4 a voz do director espiritual a legiÃo e obras ... · dogmática lumen gentium, sobre a igreja, e...

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BOLETIM (IN)FORMATIVO - N.º 174 - ANO XV - AGOSTO DE 2016 C O N T A C T O S Legião de Maria – Dioceses de Mindelo e de Santiago de Cabo Verde — Regia Nossa Senhora da Graça — Cidade da Praia — Caixa Postal nº 113 Tels: Diretor Espiritual - (00238) 9927702/9188623, Presidente - 9923745/9286438/2633819/2612145/4150 • e-mail: [email protected] SAIBA MAIS SOBRE A LEGIÃO DE MARIA NO MUNDO ATRAVÉS DE: https://legiaodemariacaboverde.wordpress.com/ www.legionofmary.ie www.legiaodemaria.com.br 4 4 A VOZ DO DIRECTOR ESPIRITUAL A LEGIÃO E OBRAS ESPIRITUAIS DE MISERICÓRDIA Alocução pelo Rev. Pe. Bede Mc Gregor O. P., Director Espiritual do Concilium, na reunião de julho de 2016 Durante vários meses, em preparação para o ano de Jubileu extraordinário da misericórdia, reetimos várias vezes sobre o papel da misericórdia na história e espiritualidade da Legião. Agora que estamos no meio deste ano cheio de graça, quero voltar a este grande tema, já que é praticamente impossível ter uma autêntica imagem de Deus ou um entendimento do futuro do apostolado sem uma apreciação do real signicado da misericórdia. Misericórdia é o nome mais profundo de Deus em relação à humanidade pecadora e ferida e todo apostolado é realmente deixar-nos ser instrumentos da misericórdia de Deus para o outro. Uma das grandes bênçãos do ano da mi- sericórdia até agora tem sido a produção de tantos livros, panetos e artigos de todos os aspetos da misericórdia divina. Os escritos do Papa Francisco em particular são verda- deiramente inspirador, útil e acessível, e eu recomendo fortemente que mergulharmos neles. Mas hoje eu gostaria de meditar sobre as obras espirituais de misericórdia como destaca o manual. Em primeiro lugar, sabemos que o amor ao nosso vizinho inclui descobrir e atender suas necessidades corporais e es- pirituais. Em outras palavras, o cristão é comprometido com o cuidado da pessoa inteira, corpo e alma. Não é uma questão de um ou outro, mas de ambos para o melhor de nossas ha- bilidades e oportunidades. Mas as necessidades da alma são extremamente importantes como as bem conhecidas palavras do Nosso Senhor: «que aproveita uma pessoa se ele ganhou todo o mundo e sofre a perda de sua alma.» (Marcos 08:36). A salvação das almas é o propósito claro e decisivo da vida de Jesus. Ele diz várias vezes de forma mais enfática: ‘Eu vim para chamar os pecadores’. Esse também é o propósito denidora da Legião. A salvação das almas é a mais sublime obra de misericórdia. Normalmente, explicando as obras corporais de misericórdia teólogos referem-se a base bíblica no capítulo 25 do Evange- lho de Mateus onde ele descreve como será o juízo nal. Isso está resumido nas palavras desaadoras: ‘tudo o que zeste ao menor dos meus irmãos a mim me zeste.’ Mas este texto de Mateus pode ser aplicado até mesmo mais profundamente a obras espirituais de misericórdia. Espiritualmente pobres morrendo de fome para a Eucaristia e você os trouxe para mim. Eles estavam sedentos para serem amados e você os ajudou a entender meu amor innito por eles em meu grito: ‘Tenho sede’. Na sua fraqueza humana e pecaminosidade que eles desesperaram de perdão e trouxeram para mim no Sacra- mento da divina misericórdia e perdão. Para os doentes e moribundos e aqueles que sofrem todo o tipo de so- frimento, físico e espiritual, vê-los simplesmente morrer uma morte indolor, mas você rezou com eles e ajudou-os a conhecer-me num julga- mento amoroso. Para aque- les que falharam ou foram ignorados por todos e mergulhados na solidão e abandono, você trouxe-me a eles e compartilhou com eles a alegria do Evangelho. Há assim muitos necessitados espiritualmente e humanamente desamparados nas prisões, hospitais, asilos e em tantos outros tipos de instituições e você me trouxe a eles pela sua presença e amizade com eles. Você não estava com medo de falar com eles sobre mim e como innitamente im- portante eles são para mim e o que eu z para eles para lhes mostrar meu amor. Tenha utilizado em tantas obras espirituais de misericórdia. Sejam bem-vindos ao meu reino por toda a eter- nidade. O desejo para a salvação das almas é o maior presente que eu dei para a Legião a pedido da minha mãe e o seu. Valor a isso. Como você provavelmente adivinhou, ter parafraseado só em diferentes palavras a muitas seções do manual e especialmente n.