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  LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE NATALENSE PARA O DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE DIREITO DIREITO CIVIL I (PARTE GERAL) PROF. ALAN DIAS BARROS Defeitos do Negócio Jurídico Vícios “da vontade” (ou “do consentimento”) e Vícios “sociais” As patologias da vontade A vontade livremente manifestada, espontânea e isenta de vícios integra os elementos de validade. Sem que a von ta de est eja per feitame nte equilib rad a com sua exteriorização, há vício capaz de eivar o negócio de invalidade. Defeitos na manifestação da vontade (vícios) => invalidade do negócio (anulabilidade / nulidade). Lembrete: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ( vícios da vontade ou do consentimento ) e fraude contra credores ( vício social ) são anuláveis (art. 171, II, CC). A simulação ( vício social ) é caso de nulidade (art. 167 CC).

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 LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE NATALENSE PARA O

DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO DE DIREITO

DIREITO CIVIL I (PARTE GERAL)PROF. ALAN DIAS BARROS

Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios “da vontade” (ou “do consentimento”) e Vícios “sociais”

As patologias da vontade

A vontade livremente manifestada, espontânea e isenta de víciosintegra os elementos de validade.

Sem que a vontade esteja perfeitamente equilibrada com suaexteriorização, há vício capaz de eivar o negócio de invalidade.

Defeitos na manifestação da vontade (vícios) => invalidade donegócio (anulabilidade / nulidade).

Lembrete: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão (vícios davontade ou do consentimento) e fraude contra credores (vício

social) são anuláveis (art. 171, II, CC). A simulação (vício social)é caso de nulidade (art. 167 CC).

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a) ERRO OU IGNORÂNCIA (art. 138 CC) 

Erro ou ignorância é uma falsa representação ou completodesconhecimento da realidade do negócio jurídico (quanto à pessoa,quanto ao negócio ou quanto ao direito envolvido).

É uma inexata, equivocada, desatenciosa, precipitada ou equivocadanoção, produzida espontaneamente pelo próprio agente (engana-sesozinho, estava iludido), sem que ninguém o induza a tal.

Caso conhecesse a completa circunstância do negócio, a sua realidadeexata ou completa, não o realizaria.

Pode levar à anulabilidade do negócio jurídico (art. 171, II, CC) quando oerro for substancial à sua celebração (art. 138 CC).

Único caso endógeno, os demais são fatores exógenos.

REQUISITOS DO “ERRO” PARA ANULAR O NEGÓCIO (art. 138 e 139CC):

Essencial ou substancial: Referir-se à identidade ou à qualidade essencial da pessoa, do

negócio ou suas causas (se fosse conhecido não haveria negócio), enão a motivos acidentais, secundários ao negócio (mesmo sendoconhecido o negócio seria realizado). Ex. comprar pedra sintéticaachando ser diamante.

Realidade: Efetivo prejuízo para o interessado (concretamente). Critério discutível. Bastaria a simples vontade maculada? Stolze,

348, nem fala desse requisito.

Escusabilidade:   Não pode advir de extrema ignorância ou diligência, não é o

facilmente perceptível, não ser erro grosseiro, mas segundocritérios do homem médio (padrão abstrato), desculpável,

 justificável, de acordo com a compreensão e o nível cultural doagente, suas aptidões ou qualidades profissionais. Quem errou agiucom a diligência normal da pessoa comum. Qualquer pessoainteligente e de atenção ordinária seria capaz de cometê-lo.Verificar a situação e a circunstância concreta de cada declarante.

Erro acidental ou secundário

Ao contrário do erro essencial ou principal, o erro acidental ousecundário  não anula o negócio jurídico, pois refere-se a

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características secundárias do negócio (objeto ou pessoa), que nãotrazem efetivo prejuízo, que se fossem conhecidas, ainda assim onegócio seria celebrado.

Ex.: comprar um carro azul escuro, acreditando ser preto = onegócio é mantido, o pagamento é devido, mas permite a sua troca

 pela cor desejada; deixar o carro ano 2007 para alguém qualificadacomo casada, quando na verdade o carro é 2006 e a pessoa ésolteira.

FALSO MOTIVO (art. 140 CC):

Podem ser anulados negócios jurídicos quando expressamentemencionado no instrumento que a liberalidade é decorrente dessemotivo; senão, não poderá ser anulada pois é impossível adentrar no íntimo subjetivo de alguém para comprovar suas motivaçõesverdadeiras.

