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BOLETIM (IN)FORMATIVO - N.º 162 - ANO XIV - AGOSTO DE 2015 4 4 A VOZ DO DIRECTOR ESPIRITUAL No nosso último en- contro, eu ofereci uma reflexão preliminar de preparação remota para o Jubileu extraordinário de Maria anunciado pelo Papa Francisco. Eu ex- presso a profunda con- vicção de que o Jubileu deve ser uma fonte de imensa graça e alegria para toda a Igreja e, particularmente, para a Legião. Deixe-me resumir as palavras do Papa Bento XVI: “A misericórdia é o núcleo central da mensa- gem evangélica. Em nossa própria humanidade precisa de uma proclamação forte e testemunho da misericórdia de Deus. Ide em frente e sejais testemunhas da misericórdia de Deus, fonte de esperança para cada pessoa e para o mundo inteiro.” A Legião também deve colocar a Misericórdia de Deus no centro da sua vida interior e todos os seus apostolados. Hoje eu quero falar sobre o Sacramento da misericórdia e do seu lugar no Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco escreve: “Vamos colocar o Sacramento da Reconciliação, no centro, uma vez mais, de tal maneira que vai permitir que as pessoas possam tocar a grandeza da misericórdia de Deus com suas próprias mãos. Para cada penitente, será uma fonte de verdadeira paz interior’’. E eu acho que o que o Papa Francisco diz para Confes- sores só pode ser útil para os legionários. Em suma, confessores são chamados a ser um sinal do primado da misericórdia sem- pre, e em qualquer situação, não importa o quê. Os legionários também são chamados a ser sinais da misericórdia de Deus sempre e em toda a parte e eles devem ser especialistas em proclamar as boas novas deste sacramento e especialistas em levar as pessoas de volta à presença de boas-vindas do Cristo perdão no sacramento da paz. O Papa Francisco também diz aos confessores: “Tornamo-nos bons confessores sobretudo quando nos permitimos ser penitentes em busca de Sua mise- ricórdia.” É verdade para nós legionários também. Nós vamos ser capazes de falar de forma mais convincente da alegria e da paz deste sacramento para as pessoas que estão profundamente pouco à vontade com este sacramento e pode ser que há muito abandonaram-no completamente e devemos ter desenvolvido através da prática da graça e encontrado o hábito de encontrar a Cristo perdoando neste magníco sacramento. Lembramo-nos das palavras de Nosso Senhor; “Só assim, eu vos digo, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não ne- cessitam de arrependimento.” Esta alegria não foi connado para o céu. Lembro-me de tantos casos, quan- do os legionários têm sido muito felizes quando sob Deus e como instrumentos de Maria eles levaram alguém de volta aos sacramentos, especialmente no sacramento da misericórdia. Talvez, se um prae- sidium ou mesmo um conselho superior casse atolado na rotina, ou simplesmente perder um pouco do seu entusiasmo apostólico, pode ser que estamos a negli- genciar uma das grandes obras tradicionais da Le- gião, ou seja, buscando trazer as pessoas de vol- ta para os sacramentos como um objectivo central e tarefa da Legião? Seria bom perguntar quando foi a última vez que falou com ninguém sobre conssão ou está promovendo este sacramento um ver- dadeiro foco de nosso praesidium? O Jubileu seria um momento providencial para a Legião em todos os níveis e em todo o mundo para reacender a tradição dentro da Legião de salvar almas, colocando-as em contato com o Nosso Senhor nos Sacramentos. Porque é que o Sacramento da Reconciliação é tão sublime e especial? Simplicando, é porque neste sacramento nos encon- tramos realmente, verdadeiramente e pessoalmente a Pessoa do Cristo perdoando. É o lugar onde se reúne a cada misericórdia innita a miséria da pessoa humana causada pelo pecado e nos cura. Nós ouvimos pessoalmente as palavras de Cristo primeiro faladas na cruz: ‘’Pai, perdoa-lhes” Os méritos da paixão de Cristo são aplicados a nós, nossos pecados são perdoados e mais importante ainda estamos uma vez mais unidos a Nosso Senhor na amizade verdadeira. Mas fecundidade do sacramento exige fé e esta é a área onde as diculdades surgem frequentemente. Foi verdadeiramente dito que um dos piores efeitos do pecado é fazer-nos pensar que Deus deixa de nos amar. Ou que tenham cometido todos os pecados no livro e, cumulativamente, ao