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  • Histria

    ANDRA ALVES BINDER / RICARDO JDICE CARDOSO

    1 cor preto

    Crise do Sistema Feudal

    I - Introduo ............................................................ 3 II - Gnese e Caractersticas do Sistema Feudal ...... 3III - Apogeu do Feudalismo (Sculos X a XIII) ............ 4IV - Crises do Sculo XIV .......................................... 5 V - Formao dos Estados Nacionais Modernos ..... 6VI - Concluso ........................................................... 6

    Transio Feudal-Capitalista

    I - Introduo ............................................................ 7 II - Expansionismo Martimo Europeu ........................ 7III - Renascimento ...................................................... 9IV - Movimentos Religiosos ..................................... 10 V - Mercantilismo .................................................... 12VI - Absolutismo....................................................... 13

    Sistema Colonial nas AmricasEspanhola e Inglesa

    I - Introduo .......................................................... 14 II - Sistema Colonial na Amrica Espanhola ........... 14III - Sistema Colonial na Amrica Inglesa ................. 15

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    nos.

  • Sistema Colonial no Brasil

    I - Introduo.......................................................17 II - Perodo Pr-Colonial 1500 a 1530 .............17III - Poltica Colonial ..............................................17IV - Economia Colonial ..........................................19 V - Sociedade e Cultura Coloniais .......................20

    Consolidao do Capitalismo e da Ordem Burguesana Europa

    I - Introduo.......................................................22 II - Bases Cientficas e Filosficas do Pensamento Liberal .................22III - Revoluo Gloriosa - Inglaterra - 1688 ..........25IV - Revoluo Francesa - 1789 a 1799 ...............27 V - Perodo Napolenico - 1799 a 1815 ..............31VI - Revoluo Industrial .......................................33

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    3 cor preto

    33333Histria - M1

    CRISE DO SISTEMA FEUDALI - INTRODUO

    Sistema Feudal, ou Feudalismo, representao conjunto de todas as relaes entre as populaesque habitam os grandes lotes de terras (feudos), apartir da queda do Imprio Romano do Ocidente (476),no continente europeu, predominantemente na IdadeMdia. Tais relaes constituem o modo de produofeudal onde o senhor o proprietrio das terras e oservo um prestador de servios gratuitos.

    Cronologicamente, a Idade Mdia divide-se emAlta (sculos V a XI) e Baixa (sculos XI a XV) e,embora presente em outras localidades, este estudorestringe-se vida feudal na Europa Ocidental, ondese encontra o Imprio Romano do Ocidente, em crisea partir das invases brbaras que o vinham destruindodesde o incio da Idade Mdia.

    Mapa 01: A diviso do Imprio Romano

    II - GNESE E CARACTERSTICAS DO SISTEMA FEUDAL

    Um conjunto de crises assola o Imprio Romano do Ocidente, sintetizadas a seguir:

    Crise poltica: excesso de autoridade dos monarcas.

    Crise financeira: elevados gastos da corte e constante aumento de impostos.

    Crise social: violncia urbana, xodo para os meios rurais e desigualdades.

    Crise de abastecimento: queda na produo, elevao dos preos e aumento populacional.

    Crise de emprego: concorrncia com o trabalho escravo.

    Crise militar: dificuldades para manuteno de sua vastido territorial.

    Diante de um conjunto de crises internas e ameaas externas (invases brbaras germanos,rabes e normandos) tem-se a ruralizao da sociedade, onde um grande contingente populacional (servos),busca segurana e proteo junto aos grandes proprietrios de terras (senhores feudais). Desta forma tem-seuma sociedade definida pelas relaes servis de produo.

    As principais caractersticas desta sociedade podem ser sintetizadas da seguinte forma:

    Economia: primria, de base agrcola, natural ( base de trocas) e de subsistncia.

    Sociedade: rural, estamental (clero, nobreza e campesinato), baseada nos privilgios do nascimento,na imobilidade social e nas obrigaes dos servos para com seus senhores.

    Poltica: poder descentralizado (sob os senhores feudais), local (os feudos so unidades auto-suficientes), com laos de suserania e vassalagem (entre os nobres).

    Cultura: teocntrica, com predomnio da Igreja Catlica determinando o modo de vida da sociedade.

    IMPRIO ROMANODO OCIDENTE

    IMPRIO ROMANODO ORIENTE

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    44444 Histria - M1

    III - APOGEU DO FEUDALISMO (SCULOS X A XIII)

    1 - REVIGORAMENTO COMERCIAL

    Com o aumento das reas cultivveis foi gerado um excedente agrcola e, conseqentemente, deu-seo revigoramento comercial. As transaes comerciais tornam-se mais freqentes e a circulao das riquezastambm aumenta. As moedas voltam a fazer parte do cotidiano como forma de facilitar as trocas.

    Com o crescimento comercial tm-se tambm o surgimento e a proliferao de ncleos urbanos(burgos), oferecendo trabalho assalariado e maiores oportunidades de enriquecimento. Este tipo de trabalhoatrai um nmero cada vez maior de pessoas, inclusive servos fugitivos. Nesta transformao econmicasurge a figura do burgus, modificando-se a estrutura social.

    O comrcio externo tambm foi expandido aps o movimento das Cruzadas (sculo XI a XIII). Essasexpedies, catlicas, se organizaram entre os sculos XI e XIII e tinham o carter poltico, econmico ereligioso. Reuniam voluntrios, de servos a nobres, empenhados na expulso dos rabes (muulmanos)invasores da Pennsula Ibrica e na libertao da Terra Santa, no Oriente, da mesma presena muulmana.Deve-se destacar o seu papel na reabertura e dinamizao do comrcio no Mar Mediterrneo com aexpulso parcial dos rabes da Pennsula Ibrica (somente no sc. XV que so totalmente expulsos).

    Desta maneira, as Cruzadas, embora sendo expedies pretensamente religiosas, trazemem si o esprito capitalista que comea a constituir-se. Muitos cruzados, inclusive reis, nobres eclrigos, utilizam a religio como um pretexto para encobrir suas ambies materiais, possveiscom as investidas ao Oriente.

    2 - ROTAS COMERCIAIS

    Com o aumento das atividades feudais e do comrcio no Mediterrneo tem-se tambm o crescimentointra-europeu, seja de produtos locais, seja das especiarias do Oriente. Nesse momento surgem e ampliam-se diversas rotas de comrcio:

    Rota Sul (Mar Mediterrneo): mercadorias do Oriente so levadas Gnova e Veneza e distribudaspara o interior do continente.

    Rota Norte (Mar Bltico e Mar do Norte): comrcio de especiarias locais, destacando-se a cidadede Bruges, na regio da Flandres.

    Rota Intermediria Martima (Oceano Atlntico): ligao entre as rotas do sul e do norte, viaAtlntico.

    Rota Intermediria Terrestre (Feiras de Champanha): ligao entre as rotas do norte e do sul, viaterrestre, utilizando-se o centro europeu.

    Mapa 02: O Comrcio na Baixa Idade MdiaA Evoluo do Comrcio

    Principais cidades

    1- Veneza2- Gnova3- Lisboa

    4- Bruges5- Lubeck

    ATLNTICO

    MAR DO NORTE

    frica

    MAR MEDITERRNEO

    MARBLTICO

    MAR NEGRO

    Rota sulMar MediterrneoRota intermediriaOceano AtlnticoRota norte - Mar Blticoe Mar do NorteLiga Hansetica - reade atuao

    Feiras de Champanha

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    55555Histria - M1

    3 - CORPORAES DE MERCADORES E CORPORAES DE OFCIO

    As corporaes de mercadores surgem da evoluo do comrcio durante a Baixa Idade Mdia.Representam associaes de comerciantes de diversas cidades que visam ao monoplio do comrcio deuma determinada regio, com regulamentaes e propsitos especficos, como a seleo de matrias-primas,fixao de preos e uniformizao de sistemas de pesos e medidas, dentre outros. Seus objetivos levam reduo da concorrncia entre os membros das corporaes, com delimitao de reas de atuao para os mesmos.

    As corporaes de ofcio, mais rgidas que as de mercadores, agrupam artesos regulamentando aatividade artesanal e protegendo o consumidor. Defendem a uniformidade salarial entre profissionais de ummesmo nvel hierrquico, estabelecem o horrio de trabalho, controlam a matria-prima (preos e qualidade),zelam pelo constante aperfeioamento profissional com superiores, prestam assistncia s famlias em casode morte ou acidente com o arteso, sempre visando reduo da concorrncia entre seus membros.

    V-se nas oficinas o trabalho grupal, basicamente manual, eventualmente assalariado (notpico do perodo medieval), mantendo o trabalhador ligado a todas as etapas de produo, at sechegar ao produto final e associando o arteso aos meios de produo (matrias-primas einstrumentais). De sua evoluo surgem as manufaturas e, mais tarde, as indstrias assuntos aserem vistos em unidades posteriores.

    Em sntese, a consolidao do Sistema Feudal na Baixa Idade Mdia justifica-se por:

    IV - CRISES DO SCULO XIV

    A crise do Sistema Feudal, originria do sculoXIII acelerou-se no sculo XIV e manteve-se no sculoXV. Foi uma crise geral, onde todas as estruturasfeudais foram fortemente atingidas.

    No mbito econmico, a crise se manifestou apartir da prtica agrcola predatria e extensiva, tpicado sistema feudal. A ampliao das reas cultivveissem a utilizao de tcnicas adequadas leva aodesgaste da terra, desmatamento e alteraesclimticas, provocando a queda na produo agrcola,de carnes, leite e derivados, ocasionando a fome.

    Diante da crise agrcola os preos dosalimentos sobem e, com isso, as moedas comeam aescassear. a crise monetria atingindo o sistemafeudal.

    Com a queda na produo agrcola tem-se adesnutrio que abriu caminho para as epidemias,como a Peste Negra, que levou a um imenso nmerode bitos e uma diminuio na taxa de natalidade. acrise demogrfica, onde tem-se a reduo drsticada populao europia e a superexplorao da mo-de-obra restante.

    Os servos, diante do aumento das dificuldadesde sobrevivncia, comeam a se revoltar gerando umagrande instabilidade no mbito social. So as rebeliesurbanas (de Gand e Paris) e as camponesas

    (Jacquerie) colocando em risco a j frgil sociedadefeudal. H tambm alteraes nas camadas sociaiscom o recrutamento de eclesisticos em outrossetores sociais que no fosse a nobreza alm decasamentos entre nobres e burgueses.

    Tem-se tambm a crise clerical: um choqueentre o poder temporal dos imperadores e o espiritualdos papas. A Igreja queria um Estado forte paraproteg-la e, ao mesmo tempo, fraco para nosubmet-la. Diante dos abusos cometidos pela Igreja,as crticas comeam a ser externadas, surgindomovimentos de contestaes ao poder catlico.

    Com todo o processo de mudanas nasociedade feudal o homem comea tambm a sequestionar. Processa-se uma mudana na mentalidade,questionando-se o misticismo criado pela Igreja - oTeocentrismo vai dando lugar ao Antropocentrismo. a crise espiritual onde essa insatisfao retratadaprincipalmente na arte e na literatura.

    Como se percebe, ao longo do perodo medievalo prprio sistema feudal vai se descaracterizando,perdendo a sua capacidade de auto-reproduo. Destaforma torna-se necessria a criao de outroselementos capazes de dar continuidade a essasociedade, principalmente tendo em vista os novosinteresses polticos, econmicos, sociais e culturais.