  Ex.: deixar bens em testamento para o filho de amigo querido(motivo), quando depois se descobre não ser filho daquela pessoa(falso motivo). Doação para bombeiro que atuou com bravura emdeterminado resgate (motivo), mas que na verdade os atos heróicosforam praticados por um outro colega dele (falso motivo). Comprar estabelecimento comercial com base no rendimento mensalcomprovado, e depois descobrir que a contabilidade foi forjada.

ERRO DE CÁLCULO (erro material retificável) – art. 143 CC:

Vender um carro declarando um preço muito abaixo, elaborar umorçamento e errar na soma do material e mão-de-obra.

Permite apenas a retificação do valor, mantendo o negócio (art. 143 – erro acidental).

TRANSMISSÃO ERRÔNEA DA VONTADE POR PESSOA OUMEIO DE COMUNICAÇÃO (art. 141 CC):

Mensagem truncada – Internet – comércio eletrônico – fax – anúncios e panfletos – erros de impressão – erros mecânicos.

Anulável nos mesmos casos da declaração direta.

Equiparação à transmissão errônea da vontade. Divergência entre oque se quer e o que se contrata, diferença entre o querido e o

transmitido erroneamente.

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b) DOLO (art. 145 CC)

É a manifestação da vontade com desconhecimento da realidade por malícia de outrem (= ignorância) + malícia.

É induzir intencionalmente alguém a praticar um ato ou negócio jurídicocom objetivo de prejudicar a si próprio e beneficiar terceiro ou a outra

 parte. Ex.:  Não foi o adquirente quem achou que a caneta era de ouro,

mas sim o alienante que afirmou que era, e a compra foi efetuada(Stolze, 352).

Para anular o negócio jurídico o ardil deve ser a causa determinante dacelebração do negócio, posto que, em condições normais não aceitaria a

celebração.

O “Dolus Malus” se subdivide em:

Principal ou Essencial (dolus causam) – vício da vontade para ludibriar:quando serve de origem ao ato, o agente só praticou o ato porque foiinduzido a tanto, caso contrário não teria firmado o negócio, é a causa donegócio (anula: art. 145 CC).

Acidental (dolus incidens) –  ato ilícito para ludibriar (não influidiretamente na manifestação da vontade): não é a causa essencial donegócio. Quando a parte não é induzida a praticar o ato, mas apenas o

 pactua na idéia de que seria mais vantajoso do que na verdade ofoi.

Quando ela praticaria o negócio de outro modo do que fez (mas praticaria). Desvirtua-se apenas as condições do negócio e não suaefetivação.

O negócio seria praticado independentemente da malícia, mas

em condições mais favoráveis ao agente. Não anula (desfaz), mas leva à satisfação das perdas e danos

(ajuste) (art. 146 CC).

Já o “Dolus Bonus”

é o dolo tolerável, que não excede o limite do razoável, decorrentedo simples exagero ou ênfase nas qualidades do que se estánegociando, comum no meio comercial (lábia do comerciante ouelogio da mercadoria), incapaz de induzir o homemmeridianamente inteligente a praticar o negócio nem hábil oudirigido a causar prejuízo.

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 Não é a propaganda enganosa prevista no CDC.

Não anula nem provoca ajuste.

Ex.: o melhor carro, a melhor casa, o sapato mais confortável, você

não vai encontrar custo/benefício melhor no mercado, essa é amelhor casa da rua, o motor está novinho, esse vinho é um dosmelhores desse ano, espelhos capazes de emagrecer colocados emlojas de roupas.

Observação:

1) Nem todos os autores incluem a “prova do efetivo prejuízo”como requisito para anular o negócio jurídico por dolo. Muitos

sustentam que a simples deturpação da vontade, de praticar negócio induzido pela sugestão de alguém, já é causa para anulá-lo.

2) Pode ocorrer dolo tanto por ação (prática comissiva parainduzir) ou por  omissão (deixar de informar para consumar onegócio).

“OMISSÃO DOLOSA”  OU “DOLO NEGATIVO” OU “DOLOOMISSIVO” OU “RETICÊNCIA DOLOSA” –  “  se fazer de doido”,

“dar uma de joão-sem-braço”; “ se colar, colou”  (art. 147 CC): mesmosefeitos do dolo comissivo ou dolo positivo (atua, agir), quando alguém,sendo parte no negócio, ao invés de induzir positivamente, deixa de agir,de informar e se omite dolosamente na informação de algumacaracterística que a contraparte, uma vez sabedora desse fato, não firmariao negócio (sem a informação não haveria negócio). Anula (boa-fé doscontratos).