º 37, capítulos 6: ‘Trabalho para o mais mise- rável e desanimado da população’. Deixe-me citar apenas algumas das passagens mais desaadores no manual: ‘ até a Legião em qualquer centro posso dizer com verdade que seus membros conhecem pessoalmente e estão em contato de alguma forma com cada um dos membros das classes degra- dadas, seu trabalho deve ser considerado como sendo ainda numa fase de desenvolvimento incompleto e esforços neste sentido devem ser intensicados. ‘Nenhum pesquisador após as coisas raras e mais precio- sas da terra devem prosseguir o desejo do seu coração mais seriamente do que o legionário pressionando após estes ne- cessitados do mundo. Sua busca pode ser sua única chance de vida eterna. Frequentemente eles são tão inacessíveis às boas inuências que a prisão representa para eles uma bênção disfarçada,’ ou muito simplesmente a pergunta desaadora: ‘Qual é o preço que um homem deve dar para uma alma?’ Já falamos de Maria em outras reuniões como a mãe de mi- sericórdia, mas eu gostaria de dizer que, tal como a missão de Jesus é denida em termos de salvação dos pecadores, então também o coração maternal de Maria pode ser denido como um cuidado e amor para a salvação dos pecadores. Como sa- bemos, nossa Senhora apareceu em todo o mundo, e quando ela fala, ela tem a mesma mensagem em todos eles: ‘rogai por pecadores. Fazer penitência pelos pecadores.’ Uma das orações favoritas que ela nos ensinou é a oração de Fátima: ‘Ó meu Jesus, perdoai os nossos pecados, livrai-nos do fogo do inferno, levai todas as almas para o céu, especialmente aqueles que precisam de sua misericórdia. Aqueles que mais necessitam de misericórdia são especialmente a preocupação de Ma- ria e, portanto, da Le- gião. Então a Legião Reza todos os dias milhões de vezes: “Santa Maria, mãe de Deus rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Amém.’ EU SOU TODO VOSSO, Ó MINHA RAINHA E MINHA MÃE, E TUDO QUANTO TENHO VOS PERTENCE Os Ociais da Regia Nossa Senhora da Graça, motivados pela Festa de Nossa Senhora da Graça no dia 15 de agosto e com o desejo de aprofundarem mais o seu conhecimento, sugeriram uma reexão sobre o Cap. VIII do Concílio Vaticano II. Este Capítulo trata do tema: A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA. Mas Dada a sua complexidade convido aos legionários a possuírem o Documento CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II e façam a devida leitura sobre o preferido tema e quiçá organizarem palestras formativas sobre o mesmo. Porém partilho com o leitor o tema: Maria Mãe da Igreja. A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogê- nito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória. Foi, porém, em pleno Concílio Ecu- mênico Vaticano II, no dia 21 de novembro de 1964, que o Papa Paulo VI deu solenemente a Maria o título de “Mãe da Igreja”. Os Bispos do mundo inteiro acabavam de assinar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, e o Papa acabara de promulgar, em sessão pública, o novo documento, que implantaria os rumos futuros da eclesiologia e da prática pastoral. Os Padres Conciliares inseriram a doutrina mariana, a pessoa de Maria e sua função como co-redentora, no próprio documento sobre a Igreja, ressaltando a Mãe de Jesus como membro, tipo e modelo da Igreja. Maria é vista conexa ao mistério trinitário, em sua di- mensão cristológica, pneumatológica (Espírito Santo) e eclesiológica. Logo no início do capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado “A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja”, marca-se toda a linha de doutrina: “A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhe- cida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso lha predileta do Pai e sacrário do Espírito San- to. Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os éis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade lial como mãe amantíssima” (n. 53). Portanto, Concílio Ecumênico apresentou síntese tão vasta da doutrina católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. O Papa Paulo VI armou que queria consagrar à Virgem Mãe um título que sintetizasse o lugar privilegiado de Maria na Igreja. E declarou: “Para a glória da Vir- gem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos éis quanto dos pastores, que a chamam de Mãe amorosíssima. E queremos que, com este título suavíssimo, seja a Virgem doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão”. Na verdade, Maria ocupa um lugar especial na nossa casa, na vida Pessoal e Familiar. Como Mãe está sempre presente quer nos momentos de alegria quer nos de tristeza. Mas é sobretudo nos momentos de sofri- mento que ela se faz sentir como Mãe das dores sofrendo com os seus lhos espalhados pelo mundo. A nossa veneração e admiração por Ela se expressam de várias formas (hinos, cânticos, procissões e roma- rias) muitas vezes incompreensíveis por muitos! Que haja uma coerência entre a vida de fé e suas expressões! «PARA A GLÓRIA DA VIRGEM E PARA O NOSSO CONFORTO, PROCLAMAMOS MARIA SANTÍSSIMA MÃE DA IGREJA» Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – Agosto 2016

