48645219 o poder do sangue de jesus andrew murray

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PREFCIO Este livro uma traduo de parte de uma srie de prelees de meu falecido pai, Rev. Andrew Murray, M.A., D.D., sobre "O Poder do Sangue de Jesus", que at agora s foram publicadas em holands. O tradutor (do holands para o ingls) o Rev.William M. Douglas, B.A., que durante muitos anos foi o amigo ntimo de meu pai, tendo-se associado com ele ao Movimento da Conveno de Keswick, na frica do Sul. Meu pai autorizou o Rev. Douglas a traduzir seu livro "A Vida de Orao", e este ficou sendo o seu bigrafo aps o seu falecimento. Li o manuscrito, e acho que a traduo excelente. Reproduziu com exatido os pensamentos de meu pai. Tenho certeza de que muitas bnos resultaro da leitura destes captulos, em esprito de orao e meditao. Sentindo confiana de que voc prezar a experincia do poder do Sangue Precioso de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e viver nela, Sado-no no servio do Bendito Mestre, M.E. Murray "Clairvaux", Wellington, C.P., Repblica Sul-Africana.

NOTA DO TRADUTOR: necessrio lembrar-se que no decurso de todos estes captulos, o Dr. Murray se refere somente ao "Sangue Sacrificial". O SANGUE na Bblia sempre deste tipo. Deve ser notado, ao ler o Captulo III, que a Bblia em holands, que o Dr. Murray usava, tem a palavra VERZOENING para denominar PROPICIAO. VERZOENING significa RECONCILIAO, e esta a palavra usada nesta traduo.

CONTEDOI O que as Escrituras Ensinam Acerca do Sangue II A Redeno pelo Sangue III - A Reconciliao pelo Sangue IV- A Purificao pelo Sangue V - A Santificao pelo Sangue VI - Purificado pelo Sangue para Servir ao Deus Vivo VII - Habitando no "Santo dos Santos" pelo Sangue VIII- A Vida no Sangue IX - A Vitria pelo Sangue X Gozo Celestial pelo Sangue

Captulo I

O QUE AS ESCRITURAS ENSINAM ACERCA DO SANGUE"No Sem Sangue"- Hb 9:7e 18

Deus nos falou nas Escrituras muitas vezes, e de muitas maneiras; mas a VOZ sempre a mesma, sempre a PALAVRA do mesmo DEUS. Da a importncia de tratar a Bblia como um todo, e de receber o testemunho que d nas suas vrias pores, concernente a certas verdades especficas. assim que aprendemos a reconhecer o lugar que estas verdades realmente ocupam na Revelao, ou melhor, no CORAO DE DEUS. Assim, tambm, comeamos a descobrir quais so as verdades fundamentais da Bblia que exigem ateno acima de tudo o mais. Visto que constam de modo to destacado em cada novo avano na revelao de Deus; que permanecem imutveis quando a Dispensao muda, levam consigo uma intimao divina da sua importncia. meu objetivo, nos captulos que se seguem a este captulo introdutrio, demonstrar aquilo que as Escrituras nos ensinam acerca do PODER GLORIOSO DO SANGUE DE JESUS, e das bnos maravilhosas que ele obteve para ns; e no posso lanar um fundamento melhor para a minha exposio, nem dar uma prova melhor da glria superlativa DAQUELE SANGUE, COMO SENDO O PODER DA REDENO, do que seno pedir aos meus leitores que me sigam pela Bblia afora, para ver, assim, o lugar sem igual que atribudo AO SANGUE, desde o princpio at ao fim da revelao de Deus de Si mesmo aos homens, conforme o registro na Bblia. Ficar claro que no h nenhuma idia bblica, desde o Gnesis at ao Apocalipse, perceptvel de modo mais constante e destacado, do que aquela que expressada pelas palavras "O SANGUE". Nossa pesquisa, ento, centrada no que as Escrituras nos ensinam acerca do SANGUE:

PRIMEIRAMENTE, NO ANTIGO TESTAMENTO; EM SEGUNDO LUGAR, NO ENSINO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO MESMO;

EM TERCEIRO LUGAR, NAQUILO QUE OS APSTOLOS ENSINAM; E FINALMENTE O QUE S. JOO NOS CONTA DELE NO APOCALIPSE.

I. APRENDAMOS O QUE O ANTIGO TESTAMENTO ENSINASeu registro acerca DO SANGUE comea nos portes do den. No entro nos mistrios no revelados do den. Mas em conexo com o sacrifcio de Abel, tudo fica claro. Trouxe "das primcias do seu rebanho" ao Senhor como sacrifcio, e ali, em conexo com o primeiro ato de culto registrado na Bblia, foi derramado sangue. Ficamos sabendo em Hb 11:4 que foi "pela f" que Abel ofereceu um sacrifcio aceitvel, e seu nome fica como incio do registro daqueles que a Bblia chama de "crentes. Foi dado a ele este testemunho: "tendo a aprovao de Deus". Sua f, e o beneplcito de Deus nele, esto estreitamente vinculadas com o sangue sacrificial. luz da revelao posterior, este testemunho, dado no prprio incio da histria humana, de profunda relevncia. Demonstra que no pode haver aproximao a Deus; nenhuma comunho com Ele pela f; nenhum desfrute do Seu favor, parte DO SANGUE. A Escritura d poucas notcias dos dezesseis sculos que se seguem. Depois veio o DILVIO, que foi o julgamento de Deus contra o pecado, mediante a destruio do mundo dos homens. Deus, porm, trouxe existncia uma nova terra a partir daquele terrvel batismo na gua. Nota-se, no entanto, que a nova terra tambm deve ser batizada com sangue, e o primeiro ato registrado de No, depois de ter deixado a arca, foi oferecer um holocausto a Deus. Assim como no caso de Abel, assim tambm com No num novo incio, "NO ERA SEM SANGUE". O pecado prevaleceu mais uma vez, e Deus lanou um alicerce inteiramente novo para o estabelecimento do Seu Reino na terra. Pela chamada divina de Abrao, e pelo nascimento milagroso de Isaque, Deus empreendeu a formao de um povo para servi-Lo. Mas este propsito no foi realizado parte do derramamento do SANGUE. Este fato fica aparente na hora mais solene da vida de Abrao. Deus j entrara num relacionamento de aliana com Abrao, e sua f j fora severamente provada, e passara no teste. Foi-lhe imputada, ou contada, como justia. Mesmo assim, deve aprender que Isaque, o filho da promessa, que pertencia totalmente a Deus, pode ser verdadeiramente entregue a Deus somente pela morte.

Isaque deve morrer. Para Abrao, bem como para Isaque, somente pela morte que a libertao da vida do prprio eu podia ser obtida. Abrao deve oferecer Isaque no altar. Aquele no era um mandamento arbitrrio de Deus. Era a revelao de uma verdade divina, de que somente por meio da morte que possvel uma vida verdadeiramente consagrada a Deus. Mas era impossvel para Isaque morrer e ressuscitar outra vez dentre os mortos; por causa do pecado, pois, a morte o conservaria preso. Mas veja, a sua vida foi poupada, e um carneiro foi oferecido no seu lugar. Mediante o sangue que fluiu no Monte Mori, sua vida foi poupada. Ele e o povo que descendeu dele, vivem diante de Deus "NO SEM SANGUE". Por meio daquele sangue, no entanto, foi figuradamente ressuscitado dentre os mortos. A grande lio da substituio ensinada claramente aqui. Passam-se quatrocentos anos, e Isaque fica sendo, no Egito, o povo de Israel. Mediante sua libertao da escravido no Egito, Israel seria reconhecido como o primognito de Deus entre as naes. Aqui, tambm, "NO SEM SANGUE". Nem a graa eleitora de Deus, nem Sua aliana com Abrao, nem o exerccio da Sua onipotncia, que to facilmente poderia ter destrudo os opressores deles, poderia dispensar a necessidade do SANGUE. Aquilo que O SANGUE realizou no Monte Mori para uma pessoa s, que era o Pai daquela nao, agora deve ser experimentado por aquela nao. Mediante o espargir das vergas das portas dos israelitas com o. SANGUE do cordeiro da Pscoa; pela instituio da Pscoa como uma ordenana permanente com as palavras "Quando eu vir o sangue, passarei por vs", o povo foi ensinado que a vida pode ser obtida somente pela morte de um substituto. A vida era possvel para eles somente pelo SANGUE de uma vida dada em lugar deles, e apropriada pela "asperso do sangue" Cinqenta dias mais tarde, esta lio foi reforada de modo marcante. Israel chegara ao Sinai. Deus dera Sua Lei como fundamento da Sua aliana. Aquela aliana agora deve ser estabelecida, mas conforme expressamente declarado em Hb 11:7, "NO SEM SANGUE". O SANGUE sacrifcial deve ser aspergido, primeiramente no altar, e depois no Livro da Aliana, que representava a parte de Deus na Aliana, depois sobre o povo, com a declarao: "Eis aqui o SANGUE DA ALIANA". (x 24). Foi naquele SANGUE que a Aliana teve seu fundamento e seu poder. mediante O SANGUE somente, que Deus e o homem podem ser trazidos para a comunho segundo a aliana. Aquilo que tinha

sido prenunciado no Porto do den, no Monte Ararate, no Monte Mori, e no Egito, agora foi confirmado no sop do Sinai, de uma maneira muito solene. Sem o SANGUE no poderia haver acesso do homem pecaminoso ao Deus Santo. H, porm, uma diferena marcante entre o meio de aplicar o sangue nos primeiros casos, em comparao com o meio usado neste ltimo caso. Em Mori a vida foi redimida pelo derramamento do sangue. No Egito o sangue foi aspergido nas vergas das portas das casas; no Sinai, porm, foi aspergido sobre as prprias pessoas. O contato era mais estreito, a aplicao mais poderosa. Imediatamente depois de ser estabelecida a aliana, a ordem foi dada: "E me faro um santurio, para que eu possa habitar no meio deles" (x 25: 8).Deviam desfrutar da plena bem-aventurana de terem o Deus da Aliana habitando entre eles. Atravs da graa dEle podem ach-Lo, e servi-Lo na Sua casa. Ele mesmo deu, com o cuidado mais minucioso, orientaes para a disposio das coisas naquela casa e para o servio ali. Note, porm, que O SANGUE era o centro e a razo de tudo isto. Aproximese do vestbulo do templo terrestre do Rei Celestial, e a primeira coisa visvel o ALTAR DO HOLOCAUSTO, onde a asperso do sangue continua, sem cessar, da manh at ao entardecer. Entre no Lugar Santo, e a coisa mais destacada ali o altar dourado do incenso, que tambm, juntamente com o vu, constantemente aspergido com o SANGUE. Pergunte o que h alm do Lugar Santo, e ser informado que o SANTO DOS SANTOS, onde Deus habita. Se perguntar como Ele habita ali, e como se aproxima dEle, ser informado: "NO SEM SANGUE". O prprio trono de ouro, onde brilha a Sua glria, aspergido com O SANGUE, uma vez por ano, quando o Sumo Sacerdote entra sozinho para trazer O SANGUE, e para adorar a Deus. O ato mais sublime naquela adorao a asperso do SANGUE. Se voc inquirir mais, ser informado que sempre, e por tudo, O SANGUE a nica coisa necessria. Na ocasio da consagrao da Casa, ou dos Sacerdotes; do nascimento de uma criana; do arrependimento mais profundo por causa do pecado; da festa mais arrebatadora; sempre, e em tudo, o caminho para a comunho com Deus atravs do SANGUE somente. Isto continuou durante mil e quinhentos anos. No Sinai, no deserto, em Silo, no Templo, no Monte Mori, continuou at que nosso Senhor veio para pr fim a todas as sombras, pela introduo da substncia, e pelo estabelecimento de uma comunho com o Santo, em esprito e em verdade.

