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ESPECIFICAÇÕES GERAIS PARA OBRAS RODOVIÁRIAS TERRAPLENAGEM ATERROS ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DER-RO-TR-05/93 TERRAPLENAGEM ATERROS 1.0 – DEFINIÇÃO E GENERALIDADES Aterros – São segmentos de rodovia, cuja construção requer o depósito, a estabilização e a compactação controlada de materiais previamente escavados, provenientes de cortes ou de caixas de empréstimos, no interior dos limites das seções de projeto (“off-sets”), que definem o corpo estradal. 1.1 – Quanto à seção de projeto os aterros são classificados em: a) Aterros de seção plena, quando a implantação se fizer integralmente sobre o terreno natural ou previamente submetido a algum tipo de tratamento por terraplenagem. b) Aterros em seção mista, quando a seção de terraplenagem for constituída por parte de aterro e parte de corte. 1.2 – Quanto à execução podemos distinguir os seguintes elementos que exigem, em alguns casos, tratamento específico: a) O terreno de fundação;

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ESPECIFICAÇÕES GERAIS PARA OBRAS RODOVIÁRIAS

TERRAPLENAGEMATERROS

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DER-RO-TR-05/93

TERRAPLENAGEM

ATERROS

1.0 – DEFINIÇÃO E GENERALIDADES

Aterros – São segmentos de rodovia, cuja construção requer o depósito, a estabilização e a compactação controlada de materiais previamente escavados, provenientes de cortes ou de caixas de empréstimos, no interior dos limites das seções de projeto (“off-sets”), que definem o corpo estradal.

1.1 – Quanto à seção de projeto os aterros são classificados em:

a) Aterros de seção plena, quando a implantação se fizer integralmente sobre o terreno natural ou previamente submetido a algum tipo de tratamento por terraplenagem.

b) Aterros em seção mista, quando a seção de terraplenagem for constituída por parte de aterro e parte de corte.

1.2 – Quanto à execução podemos distinguir os seguintes elementos que exigem, em alguns casos, tratamento específico:

a) O terreno de fundação;

b) Os taludes (ou saias);

c) O corpo principal do aterro, que vai até a altura, em princípio de 0,60m (salvo indicação contrária), medida para baixo, a partir da superfície final de terraplenagem;

Revisão Data Aprovada por Revisão Data Aprovada por

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d) A camada final do aterro, constituída pelo prisma de terra situado na parte superior do aterro, desde a profundidade de 0,60m até a superfície final de terraplenagem.

1.3) As operações de aterros compreendem:

a) Descarga, espalhamento, conveniente umedecimento ou aeração, e compactação dos materiais oriundos de cortes ou empréstimos, para a construção do corpo principal do aterro;

b) Descarga, espalhamento, homogeneização, conveniente umedecimento ou aeração, e compactação dos materiais selecionados oriundos de cortes ou empréstimos, para a construção da camada final do aterro até a cota correspondente ao greide de terraplenagem.

c) Descarga, espalhamento, conveniente umedecimento ou aeração e compactação dos materiais oriundos de cortes ou empréstimos, destinados a substituir, eventualmente, os materiais inadequados, previamente retirados de fundações de aterros ou abaixo do greide de terraplenagem nos cortes.

2.0 - MATERIAIS

Os solos para os aterros provirão de empréstimos ou de cortes existentes, devidamente selecionados no projeto.

Os materiais deverão ser selecionados dentre os de 1ª, 2ª e eventualmente de 3ª categorias, atendendo à qualidade e a destinação prevista no projeto.

A substituição desses materiais selecionados por outros de qualidade nunca inferior, por necessidade de serviço, somente poderá ser processada após prévia autorização da FISCALIZAÇÃO, que deverá examinar com base em estudos tecnológicos e econômicos apropriados.

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Os solos para os aterros deverão ser isentos de matéria orgânica ou mica em excesso. Turfas e argilas orgânicas não podem ser empregadas.

Não é permitida a existência de troncos, ramos, e detritos orgânicos no material do aterro.

