9 - decisão 26-11-2012

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Organização Multidistrital de Informação de Rotaract Clubs do Brasil Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780 VISTOS. Após a abertura de edital para eleição do cargo de Presidente da OMIR Brasil para a gestão 2014-15, com a devida retificação, foram recebidas duas candidaturas. Em parecer técnico o departamento OMIR Jurídico indicou validas as candidaturas vez que apresentavam todos os requisitos exigidos no art. 3º do Regimento Interno da OMIR Brasil. Na data de 17 de novembro de 2012, fora apresentada impugnação contra a candidatura de JARDSON BORGES por JANESON VIDAL, coordenador regional, membro da Equipe OMIR. Recebida a impugnação fora ofertado prazo de 5 dias para defesa prévia, bem como determinado ofício ao Rotary International para informações, decisão final esta revista pelo fato de que qualquer tipo de colheita de provas nesta fase poderia prejudicar o impugnado, ou até mesmo o impugnado, ônus que não cabe a Presidência da OMIR Brasil, mas sim a parte interessadas, bem como ao fato de que pelo disposto do item 23, alínea “e”, o Rotary International não deve interferir nas disputas eleitorais. Dentro do prazo ofertado fora recebido o documento de defesa em relação aos assuntos levantados. O r. documento de impugnação, além de muito bem fundamento traz a discussão em mérito, principalmente, o ponto de o impugnado já haver completado a idade de 30 anos quanto de sua eventual posse como Presidente da OMIR Brasil, caso eleito para o ano rotário de 2014-15, neste mesmo sentido cita vários normas rotárias que indica o desligamento automático do sócio nestas hipóteses. Cita ainda que é parte da responsabilidade exclusiva da Presidência da OMIR Brasil a observação destes fatos e remete a OMIR Brasil à apreciação do não recebimento d tal candidatura tendo em vista este argumento. Em defesa, o impugnado pugna pela improcedência da mesma, apresentando tantos justificativas, quanto precedentes quanto ao caso, requerendo a extinção da impugnação pelo preenchimento dos impugnado dos requisitos obrigatórios para eleição.

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Organização Multidistrital de Informação de Rotaract Clubs do Brasil

Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780

VISTOS. Após a abertura de edital para eleição do cargo de Presidente da OMIR Brasil para a gestão 2014-15, com a devida retificação, foram recebidas duas candidaturas. Em parecer técnico o departamento OMIR Jurídico indicou validas as candidaturas vez que apresentavam todos os requisitos exigidos no art. 3º do Regimento Interno da OMIR Brasil. Na data de 17 de novembro de 2012, fora apresentada impugnação contra a candidatura de JARDSON BORGES por JANESON VIDAL, coordenador regional, membro da Equipe OMIR. Recebida a impugnação fora ofertado prazo de 5 dias para defesa prévia, bem como determinado ofício ao Rotary International para informações, decisão final esta revista pelo fato de que qualquer tipo de colheita de provas nesta fase poderia prejudicar o impugnado, ou até mesmo o impugnado, ônus que não cabe a Presidência da OMIR Brasil, mas sim a parte interessadas, bem como ao fato de que pelo disposto do item 23, alínea “e”, o Rotary International não deve interferir nas disputas eleitorais. Dentro do prazo ofertado fora recebido o documento de defesa em relação aos assuntos levantados. O r. documento de impugnação, além de muito bem fundamento traz a discussão em mérito, principalmente, o ponto de o impugnado já haver completado a idade de 30 anos quanto de sua eventual posse como Presidente da OMIR Brasil, caso eleito para o ano rotário de 2014-15, neste mesmo sentido cita vários normas rotárias que indica o desligamento automático do sócio nestas hipóteses. Cita ainda que é parte da responsabilidade exclusiva da Presidência da OMIR Brasil a observação destes fatos e remete a OMIR Brasil à apreciação do não recebimento d tal candidatura tendo em vista este argumento. Em defesa, o impugnado pugna pela improcedência da mesma, apresentando tantos justificativas, quanto precedentes quanto ao caso, requerendo a extinção da impugnação pelo preenchimento dos impugnado dos requisitos obrigatórios para eleição.