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BOLETIM (IN)FORMATIVO - N.º 174 - ANO XV - AGOSTO DE 2016

C O N T A C T O SLegião de Maria – Dioceses de Mindelo e de Santiago de Cabo Verde — Regia Nossa Senhora da Graça — Cidade da Praia — Caixa Postal nº 113

Tels: Diretor Espiritual - (00238) 9927702/9188623, Presidente - 9923745/9286438/2633819/2612145/4150 • e-mail: [email protected]

SAIBA MAIS SOBRE A LEGIÃO DE MARIA NO MUNDO ATRAVÉS DE: https://legiaodemariacaboverde.wordpress.com/ • www.legionofmary.ie • www.legiaodemaria.com.br

44 A VOZ DO DIRECTOR ESPIRITUAL

A LEGIÃO E OBRAS ESPIRITUAIS DE MISERICÓRDIAAlocução pelo Rev. Pe. Bede Mc Gregor O. P., Director Espiritual do Concilium, na reunião de julho de 2016

Durante vários meses, em preparação para o ano de Jubileu extraordinário da misericórdia, refl etimos várias vezes sobre o papel da misericórdia na história e espiritualidade da Legião. Agora que estamos no meio deste ano cheio de graça, quero voltar a este grande tema, já que é praticamente impossível ter uma autêntica imagem de Deus ou um entendimento do futuro do apostolado sem uma apreciação do real signifi cado da misericórdia. Misericórdia é o nome mais profundo de Deus em relação à humanidade pecadora e ferida e todo apostolado é realmente deixar-nos ser instrumentos da misericórdia de Deus para o outro.

Uma das grandes bênçãos do ano da mi-sericórdia até agora tem sido a produção de tantos livros, panfl etos e artigos de todos os aspetos da misericórdia divina. Os escritos do Papa Francisco em particular são verda-deiramente inspirador, útil e acessível, e eu recomendo fortemente que mergulharmos neles. Mas hoje eu gostaria de meditar sobre as obras espirituais de misericórdia como destaca o manual.