    Expanso econmica dos feudos

    Expanso do comrcio extra-europeu

    Expanso do comrcio intra-europeu

    Surgimento das corporaes

    LIMITE MXIMO DAEXPANSO FEUDAL

    BAIXA IDADE MDIA EUROPA OCIDENTAL

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    66666 Histria - M1

    VI - CONCLUSO

    V - FORMAO DOS ESTADOS NACIONAIS MODERNOSSurgidos em pocas e condies diversas, em

    geral, os Estados Nacionais da Europa Ocidentalsatisfazem as necessidades de uma nobreza feudaltemerria em relao s crises dos sculo XIV e sinsurreies camponesas subseqentes; de umaburguesia que busca a unificao de elementos comomoedas, leis, impostos, que podem facilitar seusnegcios, ampliando seus lucros e do monarca, quepassa a concentrar em torno de si poderes polticos,jurdicos e militares.

    O conjunto dessas necessidades levam formao dos Estados Nacionais Modernos,obedecendo a particularismos, com a centralizaopoltica, onde cada nao, delimitada geograficamente,ter suas leis, costumes, lngua e religio comuns.

    Portugal e Espanha so formados a partir daslutas dos catlicos contra os mouros, para a

    retomada da Pennsula Ibrica. So os chamadosmovimentos de Reconquista, que levam expulsodos muulmanos da regio e formao dos EstadosNacionais Ibricos.

    J a Frana e a Inglaterra se constituemenquanto Estados Nacionais a partir da Guerra dosCem Anos (1337 a 1453). A guerra, longa edispendiosa, provoca um certo sentimento de unioentre cada lado que dela participa nacionalismo alm de enfraquecer as nobrezas envolvidas devidos destruies e mortes. Assim, o sentimentonacionalista canaliza-se no para os senhores feudais,mas sim para os monarcas, que passam a simbolizaro reino e a unio nacional.

    Alemanha e Itlia se unificam tardiamente,somente no sculo XIX, em plena Era Contempornea,assunto a ser visto posteriormente.

    As crises do sculo XIV mostram a fragilidadepoltica do sistema feudal, que se mostrou incapaz deconter e superar a desorganizao econmica que semanifestou na Europa Ocidental.

    A alternativa seria a mudana do perfilpoltico do Estado, onde o reavivamento daautoridade do rei, transformado em seu aliado, umasoluo para a nobreza diante das constantesameaas camponesas e sua incapacidade de fazerfrente s mesmas. Apoiar uma autoridade monrquicaforte o bastante para reduzir as presses camponesassignifica transformar a dividida estrutura poltica dosEstados Feudais em Estados Nacionais Centralizadosem torno de um rei que, em troca do apoio da nobreza,garantia a manuteno dos privilgios feudais classe.

    Simultaneamente centralizao poltica, tem-se a unificao econmica que representa um fatorde desentrave de regras feudais rgidas, facilitando eampliando os negcios da classe burguesa e, porconseqncia, seu lucro. Desta forma, o EstadoNacional Centralizado tambm uma resposta aosanseios econmicos da burguesia. Os burguesesenriquecidos melhoram seu status social e oferecemao rei recursos financeiros fundamentais para areestruturao e reaparelhamento do Estado. Comapoio e o financiamento da burguesia o rei formaexrcitos fortes e permanentes, melhorando o aparatomilitar.

    No campo jurdico, percebe-se o reavivamentodo Direito Romano e a constituio de um corpoadministrativo fortalecedor e legitimador do poder real.

    Desta forma, tem-se:

    A formao dos Estados Nacionais, que representam as modernas naes do continente europeu,produz resultados diversos:

    Manuteno dos privilgios polticos e econmicos para a nobreza feudal.

    Ampliao do poder real.

    Ascenso scio-econmica da burguesia, mesmo sem possuir poderes polticos, o que somenteocorrer em fins da Idade Moderna.

    Base para a transio do Feudalismo ao Capitalismo, inaugurando os Tempos Modernos.

    ESTADOS NACIONAIS

    Centralizao do poder real e doselementos constitutivos do Estado.

    BURGUESIA

    Necessidades: Unificao econmica para ampliao dos

    negcios. Ascenso social.

    NOBREZA

    Necessidades: Manuteno dos privilgios polticos e econmicos

    feudais. Dominao das insurreies camponesas.

    SOLUO

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    77777Histria - M1

    TRANSIO FEUDAL-CAPITALISTAI - INTRODUO

    Entre os sculos XV e XVIII dentro da chamada Idade Moderna, assiste-se a um progressivocrescimento das foras que constituem o Capitalismo, simultaneamente perda de importncia, tambmgradativa, do modo de produo feudal. Tal quadro configura, na Europa Ocidental, o que se denomina TransioFeudal-Capitalista.

    As transformaes pelas quais passa a Europa, com reflexos em suas reas coloniais, so profundase, por vezes, encontram-se fora dos limites dos sculos XV e XVIII.

    As principais transformaes so:

    no mbito poltico: forma-se a maior parte dos Estados Nacionais da Europa, muito dos quaisAbsolutistas, com poderes fortemente centralizados em torno do rei.

    no mbito econmico: surge a Revoluo Comercial e afirma-se economicamente a burguesia,bases para o Mercantilismo; a partir de uma acumulao primitiva de capitais assiste-se evoluo do Capitalismo.

    no mbito scio-cultural: declnio da Igreja Catlica e nascimento de novas Igrejas Crists movimento da Reforma. Tem-se tambm mudanas na forma de pensar do homem que sereflete nas artes, cincias e literatura movimento do Renascimento.

    II - EXPANSIONISMO MARTIMO EUROPEU

    1 - ANTECEDENTESDesde a Baixa Idade Mdia (sculos XI ao XV),

    o comrcio das especiarias faz da burguesia umaclasse rica, numerosa e cada vez mais influente.

    Essa atividade comercial possui uma rotadefinida: as especiarias do Oriente (marfim, seda,porcelana, temperos, etc.) so enviadas aos portosasiticos e africanos do Mar Mediterrneo Constantinopla, Alexandria, Antioquia onde ficamestocadas. Os burgueses europeus dirigem-se a essesportos e de l trazem as especiarias, em geral paraGnova e Veneza, portos italianos que monopolizamo comrcio. Deles, as riquezas orientais sorevendidas para o interior do continente.

    , entretanto, em nvel externo, um comrciolimitado Bacia do Mediterrneo e a presena deportos intermedirios da sia e frica dificulta eencarece essa atividade. A burguesia almeja algomaior: a ida diretamente s ndias, sem utilizar osintermedirios do Mediterrneo.

    Ao lado dessa classe, os soberanos dos novosEstados Nacionais, desejosos de ampliar sua esferapoltica com a conquista de novos territrios, tambm

    se interessam pela expanso extra-continental.

    Desta forma, em fins da Idade Mdia, aburguesia, associando seus interesses aos dasmonarquias nacionais, patrocina e estimula osestudos de mapas e do globo, o aperfeioamento dosinstrumentos e tcnicas de navegao, a construode embarcaes e a criao de escolas de marinheirospara a descoberta de uma nova rota martima que aleve diretamente s ndias.

    As viagens martimas, por transportarem maiorvolume de especiarias, so preferidas em relao sterrestres, visto serem essas mais longas e difceis,dadas as condies naturais precrias para a travessiado continente asitico.

    A Igreja Catlica tambm co-patrocinadoradas grandes navegaes devido ao seu interesse emdivulgar sua religio para alm dos limites doscontinentes.

    Percebe-se que o fortalecimento da burguesia,do Estado e do clero , simultaneamente, causa econseqncia das navegaes.

    2 - AS VIAGENS

    As Grandes Navegaes representam o marco da transio dos Tempos Modernos, cabendo a Portugalo pioneirismo por tal empreendimento, devido aos seguintes fatores:

    presena de uma burguesia atuante.

    apoio tcnico, financeiro e poltico dado aos navegantes pela Dinastia de Avis.

    condies polticas favorveis Portugal o primeiro Estado Nacional constitudo.

    posio geogrfica favorvel, defronte ao Atlntico.

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    88888 Histria - M1

    Em 1453, com a tomada de Constantinoplapelos turcos otomanos, tem-se o acelerar doExpansionismo Martimo Europeu, uma vez que essespovos ameaam dominar os portos intermedirios doMediterrneo no comrcio com as especiarias doOriente. Desta forma torna-se mais urgente chegars ndias atravs do contorno do continente africano.

    Em 1488, Bartolomeu Dias completa a descidado Atlntico Sul, atingindo o Cabo das Tormentas, noextremo sul da frica.

    Cristvo Colombo, em 1492, prope a idas ndias atravs do sentido leste-oeste, pelo Atlntico.Financiado pelos reis espanhis e acreditando terdescoberto um novo caminho para as ndias, acabapor chegar ao continente americano.

    Esse feito acaba por gerar uma curiosa disputaentre portugueses e espanhis: os ltimos afirmamter Colombo chegado s ndias e os primeiros noacreditam na veracidade dessa notcia, preferindo ahiptese de que as ndias esto de fato no lado opostodo globo e que uma nova terra acaba de ser descoberta.

    Considerando-se a fora poltica dos doisreinos e a notvel importncia do objeto disputado, oPapa Alexandre VI, chamado a intervir, apresenta em1493 uma sugesto para pr fim s controvrsias:seria traada, por intermdio da Bula Inter-Coetera,uma linha imaginria situada a 100 lguas a oestedas ilhas de Cabo Verde, no Atlntico, com as terras direita dessa linha pertencendo aos portugueses e sua esquerda pertencendo aos espanhis.

    A proposta recusada pelos portugueses que,em 1494, propem e obtm a assinatura do Tratadode Tordesilhas, com a linha divisria a 370 lguas aoeste de Cabo Verde.

    Em 1498, Vasco da Gama, a servio da coroalusitana, completa o contorno da frica, atingindo as

    Portugal, ao iniciar o Expansionismo martimo, acredita que o melhor caminho para se chegar sndias atravs da descida do Atlntico e a subida do ndico, fazendo-se o priplo africano. A primeiraviagem deu-se em 1415, quando os portugueses chegam a Ceuta, no norte da frica.

    BARTOLOMEU DIASCRISTVO COLOMBOVASCO DA GAMAPEDRO LVARES CABRALFERNO DE MAGALHES

    verdadeiras ndias. Essa viagem resulta emextraordinrios lucros para o governo portugus coma revenda direta das especiarias orientais, alm depr fim polmica em torno da viagem de Colombo.

    Outro feito portugus se deu com a viagem dePedro lvares Cabral que, em 1500 realiza umaexpedio com o duplo objetivo de chegar ao Brasil es ndias, de forma intencional.

    Finalmente, em 1519, encerra-se o ciclo dasprincipais navegaes com a viagem de Ferno deMagalhes, a servio da Espanha. Essa viagem aprimeira volta ao mundo (circunavegao) registradanum percurso de trs anos, durante o qual o prprionavegante morre, combatendo nativos nas ilhasFilipinas (oceano Pacfico).