II. O QUE NOSSO SENHOR JESUS PESSOALMENTE ENSINA ACERCA DO SANGUE.Com a vinda dEle, todas as coisas velhas passaram, todas as coisas ficaram sendo novas. Veio do Pai, no Cu, e pode-nos dizer em palavras divinas o caminho para o Pai. s vezes dito que as palavras "NO SEM SANGUE" pertencem ao Antigo Testamento. Mas o que diz nosso Senhor Jesus Cristo? Note, primeiramente, que quando Joo Batista anunciou Sua vinda, falou dEle preenchendo um cargo duplo, como "O CORDEIRO DE DEUS, que tira o pecado do mundo"; e depois como Aquele "que batiza com o Esprito Santo". O derramamento do SANGUE do Cordeiro de Deus teria de ocorrer do derramamento do Esprito poder ser outorgado. Somente depois de cumprido tudo quanto o Antigo Testamento ensinou acerca do SANGUE que a Dispensao do Esprito pode comear. O prprio Senhor Jesus Cristo declarou nitidamente que Sua morte na Cruz era o propsito para o qual veio para o mundo; que era a condio necessria da redeno e da vida que veio trazer. Declara com clareza que, em conexo com Sua morte, o derramamento do Seu SANGUE era necessrio. Na Sinagoga de Cafarnaum Ele falou de Si mesmo como sendo "O Po da Vida"; da Sua carne "que daria pela vida do mundo". Quatro vezes repetiu muito enfaticamente: "Se no beberdes o seu SANGUE, no tendes vida em vs mesmos". "Quem beber o meu SANGUE tem a vida eterna". "O meu sangue verdadeira bebida". "Quem beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (Jo 6). Nosso Senhor declarou assim o fato fundamental de que Ele mesmo, como o Filho do Pai, que veio restaurar nossa vida perdida, no pode fazer isto por qualquer outra maneira seno pela morte por ns; derramando Seu sangue por ns; e depois fazer-nos participantes do Seu poder. Nosso Senhor confirmou o ensino das Ofertas do Antigo Testamento que o homem somente pode viver atravs da morte doutro, e assim obter uma vida que, mediante a Ressurreio, se tornou eterna. Mas o prprio Cristo no pode tornar-nos participantes daquela vida eterna que Ele obteve para ns, seno mediante o derramamento do Seu sangue, e nos dando a beber dele. Fato maravilhoso! "NO SEM SANGUE", a vida eterna pode ser nossa. Igualmente notvel a declarao por nosso Senhor da mesma verdade na ltima noite da Sua vida terrestre. Antes de completar a grande obra da Sua vida, ao d-la "como resgate por muitos," instituiu a Santa Ceia, dizendo: "Bebei dele todos; porque isto o

MEU SANGUE, o sangue da nova aliana, derramado em favor de muitos, para remisso de pecados." (Mt 26:28). "Sem derramento de sangue no h remisso dos pecados." Sem remisso de pecados no h vida. Mas mediante o derramamento do SANGUE obteve uma nova vida para ns. Por meio daquilo que chama de "beber Seu sangue", Ele compartilha conosco a Sua vida. O sangue DERRAMADO na Expiao, que nos liberta da culpa do pecado; e da morte, o castigo do pecado; o sangue que bebemos pela f, nos outorga a Sua vida. O SANGUE que Ele derramou foi, em primeiro lugar, PARA ns, e depois dado A ns.

III. O ENSINO DOS APSTOLOS SOB A INSPIRAO DO ESPIRITO SANTODepois da Sua Ressurreio e Ascenso, nosso Senhor j no conhecido pelos Apstolos "segundo a carne." Agora, tudo quanto era simblico passou, e as profundas verdades espirituais expressadas pelos smbolos, so desvendadas. Mas O SANGUE no velado. Continua ocupando um lugar de destaque. Confira primeiramente a Epstola aos Hebreus, que foi escrita deliberadamente para mostrar que o culto no Templo j ficara sem proveito, e que a inteno de Deus era que acabasse, j que Cristo viera. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, poder-se-ia esperar que o Esprito Santo enfatizasse a verdadeira espiritualidade do propsito de Deus, mas justamente aqui que o Sangue de Jesus referido de uma maneira que concede um novo valor frase. Lemos acerca de nosso Senhor que "pelo Seu prprio sangue, entrou no Santo dos Santos" (Hb 9:12). "O Sangue de Cristo... purificar a nossa conscincia" (v. 14). "Tendo, pois, irmos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus" (Hb 10:19). "Tendes chegado... a Jesus, o Mediador da Nova Aliana, e ao sangue da asperso" (12:24). "Tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu fora da porta" (13:12). "Deus... tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor ... pelo sangue da eterna aliana" (13:20). Com tais palavras o Esprito Santo nos ensina que o sangue realmente o poder central da nossa redeno inteira. "NO SEM SANGUE" to vlido no Novo Testamento como no Antigo.

Nada seno o Sangue de Jesus, derramado na Sua morte em prol do pecado, pode cobrir o pecado do lado de Deus, ou remov-lo do nosso lado. Achamos o mesmo ensino nos escritos dos Apstolos. Paulo escreve: "sendo justificados gratuitamente, por sua graa, mediante a redeno que h em Cristo Jesus... pela f no seu sangue/ ARC/" (Rm 3:24, 25), "sendo justificados pelo seu sangue" (5:9). Aos Corntios declara que "o clice da bno que abenoamos a comunho do Sangue de Cristo" (1 Co 10:16). Na Epstola aos Glatas emprega a palavra "CRUZ" para transmitir o mesmo significado, ao passo que em Colossenses une as duas palavras e fala de "O Sangue da Sua Cruz" (Gl 6:14; Cl 1:20). Lembra aos Efsios que "temos a redeno, pelo seu sangue" e que "fomos aproximados pelo sangue de Cristo" (Ef 1:7 e 2:13). Pedro lembra aos seus leitores que foram "eleitos... para a obedincia e a asperso do Sangue de Jesus Cristo" (1 Pe 1:2), e que foram remidos "pelo precioso sangue... de Cristo" (v. 19). Veja como Joo assegura a seus "filhinhos" que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 Joo 1:7). O Filho "Aquele que veio... no somente com gua, mas com a gua e com o sangue" (5:6). Todos eles concordam juntamente em mencionar o sangue, e em gloriar-se nele, como sendo o poder mediante o qual a eterna redeno mediante Cristo plenamente realizada, e depois aplicada pelo Esprito Santo.

IV. O QUE APRENDEMOS DO LIVRO DO APOCALIPSE ACERCA DA GLRIA FUTURA E DO SANGUE?Mas, talvez, esta seja mera linguagem terrestre. O que o Cu tem para dizer? E da mxima importncia notar que, na revelao que Deus nos deu neste livro, da glria do Seu trono, e da bem-aventurana daqueles que esto em derredor dele, o sangue ainda mantm seu lugar de notvel destaque. No trono, Joo viu "um Cordeiro como tinha sido" (Ap 5:6). Quando os ancios se prostraram diante do Cordeiro, cantaram um cntico novo, dizendo: "Digno s... porque foste morto e com o teu sangue nos compraste para Deus" (w. 8 e 9). Mais tarde, quando viu uma grande multido que ningum podia enumerar, foi informado em resposta sua pergunta sobre sua identidade: "So estes os que... lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro."

Outra vez, quando ouviu o cntico de vitria sobre a derrota de Satans, sua mensagem era: "Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro" (12:11). Na glria do cu, conforme Joo a viu, no houve frase mediante a qual os grandes propsitos de Deus; o amor maravilhoso do Filho de Deus; o poder da Sua redeno; e a alegria e as aes de graas dos redimidos; podem ser reunidos e expressados seno esta: "O SANGUE DO CORDEIRO". Desde o comeo at ao fim da Escritura, desde o fechar das portas do den, at abertura das portas do Sio celestial, um fio de ouro percorre a Escritura. "O SANGUE" que rene o comeo com o fim; que restaura gloriosamente aquilo que o pecado destrura. No difcil ver quais as lies que o Senhor quer que aprendamos do fato de que o sangue ocupa um lugar de tanto destaque na Escritura. (a) Deus no tem outro meio de tratar com o pecado, ou com o pecador, seno atravs do sangue. Para a vitria sobre o pecado e a libertao do pecador, Deus no tem outro meio ou pensamento seno "O SANGUE DE CRISTO". Sim, realmente alguma coisa que ultrapassa todo o entendimento. Todas as maravilhas da graa esto focalizadas aqui: a Encarnao, mediante a qual Ele tomou sobre Si nossa carne e nosso sangue; o amor, que no Se poupou a Si mesmo mas, sim, entregou-Se morte; a justia, que no podia perdoar o pecado at que a penalidade fosse suportada; a substituio, mediante a qual Ele, o Justo, expiou por ns, os injustos; a expiao pelo pecado, e a justificao do pecador, possibilitou, assim, a renovao da comunho com Deus, juntamente com a purificao e santificao, para nos tornar dignos de desfrutar daquela comunho; a verdadeira unio na vida com o Senhor Jesus, enquanto Ele nos d Seu sangue para beber; o gozo eterno do hino de louvor: "Tu nos compraste para Deus"; todos estes so apenas raios da luz maravilhosa que refletida sobre ns do "SANGUE PRECIOSO DE JESUS". (b) O sangue deve ocupar o mesmo lugar em nosso corao que ocupa com Deus. Desde o princpio dos tratos que Deus manteve com o homem, sim, desde antes da fundao do mundo, o corao de Deus tem-se regozijado naquele sangue. Nosso corao nunca descansar, nem achar salvao, at que ns, tambm, aprendamos a andar e a gloriar-nos no poder daquele sangue. No apenas o pecador arrependido, ansiando pelo perdo, que deve dar tanto valor assim ao sangue. No! Os redimidos tero a seguinte experincia: assim como Deus no Seu templo Se assenta

num trono de graa, onde o sangue sempre est evidente, assim tambm nada h que atraia nosso corao para mais perto de Deus, enchendo-o do amor de Deus, e de alegria, e de glria, como quem vive tendo uma vista constante e espiritual daquele sangue. (c) Gastemos tempo e esforo para aprender a plena bno e poder daquele sangue. O sangue de Jesus o maior mistrio da eternidade, o mais profundo mistrio da sabedoria divina. No imaginemos que possamos facilmente captar seu significado. Deus considerou 4.000 anos o tempo necessrio para preparar os homens para Ele, e ns tambm devemos gastar tempo, se para obtermos um conhecimento do poder do sangue. At mesmo gastar tempo de nada vale, a no ser que haja um esforo sacrificial que se faz. O sangue sacrificial sempre significava a oferta de uma vida. O israelita no podia obter sangue para o perdo do seu pecado, a no ser que a vida dalgum animal que lhe pertencia fosse oferecida em sacrifcio. O Senhor Jesus no ofereceu Sua prpria vida, nem derramou Seu sangue para nos poupar do sacrifcio da nossa vida. Realmente, no! Foi para tornar possvel e desejvel o sacrifcio da nossa vida. O valor oculto do Seu sangue o esprito de abnegao, e onde o sangue realmente toca o corao, produz naquele corao um esprito semelhante de abnegao. Aprendemos a abrir mo de ns mesmos e da nossa vida, a fim de avanar firmemente para dentro do pleno poder daquela vida nova que o sangue forneceu. Dedicamos nosso tempo a fim de saber estas coisas mediante a Palavra de Deus. Separamo-nos do pecado e da mentalidade mundana, e da vontade-prpria, a fim de que o poder do sangue no seja prejudicado, porque so justamente estas coisas que o sangue procura remover. Entregamo-nos inteiramente a Deus em orao e f, de modo que no pensemos nossos prprios pensamentos, nem consideremos nossa prpria vida como sendo um prmio, mas, sim, como quem nada possui seno o que Ele outorga. Ento Ele nos revela a vida gloriosa e bendita que nos foi preparada pelo sangue. (d) Podemos confiar que o Senhor Jesus nos revelar o poder do Seu sangue. mediante esta f confiante nEle que a bno obtida pelo sangue se torna nossa. Nunca devemos, em nossos pensamentos, separar o sangue do Sumo Sacerdote que o derramou, e que sempre vive para aplic-lo.