Não poderão ser utilizados materiais não destorroáveis que prejudiquem a compactação.

Na execução do corpo de aterros não será permitido o uso de solos que tenham baixa capacidade de suporte (CBR inferior a 2,5%) e expansão maior do que 4%.

A camada final dos aterros deverá ser constituída de solos selecionados na fase de projeto, dentre os melhores disponíveis. Não será permitido uso de solos com expansão maior do que 2% nesta camada.

Em regiões onde houver ocorrência de materiais rochosos, na falta de outros materiais, admitir-se-á, desde que haja autorização da FISCALIZAÇÃO, o emprego destes, desde que satisfeitas as condições descritas no item Execução.

3.0 - EQUIPAMENTOS

A execução dos aterros deverá prever a utilização de equipamentos apropriados, atendidas as condições locais e a produtividade exigida pelo Cronograma da Obra.

Na construção dos aterros são empregados tratores de lâmina, escavo-transportadores, escavadeiras hidráulicas, caminhões basculantes, motoniveladoras, carros tanques para água, rolos lisos, de pneus, pés de carneiro, estáticos ou vibratórios e grades de disco, associados de forma racional.

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4.0 – EXECUÇÃO

a) A execução dos aterros se fará conforme elementos técnicos fornecidos ao EXECUTANTE, e constantes das Notas de Serviço, e Quadro de Orientação de Terraplenagem elaborado em conformidade com o projeto.

b) A operação será precedida da execução dos serviços de desmatamento, destocamento e limpeza, e quando forem os casos segundo indicação do projeto ou decisão da FISCALIZAÇÃO, da remoção de solos moles ou de outra natureza que os torne imprestáveis para fundação de aterros.

c) Preliminarmente à execução dos aterros, deverão estar concluídas as obras de arte correntes necessárias à drenagem da bacia hidrográfica interceptada pelos mesmos. A FISCALIZAÇÃO deve observar “in loco”, a eventual presença de surgências de água, autorizando a execução de drenos ou outros dispositivos capazes de promover o seu esgotamento.

d) É sempre aconselhável que, na construção de aterros em áreas sujeitas a elevada umidade, a primeira camada seja constituída por material granular permeável, de espessura prevista em projeto, a qual atuará como dreno para as águas de infiltração no aterro.

e) No caso de aterros assentes sobre encostas íngremes (inclinação transversal entre 15º e 25º, o terreno da encosta deve ser escarificado com trator de lâmina de maneira a produzir ranhuras, ao longo das curvas de nível). No caso de inclinações transversais compreendidas entre 25º 45º, será exigida a execução de degraus ao longo da área a ser aterrada, visando a solidarização do aterro ao terreno natural. Para inclinações superiores a 45º, o projeto deverá prever soluções especiais para proteção do aterro contra escorregamentos.

f) O lançamento do material para a construção dos aterros deve ser feito em camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal, e em extensões tais que permitam seu umedecimento ou aeração e compactação de acordo com o previsto nestas Especificações Gerais. Para o corpo principal do aterro, a espessura da camada compactada não deverá ultrapassar de 0,30m. Para as camadas finais, que constituirão os últimos 0,60m, essa espessura não deverá ultrapassar de 0,20m.

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g) Todas as camadas deverão ser convenientemente compactadas. Para o corpo principal do aterro, a compactação deverá se dar na umidade ótima, com variação de mais ou menos 3%, até se obter a massa específica aparente seca correspondente a 95% da massa específica aparente máxima seca, do ensaio DNER-ME 47-64. Para as camadas finais, a compactação deverá se dar na umidade ótima, com variação para menos de 2% e para mais de 1% até se obter a massa específica aparente seca correspondente a 100%, sendo tolerado o mínimo de 98%, em relação aquele ensaio. Os trechos que não atingirem as condições mínimas de compactação e máxima de espessura deverão ser escarificados, homogeneizados, levados à umidade adequada e novamente compactados, de acordo com a massa específica aparente seca exigida.

