734_direito-penal_aula-01_13012015

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  • 8/16/2019 734_Direito-Penal_Aula-01_13012015

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    Direito Penal

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros

    doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

    1

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    Sumário 

    1. Aplicação da lei penal ................................................................................................. 2 

    1.1 Lugar do crime....................................................................................................... 2 

    1.2 Tempo do crime .................................................................................................... 2 

    2. Lei penal no tempo ..................................................................................................... 2 

    2.1 Cenários legislativos .............................................................................................. 2 

    2.1.1 Novatio legis incriminadora ........................................................................... 2 

    2.1.2 Novatio legis in pejus ..................................................................................... 2 2.1.3 Abolitio criminis .............................................................................................. 3 

    2.1.4 Novatio legis in mellius ................................................................................... 3 

    2.2 Súmula 711 do STF ................................................................................................ 3 

    2.3 Leis excepcionais e leis temporárias ..................................................................... 3 

    2.4 Princípio da continuidade normativo típico.......................................................... 4 

    3. Lei penal no espaço..................................................................................................... 4 

    3.1 Territorialidade ..................................................................................................... 4 

    3.1.1 Território geográfico ...................................................................................... 5 

    3.1.2 Território por extensão .................................................................................. 5 

    3.2 Extraterritorialidade .............................................................................................. 5 

    4. Eficácia da sentença estrangeira ................................................................................ 6 

    5. Contagem de prazo penal ........................................................................................... 7 

    6. Frações não computáveis da pena ............................................................................. 7 

    7. Ilicitude ....................................................................................................................... 7 

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    1. Aplicação da lei penal

    1.1 Lugar do crime

     Art. 6º CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,

    no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 

    A teoria adotada para o lugar do crime é a teoria da ubiquidade ou mista. Considera-

    se praticado o crime tanto no lugar da conduta como também como o lugar do resultado.

    1.2 Tempo do crime

     Art. 4º CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que

    outro seja o momento do resultado. 

    A teoria adotada para o tempo do crime é a teoria da atividade. Considera-se

    praticado o crime no momento da conduta ainda que outro seja o seu resultado. Em caso de

    o agente ter 17 anos à época do crime ele será considerado inimputável. Somente será

    considerado imputável 18 anos à meia noite do dia do seu aniversário.

    2. Lei penal no tempo

    2.1 Cenários legislativos

     Art. 5º, XL CF: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 

    2.1.1 Novatio legis incriminadora

    É a nova lei que cria uma infração penal. Exemplo: lei que criou o tipo penal da “cola”

    eletrônica em concursos públicos.

    Não será aplicada para fatos anteriores. Ou seja, não retroage.

    2.1.2 Novatio legis in pejus

    É a nova lei que piora uma infração penal já existente no ordenamento jurídico.

    Exemplo: Lei de drogas no art. 33 foi alterada. Possuía pena de 3 a 15 anos e aumentou a

    mínima de 3 para 5 anos.

    Não retroage.

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    2.1.3 Abolitio criminis

    É a nova lei que elimina a infração penal.Cuidado, ela encerra apenas para a esfera penal, mas subsiste para os demais ramos

    do direito. Exemplo: adultério. Não é mais crime, porém poderá resultar responsabilidade

    civil com direito à indenização.

    Retroage.

    Pode ocorrer em dois momentos: antes do trânsito em julgado ou depois.

    Independentemente de quando acontecer cessará os efeitos penais. Porém, se acontecer

    antes do trânsito também cessará os efeitos civis. E se acontecer após o trânsito em julgado

    não cessarão os efeitos civis.

    2.1.4 Novatio legis in mellius

    É a nova lei que melhora uma infração penal já existente no ordenamento jurídico.

    Exemplo: Tráfico de drogas privilegiado.

    Retroage.

    2.2 Súmula 711 do STF

    Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime

     permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da

     permanência.

    Essa súmula apenas se aplica para o crime continuado e para o crime permanente. A

    lei penal mais grave poderá ser aplicada se for anterior ao fim da continuação ou antes do

    fim da permanência.

    Crime permanente é aquele que a consumação se protai/prolonga no tempo.

    Exemplo: crime de extorsão mediante sequestro.

    Crime continuado (art. 71 CP) é uma das espécies de concurso de crimes. Há

    pluralidade de condutas, pluralidade de crimes da mesma espécie, mesmas condições de

    tempo/lugar e crimes subsequentes havidos como continuação do primeiro.

    2.3 Leis excepcionais e leis temporárias

     Art. 3º CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração

    ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durantesua vigência.

    http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas

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    Lei excepcional é aquela ligada a uma circunstância. Exemplo: O Brasil entra em

    guerra com a Argentina e durante a guerra é proibido usar a camisa do Messi.

    Lei temporária é aquela ligada a um período. Dá ideia de uma marcação no tempo.

    Há um início e um fim. Exemplo: Lei seca das eleições.

