo é mais tardio, a vinha brota mais tarde e os amadurecimentos e as colheitas se atrasam, correndo o risco das geadas”. Por isso, a escolha das variedades também é a chave. Em Finca Élez se cultivam uvas de ciclo curto e amadurecimento prematuro, como chardonnay ou tempranillo, “que estão mais tempo na vinha e adquirem complexidade”. Respeito ao seu syrah, comenta Manuel que não é tão potente como outras presentes no mercado; é mais ligeira e com mais acidez, enquanto que compara seu cabernet sauvignon e seu merlot com os de Burdeos.

Também em Albacete mas com um conceito diferente, se encontram os vinhedos da Cooperativa Santa Quiteria, de Higueruela. O povoado está situado a 1.020 metros acima do nível do mar e as parras dos sócios estão plantadas desde os 900 aos 1.100 metros. É precisamente esta cota que tem dado como fruto o último vinho da cooperativa, Altitude 1.100, cuja primeira safra, 2009, já está no mercado.

O gerente da cooperativa, Diego Navalón, explica que o nome se deve a essa altura máxima dos vinhedos, para ele também a altitude limite na qual se pode plantar vinhas. Neste caso, o stress das uvas é maior devido a uma diferença térmica entre o dia

e a noite de até 250C. “O problema”, coincide com Manuel Manzaneque, “são as geadas”. Por isso mesmo na cooperativa, que seleciona 100 hectares de seus 1.500 para engarrafar, foi escolhido uma variedade resistente a essas geadas, a garnacha tintorera. Dela se obtém vinhos intensos de cor, aromáticos, frescos, longos e com uma acidez elevada que necessitam ser amadurecidos com uma segunda fermentação. No entanto, destaca Navalón, com Altitude 1.100 “queremos demonstrar que a garnacha tintorera dá vinhos agradáveis, que conseguimos frescor no lugar de adstringência”.

Altitude sulistaÓscar Lescure, assessor vitivinícola com mais de 15 anos de experiência trabalhando nos vinhedos dos altos da Alpujarra granadina e almeriense, destaca que nessa região se compensa com altitude o caráter meridional de seus vinhedos. Buscam-se zonas frescas e a possibilidade de se fazer

uma viticultura parecida à de outras regiões mais frias e mais setentrionais. Isso permite, por exemplo, plantar variedades que nessa latitude, e a uma altura mais baixa, seriam impensáveis, como a chardonnay ou a pinot noir.

O custo do cultivo nos altos e em terrenos inclinados é “muito maior”, afirma Lescure, já que a mecanização é mais custosa e a colheita tem que ser manual, ao que se soma um rendimento menor da planta. Com a mesma extensão da plantação, no final, saem menos garrafas destes vinhedos. Daí que o enólogo sentencia: “estas dificuldades só se compensam fazendo um vinho excepcional”.

São vinhos com caráter distinto, que podem ser elaborados a partir de variedades de ciclo mais curto porque amadurecem melhor e conseguem que o vinho tenha equilíbrio entre a acidez e o açúcar.

Este micro-clima contribui com o frescor ao vinho, maior acidez e proporciona vinhos diferentes aos que estão a uma altura mais baixa na mesma região, e as uvas plantadas no alto amadurecem melhor que nas zonas mais baixas. O contraponto é que, se bem se abrem possibilidades para fazer vinhos distintos na montanha, também fecham portas aos vinhos elaborados a partir de variedades de ciclos mais longos. Para Lescure, o bom da Alpujarra é que “há, em 30 quilômetros, zonas quase ao nível do mar de clima semi-tropical e também zonas frias na montanha”, algo que na Ribera del Duero, onde também trabalha como assessor (na bodegas Ortega Fournier), “é impossível”.

Consciência ecológicaSe bem que nem todos os bodegueiros consideram que a mudança climática e o aumento progressivo das temperaturas médias nos últimos anos seja razão suficiente para buscar a altitude de seus vinhedos, reconhecem sim, que é um fator que acontece porque agora há uma tendência a subir às alturas.

