8jeitosdemudaromundo.pdf
TRANSCRIPT
-
Para saber mais, visite:
www.objetivosdomilenio.org.br
www.nospodemos.org.br
ISBN
-
Editorial
03
Imagine que hoje voc resolveu no comer nada. Mais: no estabeleceu
um prazo para o fim desse jejum. As primeiras horas foram difceis, mas
suportveis. Depois, veio aquela sensao progressiva de vazio. Um misto de
tontura, irritao, sono, que aponta para o desespero. Isso a fome.
Comer a mais bsica das necessidades humanas. Por isso, a fome o
ltimo alarme da misria. Como diz a letra de uma msica popular, a fome
impaciente, a fome come a gente.
A misria e a fome persistem, como um elo entre a civilizao e a barbrie,
porque as sociedades humanas, por ato ou omisso, assim o admitem.
No por acaso o primeiro dos 8 Objetivos do Milnio propostos pela ONU
em 2000 justamente Acabar com a Fome e a Misria. No Brasil, esses
objetivos so os 8 Jeitos de Mudar o Mundo.
Pelo planeta, milhares de cientistas, organizaes no-governamentais,
polticos, educadores tomaram para si o desafio de tentar mudar esse quadro
que s vezes choca, s vezes envergonha - e tambm, muitas vezes, nos d a
sensao de que no podemos mudar nada. Mas podemos, acredite!
Evidentemente, no h solues mgicas. Onde houver grandes
desigualdades sociais e desemprego, haver misria e fome. Mas possvel
avanar muito, se cada um tomar para si o primeiro desafio do milnio.
O propsito deste livro justamente mostrar que no Brasil ns todos
podemos fazer algo transformador, duradouro e sustentvel para ajudar a
diminuir a pobreza e a fome.
Mas como? Se voc chegou at esta linha, comeou bem. O prxima
passo virar a pgina.
texto
Paulo de Camargo
Produo
Dirk Hegmanns
Katia Gonalves Mori
Maria Lucia Meirelles Reis
Priscila Cruz
Renata Nogueira
Suzanne Locke
Projeto Grfico e diagramao
Qualis Comunicao
Reviso
Ftima Mendona Couto
Realizao e coordenao
Faa Parte - Instituto Brasil Voluntrio
Programa dos Voluntrios das Naes Unidas
SPO/BR/2005/PI/H/8
-
Editorial
03
Imagine que hoje voc resolveu no comer nada. Mais: no estabeleceu
um prazo para o fim desse jejum. As primeiras horas foram difceis, mas
suportveis. Depois, veio aquela sensao progressiva de vazio. Um misto de
tontura, irritao, sono, que aponta para o desespero. Isso a fome.
Comer a mais bsica das necessidades humanas. Por isso, a fome o
ltimo alarme da misria. Como diz a letra de uma msica popular, a fome
impaciente, a fome come a gente.
A misria e a fome persistem, como um elo entre a civilizao e a barbrie,
porque as sociedades humanas, por ato ou omisso, assim o admitem.
No por acaso o primeiro dos 8 Objetivos do Milnio propostos pela ONU
em 2000 justamente Acabar com a Fome e a Misria. No Brasil, esses
objetivos so os 8 Jeitos de Mudar o Mundo.
Pelo planeta, milhares de cientistas, organizaes no-governamentais,
polticos, educadores tomaram para si o desafio de tentar mudar esse quadro
que s vezes choca, s vezes envergonha - e tambm, muitas vezes, nos d a
sensao de que no podemos mudar nada. Mas podemos, acredite!
Evidentemente, no h solues mgicas. Onde houver grandes
desigualdades sociais e desemprego, haver misria e fome. Mas possvel
avanar muito, se cada um tomar para si o primeiro desafio do milnio.
O propsito deste livro justamente mostrar que no Brasil ns todos
podemos fazer algo transformador, duradouro e sustentvel para ajudar a
diminuir a pobreza e a fome.
Mas como? Se voc chegou at esta linha, comeou bem. O prxima
passo virar a pgina.
texto
Paulo de Camargo
Produo
Dirk Hegmanns
Katia Gonalves Mori
Maria Lucia Meirelles Reis
Priscila Cruz
Renata Nogueira
Suzanne Locke
Projeto Grfico e diagramao
Qualis Comunicao
Reviso
Ftima Mendona Couto
Realizao e coordenao
Faa Parte - Instituto Brasil Voluntrio
Programa dos Voluntrios das Naes Unidas
-
dirigido especialmente a educadores (diretores, coordenadores,
professores), que tero a misso de dar o pontap inicial nesse jogo no qual
todos ganham.
Aqui esto disponveis, em linguagem acessvel e de modo direto, diversos
tipos de informao importantes, bem como sugestes de trabalho.
Graficamente, procuramos fazer com que, nas mesmas pginas, os
educadores possam encontrar todos os subsdios necessrios.
Os contedos podem ser agrupados da seguinte forma:
1. Idias sobre como desenvolver projetos de voluntariado educativo
em trs nveis:
a escola, como instituio, centraliza aes importantes para a
comunidade;
os educadores propem atividades educativas nas quais os alunos
aprendem, ao mesmo tempo em que levam informao,
conhecimento e desenvolvimento comunidade; e
os alunos, por meio de iniciativas prprias de voluntariado
educativo, mobilizam-se para mudar o mundo.
2. Informaes:
sobre a misria e a fome.
sobre a ONU e sobre o que esse organismo representa para o
mundo;
sobre o Faa Parte e sua misso principal, que consiste em
estimular prticas de voluntariado educativo; e
04 05
O ingrediente principal a
EducaoNo por falta de nmeros, no por falta de estudos, diagnsticos e
estatsticas que o drama da misria subsiste como uma doena social
crnica. Nem por falta de denncias, reportagens, retratos cortantes da
fome, que diariamente nos chocam, mas so incapazes de, sozinhos,
provocar solues duradouras.
O que alimenta a fome a sensao de que um problema que no nos
pertence, e contra o qual pouco podemos fazer.
Mas ns, que vivemos o cotidiano da educao, todos os dias plantando
uma semente de futuro, sabemos: , sim, possvel mudar o rumo das coisas,
se conseguirmos levar s crianas, aos adolescentes, aos adultos um
alimento que no se empacota, se pesa ou se pega, e que quanto mais
oferecemos, mais temos para dar: o conhecimento.
Se h soluo para o problema da misria, ela passa muito perto da sala
de aula.
Esta publicao tem um objetivo simples: mostrar, de forma didtica e
direta, como a escola pode, por meio de projetos consistentes de
voluntariado educativo, participar desse desafio, ao mesmo tempo global e
local, que eliminar a misria - do estmago, da mente, do corao e da vida
dos homens.
O primeiro trabalho bvio: educar bem, manter as crianas na escola,
faz-las acreditar que o mundo melhor no um destino, mas um caminho
em construo.
O segundo comea agora: mostrar aos alunos que, mesmo to jovens
como so, j podem ser agentes da mudana, j podem ensinar, promover
transformaes.