h) No caso de alargamento de aterros, sua execução obrigatoriamente será procedida de baixo para cima, acompanhada de recorte de degraus nos taludes pré-existentes (endentamento). Desde que justificado em projeto, poderá a execução ser feita por meio de arrasamento parcial do aterro existente, até que o material escavado preencha a nova seção transversal, complementando-se após, com material importado, toda a largura da referida seção transversal.

i) A inclinação dos taludes de aterro, tendo em vista a natureza dos solos e as condições locais, será fornecida pelo projeto. Os taludes dos aterros devem apresentar, após a execução da terraplenagem, a inclinação indicada no projeto e devem apresentar a superfície desempenada e livre de material solto.

j) Para a construção de aterros assente sobre terreno de fundação de baixa capacidade de carga, o projeto deverá prever a solução a ser seguida. No caso de consolidação por adensamento da camada mole, será exigido o controle por medição de recalques e, quando prevista, a observação da variação das pressões neutras.

l) Em virtude das endemias regionais, não são admitidos aterros-barragens.

m) Em regiões onde houver ocorrência predominante de materiais rochosos, admitir-se-á a execução de aterros com o emprego dos mesmos, desde que haja conveniência e a critério da FISCALIZAÇÃO. A rocha deve ser

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depositada em camadas, cuja espessura não deve ultrapassar a 0,75m. Os últimos 2,00m de aterro deverão ser executados em camadas de, no máximo, 0,30m de espessura. A conformação das camadas deverá ser executada mecanicamente, devendo o material ser espalhado com equipamento apropriado e compactado por meio de rolos vibratórios. Deverá ser obtido um conjunto livre de grandes vazios e engaiolamentos, e o diâmetro máximo dos blocos de pedra será limitado a 2/3 da espessura da camada.

n) Em regiões onde por imposição técnica e/ou econômica for indicado o emprego de areia ou solos muito arenosos, as seguintes orientações deverão ser obedecidas:

- Não poderão ser executados aterros com alturas superiores a 1,00m;

- O talude deve ser de 1 (V) : 1,5 (H)

- Devem ser plantadas, nos taludes, espécies vegetais nativas escolhidas entre aquelas que apresentam enraizamentos abundantes e profundos;

- Quando for necessária a construção de aterros com materiais não corrosivos com alturas acima de 1,00m, devem-se executar em cada um dos lados do aterro, uma faixa com material coesivo, com largura suficiente para a operação dos equipamentos de espalhamento, homogeneização e compactação. Neste caso, o material arenoso (ou areia) constituirá apenas o núcleo do aterro.

- Em qualquer hipótese, os aterros deverão ser protegidos pelo pavimento ou por revestimento primário constituído por cascalho ou solo coesivo com espessura mínima de 0,20m, antes de serem liberados ao tráfego.

o) A fim de proteger os taludes contra os efeitos da erosão, deverá ser procedida a sua conveniente drenagem e obras de proteção, mediante a plantação de gramíneas, estabilização betuminosa, e/ou a execução de patamares, com o objetivo de diminuir o efeito erosivo da água, tudo de conformidade com o estabelecido no projeto.

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p) Sempre que possível, nos locais de travessia de cursos d’água ou passagens superiores, a construção dos aterros deve preceder a das obras de arte projetadas. Caso contrário, todas as medidas de precaução deverão ser tomadas a fim de que o método construtivo empregado para a construção dos aterros de acesso não origine movimentos ou tensões indevidas em qualquer obra de arte.

g) Os aterros de acesso próximos dos encontros de pontes ou de viadutos, o enchimento de cavas de fundações e das trincheiras de bueiros, bem como todas as áreas de difícil acesso ao equipamento usual de compactação, serão compactados mediante o uso de equipamentos adequados, como soquetes manuais, sapos mecânicos, etc. A execução será em camadas, nas mesmas condições de massa específica, aparente seca e umidade, descritas para o corpo dos aterros.

r) Durante a construção, os serviços já executados deverão ser mantidos com boa conformação e permanente drenagem superficial.

