86jose roberto paludo

49
CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA ESTADO SOCIEDADE POLÍTICAS PÚBLICAS Ms. José Roberto Paludo Sociologia Política UFSC

Upload: peterson-paz

Post on 11-Apr-2017

545 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 86jose roberto paludo

CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA

ESTADOSOCIEDADE

POLÍTICAS PÚBLICAS

Ms. José Roberto PaludoSociologia Política UFSC

Page 2: 86jose roberto paludo

“O homem é um animal político” (Aristóteles - Grécia 384aC-322 aC)

Governo Conselhos Partidos Sindicatos Movimentos Sociais

ONGs

Quem aqui é ator (a) político? Que tipo de espaço político você atua?

Page 3: 86jose roberto paludo

ProgramaSegunda-Feira (29/08) Terça-Feira (30/08)Apresentação ParticipaçãoEstado e Governo DemocraciaSociedade Políticas PúblicasPolíticas Públicas ExercícioEstudo de Caso Avaliação e

encerramento

Page 4: 86jose roberto paludo

ESTADO

Page 5: 86jose roberto paludo

O que é Estado?

Estado e Governo são a mesma coisa?

Qual o papel do Estado?

Page 6: 86jose roberto paludo

Os antigos, compreendiam o Estado como a forma de organizar o poder e misturavam com

o conceito de governo

Platão e Aristóteles: Monarquia; Aristocracia; Tirania; Democracia

Histórico de diferentes conceitos de Estado

Page 7: 86jose roberto paludo

Modernos:Maquiavel – como o poder pode ser

conquistado e mantidoBodin – poder soberano/leis/governarHobbes – leis positivas para limitar estado de

natureza e divisão dos poderesMontesquieu – divisão e equilíbrio dos poderes

Histórico de diferentes conceitos de Estado

Page 8: 86jose roberto paludo

Contemporâneos:Hegel – Estado é abstrato/Constituição é

concretaMarx – super-estrutura/dominação de classeWeber – monopólio da força

Histórico de diferentes conceitos de Estado

Page 9: 86jose roberto paludo

Conjunto das instituições (política, social e jurídica) que controlam e administram uma

nação;

País soberano, Estado soberano : um governo, um povo, um território;

Conceito Moderno de Estado

Page 10: 86jose roberto paludo
Page 11: 86jose roberto paludo

Tipos de Governo

Page 12: 86jose roberto paludo

SOCIEDADE

Page 13: 86jose roberto paludo

Como definir a Sociedade?

Sociedade e Sociedade Civil são a mesma coisa?

O Estado e o Mercado fazem parte da Sociedade ou são coisas distintas?

Page 14: 86jose roberto paludo

Aristóteles; Hannah Arendt;

Page 15: 86jose roberto paludo
Page 16: 86jose roberto paludo

• Sociedade Civil: organizações (formal ou informal) legitimamente reconhecidas, que não fazem parte do Estado, nem do Mercado;

• Revolução de 1968, nem o Estado, nem o Mercado, a transformação depende da Sociedade Civil;

• Sindicatos; Associações; ONGs; Movimentos Sociais;

• Ideia de Habermas “ação comunicativa”; ideia de Putnam “capital social”

Page 17: 86jose roberto paludo

POLÍTICAS PÚBLICAS

Page 18: 86jose roberto paludo

O que são políticas públicas?

Todas as políticas públicas são iguais, independe do governante?

Qual o papel da sociedade em relação as políticas públicas?

Page 19: 86jose roberto paludo

• Políticas Públicas, enquanto área de conhecimento, surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos da América (EUA);

• Buscou se diferenciar da teoria política, pela ênfase nas ações dos governos .

• Dividiu a ciência política: – Escola teórica – ligada a filosofia; história; direito;– Escola pragmática – ligada às ações de governo;

História

Page 20: 86jose roberto paludo

Três dimensões da política• Polity: sistema político; leis; • Politics: processo político; eleições; sistemas

de governos; • Policy: as políticas públicas propriamente

ditas; ações de governo;

Page 21: 86jose roberto paludo

H. Laswell (1936) policy analysis; conhecimento científico com as ações de governo;

H. Simon (1957) racionalidade limitada dos decisores políticos a ser minimizada (policy makers);

C. Lindoblom (1959; 1979) incorporar outras variáveis à formulação e à análise das políticas públicas, como as relações de poder (eleições, burocracia dos partidos, grupos de interesses) e integrar as diferentes fases do processo de decisão;

D. Easton (1965) modelo sistêmico, as políticas públicas recebem inputs dos partidos, da mídia e de grupos de interesse que influenciam nos seus resultados e efeitos.

