3º rel. de analitica g - gravimetria determinaçao de niquel
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Instituto de Ciências ExatasDepartamento de Química
Química Analítica Experimental G
Gravimetria – Determinação de níquel
Data do experimento: 06/03/2013 e 13/03/2013
Alunos: Daniel Farias
Tatiana C. Marialva
Jéssica Karoline
Março – 2013
Instituto de Ciências ExatasDepartamento de Química
Química Analítica Experimental G
1. INTRODUÇÃO
A gravimetria, e algumas técnicas de análise térmica tratam da
obtenção, por tratamento químico da substância sob análise, e da pesagem de
um composto ou elemento na forma mais pura possível. As determinações
gravimétricas tradicionais tratam da transformação do elemento, íon ou radical,
a ser determinado, em um composto puro e estável, adequado para a pesagem
direta, ou que possa ser convertido em outra substância química que possa ser
quantificada sem muita dificuldade. A massa do elemento, íon ou radical da
substância original pode ser calculada a partir da fórmula do composto e das
massas atômicas relativas de seus elementos (VOGEL, 2002).
As vantagens da análise gravimétrica são: 1) a precisão do método se
forem usadas balanças analíticas; 2) fácil identificação de possíveis fontes de
erro porque os filtrados podem ser testados para avaliar o término da
precipitação e os precipitados podem ser analisados quanto à presença de
impurezas; 3) é um método absoluto, isto é, envolve uma medida direta, sem
necessidade de calibração (VOGEL, 2002).
A base da análise gravimétrica é a pesagem de uma substância obtida
pela precipitação de uma solução, ou volatilizada e subsequentemente
absorvida. São três os fatores que determinam o sucesso de uma analise por
precipitação: 1) o precipitado deve ser insolúvel o bastante para que não
ocorram perdas apreciáveis na filtração. 2) o precipitado deve poder ser
separado facilmente da solução por filtração e poder ser lavado para a
eliminação completa das impurezas solúveis. Estas condições exigem que as
partículas não atravessem o meio filtrante e que o tamanho das partículas não
seja afetado (ou, pelo menos, não seja reduzido) durante a lavagem. 3) o
precipitado deve poder ser convertido em uma substância pura de composição
química definida, isto pode ser conseguido por calcinação ou por uma
operação química simples, como a evaporação de uma solução apropriada
(VOGEL, 2002).
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As precipitações gravimétricas são quase sempre feitas com um número
limitado de reagentes orgânicos. Os reagentes orgânicos tem a vantagem de
produzir compostos pouco solúveis, normalmente coloridos, cujas massas
moleculares relativas são elevadas, isto significa que se obtém uma quantidade
de precipitado maior, a partir de uma pequena quantidade de íons a determinar
(VOGEL, 2002).
Existe outra técnica de precipitação, chamada precipitação de uma
solução homogênea, que utiliza reações cineticamente lentas, em uma mistura
homogênea, que produzem um aumento gradual na concentração do reagente
precipitante. Com este procedimento é formado inicialmente um número menor
de núcleos que o gerado pelo procedimento convencional, levando à formação
de cristais maiores e mais perfeitos e de produtos mais puros que os obtidos
pelo processo de precipitação convencional (BACCAN, 2001).
2. MATERIAIS E REAGENTES
Materiais Béqueres (100 mL e 500
mL); Pipetas Pasteur; Pipetas; Cadinho de vidro de placa
porosa; Termômetro; Estufa;
Reagentes Água destilada;
Sulfato de amônio e níquel; 1- propanol; Cloreto de hidroxilamina; Hidróxido de amônio
concentrado; Tartarato; Dimetilglioxima; HCl concentração; Uréia; Nitrato de prata.
Chapa aquecedora; Vácuo; Balança analítica;
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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1) Preparo dos reagentes
Pesou-se com rigor aproximadamente 0,3 g de sulfato de níquel,
transferiu-se totalmente a um béquer de 500 mL, dissolveu-se com 200
mL de água destilada, adicionou-se uma pequena quantidade de
tartarato e cloreto de hidroxilamina, e adicionou-se 3 gotas de HCl
concentrado.
