4 - caracterizaÇÃo do ambiente afectado pelo …

21
Consultores de Arquitectura Paisagista e Ambiente, Lda. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 1 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO

Upload: others

Post on 20-Nov-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 1

4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO

Page 2: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 2

4.1 - GEOMORFOLOGIA, GEOLOGIA E HIDROGEOLOGIA

4.1.1 - INTRODUÇÃO

Os traçados em estudo desenvolvem-se na Orla Sedimentar Ocidental e na Bacia Terciária do Tejo, localizando-se em termos cartográficos, na área de influência das folhas n.º 23-C (Leiria), e 27-A (Vila Nova de Ourém) da Carta Geológica de Portugal à escala 1:50.000, dos Serviços Geológicos de Portugal.

Desta forma, a análise do descritor baseou-se na consulta da Carta Geológica à escala 1:50.000, Planta à escala 1/5.000; Perfil longitudinal às escalas 1/5.000 e 1/500, horizontal e vertical, respectivamente; bem como no Estudo Geológico efectuado no âmbito do Estudo Prévio em estudo. Este estudo foi elaborado com base na cartografia geológica, reconhecimento de superfície e na interpretação dos resultados dos trabalhos de prospecção (sondagens mecânicas, ensaios de refracção sísmica, ensaios de penetração com penetrómetro dinâmico ligeiro e poços) e dos ensaios laboratoriais.

As formações geológicas presentes na área em estudo podem observar-se no Desenho FALB-EP-EIA-02.

4.1.2 - GEOMORFOLOGIA

4.1.2.1 - Considerações Gerais

A área em estudo integra-se na Orla Ocidental, e num pequeno trecho na Bacia Terciária do Tejo, sobre rochas sedimentares, principalmente do Jurássico, do Cretácico e do Mio-Pliocénico (Figura 4.1.1).

Figura 4.1.1 - Unidades Hidrogeológicas (Fonte: Atlas do Ambiente).

Área em estudo

Page 3: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 3

O modelado que se estabeleceu ao longo dos traçados em estudo é o reflexo das condições estruturais, tectónicas e litológicas aí ocorrentes. Assim, na região em estudo existem dois domínios geomorfológicos distintos, denominados Maciço Calcário Estremenho e Bacia de Ourém.

Em termos geomorfológicos estes dois domínios traduzem-se num grande contraste topográfico, destacando-se o Maciço Calcário Estremenho do relevo envolvente. Este contraste é devido fundamentalmente à tectónica da região aliada à composição litológica das formações geológicas.

Assim, o Maciço Calcário Estremenho é constituído por formações carbonatadas, algumas delas bastante puras, e com elevada resistência aos fenómenos erosivos. A Bacia de Ourém, por seu lado, é constituída essencialmente por depósitos detríticos e, consequentemente, menos resistentes à erosão.

Para além das características litológicas, a morfologia do Maciço Calcário Estremenho é também controlada por aspectos estruturais, razão pela qual apresenta uma compartimentação em blocos que se alinham nas direcções NW-SE e NE-SW. Esta compartimentação é consequência do predomínio de numerosas falhas, com aquelas direcções. A Bacia de Ourém constitui o enchimento com sedimentos detríticos de uma estrutura que se encontrava em subsidência durante a sua formação.

O Maciço Calcário Estremenho é, dentro das regiões calcárias de Portugal, aquela que apresenta formas cársicas mais desenvolvidas. Tal facto deve-se à grande espessura e pureza dos calcários do Dogger que afloram em grandes áreas no maciço. Durante os períodos de estabilidade tectónica estabeleceram-se no maciço níveis aplanados, à superfície, e o desenvolvimento de redes de galerias subterrâneas, em profundidade.

O Maciço Calcário Estremenho enquanto unidade geomorfológica encontra-se dividido em três regiões elevadas: a Serra dos Candeeiros, o Planalto de Santo António e o Planalto de S. Mamede e Serra de Aires. A separar estas regiões estão os dois grandes sulcos tectónicos de Rio Maior - Porto de Mós e de Porto de Mós – Moitas Venda, ao longo dos quais se formaram as depressões de Mendiga e de Alvados e Minde, respectivamente.

De salientar que, daquelas estruturas, o traçado apenas se desenvolve no Planalto de S. Mamede. Esta extensa região planáltica está separada da Plataforma litoral, a oeste, pelos relevos de Alqueidão da Serra, que se interpõem entre o Vale do Lena e a escarpa de falha de Reguengo do Fetal.

O planalto tem a sua altitude máxima entre Mira de Aire e S. Mamede e desce em degraus até à Bacia de Ourém, a este. É possível identificar duas extensas superfícies de aplanação: uma restituída pelos cimos dos cabeços mais elevados (nível das Pias) e a outra, estendendo-se para Norte e para Este (plataforma de Fátima). Em qualquer uma destas superfícies, os efeitos da erosão cársica estão fortemente marcados. Assim, apesar das grandes áreas cobertas com os restos da cobertura detrítica cretácica, existem extensos campos de lapiás.

Page 4: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 4

A distribuição dos lapiás está relacionada com as características estruturais e os tipos litológicos dos afloramentos e com a sua situação topográfica. São geralmente formas pouco aprofundadas e de pequenas dimensões, onde abundam os lapiás de diaclases, com microformas características (caneluras, escudelas, cristas aguçadas). No entanto ocorrem outras tipologias dignas de referência, como os megalapiás, lapiás de regueiras, lapiás de juntas de estratificação, lapiás arredondados, lajedos, lapiás alveolar, dolinas e uvalas.

O Maciço Calcário Estremenho apresenta uma rede complexa de estruturas cársicas em profundidade, que se expressam sob a forma de pequenas cavidades, algares, grutas e condutas de circulação de águas profundadas.

De acordo com o Estudo Geológico-Geotécnico, esta área encaixa-se no que denomina Zona 1, a que corresponde o Planalto de Fátima, onde as variações altimétricas não ultrapassam em geral as 2 ou 3 dezenas de metros.

Do lado nascente, o planalto termina segundo um alinhamento NW-SE passando por Barreira, Moita Redonda e Fátima, onde se faz a transição para zona acidentada, por virtude do encaixe das linhas de água em formações calcárias do Jurássico Superior (J3).

