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3º Trimestre de 2015: A Igreja e o seu Testemunho as ordenanças de Cristo nas cartas pastorais Portal Escola Dominical www.portalebd.org.br Ajude a manter este trabalho Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico Banco do Brasil Ag. 0300-X C/c 35.720-0 PORTAL ESCOLA DOMINICAL 3º Trimestre de 2015 - CPAD A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO as ordenanças de Cristo nas cartas pastorais Comentários da revista da CPAD: Elinaldo Renovato de Lima ESBOÇO Nº 2 LIÇÃO Nº 2 O EVANGELHO DA GRAÇA Somos salvos pela graça de Deus, que foi trazida por Cristo Jesus. INTRODUÇÃO - Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, mais precisamente o seu primeiro capítulo. - Timóteo deveria afastar o perigo dos crentes judaizantes lembrando a igreja de Éfeso que a nossa salvação é pela graça de Deus. I A MISSÃO CONFIADA POR PAULO A TIMÓTEO - Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, mais precisamente o seu primeiro capítulo. - Paulo, na saudação inicial a seu filho na fé de Timóteo, identifica-se como apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa. Logo de início, Paulo lembra que seu apostolado era resultado de um desígnio divino. Sua autoridade que lhe permitia escrever esta carta era fruto exclusivo de um mandado divino e a razão de termos esperança em Cristo Jesus, pois foi Ele, e somente Ele, quem pôde fazer o que havia feito na vida de Paulo. - Como afirma William Hendriksen: “…Talvez com o fim de facilitar para Timóteo a execução das instruções que Paulo está para ministrar-lhe, e também com o fim de acrescentar peso às palavras de incentivo contidas nesta carta, o escrito acresceu a seu nome as palavras um apóstolo de Cristo Jesus. Timóteo necessita saber que esta carta não é apenas um substituto de um bate-papo amigavelmente confidencial, ainda quando ,sua tonalidade é naturalmente muito cordial, porquanto é um amigo que realmente está escrevendo a um amigo. A carta, contudo, se ergue acima do nível puramente humano. O escritor, por certo, é um amigo, mas também um apóstolo de Cristo Jesus.…” (1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito. Trad. de Válter Graciano Martins, p.62). - Em seguida, dirige-se a Timóteo como “meu verdadeiro filho na fé”, a demonstrar todo o seu carinho e afeto que dispensava a este seu cooperador, que, já em tenra idade, passara a acompanhar o apóstolo, no início da sua segunda viagem missionária, quando se juntou, por vontade de Paulo, na equipe do apóstolo (At.16:1-3). - Saúda a Timóteo com a graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai e da de Cristo Jesus, nosso Senhor, incluindo, como vimos na lição anterior, a misericórdia, um elemento essencial para o exercício do ministério pastoral. Como afirma Tomás de Aquino: “…porque os prelados precisam de muitos dons e virtudes” (AQUINO, Tomás de. Comentário à Primeira Epístola de Paulo a Timóteo. Trad. castelhana do texto latino por J.I.M. México: Editorial Tradición, 1977. Cit. I Tm.1:1,2, n.2, Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 6 maio 2015) (tradução nossa de texto em espanhol). OBS: “…A bênção é: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai. Alguns têm observado que, embora em todas as epístolas às igre jas a bênção apostólica graça e paz, nessas duas epístolas a Timóteo e na epístola a Tito encontramos: graça, misericórdia e paz: como se os ministros tivessem mais necessidade da misericórdia de Deus do que outros homens. Os ministros necessitam de mais graça do que outros, para realizar seu dever com fidelidade; e precisam de mais misericórdia do que outros, para perdoar o que está errado neles. E se, Timóteo, um ministro tão notável, necessitava da misericórdia de Deus, e precisava crescer e prosseguir nela, quanto mais nós, ministros, precisamos dela nesses tempos

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Caramuru - Esboço

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  • 3 Trimestre de 2015: A Igreja e o seu Testemunho as ordenanas de Cristo nas cartas pastorais

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    PORTAL ESCOLA DOMINICAL 3 Trimestre de 2015 - CPAD

    A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO as ordenanas de Cristo nas cartas pastorais Comentrios da revista da CPAD: Elinaldo Renovato de Lima

    ESBOO N 2

    LIO N 2 O EVANGELHO DA GRAA Somos salvos pela graa de Deus, que foi trazida por Cristo Jesus.

    INTRODUO

    - Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epstola de Paulo a Timteo, mais

    precisamente o seu primeiro captulo.

    - Timteo deveria afastar o perigo dos crentes judaizantes lembrando a igreja de feso que a nossa salvao

    pela graa de Deus.

    I A MISSO CONFIADA POR PAULO A TIMTEO

    - Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epstola de Paulo a Timteo, mais

    precisamente o seu primeiro captulo.

    - Paulo, na saudao inicial a seu filho na f de Timteo, identifica-se como apstolo de Jesus Cristo,

    segundo o mandado de Deus, nosso Salvador e do Senhor Jesus Cristo, esperana nossa. Logo de incio,

    Paulo lembra que seu apostolado era resultado de um desgnio divino. Sua autoridade que lhe permitia

    escrever esta carta era fruto exclusivo de um mandado divino e a razo de termos esperana em Cristo Jesus,

    pois foi Ele, e somente Ele, quem pde fazer o que havia feito na vida de Paulo.