    BULA INTER - COETERA

    TRATADO DE TORDESILHAS

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    99999Histria - M1

    3 - CONSEQNCIAS DO EXPANSIONISMO

    - Mudana na principal via martima comercial: do Mediterrneo para Atlntico.- Ecloso da Revoluo Comercial.- Grande fluxo de metais preciosos para a Europa gerando enorme onda inflacionria Revoluo dos

    Preos.- Desenvolvimento do sistema bancrio, dado o volume de negcios e moedas.- Crescimento do Sistema Capitalista, que evolui da forma de Pr-Capitalismo de fins da Idade Mdia

    para a de Capitalismo Comercial na Idade Moderna.- Enriquecimento da classe burguesa (mercantil).- Formao de novas idias e prticas econmicas na Idade Moderna (Mercantilismo).- Descoberta e explorao das colnias nas Amricas, sia e frica (Colonialismo ).- Ampliao do poder real (Absolutismo).- Propagao do catolicismo nas colnias.- Divulgao dos valores europeus pelo mundo, desrespeitando as culturas nativas nas reas coloniais.- Desenvolvimento do conhecimento cientfico europeu.

    III - RENASCIMENTO

    1- ANTECEDENTES E CONCEITO

    IDADE MDIA

    - Teocentrismo - Apego vida espiritual

    IDADE MODERNA

    - Antropocentrismo - Apego vida terrenaX

    Durante o perodo medieval a Igreja Catlicaconstitui-se na mais poderosa das instituies,exercendo sobre as pessoas notvel influncia. Areligiosidade e a crena em suas idias fazem do clerouma classe rica e forte. Sua influncia se faz notar nopoder poltico dos Papas, na acumulao de terras edinheiro e na determinao dos padres artsticos,literrios e cientficos. A cultura medieval, dessa forma,se apia no Teocentrismo (Deus como centro douniverso).

    Ao chegar a Idade Moderna, o crescimento davida urbana e da atividade comercial fortalece a classeburguesa. Sua mentalidade materialista e capitalistacomea a contagiar as pessoas em geral, que vo se

    tornando pecadoras e mais distantes dos padresde comportamento exigidos pela Igreja. A culturamoderna se apia, ento, no Antropocentrismo(homem como centro do universo).

    Portanto, ao se comparar o mundo modernocom o medieval, conclui-se que o primeiro evidenciao homem e os valores materiais que o cercam navida terrena, enquanto o ltimo privilegia os valoresespirituais e religiosos. Essa diferena se reflete naarte, na cincia e na literatura da Idade Moderna,adaptando-as aos novos tempos, fazendo surgir da oRenascimento Cultural na verdade, uma culturade transio desses valores.

    2 - RAZES DO PIONEIRISMO ITALIANO

    A Itlia rene condies propcias, mais que qualquer outra nao europia, para iniciar o movimentorenascentista. So elas:

    - monoplio comercial do Mediterrneo exercido por suas cidades na Baixa Idade Mdia, o quetorna sua burguesia forte e numerosa, capaz de impor padres culturais;

    - tradio clssica, com a presena no pas de grande nmero de obras da antigidade;

    - ensino universitrio de carter mais prtico e utilitrio, o que possibilita a formao e desenvolvimentoda mentalidade materialista e cientfica;

    - contribuio cultural dos sbios bizantinos, que fogem para a Itlia aps terem seu territrio invadidopelos turcos;

    - apoio dado aos artistas e literatos pelos mecenas (protetores das artes e letras), tais como banqueiros,prncipes e at Papas;

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    1010101010 Histria - M1

    - bero dos primeiros humanistas, como Petrarca, Dante e Bocaccio;

    - sede da Igreja e bero das contestaes dos padres ditados por essa Instituio, devido aos seusabusos.

    3 - CARACTERSTICAS DO RENASCIMENTO

    - Humanismo: valorizao da figura humana na terra.- Materialismo: valorizao dos aspectos materiais da vida terrena, como o dinheiro, as descobertas,

    o estudo e a natureza.

    - Individualismo: desligamento das imposies de comportamento da Igreja Medieval o homemtorna-se mais independente e voltado para si.

    - Ceticismo: descrena na religiosidade medieval e nos valores impostos pela Igreja.- Racionalismo: valorizao da razo em substituio f.- Hedonismo: prazer pela vida e satisfao pelos progressos e descobertas.- Classicismo: inspirao no passado clssico (Grcia e Roma).- Elitismo: origem burguesa (elitista) do movimento.- Mecenato: apoio fornecido pelos mecenas aos letrados e artistas.

    123 Esquema de propores

    Como ilustrao: a Gioconda de Leonardo da Vinci - a renovao esttica com a valorizao da noode perspectiva mostrada em evoluo e a noo de claro-escuro.

    IV - MOVIMENTOS RELIGIOSOS

    1 - REFORMA

    Sabe-se que, durante a Idade Mdia, a Igreja Catlica se destaca por certas prticas abusivas, que lhedo prestgio e riqueza. So elas:

    - venda de indulgncias;

    - venda de cargos eclesisticos;

    - venda de relquias sagradas (simonia).

    Vrias so as crticas que surgem em relao a esse procedimento, todas elas rebatidas pela Igrejacomo heresias ou coisas do demnio, que merecem ser punidas com a morte na fogueira.

    Entretanto, a Idade Moderna, bastante contaminada pelo esprito burgus, materialista e capitalista,no comporta tais idias e as crticas Igreja se avolumam.

    nesse perodo, em especial no sculo XVI, que cresce o movimento religioso mais organizadocontra a Igreja Catlica, marcado pelo aparecimento das novas Igrejas Protestantes, o qual sedenomina Reforma.

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    1111111111Histria - M1

    A- Causas Gerais da Reforma

    - abusos cometidos pela Igreja Catlica, nas esferas poltica, econmica e cultural;

    - ambio poltica e econmica dos reis, sobre o poder e as riquezas do Papa;

    - reao burguesa s proibies de lucro exagerado, impostas pela Igreja.

    B- Luteranismo (Alemanha)

    o monge agostiniano Martinho Lutero o iniciador de fato do movimento reformista da Idade Moderna,na Alemanha, sua terra natal.

    O pioneirismo da Alemanha explicado pelos seguintes fatores:

    - a Igreja Catlica detm das terras do pas;

    - a descentralizao poltica (a Alemanha se forma como Estado Nacional apenas no sculo XIX),levando os nobres a ambicionarem as terras da Igreja;

    - o aumento da venda de indulgncias na regio.

    Em 1517, Martinho Lutero afixa porta de sua igreja, em Wittemberg, as clebres 95 teses luteranas,nas quais denuncia e condena com veemncia as irregularidades da Igreja.

    Em 1520, pelo seu procedimento, condenado pelo Papa Leo X e queima publicamente a Bula deCondenao, sendo, por isso, excomungado da Igreja Catlica. Traduz a Bblia para o alemo e estabelece asbases para uma nova doutrina religiosa. Em fins dos anos 20, Lutero j goza de grande prestgio e seusensinamentos atingem vrios estados.

    Temendo uma expanso maior da nova seita, Carlos V, rei alemo, convoca a Dieta de Spira, em 1529,permitindo o luteranismo apenas nos estados que j o haviam adotado. Lutero, pretendendo a divulgao emmais estados, protesta e seus adeptos so chamados, a partir da, de protestantes.

    Em 1530, um colaborador de Lutero, Felipe de Melanchton, redige os fundamentos da nova religioluterana, na Confisso de Augsburgo. So eles:

    - designao da f (e no das boas obras) como nica fonte de salvao;

    - fim do celibato clerical;

    - condenao das prticas abusivas da Igreja Catlica (venda de indulgncias, de cargos eclesisticos,de relquias);

    - livre interpretao da Bblia;

    - preservao de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia;

    - fim da hierarquia eclesistica;

    - condenao da transubstanciao e aceitao da consubstanciao;

    - supremacia do Estado sobre a Igreja o que garante a simpatia de vrios monarcas para a causa deLutero.

    A reao de Carlos V uma guerra aberta contra os luteranos, que se unem na Liga de Smalkade, decarter poltico-religioso-militar. O conflito chega ao fim com a Paz de Augsburgo, em 1555, determinando atolerncia nova Igreja.

    Est fundado o Luteranismo, primeira seita da Igreja Protestante.

    C - Calvinismo (Sua)

    Joo Calvino, em 1534, na Sua, publica olivro Instituies da Religio Crist, base da IgrejaCalvinista.

    Segundo Calvino, apenas alguns privilegiadosso predestinados por Deus ao Reino dos Cus(Teoria da Predestinao Absoluta) e o sinal divinodessa predestinao a boa situao material efinanceira do indivduo.

    Essa teoria contou com enorme aceitao daclasse burguesa que v no Calvinismo uma justificativae um incentivo para o lucro inexistentes no Catolicismo,

    j que a Igreja Catlica no admite ganhos exagerados.

    Embora estimulador claro das prticascapitalistas, o Calvinismo se mostra rigoroso quantoa outros princpios: nos dias santos proibido jogarcartas, danar, comemorar ou at trabalhar; Deus,mais que um misericordioso um soberano. Comreligio elitista, espalha-se pela Sua, Holanda,Frana, Inglaterra e Esccia. Nessas trs ltimasnaes, seus adeptos recebem as denominaesespecficas de huguenotes, puritanos e presbi-terianos, respectivamente.

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    1212121212 Histria - M1

    E - Conseqncias da Reforma

    - Quebra da unidade catlica, com o surgimento das novas Igreja protestantes.- Ampliao do poder dos reis (Absolutismo), livres da interferncia poltica da Igreja Catlica e

    dominadores de parte das terras e riquezas do clero.- Estmulo ao capitalismo burgus, incentivado sobretudo pelo Calvinismo.- Reao da Igreja Catlica aos protestantes, a qual denomina-se Contra-Reforma.

    2 - CONTRA-REFORMA

    Movimento religioso do sculo XVI, caracterizado pela reao da Igreja Catlica face expanso doprotestantismo. tambm denominada Reforma Catlica.

    As principais aes da Igreja Catlica, no sentido de conter o avano do protestantismo, so:- Criao da Cia. de Jesus, em 1534, por Incio de Loyola, para maior divulgao do catolicismo

    na Europa e nas colnias.- Reabertura do Tribunal da Inquisio, responsvel, desde a Idade Mdia, pela condenao

    fogueira de milhares de indivduos, muitos inocentes, por crimes de heresia e feitiaria.- Realizao do Conclio de Trento (1545-1563) determinando a:

    conteno de certos abusos venda de indulgncias. publicao do Index proibio de leitura de diversos livros.

    V - MERCANTILISMO

    1 - DEFINIO

    Conjunto das teorias e prticas econmicas vigentes na Europa, na Idade Moderna.

    2 - PRINCPIOS GERAIS

    Visando ao fortalecimento da classe burguesa e dos Estados Nacionais surgem as seguintes teoriasmercantilistas:

    - Metalismo: acmulo de metais preciosos pelo Estado;- Colonialismo: explorao colonial;- Balana Comercial Favorvel: incentivo s exportaes e conteno das importaes;- Intervencionismo estatal na economia: ao econmica coordenada pelo rei.

    3 - FORMAS PARTICULARES E SUAS CARACTERSTICAS

    Portugal e Espanha: Metalismo ou Bulionismo

    - Acmulo de metais preciosos busca nas reas coloniais;

    - No prioridade para as atividades manufatureiras.

    Frana: Industrialismo ou Colbertismo- Acmulo de metais preciosos;- Balana comercial favorvel:

    desenvolvimento das manufaturas internas (siderurgia, artigos de luxo); aumento da competitividade dos produtos franceses no mercado internacional; protecionismo.

    D - Anglicanismo (Inglaterra)A Igreja Anglicana criada na Inglaterra

    caracterizando a ambio poltica do rei HenriqueVIII da Dinastia Tudor e seu desejo de romper relaescom a Igreja Catlica, libertando-se da interfernciapapal no pas.

