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1 HISTÓRIA DA ARTE CAU-FAG 2005 PROFESSORA ARQUITETA SOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS BIBLIOGRAFIA : HOME PAGE : http://www.historiadaarte.com.br/ linhadotempo.html

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HISTÓRIADA ARTE

CAU-FAG

2005

PROFESSORA ARQUITETASOLANGE IRENE SMOLAREK DIAS

BIBLIOGRAFIA : HOME PAGE :       http://www.historiadaarte.com.br/linhadotempo.html      

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INDICE

INTRODUÇÃO

1- PRÉ HISTÓRIA

1.1 PALEOLÍTICO INFERIOR1.2 PALEOLÍTICO SUPERIOR1.3 NEOLÍTICO1.4 IDADE DOS METAIS

2- ARTE ANTIGA

2.01 EGÍPCIA2.02 GREGA2.03 ROMANA2.04 PALEOCRISTÃ2.05 BIZANTINA2.06 ISLÂMICA

3- IDADE MÉDIA

3.01 ROMÂNICA3.02 GÓTICA

4- IDADE MODERNA

4.01 RENASCIMENTO4.02 MANEIRISMO4.03 BARROCO4.04 ROCOCÓ

5- CONTEMPORÂNEA

5.01 NEOCLÁSSICO5.02 ROMANTICA5.03 REALISTA5.04 IMPRESSIONISMO5.05 EXPRESSIONISMO5.06 CUBISMO5.07 ABSTRACIONISMO5.08 FAUVISMO5.09 CONSTRUTIVISMO5.10 SURREALISMO5.11 DADAÍSMO5.12 OP ART5.13 POP ART5.14 INSTALAÇÃO5.15 INTERFERÊNCIA5.16 COBRA5.17 FUTURISMO5.18 ART NAIF5.19 PINTURA METAFÍSICA

6- ARTE BRASILEIRA

6.01 PRÉ HISTPORIA6.02 ARTE INDÍGENA6.03 COLONIAL6.04 HOLANDESA6.05 BARROCO6.06 MISSÃO FRANCESA6.07 ARTE ACADÊMICA6.08 MODERNISMO BRASILEIRO6.09 EXPRESSIONISMO6.10 ARTE NAIF

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INTRODUÇÃO

O que é arte?Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suasemoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizadospara realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formascomo: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista oupercebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje, algunstipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica paracomunicar-se.

Quem faz arte?O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as  ferramentas para cavara terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem  interessantes ou possuírem umcaráter  instrutivo. O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, paradivulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, paraexplorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.

Por que o mundo necessita de arte?Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser:

feita para decorar o mundo para espelhar o nosso mundo (naturalista) para ajudar no dia-a-dia (utilitária) para explicar e descrever a história para ser usada na cura de doenças

para ajudar a explorar o mundo.

Como entendemos a arte?O que vemos quando admiramos uma arte depende:

da nossa experiência e conhecimentos da nossa disposição no momento da imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar.

PROCESSO DE DIÁLOGO COM O TRABALHO DO ARTISTA

VOCÊ, O APRECIADORExige esforço, dedicação e diálogo com o

trabalho, então pergunte-se:Qual é o tema?

Quais são os materiais utilizados?O ARTISTA

Pode ter uma mensagem etoma decisões

OTRABALHO(obra de arte)

A obra tem título?Quando e onde foi feita?

Qual o seu tamanho?Quais são as suas cores?

Como são as suas formas?Você gosta?

Como ela faz se sentir?Já viu algo parecido?

O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de arte?Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui umestilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca.Nunca conseguiríamos ver quem  fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que  registram asmudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, costumam classificá-las porcategorias e rotulá-las. É um procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento,Impressionismo Cubismo, Surrealismo, etc.

Como conseguimos ver as transformações do mundo através da arte?

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Podemos verificar que  tipo de arte  foi  feita, quando, onde e como. Desta maneira estaremos dialogandocom a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo teve.

Como as idéias se espalham pelo mundo?Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às pessoas idéias de outrasculturas. Os pregressos na  tecnologia  também difundiram  técnicas e  teorias. Elas se espalham atravésda:

arqueologia , quando se descobrem objetos de outras civilizações. Pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas

internacionais de arte já tinham fotos pelo rádio e  televisão, o  rádio  foi inventado em 1895 e a  televisão em 1926, permitindo que as

idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de arte podem serobservados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas

pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450, assim os livros e artepodiam ser impressos e distribuídos em grande quantidade

pela internet, alguns artistas colocam suas obras em exposição e podemos pesquisá-las, bemcomo saber sobre outros estilos.

Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os períodos, estilos ou movimentosartísticos separadamente, para facilitar o entendimento das produções artísticas.

Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois

a partir de 1848 consideramos o início da Arte Moderna e

o movimento Pop Art o início da Arte Pós-Moderna.Porém, optamos por apresentar a arte por meio da  linha do tempo histórica, por considerarmos ser maisdidática.

1- PRE HISTORIA

Um dos períodos mais  fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não  foi  registradopor nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos doshomens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dosestudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.

Divisão da Pré-História:

1.1- PALEOLÍTICO INFERIOR

aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C. primeiros hominídios caça e coleta controle do fogo e instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados.

a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava osseres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo anatureza  tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era  realizadapor caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir nacaptura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde quepossuísse a sua  imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasseferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos eparedes de cavernas. O homem deste período era nômade.

1.2- PALEOLÍTICO SUPERIOR

instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador dedardos, anzol e linha; e

desenvolvimento da pintura e da escultura

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Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pinturaquanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com acabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas.Destaca-se: Vênus de Willendorf.

1.3- NEOLÍTICO

instrumentos de pedra polida, enxada e tear; início do cultivo dos campos; artesanato: cerâmica e tecidos; construção de pedra; e primeiros arquitetos do mundo.

A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção demanadas, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras instituições,como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecerpanos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetosdo mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais.Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara umcamponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder deobservação foi substituído pela abstração e racionalização. Como conseqüência surge um estilosimplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Ospróprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva.Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupaçãocom a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.Desse período temos as construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedrasgrandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocadahorizontalmente sobre elas, parecendo um  teto. E o menir que era monumento megalítico que consistenum único bloco de pedra fincado no solo em sentido vertical.O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras daarquitetura que a História registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalosregulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos interiores. No centro do últimoestá um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce oSol no dia do solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto solar.Lembrando que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa.

1.4- IDADE DOS METAIS

aparecimento de metalurgia; aparecimento das cidades; invenção da roda; invenção da escrita; e arado de bois.

As CavernasAntes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares e, depois,magníficas estatuetas, como as famosas “Vênus”.

Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são:Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos há 14.000 anos, foram osprimeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902.Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas são achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, porexemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês.Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontespeludos e animais diversos, descoberta em 1994.Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos.

IMAGENSAnimais  |       Cavalos      e      Mamutes     |       Rinocerontes     |       Stonehenge     |       Ilha      de      Páscoa     |       Dolmen      de      Gerona     |       Serra   da   Capivara  |       Ânfora      Neolítica    |       Escultura      Neolítica    |       Menires      de      Carnac    |       Maciço      de      Kimberley    |       Gruta      de   Lascaux  |       Vênus      de      Willendrof     |       A            Dama            e            o            Corne        |       Bisão     |       Caçadores      com      Chapéu     |       Cenas      de      Caça     |

Corça   Ferida  |   Animais            2      |   Mulher            com            criança       |   Mulher            com            carneiro       |   O           Pensador       |   Stonehenge            2      |Vênus   de   Lespug  |       Vênus      de      Savignano    |       Vênus      de      Willendorf      (costas)   

2- ARTE ANTIGA

2.1 – EGÍPCIA

Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização  jábastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social epolítica, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando  toda a produçãoartística desse povo, por isso é uma arte bastante padronizada, não dando margem a habilidade, a criatividade nem a imaginação pessoal. Nenhum país do mundo conservou durante milênios uma tradição artística tão original como o Egito. Vários fatores contribuíram para isso: a situação do país, isolado pelos desertos; sua população relativamente homog~enea e, sobretudo, um forte conservadorismo cultural, impregnado em alto grau de religiosidade. Dividida historicamente em Antigo Império, Médio Império e Novo império, essa grande civilização caracterizava-se por seu desenvolvimento nas Ciências Exatas,na medicina e na Arte. Os principios fundamentais do estilo já estão claramente definidos durante as primeiras dinastias: tedência para o geométrico, o monumental e o estático. Além de crer em deuses, que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam tambémnuma vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.O  fundamento  ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para oqual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.

Entre as principais características da arte egípicia, podemos destacar: Arte antropozoomórfica – funde homens e animais para representar as características dos deuses

de sua mitologia; Integração pictórica – relevos e hieróglifos integrados à arquitetura, escultura e pintura na decoração

de interiores; Predomínio de formas geométricas, piramidais e simétricas Arte estática – com pouco ou quase nenhum movimento as pessoas são retratadas em posições

rígidas; Simbologia de cores – as figuras masculinas são pintadas predominantemente, em vermelho, e as

femininas em ocre; Simbologia de gestos e formas – poe exemplo, a posição dos pés, se desenhados para o lado,

representavam alguém vivo, pés juntos, representavam um morto; Lei da frontalidade –determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente,

enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil; Arte hierarquizada – a posição social era evidenciada pelo tamanho da figura representada, o Faraó,

por exemplo, era desenhado maior que o sacerdotee, assim, sucessivamente, o escriba, os soldados e o povo.

2.1.1- ARQUITETURA

Povo excessivamente religioso, toda sua arte reflete este sentimento, traduzido principalmente, na crença de

uma vida futura, após a morte, quando, para os egípcios, começava a verdadeira vida.As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas porimportantes  reis do Antigo  Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas  três pirâmides está aesfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e dasareias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.

As características gerais da arquitetura egípcia são:

solidez e durabilidade; sentimento de eternidade; e aspecto misterioso e impenetrável. Dominantes horizontais(predomínio da largura sobre o comprimento); Predomínio das formas piramidais e dos cheios sobre os vazios; Predomínio da aparência sobre a realidade; Emprego da coluna(influência geológica – vegetação) e do silêncio arquitravado; Telhados horizontais.

As pirâmides tinham base quadrangular, eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladase mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente dapirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. Ointerior era um verdadeiro  labirinto que  ia dar na câmara funerária,  local onde estava a múmia do faraó eseus pertences.

Os  templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.Os monumentosmais expressivos da arte egípcia são os túmulos, divididos em três categorias:

Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó (servia para guardar o corpo do faraó e suas

riquezas); Mastaba - túmulo para a nobreza; Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.

Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:

Palmiforme - flores de palmeira;Papiriforme - flores de papiro; eLotiforme - flor de lótus.

Para seu conhecimentoEsfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda deentrada do templo para afastar os maus espíritos.

Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.

2.1.2- ESCULTURAOs escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre defrente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão deimortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano,dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.CURIOSIDADES: Os sarcófagos são esculturas.

2.1.3- PINTURAA decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Embora fazendo parte de ritos fúnebres,as pinturas são cheias de vida.

Suas características gerais são:

ausência de três dimensões; ignorância da profundidade (perpectiva); colorido à tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de

frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

Quanto à hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância noreino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o  rei, a mulher do  rei, o sacerdote, os soldados e o povo. Asfiguras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.

Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas deescrita:

Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; eDemótica - a escrita popular.

Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraómorto, era  ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado detramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.

Para seu conhecimentoHieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu naPedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.Mumificação:

a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedrachamado Canopo.

b) nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes.c) as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio.d) Após 70 dias o corpo era  lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume,

que servia como impermeabilização.

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2.2 – GREGA

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seusreis não eram deuses, mas seres inteligentes e  justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A artegrega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida etenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista gregocria uma arte de elaboração intelectual em que predomina o ritmo, o equilíbrio, a harmonia  ideal. Ele temcomo características:

o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.

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2.2.1- ARQUITETURAAs edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dostemplos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobreuma base de  três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas ascolunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, ofriso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica,jônica e coríntia.

Ordem Dórica  - era simples e maciça. O  fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel erauma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento.Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade eseveridade, empresta uma idéia de solidez e imponência

Ordem Jônica - representava a graça e o  feminino. A coluna apresentava  fuste mais delgado enão se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel eraformado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e aordem jônica traduz a forma da mulher.

Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muitousado no  lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere  luxo eostentação.

Os principais monumentos da arquitetura grega:

Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, seencontram as Cariátides, que homenageavam as mulheres de Cária.

Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes:o a skene ou cena, para os atores;o a konistra ou orquestra, para o coro;o o koilon ou arquibancada, para os espectadores.

Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar  livre, composto por55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita.

Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústicaperfeita.

Ginásios, edifícios destinados à cultura física.

Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles;filosofia.

2.2.2- PINTURAA pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só peloequilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado paraa ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entreoutras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por  isso, a sua  forma correspondia à  função para queeram destinados:

Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;

Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria aágua e duas para levantar;

Cratera  -  tinha a boca muito  larga, com o corpo em  forma de um sino  invertido, servia paramisturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.

As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. Omaior pintor de figuras negras foi Exéquias.

A pintura grega se divide em três grupos:

figuras negras sobre o fundo vermelho figuras vermelhas sobre o fundo negro figuras vermelhas sobre o fundo branco

2.2.3- ESCULTURA

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A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, oantropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além doequilíbrio e perfeição das formas, o movimento.

No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens.Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpoigualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega:homem jovem).

No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar obronze que era mais resistente do que o mármore, podendo  fixar o movimento sem se quebrar. Surge onu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulheres eram esculpidas sempre vestidas.

Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eramrepresentados apenas de acordo com a  idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e oestado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do períodohelenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem asugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.Os principais mestres da escultura clássica grega são:

Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela  lânguida pose em  “S”  (Hermes comDionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.

Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através dotamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.

Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia.Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões,métopas e frisos.

Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). FoiLisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças.

Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco.

Para seu conhecimento:Mitologia:

Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; entre outros.

Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaramem 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.

IMAGENSCerâmica |       Lisipo    |       Praxiteles    |       Partenon    |       Teseion    |       Coluna      Dórica    |       Coluna      Jônica    |       Coluna      Coríntia      

2.3 – ROMANA

A arte romana sofreu duas fortes influências:

a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Um dos legados

culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e daabóbada nas construções.