    - Como afirma William Hendriksen: Talvez com o fim de facilitar para Timteo a execuo das instrues que Paulo est para ministrar-lhe, e tambm com o fim de acrescentar peso s palavras de

    incentivo contidas nesta carta, o escrito acresceu a seu nome as palavras um apstolo de Cristo Jesus.

    Timteo necessita saber que esta carta no apenas um substituto de um bate-papo amigavelmente

    confidencial, ainda quando ,sua tonalidade naturalmente muito cordial, porquanto um amigo que

    realmente est escrevendo a um amigo. A carta, contudo, se ergue acima do nvel puramente humano. O

    escritor, por certo, um amigo, mas tambm um apstolo de Cristo Jesus. (1 Timteo, 2 Timteo e Tito. Trad. de Vlter Graciano Martins, p.62).

    - Em seguida, dirige-se a Timteo como meu verdadeiro filho na f, a demonstrar todo o seu carinho e afeto que dispensava a este seu cooperador, que, j em tenra idade, passara a acompanhar o apstolo, no

    incio da sua segunda viagem missionria, quando

    se juntou, por vontade de Paulo, na equipe do apstolo (At.16:1-3).

    - Sada a Timteo com a graa, misericrdia e paz da parte de Deus nosso Pai e da de Cristo Jesus, nosso

    Senhor, incluindo, como vimos na lio anterior, a misericrdia, um elemento essencial para o exerccio do

    ministrio pastoral. Como afirma Toms de Aquino: porque os prelados precisam de muitos dons e virtudes (AQUINO, Toms de. Comentrio Primeira Epstola de Paulo a Timteo. Trad. castelhana do texto latino por J.I.M. Mxico: Editorial Tradicin, 1977. Cit. I Tm.1:1,2, n.2, Disponvel em:

    http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 6 maio 2015) (traduo nossa de texto em

    espanhol).

    OBS: A bno : graa, misericrdia e paz, da parte de Deus Pai. Alguns tm observado que, embora em todas as epstolas s igrejas a bno apostlica graa e paz, nessas duas epstolas a Timteo e na epstola a Tito encontramos: graa, misericrdia e paz: como se os ministros

    tivessem mais necessidade da misericrdia de Deus do que outros homens. Os ministros necessitam de mais graa do que outros, para realizar

    seu dever com fidelidade; e precisam de mais misericrdia do que outros, para perdoar o que est errado neles. E se, Timteo, um ministro to

    notvel, necessitava da misericrdia de Deus, e precisava crescer e prosseguir nela, quanto mais ns, ministros, precisamos dela nesses tempos

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    em que temos to pouco do seu esprito excelente! (HENRY, Matthew. Comentrio Novo Testamento Atos a Apocalipse edio completa. Trad. de Degmar Ribas Jnior, p. 683).

    - Paulo inicia sua carta propriamente dita lembrando a Timteo que o havia mandado para feso

    quando partiu para a Macednia com uma misso, qual seja, advertir a alguns daquela igreja que no

    ensinassem outra doutrina nem se dessem a fbulas ou a genealogias interminveis, que mais

    produzem questes do que edificao de Deus, que consiste na f (I Tm.1:3,4).

    - Por este incio, observamos que Paulo, muito provavelmente depois de ter sido solto de sua primeira priso

    em Roma, partiu para Filipos, como era o seu desejo e promessa (Fp.1:23-26), tendo, porm, mandado que

    Timteo partisse para feso, pois tinha notcias de que os judaizantes estavam a perturbar aquela igreja

    local.

    - Ainda na primeira priso em Roma, Paulo havia escrito uma carta aos efsios, onde ensinou aquela igreja

    local que era a Igreja e como deveramos nos comportar enquanto pertencentes a este novo povo de Deus,

    formado tanto por judeus e gentios, numa comunho com o Senhor Jesus que simbolizada pelo casamento,

    formando um corpo com o Senhor, que a cabea deste corpo, que vivia em contnuo aperfeioamento dos

    santos.

    - Paulo, que sabia que nunca haveria de ver o rosto dos crentes em feso (Cf. At.20:25), tendo sabido deste

    grave problema doutrinrio, mandou que Timteo fosse para a igreja em feso e ali assumisse a direo

    daquela igreja, a fim de impedir que houvesse este desvio doutrinrio, que seria fatal para a vida espiritual

    daquela igreja local.

    - A igreja em feso j estava a sentir o mal causado pelos lobos cruis que no perdoariam o rebanho (At.20:29), sendo que estes primeiros lobos eram precisamente aqueles que estavam a ensinar outra doutrina, dando-se a fbulas e a genealogias interminveis que mais produzem questes do que edificao de Deus, que consiste na f.

    - Que outra doutrina seria esta? todo e qualquer ensinamento que no se encontrava na doutrina

    crist, na s doutrina. Era todo e qualquer ensino que no se encontra no Evangelho de Jesus Cristo, que simples (II Co.11:3) e no pode ser acrescentado ou diminudo (Ap.22:18,19).

    _ Certas pessoas vivem sempre ansiosas para dar as boas-vindas a tudo o que novo ou diferente. Como os atenienses de outrora que de nenhuma outra coisa cuidavam seno em dizer ou ouvir algo novo (At.17:21). Deleitavam-se em medir sua fora contra tudo aquilo que consideravam antigo ou fora de moda.

    s vezes, ainda encontramos essa tendncia nas universidades e seminrios, onde alguma mentes imaturas,

    que apenas iniciaram um estudo sistemtico do antigo e j estabelecido, proclamam estridentemente o novo,

    acerca do que nada sabem. (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.73).