Necessita: intenção de induzir o outro a pactuar, silêncio intencional doagente de algo que o outro deveria saber (e não por terceiro).

Ex.: descobrir-se gravemente doente e firmar seguro de vida, ocultando talinformação da seguradora e falecer pouco tempo depois; vender carrocapotado pelo valor de um normal sem informar tal fato; vender um tourosem dizer que ele é estéril; casa, sem informar de defeitos estruturais;automóvel sem mencionar a retirada dos acessórios.

DOLO DE TERCEIRO (art. 148 CC): o negócio será anulável se a partea quem o negócio aproveita tinha ciência do dolo praticado por terceiroque não é parte no negócio (adesão tácita ou cumplicidade) = UMA DAS

PARTES NO NEGÓCIO + TERCEIRO.

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Se a parte a quem aproveita não tinha conhecimento não há dolo,mas ato ilícito (não anula), cabendo ação por perdas e danosexclusivamente contra o autor do dolo (terceiro), por parte do

 prejudicado.

DOLO RECÍPROCO OU BILATERAL OU COMPENSADO OUENANTIOMÓRFICO (art. 150 CC): quando ambos tentam prejudicar e

 beneficiar-se mutuamente, com ardis. Ninguém pode se beneficiar pela  própria torpeza. Não anula nem indeniza. O negócio perdura nascondições em que estão (empate), sendo válido.

c) COAÇÃO (art. 151 CC)

É todo ato ou pressão injusta, exercido por alguém (coator = a outra parteou qualquer outra pessoa), sobre um indivíduo (coagido, paciente, vítima,coato), de modo a obrigá-lo, contra a sua vontade, a realizar um negócio

 jurídico.

Violência psicológica e vontade viciada, não exercida genuinamente, masexpressada em razão de temor. Ameaça contra a pessoa, seus bens ou

 pessoas caras.

A coação é a modalidade de vício mais grave. Mais grave do que o dolo,

  pois não permite a livre manifestação da vontade, a constrange adeterminado sentido por ameaça ou mesmo violência. Já no dolo, há umardil, uma ação de induzimento sutil e maliciosa.

A coação digna de invalidar o negócio deve ser relevante, fundada notemor considerável ao objeto envolvido.

TIPOS DE COAÇÃO

Coação absoluta ou física (vis absoluta): O meio empregado é a própria violência física, produzida no corpo

do coato, neutralizando completamente qualquer tipo demanifestação da vontade.

Como não há sequer manifestação da vontade, o negócio assimrealizado não é nulo (plano de validade), é inexistente (plano deexistência).

Ex. bater em alguém até que ele assine um contrato, colocar a

digital de um analfabeto à força na declaração de vontade.

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Coação relativa ou moral (vis compulsiva):

O coagido é colocado numa situação de escolha entre praticar onegócio ou sofrer as conseqüências da ameaça: um dano eminenteà sua pessoa, seus entes queridos ou aos seus bens.

Há um temor incutido nele, suficiente a perturbar seu espírito,dirigindo a manifestação de sua vontade em determinado sentido(Stolze, 357).

Há exercício de vontade, mas viciada, turbada, embaçada oudeturpada em razão da ameaça que lhe é dirigida pelo coator.

É caso de nulidade (e não de inexistência), porque houvemanifestação da vontade, mas viciada.

Ex. compre meu carro senão seu filho vai ser morto; venda afazenda ou vamos pôr fogo nela; dentre outros.

Como no dolo, há a distinção entre:

Coação principal, quando se referir à causa determinante de todo onegócio. Anula se for comprovado o nexo entre a ameaça e a anuência

 para o negócio.

Coação acidental, quando o negócio se realizaria, independentemente dacoação, mas em condições mais favoráveis ao prejudicado. Não anula,mas obriga ao ressarcimento do prejuízo.

Requisitos (art. 151 CC):

a) A AMEAÇA DEVE SER A CAUSA DO NEGÓCIO — coaçãoprincipal, relação de causalidade entre a ameaça e a prática do negócio.Sem ela, o negócio não se teria concretizado.

 b) DEVE SER GRAVE — A coação deve ser de tal intensidade queefetivamente incuta ao paciente um fundado temor de dano a bem queconsidera relevante. Se não há receio, não há coação. Critério do casoconcreto, e não do homem médio.