Os calcários compactos do Jurássico Médio (J2), foram intensamente carsificados, dando origem às mais diversas formas do modelado cársico, nomeadamente lapiás, dolinas, uvalas e algares.

Os relevos são suaves e os vales, de fundos aplanados, têm os seus fundos preenchidos por materiais resultantes da dissolução dos calcários (terra rossa) e detríticos, carreados dos depósitos de cobertura do Cretácico inferior. Estes vales terminam frequentemente em depressões fechadas, associadas a sumidouros.

A grande maioria das cavidades encontram-se preenchidas, em grande parte por materiais detríticos do Cretácico (C1), cuja deposição veio preencher as cavidades do modelado cársico, de que se destaca o intenso lapiás. Muitos dos cabeços arredondados, suaves, correspondem a esses depósitos detríticos, onde por vezes desponta vértices de calcário do referido lapiás.

A Bacia de Ourém constitui uma estrutura em sinclinal com um controlo estrutural bastante significativo no seu limite sudoeste e sudeste. A direcção estrutural NW-SE é marcada pelo limite ocidental dos afloramentos de arenitos cretácicos ao longo do troço da ribeira de Seiça com essa direcção. Por outro lado, a direcção estrutural NE-SW é marcada pelas vertentes dos relevos anticlinais que prolongam a Serra de Aire para nordeste.

Esta bacia apresenta no centro vertentes coroadas pelos calcários do Turoniano, que formam cornijas bem marcadas na topografia. Os relevos estruturais, suportados por aqueles calcários e cobertos por camadas do Miocénico, constituem uma superfície que se abate progressivamente para sudeste.

A Bacia de Ourém é drenada pelas ribeiras de Caxarias, de Abadia e de Seiça. O padrão de drenagem é parcialmente influenciado pela estrutura, alternando os troços ortoclinais com os cataclinais, que no conjunto denunciam uma inclinação geral para nordeste.

Page 5: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 5

Esta área enquadra-se na designada Zona 2, definida no Estudo Geológico-Geotécnico, segundo o qual está situada a este do planalto de Fátima, corresponde a terrenos de morfologia acentuada, por virtude do entalhamento das linhas de água em formações carbonatadas do Jurássico Superior, com inclinações suaves para NE até à bacia Terciária de Vila Nova de Ourém, cerca do km 8+000 da Solução Norte e km 9+000 da Solução Sul.

Daqui para a frente, em grandes extensões, são interessadas formações terciárias, detríticas do Mio-Pliocénico (MP) e do Cretácico Inferior (C1) e formações carbonatadas do Cretácico Superior (C2), estas interessadas basicamente pelo traçado da Solução Norte. Nesta zona o entalhamento das linhas de água é importante, e por via disso a orografia é frequentemente também muito acentuada, embora os traçados ocupem, na medida do possível, linhas de cumeada.

O escoamento superficial da área de implantação do traçado é assegurado por um conjunto de ribeiros e ribeiras e respectivos afluentes, donde se destacam ribeiro das Olheiras, ribeiro da Alvega, ribeiro do Curvo, ribeira de Seiça, ribeira de Gondemaria e ribeira de Granja.

O relevo da área afecta ao traçado é assim ligeiramente acidentado na metade inicial, atingindo um carácter mais plano na metade final e fundamentalmente controlado pelos seguintes elementos geomorfológicos:

Maciço Calcário Estremenho;

Bacia de Ourém.

4.1.2.2 - Estabilidade dos Taludes

A observação de cartas geológicas da região e os trabalhos de campo efectuados evidenciaram a existência de áreas potencialmente instáveis. Assim, quer pelas características físicas (diaclasamento e fracturação) das litologias atravessadas (calcários), quer pelo grau de coesão das formações detríticas, são expectáveis fenómenos de instabilidade de taludes.

Outro aspecto a ter em conta na estabilidade dos taludes diz respeito ao nível freático, dado que a sua intercepção em resultado da execução de uma escavação, origina exsurgências ao longo dos taludes que poderão potenciar a instabilização dos mesmos, ocorrendo ravinamentos e/ou desabamentos.

De acordo com o Estudo Geológico e Geotécnico, no atravessamento das formações rochosas, poderá ocorrer o aparecimento de exsurgências de vertente nas terraplenagens, muito embora com implicações reduzidas a nível de estabelecimento da plataforma em resultado da sua baixa representatividade e da posição profunda dos níveis de água relativamente às cotas da plataforma.

Merecem também especial referência os aterros a construir no planalto de Fátima, fundados em zonas depressionadas, correspondendo a zonas particularmente carsificadas, tendo as cavidades preenchimentos do tipo terra rossa e solos carreados do Cretácico. Além de cavidades não preenchidas, existirão preenchimentos descomprimidos sobre tectos de

Page 6: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 6

cavidades não preenchidas. Estas condições podem acarretar um défice de capacidade de suporte.

4.1.2.3 - Regime Erosivo

A presença predominante de formações calcárias e detríticas ao longo do traçado, aliada à escassez de depósitos aluvionares, traduz um regime erosivo moderado a forte, onde a sedimentação está praticamente ausente. Apenas os principais cursos de água da região, como a ribeira de Seiça, apresentam aluviões pelo que será apenas nessas zonas que a erosão tende a ser menos intensa.

Desta forma, em termos de grau de importância e da densidade com que se manifestam os fenómenos erosivos, podem distinguir-se duas zonas na área de influência do traçado:

a) Faixa aluvionar da ribeira de Seiça, onde a erosão não é significativa, predominando a sedimentação;

b) Restante área do traçado, onde os processos de erosão são moderados a fortes.

O padrão geral de drenagem, fundamentalmente controlado pelas litologias das formações presentes na região, é do tipo dendrítico, estando alguns cursos de água, embora não atravessados pelo traçado, condicionados pelo regime de fracturação.

A região da Bacia de Ourém apresenta uma forte dissecação, resultante da instalação da rede de drenagem superficial. Por outro lado, no Maciço Calcário Estremenho a rede de drenagem apresenta algum controlo estrutural devido à rede de fracturação, encontrando-se pouco desenvolvida. Deste modo, os cursos de água da região tendem a desenvolver-se ao longo dos planos de fractura das falhas e em zonas de fraqueza dentro de cada formação geológica.

