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NOTAS A experiência das disciplinas espirituais A EXPERIÊNCIA DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS 104

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

A EXPERIÊNCIA DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

A EXPERIÊNCIA DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAISEsboço do Planejamento do Curso

MetaQue você experimente a maravilhosa experiência de ter um

tempo diário com Deus para estar desfrutando de Sua presença, meditando em Sua Palavra e descobrindo o mundo fantástico da oração que funciona.

Outros Objetivos Que você estabeleça um plano de leitura bíblica de modo a

ler toda a Escritura em um ano, uma vez por ano. Que você estabeleça um tempo diário de oração. Que você aprenda a jejuar com intensidade e fé.

Sugestões Bibliográficas1. A CELEBRAÇÃO DA DISCIPLINA. Richard Foster2. COMUNHÃO E PRINCÍPIOS DE FÉ – Valnice Milhomens

(Palavra da Fé)

Recomendações Muito Importantes

Pergunte ao seu professor ou ao seu líder de célula qual o mais adequado plano de leitura bíblica. Sugerimos algum que estabeleça a leitura de no mínimo três capítulos por dia a fim de que você leia a Bíblia toda uma vez por ano. É fácil encontrar um plano de leitura que possa ser fotocopiado. Algumas bíblias já vêm com um desses planos no final. Ache o que for melhor e comece já!

Busque praticar cada um dos tipos de oração no seu tempo diário com Deus e compartilhe sua experiência com os demais irmãos da sua célula.

Aprenda a jejuar e informe-se antes dos melhores métodos e dos cuidados necessários para se fazer um bom jejum. Avaliação

Descreva a experiência adquirida do ler, orar, confessar e meditar na Palavra de Deus.

Conte como tem sido a sua prática em cada um dos tipos de oração ensinados a você. O que tem aprendido do Espírito Santo em cada dia?

O que é o jejum? Qual é o seu propósito? Quais as maneiras de se fazer um jejum bíblico?

Descreva a sua experiência ao jejuar.

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A EXPERIÊNCIA DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS

Por todos os tempos, homens e mulheres que amaram ao Senhor se devotaram a buscá-lo de um modo intenso, diário e profundo. Orando e adorando, meditando nas Escrituras ou reservando um período de jejum. Ao praticar essas coisas esses santos de Deus se achegaram ainda mais intimamente ao Seu coração e à sua pessoa.

As Disciplinas Espirituais, são portanto, fundamentais para uma vida cristã plena e para o seu progresso espiritual. Nenhum crente crescerá em fé, por exemplo, sem conhecer as Escrituras; ninguém avançará espiritualmente sem orar, adorar e jejuar. Assim, esse é o caminho maravilhoso das torrentes espirituais e a trilha cheia de gozo para as profundezas do coração de Deus.

Convidamos você a desde já começar a por em prática um plano anual de leitura bíblica, a preparar um tempo para estar às sós com Deus em oração e a jejuar pelo menos uma vez por semana. Se encontrar qualquer dificuldade nisso você deve buscar seu líder de célula ou algum irmão(ã) mais maduro a fim de orarem e jejuarem juntos. Você entrará numa nova e poderosa dimensão na unção do Espírito Santo e no poder de Deus.

Há muita e variadas disciplinas espirituais, em nosso estudo, entretanto nos limitaremos às principais: A Oração, o Jejum e o uso da Palavra de Deus.

DISCIPLINAS DO ESPÍRITO

A ORAÇÃO

A oração efetiva é a chave para o sucesso em cada área da vida; é o segredo da vitória no trabalho de Deus e na vida pessoal. A oração verdadeira é a mais poderosa arma contra os poderes das trevas; é também a chave que abre os tesouros do céu para o homem. Fica, pois, claro que cada esforço no reino de Deus só terá sucesso se for gerado e sustentado pela oração. Todo sucesso na vida cristã é proporcional ao tempo de oração. 10% de oração, 10% de sucesso; 50% de oração, 50% de sucesso; 100% de oração, 100% de sucesso. Lucas 18:1 fala do "Dever de orar sempre e nunca esmorecer"; I Ts 5:17 declara: "Orai sem cessar". Paulo recomenda: Orando em todo tempo no espírito..." (Ef 6:18). Como orar sempre?

O Que é Oração?

Oração é um modo de viver. É uma comunicação entre o nosso espírito recriado e o

Espírito de Deus. É a expressão que resulta de um relacionamento íntimo com o Senhor residente em nosso coração, pelo seu espírito. Nossa vida, pois, pode ser uma oração.

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Oração é comunhão com Deus. Nossa vida inteira deve ser estabelecida sobre o

funcionamento de uma comunhão pessoal, profunda e íntima com Deus. Uma ligação permanente (I Co 6:17). Oração é um encontro do Pai celeste com Seu filho, numa comunhão de amor. No Velho Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas não estava no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em nosso meio, é por nós, mas Ele está em nós, pelo Seu Espírito residente em nosso espírito.

Oração é comunicação com um Deus pessoal e digno de confiança.

Deus é uma pessoa! Deus é digno de confiança! Ele é um Deus pessoal que se relaciona conosco numa base pessoal. Nossos olhos de carne não vêem, mas Ele é real e se comunica com Seus filhos. Concepções religiosas erradas O colocam como um Deus inatingível, impessoal, distante, que pode ou não estar interessado em nossas vidas. Daí surgem orações que são meras expressões religiosas, destituídas de significado, sem nenhum valor prático.

Oração exige tempo com Deus. O maior investimento que podemos fazer em nossa vida é o

tempo com Deus e Sua Palavra. A maior contribuição que podemos dar ao mundo é o tempo gasto em oração por ele. O maior bem que podemos fazer a uma pessoa é o tempo usado em oração genuína por ela. Os efeitos de uma vida de oração transcendem as realizações humanas.

A oração exige disciplina dos pensamentos. Tão logo alguém se consagra à oração, verá que a mente

será atacada por outros pensamentos. É aí que surge a tentação de desistir, deixar para outra hora que não aparece. É uma luta espiritual. Há que desenvolver o hábito de tomar os pensamentos cativos à obediência de Cristo (2 Co 10:5).

Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Jesus. "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo"

Romanos 10:13. O homem vai a Jesus pela oração e todo o seu andar com Ele é firmado na oração. É o meio de conhecê-lo inteiramente e lançar mão de Suas promessas. É trazer a alma sobre os joelhos, é o caminho para o homem entender o plano de Deus para sua vida.

Oração é dar a Deus acesso às nossas necessidades. É a chave para o miraculoso; é a verdadeira respiração

espiritual. Em suma, oração é um modo de vida em íntima ligação com Deus.

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Por Quê Orar?

Primeiro porque Deus insistentemente o ordena na Bíblia: ( Lc 18:1; I Ts 5:17; Fl 4:6; Ef. 6:18-19; I Tm 2:1; Mt 26:41; Cl 4:3; I Ts 5:25; II Ts 3:1; Hb 13:18). Também porque é o caminho indicado por Deus para o cristão receber coisas de que precisa (Is 1:5-8), é o caminho que Deus aponta para que o cristão tenha a plenitude do gozo (Jo 16:24; Pv 10:20); é a saída para os problemas, a cura para todo o problema e ansiedade (Fp 4:6, 7; Sl 55:22). A oração respondida é o único argumento irrefutável contra o ceticismo e a incredulidade (Hb 11:6; I Rs 18:36-38; Jz 6:12, 13; Ex 8:19; Dn 2:47; At 13:6-12). Finalmente, porque a oração é o caminho para o poder do Espírito Santo no serviço cristão (Lc 11:13; 1Cr 7:14; Hc 3:2; At 1:13,14; 4:31; 8:14-16; 9:9,11,17; 13:1-4; Ef 1:15-19; 3:14-19).

INIMIGOS DA ORAÇÃO

"Para que não se interrompam as vossas orações" I Pedro 3:7b.

“... Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não vos ouça" Isaias 59:2.

O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: "Graças te dou porque sempre me ouves" (Jo 11:42). Mas há obstáculos, problemas, inimigos que se infiltram na vida de oração e impedem a manifestação do poder de Deus. Veremos alguns deles.

Relacionamentos errados na família (I Pe 3:1-7). Relacionamentos rompidos, injustiça e falta de perdão para

com o cônjuge. A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. Se as orações não estão sendo respondidas; pode haver falhas no relacionamento.

Falta de perdão (Mc 11:25). Nossas orações são ouvidas na base de que nossos pecados

estão perdoados; mas Deus não pode tratar conosco sobre tal base de perdão, enquanto nós guardamos o mal, o espírito de animosidade ou de vingança contra aqueles que nos ofenderam. Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para sua própria petição.

Contenda (Tg 3:16). A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão.

Paulo declara que por causa de contendas, Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de sua vontade. A ausência de contendas é a chave para agastar a confusão e o mal. Dê a Deus oportunidade de

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criar um sistema de harmonia em volta de você e sua vida de oração começará a funcionar. Motivação errada (Tg 4:3).

Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente não necessitamos, com o propósito de satisfazer desejos egoístas. Orar com uma motivação egoísta. "Quer comais; quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" (I Co 10:31). Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo for errado, não haverá resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de Deus.

Toda a forma de desobediência a Deus (Is 59:1, 2). Uma atitude de rebeldia ou desobediência à palavra de Deus

fecha os céus para nós. Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência ao céu abre o caminho à resposta de Deus "E aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável" (Jo 3:22).

Ídolos no coração (Ez 14:3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de

Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa nosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida.

Falta de generosidade para com os pobres (Pv 21:13). A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade,

quando podemos fazê-lo, impede a resposta às nossas orações.

Dúvida e incredulidade (Tg 1:5-7). A Dúvida é a ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da

ignorância da Palavra de Deus. A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde as orações, e ainda assim não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus.

Uma disposição de ler sobre oração e sobre a Bíblia, em vez de estudar e entrar na arena da oração.

A oração é a maior e mais santa das vocações. Saber sobre oração não garante a resposta, mas o por a Palavra em operação para receber de Deus aquilo que Ele prometeu. Falta de entendimento da nossa posição em Cristo.

Talvez esse seja o maior inimigo. Ignorância quanto aos privilégios e direitos de redenção. Daquilo que Cristo é em nós e do que somos nele. Um desconhecimento da extensão do que Ele fez por nós e direitos legais, outorgados em Graça, diante do Trono.

Basear-se na fé do outro. A cada crente, Deus deu uma medida de fé. Ele veio quando

nos tornamos uma nova criação em Cristo e recebemos a natureza

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de Deus. Assim como desenvolvemos nossas capacidades físicas e mentais pelo exercício, desenvolvemos nossa fé pelo alimento da Palavra de Deus (Jo 15:7).

TIPOS DE ORAÇÃO

Paulo adverte-nos a orar em todo tempo "com toda oração" Efésios 6:18.

Vejamos outras traduções do mesmo verso bíblico:"Com orações e súplicas de toda a sorte, orai em todo o

tempo, no espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos" (Bíblia de Jerusalém).

"Orai sempre com toda a espécie de orações espirituais, e não esquecendo em vossas orações todos os irmãos e irmãs" (J.B. Philips).

"Use cada tipo de oração e súplica" (Goodspeed). "Pela instrumentalidade de cada oração e súplica" (Wuest). "Orai em todo o tempo (em cada ocasião, em cada época) no

Espírito, com toda a (maneira de) oração e súplica" (V. Ampliada).

Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. Essa é uma arte da qual muito se fala e pouco se conhece. Para que a oração seja respondida, deve ser feita de acordo com os princípios estabelecidos na Palavra de Deus. Oração é algo sério, específico, objetivo, e segue as regras e princípios da Palavra de Deus. É a tentativa de orar em desarmonia com eles que resulta em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas respondidas.

Paulo declara em Efésios 6:18 "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no

espírito e para isso vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos”.

Há diversos tipos ou espécies de orações e cada um deles segue princípios claros. Há regras estabelecidas na Palavra de Deus para esses diferentes tipos de oração. E é aqui onde há grande confusão. Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. Tudo o que lhe dizemos ou pedimos chamamos "oração". Sim, tudo é oração. É preciso, contudo saber: Há diversos tipos de oração.

Pense numa farmácia, ali encontramos medicamentos. Tudo é medicamento, mas há um grande número de diferentes medicamentos, cada um deles destinado a tratar certo tipo de enfermidade. O mesmo acontece no mundo do esporte. Há diversas modalidades de esporte, mas cada uma delas tem suas próprias regras. Que confusão seria alguém tentar jogar futebol usando as regras de basquete! O que aconteceria se alguém comprasse água oxigenada para uma dor de ouvidos ou iodo para o estômago? Mas no mundo da oração muitos têm agido assim. Não admira que as orações não sejam respondidas.

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Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus. Outras visam alterar uma circunstância em nossa vida e de outros. A todas elas Deus deseja ouvir.

"Ó tu que escutas as orações, a ti virão todos os homens" (Sl 65:2), pois, "A oração dos retos é o seu contentamento" (PV 15:8b).

Poderíamos classificar o foco das orações em três níveis diferentes: Deus, Nós e os Outros. Dentro de cada um desses níveis há tipos de oração.

DEUS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

Há orações que são dirigidas a Deus, visando Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que Ele nos tem feito. Outra coisa nós não buscamos, senão apresentar-lhe nossa gratidão, louvor e adoração. Dentro deste nível temos três tipos de oração:

Ações de graça - A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que nos tem feito. Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deus pelas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós.

Louvor - A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de gratidão.

Adoração - O tipo de oração que exalta Deus pelo que Ele é. É a entrada no Santo dos Santos para responder ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas de Deus. É o reconhecimento do que Deus é. É a resposta do nosso amor ao amor divino.

NÓS MESMOS COMO O CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕESAqui vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais.

Embora falando com Deus, o foco da atenção é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deus em busca de uma resposta para a alteração de alguma circunstância em nossa vida. Nesse nível temos também três tipos de oração:

Petição - É "um pedido formal a um poder maior". É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Nesse tipo de oração já temos o conhecimento de qual é a vontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da reposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11:24.

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Consagração ou Dedicação - É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecida. Exige espera, consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade do Pai.

Entrega - É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. É lançar o cuidado sobre o Senhor, com um conseqüente descanso. Essa oração é feita quando um cuidado, um problema ou inquietação nos bate à porta.

OS OUTROS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

Intercessão - Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, levando a necessidade de outra pessoa. Nosso motivo primeiro é ver circunstâncias alteradas na vida de outrem. Esta é a oração de intercessão. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa.

ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇA

"Entrai por Suas portas com ações de graça" (Sl. 100:4).

A gratidão é uma das virtudes que embelezam o caráter cristão e expressam um coração caloroso e cheio de amor e das palavras do seu Deus. Paulo declara:

"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações" (Cl.3:16). "Sede agradecidos" (Cl.3:15) é um conselho a ser abraçado com alegria, pois a gratidão tanto alegra o coração do Pai, como enriquece a nossa vida. Ações de graça são basicamente o ato de expressar gratidão a Deus por bênção que Ele tem derramado sobre nós. Pode ser mental ou vocal. Ações de graça diferem de louvor porque no louvor é focalizado o que Deus faz, suas obras e realizações, enquanto as ações de graça focalizam o que Deus nos dá ou faz por nós. Poderíamos chamar de uma confissão de bênçãos.

Essa atitude estava presente na vida de Jesus pela resposta à oração; pelo pão e pela revelação. Era também um tipo de oferta oferecida no templo e uma das funções dos cantores no templo (1 Cr 24:3). As ações de graça são um caminho para o louvor e um sacrifício espiritual a Deus (Sl 50:14, 23; 116:17).

A Bíblia ensina também que todas as orações devem ser acompanhadas de ações de graça (Fl 4:6). A resposta às orações deve também ser esperada com ações de graça (Cl 4:2). As ações de graça devem ser abundantes (2 Co 4:15), devem permear nossa conversação (Ef 5:4) e devemos crescer nelas (Cl 2:6).

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Todas estas observações dão amplas bases para afirmarmos a importância da oração de Ações de graças. Além disso, quero mencionar ainda alguns princípios.

Podemos ver o primeiro princípio em I Coríntios 10:10. As ações de graças nos protegem do destruidor. A Bíblia menciona o nome de muitos demônios como Legião, Apoliom, devorador, etc. Mas aqui se menciona um demônio chamado destruidor que está relacionado com a ingratidão e a murmuração. Muitos temem o demônio devorador e por isso dão os seus dízimos, mas ainda se esquecem que um coração descontente é porta para o destruidor.

Em segundo lugar podemos ver o poder das ações de Graças para nos proteger de influências malignas. Paulo Diz que a comida é santificada se comemos com ações de graças. Veja, não há necessidade de repreendermos demônio algum basta termos um coração grato e seremos protegidos. Já pensou quanta doença poderíamos evitar se apenas déssemos ações de graças pela comida apropriadamente?

Em terceiro lugar as ações de graças têm o poder de multiplicar as bênçãos. Quando Jesus foi multiplicar os pães em João 6:11 ele não fez uma oração de petição ou de fé, ele apenas deu graças ao Pai. Muitos não prosperam porque não aprenderam a agradecer a Deus pelos míseros cinco pães e dois peixinhos. Se estivermos contentes com o pouco, o Senhor multiplicará e veremos a abundância de Deus.

ORAÇÃO DE LOUVOR

"Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o Seu louvor estará continuamente na minha boca" (Sl 34:1).

Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu nome, que é digno de ser louvado. E isso deve ser feito como um modo de vida (Sl 145:1-7). A Igreja primitiva estava sempre louvando (Lc 24:53), pois sabia que Deus habita nos louvores do Seu povo (Sl 22:3).