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Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780

Assim, por este motivos, em relatório, concluímos não serem absolutas e incontestáveis as argumentação, tanto da impugnação, quanto da defesa.

É O RELATÓRIO

DECIDO A impugnação é procedente em parte. Assim, se apresenta o art. 4º do Regimento Interno da OMIR Brasil: Art. 4º Caberá à OMIR Brasil homologar as candidaturas, avaliar e acompanhar todo o processo eleitoral, assim como esclarecer todas as dúvidas por escrito em até 60 (sessenta) dias antes da Assembleia Geral.

O art. 4º é bem claro que cabe a OMIR Brasil a homologação das candidaturas apresentadas. Para entender as responsabilidade cada órgão no entanto, é necessário entender quem são os membros da organização e quais suas responsabilidade. Note-se a princípio que o Regimento Interno não impôs ao Presidente, ou mesmo a Equipe OMIR (Definição no art. 27 do Estatuto Social) a deliberação sobre o processo eleitoral. Nem mesmo dentro das obrigações definidas ao Presidente da instituição, (art. 30 do Estatuto Social) sequer consta deliberação sobre processo eleitoral. Assim, é claro o artigo citado de que pertence a OMIR Brasil tal assertiva. Não há como não observar ainda que o Regimento Interno da instituição é extremamente rígido quando se trata de deliberação, para que seja mantida a democracia na instituição. Assim como vemos perante o art. 18, parágrafo único do Regimento Interno: Art. 18 (...) Parágrafo único: O presidente da OMIR Brasil não possui direito a voto, exceto o voto de minerva em caso de empate. Ora, se ao Presidente da OMIR Brasil sequer cabe o poder de deliberação em relação aos assuntos rotineiros da organização, qualquer que fosse seu deliberação em relação à aceitação ou

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Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780

não de candidatura, estaria passando por cima e tecnicamente indo contra ao que deliberou o Estatuto e o Regimento quanto a responsabilidade da OMIR Brasil como um todo de proceder ao eleitoral. Na prática, poderia por qualquer um dos interessados, estar deliberando o Presidente de forma autocrática, desprezando o que pode ser a vontade da maioria. Neste sentido, cabe entender o que é o órgão OMIR Brasil, como definido em seu Estatuto Social:

Art. 3º A OMIR Brasil é constituída dos seguintes Distritos de Rotary Internacional: 4310, 4390, 4410, 4420, 4430, 4440, 4470, 4480, 4490, 4500, 4510, 4520, 4530, 4540, 4550, 4560, 4570, 4580, 4590, 4600, 4610, 4620, 4630, 4640, 4650, 4651, 4660, 4670, 4680, 4700, 4710, 4720, 4730, 4740, 4750, 4760, 4770 e 4780, neste instrumento

denominados simplesmente como “Distritos”.

Concluímos desta forma, que a responsabilidade de homologação citada no art. 4º do regimento Interno cabe a decisão dos distritos constituídos, de forma colegiada, e não a decisão monocrática do Presidente da OMIR Brasil, que não possui qualquer tipo de direito a voto, senão ao de minerva. Ainda nesta seara, não podemos deixar de considerar ainda o disposto do art. 23, quanto ao que compete a Assembleia Geral, formada pelos RDRs constituídos:

Art. 23. Compete à Assembleia Geral: (...) h) Assuntos que forem formulados pela Equipe OMIR ou qualquer outro Associado, Assuntos que forem formulados pela Equipe OMIR ou qualquer outro associado, por meio de seu RDR;

Ora, se a impugnação de candidatura não for assunto formulado pelo associado em questão, não saberia agora deliberar o que o é. Não se pode deixar de olvidar o disposto nos termos da Declaração de Normas de Rotary International relativa

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Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780

exclusivamente ao funcionamento dos “Grupos Multidistritais para Rotaract”, especialmente em seu item 25, alínea b, número 6: “...tal grupo não tenha poderes para adotar deliberações ou legislação, exceto quando relativas às atividades do grupo que são aprovadas em votação por seus membros (os representantes distritais do Rotaract), cada um dos quais possui o direito a apenas um voto.