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c) A AMEAÇA DEVE SER INJUSTA — Tal expressão deve ser entendida como ilícita, contrária ao direito, ou abusiva (art. 153, início,CC). Configura-se também a coação quando a conduta, embora jurídica,constitui exercício anormal ou abusivo de um direito (Ex.: surpreender amulher em adultério e a constrange a separar-se, renunciando sua meação,sob ameaça de contar aos filhos). Não são coação as ameaças de exercício

normal de um direito (Ex.: execução, protesto, penhora, etc).

d) A AMEAÇA DEVE SER  ATUAL OU IMINENTE   — A lei refere-seao dano próximo e provável, afastando, assim, o impossível, remoto oueventual. Tem em vista aquele prestes a se consumar, variando aapreciação temporal segundo as circunstâncias de cada caso. Ex.: praticar tal ato senão fará mal a alguém da família dele daqui a 10 anos, permiteacionar a polícia e repelir o dano.

e) DEVE ACARRETAR  JUSTO RECEIO DE DANO — Não mais seexige que este seja igual, pelo menos, ao decorrente do dano extorquido,visto que essa proporção ou equilíbrio entre o sacrifício exigido e o malevitado, prevista no Código/16, era alvo de críticas e não consta em outraslegislações.

f) DEVE CONSTITUIR AMEAÇA DE PREJUÍZO À PESSOA OU ABENS DA VÍTIMA, OU A PESSOAS DE SUA FAMÍLIA OU NÃO

 — acepção ampla para o termo "família". Também não se faz distinção

entre parentesco legítimo ou ilegítimo ou decorrente da adoção, qualquer que seja a sua espécie. Para os fins de intimidação, incluem-se também asameaças a parentes afins, como cunhados, sogros etc.

d) ESTADO DE PERIGO (art. 156 CC) 

Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidadede salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano, assume obrigaçãoexcessivamente onerosa (elemento objetivo) com outra pessoa, que nãocriou, mas sabia desse estado de perigo ou ameaça, e dela se aproveita(elemento subjetivo).

O contratante se coloca entre dois males: ou assume obrigação excessivaou sofre o dano.

O agente pratica o ato fortemente influenciado pelas circunstâncias que lhesão adversas.

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Embora a figura em estudo não se confunda com a coação, o declaranteexpressa a sua vontade sob efeito de forte pressão psicológica, mas quenão foi produzida pela outra parte, que apenas era sabedor desse fato.

Há urgência na realização do negócio, que é feito a fim de livrar o agente,membro de sua família ou pessoa de sua relação, do perigo em que se

encontra.

Equipara-se ao estado de necessidade do Direito Penal. Extremo perigoque faz a pessoa praticar atos que normalmente não o faria ou não se

 justificariam de outra forma consciente. Sem alternativas senão praticar onegócio.

Ex.: pessoa que oferece recompensa milionária para quem o salvar; doenteque concorda com honorários exorbitantes exigidos pelo médico parasalva-lo de dano emergencial; venda de bens por valor bem abaixo dovalor para pagar resgate de filho; cheque-caução de alto valor emitido por exigência do hospital onde será atendido; assinatura de cheque de valor altíssimo para que alguém salve seu filho de incêndio.

Há quem defenda a manutenção do negócio, ou seja, a sua validade,apenas sendo ajustadas as suas condições, como o caso da prestação deserviço profissional excessivamente onerosa, por questões de equidade.

Todavia, regra geral, como a vontade é viciada por uma grave perturbaçãomental causada pelo estado de perigo, a exemplo das promessas vultosasde recompensa, é mais lógico anular o negócio, sem reduzir ou ajustar 

suas condições.

