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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ - SC PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO  – NOTURNO 2011-2 PROFESSORA RAQUEL GUEDES PIMENTEL ATIVIDADES ESTRUTURADAS ATIVIDADE ESTRUTURADA 1  – AULA 1 DESENVOLVIMENTO: Leitura e discussão do capítulo do Material Didático : A Ciência da Psicologia - Charles G. Morris e Albert A. Maisto. Debate no fórum. O atividade deverá ser realizada fora da sala de aula , em grupo de 4 alunos, que deverão se reunir para ler o texto e depois debater as principais idéias no fórum. PRODUTO/RESULTADO: Resenha do texto ATIVIDADE ESTRUTURADA 2  – AULA 2 DESENVOLVIMENTO: Leitura do texto, abaixo, em grupos de 4 alunos, fora da sala de aula. Após a leitura os alunos, em grupo, fundamentados na teoria do texto, criarão um caso concreto , em que houve falha num dos estágios de desenvolvimento apresentados e essa falha teve uma consequência legal. Cada situação criada deverá ser debatida no fórum e apresentada na resenha, visando o desenvolvimento do raciocínio lógico e compreensão acerca do tema desenvolvido. Texto elaborado pelos Profs. Débora Dalbosco Dell’Aglio e Christ ian Haag Kristensen Quando refletimos sobre os anos que passaram em nossa vida, facilmente observamos que diversas mudanças ocorrem na forma através da qual nos percebemos. Mesmo aqueles que ainda não atravessaram, certamente já ouviram falar da crise da meia-idade, uma crise que envolve o processo de identidade. Mudanças importantes certamente ocorrem durante a infância em termos de autoconceito e auto-estima. Entretanto, é a adolescência o período no qual a reorganização do senso de self do indivíduo ocorre quando ele possui a habilidade intelectual para apreciar a dimensão dessas mudanças (Steinberg, 1999). Os trabalhos mais influentes na área do desenvolvimento da identidade do adolescente foram apresentados por Erik Erikson. Dimensões dos Estágios Na análise dos estágios de desenvolvimento psicossocial, é fundamental considerarmos que Erikson aborda três dimensões distintas: 1) meios de experimentar acessíveis à introspecção 2) modos de proceder observáveis por outro 3) estados inconscientes Princípio Epigenético Progressão no desenvolvimento a partir de um sistema básico: todos os aspectos da personalidade dependem do desenvolvimento adequado na seqüência apropriada e cada um existe de alguma forma, antes de alcançar seu momento crítico. Confiança Básica vs. Desconfiança (0-1) Se a mãe (ou cuidador primário) oferece satisfação em relação às necessidades físicas e emocionais básicas, o bebê desenvolve um senso de confiança básica no outro e no self. Relacionado com a persistência, continuidade e uniformidade da experiência de maternagem, que proporciona um sentimento primitivo de identidade do ego. Relacionada com a fé e a religião organizada. Autonomia vs. Vergonha e Dúvida (2-3)

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ATIVIDADES ESTRUTURADAS

ATIVIDADE ESTRUTURADA 1  – AULA 1

DESENVOLVIMENTO:Leitura e discussão do capítulo do Material Didático : A Ciência da Psicologia - Charles G.Morris e Albert A. Maisto. Debate no fórum.O atividade deverá ser realizada fora da sala de aula , em grupo de 4 alunos, que deverão sereunir para ler o texto e depois debater as principais idéias no fórum.

PRODUTO/RESULTADO:

Resenha do texto

ATIVIDADE ESTRUTURADA 2  – AULA 2

DESENVOLVIMENTO:Leitura do texto, abaixo, em grupos de 4 alunos, fora da sala de aula. Após a leitura os alunos,em grupo, fundamentados na teoria do texto, criarão um caso concreto , em que houve falhanum dos estágios de desenvolvimento apresentados e essa falha teve uma consequêncialegal. Cada situação criada deverá ser debatida no fórum e apresentada na resenha, visando odesenvolvimento do raciocínio lógico e compreensão acerca do tema desenvolvido.Texto elaborado pelos Profs. Débora Dalbosco Dell’Aglio e Christ ian Haag KristensenQuando refletimos sobre os anos que passaram em nossa vida, facilmente observamos que

diversas mudanças ocorrem na forma através da qual nos percebemos. Mesmo aqueles queainda não atravessaram, certamente já ouviram falar da crise da meia-idade, uma crise queenvolve o processo de identidade. Mudanças importantes certamente ocorrem durante ainfância em termos de autoconceito e auto-estima. Entretanto, é a adolescência o período noqual a reorganização do senso de self do indivíduo ocorre quando ele possui a habilidadeintelectual para apreciar a dimensão dessas mudanças (Steinberg, 1999). Os trabalhos maisinfluentes na área do desenvolvimento da identidade do adolescente foram apresentados porErik Erikson.

Dimensões dos Estágios

Na análise dos estágios de desenvolvimento psicossocial, é fundamental considerarmos queErikson aborda três dimensões distintas:

1) meios de experimentar acessíveis à introspecção2) modos de proceder observáveis por outro3) estados inconscientesPrincípio EpigenéticoProgressão no desenvolvimento a partir de um sistema básico: todos os aspectos dapersonalidade dependem do desenvolvimento adequado na seqüência apropriada e cada umexiste de alguma forma, antes de alcançar seu momento crítico.Confiança Básica vs. Desconfiança (0-1)Se a mãe (ou cuidador primário) oferece satisfação em relação às necessidades físicas eemocionais básicas, o bebê desenvolve um senso de confiança básica no outro e no self.Relacionado com a persistência, continuidade e uniformidade da experiência de maternagem,que proporciona um sentimento primitivo de identidade do ego. Relacionada com a fé e areligião organizada.Autonomia vs. Vergonha e Dúvida (2-3)

