7 - amazonia - a disputa pelo territorio

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 52  www.justicanostrilhos.org Fonte: geogente.wordpress.com/2009/07/  N as Amazônia (s) do Brasil onde lança um olhar inves- gavo registram-se tensões na disputa pelo terri- tório e os recursos lá existen- tes. Os cenários colocam em oposições grandes corpora- ções do agronegócio (Cargil, Bunge), mineradoras (Vale, Alcoa e MMX), empresas con- sorciadas para a produção de energia (Vale, Alcoa, Camargo Corrêa e a Suez/Tractebel), banqueiros, madeireiros, gri- leiros e fazendeiros num an- co. Enquanto noutro extremo, enleiram-se populações con- sideradas tradicionais, indíge- nas, quilombolas, ribeirinhos, quebradeiras de coco babaçu, pescadores e trabalhadores rurais. 1 Ao centro encontra-se a disputa pelo processo de desenvolvimento que ainda tem no Estado o principal in- dutor. Se no estado de exce- * Jornalista, Forum Carajás. ção (1964-1985) a Superinten- dência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) deu o amparo nanceiro aos pólos de produção converdos em grandes projetos de madeirei- ros, pecuária e extração mine- ral; na agenda recente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emerge como o principal agen- te estatal de nanciamento de grandes projetos e obras es- truturantes, como a rede de transporte mul-modal para Rogério Almeida* A disputa pelo território nas terras de Carajás

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7/21/2019 7 - Amazonia - A Disputa Pelo Territorio

http://slidepdf.com/reader/full/7-amazonia-a-disputa-pelo-territorio 1/112   www.justicanostrilhos.org

Fonte: geogente.wordpress.com/2009/07/ 

Nas Amazônia (s) do

Brasil onde lançaum olhar inves-gavo registram-se

tensões na disputa pelo terri-tório e os recursos lá existen-tes. Os cenários colocam emoposições grandes corpora-ções do agronegócio (Cargil,Bunge), mineradoras (Vale,Alcoa e MMX), empresas con-

sorciadas para a produção deenergia (Vale, Alcoa, CamargoCorrêa e a Suez/Tractebel),banqueiros, madeireiros, gri-

leiros e fazendeiros num an-

co. Enquanto noutro extremo,enleiram-se populações con-sideradas tradicionais, indíge-nas, quilombolas, ribeirinhos,quebradeiras de coco babaçu,pescadores e trabalhadoresrurais. 1

Ao centro encontra-sea disputa pelo processo dedesenvolvimento que ainda

tem no Estado o principal in-dutor. Se no estado de exce-

* Jornalista, Forum Carajás.

ção (1964-1985) a Superinten-

dência de Desenvolvimentoda Amazônia (SUDAM) deu oamparo nanceiro aos pólosde produção converdos emgrandes projetos de madeirei-ros, pecuária e extração mine-ral; na agenda recente o BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES)emerge como o principal agen-

te estatal de nanciamento degrandes projetos e obras es-truturantes, como a rede detransporte mul-modal para

Rogério Almeida* 

A disputa pelo território nas terras de Carajás

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viabilizar a redução no custodo escoamento da produçãode grãos do Centro-Oeste dopaís.

Ferrovia Norte-Sul, hi-

drovia do Araguaia-Tocanns,asfaltamento da BR-163 sãosignos dessa “nova era”, emdemasia similar aos anos degoverno de Juscelino Kubis-tchek (1956-1961). A constru-ção da hidrelétrica de Estreito(1.087 MW), no rio Tocanns,divisa dos estados do Mara-nhão com o Tocanns tem o

nanciamento do BNDES. Omaior empreendimento de ge-ração de energia do Brasil é doConsorcio Ceste, que aglunaas grandes corporações do qui-late da belga Suez-Tractebel(40.07%), Vale (30%), da esta-dunidense ALCOA (25.49%) e aCamargo Corrêa (4.44%).