2.3.1- ARQUITETURAAs características gerais da arquitetura romana são: busca do útil imediato, senso de realismo; grandeza material, realçando a idéia de força; energia e sentimento;

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predomínio do caráter sobre a beleza; originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

1) Religião: TemplosPouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o daConcórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foiplanejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano,com sua planta circular  fechada por uma cúpula, cria um  local  isolado do exterior onde o povo se reuniapara o culto.

2) Comércio e civismo: BasílicaA princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões dabolsa, para  tribunal e  leitura de editos. Mais  tarde,  já com o Cristianismo, passou a designar uma  igrejacom certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (dequatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada nogoverno de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.

3) Higiene: TermasConstituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As maisfamosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais eesportes.

4) Divertimentos:

Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogospraticados temos:

jogos circenses - corridas de carros; ginásios - incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos;

Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses  romanos só surgiram pelo ano 264 a.C.Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus".

Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis,giratórios e retiráveis.

Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunhamum espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significateatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatrosromanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dosarcos, e por  três andares com as ordens de colunas gregas  (de baixo para cima: ordem dórica,ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavampresas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, masapenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.

5) Monumentos decorativos

Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generaisvitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no ForumRomano para comemorar a tomada de Jerusalém.

Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso emespiral que possui a narrativa histórica dos  feitos do  Imperador em baixos-relevos no  fuste.Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e ospartos.

6) Moradia:Casa : Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.

2.3.2 – PINTURAO Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano,

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que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente emPompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que davaimpressão de placas de mármore.

Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a  ilusão de  janelasabertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grandemural.

Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenosdetalhes.

Quarto estilo: um painel de  fundo vermelho,  tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia deobra grega, imitando um cenário teatral.

2.3.3 – ESCULTURAOs romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentesdos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas enão a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homensda sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.

Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foramrealizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamenteno ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.

IMAGENSBaixo   relevo  |       Pintura      romana    |       Jogo      de      bola    |       Aqueduto    |       Mosaico    |       Anfiteatro    |       Arco      do      Triunfo   

2.4 – PALEOCRISTÃ

Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa eparte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar

uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas.Surge a arte cristãprimitiva. Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e umanova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se extremamenteabalado e teve início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles queaceitaram sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios. Esta perseguição marcou aprimeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido às catacumbas,cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seuscultos.Nesses locais, a pintura é simbólica.

Para entender melhor a simbologia:

Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, emgrego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador".

Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" etambém, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus".

Passagens da Bíblia  também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas engolidopelo peixe e Daniel na cova dos leões.

Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores deRoma.

Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantinolegaliza o cristianismo, dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase basilical.Tanto osgregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado "Basílica" (origem donome: Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios comgrandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três navesseparadas por colunas e uma única porta na fachada principal. Com o fim da perseguição aoscristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles podessem usar como local para assuas celebrações.

O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimentointerno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento

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artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eramdecorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas.

Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Placídia e a igreja de SantoApolinário, o Novo e a de São Vital com riquíssimos mosaicos.

Em 395 d.C., o  imperador Teodósio dividiu o  Império Romano entre seus dois filhos: Honório eArcádio.Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital , eArcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizâncio eatual Istambul).

O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, atéque, em 476 d.C., foi completamente dominado (esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antigae o início da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a artebizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu semanter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelosmuçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna).

IMAGENSSidrac,   Misac   e   Abdêgano  |       Sansão      matando      os      Filiseus      

2.5 – BIZANTINA

O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossaera.Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir acapital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança dacapital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos ReinosBárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina.

Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e doOriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como nacor.

A arte bizantina está dirigida pela  religião; ao clero cabia, além das suas  funções, organizar  também asartes, tornando os artistas meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía poderes

administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo comuma auréola sobre a cabeça, e, não  raro encontrar um mosaico onde esteja  juntamente com a esposa,ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.

O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes eabóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos váriosimperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; sãoconfeccionados com  técnicas diferentes e seguem convenções que  regem  inclusive os afrescos. Neles,por exemplo, as pessoas são  representadas de  frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; aperspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação como maior bem existente na terra: o ouro.

A arquitetura das  igrejas  foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobreuma base circular, octogonal ou quadrada. Tinha imensas cúpulas, criando-se prédios enormes eespaçosos, totalmente decorados.

A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da novatécnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. Ela possui umacúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método tornou a cúpula extremamenteelevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto.Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão demármore polido. A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do ImpérioBizantino, encontra-se no seu vasto interior.Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalhorequintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; nomármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantosenvolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore,bordada em  filigrama de sombras dos candelabros suspensos,  resplandece a grande cúpula. Embora aigreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma

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beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e  luz - um claro-escuro admirávelquando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior.

Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária quelembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente aescultura não teve tanto destaque neste período.O que se encontra restringe-se a baixos relevosacoplados à decoração.

A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano.Porém,logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquerimagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.

A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte doséculo XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da artebizantina. Essa arte extravasou em muito os  limites  territoriais do  império, penetrando, por exemplo, nospaíses eslavos.

IMAGENSA   Imperatriz   Teodora   e   sua   Corte   |       Hipócrates    |       Igreja      de      Santa      Sofia     |       Igreja      de      Santo      Apolinário      Novo     |Mosaico   da   Igreja   de   Santo   Apolinário   Novo

2.6 – ISLÂMICA

No ano de 622, o profeta Maomé se exilou  (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde entãose conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas,sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, ÁsiaMenor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo paraestabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual seidentificassem.

Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que noentanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seuspróprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os

esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentementesensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.

No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólicodo que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidadefugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traçosornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista.As letras lavradas na parede lembram o neófito, que contempla uma obra feita para deus.

Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classesaltas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas,mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiões do povo e conscientes daimportância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras paraa comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.

2.6.1- ARQUITETURAAs mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo dacasa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galeriascom teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátioestavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centropolítico, hospital e  refúgio para os mais pobres. Essas  funções  foram herdadas por mesquitas e algunsedifícios públicos.

No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa doprofeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula daRoca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com apreservação de certas  formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão  importante

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quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundocontrolava sua realização.

A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas maisutilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosasvariações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. Asmesquitas  transferiram depois parte de suas  funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas deteologia, semelhantes àquelas na  forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios públicosmerece um capítulo à parte.

As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em  relação às mesquitas.Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam ohábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De planta quadrangular ecercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se comunicasse com amesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.

Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torrecilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz doalmuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha,era o antigo minarete da cidade. Outras construções representativas foram os mausoléus oumonumentos funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.

2.6.2- TAPETESOs tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas.Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior dastendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorarpalácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, aorezar, não deve ficar em contato com a terra.

Diferentemente da tecedura dos  tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricadosantes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Osmais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinas maisimportantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre osdesenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os

geométricos, de decoração.

2.6.3- PINTURA E GRÁFICAAs obras de pintura  islâmica são  representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucaschegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorarparedes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana dacorte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o  lugar, sofresse uma grandeinfluência indiana, bizantina e inclusive chinesa.

A miniatura não  foi usada, como no cristianismo, para  ilustrar  livros religiosos, mas sim nas publicaçõesde divulgação científica, para  tornar mais claro o  texto, e nas  literárias, para acompanhar a narração. Oestilo era um  tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizantinas, com  fundodourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fimde marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulo de outro.

Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e daPérsia antiga,  tornando-se uma das disciplinas mais  importantes na decoração de mesquitas e palácios,junto com a cerâmica. No início, as representações eram completamente figurativas, semelhantes àsantigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadascom letras desenhadas artisticamente, o que é conhecido como arabesco.

Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica,cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso dascúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaramsuperfícies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais

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utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde  foram criadas peças de usocotidiano.

IMAGENSVaranda   de   Lindajara  |       Cervo      de      Medina      Azahara    |       Recipiente      de      Marfim    |       Tapete      de      Alcaraz    |       Taj      Mahal   |       Domo      da      Roca      

3- IDADE MÉDIA

3.1 – ROMÂNICA

3.1.1- ARQUITETURANo final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante àsconstruções dos antigos romanos.As características mais significativas da arquitetura românica são:

abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; pilares maciços que sustentavam as paredes espessas; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e arcos que são formados por 180 graus.

A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempregrandes e sólidas. Daí serem chamadas:  fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as  formasvolumosas, estilizadas e duras dessas  igrejas é o  fato da arte  românica não ser  fruto do gosto  refinadoda nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. Aarte desse período passa, assim, a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferendaà divindade.

A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário quecomeçou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se  inclinou porque, com o passar dotempo, o terreno cedeu.

Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.

3.1.2- PINTURA E ESCULTURANuma época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrarhistórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas daarquitetura. A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através datécnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida.

Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pinturaromânica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentosreligiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, ésempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo  realizou-se no emprego de cores chapadas,sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção deimitar a natureza.

Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o  tímpano, nome que recebe a parede semicircularque fica  logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtasou alongadas, ausência de movimentos naturais.

Mosaicos são pequenas pedras coloridas que colocadas lado a lado, vão formando o desenho. Usadodesde a Antiguidade, veio do Oriente a técnica bizantina que utilizava o azul e dourado, para representaro próprio céu. No Ocidente foi utilizado principalmente nas igrejas.

IMAGENSRomânico |       Afresco      de      Cristo    |       Afresco      Românico    |       Basílica      Românica      

3.2 – GÓTICA

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No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso fazcom que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana.No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a apareceras primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construirgrandes edifícios.

3.2.1- ARQUITETURAA primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modogeral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à trêsnaves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quasetodas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitraiscoloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Damede Chartres.

3.2.2- ESCULTURAAs esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade,alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possareconhecer facilmente a personagem representada.

3.2.3- ILUMINURASIluminura é a  ilustração sobre o pergaminho de  livros manuscritos. A gravura não  fora ainda  inventada,ou então é um privilégio da quase mística China.Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetospreciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobreas páginas. Ao realizar essa  tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as  ilustrações, oscabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto.Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões:

a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, poisdestinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas,

a segunda é que os artistas ilustradores ao períodos gótico tornaram-se tão habilidosos narepresentação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus

trabalhos acabaram influenciando outros pintores.

3.2.4- PINTURAA pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou aganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procurado realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas.

Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento(Duocento):

Giotto - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com sereshumanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser maisimportante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pinturade Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando atéganhar plenitude no Renascimento.

Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e Retiro de São Joaquimentre os Pastores.

Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade desua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes eas paisagens.Obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.

IMAGENSCatedral   de   Chartres  |   Escultura            Gótica       |   Políptico            Gótico       |   Catedral            de           Siena       |   Pintura            de           Giotto       |Catedral   Gótica  |       Pintura      Gótica    |       Flagelação      de      Cristo    |       Vitral    |       Tímpano      Gótico      

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4- IDADE MODERNA

4.1- RENASCIMENTO

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos eincontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herançaclássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espíritodo Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem(Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnadoa cultura da Idade Média.Características gerais:

Racionalidade Dignidade do Ser Humano Rigor Científico Ideal Humanista Reutilização das artes greco-romana

4.1.1- ARQUITETURANa arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticasestabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer pontoem que se coloque.“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a  lei simples do espaço, possui osegredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Principais características:Ordens Arquitetônicas Arcos de Volta-Perfeita Simplicidade na construção A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas

Construções palácios:

igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

O principal arquiteto renascentista:Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Alémde dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante.Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula dacatedral de Florença e a Capela Pazzi.

4.1.2- PINTURAPrincipais características:

Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têmentre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.

Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo decontrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador domundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprioDeus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e nãoapenas admirada.

Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas comum estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e,consequentemente, pelo individualismo.

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Os principais pintores foram:

Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavamde expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, asfiguras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo,melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.

Leonardo da Vinci  - ele dominou com sabedoria um  jogo expressivo de  luz e sombra, gerador de umaatmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de umespírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos doconhecimento humano.Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Michelângelo - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Paraessa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas queexpressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem.Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família

Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementosque compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetriaequilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.

4.1.3- ESCULTURAEm meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta re-adquire o seuprestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali,grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura  italianado século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.

Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fatoacabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.

Principais Características:

Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade

Profundidade e perspectiva Estudo do corpo e do caráter humano

O Renascimento  Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as  idéiasitalianas. São eles:

Dürer Hans Holbein Bosch Bruegel

Para seu conhecimento

A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é naprópria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa paraproceder a eleição do próximo. Possui alareira que produz:

o fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido;o fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido,

e que avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois

tendo dissecado cadáveres por muito  tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamentea posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.

Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão:“Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelode asa-delta, etc.

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Quando deparamos com o quadro da  famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhosdo seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece  isso? Será que seus olhos podemse mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci(1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta umapessoa olhando para a  frente (olhando diretamente para o espectador)  tem-se a  impressão queo personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Seolharmos para a Monalisa de um ou de outro  lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e aponta do nariz para a frente, e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque: emqualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.

IMAGENSA   Degola   dos   Inocentes  |   Casamento            da            Virgem       |   Primavera    |   Virgem            dos            Rochedos       |   Anunciação    |Cristo   (Mategna)  |   Escravo            Atlante       |   Igreja            Santa            Maria            Pace       |   Jardim            das            Delícias       |   Monalisa    |Nascimento   de   Vênus  |   Nossa            Senhora            Rolim       |   Os            Cambistas       |   Piedade    |   Piedade      (Michelangelo)    |Pilastras   Vaticano  |       Santa      Maria      Fiori    |       São      Jerônimo    |       Virgem      e      o      Menino    |

4.2 – MANEIRISMO

Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: omaneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para a estilizaçãoexagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhasdos cânones clássicos.

Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outrospreferem vê-lo como um estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é umaconseqüência de um  renascimento clássico que entra em decadência. Os artistas se vêem obrigados apartir em busca de elementos que  lhes permitam renovar e desenvolver  todas as habilidades e  técnicasadquiridas durante o renascimento.

Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento.Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois dederrotar as tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma. Reinam a desolação e a incerteza. Osgrandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo.

Pintores, arquitetos e escultores são  impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se

dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam umaarte de  labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca  inconfundível do estilomaneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias.

4.2.1- ARQUITETURAA arquitetura maneirista dá prioridade à construção de  igrejas de plano longitudinal, com espaços maislongos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de planocentralizado,  típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras mudançasque este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas também nadistribuição da luz e na decoração.

Principais características:Nas igrejas:

Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que namaior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rarasingularidade.

Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoraçãomais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrandouma exuberante selva de pedra que confunde a vista.

Nos ricos palácios e casas de campo: Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado

disciplinado do renascimento.

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A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam essecaprichoso e refinado estilo que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa anecessidade de renovação.

Principais Artistas:

BARTOLOMEO AMMANATI  , (1511-1592), Autor de vários projetos arquitetônicos por  toda a  Itália,  taiscomo: a construção do túmulo do conde de Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta delPopolo. a fonte da Piazza della Signoria. Seu  interesse pela arquitetura o  levou a estudar os tratados deAlberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade  ideal. De acordo com os preceitos dosjesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.

GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra literária Le Vite (As Vidas), na qual,além de fazer um resumo da arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas muitointeressante sobre os grandes artistas da época, sem deixar de fazer comentários mal-intencionados eelogios exagerados. Sob a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obrassignificativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também trabalhou em colaboração comMichelangelo em Roma, na década de 30. Suas biografias, publicadas em 1550,  fizeram  tanto sucessoque se seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado àarquitetura.

PALLADIO,  (1508-1580), O  interesse que  tinha pelas  teorias de Vitrúvio se  reflete na  totalidade de suaobra arquitetônica, cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de  linhas e a harmonia dasproporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão mínima. Somente dez anosdepois iria se dedicar à arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San GiorgioMaggiore e Il Redentore. Não se pode dizer que Palladio tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista,no entanto, é um dos mais  importantes desse período. A obra de Palladio  foi uma referência obrigatóriapara os arquitetos ingleses e franceses do barroco.

4.2.2- PINTURAÉ na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segundadécada do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurandodeformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando re-valorizar a arte pela própria arte.

Principais características : Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos

reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e umaatmosfera de tensão permanente.

Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados dorenascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os sereshumanos.

Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e coresbrilhantes.

A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis. Os verdadeiros protagonistas do quadro  já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em

algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade,encontrá-lo.

Principal Artista:

EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido dapintura veneziana e a religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente compreendidapor seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou como pintor de ícones noconvento de Santa Catarina, em Cândia. De acordo com documentos existentes, no ano de 1567emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumasobras. Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, ondetrabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para anobreza toledana. Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do Conde de Orgaz, a meiocaminho entre o retrato e a espiritualidade mística. Homem com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e OMartírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte.

4.2.3- ESCULTURA

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Na escultura, o maneirismo segue o caminho  traçado por Michelangelo: às  formas clássicas soma-se onovo conceito  intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em  resumo, repetem-se ascaracterísticas da arquitetura e da pintura. Não  faltam as  formas caprichosas, as proporções estranhas,as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera detensão tão característica do espírito maneirista.

Principais características:

A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras,num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas eexagerado alongamento dos músculos.

O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permiteque elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando acomposição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.

Principais Artistas:

BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em várias cidades italianas. Decoroutambém o palácio dos Mantova e o túmulo do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, comquem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa Júlio II, que incumbiu-o daconstrução de sua villa na Porta del Popolo. Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto.No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde venceu um concurso para aconstrução da fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar ostratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com ospreceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.

GIAMBOLOGNA, (1529-1608), De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos comoescultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde sesupõe que  teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas obras. Estabeleceu-se  finalmente emFlorença, na corte dos Medici. O Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre asobras mais importantes desse período. Participou também de um concurso na cidade de Bolonha, para oqual realizou uma de suas mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com  igual maestria apedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da técnica de despejar os metais, comodemonstram suas esculturas de bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo estápara o renascimento.

IMAGENSApresentação   de   Jesus   no   Templo  |       Basílica      (Palladio)    |       Bibliotecário    |       Eva      com      a      Maça    |       Igreja      Redentor   |       Laoconte    |       O      Fogo    |       Palácio      Uffizi    |       Pátio      Palácio      Pitti    |       Ponte      Trinitá      

4.3 – BARROCO

A arte barroca originou-se na  Itália (séc. XVII) mas não  tardou a  irradiar-se por outros países da Europae a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que osartistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam asemoções e não o racionalismo da arte renascentista.

É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se coloca em constante dualismo:

Paganismo X Cristianismo e Espírito X Matéria.

Suas características gerais são:

emocional sobre o racional; busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; violentos contrastes de luz e sombra; pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de

profundidade conseguida.

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4.3.1- PINTURACaracterísticas da pintura barroca:

Composição em diagonal Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) Realista, abrangendo todas as camadas sociais

Dentre os pintores barrocos italianos:Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Elanão aparece como reflexo da  luz solar, mas é criada  intencionalmente pelo artista, para dirigir a atençãodo observador.Obra destacada: Vocação de São Mateus.Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas

barrocas, causando a  ilusão de que as paredes e colunas da  igreja continuam no teto, e de que este seabre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros paísesda Europa, temos:

Velázquez  - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou  registrar em seusquadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dadomomento da história.Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partirdas linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, égeralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - quecontrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.Obra destacada: O Jardim do Amor.

Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente ocontraste entre  luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvemáreas de luminosidade mais intensa.Obra destacada: Aula de Anatomia.

4.3.2- ESCULTURAPredominam as  linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos daspersonagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementosdecorativos das  igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílicade São Pedro, no Vaticano.Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Para seu conhecimento :

Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.

IMAGENSLição   de   Anatomia   do   Dr.   Tulp  |       A      Ronda      Noturna    |       Mulher      Banhando-se      num      Córrego    |       O      Bobo      da      Corte   Sebastián   de   Morra  |   Vênus            ao            Espelho       |   Os            Síndicos            da            Corporação            de            Tecelões            de            Amsterdam       |   As   Meninas |   A           Chegada            de            Maria            de            Médicis            a           Marselha       |   Retrato            de            Susanna            Fourment       |   ACabeça            de   uma   Criança

4.4 – ROCOCÓ

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Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais  leve e  intimistaque aquele e usado inicialmente em decoração de interiores.

Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigorosoaté o advento da  reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica daAlemanha, na Prússia e em Portugal.

Os  temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã  (as  fêtes galantes) e da mitologia,pastorais, alusões ao teatro  italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundovegetal em ornatos e molduras.

O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas efragmentos de vidro utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais.

Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.

Características gerais:

Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas,laços e flores.

Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.

4.4.1- ARQUITETURADurante o  Iluminismo, entre 1700 e 1780, o  rococó  foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma paraParis. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas umnovo estilo decorativo.

Principais características:

Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio denumerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.

A estrutura das construções ganhou  leveza e o espaço  interno  foi unificado, com maior graça eintimidade.

Principal Artista:

Johann Michael Fischer, (1692-1766), responsável pela abadia beneditina de Ottobeuren, marco dorococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restauroudezenas de igrejas, mosteiros e palácios.

4.4.2- ESCULTURANa escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na arquitetura, não épossível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, querestilisticamente.

Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitetura que se manifesta oespírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão  lugar a  figuras  isoladas, cada uma com existênciaprópria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior dasigrejas.

Principais Artistas:

Johann Michael Feichtmayr, (1709-1772), escultor alemão, membro de um grupo de famílias demestres da moldagem no estuque, distinguiu-se pela criação de santos e anjos de grande tamanho,obras-primas dos interiores rococós.

Ignaz Günther, (1725-1775), escultor alemão, um dos maiores representantes do estilo rococó naAlemanha. Suas esculturas eram em geral feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação","Anjo da guarda", "Pietà".

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4.4.3- PINTURADurante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto naescultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político ecultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob  influência datécnica de Rubens.

Principais Artistas:

Antoine Watteau, (1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se converteram em modelos de um estilobastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para apintura do século XIX.

François Boucher, (1703-1770), as expressões ingênuas e maliciosas de suas numerosas figuras dedeusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidadeclássica, mas a alegre descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou,sempre com grande perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de  Issei") e cenas deinterior ("O pintor em seu estúdio").

Jean-Honoré Fragonard, (1732-1806), desenhista e retratista de talento, Fragonard destacou-seprincipalmente como pintor do amor e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dosúltimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos maisantigos precursores do impressionismo.

IMAGENSBanhistas |       Carta      de      Amor    |       Embarque      Citera    |       Igreja      Ottobeuren    |       Personagens      de      Comédia      Italiana      

5- CONTEMPORÂNEA

5.1 – NEOCLÁSSICO

Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendênciaestética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo,que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção daSociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Principais características:

retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos; academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas

escolas

ou academias de belas-artes; arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.

5.1.1- ARQUITETURATanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dostemplos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessaarquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e aPorta do Brandemburgo, em Berlim.

5.1.2- PINTURAA pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pinturarenascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.

Características da pintura:

Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante. Exatidão nos contornos Harmonia do colorido

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Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida,

Jacques-Louis David  -  foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais  tarde,  tornou-se o pintoroficial do  Império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou  fatos históricos  ligados à vidado imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimemfortes emoções.Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat

Ingres - sua obra abrange, além de composições mitológicas e  literárias, nus, retratos e paisagens, masa crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar afisionomia da classe burguesa do seu  tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança naindividualidade.Obra destacada: Banhista de Valpinçon.

Para seu conhecimentoForte influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica de Pompéia. Diante daquelasconstruções, num erro de interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregoseram recobertos com mármore branco, ocasionando a construção de  tantos edifícios brancos. Exemplo:Casa Branca dos Estados Unidos.

5.2 – ROMÂNTICA

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela RevoluçãoIndustrial e pela Revolução Francesa do  final do século XVIII. Do mesmo modo, a atividade artísticatornou-se complexa.Os artistas  românticos procuraram se  libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressãoda personalidade do artista.Características gerais:

a valorização dos sentimentos e da imaginação; o nacionalismo; a valorização da natureza como princípios da criação artística; e os sentimentos do presente.

5.2.1- ARQUITETURACaracterística principal da arquitetura:

Revaloriza-se o gótico, considerado estilo genuinamente europeu.

Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês

5.2.2- PINTURACaracterísticas da pintura:

Aproximação das formas barrocas Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador Valorização das cores, claro-escuro Dramaticidade

Temas da pintura:

Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas Mitologia Grega

Principais artistas:

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Goya - trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo,os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade.Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.

Turner  -  representou grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da  luz que a naturezareflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arteregistra a presença da máquina (locomotiva).Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza.

Delacroix - suas obras apresentam forte comprometimento político, e o valor da pintura é asseguradapelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação.Representava assuntos abstratos personificando-os.Obras destacadas: A Liberdade guiando o povo e Agitação de Tânger.

IMAGENSAuto-Retrato  |       A      Barca      de      Dante     |       A      Maja      Desnuda     |       A      Liberdade      Guiando      o      Povo     |       A      Mulher      do      Leque     |Com   Razão   ou   Sem   Ela  |       A      Morte      de      Sardanápalo    |       A      Sombrinha      

5.3 – REALISTA

Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendênciaestética chamada Realismo, que se desenvolveu ao  lado da crescente  industrialização das sociedades.O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para  interpretar edominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas,deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

São características gerais:

o cientificismo a valorização do objeto o sóbrio e o minucioso a expressão da realidade e dos aspectos descritivos

5.3.1- ARQUITETURAOs arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas,criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam defábricas, estações, ferroviárias, armazéns,  lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para osoperários quanto para a nova burguesia.

Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

5.3.2- ESCULTURAAuguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar osseres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindomuitas vezes uma  intenção política em suas obras. Sua característica principal é a  fixação do momentosignificativo de um gesto humano.Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.

5.3.3- PINTURACaracterísticas da pintura;

Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda umfenômeno da natureza.

Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qualela é.

Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade

Temas da pintura:

Politização

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Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dostrabalhadores e a opulência da burguesia.

Principais pintores:

Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telastemas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelostrabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX. Courbet dizia: "Sou democrata,republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro"Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.

Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principalelemento é a ligação atávica (características de ascendentes remotos) do homem com a terra. Foieducado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muitocedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. É ocaso, por exemplo, "Angelus".

IMAGENSPintura   da   Igreja   de   Gréville  |   As      Respingadeiras    |   Honoré            de            Balzac       |   A           Jovem            Mãe       |   O           Beijo       |   Os   Burgueses   de   Calais  |       Angelus    |       Enterro      em      Ornans    |       O      Atelie      do      Artista    |       Auto-Retrato      

5.4 – IMPRESSIONISMO

O  Impressionismo  foi um movimento artístico que  revolucionou profundamente a pintura e deu  início àsgrandes  tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas doque teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados quecaracterizaram a pintura impressionista.

Principais Características:

A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar numdeterminado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo daincidência da luz do sol.

As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano pararepresentar imagens.

As sombras devem ser  luminosas e coloridas, tal como é a  impressão visual que nos causam, enão escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.

Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das corescomplementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e desombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.

As cores e  tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelocontrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador

que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa,portanto, de ser técnica para se óptica.

A primeira vez que o público  teve contato com a obra dos  impressionistas  foi numa exposição coletivarealizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica  reagiram muito mal ao novo movimento,pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.

Principais artistas:

Monet -  incessante pesquisador da  luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia,afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno Sol.

Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter oreconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensamovimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras eisentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens docotidiano, os retratos e as naturezas mortas.

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Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillière.

Degas - sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho enão apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucaspaisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Suagrande preocupação era  flagrar um  instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimentode um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.Obra Destacada: O Ensaio.

Seurat - Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande Jatte.

Visconti (Brasileiro) - ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos; procura,decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas.Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência querecebeu desses artistas  foi  tão grande que ele é considerado o maior representante dessa  tendência napintura brasileira.Obra destacada: Trigal.

Para seu conhecimento

O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz dosol. São cenas do jardim da casa do artista.

O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais pintores e elasaconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.

IMAGENSMonet   1   |       Monet      2     |       Ensaio     |       Nenúfares     |       O      Palco     |       Final      de      Um      Arabesco     |       Bailarina      Diante      da      Janela     |As   Bailarinas   Verdes   |       Bailarina      Espanhola     |       Duas      Lavadeiras     |       Bailarina      Vestida      em      Repouso     |       A      Ponte   de   Argenteuil  |       As      Escarpas      de      Etretat    |       As      Amapolas    |       O      Tanque      das      Niféias    |       Impressão,      Sol      Nascente      

5.5- EXPRESSIONISMO

O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando”sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, àsolidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.