Aquele que uma vez deu Seu sangue por ns, seguramente, a cada momento, nos transmitir sua eficcia! Confie nEle para fazer isto. Confie nEle para abrir os seus olhos e lhe dar uma viso espiritual mais profunda. Confie nEle para ensinar-lhe a pensar acerca deste sangue como Deus pensa acerca dele. Confie nEle para transmitir a voc, e a tornar eficaz em voc, tudo quanto Ele capacita voc a ver. Confie nEle, acima de tudo, no poder do Seu Sumo Sacerdcio eterno, para operar em voc, incessantemente, os plenos mritos do Seu sangue, de modo que sua vida inteira possa ser um permanecer ininterrupto no santurio da presena de Deus. Crente, voc que tem chegado ao conhecimento do sangue precioso, escute o convite do seu Senhor. Venha mais perto. Deixe-0 ensin-lo; deixe-0 abeno-lo. Deixe-0 fazer com que Seu sangue fique sendo para voc esprito, e vida, e poder, e verdade. Comece agora, imediatamente, a abrir sua alma com f, para receber os efeitos plenos, poderosos e celestiais do sangue precioso, de uma maneira mais gloriosa do que j experimentou at agora. Ele mesmo operar estas coisas na sua vida.

Captulo II

A REDENO PELO SANGUE"Sabendo que no foi mediante coisas corruptveis... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mcula, o sangue de Cristo" - 1 Pe 1:18, 19. O derramamento do Seu sangue foi o ponto culminante dos sofrimentos de nosso Senhor. A eficcia expiadora daqueles sofrimentos estava naquele sangue derramado. , portanto, de grande importncia que o leitor no descanse satisfeito com a mera aceitao da bendita verdade de que redimido por aquele sangue, mas, sim, avance firmemente para um conhecimento mais pleno daquilo que significa aquela declarao e para ficar sabendo o que este sangue destinado a fazer numa alma plenamente entregue. Seus efeitos so mltiplos, porque lemos na Escritura acerca da: RECONCILIAO pelo sangue; PURIFICAO pelo sangue; SANTIFICAO pelo sangue; UNIO COM DEUS pelo sangue; VITRIA sobre Satans pelo sangue; VIDA pelo sangue. Estas so bnos separadas, mas todas esto includas numa s frase: A REDENO PELO SANGUE. Somente quando o crente entende quais so estas bnos, e de que maneira podem ficar sendo dele, que experimenta o pleno poder da REDENO. Antes de passar a considerar com pormenores estas vrias bnos, pesquisaremos, de modo mais geral, O PODER DO SANGUE DE JESUS. I. EM QUE SE ACHA O PODER DAQUELE SANGUE? II. O QUE AQUELE PODER TEM REALIZADO? III. COMO PODEMOS EXPERIMENTAR OS SEUS EFEITOS? I. EM QUE SE ACHA O PODER DAQUELE SANGUE? O QUE QUE D AO SANGUE DE JESUS TAL PODER?

Como que somente no sangue h um poder que no possudo por outra coisa? A resposta a esta pergunta acha-se em Levtico 17:11, 14: "A vida da carne est no sangue"; e "Eu v-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiao pelas vossas almas: porquanto o sangue que far expiao. porque a alma, ou a vida, est no sangue; e porque o sangue oferecido a Deus no altar, que tem nele poder redentor. (a.) A alma ou a vida est no sangue, logo, o valor do sangue corresponde ao valor da vida que nele h. A vida de uma ovelha ou de um bode tem menos valor do que a vida de um novilho, e, destarte, o sangue de uma ovelha ou de um bode numa oferta, tem menos valor do que o sangue de um novilho (Lc 4:3, 14, 27). A vida de um homem mais valiosa do que a de muitas ovelhas ou novilhos. E agora, quem pode calcular o valor ou o poder do sangue de Jesus? Naquele sangue habitava a alma do santo Filho de Deus. A vida eterna da Divindade foi transportada naquele sangue (At 20:28). O poder daquele sangue nos seus diversos efeitos nada menos do que o poder eterno do prpri-o Deus. Que pensamento glorioso para toda pessoa que deseja experimentar o pleno poder do sangue! (b.) Mas o poder do sangue acha-se acima de tudo o mais no fato de que oferecido a Deus no altar, para a redeno. Quando pensamos em sangue derramado, pensamos na morte; a morte se segue, quando o sangue ou a alma derramado. A morte nos faz pensar no pecado, porque a morte o castigo do pecado. Deus deu para Israel o sangue no altar, como a expiao ou cobertura pelo pecado; isto quer dizer que os pecados do transgressor eram postos sobre a vtima, e a morte desta era contada como sendo a morte ou o castigo pelos pecados colocados sobre ela. O sangue, portanto, era a vida entregue morte para a satisfao da lei de Deus, e em obedincia ao Seu mandamento. O pecado era to inteiramente coberto e expiado, que j no era contado como sendo o do transgressor. Este era perdoado. Todos estes sacrifcios e ofertas, no entanto, eram apenas prefguraes, e sombras, at que viesse o Senhor Jesus. Seu sangue era a realidade qual estas prefiguraes apontavam.

Seu sangue tinha em si mesmo valor infinito, por causa da maneira em que foi derramado. Em santa obedincia vontade do Pai, sujeitou-Se penalidade da lei quebrada, ao derramar Sua alma na morte. Por aquela morte, no somente a penalidade foi suportada, como tambm a lei foi satisfeita, e o Pai foi glorificado. Seu sangue fez expiao pelo pecado, tornando-o desta forma, impotente. Tem poder maravilhoso para remover o pecado, e para abrir o cu para o pecador, a quem purifica, e santifica, e torna digno do cu. por causa da Pessoa Maravilhosa cujo sangue foi derramado; e por causa da maneira maravilhosa em que foi derramado, cumprindo a lei de Deus, e satisfazendo suas exigncias justas, que o sangue de Jesus tem poder to maravilhoso. E o sangue da Expiao, e por isso tem tanta eficcia para redimir; realiza tudo para o pecador e no pecador, que necessrio para salvao. Nossa segunda pergunta :

II. O QUE AQUELE PODER TEM REALIZADO? medida em que vemos as maravilhas que aquele poder tem realizado, somos encorajados a crer que pode fazer o mesmo por ns. Nosso melhor plano notar como as Escrituras se gloriam nas grandes coisas que aconteceram mediante o poder do sangue de Jesus. (a.) O sangue de Jesus abriu a sepultura. Lemos em Hebreus 13:20: "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor o grande Pastor das ovelhas, PELO SANGUE DA ETERNA ALIANA." Foi pela virtude do sangue que Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos. O poder onipotente de Deus no foi exercitado para ressuscitar Jesus dentre os mortos, parte do sangue. Veio terra como fiador, e carregador do pecado, da Humanidade. Foi somente mediante o derramamento do Seu sangue que Ele teve o direito, como homem, de ressuscitar, e de obter a vida eterna atravs da ressurreio. Seu sangue satisfizera a lei e a justia de Deus. Ao assim fazer, vencera o poder do pecado, e o reduzira nada. Assim, tambm, a morte foi derrotada, porque seu aguilho, o pecado, fora removido, e o diabo, que tivera o poder da morte, tambm foi derrotado: agora perdeu todo o direito sobre Ele e sobre ns. Seu sangue destrura o poder da morte, do diabo e do inferno:

O SANGUE DE JESUS ABRIU A SEPULTURA.Quem verdadeiramente cr nisto, percebe a estreita conexo que existe entre o sangue e o poder onipotente de Deus. somente

atravs do sangue que Deus exerce Sua onipotncia em tratar com os homens pecaminosos. Onde estiver o sangue, ali o poder ressuscitador de Deus d entrada para a vida eterna. O sangue acabou completamente com todo o poder da morte e do inferno; seus efeitos excedem todo o pensamento humano. Alm disto: (b.) O sangue de Jesus abriu o Cu. Lemos em Hebreus 9:12, que Cristo "pelo seu prprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redeno." Sabemos que no Tabernculo do Antigo Testamento a presena manifesta de Deus estava dentro do vu. Nenhum poder humano poderia remover aquele vu. Somente o Sumo Sacerdote podia entrar ali, mas somente com sangue, seno, com a perda da sua prpria vida. Aquele era um quadro do poder do pecado na carne, que nos separa de Deus. A justia eterna de Deus guardava a entrada ao Santo dos Santos, a fim de que nenhuma carne se aproximasse dEle. Agora, porm, nosso Senhor aparece, no num templo material, mas, sim, no Templo verdadeiro. Como Sumo Sacerdote e representante do Seu povo, pede para Si mesmo, e para os filhos pecaminosos de Ado, o acesso presena do Santo. "Que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste" Sua petio. Pede que o cu seja aberto para cada um, at mesmo para o maior pecador, que cr nEle. Sua petio outorgada. Mas como isto? pelo SANGUE. Entrou

PELO SEU PRPRIO SANGUE. O SANGUE DE JESUS ABRIU O CUDestarte sempre, e todas as vezes, pelo sangue que o trono da graa permanece firme no cu. No meio das sete grandes realidades do cu (Hb 12:22, 24), sim, mais perto de Deus, o Juiz de todos, e de Jesus o Mediador, o Esprito Santo d um lugar de destaque "AO SANGUE DE ASPERSO." o constante "falar" daquele sangue que conserva o cu aberto para os pecadores, e que envia rios de bnos para baixo, sobre a terra. por aquele sangue que Jesus, como Mediador, continua, sem cessar, Sua obra de mediao. O Trono da graa deve sua existncia sempre e eternamente ao poder daquele sangue. Oh, que poder maravilhoso do sangue de Cristo ! Assim como forou as portas da sepultura, e do inferno, para deixar Jesus sair, e ns com Ele; assim tambm abriu as portas do cu para Ele, e para

ns com Ele, entrar. O sangue tem um poder onipotente sobre o reino das trevas, e o inferno embaixo; e sobre o reino do cu, e sua glria em cima. (c.) O Sangue de Jesus todo-poderoso no corao humano Visto que to poderosamente eficaz com Deus e sobre Satans, no ainda mais poderosamente eficaz com o homem, por amor a quem realmente foi derramado? Podemos ter certeza disto. O poder maravilhoso do sangue especialmente manifestado em prol dos pecadores na terra. Nosso texto apenas um entre muitos lugares na Escritura onde isto enfatizado. "Fostes resgatados do vosso ftil procedimento... pelo precioso sangue de Cristo" (1 Pe 1:18, 19). A palavra RESGATADOS tem uma profundidade de significado. Indica especialmente a libertao da escravido, pela emancipao ou pela compra. O pecador est escravizado, sob o poder hostil de Satans, sob a maldio da Lei, e sob o pecado. Agora proclamado "fostes resgatados pelo sangue," que pagara a dvida da culpa e destrura o poder de Satans, a maldio, e o pecado. Onde esta proclamao ouvida e recebida, ali comea a Redeno, numa libertao verdadeira de uma maneira ftil de viver, de uma vida de pecado. A palavra "REDENO" inclui tudo quanto Deus faz em prol do pecador, desde o perdo do pecado, onde ela comea (Ef 1:14; 4:30) at plena libertao do corpo mediante a Ressurreio (Rm 8:23, 24). Aqueles para os quais Pedro escreveu (1 Pe 1:2) eram "Eleitos... para a asperso do sangue de Jesus Cristo." Era a proclamao acerca do sangue precioso que tocara no corao deles, e os levou para o arrependimento; despertando neles a f, e enchendo sua alma com vida e alegria. Cada crente era uma ilustrao do poder maravilhoso do sangue. Mais adiante, quando Pedro os exorta santidade, ainda o sangue precioso que ele pleiteia. neste sangue que deseja fixar os olhos deles. Para o judeu, com sua justia-prpria, e seu dio de Cristo; para o pago, na sua impiedade, havia um s meio de libertao do poder do pecado. ainda o nico poder que leva a efeito a libertao diria para os pecadores. Como poderia ser doutra forma? O sangue que era to poderosamente eficaz no cu e sobre o inferno, TAMBM TODO-PODEROSO NO CORAO DE UM PECADOR. impossvel para ns prezar demasiadamente o poder do sangue de Jesus, ou esperar demais dele.