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Experimentação em torno de duas ordens de modalidades sociais: agarrar (retenção) e soltar(eliminação). Necessidade de testar os limites e explorar; se a dependência é promovida, aautonomia da criança é inibida. De um sentimento de perda do autocontrole e supercontrole

exterior resulta a dúvida e a vergonha. Relacionado com o princípio da lei e da ordem.Iniciativa vs. Culpa (3-5)Tarefa básica: adquirir um senso de iniciativa e competência. Genitalidade infantil: prazer noataque e na conquista. Possibilidade de desenvolver senso moral.Indústria vs. Inferioridade (6-12)Criança necessita expandir a compreensão do mundo, continuar a desenvolver papéis sexuaisapropriados e aprender as habilidades básicas para o sucesso na escola. Senso de indústria:estabelecer e manter objetivos pessoais. Em todas as culturas crianças recebem instruçãosistemática. Falhas podem levar a um senso de inadequação.Identidade vs. Confusão de Papel (12-18)Identidade do ego: é a segurança originada da própria capacidade de manter a uniformidade ea continuidade internas e a sua correspondência na uniformidade e continuidade do quesignifica para os outros. Adaptação do senso de self às modificações da puberdade. Realiza

uma escolha ocupacional e atinge a identidade sexual adulta. Busca de novos valores.Intimidade vs. Isolamento (18-35)A tarefa básica é desenvolver relações de intimidade que vão além do amor adolescente(perder-se e achar-se no outro). Agora já é possível desenvolver plenamente a verdadeiragenitalidade e formar grupos familiares. A evitação devida ao temor da perda do self podeconduzir a profundo isolamento e distanciamento.Generatividade vs. Estagnação (35-60)Período caracterizado pela capacidade de produzir. O foco está nas conquistas profissionais ecriatividade. Preocupação relativa a firmar e guiar a nova geração. Necessidade de transpor oself e a família. Falha em adquirir um senso de produtividade geralmente leva à estagnaçãopsicológica.Integridade do Ego vs. Desespero (60-)Integra estágios anteriores e encontra a identidade básica. Caracteriza-se como um momentode avaliar os próprios sonhos e as conquistas. Etapa da “sabedoria”. A integridade leva àaceitação da velhice com serenidade e a aceitação do próprio e único ciclo de vida comoalguma coisa que tinha que ser e que, necessariamente, não admitia substituição. Uma falhaem alcançar a integridade do ego pode levar a sentimentos de desespero, culpa, ressentimentoe auto-rejeição.

PRODUTO/RESULTADO:Resenha do texto

ATIVIDADE ESTRUTURADA 3  – AULA 4

DESENVOLVIMENTO:Os alunos deverão ler o texto "A construção da família contemporânea", fora da sala de aula,pontuando as questões que se relacionem com os objetivos da atividade e fazer uma resenha.A Construção da Família ContemporâneaTatiana Vasconcelos CordeiroProponho uma discussão com as contribuições de Philippe Áries; este autor sugere entreoutras coisas que a família, tal qual a conhecemos hoje não foi sempre organizada dessaforma. A mudança para o modo de produção industrial (capitalista) e na própria concepção detrabalho trouxe alterações em relação ao espaço público e privado e em relação à organizaçãofamiliar.

Na virada do séc. XIX para o séc. XX a rua passa a ser vista como espaço público, de trabalhoe da indústria; local onde se realizavam negócios e onde se transitava com objetivos

comerciais. A casa que antes abrigava o trabalho dos que nela moravam, agora transforma-seem local de convivência privada; um refúgio para a família nuclear frente às mudanças sociais,políticas e econômicas que estavam acontecendo, como, por exemplo, a diminuição das

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distâncias hierárquicas, já que a ascensão dava-se não mais através de heranças, mas cadavez mais através de conquistas e o espaço da rua cada vez mais pertencente ao Estado e aotrabalho, o que fez com que a família se voltasse mais e mais para si, se fechando.A família

que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças emsentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valoratribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta dasaltas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção deinfância agora tornam-se o centro da família, que passa a ter como características a trocaafetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos. Nesse sentido, como diria Mizhari “... ocuidado infantil torna-se um dos organizadores do sentimento moderno de família.”(Mizhari,2004, p.30).A crise na família começa a ocorrer quando esta se vê sobrecarregada e temerosa de suacapacidade para suprir todas as demandas impostas, pois cabia à família acolher, amar,tranqüilizar, mas também preparar para o trabalho e para a vida e manter a harmonia nuclear,ou seja, cabia à família tarefas muito difíceis de serem desempenhadas. Essa crise passou pordiversos estágios, mais em nenhum momento a família deixou de ser importante para a

socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento. Ainda hoje quando a família atribui aoutros – os especialistas, a função de educação e mesmo socialização primária de seus filhos,é vista na maioria de seus arranjos, como determinante, pois mesmo quando essa socializaçãoé dada por um outro, este foi escolhido  – e não um outro possível – pela família.Continuamosem nosso percurso histórico citando Lasch; este autor chama atenção para o fato de que nassociedades americanas existia (ou ainda existe?) uma divisão, uma cisão entre afeto eautoridade, na medida em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentosdos filhos. Corrigir, chamar atenção, ensinar, pôr de castigo, tudo isso ficaria sobresponsabilidade das instituições educacionais e do social de uma maneira geral. Ou seja, ospais não querem ter que suportar o fato de ás vezes serem vistos como autoritários,repressores, caretas ou coisas do tipo, o que também faz parte de um desenvolvimentosaudável. É sabido por nós que as crianças precisam não apenas de amor e atenção, mastambém de limites e esse limite que se estende para a fase da puberdade não é nada mais doque a reafirmação do amor dos pais. Essa relação sem conflitos, sem limites ou regrasseveras, traz uma sensação de perfeição, de harmonia que em nada corresponde à verdadedos fatos.Mizhari aponta ainda para vários caminhos interessantes que podemos considerar neste artigo,como por exemplo:

* O tempo do trabalho ser mais valorizado do que o tempo da família.* A liberdade ser pensada como algo individual e não político  – reivindicação feminina porigualdade.Quanto mais os pais estão ausentes, mais as crianças ficam entregues à TV. Muitas vezes sãoformadas e educadas pela mídia. Dessa forma, o seu desenvolvimento não é pautado emvalores familiares e/ou fraternos, não se aponta com isso para uma ausência de valores e simpara uma formação pautada em valores de mercado, a formação de pequenosconsumidores.Os pais carregam dentro de si uma enorme culpa por estarem ausentes de casadesde muito cedo (idade dos filhos) e durante tanto tempo num dia.".(Mizhari, 2004, p.32 ).A mídia, sobretudo a televisiva que é a de maior entrada entre as crianças e jovens, sabe dissoe lucra jogando com a culpa e o medo de milhares de pais em seus comerciais, vendendoprodutos e programas infantis.Lasch fala ainda da reivindicação feminina por igualdade eliberdade, porém é preciso ter cuidado para não se considerar que as resoluções para essesimpasses estariam no plano individual, como bem lembra a autora: “(...) Sem transformar otrabalho, o consumo e a busca imediata por satisfação, geramos simplesmente umaindiferença frente à necessidade de jovens e crianças, passando eles a serem vistos como umsimples peso à liberdade de mulher".(Mizhari, 2004, p.32 ).Uma organização do trabalho que não considera as diferenças de necessidades entre homens

e mulheres, que não respeite o seu período de gestação, amamentação e primeiros meses devida do bebê, onde este precisa necessariamente de cuidados especiais e de carinho eatenção da mãe, é uma organização desumana, que tem acima do homem e da mulher e das