Este livro no contm receitas, mas oferece excelentes ingredientes para
quem quer ajudar o Brasil a vencer o desafio lanado pela ONU.
-
dirigido especialmente a educadores (diretores, coordenadores,
professores), que tero a misso de dar o pontap inicial nesse jogo no qual
todos ganham.
Aqui esto disponveis, em linguagem acessvel e de modo direto, diversos
tipos de informao importantes, bem como sugestes de trabalho.
Graficamente, procuramos fazer com que, nas mesmas pginas, os
educadores possam encontrar todos os subsdios necessrios.
Os contedos podem ser agrupados da seguinte forma:
1. Idias sobre como desenvolver projetos de voluntariado educativo
em trs nveis:
a escola, como instituio, centraliza aes importantes para a
comunidade;
os educadores propem atividades educativas nas quais os alunos
aprendem, ao mesmo tempo em que levam informao,
conhecimento e desenvolvimento comunidade; e
os alunos, por meio de iniciativas prprias de voluntariado
educativo, mobilizam-se para mudar o mundo.
2. Informaes:
sobre a misria e a fome.
sobre a ONU e sobre o que esse organismo representa para o
mundo;
sobre o Faa Parte e sua misso principal, que consiste em
estimular prticas de voluntariado educativo; e
04 05
O ingrediente principal a
EducaoNo por falta de nmeros, no por falta de estudos, diagnsticos e
estatsticas que o drama da misria subsiste como uma doena social
crnica. Nem por falta de denncias, reportagens, retratos cortantes da
fome, que diariamente nos chocam, mas so incapazes de, sozinhos,
provocar solues duradouras.
O que alimenta a fome a sensao de que um problema que no nos
pertence, e contra o qual pouco podemos fazer.
Mas ns, que vivemos o cotidiano da educao, todos os dias plantando
uma semente de futuro, sabemos: , sim, possvel mudar o rumo das coisas,
se conseguirmos levar s crianas, aos adolescentes, aos adultos um
alimento que no se empacota, se pesa ou se pega, e que quanto mais
oferecemos, mais temos para dar: o conhecimento.
Se h soluo para o problema da misria, ela passa muito perto da sala
de aula.
Esta publicao tem um objetivo simples: mostrar, de forma didtica e
direta, como a escola pode, por meio de projetos consistentes de
voluntariado educativo, participar desse desafio, ao mesmo tempo global e
local, que eliminar a misria - do estmago, da mente, do corao e da vida
dos homens.
O primeiro trabalho bvio: educar bem, manter as crianas na escola,
faz-las acreditar que o mundo melhor no um destino, mas um caminho
em construo.
O segundo comea agora: mostrar aos alunos que, mesmo to jovens
como so, j podem ser agentes da mudana, j podem ensinar, promover
transformaes.
Este livro no contm receitas, mas oferece excelentes ingredientes para
quem quer ajudar o Brasil a vencer o desafio lanado pela ONU.
-
No houve evoluo social importante no mundo sem que a educao
desempenhasse um papel fundamental nesse processo.
Educar transformar, desenvolver pessoas, abrir horizontes. Na
realidade vivida pelo Brasil hoje, mais do que nunca o papel do educador
fundamental.
Na escola, todos os ingredientes da transformao se combinam: o
conhecimento, a esperana no ser humano, a vontade de fazer.
O Faa Parte nasceu justamente dessa absoluta confiana no potencial
das escolas, no envolvimento do professor e, especialmente, na capacidade
do jovem de ser um protagonista de sua prpria histria e das
transformaes do mundo.
Quando o instituto comeou seu trabalho, esse era um pressuposto, quase
uma esperana. Hoje, uma certeza, confirmada pelo envolvimento de
milhes de jovens espalhados por todo o pas.
Alguns educadores dizem que h uma revoluo silenciosa na educao.
Pois, para o Faa Parte, essa revoluo nada tem de silenciosa. Seus efeitos
se fazem ouvir cada vez mais forte, cada vez mais longe.
O Faa Parte - Instituto Brasil Voluntrio uma
organizao social empenhada em estimular o
desenvolvimento da cultura do voluntariado no Brasil.
Em outras palavras, uma instituio que procura
mobilizar pessoas, escolas, comunidades em torno da
idia do voluntariado educativo.
Criado h trs anos, o Faa Parte desenvolveu um
considervel acervo de publicaes como esta,
e conseguiu reunir milhares de experincias de
voluntariado educativo.
Tudo bem. Mas, por que a escola?
06 07
8 jeitos de mudar o mundo
No ano 2000, depois de uma srie de fruns, debates e discusses
realizados em todo o mundo, a ONU lanou um programa mundial de melhora
de qualidade de vida humana, que se tornou conhecido no Brasil como Os 8
Jeitos de Mudar o Mundo.
No Brasil, o Faa Parte e a UNV, entidade da ONU que promove o trabalho
voluntrio, encamparam a proposta, sob a tica do voluntariado educativo.
A idia estimular as escolas que acreditam no potencial educativo e
fazer do voluntariado o motor de novos projetos em cada um dos 8 Jeitos de
Mudar o Mundo.
Para saber mais:
Sites:
www.facaparte.org.br www.objetivosdomilenio.org.br
Publicaes:
8 Jeitos de Mudar o Mundo na Escola - Faa Parte e Editora Educar
8 Dicas de Voluntariado - Faa Parte e Editora Educar
-
No houve evoluo social importante no mundo sem que a educao
desempenhasse um papel fundamental nesse processo.
Educar transformar, desenvolver pessoas, abrir horizontes. Na
realidade vivida pelo Brasil hoje, mais do que nunca o papel do educador
fundamental.
Na escola, todos os ingredientes da transformao se combinam: o
conhecimento, a esperana no ser humano, a vontade de fazer.
O Faa Parte nasceu justamente dessa absoluta confiana no potencial
das escolas, no envolvimento do professor e, especialmente, na capacidade
do jovem de ser um protagonista de sua prpria histria e das
transformaes do mundo.
Quando o instituto comeou seu trabalho, esse era um pressuposto, quase
uma esperana. Hoje, uma certeza, confirmada pelo envolvimento de
milhes de jovens espalhados por todo o pas.
Alguns educadores dizem que h uma revoluo silenciosa na educao.
Pois, para o Faa Parte, essa revoluo nada tem de silenciosa. Seus efeitos
se fazem ouvir cada vez mais forte, cada vez mais longe.
O Faa Parte - Instituto Brasil Voluntrio uma
organizao social empenhada em estimular o
desenvolvimento da cultura do voluntariado no Brasil.
Em outras palavras, uma instituio que procura
mobilizar pessoas, escolas, comunidades em torno da
idia do voluntariado educativo.
Criado h trs anos, o Faa Parte desenvolveu um
considervel acervo de publicaes como esta,
e conseguiu reunir milhares de experincias de
voluntariado educativo.
Tudo bem. Mas, por que a escola?