Requisitos do estado de perigo

a) SITUAÇÃO DE NECESSIDADE — o agente esta premido da“necessidade” de salvar-se ou a pessoa de sua família. A necessidadeaparece como título justificativo ou constitutivo da pretensão anulatória.

 b) IMINÊNCIA DE DANO REAL, ATUAL E GRAVE (atualidade egravidade) — O perigo tem que ser real (ou putativo, quando o agenteimagina um perigo existente – o que tem o mesmo efeito); deve ser atual,iminente, capaz de transmitir o receio de que, se não for interceptado eafastado, as conseqüências temidas fatalmente advirão. Se não tiver essascaracterísticas inexistirá estado de perigo, pois haverá tempo para odeclarante evitar a consumação, sem ter de, pressionado, optar entresujeitar-se a ele ou participar de um negócio em condições desvantajosas.O perigo pode ser oriundo da natureza (tempestade, chuvas, soterramento).Se for putativo, tem que o ser para ambas as partes, e não apenas para odeclarante.

c) NEXO ENTRE A DECLARAÇÃO E O PERIGO DE GRAVEDANO — A vontade deve se apresentar distorcida em conseqüência do

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 perigo do dano. A declaração eivada de vício deve ter por causa ou motivodeterminante esse fato.

d) INCIDÊNCIA DA AMEAÇA DO DANO SOBRE A PESSOA DOPRÓPRIO DECLARANTE OU DE SUA FAMÍLIA — O objeto do

 perigo da ameaça devem ser os personagens mencionados no art. 156 e p.

único.

e) CONHECIMENTO DO PERIGO PELA OUTRA PARTE — Noestado de perigo, há, em regra, um aproveitamento ou abuso da situação deterror alheio para obtenção de vantagem (dolo de aproveitamento – má-fé), que realiza o negócio, impondo suas condições, mesmo sabendo dasituação da outra parte, do seu estado psicológico, decorrente do temor degrave dano. Mas não é ele quem cria a situação de perigo, apenas seaproveita dela (diferente da coação). Se as condições do negócio foramfixadas pelo declarante em perigo e/ou a outra parte não sabia desseestado, o negócio não se anula, pois não houve má-fé ou aproveitamentoabusivo.

f) ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA  — As condições devem ser significativamente desproporcionais ouextremamente desvantajosas para o declarante, capazes de provocar 

 profundo e anormal desequilíbrio contratual e somente se justificam pelacausa da necessidade a que estava premido. Somente configura quando aobrigação assumida é excessivamente onerosa. Se razoável ou normal, onegócio é considerado válido.

e) LESÃO (art. 157 CC)

Ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga à prestação manifestamente desproporcional aovalor da prestação oposta (art. 157 CC).

Manifestação da vontade, por  necessidade ou inexperiência, levando aum comprometimento desproporcional ao real valor da coisa(desequilíbrio contratual).

É o prejuízo resultante da desproporção existente entre as prestações deum determinado negócio jurídico, em face do abuso ou da inexperiência,necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes. É umadeformação da declaração por fatores pessoais do contratante, diante deinexperiência ou necessidade, exploradas indevidamente pelo locupletante(Stolze, 360).

O lesionado não tinha capacidade plena para anuir segundo a lógica que

 prevalece no mundo dos negócios; seu espírito estava dominado por forte pressão interior, decorrente de necessidade premente, ou então foi levado

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  por sua imaturidade ou desconhecimento. Se um empresário, afeito àsatividades do comércio, vincula-se, desvantajosamente, a um negócio,sendo desproporcionais os quinhões, não haverá defeito de lesão (Nader,401).

A pessoa conhece a extrema desproporção das contraprestações, mas

contrai o negócio pela necessidade patrimonial ou por falta de experiênciade vida, sem atentar para suas repercussões maléficas (# erro).

A parte negocia naquelas condições sem ter sido induzida pela outra (#dolo).

A necessidade não precisa ter sido criada pela outra parte nem o negócio éfirmado sob a pressão ou medo, mas pela inexperiência, necessidadeeconômica ou contratual ou irresponsabilidade (inconseqüência) – fatores pessoais do contratante (# coação – fatores externos criados pelaoutra parte para pressionar o declarante).

 Não há risco pessoal de vida, dos bens ou pessoa cara ao declarante;apenas evitar um dano patrimonial. Nem se exige o conhecimento daoutra parte, ou seja, o dolo de aproveitamento (má-fé).

É possível o ajustamento para o equilíbrio contratual, evitando a anulação(# estado de perigo).

Ex.: alguém que, despejado, assume aluguel extremamente caro para ter onde abrigar sua família na eminência de ser despejado.

Ex.: alguém que, em época de seca, contrata o fornecimento de água a preços exorbitantes, para manter sua fazenda e família.