III. COMO FUNCIONA ESTE PODER?Esta nossa terceira pergunta. Em quais condies, em quais circunstncias, aquele poder produz em ns, sem impedimentos, os grandes resultados que visa alcanar? (a.) A primeira resposta que assim como em todos os lugares no reino de Deus, PELA F. A f, porm, depende grandemente do conhecimento. Se o conhecimento daquilo que o sangue poder realizar for imperfeito, a f espera pouca coisa, e os efeitos mais poderosos do sangue so impossveis. Muitos cristos pensam que se agora, pela f no sangue, receberam a certeza do perdo dos seus pecados, tm um conhecimento suficiente dos seus efeitos. No tm idia alguma que as palavras de Deus, como o prprio Deus, so inexaurveis, que tm uma riqueza de significado e bno que ultrapassa todo o entendimento. No se lembram de quando o Esprito Santo fala da purificao pelo sangue, tais palavras so apenas a expresso humana dos efeitos e experincias mediante os quais o sangue, de modo inexprimivelmente glorioso, revelar alma seu poder vivificante. Conceitos fracos do poder dele impedem as manifestaes mais profundas e mais perfeitas dos seus efeitos. Ao procurarmos descobrir o que a Escritura nos ensina acerca do sangue, veremos que a f no sangue, mesmo conforme o entendemos agora, pode produzir em ns resultados maiores do que ainda temos conhecido, e, no futuro, uma bno perptua pode ser nossa. Nossa f pode ser fortalecida ao notar aquilo que o sangue j realizou. O cu e o inferno testificam isto. A f crescer por meio de exercer confiana na plenitude insondvel das promessas de Deus. Esperemos de todo o corao que, enquanto entramos mais profundamente na fonte, seu poder purificador, animador, vivificador, seja revelado de modo mais bendito. Sabemos que ao banhar-nos, entramos no relacionamento mais ntimo com a gua, e nos entregamos aos seus efeitos purificadores. O sangue de Jesus descrito como "uma fonte aberta... para remover o pecado e a impureza" (Zc 13:1). Pelo poder do Esprito Santo ela corre pelo Templo celestial. Pela f, coloco-me no mais estreito contato com esta correnteza celestial, entrego-me a ela, deixo-a cobrir-me e passar por mim. No pode reter seu poder purificador e fortalecedor. Devo, com f singela, virar-me para aquilo que visvel, para mergulhar naquela fonte espiritual, que repre-

senta o sangue do Salvador, com a certeza de que manifestar a mim seu poder bendito. Destarte, com f como de criana, perseverante, esperanosa, abramos nossa alma a uma experincia cada vez maior do poder maravilhoso do sangue. (b.) H, porm, ainda outra resposta pergunta quanto ao que mais necessrio, a fim de que o sangue manifeste seu poder. A Escritura liga o sangue estreitissimamente com o Esprito. Somente onde o Esprito opera que o poder do sangue ser manifestado.

O ESPIRITO E O SANGUE.Lemos em Joo que "trs so os que testificam na terra: o Esprito, a gua e o sangue, e os trs so unnimes num s propsito" (1 Jo 5:8). A gua se refere ao arrependimento e ao abandono do pecado. O sangue d testemunho redeno em Cristo. 0 Esprito Aquele que fornece poder gua e ao sangue. Da mesma maneira, o Espirito e o sangue esto associados entre si em Hb 9:14, onde lemos: "Muito mais o sangue de Cristo que, pelo Esprito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mcula a Deus, purificar a nossa conscincia". Foi pelo Esprito eterno em nosso Senhor que Seu sangue teve seu valor e poder. sempre pelo Esprito que o sangue possui seu poder vivo no cu, e nos coraes dos homens. O sangue e o Esprito sempre testificam juntos. Onde o sangue honrado na f ou na pregao, ali o Esprito opera; e onde Ele opera, sempre leva as almas para o sangue. 0 Esprito Santo no poderia ser dado at que o sangue fosse derramado. O vnculo vivo entre o Esprito e o sangue no pode ser quebrado. Deve ser notado seriamente que, a fim de que o pleno poder do sangue seja manifestado em nossa alma, devemos colocar-nos sob o ensino do Esprito Santo. Devemos acreditar firmemente que Ele est em ns, levando a efeito a Sua obra em nosso corao. Devemos viver como aqueles que sabem que o Esprito de Deus realmente habita dentro de ns, como uma semente de vida, e que Ele aperfeioar os efeitos ocultos e poderosos do sangue. Devemos permitir que Ele nos guie. Mediante o Esprito, o sangue nos purificar, santificar, e nos unir a Deus. Quando o Apstolo desejava despertar os fiis a escutarem a voz de Deus, com Sua chamada santidade: "Sede santos, pois eu

sou santo," lembrou-os que tinham sido redimidos pelo sangue precioso de Cristo.

O CONHECIMENTO NECESSRIO.Devem saber que foram redimidos, e o que aquela redeno significava, mas devem saber acima de tudo, que "no foi mediante coisas corruptveis, como prata ou ouro," coisas estas em que no havia poder da vida, "mas pelo precioso sangue de Cristo." Ter uma percepo correta daquilo que era a preciosidade daquele sangue,como sendo o poder de uma redeno perfeita, seria para eles o poder de uma vida nova e santa. Queridos cristos, aquela declarao diz respeito a ns tambm. Devemos saber que somos redimidos pelo sangue precioso. Devemos saber acerca da redeno e do sangue antes de podermos experimentar seu poder. medida que entendemos mais plenamente o que a redeno e quais so o poder e a preciosidade do sangue, mediante os quais a redeno foi obtida, teremos mais plena experincia do seu valor. Vamos Escola do Esprito Santo para ser levados a um conhecimento mais profundo da redeno pelo sangue precioso.

A NECESSIDADE E O DESEJO.Duas coisas so indispensveis para isto. Primeiramente: um senso mais profundo da necessidade, e um desejo de entender melhor o sangue. O poder do sangue para aniquilar o poder do pecado. Ns tambm, infelizmente, estamos por demais satisfeitos com os primeiros indcios da libertao do pecado. Oxal que aquilo que permanece do pecado em ns se nos torne insuportvel! Que j no fiquemos satisfeitos com o fato de que ns, como os redimidos, pecamos contra a vontade de Deus em tantas coisas. Que o desejo pela santidade se torne mais forte em ns. O pensamento de que o sangue tem mais poder do que sabemos, e pode fazer por ns mais coisas do que ainda experimentamos, no deve levar nosso corao a anelar com forte desejo? Se houvesse mais desejo pela libertao do pecado; pela santidade e pela amizade ntima com o Deus Santo; esta seria a primeira coisa necessria para sermos levados mais profundamente ao conhecimento daquilo que o sangue pode fazer.

A EXPECTATIVAA segunda coisa se seguir. O desejo deve tornar-se expectativa. Quando pesquisamos na Palavra, pela f, para ver o que o sangue tem realizado, deve ser questo j resolvida conosco que o sangue pode manifestar seu pleno poder em ns tambm. Nenhum senso de indignidade, nem de ignorncia, nem de incapacidade deve levar-nos a duvidar. O sangue opera na alma que se entregou, com um poder incessante da vida. Entregue-se ao Esprito Santo de Deus. Fixe os olhos do seu corao no sangue. Abra totalmente o seu ntimo ao poder dEle. O sangue sobre o qual est fundamentado o Trono da Graa no cu, pode fazer do seu corao o Templo e o Trono de Deus. Abrigue-se sob ,a asperso perptua do sangue. Pea ao prprio Cordeiro de Deus que torne o sangue eficaz em voc. Voc certamente ter a experincia de que nada h para comparar-se com o poder do sangue de Jesus, que opera milagres.

Captulo III

A RECONCILIAO PELO SANGUE"Sendo justificados gratuitamente, por sua graa, mediante a REDENO que h em Cristo Jesus; a quem Deus props, no seu sangue, como PROPICIAO, mediante a f " - Rm 3:24,25 Conforme j vimos, vrias bnos distintas foram obtidas para ns pelo poder do sangue de Jesus, includas numa nica palavra: "REDENO." Entre estas bnos, a RECONCILIAO toma o primeiro lugar. "Deus props Jesus como RECONCILIAO, mediante a f no seu sangue." Na obra de nosso Senhor, e da REDENO, a RECONCILIAO naturalmente vem em primeiro lugar. Fica, tambm, em primeiro lugar, entre as coisas que o pecador tem de fazer, quando deseja ter uma participao na REDENO. Atravs dela, a participao das demais bnos da Redeno possibilitada. de grande importncia, tambm, que o crente, que j recebeu a RECONCILIAO, obtenha um conceito mais profundo e mais espiritual do seu significado e da sua bem-aventurana. Se o poder do sangue na REDENO est arraigado na RECONCILIAO, logo, um conhecimento mais pleno daquilo que a RECONCILIAO o modo mais seguro de obter uma experincia mais plena do poder do sangue. O corao que est submisso ao ensinamento do Esprito Santo certamente aprender o que significa A RECONCILIAO. Que nosso corao esteja totalmente aberto para receb-Lo. Para compreendermos o que significa a RECONCILIAO PELO SANGUE, consideremos: I. O PECADO, NECESSRIA; QUE TORNOU A RECONCILIAO

II. A SANTIDADE, QUE A PREORDE-NOU; III. O SANGUE DE JESUS, QUE A OBTEVEIV. O PERDO, QUE DELA RESULTA

I. O PECADO, QUE TORNOU A RECONCILIAO NECESSRIA.Em toda a obra de Cristo, e, acima de tudo, na RECONCILIAO, o objetivo de Deus a remoo e a destruio do pecado. O conhecimento do pecado necessrio para o conhecimento da RECONCILIAO.

Queremos entender o que h no pecado que precisa da RECONCILIAO, e como a RECONCILIAO torna o pecado impotente. Depois, a f ter alguma coisa em que se segurar, e a experincia daquela bno tornada possvel. O pecado teve um efeito duplo. Teve um efeito sobre Deus, bem como sobre o homem Geralmente enfatizamos seu efeito sobre o homem. Mas o efeito que j exerceu sobre Deus mais terrvel e srio. por causa do seu efeito sobre Deus que o pecado tem seu poder sobre ns. Deus, como Senhor de tudo, no podia deixar desapercebido o pecado. Sua lei inaltervel que o pecado deve produzir tristeza e morte. Quando o homem caiu no pecado, ele, por aquela lei de Deus, foi submetido ao poder do pecado. Destarte, com a lei de Deus que a REDENO deve comear, porque se o pecado impotente contra Deus, e a lei de Deus no d ao pecado autoridade alguma sobre ns, logo, seu poder sobre ns destrudo. O conhecimento de que o pecado nada tem para declarar diante de Deus, nos assegura que j no tem autoridade sobre ns. Qual era, pois, o efeito do pecado sobre Deus? Na Sua natureza divina, Ele sempre permanece inalterado e imutvel, mas no Seu relacionamento e na Sua atitude para com o homem, uma mudana total foi realizada. O pecado a desobedincia, o desprezo da autoridade de Deus; procura roubar a Deus a Sua honra como Deus e Senhor. O pecado a oposio resoluta ao Deus Santo. No somente pode, como tambm deve, despertar a Sua ira. Embora fosse o desejo de Deus continuar o amor e a amizade com o homem, o pecado compeliu-O a tornar-Se um oponente. Embora o amor de Deus para com o homem permanea imutvel, o pecado fez com que fosse impossvel para Ele admitir o homem em comunho com Ele mesmo. Compeliu-O a derramar sobre o homem Sua ira, e Sua maldio, e Seu castigo, ao invs do Seu amor. A mudana que o pecado causou no relacionamento entre Deus e o homem terrvel. O homem culpado diante de Deus. A culpa dvida. Sabemos o que a dvida. algo que uma pessoa pode exigir doutra, uma reivindicao que deve ser satisfeita e liquidada. Quando o pecado cometido, seus efeitos posteriores talvez no sejam notados, mas sua culpa permanece. O pecador culpado. Deus no pode desconsiderar Sua prpria exigncia de que o pecado seja castigado; e Sua glria, que foi desonrada, deve ser sustentada. Enquanto a dvida no for liquidada, ou a culpa expiada, , conforme a natureza do caso, impossvel ao Deus Santo permitir que o pecador entre na Sua presena.