O louvor é a atitude adequada de quem vai buscar a Deus numa reunião da Igreja (Sl 100:4).

O louvor é a porta de entrada para a adoração (II Cr 5:13: 14).

O louvor é a arma contra os inimigos (II Cr 20:21, 22). O louvor é a fonte de alegria (Sl 9:1, 2; Sl 33:1; 35:27). O louvor está muitas vezes associado aos cânticos (Sl 40:3;

Sl 92:1-4). O louvor está associado à manifestação física, danças (Sl

150:4), o erguer das mãos (Sl 63:3, 4; 134:2). O louvor deve ser crescente (Sl 71:14).

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ORAÇÃO DE ADORAÇÃO

Há uma fome dentro de nós que nem sempre sabemos discernir do quê. Buscamos a satisfação em muitas fontes, mas ela permanece. É a necessidade de Deus mesmo, que Ele colocou em nosso coração. O espírito em nós busca ser liberto do cativeiro e alçar vôo rumo à presença de Deus, assim como pássaros parecem ser compelidos a responder um chamado para migrarem. É Deus nos atraindo.

Há um desejo inerente em nós de adorar Deus, mas a habilidade de fazê-lo foi perdida na queda de Adão. O Espírito de Deus, contudo nos capacita a entrar no Santo dos Santos, habitação de Deus, onde, finalmente encontramos nossa razão de viver: Adorar a Deus.

A adoração é um dos principais temas da Bíblia. Há 270 referências à adoração. A adoração fala do nosso amor respondendo ao amor de Deus. Não é um imperativo, pois o amor não se pode impor, mas uma resposta voluntária a um estímulo espiritual. E Jesus nos garante que esse amor que sentimos, e o fluir do Espírito que experimentamos encontrarão sua expressão e satisfação quando os liberamos de volta para Deus em adoração (Jo 4:23).

Não há uma definição de adoração na Bíblia, pois amor não se define. A palavra mais comum no hebraico é "shachah" (172), traduzida por "adoração", "curvar-se", "prostrar-se". No grego a mais comum é "prokeneo" (59 vezes). É composição de duas palavras: "pros", que significa "para", "em direção a", e "heneo", que significa beijar. Alguns eruditos dão o significado de "beijar a mão com admiração", outros "beijar os pés em homenagem". Etimologicamente adoração é curvar-se, prostrar-se, beijar as mãos, pés ou lábios, com um sentimento de temor e devoção, enquanto serve ao Senhor com todo o coração. É uma atitude expressa em ação. Tem a ver com um sentimento de proximidade entre parceiros e um relacionamento de aliança. Envolve moção e emoção, mas a verdadeira adoração é mais profunda que tudo isso e usa simplesmente esses canais para liberar o amor profundo e devoção que impele o crente para a presença de um Deus de amor.

A Expressão de AdoraçãoPodemos entender melhor a adoração na Bíblia, pela

observação de como os adoradores se comportavam diante de Deus. I Cr 29:20-22 dá um exemplo:

Louvaram ao Senhor. Inclinaram as cabeças. Adoraram (shachah). Sacrificaram ao Senhor. Ofereceram holocausto. Comeram e beberam perante o Senhor. Fizeram isso com grande regozijo.

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A definição mais próxima de adoração está em Marcos 12:30, 31. Aí está um amor que libera toda a adoração do coração, expressa todas as atitudes da alma, expressa toda a determinação da mente e utiliza toda a força do corpo do adorador. Isso é adoração. Adoração é uma resposta a um relacionamento. É o amor respondendo ao amor. Ela ocorre quando nosso espírito contata o Espírito de Deus.

Atitudes de adoraçãoLc 7:37, 38 revela a atitude de uma adoradora, atitude de um

espectador e a de Jesus. Vejamos a da adoradora.

Quebrantamento - O contraste entre a presença santa e perfeita de Deus e a nossa pequenez quebranta o coração. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado ("shabor"); coração compungido e contrito ("dakah") não desprezarás, ó Deus. (Sl 51:17). "Shabot" - significa "temer, quebrar, em pedaços, ou reduzir". "Dakah" - quer dizer "esmagar", quebrar, machucar, ferir, esmagar e humilhar. "Contrito" - Usado para descrever o processo de fazer pó (talco). A adoração requer quebrantamento. Muitos constroem em volta de si paredes de proteção e não deixam que sejam liberados o amor, a ternura e a adoração.

Humildade - Ela soltou os cabelos em lugar indevido, segundo o costume (I Co 11:15). Deixou sua reputação de lado para adorar do modo que ela sentia que Jesus devia ser adorado. Usou os cabelos para enxugar seus pés empoeirados. Tomou sua glória (o cabelo) para lavar a lama (Ler Is 57:15; I Pe 5:5). Adoração sem humildade é como o amor sem compromisso.

Amor - Sua atitude estava repassada de amor. "Ela muito

amou".

Dádiva - Ela não se limitou à expressão de suas emoções; ela também deu uma evidência tangível do seu amor, devoção e adoração. A dádiva está associada à adoração (Ex 23:14; 34:20; Dt 16:16; Sl 96:1-9).

A atitude de Jesus em resposta a essa adoração é: "A tua fé te salvou; vai-te em paz" (Lc 7:49) - fé, libertação e paz.

O objeto da adoração - Deus mesmo (Jo 4:20,21)Só pelo Espírito Santo se pode adorar (Rm 8:16). O lugar da adoração - No espírito do homem, onde o Espírito

de Deus habita. A verdadeira adoração - "Em espírito e em verdade”.A verdadeira adoração deve fluir de um relacionamento

genuíno com Deus. Um bom relacionamento com uma igreja poderá produzir um bom trabalhador, mas somente um relacionamento caloroso com Deus produz o verdadeiro adorador. Espíritos calorosos produzem corações adoradores. As motivações também devem ser corretas na adoração verdadeira. O objetivo é dar ao Senhor e não adquirir dEle. A motivação pura para a adoração é o

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amor que transborda do espírito do homem como correntes de água viva.

Diferença Entre Louvor e Adoração

O louvor nos prepara para a adoração. É o prelúdio, a porta de entrada para a adoração. Sl 95:1, 2,6; Sl 96:4, 7, 8,9. Mas ainda que a adoração possa depender do louvor, o louvor não é substituto da oração, mas um precioso suplemento. Há diferença entre o Louvor e a Adoração.

Na motivaçãoGeralmente louvamos com a motivação de sermos

abençoados por Deus. Há um desejo de despertar as agradáveis emoções que o louvor produz. No louvor, aproximamo-nos de Deus com um coração entusiasta e feliz, para gozar do prazer de Sua presença. Mas na adoração apresentamos algo a Deus, como um reconhecimento de amor e expressão da nossa profunda apreciação do que Deus é.

A chave da adoração é dar, e não receber. A adoração dá glória a Deus e não busca conseguir a glória de Deus. Um adorador vai a Ele não para ser abençoado, mas para abençoar; não como um pedinte, mas como um admirador.

Os que louvam e querem ser adoradores devem aplicar o teste: Estou indo a Deus para dar ou para receber? Estou ministrando ao Senhor, ou buscando ser ministrado por Deus?

No impulso O impulso primeiro do louvor é uma resposta positiva voltada

para Deus, baseado muito mais nos Seus Feitos do que em Sua PESSOA. O salmista convida a louvar a Deus pelos feitos. Moisés louva pela libertação (Ex 15); Ana louva por Samuel (I Sm 2:1-10); Sl 107; 8, 21,31.

Esse impulso de louvor é proveitoso e é um passo além das ações de graça. Mas o louvor se concentra mais no presente (dádiva) de Deus do que na Sua presença.

Como o louvor é centrado em atos, freqüentemente se transforma em petição numa forma positiva, ou mesmo numa tentativa de conseguir que Deus satisfaça os presentes desejos, louvando-o grandemente por Suas dádivas passadas.

É possível ir-se à presença de Deus e apresentar um louvor próprio, buscando mais receber do que dar, nunca passando do louvor para a adoração. Muitas vezes voltamos do louvor para a petição, em vez de prosseguirmos do louvor para a adoração.

No louvor, a ordem é "louvor por". A adoração se volta para a pessoa de Deus "Adora a Deus". O louvor começa aplaudindo o poder de Deus, mas freqüentemente nos aproxima tanto de Deus que a adoração pode responder a essa presença.

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Enquanto a energia do louvor é voltada para o que Deus faz, a energia da adoração é voltada para o que Deus é. O louvor se concentra na realização; a adoração na Pessoa. O impulso da adoração, portanto, é mais elevado do que o do louvor.