Num desses paralelos

do mundo vasto amazônico,o sul e sudeste do Pará, ou asterras de Carajás, inúmeras re-des econômicas, sociais e po-lícas esgrimam pelo controleda terra. Uma dinâmica ímparconforma a região. Trata-sede um locus  considerado decolonização recente, meadosde 1950, onde se registram

a presença da maior empre-sa privada da América Lana,a Vale. Além de fazendeiros,madeireiros, comunidadesindígenas, camponeses e ga-rimpeiros. O sul e o sudesteparaense têm notoriedadeinternacional por conta dospassivos sócio-ambientais queos grandes projetos engendra-ram, tais como: o assassinatode trabalhadores rurais e seusapoiadores, o desmatamentoem larga escala e o primeiro

lugar do ranking  nacional detrabalhadores libertos pela s-calização do Ministério do Tra-balho do Trabalho (MPT) emcondições análogas a trabalhoescravo.

O Pará é o segundo esta-do em extensão territorial dopaís, medindo 1.247.689.515km² (IBGE), que correspon-dem a 14,6% do território donacional, área que comporta143 municípios. O estado in-tegra a Amazônia Legal, querepresenta 61% do território

brasileiro, sendo a região commaior concentração de proje-tos de assentamentos ruraisdo país (ANDRIOLI, 2003; FER-NANDES, 2006).

36 municípios do sul eo sudeste do Pará compreen-dem o raio de atuação da Su-perintendência Regional (SR-27), do Instuto Nacional de

Colonização e Reforma Agrá-ria (INCRA), que totaliza umaárea de 281.342 km² (IBGE),o equivalente a 22,5% do ter-ritório paraense. Desde o anode 1987 as regiões passam porprofundas modicações noscenários econômicos, sociaise polícos. O período marcao início do processo de terri-

torialização camponesa, queganha maior robustez a parrdo Massacre de Eldorado doCarajás, quando se dá o reco-nhecimento massivo de áreasocupadas como projetos deassentamentos da reformaagrária.

Ao se observar a Tabe-

la 1, que trata do processo deevolução dos Projetos de As-sentamento Rurais (PA’s) porano, nota-se que o início do

processo de territorialização,tendo como uma das dimen-sões o reconhecimento peloEstado do posseiro como as-sentado, ocorre nos anos 1987e 1988. Momento de redemo-

crazação do país, marcadopor acirrada disputa pela terrana região, elevados níveis deantagonismo entre posseiros,madeireiros, donos de casta-nhais e o Estado.

Ainda que tenha havidonos respecvos anos a homo-logação de 24 áreas de cas-

tanhais como projetos de as-sentamento (1987/1988), talmedida, conforme já reedoanteriormente, traduziu mui-to mais como benecio aos“donos” dos castanhais, doque aos camponeses. As ob-servações de Emmi e Acevedo(1997) evidenciam as precá-rias condições em que viviam

os posseiros alçados a condi-ção de assentados.

Cumpre registrar que naNova República a mobilizaçãodos ruralistas mulou o PlanoNacional de Reforma Agrária(PNRA), no processo da Cons-tuinte de 1988, bem comoa agudização do antagonismocontra os posseiros, com a

criação da União DemocrácaRuralista (UDR) em 1986. No-ta-se nos três anos seguinteshaverá somente a criação desete PA’s. Tal período cará co-nhecido como imobilismo. Acriação de PA vai ser retomadanos anos de 1992 e 1993 quan-do foram criados em cada ano,10 PA’s. Os dois anos que se-guirão há uma nova acomoda-ção, onde se registra apenas acriação de 13 PA’s, nos anos de1994/1995.

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Tabela 1 - Criação de PA por ano

ANO DE CRIAÇÃO NÚMERO DE PA1987 6

1988 18

1989 01

1990 00

1991 06

1992 10

1993 10

1994 01

1995 12

1996 21

1997 32

1998 56

1999 93

2000 17

2001 41

2002 172003 35

2004 21

2005 53

TOTAL 450

Fonte: Sistemazado por Almeida R. com base em INCRA/SR-27/SIPRA (2006)

Conforme a Tabela 2 que trata da evolução dos PA’s em três períodos, constata-se que nos oitoanos correspondentes entre 1987 a 1995, apenas 64 PA’s foram criados, o que corresponde a 14.2% dototal de 450 PA/2005.

