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P A N E G Y R I C O

NOSSA SE N H O R Ad a d i v i n a p r o v i d e n c i a ,

Tregado em Lisboa na fu a Igreja ä&s Clérigos ^^egulares,n a FESTA, QÜELHE FAZ ,A ILLUSTRISSIMA IRMANDADEDAS

Efcravas da mefma Senhora , na fegunda Dominga depois da Epifania, eftando o Senhor expofto:

0 F F £. K E C l D O

AO ILLUSTRISSIMO, E REVERENDISSIMO SENHOR

D. FR. JOSEPH DE LA N C A ST R O ,^ij^o Inquißdor Q era l , do Confelho de S.

iSA'fageßade,PE LO P .D .C A E T A N O B A R B O S A , C L E R IG O

Regular jprofeílbr da Sagrada Theo logia .

L I S B O A ,Na Officínade A N T O N I O P E D R O Z O G A L R A S .

Anno d e M .D C .X C V .

Com tod^s (í/S líc en m n ece jfa rm ,A cufta de Antonio Maiiergal, Livxeiro do Infantado.

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AO ILLUSTRISSIMO,E REVERENDISSIMO SENHOR

».FR. JOSEPH DE L AN CASTRO , Bifpo Inquilldor Geral,do Confelho de

S. Mageftade, &c.ILLUSTRISSIMO , E REVERENDISSIMO SENHOR.

S T A O rafao P ancgynca ,que as Senho­ras de Portugal, com o titulo de Efcravas, deñináraópara a cekbridade da Senhora da D iv ina Providenciajfe introduz na pre- fen ja de V. llluñriííln ia com o temor de húa offerta hum ilde, paragrangcar os cré­

ditos da aceitafaó m aisloberanajoaffedo, que V .Illufirif- jíimafuftencou íempre para com a Sagrada Familia de fea ^Autor, íer vira de diículpa á confianza, & de liíbn ja á obri- J g a § a 5 . ^ ^ ^

Pro videncia havia fer precifamente que fe dirigiíTe a V. |/jllluílriírima hum Serm aó, em que o leu vor da Senhora da í 'D ivina Providencia, nofentir do Veneravel Beda fobre

o E vangelho do dia, redúdava ein confufaó de heregias,& cxtirpa^ao do juda ífo io : H icM aria (repeceeíle Aucor)^w¿e ’DominumportaVit^ & praVitdépr^fént'mm lud¿eorumy quam futurorum eticorum confutatuv,

O officio decañigar, & convencer hereges, & defterrar as hcregias,eni V.Illuftriflima naó foi empenho daelei^aó, foidcfempenho da Juñ ija^ pois quem ouveflederuccedcr

I ao Eininentiíliino Senhor Cardcal de Lancaftre nadigni-I dadc de Inquifidor G eral, era neceíTario que o imitafl'e ñas

A 2 vir-

B e i .lib 4. c ap , 49 ,/« Lac.11.

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virtudes: & f o V. Illuflriílima pode fazer eñe lugar heredi- tario 5 aífi pello parentefco do íangue , como pello Tangue dosm crec im entosj& para cabalmente fe defempenhara fucceí]&,5 do cargo, efperamos todos que a V.llluíiriflima venha tambem a purpura por heráfa^comolhe veyo o car­go por fucceflao : nao pare ja que efta confequencia he fi. Iha do obfequioj porque mais alca origem nos aíTegura cíle feliz aufpicio.

D iffequea V .JlIuflriffim a devia competir a purpura por heranja , porque o Eminentiífimo Senhor Cardeal de Lancañre deyxou em teflam ento ,com oem profecía, a purpuraa V.Illuflriífima no legado do erario de fuá capel- la ,& o rn a to s Pontificaesjcujas inGgnias eftavaó rubrica­das com carañeres Cardinalicios. E comoefla capella erao feu morgado, a nomeou em V.llluftriffima com a circunf- tancia de C o lla tera l, & fem a verecundia de defcendentej porque nafucceflaó ,com odefcendente, poderia fubtili- zarfe algum efcrupulo de inferior, & como collateral naó havia du vida na identidade da femelhanja.

Sem eftaprotecgaóde V. llluftriffima nao fedefempe- nhavacabalmente oaíTumptodeñe Panegyrico , & femó affeí3:uofo tributo defia humilde ofrerta,ficariacriminofo o meuagradecimentojpois naimpoííib ilidadedeoutracon- g ra tu la jaó ao m u y to ,q a V .IllafiriíG m afoudevedor jin- co rrer ianacenfurade ingrato ; & parame livrar de todas, bufcaeftaobranoam parode V.IlluftriíGma para rebatcr os golpes da calumnia hüefcudo incontraftavel. A peíloa deV .llluflr iíl ím aguardc oAltiffimo por dilatados feculos.

H um ilde fcrvoj & C apellao de V.IIIuftrifíimajD . Cam uQ Clérigo

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Extoüens yo cem quadam mulier de tur~ ha, dixit lili:

Meatus Denter, qui t eportay i t . Lue. II,

PROVIDENCIA de María SanciíTima, ou Maria Santiíiima có

o titulo da Divina Providen­cia fbi Tempre venturofo mo­tivo para a celebridade deíle día, foi fempreempenho íln- gular dos Oradores nefte pul­pito.E fendo efte o motivo da Iblemnidade prefente, efte o aíTumpto dos Prégadores nef­te dia; com tudo nurca eu me vi mais pei plexo, do que com efìa folemnidade, nunca mais embaracado , do que com o prefente aíTumpto. E he a ra- zao ; porque entendendo eu que a fefta concordaíTe com o Evangelho, & que ñas claufu- ias do Evangelho Te inciuiíTem as circunftácias da cek brida- de j vim tí.]cimamete a conclu­ir, que oua fefla Te náo con­

formava com o Evangelho,oú que no Evangelho fe náo en- cerravaó as circunftancias da folenidade.Que nao concorde a fefta có o Evangelho, bem fe alcanca porque a teña he de N. Senhora da Divina Provi­dencia , & o Evangelho he hu epilogo, ou Cüpendio dos lou- vores de Chrifto; & fendo ho- je a Senhora da Divina Provi­dencia , a que fe fcñeja , bem fe convence náo condizcr o Evangelho com a prefente fo- Jemnidade. Que tambem no Evangelho fenáoexpliquem as ci‘rcunftancías da celebridade, náo o duvido, antes me parece as circunftácias da noíTa cele- bridade difconveniencias, & oppoíl^óes manifeftascom as claufulas do Evangelho. O ye mayor oppoíicaó, & difconve-

A 3 nicn-

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6 S e n m o Je N , Senhorai!Íencia,do que f^ndo aqii>j rico da Providencia doFilho: ccltbruu a C h riilo , como N i- eis ahi o Evangelho com a ce-

Lyraa aHirma, Iiua cf- icbridade concorde. Cócorde- crava ; ^ncilLífcU kí-t'i^Lính.t: mos agora as circunftanciasda

íu c a n u fcr hoje feftcjatla a Senhora íblémnidade comas ciaufulas da Divina Providencia pellas doEvangelho.Hua das circun- mais brilhantes eílrcllas da ñácias,quepareceíena5 com- luzida Corte de Portugal ? Fi- padecia com as ciaufulas do sraiméte,que maior oppoílcaó, Evangelho, e ra , como eu di- <k difconyeniencia , do que zia, q h«a fó foi a mulher, que verfe entao Chriílo porhüa levantoua vo lp a ra opanegy-