longo de muitos anos, eles se somam a ser além da misericórdia de Deus. Precisamos dizer suavemente, mas com absoluta clareza o ensinamento da Igreja sobre esta matéria. O Papa Francisco simplesmente repete o ensinamento constante quando ele es- creve: “Quando confrontados com a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude da misericórdia. A Misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar limites sobre o amor de Deus que está sempre pronto a perdoar ‘Ou, como Beato Columba Marmion coloca: “... A misericórdia de Deus é innitamente maior que nossa pecaminosidade’ Mas às vezes ele vai ser dito: o que acontece com o pecado imperdoável que Nosso Senhor fala sobre, o pecado contra o Espírito Santo? Neste momento, deixe-me citar Santa Catarina de Sena que, seguindo Santo Agostinho e São Tomás de Aqui- no argumenta que o único pecado imperdoável é a ofensa que considera um pecado de ser maior do que a misericórdia de Deus. Deixe-me apenas citar um parágrafo de muitos do Diálo- go de Santa Catarina: ‘Este é o pecado que nunca é perdoado, nem agora nem nunca; a recusa, o escárnio da minha misericór- dia. Isso ofende-me mais do que todos os outros pecados que cometeram. Então o desespero de Judas me desagradou mais e foi um insulto maior ao meu lho que sua traição tinha sido. Por- O SACRAMENTO DA MISERICÓRDIA Alocução pelo Rev. Pe. Bede Mc Gregor O. P., Director Espiritual do Concilium, na reunião de Julho de 2015 EU SOU TODO VOSSO, Ó MINHA RAINHA E MINHA MÃE, E TUDO QUANTO TENHO VOS PERTENCE C O N T A C T O S Legião de Maria – Dioceses de Mindelo e de Santiago de Cabo Verde — Regia Nossa Senhora da Graça — Cidade da Praia — Caixa Postal nº 113 Tels: Director Espiritual - (00238) 9927702, Presidente - 9923745/2633819/2612145/4150 Fax: (00238) 2614209 • e-mail: [email protected] SAIBA MAIS SOBRE A LEGIÃO DE MARIA NO MUNDO ATRAVÉS DE: www.legionofmary.ie ou www.legiaodemaria.com.br É desejável que a prática da devoção a Maria pelo legionário deve ser arredonda- do e dado o carácter distintivo que foi en- sinado por São Luís Maria de Montfort sob os títulos de “A Verdadeira Devoção” ou a “Escravidão de Maria”, e que está consagrada em seus dois livros, “Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” e “Se- gredo de Maria.” (Manual da Legião, Cap. 6. 5) “Além disso, a espiritualidade mariana, assim como a devoção correspondente, encontra uma fonte muito rica na experiência histórica dos indiví- duos e das várias comunidades cristãs presentes entre os diferentes povos e nações do mundo. A este respeito, gostaria de recordar, entre as muitas teste- munhas e mestres desta espirituali- dade, a gura de São Luís Maria de Montfort, que propõe consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como um meio ecaz para os cristãos a viver elmente os seus compro- missos batismais. “Tenho o prazer de observar que também no nosso tempo novas manifestações desta espiritualidade e devoção não fal- tam” (Papa João Paulo II: Redemp- toris Mater, 48). É intrigante que a Legião deve começar imediatamente após o que eu poderia chamar de uma ‘discussão Patrícia’ sobre o tema da TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIA verdadeira devoção, como se as mentes dos futuros membros tivessem de ser total- mente acli- matado a Maria antes que estivessem aptos para a adesão; antes que eles pudessem se tornar a Legião de Maria “(Frank Duff: Virgem Praedicanda, 21). “O facto é que não se pode enfatizar demais o valor da Verdadeira Devoção como um suplemento ao Manual e todo o sistema da Legião. As palavras de São Luís Maria de Montfort em elevar Nossa Senhora do nível de doutrina pura e dar-lhe substân- cia como uma pessoa, nossa Mãe com carga íntima de nossas vidas, absolutamente indispensável para nós, a nossa rainha, nosso líder, o próprio pensamento de quem ins- pira coragem e estimula uma para realizar o impossível “(Frank Duff:. A vitória através de Maria 39). Os seguintes livros sobre a ver- dadeira devoção a Maria estão disponíveis a partir do Concilium: Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. (São Louis Ma- rie de Montfort. O segredo de Ma- ria. (São Louis Marie de Montfort) O De Caminho Montfort . (Frank Duff) Verdadeira Devoção a Maria. (Rev. Michael Kennedy, CC) Continua na página 2

