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ATUALIZAÇÕES EM PARASITOSES INTESTINAIS
Prof. Peter Abram LiquornikIPPMG/UFRJ
CREMERJ
2007
ParasitosesParasitoses Intestinais Intestinais –– Incidência 1Incidência 1
• Ascaris lumbricóides 1 bilhão
• Trichuris trichura + Ancilostomídeos 800-900 milhões
• Entamoeba histolytica 400 milhões
• Giardia 200 milhões
Enterobius ?
WHO – World Health Report 1997
ParasitosesParasitoses Intestinais Intestinais –– Incidência 2Incidência 2
• Brasil: (+ freq) Ascaris, Giardia, Trichuris
Cimerman S., Cimerman B. in Conceitos em Infectologia. São Paulo,
Atheneu, 2004
• Imunodeprimidos: Isospora belli, cyclosporacayetanensis, Cryptosporidium parvum, Giardia e Strongyloides stercoralis
Cimerman S. et al. : Prevalence Parasitic Inf. In Patients with AIDS in Brazil. Int. J. Infect. Dis 1999;3:203-6
ParasitosesParasitoses Intestinais Intestinais –– Incidência 3Incidência 3
• Diminuição incidência de 1970-2000Ferreira et al., Saúde Pública, 2000;34 (suppl 6) 73-82
• “ Antihelminticos consecutivos reduzem a prevalência e a carga parasitária; porém, sem melhorias sanitárias, os índices de prevalência revertem aos originais.”Camillo – Coura, 1985
Casos ClínicosCasos Clínicos
� Caso Clínico 1: Paciente masculino , de 5anos, com quadro de desconforto em região epigástrica, diarréia com fezes amolecidas e de aspecto gorduroso, flatulência, cólicas, distensão abdominal e emagrecimento
Diagnóstico?
GiardíaseGiardíase
• Transmissão interpessoal por alimentos e água de reservatórios
• Agente etiológico: Giardia lamblia• Clínica: assintomática, diarréia, dor
abdominal, eructação e má absorção(gases fétidos, fezes bicolores com alimentos mal digeridos, fadiga, anemia refratária ao ferro, intolerância a lactose)
Casos ClínicosCasos Clínicos
� Caso Clínico 2: Paciente feminina, 3anos , com quadro de prurido anal mais intenso à noite e vulvovaginite refratária à higiene. Relata insônia, queda do rendimento escolar e enurese noturna eventual .
Diagnóstico?
EnterobíaseEnterobíase
• Agente etiológico: Enterobius vermicularis• Clínica: Prurido anal, dor abdominal, tenesmo,
infecção secundária em torno do ânus, invasão para o aparelho genital feminino
• Única parasitose cuja incidência não diminuiu: ovos resistentes , contaminando poeira e alimentos
Straka et al 2001Neves D.P. Parasitologia humana. São paulo, Atheneu, 2005, 285-8
Casos ClínicosCasos Clínicos
� Caso Clínico 3: Paciente masculino, 7anos, com quadros de broncoespasmo de repetição. Os exames evidenciaram eosinofilia importante e infiltrado pulmonar em regiões diferentes a cada radiografia. Relata dor abdominal, diarréia, náuseas, vômitos, anorexia, insônia e eliminação de vermes pela boca.
Diagnóstico?
AscaridíaseAscaridíase
• Agente etiológico: Ascaris lumbricoides
• Alta prevalência , por utilização de fezes humanas como fertilizantes e pela resistência dos ovos
• Eliminação pelos orifícios naturais
AscaridiaseAscaridiase
• Clínica: dor abdominal, diarréia, náuseas e anorexia com déficit nutricional
• Oclusão ou suboclusão por bolo de Áscaris: dor abdominal difusa, crescente, em cólica parada da eliminação de gases e fezes vômitos
• Migração em ferida cirúrgica
Diagnóstico Laboratorial 1Diagnóstico Laboratorial 1
� Exame Parasitológico de Fezes
� Hemograma: anemia, eosinofilia
� Rx abdome: novelos de parasitos
� Rx tórax: Pneumonite
DiagnósticoDiagnóstico laboratoriallaboratorial 22
� Ags nas fezes (ELISA) p/ cryptosporidium sp, E Histolytica, e G Lamblia
� PCR (alto custo): diferencia E Histolytica de E Dispar (saprófita)
� Enterotest: pesquisa de giardia no duodeno (diarréia crônica com déficit nutricional e exames de fezes negativos)
� Parasitológico de fezes: Padrão ouro
Oliveira CS, Parasitoses intestinais in Tratado de pediatria, SP, Manole, 2007,
1183-1191
