5. síntese de leis de controlo usando técnicas...
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Modelação, Identificação e Controlo Digital 5-Controlo com técnicas polinomiais
J. Miranda Lemos, A. Bernardino IST-Secção de Sistemas e Controlo
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5. Síntese de leis de controlo usando técnicas
polinomiais
Objectivo: Projectar controladores discretos lineares por colocação
de pólos, recorrendo a descrições entrada/saída do processo
Referência: AW, Cap. 5
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Controlador com dois graus de liberdade
B A
d y u
Proc.
+ r T
R
S R
-
+
Seguimento:
Melhora o seguimento
das referências
Regulação:
Estabiliza, rejeita perturbações e
reduz a sensibilidade a erros de
modelação
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Objectivos para o controlador
• Estabilizar o sistema
• Seguir referências
• Rejeitar perturbações
• Impôr uma dinâmica conveniente ao sistema controlado;
• Evitar entrar em zonas de funcionamento não lineares.
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Modelo do Controlador
Ru=Tr-Sy B A
d y u
Proc. Controlador
+ r
O controlador tem a forma:
� � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � �= −
em que R é mónico (i. e. o coeficiente da maior potência de R é 1)
� � � � � �� �
�� � = + + +−∂ ∂∂�
�� (∂� = grau de R)
q representa o operador avanço: � � �� �� � �= + �
A lei de controlo tem que ser causal.
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Colocação de pólos baseada em modelos entrada/saída
O processo é modelado pela função de transferência
�� �
�� �
� �
� �=
em que A e B são polinómios coprimos (i.e. sem raízes comuns).
Objectivo: Determinar um controlador causal (polinómios R,S e T) tal que o
sistema controlado se comporte como �� �
�
�
�
� �� �
� �= com � e �� coprimos.
Porque temos de
impor isto?
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Condições de causalidade
A causalidade do controlador significa que a variável manipulada u no
instante k não depende das variáveis a partir das quais é calculada (saída do
processo, referência e, eventualmente, perturbações acessíveis a medida).
O controlador é causal neste sentido sse
∂ ∂∂ ∂� �
� �
≥≥
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Exemplo - Causalidade
� � � � � � � � � � � �� � � � � �= + = + = +� � �
� � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � �+ = + − +� � � � �
Resulta num controlador causal:
( )� � � � � � � � � � � � � � � � ��� � � � � � � � � � � �+ + = + + − + +� � �� � � � �
Se a segunda condição é violada, por exemplo com:
� � � � � � �� � = + +�
�
� �
fica definido um controlador não causal:
( )� � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � �+ + = + + − + + + +� � � �� � � � � �
( )� � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � �= − − + + − − + + + −� � � � � �� � � �
O sinal de controlo em k
depende da saída em k+1 !!
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Acção Integral
Por forma a rejeitar perturbações de saída de baixa frequência, o ganho de
malha dado por:
�� � � �
� � ���� �
� � � �
� � � �=
deve ser alto nesta gama de frequências.
Uma forma de assegurar isto é forçando acção integral. Para tal R é da forma
�� � � �� � �� � � � �λ= −
λ número de integradores. Normalmente λ=1 (um integrador) ou λ=0 (e.g. se
o processo já tiver um integrador).
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Função de transferência em cadeia fechada
Modelo do processo (com d=0): � � � � � � �� � � � � � � �=
Controlador: � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � �= −
Eliminar u(k) entre ambas as equações para obter:
( ) � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � � � �= −
ou seja [ ]� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �+ =
O problema de projecto do controlador consiste em obter R, S, T tal que:
��
� ��
�
�
�+=
Multiplicar por � �� �
Multiplicar por � �� �
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Há muitas soluções da equação
��
� ��
�
�
�+=
Exemplo: Solução puramente antecipativa:
� � � � �� �= = =�
BA
u
Plant
r ABm
BAm
Isto não é uma boa solução: Dado que S=0, o ganho de malha é zero. Na
prática o sistema está em malha aberta.
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Exemplo: Solução de retroacção pura
� � �
� � �
�� � � �
�
� �
= == −= −� �
� �
BA
ur ABm
B(Am-Bm)+
-
y
PlantController
e
Esta solução também tem problemas:
• Não há garantia de alto ganho a baixas frequências;
• Não se explora a componente feedforward para melhorar a resposta a
referências.
��
� ��
�
�
�+=
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Exemplo de Trabalho: Regulação de um integrador duplo �
�� � � �� � � � ���
� � � � � �= − = +
Não se pretende acção integral no controlador.