Em primeiro lugar, sabemos que o amor ao nosso vizinho inclui descobrir e atender suas necessidades corporais e es-pirituais. Em outras palavras, o cristão é comprometido com o cuidado da pessoa inteira, corpo e alma. Não é uma questão de um ou outro, mas de ambos para o melhor de nossas ha-bilidades e oportunidades. Mas as necessidades da alma são extremamente importantes como as bem conhecidas palavras do Nosso Senhor: «que aproveita uma pessoa se ele ganhou todo o mundo e sofre a perda de sua alma.» (Marcos 08:36). A salvação das almas é o propósito claro e decisivo da vida de Jesus. Ele diz várias vezes de forma mais enfática: ‘Eu vim para chamar os pecadores’. Esse também é o propósito defi nidora da Legião. A salvação das almas é a mais sublime obra de misericórdia.

Normalmente, explicando as obras corporais de misericórdia teólogos referem-se a base bíblica no capítulo 25 do Evange-lho de Mateus onde ele descreve como será o juízo fi nal. Isso está resumido nas palavras desafi adoras: ‘tudo o que fi zeste ao menor dos meus irmãos a mim me fi zeste.’ Mas este texto de Mateus pode ser aplicado até mesmo mais profundamente a obras espirituais de misericórdia. Espiritualmente pobres morrendo de fome para a Eucaristia e você os trouxe para mim. Eles estavam sedentos para serem amados e você os ajudou a entender meu amor infi nito por eles em meu grito: ‘Tenho sede’. Na sua fraqueza humana e pecaminosidade que eles desesperaram de perdão e trouxeram para mim no Sacra-

mento da divina misericórdia e perdão. Para os doentes e moribundos e aqueles que sofrem todo o tipo de so-frimento, físico e espiritual, vê-los simplesmente morrer uma morte indolor, mas você rezou com eles e ajudou-os a conhecer-me num julga-mento amoroso. Para aque-les que falharam ou foram

ignorados por todos e mergulhados na solidão e abandono, você trouxe-me a eles e compartilhou com eles a alegria do Evangelho. Há assim muitos necessitados espiritualmente e humanamente desamparados nas prisões, hospitais, asilos e em tantos outros tipos de instituições e você me trouxe a eles pela sua presença e amizade com eles. Você não estava com medo de falar com eles sobre mim e como infi nitamente im-portante eles são para mim e o que eu fi z para eles para lhes mostrar meu amor. Tenha utilizado em tantas obras espirituais de misericórdia. Sejam bem-vindos ao meu reino por toda a eter-

nidade. O desejo para a salvação das almas é o maior presente que eu dei para a Legião a pedido da minha mãe e o seu. Valor a isso.

Como você provavelmente adivinhou, ter parafraseado só em diferentes palavras a muitas seções do manual e especialmente n.º 37, capítulos 6: ‘Trabalho para o mais mise-rável e desanimado da população’. Deixe-me citar apenas algumas das passagens mais desafi adores no manual: ‘ até a Legião em qualquer centro posso dizer com verdade que

seus membros conhecem pessoalmente e estão em contato de alguma forma com cada um dos membros das classes degra-dadas, seu trabalho deve ser considerado como sendo ainda numa fase de desenvolvimento incompleto e esforços neste sentido devem ser intensifi cados.

‘Nenhum pesquisador após as coisas raras e mais precio-sas da terra devem prosseguir o desejo do seu coração mais seriamente do que o legionário pressionando após estes ne-cessitados do mundo. Sua busca pode ser sua única chance de vida eterna. Frequentemente eles são tão inacessíveis às boas infl uências que a prisão representa para eles uma bênção disfarçada,’ ou muito simplesmente a pergunta desafi adora: ‘Qual é o preço que um homem deve dar para uma alma?’

Já falamos de Maria em outras reuniões como a mãe de mi-sericórdia, mas eu gostaria de dizer que, tal como a missão de Jesus é defi nida em termos de salvação dos pecadores, então também o coração maternal de Maria pode ser defi nido como um cuidado e amor para a salvação dos pecadores. Como sa-bemos, nossa Senhora apareceu em todo o mundo, e quando ela fala, ela tem a mesma mensagem em todos eles: ‘rogai por pecadores. Fazer penitência pelos pecadores.’ Uma das orações favoritas que ela nos ensinou é a oração de Fátima: ‘Ó meu Jesus, perdoai os nossos pecados, livrai-nos do fogo do inferno, levai todas as almas para o céu, especialmente aqueles que precisam de sua misericórdia. Aqueles que mais necessitam de misericórdia são especia lmente a preocupação de Ma-ria e, portanto, da Le-gião. Então a Legião Reza todos os dias milhões de vezes: “Santa Maria, mãe de Deus rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Amém.’