Principais características:

pesquisa no domínio psicológico; cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, martelada, áspera; técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou

provocando explosões; preferência pelo patético, trágico e sombrio

OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento ”PósImpressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos  impressionistas, mas queriam  levá-los maislonge. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.

Principais artistas:

Gauguin - Depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os pais para a França, maisprecisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e mais tarde trabalhou na bolsa de valores.Aos 35 anos tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começouassim uma vida de viagens e boemia, que resultou numa produção artística singular e determinante dasvanguardas do século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tãosingular como a de seus amigos Van Gogh ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que teve seguidores eque pode ser considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do que um conceito artístico,representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida. Suas primeiras obras tentavam

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captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, emoposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu  famoso Cristo Amarelo. As cores se estendemplanas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.No ano de 1891, o pintor parte para o Taiti,em busca de novos temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas surgemcarregadas da  iconografia exótica do  lugar, e não  faltam cenas que mostram um erotismo natural,  fruto,segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderânciarepresentada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas. Quando voltou a Paris, realizouuma exposição  individual na galeria de Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na  ilhaDominique. Obra Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.

Cézanne - sua tendência foi converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros,cones e esferas - acentua-se cada vez mais, de tal forma que se torna impossível para ele recriar arealidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos.Obras Destacadas: Castelo de Médan e Madame Cézanne

Van Gogh - empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através dacor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelotrabalho de Gauguin, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir osefeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do sulda França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em suapintura, e ele  libertou-se completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-seum colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores  intensas e puras, sem nenhuma matização, poiselas tinham para ele a função de representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosase, depois de  internações e  tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidadetranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas comcores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica compostapor 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não  foi  reconhecido pelo público nempelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nemcompreender o esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. ObrasDestacadas: Trigal com Corvos e Café à Noite.

Toulouse-Lautrec - Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsávelpelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem.Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.

Munch - foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólicoe subjetivo,  longe das  representações  realistas. Seus quadros exerceram grande  influência nos artistasdo grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, Munch  iniciousua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a Paris, na qualconheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso, foi convidado a participar daexposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a Paris, começou a se especializar emgravações e litografias, realizando trabalhos para a Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar noSalão dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizoucenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é OGrito (1889). O Grito é um exemplo dos  temas que sensibilizaram os artistas  ligados a essa  tendência.

Nela a figura humana não apresenta sua  linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. Aslinhas sinuosas do céu e da água, e a  linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para aboca da figura que se abre num grito perturbador.

Kirchner - foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die Brücke. Influenciado pelocubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas às cores e despojou-as de sua funçãodecorativa por meio de contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira visão darealidade. Tendo concluído seus estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou suaformação na cidade de Munique. Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e Schmidt-Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzsche, fundou o grupo Die Brücke (APonte, numa referência à frase do escritor: “...a ponte que conduz ao super-homem”). Veio então aépoca em que os pintores se reuniam numa casa de veraneio em Moritzburg e se dedicavam apenas aoque mais  lhes  interessava: pintar. Dessa época são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bemcomo cenas circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano depoistentou o suicídio. Quando suas mãos se recuperaram do ferimento, voltou a pintar ao ar livre, em suacasa ao pé dos Alpes. Quando finalmente sua contribuição para a arte alemã foi reconhecida, foinomeado membro da academia de Berlim, em 1931, para seis anos mais  tarde, durante o nazismo, ver

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sua obra ser destruída e desprestigiada pelos órgãos de censura. Kirchner tentou mostrar em toda a suaprodução pictórica uma realidade de pesadelo e decadência. Sensivelmente influenciado pelos desastresda guerra, seus quadros se transformaram num amontoado neurótico de cores contrastantes eagressivas, produto de uma profunda tristeza.No final de 1938 o pintor pôs fim à própria vida. Suas obrasmais importantes estão dispersas pelos museus de arte moderna mais importantes da Alemanha.

Paul Klee - considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista. Convencido de quea realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durantetoda sua carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Kleeestudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato comos pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do Der BlaueReiter. Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital  importância parasuas obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas agrande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas daarquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou umafase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, criados, segundo o pintor, emcima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios,Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924ao grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira exposição dossurrealistas. Paralelamente, começou a  trabalhar como professor em Dusseldorf e mais  tarde na escolada Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceuem Basiléia, em 1940. Além de sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que resumemseu pensamento artístico.

Amadeo Modigliani - iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli, em Livorno, sua cidadenatal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano mais  tarde na de Veneza. Três anos depoismudou-se para Paris, onde teve aulas na academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimentocom os pintores Utrillo, Picasso e Braque. Em 1908 participou do Salão dos Independentes e láconheceu Juan Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arteafricana chegadas à França das colônias. Esse aspecto de máscara foi uma das constantes nos seusretratos e nus sensuais. Modigliani  teve em comum com os cubistas e expressionistas o distanciamentodas academias, a  revalorização da cor e o estudo das formas puras. Sua visão  tão subjetiva dos sereshumanos e a emotividade de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistasfranceses, composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem dizer que sua obra,elegante,  recatada e ao mesmo  tempo misteriosa, pertence,  juntamente com a dos mestres Cézanne eVan Gogh, para citar alguns, à dos gênios solitários.

IMAGENSA   sesta  |   O           funcionário            dos            correios       |   A           casa            de            Vincent            em            Arles       |   A     ansiedade    |   Ator    |   Auto            retrato            -  Munch |       Banhistas      sob      as      árvores    |       A      cama      do      defunto    |       Cinco      mulheres      na      rua    |       Eros      e      Psiquê    |       Jacques   Lipchetz   e   sua   mulher  |   Auto            retrato            com            modelo       |   Leopold      Zborowski    |   A           morte            no            quarto            da            doente       |Natureza   morta   |       Nu      deitado     |       O      peixe      dourado     |       Pequeno      porto     |       Retrato      de      Chaim      Soutine     |       Retrato      de   moça |       Rua      de      Dresden    |       Senecio    |       Vapor      e      veleiros    |       A      voz      

5.6- CUBISMO

Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar asformas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longedo que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. Écomo se eles estivessem abertos e apresentassem  todos os seus  lados no plano  frontal em  relação aoespectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso defidelidade com a aparência real das coisas.O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formasgeométricas, com o predomínio de  linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ouobjetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulosvisuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.Principais características:

geometrização das formas e volumes; renúncia à perspectiva;

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o claro-escuro perde sua função; representação do volume colorido sobre superfícies planas; sensação de pintura escultórica; cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho

suave.

O cubismo se divide em duas fases:

Cubismo Analítico - caracterizado pela desestruturação da obra em  todos os seus elementos.Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivose superpostos, procurando a visão  total da  figura, examinado-a em  todos os ângulos no mesmoinstante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que setornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas.

Cubismo Sintético - reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de suaestrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis.Também chamado de Colagem porque  introduz  letras, palavras, números, pedaços de madeira,vidro, metal e até objetos  inteiros nas pinturas. Essa  inovação pode ser explicada pela  intençãodo artista em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que apintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.

Principais artistas:

Picasso - tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou pordiversas fases. Entretanto, são mais nítidas a fase azul, que representa a tristeza e a melancolia dosmais pobres, e a fase rosa em que pinta acrobatas e arlequins. Depois de descobrir a arte africana ecompreender que o artista negro não pinta ou esculpe de acordo com as tendências de um determinadomovimento estético, mas com uma liberdade muito maior, Picasso desenvolveu uma verdadeirarevolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubistaque, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e nadecomposição da realidade. Podemos destacar, também o mural Guernica, que representa, comveemente indignação, o bombardeio da cidade espanhola de Guernica, responsável pela morte degrande parte da população civil formada por crianças, mulheres e trabalhadores, durante a GuerraEspanhola.Outra obra destacada: O Poeta.

Braque - um artista que passou pela  fase do cubismo analítico e sintético. Obra destacada: Mulher comViolão.

Dos artistas brasileiros destacamos:

Tarsila do Amaral - apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para odesenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu uma obra indicadora de novos rumos. Em1928 deu  início a uma  fase chamada antropofágica. A ela pertence a  tela Abaporu cujo nome, segundoa artista é de origem indígena e significa “antropófago”. Também usou de temática social nos seusquadros como na tela Operários.

Rego Monteiro - um dos primeiros artistas brasileiros a realizar uma obra dentro da estética cubista.Estudou em Paris, depois da Semana de Arte Moderna, sua vida alternou-se entre a França e o Brasil.Foi reconhecido também naquele país, tem seus quadros dentro do acervo de alguns importantesmuseus.Obra destacada: Pietà.

IMAGENS

Pablo   Picasso   1  |       Pablo      Picasso      2    |       Georges      Braque      

5.7- ABSTRACIONISMO

A arte abstrata tende a suprimir  toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos,as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um

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quadro depende essencialmente da cor e da  forma, quando o pintor rompe os últimos  laços que  ligam asua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.

O Abstracionismo apresenta várias fases, desde a mais sensível até a intelectualidade máxima.

Abstracionismo  Informal ou Sensível, predominam os sentimentos e emoções. As cores e as  formassão criadas livremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue Reiter" (O CavaleiroAzul) cujos fundadores são os Kandinsky, Franz Marc e Paul Klee. Uma arte abstrata, que coloca na core forma a sua expressividade maior. Estes artistas se aprofundam em pesquisas cromáticas,conseguindo variações espaciais e formais na pintura, através das tonalidades e matizes obtidos. Elesquerem um expressionismo abstrato, sensivel e emotivo. Com a forma, a cor e alinha, o artista é livrepara expressar seus sentimentos interiores, sem relacioná-los a lembrança do mundo exterior. Esteselementos da composição devem ter uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical.

Principais Artistas:

WASSILY KANDINSKY (1866-1944), pintor russo, antes do abstracionismo participou de váriosmovimentos artísticos como impressionismo, atravessou uma curta fase fauve e expressionismo.Escreveu  livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondênciassimbólicas entre os impulsos interiores e a linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e dalinha até a superfície, explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. Dezenas desuas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada".

PAUL KLEE (1879-1940), pintor suiço, capaz de aliar o rigor artesanal a uma absoluta liberdade deinvenção, surpreende sempre pela multiplicidade de formas, desde composições em que se insinua arepresentação figurativa até fascinantes experiências com formas puras e inusitadas. Sua obra possuiuma sistemática rigorosa, são constantes as oposições entre ângulos retos na maior parte de suas obrasconstrutivistas e, em contraste, as sinuosidades predominantes em outros quadros, como ainda sealternam os estudos de perspectiva e os de pura plasticidade bidimensional, ou o  jogo entre as  imagensde pura linha e os contrastes cromáticos. O artista deixou vários textos críticos e seus famosos Diários.

FRANZ MARC (1880-1916), pintor alemão, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das crianças edos doentes mentais, o pintor alemão Marc escolheu como temas favoritos os estudos sobre animais,conheceu Kandinski, sob a influência deste, convenceu-se de que a essência dos seres se revela naabstração. A admiração pelos  futuristas  italianos  imprimiram nova dinâmica à obra de Marc, que passoua empregar formas e massas de cores brilhantes próprias da pintura cubista. Os nazistas destruíramvárias de suas obras. As que restaram estão conservadas no Museu de Belas-Artes de Liège, noKunstmuseum, em Basiléia, na Städtische Galarie  im Lembachhaus, em Munique, no Walker Art Center,em Minneapolis, e no Guggenheim Museum, em Nova York.

5.7.1- SUPREMATISMOÉ uma pintura com base nas  formas geométricas planas, sem qualquer preocupação de representação.Os elementos principais são: retângulo, círculo, triângulo e a cruz. O manifesto do Suprematismo,assinado por Malevitch e Maiakovski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do movimento

futurista em seu país, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o próprio objeto.Mais racional que as obras abstratas de Kandisky e Paul Klee, reduz as formas, à pureza geométrica doquadrado. Suas características são rígidas e se baseiam nas relações formais e perceptivas entre aforma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro sobre o campo branco, nas variaçõesambíguas de fundo e forma.

Principal Artista:

KAZIMIR MALEVITCH (1878-1935), pintor russo. Fundador da corrente suprematista, que levou oabstracionismo geométrico à simplicidade extrema. foi o primeiro artista a usar elementos geométricosabstratos. Procurou sempre elaborar composições puras e cerebrais, destituídas de toda sensualidade.O "Quadro negro sobre  fundo branco" constituiu uma ruptura radical com a arte da época. Pintado entre1913 e 1915, compõe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os  lados paralelos aos datela. A problemática dessa composição seria novamente abordada no "Quadro branco sobre fundobranco" (1918), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York.

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5.7.2- CONSTRUTIVISMO OU ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICOOnde as cores e as  formas são organizadas de maneira que a composição resulte apenas a expressãode uma concepção geométrica.

Principal Artista:

PIET MONDRIAN (1872-1944), pintor holandês, desenvolveu uma nova fase da arte abstrata: oneoplasticismo. Depois de haver participado da arte cubista, continua simplificando suas formas atéconseguir um resultado, baseado nas proporções matemáticas ideais, entre as relações formais de umespaço estudado. O artista utiliza, como elemento de base, uma superfície plano, retangular e as trêscores primárias: vermelho, azul e amarelo - com um pouco de preto e branco. Essas superfíciescoloridas são distribuídas e  justapostas buscando uma arte pura. Ele procura, pesquisa e consegue umequilíbrio da composição perfeito, despojado de todo excesso da cor, da linha ou da forma. Em 1940Mondrian foi para Nova York, onde realizou a última  fase de sua obra: desapareceram as barras negrase o quadro ficou dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos quadros boogie-woogie.

A arte do néo-plasticismo de Mondrian vai  ter uma  influência considerável na arquitetura e no desenhográfico do século XX.

5.7.3- ARTE ABSTRATA AMERICANAEm 1937,  funda-se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas Abstratos. O abstracionismo cresce ese desenvolve nas Américas, chegando à criação de um estilo original. É a  "Action Painting" ou pinturade ação gestual, criada por Jackson Pollock nos anos de 1947 a 1950.

Características da Pintura:

Compreensão da pintura como meio de emoções intensas. Execução cheia de violenta agressividade, espontaneidade e automatismo. Destruição dos meios tradicionais de execução - pincéis, trincha, espátulas, etc. Técnica: pintura direta na parede ou no chão, em telas enormes, utilizando tinta à óleo, duco,

pasta espessa de areia, vidro moído.