Nas zonas de vales encaixados e talvegues de linhas de água predomina o regime de erosão linear, enquanto nos interflúvios predomina a erosão areolar.

4.1.3 - GEOLOGIA

4.1.3.1 - Geologia Regional

O traçado em estudo insere-se, geologicamente, na Orla Sedimentar Ocidental ou Bacia Lusitânica atravessando formações meso-cenozóicas.

A Bacia Lusitânica instalou-se, no início do Mesozóico, num enorme sulco tectónico limitado a este pelo maciço Hespérico e a oeste pelo Continente Ocidental, testemunhado ainda hoje pelos ilhéus das Berlengas e Farilhões. Esta bacia de sedimentação formou-se como consequência dos episódios distensivos que levaram à formação do Oceano Atlântico.

As formações geológicas presentes ao longo do traçado pertencem à unidade morfotectónica denominada sub-bacia do Bombarral e são constituídas por calcários, areias e argilas.

Page 7: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 7

4.1.4 - GEOLOGIA LOCAL

Os vários traçados desenvolvem-se em terrenos sedimentares, principalmente do Jurássico, do Cretácico e do Mio-Pliocénico.

Os terrenos jurássicos são basicamente de natureza calcária:

Jurássico Superior (J3), calcários compactos, comportando intercalações margosas, pouco ou moderadamente carsificados;

Jurássico Médio (J2), calcários compactos, subcristalinos, fortemente carsificados.

Os terrenos do Cretácico correspondem a duas séries:

as do Cretácico Inferior (C1), representada por um complexo arenítico de granulometria variada,

enquanto a série do Cretácico Superior (C2) é de natureza calcária, calcários compactos, apinhoados ou concrecionados.

Na parte final da Solução Norte, o topo das elevações correspondem a um complexo de areias e arenitos, frequentemente siltosos e argilosos, que estratigraficamente se enquadra no Mio-Pliocénico (MP).

Grande parte dos terrenos jurássicos foram sujeitos a um empolamento anticlinal, cujo núcleo situa-se na região de São Mamede, onde afloram os calcários do Bajociano (J2), patenteando frequentemente importantes fenómenos cársicos, cujo modelado surge por vezes bem marcado. Na zona do planalto de Fátima os calcários estão por vezes cobertos por materiais detríticos avermelhados, de idade cretácica, constituindo relíquias, os quais preenchem frequentemente as cavidades de dissolução do maciço calcário carsificado.

Frequentemente, na parte inferior das vertentes, sobretudo em terrenos do Cretácico, estes encontram-se cobertos por solos de acumulação superficial por acção da gravidade, tipo depósitos de vertente, mas cujas espessuras observadas não ultrapassaram 1-1,5 metros. Face à sua pequena espessura, de acordo com o referido no Estudo Geológico e Geotécnico, não foram cartografados, os quais serão removidos nos trabalhos de terraplenagem.

Assim, a região afecta ao traçado em estudo apresenta uma forte bipolarização representada pela presença de formações com diferentes resistências aos fenómenos erosivos. Na metade inicial predominam os calcários do Maciço Calcário Estremenho, que pela sua pureza e cristalinidade contrastam com as litologias fundamentalmente detríticas da Bacia de Ourém que ocorrem na metade final.

Conforme se pode observar no Desenho FALB-EP-EIA-02, elaborado com base nas peças desenhadas do Estudo Geológico e Geotécnico, as formações presentes ao longo traçado são representadas, em termos de idade, do topo para a base, por:

• QUATERNÁRIO

a1 , a - Depósitos aluvionares e alúvio-coluvionares

Page 8: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 8

Os depósitos aluviais ocorrem ao longo dos principais cursos de água da região, nomeadamente na ribeira de Seiça, no ribeiro das Olheiras e no ribeiro da Caridade. Estes materiais estão associados aos sedimentos de natureza carbonatada do planalto de S. Mamede e dos siliciclásticos do Cretácico de Ourém, pelo que são constituídos pelos materiais erodidos dessas formações e transportados pelos cursos de água a que estão ligados. As aluviões apresentam uma maior largura sobre os sedimentos do Cretácico relativamente aos sedimentos carbonatados do Jurássico.

De acordo com o Estudo Geológico-Geotécnico, na ribeira de Seiça, segundo o atravessamento pela Solução Norte e Alternativa 2N revelaram tratarem-se de materiais de natureza argilo-siltosa e arenosa, muito mole ou de consistência média, e areias muito soltas, cujas espessuras encontradas foi da ordem dos 6 metros.

Outros depósitos aluvionares ou alúvio-coluvionares foram detectados na dependência de outras linhas de água de menor importância, logo com menor desenvolvimento, tanto em extensão como em espessura. Apresentam natureza argilo-siltosa ou arenosa, frequentemente com seixos ou fragmentos calcários (a).

A - Depósitos de terra rossa ou mistura de terra rossa com materiais detríticos carreados do Cretácico

Os materiais resultantes da dissolução dos calcários são fundamentalmente argilas residuais, terra rossa, englobando frequentemente fragmentos de calcário, encontrando-se na dependência do maciço calcário estremenho, do Jurássico Médio (J2).

Nas cavidades de dissolução, quando preenchidas e nas depressões, acumularam-se estes solos residuais, argilas vermelho-acastanhadas, terra rossa, com fragmentos de calcário, frequentemente associadas ou misturadas com materiais detríticos carreados da formação cretácica (C1), arenitos mais ou menos argilosos, freáveis, com tonalidade igualmente vermelho-acastanhada.

As suas espessuras variam muito, devido à superfície irregular que as confinam ou sobre que assentam. As cavidades apresentam frequentemente grande desenvolvimento na vertical, podendo atingir profundidades superiores à dezena ou vintena de metros.

Esta formação é muito pouco representativa desta região, aparecendo apenas no início do traçado da Solução Sul (cerca de 120m) e na Ligação a Fátima em pequenos troços.

• MIO-PLIOCÉNICO

MP – Arenitos ou areias de granulometria variada siltosas ou silto-argilosas

O Complexo Miocénico, de origem continental, é composto por duas séries sucessivas de sedimentos. A série superior é constituída por quatro horizontes de calcários lacustres separados por horizontes margosos, gresosos, arenosos e conglomeráticos. A série inferior é constituída por grés argilosos avermelhados com laivos cinzentos, amarelos e vermelhos ferruginosos, contendo seixos e calhaus dispersos, com lentículas conglomeráticas de forma variável.