06 07
8 jeitos de mudar o mundo
No ano 2000, depois de uma srie de fruns, debates e discusses
realizados em todo o mundo, a ONU lanou um programa mundial de melhora
de qualidade de vida humana, que se tornou conhecido no Brasil como Os 8
Jeitos de Mudar o Mundo.
No Brasil, o Faa Parte e a UNV, entidade da ONU que promove o trabalho
voluntrio, encamparam a proposta, sob a tica do voluntariado educativo.
A idia estimular as escolas que acreditam no potencial educativo e
fazer do voluntariado o motor de novos projetos em cada um dos 8 Jeitos de
Mudar o Mundo.
Para saber mais:
Sites:
www.facaparte.org.br www.objetivosdomilenio.org.br
Publicaes:
8 Jeitos de Mudar o Mundo na Escola - Faa Parte e Editora Educar
8 Dicas de Voluntariado - Faa Parte e Editora Educar
-
Ok. Sua escola se preocupa com o drama da misria e freqentemente
organiza campanhas de doao de alimentos no-perecveis, roupas,
brinquedos.
Literalmente, esse o arroz-com-feijo do voluntariado. Mas outros
ingredientes so necessrios para que possamos dar um passo alm.
Um deles a vitamina da sustentabilidade, da transformao da
realidade do indivduo e da coletividade.
A velha mxima oriental vale sempre: importante dar a vara, mas
imprescindvel ensinar a pescar.
As campanhas podem continuar, mesmo porque aes emergenciais
muitas vezes so necessrias.
Mas sua escola e seus alunos ganharo se
compreenderem que a simples doao de
alimentos, roupas e outros produtos so
remdios que atenuam os sintomas, mas no
curam as doenas.
Portanto, h muito mais a ser feito. Idias, exemplos
e referncias no faltam.
Quem l jornais ou v televiso j ouviu falarda Organizao das Naes
Unidas (ONU), em suas conferncias, em suas resolues, nas suas
propostas. Em tempos de tantos conflitos armados, muito se tem falado no
papel dessa que a principal instituio supragovernamental, mas poucos
compreendem a real dimenso de sua importncia. Pois tempo de
relembr-la.
A ONU foi criada ao trmino da II Guerra Mundial, por 191 pases
signatrios, como uma instncia de equilbrio entre os poderes, as aspiraes
e os dilemas das diferentes naes.
A ONU no existe somente para mediar conflitos, mas tem um papel
sobretudo propositivo: busca, por meio de suas agncias e programas,
estabelecer metas internacionais, envolver lideranas e comprometer os
povos na soluo de problemas que dizem respeito a toda a humanidade.
uma fome absorvente, come e nunca suficiente.
Toda a fome to carente, come o amor que a gente sente.
A fome come eternamente, no passado e no presente.
A fome sempre descontente.
Paulo Tatit e Sandra Peres/Luis Tatit
O que a ONU e o que busca Campanha de arrecadao e doao de alimentos
e roupas? Sim, mas possvel fazer mais.
No passado, as Naes Unidas lidavam apenas
com governos. Mas, agora, sabemos que a paz e a
prosperidade no podem ser alcanadas sem a
parceria de governos, organizaes internacionais,
iniciativa privada e sociedade civil. No mundo de
hoje, dependemos uns dos outros.
Kofi Annan, no Frum Econmico Mundial, em 1999
O conceito de sustentabilidade
implica em buscar o
desenvolvimento humano
equilibrado e permanente.
Conhecer a ONU no apenas
interessante. Sua criao faz parte de
um momento importante da evoluo da
civilizao. Portanto, trazer esse tema
para a sala de aula implica em fazer
parte dessa histria.
08 09
-
Ok. Sua escola se preocupa com o drama da misria e freqentemente
organiza campanhas de doao de alimentos no-perecveis, roupas,
brinquedos.
Literalmente, esse o arroz-com-feijo do voluntariado. Mas outros
ingredientes so necessrios para que possamos dar um passo alm.
Um deles a vitamina da sustentabilidade, da transformao da
realidade do indivduo e da coletividade.
A velha mxima oriental vale sempre: importante dar a vara, mas
imprescindvel ensinar a pescar.
As campanhas podem continuar, mesmo porque aes emergenciais
muitas vezes so necessrias.
Mas sua escola e seus alunos ganharo se
compreenderem que a simples doao de
alimentos, roupas e outros produtos so
remdios que atenuam os sintomas, mas no
curam as doenas.
Portanto, h muito mais a ser feito. Idias, exemplos
e referncias no faltam.
Quem l jornais ou v televiso j ouviu falarda Organizao das Naes
Unidas (ONU), em suas conferncias, em suas resolues, nas suas
propostas. Em tempos de tantos conflitos armados, muito se tem falado no
papel dessa que a principal instituio supragovernamental, mas poucos
compreendem a real dimenso de sua importncia. Pois tempo de
relembr-la.
A ONU foi criada ao trmino da II Guerra Mundial, por 191 pases
signatrios, como uma instncia de equilbrio entre os poderes, as aspiraes
e os dilemas das diferentes naes.
A ONU no existe somente para mediar conflitos, mas tem um papel
sobretudo propositivo: busca, por meio de suas agncias e programas,
estabelecer metas internacionais, envolver lideranas e comprometer os
povos na soluo de problemas que dizem respeito a toda a humanidade.
uma fome absorvente, come e nunca suficiente.
Toda a fome to carente, come o amor que a gente sente.
A fome come eternamente, no passado e no presente.
A fome sempre descontente.
Paulo Tatit e Sandra Peres/Luis Tatit
O que a ONU e o que busca Campanha de arrecadao e doao de alimentos
e roupas? Sim, mas possvel fazer mais.
No passado, as Naes Unidas lidavam apenas
com governos. Mas, agora, sabemos que a paz e a
prosperidade no podem ser alcanadas sem a
parceria de governos, organizaes internacionais,
iniciativa privada e sociedade civil. No mundo de
hoje, dependemos uns dos outros.
Kofi Annan, no Frum Econmico Mundial, em 1999
O conceito de sustentabilidade
implica em buscar o
desenvolvimento humano
equilibrado e permanente.
Conhecer a ONU no apenas
interessante. Sua criao faz parte de
um momento importante da evoluo da
civilizao. Portanto, trazer esse tema
para a sala de aula implica em fazer
parte dessa histria.
08 09
-
Para saber mais:
Sites:
www.pnud.org.br
Publicao:
Abramovay, Ricardo. O que fome, Editora Brasiliense:
So Paulo, 1984.
Como organismo voltado para as questes mundiais, a ONU desenvolve
grandes programas e estabelece metas. Os 8 Objetivos do Milnio no foram
a primeira proposta nesse sentido. J houve outras.
Essa proposta, no entanto, veio carregada de uma simbologia especial: a
possibilidade de se ter um novo marco.
Depois de grandes expectativas, especialmente pelo avano tecnolgico
do sculo XX, a entrada do terceiro milnio trouxe um misto de esperana,
mas tambm de frustrao, pela desigualdade social, pelos problemas
ambientais e pelo recrudescimento das guerras.