L u c hic apíaudidojO í.er/jí// rico da Providencia de Chrif- ' hoje fcrem tantas'as to,O^^^sdammuUeY'. &:nalrma-

panegyriftas da Senhora da dadc de NoíTa Senhora da Di' Divina Providencia, quantas vina Providencia, naó huma, fao as efclarccldas matronas, mas muytas fao as illuíires - de que fe forma eíla Irmáda- matronas,que celcbrao a Pro­de iliuílre ? E naó faó ifto op- videcia da Senliora:porém i%aó poíÍ9oes,& manitcftas diícon- feencontraeftacircunñancia, venienciaslOracom tudo,q as có o que noEvangelho fe refe- circunftanciasda feíla parecaó i'e: he a razaó: porque fupofto, difcordar do Evangelho, con- queem aplaudir aProviden- feíTo c¡ nunca fj Evangelho có eia de Chriílo folTe huma fó aíeftam aisajufi:ado,n¿m cir- mulher, a que principialTe o cunftanciaí; da folemnidade, t] panegyrico, com tudo forao meihornoE'Mngclho füexpli- muytas,como aftlrma a Biblia caíTem. Prira;yramcnte he a- Maxima, as que profeguiraó juftado com a folemnidade o eíTes louvores. Ifto he oque E,angclho,porque f¿;antiga- acontece na Irmádade da Se- m -ce com as palavras,que pu- nhora da Divina. Providencia: biicavaó os louvores d aV ir- muycas faó as quefeílejaoa gem , íe aplaudió a fiiigular Seniiora da Divina Providen- Providencia , com que Chrif- eia, poi-im huma fó na Irman- to fe houve laucando do cor- dade a que av ifa , & períliade po do Energumeno o infernal a que as oucras continuem, & e lp :rito ,q u eovexava : jufto acompanhemnos louvores da era que tambcm hoje a Pro- Virge. A ícguda circunftancia videncia da May rec:procame- que parece fe ei.Koutrava com tefe celebraíle com os eneo- asclau-falasdoEvágelho, era, iBÌos;queii;oripàraoopanegy- que tanto a que principiouo

pa-

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da Divina Í ípancgynco de C hriíto , como as que o continnàraó, craó, ou eícravas,ou defconhscidas;& as que apiaiidera a Senhora da Divina Providencia nao fó faó todas Senhoras, mas Se­nhoras briliiantes, Scilluftres como as eftrelJas : porém ncm eíla cii cunñácia fe oppoem as cJaufulas do Evangelho^ & he a razaó: porque efla mulher q deu principio ao panegyr;co da Providencia de C iiriílo , fu- poño era na realidade efcra- va, era, como diz Ugo Cavdc- a], no nome eftreiia: Cujus no­mine ñ e lU : chamavafe eñrel- la : eis ahi o nolío cafo : faó as Senhoras de Portugal,que feí- tejaoaV irge da Divina Pro­videncia , eftrellas na vir- tude , nobreza, & fangue, po- rem efcravas no nome : afli fe nomeaó, &: intitulaó as Irmas defta Irmandade illuíh-e Ef- cratvas de NoíTa Senhora da Divina Providencia:logo bem fe ajuña eíla circuníí:¿incia da feíla com o Evangelho:parqu; feas outraseráo defconheci- das j & efcravas narealidade, & fó no nome eftrellas, Cujus nomine ñ e lla : as Scn horu s de Portugal faó na realidade ef­trellas, & fó liO nome efcravas da Senhora da Divina Provi­dencia. E aííim parece era ra- zaÓ5 que aconteceíTe porque fe María Santiííima com fer a Eílreila de Jacob a jnais bri^

oViJencia. 7Ihante , Stella ex : a cl- trella domar a mais pvcpicia;S td U ntitríf, entáo he que de Dcos fe publicou cfcrava,quá- do de Déos mais favorecida:£cce ancHlcí Domìni : jufto era tam b:m , que eíías, que vene­ramos eíírellas na noífa Cor­te,efcravas da Senhora da Di­vina Providencia fe ¡.clamaf- fem , venc’ofe ao fcb-rano ti­tulo de Irmas de NoíTa Senho- ra da Divina Providercia re­montadas. Creyó tenhocon- cjliado as circunftancias dafe- fta com as claufuias do Evan- gejho. Faltame fó ultimamen­te fubcr, que conveniencia ha entre Cbriílo Sacramentado,& a Providencia daVirgem, para que na fefta da Senhora da Divina Providencia aíHfta o Serhor Sr.crr.mentado. Di?o que ha muica convenicrcia, & que he cfta aíTiikncia do Sa­cramento no dia daProviden- eia da Se nhora hvía quafi refti- tuÍ9áo, em que á Providencia da Virgemcílava cfte fobera- no myftcrio : cu me exylfco : a primeira ^'ez, que Chrifto of- tentou os fJusmilpgres, foy, como diz o Evangeliíla Sam Joao,nas vodas de Cana de Galilea , convertendo a agoa em vinho: JAocfccit initlv.m fif_- nr,Mr.\que ell:a couverfaó fof- Joan, i« fe figura do Sacramento, o af- fírmao os Padres, &exprcíía- ínente o meu doutifíÍmoNo-

yarino:.

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rttt.itt J o a n . • 294.

Jo4»‘

8 S em a o d e N ojfa Senhoravarino : hi'raculwn qn¡¡}[)e ¡ñnc cerráo naProvídencia Divina.Eu:b(tr}fiU figurai qiixdum eYdt.

Ifto fiipoftojhe certojc^uea Virgé fe achou prefente aeífe primeiro prodigio,como refe­re o Evangelista Sao Joaó no Evágelho defta Dominga;£r»íí TÚAter tbi ; bem dizia eu logo, que lie hoje huma quaíi relHtw^áo a affiftencia do Sa­cramento , quando fe celebra a Providencia da Senhora^por que fe aVirgem com o feu cui­dado, empenho, & Providen­cia,aíliílio á primcira fombra, & figura do Sacramento : Umt Marer J e fu ¡b l : como náo ha- via tambem reciprocamente aíílftir o diviniííimo S.xramé- to , quando a Providencia da Senhora,nao em fombras,mns na realidaue fe ceiebraííefquá- do a Provivier.cia da Virgem náo em figuras, mas na reali- tiadc fe aplaudiííe ? Temos có- cordado o Evangelho coni a folemnidade,as c-rcunftarcias da folemnidade cora as clau- lülas do Evangelho : Extollens yocem cjíi^cUm m ulier de turba. d ix lt i l l l : Beatili y¿nteyy ¿jut te p oru y 't : & fendo a Pro­videncia daVirgcm em tuJo femelhante á Providencia de Chriftoj claro e íiá , que ferá todo o allumpco do pancgyri- co moílrar na Provi lcrcia de M anaSáJíum a dcfcmpenha- das asmaravilhas mais fobe- lanaSjSc ílngukres,que fe tn-

Para difcorrer em materia táo remontada neceíTito dos voosda graca.

AVE MARIA.

Vrimelro Dlfcurfo.

H Uma das maravilhas, có que a Providencia Divi­

na fe acredita, he o cuidado com que prefide á conferva- cáo do múdo,&das fuas crea- turas:aííim o eníina a Theolo- g ia , & aílim o aífirma S. Dio- nyfio Areopagita:Pro/jm«» D i- yln a 9 Yoy}clentU eß ruturam

uniftscujusque rei non cormmpe- re,feà f a h .m : c ó que aílim co­mo a Juílica Divina he a que cañiga, a Divina Mifericordia a<]ue perdoa: aiiìm tambem a Providécia em Deos he a que conferva : náo que fejáo ellas perfeicóes, ou attril?utos em Deos realméte diftinótos^por- que Deos deftas perfeicóes fe náo diftingue, dertes attribu- tos fe nao fepára. Ifto fupof- to,que a Providencia de Deos he a que conferva o mundo, por iífo Sao Gregorio afíirma- v a , que a faltar a Providencia em Deos,de p::>uco aproveitá- ra o haver Deos fabricado o munco:porque fe antes da fuá creacáo era nada o mudo, fal­tando em Deos a Providen­cia, ao mefmo nada fe reduzi- ria eíée mundo : Omnia ad n¡-

hlhm

S ,nXf

J s Div,

Rainer, de Fifít Som. ).