    - Nos dias em que vivemos, no tem sido diferente. H muitas fbulas, verdadeiras histrias da carochinha que andam sendo pregadas por muitos em nossas igrejas locais, que esto a ensinar outra doutrina e no o Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

    - As fbulas so histrias inventadas, verdadeiras fices, que no encontram qualquer respaldo nas Escrituras e que tm sido, a exemplo do que acontecia em feso, ensinadas para o povo que, incauto, por

    no ter conhecimento da Bblia Sagrada, acabam crendo nestas invencionices que tanto mal trazem igreja.

    - Paulo, sabendo que jamais iria a feso, preocupado com o mal que poderiam causar tais ensinamentos,

    mandou Timteo para l, a fim de que ele impedisse a proliferao destes falsos ensinos, que, como prova

    de que no tinham origem divina, causavam mais questes do que edificao de Deus.

    - Uma das maiores demonstraes de que a outra doutrina uma armadilha de Satans para a igreja o fato de que estes ensinos causam dissenses, divises, pelejas, porfias e inimizades, que so obras da carne

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    (Gl.5:19,20), caracterstica de quem no tem o Esprito (Jd.19), ou seja, agentes diablicos que procuram

    fragmentar o corpo de Cristo, que tm como objetivo causar a morte espiritual de muitos.

    - Essas pessoas ensinam um evangelho diferente. Isto no precisa significar necessariamente que ensinam contra o evangelho! Anunciam algo diferente do evangelho, e o anunciam de modo diferente. As

    fbulas e as genealogias no so o evangelho. A forma como essas doutrinas ensinam a lei diferente do

    que o evangelho requer. Nenhuma das duas forma de proclamao condizente com o evangelho. Essas

    doutrinas levam a errar o alvo, conduzem para longe. No edificam, no promovem, mas destroem. Isso

    pode, durante muito tempo, passar despercebido tanto aos iniciantes como aos ouvintes e adeptos. O efeito

    destrutivo secreto e sorrateiro, expandindo-se lentamente como uma infeco cancerosa. Por isso preciso

    enfrent-las abertamente e com a autoridade do Senhor. (BRKI, Hans. Cartas a Timteo 1 Timteo. Trad. de Werner Fuchs, p.24) (destaques originais).

    - Timteo, como pastor em feso, tinha de advertir alguns para que no ensinassem outra doutrina. Sua misso era impedir que este falso ensino fosse ministrado na igreja. essencial ao ministrio pastoral a

    advertncia aos crentes contra os falsos ensinamentos, contra as heresias, fundamental e indispensvel ao

    pastor que previna os crentes para que no sejam contaminados com este veneno doutrinrio que lanado

    pela antiga serpente no meio do povo de Deus.

    - Infelizmente, muitos pastores tm se omitido neste ponto, deixando que falsos ensinos e doutrinas sejam

    ensinados em nossos plpitos, permitindo que hinos com heresias e ensinamentos fantasiosos sejam cantados, gerando um conhecimento distorcido nas mentes dos crentes, mxime nos dias em que vivemos

    quando a frequncia a Escolas Bblicas Dominicais e a cultos de ensino tem diminudo.

    - muito grave o momento por que passa a igreja neste ponto, ante a omisso dos pastores. Saudades temos

    daquela poca em que os dirigentes no titubeavam em cassar a palavra dos pregadores que estivessem a

    ensinar ou a pregar outra doutrina, zelando pela sade espiritual do rebanho do Senhor. Torna-se absolutamente necessrio que voltemos a estes tempos, pois foi por esta causa que o apstolo Paulo mandou

    Timteo para feso.

    - No se pode ter a mnima tolerncia com a outra doutrina em nossas igrejas locais, porquanto no sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? (I Co.5:6b). Se permitirmos que falsos ensinos se insiram, inclusive atravs de cnticos que esto na mdia, no meio de nossas igrejas locais, estaremos contaminando todo o rebanho de Deus, permitindo que ele morra por envenenamento espiritual.

    - importante observar que a expresso fbulas ou genealogias interminveis , segundo os principais intrpretes das Escrituras, uma expresso uma. A expresso mitos e genealogias uma. No deve ser dividida como se Paulo estivesse pensando nos mitos, de um lado, e nas genealogias, do outro.

    Indubitavelmente, o apstolo est pensando nos suplementos da lei (ver v.7), meros mitos ou fbulas (II

    Tm.4:4), casos de velhas caducas (I Tm.4:7), que eram definidamente de carter judaico (Tt.1:4). Medido

    pela regra da verdade, o que esses seguidores do erro ensinavam merecia o nome de mitos. Quanto ao

    contedo material, esses mitos tinham de que ver com relatos genealgicos que, em grande medida, eram

    fictcios. Prontamente sentimos que aqui nos introduzimos na esfera do saber tipicamente judaico. um fato

    notrio que desde os tempos mais antigos os rabinos contavam suas histrias e quo interminveis eram! com base no que consideravam algum sinal fornecido pelo Antigo Testamento. Tomavam um nome de uma lista genealgica (por exemplo, de Gnesis, I Crnicas, Esdras ou Neemias) e a partir da

    formavam uma bela histria. Esses adornos interminveis que agregavam ao relato sagrado eram parte do

    menu regular da sinagoga, e posteriormente foram postos na forma escrita na poro do Talmude que se conhece como Haggadah. (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.74).