Page 9: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 9

De acordo com o Estudo Geológico-Geotécnico, os depósitos de cobertura mio-pliocénicos ocorrem na parte final da Solução Norte, entre cerca do km 13+500 e km 17+000, no topo das elevações, cobrindo formações mais antigas, sobretudo do Cretácico Superior (C2).

Tratam-se de sedimentos de natureza essencialmente arenosa, arenitos de granulometria variável, por vezes conglomeráticos, freáveis, mais ou menos siltosos ou silto-argilosos, e com passagens siltosas, acastanhados, com laivos alaranjados, avermelhados e acinzentados.

• CRETÁCICO

C2 - Complexo de calcários, compactos, apinhoados ou concrecionados

Trata-se de um complexo calco-carbonatado, envolvendo calcários compactos, apinhoados ou concrecionados, por vezes com intercalações margosas, com estratificação subhorizontal embora frequentemente mal definida.

C1 - Arenitos de granulometria variada, principalmente de grão médio a fino, mas frequentemente grosseiros e por vezes conglomeráticos, mais ou menos silto-argilosos

Trata-se de um complexo arenítico, de granulometria variada, principalmente de grão médio a fino, mais ou menos silto-argiloso, embora frequentemente com níveis grosseiros ou conglomeráticos, com tonalidades vermelho-acastanhadas predominantes, com passagens esbranquiçadas ou amareladas. Ocorrem por vezes intercalações fundamentalmente silto-argilosas com disposição irregular e lenticular.

Terrenos desta unidade são interessados em extensões significativas, no planalto de Fátima, onde fossiliza superfície carsificada constituída por formações de fácies calcária do Jurássico Médio (J2) e ao longo de extensões importantes das Soluções Norte, Sul e Alternativa 2N, na zona correspondente à bacia sinclinal de Vila Nova de Ourém.

Relativamente ao planalto de Fátima, constituem afloramentos relíquias e face à presença de cavidades de dissolução resultantes da dissolução dos calcários, por vezes os sedimentos da formação cretácica encontram-se a preencher essas cavidades, mais frequentemente misturados com terra rossa resultante da dissolução dos próprios calcários.

• JURÁSSICO

Formações atribuídas ao Jurássico têm grande representação ao longo dos vários traçados estudados. As formações do Jurássico médio (J2) encontram-se particularmente carsificadas, ocupando a maior parte do planalto de Fátima.

JURÁSSICO SUPERIOR

Page 10: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 10

- J5 - Portlandiano - Siltes argilosos, argilas e arenitos, micáceos

Trata-se de um complexo sedimentar constituído por siltes argilosos, argilas e arenitos, de grão médio a fino, por vezes micáceos, por vezes bem consolidados. Ocorre em pequeno trecho da Solução Norte e ligações a ela associadas.

- J3 - Oxfordiano – Calcários compactos, por vezes com intercalações de margas

O complexo oxfordiano tem forte representação ao longo dos traçados, sendo interessados em dois afloramentos principais.

O Oxfordiano está representado por camadas de calcários compactos, rijos, por vezes oolíticos, nodulosos ou brechóides, fossilíferos, com tonalidades esbranquiçadas, acinzentadas e cremes, em estratos com espessura que se enquadram predominantemente nas siglas L3-L2, por vezes com intercalações de margas, ou calco-margosas, em níveis pouco espessos, cinzentas e amareladas.

Localmente os calcários exibem fenómenos de carsificação, de que resultaram cavidades, com dimensão significativa. No entanto, os calcários do Jurássico Médio patenteiam mais geralmente moderados ou pouco importantes fenómenos de carsificação.

JURÁSSICO MÉDIO

- J2 - Caloviano, Batoniano, Bajociano - Calcários compactos esbranquiçados

Na sigla J2 englobaram-se formações calcárias do Jurássico Médio, sempre mais ou menos carsificados, cartografados na Carta Geológica de Portugal com J2c (Caloviano), J2b (Batoniano), J2a (Bajociano), individualização que obedeceu a critérios estritamente estratigráficos, uma vez que a litologia é semelhante ou idêntica, tal como as características geotécnicas.

As formações pertencentes a esta unidade estendem-se numa vasta área, ocupando a maior parte do planalto de Fátima, sendo interessados em extensões importantes pelas soluções Norte, Sul e Ligação a Fátima. A este do planalto de Fátima encontra-se a transição para as formações do Oxfordiano (J3), em sequência estratigráfica.

Em termos regionais, forma um doma ou anticlinal de origem tifónica, devido à existência de um diapiro profundo, daí as formações mais antigas aflorarem na zona central do planalto de Fátima, com desenvolvimento Norte-Sul, passando por São Mamede e Vale de Sobreiro, coincidindo com o plano axial do anticlinal.

Page 11: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 11

Tratam-se de formações essencialmente calcárias, compreendendo principalmente calcários compactos, sublitográficos, subrecifais, por vezes oolíticos, gravelosos, macios, por vezes levemente margosos, constituindo frequentemente bancadas espessas e muito espessas, com tonalidades esbranquiçadas, cremes e levemente acinzentadas.

As formações calcárias do Jurássico Médio apresentam um carso muito evoluído, encontrando-se as mais variadas formas da morfologia cársica, cavidades de dissolução, que podem apresentar preenchimento argilo-siltoso correspondente à terra rossa, com sedimentos arenosos, por vezes com seixo e calhau, carreados da cobertura cretácica, ou ainda não preenchidas.

De acordo com esta cartografia apresentam-se de seguida as extensões de traçado que interceptam cada uma das formações geológicas presentes na área afecta ao traçado. Note-se que relativamente às alternativas e ligações só são referidos os troços não coincidentes com as Soluções Norte e Sul.

Quadro 4.1.1 - Extensões (em metros) das unidades geológicas presentes ao longo do traçado.

