5. instrumentos - sintese

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Estatuto da Cidade – Alguns dos Instrumentos PR 5 1. PLANO DIRETOR O Plano Diretor é uma lei municipal criada com a participação de todos, aprovada na Câmara Municipal, que organiza o crescimento e o funcionamento da cidade como um todo, tanto das áreas urbanas como das rurais. Cada cidade deve ter um Plano Diretor para que todas as regras do Estatuto da Cidade sejam aplicadas. O Plano Diretor diz quais regras serão usadas em cada parte do município. Ele define o futuro da cidade de acordo com o projeto de cidade que se quer. Ele só vale quando é feito e colocado em prática com a participação popular. Plano 2. PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIO. IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS da dívida pública É o conjunto de instrumentos que serve para obrigar o proprietário de um terreno ou imóvel mal utilizado a dar um bom uso para sua propriedade, de acordo com a área em que ela está. A regra da Edificação Compulsória estabelece um prazo para o proprietário parcelar e construir. Se ele não fizer isso, vai pagar um IPTU cada vez maior , dobrando a cada ano, por um período de 5 anos . Se ainda sim ele não tiver dado um bom uso, ele pode até ser desapropriado , sendo penalizado com uma forma lenta de pagamento, em títulos da dívida pública. REQUER LEI ESPECÍFICA para reger o parcelamento, edificação e utilização compulsórios. Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor Parcelamento, Títulos. 3. CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO É um mecanismo que viabiliza parcerias entre os proprietários de imóveis e a prefeitura, onde o proprietário passa o terreno para a prefeitura, esta faz as obras e em troca, o antigo proprietário ganha lotes, casas ou apartamentos no mesmo valor que o terreno tinha antes das obras. Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor Imobiliário 4. DIREITO DE SUPERFÍCIE É um instrumento que separa a propriedade do lote, do direito de usá-lo. Estabelece que o direito de construir na superfície,

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5. Instrumentos - sintese

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Estatuto da Cidade Alguns dos Instrumentos PR 51. PLANO DIRETOR O Plano Diretor uma lei municipal criada com a participao de todos, aprovada na Cmara Municipal, que organiza o crescimento e o funcionamento da cidade como um todo, tanto das reas urbanas como das rurais.Cada cidade deve ter um Plano Diretor para que todas as regras do Estatuto da Cidade sejam aplicadas.

O Plano Diretor diz quais regras sero usadas em cada parte do municpio. Ele define o futuro da cidade de acordo com o projeto de cidade que se quer.Ele s vale quando feito e colocado em prtica com a participao popular.

Plano2. PARCELAMENTO, EDIFICAO OU UTILIZAO COMPULSRIO.IPTU PROGRESSIVO NO TEMPODESAPROPRIAO COM PAGAMENTO EM TTULOS da dvida pblica o conjunto de instrumentos que serve para obrigar o proprietrio de um terreno ou imvel mal utilizado a dar um bom uso para sua propriedade, de acordo com a rea em que ela est.

A regra da Edificao Compulsria estabelece um prazo para o proprietrio parcelar e construir. Se ele no fizer isso, vai pagar um IPTU cada vez maior, dobrando a cada ano, por um perodo de 5 anos. Se ainda sim ele no tiver dado um bom uso, ele pode at ser desapropriado, sendo penalizado com uma forma lenta de pagamento, em ttulos da dvida pblica.REQUER LEI ESPECFICA para reger o parcelamento, edificao e utilizao compulsrios.Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Parcelamento,

Ttulos.

3. CONSRCIO IMOBILIRIO um mecanismo que viabiliza parcerias entre os proprietrios de imveis e a prefeitura, onde o proprietrio passa o terreno para a prefeitura, esta faz as obras e em troca, o antigo proprietrio ganha lotes, casas ou apartamentos no mesmo valor que o terreno tinha antes das obras.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Imobilirio4. DIREITO DE SUPERFCIE um instrumento que separa a propriedade do lote, do direito de us-lo. Estabelece que o direito de construir na superfcie, espao areo ou subsolo de um lote pode ser concedido, comprado ou vendido independentemente da propriedade do lote. Pode ser oneroso ou gratuito, temporrio ou permanente.