D . Grt-gor . ¡ih,

cip-'6-

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Ad Divina roViJencìa: 9hlìnm tetìAerent, nift & mxnus Deos, confervar o qùe creou a Omnipotentis confiryÀret. fua grandeza: & efte he tam-

Eaffimde que aproveitara bemoprimeiro foberano de- o haver Deos criado eiTes in- fempenho da Providencia da numeraveis viftofos matizes Virgem,confervarcomtodoo dos prados, as flores: eíTas en- empenho tudo o que foi cria- gra9adas frefcas alcatifas des doporfeurefpeito. campos, as hervas : eíles ve- He opiniaó recebida de getantes fublimes triunfos da muicos,quearefpeytoda Vir- terra, as arvores:eíTaacriftal- gem emprenderá Deos a ma­linas fugitivas correntes, os quina do Univerfo : & Hin- rios : ella luftrofa república dafe o motivo deíí:a íenten^a volance,as aves: eíías vigilan- ñas pr-meiras paiavras daEf-^^ tes atalayas celeftes, as eftrel- critu* a Sagrada : i« ías : eila. fe noáhirna, pompo- creayitDeus te)ram\íi~ fa Princefa, a Lúa : .eíTe mo- onde^erte o Chaldaico: 'Prop- narcha brilhante , o Sol ? E íi- ter fapientU?n creaVit Deus c^- nalmente de qùe aproveitara ^ terram : que obrigado o haver criado eíTe abreviado Deos da fabedoria criara os mundo, o homem, fe faltan- Ceos, & a terraipor eña fabe- do emDeos a Providécia,nem doria entcde Galatino a V ir-/,í, y. os prados haviaó lograr osa- i Hoc efi, amore intemerat<x €ap.^^ tavios das flores, nem os cam- yirfjnps,qu.t efimutidija¡>i.ent¡a, pos a tapecaria das ervas,nem crea-vlt Deus cHvm , ^ tem m , a terra a fombra das arvores, Supofto efle fundamento, que ncm os rios a traníparécia das a refpeieo da Virgem fe críou fuás correntej^j nem as aves a a fabrica prodigiofa domun- ligeyra gala das.penas,nem as d o , vejamos agora, como íe eftrellas o ornato fcintillante conferva anualmente o mun- das luzes, nem a Lúa o domi- do com a Providencia da mcf' nio das fombras, nem o Sol o ma Senhora. governo do dia,nem o homem Em duas occaíloes lemos na o imperio de tudo ? porque re- Efcritura Sagrada , eftivera o duzindofetudo aofer dona- miidomuito pertodafuarui- da,nadahavia finalmente fer na : a primeira vez , em queoo fer de tudo : Omn’ d ttd n ih i- mundo fe vio neftc perigo, foi h m tendereni , nifi manus quando no diluvio exp^rime- Ornniporenm conferyaret. Efta tou o mayor naufragio ; a fe- he , como eu dizia a pnmeira gundavezem que no mundo maraviiha 4a Providenciade fe admiráraó manifcftos indi-

B CÍ09

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? o S em a o d e 7^. Senhoracios de íeii precipicio, foi na Em os Cantares fe nos offe­morte de Chrifto; porque a- rece huma ungular prova do penas havia na Cruz efpirado cuydadOjSc diligencia, com qo Autor d v id a , quandba- a Providencia da Virge aíllfte bertosos fepúlchros, quebra- à conferva^áo domudo,& das das as pedras,raígado r.o tem- fuas creaturas: quizerao huma pío o v é o , eclipfádo o Sol, cu- vez os Cortcfáos do Enipired bertode tre v a so a r , & aba- celebrar a Maria SantiíJimaj lada a te rra , dava o mundo a & publicáraó a fua grandeza entender havia chegado ao cantádo com melodías Ange- termo da fua dura^áo : & qué licas as íaas excellecias neftas ^ livrou ao mudo de ruinas tac palavras; Qu^e efi ¡ f ia , q¡i^ pro-

evidentes j de precipicios táo gredítur quafijluroYa. conjurgem, manifeftos, fenaóaproteccáo pJtlcbnt m L un a , ele m Sol ì da Senhora ? na primcyra oc- Ojiem he efta, que afllm fe le-» caíÍaó defendendo na arca, fi- van ta , gentil com o a Aurora, gura cxpreíla da Virgem, fermofa cómo a Lúa , 5¿ bri-< íicñs a rca , áos quevalendofe IhantecomooSolíMascomU-^ dofeu patrocinio haviaó pro- cenca de taódiícretos efpiri- pagado de novo a terra : & na to s , pareceme , que andáraa íegunda cccaííáo aí2ílindo em fuperfluos em celebrarem com pe á vifta da Cruz,como refe- tres comparacoes a Maria San-

Jfijii.19. yq o Evangelifta S, Joáo : C«;« tiíTima, quando com huma fó J tju Á 7 'Utrem f im te m i compara^áo íicava a Virgem

dándonos a Senhort a enten- foberanamente aplaudida, d er, que fe com a morte de . Em primeiro lugar compa- C h rü lo falcava s.6 mundo híía rada a Virgem fó com a Auro- columna para nella fuílentar r a , ficava engrandecida a Se- ofeupefo ,quecom fua affif- nhora: & he a razaó : porque tiencia Ihe fícava fegunda co- com o titulo de Aurora mani- Jumna,para com ella fe pro- feílavaóos Anjos a fuprema xneter o mundo toda afirme- prerogativa que logra a V ir- 2a:a(Gm fe conferva o mundo gem de fer May do mefmo com o patrocinio da Virgem, Déos, de que he fílha , & ex- &aííim feem penhaaVirgem plicaváo tambem oineffavel Cü a fua P rovidencia para q o m odo, com que fendo Máy

S , TuU nao arruine:&ifto he, naó perdeo a p recm in ercia de g en i.iih , o ( ue S.Fulgcncio affirma: C*€- Virgem : he a Aurora filha do 4 -M y- líffn^&tetra janíJudum ruijjent, S o l, que a illuftra, & com tu- ikekg. f i t m M a r U ¡ufim taj-* do naíce primeiro que o nief-

U h mo

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ÏÏ)adiVma9rùVidenââ. l îmo Sol ; logra tambem a Au- bem o thefouro das Iii2es,comrora a ftcundidade de May,

\ confervando a foberanja de Virgem , pois o S o l, que noç bracos da Aurora nafce, náo cötamina a pureza da Aurora: em fegundo lugar ficava tam­bem engrandecida a Virgem, fe fó com a Lúa a coparalTem, porque defta forte explicavao os A njosa fuá grandeza. Se juncamt^nte a profunda hu- mildade, com que fe abateo, quando na Encarnacáo fe Ihe communicàraô as mayores endientes de graca: he a Lúa, como todos fabem, o íímbolo da humildade, & fe bem ad- vertirdes, he o P laneta, que Ib fe abate, admittiudo min- goantes nos feus refplädcres, quando confiderà remonta­das ao mayor faftigio as fuas luzes:eis ahi,como ficava b^m aplaudida aKainha do Cso, comparada fó com a Raínha dos aftros. Qi,ie com o titulo de Soi fó comparada Maria Santiflima, fícatfe íingularme- te aplaudida, nao o duvido: porq aiïim publicavao os ef- piritos Angehcos, como en­tre todas as creamras eraa Se­nhora mais avantejada nas prendas, & como he tambem a thefoureira da graca com que Deos enriquece as almas: he o Sol como Monarcha dos maisPlanetas mais privilegia- dones refplandorcs, ¿che tä-

que fe illuftra o mundo: logo fe a Senhora comparada fó com a Lúa,comparad a fócomo S o l, cóparada fócom a Au­rora ficava peregrinamente aplaudida: porque a náo com-' paraoos A njos, oufó coma Aurora , ou fó com a Lúa j ou fó com o Sol ? Direi.

