JAPÃO

Chegada dos portugueses ao Japão 1543 - TANEGASHIMA

Fernão Mendes Pinto e S. Francisco Xavier

Os portugueses chegaram ao Japão no século XVI,

tendo sido relativamente bem recebidos.

Estabeleceram-se desde logo relações comerciais

entre os dois povos, nomeadamente a troca da

seda chinesa por prata japonesa

Foi através dos portugueses que os japoneses

conheceram as armas de fogo e o tabaco, enquanto produto medicinal

António da Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto foram os três aventureiros - mercadores portugueses – que, em 1543, desembarcaram pela primeira vez naquele

arquipelágo, numa ilha a Sul, chamada Tanegashima. Foram os primeiros europeus a pisar solo japonês!

Houve também uma forte relação cultural entre

estes dois povos, nomeadamente na assimilação

de hábitos e costumes. Foi S. Francisco Xavier que iniciou a fé cristã no Japão.

A civilização que encontraram era de tal forma diferente que,

tanto no olhar dos portugueses como dos japoneses, as

primeiras impressões foram muito marcantes, e ainda hoje,

passados quase 500 anos, a memória coletiva dos dois povos

fala disso, fazendo com que a relação entre os dois países seja

muito especial.

Os japoneses surpreenderam os portugueses pelos seus

delicados hábitos, falando baixinho e com muitas vénias,

vestindo túnicas de seda colorida, habitando em casas leves de

madeira e papel, com pouca mobília e paredes deslizantes (os

biombos). O Japão era, na altura, governado por grandes

senhores (dáimios) com exércitos particulares de soldados

(samurais) exímios no manuseamento das suas espadas (katanas), que usavam sempre à cintura.

Os portugueses, por seu turno, impressionaram os japoneses, com as

suas barbas, os seus grandes narizes e olhos redondos, andando de gibão

(camisa) e bombachas (calças largas atadas nos tornozelos) com botões,

golas e punhos brancos. E, ao contrário dos japoneses, falavam alto e

comiam com os dedos (em vez dos pauzinhos utilizados pelos orientais),

tendo sido logo chamados pelos nipónicos de Bárbaros do Sul (Namban

Jin)!

Fernão Mendes Pinto, conta, na sua obra “Peregrinação”, que terá sido o

seu companheiro Francisco Zeimoto que ofereceu a 1.ª arma de fogo ao

Governador da ilha de Tanegashima, depois de uma caçada aos patos. E,

muito embora, os japoneses nunca tivessem visto tal objeto,

rapidamente a reproduziram, passando os seus donos a deter um poder

considerável e alterando-se, assim, com uma simples oferta, as táticas

de guerra usadas naquelas terras. Tal facto, contribuirá, a curto prazo,

para a centralização e concentração do poder de Oda Nobunaga, um

dáimio da região, que será depois consolidada por um seu general,

Toyotomi Hideyoshi, acabando este último por submeter todo o Japão à

sua autoridade!