Tabela 2 - Criação de PA por período

PA CRIADOS NO PERÍODO QUANT. DE PA CRIADOS1987 a 1995 64

1996 a 1999 202

2000 a 2005 184

Fonte: Sistemazado por Almeida R. com base em INCRA/SR-27/SIPRA (2006)

O ano de 1996 torna-seemblemáco pelo rápido reco-nhecimento de áreas como PA.Lembremos que é o ano que sedá o Massacre de Eldorado dosCarajás. O episódio exige umareação do Estado que passapor inúmeras esferas instu-cionais, a exemplo da criaçãoda SR-27. As ações de massarealizadas por FETAGRI, MST

e CPT que caram conhecidascomo grandes acampamentosno páo de INCRA de Marabá,

podem ser pontuados comooutro indutor do processo dereconhecimento do posseirocomo assentado.

É no período de trêsanos (1996 a 1999) que a SR-27 efeva a maioria dos pro- jetos de assentamentos, numtotal de 202. Um crescimentode 315,6% em relação a 1987

a 1995, ou seja, 44,8%, do to-tal de 450 PA, dados tabuladosaté o ano de 2005. Os cincoanos que vão de 2000 a 2005,

sendo dois anos do governo deFernando Henrique Cardoso eos demais no governo de LuizInácio Lula da Silva, respon-dem com 40,8% dos 450 PA’s.

Dialogando com a pri-meira tabela que trata da evo-lução dos PA´s por ano, os da-dos apontam que houve umaretomada de efevação de PA

a parr do governo do Pardodos Trabalhadores, onde fo-ram criados, 109 PA’s, entre osanos de 2003 a 2005, ou seja,

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24,2% do total.

É possível mensurar aterritorialização do campe-sinato na região em debate?Além do elemento sico en-

contram-se representações deendades como a Federaçãodos Trabalhadores Rurais naAgricultura do Pará (FETAGRI)e o MST. As mesmas atuampara que: a) os seus quadrosdisputem assentos no execu-vo e legislavos municipais;b) na construção de coopera-

vas e associações de produ-ção c) criação de organizaçõesde assistência técnica; d) naacessibilidade de polícas deassistência técnica; e) acessi-bilidade a polícas de créditoPRONAF; f) acessibilidade aeducação em níveis funda-mental, médio e superior.

TERRITÓRIO DE CARAJÁS –ESPAÇO DE DISPUTA

Migração, projeto PO-LOAMAZÔNIA2, Garimpo deSerra Pelada, projeto de mine-ração da CVRD3, organização

32. Como políca governamental, oPOLOAMAZÔNIA, lançado na segundametade da década de 1970, consisa

em 14 polos de desenvolvimento. Umpacote com base em incenvos scaise demais esmulos aos pólos de mi-neração como Carajás e Trombetas,dentre outros de diferentes naturezas.Com esses pólos, visava-se à reorgani-zação do espaço regional em benecioda acumulação de capital por meio damineração e da agropecuária (SÁ, 1987;PINTO, 1987; COELHO, 2002).3. A CVRD é uma das maiores minerado-ras do mundo. Foi privazada em 1997,num processo conturbado. Atualmenteparte da sociedade civil organizada emtorno de organizações de trabalhado-res, tenta reverter a privazação. Alémda mineração a empresa tem pautado a

sua política de expansão internacional

em obras de logística de transportes e

e consolidação do movimentocamponês e novas instucio-nalidades, são elementos queatuam no dinâmico processode transformações polícas,

econômicas, sociais da região,em parcular nas décadas de1980 e 1990.