Freqentemente pensamos que a grande pergunta para ns como podemos ser libertados do poder do pecado que em ns habita; mas aquela uma pergunta menos importante do que: como podemos ser libertos da culpa que amontoada diante de Deus? A culpa do pecado pode ser removida? Pode o efeito do pecado sobre Deus, ao despertar Sua ira, ser removido? O pecado pode ser apagado diante de Deus? Se estas coisas podem ser feitas, o poder do pecado ser quebrado em ns tambm. Somente atravs da RECONCILIAO que a culpa do pecado pode ser removida. A palavra traduzida por "RECONCILIAO" realmente significa "cobrir." At mesmo povos pa-gos tinham uma idia disto. Em Israel, Deus revelou uma RECONCILIAO que podia to verdadeiramente cobrir e remover a culpa do pecado, que o relacionamento original entre Deus e o homem pode ser inteiramente restaurado. isto que a RECONCILIAO verdadeira deve fazer. Deve remover de tal maneira a culpa do pecado, ou seja, o efeito do pecado sobre Deus, que o homem possa aproximar-se de Deus, na certeza bendita de que j no h a mnima culpa pesando sobre ele para conserv-lo afastado de Deus.

II. A SANTIDADE DE DEUS, QUE PRE-ORDENOU A RECONCILIAO.Isto deve tambm ser considerado, a fim de entendermos corretamente a RECONCILIAO. A Santidade de Deus Sua perfeio infinita, gloriosa, que O leva sempre a desejar aquilo que bom nos outros e no apenas em Si mesmo. Ele outorga e opera aquilo que bom nos outros, e odeia e condena tudo quanto se ope ao bem. Na Sua santidade, tanto o AMOR como a IRA de Deus esto unidos; Seu AMOR que outorgado, Sua IRA que, conforme a lei divina da justia, expulsa e consome aquilo que mau. como Santo, que Deus ordenou a RECONCILIAO em Israel, e fez Sua habitao no Propiciatrio. como Santo, que Ele, na expectativa dos tempos do Novo Testamento, disse to frequentemente: "Eu sou teu Redentor, o Santo de Israel". como Santo, que RECONCILIAO em Cristo. Deus realizou Seu conselho de

A maravilha deste conselho que tanto o amor santo, quanto a ira santa de Deus, acham nEle satisfao. Segundo parecia, estavam em luta irreconcilivel entre si. O amor santo no estava disposto a deixar o homem ir. A despeito de todo o pecado dele, no podia abandon-lo. Ele devia ser redimido. A ira santa no podia abrir mo

das suas exigncias. A lei fora desprezada. Deus fora desonrado. Os direitos de Deus devem ser sustentados. No poderia haver idia alguma de soltar o prisioneiro enquanto a lei no fosse satisfeita. O terrvel efeito do pecado no cu, em Deus, deve ser neutralizado; a culpa do pecado deve ser removida, seno, o pecador no poder ser libertado. A nica soluo possvel a RECONCILIAO. J vimos que a RECONCILIAO significa COBERTURA. Significa que outra coisa tomou o lugar onde o pecado estava estabelecido, de modo que o pecado j no pode ser visto por Deus. Mas porque Deus Justo, e Seus olhos como uma chama de fogo, aquilo que cobria o pecado devia ser algo de tal natureza que realmente neutralizasse o mal que o pecado fizera, e tambm que apagasse o pecado de tal maneira, diante de Deus, que fosse realmente destrudo, e j no se podia ver. A RECONCILIAO pelo pecado pode ocorrer somente mediante a satisfao. A satisfao a RECONCILIAO. E como a satisfao mediante um substituto, o pecado pode ser castigado, e o pecador salvo. A santidade de Deus tambm seria glorificada, e suas exigncias satisfeitas, bem como a exigncia da Sua justia em sustentar a glria de Deus e da Sua lei. Sabemos como isto era demonstrado nas leis vterotestamentrias das ofertas. Um animal limpo tomava o lugar de um homem culpado. Seu pecado era colocado, pela confisso, na cabea da vtima, que suportava o castigo ao entregar sua vida at morte. Depois, o sangue, que representa uma vida limpa, que agora, por meio do castigo, est livre da culpa, pode ser trazido para a presena de Deus; o sangue ou a vida do animal que suportou o castigo no lugar do pecador. Aquele sangue fez a RECONCILIAO, e cobriu o pecador e seu pecado, porque tomara seu lugar, e fizera expiao pela sua culpa. Havia RECONCILIAO NO SANGUE. Mas aquilo no era uma realidade. O sangue de novilhos ou de bodes nunca poderia remover o pecado; era apenas uma sombra, um quadro, da RECONCILIAO verdadeira. O sangue de um tipo totalmente diferente era necessrio para uma cobertura eficaz da culpa. Conforme o conselho de Deus Santo, nada menos do que o sangue do prprio Filho de Deus podia levar a efeito a RECONCILIAO. A justia a exigia; o amor a oferecia. "Sendo justificados gratuitamente, por sua graa, mediante a redeno que h em Cristo Jesus; a quem Deus props, no seu sangue, como propiciao, mediante a f."

III. O SANGUE, QUE LEVOU A EFEITO A RECONCILIAO.A RECONCILIAO deve ser a satisfao das exigncias da lei santa de Deus. O Senhor Jesus cumpriu aquilo. Mediante uma obedincia voluntria e perfeita, cumpriu a lei sob a qual Se colocara. No mesmo esprito de entrega total vontade do Pai, suportou a maldio que a lei pronunciara contra o pecado. Ofereceu, na mais plena medida da obedincia ou do castigo, tudo quanto a lei de Deus em qualquer tempo poderia pedir ou desejar. A lei foi perfeitamente satisfeita por Ele. Como , porm, que Seu cumprimento das exigncias da lei pode ser RECONCILIAO pelos pecados dos outros? porque, tanto na criao como na santa aliana da graa que o Pai fizera com Ele, Ele era reconhecido como sendo o cabea da raa humana. Por causa disto, Ele pde, ao Se fazer carne, tornar-Se um segundo Ado. Quando Ele, o VERBO, Se fez CARNE, colocou-Se em comunho verdadeira com a nossa carne que estava sob o poder do pecado, e tomou sobre Si a responsabilidade por tudo quanto o pecado fizera na carne contra Deus. Sua obedincia e perfeio no eram meramente as de um s homem entre outros, mas, sim, dAquele que Se colocara em comunho com todos os demais homens, e que tomara sobre Si o pecado deles. Como Cabea da Humanidade mediante a Criao, como seu representante na aliana, ficou sendo seu fiador. Como uma satisfao perfeita das exigncias da lei foi realizada pelo derramamento do Seu sangue, esta era a RECONCILIAO; a cobertura dos nossos pecados. Acima de tudo, nunca devemos esquecer-nos de que Ele era Deus. Este fato outorgou-Lhe um poder divino, para unir-Se com Suas criaturas, e assumi-las para dentro de Si mesmo. Outorgou aos Seus sofrimentos uma virtude de santidade e poder infinitos. Fez com que o mrito do derramamento do Seu sangue fosse mais do que suficiente para lidar com toda a culpa do pecado humano. Fez com que Seu sangue fosse uma RECONCILIAO to real, uma cobertura to perfeita para o pecado, que a santidade de Deus j no o contempla. J foi verdadeiramente apagado. O Sangue de Jesus, o Filho de Deus, conseguiu uma RECONCILIAO real, perfeita e eterna. O que significa aquilo? J falamos do efeito pavoroso do pecado em Deus, da mudana terrvel que ocorreu no cu, atravs do pecado. Ao invs do favor, da amizade, e da bno, e da vida de Deus, parte do Cu, o homem nada tinha que esperar seno a ira, e a maldio, e a morte, e a perdio. Podia pensar em Deus somente com temor e terror; sem

esperana, e sem amor. O pecado nunca cessou de clamar por vingana, a culpa deve ser tratada completamente. Mas veja, o sangue de Jesus, o Filho de Deus, foi derramado. Foi feita a expiao pelo pecado. A paz restaurada. Mais uma vez, ocorreu uma mudana, to real e generalizada como aquela que o pecado levara a efeito. Para aqueles que recebem a RECONCILIAO, o pecado foi aniquilado. A ira de Deus volta-se e esconde-se na profundidade do amor divino. A Justia de Deus j no aterroriza o homem. Vai ao encontro deste como amigo, com uma oferta da justificao completa. 0 semblante de Deus sorri com prazer e aprovao enquanto o pecador arrependido se aproxima dEle, e Ele o convida comunho ntima. Abre para ele o tesouro da bno. Agora, nada mais h que possa separ-lo de Deus. A RECONCILIAO mediante o sangue de Jesus cobriu seus pecados; j no aparecem diante da vista de Deus. Ele j no imputa o pecado. A RECONCILIAO levou a efeito uma redeno perfeita e eterna. Oh! quem pode calcular o valor daquele sangue precioso? No de se admirar que, para todo o sempre, aquele sangue seja mencionado no cntico dos redimidos, e que, por toda a eternidade, enquanto o cu durar, o louvor do sangue ressoe: "Foste morto e com o teu sangue nos compraste para Deus." Aqui, porm, h uma coisa estranha: os redimidos na terra no participam daquele cntico com mais nimo, nem esto abundantes em louvor pela RECONCILIAO que o poder do Sangue operou.

O PERDO, QUE SE SEGUE RECONCILIAOQue o sangue fez RECONCILIAO pelo pecado, e cobriu-o, e que como resultado disto uma mudana maravilhosa foi realizada nos lugares celestiais tudo isto de nada nos valer, a no ser que obtenhamos uma participao pessoal nisto. no perdo do pecado que isto acontece. Deus ofereceu uma absolvio perfeita de todo o nosso pecado e culpa. Porque a RECONCILIAO foi feita pelo pecado, ns agora podemos ser RECONCILIADOS com Ele. "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, no imputando aos homens as suas transgresses." Seguindo esta palavra de RECONCILIAO h o convite: "Rogamos que vos reconcilieis com Deus." Quem recebe a RECONCILIAO pelo pecado, est RECONCILIADO com Deus. Sabe que todos os seus pecados so perdoados. As Escrituras empregam diversas ilustraes para enfatizar a plenitude do perdo, e para convencer o corao temeroso do

pecador de que o sangue realmente removeu seu pecado. "Desfao as tuas transgresses como a nvoa, e os teus pecados como a nuvem" (Is 44:22). "Lanaste para trs de ti todos os meus pecados" (Is 38:17). "Lanar todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Mq 7:19). "Buscar-se- a iniqidade de Israel, e j no haver; os pecados de Jud, mas no se acharo; porque perdoarei..." (Jr 50:20). a isto que o Novo Testamento chama de justificao. chamada assim em Rm 3.23-26: "Pois todos pecaram...sendo justificados gratuitamente, por sua graa, mediante a redeno que h em Cristo Jesus, a quem Deus props, NO SEU SANGUE, como PROPICIAO, MEDIANTE A F, para manifestar a sua justia... para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem f em Jesus." To perfeita a RECONCILIAO e to verdadeiramente o pecado foi coberto e apagado, que aquele que cr em Cristo considerado e tratado por Deus como sendo inteiramente justo. A absolvio que recebeu de Deus to completa que no h nada, absolutamente nada, para impedi-lo de aproximar-se de Deus com a mxima liberdade. Para desfrutar desta bem-aventurana nada necessrio seno a f no sangue. O sangue sozinho fez tudo. O pecador arrependido que se volta do seu pecado para Deus, precisa somente da f naquele sangue. Ou seja, a f no poder do sangue, que verdadeiramente fez expiao pelo pecado, e que verdadeiramente fez expiao por ele. Mediante aquela f, ele sabe que est plenamente RECONCILIADO com Deus, e que agora no h a mnima coisa para impedir Deus de derramar sobre ele a plenitude do Seu amor e da Sua bno. Se olhar em direo ao cu que dantes era coberto de nuvens, negras com a ira de Deus, e com o terrvel julgamento vindouro; aquelas nuvens j no podem ser vistas, tudo brilha na luz alegre do semblante de Deus, e do amor de Deus. A f no sangue manifesta no seu corao o mesmo poder operador de milagres que exerceu no cu. Mediante a f no sangue, torna-se participante de todas as bnos que o sangue obteve para ele, da parte de Deus. Irmos, orem sinceramente para que o Esprito Santo lhes revele *a glria desta RECONCILIAO, e o perdo dos seus pecados, que ficou sendo de vocs mediante o sangue de Jesus. Orem por coraes iluminados para verem quo completamente o poder acusador e condenador do seu pecado foi removido, e como Deus, na plenitude do Seu amor e beneplcito Se voltou para vocs. Abram seus coraes ao Esprito Santo a fim de que Ele possa revelar em vocs os efeitos gloriosos que o sangue tem tido no cu.