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suas necessidades de afeto e relações interpessoais, o lucro imediato. Diferente do que sepensa ou se propaga, não é a família que sobrecarrega a mulher e a faz escolher entre odesejo de ser mãe e ser bem-sucedida profissionalmente. Uma situação não interfere ou anula

a outra. O que faz com que as mulheres tenham que escolher entre ter filhos jovens, construiruma família ou serem independentes são as exigências do mercado de trabalho, que nãoacompanham as mudanças familiares que ocorrem na sociedade.É o trabalho, e não a família que faz com que a mulher faça sacrifícios, renúncias, dedique-sedia e noite e sofra por se sentir ausente e culpada por sua ausência.Essa questões podem ser ampliadas para a paternidade, ou seja, quando será possível umapaternidade mais participante, mais ativa, com divisão de tarefas e de responsabilidades semque com isso ponha-se em risco a estabilidade no trabalho como por vezes acontece com asmulheres?Lasch aponta para a cisão entre vida pública e privada ao falar da origem da famíliamoderna e o paradoxo instaurado a partir de então. Embora os assuntos “de família” oudomésticos como a educação das crianças da casa sejam apontados como deresponsabilidade da vida privada, - portanto dos pais-, esse mesmos pais são atropelados poruma série de regras e normas para essa criação, de acordo com as necessidades do trabalho,

ou seja, da esfera pública.Sendo assim, ao pensarmos na construção da famíliacontemporânea a partir da industrialização das cidades podemos ter como pontosfundamentais algumas características dessa última, como por exemplo, a retirada dasatividades de produção da casa, ou seja, do espaço doméstico, a apropriação do conhecimentodo trabalhador de seu trabalho e de suas ferramentas a partir da gerência e da administraçãonas fábricas e talvez o mais importante deles, a perda de sentido do trabalho que cada vezmenos é feito como algo que diz respeito a uma herança, tradição e socialização da família.Perde-se esse sentido quando o processo de produção passa a ser feito de mododesmembrado, onde cada trabalhador é responsável por uma etapa da fabricação e nãodomina mais todo o processo. Mudanças que foram feitas visando agilidade para o aumento deprodução e de lucro e que trouxeram conseqüências no núcleo familiar.ReferênciasARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1973]LASCH, C. Refúgio num mundo sem coração. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991 [1977]MIZRAHI, Beatriz Gang - A relação pais e filhos hoje - a parentalidade e as transformações nomundo do trabalho, RJ, Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004.

Disponível em : http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=202

PRODUTO/RESULTADO:Resenha do texto

ATIVIDADE ESTRUTURADA 4  – AULA 5

DESENVOLVIMENTO:Os alunos deverão assistir os exibidos em sala de aula debater o tema no fórum.http://www.youtube.com/watch?v=JV-ufolvS70http://www.youtube.com/watch?v=6BHm_AY6sUU

PRODUTO/RESULTADO:DEBATE COM RESENHA

ATIVIDADE ESTRUTURADA 5  – AULA 7

DESENVOLVIMENTO:Os alunos deverão assistir o vídeo e fazer uma resenha, pontuando as situações de

preconceito e discriminação, demonstrando suas diferenças e seus significados.

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PRODUTO/RESULTADO:Resenha do vídeo

ATIVIDADE ESTRUTURADA 6  – AULA 8

DESENVOLVIMENTO:Ler o texto, abaixo, marcar as principais idéias do autor, conforme os objetivos da atividade efazer um resumo.Raízes orgânicas e sociais da violência urbana

Proposta de introdução únicaA violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora acometa indivíduos vulneráveis emtodas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela se torna epidêmica. A prevalência variade cidade para cidade, e de um país para outro. Como regra, a epidemia começa nos grandescentros e se dissemina pelo interior. A incidência nem sempre é crescente; a mudança de

fatores ambientais pode interferir em sua escalada.Sabe-se que os genes herdados exercem influência fundamental na estrutura e função doscircuitos de neurônios envolvidos nos mecanismos bioquímicos da agressividade. É bomressaltar, porém, que os fatores genéticos não condicionam o comportamento futuro: o impactodo meio ambiente é decisivo. Os mediadores químicos liberados e a própria arquitetura dasconexões nervosas que constituem esses circuitos são dramaticamente modelados pelosacontecimentos sociais da infância.As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor dasemoções; o conhecimento científico raramente é levado em consideração. Como reflexo, otratamento da violência evoluiu muito pouco no decorrer do século XX, ao contrário do queocorreu com as infecções, câncer ou AIDS.

Parte I - Raízes Orgânicas da ViolênciaCaracterísticas físicas e índole criminosaA explicação para o atraso no desenvolvimento de técnicas eficazes para tratar a violência estános erros do passado. No século XVIII, um anatomista austríaco chamado Franz Galldesenvolveu uma teoria em torno da seguinte idéia: a maioria das características humanas,inclusive o comportamento anti-social, seria regulada por regiões específicas do cérebro. Cadacomportamento estaria sob o comando de um centro cerebral específico. Quanto mais robustofosse o centro mais intensa seria a expressão do comportamento controlado por ele. Essateoria ganhou o nome de frenologia.Franz Gall imaginava que, ao crescer, os centros cerebrais exerciam pressão contra os ossosda cabeça, deixando neles saliências que poderiam ser vistas ou palpadas. As pessoas comtendências criminosas poderiam, então, ser reconhecidas pelo exame cuidadoso dessasprotuberâncias e depressões ósseas presentes no crânio.Com o tempo, a frenologia caiu em descrédito, mas a tentação de identificar a aptidão para ocrime por meio de características físicas persistiu. Cerca de cem anos depois da frenologia, umitaliano especialista em antropologia criminal chamado Cesare Lombroso criou uma novadoutrina que ressuscitou a associação das características físicas com uma suposta índolecriminosa. Tais características constituiriam os "stigmata". De acordo com Lombroso, os tiposhumanos com testa achatada e assimetria nos ossos da face, por exemplo, seriam criminosospotenciais. Quem tivesse esses traços era classificado como tipo lombrosiano e visto comextrema desconfiança nos tribunais.