Page 22: 86jose roberto paludo

1. Tipo de política pública ou policy arena: expectativas e reações de consenso ou de conflito têm um efeito antecipativo nas decisões e apresenta quatro formatos: políticas distributivas (privilegia certos grupos em detrimento do todo, baixo grau de conflito); políticas redistributivas (políticas sociais universais, que em geral são conflitivas); políticas regulatórias (envolve a burocracia); e políticas constitutivas ou estruturadoras (modificações de regras que determinam a estrutura do processo)

Page 23: 86jose roberto paludo

2. Ciclo da política pública ou policy cicle: considera vários estágios (definição da agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação e avaliação). Ênfase à definição da agenda (agenda setting) que pode focalizar o problema, a política ou os atores; e na avaliação, accountability ao final do ciclo;

Page 24: 86jose roberto paludo

3. O incrementalismo - Lindblom (1979), Calden e Wildavsky (1980): políticas públicas não partem do zero, e sim de decisões marginais, e que as decisões de governo são apenas incrementais e pouco substantivas;

4. Garbage can ou “lata de lixo”, desenvolvido por Cohen, March e Olsen (1972), que argumentam que as escolhas das políticas públicas ocorrem numa interação de vários problemas e poucas soluções, ou seja, as soluções procuram por problemas;

Page 25: 86jose roberto paludo

5. Coalizão de Defesa ou advocacy coalition - Sabatier e Jenkins-Smith (1993): se contrapõem aos modelos anteriores e defendem a importância das ideias, valores e crenças na formulação das políticas públicas;

Page 26: 86jose roberto paludo

6. Arenas sociais ou policy networks - Heclo (1978): trata das diferentes interações entre instituições e grupos, tanto no espaço governamental quanto na sociedade; redes de relações sociais; são três os mecanismos para chamar a atenção dos decisores: divulgação de indicadores (mídia); eventos tais como desastres ou repetições do problema; e feedback que mostram as falhas ou limites das políticas existentes;

Page 27: 86jose roberto paludo

7. Equilíbrio interrompido ou ponctuated equilibium -Baumgartner e Jones (1993): baseado na biologia (equilíbrio interrompido) e na computação, ou seja, na noção de que os seres humanos têm capacidade limitada para processar dados; então, a tendência geral é um equilíbrio, manutenção do status quo e ocorrem mudanças profundas apenas em momentos de instabilidade. Esse modelo depende de imagens e a mídia tem papel importante;

Page 28: 86jose roberto paludo

8. Novo-gerencialismo: ajuste fiscal surgem como resposta à crise fiscal e ideológica do Estado; focado na eficiência para promover a credibilidade, porém, nesse mesmo contexto, também surgiram políticas públicas de caráter participativo como resposta ao novo-gerencialismo; inserir grupos sociais na formulação e acompanhamento das políticas públicas.

Page 29: 86jose roberto paludo

Análise dos ODMsO que são ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio)?

Quais são esses objetivos?

O que está se fazendo, no Brasil, para atingir tais objetivos?

http://www.odmbrasil.org.br/vencedores

Page 30: 86jose roberto paludo

• "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".

Eduardo Galeano

Page 31: 86jose roberto paludo

PARTICIPAÇÃO• Políticas Públicas como área do

conhecimento é uma interpretação do processo histórico da Participação Política;• Participação Política tem relação com o

conceito de democracia e cidadania;• Processo histórico, perda de legitimidade

do poder, necessidade de abrir-se

Page 32: 86jose roberto paludo

Formas de participação (Milbrath, 1965):1) expor-se a solicitações políticas;2) votar;3) participar de uma discussão política;4) tentar convencer alguém a votar de determinado modo;5) usar um distintivo político;6) fazer contato com funcionários públicos;7) Contribuir com dinheiro a um partido ou candidato;8) assistir a um comício ou assembléia;9) dedicar-se a uma campanha política;10) ser membro ativo de um partido político;11) participar de reuniões onde se tomam decisões políticas;12) solicitar contribuições em dinheiro para causas políticas;13) candidatar-se a um cargo eletivo;14) ocupar cargos públicos.

Page 33: 86jose roberto paludo

Outras Modalidades de participação :Pizzorno (1966) visão de classe – estatal e extra-estatal;Verba, Nie e Kim (1971): voto, atividade de campanha, contato

político e atividade cooperativa e classifica os indivíduos, entre inativos, conformistas, reformistas, ativistas e “protesters”;

Sabucedo e Arce (1991): atividades “legais” e “ilegais”. Legais (voto, escrever para jornais, participar de protestos autorizados e participar de greves autorizadas) ilegais/violentas (atentar contra a propriedade e violência armada) e ilegais/não violentas (boicotes, greves não autorizadas, protestos não autorizados, ocupação de prédios e interrupção do tráfego de veículos);

Teorell, Torcal e Montero (2007): canal de expressão (representação -voto e atividade partidária- ou extra-representação - protesto e “consumer participation”) e o mecanismo de influência (estratégias de “saída” - voto, “consumer participation”- ou de “voz”).