Unidades Geológicas Soluções

a MP C2 C1 J5 J3ab J2

b

Norte 525 2600 5700 6750 100 5600 1950 Sul 425 - - 8400 - 9880 2750

Alternativa 1N 25 - - 1700 50 - - Alternativa 2N 600 1500 1250 4600 - - -

Ligação Norte/Sul 70 - - - - - - Ligação Sul/Norte 150 - - 1700 50 - - Ligação a Fátima

(Norte) - - - 750 - - 4200

Ligação a Fátima (Sul) - - - 400 - - 3500 Ligação a Ourém 75 - - 1250 - - -

Ligação a Alburitel - 225 275 300 - - -

4.1.5 - METAMORFISMO

O metamorfismo na região surge apenas associado às intrusões de rochas eruptivas que ocorrem na estrutura diapírica de Batalha-Porto de Mós-Mendiga, fora da área de influência do traçado. No geral traduzem um metamorfismo de contacto, que ocorre apenas nas formações encaixantes.

4.1.6 - ESTRUTURA E TECTÓNICA

A Bacia Lusitânica formou-se durante o Mesozóico como resultado dos fenómenos distensivos que deram lugar à formação do Oceano Atlântico. Na região afecta ao traçado em

Page 12: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 12

estudo, esta bacia é constituída por duas unidades morfo-estruturais: o Maciço Calcário Estremenho e a Bacia de Ourém.

Um dos principais motores da evolução geodinâmica no território português nos últimos 2 Ma consiste na convergência das placas euroasiática e africana segundo uma direcção NNW-SSE a NW-SE, que ocorre no segmento oriental da fronteira de placas Açores - Gibraltar. Esta convergência é absorvida, provavelmente, por subducção incipiente no sector do banco de Goringe e no Golfo de Cádis. A leste, na região do Arco de Gibraltar, esta convergência processa-se em colisão continental, estabelecida desde o Pliocénico (Cabral, 1995).

O último impulso tectónico verificado na região afecta ao traçado deu-se no Miocénico e correspondeu à formação da Falha do Arrife, a qual traduz um cavalgamento do Maciço Calcário Estremenho sobre a Bacia Terciária do Tejo. Actualmente a região atravessa um período de acalmia tectónica estando sujeita essencialmente aos fenómenos meteóricos.

O Maciço Calcário Estremenho encontra-se dividido em três unidades: a Serra dos Candeeiros, o planalto de Santo António e o Planalto de São Mamede e Serra de Aire, divididas entre si pelas depressões da Mendiga e de Porto de Mós – Alvados – Minde, estas associadas a importantes acidentes tectónicos.

De acordo com o Estudo Geológico-Geotécnico, do ponto de vista estrutural e tectónico, na região onde se desenvolvem os traçados, distinguem-se principalmente duas unidades tectónico-estruturais: o grande anticlinal tifónico do planalto de Fátima e o sinclinal da região de Ourém.

A zona do planalto de Fátima onde as variações altimétricas não ultrapassam em geral as 2 ou 3 dezenas de metros, corresponde a uma estrutura ligeiramente dobrada em anticlinal, com orientação sensivelmente NNW-SSE e prolongando-se para sul em forma de doma. Esta estrutura é evidenciada por aquele alinhamento (Bajociano), referindo a bibliografia, por outro lado, a existência de um diapiro profundo na região de São Mamede.

O planalto de Fátima apresenta acidentes tectónicos do tipo falha, de direcção dominante NW-SE, paralelas aos grandes acidentes regionais, devido a compressões vindas de NW. Além dos acidentes do tipo falha, as acções tectónicas provocaram intensa fracturação nas formações calcárias, tendo uma das famílias aquela direcção. O sistema de diaclasamento comporta principalmente três famílias, sendo duas sub-verticais, aquela com direcção sensivelmente NW-SE e a outra NE-SW, praticamente ortogonais entre si. A terceira família coincide com a estratificação, com fraco pendor ou sub-horizontal, conforme a sua localização face aos dobramentos.

Enquanto nas formações do Jurássico Médio, dominadas por fácies calcária, o sistema de fracturação permitiu a circulação de águas subterrâneas, carsificando-as; nas formações do Miocénico margo-carbonatadas (M) verifica-se uma reduzida actividade tectónica por fracturação, a qual se torna quase insignificante naquelas pertencentes ao Mio-Pliocénico, fundamentalmente detríticas.

O fenómeno da carsificação observado nas formações do Jurássico Médio e materializado sob a forma de cavidades, torna-se penalizante podendo mesmo constituir uma condicionante.

Page 13: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 13

Para nascente do planalto de Fátima afloram sobretudo terrenos do J3, Oxfordiano, numa estrutura simples, em monoclinal, com direcção sensivelmente NW-SE e pendores até cerca de 15º para NE, acompanhando uma descida no relevo nesse sentido. Na parte final do traçado voltam a aflorar os calcários do J2, cujo contacto com os do J3, é por falha.

No que respeita às formações do Cretácico, e mais recentes, os aspectos tectónicos não são significativos.

Apesar de não se conhecerem estruturas tectonicamente activas, este facto não permite concluir pela sua inexistência. No entanto, das estruturas frágeis existentes nenhuma é intersectada pelo traçado, conforme foi referido anteriormente.

De realçar, que os acidentes tectónicos do tipo falha referidos, não são condicionantes ou significativamente penalizantes.

Neste estudo é referenciado um acidente tectónico do tipo falha no Nó de Vale dos Ovos, a qual possibilitou o contacto mecânico entre as formações do Jurássico, e as mais recentes do Miocénico (Figura 4.1.2).

Figura 4.1.2 - Extracto da Carta Geológica à escala 1:1.000.000 do Atlas do Ambiente.

4.1.7 - SISMICIDADE

Existe uma actividade sísmica significativa no território português, caracterizada pela ocorrência de sismos históricos com magnitude estimada de cerca de 7. Contudo, a maioria da sismicidade nesta região apresenta uma magnitude fraca a moderada, na generalidade inferior a 5. Este é um dos factores que poderá indicar uma actividade tectónica recente.

Dado que a margem continental oeste-Ibérica corresponde a uma margem passiva, aquela actividade sísmica localizada no interior do território português é gerada em falhas activas no

FALHA

Área em estudo

Page 14: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 14

interior da placa litosférica euroasiática (sismicidade intraplaca). A distribuição dos epicentros mostra uma dispersão considerável, não sendo fácil correlacioná-los com as falhas activas conhecidas.