Pesou-se aproximadamente 0,5 g de dimetilglioxima e dissolveu-
se em 50 mL de 1- propanol.
3.2) Procedimento – Aula I
Aqueceu-se a solução de sal de níquel entre 80 e 85°C, mediu-se a
temperatura com um termômetro. Aqueceu-se previamente a solução de
dimetilglioxima a 60°C. Adicionou-se à solução de sal de níquel, 20 g de ureia
e a solução de dimetilglioxima. Cobriu-se o béquer com um vidro de relógio e
aqueceu-se por 1 hora. Adicionou-se algumas gotas de NH4OH até o pH
permanecer acima de 7. Retirou-se o béquer da chapa aquecedora, adicionou-
se 20 mL de 1 – propanol, cobriu-se o béquer com papel alumínio e deixou-se
a solução em repouso por uma semana até a próxima aula.
3.3) Procedimento – Aula II
Filtrou-se a solução, sob sucção no vácuo, no cadinho de placa
porosa. Lavou-se o béquer e o precipitado com pequenas quantidades
de água destilada. Na solução filtrada adicionou-se algumas gotas de
AgNO3 até comprovar que não havia mais traços de cloreto no
precipitado. Secou-se o precipitado no vácuo por alguns minutos e
deixou-se na estufa até o outro dia a 130°C. Pesou-se o cadinho
contendo o precipitado em triplicata em intervalos de 30 min, até obter-
se peso constante.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao dissolver o sulfato de níquel em água destilada e adicionar
tartarato, cloreto de hidroxilamina e algumas gotas de HCl obteve-se
uma solução de cor azul claro. Ao aquecer esta mesma solução e
adicionar ureia e solução de dimetilglioxima a solução obteve a
coloração vermelha. Ao adicionar 1-propanol a esta solução observou-se
a decantação do precipitado.
Segundo Baccan, este método baseia-se na precipitação dos íons
níquel II com o composto orgânico dimetilglioxima, num intervalo de pH
entre 5 e 9.
Ni2+ + 2 C4H6(NOH)2 ↔ Ni[C4H6(NOH)(NO)]2 + 2H+
O níquel desloca um próton de um grupo oxima (- NOH) em cada
molécula de dimetilglioxima, mas é complexado através dos pares de
elétrons dos 4 nitrogênios e não com os elétrons do oxigênio.
A dimetilglioxima é muito pouco solúvel em água e é adicionada na
forma de solução 1% em etanol a 90% ou em etanol absoluto; 1 mL desta
solução quente fracamente ácida de um sal de níquel que, em seguida, é
tornada levemente amoniacal. Este procedimento leva a um precipitado que é
Fig 1. Complexo de Níquel e dimetilglioxima
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filtrado mais facilmente do que quando a precipitação é feita a frio ou quando
se usam soluções em amônia (VOGEL, 2002).
Ajusta-se o pH entre 2 e 3, onde nenhuma precipitação ocorre e a seguir
aumenta-se gradualmente o pH para se obter uma precipitação lenta e
homogênea, o que se consegue gerando-se amônia homogeneamente pela
hidrólise da ureia a quente:
+ H2O ↔ 2 NH3 + CO2
Os íons Fe (III), Au(III) e Cr(III) interferem neste procedimento porque
seus hidróxidos precipitam neste meio, mas esta interferência é evitada
adicionando-se citrato ou tartarato de amônio que formam complexos solúveis
com os referidos íons. A interferência de manganês é evitada adicionando-se
cloridrato de hidroxilamina que mantém o manganês no estado bivalente
(BACCAN, 2001).
Peso do cadinho: 49,1581g
Peso do precipitado: 49,5292g
(peso do precipitado – peso do cadinho)
49,5292g – 49,1581g = 0,3711g de Ni[C4H6(NOH)(NO)]2
Cálculo do teor de Níquel na amostra:
Sendo 0,3711g a massa de Ni[C4H6(NOH)(NO)]2 proveniente do
níquel contido no volume da pipeta utilizada para a tomada da alíquota
(25 mL), tem-se que :
CNi2+ (g.L-1) =
0,3711 x1000 x58,7125,00 x 288,71
CNi2+ (g.L-1) = 3,01 g.L-1 de níquel
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Onde:
58,71 g.mol-1 é a massa molar de Ni
288,71g.mol-1 é a massa molar do Ni[C4H6(NOH)(NO)]2
5. QUESTÕES
1) Quais as funções do citrato ou do tartarato e do cloreto de
hidroxilamina?