Direito dSup5. TRANSFERNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR A Transferncia do Direito de Construir permite que o proprietrio venda ou passe para outra propriedade dele, ou de outro proprietrio, o direito de construo que no pode mais exercer no terreno original. Pode ser usada com o objetivo de preservar imveis com valores histricos, paisagsticos ou reas frgeis do ponto de vista ambiental.Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Transferncia do

DIREITO DE COM6. OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR OU SOLO CRIADO O Solo Criado um instrumento que permite ao poder pblico recuperar parte dos investimentos que so feitos na infra-estrutura da cidade e que resultam em valorizao dos terrenos privados. A Prefeitura estabelece no Plano Diretor o coeficiente bsico de utilizao dos lotes (por exemplo uma vez a rea do terreno) e os que quiserem edificar alm desse limite devero pagar ao poder pblico por esse direito.A Prefeitura estabelece tambm um valor para a venda desse potencial construtivo e onde estes recursos sero aplicados.Os recursos obtidos podem por exemplo financiar projetos de regularizao fundiria,

habitao de interesse social, implantao de equipamentos comunitrios e reas verdes ou preservao do patrimnio histrico.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Outorga Onerosa do

7. OPERAES URBANAS CONSORCIADAS um instrumento que viabiliza uma transformao estrutural de um setor da cidade, atravs de um projeto urbano implantado em parceria com proprietrios, poder pblico e investidores privados. A operao urbana define um permetro dentro do qual valem regras especficas de utilizao do solo (diferentes das regras gerais da zona onde o projeto est inserido), gerando potenciais adicionais de aproveitamento dos terrenos que so vendidos aos parceiros.Os recursos desta venda custeiam os investimentos previstos no projeto da prpria operao.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Operaes Urbanas

8. DIREITO DE PREEMPOO Direito de Preempo garante que a prefeitura tenha prioridade para a compra de um

determinado terreno, no momento em que este for oferecido venda no mercado.O Plano Diretor dever marcar as reas que a Prefeitura deseja transformar, bem como a finalidade pretendida.

No momento da venda, o proprietrio deve oferecer primeiro para a Prefeitura.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor

Direito de

Preempo

9. USUCAPIO ESPECIAL DE IMVEL URBANO a regra que regulariza a posse sobre um terreno ou imvel particular. A famlia que vive

h mais de cinco anos em um terreno privado, abandonado pelo dono oficial, ocupando um terreno de at 250m2, sem possuir outra moradia, pode ter sua posse assegurada por esse instrumento. Nesse caso a posse individual.

No caso de terrenos ocupados por vrias famlias, a posse pode ser regularizada atravs da Usucapio Coletiva, ou seja, cada famlia fica com um pedao do terreno dentro do condomnio criado.

Usucapio Especial

10. CONCESSO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIAPermite a regularizao das moradias ilegais em terrenos pblicos. Aquele que possuir uma rea de at 250m2, para fins de moradia, que no tenha outra propriedade rural ou urbana, tem o direito de receber do poder pblico a concesso do imvel. Pode ser individual ou coletiva, quando vrias famlias recebem a posse coletiva em nome de um condomnio.

Uso Especial

11. ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS)ZEIS so reas da cidade que ficam destinadas pelo Plano Diretor a abrigar moradia popular. uma maneira de assegurar terras bem localizadas e providas de infraestrutura para o uso dos mais pobres, criando uma reserva de mercado para habitao social.

As ZEIS servem para:

reservar terrenos ou prdios vazios para moradia popular;

facilitar a regularizao de reas ocupadas;

facilitar a regularizao de cortios.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor ou Lei Especfica

Zonas Especiais12. AUDINCIAS PBLICAS E DEBATESAudincias Pblicas e Debates devem acontecer quando alguma deciso polmica vai ser tomada.

A prefeitura e a Cmara Municipal devem explicar o assunto, de uma forma ampla, estar

abertas a discutir seu projeto e a ouvir opinies diferentes.

O Plano Diretor deve ser amplamente discutido em Audincias Pblicas

13. CONSULTAS PBLICAS SOBRE DECISES POLMICASA prefeitura e a Cmara Municipal precisam consultar a populao quando forem tomar uma deciso polmica. Essa consulta funciona como uma votao e ocorre de duas maneiras:

Referendo: o resultado da orientao s serve para orientar a deciso dos governantes;

Plebiscito: o resultado da votao vale como deciso final.

Consultas Pblicas14. CONFERNCIAS SOBRE ASSUNTOS DE INTERESSE URBANOConferncias so grandes encontros, realizados periodicamente, com ampla participao popular.

onde se definem polticas de habitao, por exemplo, para o perodo seguinte. Nas conferncias so costurados os consensos e pactos entre o poder pblico e os diversos setores da sociedade.