EU SOU TODO VOSSO, Ó MINHA RAINHA E MINHA MÃE, E TUDO QUANTO TENHO VOS PERTENCE

Os Ofi ciais da Regia Nossa Senhora da Graça, motivados pela Festa de Nossa Senhora da Graça no dia 15 de agosto e com o desejo de aprofundarem mais o seu conhecimento, sugeriram uma refl exão sobre o Cap. VIII do Concílio Vaticano II. Este Capítulo trata do tema: A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA. Mas Dada a sua complexidade convido aos legionários a possuírem o Documento CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II e façam a devida leitura sobre o preferido tema e quiçá organizarem palestras formativas sobre o mesmo. Porém partilho com o leitor o tema: Maria Mãe da Igreja. A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogê-nito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória. Foi, porém, em pleno Concílio Ecu-mênico Vaticano II, no dia 21 de novembro de 1964, que o Papa Paulo VI deu solenemente a Maria o título de “Mãe da Igreja”. Os Bispos do mundo inteiro acabavam de assinar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, e o Papa acabara de promulgar, em sessão pública, o novo documento, que implantaria os rumos futuros da eclesiologia e da prática pastoral. Os Padres Conciliares inseriram a doutrina mariana, a pessoa de Maria e sua função como co-redentora, no próprio documento sobre a Igreja, ressaltando a Mãe de Jesus como membro, tipo e modelo da Igreja. Maria é vista conexa ao mistério trinitário, em sua di-mensão cristológica, pneumatológica (Espírito Santo) e eclesiológica. Logo no início do capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado “A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja”, marca-se toda a linha de doutrina: “A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhe-cida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de

um modo mais sublime e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso fi lha predileta do Pai e sacrário do Espírito San-to. Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os fi éis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade fi lial como mãe amantíssima” (n. 53). Portanto, Concílio Ecumênico apresentou síntese tão vasta da doutrina católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. O Papa Paulo VI afi rmou que queria consagrar à Virgem Mãe um título que sintetizasse o lugar privilegiado de Maria na Igreja. E declarou: “Para a glória da Vir-gem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fi éis quanto dos pastores, que a chamam de Mãe amorosíssima. E queremos que, com este título suavíssimo, seja a Virgem doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão”. Na verdade, Maria ocupa um lugar especial na nossa casa, na vida Pessoal

e Familiar. Como Mãe está sempre presente quer nos momentos de alegria quer nos de tristeza. Mas é sobretudo nos momentos de sofri-mento que ela se faz sentir como Mãe das dores sofrendo com os seus fi lhos espalhados pelo mundo. A nossa veneração e admiração por Ela se expressam de várias formas (hinos, cânticos, procissões e roma-rias) muitas vezes incompreensíveis por muitos! Que haja uma coerência entre a vida de fé e suas expressões!

«PARA A GLÓRIA DA VIRGEM E PARA O NOSSO CONFORTO,PROCLAMAMOS MARIA SANTÍSSIMA MÃE DA IGREJA»

Mensagem do Diretor Espiritual da Regia – Agosto 2016

22 A LEGIÃO EM CABO VERDE

QUEM É ESTA QUE AVANÇA COMO A AURORA, FORMOSA COMO A LUA, BRILHANTE COMO O SOL, TERRÍVEL COMO UM EXÉRCITO EM ORDEM DE BATALHA?