Neíla occaíiao pertendiao os A n jos, como affirmahum grave Expoíitor,explicar o cui­dado , & vigilancia , com que a Senhora aíTifte ao mundo,&: à conferva^áo das fuas creatu- ras:rcparem agora. O Sol com tudo que na brilhante carro­sa de refpiandores aíTifta ao mundo,he fó de dia a fuá aílií- tencia,6c nao de noyce como a Lúa. ALuaainda que afllfta ao mundo, he fó de noyte o feu cuydado,& náo de dia, co­mo o Sol. A Aurora verdade he,que tambem aíTifte ao mu­do , porém o feu defveio he fó naquelles crtpufculos da ma- nháa, que náo formáo ncm dia, nem^oite. AíTifte o Sol, mas náo quando a Lúa apare-* ce, nem quando a Autora naf- ce : aíliíle a Lúa , jw ém náo quando o Sol governa , nem quando a Aurora rompe:affif- te a Aurora,pdrém náo quan­do o Sol i^reíide, nem quando a Lúa reina ; eíia he aíTift^n- cÍí:. da Aurora, efte o cuydado do S o l, cfta a vigilancia da

B 2 Lúa

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1 i Sertnao de 2^, SenhoÑLua:raas nao he aíllm o empe- tributo, mas em fe empenhar, nho com que a Virgem com a & acudir com a fua vigilancia fuá Providencia fe defvela na ao que a Providencia de Deos confcrva93-o do mundo,& das fe náo obriga. Eu me declaro, fuas creaturasj he mais cuida- Conta Sao Marcos, que ve­dóla que o Sol , porque em dofe Chrifto com hum feqqi- m aistem poqueoSol,nosaf- tom uynum erofo, & muyto fíñe ; he mais felicita que a falto do neceíTario, com que L úa, & que a Aurora, porque remediaíTem a fom e, que pa- em mais tempo, que a Lúa,&: deciaó, fe compadecerá o Se­que a A urora, fe defvela ; he nhor daquelle aperto , & pro­finalmente tao fíngular o em- romperá neftas palavras:?^?/^- penho da fua Providencia^que reorfuper turúa?Hy ecce triduo fu j- fó a puderaó de ajgua maneira tlnent me^ncc habent,quod jnan~ os Anjos explicar com a aíTif- ducenti & que tomando o Se­mencia do Sol, com o defvelo nhor algus páes, que havia, da Lúa, & com a diligencia lheslarí9áraa ben9áo, & lo­da Aurora:^«^ ejl ifia^ cjuapro-~ go os entregara aos difcipulos, gred/turquajiAuroraconfurgens, paraque entrego povo íe re -

C a a t.6 . pulchra ftt Lnna y eUBci ut Solì partiíTem : pergunto agora: & Toaría cum h ú comparatur {hxim porque dilatou Chrifto tanto

S ilveir. grave Expclztor)^«/<í/«(? a u x i' o prodigio, fe antes que o po- tom 5. lio in omnl ínomento adeji, vochegaffe aquelle eftadolhe

g Masnáó he efte aínda na podía ter aplicado milagrofa- ' ’ minha opiniaó o mayor em- mente o remedio?náo era ma-

penho da Providencia daV ir- yor credito da fua Providen- gem: & he a razáo : porque fe a eia obrar o milagre, fem que Deos, por lograr o attributo fe experimentaííe o apertoí de Providente, incumbe aíTif- Aílim pareceiporém direi: pa­tir ao mundo, & á conferva- ra fe verificar que em Deos §áo das fuas creaturas , para náo falta a Providencia, bafta quenáopere9áo : com razáo que aplique o remedio, quan- nos devia tambem a Senhora do fe experimenta a falta , & a íliftir, ja que com o mefmo ’ como Chrifto aílim fatisfazia titulo a folemnizamos engrá- as obriga9óes defte foberano jdecida : o com que a meu en- attributo , efta he a razáo de tender fe engrandece muyto obrar no povo o prodigio, ejc- mais a Providencia da Virge, perimentada primeiro a mife- he náo fó em defempenhar as ria : h a h m , quod mAndu-

obriga§óes dcíte foberano at-; CfWí.Mas a Providécia da Vir­g e«

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da DtVma roVtdèncta 1 3gem he tao extremofa,& tan- razao, porque fez a Virgemtonaiu a Providencia fe re- coma fua diligencia, que femonta,que anticipa foljcita o nao publicaííe a falta/em queremedio, primeiro que fe ex- primeiro fe obraíTe o prodi-perimente a calamidade. gio: primeiro diligenciou com

AíTiftia Maria SantiíTima a a fua Providencia a maravi-huns defpoforios celebrados ih a , que publico foíTe o aper- ^em Caná de G alilea, refere toaos convidados: D efi c i en t eo Evangelifta Saójoaó, que ym oitiifery-tp bonMuVramnuf- ‘ ’ *faltando o vmhoaos convida- í«£* adhuc, Efte he oíingular

Joan- dos, dera a Virgem parte a empenho da Providencia daChriílo do fucceífo: D efi c i en t e Virgem,náo fó íatisfazer as o-yíno ^ d k ífM a te r J e f t t ad e m i, brigacóes deíli foberano at-y i.n u m n o n h ah en t.'Í^ 3i6 rtparo tributo^ mas oque he fobreeu namilagrofa converfaoda tudo, defvelarfeem acudircoagoa em vinho, porque toaos a fua Providencia, ao que afabem , que a Déos nada he Providencia de Déos fe náodiíEcultofo : o que fim me ad- obriga: K e c haben t, qnoà m-m-*

‘ mira he, o que aconteceo de- du c en t .pois de obrado o prodigio:he o Mas que razáo, ou motivo

t cafo, que goílando o Ai chitri- haverá, poderá alguem p^rgú-y cJino, ou o Regente da mcía tar , para que a Providencia

o miraciilofo licor, imagina, Divina oftente femelhantes'j: & cuyda, era o vinho parte de niaravilhas depois de experi-Í algum, que para o íim da me- mentada a ca!amidade:fendo

fa fe referVava:T«feíT?.íy?/¿(j-. aífim que a Providencia da

I niím ’vinuni uf^ue adh iic : pois Senhora he tao cuidadofa , & fe o v in h o jáeílava exhauílo, vigilante, que antes de fere-

I queaíTimoadvertioomcfmo conhece^o aperto,fol'cica oI Evangeliíla : -Dejíc/ewíe -v/ho: remedio a feus devotos'A ra-

como agora eíle homcmpre- zao verdadeira deíla diíferen-f fume, queaindafenáoaciibá- 9a fó Déos a fa b e j a que por ra: T u jerv a jU iO r^ o certo he, agora fe me ofícrece, he, que que o vinho ja fe havia tx- Dcos muitas vezes pcrtende hauílo,que afíim o aíErmáo reconhe^amosafuaOmnipo« os Padres jporém tambem he tencia por autora do benefi- cercoque neílaoccaíiaó eíla- c ío , &oemp-nho da Provi­va a Senhora empenhada com dtncla daVirgem he aíTiílír à a fua Providencia em aíTiílir noífa confervacáo com tanto aos kus devotos j & eíla he a cuiJadOjque a troco de diver-

B 3 ti^

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*4 Si i'mao de N , Senhorat ir a caÌaniidade , nao Te Ihe dà ignoremos o iiiilrumeneo da maravìlha.

Adoece Lázaro, fazemas duas Irmas M aria, & Martha aviib a CI:rifto do fucceiTo,&:

M ji diz o Evangcliila Sào Joào , q alHrn que Chriiio receLera o a v ifo , difiera eftas palavras: In fiìw ita s h.tc non e f t aà moY-

tern , jec l pro gloria D e i: que aquella infìrmidade náo era de m orte, mas para gloria de Deos &.]ue no proprio lugar fe cletivcra dous dias. Nao he ef- ta a m.inha diffìculdadejfenao em que aviiUndo Chrifto o ftpuìchro de Lazaro, principi- aife com lagrimas, interpretes íe is dcrfentimentOja manifef- rar,& expor a fua magoa: per- gunto agora : Ìe Chrifto fabia que tanto Ihe havia cuftar a morte dcfte aniigo , porque náo aprcíTou maii a fua vinda, afiìm que fe Ihe fez o avifo? Aperto mais a diificuidade : fe Chrifto com a fua Pro>/iden- cia poJia impedir, q Lazaro náo acab'Uiìe, porque permitió logo a fua m orte, fe refuCci- tandoooliavia reftituir à v i­da?

Refponde Santo Auguft;- nho, que permitirá Chrifto a morte de Lazaro, para que o

5 ,gujiin.taf», g, . - .in Joan, pudcifj vefjfcitar : D 'fitd it ia “T ra B . ut poJJ.t rejiijcit.fre.YcnZ'^A9 c<ip, r d a rtpoftajporém parece que 11.