Pretende-se determinar R e S tal que AR+BS = Am :
( )�
� � � � � � �� � � � � � ��
�
�� � � � � � � � �− + + + =
Tentamos inicialmente um controlador proporcional:
�� � � � �� � � � �= =
e colocar os polos desejados em malha fechada em p1 e p2:
( )( )� �� � � � �� � � � � � � �= − − =
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Desenvolvendo a equação vem:
( )�
� �
� � � � �� � � ���
�� � � � � � � � ��− + + + = − + +
Igualando coeficientes:
( )�
� � �
�
� � �
�
�
�� � �
�� ��
�= − +��
�� =��
Não se conseguem colocar os polos desejados em localizações arbitrárias!
Temos que aumentar a ordem do controlador, o que implica aumentar a
ordem do polinómio característico desejado em malha fechada.
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Considera-se um observador Ao tal que o polinómio característico desejado
em malha fechada seja Acl = AmAo
Experimentemos � � �� � � � � �� � � � � � � � � � �= + = + = +
A nova equação é dada por:
( )( ) ( ) ( ) ( )�
� �
� � � � � � �� � � ���
�
�� � � � � � � � � � � � �� � �� �− + + + + + = − + + +� �
Desenvolvendo, obtém-se:
( )
( ) ( )� �
� � � �
� � � � � � �
�
� � � � � � � �
� � �� � �
� � � �
�� �
� � �� � � � � � � � � �
� � � � � �� �� �� � ���
+ − + + + − + + + + =� � � � � �
= − + + + + + −�� � ��� � � � � �� � � � � � � � � �
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Igualando coeficientes e resolvendo, obtém-se a solução:
( )
( )
( )
� � �
� � ��
� � � �
�
�
�
�
� �
�
� � � �
� � � ��
� � � ��
� = − + +��� = − + −��� = + − +��
Para conseguir resolver o problema foi necessário aumentar a ordem do
controlador e incluir um polinómio “observador”.
Mais adiante vamos ver métodos mais “automáticos” para resolver o
problema da colocação de pólos e estabelecer regras para definir a ordem do
controlador e observador.
Já é possível encontrar um controlador
que defina arbitrariamente os polos do
regulador.
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Como vimos no exemplo anterior pode ser necessário considerar um
polinómio � correspondendo à dinâmica de um observador. No entanto não
queremos que este termo influencie a função de transferência desejada:
��
� ��
�
� �
� �+=
O polinómio � será factor de T.
Assim, no exemplo anterior, para resolver o problema do seguimento de
referências, teriamos que definir um polinómio Bm com os zeros desejados
para a função de transferência e resolver:
� ��� � =
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Há muitas soluções para o problema de colocação de pólos, mas nem todas
igualmente boas ou mesmo aceitáveis.
Para encontrar R, S, T que satisfaçam
��
� ��
�
� �
� �+=
poderá haver cancelamento de pólos e zeros. Isto deve ser feito com cuidado
para evitar o cancelamento de pólos e zeros de fase não mínima o que
levaria a modos internos instáveis.
Notar que se não for feito nada em contrário (cancelamento) os zeros do
sistema a controlar também serão zeros do sistema controlado.
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Dedução de um procedimento de projecto
��
� ��
�
� �
� �+=
Se um factor de � não for factor de �� , deve ser factor de � ��+ por
forma a ser cancelado.
Apenas podem ser cancelados zeros "estáveis" (i. e. dentro do círculo
unitário) para impedir que haja modos que "expludam". Assim, factoriza-se �
como
� � �= + −
�+ é mónico e contém todos os zeros a cancelar.
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� � �= + −
�− não pode ser cancelado, tem que ser um factor de �� .
As especificações têm ser tais que includam as raízes de �− . Factoriza-se:
� �� � �−=
�+ é para ser cancelado, será um factor de � ��+ .
Logo, também será um factor de � (porquê?), e factoriza-se
� � �+=
Mónico, com os zeros
a cancelar Contém os zeros que NÃO
são cancelados
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Em resumo:
��
� ��
�
� �
� �+=
� � �= + − � �� � �−= � � �+=
Pelo que:
( )� �
� �
� � � � �
� � � �
−+ −
+ −=
+
ou seja
� �
� �
� �� �
� � �
− −− =
+
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� �
� �
� �
� � � − =+
As condições seguintes devem ser satisfeitas:
(1) � �� � =
e
(2) � � � � � −+ =
ou, dado que �� ��� � �λ= −
( ) �� � � � � � � λ −− + =
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A primeira equação permite calcular directamente � .
� �� � =
A segunda equação
( ) �� � � � � � � λ −− + =
é uma equação polinomial dita Equação Diofantina1em que as incógnitas são
�� e S.
Exercício: Estabeleça a equação diofantina para o controlo de um integrador
duplo em que se pretende erro estático nulo no seguimento de parábolas. 1 De facto uma equação diofantina de 1ª ordem.