ABRINDO AS PORTAS 3 3

Foi no passado dia 30 de julho em que a Regia realizou mais uma reunião ordinariamente com a presença, pela primeira vez, do Presidente da Curia Nossa Senhora de Fátima de Santa Catarina do Fogo, irmão Djonzinho, para além de outros novos membros, conforme a agenda em anexo, em que um dos pontos altos da reunião foi a apresentação de 10 relatórios, sendo 1 de praesidium, 4 de curiae e 5 de comitia. No momento de análise, os intervenientes louvaram todos os relatórios apresentados, destacando do Praesidium Nossa Senhora de Ajuda de São Francisco que apesar de perderam membros, não perderam a esperança e com apoio de Nossa Senhora fi zeram um bom trabalho com excelentes resultados como por exemplo os 15 jovens que crismaram, as crianças que passaram para o volume seguinte, receberam o batismo, fi zeram a 1.ª Comunhão e as Festas da Palavra e da Vida. Foi muito bom a realização de jornadas apostólicas, indo às periferias, abrangendo quase todas as comunidades com bons resultados, identifi cando as crianças para o batismo e pessoas para sacramento, impedindo o avanço das seitas nas comunidades. Que é necessário continuar com as jornadas principalmente no tempo de catequese, incentivando os pais a matricularem os fi lhos para a catequese. Realçaram a superação das grandes dificuldades da Legião em Santa Catarina do Fogo e participação do Pároco e Diretor Espiritual nas reuniões. Afi rmaram que a Legião esteve na linha de frente na organização das peregrinações à Porta Santa neste Ano Jubilar de Misericórdia. Aconselhou-se que talvez não devemos incorporar

imediatamente os jovens recém-crismados na Legião, por causa das grandes exigências. Seria melhor integrá-los pouco a pouco nos serviços pastorais, visitando os doentes, presos, rezando com as famílias, prestando serviços sociais e na medida que vão ganhando ritmo integrá-los na Legião. Insistiu-se de novo que os relatórios dos conselhos legionários tenham apenas um assunto e que seja resumido de modo a permitir um amplo debate. Acrescentou-se ainda que o caderno do vice-presidente do praesidium e de qualquer conselho legionário, na sua última página, permite o registo de participação dos ofi ciais na reunião do conselho superior, que deve ser preenchido todos os meses e na altura de apresentação dos relatórios é só tirar os dados.

Recomenda-se a todos os conselhos legionários que aproveitam o tempo de verão e férias escolares para a realização de encontros/convívios e de formação com os jovens legionários.

O irmão Francisco Gonçalves Pina (Djonzinho) disse que fi cou grato por estar na reunião da Regia, que vai levar muitas informações e espera que na próxima vinda à Praia seja de novo convidado. A irmã Maria do Rosário disse que fi cou muito satisfeita com visita de José Luís e Elizeu à ilha do Fogo, que ela entrou na Legião de Maria a bem pouco tempo, com força, agradece a Deus por ter recebido muito apoio para enfrentar grandes problemas familiares que teve ultimamente. Ficou muito grata por ter assistido a reunião da Regia. O Presidente da Regia agradeceu a presença de todos.

RESUMO DA REUNIÃO DA REGIA DE JULHO 2016

Nestes últimos meses muitos legionários terminaram a sua carreira na terra:

Na ilha de Boa Vista foi a irmã Gregória do Praesidium Nossa Senhora do Rosário de Sal Rei que morreu repentinamente.

Em São Vicente foi o irmão Pedro Bettencourt que foi Presidente da Curia Nossa Senhora da Luz depois de ter estado vários anos doente e acamado.

Na Guiné-Bissau foi a irmã Leonilde Monteiro Vieira, mais conhecida por Milocas Vieira, Presidente da Curia do Cristo Redentor.

–––––o§o–––––

NOTAS DE FALECIMENTOSEm Santo Antão foi a irmã Maria, mais conhecida

por Bibi de Fontainhas, legionária do Praesidium Nossa Senhora do Livramento de Ponta do Sol.

Em Santa Catarina de Santiago, faleceu o irmão Domingos Teixeira, que era Tesoureiro do Comitium Nossa Senhora de Fátima em Assomada.