ìe Cliriftp.Mviva refufcitai* a Lazaro, nao era mais conve­niente. , & credito mayor da fua Procidencia livrar primei- ro a Lazaro do achaque, que deixalomorrer para ao depois o refufcitaríAíTim parecejmas direi: Chrifto farando a La­zaro bem he verdade que acreditava a fua Providencia, porém náo manifeftava tanto o feu poder: & he a razaóipor- qiierefufcitando-o depois de m o rto ,náopodiaóOS lomens duvidar era aquelle prodigio efteito da fua Omnipotencia,& como Deos muitas vezes pertende com os beneficios a- creditar a fua grandeza, eis a h i, porque permitió , que a fua Providencia remediaiíe a Lázaro, porém quando todos publicando a fua gloria, reco- jupr». nhccelTemo feu poder: I n fr - m'tas h¿ec non e iì dà mortem , (ed ^¡m gloria D ei: D iÌìulJt fanarc^ut ■pofetrcfufcitare.

Se pcrguntarmos tambem a Sào Joaó Chryfoftomo , 8¿ a Tlìcophilato, que hora era , a que Chrifto cfperava para ce­lebrar a maravilha : 'hionàum y jn lt bora mea: nos refponde- ráó, conf'rme diz Maluonado, era a hora, em ciue todos per- , turbados le villem com o a- ,

r, rr . n a i . mcont^cxm ^:nto:hxpecufj.’j<j!'.oadoinncSy qui aderant, cognoy'jjjnt Jo.trt.y'.mim d:[ec'¡¡e : &c que interef- .ap, i<

naó folca a ift ìc u ld a d c ; p o ij fava o Senhor em ic publicar aaflic-

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afiic^ao, & a m iferia, do que fua Iioi a : Kondtmt y ;n li hora Jeatt, em fe ignorar eiÌa afliccào, & inea. Náo fc dà a Virgem por dia miferia ìlntereffava muí- entendida, continua na dili- to , refponde Santo Thomas gencia, & o mefmo foi adver** em nome do proprio Chrifto: tir aos q fe^viào á mefa def* porque vendofe todos oscir- fem à excciicào quanto oSe- cuiiftantes no aperto, & cala- nhor Ihes ordenaiTe, qtie obrar midade , he certo que muito Chrjfto logo o prodigio : ben:i; mais haviào agradecer o be- pois ie o Senhor difiiculta a neficio, glorificando a Deos, nìaravilha , porque nao era que os fovorecera: Sìne íos pì'.- chegada a fua hora,em qiie ei-> mumhocjet!tire^^!Th.ots\<iSjqui tava decretado o beneficioi enìm neceffitatcm non pr^fenfit^ porque náo eíjjera Chrifto ao ìieque btnèfictj grade fufc/p/t fe t i- menos por efta hora, para o- /«Í», Ahfim iDeos quer agra- braremaooprodigio^&ama-

, decimentos á fua Providencia ravilha? do beneficio ì corno logo náo Segunda difficuldade fe me líavia Lazaro primeiro adoc- pfiercce nefle lugar, que en- cer y qiie fa ra r, primeiro mor- tendo náo he menos poderofa rer , que refufcitar ? Inftinitas que a primeira , & h e , fe efta

non c f l ad mortem, (ed pro nao he a hora que Chrifto ha- glorla Deii'H.eque beneficij gran- via dccretado para obrat o de ¡ufcipìi'ienjim ì, prodigio, corno fe empenha a

Singukrizafe . tambem o Virgem para que nella often- cuydado de Maria Santiflim,a te Chrifto amaraviìha?Nào em outra circunftancia degrá- fabe Maria Sanciflima, q Deos de credito para a fua Provi de- heiramutavel nos feus decre­cía i & he , que a Providencia tos? Ou ignora a Senhorft o te­de Decsei^era muitas vez.es po,em que fe havia conceder por tempo para acudir »onof- o beneficio? He certo que nào! ioremedio , ScaProvidercia porque logrando Maria San- da Senhora parece anticipa o tiilima o efpirito de proRcia, -jvìaìdon , tempo à mefma Providencia conhecia, & alcancava, como ¡„ D ivina, para que nos favore- afììrma Maldonado , o tempo hìc, 9a,& aflifta. Singular pi'ova para a maravilha decretado: fe'nos oííerece no Evangclho Spìrifum en'.m propbeticuin ha- defta Dominga. EfcuÌ-fe hoje htú^¡ quis negare potcrit ? Logo Chrifto com a Senhora, dando fe aVirgem fabia feremos de­por razáo para náo obrar o mi- cretos de Deos irrevocaveis,fc Ìagre, que náo era chegada a tambem com o efpirito profe­

tico.

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r é S em a o d e N . S en ior itico alcan^ava nào era eile o tempo para Chriiìo corceder o beneficio,corno folicita a Se­nhora em efta hora a mara\i- Iha, nào fendo efta a hora, em que fe havia confeguir o pro­digio, & beneficio?(' Refpondo,que aquella hora náo era a hora, em que Chrif- to liavia obrar o prodigio, co­mo elle iìgnificou:Now^//w ye- v it bora w e a ; porém corno ne-

. fta cccaííáo eitava empenhada a noiTo favor aProvidencia de Maria Santiilìma , fez com a fua Providencia aVirgem,que anticipandofe o tempo ao mi- Jagrc, chegalTe a hora para a Providencia Divina: fez que a hora decretada para o benefi­cio le anticipale no feu deft- jo, & como o que a Providen­cia de Chriílo p:rtendia, era ver fó chegado o t tmpo paia manifdtùr o prodigio, baflou ver no defcjo da Senhora anci-c.pnda a hora,para nào diifcrir a maravilha.Ó doutilHmo Zer­da com felicidade:2\i nàtim y c-

Z ner.tr t em pu s prod ig io , .if C enera i deftder/0. Deità forte foube a

àt^hionf. Pro^'idellcia da Virgem anti- a, num. ciparo tempo à meimaProvi-* ^encia Divina, fcm que os de­

cretos de Dcos fe revo^aíTem,O ^fem que os feus devocospe- receíícm: 'N.onàitm ~vensY.it ti-m- fUJ prod/g¡Oy{ít y¿neya!- d¿(tde)io.

Vejamos fe no mayor pro­digio de Chriílo, Se na prenda

maisav.'ntejada dofeiiamor, dcfcubrimos femelhante em­penho parecido co eíle daPro- vidercia da Virgem. EHava Chriílo para dar principio a eíle foberano myílerio, & diz o EvaiigeliílaS.Joáo,q faben- do Chriílo era chegada a fua hora, amára co todo o exceíTo aos feus difcipulos : Sciens ^ c - fus quid yenit hora eju-s, tn fi^ ncm d ile x 't eos. Grande diflí-> cuídade fe nos offerece para foltar: que o Evangeliíla affir- maílc amára o Senhor neíla occafiáo aos Apoílolos có ma­yor empenho,náo o duvidára; mas dizer o Evangeliíla, que ja era chegada a horada- tes de Chriílo inílicuir o Sacramen­to, náo o entendo, 8c he para mhn táo diflicultofoomyíle- rio , que o julgo digno do ma­yor reparo : notem : a hora de Chriílo naopiniáo deS. Joáo Chryfoílomo,& de outros Pa­dres, era a hora, em que mor- rendo na Cruz íiavia libertar aos homens da efcravidáo do Demonio : deíla hora dizem eíles Padres^&ív^ovarinofa- lava o Senhor,quando hoje no banquete fignincou náo era chegada a fua hora : K on d tm y.-n't hora mea'.iíko fupoílo, en­tra agora a minha duvida:pois fe a hora de Chriílo havia ter fua exiíle:;cia no Monte Cal­vario á Scila fcira^ comtó aft.r- ma o Evangeliíla Sáoj/áo,que

á quin-.