    - Nos dias hodiernos, no so poucos os que procuram introduzir judasmo no cristianismo, caracterizando,

    assim, o mesmo erro que Timteo fora combater em feso. Tambm no so poucos os que esto a

    introduzir paganismo no cristianismo. Quando se fala nisto, logo se vem mente o Romanismo ou a Igreja

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    Ortodoxa, que, atravs de alguns pais da Igreja, acabaram abarcando muito do paganismo, introduzindo-o na doutrina crist, gerando os desvios doutrinrios que hoje observamos, mas, infelizmente, isto tambm

    est presente entre os que se dizem evanglicos, a comear, inclusive, da introduo das tcnicas

    neurolingusticas que tanto mal tm feito s pregaes em nossos dias. Tenhamos cuidado, irmos, com a

    outra doutrina!

    - interessante, ainda, observar que aqueles que so chamados ao ensino da Palavra de Deus nas igrejas

    locais, inclusive e especialmente os professores das Escolas Bblicas Dominicais, devem ter todo o cuidado

    no s para no ensinarem outra doutrina, mas, principalmente, para que no produzam questes que no contribuem para a edificao de Deus. Devemos nos lembrar que os mestres so constitudos na Igreja para

    promover o aperfeioamento dos santos, para que haja a edificao do corpo de Cristo em amor (Ef.4:11-

    16).

    - Diante deste propsito do ministrio de mestre, no conveniente que os mestres produzam questes na

    igreja local, gerando dissenses, pelejas, iras e inimizades, que, logicamente, esto na contramo de

    seu papel. evidente que no pode o mestre permitir que sejam ensinadas heresias, no podendo se calar

    diante de aberraes doutrinrias, mas fundamental, tambm, que, nas coisas secundrias, que no dizem

    respeito a questes essenciais, conduza-se de forma a respeitar as divergncias. Como j ensinava

    Agostinho: nas coisas essenciais, unidade; nas coisas secundrias, liberdade e em todas as coisas, caridade.

    - Timteo deveria evitar que se ensinasse outra doutrina na igreja de feso, devendo advertir aqueles que assim estavam procedendo. Observemos que no eram muitos os que assim estavam a fazer, pois o texto bblico fala de alguns. Entretanto, se nada fosse feito, estes alguns levedariam toda a massa, contaminando a toda a igreja, da a necessidade de se cortar o mal pela raiz.

    - A misso de Timteo no era excluir estas pessoas, mas, sim, adverti-las, mostrar-lhes que o que

    estavam a ensinar outra doutrina e que deveriam cessar esta atitude, arrependendo-se e voltando a ensinar o Evangelho de Jesus Cristo. O papel do pastor no matar imediatamente os que esto no erro, mas lev-los ao arrependimento, procurar a restaurao espiritual daqueles que se encaminham pela senda

    do pecado, pelo engano. Que lio temos, logo no limiar desta epstola, a respeito do ministrio pastoral!

    II A SALVAO PELA F, A SALVAO PELA GRAA

    - Ao determinar que Timteo evitasse o ensino de outra doutrina, Paulo mostra que a edificao de Deus consiste na f. No podemos crescer espiritualmente, no podemos edificar o corpo de Cristo seno

    por meio da f.

    - pela f que temos entrada na graa de Deus (Rm.5:1,2). A graa de Deus, que traz salvao a todos os

    homens (Tt.2:11), veio por intermdio de Cristo Jesus (Jo.1:17). A f indispensvel para que alcancemos a

    nossa salvao. Pela graa somos salvos, por meio da f, f e graa que no vem de ns, mas, sim, por

    intermdio da Palavra de Deus que pregada pela Igreja (Rm.10:17; Ef.2:8).

    - A f a aceitao da mensagem do Evangelho, o poder de Deus para a salvao de todo aquele que

    cr (Rm.1:16). Quando damos crdito pregao da Palavra de Deus, reconhecendo que somos pecadores e

    que somente Jesus pode nos salvar e nos levar comunho com Deus, resolvendo nos arrepender da vida

    pecaminosa e pedimos perdo a Deus por meio de Cristo Jesus, alcanamos a salvao e iniciamos uma

    nova vida, entramos em comunho com o Senhor.

    - A salvao vem pela f, a salvao vem pela graa de Deus e, por isso, no se pode permitir a

    introduo de qualquer outra condio para que se alcance a salvao e era isto que os perturbadores

    doutrinrios estavam querendo convencer os crentes de feso, o que deveria ser impedido por Timteo.

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    - Paulo lembra Timteo que o fim do mandamento a caridade de um corao puro, e de uma boa conscincia e de uma f no fingida, de que desviando-se alguns, se entregaram a vs contendas, querendo

    ser doutores da lei, e no entendendo nem o que dizem nem o que afirmam (I Tm.1:5-7). OBS: O fim do mandamento a caridade, ou o amor (Rm 13.8). O mbito e o desgnio principal da lei divina devem nos comprometer com o amor de Deus e uns aos outros; e qualquer coisa que tende a enfraquecer nosso amor a Deus ou aos irmos tende a derrotar a finalidade do

    mandamento. E certamente o evangelho, que nos exorta a amar nossos inimigos, de fazer bem queles que nos odeiam (Mt 5.44), no intenta

    deixar de lado ou substituir um mandamento cujo fim o amor. (HENRY, Matthew. op.cit., p.684).