Manuel Manzaneque, por exemplo, afirma não acreditar muito na mudança climática, ainda que reconheça que em anos difíceis pelo calor “aqui mantemos níveis corretos de acidez” quando em outras zonas era impossível. Por outro lado, Oscar Lescure é irredutível ao afirmar que “se a mudança climática implica que haverá mais calor, isto significa que para se fazer vinhos de qualidade, ou sobe-se ao norte ou sobe-se às alturas”.

Para Raül Bobet o assunto é muito mais complexo. As temperaturas mais altas terminam em uma maior geração de açúcares por parte da uva, ainda que sua pele e suas sementes não estejam maduras. Esta disfunção faz com que os vinhos sejam alcoólicos caso se espere para colher para que amadureçam a pele e as sementes, resultando em licorosos e com notas sobremaduras. Ao contrário, se são colhidos antes buscando um bom amadurecimento e equilíbrio do açúcar, obtém-se tons de verdura. “A única solução é ir-se às alturas”, conclui o enólogo.

À margem da mudança climática, Bobet relaciona o momento atual com uma transformação na mentalidade do consumidor, que busca histórias reais e onde se inclua o conceito de sustentabilidade: “tudo isto enlaça com temas mais filosóficos; a sociedade atual tem que apresentar um planeta que cresce a um ritmo de 200 milhões de pessoas por ano e cujo impacto no entorno é cada vez maior, pelo qual são necessárias mudanças. O vinho será um dos setores que terá que tomar consciência disto e fazer seus deveres”, comenta.

A viticultura de altura enlaça com esta filosofia, pois antepõe qualidade a quantidade e facilita um trabalho onde se utilizem menos pesticidas, com o consequente declínio no impacto ao meio ambiente. As uvas são colhidas mais sadias e também o trabalho da bodega - e seu gasto energético - se reduz. Castell d’Encus já colocou em andamento uma vitivinicultura que se entronca com estes valores e instalou um sistema geotérmico que diminui em um terço seu gasto energético.

Mais além do romantismo que se supõe conceber uns vinhedos que quase tocam o céu, os vinhos das alturas podem ser uma das opções de futuro para o vinho espanhol, pois não somente têm caráter próprio, senão que recolhem também algumas das condições para que o porvir seja mais encantador. Poderia se dizer que os vinhos das alturas também são, pelo menos, os valores que os inspiram.

Sobremesa é a revista de vinhos e gastronomia de Vinoselección.

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O polêmico mês de dezembro chegou.

Sem dúvida o tempo passou mais rápido do que gostaríamos e aí está ele de novo, trazendo todo o estresse do fim de ano, das compras natalinas, do trânsito caótico e dos preparativos para as festas. Paralelamente, a emocionante perspectiva da aproximação de merecidas férias, do bônus anual e da possibilidade de ganhar presentes; as lembranças de quando se acreditava no Papai Noel, as reuniões com os amigos e a família e a doce convivência com a ideia de renovação.

UM BRINDE AO QUE VIRÁ

É o momento de comemorar a passagem do ano. Reunir amigos, sucumbir aos prazeres do palato, comemorar, fazer ou refazer projetos, deixar a esperança renascer.

Olhar para trás e ver o filme do ano que passou. Novo presidente eleito, os planos concluídos e os inacabados, as batalhas enfrentadas, as vitórias alcançadas, os laços de amizade que se fortaleceram, amigos e parentes que se despediram, os encontros furtivos, as alegrias e as tristezas vivenciadas.

Olhar para frente e tentar adivinhar o que virá. Quem sabe? Ninguém e, ante o desconhecido, melhor garantir, recorrendo ao misticismo. Dezembro é o mês das crendices: pular 7 ondas para pedir a proteção de Iemanjá para o ano vindouro; vestir roupa branca na virado do ano para receber muita luz; usar calcinha vermelha para aquela que quer despertar fortes amores ou comer 12 passas nos segundos finais do ano que vence e a cada uma fazer um pedido.