Na sua fonte de inspiraçãoFundamentalmente o louvor é uma exuberância da alma e do

espírito do homem, que é expressa a Deus. A adoração flui do Espírito de Deus que é residente no espírito do homem. O louvor é o homem redimido invocando a Deus, enquanto adoração é Deus invocando a Deus de dentro do homem redimido. O louvor tem freqüentemente sua origem na alma, mas a verdadeira adoração sempre se originará no espírito (Jo 4:24).

O louvor é mais um ato de emoção, enquanto a adoração é um ato de devoção. O louvor brota da fonte dos sentimentos, enquanto a adoração diz: "Eu amo". O louvor olha para a mão de Deus; adoração olha para o coração.

Embora o louvor e adoração sejam manifestos pelo mesmo corpo, eles brotam de diferentes fontes em nosso ser. Mas a manifestação nem sempre revela a fonte, pois pode ser expresso pelas mesmas posturas físicas ou pelas ações. Na profundidade da dedicação

Enquanto o louvor é uma expressão de nossa vida, a adoração é um estilo de vida. O louvor é muitas vezes um ato da nossa vontade, e pode ser despertado pelo estímulo das emoções. A adoração, porém, envolve a vida inteira. Um verdadeiro adorador o é o tempo todo, mesmo que no momento não esteja envolvido no ato da adoração. Adoração é um modo de vida que afeta o comportamento do adorador fora da presença de Deus, como o faz em Sua presença.

No louvor nós expressamos uma profunda apreciação a Deus pelo que Ele nos tem feito, mas na adoração nós "vivemos para o Senhor".

Na proximidade de DeusO louvor nem sempre é a respeito das obras de Deus;

algumas vezes olha para além do que é feito e louva Aquele que fez as obras. Mas normalmente é uma resposta de uma certa distância, mas adoração, antes que possa fluir, requer que a pessoa esteja na presença real de Deus. A adoração no templo acontecia no lugar Santo. O louvor ficava nos átrios. Há uma intimidade na adoração, que não é exigida para o louvor.

Na forma de expressãoO louvor e a adoração devem ser expressos pelo corpo e há

muita semelhança entre eles, mas há também diferenças. O louvor é mais vocal enquanto a adoração é freqüentemente destituída de muitas palavras. Dois amantes numa caminhada têm muito do que falar, mas quando se envolvem em um abraço, as palavras se tornam supérfluas. Assim é freqüentemente com a adoração.

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

O louvor é usualmente demonstrativo, com muita ação física, enquanto a profunda adoração tende mais a manifestar uma submissão física, em vez de uma atividade física. Como o louvor tende mais a ser emocional, é mais barulhento e exuberante; a adoração é devocional e mais quieta e contemplativa.

Poderíamos dizer que o louvor põe o amor em palavras e ação, enquanto a adoração põe-no em toque e relacionamento. Ambos são importantes, mas a adoração é mais íntima.

ORAÇÃO DE PETIÇÃO E SÚPLICA

"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco."(Mt 21:22; Mc 11:24).

"Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça”. (Fl 4:6).

Deus é a fonte de toda a bênção e Ele tem a solução para todos os nossos problemas. Ele tem recursos inesgotáveis para satisfazer cada uma das nossas necessidades. "O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades" (Fl. 4:19). A Palavra de Deus nos encoraja a apresentar nossas petições ao Senhor, sabendo que Ele está pronto a nos atender. Seguem-se alguns princípios que devem governar nossa oração, especialmente a de petição, para que alcancemos uma resposta favorável.

Forme uma imagem clara do seu desejo e expresse-o em palavras objetivas. Defina o que você quer de Deus em termos claros.

A Bíblia ensina que a oração deve ser específica, objetiva (Lc 11:1-12; Tg 1:5). Exemplos de orações objetivas:

Eliezer - Gn 24:12-14;

Elias - I Rs 17:1;

Eliseu - II Rs 2:9.

Uma resposta definida exige um pedido definido (Lc 18:38, 41-43).

O que está errado com a oração indefinida:

Freqüentemente é uma mera formalidade. As pessoas oram por coisas que realmente não desejam. Muitas orações são feitas só para serem ouvidas pela congregação. São indefinidas e insinceras.

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

Nada esperam realmente de Deus e por essa razão nada têm em especial de Deus. A oração indefinida revela que não há um clamor na alma, nem urgência no coração, nenhum peso na oração ou desejo real. A oração formal, indefinida, geral, vaga, é resultado da falta de direção do Espírito Santo. Revela um desconhecimento da mente de Deus. Quem é guiado pelo Espírito Santo, sabe o que quer, porque sabe o que Deus quer e sabe que Ele está disposto a dar as coisas pedidas em oração.

Como ser definido:

Analise suas orações. Coloque de lado aquelas que são insinceras ou feitas por mera obrigação. Separe as coisas que você realmente deseja e tem um peso de oração; aquilo que está verdadeiramente em seu coração e para o que espera resposta específica.

Espere na presença de Deus até ter na mente, de um modo claro, aquilo porque deve orar. Deixe que o Espírito lhe fale e coloque o desejo em seu coração, você poderá ser ousado no pedir. Oração específica não é uma tentativa de você fazer Deus concordar com o seu desejo, mas é antes descobrir o desejo de Deus para você e orar de acordo com o que o Espírito coloca em seu coração.

Escreva seu desejo. Isso lhe ajudará a ser específico e preparar-se convenientemente para apresentar sua petição, assistido pelo Espírito Santo, de tal modo que alcance a resposta específica. Isso poderá também ser feito em concordância com outras ou outras pessoas. O registro das petições específicas a Deus e das respostas, ajuda a desenvolver a fé e crescer na vida de oração bem sucedida.

Busque na Bíblia textos que se referem ao que você deseja, quer em promessas ou em princípios. Uma vez identificada a necessidade, pesquise a Palavra e selecione textos que se referem ao assunto.

Toda a oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus revelada na Palavra.

A Fé começa onde a vontade de Deus é conhecida. Sua vontade é revelada na Palavra escrita. Deus está preso à Sua Palavra. A Palavra expressa o que Deus é. Ele é absolutamente fiel ao que prometeu.

Você não tem interesse em desejar o que Deus não quer para a sua vida. Pesquisando a Palavra, sob a direção do Espírito Santo, você descobrirá se seu desejo deve ser abandonado ou se é digno de ser transformado em objeto de oração.

Sem o fundamento da Palavra de Deus é impossível fazer uma oração de fé. O conhecimento da vontade de Deus revelada em Sua Palavra dará a você a certeza de que sua petição será atendida (I Jo 5:14). Além disso, o conhecimento das promessas de Deus relativas ao seu desejo despertará e alimentará sua fé (Rm 10:11).

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

As promessas serão, para você, arma segura contra os ataques de Satanás, enquanto espera a manifestação da resposta de Deus ao seu pedido (Lc 4:3-12).

Orações Baseadas na Palavra de Deus.

A Bíblia está cheia de pedidos a Deus firmados nas Suas promessas feitas nas escrituras. Vejamos alguns exemplos.

Davi ora por sua casa, de acordo com a Palavra do Senhor, de que lhe edificará casa estável. Natã lhe transmite as promessas do Pai e ele ora de acordo. "Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a Palavra que falaste acerca do teu servo, e acerca de sua casa, e faze como falaste... Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus e falaste este bem acerca do teu servo, para que permaneça para sempre diante de ti; porque Tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre" (I Cr 17:23, 26,27).

Na dedicação do templo, Salomão apresenta suas petições de acordo com as promessas de Deus (2 Cr 6:14-17). Josafá se vê ameaçado por tropas inimigas e vai à casa do Senhor e clama, de acordo com a promessa (2 Cr 20:6-12). Exemplo de necessidades e as respectivas promessas de sua satisfação

Necessidades de emprego - Fl 4:19. Prosperidade - Dt 28. Saúde - Is. 53:4; I Pe 2:24.

Para cada pedido que fazemos a Deus devemos ter uma passagem na Bíblia para sustentá-lo. Ninguém apresenta uma petição ou um caso em algum tribunal, sem invocar o respaldo da Lei. Do mesmo modo, nossas petições diante do trono devem ter o respaldo da Palavra de Deus escrita, a Bíblia, que é a constituição do Reino.

Faça seu pedido a Deus de modo simples e claro, invocando o que Ele prometeu na Sua Palavra. Se você já sabe o que quer do Pai e se certificou de que Ele lhe fez uma promessa em Sua Palavra, agora é só apresentar o caso diante dEle, por meio de um pedido. A palavra nos encoraja a não andar ansiosos, mas tornar conhecidas diante de Deus as nossas petições. "Não andeis ansiosos por coisa alguma, em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições..." (Fl 4:6). A petição é o meio dado por Deus para a satisfação das necessidades de Seus filhos.

"Pedi, e dar-se-vos-á" (Mt 7:7). "Pois todo o que pede recebe..." (Mt 7:8). "Pedi e recebereis..." (Jo 16:24). "Nada tendes porque não pedis" (Tg 4:2). "Quanto mais o vosso Pai celestial, dará boas coisas aos que

lhe pedirem" (Mt 7:11).