A partir das concluses de grandes conferncias internacionais sobre
populao, meio ambiente, direitos humanos, entre outras, a ONU reuniu um
conjunto de propostas, somando os esforos de todas as naes para
resolver problemas fundamentais para a qualidade da vida humana.
Assim, foram divulgados 8 Objetivos do Milnio, 18 metas e mais de 40
indicadores que balizam as aes para que se obtenham grandes avanos
at 2015.
Por que a ONU lanou esse programa?
Ns no devemos poupar esforos para livrar a
humanidade, principalmente nossos filhos e netos, da
ameaa de viver em um planeta destrudo pelas
atividades humanas, onde os recursos sero insuficientes
para atender a suas necessidades.
Declarao do Milnio da ONU - 2000
10 11
Uma pessoa precisa de 1900 calorias
dirias para sobreviver. Os nmeros mostram que
os alimentos produzidos no Brasil podem fornecer
2.960 calorias dirias. Ou seja: acabar com a
fome possvel, sim.
Fome de informao
Os preconceitos originados pela desinformao esto entre os pilares que
impedem avanos no sentido de conter a misria e a fome.
Um deles pensar que fome somente a falta de comida. To grave como
a sensao fsica da fome a desnutrio provocada pela alimentao
insuficiente e/ou desequilibrada, que no repe no organismo os elementos
bsicos para seu bom funcionamento.
Tecnicamente, a desnutrio se caracteriza por
um desequilbrio celular entre o fornecimento
de nutrientes e energia e as demandas que
asseguram o crescimento, a manuteno e outras
funes especficas do corpo. tambm facilmente tratvel.
Sua escola pode fazer muita diferena no combate a um dos principais
alimentos da desnutrio, a desinformao, ao :
elaborar campanhas de conscientizao e produzir materiais
informativos sobre o conceito de desnutrio e sobre a
alimentao ideal, seja para alunos, pais ou pessoas da comunidade;
reunir e divulgar receitas da chamada culinria do aproveitamento, ou
seja, de formas de se aproveitar ao mximo os alimentos. H diversas
publicaes a respeito que podem ser consultadas;
pesquisar sobre os hbitos alimentares na escola e na comunidade,
discutir os resultados em sala de aula e divulg-los para todos; e
montar uma feira de cincias sobre a temtica da nutrio e convidar toda
a comunidade, em um dia de mobilizao.
-
Para saber mais:
Sites:
www.pnud.org.br
Publicao:
Abramovay, Ricardo. O que fome, Editora Brasiliense:
So Paulo, 1984.
Como organismo voltado para as questes mundiais, a ONU desenvolve
grandes programas e estabelece metas. Os 8 Objetivos do Milnio no foram
a primeira proposta nesse sentido. J houve outras.
Essa proposta, no entanto, veio carregada de uma simbologia especial: a
possibilidade de se ter um novo marco.
Depois de grandes expectativas, especialmente pelo avano tecnolgico
do sculo XX, a entrada do terceiro milnio trouxe um misto de esperana,
mas tambm de frustrao, pela desigualdade social, pelos problemas
ambientais e pelo recrudescimento das guerras.
A partir das concluses de grandes conferncias internacionais sobre
populao, meio ambiente, direitos humanos, entre outras, a ONU reuniu um
conjunto de propostas, somando os esforos de todas as naes para
resolver problemas fundamentais para a qualidade da vida humana.
Assim, foram divulgados 8 Objetivos do Milnio, 18 metas e mais de 40
indicadores que balizam as aes para que se obtenham grandes avanos
at 2015.
Por que a ONU lanou esse programa?
Ns no devemos poupar esforos para livrar a
humanidade, principalmente nossos filhos e netos, da
ameaa de viver em um planeta destrudo pelas
atividades humanas, onde os recursos sero insuficientes
para atender a suas necessidades.
Declarao do Milnio da ONU - 2000
10 11
Uma pessoa precisa de 1900 calorias
dirias para sobreviver. Os nmeros mostram que
os alimentos produzidos no Brasil podem fornecer
2.960 calorias dirias. Ou seja: acabar com a
fome possvel, sim.
Fome de informao
Os preconceitos originados pela desinformao esto entre os pilares que
impedem avanos no sentido de conter a misria e a fome.
Um deles pensar que fome somente a falta de comida. To grave como
a sensao fsica da fome a desnutrio provocada pela alimentao
insuficiente e/ou desequilibrada, que no repe no organismo os elementos
bsicos para seu bom funcionamento.
Tecnicamente, a desnutrio se caracteriza por
um desequilbrio celular entre o fornecimento
de nutrientes e energia e as demandas que
asseguram o crescimento, a manuteno e outras
funes especficas do corpo. tambm facilmente tratvel.
Sua escola pode fazer muita diferena no combate a um dos principais
alimentos da desnutrio, a desinformao, ao :
elaborar campanhas de conscientizao e produzir materiais
informativos sobre o conceito de desnutrio e sobre a
alimentao ideal, seja para alunos, pais ou pessoas da comunidade;
reunir e divulgar receitas da chamada culinria do aproveitamento, ou
seja, de formas de se aproveitar ao mximo os alimentos. H diversas
publicaes a respeito que podem ser consultadas;
pesquisar sobre os hbitos alimentares na escola e na comunidade,
discutir os resultados em sala de aula e divulg-los para todos; e
montar uma feira de cincias sobre a temtica da nutrio e convidar toda
a comunidade, em um dia de mobilizao.
-
Fome de apoio social, emprego e renda
O problema da misria complexo, e dar conta de sua abrangncia est
alm de um s governo ou uma s instituio.
Por isso, importante que seu projeto mantenha os ps no cho e busque
sempre a soma de esforos e a realizao de parcerias.
Existem, por exemplo, diversos servios de proteo social. Os alunos de
sua escola podem:
disponibilizar para a comunidade um banco de dados sobre os servios
de proteo social que existem e muitas vezes so desconhecidos, tais
como o bolsa-famlia, os restaurantes populares, os bancos de leite
materno;
levantar informaes sobre microcrdito, projetos de apoio ao trabalho
comunitrio, formao de cooperativas (como as de catadores de
papel e latas), entre outras aes de incluso social;
fazer levantamentos sobre as falhas existentes nos servios disponveis
para sua comunidade, e comunic-los aos jornais do bairro e da cidade,
bem como s autoridades competentes; e
mobilizar polticos da regio e meios de comunicao para atrair
servios de proteo social ou criar alternativas viveis.
Para se definir o nmero de pessoas em situao de
extrema pobreza, h diversos critrios. Estima-se que o
nmero de pessoas que se enquadram nessa triste
situao esteja entre 8 milhes e 17 milhes de pessoas
- mais do que a populao de diversos pases.
A proposta da ONU no diminuir a misria de
maneira genrica. Do ponto de vista da ONU, essas
questes esto estruturalmente ligadas reduo da pobreza, mas podem
ser atenuadas pela educao, pela suplementao alimentar, pela melhora
das condies de vida e educao da mulher, entre outros fatores.