Trata-se de dinâmicamarcada pelo conito, nego-ciações, acomodações, avan-ços e recuos. Tal processo temimplicado em constante alte-ração do espaço sico, na cena

políca e econômica. Como nocaso do reconhecimento polí-co e social da luta campone-sa, através da criação de váriosprojetos de assentamentos ru-rais, e demais polícas públi-cas deles advindos (PRONAF,ATER, PRONERA)4  e alteraçãodo entorno da área de interes-se da CVRD. Antes de avançarno debate, cumpre racarque as polícas geradas noprocesso de Estado de exceção(1964-1985) veram papel es-truturante do território do su-deste do Pará. O planejamen-to estatal era gerido a parrdo planejamento de concep-ção tenocráco-economicista,

e uma visão geopolíca-militardo desenvolvimento nacional,como já atestado em diver-sos estudos, entre eles Ianni(1978), Marns (1989), Coelho(1997) e Hébee (2004).

Nesse sendo, o Progra-ma Grande Carajás ergue-secomo um marco no processo

geração de energia.4. As siglas em resumo tratam de Pro-grama de Apoio a Agricultura Familiar,Assistência Técnica e Educação.

de organização do espaço edenição do território no su-deste paraense. No contradi-tório megaprojeto, atuam Es-tado e iniciava privada. Sob

um contexto de avanço deuma nova etapa do processode produção capitalista, temconferido às empresas mul-nacionais e transnacionais ahegemonia. Becker (1991) en-foca o aspecto autoritário doprograma, no entanto ressaltao papel estratégico do mesmona construção de um projeto

nacional5.

A luta pela terra é umaquestão central na área de in-teresse do nosso estudo, o su-deste do Pará, ou “região deCarajás”, como defendem pes-quisadores, marcada por umadinâmica econômica, social epolíca ímpar.

 Na complexa

realidade, competem

 pelo domínio do espaço

e dos recursos naturais

atores como empresas

de mineração (CVRD), pecuaristas, Estado,

madeireiros, sem terra,

assentados, posseiros e

 garimpeiros.

5. O discurso ocial juscava a inter-venção governamental pela necessida-de de explorar ordenada e sistema-

camente as riquezas da Amazônia numprojeto de escala nacional capaz desuprir o país com divisas para superaro período críco de crise mundial e dedar connuidade ao desenvolvimentoregional (BECKER, 1991, p. 336).

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Lima (1991, p. 353) in-vesga a região e reete que afronteira é por excelência umlocus  que encerra uma varie-dade signicava de proces-sos de criação e apropriação

de valor do espaço. Um espa-ço de estruturação em aber-to, passível a modicaçõesconstantes nas esferas social,políca e econômica. No tra-tado do geógrafo, é a cidade,em detrimento do rural, queexerce o papel de socializaçãodaqueles que auem à região.

A parr de uma ob-

servação que privilegia umaanálise hierarquizada, Lima(1991), confere à CVRD um pa-pel onipresente. Ainda que em1991 a região registrasse ummovimento sindical rural avoque ocupa castanhais, poste-riormente reconhecidos comoprojetos de assentamentos ru-rais, entretanto tais situaçõespassam sem registro do pes-quisador.

A gestão do territóriode Carajás desvenda a essên-cia logísca dos grandes pro- jetos associados à nova ordemcienco-tecnológica. Carajásé um segmento localizado deum conjunto de escala plane-tária, um espaço transnacionalem construção. Os conitos econtradições locais e o cará-ter da gestão da Companhia,autônoma e baseada no sabertécnico-cienco, traduzem-se em disposivos de contro-le que fecham o território deCarajás, transformado-o emverdadeira cidadela (BECKER,

1991, p. 339 e 340).Nas observações deLima (1991) e Becker (1991)sobre a transformação da re-

gião de Carajás, os campone-ses e suas variadas formas deorganização ou são considera-dos frágeis, ou simplesmenteignorados, perspecva quenão se repete quando tratam

dos garimpeiros. A onipresen-ça do Estado e da empresa éo prisma da análise dos pes-quisadores. Hoje se vericana região a territorialização docampesinato negando a tesede inerância da fronteira,onde caberia ao camponês, osimples processo de amansara oresta. Ao contrário, regis-

tram-se em todos os municí-pios sob a responsabilidadeda SR-27 projetos de assenta-mentos.