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

"E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis"(Mt 21:22).

"Quanto mais vosso Pai Celestial, dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem" (Lc 11:13).

"Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (Jo 14:14).

Creia firmemente, com base na promessa da Palavra, que Deus atendeu sua petição e a manifestação da resposta já está a caminho.

A fé tem como fundamento a fidelidade de Deus e da Sua Palavra (Nm 23:19). A fé é a precursora de toda oração respondida. É uma confiança ousada em Deus. É uma certeza antecipada do milagre que virá (Mc 11:23-24). A verdadeira fé é aquela que se apropria da promessa no reino do espírito, antes que ela se materialize diante dos olhos (Hb 11:1; 11:6). A única oração que Deus ouve é aquela feita em fé. O limite do que se consegue pela oração está na própria fé de cada pessoa. A vida de oração será tão forte quanto a fé que a pessoa tem em Deus (Mt 17:20; Mc 9:23: Tg 5:15). E como crescer numa fé mais forte?

Lembre-se que cada um tem uma medida de fé (Rm 12:3). Aprenda a Palavra de Deus (Rm 10:17), porque a fé é baseada nas promessas de Deus: A medida em que nos tornamos familiares com a natureza de Deus revelada na Bíblia, a fé é desenvolvida. Veja João 15:7. Submeta-se completamente à liderança do Espírito Santo e à vontade Deus. É o Espírito quem interpreta a Palavra em nosso coração. Aja de acordo com a medida da fé que você tem.

Alguns "não" a considerar

Não tente crer; simplesmente aja de acordo com a Palavra. Não use uma confissão dupla de modo que num momento você confessa: “Sim, Ele ouviu minha oração”. “Estou curado, ou eu tenho o dinheiro”, ou “recebi o emprego”, e então começa a questionar como é que isso vai acontecer e o que você tem de fazer para consegui-lo. Sua última confissão destrói a primeira. Uma confissão errada destrói a oração e a fé.

Não confie na fé de outras pessoas - tenha a sua própria fé. Assim como você tem sua própria roupa, tenha sua própria fé. Aja de acordo com a Palavra por si mesmo. Não converse incredulidade. Nunca admita que você é um "Tomé duvidoso", pois isso é um insulto ao Pai.

Não fale sobre doenças e problemas. Nunca fale sobre fracasso. Fale sobre a Palavra, sua absoluta integridade e sobre sua confiança nela. Fale de sua disposição de agir de acordo com ela e ater-se à sua confissão de que ela é fiel.

Alguns Princípios para ReflexãoVocê não pode edificar a fé sem praticar a Palavra. Você não

pode desenvolver uma vida de oração que nada é senão palavras, a

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

menos que a Palavra de Deus tenha uma parte real em sua vida. Se você vive a Palavra, você pratica a Palavra.

Alguém pode ser professor da Bíblia. Pode saber de Gênesis à Apocalipse, mas isso não significa que ele anda pela fé. Ele vive no reino dos sentidos. Eu vivo a Palavra na medida da minha fé. Minha vida de oração só tem valor na medida em que a Palavra em meus lábios é algo vivo. E ela só vive se eu a pratico.

"Se alguém é ouvinte da Palavra e não praticante, é como um homem que contempla seu rosto num espelho natural, e se retira, e logo esquece de como era a sua aparência" (Tg 1:23, 24).

Tome cuidado para que sua conversa sobre o que você pediu a Deus esteja em linha com sua fé de que Ele ouviu sua petição.

Nossa fé ou incredulidade é determinada pela nossa confissão. Poucos percebem o efeito da palavra falada sobre seu próprio coração e sobre o adversário. O inimigo ouve nossas conversas e aparentemente não as esquece, enquanto nós descemos ao nível da nossa confissão.

A Palavra só se torna real quando confessamos sua realidade. Hebreus 4:14 deve ser uma divisa para a vida: "Tendo, pois, a Jesus, o filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus conservemos firmes a nossa confissão".

A fé é expressa pela confissão dos lábios (Rm 10:9-10). O que os lábios dizem deve concordar com a fé do coração. Palavras contrárias à promessa destroem e neutralizam a oração. Palavras são sementes, e palavras confessadas são sementes plantadas. Confissão repetida é semente regada. Regue as sementes da fé com a confissão da promessa.

Sua confiança não é nas orações de outros, mas na imutável e indestrutível Palavra de Deus. Por isso você se recusa a permitir que seus lábios destruam a eficácia da Palavra no seu caso. Você se conservará firme à sua confissão, ainda que pareça, aos olhos humanos, que a sua oração não foi respondida.

Rejeite toda a dúvida que assaltar sua mente quanto ao fato de que Deus já respondeu a sua oração.

Deixe que cada pensamento, cada imagem, e desejo afirmem que você tem o que pediu. Não olhe para as circunstâncias, para os sintomas, mas fixe-se na Palavra e isso manterá a dúvida fora do seu território.

Entre sua petição e a efetiva manifestação da resposta existe um tempo que pode ser mais ou menos prolongado. Durante esse período, Satanás tentará lançar dúvidas na sua mente. Torna-se necessário manter uma atitude firme para não aceitá-la, mas conservar a fé. A dúvida é um ladrão que rouba a bênção de Deus. É o inimigo número um da fé. Exemplo da dúvida: Mt 14:24-31. A dúvida impede a resposta à oração. Ela é mãe da derrota (Tg 1:6-8). Quando duvidamos da Palavra de Deus é porque estamos crendo em algo contrário àquela Palavra. E duvidar da Palavra é duvidar do próprio Deus.

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Qualquer substituto para a fé em Deus e Suas promessas destrói a vida de fé; destrói as orações e traz de volta o jugo. A dúvida e a fé não permanecem juntas. Se uma entra pela porta, a outra sai pela janela.

Como Vencer a Dúvida

Mantenha controle sobre a sua mente. A dúvida opera no reino da mente; a Palavra de Deus opera no reino do espírito. A fé também opera no reino do espírito. Há, pois, que lançar mão das armas disponíveis para vencer os pensamentos da dúvida (2 Co. 10:3-5). Esteja pronto a recusar qualquer pensamento ou imagem contrária à sua oração. Controle seus pensamentos de acordo com Filipenses 4:6-9.

Use as promessas de Deus como arma contra os ataques de dúvida. A Palavra de Deus confessada com autoridade e fé mantém o inimigo distante (Mt. 4:1-11).

Concentre-se na fidelidade de Deus e de Sua Palavra. Isso fortalece a fé e põe a dúvida fora do caminho. Nossa fé é firmada naquilo que Deus é (Rm. 4:19-21). É sua segurança na Palavra de Deus que garantirá a vitória contra os ataques das dúvidas

Conserve uma visão clara das promessas que serviam de base para a sua petição (Pv. 4:20-21).

"Não se apartem elas de diante dos teus olhos...”Quando a promessa é guardada diante dos nossos olhos,

trocamos a imagem do problema pela imagem da promessa. Isso é fundamental. Nossas vitórias ou derrotas são alcançadas primeiro na mente. As circunstâncias que nos cercam tentarão impor suas imagens. Mas se a Palavra de Deus estiver diante dos nossos olhos, serão as imagens das promessas que prevalecerão. Essas imagens serão alimentadas pela meditação nas promessas que serviram de base para a nossa oração. Meditar é ruminar. É trazer de volta à mente a Palavra e absorver dela todos os seus nutrientes espirituais. É ter a promessa sempre presente e viva na memória. É considerá-la atentamente, contemplá-la.

Pela meditação a promessa é interiorizada e a certeza da sua manifestação é alimentada. (Josué. 1:8) A meditação favorece a permanência na Palavra, (Jo. 15:7) e isso é condição para a resposta à oração. O amor a Palavra é demonstrada no ato de meditar nela. "Quanto amo a Tua Lei! É a minha meditação todo dia" (Sl. 119:97-148; Sl. 1:2). De fato, a contínua meditação na Palavra gera em nós as imagens das abundantes promessas de Deus do que somos em Cristo. Isso faz com que na hora de uma determinada necessidade, a oração seja prontamente feita dentro dos princípios divinos. Pela meditação, o coração é aquecido e a fé

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

alimentada - "Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava ateou-se o fogo" (Sl 39:3).

O meditar na Palavra nos leva a um maior conhecimento e intimidade com Deus, pois a base da fidelidade no cumprimento da promessa reside em Sua própria pessoa. "Em Ti medito, durante as vigílias da noite" (Sl 63:6). Se conheço Deus, sei que Suas Promessas são fiéis e verdadeiras. Meditar na Palavra requer uma decisão firme. É uma questão de escolha e disciplina (Sl 119:11; 27; 48; 78; 145:5).

O hábito da meditação na Palavra nos torna sábios e nos dará o conhecimento dos caminhos de Deus. "Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos Teus testemunhos" (Sl 119:99).