Os eventos sísmicos mais fortes de que há conhecimento no litoral português correspondem a sismos históricos ocorridos em diversas áreas, nomeadamente na região do vale inferior do Tejo, na plataforma continental a sul de Setúbal e na plataforma continental algarvia ao largo de Portimão e de Tavira.

O decreto-lei nº 235/83, de 30 de Maio de 1993, estabelece o Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSAEEP), actualmente em vigor.

No capítulo VI do referido diploma, considera-se, no território continental, a existência de 4 zonas. A área onde se inserem os traçados localiza-se na zona B, correspondendo a uma zona de sismicidade moderada a elevada, cujo coeficiente de sismicidade é igual a 0,7 (Figura 4.1.3).

Figura 4.1.3 - Zonas de Sismicidade Histórica (Fonte: Atlas do Ambiente)

Os acidentes tectónicos não são condicionantes do traçado, podendo ser tomados os coeficientes sísmicos relativos à Zona B, definidos no referido RSAEEP em vigor.

4.1.8 - VALORES GEOLÓGICOS

Uma parte da região onde se insere o traçado, em particular o Maciço Calcário Estremenho, é possuidora de um importante património geológico.

Page 15: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 15

O Maciço Calcário Estremenho, é constituído por formações calcárias do Jurássico, o qual se encontra representado por todos os seus andares. De um modo simplificado, as zonas elevadas correspondem a rochas do Dogger e as zonas deprimidas a rochas do Malm. Os primeiros calcários são predominantemente puros, pelo que estão bastante afectados por carsificação, traduzida em formas diversas de modelado superficial e subterrâneo.

Referem-se, de seguida, alguns dos locais de interesse geológico mais importantes situados nas proximidades do traçado.

Na zona NE da Serra de Aire, entre as povoações de Bairro e Pafarrão (cerca de 6 km para sul do km 16+000 da Solução Sul), localiza-se a bem conhecida Pedreira do Galinha, já classificada como monumento natural devido à existência de importantes trilhos de pegadas de dinossáurios, sendo o mais antigo testemunho conhecido de icnofósseis de saurópodes. Na zona de Reguengo do Fetal (imediatamente a NW desta localidade; a cerca de 4 km do início do traçado) é possível observar em várias pedreiras fácies de ambiente de praia-de-barreira, donde se destacam feixes de estratificação oblíqua planar e enconchada, depósitos de erosão da face-de-praia e unidades de acreção lateral. A este da povoação de Reguengo do Fetal (a cerca de 3 km do início do traçado), na estrada Batalha-Fátima, observa-se um interessante espelho de falha com estrias resultantes do movimento distensivo que provocou o levantamento do Dogger do Planalto de S. Mamede e o afundamento do Malm. Na direcção Fátima-Minde, perto de Giesteira (a cerca de 5 km da Ligação a Fátima), existe uma pedreira abandonada que mostra sequências cíclicas com vestígios de micropaleocarsos e finos níveis de paleossolos calcários. No Planalto de S. Mamede existem várias depressões cársicas fechadas, de contorno poligonal e fundo com depósitos argilosos que conferem a morfologia típica desta região (a sua maior expressão ocorre a sul da estrada Batalha-Fátima).

São muitas as formas do relevo subterrâneo da região, embora ainda mal documentadas e estudadas, mas com igual interesse geológico. Dentro daquelas a que o público tem acesso há a salientar as Grutas de Alvados (a cerca de 11 km para SSW do início do traçado), as Grutas de Santo António (a cerca de 15 km para sul do início do traçado), as Grutas de Mira de Aire (a cerca de 11 km para sul do início do traçado), a Gruta da Nascente do Almonda (a SE da Serra de Aire) e as Grutas da Moeda.

O Desenho FALB-EP-EIA-06 apresenta a área de protecção das Grutas da Moeda, localizadas junto à Ligação a Fátima do traçado em estudo, sendo um testemunho do estilo de circulação subterrânea da Plataforma de Fátima, possivelmente constituídas por múltiplos pontos de infiltração concentrada. De acordo com o PDM da Batalha (Resolução do Conselho de Ministros n.º 136/1995, publicada no DR 261, de 11 de Novembro), estas grutas estão incluídas na categoria de Espaços Naturais e de Protecção I, sendo objecto das seguintes medidas de protecção:

Interdição de qualquer edificação, excepto alterações e ampliações das existentes, de apoio à actividade turística e complementares da exploração, numa área envolvente de 100 m de afastamento, para cada um dos lados da protecção dos contornos à superfície das galerias e salas;

Page 16: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 16

Qualquer proposta de edificação deverá ser compatível com a conservação/manutenção das grutas;

Interdição de práticas de alteração da morfologia do terreno e sua impermeabilização envolvente, na envolvente de 100 m de projecção dos contornos à superfície das galerias e salas, com as excepções e justificações referidas anteriormente.

Deste modo, a área de protecção das Grutas da Moeda situa-se a cerca de 80 m W da PS 9F da Ligação a Fátima (da Solução Norte e da Solução Sul).

De acordo com informação do Centro de Interpretação da Gruta Almonda, existem vários algares na zona em estudo, sendo que dois deles, se localizam nas proximidades do traçado, um de pequenas dimensões, sensivelmente a 7 m de profundidade, próximo do Viaduto 1S e outro do Nó com EN 356, com cerca de 100 m de profundidade. Este último encontra-se de momento tapado, devido a obras da A1. Foi igualmente solicitada mais informação junto da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, não se tendo recebido até à data qualquer resposta (Anexo B1 e B2).

4.1.9 - RECURSOS MINERAIS

A região afecta ao traçado em estudo apresenta ocorrências de recursos minerais, essencialmente na área dos não metálicos, nomeadamente, as rochas ornamentais e industriais do Jurássico e as areias e argilas do Cretácico.

Os calcários a E de Reguengo do Fetal são extraídos para produção de brita. Estes calcários pertencem ao andar Batoniano e possuem uma elevada percentagem de CaO.

Os calcários do Maciço Calcário Estremenho são extraídos como rochas ornamentais devido à sua fácil manipulação, consequência da sua maciez derivante de uma diagénese pouco profunda que favorece o corte e escultura.