H uma srie de parmetros tcnicos que tornam realistas os objetivos
perseguidos. Foram tomadas como referenciais as estatsticas do ano de
1990. Veja com mais detalhes como foi descrito o primeiro objetivo do
milnio:
1) reduzir no mundo pela metade a proporo de pessoas que vivem com
renda inferior a um dlar (R$ 3 reais, aproximadamente) por dia at 2015. Se
as metas forem atingidas, em 2015 o mundo ter ainda 890 milhes de
pessoas vivendo em condies de extrema pobreza;
2) reduzir pela metade, at 2015, a proporo da populao que sofre os
efeitos da fome. As projees, no entanto, indicam que a meta no dever
ser atingida. Quando chegarmos a 2015, estima-se que 550 milhes de
pessoas ainda estejam sendo atingidas pela desnutrio.
O desafio nmero 1
Acabar com a misria e a fome
12 13
Cooperativas so uma forma de
organizao de trabalhadores que vm se
mostrando um caminho interessante.
Existem diversos servios de orientao
para a formao de parcerias, como o
Sebrae.
-
Fome de apoio social, emprego e renda
O problema da misria complexo, e dar conta de sua abrangncia est
alm de um s governo ou uma s instituio.
Por isso, importante que seu projeto mantenha os ps no cho e busque
sempre a soma de esforos e a realizao de parcerias.
Existem, por exemplo, diversos servios de proteo social. Os alunos de
sua escola podem:
disponibilizar para a comunidade um banco de dados sobre os servios
de proteo social que existem e muitas vezes so desconhecidos, tais
como o bolsa-famlia, os restaurantes populares, os bancos de leite
materno;
levantar informaes sobre microcrdito, projetos de apoio ao trabalho
comunitrio, formao de cooperativas (como as de catadores de
papel e latas), entre outras aes de incluso social;
fazer levantamentos sobre as falhas existentes nos servios disponveis
para sua comunidade, e comunic-los aos jornais do bairro e da cidade,
bem como s autoridades competentes; e
mobilizar polticos da regio e meios de comunicao para atrair
servios de proteo social ou criar alternativas viveis.
Para se definir o nmero de pessoas em situao de
extrema pobreza, h diversos critrios. Estima-se que o
nmero de pessoas que se enquadram nessa triste
situao esteja entre 8 milhes e 17 milhes de pessoas
- mais do que a populao de diversos pases.
A proposta da ONU no diminuir a misria de
maneira genrica. Do ponto de vista da ONU, essas
questes esto estruturalmente ligadas reduo da pobreza, mas podem
ser atenuadas pela educao, pela suplementao alimentar, pela melhora
das condies de vida e educao da mulher, entre outros fatores.
H uma srie de parmetros tcnicos que tornam realistas os objetivos
perseguidos. Foram tomadas como referenciais as estatsticas do ano de
1990. Veja com mais detalhes como foi descrito o primeiro objetivo do
milnio:
1) reduzir no mundo pela metade a proporo de pessoas que vivem com
renda inferior a um dlar (R$ 3 reais, aproximadamente) por dia at 2015. Se
as metas forem atingidas, em 2015 o mundo ter ainda 890 milhes de
pessoas vivendo em condies de extrema pobreza;
2) reduzir pela metade, at 2015, a proporo da populao que sofre os
efeitos da fome. As projees, no entanto, indicam que a meta no dever
ser atingida. Quando chegarmos a 2015, estima-se que 550 milhes de
pessoas ainda estejam sendo atingidas pela desnutrio.
O desafio nmero 1
Acabar com a misria e a fome
12 13
Cooperativas so uma forma de
organizao de trabalhadores que vm se
mostrando um caminho interessante.
Existem diversos servios de orientao
para a formao de parcerias, como o
Sebrae.
-
Fome de cuidados com a infncia
Uma das mais graves formas da desnutrio provocada pelo aleitamento
materno por tempo insuficiente, bem como pela carncia de nutrientes
fundamentais para o desenvolvimento infantil.
A desnutrio pode comprometer o potencial da criana e predispor a
inmeras doenas.
Por isso, fundamental que as mes estejam conscientes da importncia
de alimentar bem os filhos, desde a concepo.
Assim, em sua escola, os alunos podem:
atuar junto s creches da regio no sentido de estimular as mes a
manter o aleitamento por pelo menos seis meses, que o tempo
mnimo recomendado pela Organizao Mundial da Sade, ligada
ONU;
produzir cartazes, jornais, vdeos sobre a infncia,
mostrando como essa etapa crucial para todo
o desenvolvimento posterior da criana; e
realizar campanhas sobre a importncia do
pr-natal, da boa alimentao da gestante e
dos perigos do fumo, do lcool e das drogas
durante a gestao.
Para saber mais:
Sites:
Pastoral da Criana: www.pastoraldacrianca.org.br
Care Brasil: www.care.org.br
Cren: www.cren.org.br
Publicao:
Vencendo a Desnutrio, uma coleo editada pelo
Centro de Recuperao e Educao Nutricional (Cren).
Apesar da tendncia positiva do aumento de renda no Brasil,
a distribuio do bolo cresce bem devagar. Em 1992,
segundo relatrio do PNUD (Programa das Naes Unidas
para o Desenvolvimento), os 20% mais pobres detinham
somente 3% da renda nacional. Em 2002, o porcentual subiu
para 4,2, o que realmente muito pouco. Por isso, o Brasil
continua sendo um dos pases mais desiguais do mundo.
O Brasil vem avanando,
mas ainda precisa de sua fora
A discusso sobre a pobreza no Brasil oferece argumentos para os
otimistas e para os pessimistas. Portanto, o melhor caminho, como sempre,
ser realista.
Por exemplo: verdade que o Brasil est muito prximo de atingir diversos
objetivos propostos pela ONU, inclusive o primeiro.
Em 1990, 8,8% dos brasileiros viviam com menos de um dlar por dia. No
ano 2000, essa proporo caiu para 4,7%. Para que o Brasil atinja a meta,
essa porcentagem deve ser reduzida para 4,4% at 2015.
Porm, 4,4% em um populao de quase 180 milhes de pessoas ainda
muita gente, e um dlar por dia muito pouco. O resgate da cidadania
depende de um esforo permanente.
A boa notcia s serve para nos dar nimo para avanar cada vez mais.
Vale lembrar, tambm, que o estabelecimento dos 8 Objetivos do Milnio
no foi a primeira iniciativa da ONU nesse sentido. Outras propostas
mundiais j foram feitas, com muito sucesso.
14 15
Desnutrio sinnimo de
crescimento deficiente: crianas
desnutridas tm estatura e peso
menores e mais vulnervel a
doenas.
-
Fome de cuidados com a infncia
Uma das mais graves formas da desnutrio provocada pelo aleitamento
materno por tempo insuficiente, bem como pela carncia de nutrientes
fundamentais para o desenvolvimento infantil.
A desnutrio pode comprometer o potencial da criana e predispor a
inmeras doenas.
Por isso, fundamental que as mes estejam conscientes da importncia
de alimentar bem os filhos, desde a concepo.