Page 34: 86jose roberto paludo

Mecanismos de “voz” :Atividade política:

a) comunicação (contato com políticos, contato com os meios de comunicação, participação em fóruns da Internet),

b) participação direta em ações (boicotes, participação em demonstrações, participação em comícios),

c) suporte a projetos políticos (abaixo-assinado, doações de dinheiro); Membro de organizações:

a) partidos, b) sindicatos e organizações profissionais, c) organizações religiosas, d) sociedades e organizações voluntárias;

Interesse em política

Page 35: 86jose roberto paludo

Democracia Representativa

Page 36: 86jose roberto paludo

Relação de Estado e Sociedade

• Visão “estadocêntrica”: centralidade do Estado em relação à sociedade;

• Visão “sociocêntrica”: começa uma mudança desse paradigma, desde o final dos anos 1970, no Brasil

Page 37: 86jose roberto paludo

Características da Visão “estadocêntrica”• Paradigma público como estatal e do Estado

autoritário e centralizador;• Centrada no aparelho do Estado de maneira

unilateral, numa situação de inexistência ou negação da sociedade civil, considerando o Estado o grande sujeito das questões públicas;

• Estilo gerencial burocrático, no qual o segredo burocrático e o segredo de Estado se mesclam para impor à sociedade os rumos considerados corretos pelos seus dirigentes;

• Visão voltada à operacionalização do aparelho estatal com ênfase nos meios e técnicas administrativas.

Page 38: 86jose roberto paludo

Características da Visão “sociocêntrica”

• Paradigma sobre a importância da sociedade no processo político;

• Conceito de governança;• Estilos participacionistas ou gerencialistas;• Participação no processo político: decisões;

acompanhamento; transparência;

Page 39: 86jose roberto paludo

Democracia Participativa

Page 40: 86jose roberto paludo

Estilos Políticos

• Podem ser observados na aplicação de um programa ou mesmo de uma política;

• Dois principais estilos atuais:– Governos de caráter participacionista;– Governos de caráter tecnocrata ou gerencialista.

Page 41: 86jose roberto paludo

Três variáveis básicas de análise das Políticas Públicas

1. Compromisso governamental – visão política ou ideológica do governante;

2. Tradição associativa – capital social, nível de consciência da comunidade;

3. Desenho institucional – legislação que define a política pública;

Page 42: 86jose roberto paludo
Page 43: 86jose roberto paludo

Tipos Modalidades Importância ControleOpinativa Pesquisa Fraca Fraca

Referendum Forte Forte Audiência Pública

Médio Fraca

Deliberativa Conferências Forte Médio Conselhos Forte Médio Orçamento Participativo

Forte Forte

Executiva ONGs Fraca Forte Convênios Fraca Forte

Page 44: 86jose roberto paludo

Cultura Política

Page 45: 86jose roberto paludo

Fases ModalidadesAntes Pesquisa, Audiência

Pública, Conferências, Protestos

Durante Acompanhamento (transparência/controle); execução direta

Depois Transparência; Prestação de Contas; Órgãos de Fiscalização

Page 46: 86jose roberto paludo

Escala Tipos DimensõesMunicipal Conselhos;

OrçamentoObras e políticas sociais

Estadual Audiências Públicas e Conselhos

Políticas Sociais

Nacional Referendum, Conferências

Leis, Planos de Políticas Públicas

Internacional Redes da Sociedade Civil (reproduzem nas outras escalas); Valores

-ambiental; - democracia;-direitos humanos

Page 47: 86jose roberto paludo

Dinâmica:

1. Dividir em três grupos:2. Desenhar uma proposta de política

pública com participação;3. Apresentação e debate;

Page 48: 86jose roberto paludo

Etapas do desenho da proposta:

1. Definir um problema;2. Escolher uma escala, um tipo de políticas

públicas e forma de participação;3. Plano de ação:

1. Prazo (cronograma)2. Responsáveis (organograma)3. Forma de funcionamento/instâncias (fluxograma);

Page 49: 86jose roberto paludo

BibliografiasAVRITZER, L. Cultura política, atores sociais e democratização: uma crítica às teorias de transição

para a democracia. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 10, n. 28, 1995;BORBA, Julian; LUCHMANN, Ligia H. H. (Orgs.). Orçamento Participativo: análise das experiências

desenvolvidas em Santa Catarina. Florianópolis: Insular, 2007;DAGNINO, E. (Org.) Sociedade Civil e Espaços Públicos no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2002;FARIAS, C. A. P. Idéias, conhecimento e Políticas Públicas: um inventário sucinto das principais

vertentes analíticas recentes. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo: ANPOCS, v. 18, n. 51, p. 21-29, fev. 2003;

FREY, K. Políticas Públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas. Brasília: Ipea, n. 21, p 211-259, jun. 2000;

PUTNAM R. (2002). Solo en la bolera. Colapso y resurgimiento de la comunidade norteamericana. Barcelona: Galaxia Gutenberg;

SADER, E. Quando novos personagens entram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988;

SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: Cengage Learning, 2010;

SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias. Porto Alegre: Ufrgs, ano 8, n. 16, p. 20-45, jul/dez. 2006;