 A CVRD usa

de um mosaico

de instrumentostécnicos, jurídicos,

e mesmo de

coerção, para a

manutenção da

extensa área que

envolve projetosde mineração,

 ferrovia, porto

e reservas

ambientais.

Inclui ainda a seleção degrupo de assentados para setornar alvo de nanciamentoe assistência técnica no sen-

do de atender às necessidadesimediatas do Núcleo de Cara- jás (ACEVEDO; EMMI, 1997, p.263).

Um exame no mapaevidencia os seguintes terri-

tórios controlados pela CVRD:Floresta Nacional de Carajás(FLONA, 411.948,87ha) Áreade Proteção Ambiental do Iga-rapé Gelado (APA, 21.600ha),Reserva Biológica do Tapirapé(REBIO, 103.000ha), FlorestaNacional do Tapirapé/Aquiri(FLONA, 190.000ha). SegundoSaha (1997), a soma das áreas

de mineração (Carajás, Sosse-go, Salobo, Igarapé Azul, Buri-rana, Igarapé Bahia) da Com-panhia equivale a 193.750 ha,onde são extraídos ferro, co-bre, manganês e ouro.

Coelho (2002, p. 138)observa a dinâmica da região etrata de entorno a essas áreasde efervescente disputa peloespaço periférico da company

town. Para a pesquisadora, oentorno se disngue não sópor sua posição geográca aoredor do centro, mas tambémpela dispersão de sua popula-ção e pelas avidades domi-nantemente rurais. Devido àsgrandes distâncias iniciais doscentros ou cidades regionais jáexistentes, o entorno é o lugarpara onde os centros de mine-ração tendem a se estenderterritorialmente e a limitar ouregular a ocupação. As dispu-tas pela terra ganham ali gran-des proporções. O entorno dasáreas mineradoras passou en-tão a ser visto como área pro-

blema e de radicalização dosmovimentos rurais (ou garim-peiros no caso de Carajás naAmazônia).

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Coelho (2002) e Palhe-ta (2002) chamam a atençãopara a presença camponesacomo agente denidor de usodo território, ainda que nãoaprofundem. Nesse sendo,

cumpre-se salientar que a ter-ritorialização de hoje resultado processo de lutas pretéri-tas. Fruto de ações dos possei-ros, das delegacias sindicais,dos Sindicatos de Trabalhado-res Rurais (STR´s) e das ins-tuições confessionais. Em par-cular na persistência na ocu-pação de terras, bem como a

realização de ações colevas,como os conhecidos Gritos daTerra.

Um dos resultados daforça dos movimentos sociaistem sido a arculação entrediferentes atores sociais como propósito de se denir a or-ganização sócio-espacial dosmunicípios. Esse é o caso doMST, que vem conseguindoterritorializar trabalhadoresrurais sem terra presentes nosmunicípios de Parauapebas,Eldorado dos Carajás e Mara-bá, e do MLT em Curionópolis(PALHETA, 2002).

A disputa pelo controledo território nas terras dos Ca-rajás é sintezada por Palheta(2002, p. 172) que arma queesta

“[...] apresenta-se comoum palco de transformaçõesocasionados por conitos epelos diferentes interesses ge-rados nas negociações para sedenir a gestão do territórioe a resolução dos interesses

contrários e diversos dos ato-res presentes no território deCarajás”.

O contexto nos impinge

a evidenciar uma territoriali-zação do campesinato. A coer-ção pública e privada constamcomo elementos de oposiçãoà ação camponesa. Coerçãoque teve seu auge na década

de 1980, e que prossegue coma eliminação, a prisão ou ações jurídicas contra dirigentes,ação que os setores engajadosna luta pela terra e a reformaagrária chamam de criminali-zação dos movimentos sociais.