Lobotomia e controle medicamentoso da agressividadeEm 1949, Egas Muniz, neurocirurgião português, ganhou o prêmio Nobel de medicina emreconhecimento por haver introduzido a lobotomia, na prática médica. Na lobotomia, sãoseccionados os feixes nervosos que chegam e os que saem do lobo frontal, localizado na parte

anterior do cérebro, estrutura responsável pela tomada de decisões a partir das informaçõescaptadas pelos sentidos. Inicialmente indicada apenas nos casos de pacientes muitoagressivos, as lobotomias se popularizaram segundo critérios de indicação duvidosos e, muitas

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vezes, serviram como instrumento de poder ou castigo, especialmente nos estados totalitários(mas não apenas neles).Nos últimos 50 anos, essas teorias caíram gradativamente em descrédito, até se tornarem

execradas pelos estudiosos. Hoje, são consideradas exemplos típicos de ideologiaspseudocientíficas que foram utilizadas para justificar arbitrariedades graves.Paralelamente ao abandono dessas idéias, criou-se em certos setores da sociedade um medogeneralizado de que os cientistas realizassem pesquisas laboratoriais, capazes de conduzir àobtenção de medicamentos apaziguadores dos instintos violentos.Imaginava-se que essas drogas poderiam ser administradas preventivamente às comunidadescarentes de recursos, para acabar com a violência milagrosamente, sem que as classesdominantes precisassem abrir mão de seus privilégios.Pensamentos desprovidos de bases científicas como esses, trouxeram péssima reputação aosestudos do comportamento anti-social. A politização afastou a comunidade acadêmica da áreae a violência urbana passou a ser entendida como um fenômeno de raízes exclusivamentesociais. Qualquer tentativa de caracterizar um substrato orgânico para a agressividade físicagerava debates carregados de emoção e até manifestações políticas.

Aspectos biológicos da violênciaO panorama começou melhorar a partir da década de 1970, quando os americanos tomaramconsciência de que as dificuldades enfrentadas com as minorias do centro deteriorado dasgrandes cidades de seu país não desapareceriam espontaneamente. Ao contrário, a violênciaaumentava apesar do maior rigor em puni-la. Os institutos oficiais começaram, então, afinanciar pesquisas para conhecer melhor o lado biológico da violência.As informações científicas acumuladas nos últimos 30 anos permitem afirmar que a violênciatem um substrato biológico, de fato. O comportamento humano, no entanto, não se achacondicionado às características que herdamos de nossos pais. Ele é resultado de interaçõessutis entre genes, condições ambientais e experiências de vida.

Bioquímica e fatores sociais envolvidos na violência A revista Science, que divide com a Natureprestígio e popularidade inigualáveis no meio acadêmico internacional, acaba de publicar umnúmero dedicado a discutir a violência com base nas informações científicas disponíveisatualmente. Vamos resumir, aqui, o que a ciência sabe sobre a bioquímica e os fatores sociaisenvolvidos na violência, de acordo com essa revisão primorosa publicada pela Science:

1) O papel do álcool - O rato coloca o nariz num buraco da gaiola. No buraco há um sensor quedetecta a presença do nariz e ativa um circuito elétrico. Nesse instante, num bebedor de águaao lado, caem algumas gotas de bebida alcoólica que o rato bebe rapidamente. Cada dose deálcool que cai é calculada de acordo com o peso corpóreo do rato para corresponder à de umacerveja, no homem.Invariavelmente, ao terminar o drinque, o rato volta a colocar o nariz no buraco com sensor,para obter outro. Se o pesquisador deixar, o animal bebe até cair. Por isso, depois de tomar oequivalente ao segundo drinque, o fornecimento de álcool é interrompido. Nesse momento, umrato sóbrio é colocado na mesma gaiola do que bebeu.Os ratos são animais territoriais; numa situação dessas costumam atacar o intruso até que estelevante as patas da frente para evitar mordidas e declarar submissão. O rato que bebeu os doisdrinques não respeita a postura submissa do sóbrio, corre atrás e morde o outro muitas vezes.Mais de vinte vezes em cinco minutos, segundo o autor do experimento, Klaus Miczek, daUniversidade de Tufts.Numa sociedade como a ocidental, em que o hábito de tomar dois drinques por dia éconsiderado abstinência por muitos, não é de se estranhar que de cada três crimes violentos,dois sejam cometidos sob efeito de bebidas alcoólicas. Grande parte das agressões mortaistão comuns na periferia das cidades brasileiras acontece nos bares, e muitos ladrões ingeremálcool antes de sair para o assalto.

2) Neurotransmissores - A experiência descrita com o álcool deixa claro que existemmediadores químicos envolvidos nos mecanismos que conduzem à agressividade. O mediadormais estudado tem sido a serotonina, substância que transmite sinais entre os neurônios,

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ligada às sensações de prazer, mas também às depressões, distúrbios de alimentação edependência de cocaína.A serotonina, provavelmente, exerce controle inibitório sobre a agressividade impulsiva.

Desarranjos no sistema de produção e metabolismo da serotonina têm sido descritos empacientes psiquiátricos agressivos, homens impulsivos e violentos e em suicidas.Numerosos estudos documentaram níveis baixos de serotonina no líquor, isto é, no líquido quebanha a medula espinal e o cérebro, em animais agressivos e também no homem. Comodemonstração de causa e efeito, se administrarmos drogas que modificam os níveis deserotonina no líquor teremos alterações proporcionais na agressividade: drogas que diminuemas concentrações de serotonina aumentam a agressividade; as que aumentam serotoninatornam os animais mais dóceis.Diversos pesquisadores estão concentrados na caracterização dos receptores aos quais aserotonina se liga na superfície dos neurônios, para exercer seu efeito. Várias drogas queinterferem com esses receptores reduzem a agressividade em ratos e macacos.Outro neurotransmissor que parece estar envolvido na modulação da violência é avasopressina. Em 1998, Coccaro e Ferris, da Universidade de Chicago, dosaram as

concentrações de vasopressina no líquor de 26 homens portadores de distúrbios anti-sociais.Verificaram que níveis mais altos de vasopressina estavam associados a comportamento maisagressivo.

3) Lobo frontal - Muitos autores acreditam que o córtex do lobo frontal, camada de massacinzenta que recobre o lobo, exerce influência importante no controle da impulsividade e docomportamento violento.Em 1997, A. Raine, estudou 41 homens encarcerados e um grupo de 41 indivíduos livres paraservir de grupo controle, na Universidade da Califórnia. Todos foram submetidos ao PET- scan,tomografia que permite analisar as áreas cerebrais que estão em atividade num dadomomento. Os resultados mostraram que o córtex da parte da frente do lobo frontal apresentavaalterações fisiológicas nos presos condenados por crime de morte.O mesmo autor publicou outro estudo, no qual foram determinadas as dimensões do córtex dolobo frontal em diversos portadores da assim chamada personalidade anti-social, que haviamsido responsáveis por atos violentos. Neles, a substância cinzenta ocupava uma área 11%menor. Inquirido sobre o significado desse achado, Raine, respondeu à Science: "Não tenho amenor idéia".