    As duas leis possuem duas caracteristicas comuns: são autorrevogáveis e são

    ultrativas. Ou seja, quando encerrado o período ou a circunstância estarão revogadas

    automaticamente. Além disso, aplicar-se-ão aos fatos praticados durante a sua vigência.

    2.4 Princípio da continuidade normativo típico

    O art. 213 tratava do estupro. O art. 214 tratava do atentado violento ao pudor.

    Estupro era conjução carnal. Qualquer outro ato era atentado violento ao poder. O art. 214

    foi revogado em 2009 e todos os contrangimentos que não conjução carnal passaram a ser

    considerados estupro. Não houve abolitio criminis do atentado violento ao pudor, pois para

    isso teria que ter revogado o artigo e ter tornado atípicas as condutas do atentado violento

    ao pudor.

    3. Lei penal no espaço

    Como regra a lei penal brasileira é aplicada no Brasil (territorialidade). Como exceção

    a lei brasileira pode ser aplicada fora do Brasil (extraterritorialidade).

    3.1 Territorialidade

     Art. 5º CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de

    direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 

    § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as

    embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo

    brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações

    brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no

    espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 

    § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou

    embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no

    território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar

    territorial do Brasil. 

    A lei penal brasileira, como regra, será aplicada aos crimes cometidos no território

    nacional, que engloba o território geográfico e o território por extensão.

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    3.1.1 Território geográfico

    São a terra, o mar e o ar.Terra são o solo, o subsolo e a plataforma continental.

    Mar são as águas interiores e o mar territorial.

    Ar é o espaço áreo.

    Observação: Embaixada é território brasileiro, mas sob jurisdição do outro país.

    3.1.2 Território por extensão

    a)  Embarcação brasileira pública ou a serviço do governo brasileiro: aplica a lei

    brasileira onde quer que ela se encontre. Qualquer lugar.

    b) Embarcação brasileira privada ou mercante: Se a embarcação estiver em alto mar

    será observada a bandeira da embarcação, portanto, lei brasileira.

    c) Embarcação estrangeira privada ou mercante: Se estiver no território geográfico é

    território por extensão.

    d) Aeronave brasileira pública ou a serviço do governo brasileiro: aplica a lei brasileira

    onde quer que ela se encontre. Qualquer lugar.e)  Aeronave brasileira privada ou mercante: Se o avião estiver em espaço

    correspondente ao alto mar será observada a bandeira da embarcação, portanto, lei

    brasileira.

    f) Aeronave estrangeira privada ou mercante: Se estiver no território geográfico é

    território por extensão.

    3.2 Extraterritorialidade

     Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 

    I - os crimes: 

    a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

    b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de

    Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou

     fundação instituída pelo Poder Público; 

    c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

    d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 

    II - os crimes:

    a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;b) praticados por brasileiro; 

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    c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade

     privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 

    § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que

    absolvido ou condenado no estrangeiro.

    § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das

    seguintes condições: 

    a) entrar o agente no território nacional; 

    b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

    c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 

    d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 

    e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta

    a punibilidade, segundo a lei mais favorável.§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra

    brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 

    a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 

    b) houve requisição do Ministro da Justiça. 

    A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. É incondicionada no

    caso do inciso I. Já nos casos previstos no inciso II e no parágrafo 3º dependerá de vários

    requisitos.

    Será incondicionada quando for crime contra a vida ou liberdade do Presidente da

    República; crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, Estados, DF, Municípios,territórios, autarquias, empresas públicas, sociedades de econômia mista e fundações

    públicas; crime contra a administração pública por quem está a seu serviço; crime de

    genocídio se o agente for brasileiro ou domicíliado no Brasil.

    4. Eficácia da sentença estrangeira

    A homologação da sentença estrangeira era de competência do STF. Com a EC/45 foi

    alterada a competência do STF para o STJ.

    A setença pode ser homologada para dois efeitos: obrigar o condenado a reparar o

    dano ou outros efeitos civis ou para sujeitar o indivíduo a medida de segurança.

     Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie

    as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 

    I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

    II - sujeitá-lo a medida de segurança. 

    Parágrafo único - A homologação depende: 

    a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 

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    b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja

    autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do

    Ministro da Justiça. 

    5. Contagem de prazo penal

     Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e

    os anos pelo calendário comum.

    6. Frações não computáveis da pena

     Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as

     frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

    Possuímos as penas privativas de liberdade, as penas restritivas de direito e as penas

    de multa. Nas penas privativas de liberdade e nas penas restritivas de direito são

    desprezadas as horas já nas penas de multa são desprezados os centavos.

    7. Ilicitude

    Infração penal é a conjugação de três elementos: tipicidade, ilicitude(antijuridicidade) e culpabilidade.

    Os três elementos devem estar presentes cumulativamente.

    Quando há uma excludente de ilicitude, o fato não será considerado infração penal.

    Estão previstas no art. 23 CP, porém também há causas supralegais notadamente o

    consentimento do ofendido.

     Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 

    I - em estado de necessidade; 

    II - em legítima defesa;II - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 

    Excesso punível  

    Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo

    excesso doloso ou culposo.