Utiliza-se citrato ou tartarato porque alguns íons como os íons Fe (III), Al
(III) e Cr (III) interferem no procedimento de precipitação porque seus
hidróxidos precipitam no meio com dimetilglioxima e esta interferência é
evitada adicionando citrato ou tartarato de amônio que formam
complexos solúveis com os íons Fe (III), Al (III) e Cr (III). O cloreto de
hidroxilamina é utilizado para evitar a interferência do íon manganês,
este cloreto mantém o manganês no estado bivalente.
2) Quais os interferentes no procedimento descrito?
O método gravimétrico de precipitação é relativamente demorado e um
de seus principais problemas envolve a formação de precipitados que
são difíceis de se filtrar e são contaminados por impurezas adsorvidas
ou ocluídas.
3) Quais as reações envolvidas? Qual é a função da ureia?
A ureia é utilizada na reação no ajuste do pH, onde aumenta-se
gradualmente o pH da solução para se obter uma precipitação lenta e
homogênea, que é conseguida gerando-se amônia homogeneamente
pela hidrólise da ureia a quente.
+ H2O ↔ 2 NH3 + CO2
4) Por que a reação não ocorre em pH baixo?
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A reação não ocorre em meio ácido, pois o precipitado só é insolúvel em
soluções diluídas de amônia, sais de amônio e ácido acético/acetato de
sódio, ou seja, o precipitado é solúvel em meio ácido e insolúvel em
meio básico e em soluções tampão.
5) Sintetize as características de um precipitado ideal para a análise
gravimétrica.
1º - O precipitado deve ser insolúvel o bastante para que não ocorram
perdas apreciáveis na filtração.
2º - O precipitado deve poder ser separado facilmente da solução por
filtração e poder ser lavado para a eliminação completa das impurezas
solúveis. Estas condições exigem que as partículas não atravessem o
meio filtrante e que o tamanho das partículas não seja afetado (ou, pelo
menos, não seja reduzido) durante a lavagem.
3º - O precipitado deve poder ser convertido em uma substância pura de
composição química definida,
6) Quais as vantagens de uma precipitação em solução homogênea?
A precipitação de uma solução homogênea é mais vantajosa, pois nela o
precipitado é formado numa velocidade lenta e controlada através de
uma variação uniforme das condições numa solução inicialmente
homogênea.
7) Escrever as equações envolvidas.
Ni2+ + 2 C4H6(NOH)2 ↔ Ni[C4H6(NOH)(NO)]2 + 2H+
+ H2O ↔ 2 NH3 + CO2
Equação de formação do complexo dimetil-glioximato
Equação da geração de amônia a partir da ureia
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6. CONCLUSÃO
Com este experimento pode-se observar a formação de um
precipitado de níquel a partir de uma solução de sulfato de níquel e o
seu reagente precipitante especifico, a dimetilglioxima. Estes reagentes
ao entrar em contato formam um complexo solúvel em meio ácido, por
isso utiliza-se HCl na solubilização, e insolúvel em meio básico, por isso
adicionamos ureia à solução quente, pois a ureia em solução quente
reage e transforma-se em amônia. O tartarato e o cloreto de
hidroxilamina são adicionados ao meio reacional para evitar a
interferência dos íons Fe, Al, Cr e Mn para somente o íon Ni ser
precipitado.
Ao final do experimento pode-se pesar o complexo de níquel
formado e calcular a concentração de níquel na reação.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCAN, N.; ANDRADE, J.C; GODINHO, E.S; BARONE, J.S. Química
Analítica quantitativa elementar. 3ª edição. Editora Blucher – Instituto
Mauá de tecnologia. São Paulo. 2001.
VOGEL, A.I. Análise química qualitativa. 6ªedição. LTC. Rio de Janeiro.
2002.