Na mesa não poder faltar um prato de lentilhas cozidas e bem temperadas, de preferência com bastante alho, para garantir fartura e afastar os maus espíritos, como também o prato principal deve ser a carne de porco, pois o animal fuça para frente, garantindo abundância. Castanhas, tâmaras, nozes e avelãs também não podem faltar à mesa, pois asseguram fartura. E se quiser ter vida longa, coma mochi (bolinhos de massa de arroz). O arroz, além de sua alvura, cor da luz, simboliza a fertilidade, mas não deixe restar nenhum grão no prato.

Com ou sem superstições, a passagem de ano contem uma força mágica, principalmente pela esperança que renasce nas pessoas da vinda de um período melhor do que aquele que passou. Assim, vamos comemorar e nada melhor do que fazê-lo na praia!

Tem para onde ir? Não. Então providencie rapidamente porque a demanda é muito grande e os preços estão pela hora da morte! Evite congestionamentos e viaje com antecedência, assim você já estará na praia, sob o guarda-sol, tomando caipirinha, enquanto os outros arrancam os cabelos no trânsito. Não esqueça de suspender a entrega do jornal e dar férias para a empregada, pois ela também tem planos iguais aos seus. Garanta o hotelzinho de seu cachorro, pois levá-lo para a praia é complicado. Verifique as condições dos pneus de seu carro, o óleo e os filtros para não ter surpresas desagradáveis.

Roupa? Leve pouca coisa senão o carro vai lotado.

Já pensou na ceia? Ainda não? Está atrasado. Não confie no supermercado à beira-mar: pouca variedade, quantidade insuficiente para enfrentar a demanda, as mercadorias são mais caras e as filas dos caixas são insuportáveis. Leve todos os ingredientes necessários para não ter seus planos gastronômicos frustrados e não passar nervoso justamente nos últimos dias do ano.

Lembre sua mulher de levar aquela toalha bonita que ela sempre esquece e reclama ter que pensar em tudo! Surpreenda-a! Não esqueça também dos vinhos: branco, rose e espumante são indispensáveis nessas ocasiões.

Vou sugerir um jantar apetitoso, mas leve: uma salada como entrada e um delicioso peixe, acompanhado com arroz e lentilhas (estas não podem faltar, para garantir um bom futuro!). Sobremesa: uma bonita travessa com frutas variadas: frescas, incluindo romã e uvas, e secas.

Para a salada opte por verduras com folhas mais resistentes, como a alface americana, a escarola e a alface roxa. Enriqueça-a com alguns vegetais, como batata, tomate, vagem e cenoura. Azeite, vinagre, sal e pimenta para temperá-la.

Arroz e lentilha resultam numa combinação saborosa. Refogue uma cebola grande na manteiga, por 5 minutos, em fogo brando. Acrescente 2 xícaras de chá de lentilha mais 4 xícaras de caldo de galinha. Cozinhe em fogo alto até ferver, após o diminua e deixe cozinhar por 30 minutos. Junte 2 xícaras de chá de arroz e mais 2 do caldo de galinha. Salgue e cozinhe até o arroz ficar pronto. Na hora de servir pique salsinha e jogue por cima.