Não há dúvida do pa-pel hegemônico na deniçãodas territorialidades que tem

a CVRD no sudeste paraense.Os estudos de Coelho (1997)alertam para o protagonismoda Companhia, seja no con-trole de uma vasta área atra-vés de denição de reservasambientais, seja no processode controle ou cooptação detrabalhadores rurais, como nocaso do Assentamento Gela-do. A autora indica que entreas modalidades de comandodo território da CVRD na re-gião, ocorrem áreas fechadas,orestas nacionais, áreas deproteção ambiental e reservasindígenas, onde a desigualda-de marca o processo entre oscentros de interesse da CVRDe do seu entorno.

Ianni (1995), Chesnais(1996) e Santos (2000), en-tre outros, são categóricos aoanalisar a globalização, quan-do sentenciam do caráter es-tratégico que possui a ciência ea tecnologia no planeta para ocontrole do poder. Nesse hori-zonte é a CVRD que encarna o

elemento que conforma a de-nição do território da região. Éa mesma empresa, através desuas redes de comércio, que

conecta o local com o global.Em oposição os camponesese os garimpeiros tensionam adisputa pelo espaço.O proces-so de inserção do capital naregião induz uma redenição

do espaço sico, econômicoe social. Neste criam-se novasunidades administravas, asoligarquias rurais experimen-tam um reuxo e os campo-neses agudizam o processo deluta pela terra.

Coelho (2002, p. 159)indica que o movimento socialligado à luta pela terra exerce

papel importante na deniçãodo território, desta forma

 [...] recentemente,

os assentamentos do

 INCRA (autônomos

ou vinculados ao MST e à FETAGRI)

modifcaram o

entorno imediato do

território de Carajás

ao longo de um curto

espaço de tempo. Pode-se afrmar que

tais assentamentos

 fzeram da ocupação

deste entorno um

 fenômeno social

e geográfco

espetacular.

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Palheta (2002, p. 183)analisa a arculação entre di-ferentes atores sociais na de-nição da organização sócio-espacial dos municípios da re-gião e sinaliza o caso do MST,

que vem conseguindo terri-torializar trabalhadores ruraissem terra presentes nos muni-cípios de Parauapebas, Eldora-do dos Carajás e Marabá, e doMLT em Curionópolis.

O indígena* é outro atorque atua na denição do ter-ritório. Dados coletados juntoao Instuto Socioambiental

(ISA), indicam em número deoito os povos (ver tabela 3),que vivem em 15 áreas no sule sudeste do Pará, com predo-minância Kayapó em seus vá-rios troncos.

A soma das áreas con-sideradas exclusivas do povoKayapó totaliza 8.880.492 ha(8.880 km), o que equivale a75,4% das terras indígenas daregião. A terceira área em ex-tensão também tem o povoKayapó como um dos povosindígenas que controlam umaárea que se estende a oeste

do estado, nos municípios deAnapu, Altamira e SenadorPorrio.

Conforme os dados doISA a terra indígena é divididacom os povos Araweté e Assu-

rini, 1.650.939 ha (1.650 km),ou seja, 1,4%. Mede 1.124.697ha (1.124 km), a soma das áre-as do povo Parakanã, o queequivale a 0,9% do total deáreas indígenas da região emdebate. Cruzando com outrosdados, pode-se indicar que asáreas indígenas ocupam cercade 4,1% do território.