Ex.: alguém que, para evitar falência, vende seu imóvel por valor bemabaixo do preço, em razão da falta de disponibilidade de recursos líquidos

 para saldar seus débitos.

Ex.: Se alguém, premido pela necessidade de levantar rapidamentedinheiro para pagar o tratamento médico de seu pai, põe à venda umimóvel por R$ 100.000,00, que, suponha-se, já é inferior ao valor médiode mercado. O único interessado que se apresenta, oferece R$ 40.000,00,menos da metade do valor do imóvel. O alienante  acaba concordando

  porque a quantia bastaria ao pagamento das despesas médicas ehospitalares do tratamento do pai. O negócio é anulável por lesão a menosque o adquirente concorde em pagar, pelo menos, mais R$ 60.000,00 peloimóvel. Senão o bem retornará ao patrimônio do alienante , que deverestituir os R$ 40.000,00 ao adquirente. O lesionado poderá, desse modo,optar pela anulação ou pela revisão do contrato, formulando pedidoalternativo: a anulação do negócio ou complementação do preço.

ELEMENTOS:

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OBJETIVO OU MATERIAL: Manifesta desproporção entre as prestações recíprocas,

geradoras de lucro exagerado  para uma das partes enquanto aoutra é exageradamente onerada.

A desproporção não é tabelada (manifestamente), depende de

verificação das circunstâncias do caso concreto, auxílio de provatécnica (perícia), a fim de estabelecer qual o real valor do objeto donegócio.

SUBJETIVO OU IMATERIAL OU ANÍMICO: condições de inferioridade do contratante; leviandade ou

inexperiência naquela espécie de contratação ou prementenecessidade do lesado E “dolo de aproveitamento” da parte

 beneficiada.

A “necessidade” não é a econômica, mas a necessidade, ainevitabilidade de contratar, daquele negócio. Ex.: Um milionário pode

 precisar muito de dinheiro contado em determinado momento único e deurgência, então vende um imóvel muito abaixo do preço, essanecessidade que o leva a aliená-lo e compõe a figura da lesão.

A “inexperiência” é a falta de conhecimentos ou de habilidadesrazoáveis para o trato dos negócios, à natureza da transação; sem,necessariamente, implicar falta de instrução ou de cultura geral.

Tudo isso, acrescentado o abuso da parte beneficiada, que seaproveita desses estados psicológicos, violando, inclusive, a boa-fé quedeve permear as relações jurídicas (Stolze, 364). Não se tolera mais o“negócio da china”, gerando prestações manifestamentedesproporcionais.

Exige-se, ainda, que a avaliação da desproporção considerável entre as prestações seja feita " segundo os valores vigentes ao tempo em que foi 

celebrado o negócio jurídico" (§ 1º), e não posteriormente.

Se a desproporcionalidade for  superveniente à formação do contrato, sefor verificada, não no momento da contratação, mas posteriormente, nomomento do cumprimento da obrigação; não será caso de lesão, e sim deaplicação da teoria da imprevisão ou quebra da base do negócio

 jurídico, que não visa, em regra, anular o negócio, e sim ajusta-lo à novarealidade, re-equilibrar as partes do contrato e as suas prestações, emdecorrência da onerosidade excessiva.

Ex.: se há a venda de um lote, segundo o preço da época, e, posteriormente, o local ganha súbita valorização, com duplicação do valor,não é caso de lesão e o contrato é inalterável (Nader, 400).

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Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios Sociais

a) FRAUDE CONTRA CREDORES (art. 158 CC)  Direito Romano:

a satisfação corporal.

A responsabilidade hoje:  pessoal e patrimonial.

Insolvência:  passivo > ativo.

Ausência de patrimônio: devedor civil e empresário. insolvente (se devedor não empresário – art. 995 CC e 748 CPC) e

falido (se empresário - Lei nº 11.101/05).

Conceito:

Fraude contra credor é o ato de oneração ou alienação de bens,assim como o de remissão de dívida, praticado pelo devedor insolvente ou à beira da insolvência, com o propósito de prejudicar credor preexistente, em razão da diminuição de seu patrimônio.

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É a prática maliciosa de desfalcar o próprio patrimônio a fim decolocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dedireitos creditórios alheios.

Insolvência é a existência de um passivo (débitos) maior que oativo (crédito, bens).