MESATexto: Vera LL DamasoIlustrações: Ochoa

O peixe, a data especial recomenda um namorado, que seja inteiro, aberto pela barriga, limpo por dentro e sem escamas. Recheie com camarões. Para a marinada use sal e suco de limão. Para fazer o recheio, doure no azeite 1 cebola pequena fatiada. Adicione 1 tomate sem pele e cortado em cubos e refogue por 5 minutos. Acrescente meio quilo de camarões médios e cozinhe por 3 minutos. Desligue e retire os camarões. Ao caldo junte 6 fatias de pão amanhecido esfarelado e 2 gemas de ovo: volte a panela ao fogo e misture até engrossar. Então, junte o camarão, mais 3 colheres de sopa de salsa picada, 1 de coentro também picado, sal e pimenta a gosto. Desligue. Aqueça o forno, recheie o peixe e o costure com uma linha grossa. Leve-o para uma assadeira grande, regando-o com azeite e 1 xícara de chá de vinho branco seco. Coloque uma colher de sopa de manteiga por cima, cubra com papel alumínio e asse por 20 minutos. Retire o papel alumínio e deixe ficar no forno por mais 10 minutos.

Leve uma fruteira bonita e encha com frutas variadas, todas bem lavadas, incluindo uvas e romãs. Noutro prato charmoso, coloque tâmaras, nozes, castanhas portuguesas, amêndoas, avelãs, misturadas com pedaços de chocolates.

Tudo pronto e já começa a contagem regressiva:

10...9....8...7...6....5....4....3....2....1...

FELIZ ANO NOVO!

Um brinde ao que virá.

Bom apetite e até o ano que vem.

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Chegamos a mais um final de ano, este de 2010 foi um ano de muitas coisas boas e com certeza 2011 será muito mais SABOROSO!

A nossa Sociedade da Mesa não para de crescer e com muita sustância, seleções maravilhosas e muito originais, diferente de tudo que encontramos por aí.

Gostaria antes de tudo desejar a todos: UM MUITO FELIZ 2011 cheio de saúde, paz e prosperidade para poder SABOREAR JUNTOS muitos pratos e vinhos neste novo ano!

Nesta edição temos três furos de reportagem:

1)Belarmino Iglesias, dono da rede “Rubaiyat”, está abrindo uma nova casa na Rua Amauri (Itaim ibi - São Paulo, capital). Não tenho detalhes ainda, mas com certeza teremos mais um ótimo restaurante na cidade para comer e comentar;

2) Neste último 25 de novembro, os irmãos gêmeos Sergio e Javier Torres, donos do restaurante “Eñe”, receberam em Barcelona – Espanha, sua primeira estrela “Michelin” pelo desempenho no restaurante “Dos Cielos”, de sua propriedade, localizado no Hotel ME Barcelona.

20 21

Salão do restaurante Vito.

VITORua Pascoal Vita, 329Vila Madalena - Alto de Pinheiros São Paulo – SPTelefone: (11) 3032-1469

ANO NOVO MUITO MAIS SABOROSO

3) Restaurante “Vito”, do chef André Mifano, está de mudança para novo endereço, bem perto do antigo ainda em Alto de Pinheiros, com mais espaço e mais alguns lugares, ampliando de 28 lugares para quase 40 e com amplo espaço de espera, que faz falta na antiga casa. Deve inaugurar no primeiro semestre 2011.

Emendando com esta notícia vamos comentar nesta edição este maravilhoso e italianíssimo restaurante “Vito”, que leva este nome por sua localização na Rua Pascual Vita, na Vila Beatriz, Alto de Pinheiros. Comandado pelo extrovertido Chef André Mifano e pelo sócio Pedro, onde o André trabalha como ele próprio diz, com muita pesquisa para preservar

SABOREANDO JUNTOSTexto: Don [email protected]ções (p.22): Ochoa

Hola amigos da comunidade Sociedade da Mesa, uma grande saudação a todos!

as receitas originais dos pratos e molhos, como, por exemplo, o molho a Bolonhesa exatamente como consta na constituição de Bolonha (Itália), sem molho de tomate, como a maioria o faz. As pastas secas são todas elaboradas na própria casa e na maioria das vezes por ele mesmo. Sem dúvida, o prato ícone da casa é a carne da barriga do porco, macia, recheada com nozes, alho, migalha de pão e ervas que vai ao forno com erva-doce e vinho branco. Tem uma pele à pururuca e chega à mesa na companhia de risoto de maçã-verde. Mas, o meu preferido é o ‘maltagliati com ragú de linguiça’, apimentado sem tirar o sabor dos ingredientes com a pasta caseira no ponto perfeito! É realmente Espetacular!