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BOLETIM (IN)FORMATIVO - N.º 162 - ANO XIV - AGOSTO DE 2015

44 A VOZ DO DIRECTOR ESPIRITUAL

No nosso último en-contro, eu ofereci uma reflexão preliminar de preparação remota para o Jubileu extraordinário de Maria anunciado pelo Papa Francisco. Eu ex-presso a profunda con-vicção de que o Jubileu

deve ser uma fonte de imensa graça e alegria para toda a Igreja e, particularmente, para a Legião. Deixe-me resumir as palavras do Papa Bento XVI: “A misericórdia é o núcleo central da mensa-gem evangélica. Em nossa própria humanidade precisa de uma proclamação forte e testemunho da misericórdia de Deus. Ide em frente e sejais testemunhas da misericórdia de Deus, fonte de esperança para cada pessoa e para o mundo inteiro.” A Legião também deve colocar a Misericórdia de Deus no centro da sua vida interior e todos os seus apostolados.

Hoje eu quero falar sobre o Sacramento da misericórdia e do seu lugar no Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco escreve: “Vamos colocar o Sacramento da Reconciliação, no centro, uma vez mais, de tal maneira que vai permitir que as pessoas possam tocar a grandeza da misericórdia de Deus com suas próprias mãos. Para cada penitente, será uma fonte de verdadeira paz interior’’. E eu acho que o que o Papa Francisco diz para Confes-sores só pode ser útil para os legionários. Em suma, confessores são chamados a ser um sinal do primado da misericórdia sem-pre, e em qualquer situação, não importa o quê. Os legionários também são chamados a ser sinais da misericórdia de Deus sempre e em toda a parte e eles devem ser especialistas em proclamar as boas novas deste sacramento e especialistas em levar as pessoas de volta à presença de boas-vindas do Cristo perdão no sacramento da paz. O Papa Francisco também diz aos confessores: “Tornamo-nos bons confessores sobretudo quando nos permitimos ser penitentes em busca de Sua mise-ricórdia.” É verdade para nós legionários também. Nós vamos ser capazes de falar de forma mais convincente da alegria e da paz deste sacramento para as pessoas que estão profundamente pouco à vontade com este sacramento e pode ser que há muito abandonaram-no completamente e devemos ter desenvolvido através da prática da graça e encontrado o hábito de encontrar a Cristo perdoando neste magnífi co sacramento.

Lembramo-nos das palavras de Nosso Senhor; “Só assim, eu vos digo, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não ne-

cessitam de arrependimento.” Esta alegria não foi confi nado para o céu. Lembro-me de tantos casos, quan-do os legionários têm sido muito felizes quando sob Deus e como instrumentos de Maria eles levaram alguém de volta aos sacramentos, especialmente no sacramento da misericórdia. Talvez, se um prae-sidium ou mesmo um conselho superior fi casse atolado na rotina, ou simplesmente perder um pouco do seu entusiasmo apostólico, pode

ser que estamos a negli-genciar uma das grandes obras tradicionais da Le-gião, ou seja, buscando trazer as pessoas de vol-ta para os sacramentos como um objectivo central e tarefa da Legião? Seria bom perguntar quando foi a última vez que falou com ninguém sobre confi ssão ou está promovendo este sacramento um ver-dadeiro foco de nosso praesidium? O Jubileu seria um momento providencial para a Legião em todos os níveis e em todo o mundo para reacender a tradição dentro da Legião de salvar almas, colocando-as em contato com o Nosso Senhor nos Sacramentos.