Deus props o PRPRIO JESUS CRISTO como uma RECONCILIAO mediante a f no Seu sangue. Ele a RECONCILIAO pelos nossos pecados. Confiem nEle, como quem j cobriu seu pecado diante de Deus. Coloquem-No entre vocs e seus pecados, e experimentaro quo completa a Redeno que Ele levou a efeito, e quo poderosa a RECONCILIAO mediante a f no Seu sangue. Depois, mediante o CRISTO VIVO, os efeitos poderosos que o sangue exerceu no cu sero manifestados cada vez mais nos seus coraes, e sabero o que significa andar, pela graa do Esprito, na plena luz e gozo do perdo. E para vocs, que ainda no obtiveram o perdo dos seus pecados, esta palavra no vem como uma chamada urgente f no Seu sangue? Vocs nunca permitiro que sejam comovidos por aquilo que Deus fez por vocs como pecadores? "Nisto consiste o amor, no em que ns tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciao pelos nossos pecados" (1 Jo 4:10) O sangue precioso, divino, foi derramado, a RECONCILIAO est completa, e a mensagem vem a vocs: "Reconciliai-vos com Deus." Se voc se arrepender dos seus pecados, e desejar ser liberto do poder e da escravido do pecado, exera f no sangue. Abra seu corao influncia da palavra que Deus enviou para ser falada a voc. Abra seu corao mensagem de que o sangue pode livrar voc, sim, voc mesmo, neste momento. Creia somente nisto. Diga: "aquele sangue tambm para mim." Se voc vier como um pecador culpado e perdido, ansiando pelo perdo, pode ter a segurana que o sangue que j fez uma RECONCILIAO perfeita cobre seu pecado e restaura voc, imediatamente, ao favor e ao amor de DEUS. Peo-lhe, portanto, que exera f no sangue. Neste momento, curve-se diante de Deus, e diga--Lhe que voc realmente cr no poder do sangue para sua prpria alma. Tendo dito isto, fique firme nesta posio, agarre-se a ela. Mediante a f no Seu sangue, Jesus Cristo ser a RECONCILIAO para seus pecados tambm.

Captulo IV

A PURIFICAO PELO SANGUE"Se, porm, andarmos na luz, como ele est na luz, mantemos comunho uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" - 1 Joo 1:7

J vimos que o efeito mais importante do Sangue a RECONCILIAO, pelo pecado. O fruto do conhecimento acerca da RECONCILIAO, e da f nela, o PERDO do pecado. O perdo simplesmente uma declarao daquilo que j aconteceu no cu em prol do pecador, e sua aceitao cordial dele. Este primeiro efeito do Sangue no o nico. medida em que a alma, mediante a f, entrega-se ao Esprito de Deus para compreender o pleno poder da RECONCILIAO, o Sangue exerce um poder adicional ao outorgar as demais bnos as quais lhe so atribudas na Escritura. Um dos primeiros resultados da RECONCILIAO a PURIFICAO DO PECADO. Vejamos o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre isto. A PURIFICAO freqentemente mencionada entre ns como se nada mais fosse do que o perdo dos pecados, ou a purificao da culpa. Isto, no entanto, no assim. A Escritura no fala em ser PURIFICADO DA CULPA. A PURIFICAO do pecado significa a libertao da poluio do pecado, e no da culpa dele. A culpa do pecado diz respeito ao nosso relacionamento com Deus, e nossa responsabilidade de reparar nossos maus feitos, ou suportar o castigo deles. A poluio do pecado, por outro lado, o senso de imundcie e impureza que o pecado traz para o ntimo da pessoa, e a PURIFICAO tem muito a ver com isto. da mxima importncia para cada crente que deseja desfrutar da plena salvao que Deus forneceu para ele, entender corretamente o que as Escrituras ensinam acerca desta PURIFICAO. Consideremos: I. O QUE A PALAVRA PURIFICAO SIGNIFICA NO ANTIGO TESTAMENTO. II. QUAL A BNO INDICADA POR AQUELA PALAVRA NO NOVO TESTAMENTO?

III. COMO PODEMOS EXPERIMENTAR O PLENO GOZO DA BNO?

I. A PURIFICAO NO ANTIGO TESTAMENTONo servio de Deus, conforme foi institudo atravs de Moiss para Israel, havia duas cerimnias a serem observadas pelo povo de Deus nos preparativos para se aproximar dEle. Estas eram as OFERTAS ou os SACRIFCIOS, e as PURIFICAES. As duas deviam ser observadas, mas de maneiras diferentes. As duas visavam lembrar ao homem quo pecaminoso ele era, e quo indigno de aproximar-se do Deus Santo. As duas visavam tipificar a REDENO mediante a qual o Senhor Jesus Cristo restauraria ao homem a comunho com Deus. Como regra geral, apenas as OFERTAS so consideradas tpicas da REDENO mediante Cristo. A Epstola aos Hebreus, no entanto, enfaticamente menciona AS PURIFICAES como sendo figuras "para a poca presente em que se oferecem SACRIFCIOS... e DIVERSAS ABLUES" (Hb95, 10). Se pudermos imaginar a vida de um israelita, entenderemos que a conscincia do pecado, e a necessidade da REDENO, eram despertadas no menos pelas PURIFICAES do que pelas OFERTAS. Devemos tambm aprender delas o que realmente o Sangue de Jesus. Podemos citar um dos casos mais importantes da PURIFICAO como ilustrao. Se qualquer pessoa estivesse numa choupana ou numa casa em que jazia um cadver, ou mesmo se tivesse tocado num cadver, ou nalguns ossos, ficava impuro durante sete dias. A morte, como o castigo pelo pecado, tornava impura toda pessoa que entrava nalguma conexo com ela. A PURIFICAO era realizada com o emprego das cinzas de uma novilha que tinha sido queimada, conforme a descrio de Nmeros 19 (cf. Hb 9:13, 14). Estas cinzas, misturadas com gua, eram aspergidas com um molho de hissopo sobre a pessoa imunda; depois, tinha de banhar-se em gua, e ento passava a ser mais uma vez cerimonialmente pura. As palavras "IMUNDO," "PURIFICAO," "LIMPO," eram usadas com referncia cura da lepra, doena que pode ser descrita como sendo a morte em vida. Levtico, captulos 13 e 14: aqui, tambm, aquele que devia ser PURIFICADO tinha de banhar-se em gua, tendo sido primeiramente aspergido com gua, em que o sangue de uma ave, oferecida em sacrifcio, tinha sido misturado. Sete dias mais tarde, voltava a ser aspergido com o sangue sacrifcial. Um exame cuidadoso das leis da PURIFICAO nos ensinar que a diferena entre AS PURIFICAES e AS OFERTAS era dupla. Primeiramente, a oferta tinha referncia especfica transgresso para a qual a RECONCILIAO tinha de ser feita. A PURIFCAO

tinha mais a ver com condies que no eram pecaminosas em si mesmas, mas, sim, o resultado do pecado, e, portanto, deviam ser reconhecidas pelo povo santo de Deus como sendo contaminadas. Em segundo lugar, no caso da OFERTA, nada era feito ao prprio ofertante. Via o sangue aspergido sobre o altar ou levado para o Lugar Santo; devia crer que isto produzia a RECONCILIAO diante de Deus. Nada, porm, era feito a ele mesmo. Na PURIFICAO, por outro lado, aquilo que acontecia pessoa era a coisa principal. A contaminao era alguma coisa que, mediante uma enfermidade interna, ou mediante um toque externo, viera sobre o homem; destarte, a lavagem ou a asperso com gua devia ser realizada nele mesmo conforme Deus ordenou. A PURIFICAO era alguma coisa que ele podia sentir e experimentar. Levava a efeito uma mudana no somente no seu relacionamento com Deus, como tambm na sua prpria condio. Na OFERTA algo foi feito EM PROL dele; mediante a PURIFICAO, algo foi feito NELE. A OFERTA dizia respeito sua culpa. A PURIFICAO dizia respeito poluio do pecado. O mesmo significado das palavras "PURO," "PURIFICAO," achado noutros lugares no Antigo Testamento. Davi ora no Salmo 51: "PURIFICA-me do meu pecado," "PURIFICA-me com hissopo, e ficarei LIMPO." A palavra usada por Davi aqui aquela que empregada mais frequentemente para a PURIFICAO de qualquer pessoa que toca num cadver. O hissopo tambm era usado em tais casos. Davi orou, pedindo mais do que o perdo. Confessou que "nascera na iniquidade," que sua natureza era pecaminosa. Orou para que fosse purificado por dentro. "PURIFICA-me do meu pecado," era sua orao. Emprega a mesma palavra mais tarde, quando ora: "Cria em mim, Deus, um corao PURO." A PURIFICAO mais do que o perdo. Da mesma maneira, esta palavra usada por Ezequiel, e refere- se a uma condio interior que devia ser mudada. Isto fica evidente no captulo 24:11, 13, onde, falando da impureza que removida mediante a fundio, Deus diz: "Porque eu quis purificar-te e no te purificaste." Mais tarde, falando da Nova Aliana (cap.36:25), diz: "Ento aspergirei gua pura sobre vs, e ficareis PURIFICADOS; de todas as vossas imundcias e de todos os vossos dolos vos PURIFICAREI." Malaquias emprega a mesma palavra, ligando-a com o fogo (cap. 3:3): "Assentar-se-, como derretedor e purificador de prata; PURIFICAR os filhos de Levi." A PURIFICAO pela gua; pelo sangue; pelo fogo; todas tpicas da PURIFICAO que ocorreria sob a Nova Aliana, uma PURIFICAO interior e a libertao da mancha do pecado.

II. A BNO INDICADA NO NOVO TESTAMENTO PELA PURIFICAOMenciona-se frequentemente no Novo Testamento um corao limpo ou puro. Nosso Senhor disse: "Bem-aventurados os LIMPOS de corao" (Mt 5:8). Paulo fala do "amor que procede de corao PURO" (1 Tm 1:5). Fala tambm de uma "conscincia PURA." Pedro exorta seus leitores assim: "Amai-vos de corao uns aos outros ardentemente." A palavra PURIFICAO tambm usada. Lemos acerca daqueles que so descritos como sendo o povo de Deus que Deus PURIFICOU seus coraes pela f (At 15:9). Lemos que o propsito do Senhor Jesus a respeito dos Seus era "PURIFICAR para si mesmo um povo exclusivamente seu" (Tt 2:14). No que diz respeito a ns mesmos, lemos: "PURIFIQUEMO-nos de toda impureza, tanto da carne, como do esprito" (2 Co 7:1). Todos estes trechos nos ensinam que a PURIFICAO e uma obra interior,operada no corao, e que subsequente ao perdo. Em 1 Joo 1:7 somos informados de que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos PURIFICA de todo pecado." Esta palavra - PURIFICA no se refere graa do PERDO recebida na ocasio da converso, mas sim, ao efeito da graa NOS filhos de Deus que andam na luz. Lemos: "Se, porm, andarmos na luz, como ele est na luz... o sangue de Jesus, seu Filho, nos PURIFICA de todo pecado." Que se refere a algo mais do que o perdo aparece naquilo que se segue no v.9: "ele fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos PURIFICAR de toda injustia." A purificao algo que vem depois do perdo e o resultado dele, mediante o recebimento interior e experimental do poder do sangue de Jesus no corao do crente. Esta purificao ocorre, conforme a Palavra, primeiramente na 'purificao da conscincia. "Muito mais o sangue de Cristo... PURIFICAR a nossa conscincia de obras mortas para servirmos ao Deus vivo!" (Hb 9:14). A meno j feita das cinzas de uma novilha, aspergindo os impuros, tipifica uma experincia pessoal do sangue precioso de Cristo. A conscincia no somente um juiz para pronunciar sentena sobre nossas aes, como tambm a voz interior que d testemunho do nosso relacionamento com Deus, e do relacionamento de Deus conosco. Quando PURIFICADA pelo sangue, testifica de que somos bem agradveis a Deus. Est escrito em Hebreus 10:2: "Os que prestam culto, tendo sido PURIFICADOS uma vez por todas no mais teriam conscincia de pecados." Recebemos mediante o Esprito uma experincia interior de que o sangue nos libertou to plenamente da culpa e do poder do pecado