    A ruptura oficial se d com o Ato deSupremacia, assinado em 1534 por Henrique VIII, quese auto-proclama papa da nova Igreja, ficando assim

    notrio o carter absolutista de seu governo. OAnglicanismo consolidado no pas no reinado deElisabeth I, sua filha com sua 2 esposa, representandouma mescla de protestantismo, no que se refere aofim da subordinao a Roma, e do catolicismo, noque se refere manuteno de vrios dogmas da IgrejaCatlica, to enraizada no esprito ingls.

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    1313131313Histria - M1

    Inglaterra: Comercialismo

    - Acmulo de metais preciosos;- Supervit comercial:

    proibio de certas importaes; desenvolvimento da marinha mercante; estmulo produo em geral; concesso de monoplios Cias. de Comrcio, para explorao colonial.

    Obs.: Frana e Inglaterra, devido ausncia de colnias produtoras de ouro e prata, acumulam metaiscom a venda de seus produtos a outras metrpoles, como Portugal e Espanha.

    4- CONSEQNCIAS DO MERCANTILISMO

    - Desenvolvimento do sistema capitalista atravs do princpio metalista, vital para o incio da RevoluoIndustrial no sculo XVIII;

    - Crescimento dos negcios mercantis, industriais e bancrios, fazendo enriquecer ainda mais aclasse burguesa;

    - Fortalecimento dos Estados Nacionais, econmica e politicamente, exaltando-se o nacionalismo;- Explorao crescente das colnias;

    - Surgimento, no final dos tempos modernos, do pensamento Liberal, de oposio ao Mercantilismo.

    VI - ABSOLUTISMO

    1 - DEFINIO

    Entende-se por Absolutismo a excessiva concentrao de poderes em torno dos reis dos EstadosNacionais Europeus, sobretudo nos sculos XVI e XVII. a expresso poltica do Estado Moderno coexistindocom o Mercantilismo, sua expresso econmica. Constitui com este, e com as reminiscncias feudais aindapresentes, o chamado Antigo Regime.

    2 - CAUSAS

    A centralizao poltica se constitui a partir das seguintes razes:- Interesse econmico da burguesia na formao de um Estado centralizado.- Necessidade de a nobreza feudal rearranjar um aparelho de Estado que permita classe combater

    as revoltas camponesas em suas terras, alm da manuteno de suas regalias polticas.- Conquista e explorao de colnias fortalecendo os tesouros reais e ampliando seu poder poltico.- Expanso comercial, sobretudo com a Revoluo Comercial.- Inspirao no Direito Romano, que justifica a existncia de reis fortes.- Aumento do volume de impostos.- Movimento cultural renascentista e movimento religioso reformista, que enfraquecem a Igreja

    Catlica.- Poltica econmica mercantilista, ao pregar a necessidade do intervencionismo estatal para o

    progresso econmico da nao.- Idias dos tericos defensores do Absolutismo.

    3 - DEFENSORES DO ABSOLUTISMO

    As principais teorias absolutistas da Europa Moderna so:- a Teoria do direito divino dos reis, segundo a qual o rei um representante de Deus. Seus maiores

    representantes so Jacques Bossuet e Jean Bodin.- a Teoria do Contrato, pela qual estabelecido um contrato moral entre o rei e seus sditos,

    onde esses outorgam grandes poderes ao primeiro. Seus principais representantes so Hugo Grotiuse Thomas Hobbes Hobbes chega a admitir que o Estado forte um mal necessrio.

    Destaca-se ainda como um defensor do Absolutismo o italiano Nicolau Maquiavel, que afirma seremilimitados os poderes do rei, desde que seus objetivos sejam voltados para a grandeza do Estado ( Os finsjustificam os meios).

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    1414141414 Histria - M1

    SISTEMA COLONIAL NAS AMRICASESPANHOLA E INGLESA

    I - INTRODUOO Sistema Colonial na Amrica, como tambm

    na frica e na sia, insere-se no contexto da formaode uma ordem capitalista na Europa Ocidental, a partirda poca da Transio Feudal-Capitalista.

    Trata-se de um elemento de sustentao dasprticas mercantilistas e das teorias absolutistas dasmonarquias europias. O Colonialismo garante smetrpoles expanso da autoridade poltica de seusreis aos territrios colonizados; aumento do fluxo dematrias-primas Europa; ampliao do mercadoconsumidor para seus artigos; tendncia ao supervitcomercial com a imposio do Pacto Colonial; maiorafirmao econmica da burguesia como classe e do

    Capitalismo, como sistema dominante.Os particularismos do colonizador ou da regio

    colonizada produzem os tipos de colonizao: deexplorao, caracterstico das Amricas Espanholae Portuguesa e de povoamento, tpico da AmricaInglesa.

    Nos dois tipos de colonizao percebe-se umasubmisso ou destruio das civilizaes autctones(indgenas), atravs de diversos mecanismos e, numasituao tpica da Amrica Latina, a ao de dominaoda Igreja Catlica, que busca a dominao do nativocom os ensinamentos da cultura europia em trocade submisso.

    II - SISTEMA COLONIAL NA AMRICA ESPANHOLA

    A espada, a cruz e a fome iam dizimando a famlia selvagemPABLO NERUDA

    1- ECONOMIA E SOCIEDADE

    A base econmica da colonizao espanholana Amrica o extrativismo mineral (ouro e prata).A obteno dos metais preciosos imprime uma formade colonizao que se torna totalmente predatria aosinteresses dos nativos, motivando a conquista militar,os saques de fortunas entesouradas h sculos, aimposio dos valores europeus, a destruio e amorte das famlias indgenas e de sua cultura. Trata-se da colonizao de explorao.

    Destaca-se a minerao de prata no Mxico,no Peru e na Bolvia (cidade de Potosi). A exploraomineral mais intensa diretamente proporcional spilhagens e destruies das civilizaes nativas.

    Nem todas as reas da Amrica Espanhola,porm, so ligadas ao extrativismo mineral. Chama-se a ateno para a pecuria, na regio do Prata, epara a agricultura de produtos tropicais de exportao,na regio do Caribe.

    Quanto ao tipo de trabalho, embora haja aescravido africana nas Antilhas, destinada produo da lavoura de exportao, predomina otrabalho compulsrio do indgena, existente nasmais variadas formas. Destacadamente, tem-se:

    - a encomienda: os colonizadores podemutilizar-se dos servios dos nativos, semremunerao, desde que os protegessem eos catequizassem, pagando ainda um tributo Coroa Espanhola.

    - o repartimiento ou mita: os espanhispodem exigir o trabalho indgena nas maisvariadas atividades, em troca de salrio, nonecessariamente em moeda.

    Monta-se dessa forma a empresa colonial.Acrescente-se que a sociedade colonial privilegia osbrancos, nascidos ou no na Espanha, visto que otrabalho braal destinado aos nativos e aosafricanos. A sociedade torna-se hierarquizada,aristocrtica e racista.

    Observa-se a seguinte diviso social:

    - Chapetones (Guachupines): espanhis,representavam a elite econmicadetentora dos poderes polticos e dosmais elevados postos da administraocolonial;

    - Criollos: brancos, nascidos na Amrica.Possuem privilgios econmicos (terrase minas), mas no polticos;

    - Negros: escravos vindos da frica,desprovidos de qualquer privilgio;

    - ndios: grupo mais numeroso e base desustentao da empresa colonial.Trabalham em funes diversas,sobretudo na minerao.

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    1515151515Histria - M1

    2 - POLTICA

    Inicialmente a conquista da terra feita por particulares. So os chamados adelantados e recebemda Espanha amplos poderes para governar territrios conquistados. Exercem funes vitalcias, civis e militares.Com a expanso territorial e a abundncia das riquezas, a Coroa anula as concesses aos particulares. Nasegunda metade do sculo XVI, surgem rgos espanhis sediados na Amrica ou na metrpole, entre osquais:

    - a Casa de Contratao, com sede em Sevilha, que regulamenta a atividade comercial;

    - o Conselho Supremo das ndias, que dispe sobre assuntos de ordem legislativa, militar, jurdica ereligiosa.

    Do ponto de vista administrativo, a Amrica Espanhola divide-se em quatro Vice-Reinos, situados emterritrios de grande valor econmico, e em vrias Capitanias Gerais.

    Funcionam ainda as Audincias, tribunais de justia com crescentes atribuies, e os Cabildos,cmaras municipais, para cuidar da administrao local dos municpios.

    No se pode perder de vista o desempenho poltico da Igreja, sempre ao lado da Coroa, exercendo como Estado um poder que vai da dominao dos ndios ao controle da educao e do ensino, inclusive universitrio.

    III - SISTEMA COLONIAL NA AMRICA INGLESA

    A partir de 1620, a colonizao da Amrica doNorte ganha impulso por uma circunstncia especficado momento por que passa a Inglaterra: perseguiespolticas e religiosas, durante o governo dos Stuarts,que provocam a fuga de milhares de famlias puritanaspara o continente. Outro aspecto particular o xodorural crescente no pas, vitimando camponeses queperdem suas terras no processo conhecido comoCercamentos muitos dirigem-se aos centros

    urbanos e, diante das precrias condies de vida,mudam-se para a Amrica, onde trabalham comoservos de contrato.

    A colonizao inglesa na Amrica possui ocarter de povoamento, defesa e crescimento darea colonial e possui uma poltica mais liberalizantepor parte de sua metrpole: a Negligncia Salutar,que garante um certo auto-governo (self-government)aos colonos.

    Diviso poltico-administrativa da Amrica Espanhola

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    1616161616 Histria - M1

    1- COLNIAS DO NORTE

    (New Hampshire, Massachussetts, Connecticut,Rhode Island)

    As Colnias do Norte (regio da NovaInglaterra), com um clima semelhante ao europeu,envolvem-se em atividades no agrcolas.Predominam as pequenas propriedades, o trabalhofamiliar (no escravo), as manufaturas, a construonaval e a pesca. Prospera a burguesia e desenvolve-se o comrcio com as colnias do Sul, as Antilhas ea frica (Comrcio Triangular).

    2- COLNIAS DO SUL

    (Virgnia, Gergia, Carolina do Sul, Carolina do Norte)

    A diferena climtica em relao Europa atrai os colonizadores do sul para a atividade agrcola,baseada na grande propriedade exportadora (plantation) e utilizadora da mo-de-obra escrava. Dos cultivosdiversos, destaca-se o algodo, exportado sobretudo para a Inglaterra. A sociedade sulista rgida ehierarquizada.

    3- COLNIAS DO CENTRO

    (Nova York, Pensilvnia, Nova Jersey,Delaware, Maryland)

    Apresentando aspectos scio-econmicos semelhantes s reas donorte e do sul, sobretudo do norte, ascolnias do centro tm como atividadesde destaque a cultura do trigo, o comrciode peles e uma crescente manufatura.

    Salienta-se, no centro, a fundaoda cidade de Nova Amsterdam, hojeNova York, por colonos holandeses.

    As Treze Colnias inglesas na Amrica do Norte

    FONTE: NARO, NANCY PRISCILLA. A FORMAO DOS ESTADOS UNIDOS. SO PAULO: ATUAL, 1991. P.15.

    Uma das formas desse comrcio pode ser assim resumida: osamericanos buscam nas Antilhas o melao para ser transformadoem rum e levado frica para ser trocado pelos escravos, queseriam mandados Amrica.