Porque é que o Sacramento da Reconciliação é tão sublime e especial? Simplifi cando, é porque neste sacramento nos encon-tramos realmente, verdadeiramente e pessoalmente a Pessoa do Cristo perdoando. É o lugar onde se reúne a cada misericórdia infi nita a miséria da pessoa humana causada pelo pecado e nos cura. Nós ouvimos pessoalmente as palavras de Cristo primeiro faladas na cruz: ‘’Pai, perdoa-lhes” Os méritos da paixão de Cristo são aplicados a nós, nossos pecados são perdoados e mais importante ainda estamos uma vez mais unidos a Nosso Senhor na amizade verdadeira. Mas fecundidade do sacramento exige fé e esta é a área onde as difi culdades surgem frequentemente. Foi verdadeiramente dito que um dos piores efeitos do pecado é fazer-nos pensar que Deus deixa de nos amar. Ou que tenham cometido todos os pecados no livro e, cumulativamente, ao longo de muitos anos, eles se somam a ser além da misericórdia de Deus. Precisamos dizer suavemente, mas com absoluta clareza o ensinamento da Igreja sobre esta matéria. O Papa Francisco simplesmente repete o ensinamento constante quando ele es-creve: “Quando confrontados com a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude da misericórdia. A Misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar limites sobre o amor de Deus que está sempre pronto a perdoar ‘Ou, como Beato Columba Marmion coloca: “... A misericórdia de Deus é infi nitamente maior que nossa pecaminosidade’

Mas às vezes ele vai ser dito: o que acontece com o pecado imperdoável que Nosso Senhor fala sobre, o pecado contra o Espírito Santo? Neste momento, deixe-me citar Santa Catarina de Sena que, seguindo Santo Agostinho e São Tomás de Aqui-no argumenta que o único pecado imperdoável é a ofensa que considera um pecado de ser maior do que a misericórdia de Deus. Deixe-me apenas citar um parágrafo de muitos do Diálo-go de Santa Catarina: ‘Este é o pecado que nunca é perdoado, nem agora nem nunca; a recusa, o escárnio da minha misericór-dia. Isso ofende-me mais do que todos os outros pecados que cometeram. Então o desespero de Judas me desagradou mais e foi um insulto maior ao meu fi lho que sua traição tinha sido. Por-

O SACRAMENTO DA MISERICÓRDIAAlocução pelo Rev. Pe. Bede Mc Gregor O. P., Director Espiritual do Concilium, na reunião de Julho de 2015

EU SOU TODO VOSSO, Ó MINHA RAINHA E MINHA MÃE, E TUDO QUANTO TENHO VOS PERTENCE

C O N T A C T O SLegião de Maria – Dioceses de Mindelo e de Santiago de Cabo Verde — Regia Nossa Senhora da Graça — Cidade da Praia — Caixa Postal nº 113

Tels: Director Espiritual - (00238) 9927702, Presidente - 9923745/2633819/2612145/4150 — Fax: (00238) 2614209 • e-mail: [email protected]

SAIBA MAIS SOBRE A LEGIÃO DE MARIA NO MUNDO ATRAVÉS DE: www.legionofmary.ie ou www.legiaodemaria.com.br

É desejável que a prática da devoção a Maria pelo legionário deve ser arredonda-do e dado o carácter distintivo que foi en-sinado por São Luís Maria de Montfort sob os títulos de “A Verdadeira Devoção” ou a “Escravidão de

Maria”, e que está consagrada em seus dois livros, “Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” e “Se-gredo de Maria.” (Manual da Legião, Cap. 6. 5)

“Além disso, a espiritualidade mariana, assim como a devoção correspondente, encontra uma fonte muito rica na experiência histórica dos indiví-duos e das várias comunidades cristãs presentes entre os diferentes povos e nações do mundo. A este respeito, gostaria de recordar, entre as muitas teste-munhas e mestres desta espirituali-dade, a fi gura de São Luís Maria de Montfort, que propõe consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como um meio efi caz para os cristãos a viver fi elmente os seus compro-missos batismais. “Tenho o prazer de observar que também no nosso tempo novas manifestações desta espiritualidade e devoção não fal-tam” (Papa João Paulo II: Redemp-toris Mater, 48).

É intrigante que a Legião deve começar imediatamente após o que eu poderia chamar de uma ‘discussão Patrícia’ sobre o tema da

TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIAverdadeira d e v o ç ã o , c o m o s e as mentes dos futuros m e m b r o s t i v e s s e m de ser total-mente acli-matado a Maria antes que estivessem aptos para a adesão; antes que eles pudessem se tornar a Legião de Maria “(Frank Duff: Virgem Praedicanda, 21).

“O facto é que não se pode enfatizar demais o valor da Verdadeira Devoção como um suplemento ao Manual e todo o sistema da Legião. As palavras de São Luís Maria de Montfort em elevar Nossa Senhora do nível de doutrina pura e dar-lhe substân-

cia como uma pessoa, nossa Mãe com carga íntima de nossas vidas, absolutamente indispensável para nós, a nossa rainha, nosso líder, o próprio pensamento de quem ins-pira coragem e estimula uma para realizar o impossível “(Frank Duff:. A vitória através de Maria 39).

Os seguintes livros sobre a ver-dadeira devoção a Maria estão disponíveis a partir do Concilium: Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. (São Louis Ma-rie de Montfort. O segredo de Ma-ria. (São Louis Marie de Montfort) O De Caminho Montfort . (Frank Duff) Verdadeira Devoção a Maria. (Rev. Michael Kennedy, CC)

Continua na página 2

Digníssimos irmãos legionários, mais uma vez, somos chamados a refl ectir sobre a devoção a Nossa Senhora. Devoção essa, que é a raiz do apostolado legionário.

É bom saber o que significa devoção para que tenha-mos a certeza de que somos verdadeiros devotos de Nossa Senhora. A palavra devoção vem da língua latina (devotio, -onis) e em português se traduz para dedi-cação, sacrifício, culto. Para nós, a devoção é igual a afecto, veneração, piedade, religiosidade.

Apelamos a todos a fazerem uma me-ditação individualmente sobre a nossa relação com Maria. Qual é o nosso sen-timento? Que atenção, carinho, ternura, amor, dedicamos à Virgem Santa?

A leitura espiritual afi rma que a nos-sa devoção à Mãe de Deus deve ser sincera e é um dever cumprido com muito gosto porque é o mais querido pelos legionários. Devemos descobrir meios de fortifi car a nossa devoção, porque quanto mais amamos a Maria, mais ainda somos fi lhos queridos e protegidos de Deus. O Manual recomenda sérias meditações e zelosas práticas, isto é, pensar sempre em Maria e praticar os seus ensinamentos, que é a mesma coisa que fazer o Cristo fez como Filho do Homem. «Era-lhes submisso».

Somos legionários de Maria. Portanto, tudo o que fazemos deve ser com Maria e por Maria. Daí que, a raiz, o princípio, a origem da nossa acção legionária depende da devoção que temos para com Maria. Quanto mais devotos somos de Nossa Senhora, mais ainda conseguimos prestar-lhe um serviço digno. A devoção traduz-se também por sacrifício, porque muitas vezes dar atenção a uma pessoa exige de nós um grande sacrifício e uma certa renúncia. Muitas pes-soas não entram na Legião, ou não são bons legionários, exactamente por causa da sua fraca devoção à Mãe de Deus. Não estão dispostos a sacrifi car um pouco do seu laser e do seu descanso, para ajudar a Nossa Senhora a cuidar dos seus outros fi lhos dispersos.

A verdadeira devoção a Maria nos leva a uma perfeita união compromete-dora, ou seja, a unirmos para cuidarmos uns dos outros, tornando-nos pedras vivas na construção do edifício espiri-tual. Caso contrário, estamos a danifi car a Legião de Maria, impedindo que os seus objectivos sejam alcançados.