Tabela 3: Áreas indígenas no sul e sudeste do Pará

POVO NOME DA TERRA MUNICÍPIO   SITUAÇÃO/DATA ÁREA/HA

Parakanã Apyterewa São Félix do Xingu Declarada 22.09.2004 773.000

Parakanã/ Parakanã Novo Reparmento/Itupiranga Homologada 30.10.1991 351.697

Karajá Kapotnhinore Santa Maria das Barreiras Em idenfcação 29.09.2004 ---

KarajáKarajá de Santana

do AraguaiaSanta Maria das Barreiras Homologada 26.12.1991 1.485

Karajá MarandubaSanta Maria das Barreiras (Araguace-

ma/TO)Homologada 20.04.2005 375

Kayapó Badjônkôre Cumaru do Norte/São Félix do Xingu Homologada 24.06.2003 221.981

Kayapó/Mekragno/Me Ngra Mrari

MekragnoSão Félix do Xingu (Altamira/

PA;Matupá e Peixoto de Azevedo/MT)Homologada 29.08.1993 4.914.255

Kayapó/A´Ukre/

Gorone/Kikretum/Kubren Kran Ken/

Kokraimoro

KayapóBannach/Cumaru do Norte São Félix

do Xingu (Ourilândia do Norte)Homologada 30.10.1991 3.284.005

Kayapó Las Casas Redenção /Pau Dárco Declarada 24.11.2006 21.100

Gavião Parkateyé Mãe Maria Bom Jesus do Tocanns Homologada 21.08.1986 62.488

GuaranI M´byá Nova Jacundá JacundáDominial Indígena

29.02.1996424

Assurini do Tocanns Trocará Tucuruí/Baião Homologada 24.11.1982 21.722

Araewté/Assurini do

Xingu/Kayapó Kakaraô/

Parakanã/KayapóXikrin

do Bacajá

Trincheira/BacajáSão Félix do Xingu (Sen. Prorio, Paca-

 já, Anapu e Altamira)Homologada 04.10.1996 1.650.939

Suruí Aikewara Sororó São Geraldo do Araguaia/ São Domin-gos do Araguaia

Homologada 31.08.1983 26.258

Kayapó Xicrin do Cateté Xikrin do Cateté Parauapebas /Água Azul do Norte Homologada 26.12.1991 439.151

TOTAL 11.768.880

Fonte: Organizada pelo autor com base em www.isa.org.br, jul. 2006

 ___________________* Dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) indicam 82 áreas no Pará. Segundo a classicação do CIMI, são sete asmodalidades: registradas: homologadas, declaradas, idencadas, a idencar, reservadas e sem providências.

Cumpre pontuar aindadois processos de redeni-ção territorial da região. Umque abrange sete municípiosdo entorno da barragem deTucuruí, chamado de mosai-co. O Mosaico de Unidades

de Conservação de Tucuruí éo primeiro em implantaçãono País com recursos de com-pensação ambiental. Ele é for-mado pela Área de ProteçãoAmbiental (APA) do Lago deTucuruí (568.667 hectares) e

pelas Reservas de Desenvol-vimento Sustentável (RDS)Alcobaça (29.049 hectares) ePucuruí-Ararão (36.128 hec-tares). As RDS, localizadas namargem esquerda do reserva-tório são conjuntos de ilhas do

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lago habitadas por populaçõestradicionais de pescadores epequenos agricultores.

A APA abrange o ter-ritório dos sete municípioslocalizados no entorno do re-

servatório de Tucuruí. Ao ladodo mosaico de Tucuruí, a APA

de São Geraldo do Araguaia,consagra a Eletronorte comosignicavo ator na deniçãodo território. A área criada em1996 mede 24 mil ha. Pesqui-sadores registraram 113 síos

arqueológicos, onde foramcatalogadas 5.740 gravuras e

pinturas rupestres*. Tal con- junto pode vir a deixar de exis-r caso projetos de hidrelétri-cos sejam implementados nabacia do Araguaia-Tocanns,alertam endades ambienta-

listas.

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*6. A Área de Proteção Ambiental do Lago de Tucuruí, criada em 2002 (lei n. 6451, de 08.04.2002), corresponde a uma área de568.667 ha que engloba em sua totalidade o reservatório da UHE Tucuruí, abrangendo parte dos territórios de sete municípiosda região (Disponível em: www.eln.gov.br. Acesso em: 2006).

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