Acho que ele já tirou do cardápio, mas, quando o peço ele logo sai da cozinha vem na mesa e diz, “sabia que você estava aqui, tem mais pratos no meu restaurante, sabia?”. Aliás, ele sempre passeia um pouco pelo salão e conversa com todos, na maioria dos casos fiéis frequentadores da casa.

Ainda com o cafezinho, peça o pé de moleque de ‘pignoli’, simplesmente SENSACIONAL!!

Como ele mesmo comenta “Faço comida de avó, no restaurante do bairro”. Não tente ir à noite sem reserva, desde sua inauguração em 2008 até hoje está absolutamente lotado de gente que realmente sabe o que quer. O serviço fantástico é comandado pela Aninha e a carta de vinhos é pequena e consistente, muito boa e independente sem rabo preso com nenhuma importadora. Preços super honestos tanto dos pratos como dos vinhos.

Também oferece cardápio executivo no almoço durante a semana a um preço muito bom. Clientela bem eclética de todas as idades e gostos, no almoço muita gente descolada, em volta tem muitas agências e produtoras.

Sem dúvida vale a pena conferir, mas não se esqueça de reservar.

ESTE É NOSSO ESPAÇO PARA COMPARTILHAR DESCOBERTAS, EXPERIÊNCIAS E DICAS DO MUNDO DA BOA MESA, REUNINDO IMPRESSÕES DA NOSSA COMUNIDADE, ADEPTA AOS PRAZERES DA GULA. AQUI ESTARÃO PRESENTES MINHAS E SUAS SUGESTÕES DE PRATOS, RESTAURANTES, BARES, INGREDIENTES, BEBIDAS, E OPINIÕES EM GERAL. NESTE ESPAÇO ENCONTRAREMOS TUDO QUE EU MAIS GOSTO DA MINHA QUERIDA MEGALÓPOLE E DE CIDADES QUE VISITEI.

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Por aíComo já comentei com vocês, no meu sacrificado trabalho com comidas e vinhos sou obrigado a viajar constantemente. Desta vez vou contar de minha última viagem à Barcelona onde visitei o Restaurante “Dos Cielos”, que comentei nas fofocas acima e que acaba de receber a sua primeira estrela Michelin. Localizado no andar 24 do Hotel ME Barcelona com uma vista alucinante além de um bar maravilhoso, moderno e super descolado para a espera, o restaurante super pequeno deve ter lugar para no máximo umas 20 a 25 pessoas. Ele conta com uma mesa comunitária alta onde você senta em banquetas e tem a cozinha totalmente aberta ao seu lado. O espaço assim como a comida são fantásticos! Adoro este estilo super intimista e minimalista ao mesmo tempo. Está localizado longe do centro Turístico por onde a maioria se move em Barcelona. Comandada pelos gêmeos Torres, também como já disse acima, donos do “Eñe”, no Jardim América em São Paulo, especializado em tapas e pratos da culinária espanhola com roupagem moderna e criativa.

Hotel ME Barcelona Pere IV, 272 – 286 08005 BarcelonaReservas: 93 367 20 70

Don Alejandro é um colaborador convidado. Entusiasta do livre exercício dos prazeres da mesa, ilustra com depoimentos pessoais as suas aventuras enogastronômicas.

Aqui a gente só não decide por você.Aí já seria demais!

Inscreva-se já na Seleção Grandes Vinhos!Ou fique com as duas!

A Seleção Grandes Vinhos visita todo o mundo de vinhos que estava fora do alcance do valor da Seleção do Mês. Vinhos das melhores regiões, vinhos emblemáticos de produtores consagrados. Vinhos para guardas mais longas e para situações especiais, uma seleção mais formal. “O aspecto mais alto da produção mundial”.