que ns, na nossa natureza no-regenerada, escapamos inteiramente do seu domnio. O pecado ainda habita na nossa carne, com suas tentaes, mas no tem poder algum para dominar. A conscincia PURIFICADA, no h necessidade da mnima sombra de separao entre Deus e ns; olhamos para cima, para Ele, no pleno poder da REDENO. A conscincia PURIFICADA pelo sangue testifica de nada menos do que uma redeno completa, da plenitude do beneplcito de Deus. E se a conscincia PURIFICADA, assim tambm o CORAO, do qual a conscincia o centro. Lemos acerca de ter o corao PURIFICADO de uma m conscincia (Hb 10:22). No somente a conscincia deve ser PURIFICADA, como tambm o corao deve ser PURIFICADO, inclusive o entendimento, e a vontade, com todos os nossos pensamentos e desejos. Pelo sangue, atravs de cujo derramamento Cristo Se entregou para a morte, e em virtude do qual entrou de novo no cu, a morte e a ressurreio de Cristo so incessantemente eficazes. Mediante este poder de Sua morte e ressurreio, as lascvias e disposies pecaminosas so mortas. "O sangue de Jesus purifica de todo o pecado," do pecado original, bem como do pecado real. O sangue exerce seu poder espiritual e celestial na alma. O crente em cuja vida o sangue plenamente eficaz, tem a experincia de que a velha natureza impedida de manifestar seu poder. Mediante o sangue, suas concupiscncias e seus desejos so subjugados e mortos, e tudo PURIFICADO de tal maneira que o Esprito pode produzir Seu fruto glorioso. No caso do mnimo tropeo, a alma acha PURIFICAO e restaurao imediatas. At mesmo os pecados inconscientes so tornados impotentes pela sua eficcia. J notamos uma diferena entre a culpa e a poluio do pecado. Esta de importncia para um claro entendimento da questo; na vida real, no entanto, devemos sempre lembrar-nos de que no esto assim divididas. Deus, mediante o sangue, trata do pecado como um todo. Cada operao verdadeira do sangue manifesta seu poder simultaneamente sobre a culpa e a poluio do pecado. A reconciliao e a purificao sempre vo juntas, e o sangue opera incessantemente. Muitos parecem pensar que o sangue est ali parado, de modo que, se voltamos a pecar, podemos voltar para ele a fim de ser purificados. Mas isto no assim. Da mesma maneira que uma fonte flui sempre, e sempre purifica aquilo que colocado nela ou debaixo da sua corrente, assim tambm com esta Fonte, aberta para o pecado e a impureza (Zc 13:1). O podei eterno da vida do Esprito Eterno opera atravs do sangue. Por meio dEle, o corao pode permanecer sempre debaixo do fluxo e da PURIFICAO do Sangue.

No Antigo Testamento, a PURIFICAO era necessria para cada pecado. No Novo Testamento, a PURIFICAO depende dAquele que vive sempre para interceder. Quando a f v e deseja e se apodera deste fato, o corao pode permanecer cada momento sob o poder protetor e PURIFICADOR do sangue.

III. COMO PODEMOS EXPERIMENTAR O PLENO GOZO DESTA BNO?Toda pessoa que obtm, pela f, uma participao no mrito expiador do sangue de Cristo, tambm tem uma participao na sua eficcia PU-RIFICADORA. Mas a experincia do seu poder para purificar , por vrias razes, tristemente imperfeita. , portanto, de grande importncia entender quais so as condies para o pleno gozo desta bno gloriosa. (a.) Em primeiro lugar, o conhecimento necessrio. Muitos pensam que o perdo do pecado tudo quanto recebemos atravs do sangue. Nada mais pedem, e nada mais obtm. E uma coisa bem-aventurada comear a ver que o Esprito Santo de Deus tem um propsito especial em fazer uso de palavras diferentes na Escritura a respeito dos efeitos do sangue. ento que comeamos a pesquisar seu significado especial. Que toda pessoa, que verdadeiramente anseia saber aquilo que o Senhor deseja ensinar-nos, por meio desta nica palavra-PURIFICAO, compare atentamente todos os lugares na Escritura em que a palavra usada, onde se fala da PURIFICAO. Logo sentir que mais prometido ao crente do que a remoo da culpa. Comear a compreender que a PURIFICAO mediante a lavagem pode remover manchas, e embora no possa explicar plenamente de que maneira isto acontece, mesmo assim, ficar convicto de que possa esperar uma bendita operao interna da PURIFICAO que remove os efeitos do pecado, pelo sangue. O conhecimento deste FATO a primeira condio de experiment-lo.

(b.) Em segundo lugar: Deve haver desejo.

Receia-se que nosso cristianismo esteja por demais satisfeito em adiar para uma vida futura a experincia da Bem-aventurana que nosso Senhor pretendeu que fosse para nossa vida terrestre: "Bem-aventurados os limpos de corao, porque vero a Deus."

No se reconhece suficientemente que a PUREZA DE CORAO uma caracterstica de cada filho de Deus, porque a condio necessria comunho com Ele, de desfrutar da Sua salvao. H uma falta de anseio para ser realmente, em todas as coisas, agradvel ao Senhor. O pecado, e a mancha do pecado, no nos preocupam suficientemente. A Palavra de Deus vem a ns com a promessa de bno que deve despertar todos os nossos desejos. Creia que o sangue de Jesus purifica de todo o pecado. Se voc aprender como entregar-se corretamente sua operao, ele pode fazer grandes coisas em voc. Voc no deveria desejar, a toda hora, experimentar sua gloriosa eficcia purificadora; ser preservado, a despeito da sua natureza depravada, das muitas manchas por causa das quais sua conscincia constantemente o acusa? Que seus desejos sejam despertados para ansiar por esta bno. Experimente o que Deus pode fazer, operando em voc aquilo que Ele, como o fiel, prometeu: PURIFICANDO de toda a injustia.

(c.) A terceira condio a disposio de separar-se de tudo quanto impuro. Pelo pecado, tudo quanto h na nossa natureza, e no mundo, est contaminado. A PURIFICAO no pode ocorrer onde no h uma separao inteira de tudo quanto impuro, abrindo mo dele. "No toqueis em coisa impura", o mandamento que Deus d aos Seus escolhidos. Devo reconhecer que todas as coisas que me cercam so impuras. Meus amigos, minhas posses, meu esprito, todos devem ser entregues a fim de que eu seja PURIFICADO em cada relacionamento pelo sangue precioso, e que todas as atividades do meu esprito, da minha alma, e do meu ser, experimentem uma PURIFICAO completa. Aquele que deseja reter qualquer coisa, por mnima que seja, no pode obter a plenitude da bno. Aquele que est disposto a pagar o preo integral de modo que tenha a totalidade do seu ser batizado pelo sangue, est a caminho de entender plenamente esta palavra: "O sangue de Jesus purifica de todo o pecado."

(d.) A ltima condio exercer f no poder do sangue. No como se ns, pela nossa f, outorguemos ao sangue e sua eficcia. No: o sangue sempre retm seu poder e sua eficcia, mas nossa descrena fecha nosso corao, e impede a sua operao. A f simplesmente a remoo daquele impedimento, a abertura do nosso

corao, para o poder divino mediante o qual o Senhor vivo conceder o Seu sangue. Sim, creiamos que h uma PURIFICAO pelo sangue. Talvez voc tenha visto uma fonte no meio de uma rea de grama. Proveniente da estrada muito utilizada que corre por aquela rea, a poeira est constantemente caindo sobre a grama que cresce ao lado da estrada, mas onde a gua da fonte cai num borrifo refrescante e purificador, no h sinal de poeira, tudo est verde e fresco. Da mesma maneira, o sangue precioso de Cristo leva a efeito sua obra bendita incessantemente na alma do crente que, pela f, se apropria dele. Aquele que, pela f, se entrega ao Senhor, e acredita que isto pode acontecer, e que acontecer mesmo, lhe ser dado. O efeito celestial, espiritual do sangue realmente pode ser experimentado a cada momento. Seu poder tal que sempre posso permanecer na fonte, sempre habitar nas chagas do meu Senhor. Crente, venha, peo-lhe, ponha prova como o sangue de Jesus pode purificar seu corao de todo o pecado. Voc sabe com que alegria um viajante cansado se banharia numa corrente fresca, mergulhando na gua para experimentar seu efeito refrescante, e limpador, e fortificante. Erga seus olhos e veja pela f quo incessantemente uma corrente flui do cu para a terra. a influncia do bendito Esprito, atravs de quem o poder do sangue de Jesus flui em direo terra, por sobre as almas, para cur-las e purific-las. Oh! coloque-se nesta corrente, simplesmente creia que as palavras: "O sangue de Jesus purifica de todo o pecado," tm um significado divino, mais profundo e largo do que voc j imaginou. Creia que o prprio Senhor Jesus que o purificar no Seu sangue, e que cumprir poderosamente Sua promessa em voc. E conte com a purificao do pecado pelo Seu sangue, como sendo uma bno, no desfrutamento dirio da qual voc pode permanecer com confiana.

Captulo V

A SANTIFICAO PELO SANGUE"Por isso foi que tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu fora da porta"-Hb 13:12.

"A PURIFICAO PELO SANGUE" foi o assunto do nosso captulo anterior. A SANTIFICAO PELO SANGUE deve agora ocupar a nossa ateno. Para o observador superficial talvez parea que pouca diferena h entre a PURIFICAO e a SANTIFICAO; que as duas palavras significam mais ou menos a mesma coisa; mas a diferena grande e importante. A PURIFICAO tem a ver principalmente com a vida antiga, e com a mancha do pecado que deve ser removida, e apenas preparatria. A SANTIFICAO diz respeito nova vida e quela caracterstica que lhe deve ser transmitida por Deus. A SANTIFICAO, que significa a unio com Deus, a plenitude especial de bno comprada por ns pelo sangue. A distino entre estas duas coisas est claramente marcada na Escritura. Paulo nos lembra que "Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado"(Ef 5:25). Tendo-a primeiramente PURIFICADO, depois a SANTIFICA. Escrevendo a Timteo, diz: "Assim, pois, se algum a si mesmo se purificar destes erros, ser utenslio para honra, SANTIFICAOO e til ao seu possuidor" (2 Tm 2:21). A SANTIFICAO uma bno que segue a PURIFICAO, e vai alm dela. tambm ilustrada de modo notvel pelas ordenanas vinculadas com a ordenao dos Sacerdotes, comparada com a dos Levitas. No caso destes ltimos, que assumiam uma posio inferior a dos Sacerdotes no servio do Santurio, no se menciona a SANTIFICAO, mas a palavra PURIFICAO usada cinco vezes (Nm 8).