Conserve-se numa atitude de louvor e gratidão a Deus até a plena materialização da resposta ao pedido.

Você não deve esperar a manifestação para poder agradecer. Agradeça logo, pois a sua convicção é que Deus é fiel à Sua Palavra e a materialização da resposta é apenas uma questão de tempo. O louvor é uma expressão de fé em Deus, e se baseia na promessa de Deus. Ele é fiel. O louvor deve acompanhar as orações (Fl 4:6, 7). Toda a petição deve ser marcada pelas ações de graça. O louvor fortalece a fé (Rm 4:20). O louvor, pela resposta à oração, antes de ver sua manifestação, libera a operação do poder de Deus. Jesus, diante do túmulo aberto de Lázaro, "Levantando os olhos para o céu, disse, Pai, graças te dou porque me ouviste" (Jo 11:41). E logo Lázaro estava fora do túmulo, vivo. O coração agradecido que aguarda a manifestação física da resposta de Deus com louvor e ações de graça entra no descanso da FÉ.

ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO

Surgem ocasiões em nossa vida, quando temos de tomar algumas decisões, e seguir por um determinado caminho sem que a vontade de Deus, naquela área, esteja claramente revelada em Sua Palavra. É aí quando, em vez de começar a pedir, devemos buscar Sua face e esperar em Sua presença a fim de conhecermos o desejo do Seu coração para aquela situação específica. Esse tipo de oração é mais uma atitude de submissão, dedicação, entrega e obediência a Deus do que petição. Uma vez conhecida Sua vontade, é só segui-la.

Nesse tipo de oração há uma disposição de fazer ou aceitar qualquer que seja a vontade de Deus naquela circunstância. Este é o único tipo de oração onde se emprega o "se for da Tua vontade". Ela é feita numa situação em que se busca o conhecimento da vontade de Deus ainda não revelada. Isso é feito com a mais profunda atitude de submissão a Deus.

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

A oração de dedicação é harmonizar nossa vontade com a vontade de Deus a fim de trazer sucesso numa determinada situação. A vontade de Deus é sempre para nosso benefício. Esse tipo de oração coloca-nos e a Deus direcionados para o mesmo alvo. Jesus fez esta oração no Getsêmane (Lc 22:42): "Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua". É mais uma atitude de submissão e obediência do que palavras. Exige um tempo maior de busca, repetidas vezes, até a convicção do plano divino. Requer a renúncia da vontade própria. A mente deve ser esvaziada das preferências pessoais para aceitar o plano de Deus, não importando qual seja.

Uma vez conhecido o plano de Deus, não se trata de receber alguma coisa, mas fazer alguma coisa de acordo com a direção recebida.

A ORAÇÃO DE ENTREGA

A oração de entrega fala também de uma atitude do coração. Quando os cuidados, inquietações e pesos nos batem à porta, transferimo-los para o Senhor, que tem condições de levá-los e, então, devemos entrar no descanso da fé. Podemos entregar nossos cuidados, preocupações e a nós mesmos a Deus e gozar Sua paz divina (Sl 37:5).

Deus é contra a preocupação. Ela nada produz senão stress, esgotamento e morte. Jesus pregou contra ela. Paulo pregou contra ela. A Bíblia é contra a preocupação porque ela foi gerada por Satanás. Todo e qualquer fundamento de ansiedade deve ser erradicado de nossas vidas (Fl 4:6, 7). O Poder de Deus começa a operar, quando lançamos nossos cuidados sobre Ele. As preocupações apenas bloqueiam essa operação. A entrega dos fardos a Deus traz o descanso (Sl 37:7).

ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

Deus chamou o Corpo de Cristo para o ministério da intercessão por todos os homens (I Tm 2:1-4). Ele está para trazer um grande derramamento do Seu Espírito nestes últimos dias, com grande demonstração de poder. A oração intercessória é o instrumento que o Espírito de Deus usará para trazer esse derramamento.

Somos chamados a interceder porque Deus nada faz na terra sem a cooperação do homem. Deus revela Seus propósitos e Seus servos falam na terra em linha com eles e se tornam os instrumentos para gerar e dar à luz, pela intercessão, cada um deles. O homem ainda tem autoridade na terra. Deus o colocou nessa posição. Deus busca intercessores: Is 59:16, 17; Jó 9:32, 33; Nm 16:48; Is 64:7. Jesus, o Intercessor provido por Deus: Hb 7:25; Rm 8:34. Ele intercede no céu. O Espírito Santo como Intercessor:

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

Rm 8:26. Ele intercede, na terra, de dentro de santuários humanos, redimidos pelo sangue do cordeiro. Deus precisa hoje de servos na "brecha": Ez 22:30, 31. Intercessão e as "dores de parto": Jr 30:6; Is 66:8; Cl 4:19.

Elementos Indispensáveis à Intercessão

Identificação: Interceder é tomar o lugar de outro e pleitear sua causa como se fosse sua (Ex 32:31, 32).

Amor: Rm 5:5.Compaixão: Mt 9:36-38: 14-14; 15:32; 20:34.

FORMAS DE ORAÇÃO

Oração Privada (Mt 6:6): Cada filho tem direito de entrar na presença de Deus com confiança (Hb 4:16) e apresentar suas orações.

Oração de Concordância (Mt 18:18-20): A versão Ampliada da Bíblia traduz o versículo 19 como "concordarem e harmonizarem juntos ou fazerem uma sinfonia juntos". "Sinfonia" é quando todos os instrumentos tocam em harmonia. Concordar espiritualmente envolve:

Concordar com a Palavra de Deus. Tenha a plena convicção de que a Palavra de Deus é verdadeira e ela será cumprida.

Concordância envolve também a mente. Pensar a mesma coisa. Na mente se trava um campo de batalha e os pensamentos deverão ser controlados para que estejam em harmonia com Deus e a Palavra. Algo que ajuda a ter uma mente firme é escrever o objeto da concordância. Quando a mente se inclinar para outra direção, leve-a a concordar com a Palavra de Deus.

Concordar com o outro crente com quem se ora. Essa concordância é mais que palavras. É preciso haver harmonia (Mc 11:25, 26).

Há um poder na concordância (Dt 32:30).

Oração Coletiva (At 4:23-31): O corpo orando, em perfeita concordância, com o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Esse tipo de oração tem um tremendo poder (At 5:12).

RECURSOS A SEREM USADOS NAS ORAÇÕES

Orar a Palavra: Quando oramos a Palavra, já começamos com a resposta (Ts 55:10, 11). Oração no Espírito: (I Co 14:14; Ef 6:18; Jd 20). Em áreas conhecidas pela mente, podemos aplicar a Palavra escrita. Mas aqueles que fogem ao nosso conhecimento ou quando não temos convicção de qual a vontade de Deus, o Espírito Santo vem em

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nosso auxílio (Rm 8:26, 27)."Gemidos inexprimíveis" significando literal: "gemidos que não podem ser expressos por palavras articuladas". A oração no Espírito, para além de ser um grande auxílio em todos os tipos de oração, é uma arma poderosa contra as forças das trevas.

ARMA CONTRA AS INTERFERÊNCIAS EM NOSSAS ORAÇÕES

Temos autoridade, dada por Deus, de abrir e fechar (Mt 16:19).

A vida de oração é uma batalha (Ef 6:10-18). O tempo passado na presença de Deus é como que o "carregar da bateria". Somos supridos para o combate.

O inimigo é enfrentado com arma de combate: a Palavra de Deus (Ef 6:17).

O inimigo é enfrentado na autoridade e Nome de Jesus, a quem tudo se sujeita (Lc 19:10; Mc 16:17).

O inimigo é enfrentado por um poder maior (Mt 12:29). Enfrente o inimigo falando diretamente a Satanás. Exerça sua

fé na obra do Calvário. Neutralize as forças inimigas para que a resposta às suas orações não seja retida nas "regiões celestes" (Dn 10:12-21).

ASPECTOS IMPORTANTES DA ORAÇÃO BEM SUCEDIDA

Ore ao Pai, em nome de Jesus. Jo. 16:23-24: É o nome de Jesus que garante a resposta de Deus.

Creia que Deus responde a sua oração. Mc 11:24; I Jo 5:14, 15: A oração sem fé não produz resultados.

Perdoe a todos que lhe ofenderam. Mc 11:25; Mt 6:14-15: Toda falta de perdão impede a resposta de Deus.

Dependa do Espírito Santo em sua vida de oração. Rm 8:26, 27; 8:15: Sem o auxílio, não se chega ao trono.

Aprenda a orar pelos outros.Ef 6:18. Há uma lei de semeadura e ceifa no reino do espírito. Quando me envolvo com o corpo, intercedendo por ele, Deus levantará outras pessoas no corpo para intercederem por mim.

Edifique-se a si mesmo, orando no Espírito.Judas 20; I Cor 14:4.