4) A genética - Embora muitos considerem politicamente incorreto, os estudos conduzidosentre irmãos gêmeos univitelinos (iguais) criados na mesma família ou crescidos sem contatoem lares distantes, são altamente sugestivos de que um componente genético esteja envolvidona agressividade.Na Holanda, há um caso clássico, relatado em 1993, de uma família cujos membros do sexomasculino haviam se engajado em crimes de morte, estupros, roubos e incêndios criminosos. Aanálise genética mostrou que esses homens tinham um defeito muito raro num gene quecodifica a produção de uma enzima chamada MAOA, que age quebrando as moléculas dediversos neurotransmissores.Em 1999, S. Manuck e colaboradores publicaram um estudo realizado com 251 voluntáriostestados para a presença de mutações num gene responsável por uma enzima que limita aprodução de serotonina. Os autores foram capazes de identificar mutações nesse geneassociadas a diversas manifestações de agressividade, incluindo a tendência de experimentarsensação de raiva sem motivo aparente.Em ratos, já foram identificados 15 genes que interferem com a agressividade, entre eles o daMAOA. A identificação de alguns desses genes, às vezes, aparece nas manchetes daimprensa leiga, como representando o descobrimento do "gene da agressividade".Conhecimentos elementares de genética, entretanto, demonstram que comportamentoscomplexos como a violência nunca são regulados por um gene único; estão sob o comando deuma constelação de genes que interagem através de mecanismos de extrema complexidade.

Muitos biólogos moleculares estão convencidos de que essas interações são tão complexas,que dificilmente serão entendidas a ponto de podermos manipulá-las com segurança paramodificar um comportamento de forma previsível, por mais elementar que seja ele.

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5) A violência das crianças - Sem menosprezar a influência do meio, é inegável que atendência a reagir de forma violenta diante de uma situação adversa varia de uma criança para

outra, sugerindo raízes pré-natais.Segundo a Science, os pesquisadores atuais procuram entender a violência como expressãofinal de um conjunto de fatores de risco. Entre eles, estaria incluída uma vulnerabilidadebiológica, genética ou desenvolvida na fase pré-natal, trazida à superfície ou reforçada pelomeio social.Crianças cronicamente violentas freqüentemente apresentam comportamento hiperativo,dificuldade de concentração na escola, ansiedade, confusão mental, impulsividade, ideaçãofantasiosa e tendências autodestrutivas. Esses distúrbios emocionais se agravam quandoessas crianças se agrupam com outras, portadoras de comportamentos semelhantes.Estima-se que 2% dos meninos e menos de 1% das meninas apresentem essascaracterísticas. É importante ressaltar que a maioria das crianças violentas deixam de sê-lo naadolescência. No caso dos adultos mais agressivos, porém, as raízes do comportamento anti-social costumam já estar presentes na infância, sugerindo que a agressividade seja um

fenômeno bastante estável no decorrer da vida.O grupo de R. Tremblay, da Universidade de Montreal, vem acompanhando mil meninoscanadenses a partir dos 6 anos de idade, desde 1984. A maioria dos que eram fisicamenteviolentos na infância abandonou esse comportamento ao redor dos 12 anos, mas em 4% aagressividade se tornou crônica. Tremblay identificou dois fatores de risco nesse grupo: asmães dos meninos eram menos instruídas e tiveram seus filhos numa idade mais precoce.Teoricamente, seriam mães menos preparadas para educar crianças problemáticas.Entre os traços associados ao comportamento violento das crianças está a falta de empatia,isto é, a dificuldade de colocar-se no papel do outro. Um dos exemplos é a crueldade com osanimais, uma das primeiras manifestações dessa incapacidade.Estudos conduzidos por D. Rowe, na Universidade do Arizona, mostram que crianças com QIabaixo da média, também apresentam risco mais alto de se tornarem adultos violentos.O grupo de A. Raine, que acompanha cerca de 1800 crianças das ilhas Maurício, publicou umtrabalho demonstrando que as crianças com baixa freqüência cardíaca aos 3 anos de idadetinham maior probabilidade de serem fisicamente agressivas aos 11. Em outros estudos, osmesmos autores mostraram que meninos com ondas cerebrais mais lentas e condutânciacutânea mais baixa (uma medida da sudorese através da pele) tinham maior probabilidade deacabar na prisão, anos depois.Os autores desconfiam que esses parâmetros sejam simples indicadores de um sistemanervoso central mais desregulado. Nesses casos, quando o estresse é mantido, os circuitos deneurônios envolvidos no controle da agressividade ficariam sobrecarregados e entrariam emcolapso.Apesar de essas conclusões serem criticáveis por não levarem em conta a influência poderosado meio ambiente, a existência da agressividade física na infância é irrefutável. Se nãoconsiderarmos as conseqüências da agressão e olharmos apenas para o comportamentoagressivo, a idade mais violenta de todas é a de 2 anos. R. Temblay afirma na revista Science:"A pergunta que tentamos responder nos últimos 30 anos, é como as crianças aprendem aagredir. A pergunta está errada; o certo seria perguntar como elas aprendem a não agredir.Osbebês não se matam uns aos outros, só porque lhes impedimos o acesso aos revólveres".

Predisposição à agressividade e à violênciaEvidências científicas sugerem que a reatividade emocional de um indivíduo pode predispô-lo àagressividade física. Essa propensão está associada a um baixo limiar de ativação de umconjunto de emoções e estados de espírito negativos: raiva, ansiedade e agitação, entreoutros.As técnicas modernas de neuro-imagem permitiram identificar diversas regiões cerebraisenvolvidas nos circuitos de neurônios que amplificam, atenuam ou mantêm as emoções. Aativação experimental ou a lesão desses centros altera a intensidade de expressão dos

estados emocionais regulados por eles. Por exemplo, lesões provocadas numa estruturacerebral chamada amígdala prejudica a percepção de expressões de medo e lesões numapequena área do lobo frontal podem desregular a forma de exprimir raiva. Em camundongos,

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lesões de determinadas áreas do lobo frontal transformam um animal calmo em impulsivo eviolento.O estado emocional-afetivo de cada indivíduo é estabelecido por uma delicada rede de

neurônios que convergem para determinadas áreas do cérebro, e pelos neurotransmissoresliberados por eles na condução do estímulo. As reações individuais dependem, então, dasintonia fina dessa circuitaria de neurônios em ação.Como a violência não é um fenômeno homogêneo, suas manifestações são graduadas porcircuitos específicos de neurônios. Por exemplo, um estudo conduzido entre 41 homenscondenados por assassinato mostrou que os autores de crimes premeditados, predatórios,apresentavam um padrão de metabolismo do lobo pré-frontal diferente daqueles que haviamcometido o assassinato como conseqüência de uma explosão impulsiva.Indivíduos bem adaptados são capazes de regular voluntariamente suas emoções negativas eaproveitar determinadas indicações do meio, como as expressões faciais ou vocais de medoou raiva, para definir a melhor estratégia de comportamento a ser adotada. É provável queaqueles predispostos à violência apresentem anormalidades na condução de estímulos atravésdos circuitos responsáveis por essas estratégias adaptativas.