Estamos a celebrar São Tiago Apóstolo, conhecido por Tiago Maior para diferenciar do outro São Tiago Apóstolo que é o Patrono da Nossa Diocese, celebrado no dia 3 de Maio. São Tiago Maior nasceu em Betsaida, era fi lho de Zebedeu e de Salomé, irmão de sangue do Apóstolo João Evangelista, estes dois foram os primeiros a serem chama-

dos por Cristo a deixarem as redes e seguir Jesus, passando a ser pescadores dos homens. Aceitaram prontamente e passaram a ser discípulos de Cristo. Assim como João, foi um grande amigo de Jesus. De entre os doze Apóstolos, Jesus tinha três que eram os mais íntimos. Pedro, Tiago e

João. Estes presenciaram vários mila-gres feitos por Jesus, inclusive a res-surreição dos mortos. Tiveram a graça de testemunhar a Transfi guração de Jesus no Monte Tabor. Eles eram muito apegados a Jesus. Tão grudados que quando Cristo anunciou a Sua paixão, morte e ressurreição, a mãe de Tiago, Salomé, percebendo da intimidade, da ligação, da dependência que os seus fi lhos tinham para com Jesus, então, de joelhos, pediu a Cristo Jesus: “Manda que estes meus dois fi lhos se sentem,

no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. A este pedido, achamos que se trata de arrogância de querer o primeiro lugar. Aliás todos os que estavam presentes fi ca-ram aborrecidos porque queriam eles o primeiro lugar. Na intervenção de Jesus, Ele lhes pergunta se estão dispostos a beberem o cálice que Ele bebe, responderam que sim. Esta preocupação da mãe, não deve ser vista somente no aspecto negativo de querer o primeiro lugar, mas também de uma entrega total nas mãos de Deus, depender e estar sempre juntamente com Deus. Como Jesus vai embora, ela não queria que os fi lhos fi cassem só, mas que fossem com Ele, sentando um à direita e outro à esquerda. Beber o cálice, signifi ca entregar-se ao martírio e São Tiago foi o primeiro apóstolo a ser martirizado por causa de Jesus. Ele seguiu Jesus até a morte. É isto que signifi ca beber cálice, entregar o corpo, o sangue, a vida toda nas mãos de Jesus. O exemplo de São Tiago é muito importante.

Anunciou a Boa Nova na Asia e Eu-ropa, particularmente em Espanha onde existe uma grande devoção a este Apóstolo e deram o seu nome a cidade de São Tiago de Compostela em Galiza. Entregou-se a Jesus até a morte. Seguindo o exemplo de São Tiago, devemos procurar ser íntimos de Jesus, capazes de beber o Seu cálice, que signifi ca morrer por Ele.

Segundo S. Luís Maria de Montfort, a devoção a Maria é a fonte de ins-

piração para os legionários. Às vezes fi camos sem saber o que pensar, dizer e fazer, como legionário, perante as inúmeras difi culdades. Sentimo-nos vulneráveis e insigni-fi cantes. Mas a solução está sempre em unirmos à Maria, desde a consagração na Acies, passando por momentos de profunda oração e só depois partir em acção apostólica, em consequência. Não devemos duvidar de que Maria sempre nos aponta Jesus que é a razão da nossa vida.

22 A LEGIÃO EM CABO VERDE

QUEM É ESTA QUE AVANÇA COMO A AURORA, FORMOSA COMO A LUA, BRILHANTE COMO O SOL, TERRÍVEL COMO UM EXÉRCITO EM ORDEM DE BATALHA?

ABRINDO AS PORTAS 3 3

“OS VERDADEIROS DEVOTOS DE NOSSA SENHORA”Alocução do Presidente da Regia na reunião do mês de Julho 2015

Com mais de 80% dos seus membros, no dia de São Tiago Maior, a Regia realizou mais uma reunião ordi-nária, com a honrosa presença da irmã Maria Augusta Furtado, legionária cabo-verdiana em Holanda, perten-cente ao Praesidium Nossa Senhora Estrela do Mar.