Í^9V»‘TÍn.iHJ o a n ,CMp.lt

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a quinta feira no Cenáculo ha­via j.i chcgado a hora do Se­nhor , fe todos fabemos, que o dia de à manháa náo tem cor- relacào com o dia de hoje ? Se primeiro ha de acabar o dia de ho;e,que fucceda o dia de à ma­nháa, com ofeajuña, que ci­tando Chrifto no Cenáculo à quinta feira , tivelTe chegado a hora , que eííava ainda por vir no Monte Calvario com o dia da fefta feira: Venit bora, ejusì

Direi: A hora de Chrifto lìm era, ai'em que na Cruz havia li­bertar docativeiro ao genero humano j efte era o empenho mayor do feu cuidado, de efta a ancia mais fervorofa do feu defejo, como ellepubhcou:Z)i- ¡íderio defider.tyl ' hocpajcbit man- ducare yobijcum : da Cruzente- deSápJoáo Chryfoftomo efta ancia, &; efte defejo : QuonUm fecf'tura Cíííx erat : porém como Chrifì» coniìderava que dila- tandofe aquella hora,náo fatis- fazia ao ieu amor,por iiTo infti- tuìo o divinifììnio Sacramen­to , para que com a memoria daquella hora : Kecoli/ar memo­ri U pajjioms ejus- a hora , que fe IJae difteria, quanto ao tempo: "Hondum yenit hura mea : fe viífe comprida no feu defejo: Defide*

rio defideyítyi hoc pafchcí mandu­care yobi{cum. Aílim anticípou Chrifto aquella hora para de- fempenhar a fuá fineza : Infi- nem d/lexit-., da mefma forte, có 9[ue vinjos anticipar a Provide*

cia da Virgem o tèn-.po á mef­ma Providencia Divina, mof- trandoíe na confervacáo do mundo, & das fuas creaturas a mais cuidadofa , & vigilante^ que fe he aprimeira maravilha da Providencia de Deos : pr ium D iy iM Vvoyiden tìa e j l na - tu ram imii/scuju(que r e i non co r - opag. ubi rumpere , ( c d f a h a r e : he tambem o primeiro defépenho da Pro­videncia da Virgem : E x ío lh n s y oc cm q u a d a m muUev ‘d e turba^ d ix i t i l l i : Beatu^ y e n t e r ^ q u i t e por ta y i t .

D i f cu r fo j e gund o ,

A segunda maravilha , com que tambem a Providen­

cia de Deos fe acredita , he o cuidado, com que difpoem, & encaminha as creaturas para que coníígaó o fim ñas fuas ac- çôes:aiIimoenfma6 cóS.Tho- mas os Theologos, & o affirma o doutiííimo Chalvet : In boc m ax im e y e lu c e t D iy in a í - 'roy id e - C'halvtt. tia^ut p e r m ed id id on ea creatura,! ad proprÍ9S f in e s d u ca t . M a s í i n - j -tesqueentre noalTumptodcf- cap, ¡ t . te fegundo difcurfo, he conve­niente fuppor, que dous faó ef- tes fins, a que a Providencia Divina coftuma encamínhar as creaturas: ou encaminhandoas a hum fim proprio , & natural: ou encaminhádoas a outro fim, que fe chama íim fobrenatu- raÍ.Nomeafe a primeira Provi­dencia de Deos, Providencia natural, porque os meyos, que

-Ç aplH

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Serm aode'H , Senhoraaplica 3 para que as creaturas configáo efte feu firn, llies faó proporcionados, & naturaes: com efta Providencia náo fó os homens, os que fó fe ordenáo a algum firn , mas ainda todas as creaturas, porque todas ellas tem algü quali fim no exercicio das fuas accoes.

Se fe de/penha o rio largan- ido impetuofo o cryftallino ber9o do feu nacimento, tam­bem o rio, fe bem advertirdes, tem o feu fim, que he com fuas correntes agradecido tributar valTalagens ao Oceano : fe na manliáa de Abril rompe impa­ciente a Rofa 3 quebrando ou- fada as prifóes fuaves da fua claufuj a,tambem a Rofa tem o feu fim 5 que he pertender no efímero daquelle dia publicar a íbberana purpura, com que fe adorna : fe fahe todos os dias o Sol na rutilante carro9a de ref- plandores, tambem o Sol tem o ieu fim , que he viíitar hum, & outroemisferiopara Ihe com- municar as influencias de feus refplandores ; fe toda animofa íe entrega ao holocaufto a Fe- niz, tambem a Feniz tem o feu fim , que he com táo peregrina rcfolu9aó eternizar a fua pofte- ridade no frió defpo;o das fuás cinzas : fe fequiofo procura o Cervo as frias agoas da fonte, tambem oCervo tem o feu fim, que he encontrar naquellas a- goas,que folicita,oremedio pa­ra mitigar a fua ancia : fc díli-

gete cultiva o ruftico a fua feá- ra, tambem o ruftico tem o feu fím j que he a efperanca, que poem no retorno da novida- de: fe fof're finalmente os rifcos da milicia o foldado,tambem o foldado tem o feu fím , que ou he a fama, & credito, que per- tende confeguirá com [o heroi­co da em prefa,ou tambem o premio, com que julga fe pre­miará o feu merecimento.A ef­ta Providencia fe chama Pro­videncia natural : & he a ra­záo, como ja dilTej porque tan­to aos hom es, como ás demais creaturas Ihes faÓ proporciona­dos, & naturaes os meyos, com que eftes fins fe cófeguem. Náo trato eu defta Providencia, fe- náo da Providencia , a que os Theologos chamáo íobrenatu- ral -y cujo empenho principal he dirigir, & encaminhar os ho­mes para a Bemaventuran9a': chamafe efta Providencia fo- brenatural, porque aos homes náo he natural nem a'gloria, que he o fim a que fe ordenáo, nem os meyos, cjjie he a graca, & dons fobrenaturaeSjCom que femelhantes fins fe confeguem. Ifto íiippofto, vejamos agora, como fe ve defempenhada na Providencia da Virgem.efta fe- gunda maravilha da Providen­cia Divina.

Falla de fi a Senhora nolivro dos Proverbios, & affirma, que Deosa poíTuiralá no principio das fuas eíbrádas; D m jn u s ojfe^

dip.

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iroj.

Aa Dhnna froV idencii. * Jinitlo yiAYum ftiarum . Mas ainda Cü rcconhccoou-

E que lem a Virgem com as tra excellencia, comque mui-«.eftrádas de Déos, parapubli- to fe acredita a Providencia decar que tem aíííftido, & prefi- Mar'ia Santifíima-, a fabtr, quedido a ellas, como traslada Sá- táo poderofo, & efíicaz he otoAm broíio! DominH'S jn\^fec}t empenho da Pro/idencia da7ne Qper}hu4¡íiis'iOixtr, Por eftas Virgem em encaminhar para aeftrádas entende o doutiííimo Mendoca as eftrádas do Ceo: agora percebo eu a razao , Óc motivo,que tem a Senhora,pa-

Beaventuran9a a feus favoreci­dos ; que em certo modo pare­ce quer o proprio Déos confie­mos em a nolfa Predeftina^áo

ra publicar que tem prefidido mais no patrocinio de Mariaàs eilràdas do Ceo : Dominus Santiillma,que no empenho deivf/et7i : para que entendáo fua foberana, & infinita Pro-

os feus devotos, que fe là no videncia: ou ao menos, que naprincipio fem principio diiEter- nidad-e , tratara a Providencia de Deos de encaminhar os ho­mens para a Bemaventuranca; queja là nelle mefmo principio fem principio da Eternidade,no

noila Predeftinacao prinieiro ' imploremos a Providenciada Virgem, do que recorramos ao tribunal de fua Providécia in­finita.