O devedor insolvente (quem tem o passivo maior que o ativo) não  pode dispor livremente de seus bens, sem a anuência de seuscredores, pois não tem como garantir o pagamento deles (restriçãoao direito de propriedade) – art. 955 CC.

É a negociação aparentemente legítima, sem disfarces, como nasimulação; mas na verdade, uma atuação maliciosa, do devedor ede terceiro, dispondo do patrimônio do primeiro, gratuita ouonerosamente, para pôr-se em insolvência (passivo > ativo) ou naeminência dela, e assim afastar a possibilidade de seu patrimônioarcar com suas obrigações anteriormente assumidas (art. 591 CPC).

Ex.: pessoa que, na eminência de vencimento de dívidas, vende oudoa seu único bem a terceiro (conhecedor do estado deinsolvência), para que, colocando-se em estado de insolvência,

 proteja este bem do pagamento futuro dos seus credores; pessoaque perdoa seus devedores antes de vencer as próprias dívidas.

ELEMENTOS DA FRAUDE CONTRA CREDORES:

OBJETIVO (eventus damni): o ato do devedor de, com a ajuda deterceiro, colocar-se em insolvência, de assim criar o prejuízo aocredor.

SUBJETIVO (consilium fraudis), o intuito fraudulento, a má-fé,a consciência, a intenção do devedor de prejudicar os credoresdele, com (conhecimento) ou sem (presunção) a ciência de terceiro

 – conluio fraudulento.

Presunção ou desnecessidade do elemento subjetivo:

Transmissão gratuita de bens – doação.

Remissão de dívidas - perdão (art. 158 CC).

Contratos onerosos do devedor com insolvência notória ouconhecida (deve haver prova do concilium fraudis) – compra evenda (art. 159 CC).

Pagamento antecipado de dívida a credor quirografário em prejuízo dos demais – ainda não vencida (art. 162 CC).

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Prestação de garantia real (fidejussórias ou pessoais – fiança,caução - não),  privilegiando outros credores quirografários emdetrimento dos já existentes, sendo ineficaz apenas a garantia dada(art. 163 CC). Presunção juris et de juris (absoluta – independe de

 prova em contrário) da má-fé.

ANULAÇÃO DO ATO E RETORNO DO BEM AO PATRIMÔNIO DODEVEDOR ALIENANTE

Ação anulatória ou revocatória ou pauliana (art. 161 CC).

Apenas credores quirografários (aqueles com garantias fidejussórias) podem propor a ação (legitimidade processual ativa) (art. 158 CC), pois oscom garantia real (privilegiados) já têm um bem adstrito, preso,vinculado, à satisfação de seu crédito (penhor ou hipoteca), não precisandodesse processo (direito de seqüela – basta pedir a penhora do bem ondequer que e com quem esteja) – (carente de ação revocatória, extinçãosumária do processo - art. 269 CPC); exceto se a garantia real não for suficiente (art. 158, §1º, CC).

Litisconsórcio passivo necessário: contra o devedor e contra o terceirocom quem ele celebrou o negócio de má-fé (presumida ou dolosa) e quemesteja com o bem atualmente por má-fé (presumida ou dolosa) (art. 161CC).

Efeito: anulação do negócio jurídico e retorno do bem ao patrimônio dodevedor.

b) SIMULAÇÃO (art. 167 CC) 

É o negócio jurídico em que as partes estão combinadas (mancomunadas)com o propósito de iludir terceiro.

É uma declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso doostensivamente indicado (Diniz, 477).

Objetiva dar existência ao que é fictício, e provocar fraude à lei, burla dofisco, manter em segredo relação negocial que deveria estar ostensiva oumesmo causar prejuízo de terceiro (vítima).

 Não é um defeito na manifestação da vontade, mas a manifestação davontade intencionalmente externada de modo enganoso (ou declaraçãoenganosa da verdade), com o objetivo de produzir efeitos diversos dos

desejados, diversos dos normais (vício social, e não vício doconsentimento).

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Causa de nulidade absoluta do negócio, e não anulabilidade.

Diferentemente do erro e do dolo, neste caso a vítima é lesada sem  participar do negócio jurídico, pois há um conluio das partes de umnegócio para fingi-lo real.

 Não precisa levar o devedor à insolvência (# fraude contra credores).