Assim, em sua escola, os alunos podem:
atuar junto s creches da regio no sentido de estimular as mes a
manter o aleitamento por pelo menos seis meses, que o tempo
mnimo recomendado pela Organizao Mundial da Sade, ligada
ONU;
produzir cartazes, jornais, vdeos sobre a infncia,
mostrando como essa etapa crucial para todo
o desenvolvimento posterior da criana; e
realizar campanhas sobre a importncia do
pr-natal, da boa alimentao da gestante e
dos perigos do fumo, do lcool e das drogas
durante a gestao.
Para saber mais:
Sites:
Pastoral da Criana: www.pastoraldacrianca.org.br
Care Brasil: www.care.org.br
Cren: www.cren.org.br
Publicao:
Vencendo a Desnutrio, uma coleo editada pelo
Centro de Recuperao e Educao Nutricional (Cren).
Apesar da tendncia positiva do aumento de renda no Brasil,
a distribuio do bolo cresce bem devagar. Em 1992,
segundo relatrio do PNUD (Programa das Naes Unidas
para o Desenvolvimento), os 20% mais pobres detinham
somente 3% da renda nacional. Em 2002, o porcentual subiu
para 4,2, o que realmente muito pouco. Por isso, o Brasil
continua sendo um dos pases mais desiguais do mundo.
O Brasil vem avanando,
mas ainda precisa de sua fora
A discusso sobre a pobreza no Brasil oferece argumentos para os
otimistas e para os pessimistas. Portanto, o melhor caminho, como sempre,
ser realista.
Por exemplo: verdade que o Brasil est muito prximo de atingir diversos
objetivos propostos pela ONU, inclusive o primeiro.
Em 1990, 8,8% dos brasileiros viviam com menos de um dlar por dia. No
ano 2000, essa proporo caiu para 4,7%. Para que o Brasil atinja a meta,
essa porcentagem deve ser reduzida para 4,4% at 2015.
Porm, 4,4% em um populao de quase 180 milhes de pessoas ainda
muita gente, e um dlar por dia muito pouco. O resgate da cidadania
depende de um esforo permanente.
A boa notcia s serve para nos dar nimo para avanar cada vez mais.
Vale lembrar, tambm, que o estabelecimento dos 8 Objetivos do Milnio
no foi a primeira iniciativa da ONU nesse sentido. Outras propostas
mundiais j foram feitas, com muito sucesso.
14 15
Desnutrio sinnimo de
crescimento deficiente: crianas
desnutridas tm estatura e peso
menores e mais vulnervel a
doenas.
-
Pobreza dor; ela di como uma doena. Ataca as
pessoas no s materialmente, mas tambm
moralmente. Ela come a dignidade da pessoa e a
conduz ao desespero. (de uma mulher da Moldvia -
extrado do livro Vencendo a desnutrio).
Toda ao voluntria sempre bem-vinda, claro. Mas as chances de
sucesso e as possibilidades pedaggicas esto diretamente ligadas
consistncia do projeto.
O Faa Parte sugere as seguintes etapas para elaborar um projeto de
voluntariado:
Convocao
Convidar, chamar, informar, integrar e comprometer os participantes num
mesmo objetivo, conquistando o seu interesse e apoio.
Diagnstico
Identificar quais so as reais necessidades do pblico-alvo do projeto, bem
como a motivao dos alunos que nele estaro envolvidos.
Planejamento
Por que fazer? O que fazer? Como e quando fazer? Quais so os resultados
esperados?
Ao
Colocar em prtica o que foi definido nas etapas anteriores e comprometer-
se com o planejamento que foi feito.
Reflexo
Avaliar cada etapa do projeto e, se necessrio, redirecion-lo.
Registro
Para que a experincia possa ser divulgada, ampliada e servir de exemplo.
Reconhecimento e comemorao
Essa uma etapa que no pode ser esquecida: reforar o esprito de equipe
estimula novas aes.
Para fazer um projeto de voluntariado
16 17
Para saber mais:
Publicao:
Construindo um projeto de voluntariado
Fome de vida comunitria
A soluo de qualquer problema ligado cidadania e qualidade de vida
passa diretamente pela organizao comunitria.
Comunidades desorganizadas, sem vnculos, so incapazes de mobilizar-se
para a soluo de seus problemas.
O entusiasmo dos jovens e sua capacidade de empreender podem ser
muito teis, por exemplo:
no estmulo formao de conselhos municipais, associaes de bairro
e outras entidades representativas;
na organizao de projetos coletivos, como uma horta comunitria, a
exemplo do que ocorre em muitos lugares do pas;
na formao de um grmio estudantil atuante, que pode tornar a escola
um ponto de encontro para a discusso de problemas locais; e,
buscando parcerias que ajudem a enriquecer a merenda.
-
Pobreza dor; ela di como uma doena. Ataca as
pessoas no s materialmente, mas tambm
moralmente. Ela come a dignidade da pessoa e a
conduz ao desespero. (de uma mulher da Moldvia -
extrado do livro Vencendo a desnutrio).
Toda ao voluntria sempre bem-vinda, claro. Mas as chances de
sucesso e as possibilidades pedaggicas esto diretamente ligadas
consistncia do projeto.
O Faa Parte sugere as seguintes etapas para elaborar um projeto de
voluntariado:
Convocao
Convidar, chamar, informar, integrar e comprometer os participantes num
mesmo objetivo, conquistando o seu interesse e apoio.
Diagnstico
Identificar quais so as reais necessidades do pblico-alvo do projeto, bem
como a motivao dos alunos que nele estaro envolvidos.
Planejamento
Por que fazer? O que fazer? Como e quando fazer? Quais so os resultados
esperados?
Ao
Colocar em prtica o que foi definido nas etapas anteriores e comprometer-
se com o planejamento que foi feito.
Reflexo
Avaliar cada etapa do projeto e, se necessrio, redirecion-lo.
Registro
Para que a experincia possa ser divulgada, ampliada e servir de exemplo.
Reconhecimento e comemorao
Essa uma etapa que no pode ser esquecida: reforar o esprito de equipe
estimula novas aes.
Para fazer um projeto de voluntariado
16 17
Para saber mais:
Publicao:
Construindo um projeto de voluntariado
Fome de vida comunitria
A soluo de qualquer problema ligado cidadania e qualidade de vida
passa diretamente pela organizao comunitria.
Comunidades desorganizadas, sem vnculos, so incapazes de mobilizar-se
para a soluo de seus problemas.
O entusiasmo dos jovens e sua capacidade de empreender podem ser
muito teis, por exemplo:
no estmulo formao de conselhos municipais, associaes de bairro
e outras entidades representativas;
na organizao de projetos coletivos, como uma horta comunitria, a
exemplo do que ocorre em muitos lugares do pas;
na formao de um grmio estudantil atuante, que pode tornar a escola
um ponto de encontro para a discusso de problemas locais; e,
buscando parcerias que ajudem a enriquecer a merenda.
-
Fome de educao
Um dos remdios mais eficientes para o combate misria a educao.
Analfabetismo tem tudo a ver com fome e com pobreza extrema.