Refoluta Eilhcr em expor cer-modo poílivel, fe achara a Se- to requerimento a AlTuéro, an- nhora preíídindo a eílas eftrá- tes de aparecer na fua prefen- das, para nos ercaminhar por í*'!, diz a Efcritura Sagrada fe

io tn .í.

iLCéá^t'CÍ, \íih fk'

ataviara com o mayor cuílo: náo para defmentir faltas de gra^a com atavios quem era palmo, & alfombro da fermo- fura 5 fim porque á grandeza, 8c foberania da fua pellba era p ir- mittida , 8c eftava bem toda aquella pompa : que aínda no Ceo fe experimenta amefma

feus Favorecidos que fe he fe- dilferenca: baflou que ao Sol gunda maravilha da Providen- deílinalTc Deos para Monar- cia de D eos: i« ¿flc wrfx/we re- ca do dia : Vr p 'ítíffct d iei \ 8c lucetDiym a'Proyldefiria y fif per a Lúa para Rainha da noite: inedÍAÍdoní(t creaturas adproprios Uí prxejj^t n oB l'. para logo os i 6 . fin es ; he o fegundo fm- veílir , 8c trajar com mayor guiar defempenho da Provi- cuílo, avantajando-os aosmais dencia da Virgena . Planetas nos refplandores. O r-

C i na-'.

ellas à mcfma gloría : Dominuí pojjcdir me in in/f/o y/arum fu a - m/Hy'd cjiy creaturaruffíar:mr:M.t-

dóca y per quas tainfjua7?i peryias regiastend'.turad Deum. EÍS ahi como he táo antigoo cuidado da Providencia foberana de Maria Santiilìma em encami­nhar para a Bemaventuranca a

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2 O , S ern m J e N ojfa Senhoranada aílim a Rainha^ & admit- cáo de Eílher he o feú re'qúeri- tída à audiencia de AíTucrOjdiz m ento, que motivo mayor lo- o Sagrado Texto,logo reveren- go queremos,para haver de re- . ciara decentemente o fceptro, verenciar primeiroa vara Ef- ou vara,que na máo tinha em- ther?Na vara , ou no fceptro fe punhádo o Monarca : O fcula- íignifíca a Senhora, como eníl- fa eji funm itatem yiraa : bem na a Igreja: Virga de radice Jef^

creyó eu que todos entendem fe •* em Aíluero fe figurava o ja o reparo :& aílim he; pois fe Monarca da G loria, como af- a tñher importava fallar com firma Richardo de Sao Loure- AíTuero, náo era mais acerta- 90 : o requerimenco era da fal­de deixaífepor entáo a reveré- va9áo : admirefe logo o patro- cia do fceptro, ou vara, & ma- cinio de Maria Santiííima,pois nifeflaíTe o feurequerimento? com fer D eos, o que nos con-

Bem fe i, que no fentido lit- cede a Bemaventuran9a; com te ra l, com eíla reverencia fe tudo julgou mais conveniente explicava entre os Perfas o ref- E ílher, que em negocio de ta- peito, & veneracáo, com que ta importancia primeiro fe ha- íe deve tratar a foberania dos via em certo modo impetrar o Princfp£s,como Nicolao deLy- patrocinio da Virgem,para ce­ra afhrma: In reverent/^ fìinum i íegiiir com ventura o feu re- com tudo no fentido allegori- querimento : Dona animam mi“

co fe me offerece huma razáo hi pro qua ro^o,& populmnmetmi, ¿ ,á S . bem ííngular para provar.o pe- pro quo obfecro : Hoc igirur exem - ¿yau“ famento, aflim feja com acer- /'/oíRichardo de Sao Lourenco: rem, to , como ha db fer com novi- cvidenter oñenditur quod nulltís delau-

dade ; mas primeiro de foltar o a d illam Bearifud/net/i prxualet ^reparo, he precifo faber, qual ifi-rrare n jiin co n d íífh fh u ju sy lr-^ ^ ^ ' 'foi a caufa, que obrigou a Ef- ga;. Eíta vesi a fer Senhores athí-r aquella viíla de AíTuero, pcderofa intercelTáo de María

cap. 7. ^ Q requerimeto, que ha- Santiífima , & o empenho íln-via propor na audiencia. Ora a g>-ilar da fua prodigiofa Pro-mefma Efcritura ao Capitulo' videncia , de cuja vigilancia,fcptimo nos aponta a caufa , & como eu dizia, parece fia maisnos manifeílaorequerimento, o AltilPimo na predeílinacáodizídoque era interceder pel- dos homés, que do cuidado de

^ o \o :D o n a m iín ammanì , pro qua roz.0 , & popuhm meum , pro M as qual ferá a razáo,8¿ mo- quo ob¡ecro : oh ! pois fc a fe lv a- t¿vo para D eos^ erm ittir, que o

X<ír.

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daViVinaTroVíJencta. 21i-èquerinicnto da noíTa prcdef- qualquer das outras. tina^áo primeiio, ao nolTo RIO- Com o mayor alvorocoei-do de entender , com aProvi- p¿iaváo aquellas bemcekbra-dencia de Maria SantiiTima o das Virgens por feu divino Ef-confultemos, do que á fua iniì- pofo para nos palacios eternosnita Providencia o proponha- celebrare com elle as fuasvo-mos? A razáo deve ftr fem du- das ; eis que chegando no maisvida,que como o defejo,& em- profundo íilencio da noite openho de Deos he , de queto- feu Efpofn para as meter dedos os homés fe falvem , como polle da Bemaventuran^a , &

ípifi. I, a féj & a Theologia nos eníina: vendo,que fó finco traó, as que•d T i . * Omnes homines y fík [alvos fer i: fe tinhaó publicado mais cui-

parece a noffo modo de enten- dadofas,por terem as fuas lam-derfica a Deos menos difttciil- padas com fumma diligenciatofo confeguir o feu empenho, prevenidas, fo a eftas finco, diz& executar a fuavontade dili- Chrifto, franqueára o Efpofogenciandonos o requerimento as portas do Paraifo : Im raye- da nolTa gloria com aProvidcn- cnm to ad n/ipt/as : id .-flj dd . eia da V ir^ m , do que rem etí- explica a Glofa ^do-o fó aos inexcrutaveis arca- interlineal : reparo porém, em ¡^yra.nos da fua Providencia Divi- que chegando tambem as ou- hic.na. Náorefutem a propoficáo, trasVirgens , requerendo aofem verem primeiro o motivo Efpofo que ihes abrilíe : -.Aperi em que fe funda. A Providencia • tivelTomj or repofta liüade Deos,note, fuppofto nos en- rejirehenfáo defabrida : K e já o caminha para a gloria com o ; que as nao conhccia : quemayor cuidado, com tudo he he ifto Soberano Senhor ? como para advertir,q hña he fó a por- l»íHvel defconhecais a eftast a , por onde nos fráquea o f af- Virgens, fe faÓ tambcm eftas fo para a Bemaventuranca*; có numero das que vos vieráoquemuitofearrifcaanoÍTafa!- i'^cebcr ao caminho : £:c/fW/2fvacáo , fe acafoaachar cerra- ' obvlamSponfoj&Sponfiii'iÁ^son*. da o noíío defmerecimeniornáo vem,que ja fe havia ccrra-aftlm-ao que parcce fiados na do a porta do Ceo? que outraProvidencia da Virgem, a qual l azáo qucrem logo para o Di-como he abfoktta Senhora de vino E'pofo as defconhccer?»_ innumeraveis portas no Empi- v:.rdade he que pellas vo- reojpoft ) qem algñas a entrada asconhccia muito bemíe nos difHculte,fempre nos po- Divino Elpofo 5 porém como jádeafliftir a eli^eranca de fer- cftava fechada a porta do Ceo:naos admicddos na gloria por C U h¡ j. ejí juniM : como fe havia

C j cRtf-

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z i SermaodeTSl.cfciííar o Erpofo, feráo com Ihe figniiícar , que as nao co- nhecia : K e í c i o y o s ? Aílim fica- ráo excluidas dos dcípofori- os eternos aquellas Virgens, porque nao achárao mais que lina parta , a qu¿ recorrer na Bemaventurança: CUu 'a t jl ja -■»UA.

Qjicreis agora faber o nume­ro das portas, de que a Senho­ra fe p«jde va le r, para nos dar

• entrada no Empireoílede o Ca pitulo quarto dos Cátarcs, que ahí as acharéis regiftadas. Vay o Erpivito Sato dcfcrevendoa Jlia Efpofa, & a compara com a torre de David j em aqual fe vcm pendentes , & trémulos

Cd«i 4 efcudos : T im isD a y 'J y m il- D . le clypel pendent ex ed\ verte Sa- c/íw- to Amh\'oC\o:?.'ÍÍllf o.ñia pende nt ^rof. ex ca: que a Senhora he como a Serm^ torre de D avid, em a qual fe Affali» patentes, 8c franqueadas 1,8^ mil portas: ah lim î Maria San-

tilTimatemnumtrotáo exccf- fivo de portas, para na gloria alïegurar a noífa entrada ?como iogo náo havia fiar tanto a ProvidenciadeDwOs, do cuy- düdo,& empir.ho da Providen­cia da S e n W a , & quafi p^r- m ittir, que no negocio da nol- fa predeílii'acáo, primeyro re- correiïemos à Providencia da Virgem : Deosculata efi fu m - 7n ':tateni jpara aíTim confe- guir com felicidade, & credito o feu empenho,& o feu defejo: ' y u b tm n e s hominis ¡a h « ! [n r ii

SenhorííOh ; rao permitta, Catholicos, a Mifvrícordia Divina, q quan­do a Providencia de Deos nos encaminha para a Beniaventu- ráca, feja em occaíIáo,que cer­rada achemos aporta do Pa- raifoimas fe acafo,fieis> nos af- fiftir tanta defgraca, náo figa- mos o errado confelho das V ir- gens necias, mas recorrendo à Providecia da Senhora, implo­remos o feu patrocinio, para q fe nos franquee o paíTo em al- gúa das innumeraveis portas, que a nolib refpeíto tem no Empireo abertas c5 os feus me- recimentos : Taíllle clypei : m ille ojlia pendent ex ea.