Sem prejuízo do já levantado, cabe ainda ao Presidente da OMIR Brasil zelar, não só pela integração dos distritos, mas principalmente pelo respeito dos mesmos no que diz as normas gerais da OMIR Brasil. Assim, devendo o órgão cumprir a risca o determinado, visto que existe o fumus bom juris de ambas as partes envolvidas, afinal tanto o documento de impugnação, quanto os argumentos da defesa foram muito bem fundamentadas, e não vislumbro outra alternativa senão em remeter a deliberação do órgão máximo da instituição a referida impugnação. Desta forma, cabe a procedência em parte do pedido de impugnação no sentido de que seu mérito deve ser analisado pelos RDRs. Assim, até mesmo estaria advogando por uma ou outra parte essa presidência, caso emitisse parecer em relação ao mérito da impugnação, colocando em prejuízo ou desvantagem um dos interessados. Por essa assertiva improcedente é a parte impugnada quanto a deliberação monocrática pela Presidência do não recebimento da candidatura ofertada por JARDSON BORGES. Assim, deixo de deliberar por ambos os recursos ofertados quanto à candidatura no que tange a emissão de parecer quanto a idade limite para participação do programa Rotaract Club (mérito da impugnação), e mesmo se em virtude deste preceito o impugnado estaria apto ou não, dentro de exceções ou não do que delimita as normas do programa, mesmo porque tais assertivas de ambas as partes pertencem as normas relativas a afiliações de clubes, sem menção direta aos “Grupos Multidistritais para Rotaract”

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Ano Rotário 2012/2013 4310|4390|4410|4420|4430|4440|4470|4480|4490|4500|4510|4520|4530|4540|4550|4560|4570|4580|4590|4600|4610|4620|4630|4640|4650|4651|4660|4670|4680|4700|4710|4720|4730|4740|4750|4760|4770|4780

Sem prejuízo, do já elencado, não podemos ainda deixar de citar que a Assembleia Geral é soberana para decidir os termos administrativos da instituição nos termos dos artigos e que ainda nos casos omissos, podemos remeter as decisões para a Assembleia Geral, conforme o caso, como o é: Art. 16. A Assembleia Geral é órgão soberano da OMIR Brasil e será realizada ordinariamente no sábado da CONARC (Conferência Multidistrital de Rotaract Clubs) ou convocada extraordinariamente a qualquer tempo, quando justificável. Art. 52. Os casos omissos deste Estatuto serão deliberados pela

Equipe OMIR ou em Assembleia Geral, conforme o caso.

Difícil é ainda termos conclusão adversa desta linha de pensamento. Tanto o é, que em propostas de moção e cumprimento, na tentativa de alteração do Regimento Interno em vigor da OMIR Brasil, o distrito 4780 propõem texto a ser votado da seguinte maneira: “d) Instituição do colégio de Ex-Presidentes da OMIR, com a principal função de analisar se as candidaturas à presidência seguem os pré-requisitos estabelecidos”. Ora, se os próprios distritos vislumbram que existe dificuldade quanto a interpretação geral da norma, uma vez que propõem alteração, porque haveria de interpretarmos de forma restritiva, isto é, colocando no desejo monocrático de uma única pessoa o poder soberano de decisão, que é estabelecidos aos membros totais da OMIR Brasil pelo regimento? Não podemos deixar de lembrar que assim pelos registros da OMIR Brasil que há precedente na eleição da OMIR Brasil, quando no ano de 2005/2006, tomou posse no dia 01/07/2005 o companheiro Marcelo Lindgren de Lala, do Distrito 4730, nascido no dia 30/04/1975 (Facebook - http://www.facebook.com/marcelo.lindgrendelala/info / Cadastro OMIR Brasil - http://www.omirbrasil.org.br/?TP=CR&MM=27), isto é, com já completos 30 anos de idade. Naquela oportunidade, o referido companheiro completou 31 anos de idade no meio da gestão para a qual foi eleito pelos RDRs. Esses fatos, na época foram devidamente remetidos a apreciação dos distritos, pelo que a então Presidente acreditamos achar como melhor saída.