    - A verdadeira salvao somente se d por meio da f. Quando cremos em Jesus e nos arrependemos de

    nossos pecados, alcanamos o perdo e a justificao pela f, de modo que o Senhor Jesus tira o nosso

    pecado, no mais se lembrando deles (Jr.31:34; Hb.8:12; 10:17), estabelecendo uma aliana muito superior

    lei, porquanto purifica nossos coraes, retirando deles todos os pecados, que neles habitam (Mt.15:19,20),

    inserindo neles a Sua lei (II Co.3:3; Jr.31:33).

    - Com a f em Jesus Cristo, conseguimos cumprir a lei e a lei em todo o seu real sentido, j que o fim do mandamento a caridade de um corao puro e de uma boa conscincia e de uma f no fingida. O objetivo da lei cumprido quando recebemos o amor de Deus derramado em nossos coraes pelo

    Esprito Santo quando cremos em Jesus (Rm.5:5), amor este que nos permite cumprir a lei em sua plenitude

    e no, como faziam os fariseus, baseados em tradies humanas, fardos pesados e difceis de suportar (Cf. Mt.23:4), doutrinas que so mandamentos de homens (Mc.7:7) e que so totalmente incuas para a salvao.

    - Como j ensinara Tiago, o irmo do Senhor, a lei real o amor (Tg.2:8), amor a que se resume toda a lei e os profetas (Mt.22:37-40). No por outro motivo que o Senhor Jesus deu um novo mandamento, que o

    de nos amarmos uns aos outros assim como Ele amou (Jo.15:12), porquanto, como Jesus cumpriu toda a lei

    (Mt.5:17), em Seu exemplo e permitindo que no mais vivamos mas Ele viva em ns (Gl.2:20), temos

    condio de cumprir a lei, algo que no possvel pelo prprio esforo humano.

    - O objetivo da lei que alcanssemos o amor de um corao puro. A lei, por si s, no pode purificar o nosso corao, algo que somente feito pelo sangue de Cristo, que nos lava completamente e nos permite

    estar aptos para entrar na cidade celeste pelas portas (Ap.22:14), fruto da nossa f nEle. Ningum que pretende usar a lei como critrio de salvao jamais ter o seu corao puro, pois a lei, embora seja santa, e o

    mandamento bom, justo e perfeito (Rm.7:12), tem o condo de apenas apontar o pecado, mas jamais de

    retir-lo de nosso interior.

    - Alm do amor de um corao puro, a salvao pela f proporciona a cada um de ns uma boa conscincia. Graas salvao na pessoa de Cristo Jesus, podemos nos relacionar com Deus, voltamos a ter comunho com o Senhor e, por isso mesmo, passamos a ter uma boa conscincia. Ora, a conscincia, esta voz de Deus que introduzida no ser humano, uma das faculdades do esprito, esta parte do homem que faz a ligao entre o homem e Deus, conscincia que passa a atuar, que vivificada quando somos

    salvos na pessoa de Jesus (Rm.2:15).

    - Paulo sempre testificava que tinha uma boa conscincia desde o momento em que havia se convertido

    (At.23:1; 24:6; II Co.1:12).Quem serve verdadeiramente a Jesus no tem problema de conscincia, porquanto o Esprito testifica com o nosso esprito que somos filhos de Deus (Rm.8:16), pois seguimos

    sempre esta voz de Deus que habita em ns, somos guiados pelo Esprito Santo (Rm.8:14).

    - Como ensina William Hendriksen: no crente que a conscincia alcana sua meta mais elevada. Para o homem regenerado, a vontade de Deus expressa em Sua Palavra se torna o Senhor da conscincia, seu Guia e Diretor (I Pe.2:19). A boa conscincia, da qual o apstolo fala aqui em I Timteo 1.5, mais do que meramente uma conscincia ntida. antes a conscincia que: a. guiada pela revelao especial de Deus como sua norma; b. pronuncia juzos que so aceitos e emite ordens que so obedecidas; c. produz a tristeza segundo Deus produz arrependimento que leva salvao (II Co.7:10), salvao essa por meio da qual o

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    amor de Deus derramado em nosso corao, pelo Esprito Santo que ele nos concedeu (Rm.5.5). E o amor de Deus evoca uma resposta de amor. (op.cit., p.79).

    - A salvao pela f ainda produz no crente uma f no fingida, ou seja, uma f verdadeira, que no fruto de uma aparncia enganosa de religiosidade, algo to presente entre os fariseus, de onde, alis, haviam

    surgido os crentes judaizantes (Cf. At.15:5).

    - Os que perturbavam a doutrina em feso eram judaizantes que procuravam construir toda a sua

    espiritualidade na aparncia, no exterior, pouco se importando como estavam em seu interior. Eram pessoas

    que queriam se apresentar como doutores da lei, embora no soubessem o que estavam a dizer, visto que no tinham qualquer experincia real e verdadeira com o Senhor, prendendo-se a tradies e a mandamentos

    de homens, mas no tendo, em seus coraes, pureza ou uma boa conscincia.