5.0 – PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

As providências a serem tomadas visando a preservação do meio ambiente referem-se à execução dos dispositivos de drenagem e da proteção vegetal dos taludes previstos no projeto, para evitar erosões e o conseqüente carreamento de material.

6.0 - CONTROLE

6.1 – CONTROLE TECNOLÓGICO

Para o corpo principal do aterro:

a) Um ensaio de compactação, segundo o método DNER-ME 47-64, para cada 1.000 m³ de um mesmo material empregado no corpo do aterro;

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b) Um ensaio para determinação da massa específica aparente seca, “in situ”, e de unidade para cada 1.000 m³ de material compactado do corpo de aterro, correspondente ao ensaio de compactação referido na alínea anterior e, no mínimo, duas determinações, por camada, por dia;

c) Um ensaio de granulometria (DNER-ME 80-64), de limite de liquidez (DNER-ME 44/64) e de limite de plasticidade (DNER-ME 82-63), para todo grupo de dez amostras submetidas ao ensaio de compactação referido anteriormente.

Para a camada final do aterro:

a) Um ensaio de compactação, segundo o método DNER-ME 47-64 para cada 200m³ de um mesmo material empregado na camada final do aterro;

b) Um ensaio para determinação da massa específica aparente seca, “in situ”, para cada 100m³ da camada final do aterro, alternadamente, no eixo e nos bordos, correspondente ao ensaio de compactação referido na alínea anterior;

c) Um ensaio de granulometria (DNER-ME 80-64), de limite de liquidez (DNER-ME 44/64) e de limite de plasticidade (DNER-ME 82-63), para todo grupo de dez amostras submetidas ao ensaio de compactação referido anteriormente.

d) Um ensaio do índice de suporte Califórnia – CBR, com a energia do método DNER-ME 47-64 para cada grupo de quatro amostras submetidas ao ensaio de compactação referido anteriormente.

6.2 – CONTROLE GEOMÉTRICO

O acabamento da plataforma de aterro será executado mecanicamente, de forma a alcançar-se a conformação da seção transversal do projeto, admitindo-se as seguintes tolerâncias:

a) Variação da altura máxima de 0,05m para o eixo e bordos;

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b) Variação máxima da largura de 0,30m para a plataforma, não se admitindo variação para menos.

O controle será efetuado por nivelamento de eixo e bordos.

O acabamento, quanto à declividade transversal e à inclinação dos taludes, será verificado pela FISCALIZAÇÃO de acordo com o projeto.

7.0 – MEDIÇÃO

O volume do material escavado, carregado, transportado e descarregado nos aterros é objeto de medição por ocasião de sua retirada na execução dos cortes e dos empréstimos.

Com relação à medição do espalhamento, homogeneização, umedecimento ou aeração e compactação, será determinado o volume, em metros cúbicos (m³), de material compactado do aterro, efetivamente realizado e aprovado nos controles tecnológicos e geométricos.

Serão medidos, separadamente, os volumes compactados com grau de compactação de 95,0% Proctor Normal e de 100,0% Proctor Normal.

Os volumes serão obtidos pelo método da média das áreas entre as seções levantadas antes e após a execução do aterro ou por processamento eletrônico dos dados. Ao volume assim determinado será acrescentado o que corresponde à espessura de 0,20m, relativa à operação de limpeza do terreno, quando executado previamente (serviços preliminares).

8.0 – PAGAMENTO

Os serviços serão pagos pelos preços unitários contratuais, em conformidade com a medição referida no item anterior.

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O pagamento será feito em duas parcelas sendo:

- 90% (noventa por cento) do volume medido após a liberação dos serviços em função dos controles realizados.

- 10% (dez por cento) restantes depois de concluídos os serviços previstos no item 4.0, letra “o” desta Especificação.

Os preços contratuais incluem o ressarcimento de todos os custos diretos e indiretos com equipamentos, materiais, mão-de-obra, encargos sociais, impostos, taxas e a bonificação do EXECUTANTE.

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