Esse o campo de atuao da escola por excelncia. Portanto, d tratos
bola, pois h muito o que fazer.
Por exemplo:
organizar cursos profissionalizantes ou de recolocao profissional;
abrir vagas para a alfabetizao de adultos, tendo como voluntrios
alunos e professores. Se no houver metodologia adequada em sua
instituio, incentive os alunos a procurar outros locais que j tenham
cursos de alfabetizao;
oferecer a possibilidade de os alunos atuarem como monitores de
crianas com dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, os jovens
so a ponte entre os adultos e as crianas, possibilitando um suporte
pedaggico efetivo; e
tornar a escola um centro de informao para a comunidade sobre
possibilidades de cursos supletivos, educao continuada e cursos
profissionalizantes.
A fome certamente a mais dramtica das carncias humanas, mas no
a nica. Faz parte de um complexo conjunto de privaes que afetam a
dignidade da existncia humana.
Para entender mais sobre isso, vale a pena conhecer o ndice de
Desenvolvimento Humano, um indicador desenvolvido pela ONU que leva em
conta os mais diversos fatores, como educao, PIB, longevidade, entre
outros.
O Brasil est em 72o lugar, entre 177 pases. Est mal colocado, mas um
dos pases que mais conseguiram avanos desde que o ndice comeou a ser
calculado.
Esse um excelente tema para ser trabalhado
em sala de aula, pois permite uma abordagem
multidisciplinar do problema da misria.
A pobreza e o desenvolvimento humano
18 19
Analfabetismo no apenas no saber
reconhecer palavras. Hoje, para ser
considerado uma pessoa alfabetizada,
qualquer cidado precisar saber utilizar a
lngua na comunicao diria - por exemplo,
para escrever cartas ou ler (e entender) o
manual de um novo equipamento.
O BRASIL E O IDH - 2004
O Brasil ocupou a 72 a posio
no Relatrio do IDH, em 2004.
Veja alguns pases que ficaram
nossa frente:
1 Noruega
2 Sucia
--
8 Estados Unidos
9 Japo
--
26 Portugal
27 Eslovnia
28 Coria do Sul
--
43 Chile
44 Kuwait
45 Costa Rica
46 Uruguai
--
68 Venezuela
69 Romnia
70 Ucrnia
--
72 Brasil
73 Colmbia
Para saber mais:
Leia o relatrio publicado pelo Programa das
Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
sobre o desenvolvimento humano, que pode ser
encontrado no site: www.pnud.org.br. L tambm
h muitos textos interessantes sobre os 8
Objetivos do Milnio.
-
Fome de educao
Um dos remdios mais eficientes para o combate misria a educao.
Analfabetismo tem tudo a ver com fome e com pobreza extrema.
Esse o campo de atuao da escola por excelncia. Portanto, d tratos
bola, pois h muito o que fazer.
Por exemplo:
organizar cursos profissionalizantes ou de recolocao profissional;
abrir vagas para a alfabetizao de adultos, tendo como voluntrios
alunos e professores. Se no houver metodologia adequada em sua
instituio, incentive os alunos a procurar outros locais que j tenham
cursos de alfabetizao;
oferecer a possibilidade de os alunos atuarem como monitores de
crianas com dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, os jovens
so a ponte entre os adultos e as crianas, possibilitando um suporte
pedaggico efetivo; e
tornar a escola um centro de informao para a comunidade sobre
possibilidades de cursos supletivos, educao continuada e cursos
profissionalizantes.
A fome certamente a mais dramtica das carncias humanas, mas no
a nica. Faz parte de um complexo conjunto de privaes que afetam a
dignidade da existncia humana.
Para entender mais sobre isso, vale a pena conhecer o ndice de
Desenvolvimento Humano, um indicador desenvolvido pela ONU que leva em
conta os mais diversos fatores, como educao, PIB, longevidade, entre
outros.
O Brasil est em 72o lugar, entre 177 pases. Est mal colocado, mas um
dos pases que mais conseguiram avanos desde que o ndice comeou a ser
calculado.
Esse um excelente tema para ser trabalhado
em sala de aula, pois permite uma abordagem
multidisciplinar do problema da misria.
A pobreza e o desenvolvimento humano
18 19
Analfabetismo no apenas no saber
reconhecer palavras. Hoje, para ser
considerado uma pessoa alfabetizada,
qualquer cidado precisar saber utilizar a
lngua na comunicao diria - por exemplo,
para escrever cartas ou ler (e entender) o
manual de um novo equipamento.
O BRASIL E O IDH - 2004
O Brasil ocupou a 72 a posio
no Relatrio do IDH, em 2004.
Veja alguns pases que ficaram
nossa frente:
1 Noruega
2 Sucia
--
8 Estados Unidos
9 Japo
--
26 Portugal
27 Eslovnia
28 Coria do Sul
--
43 Chile
44 Kuwait
45 Costa Rica
46 Uruguai
--
68 Venezuela
69 Romnia
70 Ucrnia
--
72 Brasil
73 Colmbia
Para saber mais:
Leia o relatrio publicado pelo Programa das
Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
sobre o desenvolvimento humano, que pode ser
encontrado no site: www.pnud.org.br. L tambm
h muitos textos interessantes sobre os 8
Objetivos do Milnio.
-
Para estimular os jovens a desenvolverem posturas crticas, a se
sensibilizarem pela realidade vivida por outras pessoas, antes de tudo
preciso coloc-los em contato com essas situaes.
A pobreza e a fome trazem seqelas psicolgicas graves, provocando dor
fsica, dor emocional e dor moral.
Por isso, estimule:
a formao de um jornal ou de atividades nas quais os alunos precisem
traar perfis, entrevistar, tirar fotos, conversar com pessoas em
situao de misria;
a formao de grupos de apoio, nos quais os alunos faam
apresentaes, atividades ou brincadeiras para alegrar a vida de quem
est em hospitais, creches, albergues ou outros lugares onde se atende
pessoas em situao de pobreza.
Existem diversos tipos de desigualdade. Em 2002,
a situao de extrema pobreza atingia 5,2% dos
moradores da regio Sudeste. No Nordeste, a proporo
era quase cinco vezes maior: 25,2%. Dentre o 1% mais rico
da populao, 86% eram brancos em 2002; dentre os 10%
mais pobres, 65% eram negros ou pardos.
Uma mudana de olhar...
na sociedade
Uma mudana de olhar...
na escola
20 21
importante que os educadores percebam que para agir contra a misria
e contra a fome preciso, antes de tudo, uma mudana no olhar.
Todos ns temos a idade de nossos preconceitos, disse um filsofo.
assim, tambm, com relao misria e fome.
Basta ver que, apesar de os jornais noticiarem periodicamente as
tragdias da fome pelo mundo todo, as mudanas so muito lentas.
Para que a misria e a fome deixem de existir, preciso que se tornem
insuportveis para todos ns, e no apenas para quem delas sofre.
possvel. Basta acreditar, querer, fazer parte.