A Regia em nome de todos os irmãos legionários, apresenta as sentidas condolências aos familiares, amigos e conhecidos, na certeza de que «… terminada a batalha da vida a nossa Legião possa reunir-se sem uma só perda no Reino do Vosso Amor e Glória. Ámen».

«Salve Maria a todos os irmãos legionários em Cristo Misericordioso. No mês de agosto celebramos dois grandes acontecimentos marcantes na vida de Nossa Senhora: A Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, no dia 15, e a Sua Coroação como Rainha do Ceu e da Terra, dos Anjos e Santos e de todos os homens, no dia 22. Para que possamos melhor con-templar esses factos precisamos conhecer e fazer conhecer me-lhor Maria, a Santa Mãe de Deus. Por isso sugerimos a leitura espiritual no capítulo 5, números 6 e 7 do Manual da Legião de Maria.

Oh! Se Maria fosse conhecida! – Maria que é a mais bela, a mais formosa, a mais sublime de todas as criaturas, não deve permanecer no anonimato. Conhecer Maria não é simplesmente saber que ela é a fi lha de Santa Ana e São Joaquim ou que foi uma simples e humilde jovem de Nazaré. Conhecer Maria implica saber as razões da sua existência, como nos ensina o Manual da Legião, ela esteve presente no pensamento de Deus desde toda a eternidade. Na primeira reação negativa do homem em relação ao Criador, O Todo-Poderoso prometeu uma Nova Eva para restabelecer a comunhão fraterna entre Deus e a humanidade. Maria não passou a existir por uma simples intervenção divina, como tem acontecido com todos nós. Como disse Pio IX, Ela é a maravi-lha inefável do Altíssimo. Apesar de ser tirada do nada, o Criador a traba-lhou mais que nenhuma outra criatura, elevando-a a um imenso estado de graça. Conhecer Maria é interiorizar-se de todas as suas virtudes espirituais. Quem realmente conhece Maria é sem dúvida uma pessoa profundamente humilde e cheia de sim-plicidade, é uma pessoa obediente e perfeita nas suas ações, é uma pes-soa amável e acolhedora,

disposta a sacrifi car-se pelos outros, é uma pessoa paciente e cada vez mais pura, é uma pessoa de muita fé e oração, é uma pessoa que faz tudo sem esperar nada em troca.

Levar Maria ao Mundo – O mundo está perdido porque Maria não é reconhecida como a Santa Mãe

de Deus, porque os homens não querem receber Maria como sua própria Mãe em sua casa, ou seja, no seu coração como fez João Evangelista. Ir-mãos legionários, nes-te mundo de irreligio-sidade, neste mundo de indiferença, neste mundo de cada um por

si e Deus por todos, o Manual nos ensina que se os homens vivessem no íntimo do seu ser a espirituali-dade mariana, a serpente seria totalmente esmagada. É necessário que Maria passe à frente, que não fi que atrás e nem fi que ao lado, mas que esteja à nossa frente, destruindo a cabeça da cobra venenosa. Maria precisa hoje de cada um de nós, particularmente dos legionários, para que ninguém fi que órfão. Uma pes-soa órfã, naturalmente é infeliz. E uma pessoa infeliz não é capaz de reconhecer o brilho da luz, da graça e do amor que existe no mundo. A vida sem graça e sem amor é uma vida de treva, dominada pelas forças do mal. A humanidade precisa reconhecer que Maria é a Imaculada, por isso foi elevada ao Céu em carpo e alma e porque é a mais sublime de todas as cria-

turas, foi coroada como Nossa Rainha e nos pede incessantemente, fazei tudo o que Ele, Jesus Cristo, Seu Filho, vos dis-ser, rezai pela conversão dos pecadores, praticai as obras de misericórdia corporais e espirituais porque é este o caminho que nos resgata das per-versidades e nos leva a contemplar Deus e Maria no Céu. Seja Louvado o Nosso Senhor Jesus Cristo».

«CONHECER MARIA IMPLICA SABER AS RAZÕES DA SUA EXISTÊNCIA»Alocução do Presidente da Regia na reunião do mês de Julho 2016