Nas correspondências, o Presidente da Regia acres-centou que faleceu a Tesoureira da Curia Nossa Senho-ra do Rosário de Ribeira Grande, irmã Maria de Fátima Pires, apesar de ser ainda uma pessoa relativamente jovem. Foi uma grande perda para os legionários e familiares da Ilha de Santo Antão Norte.

Foram apresentados todos os relatórios solicitados, sendo 1 de praesidium, 3 das curiae e 5 de comitia. O Presidente, antes de submeter os relatórios para análise, disse que nas intervenções não é preciso se preocupar em falar de todos os assuntos apresentados, mas escolher uma ou duas questões para comentar

e também não repetir os assuntos já tratados. Assim os presentes deram a sua opinião afi rmando que esta nova forma de apresentação está ganhando cada vez mais perfeição, louvaram boa percentagem de presença nas reuniões, os trabalhos de catequese, reza de um mistério de terço em cada casa, com acompanhamento das famílias para as casas seguintes, a expansão le-gionária na Calheta de São Miguel, junto das pessoas mais jovens e dos homens, proporcionando a criação de mais praesidia juvenis e adultos e aumento de número de homens e jovens na Legião, encontro de formação bíblica e sobre o tema “a Vida Interior dos Legionários”, a quantidade de membros pretorianos e adjutores, visitas aos alcoólicos e drogados, contactos de rua, jornadas apostólicas realizadas, casal que re-cebeu o sacramento e entrou na Legião, animação a moribundos e a doentes.

RESUMO DA REUNIÃO DA REGIA DE JULHO 2015

NOSSA SENHORA DA GRAÇA–––––o§o–––––

–––––o§o–––––

João Pereira Correia FurtadoPRAIA, 09 de Agosto de 2010

Http://joaopcfurtado.blogspot.com

N – Nossa Senhora, Ajoelhado rezo e peço O – Ó Mãe de todos os homens protegei-meS – Senhora dos mil títulos e de todas as graçasS – Sei, tu sabes, sou pecador e ingratoA – A tua bondade, só ela me acalenta...

S – Sou indigno da misericórdia do teu Filho, Mãe E – Estou sempre a tropeçar e sempre que levanto-meN – No chão me encontro de novo e fraco rezoH – Há esperança, sei que existe e és tu, MãeO – Os meus joelhos dobrados e humildementeR – Rogo pela tua intercessão junto ao Deus e...A – Ao teu Amado Filho que por mim morreu!

D – Dos teus braços espero me adormecer e...A – A tua sombra descansar minha Nossa Senhora

G – Grande é o teu Amor de Mãe e é neste Amor que R – Rogo-te, acolhe este teu indigno fi lho pecadorA – A esperança da tua intercessão é imensaÇ – Creio e acredito e tenho fé em ti e por ti rezoA – Ave Maria da Graça, o Senhor é contigo e Bendito é o teu Fruto!

tanto, tal como estes são reprovados por esse falso julgamento de considerar seus pecados maiores do que a minha misericór-dia, e por isso eles são punidos com os demónios e torturados eternamente com eles.

Vou ter que voltar a este tema da confi ssão outra vez. Mas vou deixá-los com uma última citação do Papa Francisco sobre o mistério da misericórdia de Deus: “A Igreja sente a urgente necessidade de anunciar a misericórdia de Deus. Sua vida é autêntica e credível somente quando ela se torna um arauto convincente de misericórdia. Ela sabe que sua tarefa primária, especialmente em um momento cheio de grandes esperanças

e sinais de contradição, é a introdução de todos para o mistério da misericórdia de Deus pela contemplação do rosto de Cristo. A Igreja é chamada acima de tudo para ser uma testemunha credível à misericórdia, professando-a e vivendo-a como o núcleo da revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, a partir das profundezas do mistério de Deus, eleva o grande rio de mi-sericórdia de Deus e transborda incessantemente. É uma fonte que jamais secará, não importa quantas pessoas abordá-la-ão. Toda a vez que alguém está em necessidade, ele ou ela pode abordá-lo, porque a misericórdia de Deus nunca termina. “O que Papa Francisco diz sobre a Igreja nesse número, eu acho que também pode ser aplicada em sua maior parte para a Legião.

Continuação da Página 4