Referem-se, ainda, as explorações de dolomitos, localizadas no extremo NE da Serra de Aire, no anticlinal da Lagoa do Furadouro. O conteúdo em MgO é variável, oscilando entre 14 % e 19%, tratando-se de maciços dolomíticos penecontemporâneos, a que se sobrepõe dolomitização secundária (tectonização).

As argilas são exploradas em alguns barreiros para abastecimento de pequenas fábricas de cerâmica estrutural. A utilização de depósitos de areias não assume carácter relevante, sendo a sua extracção vocacionada para o saibro e cascalheira, visando a manutenção e construção de caminhos e estradas.

De forma a completar os trabalhos de campo, foram consultadas as entidades tutelares nesta matéria, designadamente as Câmaras Municipais dos concelhos abrangidos pelo projecto, as Direcções Regionais de Economia de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro, e o Instituto Geológico e Mineiro, de modo a obter-se informação relativa à existência de áreas de prospecção e pesquisa e de concessões.

Page 17: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 17

Segundo a Direcção Regional de Economia do Centro (DRE do Centro) na sua área de jurisdição (que abrange os concelhos de Leiria e Batalha), não serão interceptadas pelo traçado, nenhuma pedreira licenciada (Anexo B1). Foi contactada a Câmara Municipal da Batalha (Anexo B1), com o intuito de se recolher informação relativamente a licenciamentos camarários, no entanto, não se obteve qualquer resposta.

A Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo forneceu a localização das pedreiras licenciadas na sua área de jurisdição (Anexo B1), tendo-se verificado que das pedreiras que se encontram na área envolvente aos traçados em estudo, nenhuma será intersectada. Desta forma, foram cartografadas no Desenho FALB-EP-EIA-06, as cinco pedreiras que se encontram mais próximo dos traçados:

Pedreira n.º 5650, denominada “Verba” e explorada por Terraplenagens Oliveira & Brites, Lda, na freguesia de Atouguia, destinada à exploração de areias;

Pedreira com o n.º 5588, denominada “Cabeço de Cão”, e explorada pela firma Carfema – Soc. Tec. Mármores e Granitos, na freguesia de Alburitel, destinada à exploração de calcário;

Pedreira n.º 46, denominada “Vale dos Ovos”, explorada pela firma Mota & Companhia, S.A., localizada no concelho de Tomar, na freguesia da Sabacheira, destinada à produção de britas;

Pedreira n.º 3940, denominada “Cabeça Gorda nº3”, explorada pela firma Jorge & Ribeiro, Lda., localizada no concelho Tomar, na freguesia da Sabacheira, igualmente destinada à produção de britas.

Pedreira n.º 2499, denominada “O Mármore”, explorada pela firma Marmoz – C.I. de Mármores de Estremoz, Lda., localizada no concelho de Tomar, e freguesia da Beselga.

A Câmara Municipal de Leiria não possui quaisquer licenciamentos camarários de pedreiras na área de influência do traçado em estudo.

Não foi fornecida qualquer informação sobre pedreiras pelas Câmaras Municipais da Batalha, de Ourém e de Tomar (Anexo B1).

De acordo com informação do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) não existem condicionantes no âmbito dos recursos geológicos do domínio público na região afecta aos traçados, tendo fornecido uma lista com a localização das pedreiras existentes na região envolvente (Anexo B1), não se verificando deste modo, incompatibilidades com os traçados em estudo. O Desenho FALB-EP-EIA-06, relativo às condicionantes, apresenta a localização das pedreiras na zona envolvente ao traçado, com base nos dados fornecidos pelo IGM e pela DRE do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo.

Page 18: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 18

4.1.10 - HIDROGEOLOGIA E APTIDÃO AQUÍFERA DAS FORMAÇÕES

Sob o ponto de vista hidrogeológico, uma parte da região envolvente ao traçado em estudo é dominada por uma unidade central, correspondente ao Maciço Calcário Estremenho, que confina com três zonas com características próprias: a bordadura meso-cenozóica a NW, a bacia cretácica de Ourém a NE e a Bacia Terciária do Tejo a SE. O traçado em estudo intersecta principalmente os sistemas do Maciço Calcário Estremenho e da Bacia de Ourém, sendo que apenas um pequeno trecho se encontra inserido na Bacia Terciária do Tejo.

Ao nível da produtividade, as formações aquíferas atravessadas pelo traçado podem ser agrupadas em dois grupos:

As formações muito produtivas, correspondendo aos calcários do Dogger;

As formações de produtividade média a elevada, correspondendo aos calcários do Malm, formações calcárias e detríticas do Cretácico e formações detríticas do Miocénico e Quaternário.

O Sistema Aquífero do Maciço Calcário Estremenho é muito complexo, apresentando um comportamento típico de aquífero cársico, caracterizado pela existência de um reduzido número de nascentes perenes e várias nascentes temporárias com caudais elevados e variações elevadas ao longo do tempo.

É constituído por vários subsistemas que coincidem, aproximadamente, com as unidades morfo-estruturais que dividem o maciço. Cada um desses subsistemas está relacionado com uma nascente cársica perene e, por vezes, com várias nascentes temporárias.

Muitos dos furos de captação para água apresentam-se pouco produtivos ou mesmo improdutivos, dado que a água circula essencialmente através de galerias cársicas, por vezes, de grande capacidade de armazenamento, inserida num maciço rochoso de permeabilidade mais baixa. As captações com maior sucesso localizam-se perto das principais áreas de descarga ou em eixos principais de circulação subterrânea.

O Sistema Aquífero do Maciço Calcário Estremenho pode ser dividido nos sectores da Serra dos Candeeiros e Plataforma de Aljubarrota, Planalto de Santo António, as depressões de Mendiga, Alvados e Minde, a Serra de Aire e o Planalto de S. Mamede. O traçado apenas intersecta o último destes sectores.

O Sistema Aquífero de Ourém, cuja principal unidade aquífera é o complexo detrítico Cretácico, onde os depósitos detríticos do Miocénico e Quaternário e os calcários do Cenomaniano assumem um papel mais subordinado. Este complexo apresenta um comportamento hidrogeológico muito diversificado, dependente da composição litológica das formações que ocorrem, podendo dar lugar a níveis aquíferos importantes. Constitui, no seu conjunto, um aquífero poroso estratificado ou multicamada. Os aquíferos formam-se em níveis cascalhentos, na dependência dos níveis argilosos, podendo ser confinados ou semiconfinados.