ORAÇÃO E JEJUM

Por que Jejuar e Orar? Por que motivo os cristãos devem algumas vezes deixar a

comida, dormida, boas roupas, a vida em família ou outros confortos para dedicarem-se somente à oração? Homens e mulheres usados

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NOTASA experiência das disciplinas espirituais

por Deus em toda a Bíblia, jejuaram: Moisés, Davi, Esdras, Neemias, Daniel, Paulo... Jesus iniciou seu ministério com 40 dias de jejum. Não há uma ordem na Bíblia para se jejuar, mas Jesus deixa claro que jejum é parte da vida do cristão, ao dizer: "Quando jejuardes..." (Mt 6:16) “... naqueles dias jejuarão" (Lc 5:34, 35). A Igreja primitiva conhecia a prática do jejum (At 13:2, 3).

O Que é o Jejum e a Oração? Não é simplesmente abstinência de alimento ou de alguma

coisa. Acima de tudo é colocar Deus no lugar supremo. É colocar a oração em primeiro lugar.

Há momentos em que devemos comer e beber com alegria e gratidão (Sl 103:2, 5); que devemos dormir (Sl 127:2; 3:5); os prazeres da família devem ser gozados (Hb 13:4; Pv 18:22). Toda bênção vem de Deus (Tg 1:7) e deve ser desfrutada, para que por elas Deus seja glorificado. Mas há momentos que devemos voltar as costas para tudo isso e buscar a face do Senhor por algum tempo. Para tanto somos levados a voltar toda a nossa atenção e energia para o Senhor, orando e esperando em Sua presença.

A abstinência pode ser só de comida (Mt 4:2). Mas há ocasiões em que o jejum é completo, sem água nem comida (Ester 4:16).Há jejuns parciais, em que se come só o indispensável (Dn 10:2-3). Às vezes há abstinência do relacionamento sexual entre marido e mulher (Ex 19:14: 15; 1 Co 7:5). O espírito do jejum é um desejo ardente de estar com Deus em oração, por alguma razão específica, maior que qualquer desejo normal ou lícito.

Jejum significa persistência em oração. Podemos orar freqüentemente, mas não oramos muito. Separar um tempo para jejum e oração é dispor-se a um sério trabalho com uma persistência que não aceitará a negação. A oração persistente, que deixa tudo mais e dá a Deus o devido lugar, freqüentemente envolve o jejum. Jejum é uma deliberação de remover todo obstáculo à oração (Hb 12:1,2). Jejuar é simplesmente colocar de lado todo peso e todo emprego que impede nossas orações.

O jejum manifesta a intensidade de um desejo, a grandeza de uma determinação e da fé. O jejum, pois, revela o fervor e a seriedade da busca da resposta à oração.

Motivos que Levaram as Pessoas a Jejuar (No Velho Testamento)

• Busca de auxílio em tempo de aflição (Sl 50:15).• Josué e os anciãos de Israel diante da derrota em Ai (Js

7:6). • As tribos de Israel, quando a tribo de Benjamim foi contra

elas (Jz 20:26). • Ester, Mordecai e os judeus, quando ameaçados de

destruição (Et 4:16). • Esdras, quando temeu os inimigos no deserto (Es 8:21-23). • Confissão de pecados (I Sm 7:6; Jn 3:5-8). • Oração por cura (II Sm 12:16, 21,22).

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• Contrição e quebrantamento (I Rs 21:27). • Intercessão (Ne 1:4; Dn 9:2, 3-19). • Por revelação (Dn 10).

O jejum no Novo TestamentoNão há uma única ordem no Novo Testamento para a Igreja

jejuar. Também não há normas estabelecidas. No entanto, parece que o jejum é algo que faz parte da vida normal do povo. Os judeus já eram dados ao jejum semanal e os fariseus jejuavam duas vezes por semana.

Jesus jejuou após o batismo (Mt 4:2; Lc 4:2). Ele passava noites em oração e, ao que parece, sem comer. Mas não praticava o tipo de jejum dos fariseus ou mesmo de João Batista. Ele deixou, contudo, ensinos sobre o jejum.

Lucas 5:33-35: Haveria um tempo, depois da Sua partida, em que os discípulos jejuariam. Há tempos em que o jejum não se faz necessário. Ver ainda Mateus 17:21.

O jejum deve ser ao Senhor, sem a motivação de impressionar (Mt 6:16-18). "Quando jejuardes". Está implícito que jejum era uma prática indiscutível. Talvez por essa razão não haja nenhum mandamento para que se jejue.

Razões bíblicas para o crente jejuarO jejum põe a carne sob sujeição e ajuda na disciplina. Mas

ele nada altera a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois do meu jejum. O benefício do jejum é para mim, pois me ajuda a estar mais sensível ao Espírito de Deus.

Quando uma necessidade de esperar mais em Deus surge, e o Espírito Santo nos impele a jejuar, esse é o tempo para tal. O Novo Testamento não estabelece um programa de jejum. O cristão é "guiado pelo espírito" (Rm 8:16) e é Ele quem vai mostrar por quê, como e quando jejuar. Jejuar fora da liderança do Espírito não passa de auto-punição. Jejuar com o propósito de ministrar ao Senhor. Um tempo de comunhão sem qualquer interrupção (At 13:2).

DISCIPLINAS DAS ESCRITURAS

É de fundamental importância que valorizemos o conhecimento da Palavra de Deus e da autoridade que nos é dispensada, através desse conhecimento, daí a necessidade de trazê-la para as nossas vidas. Precisamos nos encher da Palavra se queremos receber a viva revelação que gera fé. Esse é um resultado totalmente espiritual que colheremos se tão somente aprendermos a buscar ao Senhor nas Escrituras. Mas como podemos fazer isso? Há basicamente cinco modos de adquirir um conhecimento sólido da Palavra de Deus.

Ouvir

Ler

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Estudar

Memorizar

Meditar

Disciplina do Ouvir a Palavra

Começamos a aprender a Palavra, e a saber sobre Deus, primeiro através do ouvir. Ouvir a Palavra é uma parte importante do crescimento cristão. Ouvimos aos mestres, de Deus, quando nos explicam a Palavra. Jesus disse: “Quem tem ouvidos (para ouvir), ouça”, Mateus 11:15. Seis vezes, nos capítulos 2 e 3 do Livro do Apocalipse, somos instados pelo Espírito de Deus a ouvir o que Deus está dizendo:

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”, Ap.2:7. Paulo nos diz que nossa fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus.

“E Assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo”, Romanos 10:17. Contudo, só ouvir não é suficiente, porque retemos somente de 5 a 10 por cento do que ouvimos.

Disciplina do ler a Palavra

Moisés instruiu os líderes a lerem a lei de Deus todos os dias de suas vidas.

“E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para os cumprir”, Deuteronômio 17:19. Essa passagem dá-nos três razões pelas quais devemos ler a Bíblia diariamente:

Para aprender a temer ao Senhor

Para guardar todas as Palavras de Sua Lei

Para praticá-la

Paulo ordena a Timóteo: “Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino”, I Timóteo 4:13. E João diz que somos abençoados, se lemos e guardamos a Palavra de Deus.

“Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as cousas nela escritas, pois o tempo está próximo”, Apocalipse 1:3.

Muitos nunca leram a Bíblia de Gênesis à Apocaplise. De algum modo, a leitura bíblica não faz parte de suas vidas. Não é de admirar que eles não tenham domínio melhor da Palavra de Deus.

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Se você ler três capítulos por dia e quatro no domingo, vai completar a Bíblia toda num ano. Contudo, ler também não é suficiente, porque, após 72 horas, retemos somente 30 por cento do que lemos.

Disciplina do estudo da Palavra

Paulo elogiou os crentes Bereanos porque eles não aceitavam simplesmente o ensino de alguém, mas iam verificar por si próprios nas Escrituras.

“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim”, Atos 17:11.

Há quatro ingredientes básicos para um bom programa de estudo bíblico:

Investigação pessoal, regular e consistente. Isto significa não só ouvir sobre as descobertas de alguém, mas descobrir por si mesmo verdades bíblicas.

Esboçar os livros enumerando: Título, versículo chave, data, observações, dificuldades

Fazer uso de uma chave bíblica

Pesquisar em livros de conteúdo bíblico. Aqui está o ponto crítico. Devemos tomar o que estudamos e começar a colocar em prática especificamente em nossas vidas.

Só quando começamos a estudar a Bíblia por nós mesmos que começamos a crescer e a amadurecer. Ao aprendermos a cavar os tesouros ocultos da Palavra, teremos alimento espiritual para alimentar a outros.

“E se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz, se buscares a sabedoria como a prata, e como tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento”.Pv 2:3-6.