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIROUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Instituto de Pediatria e Puericultura MartagInstituto de Pediatria e Puericultura Martagãão Gesteirao Gesteira
330 CONGRESSO BRASILEIRO DE
PEDIATRIA 2006
DOR ABDOMINAL NA DOR ABDOMINAL NA
ADOLESCADOLESCÊÊNCIANCIA
Peter Abram LiquornikPeter Abram Liquornik
Professor Adjunto UFRJProfessor Adjunto UFRJ
SOPERJ/SBPSOPERJ/SBP
PEDIATRIA INTEGRALPEDIATRIA INTEGRAL
DOR ABDOMINAL RECORRENTE DOR ABDOMINAL RECORRENTE CAUSAS MAIS FREQUENTESCAUSAS MAIS FREQUENTES
� Funcionais
� Enteroparasitoses
� Constipação intestinal
� Dismenorréia
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
Dor abdominal recorrente funcional :- Peri ou supra umbilical ou imprecisa-Dura de minutos a horas-Rara no sono, sem relação com
alimentação ou posição-Associação com constipação,diarréia ou enurese- Introspecção, hipersensibilidade emocional - História prévia ou concomitante de outra dor
funcional
Liquornik P.A, Tratado de Pediatriada SBP, Ed Manole 2007, 1803- 1810
ParasitosesParasitoses ::ProfilaxiaProfilaxia e e tratamentotratamento
• Higiene dietética, água potável• Destino adequado dos dejetos• Educação continuada da população
• Iniciar com os parasitas com risco de migração• Anemia + déficits nutricionais• Contactantes (enterobíase e giardíase)
Oliveira CS, Parasitoses intestinais in Tratado de pediatria, SP, Manole, 2007, 1183 - 1191
AtualizaçãoAtualização terapêuticaterapêutica: : EstrongilóidesEstrongilóides
� Cambendazol: 5mg/kg/dia - 1ml = 6mg Repetir após 15 dias
� Ivermectina: 200mcg/kg - 1compr = 6mg
� Tiabendazol e albendazol - 3 dias
Cimerman 2004
CambendazolCambendazol• Tão eficaz quanto tiabendazol
• Melhor tolerado
• Primeira escolha para estrongiloidíase
• 5mg/kg/dia –suspensão : 6mg/ml
• Dose única
Silva GAP,Motta MEFA,
Doc.Cient.SBP,2000
AtualizaçãoAtualização terapêuticaterapêutica: : AscarisAscaris
� Ivermectina: 200mcg/kg repetir após 15 dNão utilizar abaixo de 15 kg ou de 5 anos de idade
� Mebendazol, albendazol, levamisol, pirantel
� Piperazina na sub-oclusão e na oclusão
cimerman 2004
MebendazolMebendazol
• Efeitos colaterais raros: náuseas, desconforto abdominal e tonteira
• Teratogênico em doses altas: evitar na gravidez e abaixo de 1 ano
AlbendazolAlbendazol 11
• Bem tolerado: rara/ náuseas, vômitos, dor epigástrica, diarréia, cefaléia, tonteiras
• Contraindicado na gravidez e abaixo de 2 anos
AlbendazolAlbendazol 22
Indicações– Ascaridíase, enterobíase, ancilostomíase: 400mg dose
única– Tricuríase: 600 a 800 mg– Estrongiloidíase e teníases: 400mg/d x3d – repetir 10 a
15 dias após– Larva migrans cutânea: 400mg/d x 5d– Tratamento prolongado: cisticercose (8 a 30d) e
hidatidose (3m a 2 anos)– Microsporidiose em pacientes com Aids– Giardíase : 400mg /d x 5d
LevamisolLevamisol
• Dose única para tratamento de ascaridíase
• Não tem ação contra a maioria das verminoses intestinais – uso limitado
PirvínioPirvínio
• Tinge as fezes de vermelho
• Indicação: enterobíase
• Dose: 10mg/kg DU
• Tratar contactantes
AtualizaçãoAtualização terapêuticaterapêutica: : GiardíaseGiardíase
• Albendazol: 400mg/dia 5 dias• Nitazoxanida*: 7.5mg/kg 2x/dia 3 dias
(1ml=20mg) • Secnidazol, tinidazol• Tratar contactantes nas recidivas
* consenso p/ criptosporidiose e giardíase; aguarda estudos p/ helmintos e outros protozoários
Cimerman et al: Conceitos em infectologia. SP, Atheneu 2004, 329-49
ErrosErros comunscomuns emem ParasitologiaParasitologiaParasitoParasito UFRJUFRJ
• MIFc: Colheita em 3 dias são 3 amostras em 7 a 10 dias (evita janela falso- negativa paraprotozoário)
• Graham ou fita gomada colocada à noite, ao deitar
Deve ser pela manhã cedo com 2 ou 3 toques
ErrosErros comunscomuns emem ParasitologiaParasitologiaParasitoParasito UFRJUFRJ
• Repetição da medicação para protozoáriosSomente p/ helmintos, com medicação adulticida(c/ albendazol é desnecessário, por ser adulticida, ovicida e larvicida)
OBRIGADO!