Principais Artistas:

JACKSON POLLOCK (1912-1956), pintor americano,  introduziu nova modalidade na  técnica, gotejando(dripping) as tintas que escorrem de recipientes furados intencionalmente, numa execução veloz, comgestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando, pintando a superfície escolhida com resultadosextraordinários e fantásticos, algumas vezes realizada diante do público. Desenvolveu pesquisas sobrepintura aromática. Nos últimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas epedaços de tela, misturavam-se às camadas de tinta para dar relevo à textura. Usou freqüentementetintas industriais, muitas delas usadas na pintura de automóveis.

HANS HARTUNG (1904-1989), Pintor  francês nascido na Alemanha. Um dos principais representantesdo expressionismo abstrato na Europa. Conhecido sobretudo pelo emprego de delicadas linhas negras

em fundos coloridos. Grande prêmio da Bienal de Veneza de 1960. Uma das influências mais fortes éKandinski. Para ele, a liberdade é conquistada pelo esforço do pintor, que faz da própria mão um"pensamento em ação". Em seus quadros, é bem visível essa  liberdade  interior e Hartung dá aos pretosdiferenças de intensidade, transparência e consistência.

IMAGENSManube   Mabe  |   Antonio            Bandeira       |   Alexander            Calder       |   Kandinski            1      |   Kandinski            2      |   Samson            Flexor       |Kazimir   Malevitch  |       Naum      Gabo    |       Alfredo      Volpi      1    |       Alfredo      Volpi      2   

5.8- FAUVISMO

Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em portuguêssignifica  feras), em virtude da  intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-

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las. Quem lhes deu este nome foi o crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto depinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

Os princípios deste movimento artístico eram:

Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos. Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias. A cor pura deve ser exaltada. As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no

mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.

Características da pintura:

Pincelada violente, expontânea e definitiva; Ausência de ar livre; Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à

realidade;Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;

Pintura por manchas largas, formando grandes planos;

Principais Artistas:

MAURICE DE VLAMINCK (1876-1958), pintor francês, foi o mais autêntico fauvista, dizia: "Queroincendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entreexpressionista e realista.

ANDRÉ DERAIN (1880-1954), pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para nós cartuchos dedinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse, com os quais se tornou umdos principais pintores  fauvistas. Nessa  fase, pintou  figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas,recorrendo a traços  impulsivos e a pinceladas descontínuas para obter suas composições espontâneas.Após romper com o fauvismo, em 1908, sofreu  influências de Cézanne e depois do cubismo. Na décadade 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonação neoclássica, com ogradual desaparecimento da gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo, desde então, nãomudou.

HENRI MATISSE (1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo,tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como depessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito declaro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fauvistas, que exploraram osensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço emcomposições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.

RAOUL DUFY  (1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes  tonais e a geometrizaçãoda forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fauvismo,depois de  travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de  receber o prêmio de pintura da bienalde Veneza.

5.9- CONTRUTIVISMO

Trata-se de um abstrato geométrico que busca movimento perspectivo vibratório através das cores elinhas. É a síntese das teorias abstratas e científicas da arte moderna. É uma pintura em duasdimensões.

Artista destacado:

Mondrian - ele buscava o que existe de constante nos seres, apesar de eles parecerem diferentes; cadacoisa, seja ela uma casa, uma árvore ou uma paisagem, possui uma essência que está por  trás de suaaparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia no Universo. O papel do artista, para ele,seria revelar essa essência oculta e essa harmonia universal.Obras Destacadas: Árvores em Flor e Composição.

IMAGENS

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Kazimir   Malevitch  |       Naum      Gabo    |       Alfredo      Volpi      1    |       Alfredo      Volpi      2   

5.10- SURREALISMO

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de FREUD e as incertezas políticascriaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágilcondição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos queinterferem de maneira fantasiosa na realidade.

O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e dosubconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio DeChirico. Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem ofreio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real parapenetrarem no  irreal, pois a emoção mais profunda do ser  tem  todas as possibilidades de se expressarapenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle. A publicaçãodo Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente onascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instintocomo ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesseuma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual arealidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições. A livre associação e aanálise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentosbásicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquerforma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavamplasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade maisprofunda do ser humano: o subconsciente.

Principais artistas

Salvador Dali - é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona edepois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época  teve oportunidade de conhecer Lorca eBuñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica deGiorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em1924 o pintor  foi expulso da Academia e começou a se  interessar pela psicanálise de Freud, de grandeimportância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para suacarreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneiristaArcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranóiacritica“ para referir-se à atitude de quem recusa a  lógica que rege a vida comum das pessoas .Segundoele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes paraa Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando.Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou suabiografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em PortLligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua mortededicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas edesenho de jóias e móveis.Obra Destacada: Mae West.

Joan Miró - iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entroupara a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistasfranceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas,em cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verãovoltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson,Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seudesenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daísua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiudestacar o artista como um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A  famosamagia de Miró se manifesta nessas  telas de  traços nítidos e  formas sinceras na aparência, mas difíceisde serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicouà cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas  inquietações pictóricas. Obra Destacada: NoitadaEsnobe da Princesa.

Para seu conhecimento

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“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?” (fragmento doManifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o movimento).

IMAGENSRetrato   da   Senhora   Mills  |   A     cadeira    |   Desmaterialização            do            nariz            de            Nero       |   Eu            e           a           aldeia       |   Aquarela    |Auto   retrato   Salvador   Dali  |Cão   latindo   para   lua   |       Carnaval      de      arlequim     |       Crucificação     |       Figuras      invertidas   |   Galatéia      de      esferas    |   Girafa            em            chamas       |   Interior      holandês    |   La      Poètesse    |   Maternidade    |   Mercado      de   escravos  |       L´objet      du      couchant     |       Objeto      poético     |       A      persistência      da      memória    |A   rainha   Luiza   da   Prússia   |Auto   retrato   Miró  |   Rosto            de            Mae            Est       |   Telefone-lagosta    |   A           tentação            de            Santo            Antonio       |   A           última            ceia       |Vênus   de   Milo  |       Sofá-lábios      de      Mae      Est      

5.11- DADAÍSMO

Formado em 1916 em Zurique por  jovens  franceses e alemães que, se  tivessem permanecido em seusrespectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação.Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contráriosao envolvimento dos seus próprios países na guerra. Fundaram um movimento literário para expressarsuas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram poucoeficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada  foi descoberta acidentalmente por Hugo Balle por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa nalinguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte queperdera  todo o sentido diante da  irracionalidade da guerra. Sua proposta é que a arte  ficasse solta dasamarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinandoelementos por acaso.O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Principais artistas:

MARCEL DUCHAMP (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentoscomo a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira,interessando-se pelo movimento das  formas.O experimentalismo e a provocação o conduziram a  idéiasradicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetosescolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição deobjeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de  louça que chamou de "Fonte".Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela artetradicional), inventou mecanismos ópticos.

FRANÇOIS PICABIA (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com osprincipais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo.Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas deLéger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixamumas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 oartista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927,abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com asuperposição de formas lineares e transparentes.

MAX ERNEST (1891-1976), pintor alemão, Adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteveenvolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaímocontribuiu com colagens e  fotomontagens, composições que sugerem a múltipla  identidade dos objetospor ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste emaplicar uma  folha de papel sobre uma superfície  rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregarum lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele.

IMAGENSFrancis   Picabia  |       Choqq    |       Foutain    |       O      menino      carburador    |       Moedor      de      chocolate      nº      2    |       A      mulher      monóculo   |   A           noiva            -           Picabia       |   A           noiva            -           Duchamp       |   Nu            descendo            a           escada       |   Paradoxismo            da            dor       |   Um            rumor   secreto

5.12- OP ART

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A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Apesar de ter ganho força nametade da década de 1950, a Op Art passou por um desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem oímpeto atual e o apelo emocional da Pop Art; em comparação, parece excessivamente cerebral esistemática, mais próxima das ciências do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidadesparecem ser tão limitadas quanto as da ciência e da tecnologia.

Obras Destacadas: Mach-C do artista Vassarely e Pintura com Movimento Transformável do artistaJacob Agam.

IMAGENSVictor   Vasarely   1  |       Victor      Vasarely      2      

5.13- POP ART

Movimento principalmente americano e britânico, sua denominação  foi empregada pela primeira vez em1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilizaçãoocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.

Com  raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou a  tomar  forma no  final da década de1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nosEstados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência navida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição aoexpressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografiaera a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.

Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, elaoperava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos,  ilustrações e designam, usandocomo materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais principais, tintaacrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos docotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmotempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quaisse inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com asSopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que eraconsiderado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor esignificado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a  transformação doque era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmistificando, já que seutilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.

Principais Artistas:

Robert Rauschenberg (1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornalamassado do  início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas deCoca-Cola, embalagens de produtos  industrializados e pássaros empalhados. Por volta de 1962, adotou

a  técnica de  impressão em silk-screen para aplicar  imagens  fotográficas a grandes extensões da  tela eunificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temasepisódios da história americana moderna e da cultura popular.

Roy Lichtenstein (1923-1997). Seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artísticocomeçou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os  filhos.Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dosanúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, porexemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes,planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas.Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais,símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

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Andy Warhol (1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warholmostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numasérie de retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warholentendia as personalidades públicas como  figuras  impessoais e vazias, apesar da ascensão social e dacelebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidadedo objeto produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopaCampbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu  filmes e discos de um grupo musical,  incentivou otrabalho de outros artistas e uma revista mensal

IMAGENSAuto   retrato   de   Andy   Warhol   1   |       Marilyn     |       Boa      disposição      de      pele      macia     |       Pop      Art     |       Tracer     |       Auto      retrato   Andy   Warhol   2  |       Elvis      I     e      II    |       Garrafas      de      Coca-Cola      verdes    |       Jackie    |       Lata      de      sopa      Campbell´s      I   |       A      última      ceia

5.14- INSTALAÇÃO

São ampliações de ambientes que são transformados em cenários do tamanho de uma sala.É utilizada a pintura, juntamente com a escultura e outros materiais, para ativar o espaço arquitetônico.O espectador participa da obra, e não somente à aprecia.

Obra Destacada: Homenagem a Chico Mendes do artista Roberto Evangelista.

5.15- INTERFERÊNCIA

Como a pintura já não é claramente definível e deixou de ser a única fornecedora de memoráveisimagens visuais. Alguns artistas interferem na paisagem, colocam cortinas, guarda-sóis, embrulhos emlocais públicos.Atualmente, ressaltamos Christo, o único artista que se destaca com suas interferências.Obras Destacadas:: Cortina no Vale, Ponte Neuf (Paris) embrulhada para presente, Guarda-sóiscolocados em um vale da Califórnia e mais recentemente o Reichstag ( Parlamento Germânico em 1988- Berlim), que foi envolvido em tecido sintético com duração de duas semanas.

5.16- COBRA

Movimento artístico criado na Holanda, Sigla de Copenhague-Bruxelas-Amsterdam, grupo artísticoeuropeu que surgiu entre 1948 e 1951. Ligado esteticamente ao expressionismo figurativo, teve comoprincipais representantes Asger Jorn, Karel Appel e Pierre Alechinski. Assim como as obras de JacksonPollock essa pintura é gestual, livre, violenta na escolha de cores e texturas.

Principais Artistas:

PIERRE ALECHINSKY, pintor e gravador belga. Um dos mais jovens integrantes do grupo Cobra,marcou sua obra pelo tachismo. Participou da XI Exposição Internacional do Surrealismo, em 1965.

ASGER JORN, pintor dinamarquês. Sua obra é caracterizada pelo uso de cores vivas e formasdistorcidas. Sofreu influência dos pintores James Ensor e Paul Klee.

KAREL APPEL, pintor holandês. Criador de uma obra vigorosa e colorida, caracterizada pela  figuraçãorude e simplificada. Realizou também esculturas em madeira e metal.

5.17- FUTURISMO

O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta italianoMarinetti, dizendo que "o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza davelocidade. Um automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia". O segundo manifesto,de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra, Russolo, Severini, Boccioni eGiacomo Balla.

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Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla, "é mais beloum ferro elétrico que uma escultura". Para os futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparentee seus aspectos se interpenetram continuamente a um só tempo, ou vários tempos num só espaço. Ogrupo pretendia fortalecer a sociedade italiana através de uma pregação patriótica que incluía aaceitação e exaltação da tecnologia.

O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional. Procura-se neste estiloexpressar o movimento real, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. Oartista  futurista não está  interessado em pintar um automóvel, mas captar a  forma plástica a velocidadedescrita por ele no espaço.

Principais Artistas:

GIACOMO BALLA , em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços científicos etécnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora sem chegar a uma totalabstração.Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação daluz e a integração do espectro cromático. A formação acadêmica de Balla restringiu-se a um cursonoturno de desenho, de dois meses de duração, na Academia Albertina de Turim, sua cidade natal. Em1895 o pintor mudou-se para Roma, onde apresentou regularmente suas primeiras obras em todas asexposições da Sociedade dos Amadores e Cultores das Belas-Artes. Cinco anos mais tarde, fez umaviagem a Paris, onde entrou em contato com a obra dos impressionistas e neo-impressionistas eparticipou de várias exposições. Na volta a Roma, conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano maistarde,  juntava-se a eles para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Preocupado, como seuscompanheiros, em encontrar uma maneira de visualizar as teorias do movimento, apresentou em 1912seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido o movimento, Ballaretornou às suas pinturas realistas e se voltou para a escultura e a cenografia. Embora em princípio Ballacontinuasse  influenciado pelos divisionistas, não demorou a encontrar uma maneira de se ajustar à novalinguagem do movimento a que pertencia. Um recurso dos mais originais que ele usou para representaro dinamismo foi a simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, quepermitia ao observador captar de uma só vez todas as seqüências do movimento..