Na consagrao dos Sacerdotes, por outro lado, a palavra "SANTIFICAR" freqentemente usada; isto porque os Sacerdotes ficavam num relacionamento com Deus mais estreito do que os levitas (x 29; Lv8). Este registro enfatiza, ao mesmo tempo, a estreita conexo entre o sangue sacrificial, e a SANTIFICAO. No caso da consagrao dos levitas, a RECONCILIAO pelo pecado foi feita, e foram aspergidos com a gua da purificao, mas no eram aspergidos com o sangue. Na consagrao dos Sacerdotes, porm, o sangue tinha de ser aspergido sobre eles. Eram SANTIFICADOS por uma aplicao mais pessoal e ntima do sangue. Tudo isto prefigurava a SANTIFICAO pelo SANGUE DE JESUS, e a ela que procuraremos compreender agora, a fim de que obtenhamos nela uma participao. Consideremos, portanto:

I. O QUE A SANTIFICAO; II. QUE A SANTIFICAO FOI O GRANDE OBJETIVO DOS SOFRIMENTOS DE CRISTO; III. QUE A PELOSANGUE. SANTIFICAO PODE SER OBTIDA

I. O QUE SANTIFICAOPara compreendermos o que a SANTIFICAO dos redimidos, devemos primeiramente ficar sabendo o que a santidade de Deus. Somente Ele SANTO. A santidade na criatura deve ser recebida nEle. Freqentemente se fala da santidade de Deus como se consistisse do Seu dio ao pecado e da Sua hostilidade contra ele; mas isto no d explicao alguma daquilo que a santidade realmente . meramente uma declarao negativa, que a santidade de Deus no pode aturar o pecado. A santidade aquele atributo de Deus por causa do qual Ele sempre , e deseja, e faz o que supremamente bom nas Suas criaturas, e o outorga a elas. Deus chamado "Santo" na Escritura, no somente porque Ele castiga o pecado, mas tambm porque Ele o Redentor do Seu povo. a Sua santidade, que sempre determina aquilo que bom para todos, que O moveu para redimir os pecadores. Tanto a IRA de Deus que castiga o pecado, como o AMOR de Deus que redime

o pecador, brotam da mesma fonte: a Sua santidade. A santidade a perfeio da natureza de Deus. A santidade no homem uma disposio em concordncia tal com a sanidade de Deus; que escolhe em todas as coisas desejar como Deus deseja: conforme est escrito: "Sede santos,porque eu sou santo" (1 Pe 1:15). A santidade em ns nada mais do que a unio com Deus. A Santificao do povo de Deus levada a efeito pela comunicao a ele da santidade de Deus. No h outro meio de obter a SANTIFICAO, seno por meio da outorga pelo Deus Santo, daquilo que somente Ele possui. Somente Ele SANTO. Ele o Senhor que santifica. Por meio dos significados diferentes que a Escritura d s palavras "santificao" e "santificar" um certo relacionamento com Deus indicado, para dentro do qual somos trazidos. O primeiro significado, e o mais simples, da palavra SANTIFICAO, "separao".Aquilo que tirado do seu meioambiente, pelo mandamento de Deus, e que colocado de lado ou separado como Sua prpria possesso e para Seu servio, aquilo santo. Isto no significa somente a separao do pecado, como tambm de tudo quanto h no mundo, at mesmo daquilo que pode ser permissvel. Destarte, Deus santificou o stimo dia. Os outros dias no eram impuros, porque Deus olhou tudo quanto fizera, e "viu que era muito bom". Mas santo era somente aquele dia do qual Deus tomara possesso mediante Seu prprio ato especial. Da mesma maneira, Deus separara Israel das demais naes, e em Israel separara os sacerdotes para serem santos para Ele. Esta separao para a SANTIFICAO sempre a obra do prprio Deus, e, destarte, a graa eleitora de Deus est freqentemente vinculada de modo estreito com a SANTIFICAO. "Ser-me-eis santos... e separeivos...para serdes meus" (Lv 20:26). "E ser que o homem a quem o SENHOR escolher, este ser santo" (Nm 16:7). "Tu s povo santo ao SENHOR teu Deus: o SENHOR teu Deus te escolheu" (Dt 7:6). Deus no pode compartilhar com outros senhores. Deve ser o nico dono, possuidor, e soberano daqueles aos quais revela e outorga Sua santidade. Esta separao, porm, no tudo quanto includo na palavra SANTIFICAO. apenas a condio indispensvel daquilo que deve seguir-se. O homem, quando separado, fica diante de Deus sem ser diferente, em aspecto algum objeto inanimado que tenha sido santificado para o servio de Deus. Se que a separao deve ter valor, algo mais deve acontecer. O homem deve entregarse com boa vontade e cordialmente a esta separao. A SANTIFICAO inclui a consagrao pessoal ao Senhor para ser dEle.

A SANTIFICAO pode vir a ser nossa somente quando envia suas razes para a profundidade da nossa vida pessoal e ali faz a sua habitao; na nossa vontade, e no nosso amor. Deus no santifica homem algum contra a vontade deste, portanto, a entrega pessoal e cordial a Deus uma parte indispensvel da SANTIFICAO. por esta razo que as Escrituras no somente falam de Deus que nos santifica, mas freqentemente dizem que ns devemos santificar a ns mesmos. Mas mesmo com a consagrao, a verdadeira SANTIFICAO ainda no est completa. A separao e a consagrao juntas so apenas o preparativo para a obra gloriosa que Deus realizar, enquanto transmite Sua prpria santidade alma. "PARTICIPAR DA NATUREZA DIVINA" a bno que prometida aos crentes na SANTIFICAO. "A fim de sermos participantes da sua santidade"(Hb 12:10), o alvo glorioso da obra de Deus naqueles aos quais Ele separa para Si mesmo. Mas esta transmisso da Sua santidade no uma ddiva dalguma coisa que est parte do prprio Deus; no, est na comunho pessoal com Ele, e na participao da Sua vida divina, que a SANTIFICAO pode ser obtida. Como SANTO, Deus habita entre o povo de Israel para santificar o Seu povo (x 29:45, 46). Como SANTO, habita em ns. somente a presena de Deus que pode santificar. Mas to certamente esta a nossa poro, que a Escritura no hesita em falar sobre Deus habitando em nosso corao, com tanto poder que possamos ser "repletos com toda a plenitude de Deus." A verdadeira SANTIFICAO a comunho com Deus e o Seu habitar conosco. Destarte, era necessrio que Deus em Cristo fizesse Sua habitao na carne, e que o Esprito Santo viesse habitar em ns. isto que a SANTIFICAO significa. Notemos agora:

II. ESTA SANTIFICAO FOI O OBJETIVO EM PROL DO QUAL CRISTO SOFREU.Este fato claramente declarado em Hebreus 13:12: "Jesus, para santificar o povo... sofreu." Na sabedoria de Deus, uma participao da Sua santidade o destino mais elevado do homem. Logo, este tambm era o objetivo central da vinda do nosso Senhor Jesus terra; e, acima de tudo, dos Seus sofrimentos e morte. Era "para santificar o povo" e "para sermos santos e irrepreensveis perante ele" (Ef 1:4). Como os sofrimentos de Cristo alcanaram este propsito, e ficaram sendo nossa SANTIFICAO, -nos esclarecido pelas

palavras que Ele falou ao Seu Pai, quando estava para Se deixar atar como sacrifcio: "E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles tambm sejam santificados na verdade" (Jo 1*7:19). Porque Seus sofrimentos e Sua morte eram uma SANTIFICAO de Si mesmo, que podem vir a ser SANTIFICAO para ns. O que significa isto? Jesus era o SANTO DE DEUS, "O Filho a quem o Pai santificou e enviou ao mundo," e Ele devia santificar a Si mesmo? Devia fazer assim; era indispensvel. A SANTIFICAO que Ele possua no estava alm do alcance da tentao. Na Sua tentao, devia mant-la, e demonstrar quo perfeitamente Sua vontade era entregue santidade de Deus. J vimos que a verdadeira santidade no homem a perfeita unio entre a Sua vontade e a de Deus. No decurso de toda a vida de nosso Senhor, desde a tentao no deserto em diante, Ele tinha sujeitado Sua vontade vontade do Seu Pai, e Se consagrara como um sacrifcio a Deus. Mas foi principalmente no Getsmane que Ele fez assim. Ali havia a hora e o poder das trevas; a tentao de afastar de Si o clice terrvel da ira, e de fazer a Sua prpria vontade, veio com poder quase irresistvel, mas rejeitou a tentao. Ofereceu a Si mesmo, e Sua vontade, vontade e santidade de Deus. Santificou-Se mediante uma perfeita unio da Sua vontade com a de Deus. Esta santificao de Si mesmo tornou-se o poder mediante o qual ns tambm podemos ser santificados na verdade. Isto est em perfeito acordo com aquilo que aprendemos na Epstola aos Hebreus, onde, falando das palavras usadas por Cristo, lemos: "Eis aqui estou para fazer, Deus, a tua vontade" e depois acrescentado: "Temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas" (Hb 10:9, 10). Era porque a oferta do Seu corpo era Sua entrega de Si mesmo vontade de Deus, que ns nos tornamos santificados por aquela vontade. Santificou-Se ali, por ns, a fim de que ns sejamos santificados na verdade. A perfeita obedincia na qual Se entregou, a fim de que a vontade santa de Deus possa ser realizada nEle, no somente era a causa meritria da nossa salvao, como, ao mesmo tempo, o poder mediante o que o pecado foi vencido para sempre, e mediante o qual a mesma disposio, e a mesma santificao, podem ser criadas em nosso corao. Noutra parte desta Epstola aos Hebreus, o relacionamento verdadeiro entre nosso Senhor e Seu prprio povo at mais claramente caracterizado por ter a SANTIFICAO como sua finalidade principal, depois de falar quo apropriado era que nosso Senhor sofresse daquela maneira, lemos: "Pois, tanto o que santifica, como os que so santificados, todos vm de um s" (Hb 2:11). A unio entre o Senhor Jesus e Seu povo consiste no fato de que os dois recebem sua vida do mesmo Pai, e os dois participam da

mesmssima SANTIFICAO. Jesus o santificador, eles ficam sendo os santificados. A SANTIFICAO o elo que os une. "Por isso foi que tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu..." Se estivermos dispostos a realmente compreender e experimentar aquilo que alcana a SANTIFICAO pelo SANGUE, da mxima importncia para ns, primeiramente tomar posse do fato de que a SANTIFICAO a caracterstica e o propsito dos sofrimentos inteiros de nosso Senhor, sendo que o sangue era o fruto, e o meio de bno, daqueles sofrimentos. Sua SANTIFICAO de Si mesmo tem a caracterstica daqueles sofrimentos, e nisto havia seu valor e seu valor e seu poder. A nossa SANTIFICAO o propsito daqueles sofrimentos, e. somente para cumprir aquele propsito que levam a efeito a bno perfeita. medida em que isto fica sendo claro para ns, avanaremos rapidamente para dentro do significado e da bno verdadeiros dos Seus sofrimentos. Foi como SANTO que Deus preordenou a redeno. Era Sua vontade glorificar Sua santidade na vitria sobre o pecado, pela santificao do homem segundo Sua prpria imagem. Foi com o mesmo objetivo que nosso Senhor Jesus suportou e cumpriu Seus sofrimentos; devemos estar consagrados a Deus. E se o Esprito Santo, o santo Deus como Esprito, entrar em ns para revelar em ns a redeno que est em Jesus, isto continua a ser com Ele, tambm, o objetivo principal. Como o Esprito Santo, o esprito da santidade. A RECONCILIAO, o PERDO, e a PURIFICAO do pecado, todas estas tm um valor incalculvel, todas elas, no entanto, apontam para a frente, para a SANTIFICAO. a vontade de Deus que cada pessoa que foi marcada pelo sangue precioso, saiba que uma marca divina que caracteriza sua inteira separao para Deus; que este sangue a chama para uma consagrao integral a uma vida totalmente para Deus, e que este sangue a promessa, e o poder de uma participao da santidade de Deus, mediante a qual o prprio Deus far nele Sua habitao, e ser seu Deus. Oxal entendamos e creiamos que: "Tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu..." (Hb 13:12).

III. COMO PODE SER OBTIDA A SANTIFICAO PELO SANGUE?Uma resposta a esta pergunta, de modo geral, que cada pessoa que participa da virtude do sangue, tambm participante da SANTIFICAO, e , aos olhos de Deus, uma pessoa santificada. medida em que vive em contato estreito e permanente com o sangue, continua a experimentar, de modo cada vez maior, seus efeitos santifica-dores, embora ainda entenda bem pouco acerca de como estes efeitos so produzidos. Que ningum pense que deve primeiramente entender como tomar posse de tudo, ou explicar tudo, suplicando antes de poder, pela f, orar para que o sangue manifeste nele seu poder santificador. No; foi justamente em conexo com o banho da purificao a lavagem dos ps dos dis