8.15 predestinação e reprovação
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8.15 Predestinação e Reprovação Ex 7.1-5; Pv 16.4; Rm 9; Ef 1.3-6; Judas 1.4
"Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda?
Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus,querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou" (Rm 9.11-24)
Toda moeda tem dois lados. Existe também um outro lado da doutrina daeleição. A eleição refere-se a apenas a um aspecto da questão mais ampla dapredestinação. Outro lado da moeda é a questão da reprovação. Deus declarouque amava Jacó mas odiava a Esaú. Como podemos entender essa referênciaao ódio divino?
A predestinação é dupla. A única maneira de evitar a doutrina da predestinaçãodupla é afirma que Deus predestinou todos para a eleição ou que nãopredestina ninguém seja para a eleição seja para a reprovação. Visto que aBíblia ensina claramente a predestinação para a eleição e nega a salvaçãouniversal, temos de concluir que a predestinação é dupla: inclui tanto a eleição
como a reprovação. A dupla predestinação é inevitável se tomarmos a Bíblia asério. O ponto crucial, entretanto, é como entender a predestinação dupla.
Alguns cristão têm encerado a predestinação dupla como uma questão decausação igual, onde Deus é igualmente responsável por fazer com que oréprobo não creia, assim como é responsável por fazer com que o eleito creia.Chamamos isso de visão positivo-positivo da predestinação.
A visão positivo-positivo da predestinação ensina que Deus intervém positiva eativamente na vida dos eleitos para operar a graça em seus corações e levá-los à fé. Semelhantemente, no caso dos réprobos, ele opera o mal nos seus
corações e impede ativamente que cheguem à fé. Esse ponto de vista tem sido
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freqüentemente chamado de "hipercalvinismo", porque vai além do ponto devista de Calvino, Lutero e outros reformadores.
A visão reformada da predestinação dupla segue e um esquema positivo-negativo. No caso dos eleitos, Deus intervém de forma positiva e ativa
operando a graça em seus corações e levando-os à fé salvadora. Deusregenera de maneira unilateral os eleitos e assegura sua salvação. No casodos réprobos, ele não opera o mal em seus corações ou impedem quecheguem à fé. Pelo contrário, ele os ignora, deixando-os à mercê de seuspróprios esquemas pecaminosos. Segundo este ponto de vista, não há simetriana ação divina. A atividade de Deus é assimétrica entre os eleitos e osréprobos. Existe, contudo, um tipo de igual supremacia. O réprobo, a quemDeus ignora, está definitivamente condenado, e sua condenação é tão certa einevitável quanto a salvação final do eleito.
O problema está ligado a declarações bíblicas tais como aquela concernente
ao endurecimento que Deus causa no coração do Faraó. É inquestionável quea Bíblia ensina que Deus endureceu Faraó. A questão que permanece é: comoDeus endureceu o coração de Faraó: Lutero defendia um endurecimentopassivo, ao invés de ativo; quer dizer. Deus não criou um novo nível demaldade no coração do rei. Já havia mal suficiente no coração dele paraincliná-lo a resistir a cada estágio da vontade de Deus. Tudo o que Deus tem afazer para endurecer uma pessoa é retirar sua graça dela e deixá-lacompletamente entregue aos seus próprios impulsos malignos. è precisamenteisto que Deus faz com os condenados ao inferno. Abandona-os à saimpiedade.
Em que sentido Deus "odeia" a Esaú? Duas explicações diferentes sãooferecidas para resolver este problema. A primeira define o ódio não como umapaixão negativa voltada contra Esaú, mas simplesmente como a ausência deamor redentor. O fato de Deus ter "amado" Jacó significa simplesmente que ofez recipiente de sua graça imerecida. Deus deu a Jacó um benefício que estenão merecia. Esaú não recebeu o mesmo benefício, e nesse sentido Deus oodiou.
A primeira explicação soa um pouco como uma defesa especial para nãopermitir que Deus seja surpreendido odiando alguém. A segunda explicação dá
mais força à palavra ódio. Diz simplesmente que Deus de fato odiou a Esaú.Esaú era odioso aos olhos de Deus. Não havia nada nele para Deus amar.Esaú era um vaso próprio para destruição e totalmente digno da ira e do ódiosanto de Deus. vamos deixar que o leitor decida.
Sumário
1. A predestinação é dupla; tem dois lados.
2. Alguns cristãos ensinam que Deus é igualmente responsável pela eleição epela reprovação. Esta é uma característica do hipercalvinismo.
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3. A visão reformada da predestinação dupla reflete um esquema positivo-negativo.
4. Deus endureceu o coração de Faraó passiva e não ativamente.
5. Deus odiou a Esaú no sentido de não lhe dar a bênção da graça ou nosentido de excrá-lo como vaso próprio para a destruição.
Autor: R. C. SproulFonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. EditoraCultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br
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