Page 19: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 19

Os calcários do Cenomaniano não apresentam grande interesse como aquífero, quer para rega quer para consumo humano.

As zonas mais produtivas correspondem a furos instalados nos depósitos detríticos cretácicos, nas proximidades dos canais de escoamento dos principais cursos de água da região, apresentando artesianismo, por vezes, repuxante. Os casos de insucesso das captações são raros na região, verificando-se, pelo contrário, caudais médios da ordem dos 9 l/s.

No que se refere à drenagem subterrânea, em função das litologias atravessadas, verifica-se o seguinte:

As formações aluvionares e alúvio-coluvionares são caracterizadas por permeabilidade por porosidade. Originam aquíferos de toalha livre, alimentados pelo escoamento superficial, constituindo-se os depósitos acumulados nos vales das principais linhas de água, nomeadamente no vale da ribeira do Seiça. A posição do nível freático está directamente relacionada com o nível do curso de água onde se insere e sujeito, por isso, a variações sazonais bastante sensíveis.

As formações detríticas do Mio-Pliocénico, apresentam mediana permeabilidade por porosidade, geralmente de toalha livre, mas em virtude da existência de níveis mais argilosos, logo menos permeáveis, podem originar a existência de aquíferos suspensos;

Os terrenos do Jurássico Superior Oxfordiano (J3) e os terrenos do Cretácico Superior (C2) e do Cretácico Inferior, apresentam características hidrogeológicas distintas em função da sua litologia. A existência de litologias argilosas e as intercalações de margas funcionam como níveis pouco permeáveis, limitando a sua permeabilidade.

Finalmente, nos terrenos do Jurássico Médio (J2), o maciço calcário apresenta permeabilidade em grande, dado tratar-se de um meio fissurado e carsificado, infiltrando-se a água pelas diaclases, fissuras ou cavidades de dissolução no maciço. As águas irão alimentar nascentes nas zonas limítrofes do maciço calcário. O maciço patenteia grande permeabilidade, embora forte anisotropia, ligando-se os sumidouros a cavernas e algares, formando rios subterrâneos, mais ou menos hierarquizados, permitindo o escoamento das águas pluviais.

Em face das características litológicas e hidrogeológicas descritas e a julgar pelo padrão de drenagem da região, conclui-se que o grau de infiltração é essencialmente alto na zona do Maciço Calcário Estremenho e mediano a baixo na zona da Bacia de Ourém. O escoamento superficial encontra-se melhor desenvolvido nas formações detríticas cretácicas devido à presença de litologias mais argilosas. Por outro lado, no maciço calcário predominam condutas de grandeza variável que fazem a ligação directa entre a superfície topográfica e a rede de drenagem subterrânea.

Nas sondagens realizadas nestas formações não foi detectado o nível freático, devendo o mesmo situar-se a grandes profundidades, não sendo de esperar a sua ocorrência em taludes,

Page 20: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 20

mesmo no caso das maiores escavações. No entanto, nas zonas das cavernas ou lapiás preenchidas, seja com terra rossa, seja com materiais detríticos, principalmente cretácicos, poderão ocorrer níveis de águas suspensos, podendo conduzir a fenómenos erosivos nesses materiais.

4.1.10.1 - Águas Minerais

Na área afecta aos traçados em estudo, apenas se conhece uma referência a águas minerais, que de acordo com informação do IGM, existiu uma licença de exploração da Água de nascente, denominada “Água Leve – Sociedade de Exploração de Águas Engarrafadas, Lda”. Contudo, a referida licença caducou a 03.02.00, pelo que o recurso não se encontra presentemente atribuído (Anexo C), nunca tendo sido iniciada a exploração das águas. Da visita ao campo efectuada, não se identificou no local qualquer estrutura de captação de água. No Desenho FALB-EP-EIA-03 e na figura seguinte é apresentado o local previsto para esta exploração.

Figura 4.1.4 - Localização proposta para a exploração de águas engarrafadas – “Água Leve”

Na região envolvente estão representadas águas minero-medicinais nas termas da Batalha. Das três nascentes existente, duas delas localizam-se a E da estrada Batalha-Porto de Mós e, a terceira, junto do Moinho de Cima.

Page 21: 4 - CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO …

Consultores de Arquitectura

Paisagista e Ambiente, Lda. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D O A M B I E N T E A F E C T A D O P E L O P R O J E C T O

IC 9 - Fátima (A1)/Ourém (Alburitel) - Estudo Prévio - E.I.A. - RELATÓRIO SÍNTESE - TOMO IV.2.2 21

4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJECTO..........................1

4.1 GEOMORFOLOGIA, geologia e hidrogeologia.................................................................2

4.1.1 Introdução ............................................................................................................................2

4.1.2 Geomorfologia .....................................................................................................................2

4.1.2.1 Considerações Gerais ........................................................................................................................2

4.1.2.2 Estabilidade dos Taludes ...................................................................................................................5

4.1.2.3 Regime Erosivo .................................................................................................................................6

4.1.3 Geologia...............................................................................................................................6

4.1.3.1 Geologia Regional .............................................................................................................................6

4.1.4 Geologia Local.....................................................................................................................7

4.1.5 Metamorfismo....................................................................................................................11

4.1.6 Estrutura e Tectónica .........................................................................................................11

4.1.7 Sismicidade........................................................................................................................13

4.1.8 Valores Geológicos............................................................................................................14

4.1.9 Recursos Minerais..............................................................................................................16

4.1.10 Hidrogeologia e Aptidão Aquífera das Formações............................................................18

4.1.10.1 Águas Minerais................................................................................................................................20

Quadro 4.1.1 Extensões (em metros) das unidades geológicas presentes ao longo do traçado. ......................11

Figura 4.1.1 Unidades Hidrogeológicas (Fonte: Atlas do Ambiente).................................................2

Figura 4.1.2 Extracto da Carta Geológica à escala 1:1.000.000 do Atlas do Ambiente. ..................13

Figura 4.1.3 Zonas de Sismicidade Histórica (Fonte: Atlas do Ambiente).......................................14

Figura 4.1.4 Localização proposta para a exploração de águas engarrafadas – “Água Leve”..........20