Há evidências claras de que genes herdados dos pais influenciam a estrutura e função dessascircuitarias de neurônios. O fator genético, no entanto, interage com as influências do ambientedesde as fases mais precoces do desenvolvimento da criança. A própria estrutura dasconexões envolvidas nesses circuitos é dramaticamente modelada pelos acontecimentossociais da infância.As pesquisas atuais para caracterizar a função das fibras nervosas que entram e saem doscentros cerebrais moduladores das emoções abrirão caminho para intervençõesmedicamentosas associadas a estratégias psicossociais preventivas nas populações de altorisco. Para isso, os primeiros passos estão dados: reconhecer que tanto a agressão impulsivaquanto a premeditada, independentemente das causas responsáveis por elas, são doençascontagiosas que refletem anormalidades fisiológicas nos circuitos de neurônios que controlamas emoções.

Parte II - Raízes Sociais da Violência

Concentração populacional e violênciaEm 1962, John Calhoun publicou na revista Scientific American um estudo que ganhou os  jornais diários e teve repercussão no meio científico. No artigo "Densidade Populacional ePatologia Social", o autor relatava um experimento sobre as conseqüências do aumento dapopulação de ratos, numa gaiola com um comedor na parte central e outros distribuídos peloscantos.O aumento do número de animais na gaiola provocava sua aglomeração em volta do comedorcentral, embora houvesse espaço à vontade ao redor dos comedores laterais. Como cada ratoqueria para si a posição mais privilegiada no centro, começavam as disputas. Quanto maior aconcentração de ratos, maior a violência das brigas: mordidas, ataques sexuais, mortes ecanibalismo.Naqueles anos 1960, o experimento foi um prato cheio para os comportamentalistas(behavioristas) e o público em geral. Oferecia uma explicação simples para a epidemia deviolência que a TV começava a mostrar nas grandes cidades: turbas enfurecidas, polícia,bombas de gás lacrimogêneo, saques e as gangues urbanas. Assim como os ratos sematavam por uma posição no meio da gaiola, os homens se agrediam no centro das cidades,concluíram todos.Durante décadas, a imagem da "gaiola comportamental" de Calhoun contaminou oentendimento das causas da violência urbana: quanto maior a concentração de gente noscentros urbanos mais violência, tornou-se crença geral. Ninguém lembrou que, no centro deTóquio apinhado de gente, uma senhora pode andar tranqüila à meia-noite, e que São Pauloou Los Angeles, cidades de grande extensão e densidade populacional muito menor, estãoentre as cidades mais violentas do mundo. É o que dá extrapolar diretamente para o homem

dados obtidos com animais. Apesar de mamíferos, os roedores não são primatas.Aprendendo com os chimpanzés

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Os primeiros abalos sofridos pela "gaiola comportamental" vieram da primatologia quecomeçou a nascer nos anos 70. Em 1971, B. Alexander e E. Roth, do Oregon Regional PrimateResearch Center, descreveram brigas ferozes e até mortais entre macacos japoneses, quando

os animais previamente mantidos em cativeiro eram libertados num espaço 73 vezes maior.Em 1982, dois holandeses, F. De Waal e K. Nieuwenhuijsen publicaram um estudofundamental com os chimpanzés mantidos na colônia de Arnhem. Nela, os chimpanzésficavam soltos numa ilha durante o verão e eram recolhidos a uma clausura com calefação nosmeses frios. O espaço nesse ambiente fechado ficava reduzido a apenas 5% daqueledisponível nos meses quentes, na ilha. Depois de analisar os dados colhidos em centenas dehoras de observação de campo, os autores concluíram que, fechados, os chipanzés pareciammais irritados, às vezes, tensos, mas não abertamente agressivos.Os machos dispostos a desafiar a hierarquia complexa das sociedades chimpanzés adotavampostura cautelosa no inverno: curvar-se diante do macho alfa (dominante) e agradar seu pêlo.As diferenças eram acertadas nos meses quentes, na ilha: o número de conflitos agressivosdobrava.O pavilhão 5 da Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) alberga cerca de 1.600 presos.

Vão para lá, os que têm problema de convivência com a massa carcerária: estupradores,  justiceiros, delatores, craqueiros endividados e outros que infringiram a ética do crime. Feitosardinha em lata, cinco, seis e até doze homens dividem xadrezes com pouco mais de oitometros quadrados de área útil. É a maior concentração de presos da cadeia.Nos últimos 2 anos, no pavilhão 5 houve apenas uma morte. Morreu muito mais gente nospavilhões menos povoados. Quantas mortes teriam ocorrido nesses dois anos, caso esses mile seiscentos homens estivessem em liberdade?Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente àviolência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes paracontrolar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência temlógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridadede seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, nãosomos como os ratos.Como já dissemos, a análise que a sociedade costuma fazer da violência urbana é baseadaem fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de segurançanas ruas do bairro, preconceito social ou discriminação. As conclusões dos estudos científicosnão costumam ser levadas em conta na definição de políticas públicas. Nos últimos anos,foram desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatoreseconômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana:pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laçosfamiliares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na Justiça.A maior parte dessas pesquisas é conduzida nos Estados Unidos, talvez porque os europeustenham estado menos preocupados com o problema, embora estudos feitos em vinte países daEuropa por T. Moffitt, pesquisador do King´s College de Londres, deixem claro que aprobabilidade de ser assaltado nesses países, não é diferente daquela encontrada nos EstadosUnidos. A diferença não está no número, mas nas conseqüências dos assaltos: o índice dehomicídios é mais alto entre os norte-americanos.