    O Comrcio Triangular

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    1717171717Histria - M1

    II - PERODO PR-COLONIAL 1500 A 1530

    Durante o perodo pr-colonial a Coroa portuguesa envia ao Brasil algumas expedies exploradoras,sem que houvesse, contudo, a preocupao com a efetiva ocupao nas novas terras, uma vez que asatenes estavam voltadas para o comrcio das especiarias asiticas.

    So caractersticas marcantes dessa poca:

    - extrao do pau-brasil carter predatrio;- utilizao da mo-de-obra indgena, obtida por meio do escambo;- presena de feitorias (armazenagem de madeira) na costa;- presena de franceses no litoral, sem caracterizar uma invaso.

    Com o declnio do comrcio oriental, a preocupao portuguesa com a vinda dos franceses, a ausnciade povoados e a ambio por metais preciosos tem-se a primeira expedio colonizadora, chefiada porMartim Afonso de Sousa, em 1530. Cabe a ele a fundao da primeira vila, So Vicente, em 1532 e o incioda distribuio de sesmarias (lotes de terras) aos que se dispusessem a cultiv-las.

    SISTEMA COLONIAL NO BRASILI - INTRODUO

    A constituio do Sistema Colonial no Brasil,como no restante da Amrica, um desdobramentoda implantao de uma ordem capitalista na EuropaOcidental.

    No caso brasileiro, o interesse da metrpole mais intenso pela cana e pelo ouro, devido valorizao desses produtos no mercado externo e crescente situao de dificuldades financeiras eeconmicas de Portugal.

    V-se, aqui, o Colonialismo tradicional, baseadono monoplio (Pacto Colonial) e na escravido negra,com uma organizao poltica marcada por um graucada vez mais elevado de centralizao, em Lisboa.

    Destaca-se tambm a ao dos jesutascatlicos no trabalho de catequizao (submisso)dos nativos e imposio dos padres culturaiseuropeus terra.

    Apesar de tudo, a acumulao de capitais emPortugal no permite um desenvolvimento estruturalda metrpole, o que leva dependncia com aInglaterra. As necessidades portuguesas refletem-seno Brasil, onde o fiscalismo e a tributao chegam anveis insuportveis, sobretudo no sculo XVIII, pocada minerao, levando a explorao da Colnia aograu mximo. Essa situao provoca o questionamentoda prpria existncia do sistema colonial, por parteda populao brasileira.

    III - POLTICA COLONIAL

    1 - CAPITANIAS HEREDITRIAS DESCENTRALIZAO

    Como forma de facilitar o povoamento, a defesa e a explorao doterritrio o rei portugus, D. Joo III cria a primeira diviso poltica internana Colnia, entre os anos de 1534 e 1536. Esse objetivo apenasparcialmente cumprido, uma vez que somente as Capitanias dePernambuco e So Vicente prosperam, devido, sobretudo, ao xito dalavoura aucareira.

    A administrao das Capitanias entregue a portugueses de umapequena nobreza, os Capites Donatrios que, ao se dirigirem ao Brasil,recebem da Coroa Portuguesa dois documentos: a Carta de Doao(normas administrativas) e o Foral (direitos e deveres).

    Coroa cabe o monoplio sobre vrias riquezas coloniais, mas concedido ao donatrio o direito de doar sesmarias, o que atraiportugueses de baixa renda.

    As Primeiras Capitanias Hereditrias

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    2 - GOVERNO GERAL INCIO DA CENTRALIZAO

    Com o intuito de aperfeioar (e no substituir) o Sistema de Capitanias Hereditrias, os GovernadoresGerais dirigem-se Colnia a partir de 1549, incio da administrao de Tom de Sousa e poca da fundaode Salvador, primeira capital.

    O carter centralizador e burocrtico evidencia-se ainda na criao de cargos auxiliares:

    - ouvidor-mor: responsvel pela justia;- provedor-mor: arrecadao e fiscalizao dos impostos;- capito-mor: defesa do litoral.

    3 - UNIO IBRICA DOMNIO ESPANHOL (1580-1640)

    Em 1580, aps disputas pelo trono portugusque ficara vago sem um herdeiro direto, assume aCoroa Portuguesa o rei espanhol Filipe II. Inicia-se aDinastia Filipina, perodo que se estende at 1640.Pelo Juramento de Tomar (1581) Filipe II assume ocompromisso de preservar relativa autonomia aPortugal e suas colnias.

    Durante essa Unio Ibrica, do ponto de vistapoltico, assiste-se supresso, na prtica, da Linhade Tordesilhas, e diviso interna do Brasil, em 1621,com a criao do Estado do Brasil e do Estado doMaranho.

    Percebe-se a importncia, nesse perodo, dasinvases holandesas: a primeira, fracassada (Bahia,1624) e a segunda, com xito (Pernambuco, 1630).Os holandeses, desde o sculo XVI, dividem os

    negcios aucareiros com os portugueses no Brasil,sendo sua participao fundamental para ocrescimento da exportao do acar. Os espanhis,inimigos polticos e religiosos dos flamengos, probemsua presena na colnia, o que explica as invasesno Nordeste. Destaca-se o desenvolvimento alcanadopela regio, sobretudo durante a administrao deMaurcio de Nassau (1637 a 1644), na produoaucareira (inclusive com o financiamento paraconstruo e recuperao de engenhos) e naurbanizao. Os holandeses, protestantes, inovam,ainda, permitindo a liberdade de culto.

    Em 1640, os portugueses recuperam a Coroacom o movimento da Restaurao, e a Dinastia deBragana assume o trono de Lisboa. o fim da UnioIbrica.

    4 - PS-RESTAURAO INTENSIFICAO DA CENTRALIZAO

    A partir de 1640, Portugal inicia um longo perodo de dificuldades. A explorao espanhola nos anosanteriores, a luta contra os holandeses no Nordeste (expulsos em 1654), a impossibilidade de reimpulsionar aeconomia aucareira sem o capital flamengo e a concorrncia com o acar das Antilhas so fatores queexplicam a crise portuguesa. Na segunda metade do sculo XVII, j notria a dependncia para com osprodutos ingleses.

    Disso explica-se, ento, o acirramento do trato poltico-administrativo com a Colnia, intensificando atributao e o fiscalismo. sintomtica a criao do Conselho Ultramarino em 1647, com sede em Lisboa,centralizando toda a administrao colonial.

    As Cmaras Municipais (ou de Vereana) so os nicos rgos representativos da populao colonial,pois seus membros, chamados homens-bons, so escolhidos pelos brasileiros. Entretanto, no representam,de fato, toda a populao, uma vez que o direito da escolha recai para quem possui renda uma minoriapopulacional.

    5 - ERA POMBALINA APOGEU DA CENTRALIZAO

    O pice da centralizao poltica da Colnia e, por conseqncia, do controle metropolitano, ocorreentre 1750 e 1777, durante a administrao reformista do Marqus de Pombal, ministro do rei D. Jos I.

    Principais obras:

    - extino das ltimas Capitanias Hereditrias;

    - fim do Estado do Maranho;

    - criao de Cias. de Comrcio para concesso de monoplios;- criao de novos impostos;- transferncia da capital, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro;- expulso dos jesutas, de Portugal e suas colnias, em 1759, levando laicizao do ensino.

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    1919191919Histria - M1

    IV - ECONOMIA COLONIAL

    1 - CARACTERSTICAS GERAIS

    A economia colonial caracterizada pelo predomnio do latifndio monocultor, escravista e dependentedo mercado externo. Sob o Pacto Colonial, o Brasil submete-se a leis rgidas ditadas pela Metrpole, comoa proibio de manufaturas em territrio colonial, restando a exportao de produtos primrios, bem aceitosno continente europeu.

    - especializada- primria- exportadora- capitalista- dependente

    ECONOMIA COLONIAL

    2 - CANA-DE-ACAR

    Assiste-se grande importncia da lavoura aucareira para a Colnia, nos sculos XVI e XVII, sobretudono litoral nordestino. Esse produto, trazido em 1530 pela expedio de Martim Afonso de Sousa, atrai portugueses,que vo se constituir, muitos deles, nos senhores de engenho, proprietrios de latifndios monocultores,representando a elite colonial.

    O xito da lavoura aucareira resultado dos altos preos do acar no mercado externo, do clima esolo favorveis, da presena da mo-de-obra escrava africana, alm da j mencionada participao holandesa.

    O declnio da economia aucareira est associado sada dos holandeses do Brasil em 1654, concorrncia com o acar flamengo das Antilhas e ao progressivo deslocamento do eixo econmico daColnia para a regio centro-sul, desde fins do sculo XVII, devido s descobertas de ouro.

    3 - PECURIA

    O gado bovino introduzido na Colnia, com a chegada doprimeiro Governador-Geral e estabelece-se, inicialmente, no litoralnordestino, para sustento dos engenhos. Posteriormente, com aCarta Rgia de 1701, deslocado para o Serto, devido aos atritospor terras envolvendo criadores de gado e plantadores de cana.

    Importncia geral da pecuria na colonizao do Brasil:

    - deslocamento populacional para o interior;

    - atividade subsidiria da lavoura aucareira e da minerao(alimento, transporte, fora motriz e vesturio);

    - utilizao da mo-de-obra indgena, no escrava;

    - desbravamento e integrao das regies Nordeste, Centroe Sul da Colnia;

    - abastecimento do mercado interno (exceo ao carterexportador).

    4 - MINERAO

    A minerao tpica do sculo XVIII, nasregies de Minas Gerais, Gois e Mato Grosso. Asprimeiras descobertas de metais preciosos devem-se s entradas e bandeiras, expedies quecontribuem tambm para o desbravamento do Brasil-Central. A captura de escravos foragidos e ndios poressas expedies fazem nascer, posteriormente, um

    bandeirantismo denominado Sertanismo de Contrato.Em sua fase inicial, o ouro explorado por

    faiscadores e encontrado em aluvies. O trabalho simples e o garimpeiro isolado e nmade. Na faseposterior, das lavras, o ouro mais abundante e otrabalho mais tcnico, exigindo mais organizao,capital e escravos, nas minas e subsolo.

    Cana-de-acar

    Drogas do serto

    Minerao

    Pecuria

    rea de Ocorrnciade Pau-brasil

    Riquezas do Sculo XVIII

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    2020202020 Histria - M1

    O ouro, encontrado durante a vigncia dopensamento mercantilista, atrai muitos portuguesespara o Brasil e, momentaneamente, vai amenizar acrise financeira pela qual passa a Metrpole.

    Atrados pelo fluxo de riquezas que chega Pennsula Ibrica, oriundo de suas colnias, aInglaterra passa a oferecer vrios produtosmanufaturados em troca de tais riquezas, em formade tratados comerciais sempre vantajosos para osbritnicos, aumentando a dependncia das metrpolesibricas em relao s naes mais fortes.

    O Tratado de Methuen (1703) um bomexemplo disso. um acordo bilateral entre portugueses,que fornecem vinhos mais baratos e ingleses quevendem manufaturados tambm a preos mais baixos.Como conseqncia disso, os manufaturados ingleses,de valor comercial mais elevado, so adquiridos porPortugal que no consegue pag-los. O ouro brasileiro,remetido a Londres, salda a dvida parcialmente. Essesmanufaturados ingleses impedem o florescimento dasmanufaturas portuguesas, aumentando ainda mais adependncia para com a Inglaterra.