Ex.: cônjuge finge ter perdido objeto e promete recompensa a quem achá-lo, quando na verdade não o perdeu e sim pretende doar a recompensa àsua amante; casal, separado de fato, ele aliena parte de sua meação e como produto compra outro bem mas o coloca em nome de terceiro para livrá-lo da partilha; menção de valor inferior para pagar menos impostos; testasde ferro. E ainda: parentesco ou amizade íntima entre os contratantes,

 preço vil, falta de condições financeiras do adquirente, falta de declaraçãodo bem no imposto de renda

Tipos

ABSOLUTA: as partes não desejam a celebração de negócio jurídicoalgum, não há qualquer negócio, apenas fingimento. O negócio simuladoé praticado realmente para não ter eficácia. É absoluta porque não háqualquer resultado almejado. Este é feito apenas para encobrir aintenção de enganar terceiros ou violar a lei. Não se quer que ele tenhaefeito algum. Finge-se uma relação jurídica que na realidade não existe.

Simular a venda de bem a amigo apenas para desviá-lo de credores(sem se colocar em insolvência);

Marido que simula confissão de dívida perante terceiro para prejudicar esposa em processo de separação (meação), desviandoos bens que deveriam integrar a partilha de modo a ficaremsalvaguardados nas mãos do comparsa do devedor até terminar a

 partilha; Devedor que dá bem em pagamento a parente seu, aparente credor,

 para desviar a perda patrimonial para outros credores; Falso compromisso de compra e venda registrado em cartório para

ensejar o despejo sem causa do locatário.

RELATIVA (dissimulação): há a verdadeira intenção de realização deum negócio jurídico, mas como ele é vedado por lei, precisa-se dar aparência de outro, permitido. Um negócio é simulado para ocultar outro,o dissimulado.

“Quer-se o que não aparece e não se quer o que aparece” (Pontesde Miranda, apud Diniz, 484).

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Há dois negócios jurídicos, o aparente e o verdadeiro, o ostensivoe o oculto, o necessário e o pretendido, o simulado e o

dissimulado, o ilusório e o real, o revestido e o camuflado .

É a mais comum de acontecer na prática.

 No que for possível (válido na substância e forma e não causar  prejuízo a terceiro), será anulado o negócio simulado (aparente) emantido o negócio dissimulado (oculto, camuflado) - art. 170 CC.

A) Subjetiva, ad personam ou por interposição de pessoa (com relaçãoà pessoa com a qual o negócio é celebrado).

Visa a transferência de direitos a terceiro não integrante do negócio – art. 167, §1º, I, CC.

Um negócio firmado com uma terceira pessoa para que estarepasse à outra. Há três envolvidos: o declarante, o “testa-de-ferro”, o “laranja”, o “homem-de-palha” ou o “presta-nome”; e obeneficiado. O real beneficiário não é aquela pessoa que integra anegociação original (testa-de-ferro).

Só se caracteriza como simulação (anulando) se o laranjacompletar o ato, passando o bem à outra pessoa, senão será aindaválido (art. 167 CC).

Ex.: sujeito casado que simula doar bem a um amigo e este posteriormente repassa o bem à amante do ex-proprietário; pai que,deseja vender bem ao filho e os demais não autorizam então fingedoar para terceiro e este repassa ao filho que dá o dinheiro ao pai,

 burlando o art. 496 CC.

B) Objetiva (com relação ao conteúdo, elemento ou natureza do negóciocelebrado): declaração jurídica não verdadeira, cláusula falsa, intenção deesconder outro ato, efeitos desejados pelo agente, mas proibidos por lei(art. 167, §1º, II, CC).

Ex.: escritura de compra e venda com preço bem inferior ao real,disfarçando uma verdadeira doação entre o cônjuge adúltero e seucúmplice, burlando o art. 550 CC; valor inferior ao declarado para

 burlar o Fisco;

VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE – TRANSAÇÃO VIATERCEIRO – PROVA DA SIMULAÇÃO – ATO PRATICADO “INFRAUDEM LEGIS” – SUA CONSEQÜENTE NULIDADE – Caracteriza-se

“salienter tantum” a simulação se, vendido o imóvel a terceiro, vem este, aseguir, a vender o mesmo imóvel a descendente do primitivo vendedor, no

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curto espaço de tempo de menos de dois meses após. Se provado que o terceiroserviu apenas de intermediário, fica evidenciada a fraude à lei. (TJMG – AC000.172.026-7⁄00 – 4ª C.Cív. – Rel. Des. Hyparco Immesi – J. 21.09.2000).