    - Em nossos dias, no diferente. Existem muitos modernos fariseus que querem impor ao povo de Deus mandamentos de homens ou dar s tradies maior valor que o prprio Evangelho, que a prpria Palavra de

    Deus, que traz a f em Jesus Cristo que nos permite ter os coraes puros e uma boa conscincia.

    - No podemos negar que qualquer grupo social humano constri uma tradio, ou seja, costumes que so

    passados de gerao para gerao. Dizer que no h tradies nos diversos segmentos da Igreja, nas diversas

    igrejas locais, denominaes, ministrios e movimentos seria uma hipocrisia. A tradio inevitvel e deve,

    sim, ser observada, j que so elementos que permitem um pertencimento ao grupo e, deste modo,

    contribuem para o prprio exerccio do amor fraternal.

    - Jesus nunca condenou as tradies, tanto que, por exemplo, seguia o costume de ir sinagoga aos sbados

    (Lc.4:16). O que o Senhor nunca permitiu foi que a tradio invalidasse a Palavra de Deus (Mt.15:3), algo

    que perdura at hoje, j que Jesus o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8).

    - Estes supostos doutores da lei que estavam a surgir na igreja de feso e que deveriam ser combatidos por Timteo, haviam se desviado do amor de um corao puro, da boa conscincia e da f no fingida para tentar impor aos crentes mandamentos e tradies que no condiziam com a simplicidade do Evangelho, que

    colocavam em xeque a mxima de que o justo viver da f (Rm.1:17).

    - No faltam hoje estes doutores da lei, que querem condicionar a bno de Deus e a salvao a mandamentos e tradies que no tm qualquer respaldo bblico, que, em verdade, so ensinamentos que fazem tabula rasa da justificao pela f em Cristo Jesus. Paulo bem claro ao dizer que, justificados pela f em Cristo, temos paz com Deus (Rm.5:1), de modo que nada mais necessrio para a nossa

    salvao.

    - Quantos no esto condicionando as bnos de Deus a campanhas de orao, a sacrifcios ou, mesmo, a contribuies financeiras, como que repetindo o grave erro de Simo de que se pode alcanar o dom de

    Deus por dinheiro (Cf. At.8:20)? Quantos que no esto condicionando a salvao em Cristo Jesus a

    observncia de regimentos internos de denominaes e a outros documentos oriundos de mentes humanas?

    Tomemos cuidado, amados irmos!

    - Estes pseudodoutores eram, na verdade, ignorantes espirituais, embora ostentassem um suposto

    conhecimento profundo das tradies judaicas e das interpretaes rabnicas. No tinham qualquer valor

    diante de Deus e devemos observar que, em nosso meio, tambm h aqueles que, embora se digam grandes

    mestres nas Escrituras, nada sabem, porquanto no so espirituais e a s doutrina somente nos revelada

    pelo Esprito Santo, no pela sabedoria humana. Era esta, alis, uma caracterstica do ministrio de Paulo

    que, apesar de grande e profundo conhecedor seja da filosofia grega, seja da lei judaica, somente ensinava

    com base na demonstrao de Esprito e de poder (I Co.2:4) e, quem age como Paulo, no apresenta seno a

    Cristo, e Este crucificado (I Co.2:2).

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    - A so doutrina cristocntrica, ou seja, tem a Cristo e a mensagem da cruz no centro. Tudo quanto

    for desenvolvido ao largo de Jesus e da cruz deve ser rejeitado pelos verdadeiros e genunos servos do

    Senhor, pois no passar de fbula e genealogia interminvel, em total desvio do foco da s doutrina.

    - Paulo no ataca a lei, pois a lei boa, se algum usa dela legitimamente (I Tm.1:8). A lei provm de Deus

    e, portanto, como j dissemos supra, santa e o mandamento, justo, perfeito e bom (Rm.7:12). Entretanto, a

    lei somente aponta o pecado e nos d conscincia da nossa condenao, da nossa perdio, no podendo

    justificar a pessoa alguma (Gl.3:11).

    - Como diz Matthew Henry: Os judeus usavam-na como um mecanismo para dividir a igreja, um disfarce para a oposio maligna que faziam ao evangelho de Cristo; eles a armaram para a justificao, e,

    assim, a usaram de maneira ilegtima. (op.cit., p.685).

    - A lei apenas anuncia a ira de Deus a tantos quantos nelas quiserem viver, pois mostra, com absoluta

    clareza, que o homem pecador e condio alguma tem de se salvar por si mesmo. A lei to somente nos d

    conscincia de que estamos perdidos, como deixou o apstolo Paulo claro no captulo 7 de sua carta aos

    romanos.

    - Enquanto a lei feita to somente para apontar o pecado, e Paulo o diz a Timteo fazendo, inclusive, uma

    relao dos principais pecados (I Tm.1:9,10), a graa de Deus permite que, pelo Evangelho, possamos no

    s alcanar a salvao mas ainda desfrutar de grandes bnos, como a prpria chamada ao ministrio.

    - Paulo d o seu prprio exemplo para mostrar que a graa de Deus infinita e no pode ser limitada.

    Ele, que antes era um blasfemo, perseguidor e opressor, foi tido por fiel e posto no ministrio (I

    Tm.1:12,13). Jesus concedeu misericrdia ao apstolo sabendo que tudo quanto de mau ele havia feito

    contra a Igreja e, portanto, contra o prprio Jesus, fizera por ser incrdulo, por ser um ignorante espiritual.