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Mais uma vez, leviano seria neste momento, passar por cima dos interesses dos distritos associados no que tange a deliberação monocrática da causa, vez que a democracia deve imperar em todas as assertivas da OMIR Brasil. Neste sentido cito até mesmo mensagem eletrônica sobre o assunto, vinculado pela RDR do distrito 4730, que mesmo entendo haver irregularidade (no seu entendimento), enviaria ambas as candidaturas para deliberação de seu distrito: (...) Colocarei em votação os dois candidatos mesmo que não haja resposta oficial até lá. Entretanto, vamos colocar aos clubes as observações feitas em âmbito nacional e deixar que eles decidam. Assim também evitamos que os clubes fiquem distantes dos acontecimentos, dos debates e das ações da Omir, uma vez que a Omir é de todos nós, (...). Grifos nossos.

É justamente neste sentido que também delibero, pela democracia, e oitiva das partes e principalmente dos interessados: os distritos. Assim, utilizando o preceito também utilizado pelo distrito citado, quando não sabemos de imediato se há ou não irregularidades, deve a questão ser decidida pelo colegiado, em soberania. Por isso louvável é a decisão da RDR, que diante de uma questão que poderia decidir monocraticamente, e pelo que indica até mesmo contra seu convencimento, prima pela democracia no que tange ao respeito das decisões de seus clubes, que poderiam até mesmo ir contra as intenções de sua própria candidata. Primou pelo respeito a democracia, corretamente, e se assim pode ser nos distritos, onde os RDRs detém um mínimo de poder deliberativo, mais ainda deve ser na OMIR Brasil, onde não há qualquer poder a seu Presidente. Há ainda de salientar, que nada impede que para vislumbrar a verdade ideal sobre o caso, os próprios RDRs, juízes reais da ação, e detentores do poder decisórios façam as consultas que acharem pertinentes sobre o assunto para decidirem, seja em relação ao Rotary International, ao Comitê Internacional do Rotaract Club, aos Governadores de Distrito, ou até mesmo aos Ex-Presidentes de OMIR Brasil e a seus ERDRs. A plena e livre convicção dos “juízes naturais” é prerrogativa essencial das partes. Ademais dois princípios regem o direito natural quanto da questão decisória de seus agentes de forma monocrática (in dubio pro

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societat) e colegiada (in dubio pro reo). Em primeiro instante nas decisões que afetam uma maioria, havendo o mínimo de resquício de dúvida quanto a legalidade, é cabível a aplicação do entendimento do in dubio pro societat, o que o faço aplicar. Em outras palavras, na dúvida, devemos decidir em favor da sociedade em si, da maioria, dando a oportunidade da voz da maioria, inclusive nos termos das normas da organização. Por fim, não cabe ao deliberante agradar a uma ou outra parte, cabe a este primar pela justiça e respeito a ordem legal relativa a instituição. Cito as palavras de Albert Ensitein, que bem revelam e fecham em si o caso: “O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”. Desta forma, determino nos termos da impugnação apresentada por JANESON VIDAL DE OLIVEIRA seja remetida para deliberação pela OMIR Brasil quanto a validade da candidatura de JARDSON BORGES, em pauta da Assembleia Geral, a ser realizada no dia 26 de Janeiro de 2012 na cidade de Rio das Ostras/RJ, por ventura da CONARC 2013, remetendo-se desde já aos RDRs toda a documentação processual sobre o caso para formação de entendimento distrital.

Campinas, 26 de Novembro de 2012

Leandro Affonso Tomazi Presidente 2012-13

OMIR Brasil