CARLO CARRA (1881-1966), junto com Giorgio De Chirico, ele se separaria finalmente do futurismopara se dedicar àquilo que eles próprios dariam o nome de Pintura Metafísica. Enquanto ganhava seusustento como pintor-decorador freqüentava as aulas de pintura na Academia Brera, em Milão. Em 1900fez sua primeira viagem a Paris, contratado para a decoração da Exposição Mundial. De lá mudou-separa Londres. Ao voltar, retomou as aulas na Academia Brera e conheceu Boccioni e o poeta Marinetti.Um ano mais tarde assinou o Primeiro Manifesto Futurista, redigido pelo poeta italiano e publicado nojornal Le Figaro. Nessa época  iniciou seus primeiros estudos e esboços de Ritmo dos Objetos e Trens,por definição suas obras mais futuristas. Numa segunda viagem a Paris entrou em contato comApollinaire, Modigliani e Picasso. A partir desse momento começaram a aparecer as referências cubistasem suas obras. Carrà não deixou de comparecer às exposições futuristas de Paris, Londres e Berlim,mas já em 1915 separou-se definitivamente do grupo. Juntou-se a Giorgio De Chirico e realizou suaprimeira pintura metafísica. Em suas últimas obras retornou ao cubismo.Publicou vários  trabalhos, entreeles La Pittura Metafísica (1919) e La Mia Vita (1943), pintor  italiano. Representante do futurismo e maistarde da pintura metafísica, influenciou a arte de seu país nas décadas de 1920 e 1930. UMBERTOBOCCIONI (1882-1916), sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas incorporando osconceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e emdireções contrárias. Nascido em Reggio di Calábria, Boccioni mudou-se ainda muito  jovem para Roma,onde estudou em diferentes academias. Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini. No início,

mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez entãoalgumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Ao voltar, entrou em contato com Carrà e Marinetti eum ano depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista de Pintura, do qual foi um dosprincipais  teóricos. Foi com a  intenção de procurar as bases dessa nova estética que ele viajou a Paris,onde se encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da PinturaFuturista, no qual foram registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado,desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dosconceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Em 1912, participou da primeira exposiçãofuturista. Suas obras ainda deixavam  transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostospelo cubismo. Os  retratos deformados pelas superposições de planos ainda não conseguiam expressarcom clareza sua concepção teórica. Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador deFutebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos

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desordenados, como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pintor se alistoucomo voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura Futurista, Dinâmico Plástico (Pintura,Escultura Futurista, Dinamismo Plástico). Morreu dois anos depois, em 1916, na cidade de Verona.

Fragmento "Fundação e manifesto do futurismo", 1908, publicado em 1909."Então, com o vulto coberto pela boa lama das fábricas - empaste de escórias metálicas, de suoresinúteis, de fuliges celestes, contundidos e enfaixados os braços, mas impávidos, ditamos nossasprimeiras vontades a todos os homens vivos da terra:

1. Queremos cantar o amor do perigo, o hábito da energia e da temeridade.2. A coragem, a audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.3. Até hoje a  literatura  tem exaltado a  imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos exaltar

o movimento agressivo, a insônia febril, a velocidade, o salto mortal, a bofetada e o murro.4. Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da

velocidade. Um carro de corrida adornado de grossos tubos semelhantes a serpentes de hálitoexplosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a Vitóriade Samotrácia.

5. Queremos celebrar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada atoda velocidade no circuito de sua própria órbita.

6. O poeta deve prodigalizar-se com ardor,  fausto e munificência, a  fim de aumentar o entusiásticofervor dos elementos primordiais.

7. Já não há beleza senão na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode seruma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças ignotaspara obrigá-las a prostrar-se ante o homem.

8. Estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveremos de olhar para trás, sequeremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreramontem. Vivemos já o absoluto, pois criamos a eterna velocidade onipresente.

9. Queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gestodestruidor dos anarquistas, as belas idéias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.

10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo tipo, e combater omoralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação;cantaremos a maré multicor e polifônica das revoluções nas capitais modernas; cantaremos ovibrante  fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros  incendiados por violentas  luas elétricas: asestações  insaciáveis, devoradoras de serpentes  fumegantes: as  fábricas suspensas das nuvenspelos contorcidos fios de suas fumaças; as pontes semelhantes a ginastas gigantes quetranspõem as fumaças, cintilantes ao sol com um fulgor de facas; os navios a vapor aventurososque farejam o horizonte, as locomotivas de amplo peito que se empertigam sobre os trilhos comoenormes cavalos de aço refreados por tubos e o vôo deslizante dos aeroplanos, cujas hélices seagitam ao vento como bandeiras e parecem aplaudir como uma multidão entusiasta.

É da Itália que lançamos ao mundo este manifesto de violência arrebatadora e incendiária com o qualfundamos o nosso Futurismo, porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores,arqueólogos, cicerones e antiquários.Há muito tempo a Itália vem sendo um mercado de belchiores. Queremos libertá-la dos incontáveismuseus que a cobrem de cemitérios inumeráveis.Museus: cemitérios!... Idênticos, realmente, pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não seconhecem. Museus: dormitórios públicos onde se repousa sempre ao lado de seres odiados oudesconhecidos! Museus: absurdos dos matadouros dos pintores e escultores que se trucidamferozmente a golpes de cores e linhas ao longo de suas paredes!Que os visitemos em peregrinação uma vez por ano, como se visita o cemitério no dia dos mortos,  tudobem. Que uma vez por ano se desponta uma coroa de flores diante da Gioconda, vá lá. Mas nãoadmitimos passear diariamente pelos museus nossas tristezas, nossa frágil coragem, nossa mórbida

inquietude. Por que devemos nos envenenar? Por que devemos apodrecer?E que se pode ver num velho quadro senão a fatigante contorção do artista que se empenhou eminfringir as insuperáveis barreiras erguidas contra o desejo de exprimir inteiramente o seu sonho?...Admirar um quadro antigo equivale a verter a nossa sensibilidade numa urna funerária, em vez deprojetá-la para longe, em violentos arremessos de criação e de ação.Quereis, pois, desperdiçar todas as vossas melhores forças nessa eterna e inútil admiração do passado,da qual saís fatalmente exaustos, diminuídos e espezinhados?Em verdade eu vos digo que a frequentação cotidiana dos museus, das bibliotecas e das academias(cemitérios de esforços vãos, calvários de sonhos crucificados, registros de  lances  truncados!...) é, paraos artistas, tão ruinosa quanto a tutela prolongada dos pais para certos jovens embriagados por seusprisioneiros, vá lá: o admirável passado é talvez um bálsamo para tantos dos seus males, já que para

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eles o futuro está barrado... Mas nós não queremos saber dele, do passado, nós, jovens e fortesfuturistas!Bem-vindos, pois, os alegres  incendiários com seus dedos carbonizados! Ei-los!... Aqui!... Ponham  fogonas estantes das bibliotecas!... Desviem o curso dos canais para  inundar os museus!... Oh, a alegria dever flutuar à deriva,  rasgadas e descoradas sobre as águas, as velhas  telas gloriosas!... Empunhem aspicaretas, os machados, os martelos e destruam sem piedade as cidades veneradas!Os mais velhos dentre nós  têm 30 anos: resta-nos assim, pelo menos um decênio mais  jovens e válidosque nos jogarão no cesto de papéis, como manuscritos inúteis. - Pois é isso que queremos!Nossos sucessores virão de longe contra nós, de toda parte, dançando à cadência alada dos seusprimeiros cantos, estendendo os dedos aduncos de predadores e  farejando caninamente, às portas dasacademias, o bom cheiro das nossas mentes em putrefação, já prometidas às catacumbas dasbibliotecas.Mas nós não estaremos  lá... Por fim eles nos encontrarão  - numa noite de  inverno  - em campo aberto,sob um triste galpão tamborilado por monótona chuva, e nos verão agachados junto aos nossosaeroplanos trepidantes, aquecendo as mãos ao fogo mesquinho proporcionado pelos nossos livros dehoje flamejando sob o vôo das nossas imagens.Eles se amotinarão à nossa volta, ofegantes de angústia e despeito, e todos, exasperados pela nossasoberba, inestancável audácia, se precipitarão para matar-nos, impelidos por um ódio tanto maisimplacável quanto seus corações estiverem ébrios de amor e admiração por nós.A forte e sã Injustiça explodirá radiosa em seus olhos - A arte, de fato, não pode ser senão violência,crueldade e injustiça.Os mais velhos dentre nós têm 30 anos: no entanto, temos já esbanjado tesouros, mil tesouros de força,de amor, de audácia, de astúcia e de vontade rude, precipitadamente, delirantemente, sem calcular, semjamais hesitar, sem  jamais repousar, até perder o fôlego... Olhai para nós! Ainda não estamos exaustos!Nossos corações não sentem nenhuma fadiga, porque estão nutridos de fogo, de ódio e de velocidade!...Estais admirados? É lógico, pois não vos recordais sequer de ter vivido! Eretos sobre o pináculo domundo, mais uma vez lançamos o nosso desafio às estrelas!Vós nos opondes objeções?... Basta! Basta! Já as conhecemos... Já entendemos!... Nossa bela emendaz inteligência nos afirma que somos o resultado e o prolongamento dos nossos ancestrais. -Talvez!... Seja!... Mas que importa? Não queremos entender!... Ai de quem nos repetir essas palavrasinfames!...Cabeça erguida!...Eretos sobre o pináculo do mundo, mais uma vez lançamos o nosso desafio às estrelas."Teorias da Arte Moderna, H.B.Chipp, Martins Fontes, 1993.

IMAGENSAutomóvel   +   velocidade   +   luz   |   Dinamismo      de      um      ciclista     |   Estado            de            ânimo            II       |   Funerais      do      anarquista   Galli |       A      carga      dos      lanceiros    |       Manifestação      intervencionista    |       Retrato      de      Marinetti    |       Velocidade      abstrata      

5.18- ART NAIF

É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação,portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte maisintelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto.

Art naïf (arte  ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-sede um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendênciasmodernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.

Esse  isolamento situa o art naïf numa faixa próxima à da arte  infantil, da arte do doente mental e da arteprimitiva, sem que, no entanto, se confunda com elas.

Assim, o artista naïf é marcadamente individualista em suas manifestações mais puras, muito embora,mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de inspiração na iconografiapopular das ilustrações dos velhos  livros, das folhinhas suburbanas ou das imagens de santos. Não setrata, portanto, de uma criação totalmente subjetiva, sem nenhuma referência cultural.

O artista naïf não se preocupa em preservar as proporções naturais nem os dados anatômicos corretosdas figuras que representa.

Características gerais:

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Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa Não existe perspectiva geométrica linear. Pinceladas contidas com muitas cores.

Principal Artista:

Henri Rousseau (1844-1910), homem de pouca  instrução geral e quase nenhuma formação em pintura.Em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar regras elementares de desenho,composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva quelembram tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. Nos primeiros anos doséculo XX, após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, RobertDelaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e posteriormenteinfluenciou o surrealismo.

5.19 – PINTURA METAFÍSICA

A pintura deve criar um impressão de mistério, através de associações pouco comuns de objetostotalmente imprevistos, em arcadas e arquiteturas puras, idealizadas, muitas vezes com a inclusão deestátuas, manequins, frutas, legumes, numa transfiguração toda especial, em curiosas perspectivasdivergentes. A pintura metafísica explora os efeitos de luzes misteriosas, sombras sedutoras e coresricas e profundas, de plástica despojada e escultural. Tem  inspiração na Metafísica, ciência que estudatudo quanto se manifesta de maneira sobrenatural.

Principais Artistas:

GIORGIO DE CHIRICO (1888-1978), pintor italiano, nascido na Grécia, principalrepresentante da "pintura metafísica", Giorgio De Chirico constitui um caso singular: poucas vezes umartista alcançou tão rapidamente a fama para em seguida renegar o estilo que o celebrizara e cair em umesquecimento quase absoluto. As suas obras retratam cenários arquitetônicos, solitários, irreais eenigmáticos, onde colocava objetos heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente,perpassado de  inquietações metafísicas. Também usada nas suas obras manequins, nus ou vestidos àmoda clássica, enigmáticos e sem rosto, que pareciam simbolizar a estranheza do ser humano diante doseu meio ambiente.

GIORGIO MORANDI (1890-1964), pintor italiano. Notável por suas naturezas-mortas, em que buscava aunidade das coisas do universo. Conferiu imobilidade e transparência de formas, recorte intimista eatmosfera de luz cinza-clara às naturezas-mortas que pintou usando como modelos frascos, garrafas,caixas e lâmpadas velhas.

6- ARTE BRASILEIRA

6.1- PRE-HISTÓRIA

O Primeiro Homem das Américas

Escavações feitas no boqueirão da Pedra Furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara, pela

equipe da arquiteta Niède Guidon encontraram o que eles acreditam ser restos de uma fogueira e pedraslascadas, datadas em mais de 50 mil anos. A comunidade científica internacional se dividiu sobre otema. Alguns  rechaçam essas pesquisas, ponderando que a suposta  fogueira pode  ter sido na verdademadeira  incinerada por um raio e que nada garante que as rochas não  foram  lascadas durante a quedade um bloco. A questão por trás dessa briga é a elucidação de qual teria sido a porta de entrada dohomem na América. De um  lado estão os que acreditam que  foi a  travessia do estreito de Bering, entre15 mil e 12 mil anos atrás  - quando o nível do mar chegou a descer 100 metros em  relação ao atual -,tenha sido o único caminho adotado. Para quem não aceita essa exclusividade, outra porta de entradado continente americano poderia ser a costa do Pacífico na América Latina, com viajantes vindos do

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sudeste asiático e das  ilhas oceânicas. Ou seja, a colonização  teria acontecido por povos diferentes emépocas diferentes. A situação começou a tomar novos rumos com a descoberta da toca do Garrincho.Dentes com 15 mil anos foram desenterrados e apresentados ao público. Com essa idade, são osfósseis humanos mais antigos do continente. Se confirmada, a presumida datação em 40 mil anos daspinturas do sertões da Bastiana também será um grande indício de que o homem pode ter vivido aquibem antes do que na América do Norte. Se aceitos pela comunidade internacional, os dentes edesenhos - que não podem ser causados por raios ou quedas de blocos - representarão uma nova  fasenos estudos sobre a ocupação do continente.

As mais importantes pinturas rupestres do Brasil:

PEDRA PINTADA  (PA), aqui, em 1996, a arqueóloga americana Anna Rosevelt achou pinturascom cerca de 11.000 anos.

PERUAÇU  (MG),  tem vários estilos de pinturas entre 2.000 a 10.000 anos. Exibe espetacularesdesenhos geométricos.

LAGOA SANTA (MG), suas pinturas de animais, conhecidas desde 1834, têm entre 2.000 e10.000 anos de idade.