    Conseqncias da minerao para a vida colonial:

    - deslocamento do eixo econmico da Colnia do Nordeste para o Centro;- mudanas nas fronteiras nacionais, com o surgimento de novas provncias: Minas Gerais,

    Gois e Mato Grosso;- aumento da imigrao portuguesa;- intensificao da vida urbana e de suas atividades caractersticas;- surgimento da classe mdia;- predomnio do trabalho livre, embora no interior das minas ainda predomine a escravido;- maior mobilidade social;- sociedade mais democrtica e menos aristocrtica que a aucareira;- aumento da fiscalizao portuguesa (cobrana do quinto, da derrama, surgimento das Casas de

    Fundio).

    5 - OUTRAS RIQUEZAS

    Embora menos significativas no que diz respeito ao impacto sobre a vida colonial, devem-se mencionarainda como riquezas da Colnia:

    - algodo, sobretudo no Maranho (sculo XVIII) devido ao consumo da indstria txtil inglesa, noincio da Revoluo Industrial, e guerra da Independncia dos Estados Unidos o que reduz,temporariamente, a produo americana.

    - tabaco, principalmente na Bahia, utilizado para se praticar a troca pelo escravo africano que sedirige ao Brasil.

    - drogas do serto, especiarias da Floresta Amaznica, exploradas pela mo-de-obra indgena,nos aldeamentos jesuticos.

    V - SOCIEDADE E CULTURA COLONIAIS

    1 - SOCIEDADE COLONIALPode-se, de forma esquemtica, apresentar um paralelo entre as principais sociedades da Colnia, a

    aucareira e a mineratria, como se segue:

    PRINCIPAIS SOCIEDADES DA COLNIA

    Alta

    Mdia

    Baixa

    MINERATRIA

    Ricos Mineradores Altos funcionrios da administrao

    Mineradores Funcionrios Pblicos Comerciantes Clero Militares

    Escravos Livres

    Senhoresde Engenho

    Escravos

    AUCAREIRA

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    2 - ESCRAVISMO NEGRO

    Os escravos africanos representam a mo-de-obra mais numerosa da Colnia. A razo fundamentalest no extraordinrio lucro que o trfico negreiro representa para a Metrpole.

    Muitos negros trazidos para o Brasil j haviam passado pela experincia da escravido na frica,dominados nas lutas inter-tribais. Aprisionados, so trocados por tabaco, cachaa, rapadura, armas, etc. echegam em pssimas condies de transporte, nos navios negreiros, onde muitos morrem antes dodesembarque.

    Quando adquiridos pelos patres, so colocados nas mais variadas atividades, alm da produo:atividades domsticas, prostituio, mendicncia, amas-de-leite, dentre outras.

    Ao sentimento de medo e insegurana diante da transformao de suas vidas mistura-se a revolta,associada a fugas. De escravos foragidos surgem os quilombos, sendo o de Palmares (1630-1695), o maisfamoso. Sua organizao desafia o poder branco por 65 anos, sendo destrudo pelas bandeiras denominadasSertanismo de Contrato, de Domingos Jorge Velho, contratado pelos grandes senhores de engenho.

    3 - NO-ESCRAVIZAO DO NATIVO

    Um conjunto de fatores leva no-escravizao do indgena do Brasil, diferentemente do que ocorre naAmrica Espanhola.

    Podem ser mencionados: o carter nmade e livre da vida do nativo, o tipo fsico mais fragilizado, adificuldade de captura, alm de todas as vantagens apresentadas pelo trfico do africano. Alm disso, deve-se destacar a proteo dada ao ndio pelos padres, que no permitiam a sua escravizao, o que,paradoxalmente, no vale para o negro.

    Deve-se salientar que a no adaptao do ndio ao trabalho escravo no pode ser considerado, poisningum se adapta escravido, sendo o negro obrigado a ela.

    4 - AO JESUTICA

    Os jesutas tinham a incumbncia, na Colnia, de:

    - chefiar as misses aldeamento de ndios;

    - converter os nativos cultura europia;

    - controlar a educao, o ensino e a cultura dos ndios;

    - submeter o ndio dominao branca.

    5 - BARROCO MINEIRO

    Em razo da minerao, o crescimento populacional e urbano no sculo XVIII acarreta manifestaesartsticas e literrias, sobretudo na regio das Minas. Uma dessas manifestaes o Barroco Mineiro.

    Para se entender o processo de urbanizao pelo qual passa a rea mineradora no Brasil Colniadeve-se entender a diversidade econmica local. Isso faz com que profissionais liberais atuem em diversasfunes, como artfices e artistas. Quanto maior o grau de criatividade desses profissionais, melhor aposio que ocupam no interior da sociedade, mesmo sendo mulatos - a sociedade da poca extremamenteracista.

    A arte religiosa desse perodo obra essencialmente de artistas leigos, sem a rigidez e o formalismoda arte produzida pelas congregaes religiosas eclesisticas, uma vez que o clero regular fica proibido deentrar na regio das minas por volta de 1710. Dessa forma, a atuao das Irmandades (associaes deleigos) se faz presente. Elas divulgam a religiosidade barroca, que via na morte a conduo para a vidaeterna a morte vista como forma de salvao e de igualdade social.

    AUCAREIRA MINERATRIASculos XVI e XVII Sculo XVIII

    Litoral nordestino Brasil - Central

    Vida rural tpica Maior urbanizao

    Ausncia de classe mdia Presena de classe mdia

    Predomnio de escravos Predomnio de trabalho livre (na Colnia)

    Ausncia de mobilidade Maior mobilidade

    Aristocrtica e patriarcal Mais democrtica

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    CONSOLIDAO DO CAPITALISMO E DAORDEM BURGUESA NA EUROPA

    I INTRODUO

    A transio feudal-capitalista, de fins da IdadeMdia at fins da Idade Moderna, caracterizada peloEstado centralizado e intervencionista, nos planospoltico e econmico. Simultaneamente ao crescentepoder do Estado, a burguesia afirma-se como classe eo Capitalismo evolui como sistema.

    A partir dos sculos XVII e XVIII, na Europa,assiste-se consolidao da burguesia e doCapitalismo. Portanto, a classe burguesa questiona ederruba o Estado centralizado e interventor da EraModerna, edificando-o sobre as bases do pensamentoliberal, no campo poltico e econmico.

    As revolues liberais da Inglaterra, no sculoXVII, e da Frana, no sculo XVIII, conduzem aburguesia ao poder poltico, ao mesmo tempo em quereafirmam o seu poder econmico. A Revoluo Indus-trial, a partir do sculo XVIII, mais que um conjunto detransformaes tcnicas, tambm contribui para aconstituio de uma ordem liberal-burguesa nocontinente.

    As repercusses na Amrica, sob a forma docolapso do Sistema Colonial, vistas como mani-festaes do Liberalismo nas Colnias, sero objetode estudo de outras unidades.

    II BASES CIENTFICAS E FILOSFICAS DO PENSAMENTO LIBERAL

    1 A REVOLUO CIENTFICA DO SCULO XVII

    O desenvolvimento das cincias e, par-ticularmente, do uso da razo, permite o surgimentoda Revoluo Cientfica do sculo XVII, questionadoradas tradicionais instituies baseadas no autoritarismo(o Estado Centralizado) e na f (a Igreja Catlica). Taisidias encontraro na burguesia, nos sculos XVII eXVIII, o respaldo necessrio para sua difuso, servindode base para o pensamento liberal, poltico e econmico,que ir alterar significativamente o Estado Moderno.

    Historicamente, v-se na Idade Mdia, odomnio poltico-cultural da Igreja Catlica ditando o

    pensamento e a cincia: acredita-se na extra-terrenidade da vida; a f supera a razo; exalta-se aespiritualidade; divulgam-se as idias da Antigidade,de Aristteles e Ptolomeu: o universo concebidopela vontade divina; a Terra no se move e est nocentro do universo (geocentrismo), com os planetasgirando em seu redor, atravs de rbitas circulares; aexperimentao desnecessria para se chegar aconcluses cientficas; os movimentos so intrnsecosaos corpos (inexiste, portanto, a crena nas forasnaturais, apenas nas divinas).

    Ao longo da Idade Moderna, um conjunto de fatores altera o pensamento e a cincia europia:

    os contatos com povos extra-europeus, como rabes e chineses, permitem o conhecimento de importantesinventos, como o astrolbio e a bssola, fundamentais para as Grandes Navegaes;

    as necessidades advindas das Grandes Navegaes fazem evoluir a cartografia e a construo deembarcaes;

    a inveno da imprensa faz difundir as idias e o conhecimento com muito mais facilidade;

    a Reforma estimula alguma liberdade de pensamento na medida em que critica o autoritarismo, os abusos ea cultura catlica da Idade Mdia;

    o Estado Centralizado necessita da cincia para seus empreendimentos e modernizaes, como a melhoriadas armas de guerra, das embarcaes para fins comerciais, dos rendimentos agrcolas e do extrativismomineral;

    o Renascimento, ao valorizar o homem e a vida, permite um maior contato com a natureza (naturalismo) ea crena na possibilidade de cada vez mais conhec-la, domin-la e alter-la. Alm disso, o racionalismorenascentista fundamental para a evoluo cientfica vindoura.

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    Tecnologia N ITAPECURSOS

    Um grande nmero de personagens renascentistas colaboram para o avano cientfico na Era Moderna,ilustrando o que se mencionou: Nicolau Coprnico, polons, no sculo XV, atravs da teoria do heliocentrismo, afirma ser o Sol, e no a

    Terra, o centro do universo, embora acredite nas rbitas circulares dos planetas; Tycho Brahe, dinamarqus, no sculo XVI, afirma que os corpos celestes so mutveis; Johannes Kepler, alemo, tambm no sculo XVI, descreve como sendo elpticas as rbitas dos corpos

    celestes; Galileu Galilei, italiano, nos sculos XVI e XVII, ao lado de diversos inventos, sugere o mtodo experimen-

    tal para as cincias: observaes e experimentaes so necessrias para se chegar a concluses egeneralizaes.

    A partir dessa linha evolutiva, o sculo XVII (fase posterior do Renascimento) assiste contribuio demais importantes personagens para a cincia:

    Isaac Newton, ingls, prope uma revolucionria mecnica celeste, descrevendo movimentos na terra e nocu, a partir da ao de foras naturais (e no divinas), como a gravitao universal, e expressando-asmatematicamente.

    Francis Bacon, ingls, baseando-se em Galileu, lana o mtodo indutivo ou experimental para formulaode leis;

    Ren Descartes, francs, explicita o mtodo dedutivo, pelo qual, sem necessariamente utilizar experincias,pode-se pensar, investigar e deduzir, com base na razo, com o auxlio de teorias matemticas.

    O que se percebe pela descrio da evoluo da cincia at se atingir o sculo XVII

    O gradual questionamento das verdades da Igreja Catlica, ensinadas desde a Idade Mdia, baseadasna f, e sua substituio pelos fundamentos cientficos, baseados na razo, e no conhecimento.

    Como desdobramento do que se mencionou, o sculo XVII reserva um importante questionamentofilosfico: sendo o universo regido por leis naturais e o homem um membro do universo, por que no defendertambm a existncia de leis naturais para a poltica e a economia?

    Fica, dessa forma, lanado

    o gradual questionamento do intervencionismo do Estado, tpico da Era Moderna, caracterizado peloAbsolutismo e pelo Mercantilismo, e sua substituio pelo Estado Liberal, marcado pela reduo dointervencionismo, no campo poltico e econmico.