GRANDESVINHOS

Sociedadeda Mesa

c l u b e d e v i n h o s

Existem algumas

diferenças

Ainda bem que a gente tem

escolha“Dos Cielos” oferece vários menus degustação a partir de 60 Euros, e a ‘la carte’ também, com grande influência Catalana. Podemos encontrar nestes menus, tripas de Bacalhau, espetos de carne com verduras grelhadas, salada de leitão com maçã verde, tartar de ostras, entre outros pratos criativos, modernos e super ‘fusion’. Uma curiosidade deste restaurante: na última laje do prédio, no trigésimo andar, eles cultivam uma horta orgânica que é utilizada para o preparo dos pratos. A carta de vinhos é gigantesca e muito boa.

Valeu gente!! Viva el buen comer!! Viva la Vida!!!

UM MUITO FELIZ 2011 cheio de saúde, paz e prosperidade para poder SABOREAR JUNTOS muitos pratos e vinhos neste novo ano!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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SACA ROLHASModelo Somelier

Preço para associado:R$ 28,00

VACUVINBomba de vácuo com rolhas para melhor garantir as características do vinho.

Preço para associado: R$ 57,00

BOLSADe lona vermelha modelo engradado. Prática e ideal para carregar até 6 garrafas

Preço para associado:R$ 84,00

TAÇAS BORGONHAPar de taças de Cristal

Preço para associado:R$ 50,00 (o par)

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Lembrete: Recordamos aos associados que comuniquem quaisquer alterações no envio do mês, tais como de alteração de quantidades, pedidos de seleção especial, acréscimo de vinhos do estoque ou suspensão até o dia 10 de cada mês.

Abaixo nossos vinhos em estoque.Faça seu pedido por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

Gran Feudo Edición 2008

Evohé

Nimbus

Casa de Illana Tradición

Terra D’Alter 2008

DO: Navarra - EspanhaUvas: Tempranillo, Garnacha e MerlotGrad.: 13.5%Preço para associados: R$ 36,60

DO: AragonUvas: 100% GarnachaPreço para associados: R$ 38,80

DO: TráciaUvas: 55% Rubin, 45% MerlotPreço para associados: R$ 39,50

DO: Ribera del JúcarUvas: 50% Petit Verdot e 50% SyrahPreço para associados: R$ 37,50

DO: Terras de Alter C.V. - PortugalUvas: 50% Touringa Nacional, 50% Cabernet SauvignonGrad.: 14%Preço para associados: R$ 37,50

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vinhos em estoque

Faça suas compras por telefone (0800-7740303) ou site e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos.

InformativosAtendendo a vários pedidos, muito justos temos que dizer os informativos estão disponíveis para consulta, pesquisa e curiosidade. Acesse nosso site e faça download de nosso acervo. Boa leitura !

Vinho em consignaSe você vai fazer um evento, festa, jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você e assim nem sobrará nem faltará, já sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião.

serviços

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Aqui nesta coluna publicaremos bares e restaurantes onde você, associado daSociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia com aliberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! *

* O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve 2 garrafas de vinho, à sua escolha, para degustar com a sua companhia. Você pode ir quantas vezes desejar no mesmo restaurante participante.

Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha

26 27

Rua Mourato Coelho, 1267Vila Madalena - São Paulo(11) 3032-8605

Rua Pedroso Alvarenga, 1170Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-0977

Rua Girassol, 67Vila Madalena - São Paulo(11) 3031-6568

Rua Normandia, 12Moema - São Paulo(11) 5536-0490

Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705Jardim Paulistano - São Paulo(11) 3031-0005

Rua Dr. Mario Ferraz, 213Itaim bibi - São Paulo(11) 3816-4333

Rua Dr. Sodré, 241AVila Olímpia - São Paulo(11) 3845-7743

Rua Bandeira Paulista, 520Itaim bibi - São Paulo(11) 3167-2147

Rua Conselheiro Brotero, 903Santa Cecília - São Paulo(11) 3664-8313

Rua das Arraias, 80Jardim Aquarius - SJC SP(12) 3923-7445

Rua Tabapuã, 838Itaim bibi - São Paulo(11) 3168-6467

Rua Oriente, 609Serra - Belo Horizonte(31) 3227-6760

Rua Melo Alves, 294Jardins - SPwww.chakras.com.br

Rua Alexandre Dumas, 1152 Chácara Santo Antônio - SP(11) 5181.4422

Av. Pedro Paula de Morais, 749Saco da Capela - Ilhabela - SP(12) 3896-5241

Rua Manuel Guedes, 545Jardim Europawww.limonn.com.br(11) 2533-7710

Av Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85Jatiuca - Maceió - Alagoas(82) 3235-1016

Rua Lisboa, 346 tel. (11) 3064-3438 Pinheiros - SPGenova

Rua Joaquim Távora, 1266Vila Mariana - SP(11) 5549.3210Calá del Grau

Rua Joaquim Floriano, 466Itaim-bibi - SP Brascan Open Mall (11) 3079.3500

Rua Fradique Coutinho, 1664tel. (11) 3037-7223 Vila Madalena - SP

Rua Harmonia, 117Vila Madalena - SP(11) 3816-7848

Rua Haddock Lobo, 1159Jardins - SP(11) 3068-9797

Rua Julio de Castilhos, 1074 Belém – São Paulo/SP(11) 2309.1248

Av. Carinás, 592Moema - São Paulo(11) 2308-1091r e s t a u r a n t e e d e l i v e r y

Rua Fradique Coutinho, 37Pinheiros - São Paulo(11) 3032-7403

Rua Joaquim Antunes, 224 Pinheiros - SP(11) 3068-9888

Rua Harmonia, 277Vila Madalena - SP(11) 2691-7628

Rua Costa Aguiar, 1586 Ipiranga - SP(11) 2068-3000

Rua Bento Albuquerque, 386Cocó - FortalezaTel. (85) 3249-9000

Estrada Municipal Darcy Penteado, 3301São Roque - SP(11) 4714-2041

PROGRAMA SACA ROLHA

Estrada do Pico Agudo, km 5, Bairro Sertãozinho - Sto. Antônio do Pinhal(12) 3666-1873

Rua Frei Caneca, 669Consolação - São Paulo(11) 3259-0932

Rua Fidalga, 340Vila Madalena - São Paulo(11) 3812-7815

r e s t a u r a n t e rot isser ia

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Novidade do Mês

PROGRAMA SACA ROLHA

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Oui!Village Madalena ALLEZ, ALLEZ!

Rua Wizard, 288 - Vila MadalenaTel: 3032 3325www.allezallez.com.br

Cassoulet do Allez, Allez!Jarret de Vitelo do Allez, Allez!Salão do Allez, Allez!

O diferencial é a cozinha francesa com preparos clássicos e criativos do Chef Luiz Emanuel que trabalhou com os chefs Laurent Suadeau e Marc Le Dantec.

Luiz Emanuel foi o primeiro colocado como “Chef revelação” das Revistas Gula, Veja e Prazeres da Mesa, em 2006. Ganhou o prêmio de melhor comida de Bistrô, com o Cassoulet, do jornal Estado de São Paulo. Como melhor Restaurante francês, ficou em segundo lugar, segunda a Revista Gula.

Em 2007 e 2008 recebeu estrelas pelos Guias, 4 Rodas e Josimar Melo.