SÃO RAIMUNDO NONATO (PI), segundo Niède Guindon, da Universidade Estadual deCampinas, possui vestígios humanos de 40.000 anos e pinturas de 15.000 anos.

Para seu conhecimento:A tinta de pedra é feita de cacos de minério que forneciam as cores para as pinturas rupestres: osartistas raspavam as pedras para arrancar os pigmentos coloridos, o vermelho e o amarelo vinham dominério de  ferro, o preto, do manganês. Misturado com cera de abelha ou resina de árvores o pigmentovirava tinta.

6.2- ARTE INDÍGENA

“Somos Parte Da Terra E Ela É Parte De Nós”Os olhos e as mentes intelectuais da humanidade começaram no séc. XX a reconhecer os povos nativoscomo culturas diferentes das civilizações oficiais e vislumbraram contribuições sociais e ambientaisdeixadas pelos guerreiros que tiveram o sonho como professores. Mas a maior contribuição que ospovos da floresta podem deixar ao homem branco é a prática de ser uno com a natureza  interna de si. ATradição do Sol, da Lua e da Grande Mãe ensinam que tudo se desdobra de uma fonte única, formandouma  trama sagrada de relações e  inter-relações, de modo que  tudo se conecta a  tudo. O pulsar de umaestrela na noite é o mesmo que do coração. Homens, árvores, serras,  rios e mares são um corpo, comações interdependentes. Esse conceito só pode ser compreendido através do coração, ou seja, danatureza interna de cada um. Quando o humano das cidades petrificadas largarem as armas dointelecto, essa contribuição será compreendida. Nesse momento entraremos no Ciclo da Unicidade, e aTerra sem Males se manifestará no reino humano.

A Visão Indígena Brasileira

O que é índio? Um índio não chama nem a si mesmo de índio. Esse nome veio trazido peloscolonizadores no séc. XVI. O  índio mais antigo desta  terra hoje chamada Brasil se autodenomina Tupy,que significa "Tu" (som) e "py" (pé), ou seja, o som-de-pé, de modo que o índio é uma qualidade deespírito posta em uma harmonia de forma.

Qual a origem dos índios? Conforme o mito Tupy-Guarani, o Criador, cujo coração é o Sol, tataravôdesse Sol que vemos, soprou seu cachimbo sagrado e da  fumaça desse cachimbo se  fez a Mãe Terra.Chamou sete anciões e disse:  ‘Gostaria que criassem ali uma humanidade’. Os anciões navegaram emuma canoa que era como cobra de fogo pelo céu; e a cobra-canoa levou-os até a Terra. Logo elescriaram o primeiro ser humano e disseram: ‘Você é o guardião da roça’. Estava criado o homem. O

primeiro homem desceu do céu através do arco-íris em que os anciões se transformaram. Seu nome eraNanderuvuçu, o nosso Pai Antepassado, o que viria a ser o Sol. E logo os anciões fizeram surgir daÁguas do Grande Rio Nanderykei-cy, a nossa Mãe Antepassada. Depois eles geraram a humanidade,um se transformou no Sol, e a outra, na Lua. São nossos tataravós.

Esta história revela o jeito do povo indígena de contar a sua origem, a origem do mundo, docosmos, e também mostra como funciona o pensamento nativo. Os antropólogos chamam demito, e algumas dessas histórias são denominadas de lendas.

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6.2.1- ARQUITETURATaba ou Aldeia é a reunião de 4 a 10 ocas, em cada oca vivem várias famílias (ascendentes edescendentes), geralmente entre 300 a 400 pessoas. O lugar ideal para erguer a taba deve ser bemventilado, dominando visualmente a vizinhança, próxima de rios e da mata. A terra, própria para o cultivoda mandioca e do milho.

No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reúnem os conselheiros, as mulheres preparam asbebidas rituais, têm lugar as grandes festas. Dessa praça partem trilhas chamadas pucu que levam àroça, ao campo e ao bosque.

Destinada a durar no máximo 5 anos a oca é erguida com varas, fechada e coberta com palhas oufolhas. Não recebe reparos e quando  inabitável os ocupantes a abandonam. Não possuem  janelas,  têmuma abertura em cada extremidade e em seu interior não tem nenhuma parede ou divisão aparente.Vivem de modo harmonioso.

6.2.2- PINTURA CORPORAL E ARTE PLUMÁRIAPintam o corpo para enfeitá-lo e também para defende-lo contra o sol, os  insetos e os espíritos maus. Epara revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos ‘falam’,dão recados. Boa  tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, naviagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser. Nos diascomuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada,cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta oscorpos dos filhos e do marido. Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve para enfeites:mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade. Esta é uma artemuito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.

6.2.3- A ALDEIA CABE NO COCARA disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele  indica a posição de

chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia Kayapó. Em forma dearco, uma grande roda a girar entre o presente e o passado. "É uma lógica de manutenção e não deprogresso", explica Luis Donisete Grupioni. A aldeia também é disposta assim. Lá, cada um tem seulugar e sua função determinados.

6.2.4- TRANÇADOS E CERÂMICAA variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma  inesgotável  fonte dematéria prima. É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios, comocestos para uso doméstico, para  transporte de alimentos e objetos  trançados para ajudar no preparo dealimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o  fogo, objetosde adorno pessoal (cocares,  tangas, pulseiras), redes para pescar e dormir,  instrumentos musicais parauso em rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição.A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e nadecoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.

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IMAGENSAbano |   Cerâmica      Tapajônica    |   Cestos    |   Chefe            Camaiura       |   Estátua            Karajá       |   Jarra    |   Quarup    |   Rede    |Tartaruga   Karajá  |       Xavantes   

6.3- COLONIAL

Após a chegada de Cabral, Portugal tomou posse do território e transformou o Brasil em sua colônia.Primeiramente, foram construídas as feitorias, que eram construções muito simples com cerca de pau-a-pique ao redor, porque os portugueses temiam ser atacados pelo índios. Preocupado com que outrospovos ocupassem  terras brasileiras, o  rei de Portugal enviou, em 1530, uma expedição comandada porMartim Afonso de Sousa para dar início à colonização. Martim Afonso fundou a vila de São Vicente(1532) e instalou o primeiro engenho de açúcar, iniciando-se o plantio de cana-de-açúcar, que setornaria a principal fonte de riqueza produzida no Brasil.

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Após a divisão em capitanias hereditárias, houve grande necessidade de construir moradias para oscolonizadores que aqui chegaram e engenhos para a fabricação de açúcar.

6.3.1- ARQUITETURAA arquitetura era bastante simples, sempre com estruturas retangulares e cobertura de palha sustentadapor estruturas de madeira roliça inclinada. Essas construções eram conhecidas por tejupares, palavraque vem do tupi-guarani (tejy=gente e upad=lugar). Com o tempo os tejupares melhoram e passam oscolonizadores a construir casas de taipa.Com essa evolução começam a aparecer as capelas, oscentros das vilas, dirigidas por missionários jesuítas. Nas capelas há crucifixo, a imagem de NossaSenhora e a de algum santo, trazidos de Portugal.A arquitetura religiosa foi introduzida no Brasil peloirmão jesuíta Francisco Dias, que  trabalhou em Portugal com o arquiteto italiano Filipe Terzi, projetistada igreja de São Roque de Lisboa.

Esquema de arquitetura primitiva:Dois eram os modelos de arquitetura primitiva. A  igreja de Jesus de Roma (autor: Vignola) e a  igreja deSão Roque de Lisboa, ambas de padres jesuítas.Floresciam as igrejas em todos sos lugares onde chegavam os colonizadores, especialmente no litoral.Os principais arquitetos do período colonial foram: Francisco Dias, Francisco Frias de Mesquita, Gregóriode Magalhães e Fernandes Pinto Alpoim.A  liberdade de estilo dada ao arquiteto modifica o esquema simples, mas  talvez pela  falta de  tempo oupor deficiência técnica não se deu um acabamento mais aprimorado.

Algumas das principais construções de taipas:

Muralha ao redor de Salvador, construída por Tomé de Sousa; Igreja Matriz de Cananéia;

Vila inteira de São Vicente, destruída por um maremoto e reconstruída entre 1542 e1545;

Engenhos de cana-de-açúcar; e Casa da Companhia de Jesus, que deu origem à cidade de São Paulo.

TaipaConstrução feita de varas, galhos, cipós entrelaçados e cobertos com barro. Para que o barro tivessemaior consistência a melhor resistência à chuva, ele era misturado com sangue de boi e óleo de peixe.Elas podem ser feitas com técnicas diferentes:

A taipa de pilão, de origem árabe, consiste em comprimir a terra em formas de madeira,formando um caixão, onde o material a ser socado ia disposto em camadas de 15 cmaproximadamente. Essas camadas reduziam-se a metade após o apiloamento. Quando a terraapilada atingia mais ou menos 2/3 da altura do  taipal, eram nela  introduzidas  transversalmente,pequenos paus roliços envolvidos em folhas, geralmente de bananeiras, produzindo orifícioscilíndricos denominados cabodás que permitiam o ancoramento do taipal em nova posição. Essatécnica é usada para formar as paredes externas e nas internas estruturais, sobrecarregadascom pavimento superior ou com madeiramento do telhado.

A taipa de mão ou pau-a-pique que caracterizava-se por uma trama de paus verticais ehorizontais, eqüidistantes, e alternadamente dispostos. Essa trama era fixada verticalmente naestrutura do edifício e tinha seus vãos preenchidos com barro, atirado por duas pessoassimultaneamente uma de cada  lado. A taipa de mão geralmente é utilizada nas paredes internasda construção.

Forte São João

No ano de 1531, após viagem através do Atlântico Sul, as naus de Martim Afonso de Souzaavistaram terras tupi-guaranis.O lugar, chamado "Buriquioca"(morada dos macacos) pelosnativos, encantou os portugueses por suas belezas naturais e exóticas.

Apesar da bela paisagem, por motivo de segurança seguiram viagem, indo aportar em São

Vicente, no dia 22 de janeiro de 1532. Neste mesmo ano, Martim Afonso enviou João Ramalho à Bertioga a fim de verificar a

possibilidade de construir uma fortificação para proteger a nova vila dos ataques Tamoios. Em 1540, Hans Staden, famoso artilheiro alemão, naufragou na costa brasileira e foi levado à

São Vicente. Lá, foi nomeado para comandar a fortificação em Bertioga. Em 1547, a primitiva paliçada de madeira  foi substituída por alvenaria de pedra e cal e óleo de

baleia, o que originou o verdadeiro Forte. Primeiramente foi chamado Forte Sant'Iago (ou São

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Tiago), recebeu a denominação de Forte São João em 1765, devido à restauração de suacapela, erguida em louvor a São João Batista.

Em 1940, a fortaleza, considerada a mais antiga do Brasil, foi tombada pelo Iphan (Instituto doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional)

Aproveitando a comemoração dos 500 anos do Brasil, a Prefeitura de Bertioga e o Iphanentregam para visitação o forte totalmente restaurado.

6.3.2- ESCULTURAOs jesuítas ensinaram aos índios e negros o alfabeto, a religião e a trabalhar o barro, a madeira e apedra. O índio é muito hábil na imitação, mas, também muito primário e rústico na execução. O negroadapta-se mais facilmente e é exuberante no desenho, na arte, no talhe e nas  lavras. Sob direção dosreligiosos e de mestres, vindos além-mar, o índio e o negro esculpiram muitos trabalhos, que são a baseao enxerto da arte Barroca, em auge na Europa.

6.4- HOLANDESA

Na virada do século, os portugueses defenderam o Brasil dos invasores ingleses, franceses eholandeses. Porém, os holandeses resistiram e se instalaram no nordeste do país por quase 25 anos(início em 1624). O Conde Maurício de Nassau trouxe à “Nova Holanda” artistas e cientistas que seinstalaram em Recife. Foi sob a orientação de Nassau que o arquiteto Pieter Post projetou a construçãoda Cidade Maurícia e também os palácios e prédios administrativos.

Embora fosse comum a presença de artistas nas primeiras expedições enviadas à América, Maurício deNassau afirmou, em carta à Luiz XIV, em 1678, ter a sua disposição seis pintores no Brasil, entre osquais Frans Post e Albert Eckhout. Holandeses,  flamengos, alemães, os chamados pintores de Nassau,por não serem católicos, puderam  facilmente dedicar-se a  temas profanos, o que não era permitido aosportugueses. Em conseqüência disso foram os primeiros artistas no Brasil e na América a abordar apaisagem, os tipos étnicos, a fauna e a flora como temática de suas produções artísticas, livre dospreconceitos e das superstições que era de praxe se encontrar nas representações pictóricas queapresentavam temas americanos. Foram verdadeiros repórteres do século XVII.

FRANS J. POST - Nascido em Haarlen, Holanda (1612-1680), foi pintor, desenhista e gravador. Tinha24 anos quando chegou ao Brasil, contratado por Nassau, permaneceria até 1644. Era irmão doarquiteto Pieter Post. Sua principal tarefa era nas novas terras do foi documentar edifícios, portos efortificações. Destacou-se entre os pintores de Nassau: é considerado o primeiro paisagista a trabalharnas Américas. Foi autor de cerca de 150 obras, costumava pintar pequenas figuras para funcionar comopontos de atração nos quadros e deixa-los mais interessantes. Vários museus do mundo mantêm emseus acervos obras de sua autoria. No Brasil podemos ver a sua obra no MASP, em São Paulo e MNBAno Rio de Janeiro.Obras destacadas: A cidade e o castelo de Frederik na Paraíba; Paisagem Brasileira com nativosdançando; Paisagem com Tamanduá; Mauritsstad e Recife.

ALBERT ECKHOUT - Nascido em Groninger, Holanda (1610-1666), foi artista e botânico, veio para oBrasil em 1637 e permaneceu até 1644, como pintor contratado por Maurício de Nassau. Aqui realizougrande parte de sua obra. Nela destacam-se naturezas-mortas com frutas e legumes tropicais,representações dos tipos humanos que habitavam o país e costumes. Ficou fascinado pelo o queencontrou no Brasil. O Conde de Nassau freqüentemente ofereceu obras de Eckhout como presente ànobreza européia. O rei da Dinamarca recebeu vinte pinturas retratando tipos brasileiros e naturezas-mortas. O rei da França recebeu uma coleção de pinturas que foi usada para fazer tapeçarias, aschamadas “Tapeçarias das Índias” tornaram-se muito conhecidas e foram tão copiadas que os cartõesoriginais se estragaram. Os trabalhos de Eckhout contribuem para que os europeus se interessassempelo Brasil.Obras destacadas: Dança Tapuia; Composição com cabaças, frutas e cactos; Os dois touros; Mameluca;

Mulato; Índia Tapuia; Mulher Africana.