Contudo até mesmo estudar não é suficiente, porque só retemos 30 a 50 por cento do que estudamos. O propósito das Disciplinas Espirituais é a total transformação da pessoa. Elas visam a substituir os velhos e destruidores hábitos de pensamento por novos hábitos vivificadores. Em parte alguma, este propósito é visto mais claramente do que na Disciplina do estudo. O apóstolo Paulo diz que o modo de sermos transformados é mediante a renovação da nossa mente (Romanos 12:2). A mente é renovada aplicando-se a ela as coisas que a transformarão. “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitado, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se

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alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento’’. Assim, devemos regozijarmo-nos, pois não estamos por conta de nossos próprios inventos, mas recebemos este recurso da graça de Deus para a transformação de nossa disposição interior.

Muitos cristãos permanecem em sujeição a temores e ansiedades simplesmente porque não se beneficiam da Disciplina do estudo. Talvez sejam fiéis em sua freqüência à igreja e sejam desejosos de cumprir seus deveres religiosos, mas ainda não estão sendo transformados. Não estou aqui falando dos que manifestam meras formas religiosas, mas dos que verdadeiramente buscam adorar e obedecer a Jesus Cristo como Senhor e Mestre. Talvez cantem com prazer, orem no Espírito, vivam tão obedientemente quanto sabem, até mesmo recebam visões e revelações divinas; não obstante, o tom de suas vidas permanece inalterado. Por quê? Porque nunca se dedicaram a uma das principais formas que Deus usa para nos mudar: o estudo.

O Que é o Estudo?

O Estudo é um tipo específico de experiência em que, mediante cuidadosa observação, levamos o pensamento a mover numa determinada direção. Por exemplo, tomemos o estudo de um livro. Vemo-lo, sentimo-lo.À medida que o estudamos, nossos pensamentos assumem uma ordem que se conforma à do livro. Quando feito com concentração, percepção e repetição, formam-se hábitos arraigados de pensamento.

O Antigo Testamento instrui no sentido de as leis serem escritas nas portas e nos umbrais das casas, e atadas aos punhos, de sorte que “estejam por frontal entre os vossos olhos”, (Deuteronômio 11:18). A finalidade dessa instrução era dirigir a mente de forma repetida e regular a certos modos de pensamento referentes a Deus e às relações humanas. Evidentemente, o Novo Testamento substitui as leis escritas nos umbrais das casas por leis escritas no coração, e nos leva a Jesus, nosso Mestre interior e sempre presente.

Devemos entender, uma vez mais, que os arraigados hábitos de pensamento que se formam, conformar-se-ão à ordem da coisa que está sendo estudada. O que estudamos determina que tipos de hábitos devem ser formados. Por isso é que Paulo insistia em que nos ocupássemos das coisas que são verdadeiras, respeitáveis, justas, amáveis e de boa fama.

O processo que ocorre no estudo deve distinguir-se da meditação. Esta é devocional; o estudo é analítico. A meditação saboreará a palavra; o estudo, a explicará.

Embora a meditação e o estudo muitas vezes se superponham e funcionem concorrentemente, constituem duas experiências distintas. O estudo proporciona determinada estrutura

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objetiva dentro da qual a meditação pode funcionar com êxito; ele envolve quatro passos.

Quatro passos

O primeiro é a repetição. A repetição é uma forma de canalizar a mente, de modo regular, numa direção específica, firmando assim hábitos de pensamento. A repetição desfruta, hoje, de certa má fama. Contudo, é importante reconhecer que a pura repetição, mesmo sem entender o que está sendo repetido, em realidade, afeta a mente interior. Hábitos arraigados de pensamento podem ser formados apenas pela repetição, mudando assim o comportamento. Esse é o princípio lógico central da psicocibernética, que treina o indivíduo para repetir certas afirmações regularmente (por exemplo, amo a mim mesmo incondicionalmente). Nem mesmo é importante que a pessoa creia naquilo que está repetindo; basta que seja repetido.

A mente interior é assim treinada, e afinal responderá modificando o comportamento para conformar-se à afirmação. Naturalmente, este princípio tem sido conhecido durante séculos, mas só em anos recentes recebeu confirmação científica.

É por isso que as programações de televisão têm tanta importância. Com inumeráveis crimes cometidos todas as noites no horário nobre da TV, a sua própria repetição treinará a mente interior em padrões de pensamento destruidor.

A concentração é o segundo passo no estudo. Se além de conduzir a mente repetidas vezes ao assunto em questão, a pessoa concentrar-se no que está sendo estudado, a aprendizagem aumenta sobremaneira. A concentração centraliza a mente. Ela prende a atenção na coisa que está sendo estudada. A mente humana tem capacidade incrível de concentrar-se. Ela está a todo instante recebendo milhares de estímulos, cada um dos quais capaz de armazenar-se em seus bancos de memória enquanto se concentra nuns poucos apenas. Esta capacidade natural do cérebro aumenta quando, com unidade de propósito, concentramos nossa atenção num desejado objeto de estudo.

Quando, não apenas de maneira repetida, canalizamos a mente num determinado sentido, concentrando nossa atenção no assunto, e entendendo o que estamos estudando, atingimos um novo nível. A compreensão é, pois, o terceiro passo na Disciplina do estudo; ela leva à introspecção e ao discernimento; também provê a base para uma verdadeira percepção da realidade.

Há necessidade de mais um passo: a reflexão. Embora a compreensão defina o que estamos estudando, a reflexão determina o seu significado. Refletir sobre os acontecimentos de nosso tempo ruminá-los, são atos que nos levam à realidade interior desses acontecimentos. A reflexão faz-nos ver as coisas da perspectiva de Deus. Na reflexão, chegamos a entender, não

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somente a matéria de nosso estudo, mas a nós mesmos. Jesus falou muitas vezes dos ‘‘ouvidos que não ouvem e dos olhos que não vêem’’. Quando ponderamos o significado do que estudamos, chegamos a ouvir e ver as coisas de maneira nova.

Logo se torna óbvio que o estudo demanda humildade. Isto não acontece enquanto não estivermos dispostos a sujeitar-nos à matéria que estudamos. Devemos submeter-nos ao sistema. Devemos vir como aluno, não como professor. O estudo não só depende diretamente da humildade, mas é conducente a ela. A arrogância e o espírito dócil excluem-se mutuamente.

Todos nós conhecemos indivíduos que seguiram algum curso de estudo ou alcançaram algum grau acadêmico, que alardeiam seus conhecimentos de modo ofensivo. Devemos sentir profunda tristeza por tais pessoas. Elas não entendem a Disciplina Espiritual do estudo. Confundem o acúmulo de informações com conhecimento. Equiparam verborragia com sabedoria. Que tragédia! O apóstolo João definiu vida eterna como o conhecimento de Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Mesmo um toque deste conhecimento experimental é suficiente para dar-nos um profundo senso de humildade.

Disciplina do memorizar a Palavra

Em Deuteronômio, somos ordenados por Deus a memorizar Suas Palavras.

‘‘Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os vossos olhos’’, Deuteronômio 11:18.

A Palavra de Deus escondida em nossos corações promete guardar-nos do pecado.

“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”, Sl. 119:11.

“No coração tem ele a lei do seu Deus; os seus passos não vacilarão”, Sl. 37:31.

Deus promete que, se escondermos Suas Palavras em nossos corações, o Espírito Santo vai ajudar-nos a usá-las efetivamente.“Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento.

Porque é cousa agradável os guardares no teu coração, e os aplicares todos aos teus lábios”, Provérbios 22:17-18.

O grande valor da memorização das Escrituras é que retemos 100 por cento do que memorizamos. Ao enchermos nossa mente consciente com a Palavra, ela começa a mudar de fato todo o nosso processo mental.

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Na Tradução Phillips, Romanos diz: “Não deixe que o mundo ao seu redor comprima-o em seu molde, mas deixe que Deus remodele sua mente de dentro para fora”, Romanos 12:2.

É exatamente o que acontece quando permitimos que nossas mentes sejam enchidas com a Palavra de Deus. Além de usar a Palavra em nossas vidas pessoais, Deus também diz que Ele vai usar a Palavra memorizada em nós para ministrar a outros.

“Assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a designei”, Isaías 55:11.

Dicas práticas para memorizar:

• Escolha uma hora em que sua mente esteja livre.

• Leia e estude o contexto do versículo.

• Inclua a referência e o tópico ao memorizar.

• Memorize por frases.

Disciplina da Meditação

Deus ordena a Josué que medite na Palavra de Deus.

“Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido”, Josué 1:8.

Davi diz que alguém que medita será como árvore viçosa.

“Antes o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”, Salmos 1:2-3.

Meditação não é colocar a mente num ponto neutro e deslizar para um estado de semi-consciência. É pensamento prolongado dirigido para um único objetivo. Um dicionário bíblico relaciona-a ao ruminar de uma vaca. Meditação é como digestão. Ou é como passar uma luz através de um prisma, onde os diferentes raios de luz são refratados e separados.

Bibliografia

Compilado e Adaptado de:

Ministério palavra da fé. Apostila - Valnice Milhomens CoelhoEscola Internacional de Ministérios São Paulo – Apostila

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