O Allez, Allez! foi inaugurado em 17 de novembro de 2005. É um típico bistrô francês na aparência e no cardápio, instalado num antigo casarão da Vila Madalena onde pisos de ladrilhos hidráulicos da década de 20 são mantidos no salão, dando um ar nostálgico ao restaurante. O salão é iluminado por um grande lustre e arandelas feitas artesanalmente.

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Malbec de France Le Plant Du Roy

França

Cahors é uma pequena denominação de origem do sudoeste da França que não faz muito barulho, passa desapercebida, produz vinhos de malbec, tannat e merlot, este nosso vinho tem ainda a particularidade de ser um corte de safras, três safras de malbec. Diferente não é ? Claro, e é por isso que o selecionamos.

Preço estimado no mercado: R$ 50,00Preço ao associado: R$ 38,80

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Janeiro Próximas seleções

Seleç

ão M

ensa

l

Sociedadeda Mesa

A Sociedade da Mesa é um clube de vinhos pertencente a um dos maiores grupos de clubes de vinho do mundo, leva com exclusividade a seus associados as melhores seleções de vinhos a valores especiais comparados aos do mercado, cursos, viagens, acessórios e mais do que isso, uma oportunidade única para desfrutar do mundo do vinho.

São duas opções de assinatura: Seleção Mensal e Seleção Grandes Vinhos.

Escolha a sua (ou fique com as duas!) e deixe o resto com a Sociedade da Mesa.

Aprenda a olhar, cheirar, saborear e inclusive sentir o vinho através de toda a informação sobre o mundo do vinho em nosso informativo mensal gratuito que receberá em seu casa juntamente com sua caixa de vinhos.

Na Sociedade da Mesa lhe esperam os melhores vinhos. Desde as regiões mais conhecidas até os últimos descobrimentos, vinhos para todos os gostos e as novidades mais interessantes, o vinho mais adequado para cada momento. Branco, rosado, tinto, cava...jovens, crianzas ou vinhos de guarda.

Um grande estoque de vinhos a preços imbatíveis porque compramos diretamente com a bodega graças à força que nossos mais de 7.000 associados nos proporcionam.

Sem obrigações nem algemas. Compre o que quiser e quando quiser. É só nos avisar.

Vantagens

0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br

0800 774 0303www.sociedadedamesa.com.br

Preencha a ficha e envie por fax ouligue para 0800 774-0303 ou

entre no site (www.sociedadedamesa.com.br)e seja muito bem-vindo.

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Endereço:

Bairro: CEP:

Cidade: Estado:

Telefone: Celular:

E-mail:

CPF: Data nascimento:

Faça sua opção (escolha uma ou outra assinatura, ou fique com as duas!):

Seleção Mensal AmbasSeleção Grandes Vinhos

O pagamento será efetuado por meio do cartão de crédito somente pós-recebimento da remessa de vinhos:

Visa Mastercard American Express Val:

Número:* Consulte frete para sua cidade.

Ficha de Inscrição

Mais queum clubede vinhos,um estilode vida.

Como funcionaSeleção Mensal:

1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas mensalmente1 informativo com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Mensal do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$37,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

Seleção Grandes Vinhos:

1 caixa de vinhos de 4 ou 6 garrafas a cada 3 meses1 informativo com a descrição do vinho que está recebendo, a Seleção Grandes Vinhos do próximo mês e seu valor e informações sobre o mundo do vinho de uma forma ampla e simples.O valor da garrafa é de R$90,00 aproximadamante.Não há cota de associação.O sócio poderá suspender o recebimento do vinho quantas vezes preferir.

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Simples assim!Traga um novo associado para aSociedade da Mesa e receba duas taças Borgonha com a próxima entrega. São taças de cristal perfeitas para os melhores momentos com os grandes amigos.

Os dados de seu amigo podem ser enviados ao mail [email protected],site ou podem ser fornecidos pelo telefone 0800-7740303.Nos envie seu nome completo com telefone particular e comercial.Promoção válida apenas em caso da associação de seu amigo.

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Amigo é pra essas coisas!