6.5- BARROCO

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O estilo barroco desenvolveu-se plenamente no Brasil durante o século XVIII, perdurando ainda no iníciodo século XIX. O barroco brasileiro é claramente associado à religião católica. Duas linhas diferentescaracterizam o estilo barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pelamineração, encontramos igrejas com trabalhos em relevos feitos em madeira - as talhas - recobertas porfinas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura.Já nas regiões onde não existia nem açúcar nem ouro, as igrejas apresentam talhas modestas e ostrabalhos  foram  realizados por artistas menos experientes e  famosos do que os que viviam nas  regiõesmais ricas.

O ponto culminante da  integração entre arquitetura, escultura,  talha e pintura aparece em Minas Gerais,sem dúvida a partir dos trabalhos de:

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho - seu projeto para a igreja de São Francisco, em Ouro Preto,por exemplo, bem como a sua realização, expressam uma obra de arte plena e perfeita. Desde aportada, com um belíssimo  trabalho de medalhões, anjos e  fitas esculpidos em pedra-sabão, o visitantejá  tem certeza de que está diante de um artista completo. Além de extraordinário arquiteto e decoradorde  igrejas  foi também  incomparável escultor. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhasdo Campo, é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra-sabão de dozeprofetas, cada um desses personagens numa posição diferente e executando gestos que se coordenam.Com isso, ele conseguiu um resultado muito interessante, pois torna muito forte para o observador asugestão de que as figuras de pedra estão se movimentando.

Características da escultura de Aleijadinho:

Olhos espaçados Nariz reto e alongado Lábios entreabertos Queixo pontiagudo Pescoço alongado em forma de V

Manuel da Costa Ataíde - suas pinturas em tetos das igrejas seguiam as características do estilobarroco, e aliavam-se perfeitamente às esculturas e arquitetura de Aleijadinho. O Mestre Ataíde pintouvárias igrejas de Minas Gerais com um estilo próprio e bem brasileiro. Usava cores vivas e alegres egostava muito do azul. Ataíde utilizava tanto a tinta a óleo (que era importada da Europa) como atêmpera. Os pintores da época nem sempre podiam importar suas tintas. Faziam então suas própriascores com pigmentos e solventes naturais aqui da terra. Entre outros, usavam terra queimada, leite eóleo de baleia, clara de ovo, além de extratos de plantas e flores. E é claro criavam suas própriasreceitas que eram mantidas em segredo. Talvez por  isso é que se diz que não existe, no mundo  inteiro,um colorido como o das cidades mineiras da época do barroco.Obra Destacada: Pintura do Teto da Igreja de São Francisco de Assis.

IMAGENSBasílica   de   Congonhas  |   Cristo            carregando            a           Cruz       |   Flagelação            de            Cristo       |   Igreja            de            São            Francisco       |Matriz   de   Santo   Antonio   |       Profeta      Daniel     |       Última      Ceia     |       São      Francisco     |       Teto      de      Igreja      Ataíde     |       Igreja      do   Pilar |       Igreja      Matriz      Conceição    |       Igreja      Matriz      Santo      Antonio    |       Órgão      Tiradentes      

6.6- MISSÃO FRANCESA

No  início do século XIX, os exércitos de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal, obrigando D. João VI(rei de Portugal), sua família e sua corte (nobres, artistas, empregados, etc.) a virem para o Brasil.D. João VI, preocupado com o desenvolvimento cultural,  trouxe para cá material para montar a primeiragráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado A Gazeta do Rio deJaneiro. Nesse momento, o Brasil recebe  forte  influência cultural européia,  intensificada ainda mais coma chegada de um grupo de artistas  franceses  (1816) encarregado da  fundação da Academia de Belas-Artes (1826), na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Esse grupo ficouconhecido como Missão Artística Francesa.

Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à modaeuropéia. Obedeciam ao estilo neoclássico (novo clássico), ou seja, um estilo artístico que propunha avolta aos padrões da arte clássica (greco-romana) da Antigüidade.

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Algumas características de construções neoclássicas: Colunas (de origem grega): Estrutura de sustentação das construções. Compõe-se de três

partes : base, fuste (parte maior) e capitel (parte superior com ornamentos). Arcos (de origem romana): Elemento de construção de formato curvo existente na parte superior

das portas e passagens que servem de sustentação. Frontões: Estrutura geralmente triangular existente acima de portas e colunas e abaixo do

telhado. Os frontões podem receber os mais variados tipos de decoração.

Os pintores deveriam seguir algumas regras na pintura tais como: inspirada nas esculturas clássicasgregas e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio dacomposição e da harmonia do colorido.

Principais artistas:

Nicolas-Antonine Taunay: (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte de NapoleãoBonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos queresidiu no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.

Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Ele foi desenhista,aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição dearte no Brasil  (1829). Em 1818  trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro paraos festejos da aclamação de D.João VI como rei de Portugal, Brasil e Algarve. Mas é em Viagempitoresca ao Brasil, coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, que ele retrata edescreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiroe suas obras nos dão uma excelente idéia da sociedade brasileira do século XIX.

Alguns dos artistas da Missão Francesa, vieram para o Brasil, no séc. XIX, outros pintores motivadospela paisagem luminosa e pela existência de uma burguesia rica e desejosa de ser retratada. É nessaperspectiva que se situa alguns artistas europeus independentes da Missão Artística Francesa:Thomas Ender, era austríaco e chegou ao Brasil com a comitiva da Princesa Leopoldina, viajou pelointerior, retratando paisagens e cenas da vida no nosso povo em Minas Gerais, São Paulo e Rio deJaneiro. Sua obra compõem-se de 800 desenhos e aquarelas.Johann-Moritz Rugendas, era alemão, esteve no Brasil entre 1821 e 1825. Além do nosso país, visitououtros países da América Latina, documentando, por meio de desenhos e aquarelas, a paisagem e oscostumes dos povos que conheceu.

6.7- ARTE ACADÊMICA

A partir da vinda de D. João VI, o Brasil recebe forte influência da cultura européia, que começa assimilare a imitar. A Academia e Escola de Belas-Artes abriu os cursos em novembro de 1826. Os principaisartistas acadêmicos:

Pedro Américo de Figueiredo e Melo - sua pintura abrangeu  temas bíblicos e históricos, mas  tambémrealizou imponentes retratos.Obra Destacada: Independência ou Morte (Conhecido também como Grito do Ipiranga).

Vitor Meireles de Lima - sua obra mais conhecida é A Primeira Missa no Brasil; os temas preferidoseram históricos, bíblicos e os retratos.Obra destacada: Moema

Almeida Júnior - sua obra pictórica é grande e de temática variada, pois inclui quadros históricos,religiosos e regionalistas. Produziu as obras: Leitura, as telas de inspiração regionalista como PicandoFumo e O Violeiro.

6.8- SEMANA DE 22 - MODERNISMO BRASILEIRO

Essa arte nova aparece inicialmente através da atividade crítica e literária de Oswald de Andrade,Menotti del Picchia, Mário de Andrade e alguns outros artistas que vão se conscientizando do tempo em

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que vivem. Oswald de Andrade, já em 1912, começa a falar do Manifesto Futurista, de Marinetti, quepropõe “o compromisso da literatura com a nova civilização técnica”.

Mas, ao mesmo  tempo, Oswald de Andrade alerta para a valorização das  raízes nacionais, que devemser o ponto de partida para os artistas brasileiros. Assim, cria movimentos, como o Pau-Brasil, escrevepara os jornais expondo suas idéias renovadores de grupos de artistas que começam a se unir em tornode uma nova proposta estética.

Antes dos anos 20, são feitas em São Paulo duas exposições de pintura que colocam a arte moderna deum modo concreto para os brasileiros:

a de Lasar Segall, em 1913, e a de Anita Malfatti, em 1917.

A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com os adeptos da arte acadêmica. Dessapolêmica, o artigo de Monteiro Lobato para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado: “A propósito daExposição Malfatti”, publicado na seção “Artes e Artistas” da edição de 20 de dezembro de 1917, foi areação mais contundente dos espíritos conservadores.

No artigo publicado nesse jornal, Monteiro Lobato, preso a princípios estéticos conservadores, afirmaque “todas as artes são regidas por princípios imutáveis,  leis fundamentais que não dependem do temponem da  latitude”. Mas Monteiro Lobato vai mais  longe ao criticar os novos movimentos artísticos. Assim,escreve que  “quando as sensações do mundo externo  transformaram-se em  impressões cerebrais, nós‘sentimos’. Para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é  forçoso ou que a harmonia douniverso sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude de alguma gravelesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum doscinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá ‘sentir’ senão um gato, e é falsa a ‘interpretaçãoquem do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”.

Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suasidéias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra PaulicéiaDesvairada, publicada em 1922. Aí, Mário de Andrade afirma que:

Belo da arte: arbitrário convencional, transitório - questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural - tem a eternidade que a natureza tiver.

"Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes(Rafael das Madonas, Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) orainconscientes ( a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico serátanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o quequiserem. Pouco me importa”.(Mário de Andrade, Poesias Completas)

Embora existia uma diferença de alguns anos entre a publicação desses dois textos, eles colocam deuma forma clara as idéias em que se dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado, os quetendiam que a arte  fosse uma cópia  fiel do  real; do outro, os que almejavam uma  tal  liberdade criadorapara o artista, que ele não se sentisse cerceado pelo limites da realidade.Essa divisão entre os defensores de uma estética conservadora e os de uma renovadora, prevaleceu pormuito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 defevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. No interior do teatro, foram apresentadosconcertos e conferências, enquanto no saguão foram montadas exposições de artistas plásticos, comoos arquitetos Antonio Moya e George Prsyrembel, os escultores Vítor Brecheret e W. Haerberg e osdesenhistas e pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita, João Fernandode Almeida Prado, Ignácio da Costa Ferreira, Vicente do Rego Monteiro.

Estes eventos da Semana de Arte Moderna  foram o marco mais caracterizador da presença, entre nós,de uma nova concepção do fazer e compreender a obra de arte.

6.9- EXPRESSIONISMO

Principais Artistas:

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Lasar Segall - seu desenho anguloso e suas cores fortes procuram expressar as paixões e ossofrimentos de ser humanos. Em 1924 assumiu uma temática brasileira: seus personagens agora sãomulatas, prostitutas e marinheiros; sua paisagem, favelas e bananeiras.Obras Destacadas: Bananal e Dois Seres.

Anita Malfatti - sua arte era livre das limitações que o academicismo impunha, seus trabalhos setornaram marcos na pintura moderna brasileira, por seu comprometimento com as novas tendências.Obra Destacada: A Estudante Russa.

Di Cavalcanti - as obras deste pintor ficaram muito conhecidas pela presença da mulher mulata umaespécie de símbolo de brasilidade e, na opinião do jornalista Luís Martins, um admirável elementoplástico.Obras Destacadas: Pescadores e Nascimento de Vênus.

IMAGENSLasar   Segall

6.10- ARTE NAIF

O surgimento do art naïf no Brasil foi posterior à Semana de Arte Moderna  (1922). A pintura de Tarsilado Amaral, por sua busca das formas simples e de uma temática "primitiva", guarda algum parentescocom o art naïf, mas seria um equívoco inseri-la nessa categoria.

Mais próxima dos naïfs está a pintura de Djanira, com seus santos, seus pescadores, suas cenas detrabalho na roça, tudo tratado em composições bidimensionais, cores planas e desenho simplificado.

Principais Artistas :

Cardosinho (1861-1947), primitivo ingênuo, começou a pintar aos 70 anos e chegou a produzir cerca de600 quadros. Uma de suas obras está na Tate Gallery, em Londres. com suas fantasias beirando osurreal, copiadas de cartões-postais.

Heitor dos Prazeres (1898-1966), é um artista que revela minúcias e detalhes da realidade que retrata.A figura humana é o centro de seus trabalhos e, nela, dois detalhes chamam a atenção do observador: orosto quase de perfil e a forte sugestão de movimento, resultante do fato das figuras estarem quasesempre na ponta dos pés, como se dançassem ou simplesmente andassem. Sua arte deixa de  lado ospreconceitos e os  fatos  tristes da  realidade social. Ao contrário, procura mostrar um mundo  fraterno emque diferentes pessoas participam de uma mesma atividade.

Mestre Vitalino, criador de  figurinhas de barro que representam pessoas e fatos da região sertaneja dePernambuco. Entre os personagens de Vitalino estão os vaqueiros, os retirantes, os cangaceiros, que,isolados ou compondo uma cena, nos comunicam o modo de ser da gente rústica do sertão.

Djanira, sua arte é dividida em dois períodos, no primeiro, da década de 40, apresenta principalmentetemas da vida carioca. As  figuras sempre sugerem movimento e são contornadas por  forte traço escuro.Na segunda fase, da década de 50, apresenta sobretudo as atividades rurais das mais diferentes regiõesdo Brasil. Nessa fase, suas cores são mais claras, mas os limites entre essas cores são bem nítidos.

Para seu conhecimento:

O Museu Internacional de Arte Naif é um projeto do joalheiro e desenhista de jóias francês LucienFinkelstein, e começou a funcionar em janeiro de 1995, no Cosme Velho, zona sul do Rio de Janeiro,numa casa tombada que já serviu de ateliê para o pintor Eliseu Visconti (autor das pinturas do TeatroMunicipal do Rio). Seu acervo, de quase 10 mil quadros de artistas de cerca de 130 países, o torna omaior do mundo. O Museu  recebe uma média de 2.000 visitantes por mês. No verão, quase metade dopúblico é composta de turistas estrangeiros. No resto do ano, o forte é a visita de grupos escolares.Lucien Finkelstein chegou ao Rio em 1948. Tinha 16 anos e veio a passeio, visitar parentes. Gostou,

resolveu ficar e comprou seu primeiro quadro naif, uma pintura de Heitor dos Prazeres, "Sambistas". Dalipara frente se tornou um grande colecionador de pinturas.

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Quadro   da   série   Retirantes  |       Terreiro      de      Café      

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