A est. No faltam motivos para, agora,
voc arregaar as mangas e trabalhar. Para comear, pode ir
discutindo com os alunos alguns dos temas apresentados neste livro.
Por exemplo:
a fome e suas conseqncias;
os ndices que medem a pobreza,;
o papel da ONU; e
os critrios de uma boa alimentao, entre muitos outros.
Pode ter certeza: tudo o que voc propor certamente
far diferena.
-
Para estimular os jovens a desenvolverem posturas crticas, a se
sensibilizarem pela realidade vivida por outras pessoas, antes de tudo
preciso coloc-los em contato com essas situaes.
A pobreza e a fome trazem seqelas psicolgicas graves, provocando dor
fsica, dor emocional e dor moral.
Por isso, estimule:
a formao de um jornal ou de atividades nas quais os alunos precisem
traar perfis, entrevistar, tirar fotos, conversar com pessoas em
situao de misria;
a formao de grupos de apoio, nos quais os alunos faam
apresentaes, atividades ou brincadeiras para alegrar a vida de quem
est em hospitais, creches, albergues ou outros lugares onde se atende
pessoas em situao de pobreza.
Existem diversos tipos de desigualdade. Em 2002,
a situao de extrema pobreza atingia 5,2% dos
moradores da regio Sudeste. No Nordeste, a proporo
era quase cinco vezes maior: 25,2%. Dentre o 1% mais rico
da populao, 86% eram brancos em 2002; dentre os 10%
mais pobres, 65% eram negros ou pardos.
Uma mudana de olhar...
na sociedade
Uma mudana de olhar...
na escola
20 21
importante que os educadores percebam que para agir contra a misria
e contra a fome preciso, antes de tudo, uma mudana no olhar.
Todos ns temos a idade de nossos preconceitos, disse um filsofo.
assim, tambm, com relao misria e fome.
Basta ver que, apesar de os jornais noticiarem periodicamente as
tragdias da fome pelo mundo todo, as mudanas so muito lentas.
Para que a misria e a fome deixem de existir, preciso que se tornem
insuportveis para todos ns, e no apenas para quem delas sofre.
possvel. Basta acreditar, querer, fazer parte.
A est. No faltam motivos para, agora,
voc arregaar as mangas e trabalhar. Para comear, pode ir
discutindo com os alunos alguns dos temas apresentados neste livro.
Por exemplo:
a fome e suas conseqncias;
os ndices que medem a pobreza,;
o papel da ONU; e
os critrios de uma boa alimentao, entre muitos outros.
Pode ter certeza: tudo o que voc propor certamente
far diferena.
-
Se sua escola comprometida com uma educao fundamentada nos ideais
de solidariedade, participao e cidadania, pode receber o Selo Escola
Solidria 2005.
O Selo foi lanado em 2003, com grande sucesso. Mais de 8.500 escolas
em todo o Brasil receberam o Selo. Ele um sinal de reconhecimento para
toda a comunidade escolar.
As experincias coletadas mostram o enorme potencial do voluntariado
educativo nas instituies de ensino brasileiras o que s comprova a vocao
existente na sociedade brasileira para a ao voluntria.
Em 2001, o Faa Parte coordenou o Ano Internacional do Voluntariado no
Brasil.
De acordo com a Organizao das Naes Unidas, o Brasil foi um dos pases
onde a mobilizao social em torno do voluntariado foi mais expressiva.
Algumas pessoas podem pensar que as metas propostas pela ONU so
utpicas, e tm carter de simples estmulo. Nada disso. Ao longo do tempo,
a ONU lanou diversos objetivos que, amparados em bases tcnicas e aes
efetivas, foram plenamente alcanados.
H muitos exemplos eloqentes, como a reduo da mortalidade infantil
em pases em desenvolvimento, bem como do nmero de morte por diarria,
que caiu pela metade, no perodo ento estabelecido.
Aqui vo outros exemplos:
O ltimo caso de varola, em todo o mundo, foi registrado em 1977, 11
anos aps a ONU ter adotado sua erradicao como objetivo global.
O acesso a recursos de gua potvel aumentou muito na ltima dcada
do sculo XX, como conseqncia dos esforos da ONU. Em 90, 71% da
populao mundial tinham acesso gua potvel. Em 2000, esse
percentual passou para 78%.
Um dos maiores sucessos da sade pblica - a imunizao em massa -
tambm se deveu ao trabalho da entidade. O nmero de crianas
vacinadas cresceu de 30%, em 1980, para quase 80%, em 2000.
Isso mostra que os Objetivos do Milnio so plenamente alcanveis.
Basta que pessoas como voc se envolvam e levem frente esse desafio.
S pode dar certo.
O Selo Escola Solidria 2005
22
Os objetivos da ONU:
uma histria de sucessos
-
Se sua escola comprometida com uma educao fundamentada nos ideais
de solidariedade, participao e cidadania, pode receber o Selo Escola
Solidria 2005.
O Selo foi lanado em 2003, com grande sucesso. Mais de 8.500 escolas
em todo o Brasil receberam o Selo. Ele um sinal de reconhecimento para
toda a comunidade escolar.
As experincias coletadas mostram o enorme potencial do voluntariado
educativo nas instituies de ensino brasileiras o que s comprova a vocao
existente na sociedade brasileira para a ao voluntria.
Em 2001, o Faa Parte coordenou o Ano Internacional do Voluntariado no
Brasil.
De acordo com a Organizao das Naes Unidas, o Brasil foi um dos pases
onde a mobilizao social em torno do voluntariado foi mais expressiva.
Algumas pessoas podem pensar que as metas propostas pela ONU so
utpicas, e tm carter de simples estmulo. Nada disso. Ao longo do tempo,
a ONU lanou diversos objetivos que, amparados em bases tcnicas e aes
efetivas, foram plenamente alcanados.
H muitos exemplos eloqentes, como a reduo da mortalidade infantil
em pases em desenvolvimento, bem como do nmero de morte por diarria,
que caiu pela metade, no perodo ento estabelecido.
Aqui vo outros exemplos:
O ltimo caso de varola, em todo o mundo, foi registrado em 1977, 11
anos aps a ONU ter adotado sua erradicao como objetivo global.
O acesso a recursos de gua potvel aumentou muito na ltima dcada
do sculo XX, como conseqncia dos esforos da ONU. Em 90, 71% da
populao mundial tinham acesso gua potvel. Em 2000, esse
percentual passou para 78%.
Um dos maiores sucessos da sade pblica - a imunizao em massa -
tambm se deveu ao trabalho da entidade. O nmero de crianas
vacinadas cresceu de 30%, em 1980, para quase 80%, em 2000.
Isso mostra que os Objetivos do Milnio so plenamente alcanveis.
Basta que pessoas como voc se envolvam e levem frente esse desafio.
S pode dar certo.
O Selo Escola Solidria 2005
22
Os objetivos da ONU:
uma histria de sucessos
-
Para saber mais, visite:
www.objetivosdomilenio.org.br
www.nospodemos.org.br
ISBN
Pgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12p2.pdfPgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12
p6.pdfPgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12
25.pdfPgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12