    - Notamos aqui, alis, porque Timteo deveria, primeiro, advertir aqueles que estavam ensinando outra doutrina, antes de tomar uma postura mais rgida. A graa de Deus tanta que, assim como ocorrera com o apstolo Paulo, aqueles falsos mestres, que se diziam doutores da lei, poderiam alcanar a misericrdia de Deus e, desta maneira, tambm receberem at uma genuna chamada ao ministrio. Jamais podemos

    subestimar a graa de Deus e lembrar que o Senhor capaz de salvar e de, inclusive, levar ao ministrio o

    mais vil pecador.

    - Com preocupao, vemos, em nossos dias, alguns pensamentos que procuram limitar a ao da graa de

    Deus. H quem j considere que certos tipos de pecadores so irrecuperveis, no tm mais qualquer oportunidade de salvao. No podemos, porm, imaginar tais coisas, pois se trata de uma indevida

    limitao do poder de Deus, que o Evangelho. Jesus tem todo o poder e pode salvar qualquer pessoa.

    Jamais podemos achar que a ao divina seja tolhida num ou noutro caso de pecado.

    - Paulo era blasfemo, perseguidor e opressor, mas o Senhor teve misericrdia dele e o salvou, pondo-o no

    ministrio e, como se isto fosse pouco, elevando-o prpria condio de apstolo, ainda que no tivesse

    participado do colgio dos doze que haviam passado o ministrio terreno de Cristo ao Seu lado. Para isto,

    Paulo teve de ter um encontro pessoal com o Senhor no caminho de Damasco, como tambm experincias

    diretas com o Senhor.

    - Demonstrando toda a sua humildade e toda a sua gratido, Paulo d-se como exemplo a Timteo para que,

    a um s tempo, aquele jovem obreiro tomasse duas atitudes: a primeira, eliminando os falsos ensinos que

    estavam a perturbar a igreja de feso, j que o que convertera Paulo no fora a lei, de quem era ele exmio

    conhecedor, o que no o impediu de ser um ignorante espiritual, mas, sim, a graa de Deus; a segunda, no

    tomando uma atitude drstica imediata contra estes falsos mestres que, a exemplo de Paulo, poderiam

    tambm se converter e ser vasos preciosos nas mos do Senhor.

    OBS: Prova, por experincia em carne prpria, como foi no tempo da lei e que logrou no tempo da graa; a saber o que lhe foi dado na lei e o que lhe foi dado no Evangelho e d a razo: palavra fiel. Pe tambm a dignidade que conseguiu no Evangelho (AQUINO, Toms de.

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    op.cit. Cit. de I Tm.1:1,2, n.2. Disponvel em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 6 maio 2015) (traduo nossa de

    texto em espanhol).

    - A graa de Jesus Cristo havia transformado Paulo de um blasfemo, perseguidor e opressor em um ministro

    do Senhor, porque o apstolo havia alcanado misericrdia. esta graa que faz superbundar com a f e

    amor que h em Jesus Cristo. A mensagem que deveria ser ensinada por Timteo que Jesus veio ao

    mundo para salvar os pecadores.

    - O Evangelho a boa nova da salvao na pessoa de Jesus Cristo. Jesus veio para salvar e esta a

    mensagem que deve ser anunciada pela Igreja. No toa que o movimento pentecostal teve to grande

    crescimento em todo o mundo, inclusive no Brasil, pois se ateve simplicidade do Evangelho de Cristo:

    Jesus salva, cura, batiza com o Esprito Santo e brevemente voltar.

    - Lamentavelmente, hoje em dia, so poucos os que dedicam a esta mensagem, que a mensagem que

    Timteo deveria fazer com que fosse pregada e ensinada na igreja de feso: Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores dos quais eu sou o principal.

    - Ao contrrio dos supostos doutores da lei, que exibiam um ar de superioridade por serem mais religiosos, que ostentavam uma suposta santidade que os outros no tinham, o verdadeiro e genuno

    pregador do Evangelho deve lembrar a seus ouvintes que ele tambm um pecador, mas que j alcanou a

    misericrdia divina, a graa de Deus que lhe trouxe a salvao, salvao que est disposio de todos

    tambm crerem na Palavra de Deus.

    - Se Paulo, tendo sido um blasfemo, perseguidor e opressor, alcanara a misericrdia divina e se tornara um

    ministro de Jesus Cristo, isto era a prova de que todos poderiam receber a mesma longanimidade da parte de

    Deus, ou seja, uma demonstrao inequvoca de que possvel a salvao na pessoa de Jesus, bastando a f

    nEle para alcan-la, de modo que no se pode permitir, como estava a ocorrer na igreja de feso, que se aliasse a esta f qualquer outra condio para a salvao.

    - Este Evangelho, que transforma o homem, chamado por Paulo de evangelho da glria de Deus, pois, como afirma Hans Brki, O evangelho tem por contedo a glria de Deus, como ela brilha e se manifesta em Jesus Cristo. O evangelho no provm de humanos, mas da esfera divina da glria dele, de seu

    fulgor sobrenatural de luz. A lei revela a ira de Deus como sua justia vingativa; o evangelho revela a glria

    de Deus como sua justia reconciliadora, visto que ele concede ao pecador participao em Cristo e,

    consequentemente, na prpria beatitude de Deus. O Deus bendito o Deus que repousa e age na riqueza de

    sua prpria perfeio com alegria sobrenatural. (op.cit, p.26).