Principais causas sociais da violênciaA revista Science, já citada muitas vezes, traz uma revisão que resume a produção científicaamericana no campo da violência nas cidades. Vamos usar alguns desses estudos nadiscussão das causas sociais mais relevantes da violência urbana:

1) Desigualdade econômica - Há muito se admite que a má distribuição de renda crie ambientefavorável à disseminação da violência urbana. De fato, a desigualdade parece funcionar comocaldo de cultura para a disseminação do comportamento agressivo. Sociedades que vivem emestado de pobreza generalizada tendem a ser menos violentas do que aquelas em que hápequeno número de ricos e uma grande massa de pobres.

A diferença de poder aquisitivo, no entanto, não é causa única. A violência urbana é umadoença multifatorial. As diferenças sociais existentes em nosso país podem explicar por queocorrem mais crimes no Brasil do que na Suécia, por exemplo. Não explica, porém, por que os

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índices de criminalidade suecos começaram a aumentar na mesma época que nas cidadesbrasileiras ou americanas. Não explica, também, as razões pelas quais a criminalidade dosgrandes centros americanos vem caindo consistentemente de 1992 para cá, período em que a

concentração de renda se agravou naquele país.Além disso, a desigualdade não explica por que num bairro pobre, e até numa mesma família,somente alguns se desviam para o crime, enquanto os demais respeitam as regras deconvivência social.

2) Uso de armas - A alta concentração de armamento em certas áreas da cidade cria, segundoJ. Fagan, da Universidade de Colúmbia, uma "ecologia do perigo". Depois de entrevistar 400  jovens nos bairros mais perigosos de Nova York, o pesquisador constatou que a violência érealmente contagiosa. No período de 1985 a 1995, o uso de revólveres nessas comunidadesse disseminou como doença transmissível. Jovens desarmados sentiam-se inseguros eacreditavam que, se carregassem uma arma, imporiam mais respeito aos adversários. Nomundo do crime, as armas são o poder.Como os que vivem do crime precisam dispor de armas competitivas em relação às da polícia e

de quadrilhas rivais, instala-se nas cidades uma corrida por armamentos sem fim, responsávelpelos ferimentos mais letais que os plantonistas de hoje enfrentam nos hospitais da periferia deSão Paulo, em Washington ou Nova York.

3) Crack - O crack entrou em Los Angeles em 1984 e espalhou-se pelas cidades americanas.Em diversas delas, o número de crimes começou a aumentar já no primeiro ano depois daentrada da droga. A. Blumstein, diretor do National Consortium on Violence Research, atribuiesse aumento a um fenômeno aparentemente paradoxal: a guerra às drogas.Segundo o criminologista, a prisão dos líderes mais velhos do tráfico provocou a chegada dosmais jovens ao comando, e "os jovens não estão entre os melhores solucionadores de conflito -sempre brigam".Em 1992, tive a oportunidade de presenciar a entrada do crack na Casa de Detenção. Atéentão, cocaína só era comercializada em pó para injeção endovenosa ou aspiração nasal. Ocrack, preparação impura obtida a partir da pasta de cocaína, apresentava a vantagem de serfumado em cachimbo (o que, em tempos de AIDS e hepatite, não era pouco) e de custar muitomenos, varreu a cocaína injetável do mapa.Como conseqüência, a cocaína que era distribuída por um pequeno grupo de traficantes maisvelhos, com poder aquisitivo suficiente para comprá-la, teve o consumo bastante reduzido.Enquanto isso, crescia assustadoramente o número de jovens inexperientes que se engajavamno comércio barato do crack. A democratização do uso aumentou a demanda de traficantes,pulverizou o comando, quebrou a ordem interna da cadeia e resultou em aumento deagressões graves e assassinatos.Para ilustrar a complexidade desse tema, há muitos autores que estão de acordo com o pontode vista acima: a prisão dos traficantes mais velhos, experientes solucionadores de conflitos,não tem impacto significante na redução da violência e pode até aumentá-la. Os jovenslevados a ocupar as posições vagas tendem a resolver disputas com mais agressividade.

4) Quebra dos laços familiares - No mundo todo cresce o número de filhos criados sem apoiopaterno. São crianças concebidas por mães solteiras ou mulheres abandonadas por seuscompanheiros. No Brasil, o problema da gravidez na adolescência é especialmente grave nasáreas mais pobres: nas regiões norte e nordeste, de cada três partos uma das mães está entre10 e 19 anos. Mesmo no sul e no sudeste, o número de parturientes nessa faixa etária é muitoalto: cerca de 25%. Os estudos mostram que os filhos dessas jovens apresentam maiorprobabilidade de serem abandonados, mal cuidados e sofrer espancamento doméstico. Onascimento dessas crianças sobrecarrega a mãe, provoca abandono dos estudos, dificuldadede conseguir emprego e reduz o poder aquisitivo da família materna, obrigada a manter acriança.Além disso, é bem provável que aquelas crianças nascidas com maior vulnerabilidade a

desenvolver comportamentos agressivos, criadas por mães despreparadas para educá-las comcoerência, possam tornar-se emocionalmente reativas e impulsivas, condições de alto riscopara a violência.

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5) Encarceramento - Muitos dos programas adotados no mundo todo e em nossas Febemspara controlar a agressividade juvenil, podem ser piores do que simplesmente inúteis. O

agrupamento de jovens de periculosidade variável não acalma os mais agressivos: serve deescola para os ingênuos. Todos parecem estar de acordo com o fato de que nossas cadeiasfuncionam como universidades do crime, mas é importante saber que diversos estudosconfirmam essa impressão.T. Dishion, do Oregon Social Learning Center, acompanhou um grupo de 200 adolescentes porum período de 5 anos. Os meninos que não fumavam cigarro, maconha e não bebiam álcoolantes dos 14 anos, mas ficaram amigos de outros que consumiam essas drogas, tornaram-seusuários dois anos mais tarde, de forma estatisticamente previsível. O autor concluiu: "é umerro terrível alojar jovens delinqüentes no mesmo lugar". Uma fruta estragada parece mesmocontaminar o cesto inteiro, como diziam nossos avós.Em 1990, P. Chamberlain e seu grupo, do mesmo centro de Oregon, conduziram um estudocom jovens delinqüentes de 13 a 14 anos. Ao acaso, os meninos foram distribuídos paracumprir pena em dois locais: albergados em instituições ou colocados individualmente em

casas de família que recebiam ajuda financeira para mantê-los. Enquanto 57,8% dos meninosinstitucionalizados fugiram, apenas 30,5% dos que ficaram com as famílias o fizeram. Um anodepois de serem postos em liberdade, os que ficaram em casas de família tinham passado60% a menos de dias na cadeia. O custo de manutenção dos jovens em prisões foi cerca dedez vezes maior.