    2 O ILUMINISMO DO SCULO XVIII

    Com base no racionalismo da Revoluo Cientfica e no xito do liberalismo das Revolues Inglesas dosculo XVII estas descritas no prximo captulo filsofos, quase sempre oriundos da classe burguesa,explicitam, ao longo do sculo XVIII, um conjunto de idias contrrias ao Antigo Regime do perodo moderno.

    Assim, o sculo XVIII fica conhecido como o Sculo das Luzes, ou da Iluminao, ou ainda, doIluminismo.

    Em linhas gerais, representam fundamentos do Iluminismo:

    combate autoridade do Estado Absolutista e a todas as suas formas de represso poltica;

    combate ao intervencionismo econmico do Estado Mercantilista;

    combate represso cultural da Igreja (sobretudo a Catlica);

    defesa da liberdade de pensamento, expresso e crena religiosa;

    fim do privilgio do nascimento, que deve ser substitudo pelo do trabalho (defesa do enriquecimento lcito eda propriedade);

    defesa da igualdade civil dos cidados: todos os homens tm o direito de usufruir das liberdades eoportunidades, sem infringir a lei (a igualdade, nesse caso, no atinge a distribuio igualitria dasriquezas base do pensamento socialista, apenas no sculo XIX);

    defesa do liberalismo econmico em todas as suas formas de manifestao;

    defesa da diviso dos poderes;

    crena na existncia de uma Constituio.

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    Tecnologia ITAPECURSOS

    Uma vez mais, chama-se a ateno para o carter burgus de tais pensamentos. Os tericos do pensa-mento liberal vm, em geral, dessa classe. Suas teorias so expostas a seguir e importante contextualiz-los:

    Tericos do Liberalismo Poltico

    (Fins do sculo XVII e ao longo do sculo XVIII; surgem aps o xito da Revoluo Gloriosa da Inglaterra,com John Locke; inspiram a Revoluo Francesa do sculo XVIII)

    John Locke

    O Estado deve apenas garantir os direitos naturais dos sditos (vida, liberdade e propriedade). O abusode um monarca motivo para o povo destitu-lo do poder. De todos os poderes, o Legislativo (dos representantesdo povo) o mais importante mas no ilimitado.

    A defesa da propriedade como direito natural demonstra o carter burgus de seu pensamento, o foi seguido por outros pensadores.

    Montesquieu

    O poder do Estado deve ser reduzido atravs da maior atuao dos 3 poderes Legislativo, Executivo eJudicirio. Porm, no devem existir abusos entre seus componentes e um poder deve conter os demais Teoria dos Freios e Contra-pesos. Defende a separao e a delimitao dos poderes, bem como sua harmonia.

    Voltaire

    Defensor da liberdade individual e da tolerncia intelectual No concordo com uma s palavra doque dizeis, mas defenderei at a morte o vosso direito de diz-lo. Ataques radicais s instituies organizadas,como o Estado e a Igreja. Extremamente sarcstico, torna-se um defensor dos injustiados, pregando, comvoracidade, o livre-pensamento.

    Rousseau

    Romntico defensor da justia social, das liberdades, do fim da tirania, determina que o mundo bom omundo primitivo (volta ao primitivismo), uma vez que o homem nasce bondoso e livre e a civilizao o perverte.Imagina, com romantismo, uma sociedade pura, onde o povo, em sua maioria, designa poderes para um soberanoagir em seu nome (democracia) atravs de um contrato. Por isso, o poder de um Estado democrtico ilimitado.

    Como se observa, ao contrrio dos demais iluministas, no defende as liberdades burguesas e sim aspopulares (prega inclusive a propriedade privada como origem das desigualdades) e despreza a razo,valorizando o sentimento.

    Enciclopedistas

    Organizadores da Enciclopdia coletnea de 35 volumes contendo vrios pensamentos de liberais esistematizando a filosofia iluminista. Destacam-se como enciclopedistas: Diderot, DAlembert, dentre outros.

    Tericos do Liberalismo Econmico

    (Segunda metade do sculo XVIII; surgem logo aps o incio da Revoluo Industrial da Inglaterra,inspirados nas transformaes provocadas pela mesma, sobretudo no que diz respeito grande acumulao decapitais)

    So considerados princpios liberais bsicos para a economia, defendidos pelos pensadores explicitados adiante:

    A economia regida por leis naturais (como a da oferta e procura, por exemplo). No h, portanto, anecessidade do intervencionismo estatal nos negcios econmicos.

    Livre-iniciativa (individualismo econmico).

    Livre-concorrncia.

    Livre-cambismo (redues nas taxas alfandegrias para estmulo ao comrcio internacional).

    Defesa da propriedade particular.

    OBS. A expresso francesa Laissez-faire, laissez-passer simboliza o pensamento liberal, mostrando anecessidade de um Estado no intervencionista.

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    Escolas Liberais-Capitalistas Sculo XVIII

    Escola Fisiocrata ou Francesa Principal representante: Franois Quesnay. A agricultura a nica atividade, de fato, produtiva. A terra a principal fonte de riqueza. Defesa de um capitalismo liberal e agrrio.

    Escola Clssica ou Inglesa Principal representante: Adam Smith. O trabalho a principal fonte de riqueza. Defesa da diviso e especializao do trabalho. Obra: A Riqueza das Naes 1776.

    Obs.: A Escola Clssica apresenta diversos seguidores, como o que se segue:

    Robert Malthus

    Em sua teoria da populao, afirma que a populao cresce em progresso geomtrica (1, 2, 4, 8, 16,32...), enquanto a disponibilidade de alimentos cresce apenas em progresso aritmtica (1, 2, 3, 4, 5, 6...).Assim, a escassez de alimentos, no futuro, levar a humanidade fome.

    Soluo do problema: guerras, epidemias, etc., que reduzam a populao, ou a diminuio do nmero defilhos por casal, por isso, considerado um economista clssico pessimista.

    3 MANIFESTAES E SIGNIFICADO DO LIBERALISMO

    As idias burguesas, consagradas por grandeparcela da populao europia, iniciam-se na Inglaterrae atingem seu apogeu na Frana no sculo XVIII.

    As teorias liberais se sobrepem aoautoritarismo do Estado, por vrias ocasies, atravsda luta armada, nas Revolues Liberais ou Atlnticas.As primeiras so as Revolues Inglesas ainda nosculo XVII, precedendo os principais pensadoresliberais; a mais consagradora a Revoluo Francesa.O pensamento liberal se frutifica tambm nas Amricassob a forma de movimentos de independncia ARevoluo Americana que liberta os Estados Unidosdo domnio ingls o primeiro deles.

    Em todos os casos, os movimentos soessencialmente burgueses, embora com participaopopular. O seu xito leva a classe a ocupar posiespolticas at ento nas mos apenas dos reis despticose de uma nobreza parasitria.

    A ascenso poltica da burguesia nessasdiversas revolues consolida seu status financeiro:o Liberalismo (Econmico e Poltico) uma das

    causas da exploso capitalista do mundo contempo-rneo e simultaneamente uma exigncia desse capitalismo.Uma vez no poder, os burgueses criam as condiespolticas e econmicas necessrias ecloso do grandemovimento da Revoluo Industrial.

    Em alguns pases, onde a burguesia apresentamenor expressividade, a reduo do poder absolutistad-se a partir da iniciativa dos prprios reis (reformado Estado, pelo prprio Estado), temeroso deinsurreies populares que pudessem destitu-los,influenciados pela onda liberal. Trata-se da adoo deprincpios iluministas, sem que os monarcas abram modo centralismo (o povo est excludo do poder e aburguesia recebe apenas algumas concesses). A essemovimento, tpico do sculo XVIII, d-se o nome deDespotismo Esclarecido. So exemplos de dspotasesclarecidos: Jos II da ustria, Frederico II da Prssia,Catarina II da Rssia, Jos I de Portugal e Carlos III daEspanha.

    Faz-se, a seguir, uma apresentao dasprincipais Revolues Liberais.

    III REVOLUO GLORIOSA INGLATERRA 1688

    1. INTRODUO

    D-se o nome de Revoluo Gloriosa aomovimento ingls de 1688-89 que, a partir da lideranaburguesa, pe fim ao absolutismo no pas, ampliandoos poderes do Parlamento.

    Entretanto, deve-se entender tal revoluo nocomo um fato isolado da histria da Inglaterra, e simcomo o culminar de movimentos que se sucedem aolongo do sculo XVII contra o Absolutismo Monrquicoreinante at ento e conhecidos globalmente como

    Revolues Inglesas (aqui, destaca-se, alm daRevoluo Gloriosa citada, tambm a RevoluoPuritana da dcada de 40, base para as lutas de1688-89).

    O xito das Revolues Inglesas inspira opensamento liberal no pas, sobretudo com John Locke,no final do sculo XVII. No sculo seguinte, as idiasso levadas ao restante da Europa, sobretudo para aFrana, inspirando outros movimentos.

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    2. ANTECEDENTES

    As Revolues Inglesas devem ser compreendidas a partir de diversas transformaes econmicas esociais por que passa o pas, incompatveis com a situao poltica vigente.

    Tem-se, no incio do sculo XVII:

    1) Um rpido crescimento econmico-financeiro da burguesia, a partir da acelerao do modo de produodo setor manufatureiro, conjugado com a intensificao das relaes comerciais, inclusive com ascolnias, durante a Idade Moderna.

    2) A afirmao da Igreja Anglicana, incorporando as antigas terras da Igreja Catlica, distribudas entrea burguesia e a gentry (recente nobreza de status que se opunha aos pares, nobreza tradicionallatifundiria, de razes feudais e identificados com a monarquia absolutista).

    3) Um agravamento das diferenas sociais, gerando conflitos de natureza poltica, pelos interessesantagnicos que se chocam. Tem-se como exemplo, de um lado, os pares, e, de outro, diversos grupos,alguns novos, como a burguesia, a gentry, e os yeomen, (pequenos e mdios proprietrios rurais) eos jornaleiros (trabalhadores rurais ou urbanos que vendem seu dia de servio).

    4) A implantao de uma estrutura absolutista de governo, pela Dinastia dos Stuarts, no poder a partirde 1603, com os reinados de Jaime I e Carlos I. O poder centralizado, o governo autoritrio e osprivilgios concedidos aos pares so incompatveis com as reivindicaes da burguesia em ascensoe dos grupos que se consideram marginalizados na sociedade. Tais grupos clamam por mudanas e ocaminho pressionar os Stuarts atravs do Parlamento. Assim, observa-se uma crescente divergnciaentre o Parlamento, com interesses anti-absolutistas, e o rei. Diante dos protestos dos parlamentares(sobretudo burgueses), o Parlamento dissolvido por Carlos I, agravando as tenses.

    Esses antecedentes explicam a ecloso da Revoluo Puritana (1640-49) contra Carlos I. O quadro aseguir apresenta as diferenas bsicas entre os lados envolvidos.

    3. REVOLUO PURITANA (1640-49)

    Exrcito do Rei X Exrcito do Parlamento(Cavaleiros) (Cabeas-Redondas)

    Chefe: Carlos I

    Defesa do Anglicanismo e do Catolicismo

    Governo Absolutista

    Chefe: Oliver Cromwell

    Defesa das Igrejas Puritana e Presbiteriana (Religies seguidaspelos parlamentares burgueses)

    Governo anti-absolutista (Defesa do Parlamentarismo)

    Em 1649, Carlos I deposto e Cromwell assume o poder na Inglaterra.