Na Conferncia Municipal tambm so eleitos delegados para Conferncias em nvel estadual e nacional.Assuntos de

INTERESSE URBANO15. CONSELHO DE POLTICA URBANAO Conselho de Poltica Urbana pode ter outros nomes, como por exemplo, Conselho de Desenvolvimento Urbano, Conselho das Cidades.Esse Conselho tem o papel de acompanhar e fiscalizar se as medidas do Plano Diretor esto sendo cumpridas. Ele formado por pessoas que fazem parte do poder pblico e por representantes da populao.

Pode cuidar das reas de habitao, saneamento, programas urbanos, meio ambiente, entre outros.

Conselho de Poltica

Urbana

16. CONGRESSO DA CIDADE

O Congresso da Cidade um amplo processo de participao coordenado pelo poder pblico e sociedade civil, com o objetivo de encaminhar democraticamente a construo, aprovao ou reviso de um Plano Diretor.C de

Melhoria17. ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANA (EIV)Esse estudo serve para medir os efeitos de uma grande obra que vai ser feita em uma regio.

De acordo com o resultado a obra pode at ser proibida, ou o responsvel por ela ter que

fazer ajustes para garantir que o bairro no sofra modificaes que possam destruir suas

qualidades, as atividades econmicas e o meio ambiente.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor ou Lei especfica18. GESTO PARTICIPATIVA DO ORAMENTOA populao, presente nas assemblias do Oramento Participativo, ajuda a decidir como

ser gasto o dinheiro da cidade no ano seguinte.

Essa discusso acontece em diversas regies, onde so escolhidos delegados que

representam os moradores de cada regio. Os delegados votam na assemblia geral todas as propostas.19. INICIATIVA POPULAR DE PROJETOS DE LEIA populao pode se organizar, coletar assinaturas e propor planos, projetos ou alterao

nas leis da cidade. Essas propostas so discutidas e votadas pelos vereadores na Cmara

Municipal.20. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU)

um imposto cobrado sobre o valor da terra, ou seja, sobre a propriedade, com objetivo de arrecadao municipal. Qualquer alterao de valor de cobrana de IPTU passa pela reviso da Planta Genrica de Valores ou pela reviso das alquotas cobradas e deve ser aprovada pela Cmara de Vereadores.

possvel isentar alguns proprietrios dessa cobrana, por exemplo, a populao de baixa renda. E tambm possvel cobrar alquotas diferenciadas, de acordo com o valor do imvel, respeitando a capacidade econmica do contribuinte.

21. IMPOSTO DE TRANSMISSO DE BENS INTERVIVOS (ITBI) um imposto que cobrado no momento da transferncia do ttulo de propriedade de um imvel.

No um instrumento de induo ou de recuperao da valorizao da terra, mas seu

monitoramento pode servir para controle dessa valorizao.

Muitas vezes o ganho do proprietrio decorrente da valorizao de um imvel d-se efetivamente no momento da venda, por isso o ITBI pode ser um bom instrumento para arrecadao e para medir a valorizao dos imveis22. CONTRIBUIO DE MELHORIA uma contribuio sobre a valorizao da terra promovida por obras pblicas de infra-estrutura e servios pblicos, visando com essa recuperao financiar as obras em reas j ocupadas. muito utilizada para financiar a pavimentao ou iluminao pblica.

O total mximo que o poder pblico est autorizado a cobrar dos proprietrios o custo do investimento.

Para cobrar a Contribuio, no necessrio que a obra esteja concluda, ela pode ser cobrada durante a obra.23. A OUTORGA ONEROSA DE ALTERAO DE USO o instrumento que permite que o proprietrio pague ao municpio pela alterao de uso do solo, desde que essa seja permitida pelo poder pblico atravs da demarcao de reas no Plano Diretor onde essa mudana de uso pode ocorrer.

O instrumento uma alternativa de recuperao pelo poder pblico da valorizao da terra obtida na mudana de usos menos valorizados para mais valorizados de forma privada. Um exemplo disso a mudana de solo rural para urbano em novas frentes de urbanizao, muito freqente nos municpios acostumados a promover a expanso urbana atravs do redesenho de seu permetro.

Para ser aplicado deve constar do Plano Diretor ou Lei especfica

Outorga Onerosa de