6) Índices de encarceramento - No calor da emoção que esse tema provoca, a sociedadechega a defender posições antagônicas: muitos acham que se todos os delinqüentes fossempara a prisão (ou fuzilados, como preferem alguns) a paz voltaria às ruas. Ao contrário, háquem diga que nossas cadeias são centros de pós-graduação e que a sociedade ganhariamais construindo escolas do que novos presídios.A verdade é que os índices de encarceramento guardam relação com o número de crimes. R.Rosenfeld, da Universidade de Missouri, estudou os índices de homicídios nas áreas maisperigosas de Saint Louis e Chicago. Para cada aumento de 10% na população carcerária,concluiu que havia queda de 15% a 20% nos homicídios.Outros pesquisadores obtiveram resultados bem mais discretos. O economista S. Levitt, daUniversidade de Chicago, estudou as conseqüências da pressão que um movimento de defesados direitos civis exerceu sobre o judiciário americano, nos anos 1980. Por causa dessemovimento, em alguns estados americanos os juízes decidiram cortar o número de prisioneiros,enquanto em outros a população de presos continuou a crescer. Levitt concluiu que uma quedarelativa a 10% da massa carcerária, provocava aumento de 4% na criminalidade.Para ilustrar novamente a complexidade de temas como esse, o criminologista R. Rosenfeld,citado há pouco, recomenda cuidado ao considerar esses dados. O encarceramento não deveser visto como panacéia para o crime violento, diz ele na Science. E, continua, a curto-prazo aprisão tem um "efeito incapacitador", impedindo momentaneamente o prisioneiro de praticarnovos crimes nas ruas. A longo-prazo, entretanto, índices altos de encarceramento podemaumentar os índices de homicídios. Apesar da grande dificuldade em encontrar alternativas aomodelo prisional clássico, é preciso ter claro que o encarceramento em massa é umexperimento de conseqüências mal conhecidas, com potencialidade para fortalecer o crime:empobrece e desorganiza famílias, desagrega vínculos sociais, expõe o presidiário ao contágiocom a violência das cadeias e dificulta sua inclusão posterior no mercado de trabalho.

7) O caso americano - Comparativamente, as cidades americanas eram seguras nos anos1950. A partir de 1960, porém, o gráfico da violência urbana entrou em ascendência contínua:em 1960, ocorriam 5 homicídios em cada 100 mil habitantes; em 1990, esse número haviadobrado.Graças à profunda reorganização que as polícias das grandes cidades americanas sofreramnos últimos anos, com ênfase especial no combate à corrupção e em programas do tipo

"tolerância zero", o número de prisões quintuplicou nos últimos 30 anos: em 1960, havia cercade 100 americanos presos em cada 100 mil habitantes; em 1990, quase 500.Curiosamente, os crimes violentos que aumentaram sem parar desde a década de 1960, em

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1992 e 1993, começaram a diminuir de forma significante no país inteiro, e permanecem emqueda até hoje. Muitos interpretam essa queda como resultado da maior eficiência policial,outros atribuem-na às menores taxas de desemprego resultantes do desempenho favorável da

economia americana nos últimos anos.

Hipótese surpreendenteApesar das especulações, ninguém consegue explicar o acontecido. Se os aprisionamentos  justificassem a queda nas taxas de violência criminosa, por que apenas em 1992 elascomeçaram a cair, se os índices de encarceramento aumentaram sem parar desde 1960,enquanto a violência seguiu sua escalada contínua?Da mesma forma, se a redução do desemprego fosse a justificativa, por que só a partir de 1992esse efeito seria detectável, se os Estados Unidos viveram diversas fases de prosperidade nosúltimos 30 anos, enquanto a criminalidade crescia sem parar?Para ilustrar, pela terceira vez, a complexidade desses temas, vamos citar a conclusão a quechegaram dois pesquisadores da Universidade de Stanford, He e John Donohue, depois deanálise criteriosa dos dados referentes à progressão da violência americana, a partir de 1970.

Segundo eles, a principal explicação para a queda da criminalidade ocorrida depois de 1992 aesta data, não foi a prosperidade econômica ou o trabalho policial: foi conseqüência daliberação do aborto nos anos 1970.Os dados demográficos mostraram aos pesquisadores que as mulheres que praticam abortossão em sua maioria jovens e pobres, subpopulações cujos filhos enfrentarão condições sociaisde alto risco para a violência. Sem a emenda que liberou o aborto em 1973, maior aprobabilidade de mais adolescentes violentos completarem 18 anos em 1991. Sem eles, teriasido possível a redução da criminalidade descrita a partir de 1992.O trabalho de He e John Donohue despertou fortes reações emocionais na comunidadeacadêmica. O citado diretor do National Consortium on Violence Research, A. Blumstein,resumiu essas reações da seguinte maneira, para a revista Science: "É preciso grandehabilidade para escrever um trabalho que enfureça ao mesmo tempo a direita e a esquerda. Osautores conseguiram fazê-lo de forma brilhante". Pelo exposto, fica claro que nem todos osfatores que afetam a criminalidade podem ser alterados a curto prazo. Não é fácil construir umasociedade rica e igual, que eduque de forma adequada todas as crianças, diga não às drogasde uso compulsivo, encontre alternativas às cadeias, acabe com as armas e aplique justiçacom isenção. Como ainda conviveremos por muito tempo com a violência urbana, é precisointerpretá-la de forma menos emocional. Não há soluções mágicas para bloquear os fatoresbiológicos e sociais que aumentam a probabilidade de um indivíduo resolver seus conflitospessoais por meio de métodos violentos. A violência urbana deve ser entendida como doençade causa multifatorial, contagiosa, com aspectos biológicos e sociais que precisam serestudados cientificamente para podermos desenvolver estratégias seguras de prevenção etratamento.

Drauzio VarellaMédico cancerologista

Disponível em : http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/violencia_raizes1.asp ehttp://drauziovarella.ig.com.br/artigos/violencia_raizes2.asp

PRODUTO/RESULTADO:Resumo do texto

ATIVIDADE ESTRUTURADA 7  – AULA 10

DESENVOLVIMENTO:À partir da apresentação de vídeo, em sala de aula, sobre Justiça Restaurativa, o aluno deverá

fazer uma resenha e debater no forum.

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PRODUTO/RESULTADO:Resenha e debate do vídeo

ATIVIDADE ESTRUTURADA 8  – AULA 12

DESENVOLVIMENTO:Assistir o filme "Carandiru" e debater no forum aspectos importantes relacionados à matériadada em sala de aula e exposta no filme.

PRODUTO/RESULTADO:Resenha e debate do filme