    4. 1649 A 1658 GOVERNO CROMWELL Proclamao de uma Repblica ditatorial. Desenvolvimento da marinha britnica. Vitria na guerra naval contra os holandeses. Questo da Irlanda matana de catlicos oposicionistas na Irlanda. Publicao do Ato de Navegao de 1651, determinando que o comrcio entre a Inglaterra e as suas colnias

    deve ser efetuado em barcos ingleses (Observa-se a plena vigncia das idias mercantilistas).

    OBS.: Com a morte de Oliver Cromwell, em 1658, assume o governo seu filho Ricardo. Fraco e sem talentoadministrativo, deposto em 1660 pelos Stuarts, que retornam ao poder.

    5. 1660 A 1688 VOLTA DOS STUARTS CARLOS II E JAIME IIA volta dos Stuarts explicada, sobretudo, pelo carter autoritrio do governo Cromwell e pelo temor das

    elites (nobreza e burguesia) diante da ameaa de radicalizao revolucionria proposta pelos niveladores(levellers), que propunham o voto universal e a rediviso das propriedades.

    Carlos II e Jaime II, sobretudo o ltimo, mantm muitas das caractersticas absolutistas de seusantecessores, o que gera em 1688 uma reao mais organizada e incisiva sobre o ento monarca Jaime II,deposto pela burguesia. O governo entregue a Guilherme de Orange (Guilherme III) num movimento conhecidocomo Revoluo Gloriosa.

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    6. 1688 A 1689 REVOLUO GLORIOSAAo assumir o governo ingls com a Revoluo Gloriosa, Guilherme III jura a Declarao dos Direitos,

    que determina: Aprovao pelo Parlamento das contas reais. Apenas o Parlamento cria novos impostos. Liberdade de imprensa. Autonomia do Poder Judicirio. Garantia das propriedades pelo Estado (exemplificando o carter burgus do movimento). Catlicos afastados do trono.

    Significado

    Queda dos Stuarts e fim definitivo do absolutismo ingls.

    1 Revoluo Liberal que alcana xito. Adoo, com a ascenso de Guilherme III, do Parlamentarismo, modelo no qual o governo se transfere do

    rei para o chefe do Parlamento (1 Ministro). Tem-se, dessa forma, o rei como Chefe de Estado e o 1Ministro como Chefe do Governo (O rei reina e o Parlamento governa).

    Revoluo Burguesa, considerando que a classe ocupa os postos parlamentares. A burguesia, conseguindo os poderes polticos at ento nas mos de monarcas absolutistas, cria condies

    para o desenvolvimento das atividades capitalistas no pas (controladas pela classe) e para a ecloso, nosculo seguinte, da Revoluo industrial afirmao do liberalismo-econmico estudada em captulo pos-terior.

    Embora alguns tericos iluministas j vivessem poca da Revoluo Gloriosa, a partir de seu xito que oliberalismo poltico e econmico so edificados dentro do sculo XVIII, conforme j mencionado.

    IV REVOLUO FRANCESA 1789 A 1799

    1. ANTECEDENTES

    A Frana pr-revolucionria governada por Lus XVI, da famlia absolutista dos Bourbons, h muito nopoder, e conhece uma diviso social assim estabelecida:

    Sociedade francesa

    1 Estado Clero2 Estado Nobreza

    3 Estado

    AltaBaixaBurguesia

    ArtesosCamponesesSans-culottes

    A respeito dessa diviso deve-se, mencionar:

    1) Clero e nobreza representam os estados privilegiados, estando isentos do pagamento de impostos(esses recaem apenas sobre o 3 Estado) e recebendo de Lus XVI ajudas financeiras sob a forma depenses que sustentam seu grandioso e inconseqente luxo.

    2) O 3 Estado, oprimido e menos favorecido, representa quase toda a populao de um total aproximadode 25 milhes de habitantes, cerca de 24,5 milhes esto nessa classe. Calcula-se que em certasocasies os impostos chegam a 80% do total dos ganhos dos habitantes.

    3) A burguesia difere da nobreza sobretudo porque no possui privilgios polticos, embora tenha emmuitos casos, boa situao econmica.

    4) Os camponeses nos meios rurais, e os sans-culottes, nos meios urbanos, simbolizam o grande contrasteeconmico-social do sistema; sem qualquer privilgio, vivem oprimidos e miserveis.

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    5) Lus XVI, absolutista, embora moralmente fraco e administrativamente incapaz, , ao lado do 1 e 2Estados, o smbolo da arrogncia e do parasitismo do sistema possuidor de uma vida de pompas eregalias. Em seu governo, despreza os problemas nacionais e aprofunda a misria e o descontentamentodo 3 Estado.

    A partir do que se mencionou, pode-se concluir que a Revoluo Francesa:

    a luta do 3 Estado por melhores condies de vida, contra os privilgios do rei, clero e nobrezaliderada por uma classe rica, culta e tambm desejosa de mudanas: a burguesia.

    Explica-se que a Revoluo Francesa uma revoluo burguesa, pois

    liderada e financiada pela burguesia, que conduz as massas populares e ao seu final passa a deter opoder poltico, impondo nao um Estado liberal e mais capitalista.

    2. CAUSAS GERAIS DO MOVIMENTO

    Absolutismo da Dinastia dos Bourbons.

    Incapacidade administrativa de Lus XVI.

    Gastos exagerados da Corte.

    Elevada dvida externa, contrada, por exemplo, durante a Guerra dos Sete Anos (1756-63) contra a Inglaterra.

    Injusto sistema tributrio, no qual somente o 3 Estado paga os impostos.

    Misria popular desigualdades de classes

    Sobrevivncia dos privilgios feudais, como a explorao do campons em contraste com a opulncia danobreza fundiria.

    Manuteno da ordem econmica mercantilista, sobretudo o intervencionismo estatal, contra a qual se voltaa burguesia.

    Influncia das idias iluministas, sobretudo do liberalismo poltico e econmico.

    Ambio poltica da classe burguesa para, uma vez no poder, consolidar sua posio capitalista.

    OBS.: Em 1787 convocada pelo rei, a pedido de seu Ministro Necker, uma Assemblia de Notveis cujainteno estender os impostos ao clero e nobreza, dada a grave crise financeira do pas. A tentativa frustrada pela recusa dessas classes em compartilhar o nus que recaa apenas sobre o 3 Estado.Assiste-se, inclusive, de 1787 a 1789 a uma Revoluo Aristocrtica ou Nobilirquica, altamenteconservadora, na qual a nobreza protesta junto ao Estado Absolutista, o que contribui para abalar asbases desse Estado. Em 1789, convocada a Assemblia dos Estados Gerais, para tratar daquesto tributria, com representantes dos trs estados assim distribudos:

    dos membros 3 Estado (maior representatividade por ser mais populoso).

    dos membros 2 Estado.

    dos membros 1 Estado.A votao dos impostos enfrenta um obstculo: o 3 Estado pretende a votao por cabea (individual),

    pois sabe que ter o apoio de alguns padres e nobres. 1 e 2 Estados exigem a votao por classe (um voto porEstado). Criado o impasse, o rei no determina a soluo e o 3 Estado se retira da sesso sob protesto,marchando para as ruas para dar incio ao processo armado da Revoluo. Tem-se, portanto, no fracasso daAssemblia dos Estados Gerais a causa imediata do movimento.

    3. FASES DA REVOLUO

    OBS.: Embora comumente dividida em quatro fases, pode-se observar a sua diviso em apenas trs. Nessecaso, englobam-se as duas primeiras fases em uma nica, dado o carter moderado de ambas. Vai-seconsiderar, entretanto, a diviso mais conhecida, em quatro etapas. Muitos consideram ainda o PerodoNapolenico como um continuador da Revoluo Francesa e uma etapa da mesma de fato nesseperodo tem-se a consolidao das conquistas burguesas da Revoluo, embora sob uma ditadurapoltica de Napoleo, o que nega os princpios do liberalismo poltico dessa mesma Revoluo.

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    1 Fase: 1789 a 1791

    Assemblia Nacional Constituinte

    Proclamao pelo 3 Estado de uma Assemblia Nacional Constituinte. Aes revolucionrias firmadas:

    Tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789 priso de presos polticos, smbolo da prepotncia real. Criao da Guarda Nacional, chefiada por Lafayette. Movimentos camponeses, contra os privilgios reinantes o radicalismo desses movimentos faz

    nascer na Frana a onda do Grande Medo.

    Realizaes da Assemblia:

    Publicao da Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado base dos direitos humanosapregoados inclusive na atualidade.

    Confisco dos bens materiais da Igreja, nacionalizados. Eliminao dos privilgios feudais da nobreza. Igualdade perante os impostos. Publicao da Constituio Civil do Clero, limitando as funes e confiscando bens do outrora

    privilegiado 1 Estado e submetendo-o ao governo. Adoo de uma monarquia constitucional, limitando (mas no excluindo) o poder real. Oficializao da Constituio de 1791.

    OBS.: Embora j imersa no processo revolucionrio, a Frana assiste nessa primeira etapa a mudanasainda de carter moderado. Mais que isso, percebe-se um duplo objetivo da burguesia que significauma diviso ideolgica dentro do 3 Estado revolucionrio e que ao se aprofundar, posteriormente,dar Revoluo feies bem mais radicais: de um lado, procura conter o poder real, aumentando assuas prprias atribuies polticas e, de outro, tenta freiar o perigoso mpeto das massas desejosasde mudanas que poderiam vitim-la com a tomada de suas propriedades, por exemplo. Assim, explica-se a tendncia moderada, vista tambm na 2 fase, como uma conciliao entre a monarquia tradicionale a Repblica popular pretendida pelo povo.

    2 Fase: 1791 a 1792

    Assemblia Legislativa

    Marcadas eleies, so eleitos e empossados os membros da Assemblia Legislativa. Como vigora ovoto censitrio (o eleitor vota mediante uma renda mnima), os deputados eleitos so representantes daburguesia e de tendncia moderada.

    Aparecem novos partidos e definem-se as tendncias polticas:

    Neutros Independentes (Plancie). Apoio ao rei Conservadores 1 e 2 Estados. Oposio ao rei 3 Estado, dividido em:

    Gironda: tendncia moderada e elitista alta burguesia

    Montanha: tendncia radical e popular baixa burguesia e restante do 3 Estado. Destaca-se aquio Clube dos Jacobinos, faco fantica liderada por Robespierre, alm do Clube dos Cordeliers.

    No fim do perodo, o processo revolucionrio se aprofunda: intervenes militares externas da ustria ePrssia em favor de Lus XVI (vrios monarcas europeus temem que as idias do 3 Estado cheguems naes vizinhas) provocam derrotas francesas, em parte devido traio do rei, que passa para osestrangeiros valiosas informaes sobre os movimentos militares do 3 Estado. A desconfiana popularleva o rei a uma fuga fracassada, que resulta em sua deposio e aprisionamento. O radicalismo comeaa ganhar campo. Organiza-se uma Conveno Nacional ou Assemblia Convencional para dirigir aFrana.

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    3 Fase: 1792 a 1794

    Conveno Nacional

    1 Etapa: 1792 a 1793: governo da Gironda Identificao com a alta burguesia.

    Julgamento e morte de Lus XVI, guilhotinado. Logo depois, o mesmo ocorre com sua esposa MariaAntonieta.

    A alta burguesia coloca-se contrria execuo do rei por acreditar que tal fato incendiaria aindamais o processo revolucionrio, sat