Para claiifulá defte fegundo, & ultimo difcurfo,fejame licita ponderar húas miftcriofas pa- iavras do Propheta R ea l, com que ultimamente fe reconhc9a a íingular efficacia da Provi­dencia de María Santiílíma, em encaminhar para a Eema- venturanca a f>-us favorecidos. No mayor defemparo fe :.cha- va Chríilo expoíto no ignomi- iiiofo patíbulo de hua Cruz, 3c diz David, implorara o Senhor •a clemc cia do Padre Eterno có eftas palavras: Mljercre ?njiyjal-

yifinj'uc filiiim a n cilU : Pay, 8c foberano Senhor, ponde em mimosolhos da velia mifei:- cordia infinita, & faivaime, já que fou hlho de hiia Máy , que na Eücarnacáo, r.o mayor auge da dita , fe dcua conhccer por v o ía £ícrava.Nowvel,

terio-

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da D ivina p r o v id en c ia . 2 3terìofa fuplíca ! Pois para que o SenKor:Com muita razáo podíaPadre Ecv,rno fulvatïe a Chrif-

era precifo, que o Senhortamb::m repetir a mcu Püdrs Eterno para que hüve, a ti­ranía de tantas chagas ; as do­res exceíÍivas com que os pe­netrantes effiniios dcftacoroa metrarpalTaó as fontes 5 o fan­gue copioío, que deftas veas,& arterias corre: tambem Jhepo-d.ia n:ianifeftar , & expor as in­jurias recebidas de humpovo ingrato; a ingrati Jáo de huns homes, com os quacs excrcitou a minha libcralidade os benefí-

legar com os merecimentos da dos mais fmgulares : podiame Virgé , fe eftas razóes táo efíi- ultimamete juñificar manifef- cazes,& importâtes fe Ihe ofïe- tanciolhe a redidáo das minhas reciáo , para implorar a fua Be- obras,o abrazado zelo,com*que aventuranca? folicitei o culto de Déosla con-

Ora bem fei eu q para Chri- formidade, que fempre obfcr- ftoaffegurar a fua gloria, náo veicom a fua divina vontade,

toinvocalíe os merecimentos de Maria S:-intiííÍma:5¿í/'v/ím/<íc - lium a n cilU ? S¿ nao bafta- v a , que o Senhor expuzeíTe ao Padre Eterno, como era feu fi­llio unigenito ? ou que Ihe re- feriíTe tambem o laftimoío tra­gico fuccelTo de fua payxáo fa- grada ? Quem o duvida? Logo porque nos últimos al ntos,? da v id a , fó fe lebra Chriílo de al-

eja precifa a fuplica , porquí Chrifto do inftante da liia Có- ceicáoineítavel era bemaven- turado : porém provavel he di­ría Chriíto na Cruz: Bem reco-

& a obediencia prompta, que fempre tive a fcus ineffaveis decretos-,mas eu ainda aOlm ex perimento, q m i tem defempa- rado nefte madeiro: Dereiiíjni^^

nheco, que poílb expor ao Pa- ti mct já naó tenho a quem pof-dre Eterno, para que me fai ve, fa ncfta aflicáo recorrer, Já náocomo fou feu filho unigenito; tenho de quem me polla valerfem diftincáo na nacureza di- ñeñe defempàro : ifto fuppofto.vm a; com a mefma foberania, &igualdadeno poder ; inde­pendente na minha eterna ge- racáo ; imagem verdadeíra, &: efpilhode iliasdiviuas p^rFei-

quero experimentar o patroci­nio de Maria Sátiílima minha Máy,& valerme dos feus mere­cimentos, para com os meus os expor a meu Padre Eterno:Af-

9óes:porém tábem eu no horto, fim Pay, & Senhor : bem fei, qfe rcfponderia C hrifto, logra- náo fó a rnlnha obediencia meva tudo, o que agora Ihe polTo merece a gloria, que imploro^manifeftar , & com tudo me mas tambem que o merece anáodeferioa humrequerime- obediencia de híía M áySátif-t o táo juftificado.Cócinuaria o /¡ma, & innocentci náo apre-

fvnto.

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2 4 ‘ SirmaodeTSl.Seyìhorafcnto fó diante doyollo divino mocado nome de filhas, fenaotribuna! o facriiìcio d;: minila com c abatido nome de Efcra-vontade; mas tambem quero vas c'a mefma Senhora? E ip amevalhao nefta occariào para VÌrgem por fc declarar Efci^-me fai vares os feus^nerecimé- va de D eo s, quando eftava eC

Brunuf tos'.Mrfeyere ?ne/,Ulru f(ic fiUum colhida para May fua, mereceo 'aruUU Bruno Carchuiìano: para Chriflo a gloria. Se Bema-

(t d ic A t , non (oluin hoc pronte- venturanca: Hoc promererur obe-t o m . i . , . f i ì- • •i n 8f a i . i etur obeatentiA ine.tyunne ¡Aiyes^ cì,-ent;A TyUtrü merfj com quanto«5. (ecì obcclìaìtU IsÌAtris we^;oh ra- fundamento podéis allegar fe­

ro privilegio do patrocinio de lices Efcravas a mefma razao! Maria Santiflima! agora lìm , q pois eftando no mayor auge da alcanco , & reconheco o iìnga- fortuna, & logrando o efplédor lariiTimo cuidado da volÌa Pro- do fangue mais efclarecido, co videncia foberana, & prodigi- que fe illuilra efta Monardiia, ofa-, pois até o p-oprio Chriito queréis ftrconhccidas yorEf- nao diftìcultou recorrer aos cravas da Virgé, que nefte Te- voiTos merccimentos, tanto q pio celebra a voifa grandeza, quiz impetrar a fua gloria, & có ainvocacao da S. da Divina bemaventuranca:5<t/-p«?w/ííc f i- Providencia, cujo empenho he limn ctncilU tua:. dirigir , & encaminhar para a

Tenho acabado o Sermao: bemaventuranca a feus tavo- fcjameió permittido fazer hu recidos: q fendo a fegunda ma- pronoftico às nolias Efcravas, q ravilha da Providccia de Deos: hoje feftejáó a Senhora da Di- In hoc maxime rAucet 'Divina Vvo- vina Providencia j &: he,que já v id en tia , ut creMuras per mediA

Ìcpodem prometer todas hiía idonea a d proprios fines ducat ì \\Q quafi certeza da fua gloria,con- tambem o fegundo prodigiofo fiando no patrocinio da Senho- defempenho do ftngular attri- ra, em cujos obfcquios có can- buto. que hoje com as palavras tos defvelos fe empregao: & he do meu Thema vos celebra a a razáo: porque fe Chrifto jul- Igreja Milicàte engrandecida: gou conveniente para implorar 'Extollens vooem quidam mulier a fua gloria publicarfe Filho de de turba^ d ix it illl: Eeutus venter, Maria Santilfima com o titulo qt i re ; allìftindonos a de Efcrava doSenhor : S a h u m todos a efperáca de vos aplau-

f .ic fìlia.'n A ucilU tu.f i como he dirmos naTriunfàce. wi'? pofllvel náo aflegurcm asnof- hi & v»b¿Sy<¿^c,

fas véturofas Efcravas a fuaglo r ia . f i fe incitulao náo có o re- F I M^

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