    - No , por outro motivo, alis, que o apstolo, ao se dar como exemplo para que todos cressem na

    possibilidade da salvao na pessoa de Jesus Cristo, glorifica a Deus por ter sido salvo pelo Rei dos sculos, imortal, invisvel (I Tm.1:17).

    - Por isso mesmo, o apstolo lembra Timteo que deveria ele mesmo conservar a f e a boa conscincia,

    a exemplo de Paulo, pois s assim conseguiria ele escapar ao naufrgio na f (I Tm.1:19), em mais uma

    passagem, alis, que mostra que no verdadeiro o pensamento de que uma vez salvo, salvo para sempre.

    - Timteo deveria lembrar das profecias que houve acerca dele e militar segundo estas revelaes, devendo,

    assim, cuidar-se para que, alm de ensinar a s doutrina, o Evangelho, vivesse de acordo com este mesmo

    Evangelho, sendo fiel Palavra de Deus e militando de acordo com esta mesma Palavra.

    OBS: como se Paulo estivesse dizendo: Meu filho Timteo, quero que se lembre dessas declaraes profticas, para que, com o apoio delas, voc empreenda o bom [o nobre, ou excelente] combate. (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.111).

    - Somente conservando a f e a boa conscincia, Timteo evitaria naufragar na f, o que j ocorrera

    com Himeneu e Alexandre, que o apstolo entregara a Satans para que aprendessem a no blasfemar.

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    - Pouco se sabe a respeito destas duas pessoas mencionadas por Paulo. Alexandre provavelmente o Alexandre de II Tm. 4:14, que se ops ao ensino apostlico (veja o comentrio detalhado de Zahn em

    Introduction to the New Testament, II, 108-110). Himeneu foi mencionado em II Tm. 2:17 e a heresia

    especificada. (Comentrio Bblico Moody, p.12). Matthew Henry entende que eram pessoas tinham feito uma profisso da f crist, mas tinham renunciado a essa profisso, e Paulo os tinha entregue a Satans,

    declarando-os pertencentes ao reino dele, e, como alguns pensam, tinha, por meio de um poder

    extraordinrio, entregando-os para serem atemorizados e atormentados por Satans, para que aprendessem a

    no blasfemar, a no contestar ou injuriar a doutrina de Cristo e os bons caminhos do Senhor. Observe: O

    intento principal da censura mais veemente na Igreja Primitiva era impedir mais pecados e corrigir o

    pecador. Nesse caso, era para a destruio da carne, para que o esprito pudesse ser salvo no Dia do Senhor

    Jesus (1 Co 5.5). Observe: (1) Aqueles que amam o servio e a obra de Satans so entregues

    merecidamente a Satans: os quais entreguei a Satans. (2) Deus pode, se quiser, operar por meio de

    contradies: Himeneu e Alexandre so entregues a Satans, para que aprendam a no blasfemar, quando

    acharamos, na verdade, que eles aprenderiam de Satans a blasfemar ainda mais. (3) Aqueles que

    descartaram a boa conscincia, e naufragaram na f no persistiro em nada, incluindo a blasfmia. (4)

    Portanto, vamos conservar a f e a boa conscincia, se queremos manter-nos afastados da blasfmia; porque,

    se deixarmos de manter distncia disso, no sabemos onde vamos parar. (op.cit., p. 687).

    - Como se pode verificar, mesmo no caso de Himeneu e Alexandre, o interesse no era a destruio dos

    pecadores, mas, sim, a sua correo. Como ensina Hans Brki: Os quais entreguei a Satans (QI 20). Certamente uma locuo costumeira, para caracterizar um processo disciplinar na igreja, que era comum tanto na

    sinagoga como na igreja de Jesus. Por terem rejeitado a boa conscincia, so submetidos disciplina, maldio

    e s sanes da lei (v. 9-10). As experincias da igreja confirmaram a necessidade das ordens estritas, obtidas do

    prprio Senhor. O juzo da purificao precisa comear pela casa de Deus. Se a igreja no se julgar a si mesma,

    ser julgada pelo mundo. No entanto, toda a disciplina que pode incluir enfermidade, debilitao fsica e espiritual, no caso extremo morte precoce tem em vista um efeito de cura. A pessoa disciplinada deve ser salva da perdio definitiva e ser reconduzida para a vida saudvel. Os que foram corrigidos devem ser levados pela

    disciplina a no mais blasfemar. Blasfemos e adoradores no podem viver e atuar simultaneamente na igreja,

    uma coisa exclui a outra. Mas tambm para blasfemos h esperana, como Paulo atesta com sua prpria vida. (op.cit., p.30) (destaques originais).

    - Timteo deveria disciplinar todos quantos no ensinavam a s doutrina, mas deveria usar com eles de

    misericrdia, at porque a s doutrina o Evangelho de Jesus Cristo, que veio para salvar os pecadores, tendo

    salvado o prprio Paulo, ele prprio, antes da converso, um blasfemo, perseguidor e opressor, que, pela graa,

    tornou-se um apstolo de Jesus Cristo.

    - o evangelho da graa que permite no s a defesa da s doutrina, como tambm a prpria correo daqueles

    que se haviam desviado da f. Que este Evangelho da Graa perdure sempre em nossas igrejas locais.

    Colaborao para o Portal Escola Dominical Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco