36 compositores brasileiros - salomea gandelman com errata retificado-libre

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36 Composion bras' CifOS Obras para piano (1950-1988) Salomea Gandelman MINISTERIO DA CULTURA FUNARTE RELUME DUMARA Rio de Janeiro 1997

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Page 1: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36Composion

bras' CifOS

Obras para piano(1950-1988)

Salomea Gandelman

MINISTERIODA CULTURA

FUNARTE

RELUME DUMARA

Rio de Janeiro 1997

Page 2: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

Divisdo de Planejamento e Administracao

Tomas de Aquino Chaves de Melo

Producdo grit-lea

Luiz Falcdo

Divis5o de Edivies

Jose Carlos Martins

Digitaedo

Maria Rosa

Edicdo de text()

Rosalina Gouveia e Jose Carlos Martins

Editoracdo eletrOnica

RAJ Fotocomposicao Ltda.

Capa

Maria Alzira Reis

Fund° Aa rapa. Sr Sonata, de autoria

,fe lore Antonio de Ahneida Prado (nanuserito do rompotitar)

lots de Salomea Gandebnan: Walter Carvalho

Producao editorial, projeto grafico e diagramacdo

Jose Carlos Martins

Fotolito digital

Engenho e Arte Editoracdo Gratica Ltda.

36 compositores brasileiros — obras para piano — (1950-1988)© 1997 copyright by Salomea Gandelman

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Foi fen° o depOsito legal na Biblioteca Nacional

ISBN 85-85781-46-7

Todos os direitos reservados

Fundac5o Nacional de Arte — Funarte

Rua da Imprensa, 16 — 6 u andar

Tel: (021) 297-6116 — Fax: (021) 262-4895

CEP: 20030-120 — Rio de Janeiro — RJ

Relume Dumard Editores

Rua Barata Ribeiro, 17 — sala 202

Tel: (021) 542-0248 — Fax: (021) 275-0294

CEP: 22011-000 — Rio de Janeiro — RJ

Catalogaedo-na-fonte

Funarte/Coordenacao de Documentasfdo

Gandelman, Salomea

36 compositores brasileiros : obras para piano (1950-1988) /

Salomea Gandelman. — Rio de Janeiro : Funarte; Relume Dumati, 1997

334 p.

ISBN 85-85781-46-7

I. Compositores brasileiros. 2. MUsica brasileira. 1. Titulo

CDD - 780.92

Page 3: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

Surnario

Apresentasio / 23Preficio / 25Introdusio / 27

AGUIAR, ErnaniDez pequenas pecas a duas vozes / 33MUsica em 3 parte 1 / 34Toques de cabocolinhos / 34Masica em 3 partes n o 2 / 34Sonatina / 35Mfisica ern 3 partes no 3 / 35Quatro dancas dos animais / 36Sonatina n' 2 / 36Tres Passos / 37

ALIMONDA, Heitor

Acalanto / 39Desafio / 39Dez pecas faceis (1 0 volume) / 40Dez peps faceis (2o volume) / 40Estudo no 1 / 40Festa / 4 IModinha (para mao esquerda) / 41Pecas infantis M 1 / 4 IEstudo M 2 / 42

Estudo M 3 / 42Sonatina no 2 / 42Movimento perpetuo / 430 Estudo do Piano / 43

(Elementos fundamentals da musica e da tecnica do piano em dez cadernos)

1° caderno / 442 caderno / 44

caderno / 44

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36 COMPOSITORES NRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO

4'2 caderno / 44

caderno / 45Cr caderno / 457" caderno / 45

caderno / 4592 caderno / 46

109 caderno / 46

ALVARES, E. GuimarfiesDitiramho / 47NoctilUcios / 47

ANTUNES, JorgeRitual de Momo oh. 3 / 49Teus labios / 49Reisado M I / 50Reisado m II / 50Graforismas I / 50Estudo1 / 5 IRedundantiae / 5IRegional m 1. oh. 13 / 52Reflex / 52

BAUER, GuilhermeDirg / 53

CARDOSO, LindembergueToccata op. 25 / 55Relatividade III op. 82 / 55Relatividade IV / 56

CORREA, S. de Vasconcellos

Ponteios op. 2 — (M 1, 2, 3, 18, 20 e 22) / 57Ponteios op. 2 —8, 19, 12, 10 c 4) / 58Festa na roca / 58Ponteio / 59Coral figurado / 59Valsa choro M 2 / 59

10

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36 COMPOSITORFS BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO

Cantilena / 60Suite infantil / 60Suite infantil n° 2 / 6 ISeresta (II) / 6IVariacbes sobre urn terra de "Cana-Fita" / 62Valsa (da Suite Piratininga) / 62Introducao e choros / 63Acalanto / 63Modinha / 63Contrastes / 64Tocatina / 64Moda / 65Serenateira / 65Amoroso (choro 1) / 65Simples coletinea / 66Tres estudos sobre Luis Gonzaga / 67Sonatina / 67

Caiximirsica / 68Caricatura 68

Valsa (da Suite Piratininga) I 69Saiao (da Suite Piratininga) I 69Dobrado / 69

ESCOBAR, AyltonTres pequenos trabalhos para piano / 7 IMini-suite das tres maquinas / 72Seresta <op. urn> / 72Assembly / 73

GUERRA-PEIXE, CisarSonata nu 1 / 75Sonatina nu 1 / 76Suite nu 2 (nordestina) / 76Suite nu 3 (paulista) / 77Sonata nu 2 / 77Suite infantil nu 3 / 78Sonatina nu 2 / 79A imibia do cabocolinho / 79Prehidios tropicais (1-4) / 80Sugestties poeticas / 8I

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS I'ARA PIANO

PreHullos tropicais (5-7) / 81Mintlsculas I — II —— IV — V — VI / 82

Mimisculas I (1-3) / 82Mintisculas II (1-3) / 82Minüsculas III (1-3) / 83Mintisculas IV (1-3) / 83Mintisculas V (1-3) / 83Minfisculas VI (1-3) / 84

0 gato malhado / 84Tocata do Joezinho / 84PrelUdios tropicais (8 a 10) / 85

IRLANDINI, Luigi AntonioFragmentos / 87A Idade do Ferro / 87Pralaya / 88

KIEFER, BrunoPoema para ti / 89Duas pecas serias / 89Toccata / 90Sonata I / 91Sonata II / 91Triptico / 92Terra selvagem / 93Em poucas notas / 94Lamentos da Terra / 94Seis pequenos quadros / 95Altermincias / 96Vendavais: prenüncios / 96

KORENCHENDLER, H. DawidCinco pequenas pecas (suite) op. 6 / 99Sonata sobre motivo de H. Morelenbaum 1 00Sonata simples / 1 00Sonata MCMLXX 1 01Sonata In — Tensa — Ad — Tensa / 102Estudo sonata M 1 (Sonatina) / 103Estudo sonata M 3 / 1 03Estudo sonata M 4 / 1 04Sonata "quasi lirica" / 104Estudo sonata ri9 2 / 1 05XI variaceies / 1 06

(2

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO

KRIEGER, Edino

3 miniaturas / 107

Sonata no 1 / 107

Prelim (cantilena) e Fuga (marcha-rancho) / 1083 invenceies a duas vozes 109

Choro manhoso / 109Estudo seresteiro / 1 10

Sonata no 2 / 1 10

Sonatina / IllSonata (para piano a quatro maos) / IIIOs tres peraltas / 1 12

LACERDA, Osvaldo

Toada / 113Varias:Oes sobre Mulber rendeira14Ponteio no 1 / 114Ponteio no 2 / 115Valsa no 1 / 115Cinco inven46es / 115

Valsa no 2 / 116Estudos (1 0 caderno, 1 a 4) / 116Serie na (Jaye de sol / 117

Suite miniature 1 18

Suite no 1 / 119Ponteio no 3 / 119Valsa no 3 / 120Brasiliana no 1 / 120Brasiliana no 2 / 121Brasiliana no 3 / 121Ponteio no 4 / 122Ponteio no 5 / 122

Estudos (2" caderno, 5 a 8) / 123Brasiliana n" 5 / 124Cromos (1" caderno, 1 a 4) / 124Cromos (2" caderno, 5 a 8) / 125

Brasiliana nu 6 / 126

Pequenas licoes (1" caderno, 1 a 4) / 127

Ponteio n" 7 / 127Cromos (3" caderno, 9 a 12) / 128Estudando piano / 129Galopando / 130

Pequena cancdo / 130

Toada n" 6 / 130

13

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO

Estudos (3o caderno, 9 a 12) / 131Cromos (40 caderno, 13 a 16) / 132Sonata / 133

Valsinha brasileira / 133

Brasiliana no 7 / 134

Ponteio 00 6 / 135

Pequenas licóes (2° caderno, 5 a 8) / 135Ponteio nu 8 / 136

Ponteio no 9 / 136

Ponteio no 10 / 136

Brasiliana no 9 / 137

Brasiliana no 10 / 138

Cromos (50 caderno, 17 a 20) / 138Brasiliana nu 4 / 139Brasiliana n° 8 / 140

LIMA, Paulo Costa

Oscila / 141

Cuncti — serenata / 141Fantasia op. 23 / 142In-variaveis / 143

MA HLE, Ernst

7 pecas sobre uma e duas notas so / 145

Peca para piano / 145

Vamos, maninha / 146

Sonatina (1956) / 146

Quando o gab canta / 147

As mUsicas de Cecilia / 147

As melodias de Cecilia / 148Sonata (1971) / 148

Outras melodias de Cecilia / 149Ponteio / 149

Sonatina (1973) / 149

Sonatina (1975) / 150

Berimbau (Ponteio II) / 150

Danca em volta do fogo (Ponteio III) / 150Pecas modais / 151

Toccata / 151

Suite nordestina / 152

CarimbO / 153

14

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO

MANNIS, Jose AugustoForge / 155

MENDES, Gilberto

Pequeno album para criancas (1-6) / 157

Peca para piano no 2 / 157

Peca para piano n o 3 / 158Peca para piano no 4 / 158

reca para piano n o 5 / 159

Peca para piano M 6 — a la russe / 159

Prehidio m 2 / 159

Sonatina / 160

Peca para piano M 7 / 160

Peca para piano IF 8 / 160

Peca para piano n o 9 / 161

Peca para piano no 10 / 161Peca para piano n o 11 / 161Peca para piano n o 12 / 162Peca para piano m 13 / 162Prelactio no 3 / 163Preliidio no 4 / 163

PrelUdio no 5 / 163

Sonata / 164

Peca para piano no 14 / 164

Peca para piano no 15 / 164Peca para piano M 16 / 165Masica para piano n o 1 / 165

Blirium C-9 / 165Vento noroeste 166

MUsica para piano m 2 / 167

The three fathers (Los tres padres), Ernesto, Fernando and Miguel / 167

II neige... de nouveau! / 168

Tres contos de Cortizar / 168Viva Villa! / 169

Vers les joyeux tropiques, avec une musique vivante, theatrak I 169

MESQUITA, Marcos Jose

Choronovo 171

Estudo cromatico / 171Quatro pecan faceis / 172

Duas invencoes / 172

Circulo vicioso 173

15

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBNAS PARA PIANO

Dois poemas concretos / 173Tres rodas para piano / 1742 "his" / 175Dos acentos / 175

MIRANDA, Ronaldo

Suite IV 3 / 177PrOlogo, Discurso c Retlexao / 178Toccata / 178Estrela hrilhante / 179

MOROZOWICZ, Henrique

2 pecas para uma rota so / 1812 invencOes, 2 vozes / 181Suite facilima / 182Suite acessivel / 182Tres escudos breves / 183Tres prelUdios melancOlicos / 183Pequena suite / 184VariacOes ingenuas / 184CancOes — prelUdios / 185Quatro pequenos escudos / 185Pour Martina / 186Sonatina I / 186

caderno de Karina 187ComentSrios sobre uma okra de Mozart / 188Marchas It:Micas 188Tres pecas conseqUentes / 189Ponteio-fantasia / 190Variaciies Frere Jacques / 190Suite de Natal / 191Suite ahajour / 191Divertimento / 192

NOBRE, Marlos

Homenagem a Ernesto Nazareth op. 1 (his) / 193Nazarethiana op. 2 / 1931 ,, ciclo nordestino op. 5 / 194Tema e VariacOes op. 7 / 19416 variaciies sobre um terra de Fructuoso Vianna op. 8 / 195

ciclo nordestino op. 13 / 196

16

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO

Toccatina, Ponteio e Final op. 12 / 19632 ciclo nordestino op. 22 / 197

Homenagem a Arthur Rubinstein op. 40 / 197

Tango op. 61 / 198

Frevo op. 43 / 198

OLIVEIRA, Jamary

Oito peps para piano / 199

Burocracia / 200Variacäes variadas / 200Piano piece (1984) / 201MesmamUsica / 201

OLIVEIRA, Willy Correa de

Cinco kitschs / 203Improptu para Marta / 204Dois intermezzos / 204PrelUdio 1 / 205PrelUdio 2 / 205Tres instanter / 206

Nove pecas ficeis / 207Sete ou oito pecas mail faceis / 20711 de dezembro de 1988: um cantico antigo / 208In memoriam Andrei Tarkovski / 208In memoriam Blas de Otero / 208Pequena peca zen / 209Cinco kitschs / 209

PENALVA, Jose

Nova et vetera / 211Sonata nu 2 / 2123 versetos / 212Mini-suite nil 1 / 213

Mini-suite nu 2 / 213Sonata nu 1 / 214

Mini-suite nu 3 / 214Marcas (1) / 2 I 5Dialogo / 215Mini-suite n2 2 / 216

17

Page 12: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOMTORES BRASI LEI ROS - OBRAS PAPA PIANO

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

VIII variacoes para piano sobre urn terra nordestino / 217XIV variacties para piano sobre urn terra afro-brasileiro / 218Estudo IV 1 / 219VIII variaciies (sobre um Irma do Rio Grande do Norte) / 219Toccata / 220Momentoscaderno, 1-6) / 220Sonata iv 1 / 22 ISonatina n" 1 / 221Recitativo e Fuga / 222Sonata nu 2 / 222VI momentos / 223Ta'aroa / 223

6 momentos (2- caderno, 7-12) / 224Ad laudes matutinas / 225Ilhas / 225

Momentos (3 caderno, 13-19) / 226Cartas celestes / 226

Cartas celestes 1 / 227

Zwei leichte klavierstucke / 227Itinerario amoroso e idilico ou 0 livro de Helenice / 228Rios / 2286 momentos ( LP caderno, 20-25) / 229Momentoscaderno, 26-31) / 229Momentos (6u caderno, 32-37) / 230Cartas celestes / 23 I

Cartas celestes II / 23 ICartas celestes III / 232Cartas celestes IV / 233Cartas celestes V / 234Cartas celestes VI / 235

Savanas / 235Momentos (79 caderno, 38-43) / 236Momentos (8° caderno, 44-49) / 237PoesilUdios (1-5) / 237Las Americas / 238Sonata n° 3 / 238Sonata n' 4 / 239Balada / 240Kinderszenen / 240Raga / 24Sonata n'-2 5" / 24 I

Sonata n2 6 / 242Poesilndios (6-16) / 243

18

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO

Noturnos (1-5) / 244Halley / 245Noturnas saudades do rio SolimOes / 245Homenagem a Camargo Guarnieri / 246Le Rosaire de Medjugorjie - IcOne soneire pour piano (des appels pour la priere du coeur) / 246

Mysteres joyeux / 246Mysteres douloureux / 246Mysteres glorieux / 247

Louvores sonoros / 247Louvor sonoro nu 1 / 248Louvor sonoro nu 2 / 248Louvor sonoro nu 3 / 248Louvor sonoro nu 4 / 249Louvor sonoro nu 5 / 249Louvor sonoro nu 6 / 249Louvor sonoro nu 7 / 250Louvor sonoro nu 8 / 250Louvor sonoro nu 9 / 250

Tres profecias em forma de escudo / 251Profecia n u 1 / 251(Estudo de ressomincias)

Profecia nu 2 / 25 I(Estudo ritmico)

Profecia nu 3 / 252(Estudo de acordes legato, tremolos, notas repetidas, trinados)

IV pecas para piano a quatro mdos / 252VI episOclios de animais 253Livro de Ogum para dois pianos / 254San Martin / 254

RE ZEN DE, MarisaRessonancias / 257

RI BEI RO, AgnaldoCiclicus op. 13, nu I / 259Momentus. 2, op. 13, n" 2 / 260In kantus, op. 51 ou 0 centauro encantado / 260Opus 56 ou Lembretes do espantalho manco / 26 I

SA, LeonardoPeca 1974 / 263Tocata / 263

19

Page 14: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS -OBRAS PARA PIANO

Ficcães / 264Jogo / 265Microssuite / 265Tres instanter / 266

SANTORO, Claudio

Daiwa / 269Miniatura / 269Prelüclio M 5 — Adagio / 270Dancas brasileiras (1-2) / 270Peps infantis (1-9) / 271Frevo / 271Serie Paulistanas / 272

Paulistana n' 1 / 272Paulistana m 2 / 272Paulistana n u 3 / 273Paulistana M 4 / 273Paulistana nu 5 / 273Paulistana nu 6 / 274Paulistana n u 7 / 274

Toccata (versao 1984) / 275Sonata M 3 / 275Prelndios — serie, 1 u caderno (1-12) / 276Preindios (nu' 3, 4, 9) / 277Sonata M 4 / 2770 trem / 278Estudo n 1 / 278Estudo n' 2 / 279Preindio M 17 / 279Prelndios — serie, 2 u caderno (13-21) / 280Sonatina M 2 / 280Intermitencias I / 281Balada / 281Fantasia Sul-America / 282Prelndio M 26 / 282Noturno / 283PrelUdio M 27 / 283Preindio nu 28 / 283Serenata / 284Sambinha / 284Sonata M 5 / 284Brincadeira 285Duo (n u 1) fur 2 klaviere / 286Frevo / 286

20

Page 15: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO

Sonoras (Duo 2) / 286Mutationem III / 287

SANTOS, MuriloPrelUdio no estilo de Gershwin / 289Rondino / 289Movimentos / 290Batuque / 290Estudo / 290

TACUCHIAN, RicardoPrimeira sonata / 293Segunda sonata / 293II fait du soleil / 294Retreta / 294Estruturas gemeas / 295

TERRAZA, EmilioDuas invencOes a duas vozes (M. 1) / 297Pequena marcha infantil (M. 4 A) / 297Whom (M. 3) / 298Prelddio IV 2 (M. 5 A) / 298Variaciies sobre um tema de Mozart (M. 7) / 299VI fugas a tr'es vozes (M. 12) / 299VIII miniaturas (M. 16) / 300Sonata (M. 19) / 301Tango (retratos metafOricos) - (M. 36) / 301Tango (M. 37) / 302

VALENTE, AugustoGlosas I / 303

VICTORIO, Roberto PintoCantiga / 305Interkidio / 305Microdancas / 306Suite n2 1 / 307Iks / 307

21

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS- OBRAS PARA PIANO

WIDMER, Ernst

Suite /309

Allegretto / 310Spanische Tanz / 310Sonatine fur Klavier / 311

Ludus brasiliensis — 5 cadet-nos de pecas progressivas para piano solo / 311Ludus brasiliensis 1 (1-55) / 312Ludus brasiliensis 2 (56-95) / 3 12Ludus brasiliensis 3 (96-125) / 312Ludus brasiliensis 4 (126-152) / 313Ludus brasiliensis 5 (154-162) / 313

Rondo mobile op. 54 / 314Tres pecas crOnicas e anacremicas (n ua 59, 60, 61)314Entroncamentos sonoros op. 75 / 315Ludus 153 op. 77 — TelUrico / 315Suave Mari Magno / 3 16E doce morrer no mar / 316Sonata op. 122 "Monte Pascoal" / 317Suite mirim, "o eterno e o cotidiano" / 317Vertice op. 112 / 318Kosmos latinoamericano / 319

Kosmos latinoamericano 1 (1-55) / 3 I 9Kosmos latinoamericano 2 (56-95) / 320Kosmos latinoamericano 3 (97-127) / 320Kosmos latinoamericano 4 (128-146) / 320

Variation uber ein Schweizerisches volkslied / 321

Indite remissivo

Lima (mica mio / 323Piano a 4 (ou mais) maos / 3232 pianos / 324Piano e fita / 324Piano expandido / 325Escudos / 326

Fugas e invencOes / 327Sonatas c sonatinas / 328Tema com variacOes / 329Tecnica dodecafOnica / 331Notacao expandida / 332Indeterminacao / 333Atuacao cenica / 334

Bibliografia

Bibliografia / 335

22

Page 17: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

Apresentasio

O

livro de Salomea Gandelman,

36 compositores brasileiros: obras para piano

(1950-1988), tenta dar aos pianistas,

musicOlogos e professores de piano uma visao

panoramica national do que foi composto no

pals, entre 1950 e 1988, para piano solo, piano

a quatro 'lidos, dois pianos e piano e fita, por

compositores brasileiros cujos nomes

constassem, pelo menos duas vezes, dos

programas das Bienais de M6sica

Contemporanea do Rio de Janeiro ou dos

Festivals de Mdsica Nova de Santos. 0 cerne

deste trabalho consiste na ampliacao do campo

da pedagogia pianistica entre nos, o que levou a

autora a estudar as partituras das obras aqui

reunidas a luz de duas consideracOes

fundamentais: primeiro, as caracteristicas

composicionais de cada uma das obras

constantes do corpus, segundo, as exigencias

pianisticas basicas dessas obras e o seu grau de

dificuldade. Uma questao basica antecedeu a

analise, ou seja, a de decidir que dados

analiticos seriam mais esclarecedores na busca

de decisOes de natureza interpretativa ou,

segundo Paulo Costa Lima, na descoberta de

premissas subjacentes a composicdo e dos

proviveis designios do compositor. Em suma,

rastreou-se em cada obra analisada aquilo que

esta apresentasse de mais prOprio e

idiossincratico, seus materiais geradores e a

maneira como se articulam e se transformam,

condicionando assim a forma.

Do ponto de vista do pianismo, ressalte-se que

Salomea Gandelman, alem das questOes

tecnicas propriamente ditas, levou em conta,

entre outros fatores, aqueles que se relacionam

a leitura e que sao constantes em boa parte das

obras, como ritmica amidde bastante complexa,

estruturas harmonicas imprevistas, novas e

variadas formas de mao e deslocamentos

decorrentes do emprego das mais diversas bases

escalares sempre em mutacao, com ampla e

riquissima palheta de intensidade e ag6gica

bastante instavel.

Marcio Souza

Presidente da Funarte

23

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Page 19: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

Preficio

A

bibliografia musical brasileira vem, nos Oltimos

anos, apresentando notivel crescimento, nab so

em termos quantitativos (mais editoras lancam livros so-

bre temas diversos, incluindo biograflas, estudos filosO-

ficos, textos analiticos etc.), mas sobretudo em termos

qualitativos. E nao ha thavida de que a producao

musicolOgica recente apresenta valor medio mais signi-

ficativo do que aquela do passado prOximo. Figuras como

Mario de Andrade e Luiz Heitor — para citar apenas

dois dos precursores desta nova musicologia brasileira —

, e depois Cleofe Person de Mattos, padre Jaime Diniz e

Bruno Kiefer — ficando corn uns poucos musicOlogos

mais recentes — deixaram producao vasta e de qualidade

indiscutivel. Mas o trabalho destes pesquisadores tinha

por contraponto producao musicolOgica (e muitos dos

textos de outros autores talvez nem merecessem este

titulo) nem sempre ancorada em pesquisa sistematica e

que atendesse aos requisitos da ciencia musicolOgica.

0 panorama recente transformou-se significativa-

mente, em grande parte por influencia dos musicOlogos

da geracao precedente, e tambem como resultado do

aparecimento de cursos de pOs-graduacao em miasica e

em musicologia. Monograflas, dissertacoes e teses fo-

ram dedicadas ao estudo de diferentes aspectos da miasi-

ca brasileira. A contribuicao desta nova geracao de pes-

quisadores merece ser destacada por representar um

novo momento na histOria da nossa musicologia, que

tern como traco marcante o fato de ter alargado o uni-

verso daqueles que se dedicam ao estudo sistemitico

da miasica e de suas priticas, o que resulta em produ-

cao quantitativamente maior, como seria de se esperar.

Note-se tambem o aparecimento de uma impor-

tante producao musicolOgica resultante de pesquisas

encetadas por miisicos que buscam respostas para dii-

vidas nos campos da interpretacao e da pedagogia. Este

grupo de pesquisadores, via de regra, vincula-se ao en-

sino universitirio. E para eles a universidade estimula a

pesquisa e a producao do conhecimento, sempre rela-

cionados corn experiencia musical concreta. A falta de

histOria pregressa na area musicolOgica — em cursos for-

mais de pOs-graduacao ou em pratica sistematica de

pesquisa — deixa de ser relevante, particularmente quan-

do estes novos pesquisadores sac) introduzidos na inves-

tigacao musicolOgica atraves de experiencia em

graduacao em area correlata de conhecimento.

Tal 6, precisamente, o caso de Salomea Gandelman.

Depois de longos anos de vivencia musical como pianis-

ta — realizando, alias, menor quantidade de recitais e

concertos do que sua comprovada competencia permi-

tia e desejar — depois de ter mergulhado no

ensino, formando boa quantidade de pianistas e de pro-

fessores de piano —, depois de ter dedicado parte de seu

tempo e energia a acoes voltadas para a promocao cultu-

ral e educacional (junto a Sociedade Brasileira de Edu-

cacao Musical, por exemplo) e a administracao (como

diretora do Seminario de Miasica PrO-Arte do Rio de Ja-

neiro e depois, como Coordenadora dos Cursos de Mil-

sica e Decana do Centro de Letras e Artes da UNI-RIO),

Salomea Gandelman voltou a universidade como aluna

do curso de mestrado em comunicacao, ao termino do

qual produziu o notavel estudo sobre as relapies entre

poesia e miasica, realizado atraves de duas pecan homO-

nimas de Guerra-Peixe e Ernst Widmer, ambas com-

postas sobre o poema Cidadezinha qualquer de Carlos

Drummond de Andrade.

Depois disto, o interesse ocasional de Salomea Gan-

delman pela producao musicolOgica transforma-se em

necessidade, e ela estara permanentemente mergulhada

em pesquisas e na producao de textos sempre marcados

por uma de suas caracteristicas mais evidentes: o estilo

25

Page 20: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES ISRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO

telegrafico, que faz deles pecas de enorme densidade de

in form acao.

Nao ha dnvida dc que o amadurecimento desta vo-

cacao de pesquisadora e o desejo de ver a atividade de

pesquisa legitimada sAo Os mOveis para 0 inicio da rela-

cao de Salomea Gandelman com o Consclho Nacional

de Desenvolvimento Cientifico e TecnolOgico (CNPq),

quc aprova seu projeto de pesquisa sobre o potencial

pedagOgico da literatura brasileira para piano e conce-

de-Ihe bolsas de iniciacao a pesquisa e de aperfeicoamen-

to (destinadas a alunos de graduacao e a recem-gradua-

dos, respectivamente). Assim, a pesquisadora comeca a

transferir para Os jovens pane de sua experiencia em

pesquisa.

Este livro 6. urn dos produtos de longos anos de

pesquisa voltada para a literatura pianistica brasileira.

Depois de percorrer vasto universo de 82 composi-

tores presences na programacao dos festivais-simbolos

da mnsica contemporanea brasileira — os Festivals de Mil

sica Nova de Santos/Sao Paulo e as Bienais da Mnsica

Brasileira Contemporanca —, a pesquisadora fixou-se

em corpus urn pouco mais restrito de 36 compositores,

corn producao pianistica de vastidao que uma simples

olhada neste trabalho permite aquilatar. Esta escolha

de compositores ja identifica o rigoroso criterio qualita-

tivo adotado pcla pesquisadora, criterio este que se alia,

obviamente, ao extremo born gosto da musicista. Mick

ha dirvida de que ai esta uma selecao dos valores mais

representativos da criacao musical brasileira recente, ca-

paz de servir de guia aqueles que quiserem visdo seleti-

va da atividade composicional em nosso pals.

Mas este estudo traz mais do que isto. Nelc esta

tambem proposta analitica eficaz (quc busca explicar o

idiossincratico c que quer identificar na prOpria obra

os criterios analiticos nela implicitos) e sintetica, que

possa conduzir a melhor interpretacao de cada obra. A

solucao adotadapodcria ser mais adequada, por

permitir descrever tao brevemente (mas corn tal grail

de detalhamento) urn universo musical tao volumoso.

Partindo de dados caracteristicos de cada obra (siste-

ma, textura, forma), a autora chega a questhes relativas

ao pianismo, para propor nao apenas classificacao por

niveis de dificuldade (o que, em si mesmo, ja seria de

grande utilidade para os professores de piano que bus-

quern nesta obra orientacao para a escolha de repertO-

rio para seus alunos), mas sobretudo para descrever aque-

les dados de interpretacdo que derivam imediatamente

do texto musical e quc devem ser bem cuidados nao

apenas por representarem dificuldades que podem corn-

prometer a interpretacao (ou, ao contrario, por pode-

rem enriquece-la, quando hem resolvidos). 0 exame de-

talhado deltas critcriosas observacOes sobre o pianismo

oferece efetivo apoio para o professor e para o pianista,

completando — sob outro enfoque — o que havia si-do

dito na analise musical.

As analises propostas revelam, certamente, o grau

de empatia da autora corn relacao ao repertOrio, mas

nab a imposicao de seu gosto. Mas se esta empatia corn

as obras resulta em analises mais detalhadas — e por que

nao dize-lo intcressadas? — nao se pode deixar de acen-

tuar que ha dado de maior objetividade envolvendo es-

ta questao: algumas obras trazem maior volume de da-

dos a serem explorados, no piano musical e pianistico,

e, por isto mesmo, levam a resultado analitico mais lute-

ressantc. Ao merit° analitico da autora, acresce-se a qua-

lidade da obra analisada.

Este livro traz contribuicao importante para a musi-

cologia brasileira. E abre caminho para reflex °es sobre

o processo dc ensino/aprendizagem, e nao apenas na

area do piano. Alem de servir imediatamentc aos pro-

fessores de piano (c aos pianistas em busca de repertO-

rio), este guia levara cnsinamentos a todos os que se

dedicam ao ensino na area das praticas interpretativas.

Aqui encontrarao pontes entre analise e interpretacao

e caminhos para a escolha das solucbes pianisticas para

as quest(ies levantadas por cada obra e que devem aten-

der as particularidades de cada executante. E, por isto

mesmo, esta obra ocupara lugar de destaque no con-

junto da literatura musicolOgica contemporanea, asse-

gurando a sua autora, no ambito da musicologia, posi-

cao tao importante quanto a quc ela ja ocupa como pianis-

ta e como professors.

Jose Maria NelY S

Novembro de 1996

26

Page 21: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS- Errata -

P. 72 - Seresta <op. um>Niveis elementar (III) - parte "prim p"; e intermediario (I) - parte "segundo".

P. 81 - SugestOes prieticas111- Aniversario [Allegro ca.• = 112]

P. 118 - Suite MiniaturaI - Chorinho [Seim pressa (•112)]

V 123 - Estudos1969N' 7 - [Lento, mas nio muito (. = 69)]

1970N' 8 - [Ligeiro).. = 80; . = 160)]

P 124 - Brasiliana IV 5II- Valsa bancante (.76)]

Cromos2 - Pequeno estudo (Alegre= 66-84)]

P. 129 - Estudo do piano2 - De duas em duas K• = 144-160)1

P. 130 - Toada n" 6Amoroso (o = 52)

P. 138 - Cromos17 - MetrOnomo dodecaiOnico [Corn elegancia = 69-72; = 138-144)]

1'. 141 - Oscila±• = 40

I'. 181 - Morozowicz, HenriqueCuritiba - PR (1934-)

P. 208 - In memoriam Andrei TarkovskiIn memoriam Blas de Otero

P 214 - Mini-suite r' 32 - Murucututu ]. = ±70 Docemente ]

Nivel intermediario (11).

P. 220 - Momentos (1-6).Momento I [Sereno • = 92/1

Momento 3 [Noturno J60)]

P. 231 - Cartas celestes II6. Galaxia NGC - 5128 [Lento, majestoso, infinito: = 841

4:001:30

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P. 234 - Cartas Celestes V1982Cartas celestes V

18:00

3. Via lactea, o Caminho do Grande Ceu [Estelar J = 60)

P. 235 - Savanas- Musics de preparagio de caca, regiio de Shona, Rodesia (Como on chamado J = 160)

P. 236 - Momcntos (38-43)Moment° 41 (Tempo de sarabande f = 1001

P. 239 - Sonata n' 44. Scherzo [Onirico, fantastico = 208]

P. 246 - Homcnagcm a Camargo Guarnicri1987Homcnagcm a

Camargo Guarnicri

1987Le Rosairc de Mcdjugoilie

ECA/USP

P. 257 - Ressonancias1983RessonanciasSt. Barbara (USA)5:30 Ms

P. 263 -Si, Leonardo

Rio de Janeiro - RI (1954-)

indices Remissivos

P. 327 - Fugas c invencdesKIEFER, Bruno

Duas peps serias/89II - E a vida continua (Fuga)

Sonata 1/91

LACERDA, OsvaldoI - Desafio

NOBRE, MarlosTema e variac6es op. 7/194

P. 332 - Notaglo expandidaSANTORO, Claudio

Intermitencias I (AleatOria)/281Duo (11', 1) fir 2 Klaviere/286Sonoras (Duo n•-, 2)/286Mutationem 111/287

P. 327 - IndeterminagioPRADO, J. A. Rezende de Almeida

Itinerano amoroso a idilico ou0 livro de Helenice/228

Page 23: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

Introdusio

Clonstataceies como: resistencia ao conhecimento das

inguagens musicais contemporaneas; desconhe-

Clmento da producao musical brasileira recente para

piano; desconhecimento das caracteristicas composicio-

nais e pianisticas dessa producao; dificuldade de acesso

as obras (boa parte ainda manuscrita, corn seus auto-

res) e urn movimento editorial restrito; ausencia dessas

obras nos programas de piano e de andlise musical das

escolas de miisica e conservatOrios do pals e dos pro-

gramas de concerto, tornaram evidentes a necessida-

de e a oportunidade do estudo desse reperthrio, para o

qual foram estabelecidas as seguintes delimitaeOes: obras

para piano, piano a quatro maos, dois pianos e piano e

fita, escritas entre 1950 e 1988, por compositores bra-

sileiros cujos nomes constassem, pelo menos duas ve-

zes (excluindo-se, assim, os eventualmente bissextos),

dos programas das Bienais de Miisica Contempora-

nea do Rio de Janeiro ou dos Festivais de Mnsica No-

va de Santos — eventos dos mais representativos no

cenario musical brasileiro — ocorridos entre 1975, da-

ta da realizacao da I Bienal, e 1988. Camargo Guarnie-

ri e Francisco Mignone, alvos de alentadas pesquisas

anteriores ou ainda em andamento, nao constam do

trabalho.

ApOs localizacao e exame de programas dos referi-

dos eventos, foi organizada uma lista de 82 composito-

res, pesquisando-se a seguir quais deles haviam escrito

obras que se inserissem dentro dos limites pre-estabele-

cidos. Nesse sentido foram consultados catalogos di-

versos, como os publicados pelo Itamarati (ate 1976),

pela ECA/USP, pelas editoras, programas de concerto,

de urn modo geral, alem de intensa e insistente corres-

pondencia coin os prOprios compositores, nao 56 para

levantamento, como tambem para obtencao das obras

(ineditas), objetos do estudo.

Buscando uma visao panoramica nacional — aborda-

gem de autores de diversos estados — e em fulled° da

possibilidade de obtenedo de partituras e conseqiiente

organizacao do corpus, foram selecionados 36 dentre

os 82 listados.

Pela prOpria natureza do trabalho — descried.° do

conjunto de composicOes para piano desses composito-

res — nao foram levados em conta criterios de valor ou

de gosto pessoal, embora a pretensa neutralidade seja urn

mito. Naturalmente, o grau de empatia corn as obras de-

terminou o maior ou menor interesse na formulacao das

analises e das informacOes, que pretendem ser apenas

pontos de partida para investigacOes mais detalhadas.

A segunda etapa do trabalho, seu cerne, visando

contribuir para atenuar os problemas inicialmente referi-

dos — sobretudo a resistencia ao novo — e alargar o campo

da pedagogia pianistica no Brasil, procurou responder:

Quais as caracteristicas composicionais mais marcan-

tes de cada uma das obras do corpus?

Quais as exigencias pianisticas basicas dessas obras e

seu grau de dificuldade?

Uma questao basica antecedeu as analises, qual seja,

a de decidir que dados analiticos seriam mais esclarece-

dores na busca de decisOes de natureza interpretativa

ou, no dizer de Paulo Costa Lima, na descoberta de

premissas subjacentes a composicao e dos proviveis de-

sejos do compositor.

Em seu livro Structure and style, Leon Stein diz:

"basicamente, analise implica identificar e relacionar se-

melhancas e distinguir diferencas. Conseqiientemente,

nem descried° ou avaliacao sao as bases da andlise, mas

sim o estabelecimento de relacOes."' E mais adiante:

27

Page 24: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILIA ROS - OBRAS PARA PIANO

a analise mostrar-se-a significativa se 0 objetivo na y for, pri-

mariamente, tuna especie de dissecacäo musical, mas sim

um tip() de sintese para a gnat, ela, analise, e um prelndio

necessario (...). Como diz um adagio amigo: se quiser coin-

preender o invisivel, observe coin cuidado o visivel!

A questao de como abordar as analiscs tambem foi pro-

blematica, ja que se tomou como premissa a pluralida-

de de tecnicas e tendencias esteticas, a diversidadc de pro-

postas no conjunto de obras de urn mesmo compositor

e o ecletismo das linguagens empregadas no period° cm

estudo. (Decifrar tantos cOdigos tornou a cscuta do

novo urn esforco de inteligencia combinado a busca de

conhecimentos cspecificos, reforcando, assim, a natu-

ral dificuldade de aceitacdo de mudancas). A partir dcssa

pressuposicdo e corn um quadro referencial analitico

previo, buscou-se, ern cada obra, aquilo que — ressalva-

da a subjetividade de quem analisaela apresentaria

de mais prOprio e idiossincratico, sells matcriais gera-

dores, a maneira como se articulam, se transformam e

condicionam a forma.

Matthew Brown c Douglas J. Dempster, no artigo

A imagem eientifica da teoria da musica escrevem:

uma ()bra de arte determina tanto sua analise quanto interpre-

tacao, isto porque ela tambem determina o melhor mefiido de

ser analisada e intcrpretada. Conscqiientementc, uma obra

particular podc, coin certeza, ser compreendida, ou deveria ser

compreendida, indepentemente da classe ou qualidade

qual

Tambem nesse sentido, no livro Explaining music, cita-

do no mesmo artigo, Mayer diz:

uma analise critica procura compreender e explicar o que

idiossincratico cm uma obra: como esta peca difere das demais

—mesmo daquelas do mesmo cstilo e genero. Diz rcspeito

implicacOes dc tint motivo on process() especitico, funcao e

estrutura de dctcrminada progressao harmonica, a relacao en-

tre uma introducao lenta e o alligro slue a segue, a razao por-

cine existe um slit em determinada 110r2, on porcine um

certo testa e intery finpido cm um ecru) momento. Entim,

procura desc()brir o segredo do singular'

Do ponto de vista do pianism° — diretamente sujeito

ao text() musical — akin das questOes recnicas propria-

mente ditas, foram levados em coma, entre outros fato-

res, os relacionados a leitura — constantes em boa parte

das obras: ritmica freqUentemente bastante complexa,

estruturas harmOnicas imprevistas, novas e variadas for-

mas de mao e deslocamentos decorrcntes do emprego

de bases escalares as mais diversas e sempre em muta-

ampla e riquissima palheta de intensidades e ago-

gica bastante instavel. Considerando-se que as ideias

geradoras, os proccssos construtivos e os fatores con-

dicionantcs do seccionamento distanciararn-se dos prati-

cados cm periodos anteriores, a concepcdo como urn

todo de boa parte das obras enfocadas isto e, a desco-

berta do sentido de unidadetornou-se igualmente

problematica.

A avaliacao do grau de dificuldade de cada uma

das pecas, por sua vez, levantou questôes preliminares:

em que consistem as dificuldades? Como podem ser

grupadas, avaliadas e graduadas?

0 contexto, sem dnvida, determina a dificuldade;

urn interval° de terca, em moderato, apenas corn a mao

direita, reduz-se a uma simples questao de leitura c de

conhecimento elementar da topografia do teclado. Ja

urn salto que ultrapassa tres oitavas, ainda corn a direi-

ta, em andamento rapido, coloca cm acdo novas compe-

tencias. Se ao context° do salto ainda estiverem agrega-

dos saltos corn a esqucrda, arpejos, trinados ou mais

rccursos expressivos — veja-se o caso da Valsa Mephisto

de Liszt ou o 3s movimento da Fantasia Wanderer de

Schubert —, o problema torna-se cada vez mais comple-

x° e para sua realizacao, o pianista ja devera ter, efetiva-

mente, um amplo dominio de seus retlexos e do conjun-

to de competencias necessarias a execucdo de obras de

dificuldade transcendental. Assim, uma boa solucao pia-

nistica, e portanto musical, envolvendo urn conjunto

de movimentos adequados, sera sugerida pelo prOprio

texto musical.

Para efeito de nomeacdo das competencias foram

aplicados categorias c termos empregados em meto-

dos como os de Beringer, Brahms, Cortot, Lizt, Long

e Dohnany e consultados livros de Sd Pereira, Neuhaus,

Martha), c Gat, entrc outros.

A questdo da avaliacao do grau de dificuldade susci-

ton, por sua vez, uma serie de indagaceics. Consultado o

Associated Board of The Royal Schools of Music, or-

ganism° ingles dedicado a selecao e classificacao de obras

para todos os instrumentos c voz, corn vistas a presta-

cao de exames, a resposta obtida foi a seguinte: "Ndo

temos criterios especiticos para as selecOes — somente

28

Page 25: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMI'OSITORES RRASILEIROS - ()BRAS MRA PIANO

para os testes de leitura a primeira vista (por exemplo,

emprego de tonalidades, termos e sinais compativeis corn

o nivel correspondente do programa de teoria)."'

Algumas conclusbes, no entanto, puderam ser for-

muladas a partir da observacao desenvolvida ao longo

de intensa e continua atividade de ensino:

A avaliacao do grau de dificuldade de uma obra é

consideravelmente subjetiva e aponta, inclusive, para

as dificuldades do prOprio professor.

Cada aluno apresenta potencialidades, gostos, difi-

culdades e necessidades particulares; a percepcao deste

conjunto e a orientacao a ser imprimida ao processo ensi-

no-aprendizagem (especifica para cada aluno) apresen-

tam, da mesma maneira, urn alto grau de subjetividade.

A avaliacao do grau de dificuldade de uma obra e de

sua aplicabilidade no ensino, alem de subjetiva, passa,

pois, pelo crivo da relativizacao.

Para efeito de avaliacao do grau de dificuldade, foram

propostas quatro grandes faixas e tomadas como refe-

rencia, em grau crescente de complexidade, as seguin-

tes obras:

Nivel elementar — Bartok, Microkosmos: v.I

Nivel intemediario — Bart6k, Microkosmos: v.II a V.

Nivel avancado — Bartok, Microkosmos: v.VI e Sona-

ta. Prokofiev, Sonatas ni2 I e 3.

Nivel virtuosistico - Prokofiev, Sonata n2 7; Ravel,

Gaspard de la nuit, Almeida Prado, Rios, Sonata n2 2,

Cartas celestes IV e V.

Na tentativa de facilitar o use do repertOrio foram cri-

ados tres nfveis para as tres primeiras faixas. E possivel

que, considerando-se a subjetividade das avaliacOes dos

usuarios e da autora deste trabalho, ocorram eventuais

desacordos. Tambem foi levada em conta a especifici-

dade da abordagem pianistica de cada compositor, o

que acarretou uma gradacao prOpria ao conjunto de

obras de cada um deles.

Visando a clareza e concisao, optou-se pela sinop-

se como forma de apresentacao do estudo de cada obra

sob os aspectos composicional e pianistico, tendo a sele-

cao dos dados procurado atender, preferencialmente,

as necessidades globais e praticas daqueles que desejam

conhecer, compreender e tocar o repertOrio abordado

neste trabalho.InformacOes como: ano, local de compo-

sicao, duracao — sempre aproximada editora e, em

caso de obra inedita, sobre o manuscrito, tambem fo-

ram incluidas. Por sua vez, obras de Heitor Alimonda,

Edino Krieger, Gilberto Mendes, Guerra-Peixe e Clau-

dio Santoro — em bem pequeno niimero — anteriores a

1950, nao constam da pesquisa. A ortografia dos titu-

los, bem como a numeracao dos movimentos, pecas de

suites ou de conjuntos congeneres, por motivos nor-

mativos, nem sempre puderam ser preservadas confor-

me se apresentaram nas obras, dal algumas discrepan-

cias. As formas de indicacao dos andamentos, porem,

foram mantidas.

0 conjunto de obras examinado, escrito no decor-

rer de quatro decadas ao longo das quaffs se alternaram

rupturas e, por assim dizer, retrocessos, a extremamente

variado e heterogeneo: diversidade de preocupacOes,

propOsitos, meios expressivos, generos, formas, nota-

cab, tratamento conferido ao instrumento —do conven-

tional ao experimental — e tendencias esteticas. Urn mes-

mo compositor, por exemplo, Gilberto Mendes, Ernst

Widmer ou Claudio Santoro, sujeitos a influencias de

ordem social, psicolOgica, ideolOgica, politica e estetica,

pesquisam, experimentam, ampliam seus vocabularios,

incorporam novas tecnicas, descobrem solucOes coeren-

tes e adequadas as necessidades expressivas de urn dado

momento — enfim, modificam-se.

Heterogeneos e pouco ortodoxos sac) tambem os

sistemas e as tecnicas composicionais empregadas em

boa parte das obras: combinam-se livremente tonalismo,

modalismo, atonalismo livre, folclore infantil, rural, in-

fluencias da mOsica popular e aleatorismo; estruturalis-

mo, via serialismo, dodecafonismo, series matematicas,

trabalho sobre intervalos, motivos e minimalismo sao am-

plamente explorados; citacoes, autocitacoes, citacoes

de estilos, efeitos cenicos sdo numerosos em alguns corn-

positores. As texturas homoRmicas, polifOnicas ou mis-

tas, corn densidades variadas, se sucedem. Misturam-se

diatonismo, cromatismo, harmonias triadicas, blocos

29

Page 26: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 com posrroREs BRAsmEiRos - 01313AS PARA PIANO

desem funcao tonal, 4'1= e clusters. A dissolucao da

tonalidade corresponde, no campo ritmico, a perda do

sentido de regularidade do tempo: variam permanente-

mente as formulas de compasso, sao freqUentes as divi-

sOes irregulares de tempo, os agrupamentos anOmalos

das divisOcs, as polirritmias, os ritmos aditivos, pro-

sOclicos, assim como o tempo pulsativo on motOreo

combinado ou em alternancia corn o ametrico. Textu-

ras, timbres, jogo de registros, gestos, movimentos, res-

sonancias e silencios funcionam como materiais gerado-

res. Novas notacoes - nem sempre Lib novas — e grafis-

mos, resultando em indetenninacdo em um ou mais

parametros, estimulam no pianista uma atitude mais

criativa e simultaneamente critica em relacao As ideias

c processor empregados nas obras em que sao utiliza-

dos. As sonatas, em grande partc, sao em apenas urn

movimento, construido corn consideravel liberdade for-

mal, em que o seccionamento 6, por vezes, pouco niti-

do. As suites, como sucessao de pccas ligadas a danca e

a cancao, on simplesmente como colecao de pecas in-

terligadas atraves de uma temitica corn um, o terra corn

variacOes, estas muito livres, construidas apenas sobre

elementos do tema, a toccata, o tango, s5o formal e

generos bastante cultivados.

0 nacionalismo 6 manifesto nas obras de Osvaldo

Laccrda e Sergio Vasconcellos Correa; em pecas de San-

toro — Duas clan fas brasilciras, Paulistanas e Frevo; de

Guerra-Peixc — Preliedios tropicais, suites Paulista (nu

3) c Nordestina (nu 2) ; de Jorge Antunes — Ritual deMomo e Regional n 9 1,0 Ultimo a quatro maos; de Willy

Correa de Oliveira — os conjuntos Nove pe fas fleeces eSete ou oito pefas maisfaceis; de Marlos Nobre — 3 ciclosnordestinos etc. E laterite, atraves do aproveitamento

de caracteristicas melOdicas, harmonicas, timbricas e

ambientais de cancoes e dancas populares, como se ob-

serva nas Sonatas 3 e 4, de Santoro, Sonatina e Sonatan9 2, de Edino Krieger — cornposicOes neoclassicas —Sonata e Concatena o (nu 162, Ludus Brasiliensis 5),

de Widmer, as obras de Guerra-Peixe, corn exclusAo

das dodecafOnicas, Suite acessivel e Pequena suite, de

Henrique Morozowicz, Trés rodas Para piano, de Mar-

cos Jose Mesquita, VIII variafOes sobre o terra nordes-

tino "Onde vais, Helena" e XVI variafOes sobre urn te-

ma afro-brasileiro, "Xanger", de Almeida Prado, e mui-

tas outras.

Entre as de natureza estruturalista incluem-se as

de Jamary Oliveira, Leonardo Sa, Agnaldo Ribeiro e

Jose Augusto Mannis.

Mini-suite das tres miequinas, de Aylton Escobar;

Mnsica Para piano n9 1, de Gilberto Mendes; Fragmen-tos, de Luigi Irlandini; MetrOnomo dodecafinico, do 5'caderno de Cromos, de Osvaldo Lacerda; Trés versetos e

Mini-suites n" 1 e 2, do padre Penalva, as duas Ultimas

combinadas ao folclore; Prelndios n" 19, 20 e 21 e So-natina n9 2, de Claudio Santoro, empregam series do-

decalOnicas sem ortodoxia.

Efeitos cenicos sao associados a execucdo de Entron-camentos sonoros op. 75, de Widmer, de Redundantiae—va-riafiees Para um arabesco e um suspiro, de Jorge Antunes, e

Kitsch n9 5, de Willy Correa de Oliveira. Indeterminacdo

cm um ou mais parametros, notacdo nao conventional,

producao sonora no interior da harpa do piano caracteri-

zam Assembly, de Aylton Escobar; Suite mirim, SuaveMari Magna, Rondo mobile op. 54e Entroncamentossono-

ros op. 75, de Widmer; Graforismas, de Antunes; A Idadedo Ferro, de Irlandini, Blirium C-9, de Gilberto Mendes.

CitacOes, evocacOes de estilos ou generos, parafrases e

parOdias ocorrem em peps de Willy Correa de Oliveira,

Paulo Costa Lima, Gilberto Mendes e Leonardo SA.

Na categoria de obras didaticas, dependendo da

major ou menor abrangencia corn que se aplica o ter-

mo, cabem os trabalhos compostos corn o fim especifi-

co de desenvolver a tecnica pianistica, ou de conhecer

os meios expressivos contemporaneamente emprega-

dos, ou de ambas as naturezas. No primeiro grupo in -

serem-se, entre outros, 0 estudo do piano, em dez cader-

nos, Dez pefasfeiceis, em dois cadernos, Estudos no 1, 2e 3, de Heitor Alimonda; Pequenas lifoes e Pequenos es-tudos (8) e 12 estudos, em tres cadernos, estes filtimos

consideravelmente mais dificeis, de Osvaldo Lacerda.

Destinados a introduzir o estudante nas problematicas

contemporaneas podem ser citados: Seis mingsculas, co-

lecao de seis pequenas suites inspiradas em BartOk, cada

uma corn tres minUscul as pecas, de Guerra-Peixe, cin-

co cadernos do Ludus brasiliensisou sua versao modifi-

cada, os quatro cadernos do Kosmos latinoamericano,de Widmer; Trés estudos breves e Quatro pequenos estu-dos, de Morozowicz; Kinderszenen, 18 pecas curtas tam-

bem ligadas ao folclore, de Almeida Prado, e outras

mais. As possibilidades timbristicas do piano, o pedal,

30

Page 27: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PABA PIANO

as ressonancias, sao particulamente exploradas no con-

junto de obras de Almeida Prado, em 2 "Bis"e Dos acen-

tor, de Marcos Jose Mesquita; Vento noroeste, de Gil-

berto Mendes, e Forge, de Jose Augusto Mannis.

Em seu artigo "0 pOs-moderno e a mnsica", pu-

blicado na revista Em panta, Ricardo Tacuchian enu-

mera e analisa alguns parametros que, a seu ver, cir-

cunscrevem o conceito de pOs-moderno em mnsica:

1 - Superacao da polaridade national/universal.

2 - Superacao da polaridade tradicao/renovacAo.

3 - Transformaeao das esteticas composicionais do seculo XX

em tecnicas composicionais.

4 - Superposicao original de diferentes tecnicas compo-

sicionais.

5 - Retorno da supremacia do son) e do silencio sobre con-

ceitos filosOficos, citaeOes, confissOes autobiograficas, critica, ironia

ou teatro, sem contudo nega-los de todo.

6 - Adocao de tecnicas minimalistas, eletroacUsticas e de

computer music, sem desprezo das tecnicas tradicionais.

7 - Ahernancia de expressao lirica corn forte impulso ritmico,

de acordo corn o traco ciclico da personalidade humana.

8 - Valorizaedo de parametros texturais, timbristicos, dina-

micos e espaciais.

9 - Simplicidade sem populismo e comunicabilidade sem

cliche.

10 - Expressao cosmopolita e urbana do mundo contempordneo.

11 - Sintese estetica conciliada corn a individualidade criativa.

12 - Excelencia profissional e academica do compositor, que ele-

geu a universidade como f6rum de reflexao.'

Em suma, nova contextualizacao de signos ja conheci-

dos e explorados. E como diz Maffesoli, citado por Re-

gis Duprat: "o pOs-moderno e a pluralidade, o policul-

turalismo, a polietnia, a ambivalencia, o politeismo ou a

diversidade do deus, que incorpora a contradicao, a in-

determinacao e a pluralidade."7

Tambern citado por Regis Duprat nessa mesma con-

ferencia, Umberto Eco escreve:

A atitude pOs-modema e como a do homem que ama uma

mulher culta e sabe que nao pode the dizer "te amo desespe-

radamente" porque ele sabe (e ela sabe que ele sabe) que essas

frases [sac) muito antiquadas], ja as escreveu Corin Tellado.

Podera dizer: "como diria Corin Tellado, te amo desesperada-

mente". Ai, tendo evitado a falsa inocencia, tendo dito clara-

mente que ja nao se pode falar de forma inocente, logrou dizer

a mulher o que queria dizer: que a ama numa epoca em que se

perdeu a inocencia. Se a mulher entra no jogo, tera recebido

uma declaracao de amor. Nenhum dos interlocutores se senti-

ra inocente, ambos terao aceito o desafio do passado, do ja

dito, que e impossivel eliminar. Ambos jogarao conscientemente

e corn prazer 0 jogo da ironia... Porem ambos terao logrado,

uma vez mais, falar de arnor.'

Como se pode depreender, urn warner° significativo de

obras acima mencionadas inserem-se na categoria do pOs-

moderno. No mesmo artigo, Tacuchian considera que

tanto ele quanto Almeida Prado exprimem essa tenden-

cia; creio que tambem Widmer, Santoro, Willy Correa de

Oliveira, Paulo Costa Lima, e sobretudo Gilberto Mendes.

A propOsito das obras analisadas, gostaria de cha-

mar a atencdo dos leitores a respeito de alguns pontos:

foram constatados innmeros e frequentes erros tanto

nos manuscritos quanto nas partituras impressas, o que

demanda, por urn lado, uma leitura cuidadosa e critica

dos interpretes e, por outro, rigorosa revisao por parte

de seus compositores ou professores especialistas; as

citacejes de palavras dos compositores foram extraidas

dos prOprios textos (partituras) ou diretamente transmi-

tidas a autora; e, finalmente, no intuito de dirimir dn-

vidas, esclareco que o termo "articulacao" foi emprega-

do corn duplo sentido, como o faz Herman Keller, de

pontuacao e de tipo de producao sonora:

Fraseado (articulacao fraseolOgica) e como subdivisdo do pen-

samento; sua funcao e ligar subdivisOes do pensamento musi-

cal (frases) e destacar umas das outran; tern, portanto, a mesma

tuned° dos sinais de pontuacao na linguagem. "Aquele que

fraseia incorretamente e como o homem que nao entende a

lingua que fala", dizia Chopin a seu aluno Mikuli. (...) A tun-

ed() da articulacao musical, por outro lado, e grupar ou separar

limas isoladas; ela deixa inviolada o contend° da melodia, mas

determina sua expressao. Existe, portanto, como regra, urn

(mice possivel fraseado bem pensado, mas diversas alternativas

de articulacao.9

Para maior facilidade de consulta, foram elaborados in-

dices remissivos (encontrados ao final do trabalho, in-

31

Page 28: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BBASILEIROS — °BRAS PARA PIANO

dicando os autores e titulos de: obras a quatro (ou mais)

mdos, dois pianos, uma (mica mao, piano e fita, tecnica

dodecafOnica, corn atuacao cenica, indetenninacdo (em

qualquer parametro ou em mais de urn deles), notacao

expandida (inclusdo de novas notacOes e grafismos), pia-

no expandido (utilizacao do interior do instrumento e

de sua caixa acnstica); sonatas e sonatinas, tema corn

variacoes, fugas, invencOes e estudos, deles rid° cons-

tando, portanto, boa parte das obras estudadas ja que

lido se inserem em nenhuma das categorias listadas.

Notas

I — STEIN, Leon. Structure and style. Evanston, Illinois: Summy-Birchard

Company, 1962, p. siii, 266 p.

2 — Idem, (p. xiv e xv).

3 — Journal of Music Theory, v. 33, n. 1, 1989.

4 — Idem.

5 — Correspondencia enviada ern 1994 polo Associated Board of The Royal

Schools of Music, ern Londres.

6 — Em pauta n. 5, 1992, rcvista do curso de pOs-graduacao (mcstrado cm

musics) LIERGS, p. 29, 30 c 31.

7 — Conterencia "POs-moderno ou neobarroco", proferida em dezembro de

1991, cm Porto Alegre, no IV Encontro Anus! da Associaclo Nacional de

POs-graduacao c Pesquisa cm Musics (Anppom).

8 — Idem.

9 — KELLER, Hermann. Phrasing and articulation. Nova York; The Norton

Library, 1973, p.4.

32

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AGUIAR, ErnaniPetrOpolis — RJ (1950-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1970Dez pequenas pecas a dugs vozesPetrOpolis 6:30Ms

1 - Allegro N. = 120 M.M.1

2 – Allegro [J. = 120 M.M.]

3 - Allegretto U. = 108 M.M.1

4 – Moderato

5 - Allegro molto ou Allegretto (para principiantes)

6 – Lento

7 - Allegro [ca. J = 144 M.M.]

8 - Moderato

9 – Moderato

10 – Allegro

Pecas melOdica e harmonicamente estruturadas segundo os principios expostos no Iivro

Melos e harmonia acgstica, de Guerra-Peixe, explorando andamentos e formulas de compasso distintos.

Linhas meledicas basicamente na regiao central (e por vezes subaguda) do instrumento, sujeitas

as elaboracOes comuns a escrita contrapontistica. Cromatismo. Arco repouso-tensao-repouso bem

delineado, decorrente tambern do tratamento tipo "serial" dos elementos harmOnicos.

Predominio de andamentos vivos. Ritmica simples: sincopes, contratempos, quialteras, polirritmia.

Articulaciies fraseolOgicas detalhadas; independencia de maos. Variedade de toques e de dinamica

(entre ffe p) . Pequenas passagens escalares.

Nivel intermediario (I).

33

Page 30: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - 0 BRAS PARA PIANO /AGUIAR, ERNANI

1971Mnsica em 3 partes IV 1PetrOpolis

2:10Ms

I — Moderato

II — Lento

III — Allegro

Pecas dispostas em arco, a segunda mais lenta. Serie empregada livremente, dividida em grupos de tres

e quatro sons. Corte ternario em cada uma das pequenas partes. Textura homainica, apesar da baixa

densidade vertical. Linhas melOclicas curtas predominantemente sujeitas a elaboracbes ritmicas.

[En Blocos de tres sons; predominancia de disjuncOes na formacdo dos segmentos melOclicos.

Alternancia de maos; deslocamentos laterais rapidos.

Nivel elementar (III).

1971Toques de cabocolinhos

PetrOpolis

2:11Ms

I — Allegro = 1601

II —Allegro = 132 M.M.]

III — Allegro [J = 152 M.M.]

Pequenas pecas construidas a partir de folguedos recolhidos em Recife (I e III) e Joao Pessoa (II).

Reiteracao e variacAo de motivos em textura bilinear; linhas melOdicas sugestivas da inUbia.

[MO Andamentos vivos. Independencia de maos: simultaneidade de articulacOes fraseolOgicas e toques

diferenciados. Acentos deslocados. Tecnica de cinco dedos, movimentos laterais ripidos.

Nivel intermediario (I).

1972Mnsica em 3 partes nQ2

PerrOpolis

2:45Ms

I — = 66 M.M.1

II — = 60 M.M.]

III — U.= ca.100 M.M.]

Serie empregada livremente, dividida em grupos de tres e quatro sons. Textura bilinear. Continuum

em colcheias sobreposto ou sotoposto a imitacao com aumentacao de valores (I); acordes corn as notas

dos segmentos melOclicos (//); transposicao e retrogradacdo do motivo initial (III).

Planos sonoros diferenciados; mao fechada (contraida) na realizacao do continuum melOclico (I);

articulacoes fraseolOgicas, acentos deslocados, pequenos segmentos escalares (II); andamento vivo,ff,

movimento paralelo, em dobramento a uma ou duas oitavas; dedilhado.

Niveis elementar (III) - I c II; e intermediario (II) - III.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO /AGUIAR, ERNAN I

1974Sonatina Florenca

6:25Ms

I — Moderato [Moderato (.1. = 60 M.M.)1II — Lento [Lento ( = ca. 66 M.M.)1

III — Allegro [Allegro = ca. 120 M.M.)]

Forma A/A'/:IIA" monotematica, em textura bilinear. Transposicao e inversao do tema; utilizacao de

seus elementos, sobretudo o intervalo de 5 1 e notas repetidas (nelas incluidas a 8 1), nas secoes A' e A".

Sugestao dos modos lidio e nacional, acentos deslocados, hemiolas — 12 movimento.

Forma A/A'/A", em textura bilinear. Tema transposto e invertido sobre continuum em colcheias,

predominantemente em graus conjuntos; balanco de uma cancao de ninar — II p movimento.

Como um rondo, em textura homorOnica: refrao transposto, invertido e variado; pequenos couplets

extraidos do prOprio refrao. Movimento de carater marcadamente ritmico: contratempos, acentos

deslocados, hemiolas — 111 2 movimento.

Movimentos lentos, a excecao do 1112 . Passagens escalares ou de cinco dedos, acordes repetidos,

intervalos melOdicos de 81 (extensao); deslocamentos laterais. Esquerda ativa, sobretudo no ftmovimento.

Legato cantabile no /P.

Nivel intermediario (I).

1975Masica em 3 partes IV 3

Arezzo (Italia)

3:40Ms

I — LiberamenteII — Deciso quasi violento

III — Tranquillo ma deciso

Partes contrastantes quanto ao cariter, em idioma atonal livre. Tempo livre, sem indicacao de formula

de compasso, unidade de tempo e andamento. Enfase no emprego de estruturas de 4 a justa e aumentada

com 2/acrescentada. Oposicao agrupamento rapido/duracao longa. Recurso a transposicao e inversao

como processor construtivos.

EMI Arpejos e acordes quebrados rapidos. Dinamica entre pp cif, contrastante e brusca na

Expansao e contracao rapidas das maos. Como cadencias.

Nivel intermediario (III).

35

Page 32: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES RRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /AG UIAR, ERNAN I

1975Quatro dancas dos animais

Florenca

2:30Ms

I — Chimpanzes= ca. 184 M.M.1II — Cucos U = ca. 100 M.M.]

III — Pardais= ca. 100 M.M.]

IV — Elefantes U = ca. 100 M.M.]

Pecas de carater descritivo, dirigidas as criancas, construidas a partir de reiteracao e variacao

dos motivos iniciais: transposicao, retrogradacao, variacao intervalar e ritmica.

Andamentos vivos. Alternancia de formulas de compasso 3/8 - 4/8 e das dinamicasf/p;

contratempos, alternancia de maos, staccato- I. Alternancia de maos, staccato - II. SO para a mao

direita, tremolo, notas duplas, regiao superaguda do teclado — III. Ostinato ritmico, acordes repetidos,

regiao subgrave e grave do teclado — IV.

Nivel intermediario (I).

1975Sonatina nQ 2

Florenca

8:00Ms

I — Allegro U = ca. 120 M.M.]II — Lento [J = ca. 60 M.M.]II — Allegro con brio U = ca. 80 M.M.]

Forma ternaria monotemitica. Reiteracao, transposicao, inversdo do terra e variacao a partir de suas

celulas como processos construtivos. Primeira e terceira secOes de feicao ritmica, caracterizadas pela

configuracdo colcheia pontuada-semicolcheia; secao central de indole melOclica, aproveitando a referida

configuracao corn aumentacdo de valores. Oscilacao maior/menor, cromatismo — I2 movimento.

Forma ternaria ern textura bilinear, de natureza lirica. Processos construtivos similares aos

do movimento anterior — II' movimento.

Forma ternaria de carater ritmico; secao central contrastante, embora corn elementos comuns a P

(ostinato ritmico do baixo, notas pedal no baixo e soprano). Aproveitamento, corn variacao e diminuicao

de valores, da mesma configuracao ritmica do J2 movimento. Enfase no tritono — 1112 movimento.

Precisdo nas repeticOes da configuracao ritmica caracteristica da peca. Acentos deslocados, saltos.

Acordes e notas repetidas.

Nivel intermediario (I) — I2 e 11 2 movimentos; e (II) — /// 2 movimento.

36

Page 33: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /AGUIAR, ERNANI

1988Tres passos

PetrOpolis

1:30Ms

I — Moderato

II — Andati no

II — Allegro giusto

Peca em tres movimentos de carater distinto, em textura basicamente bilinear, todos construidos a partir

de elaboracOes dos temas apresentados nos compassos iniciais. Modalismo.

EEM Mudancas de formula de compasso, sincopes. Ostinato ritmico e notas duplas repetidas na parte

III. Predominancia dos toques portato e staccato. Dinamica entre pp eff

Nivel elementar (III).

37

Page 34: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 35: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

ALIMONDA, HeitorAraraquara — SP (1922-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1956Acalanto

Rio de Janeiro

1:45Vitale

Moderato

Forma ternaria em textura homofOnica; utilizacao de melodia do folclore infantil (Dorme, nenem).

Ostinati ritmicos sucessivos como acompanhamento: em acordes incompletos e como linha sincopada

sobre pedal da dominante.

[En Legato cantabile expressivo; linha melOdica em 3 duplas. Dinamica entre mf e pp. Mudancas

de formula de compasso acompanhadas de variacdo de ag6gica. Pedal.

Nivel elementar (III).

1956Desafio

Rio de Janeiro

2:00Vitale

Allegretto muito expressivo

Forma bindria antecedida e seguida de pequena introducao e coda. Alternancia de subsecoes

contrastantes, a maneira de desafio: linha melOdica acompanhada por ostinato ritmico sincopado; e linha

melOdica modal (mixolidio) em 3 2' duplas, estas dobradas a oitava.

Cruzamento de moos; nota presa (baixo do ostinato ritmico); 3 11 duplas.

Nivel intermediario (I).

39

Page 36: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO /ALIMONDA, 11EITOR

1956Dez peps faceis

Rio de Janeiro

10:00Vitale

(1 2 volume)

1 — Quase triste [Urn pouco devagar (M.o = 60)]

2 — Barquinho de papel [Devagar (M.72)]3 — Pica-pau [Vivo (M. J176)]4 — Moinho de vento [Moderato (bem cantado) (M. J= 66)]

5 — Samba-la-le [Allegretto (M. J = 100)1

1956Dez pecas faceis

(2 2 volume)

6 — Quase alegre [Urn pouco depressa (M..1= 69)]

7 — Ze Molambo [Allegretto (M. J = 80)]

8 — Desfile dos elefantes [Bern devagar (pesado e triste )]

9 — Pequeno estudo [Bern depressa ]

10 — Valsinha [Tempo de valsa]

Peps didaticas destinadas mais especialmente as criancas. Pequenas formal ternarias (a exceed() da n2 1)

em textura bilinear (no 1, 2, 3, 4, 6) ou homoffinica, inspiradas no folclore infantil (n 2 5) ou como

recriaedo dele (no 1, 6, 7, 9) ou, ainda, do folclore urbano (no 2, 3, 10). Atmosfera "debussysta"

(no 4 e 8). A exceed° da n 2 9, linha melOdica apresentada pela voz superior, predominantemente

sobreposta a ostinati ritmicos e a movimentos continuos do tipo baixo d'Alberti.

EH Pedal. Alternancia de moos, articulacoes fraseolOgicas precisas (no 1 e 6). Legato cantabile

(no 2, 4, 10). Esquerda trabalhosa (no 2, 4, 10). Staccato (n2 3), notas dobradas (no 5, 7, 9), oitavas

(n2 8); ritmos sincopados (n 2 5).

Niveis intermediario (I) —5 e 10; elementar (III) — as demais.

1956Estudo nQ 1

Rio de Janeiro

1:30Ricordi

Moderato expressivo

Linha melOclica diatianica dobrada no baixo por voz isorritmica, paralela ou ndo, e complementada por

harmonia em movimento continuo, no piano intermediario. Continuum escalar no baixo, na seed°

central, sotoposto a linha melOclica predominantemente dobrada em tercas.

Destaque da linha melOclica, em cantabile, de seu contexto harmOnico. Passagens escalares

na moo esquerda.

Nivel intermediario (I).

40

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /ALIMONDA, HEITOR

1956Festa

Rio de Janeiro

1:10Vitale

Allegretto

Forma ternaria em textura bilinear. Alternancia, na P secao, de segmentos escalares e de pequenos arpejos

sobre baixos corn funcao ritmico-harmOnica, e segmentos formados por notas articuladas de duas em duas,

em intervalos de ambitos diferentes. Ostinato ritmico, na 2a secao, sobreposto a linha melOdica corn

caracteristicas ritmicas comuns as do baixo da sec-do anterior. Terceira secao como sintese das precedentes.

Efffi Articulacoes fraseolOgicas cuidadosas. Passagens escalares combinadas a acordes horizontalizados;

notas presas. Sincopes, contratempos, agrupamento irregular e variavel das subdivisOes do tempo —

3+3+2 e 3+2+2+1 colcheias. Regularidade ritmica na execucäo do ostinato.

Nivel intermediario (I).

1956Modinha (para mao esquerda)Rio de Janeiro 2:00Vitale

Linha melOdica expressiva, de carater modinheiro, ornamentada por notas melOdicas e desenvolvida

a partir de reiteracao transposta e variada de celulas. Intercalacdo de acordes incompletos e corn

cromatismo, sugestivos do acompanhamento de violao.

MN Legato cantabile, "um pouco improvisado". Dedilhado incomum (do prOprio compositor),

especifico para a realizacao da peca corn apenas a mao esquerda; extensao, saltos. Execucao por vezes

desconfortavel, em fungdo de escrita em regiao subaguda.

Nivel intermediario (II).

1956Pecas infantis n4 1

Rio de Janeiro

2:45Vitale

I — Ponteio [Allegretto (bem ritmado) M.M. J = 801

II — Cantiga [Moderato muito expressivo M.M. = 1081III — Danca [Allegro M.M. = 1441

Seccionamento determinado pelo registro de linha melOdica singela, sobreposta ou sotoposta a ostinato

sincopado — Ponteio.Seccionamento tambem determinado pelo registro da linha melOdica, sobreposta a triades ou tetrades

incompletas corn pedal da tOnica, ou sotoposta a triades estaticas — Cantiga.

Imitacao constante, 8a abaixo, de pequeno tema sincopado ou de parte dele, sucessivamente transposto (a)

corn oscilacao da 31, na P secao. Repeticao variada, ainda 8 1 abaixo, de elaboracao do tema apresentado em

321 duplas repetidas, na 2a secao; condensacao deste tema, distribuido entre dois registros, na coda — Danya.

Escrita apenas na clave de sol, utilizacao da regiao central do instrumento, nas tres pecas. Legato

cantabile, 3m duplas, cruzamento de maos. Andamento vivo em Danca. Dinamica expressiva.

Nivel elementar (II).

41

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /ALIMONDA, I-IEITOR

1957Estudo n2 2

Rio de Janeiro

1:10Vitale

Allegretto

Forma A/B/A'. Sobre pedal da temica, linha meledica diatOnica na voz intermediaria, sugestiva de uma

cancao infantil; sobreposicao de movimento ostinato em colcheias, harmonicamente complementar, corn

destaque de linha resultante das notas mais agudas desse ostinato. Mudanca do movimento ostinato para

o baixo e da linha melOdica para a voz superior, na secao central.

Movimento de tremolo nos ostinati, corn destaque da linha melOclica secundaria. Segundo palavras

do compositor, "cantando bem a esquerda", quando for o caso (linha meledica principal na voz inferior).

Nivel intermediario (I).

1958Estudo n2 3* Rio de Janeiro 1:50Gerig

Allegretto (M.M.--J 96)

Peca em corte ternario. Tercas duplas em movimento escalar ininterrupto, sobrepostas ou sotopostas

a linha melOdica de carater nacionalista e colorido modal, por vezes tambem dobrada em 3.

ET] Tercas duplas em non legato opostas a linha melOdica cantada em legato. Alternancia de mdos.

Nivel intermediario (II).

• Peca iracgrante do Livro I da colecAo New Bratilianische Klavtermunk

1961Sonatina n2 2

Rio de Janeiro

8:00Ms

I — [Allegro commodo]

II — [Moderato]

III — [Vivo]

Movimentos em textura predominantemente polifemica; materiais tematicos sugestivos da miisica popular,

corn algumas caracteristicas comuns: motivos acefalos, notas repetidas e sincopes, estas tambem

nas linhas de apoio ritmico.

Forma sonata bitematica. Temas diferenciados quanto a escrita ritmica e melOdica: alusao a embolada e

ao "samba rural"* — P movimento.

A maneira de choro seresteiro, em corte ternario; aproveitamento da celula initial e das notas repetidas

do P tema do movimento anterior - IP movimento.

Forma rondo: A/B/A'/C/A"/B'/A"'. Alusao ao chorinho. Linha meledica movimentada na voz

inferior, em B e B'. C mais denso em fungdo de dobramentos — ///9 movimento.

42

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /ALIMONDA, HEITOR

PITIM Primeiro e terceiro movimentos em andamento vivo; passagens escalares e arpejadas, notas repetidas,

duplas e presas (polifonia). Ritmosincopes e tercinas, agrupamento irregular de grupo de oito

semicolcheias: 3+3+2. Dedilhado; pedal parcimonioso. Segundo movimento legato, cantabile expressivo,

liberamente, segundo indicacao do compositor. Acordes quebrados, extensdo, na esquerda.

Nivel intermediario (III).

•Andrade, Mario. Disiotririo musical brasileiro. Sao Paulo: Edusp, 1989, p.454.

1966Movimento perpetuo

Rio de Janeiro

1:10Ricordi

Allegretto

Forma ternaria A/A'/A". Ostinato ritmico-melOdico sobre nota pedal, sotoposto a linha melOdica

apresentada em A e variada nas demais secOes; mais densa na 2 2, por dobramento ou pequenos

contrapontos. Utilizacdo das regiOes central e subaguda do instrumento. Escrita apenas na slave de sol.

Controle ritmico e dinamico na realizacdo do ostinato, na esquerda. Cantabile bem humorado,

na direita; emprego de notas dobradas, pequenas passagens bifOnicas.

Nivel elementar (III).

19670 Estudo do Piano Rio de Janeiro

Ricordi

(Elementos fundamentais da nisisica e da ticnica do piano em dez cadernos)

Obra de natureza pedag6gica em 10 volumes, cada um abordando questOes especificas de natureza musical

e instrumental, com inclusdo de melodias folclOricas e de pequenas peps de diversos compositores.

Segundo o autor, poderia tambem ser chamada Introduce:10 a mUsica pelo piano ou Musicalizacdo ao piano.

Diretrizes enunciadas pelo autor na Introducdo de 0 Estudo do Piano:

1— Preparacdo e fortalecimento individual dos dedos como unidades, para obter independencia, posicdo

e resistencia muscular que possibilitem a producdo de grande sonoridade.

2 — Desenvolvimento da capacidade de deslocar a mao como urn todo, principio fundamental para a boa

leitura e para a igualdade da sonoridade.

3 — Preparacdo muscular da mao para cada problema antes da execucao do problema propriamente dito.

4 — Desenvolvimento do ouvido em sentido de atualizacdo, pelo use de elementos melOdicos, ritmicos e

harmOnicos mais condizentes corn a mnsica contemporanea, popular ou erudita.

Visando ao alcance de tais objetivos, ainda segundo o autor, emprego de processos associativos — visual-

motor, audiomotor — e da integracdo sensOrio-motora.

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36 COMI'OSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /ALIMONDA, HEITOR

1° caderno

Notacdo das alturas. Leitura relativa. Introducao gradativa de linhas e espacos, ate a pauta dupla.

DuracOes longas, cesuras, acentos, ligaduras fraseolOgicas entre duas notas, sinal de repeticao.

LEH Inicialmente, emprego de apenas urn dedo: polegar, 2 2 ou 39; a seguir, de dois: 1 2/22 e 22/32,

e, finalmente, de tres: 1 9/22/39 . Busca de sonoridade ampla, cheia e prolongada.

Mdos alternadas e juntas.

Nivel elementar (I).

2° caderno

Introducao as duracoes, pausas, compassos simples. Legato e staccato.

Emprego de dois dedos — 1 9/22 , P/39 — e de tres — 1 2/22/32 . Ligadura entre duas notas

(da P metade do tempo para a 2 2 , ou desta para a P do tempo seguinte) e tres. Tercas duplas.

Celulas acefalas. Busca de sonoridade ampla, cheia e prolongada. Mdos alternadas e juntas.

Nivel elementar (II).

3° caderno

Introduedo as alteracOes: teclas brancas e pretas. Portato, sfz, indicacOes de dinamica.

Emprego de dois dedos (1/22, 1 9/32, 22/32) e tres (1 2/22/39). 2*, 34, 423 e 5 duplas. Notas

presas. Movimento de tremolo (pronacdo e supinacao). Busca de sonoridade ampla, cheia e

prolongada. Maos alternadas e juntas.

Nivel elementar (III).

4° caderno

Introducao de claves, armaduras e do ponto de aumento. Sinais e variacdo de dinamica. IndicacOes

de andamento e carater.

Introducao do 42 dedo e do intervalo de 6 1; extensdo entre dedos consecutivos. Dedilhado

em notas repetidas.

Simultaneidade de toques e articulaceies fraseolOgicas distintas.

Nivel elementar (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /ALIMONDA, HEITOR

5 0 caderno

Introducao do compasso composto. Modos maior e menor. Triades.

TM Inclusäo do 52 dedo. Deslocamentos laterais amplos. Indicacao de estudos paralelos:

Czerny-Barrozo Neto, 1 2 v., Ricordi.

Nivel intermediario (I).

6 0 caderno

Escalas diatemicas maiores, cromaticas e de tons inteiros. Quialteras.

Passagem do polegar sob a mao e desta sobre o polegar. Desenvolvimento da velocidade.

Nivel intermediario (I).

70 caderno

Escalas diatiinicas menores. Arpejos sobre o acorde perfeito maior e suas invers&s. Compasso derivado

indireto (quinirio).

Triades em deslocamento. Acordes quebrados. "Ginisticas" preparatOrias para as escalas e arpejos.

Supinacdo e pronacäo corn emprego de notas duplas.

Nivel intermediario (I).

8 Q caderno

Preparacao ritmica: emprego de configuracOes sucessivas corn mamero crescente ou decrescente

de divisOes — inclusalo de quialteras. Polirritmia. Exercicios a doffs pianos. Rubato.

PEE "Ginastica" corn 42 e 52 dedos, extensao. Indicacao de estudos paralelos: Czerny-Barrozo Neto,

32 v., Ricordi. Legato. Passagem de polegar.

Nivel intermediirio (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS I'ARA PIANO/ALIMONDA, HEITOR

9° caderno

Polifonia. Ornamentos (exemplos em pecas de compositores de diferentes estilos).

MTH Mudanca de dedo sobre a mesma nota. Indicacão de estudos paralelos: Czerny-Barrozo Neto,

32 v., Cramer, J. S. Bach (Suites francesas e Sinfonias), Mendelssohn (alguns Romances sem palavras) e,

do prOprio Alimonda, Modinha (para a mao esquerda).

Nivel intermediario (II).

10° caderno

Pedal: tipos, efeitos.

arlin Material de estudo indicado: Schumann (Album da juventude), Czerny-Barrozo Neto (diversos

volumes), Bertini (Estudos op. 100 e 29).

Nivel intermediario (II).

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ALVARES, E. GuimariesUberlândia — MG (1959-)

ANOTITULO

LOCAL

DURAcAOEDITORA

PIANO

1984Ditirambo Belo Horizonte3:05MS

Lento, molto expressivo, tempo livre como o de urn recitativo J = ± 56

Tonalismo livre; presenca de alguns pOlos, sobretudo dO - inicio e fim. Blocos harmOnicos repetidos,

gradativamente montados ou não, e sustentados. Enfase no intervalo de 2 n menorno piano horizontal.

Breves recitativos: linha superior de contorno basicamente piano, corn longas duracoes e sincopes,

associada a liberdade ritmica, conforme indicacao do autor.

MTH Amplos blocos harmOnicos em pp e ppp. Recitativos expressivos, ritmicamente livres. Pedal.

Nivel intermediario (I).

1984Noctilficios

Belo Horizonte

2:34Ms

(Para celesta ou piano) J so

Atonal. Na P sec -do, em 4/8, reiteracao continua, corn variacOes ornamentais e mutacoes, de motivos

sobrepostos (basicamente construidos corn tritono, 41 justa e derivados da 2a menor e maior), o inferior

configurando um ostinato. Em sua 21 subsecao, antecipacao de caracteristicas da secdo seguinte – calmo –

pela supressdo do continuum e inclusao de nUmero crescente de pausas, preparando a subtracdo da metrica

precisa. Tambem em "calmo", introducao de arpejos quartais velozes, material da Cadenza seguinte, e

manutencdo da feicalo intervalar e ornamental da secao precedente. Conclusao alusiva ao inicio.

QM] Ausencia de indicaceies de dinamica. Exploracdo das regibes central e aguda do piano – busca

da sonoridade da celesta, alusiva ao subtitulo, adjetivo referente aos corpos que luzem ou brilham

a noite. Liberdade ritmica. Possibilidade de distribuicdo dos arpejos entre ambas as mdos. Pedal.

Nivel intermediario (III).

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ANTUNES, JorgeRio de Janeiro— (I 942-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1962Ritual de Momo ob. 3

Rio de Janeiro

4:00Sistrum

Allegro

ModeradoLento

Allegro – vivo

Suite nacionalista sobre motivos de carater carnavalesco. Quatro movimentos em diferentes andamentos

interligados harm6nica e motivicamente. Harmonia triadica, 5 11 (4 11) harm6nicas no baixo, dobramentos

de 31 na linha melOdica.

Simulacao de instrumentac16 prOpria do carnaval, sobretudo no allegro inicial, uma introducao percussiva.

HBO Notas dobradas repetidas (ou ndo) em diferentes andamentos. Malemolencia ritmica.

Niveis intermediArio (II) – Moderado e Lento; (III) – Allegro e Allegro vivo.

1964Teus labios

Rio de Janeiro

4:00Sistrum

(Serenata)

Moderado

"Cancäo sem palavras" em estilo neo-romantico. Forma ternAria, textura homofOnica.

EMI Toque cantabile. Pianos sonoros, destaque da linha melOdica. Acordes, oitavas, acordes

quebrados, saltos, extensão.

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /ANTUNES, JORGE

1967Reisado nQ I

Fortaleza

1:20Sistrum

Allegretto (M. M. =112)

Sobre tema folclOrico cearense. Melodia modal; baixos harmOnicos, encadeamentos de acordes

desem direcao definida, de 5 4 e zP e compostos heterogeneos, sotopostos a melodia polar. Segundas

harmonicas corn efeito percussivo.

Alternancia e cruzamento de mdos. Melodia acompanhada ou comentada por intervenceies com

funcao ritmico-percussiva. Acordes, extensao.

Nivel intermediario (II).

1967Reisado IV II

Fortaleza

2:28Sistrum

Moderato (M.M..J = 88)

Sobre tema folclOrico cearense (recolhido em dia de Folia de Reis), corn tratamento politonal. Apesar da

textura homofOnica, passagens polifOnicas e polirritmicas. Ostinato de 2* harm6nicas no baixo,

simulando algum tipo de instrumento de percussdo. Triades (como poliacordes) alternadas rapidamente,

corn efeito percussivo, sem funcao harmonica.

Saltos, sobreposicao e alternancia de maos; extensao. Acentos deslocados.

Nivel intermediario (II).

1970Graforismas I

Buenos Aires Sistrum

Para urn ou mais instrumentos de teclado: a cordas, a sopro, a fole ou eletrOnico.

Aleatorismo. Doze tipos de acao sonora grafados sobre fita de papel vegetal transh5cido corn

possibilidade de leitura de ambos os lados. Signos com diferentes aspectos graficos e significados

determinantes da tipologia sonora, segundo leitura da frente ou do verso da fita. Notacao inteiramente

nao conventional, grafismo. Previsao de tres diferentes arranjos da partitura, cada urn com iniameras

possibilidades de realizacdo: para a P e 24 versties, 9'35" de duraca`o; para a 34, entre 12' e 30".

Criatividade do executante na interpretacao dos signos. Piano expandido.

Nivel de dificuldade dependente das possibilidades do interprete.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /ANTUNES, JORGE

1972Escudo nQ 1* 2:51Gerig

(27 pontos, 9 colunas e 7 linhas)

Titulo sugestivo de uma tentativa de traducao sonora de eventos espaciais. Relacoes entre 27 alturas

diferentes — pontos — (duracoes muito curtas organizadas em pequenos fragmentos de feicao

pontilhistica), nove agregados sonoros — colunas — derivados de acordes de 5 1 aumentada e distintos

em altura e registro, e sete linhas — sete notas longas produzidas pela friccao nas cordas do instrumento

corn crina de arco de violino, estas como abertura e conclusao da peca. Notacao proportional, indicacao

de tempo em segundos.

Contrastes bruscos e constantes de intensidade e registro. Percepcao dos eventos como ametricos.

Nivel avancado (II).

• Peca integrante do Livro 2 da colecào Neue Brasilianische Klaviermusik.

1979Redundantiae

Brasilia 7:22Sistrum

(Variafiks Para um arabesco e urn suspiro)

= 92)

Variacao de timbre, intensidade e extensao de dois diferentes tipos de suspiro, emitidos corn boca aberta

e boca chiusa, comentando arabesco de cinco notas em articulacries de quartos de tempo em constante

permutacao e modificado nos segmentos de transicao. Em A, arabesco sobreposto a linha melOclica

atonal, em valores longos, iniciada com tritono — P intervalo do arabesco — e repetida corn pequenas

variacoes. Em B, arabesco subsfituido por arpejos ascendentes corn incidencia de notas pontuais nos

registros grave e agudo. Retorno dos pequenos clusters na coda. Alusão sarcastica ao espirito romantic°.

Escrita em ate quatro pentagramas.

EnTE "Leve, fluido, legatissimo, sem qualquer acento ou apoio. Pedal a fundo sempre (sons muito

reverberados)", segundo recomendacao do autor. Igualdade, controle de sonoridade. Predominio das

intensidades p e pp. Senso de humor, atuacao cenica, bula.

Nivel intermediario (III).

51

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /ANTUNES, JORGE

PIANO A 4 MHOS

1963Regional n4 1, ob. 13

Rio de Janeiro

3:45Sistrum

Diversos andamentos

Fantasia sobre arquetipos ritmico-melOclico-harmOnicos da mnsica popular urbana; busca de efeitos

do "regional" carioca. Sincopes e contratempos, acordes triadicos como base harmonica, ostinatiritmico-

harmOnicos sobre modelos populares, integracao de segmentos homofOnicos e polifOnicos, textura densa,

horizontal e vertical. Clusters e percussao na caixa do instrumento como recursos menos convencionais.

[EH Percussao corn os nos dos dedos na estante do piano. Notas dobradas, notas presas, acordes,

acordes repetidos, quebrados. Mudancas de formula de compasso c de andamentos.

Nivel intermediario (III).

DOIS PIANOS

1971Reflex

8:16

Suvini

Zerboni

Titulo sugestivo da inter-relacdo dos dois pianos: urn instrumento reflexo do outro. Longo e

diversificado estudo das possibilidades do piano expandido, de novas concepcOes sonoras e da notacao

'Id() conventional. Esclarecimento desta por meio de representacäo grafica, simultaneamente explicando

causa, modo de execucao e efeito sonoro. Tempo indicado em segundos. Improvisacdo controlada.

SecOes centradas em efeitos distintos; seccionamento formal a cargo das mudancas de procedimento em

relacáo a producao sonora.

MD Piano expandido. Dificuldade na interpretacab e encadeamento dos diferentes modos de producao sonora.

Nivel avancado (II).

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BAUER, GuilhermeRio de Janeiro — RJ (1940-)

ANOTITULO

LOCAL

DURAcA0EDITORA

PIANO

1978Dirg

Rio de Janeiro

9:50Vitale

Diversos andamentos

Titulo — Dirg— retrOgrado do nome Ingrid incompleto. Peca atonal. Contrastes entre tensao (blocos

harmemicos) e relaxamento (oitavas), estaticidade (blocos) e movimento (aceleracOes em desenhos

repetidos e gradativamente expandidos). Criacao de contornos melOclicos a partir de harmOnicos e

notas prolongadas emergentes dos blocos; pontilhismo. Ritmos de "recitativos" resultantes da versao,

em cOdigo Morse, das letras de Ingrid Margareth. Fluxos ritmicos regulares cortados pela interferencia

de blocos ji apresentados na P secao. Predominancia de sonoridades macicas e intesidades ff e ffj;

sonoridades mais rarefeitas corn ocasionais pp na secao central. Recorrencia de materiais e ideias.

MVO Utilizacao de toda a extensao do teclado; deslocamentos rapidos, saltos. Notas dobradas, oitavas,

blocos. VariacOes de andamento e agOgica. Pedal, ressonancias.

Nivel avancado (II).

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CARDOSO, LindembergueLivramento do Brumado — BA (1939-1989)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1972Toccata op. 25

Salvador

13:00Vitale

Forma ternaria. Introducao/A/B/A'. Evento no interior do instrumento; notas pontuais combinadas a

notas prolongadas em registros variados; e celulas melOclicas curtas, polirritmicas, distantes de urn

semitom ( clusters horizontalizados: teclas brancas em graus conjuntos diatiinicos e teclas basicamente

pretas – pentatonismo – superpostas), repetidas e executadas o mais rapid° possivel; os materiais

geradores da peca. 0 ultimo, caracteristico da Toccata, organizado em seqiiencias descendentes longas e

continuas, como massas sonoras em deslocamento por todo o teclado. Na sec -do central contrastante –

Calmo – inclusdo de pausas e fermatas; enfase no 20 material, privilegiando a escuta das duraciies.

Reintroducão das seqiiencias, em A', porem mais descontinuas: variacdo das direciies, mudancas

bruscas de intensidade, fermatas. Notacao mista, tempo cronometrico, bula.

PriM Intensidades de fff a ppp. Superposicdo de mdos, repeticao de celulas o mais rapido possivel,

em staccato, sem pedal, por periodos de tempo variAveis; trinados, arpejos negativos. Resistencia. Piano

expandido: variacao timbristica atraves da producao sonora sobre as cordas do piano, corn baquetas de

feltro, regua pUstica e ponta dos dedos, em pizz.

Nivel avancado (II).

1982Relatividade III op. 82*Salvador 8:00UFBA/CCE/

(Para piano e tricingulo) EMAC/

Funarte/INM

= 60

Triades e tetrades, integrantes de urn coral, apresentadas em diferentes texturas e configuracoes ritmico-

meledicas, propiciando varias escutas: de forma pontilhista (duracOes curtas entrecortadas por pausas,

ou duracaes longas prolongadas por fermatas, ambos os casos em registros extremos e intensidades

contrastantes); em encadeamentos tonais arpejados ou em blocos interrompidos por breves

improvisaceies; e em projecdo horizontal, a duas vozes. Clareza da percepcdo dos encadeamentos

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36 COMPOSITORS BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO/CARDOSO, LINDEMBERGUP

obscurecida pelos recursos de variacao empregados — pausas, fermatas, contrastes de registro e

intensidade, pedal e improvisaciies, por sua vez, condicionantes do seccionamento. Resgate, na Ultima

secdo, de gestos ja apresentados, sobretudo na inicial. Conclusao corn uma nthca percussdo do

triangulo. Notacao mista, grafismos. Tempo metronOrnico e cronometrico.

Ri_UM Controle de intensidades, de pppp a ffff Expressividade das pausas e fermatas. Deslocamentos

laterais rapidos. ImprovisacOes.

Nivel avancado (I).

*Pcca integrante do Cadcrno 6 , 9 da seric Compositores da Bahia.

1982Relatividade IV

Salvador Ms

Variacoes sobre um coral tonal, reapresentado de maneiras diferentes, ao longo das nove secoes da obra,

propriciando estudo de suas possibilidades de organizacdo e de escuta. Segundo texto do compositor,

"conforme os angulos sob os quais é visto (ouvido), suas caracteristicas sdo alteradas". Aplicacao de

procedimentos seriais aos encadeamentos, vozes e fragmentos de ambos, dai resultando novas linhas e

compostos harmeinicos; alteracao na ordem e no registro dos componentes desse coral, substituicao

deles e inclusdo de novos, principalmente de clusters, como outros tipos de elaboracao aplicados.

Alternancia de tempo livre e tempo metric°. Notacdo mista, improvisacdo.

Duracdo da obra dependente das condic -Oes do instrumento e da acnstica ambiente. Acordes:

duracOes diferentes de seus componentes; em andamento rapid°, quebrados ou em blocos. Notas

dobradas. Utilizacdo de registros contrastantes. Improvisacao.

Nivel avancado (I).

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CORREA, S. de VasconcellosSic) Paulo —SP (1934-)

ANOTITULO

PIANO

1954Ponteios op. 2

Nu 1 – Corn sentimento [M.M. = 50]

N2 2 – Brincando [M.M. = 112]Ni 3 – Cantando [M.M. = 132]

NQ 18 – Triste e apaixonado [M.M. J = 120]

N12 20 – Gingando [M.M. J = 56]

Ni 22 – Alegremente [M.M. = 120]

LOCAL

Sao Paulo

DURAcAOEDITORA

4:21Ms

Pecas curtas tendo a repeticao e os ostinati ritmico-harmOnicos como dados estruturadores.Colorido

modal. Sincopes, acentos deslocados. Acompanhamento a maneira dos baixos d' Alberti, polifonia

ritmica (no 1, 3, 18, 20). Notas pedal (IV, 2, 3, 22). Linhas melOclicas de sentido descendente corn

sugestao de melismas (n 2, 18 e 20). Ambos os pentagramas em slave de sol.

1111EI Mao esquerda trabalhosa. A excecao dos n I e 20, andamentos vivos. Notas presas – 52 dedo

da esquerda (no l, 2, 18, 20); passagens escalares e velocidade (n o 2 e 22). Acentos deslocados (n2 2),

polirritmia (no 18, 20). Cantabile (' 1, 3, 18, 20); intensidades entre pp e mf, fapenas no Ponteio

n2 22. Plasticidade ritmica. Utilizacao das regiOes central e subaguda do instrumento.

Nivel elementar (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE VASCONCF.LLOS

1954Ponteios op. 2

Sao Paulo

2:00Ricordi

N2 8 — Profundo e triste = 92]

Ni 19 — Gracioso = 721

N2 12 — Tristonho = 58]

Ni= 10 — Depressa bem marcado = 112]

Ni 4 — Cantando = 116]

Pecas curtas de naturezas distintas corn enfatica utilizacao de diferentes formal de divisao quaternaria do

tempo. Ostinati ritmicos, notas pedal, sincopes. Destaque de notas repetidas e cromatismo nas linhas

melOclicas. Compasso 2/4 organizado em 3/16+3/16+2/16 (nl= 10). Paralelismo (n° 12 e 10).Modalismo (no 8 e 12). Ambos os pentagramas na clave de sol.

[fEn Utilizacao da regiao central do piano. Notas dobradas (n 2 8), extensao (n2 19). Velocidade,

dedilhado, notas presas, independencia ritmica, variaciaes freqUentes de dinamica (nil 10). Conducao de

vozes e cantabile (M I 4).

Nivel elementar (III), a excecdo do n2 10, nivel intermediario (I).

1955Festa na roca

sao Paulo

1:10

Com alegria J = 138

Encadeamentos harmOnicos e linha melOclica embrionaria conduzidos por ostinati ritmicos: um, a moda

de bald°, outro, em configuracdo ritmica complementar ao P. Acordes em posicao estreita; alusao

extensäo e sonoridade de instrumentos como o violao e a viola caipira. "Clima" espanhol criado por

intervalo de segunda aumentada e acordes corn colorido modal. Escrita em apenas urn pentagrama, em

clave de sol.

Notas dobradas em movimentos alternados ou corn superposicao de maos. Deslocamentos laterais

rapidos da direita. Acentos deslocados, sincopes, contratempos. Flexibilidade ritmica.

Nivel intermediario (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1957*Ponta()

Sao Paulo

3:00Ms

Dolente e monOtono J = 54

Pequena forma ternaria em textura polifbnica adensada a partir da secao central. Recorréncia, corn

elaboracries, do material ritmico-melOclico dos quatro compassos da introducao, a maneira de

passacaglia. Linha(s) melOclica(s) desenvolvida(s) a partir dos quatro compassos iniciais da P secdo.

OscilacOes modais, cromatismo. Ambos os pentagramas na clave de sol.

Utilizacdo das regiries central e subaguda do instrumento. Notas longas e presas — base harmonica

— sotopostas a linha melOdica, na esquerda; conducao de vozes, legato cantabile.

Nivel intermediario (I).

*Revis3o em 1987.

1958Coral figurado

Sao Paulo

2:00Ms

Andante J = 52

Coral a quatro vozes, em forma ternaria; linha melOclica principal e contracanto — soprano e contralto —

superpostos a tenor e baixo em relacao constante de 10 1, deslocando-se por graus conjuntos. Modo frigio e

alteracoes do modo nacional nas secoes central e final, respectivamente. Polo da linha melOclica conflitante

corn a dos encadeamentos harmOnicos, estabelecendo-se uma bipolaridade; cadencias perfeitas mascaradas

Conducäo das vozes superiores; extenslo, na esquerda. Dedilhado, legato. Pedal de forma a

manter as vozes inferiores, em duracOes mail longas.

Nivel intermediario (II).

1959*Valsa choro IV 2

Sao Paulo

2:51Ricordi

J 84 Sem pressa

Forma ternaria. Fusdo da estrutura metrica e do tipo de arco melOclico da valsa brasileira (linhas em

geral descendentes) corn a textura polifiinica do choro (sugestao de dois instrumentos solistas corn

acompanhamento de outros em segundo piano, corn funcdo ritmico-harmOnica).

Conducão de vozes, cantabile. Dedilhado, extensNo.

Nivel intermediario (II).

*Revislo de 1980.

59

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE. VASCONCELLOS

1960Cantilena

Sao Paulo

1:00Ms

Corn nostalgia = 48

Pequena seresta; period() Unico ternario em textura a tres vozes. Linha melOclica tipica do genero,

coin movimentos escalares e pequenos arpejos, contrapontada pelo baixo ou pela voz intermediaria,

como comentarios do violdo. Ambos os pentagramas na dave de sol.

Utilizacao das regibes central e subaguda do instrumento. Conduca° de vozes, legato cantabile,

dedilhado.

Nivel intermediario (I).

1960Suite infantil

Sao Paulo

4:27Ricordi

Acalanto [Calmo J = 66]

Chorinho [Gracioso = 100]

Modinha [Triste = 100]

Moda caipira [Quase alegre J = 80]

Baiao [Corn alegria J = 100]

Pecas em textura bilinear contrastantes quanto ao genero, carater e andamento, nos modos major, eOlio

e mixolidio (este Ultimo no Bailto). Influencia, tambem, do folclore infantil. Ausencia de alterapies,

ambos os pentagramas na clave de sol.

Linha melOclica de carater improvisatOrio, construida por recorrencia de urn pequeno tinnier° de celulas

— (Acalanto). Subdivisdo quaternaria de tempo, predominancia de graus conjuntos — ( Chorinho). Linhas

meledicas liricas, iniciadas corn salto expressivo e basicamente em graus conjuntos — (Modinha).

Sincopes; acentos deslocados, mudancas de andamento; cesuras expressas em fermatas, como em

desafios de violas — (Moda caipira). Ostinato ritmico — (Baiao).

Utilizacdo da regido central do instrumento. Independencia de maos, articulacbes fraseolOgicas

detalhadas. Predominancia de desenhos melOclicos contidos em pentacordes; expansdo da mao ate o

intervalo de 74 . Uso exclusivo de teclas brancas. Flexibilidade ritmica. Intensidades entref e pp. Legato,

cantabile (Acalanto, Modinha), velocidade (Chorinho).

Niveis elementar (II) — Acalanto, Modinha; (III) — Chorinho, Moda caipira, Baido.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1960Suite infantil IV 2

Sao Paulo

2:06Ricordi

I —Arrasta-pe [Alegre J = 126]

II —Cirandinha n2 I [Depressa J = 88]

III —Cirandinha n2 2 [Alegre = so]

IV —Baia° [Ritmado J = 112]

Escrita contrapontistica a duas vozes, imitacoes, modalismo. Influencia do folclore infantil. Elementos

tematicos da 1 a peca sujeitos a tratamentos diferenciados nas demais; semelhancas entre a 21 e 31.

Mudancas de formula de compasso na 3a, ritmo caracteristico na irltima. Sincopes, acentos deslocados.

Ambos os pentagramas na clave de sol.

Utilizacdo da regiao central do instrumento. Independencia de maos; articulacOes fraseolOgicas

e pianos sonoros diferenciados. Tecnica de cinco dedos, passagens escalares em andamento vivo.

Mao esquerda muito ativa. Abertura de mao ate a 81.

Nivel elementar (III).

1961Seresta (II)

Sdo Paulo

2:10Ricordi

Saudoso = 88

Forma A/B/A'. Escrita polifOnica espessa, conduzindo a acordes densos e inesperados; imitacOes.

Linhas melOdicas acefalas, descendentes e corn notas cromaticas. Modalismo. VariacOes de formula

de compasso.

Conducao de vozes, dedilhado; legato cantabile. Extensào, acordes abertos.

Nivel intermediario (II).

61

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1961Variacizies sobre urn tema

S-ao Paulo

6:09Ricordi

de "Cana-Fita"

Tema—Canone [.1= 112]

I a Vanacdo—Acalanto [Andante J = 58]

II p Variacao— Danca [Alegre J = 116]

III ; Varigio— Modinha [Triste J = 76]

IVY Variac5o — Pregao [Lento .1= 66]

Va Variacao—Valsa [Corn elegancia i = 160]

VP Variacao — Miudinho [Depressa = 20]

VIP Variacio — Baiao [ Ritmado J = 112]

VariacOes contrastantes quanto ao gênero, cariter e andamento, sobre canto popular de usina de acncar,

recolhido em Pernambuco por Mârio de Andrade. Tema e variacoes em textura bilinear, tratados

imitativamente, corn inversdo de registro das vozes. Mudanca do procedimento no Baia o, pela

substituicdcr da imitacao por ostinato ritmico sobre nota pedal. Manutencao das variacOes bem pr6ximas

do tema, corn realce, sobretudo, das 3 caracteristicas de sua cabeca. Modalismo. Ambos os

pentagramas em slave de sol.

Utilizacao da repo central do instrumento. Independência de maos; variedade de articulacOes

fraseolOgicas. Predominancia das intensidades p e mf. Enfase no trabalho sobre pentacordes.

Andamentos vivos.

Nivel elementar (III).

1962Valsa (da Suite Piratininga)

São Paulo

5:08Ricordi

Corr calma (J = 80)

Tambem corn versa.° para piano a 4 mdos. Forma ternaria em textura polamica. Linhas melOdicas de

perfil vocal, corn acentuado emprego de alteracoes cromaticas. Modalismo. Mudanca de andamento na

secdo central.

Conducao de vozes. Acordes abertos, extensao. Dedilhado, mudancas de dedo sobre a mesma

tecla, passagens escalares. Legato cantabile; a maneira de seresta.

Nivel avancado (I).

62

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1963Introducin e choros

Sao Paulo

6:17Ricordi

(Invencees a 2 partes)

Introducao [NostalgicoJ = 76]

Choro n 2 I [Comodo J = 80]

Choro n22 [Alegre = 84]

Choro n2 3 (homenagem a Villa-Lobos) [Moderato J = 56]

InvencOes a duas vozes combinando recursos tonais e modais. Introducdo a maneira de prehiclio.

Evocacdo de Nazareth ( Choro nil 2) e homenagem a Villa-Lobos ( Choro n2 3, tambem integrante da

Suite Piratininga). Choros identificados corn o género atraves do ritmo: divisao quaternaria de tempo,

configuracOes pontuadas, sincopes, apoios deslocados em fling -do das caracteristicas melOclicas e inicio

acefalo dos temas. Enfase, em cada Choro, de contornos ritmicos particulares.

Mal Diversidade de passagens escalares, abertura e fechamento de maos, dedilhado. Independencia:

variacao constante de articulacOes fraseolOgicas e de toques. Flexibilidade ritmica.

Nivel intermediario (I).

1966Acalanto

Sao Paulo

0:50Ricordi

Moderado J = 108

Em compasso quinario e no modo dOrico, linha melOclica sobreposta a =ground e, a seguir,

transposta e invertida, sotoposta ao mesmo ground. Ambos os pentagramas na clave de sol.

EnThl Utilizacao das regiCies central e subaguda do instrumento. Legato cantabile; regularidade ritmica.

Intensidades entre p e pp.

Nivel elementar (III).

1966Modinha Sao Paulo 1:08Ricordi

Calmo J = 58

Forma binaria em textura bilinear. Linhas melOdicas de natureza vocal, imitacoes. Mudanca de registro

da voz superior, na 2 2 se45o.

ME Legato cantabile, segmentos escalares. Intensidades entre mf e pp.

Nivel elementar (III).

63

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36 COMPOSITORES B RAM LEIROS - OBRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1968Contrastes

Sao Paulo

4:30Ricordi

(Variacaes sobre um tema popular)

Tema— Selvagem [J. = 76]

P Variacdo — Solene [ J = 66]

Variacao — Saltitante [J. = 80]31 Varia4ao — Calmo e sonoro = 88]

Variacao — Agitado [ J = 1521

Variacao — Nostalgico [ J = 441

Seresta

61 Varia4ao — Rude = 721

Epilogo

Primeira versa() da obra, de 1958, entao entitulada Variacdes sabre um tema popular, revista e modificada

em 1968. Tema "Selvagem" (indicacao da partitura) apresentado em canone politonal. Seis variacOes

contrastantes quanto a carater, andamento, articulacOes e intensidades. Textura predominantemente

polifOnica. Fragmentos tematicos diluidos em movimentos ascendentes e descendentes, seqiiencias e

superposicOes de 5i1, na 4e variacdo (Agitado). Tema em modo menor, baixo a maneira de viola°, na

5' variacao, Seresta (Nosttilgico). No Epilogo (6g variacao), tema em oitavas — Rude — recriando o clima

"selvagem" initial.

[TM Acordes abertos, oitavas, notas dobradas, extensao. Conducao de vozes. Toques variados:

martelado ( Tema), muito ligado (1 var.), staccatissimo (24 var.), cantabile (54 var.). Possibilidade deexecucao isolada da Seresta, publicada separadamente pela Ricordi como Seresta 1 (1' de duracao).

Nivel avancado (I).

1971Tocatina Sao Paulo

1:10Ricordi

Resoluto =184

Forma ternaria, textura linear, modalismo. Linha melOdica entrecortada por breves comentarios em

saltos; imitacoes. Simultaneidade de linhas em entradas canOnicas, na secao central e no final da peca;

notas pedal. Sucessivas mudancas de formula de compasso.

Alternancia e sobreposicao de maos; deslocamentos laterais rapidos. Velocidade.

Nivel intermediario (II).

64

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1972Moda* Sao Paulo 1:23Gerig

Coin alegria J 108

Forma ternaria, A/B/A' em textura bilinear; contraponto livre. Modalismo. Voz inferior corn

pouca autonomia na primeira secdo, alternando segmentos em graus conjuntos e em 5a . Breve

secdo central, em andamento lento, corn recorrencia de material de A: 3a menor, nota repetida,

movimento escalar e intervalos de 41 e 51. Volta ao 12 tempo em A', corn maior atividade ritmica

e densidade horizontal.

[EMI Independéncia de mdos, articulacoes fraseoleogicas especificas para cada uma delas. Acentos

deslocados. Passagens escalares, velocidade.

Nivel intermediArio (II).

* Peca integrante do livro I da colecao Neue Brasilianische Klaviermusik.

1973Serenateira

Sao Paulo

2:18Novas Metas

(Valsa)

= 120

Valsa modinheira em forma ternAria e textura bilinear. Como em outras pecan, inversao e mudanca de

registro das vozes na 3 a secao. Modalismo.

RIM Legato cantabile, dinamica natural. Passagens escalares, dedilhado; andamento vivo.

Nivel intermediArio (I).

1978Amoroso (Choro nQ 1)

Sao Paulo

3:54Ms

Moderado J 66

Forma terndria, textura predominantemente bilinear, corn a secdo central mais densa (tres vozes).

Caracteristicas ritmico-melOclicas do choro: segmentos escalares ou arpejados, diateinico-cromaticos, em

divisdo quaterniria de tempo. Linha inferior corn funcao melOclico-harmonica sugestiva do violao de

sete cordas.

EMI "0 mais ligado possivel", conforme indicacdo na partitura. Passagens escalares ou arpejadas.

Conducao de vozes na sec5o central.

Nivel intermediario (II).

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36 COMPOSITO RES PRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1980

1980

1982

1982

1982

1981

1986

1979

1980

1986

1982

Simples coletinea Säo Paulo

1\/21 — Ze Pereira [Com alegria J = 116]

N E 2—Tanabata no [Alegre J = 80]

N E3 — Moda baiana [Pachorrentamente= 88]

N E 14 — Moda paulista [Alegre J = 88]

N E 15 — Moda molenga [Lento J = 40]

Na 16 —A moda do sanfoneiro [Com muita alegria J = 132]

N E 17 — Fanfarra [Marcia! J = 132]

N E 18 —Acalanto para Isabelle [Andante . 1 = 60]

N E 19—Valsa de antigamente [Saudosamente J = 92]

N E 10 - Martha nuptial para uma boneca [Corn impon8ncia j = 58]

16:30 Ms

Coletanea de 10 pequenas pecas corn materiais sonoros e modos de claboracao diversos.

Presenca marcante de intervalos harmOnicos justos. Ambos os pentagramas na clave de sol,

nas pecas n4= 2, 5, 6 e 8.

Linha melOclica popular conduzida por clusters tambem corn funcäo ritmica — "como urn bombo" —

segundo indicacao na partitura. Emprego quase cxclusivo do registro grave — Ze Pereira.

Pentatonismo, imitacdo canOnica, notas repetidas; alusab a mnsica oriental (japonesa) — Tanabata no.

Modalismo. Linha mclOdica de carater suspcnsivo. Em tres pautas — Moda baiana.

Tercas paralelas da moda de viola e sugestdo do ritmo de coco — Moda paulista.

Como toada dolente, corn a sincopc degradada em tercina — Moda molenga.

Tecnica dc hoqueto; modo nacional (IV/ elevado eabaixado) — A moda do sanfoneiro.

Enfase nos intervalos de e 5 4 justas e no acorde de tOnica sem a 3 4, sugestdo do timbre

de instrumentos de sopro de metal — Fanfarra.

Processo imitativo continuo; modo lidio — Acalanto para Isabelle.

A maneira de valsa de csquina, de carater seresteiro e lirico — Valsa de antigamente.

Intervalos de 44 e 5 4 justas, corn ritmo incisivo, na regiao aguda; sugestao de chamadas

de instrumentos de sopro, ern contrasts corn triades isOcronas. Em tres pautas — Martha nuptial para

uma boneca.

Mrini Possibilidade de execucdo isolada das pecas. Destaquc da linha melOclica dentro da sucessdo

de clusters, andamento vivo — Ze Pereira. Mudanca dc dodo em nota repetida, teclas pretas — Tanabata

no. Notas dobradas, extensão de 10 2 na mao esquerda, textura espessa, sincopes — Moda paulista.

Notas presas — Moda molenga, Fanfarra. Oitavas, acordes, intensidades extremas, dc ppp a fff— Martha

nuptial para uma boneca. Andamentos vivos — A moda do sanfoneiro e Fanfarra.

Niveis intermediario (I) — Ze Pereira, Moda paulista, Marcha nuptial Para uma boneca; elementar (III) —

Moda baiana, Fanfarra, Valsa de antigamente; elementar (II) - Tanabata no, Moda molenga, A moda do

sanfoneiro, Atalanta para Isabelle.

66

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1981Tres estudos sobre

Luiz Gonzaga

Estudo n2 1 [Alegre J = 92]

A danca da moda (Luiz Gonzaga)

Estudo n2 2 [ Moderado J = 69]Assum Preto (Luiz Gonzaga)

Estudo n2 3 [ Moderado J = 69]

Juazeiro (Luiz Gonzaga)

Sào Paulo 6:15Fermata

Peps baseadas nas homOnimas do compositor pernambucano. Modalismo. Recorrencia

de formulas ritmicas.

Linhas melOclicas do folclore infantil coin contorno ritmico modificado, dispersal entre os acordes,

em cada uma das secoes — Estudo n2 1.

Ostinato ritmico, acentos deslocados, sincopes, intervencOes contrapontisticas — Estudo n2 2.

Polifonia, imitaceles. Escrita em tres pautas — Estudo n2 3.

Flexibilidade ritmica, cantabile. Variedade de timbres obtida pela alternancia de maos. Saltos,

extensäo — Estudo n2 1. Esquerda movimentada, saltos, extensdo — Estudo n2 2. Pianos sonoros,

conducao de vozes, notas dobradas — Estudo n2 3.

Nivel avancado (I).

1984Sonatina

Sdo Paulo

5:16ArteUnesp

I — [Alegre J = 72]

II - [Andante J = 60]

Acalanto para Isabelle

III — [ Descontraido J = 144]

Textura contrapontistica, imitacäo. Modalismo: dorico, lidio e nacional (IV 2 elevado e VIP abaixado),

respectivamente nos 1 2 , 2' e 32 movimentos. Intervalos justos, no 1 2 movimento, sugestivos da viola

caipira. Manutencdo, no 22 —Acalanto para Isabelle, peca tambem integrante da Simples colettinea — das

5 /11 justas harmonicas e do motivo arpejado inicial do movimento anterior. Reaproveitamento

de elementos ji empregados, como movimentos escalares diatOnicos, nota repetida, motivo arpejado e

segmentos maiores do tema, estes na coda, no 32 movimento.

MID Independencia de maos, conducdo de vozes; notas presas, extensa-o. Pronunciada atividade da mao

esquerda, no 3 2 movimento. Este e o 1 2, em andamentos rapidos.

Niveis elementar (III) — 12 movimento; (II) — 22 movimento; intermediArio (I) — 32 movimento.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /CORREA, S. DE VASCONCELLOS

1985CaiximUsica*

Sao Paulo

1:14Editora da SPNIA

Moderado = 88

VariacOes, a duas vozes, sobre uma serie, composta por uma sucessäo de 3 z ascendentes e

descendentes, contend° 11 sons da escala cromatica. Aparecimento da nota omissa a partir

da variacdo; repeticao da serie distribuida entre as duas vozes. Acciacaturassucessivas ou distantes

de 5A ou 44 da nota real, registro — ambos os pentagramas na slave de sol intensidade — sempre pp —

e rcssonancia, produzida pelo emprego do pedal, como fatores coadjuvantes na simulacao do efeito

de caixinha de mnsica.

Utilizacao dos registros agudos do piano. Ornamentos, efcitos de pedal. Superposicdo de ma-os.

Nivel intermediario (I).

*Peca integrante do Album piano 1- SPMB/1985 (Sociedade PrO-Mnsica Brasileira ), p.18.

1987Caricatura*

Sao Paulo

3:00ECA/USP

(Ny 1—Dancet)

Corn humor, = 76

Correspondencia entre cada nota da serie geradora do tema c as letras do sobrenome Guarnieri;

rcpcticao dos dois Ultimos sons da serie uma abaixo. Atraves de "caricatura" da Danta negra, obra

para piano das mais conhecidas dc Guarnieri, tentativa de descricao do lado bonachab, espirituoso,

mordaz, risonho e gozador do compositor. A partir de base ritmico-meleidica (corn aproveitamento de

configuracOes ritmicas do tema da mesma Danta), claboracdo, iniciada no 32 compasso,

do contracanto — linha condutora da pecaMyers -do da serie original a uma 5 4 superior. Citacao de urn

fragmento melOdico ainda da referida Danta, reutilizado corn variacOes ritmicas. Na secao central,

"Urn pouco menos", tercas paralelas caractcristicas das modas de viola do interior paulistano,

particularmente caras a Guarnieri, e material tematico do 3 u movimento, "Caterete", da Sonata

para viol& do pr6prio Sergio de Vasconcellos Correa. Textura polifOnica. Fregtientes mudancas

de formula de compasso.

PAM Conducao de vozes, notas presas, dedilhado, extensab. Acentos deslocados.

Nivel intermediario (III).

*Obra integrante do caderno Homenagem a Camargo Guarnieri, coordenado pelo pianista Jose Eduardo Martins.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBBAS PARA PIANO/CORREA, S. DE VASCONCELLOS

PIANO A 4 MAOS

1962Valsa (da Suite Piratininga)

Sao Paulo

5:08Ricordi

Corn calma (J = 80)

Forma ternaria em textura polifOnica. Linhas melOdicas de perfil vocal, corn acentuado emprego

de alteracoes cromiticas. Modalismo. Mudanca de andamento na secao central. Enriquecimento sonoro

— dobramentos e criacao de vozes intermediarias — da versa() original.

Conducao de vozes. Acordes abertos, extensao. Dedilhado, mudancas de dedo sobre a mesma

tecla, passagens escalares. Legato cantabile; a maneira de seresta.

Nivel avancado (I).

1978Baiio (da "Suite Piratininga")Sao Paulo 3:08Novas Metas

Alegre J 96

Ostinato ritmico predominantemente confiado a parte apresentada na regido grave do piano. Acordes

corn sentido percussivo. Modalismo, enfase no modo national. Tratamento imitativo. Dois temas, celula

initial do P insistentemente repetida e reutilizada no 2-9-.

Plasticidade e sincronizacao ritmica. Extensao. Diferenciacao de pianos sonoros.

Nivel intermediario (III).

DOIS PIANOS

1963Dobrado

Sao Paulo

2:44Ricordi

Alegre J = 108

Forma em arco, A/B/C/B/A, conforme indicado pelo compositor na partitura, em idioma tonal. Unidade

tematica, corn aproveitamento do material apresentado nos primeiros compassos. Alusao ao genero pela estrutura

metrica, celulas ritmicas quadradas, baixos pesados, textura orquestral de banda de mUsica, blocos (naipes) em

dialog() e/ou contratempo, dobramentos diversos e acentos deslocados. Textura predominantemente homofOnica,

apesar da intensa movimentacdo dos naipese grande atividade ritmica, corn cliches do dobrado militar.

rEn Andamento vivo. Escrita tendendo a complementaridade das panes, visando a sua maior inteigibilidade.

ArticulacOes fraseolOgicas precisas. Oitavas e outros tipos de dobramento. Pequenas passagens escalares.

Nivel avancado (I).

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ESCOBAR, AyItonSao Paulo — SP (1943-)

ANOTITULO LOCAL

PIANO

1968Tres pequenos trabalhos Rio de Janeiro

para piano

I – Devaneio (Noturno) = 58]

II – Chorinho (Invencao a 2 vozes ou Dois canones livres) = 104]

III – Seresta (Valsa choro) = 58 ma senza rigore ]

Pecas atonais contrastantes quanto a carater, andamento e textura.

DURACAOEDITORA

7:00Novas Metas

Linguagem não discursiva estruturada sobre alguns elementos basicos: repeticao (fator de unidade)

de nota, intervalos, blocos, passagens rapidas corn grandes saltos (pontilhismo); emprego de registros

extremos, corn mudancas sUbitas e freqUentes de intensidade. Descontinuidade ritmica, polirritmias,

mudancas constantes de formula de compasso. Apresentacao de uma serie seguida do retrOgrado, logo

no inico da pep; aproveitamento, no seu decorrer, de apenas fragmentos dessa serie – Devaneio.

Forma binaria trabalhando canone I e canone II, ambos a duas vozes, respectivamente na P e 2asecOes.

Primeira voz, no canone I, formada por urn tema angular, segmentos livres e fragmentos do prOprio

tema; uma Unica imitacao, uma 5a abaixo, na 2 a voz. Canone II, retr6grado de I; segmentos livres nab

retrogradados. Ocorrencia, tambem, de uma Unica imitacdo, uma 5 a acima. Mudancas constantes de

fOrmula de compasso. Ritmo caracteristico do chorinho: divisao quaternaria de tempo, inicios de frase

anacrUsticos e dialog() entre as duas vozes – melodia e baixaria – Chorinho.

Textura tipica do genero: linha do baixo sugestiva do viola°, a superior de perfil vocal, corn

comentirios descontinuos de fragmentos melOdicos ou de acordes ocasionais. Emprego reiterado

da celula initial – Seresta.

EMI] Controle ritmico, da agOgica e das intensidades. Extensao, saltos (I). Abertura e fechamento

rapid() de maos, dedilhado; esquerda trabalhosa – questoes comuns a 31 peca – e andamento vivo (II).

Conforme indicacao do compositor, le due mani molto cantabile, sempre molto appassionato e rubato,

ma poco (III).

Niveis avancado (I) – Devaneio; intermediario (III) – Chorinho e Seresta.

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36 COM POS CIO RES BRASILEIROS - ()BRAS I'ARA PIANO / ESCOBAR, AYLTON

1977Mini-suite das tres miquinas

Rio de. Janeiro

5:00Musicalia

1 —A miquina de escrever [./ = 96]

2 —A caixinha de musica = 104, ma non sempre

3 - 0 coracao da gente [Diversosl

Pecas seriais de carater pedagOgico e lUdico: maneira elementar e irreverente de trabalho corn uma serie

de doze sons. Estimulo a inventiva e a fantasia do interprete, improvisacão. Emprego de clusters

de menor e maior ambit(). Bula informativa.

Imitacdo do mecanismo da miquina de escrever; regularidade ritmica, staccato. Clusters de pequeno

ambit() nas regiOes indicadas. 45" de improvisacao — A mciquina de escrever.

Irnitacdo da caixinha de mUsica; sobre a serie, na regrao aguda do instrumento, 30" de improvisacao —

A caixinha de masica.

Imitacilo, corn clusters de ambitos diferentes na regrao grave, dos batimentos do coracao nas tres idades:

infância, juventude e velhice. Correspondencia entre as variacOes de dinamica e agOgica e o ciclo vital

do homem. Citacao de pequeno poema de Walmir Ayala — 0 coracao dagente.

ArticulacOes varias, enfase no staccato; deslocamentos rapidos. VariacOes de agOgica, contrastes

bruscos de intensidade. Pausas e cortes expressivos.

Nivel intermediario (III).

PIANO A 4 MHOS

1970Seresta <op. urn>

Londrina

2:00Novas Metas

Seresteiro(.J = 80 ca.)

Forma ternaria. Influencia da mUsica popular urbana, ambiencia harmonica caracteristica: acordes

de 7= e 9= . Textura predominantemente homofOnica na parte "segundo": linha melOdica expressiva,

basicamente apresentada na voz superior, sobreposta a desenho sugestivo de baixaria de viorao.

Linha melOdica no estilo de valsa urbana, conduzida pela parte "primo", corn amplos movimentos

escalares ou arpejados em uma Unica direcao, dobrada em toda sua extensdo. <op.um >, referencia ao

primeiro presente de aniversario a um amigo.

Conducdo de vozes, simultaneidade de toques diferentes: non legato (baixo na parte "segundo"),

legato e cantabile. Frequentes indicacOes verbais de interpretacdo.

Niveis elementar (III) — parte "primo"; e (I) — parte "segundo".

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ ESCOBAR, AYLTON

PIANO E PI TA

1972Assembly*

Rio de Janeiro

8:00Gerig

Obra serial composta de sete mOdulos executados na seqfiencia estabelecida pelo autor; ate o 4Q, serial

ainda quanto as duraciies. Inclusdo, a partir do mesmo, de fita magnetica pre-elaborada pelo executante.

InstrucOes do compositor corn indicacides de efeitos de eco, retrogradacdo da fita, alteracoes

de velocidade e variacOes de quartos de torn. Indeterminacao quanto a duracao maxima das estruturas,

tambem a partir da LP: repeticao de quaisquer elementos nelas contidos. Improvisacdo. Ausencia de sinal

de compasso. Intensidades contrastantes e variadas de pp a fff, maxima no cluster final. Notacdo mista,

grafismo, bula explicativa.

Mraf] Saltos, registros extremos do instrumento. Indicacao precisa dos pedais. Piano amplificado a partir

do 4Q modulo. Utilizacdo da harpa do piano: nas cordas — unhas, dedos, palmas das mdos, copo -,

sobre as cravelhas e no cepo metalico. Segundo recomendacao do compositor, 8:30 como tempo

maximo de execucdo da obra, sob risco de esgarcamento da fantasia e do discurso.

Nivel avancado (II).

*Pcea imcgrante do volume 2 de New Brasilianische Klaviermusik.

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GuERRA-PEIXE, Cesar

PetrOpolis — RJ (1914-1994)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1950Sonata ng 1

Recife

15:20Ms

I – Allegro moderato [J = 1 oo]

II - Larghetto= 661

III – Allegro [J = 126]

Forma sonata bitematica. Primeiro tema desdobrado em duas ideias contrastantes: uma, arnivel,

tendendo a linearidade, em dois pianos bastante autOnomos, corn desenhos anacriasticos e acefalos, entre

p, mf e f, outra, energica, vigorosa, textura harmonica macica, desenhos teticos, em ff. Segundo tema,

mais lento que o primeiro, "tonal-modalizado", nas palavras do compositor, de carater modinheiro,

interrogativo, submetido a tratamento polifOnico – P movimento.

Forma lied. Tema modal, evocativo das toadas dos candombles do Recife, combinado a urn duplo

ostinato ritmico-melOclico, no baixo e na voz intermediaria, acentuadamente cromitico (caracteristica

comum a primeira ideia do primeiro tema do movimento anterior) – 22 movimento.

Forma ternaria. Predominancia do contraponto livre como processo de estruturacao do material

tematico, sujeito a permanente variacao. Emprego de blocos densos, sobretudo na secao central, aliando

funcoes ritmica e timbristica. Embora tonal, pOlos fugidios e camuflados. Jogo diatonismo/cromatismo.

Sugestao da forma, ritmo, estridencia e instrumentacao do frevo – 3 1 movimento.

Leitura complexa em funcao da estruturacao harmOnica. Diversidade de articulacOes. Arpejos,

oitavas, acordes, saltos; extensao. Conducäo de vozes. Velocidade no 3 1 movimento.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES 13RASI LEIROS - OBILAS PARA PIANO / GUERRA-PEIXE, CESAR

1951Sonatina n'^ 1

Recife

9:30Ms

I - Allegro moderato = ± 100]

II - Andante [J) = ± 54]r

III – Allegro L. = ± 116]

Designacao sonata mais adequada a obra, por sua extensdo e estrutura. Modalismo; pOlos distintos para

cada movimento. Metrica irregular. Abundancia de 4 justas sucessivas ou superpostas. Atritos

de 2/ maior ou menor e seus derivados. Notas repetidas integrantes dos diversos temas.

Forma sonata bitematica. Primeiro terra vivo, impulsivo, em quartos de tempo, corn saltos intervalares.

Projecao ascendente do movimento melOdico compensado por grupos de notas articuladas de duas

em duas – uma sugestao das arcadas da rabeca nordestina, "no estilo do cego Aderaldo", do Ceara,

dc acordo corn informacao do compositor. Segundo terra caprichoso, seresteiro, soando mais lento,

em decorrencia do emprego de duracOes mais longas. Polifonia descontinua. Freqfiente movimentacao

do baixo por grau conjunto, corn recorrencia de celula riunica, a maneira de baixaria do viola°, no choro

instrumental. Intervencao de acordes, como um acompanhamento de cavaquinho –movimento.

Motivo ritmico em notas repetidas da introducao – sugestao dos toques dos antigos maracatus – pregnante

no movimento, como uma toada cm cadencia dolente. Ligeiramente modificado, reapresentacao do referido

motivo em uma das duas cantilenas subsequentes, melancOlicas c nostalgicas, em dialog° – II -Q movimento.

Textura polifemica, trabalho imitativo. Tema iniciado corn notas repetidas, desenvolvido na prOpria

exposicao. Secao central (Mend = ± 96) de carater burlesco, em andamento inferior ao da exposicdo;

parte initial do terra apresentada corn aumentacao de valores – III Q movimento.

Mai Dedilhado. Extensdo, acordes, passagens arpcjadas. ArticulacOes varias, acentos deslocados, constante

quebra da regularidade ritmica. Pianos sonoros, velocidade. Legato e cantabile no 11 2 movimento.

Nivel avancado (I).

1954Suite NQ 2

Sdo Paulo

12:00Ricordi

(Nordestina)

I —Moleiro [. = ± 88]

II —Cabocolinhos = ± 126]

III —Pedinte = 42]IV —Polca = ± 80]

V —Frevo = ± 126]

Conjunto de cinco pecas inspiradas em cantorias ( Violeiro e Pedinte) e dancas populares do Nordeste

(Cabocolinhos, Polca e Frevo), de naturezas distintas, andamentos contrastantes e ritmos caracteristicos.

Modalismo (a excecao do Frevo). Recorrencia e variacao de padrOes ritmicos e melOdicos.Textura homofOnica

adensada no interior dc cada peca. Sincopes, ritmos acefalos, acentos deslocados (Frevo). Agruparnento

irregular das subdivisocs de tempo, polifonia descontinua (Pedinte). Baixos como bordOes ( Violeiro c Pedinte).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /GUERRA-PEIXE, CESAR

EMU Busca de timbres evocativos de instrumentos tipicos como o surdo, tarol, caracaxi, apito e imabia

(Cabocolinhos), viola° e cavaquinho (Polca) e metais (Frevo), selecionados segundo o tipo de padrao

ritmico ou de desenho melOdico. Saltos ( Violeiro, Cabocolinhos, Polca, Frevo). Oitavas, acordes, extensäo

(Cabocolinhos, Polca, Fre ya). Passagens escalares e em arpejos (Frevo). Cantabile expressivo, liberdade

ritmica ( Violeiro e Pedinte). Andamento rapid° (Cabocolinhos, Frevo).

Niveis intermediario (II) — Violeiro, Pedinte; e avancado (I) — Cabocolinhos, Polca, Frevo.

1954Suite ni2 3

Sao Paulo

12:00Ricordi

(Paulista)

I —Cater to [ Diversos]

II —Jongo [Vivace (ca. J = 138)1

III —Canto-de-trabalho [Andante (ca. J = 46)]

IV —Tambu [Andante (ca. = 56) Presto (ca. J = 144)]

Conjunto de quatro pecas inspiradas em generos populares associados a danca e ao canto, de origens

diversas e encontraveis em Sao Paulo. Recorrencia e variacdo de padrOes ritmicos e melOclicos.

Modalismo e polimodalismo. Alternancia entre secOes marcadamente ritmicas e vocais, a excecao

do Canto-de-trabalho, de indole exclusivamente vocal (construido a partir de uma mesma linha melOclica

submetida a diferentes tratamentos). Alternancia de andamentos ( Catereti), de formulas de compasso,

polirritmia (Jongo). Acompanhamento como borddo, a maneira de baixo de viola ou rojao (recortado no

final do Caterete). Familiaridade ritmica e sonora, enfase no intervalo de 21 maior e seus derivados (Jongo

e Tambu). Adensamento da textura no decorrer das peps ( Canto-de-trabalho e Tambu).

ECOM Riqueza e complexidade ritmica: acentos deslocados, sincopes, diferentes organizacoes

das subdivisOes do tempo. Timbres alusivos a percussiies (tambu, candongueiro, angOia, palmeado,

sapateado), cordas (violao, viola) e vozes, selecionados segundo o tipo de padrao ritmico ou de desenho

melOclico. Variedade de toques e articulacOes. Acordes, extensao, saltos, velocidade.

Niveis intermediario (III) — Caterete e Canto-de-trabalho; avancado (II) — Jongo, Tambu.

1967Sonata n2 2

Rio de Janeiro

23:00Ms

I --Vivace [ca. J = 138]

II —Largo [ca. J. = 44]III —Allegro [ca. J = 120]

Movimentos em pOlos distintos. Texturas harmonicas, polifOnicas e mistas. Harmonias triadicas e

quartais. Tritonos, 2p e seus derivados. Mistura de tonalismo e modalismo.

Forma sonata bitematica. Primeiro tema long°, vivo, energico, ritmico, integrado por dois ostinati,

o 1" deles, no baixo, corn colorido clOrico, tendo seus materiais formadores aproveitados na estruturacao

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS I'ARA PIANO/GUERRA-PEIXE, CESAR

do 22 ostinato e o de outros elementos do tema. Inciso caracteristico do 2 2 tema — lirico, "senza rigore

sempre", em andamento inferior ao do precedence — oriundo de inciso do P. Manutencdo de elemento

comum entre uma subsecao e a seguinte, no desenvolvimento. Reexposiedo bem mais curta, restrita

a reapresentacdo do P tema, da transicdo, esta modificada, e de uma fugaz evocacdo do 2 12 tema.

Presenca do toque de bald° de viola na transicao e retransicao — 12 movimento.

Forma lied. Apresentacdo de duas ideias: uma calma, corn linha melOclica basicamente em notas

repetidas e graus conjuntos; outra mais expressiva, corn intervalos de maior amplitude, na exposicdo.

Repetiedo de contorno ritmico a maneira do toque de viola paulista ao longo da 1 2 subsecao da seed°

central — Un poco mosso — secdo de colorido modal mixolidio e eOlio em policordes (presenca do mesmo

toque no Rondo do Trio para piano, violino e violoncelo e, ligeiramente modificado, na exposicdo do 32

movimento da Sonata n2 2 para violino e piano). Evocacdo, na subsecao seguinte, de urn dos desenhos

melOdicos do P tema do P movimento, conduzido pelo tenor de triades ou acordes de 7 2, sob

harmonias quartais — 22 movimento.

Rondo, forma A/B/AVC/A"/D/A—/A"" (coda), inspirado em generos oriundos da mUsica popular.

Refrdo, marcha variada a cada reapresentacdo, contrastante corn as estrofes — Polca, Frevo e

Cabocolinhos. Reaproveitamento, nestes, de elementos tematicos do refrao. Reintroduedo do P ostinato

do P movimento, logo seguido de parte do P tema, na coda. Sugestdo de instrumentacao

earacteristica, como tarol (Marcha), outras percussiies e metais (Frevo) e inUbia (Cabocolinhos).

Modalismo: eOlio, na Marcha, national, em Cabocolinhos— 32 movimento.

Velocidade, massas sonoras muito densas. Saltos; oitavas, notas dobradas, extensdo. Excelled°, na

mesma moo, de passagens em graus conjuntos combinadas a acordes ou notas de maior duracdo.

Nivel avancado (III).

1968Suite infantil n2 3

Rio de Janeiro

3:50Fermata

I — Marcha-rancho [ Tempo de marcha-rancho = 76]

II — Toada [ Andantino = 66]

III — Frevo [ Tempo marcha = 88]

Tres pecas de inspiraedo popular em forma ternaria, contrastantes quanto a genero e andamento.

Linha melOdica no baixo corn acompanhamento de acordes corn funcdo percussiva. Seed° central,

em andamento inferior ao initial, sugestiva de loas do cancioneiro popular — Marcha-rancho.

Balanco de toada a partir da repeticao de desenhos ritmicos e melOclicos — Toada.

Sincopes, acentos, inicios de frase acefalos, tipos de articulacdo e tratamento harmemico sugestivos

do frevo instrumental — Frevo.

"Bossa ritmica", tempo plastico. Variedade de toques; notas dobradas, acordes de ambit° estreito.

Andamento vivo no Frevo.

Nivel intermediario (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ GUERRA-PEIXE, CESAR

1969Sonatina nil 2

I - Allegro moderato [ca. .1 = 104]

II — Andante [ca. J = 56]

III - Allegretto moderato Diversosl

Rio de Janeiro 12:00Vitale

Designacao sonata mail adequada a obra, por sua extensao e estrutura. Movimentos contrastantes

em diferentes pOlos; combinacao de modo e tonalidade. Metrica irregular. Notas articuladas duas a duas

— influencia do cego Aderaldo.

Forma sonata bitematica. Primeiro tema constituido por duas ideias: a primeira, em colcheias e seminimas, modal

oscilante, perfil curvo, cat-Ater estatico e suspensivo, basicamente apresentada em sextas paralelas, na regiao

media, contraposta a ostinato ritmico-harmOnico, em quintal justas; a segunda, de carater impulsivo, corn

saltos compensados por cromatismo em movimento descendente, contraposta em polirritmia a tercas duplas

repetidas, concluindo corn reiteracao de celula ritmica em todas as vozes. Segundo tema, fluente e tranqiiilo,

ern andamento ligeiramente inferior ao do primeiro — Pochissimo meno (ca. J96) — relacionado corn a P ideia

do anterior atraves de enfase no intervalo de 6 1 e aproveitamento da celula do final da P apresentacao

da referida ideia, no contralto Sucessao ou superposicao de quartas justas, aumentadas e setimas — 1 2 movimento.

Forma lied. Como uma modinha. Linha melOdica com duas ideias, a P exposta pelo soprano, a 21 pelo baixo.

Secao central, embora tonal, recriando a atmosfera modal da mUsica popular do Nordeste — 2 2 movimento.

Forma rondo. Refrao, um tema folclOrico do Rio Grande do Sul, denominado "Macanico", "como uma

valsa" em compasso ternirio. Introducao usada como seu acompanhamento. Duas estrofes: "A la

polca" — Paco meno ca. J = 106 — e Allegro moderato ca. J = 100, respectivamente em compasso binario

e quaternario. Coda como variacao da Introducao — 3 e movimento.

EEM Passagens escalares e arpejadas. Acordes quebrados e em blocos, extensao. Notas dobradas em legato.

Diferenciacao de pianos sonoros, cantabile. Diversidade de articulacOes, polirritmia. VariacOes de agOgica.

Nivel avancado (I).

1971A infibia do cabocolinho

Sao Paulo

2:30Ms

Vivace ca. J 152

Peca originalmente escrita para orquestra e flautim obligati), corn versO'es para violino, flauta ou clarineta

e piano e piano solo.

Sugestao explicita da inUbia (flautim superagudo) pela exploracao do registro agudo, tipo de articulacao

e andamento. Linha meleiclica predominantemente construida corn intervalos de 2 1 , 3 1 e 5i,

ritmicamente marcada por pausas e sincopes; mencao ao ritmo de baiano. Variacao permanente.

Modalismo. Deslocamentos harmOnicos por grau conj unto, no passo de marcha viva e rapida.

Extensao, acordes, oitavas, saltos, passagens polifOnicas; velocidade.

Nivel avancado (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /GUERRA-PEIXE, CESAR

1979Prelitclios tropicais (1-4) Rio de Janeiro Vitale

1 — Cantiga de Folia de Reis [Moderato ca. : = 72] 2:10

2 - Marcha abaianada [Tempo di marcia ca.= I 16] 1:50

3 -Persistencia [Diversos] 3:50

4 — Ponteado de viola [Allegretto ca../ i. = 44] 2:35

Titulo originado da intencao inicial do autor de compor pecas inspiradas no folclore dos paises situados

entre os trOpicos, restringindo-se, porem, ao Brasil, em funcao da riqueza de nossa mnsica e danca

populares. Designacao "prelUdio" denotando liberdade de forma. Possibilidade de apresentacao isolada

de qualquer das pecas. Manutencao da ordem, em caso de execucao integral do conjunto de PrelUdios.

Pecas seqUencialmente contrastantes quanto a andamento e carater, basicamente estruturadas por processor

de repeticao e variacao. Formas ternarias (n 25 I, 2, 3, 4, 8 e 10), binarias (11 ,11 6, 7 e 9) e rondo (n2 5).

Contraste entre: verticalidade – cantiga solene, inspirada em cantigas de Folias de Reis do sul de Minas

Gerais, tambem ouvidas em Sao Paulo, em acordes na posicao fechada; e linearidade – mistura

de desenhos do choro, de arcadas da rabeca nordestina do cego Aderaldo e de baiao de viola.

Cornbinacao de elementos tonais e modais – Cantiga de Folia de Reis.

Apresentacao de uma "cana-verde" de Sao Paulo, em 3 22 dobradas, como ideia melOdica principal,

sobre baixo ostinato derivado do ritmo de baiao maranhense executado por sanfona. Combinacao

de elementos tonais e modais, III 4 abaixado, criando uma relacao corn a mUsica de jazz. Emprego

do termo "abaianada" no scntido de variada, alegre – Marcha abaianada.

Titulo denotando insistencia nas ideias principais. Embolada em modo national (IV elevado e VII

abaixado) antecedida c seguida por subsecOes a maneira de prelUdio e recitativo, superposta a desenhos

previamente apresentados – Persistincia.

VariacOes ritmicas, melOclicas e harmOnicas da P frase da peca. Carater percussivo e festoso. Motivo

da secdo central – antecedida por desenhos alusivos a Persistência (Preltidio tropical n 2 3)– extraido

do 32 movimento do Quartet° de cordas n2 2 do prOprio compositor – Ponteado de viola.

DIM Linha melOdica conduzida pelo soprano de acordes em legato cantabile. Acordes quebrados em

quartos de tempo, corn articulacOes basicamente de duas em duas notas. Conducao de vozes –

Cantiga de Folia de Reis. Tercas duplas, acordes e acordes quebrados em andamento vivo – Marcha

abaianada. VariacOes constantes de ag6gica e dinamica, acordes repetidos de pequeno ambit° –

Persistincia. Notas dobradas, oitavas, acordes repetidos; alternancia de mdos, andamento vivo –

Ponteado de viola.

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ GUERRA-PEIXE, CESAR

1979SugestOes poeticas Rio de Janeiro

(Em memOria de Fernando Pessoa)

I —Tema (SugestOes portuguesas) [Allegretto moderato ca. J = 801

II —Nuvens [Lento ca. J ) = 60]

III —Aniversario [Allegro ca. = 1121

IV —InsOnia [Lento ca. = 441

V -Tema novamente

VI —Comeco a conhecer-me [Adagio ca. = 781

VII —Na casa defronte [Allegro moderato ca. J = 104]

6:00Ms

Ressonancias musicais de poemas de Fernando Pessoa. Variacoes livres, como cancoes reduzidas para

piano, seqiiencialmente contrastantes quanto a andamento e carater, sobre urn tema folclOrico do norte

de Portugal, ele mesmo resultante de elaboracoes sobre seus quatro primeiros compassos. Regularidade e

estaticidade ritmicas, pelo emprego no acompanhamento, de acordes nos tempos e de ate duas divisoes

da unidade ( Tema, variacOes II e V). Estilhacamento da linha melOdica atraves da distribuicao de suas notas

por diferentes registros, rarefacdo da textura (variacOes IV e VI). Intensificacao da atividade ritmica

e adensamento da textura (roaria¢oesllle VII, esta affirm, o climax melOclico, ritmico e harmOnico da obra).

PER Notas dobradas (324, 5 44, 8), acordes, saltos. Realce do tema quando apresentado no soprano dos

acordes ou simultaneamente corn seu acompanhamento, ambos na mao direita. VariacOes de agOgica.

Nivel intermediario (III).

1980Prelitclios tropicais (5-7) Rio de Janeiro Vitale

5 - Pequeno bailado [ Moderato ca. J =

1001 2:25

6 - Reza-de-defunto [ Largo ca. J = SO1 4:30

7 —Tocata [Allegro minimo J = 1201 3:30

Titulo originado da intencao inicial do autor de compor peps inspiradas no folclore dos paises situados

entre os tr6picos, restringindo-se, porem, ao Brasil, em funcao da riqueza de nossa mUsica e danca

populares. Designacao "prelitclio" denotando liberdade de forma. Possibilidade de apresentacao isolada

de qualquer das pecas. Manutencao da ordem, em caso de execucao integral do conjunto de PrelOdios.

Pecas secitiencialmente contrastantes quanto a andamento e carater, basicamente estruturadas por processos

de repeticao e variacao. Formas ternarias (n124 1, 2, 3, 4, 8e 10), binarias (no 6, 7e 9) e rond6 (ni4 5).

Forma A/B/A'/C/A". Refrao reapresentado de forma variada; utilizacao de seus materiais —

conjuncao, aumentada e nota repetida — nas duas estrofes. Movimento cromatico descendente

no baixo, em A, a maneira de valsa brasileira — Pequeno bailado.

Observancia da estruturacao em doze versos, caracteristica da Reza. Ostinato ritmico e adensamento

da textura, na 24 secao. Modo nacional (IV elevado, VII abaixado). Carater solene das excelencias

ou "incelencias" — Reza-de-defunto.

Recorrencia, por vezes obsessiva, de quatro motivos ritmicos, entre eles o de urn toque de candomble

do Recife. Sugestao de tambores afro-brasileiros — Tocata.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO / GUERRA-PEIXE, CESAR

Notas presas, articulacoes varias, passagens arpejadas, acordes — Pequeno bailado.

Tercas duplas, oitavas, acordes. Carater lamentoso — Reza-de-defunto.

Notas, oitavas e acordes repetidos em andamento vivo. Acentos deslocados. Forca ritmica — Tocata.

Niveis intermediario (II) — Pequeno bailado; (I) - Reza-de-defunto; avancado (I) — Tocata.

1981Minasculas I — II — III —Rio de Janeiro Vitale

IV — — VI

Seis pequenas suites em nivel intermediario (I), cada uma coin tres pecas de carater contrastante,

abordando tematicas variadas — de generos populares brasileiros a questOes pianisticas. Modalismo,

cromatismo. Influencia de Bart6k.

Minitsculas I (1-3) 2:00

1 — Introducio [Allegro comodo (± = 120)]

2 — Dramatic° [Andante (±80)]

3 — Marchando [Quasi marcia (± .1= 112)]

Dobramento coloristico de melodia e harmonias de tercas superpostas — Introduciio.

Contraste entre tensdo — acordes de 9i, como urn coral/relaxamento — unissono — Drarncitico.

Enfase no intervalo de 5 4 justa sobreposto a uma linha melOclica ondulante no baixo, basicamente em

graus conjuntos. Regularidade ritmica — Marchando.

Utilizacdo da regiao central do instrumento. Acordes de pequeno ambito; notas longas

e sustentadas, pianos sonoros.

Nivel intermediario (I).

Minasculas II (1-3) 2:10

1 — Caminhando [Allegretto (± J = 100)]

2 — Cantiga [Adagio (± = 88)]

3 — No estilo carioca [Allegro molto moderato (± = 112)]

Regularidade ritmica sugestiva do caminhar. Emprego de notas repetidas e graus conjuntos; notas

articuladas de duas em duas — Caminhando.

Escrita imitativa — Cantiga.

Deslocamento cromatico de 3 11 duplas, sugestdo de choro — No estilo carioca.

Basicamente na regido central do instrumento. Acordes de pequeno ambit°. legato cantabile. Simultaneidade

de diferentes articulacOes fraseolOgicas. Tercas duplas repetidas em andamento vivo, na mao esquerda.

Nivel intermediario (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / GUERRA-PEIXE, CESAR

Minasculas III (1-3) 1:30

1 - Fanfarra [Allegro (± J = 120)]2 - Valseado [Tempo de valsa lenta (± J = 116)]3 - Indiozinho carnavalesco [Allegro (± J = 112)1

Enfase no intervalo de Lla justa sucessiva e simultanea — Fanfarra.

Movimento cromatico do baixo, a maneira de valsa brasileira. Complementaridade ritmica entre

os pianos inferior e superior — Valseado.

Inspiracao folclOrica; melodia imitando a dos Cabocolinhos do Recife — Indiozinho carnavaksco.

1111151 Acordes de pequeno 'ambit°. Variedade de articulacOes; énfase no staccato na 3ipeca da suite.

Nivel intermediario (I).

Minfisculas IV (1-3) 2:15

1 - Prelüdio [Moderato (± J = 80)]2 — Contrastes [Lento (± J = 96)]3 — Caipira [Allegro (± J = I00)]

Reiteraclo variada de motivo ritmico-melOdico — Prekidio.

Jogo linearidade/simultaneidade, p/f— Contrastes.

Inspiracao folclOrica. Jogo pedal da dominante/pedal da t6nica. Tercas paralelas dos cantadores

de Sao Paulo — Caipira.

Acordes de pequeno ambit°. Movimento paralelo. Esquerda movimentada na 3 a peca da suite.

Nivel intermediario (I).

Min(isculas V (1-3) 1:30

1 - Canto negro [Presto (± J = 144)]

2 — Coral [Allegretto (± J = 1 12)]

3 — Mios cruzadas [Vivace (± J = 132)]

Reiteracao variada do motivo inicial. Inspiracao folclOrica — Canto negro.

Textura harm6nica sobre nota pedal — Coral.

Jogo teclas brancas/teclas pretas — Milos cruzadas.

Compassos alternados. Acordes de pequeno ambito. Andamento vivo na l a e 3' pecas.

Notas presas — Coral. Alternancia e cruzamento de maos — Milos cruzadas.

Nivel intermediario (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO / GUERRA-PEIXE, CESAR

Mirthsculas VI (1-3) 2:10

1 — Barroquinho [Allegro molto moderato (± = 104)]

2 — Noturno [Adagio (± = 56)]

3 — Lembrando Bart& [Allegro ma non troppo (± = 120)]

Escrita contrapontistica e imitativa — Barroquinho.

Acordes conduzindo linha melOdica sobrepostos a baixo ostinato— Adagio.

Repeticao, transposicao e variacao de motivos. Referenda direta a BartOk — Lembrando BartOk.

Superposicao de articulacoes fraseolOgicas diferentes — Barroquinho. Acordes de pequeno ambit°.

Linha melOdica conduzida pelo soprano dos acordes. Notas presas — Noturno e Lembrando Bartok.

Nivel intermediario (I).

1983 •0 gato malhado

Rio de Janeiro

10:10Vitale

I —0 gato malhado [Maestoso ca. j = 100]

II —A andorinha sinha [Largo ca. J = 54]

III —0 namoro e os murmurios [Allegretto ca. j = 100 Molto meno ca.= 60]

IV —A noite sem estrelas [Diversos]

Peca programatica em quatro movimentos, evocativa de universo extramusical, inspirada na obra Ogato malhado e

a andorinha sinha, de Jorge Amado. Personagens centrais descritos por temas pr6prios — o do gato malhado,

inicialmente corn colorido "bufonesco", na regiao grave, e o da andorinha sinha, predominantemente na

regido aguda, em notas repetidas de curta duracao, pontuando em uma mais longa — submetidos a tratamentos

diversos e sucessivas mudancas de car-Ater, segundo as circunstancias da narrativa, reforcada pelos subtitulos.

CEEB Frequente variacao de agOgica. Notas, oitavas, acordes repetidos, saltos. Tremolos, trinados,

passagens cromaticas.

Nivel avancado (I).

• Ano dc publicacao

1987Tocata do Joezinho

Rio de Janeiro

2:40Ms

Vivaciss mo ca. = 77 Molto meno ca. .J = 84

Recorrencia e variacao de movimento melOdico e harmOnico de afastamento e retorno, abertura

e fechamento, construido corn semitons e salto de 41 justa ou aumentada e dupla repeticao

de cada acorde. Paralelismo. Moto-continuo. Andamento contrastante na secdo central (Molto meno

Ca. = 84) acompanhado de rarefacdo da textura, logo retornando a densidade compacta predominante.

84

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Velocidade, variacOes de agOgica, rubato. Acordes repetidos, mudancas de formas de mao

e deslocamentos laterais ripidos.

Nivel intermediario (III).

1988Prelfidios tropicais (8-10)Rio de Janeiro Vitale

8 - Cantiga plana [ Sem indicacao] 2:00

9 - Polqueada [Allegretto moderato ca. J = 69] 1:15

10 — Tangendo [Allegro comodo ca. .1 = 801 1:30

Titulo originado da intencao inicial do autor de compor pecan inspiradas no folclore dos paises situados

entre os trOpicos, restringindo-se, porem, ao Brasil, em funcao da riqueza de nossa musica e danca

populares. Designacao "prelndio" denotando liberdade de forma. Possibilidade de apresentacao isolada de

qualquer das peps. Manutencao da ordem, em caso de execucao integral do conjunto de Prelndios. Pecas

seqiiencialmente contrastantes quanto a andamento e carater, basicamente estruturadas por processos de

repeticao e variacao. Formas ternarias (nsa 1, 2, 3, 4, 8 e 10), binarias (n9-5 6, 7e 9) e rondo (n° 5).

Sobre nota pedal, melodia lenta, estatica, modal, como um cantochao, de ambito estreito, construida

corn graus conjuntos e notas repetidas, precedida e seguida por exclamacoes — repeticao do movimento

de 3a menor no tenor e soprano dos acordes, estes tambem sobre nota pedal, na Introducao e Coda —

Cantiga plana.

A maneira de polca, em scherzando, ostinati ritmico-melOdicos. Efeitos de aceleracao e adensamento

da textura na 2a secao — Polqueada.

Recorrencia do modelo apresentado no P compasso, na altura original e a partir das notas do acorde

do Ptempo desse mesmo compasso. Paralelismo. Ritmo de origem arabe-africana sobre pedal da tOnica

e sugestao de embolada em oitavas, ainda sobre nota pedal, na secao central. Titulo empregado corn o

sentido de tocando, toccata— Tangendo.

EN Cantabile expressivo. Oitavas. Pedal — Cantiga plana. Tercas dobradas, oitavas, oitavas quebradas

— Polqueada. Igualdade ritmica e sonora entre as maos (paralelismo). Ornamentos, notas, oitavas,

acordes repetidos — Tangendo.

Niveis intermediario (I) — Cantiga plana, Polqueada; (II) — Tangendo.

85

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IRLANDINI, Luigi AntonioRio de Janeiro— Fq (1958-)

ANOTITULO

PIANO

1983Fragmentos

J.) =72

LOCAL

Florenca

DURACAOEDITORA

8:00Ms

Obra composta a partir de uma serie dodecafemica constituida de 41' justas,justas e tritonos, sem

preocupacao corn o rigor da tecnica. Principio da variacao aplicado aos gestos musicais; fragmentos

justapostos de forma contrastante. Enfase no gesto ascendente corn aceleraedo. Cardter improvisathrio.

Seccionamento a partir de altemancia de desenvolvimento vertical e horizontal do material serializado,alteracesies

de andamento e mudancas de intensidade e carater dos segmentos. Fermatas de diferentes duracOes —

de breve respiracäo a cinco pulsos — tambem como fatores de articulacao formal. Ausencia de sinal de

compasso; complexidade e variedade de subdiviseies da pulsacao. Constante variacao de dinamica e agOgica.

Percepcdo do tempo como ametrico. Acompanhamento de bula explicativa.

ITEEI Complexidade ritmica. Utilizacao de toda a extensdo do piano. Mudancas rapidas de registro,

saltos, cruzamento de maos. Extensao. Velocidade. Pedal tonal.

Nivel avancado (II).

1985A idade do ferro

Rio de Janeiro

12:00Ms

(Para piano com preparacao)

Requiem [Lento corn austeridade J = 50 e= 112]

Os trabalhos e os dias= 104]

Misica da decadfincia= 138]l

Londres depois da bomba [Tempo cronometrico]

Obra constituida de quatro partes executadas sem interrupcdo. Recorrencia, variacao e lento

alongamento da celula initial como processo estruturador basic°. A excecao da 31 peca, nota pedal si 6

como elo sonoro unificador do conjunto.

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36 COMP()SITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ IRLANDINI, LUIGI ANTONIO

Nota pedal grupada em arpejos de 8 1' consecutivas, como urn ostinato. Efeito de sinos obtido pela

utilizacao de cordas preparadas corn arruelas de metal, producao de harm6nicos nas cordas graves,

acordes e fragmentos melOdicos. Percepcdo do tempo como ametrico resultante de variacao de formula

de compasso, sincopes e pausas — Requiem.

Ostinato sobre teclas corn cordas preparadas. Nota pedal como urn sino e corn funcao de centro modal.

Linha melOclica originaria de fragmentos do Requiem oscilando entre eOlio e dOrico. Tempo pulsativo e

mot6reo — Os trabalhos e os dias.

Carater percussivo c perturbado; justaposicao de fragmentos das partes anteriores e novos materials:

segmento ritmicamente marcado, em staccato, tambem sob forma de S al justas na regiao subaguda,

seguido de movimento ascendente em aceleracao, corn culminancia em sfz; tercinas — uma das notas

corn preparacao — corn intervalos de 2/ corn efeito de unissono nab temperado; e grupo repetido de

quatro notas corn cordas igualmente preparadas — Mitsica da decadencia.

Massas sonoras produzidas nas cordas por friccao corn baquetas de feltro, combinadas a movimentos

ascendentes e descendentes. Retorno da nota pedal produzida por golpe de baqueta na corda antecipado

por cluster no teclado. Reapresentacdo, em fragmentos esparsos, da linha mel6dica modal da 21parte.

Tempo indicado em segundos, gestos expressos em notacao no convencional — Londres depois da bomba.

Busca de timbres e sonoridades. Reflexao e fantasia na concepcao da obra como um todo. Ritmica

conturbada na 3 1 parte. Constante variacdo de dinamica. Piano corn preparacdo simples. Bula explicativa.

Nivel avancado (II).

1988Pralaya

Mildo

4:00Ms

(4x 66) Scorrevole

"Pralaya", termo sanscrito sign. dissolucdo c reabsorcao do universo e nova fusdo corn o absoluto.

Substancia imanifesta e transcendente, ao final de cada ciclo cOsmico.

Movimento continuo, inexoravel, mecanico e tragic°, ern arpejos ascendentes e descendentes. Harmonia

formada pelos 12 sons do total cromatico, em ambito de aproximadamente cinco oitavas, dispostos de

forma simetrica em relacdo a um eixo central, as notas la# e si, na oitava central do piano. Abaixamento

e elevacdo graduais de um semitom em relacdo ao eixo central, respectivamente da voz do registro

superior e inferior. Compressao da harmonia are o "ambito" de unissono, sobre la#. Diluicao desta nota

no silencio do termino da pep, corn a extincao natural de todas as rcssonancias do piano. Mudancas de

estrutura harmonica expressas em mudancas de intensidade, ataque e andamento. Aceleracao

progressiva apOs cada breve cesura. Movimento linear dos arpejos como um vOrtice, movimento em

espiral em direcao ao prOprio centro, resultado da aceleracdo e aproximacao dos registros.

Prrni Cuidadoso emprego do pedal, promovendo tanto uma clara distilled° da harmonia como a continuidade

das ressonancias, sem interrupeao abrupta, nem mesmo durante ou depois das cesuras. Manutencdo

dosada, na medida do possivel, das notas dos extremos dos registros. Controle da velocidade, segundo as

indicacOes metronOmicas. A nao ser nos sf regularidade no fluxo das notas, apesar da alternancia de mdos.

Nivel avancado (II).

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KIEFER, BrunoBaden-Baden —Alemanha ( I 923- 1987)

ANOTiTULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1956Poema para ti

Porto Alegre

2:35Ms

Triste e cansado ( J = 56)

Forma ternaria A/B/A'. Caracteristicas da introducao – linha melOdica, no baixo, de tendencia

descendente, diatOnica, enriquecida por cromatismo e ritmo sincopado – basicamente mantidas no

acompanhamento de A e A' e no prOprio tema (a maneira de toada). Apesar dos tracos comuns,

B distinto de A quanto a: carater e andamento (Triste e cansado, em A; pouco mais rapido-apaixonado,

em B), atividade ritmica (maior nUmero de articulacOes por tempo), densidade (inclusäo de mais uma

voz na regiao central), intensidade (p e mf em A, fe ffem B), tipo de articulacäo ( legato em A, legato e

staccato em B) e baixo em forma de contraponto sugestivo da "baixaria" do viola°.

OrientacOes interpretativas indicadas pelo compositor. Legato cantabile expressivo, rubato.

Polifonia. Baixo em pizz., na secao central. Acordes, notas dobradas Pedal.

Nivel intermedidrio (II).

1957Duas pecas serias

Porto Alegre

4:20 Ms

I – MCisica para as vesperas do Ultimo suspiro [Diversos]

II – E a vida continua (fuga) [Despreocupado = 72)1

Poema de Carlos Drummond de Andrade como epigrafe.

Forma terniria A/B/C – antecedida por introducao – prehadio da fuga subsequente. SecOes corn perfil

prOprio, seqUencialmente contrastantes em carater (Agitado, Resignado, Violento, Desalentado),

andamento (J = 88, J = 69, J = 108, J = 60) e dinamica (f, p, f, mf-pp), apesar de afinidades sob alguns

aspectos. Ideias e materials da introducao trabalhados na peca, mais explicitamente em A: linha melOclica

embriondria (de tipo folclOrico), no baixo, sotoposta a triades corn acrescentadas, em movimento de

bordadura. Destaque, na primeira, de suas caracteristicas ritmicas (sincopes) e melOdicas (movimento

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36 COMPOSITORES BItASILEIROS - 0 B RAS PAM PIANO /KIEFER, BRUNO

ascendente iniciado por tom, na P celula, e semitom, a seguir), e nas Ciltimas, de suas relacoes

intervalares. Em A, apresentacao de tema bilinear, repetido coin variacOes: linha melOdica (tambem

de tipo folclOrico) diatOnica (insistencia, nela, do intervalo e/ou ambito de 3 a), em torn lamentoso,

dobramento corn funcao coloristica e harmonica, sobreposta a baixo oriundo da introducao. Em B,

adensamento da textura. Tercas do tema preenchidas por conjuncOes, freqfientemente semitom

cromatico. Triades de diferentes tipos, resultantes de dobramento. Baixo tambem dobrado, mantendo

configuracOes ritmicas de A. Em C, mudanca de registro, corn utilizacao das regiOes media c aguda;

maior proximidade corn B: movimento cromatico e triades diversas — MUsica pares as vesperas

do Ultimo suspiro.

Fuga a duas vozes. Aproveitamento, no sujeito, de elementos da P peca: acorde da introducao —

mi, fait, si— logo no compasso; tritono (das estruturas harmonicas) e semitom cromatico.

Inclusao de segmento contrastante, o final de C (Desalentado), antecedendo o stretto conclusivo —

E a vida continua.

ITEM OrientacOes interpretativas indicadas pelo compositor. Valorizacao da fluencia melOclica

em contexto ritmico consideravelmente perturbado por sincopes e contratempos. Integracao das sec-6es

em urn todo; notas duplas de diferentes tipos, pianos sonoros. Pequenos arpejos, ornamentos. Saltos na

esquerda, em "Violento" — I. Escolha de dedilhado; movimento dc abertura e fechamento rapido de

maos; non legato. Esquerda trabalhosa — H.

Nivel intermediario (III).

1957Toccata Porto Alegre

3:30Ms

Energico(.J = 84)

Pep atematica, estruturada a partir de um continuum construido corn desenhos formados,

predominantemente, por sucessdo de 4a/ e 3A1, ou de apenas uma delas. Repeticao, variacao e progrcssao

desses desenhos sobrepostos a um baixo ritmicamente autOnomo (corn fi-eqUente incidencia de sincopes

e pausas). Forma A/B/A'. Segmentacdo determinada por fermatas ou pausas. A (Energico .1= 84)

consideravelmente longa. B (Andante = 69) contrastante quanto a andamento e nUmero de

articulacoes por unidade de tempo, textura (bilinear em A, polifOnica em B) e cariter (ritmico,

proveniente do moto-continuo, em A; modinheiro, pela natureza das linhas melOdicas e de seus

intervalos formadores — predominantemcnte graus conjuntos em B). A ', A reduzido, corn

aproveitamento de apenas sua Ultima secao.

OM Continuum freqUentemente organizado em agrupamentos ritrnicos de 3+3+2 semicolcheias ou

fusas. Passagens escalares e arpejadas; dedilhado. Rapidos movimentos de abertura e fechamento de

mao. Velocidade, variacOes de agOgica. Cruzamento de mdos, saltos. Pedal.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/KIEFER, BRUNO

1958Sonata I

Porto Alegre

10:00Ricordi

I — Corn energia = 84]

II — Saudoso [P = 60]

III — Fuga e toccata [Vigoroso = 60]

Obra de tendencia nacionalista.

Forma sonata bitemitica. Primeiro tema corn inflexiies modais: linha melOclica curva, fluente (tetrades

e triades horizontalizadas, justas e aumentadas), dobrada a uma ou duas oitavas em movimento

paralelo e, a seguir, sobreposta a triades sincopadas; conclusao reiterada por extensao. Segundo tema

em andamento inferior ao do P (Cantabile, meno mosso), de natureza modal mais evidente, como uma

modinha, dobrada em tercas. Desenvolvimento predominantemente sobre o I Q tema, corn breves

interferencias contrastantes do 2", sob forma de fragmentos cromiticos — 12 movimento.

Forma A/A'/A"/A'". Repeticao variada de duas ideias expostas em A, uma cantilena de corte ternario:

a — linha melOdica acompanhada, sincopada, de tendencia modal; b — linha melOdica ascendente

construida por horizontalizacao de componentes de acordes aumentados antecedidos por appoggiatura e

corn interpolacao de fragmentos de a. Em A'", aproveitamento apenas de a — 2 2 movimento.

Fuga a duas vozes. Presenca de pOlos sem configuracao de tonalidade. Sujeito triadic° (triades diminutas,

menores e maiores) Utilizacao de seu triton° e celula ritmica sincopada no contra-sujeito. Enfase, neste,

da 21 menor em contexto de acorde de 7 1 . FreqUente emprego de 2 1 maior e 4/ justa nos divertimentos.

Toccata a partir de Tempo I, corn a reapresentacao do sujeito na altura original — 32 movimento.

Movimento paralelo em andamento vivo. Fechamento e abertura ripidos de maos, dedilhado;

passagens arpejadas, deslocamentos laterais. Notas dobradas. ArticulacOes fraseolOgicas detalhadas.

Pedal. Enfase no legato cantabile-2 Q tema do P movimento e 2" movimento.

Nivel avancado (II).

1959Sonata II

Porto Alegre

12:30Ms

I — Movido[J= 100]

II - Coisas petrificadas [.1 = 84]

III - Tema e variacoes [ Diversos andamentos]

Obra de tendencia nacionalista, evidente sobretudo no II" e III Q movimentos.

Forma sonata bitematica. Temas poucos contrastantes quanto ao conteUdo harmOnico, mas

diferenciados quanto a ritmica e a textura. Primeiro tema em compasso quaternario simples; linha

melOclica enfatizando o intervalo de 21 menor (efeito de appoggiatura) corn interpolacao de 8",

em configuracOes ritmicas sincopadas freqiientes — sobre baixos em deslocamento cromatico, ou ainda

corn tratamento coral. Segundo tema em compasso quaternario composto e textura bilinear.

Recorrencia de estruturas quartais arpejadas (ja apresentadas no tema anterior) interligadas por

2 a menor. Na reexposicao, aproveitamento apenas do P tema —1 Q movimento.

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36 COMPOSITORES B RASI LEI ROS - 0 BRAS PARA PIANO /KIEFER, BRUNO

Forma A/B/A. Sobreposicao, em A, de dois ostinati, ambos cm ritmos sincopados complementarcs.

Enfase na menor melOdica c 3 2 diminuta (2 2 major) harmonica, no ostinato do piano superior;

e de 41 e 5 1 justa, no inferior. Substituicao dessas Ultimas, no segmento final, por linha melOdica modal

cm oitavas (relacdo corn as oitavas do 1 2 movimento). Em B, sobreposiedo de linha melOdica sincopada

dolente (construe -do a partir da 2 4 major on menor — e 7 1 — e inclusao da 4 1 justa no segmento final)

a urn terceiro ostinato, tambem sincopado, corn oscilacao de 4' justa — 2 g movimento.

"Tema (J) = 92) construido corn secrilência cromatica dcmaiores ascendentes (on de oitavas corn

2 acrescentadas), sobrcjustas harmonicas. Estabelecimento de relacdo corn o 2 2 segment() do

1 2 tema do l u movimento pela utilizacdo de configuracdo ritmica quialterica. Variacao I (.J = 84) corn

textura, intervalos, metrica e ritmica comuns seed° A do 2 ,1 movimento. Variacao II ( = 76) em

textura unilinear; oposicao entre fragmentos corn 7 E' e 2 ascendentes e descendentes. Variacdo III = 80)

como sintese da obra: tcxtura e ritmica da seed() A do 2 2 movimento; tcxtura coral do 1 tema do

I" movimento; textura e movimentos melOdicos descendentes da 2 ! variacao, em andamentos similares aos

das sec:6es de origem. Enfase no contexto harmOnico de oitava corn 2 1 acrescentada — movimento.

Fluencia melOclica, apesar da interferencia de intervalos de ambit° largo e de sincopes. Movimento

rapid() de abertura e fechamento de mao. Oitavas. Valorizacao do balanco ritmico, no movimento

c nas Varittea es I e III.

NIvel avancado (II).

1969Triptico*

Porto Alegre

10:30Editora da UFRGS

I — L6gubre [.j = 60]

II — Vivo [Diversos andamentod

III — Cantilena ]Diversos andamentos ]

Movimentos contrastantes quanto a carater e andamento, cm seqUencia a criterio do interprete.

Cromatismo, triton°, sobreposicao de intervalos dcrivados de 2 2 menor, oitavas corn 2- menor

acrescentada e trinados comuns a todo o conjunto. Recorrencia de estruturaedo por justaposicao

de segmentos c secOes.

Em cinco seeOes. Ideias apresentadas nas duas primeiras trabalhadas nas seguintes: linha melOdica,

naformada por 3° menores cntre as notas de major duracao, estas antecedidas por agrupamentos

ornamentais corn 2 E, menores e oitavas. Sobreposicao da linha a seqnencia dc oitavas, no baixo,

cm deslocamento basicamente por gratis conjuntos, sobretudo cromaticos, articuladas na pulsacao.

Substituicao das oitavas, na 2 2 seed°, por triadcs aumentadas, maiores c menores, nos registros

rnedio-agudo, sob linha cromatica corn saltos de triton°, no soprano. Oposicao entre pulsacdo regular

(das oitavas e triades do baixo) e pulsacao perturbada por quialteras e sincopes, da voz superior.

Intensificacao, na 4 1 secao, da atividade ritmica, do cromatismo e da tensao harmonica. Climax

enfatizado por trinados acrescidos de 2 1 menor inferior, agrupamentos ornamentais, saltos na regiao

aguda, clusters cm ft: Reexposicao da 1 e 2 1 secOes na 3 2 e 5 2, respectivamente — Ligubre.

Em seis seciies coin carater c andamento prOprios. A 1 1 , percussiva, cromatica, corn enfase no interval° de

3 2 menor e intromissties de blocos de oitavas e acrescentadas, apresentada nas regibes media c aguda, comuns

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /KIEFER, BRUNO

tambem a 2= sec -do. Elaboracao, nessa — mais lenta e tensa, em cantabile — de elementos da anterior.

Alternancia, na 4 — Misterioso — de: segmento melOdico dobrado em oitava, corn enfase na oscilacao de

3= menor, na regiao grave, ampliado a cada reaparicao; e de fragmento da P secao, em crescendo. Climax

corn a reintroducao da 4 secao de Lagubre. Reexposicao da P secao na 34 e 6=, e da 24, na 5= — Vivo.

Em duas longas secoes. Justaposicao na P— Cantilena — de: linha melOdica conduzida pelas primeiras

notas de grupos ternarios ascendentes (Tempo I); grupos temarios de sentido descendente, com material

originario do P compasso (Tempo II, o mais rapido possivel); e segmentos corn trinados. Acrescimo,

na 2a secao — "Amoroso" — de linha melOclica expressiva, dobrada a duas oitavas, com trinados na voz

mediana. Justaposicao de materials ja apresentados — Cantilena.

Acentos expressivos, rubato, trinados, trinados combinados a linha melOdica na mesma mao.

Toque percussivo em He III. VariacOes de ag6gica.

Nivel avancado (II).

"Obra incegrante do Caderno de Aiwa 1

1971Terra selvagem*

Porto Alegre

7:00Editora da UFRGS

Animado = 78 Mais r 'apido nervosa = 100

Alternancia de duas secoes, A (Animado J = 78) e B (Mais rapid° — nervoso .1= 100), reapresentadas

variadas (e reduzidas), precedidas por introducao e seguidas de coda. Celulas geradoras da peca —

gradativamente introduzidas e combinadas — expostas nas frases iniciais da introducao: tritono + 4 4 justa

(ambito de 8a), em rapid° movimento descendente, corn forca motivica; pequenos clusters repetidos, em

duracoes relativamente longas; oscilacao ou sucessao demenores, em configuracOes sincopadas.

Em A, tema corn dois segmentos de perfis distintos, unificados por baixos em oitavas em movimento

cromatico descendente: o 1 2, a, percussivo e aspero (2=1 harmonicas, sincopadas, seguidas

de 8 = melOdica); o 2 2 , b, melOdico (enfase na 3 = menor melOclica e nas sincopes), dele derivando urn

(ligeiro), c, de natureza contrapontistica, mais fluente que o originario, pela ausencia de nota repetida,

tambem sobreposto a linha cromatica descendente. Seccionamento dependente da mudanca

de andamento e da enfase no trabalho sobre urn, ou mais que urn, dos segmentos do tema. Coda corn

carater de reexposicao: volta de c, de elementos transitivos e de celulas oriundas da introducao.

Sonoridade da pep determinada pelo use de clusters, 2=1- e derivados, tritonos e triades aumentadas.

Contraposicao ou superposicao de segmentos de natureza percussiva e melOdica. Perturbacdo

da regularidade da pulsacao atraves de contratempos e sincopes. Valorizacao expressiva das pausas.

Repeticao de notas, clusters e ritmos, gerando certo grau de obsessividade. Movimento rapid°

de abertura e fechamento de mao. Deslocamentos laterais rapidos.

Dinamica contrastante.

Nivel avancado (I).

*Obra integrante do Caderno de Müsica 3.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KIEFER, BRUNO

1974Em poucas notas

Porto Alegre

1:00Novas Metas

Con vigor( =± 69)

Alternancia de dois segmentos de textura contrastante — rapidos arpejos (acordes quebrados) impulsivos

(estruturas triadicas ou quartais), inicialmente desdobrados em vozes estaticas, curtas, em configuracöes

sincopadas, enfatizando os intervalos de 3 2 e 2 2 menor; — blocos paralelos, formados por intervalos

derivados de 3 21 e 2 menores, em movimento cromatico descendente. Jogo de movimento/

estaticidade, registros (apesar de predominio das regiOes subaguda e aguda) e intensidades.

Intensidades contrastantes e expressivas. Perturbacao da regularidade da pulsacdo pelo emprego

de pausas na articulacao inicial do tempo e sincopes.

Nivel intermediario (II).

1974Lamentos da Terra

Porto Alegre

6:00Ms

Expressivo(.1 = 120)

Forma A/B/A' determinada por mudancas de textura e enriquecimento ritmico do material basic° —

Cantilena do Triptico. Em A, piano nnico, corn linha melOdica fluente (da Cantilena), conduzida pela

primeira nota de um grupo de tres. Relacao de 2 A ou 3 2 — tambem predominante entre os elementos

da prOpria linha — entre aquela P nota e a seguinte, esta, por sua vez, rebatida em oitava. Pontuacao corn

arpejos ascendentes (tritono e 7 1 ). Antecipacao, na transicao para B, de pianos diferenciados: material de A

sobreposto a blocos de 2 1 e 3/, com efeito de cluster, repetidos a distancia de oitava (repeticao corn funcao

timbrica — jogo de registros e reforco de ressonancia — e ritmica — perturbacao da tluencia da pulsacdo;

semelhanca corn Terra selvagem). Em B, manutericdo da textura da transicao: blocos nos registros inferiores

sotopostos a pequenos fragmentos corn variacOes de A, ou blocos corn as mesmas caracteristicas dos

inferiores. Em A', alternancia de escrita em urn piano ou mais de um. Pequena coda evocativa de B.

[ifinii Dados interpretativos freqiientemente indicados pelo compositor. VariacOes de agOgica.

Maos muito pr6ximas e por vezes superpostas. Deslocamentos laterais rapidos, sobretudo

os ocasionados por mudancas de registro. Oitavas melOdicas.

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/KIEFER, BRUNO

1981Seis pequenos quadrosPorto Alegre

Quadro n2 1 — Vastiddo = 72]

Quadro n2 2 — Corn leveza [Rapido (J = 144)]

Quadro n2 3 — Valsa impossivel = 96/88]

Quadro n2 4 — Cantilena [J1.= 120 Pouco mais lento= 100]]

Quadro n2 5 — Dolente [J. = 56]

Quadro n2 6 — Linhas angulosas [Corn vigor (J = 126)]

11:30Ms

Peps distintas quanto a carater e andamento. Tercas menores (configurando estruturas de 71 diminuta)

e 211 menores, meledicas ou acrescentadas como material comum, embora corn tratamento diferenciado.

Presenca de pOlos, sem explicitacao de tonalidade (no 1, 2, 3, 6) e colorido modal, em contexto

de tendencia nacionalista (n°1 4 e 5). Liberdade de reordenacao ou de execuclo isolada das pecas.

Forma A/B. Monodia, como recitativo, construida corn pequenos agrupamentos rapidos e impulsivos

antecedendo intervalo de 31 menor, em A. Utilizacao da monodia variada, sobreposta a triades

corn 2l acrescentadas, em movimento continuo e pulsante, em B. Interpolacao, em B, de acordes

arpejados, corn predominancia do tritono, implicito no acorde de 7 1 diminuta, formado pelas

311 do recitativo — Vastidäo.

Forma A/B/A'. Familiaridade corn o quadro anterior: triades (resultantes de 2 0 harmonicas sucessivas)

e agrupamentos melOclicos impulsivos (formados por 2 1 menor e 41 justa) antecedendo nota de maior

duracao, comentada por tritonos, no piano inferior. Em B, acrescimo de clusters (triades corn

211 acrescentadas) na regiao grave. Enfase na 3 1 melOdica no soprano — Corn leveza.

Forma A/b(transicao)/A'. Em A, nitidez da linha melOclica mascarada por 2 11 acrescentadas. Enfase,

na linha, do intervalo de 31 menor. Perturbacao da fluidez ritmica por sincopes, compensada pela

regularidade do baixo. Segunda subsecao de A consideravelmente descontinua, corn inclusäo de pausas,

saltos e dinamica contrastante. Tercinas do final dessa subsecao (tritono seguido de semitom) antecipando

configuracOes ritmicas de triades arpejadas da transicao — Pouco mais lento — Valsa impossivel.

Forma A/B/A'. Familiaridade corn o quadro anterior. Em A, melodia singela em notas repetidas, graus

conjuntos e 3 11 menores, dobrada a distancia de 101 e conduzida por oitavas corn 211 acrescentadas,

projetadas horizontalmente. Transicao corn acordes arpejados contendo tritono. Em B, "Pouco mais

lento", estrutura harmonica comum a de A; linha melOdica corn tratamento coral sotoposta a oitavas

corn 20 acrescentadas. Enfase, em ambos os pianos, no movimento de 3 1 menor — Cantilena.

Forma A/A'/A". Linha melOclica dolente, corn tratamento modal, ritmica e melodicamente mais ativa

na 1 1 semi-frase e mais estatica na 21. Repeticiies variadas nas secOes seguintes — Dolente.

Forma ternaria A/B/A'/B/A". Familiaridade corn o 2 0 quadro. Textura basicamente unilinear. Em A,

oitavas em diferentes registros corn configuracao ritmica da secao central de Corn leveza: énfase

na 31 menor melOclica e harmOnica. Em B, acordes arpejados impulsivos (triades menores e diminutas —

inclusdo do tritono) antecedendo notas de maior duracao — Linhas angulosas.

Dinamica constantemente variada e contrastante nas duas primeiras pecas. Deslocamentos

laterais em andamento vivo (no 2, 3 e 6). Extensao: 8 11 corn 211 acrescentadas (no 3 e 4). Conducao

de linhas mehidicas pelo soprano de acordes ou de acordes quebrados. Pianos sonoros (M 1 5).

Pausas expressivas.

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/KIEFER, BRUNO

1984Alternancias Porto Alegre

6:10Ms

Tempo I = 84) Agitado — tempo H(J = 126)

Forma A/A1/A2/A3/A4/A5/A6. VariacOes sobre duas ideias tematicas em alternancia:

a — Tempo I = 84), textura harmonica a maneira de coral. Linha melOdica diat6nica (destaque

da expressividade da 3/ menor) dobrada em 5 11 e 8/1 (como organum), em movimento paralelo;

b — Agitado — tempo II (.1 = 126, textura unilinear em ostinato ritmico, estruturada a partir de dois

elementos: 1 2 — linha melOdica articulada na pulsacao, basicamente formada pela nota estrutural e

bordaduras duplas (cromatismo), em progressao ascendente — transposicOes uma 3/ menor acima;

22 — nota pedal, articulada nos tercos de tempo (responsavel pelo ostinato), repetindo, ou nao, as notas

da linha melOdica. Neste Ultimo caso, relacao de grau conjunto ou 3 1 menor entre ambas. Utilizacao

de urn 32 elemento, c, — estruturas quartais ou de oitavas com 2/1 acrescentadas, em arpejos ascendentes

ou descendentes, antecedidos e/ou seguidos por pausas, corn funcOes variadas: ligacao entre as ideias

tematicas, interpolacäo em uma ou outra, ou ainda de pontuacao. Em AS, encurtamento acentuado

de a e superposicao de elementos de b (clusters como verticalizacao de agrupamentos originalmente em

textura unilinear), c c a (em escrita ritmica de b). Em A6, acordes de a sobrepostos a linha melOdica

seresteira corn caracteristicas intervalares de b. Possibilidade de expressao da forma em A/Al

(correspondente a Al, A2, A3 e A4)/B (AS e A6), como busca de major coesdo e indicacao de gradativo

afastamento dos modelos iniciais.

Alternancia de andamentos, carater e texturas. Acordes, notas repetidas, alternancias

e superposicao de maos. Pequenos arpejos. Formacao, em AS, de extensos blocos sonoros corn efeitos

de grande ressonancia.

Nivel avancado (I).

DOIS PIANOS

1971Vendavais: prenimcios

Porto Alegre

9:00Ms

Moderado(.J = 80) Mais movido (J =100)

Forma A/B/A'. A consideravelmente mais longa que as demais secOes. Processo de variacao,

superposicao, justaposicao e combinacao dos materiais tematicos — contrastantes quanto a aspectos

melOdicos, ritmicos, timbricos, de registro e dinamica — apresentados na P secao:

segmento melOdico, construido corn 2/ 1 e 31/ menores, em configuracOes sincopadas; enfase

na relacao vertical corn seu divisi, de 8/, 2 1 e 8 1 corn 21 acrescentada;

nota pedal, em forma de som harmOnico, no Piano I, e pedal de 2/ harmOnica, produzido em pizz.,

nas cordas do instrumento, no Piano II, sotopostos ao segmento melOdico;

celula melOdica quialterica descendente;

embrido de ostinato ritmico, corn notas repetidas, em grupos de 3+2 semicolcheias (ou vice-versa).

Caracterizacao das secOes pelo tipo de modificacao introduzido nos materiais basicos. Em A, realce das

oitavas harmonicas em relacao vertical de 2/, expansao da celula melOdica quialterica (inclusao de notas

repetidas e valorizacao da 3 1 menor) e harmonizacdo de sua linha em blocos de 4/ justa, 7a maior e

96

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KIEFER, BRUNO

aumentada; expans5o, tambem, do ostinato ritmico em segmentos de extensdo variada; surgimento de

linha melOdica, basicamente em conjuncOes, conduzida pelas primeiras notas dos grupos de cinco.

Ruptura e lenta diluicdo do ostinato, por justaposicao de outros eventos e use de pausas. Supressao do

ostinato em B (Mais movido J = 100); realce da relacäo vertical de 5 2 justa. Introducdo de linha

ascendente — segmento de semicolcheias em grupos de semitons ascendentes separados por torn

descendente — e trinados. A' reduzida a 22 esubsecoes de A.

EnM Atmosfera sugerida pelo titulo da obra, recriada por escrita predominantemente nas regibes

central, aguda e subaguda, constante proximidade entre as partes do P.I. eem relacao

de 21 menor, movimentos por graus conjuntos, notas repetidas, polirritmias na superposicao

de ostinati, contrastes bruscos de intensidade; notas repetidas, notas dobradas. Variacties de agOgica.

Piano expandido: harmOnicos e glissandi sobre as cordas dos pianos.

Nivel avancado (II).

97

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KORENCHENDLER, H. DawidRio de Janeiro— RJ (1948-)

ANOTITULO

PIANO

1965Cinco pequenas pecas(suite) op. 6

1– Preltidio [Con moto J = 100]

2 – Valsa [Alley J = 100]

3 – Scherzino = 144]

4 – Berceuse [Lento J = 60]

5 – Finale [Vivo J = 132]

LOCAL

Rio de Janeiro

DURACk0EDITORA

5:10Ms

Pequenas pecas contrastantes quanto ao miter, unificadas por polo comum, do maior, e andamento,

de urn modo geral tendendo para con moto. Influencia de Prokofiev, sobretudo na Ultima delas.

Forma Iivre, discursiva, como urn improviso, sugerindo a tonalidade da suite – Prehidio.

Forma binaria, a l a secao corn carater introdutOrio, apontando para menor. Na 2 a secdo, linha

melOclica principal desenvolvida no baixo – Valsa.

Estribilho da Sinfonia das criancas, obra composta nos anos 80. Forma terniria, no pOlo do, em espirito

bem humorado. Ostinato como acompanhamento em A e A'– Scherzino.

Forma ternaria, no pOlo sal; linha mehiclica acompanhada por movimento continuo em A e A'. Secao

central como um coral. Segundo o compositor, alusào a uma caixinha de mUsica no final de A'.

Peca tambem aproveitada no corpo do 2' movimento da Sinfonia das criancas – Berceuse.

Marcha viva e irOnica – Finale.

ITEN Andamentos vivos. Esquerda consideravelmente ativa, em legato e staccato, respectivamente

na 4a e 5a pecas. Tercas duplas, acordes, via de regra, em posicäo fechada. Pedal parcimonioso

e cuidadosamente indicado.

Nivel intermediario (I).

99

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KORENCHENDLER, II. DAWI I)

1965Sonata sobre motivo de

Rio de Janeiro

10:00Ms

H. Morelenbaum

1 — Allegro molto = 120]

2 — Lento = 60]

3 - Rond6 agitado = 1201

Sonata em idioma tonal livre. Motivo de Morelenbaum, apresentado no soprano dos dois primeiros

compassos, usado como cabeca do 1 2 tema do 1 2 movimento; corn transformacOes, na l a secdo

do 22 movimento; e, finalmente, na introducäo e estribilho do 3'-' movimento. Obra composta como

trabalho de sala de aula.

Forma sonata bitematica. Temas contrastantes, oritmicamente mais ativo, o 22, mais tranqiiilo

e corn major regularidade ritmica, corn feicdo de danca. Primeiro tema consideravelmente variado

na reexposicdo — J2 movimento.

Forma lied, A/B/A', de carater lirico, antecedida por pequena introducdo e encerrada corn uma coda -

22 movimento.

Forma rondo, A/B/A/C/A, iniciada por longa introducao; estribilho mais tenso que as estrofes,

originario da cabeca do P 2 tema. Primeira estrofe de carater lirico, 2 2, jocoso (emprego de staccato),

influenciada pelo jazz — 32 movimento.

REM] Variacao constante de agOgica c djnamjca. Em andamento vivo, oitavas, acordes, breves passagens

ornamentais escalares ou sob forma de acordes quebrados e glissandi. Pedal.

Nivel avancado (I).

1968Sonata simples

Rio dc Janeiro

4:30Ms

1 — Vivo[= 120]

2 — Andante N. = 72]3 — Ron& = 168]

Obra em idioma tonal livre.

Forma sonata bitemâtica. Primeiro tema, de natureza melOdica, inicialmente apresentado por linha oitavada,

sem acompanhamento. Segundo tema, anunciado como fanfarra, tambem corn prosseguimento como

melodia acompanhada, sem perda do carater de fanfarra (sugerido pelo context° harmOnico de acordes

perfeitos). Ausencia de reexposicdo compensada por longo desenvolvimento, em tres subsecoes, corn coda

conclusiva. Elaboracdo, ern contraponto a duas vozes, sobre o 1 2 tema; trabalho sobre o 2 1 tema, a

fanfarra, tambem transformada em coral, corn sua harmonia enriquecida (acordes de 72 e alterados); e

reutilizacao de material do 1 2 tema, intercalado corn o do 2 2, de forma contrapontada, respectivamente nas

1 2, 22 e subsecbes. Na coda, retorno a fanfarra em forma coral e citacao do 1 2 tema — 12 movimento.

Fuga real a duas vozes, corn contra-sujeito; sujeito de feicilo tipicamente instrumental. Dois episOclios,

corn duas citacOes completas do sujeito, no desenvolvimento. Quatro strettos, seguidos de coda corn

sujeito tres vezes apresentado sem o contra-sujeito — 22 movimento.

100

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KORENCHENDLER, H. DAWID

Forma rondo, A/B/A'/C/A" coda. Estribilho, linha melOclica em espirito leggiero dobrada a distancia

de duas oitavas, reapresentado corn acompanhamento de triades corn funcao ritmico-percussiva e,

finalmente, corn variacoes melOdicas e inclusao de dois compassos discrepantes (sem dobramento

a oitava). Aproveitamento do 22 tema do 1 2 movimento (fanfarra), ern forma de melodia acompanhada,

na P estrofe; invencao nab imitativa a tres vozes corn utilizacao do sujeito da fuga, na 21. Aluthes

ao P tema do P movimento, ao estribilho e a fanfarra na coda — 32 movimento.

[E2I Andamentos vivos nos Pe 3 P movimentos. Texturas transparentes, leveza, intensidades entre

f e pp. Acordes ern posicao fechada, 3 11 duplas. ArticulacOes fraseolOgicas detalhadas. Segundo

movimento em legato cantabile. Senza pedal sempre, conforme indicacao na partitura.

Nivel intermediario (II).

1970Sonata MCMLXX Rio de Janeiro 7:00Ms

Lento = 50]

Scherzo [1) sempre = = 200 (.J = 100)]

Obra atonal livre em dois movimentos executados sem interrupcao, observando rigorosamente, segundo

o autor, os andamentos indicados. Apesar de em dois movimentos, tentativa global de forma sonata

bitematica. Decrescimo regular do rnamero de tempos de cada secao, visando ao aumento de interesse

do ouvinte, atraves de surpresas constantes criadas por mudancas gradativamente mais rapidas do

material tematico. (Semelhanca corn o processo de construcao da fuga).

FORMA COMPASSO UNID. DE TEMPO

Exposicao 1 2 tema 1-24 100

22 tema 25-48 80 (100-20)

Desenvol.l a subsecdo 49-64 62(80-18)

2 1 subsecao 65-81 46(62-16)

ScherziI 82-108 32(46-14)

(Reexp) II 109-137 20(32-12)

CodaI 138-144 10(20-10)

II 145-146 02(10-08)

Primeiro tema corn quatro elementos basicos: 7/ inicial, 1 2 agrupamento em fusas, 1 2 agrupamento

em semifusas e coral do 22 compasso. Segundo tema corn dois elementos basicos. segmento a duas

e tres vozes e recitativo. Utilizacao, nos Scherzi I e II, de elementos do recitativo do 22 tema e

dos grupos de fusas do 1 2, respectivamente. Segmento inicial do 2 2 tema e citacao das semifusas do 12,

nas Codas le II.

101

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS -OBRAS PARA PIANO / KORENCHENDLER, H. DAWID

11[E] Segundo o autor, rigor na observancia dos andamentos como dado insuficiente para a exata

percepcao matematica das proporcOes. Mudancas constantes de dinamica e de formula de compasso.

DivisOes quialtericas, polirritmia. Utilizacao de registros extremos, saltos ou linhas corn amplos intervalos

em legato. Oitavas, acordes, passagens cromaticas rapidas. Nos scherzi, velocidade e esquerda trabaihosa.

Nivel avancado (II).

1978Sonata In - Tensa - Ad - Tensa

Rio de Janeiro

11:45Ms

Diversos andamentos

Quatro movimentos, antecedidos e seguidos, respectivamente, por introducao e coda, fundidos em urn

imico: exposicao-allegro/desenvolvimento-hed/cadenza-scherzo/reexposicao-rondO, em idioma atonal

livre; dentro da tensao para a tensao, caminho sem saida. Influencia de Bart6k e Stravinski.

Introducao lenta em textura linear, entrecortada por silencios expressivos. Primeiro tema, de carater

essencialmente ritmico, como uma toccata, oriundo do cromatismo da P celula da voz superior da

introducao. Final deste tema-celula si b, Id, si 4, em duracoes longas — transposta e/ou variada, sempre

utilizada como fim ou principio de secOes e subseceies, desaparecendo ap6s a cadenza. Segundo tema,

de natureza melOdica, originario da inversao da celula apresentada na voz inferior (compasso 16) ainda

da introducao. Desenvolvimento (iniciado em Andante J = 72), urn lied, A/B/A'. ElaboracOes a partir

da celula do 2' compassoda voz superior do 2 si tema e, em seguida, de elementos de ambos os temas,

em A. Basicamente, em B (Moderato .J = 80), utilizacao de materiais do P tema, inicialmente em

escrita polifOnica, a seguir em melodia acompanhada, chegando a uma valsinha (Tempo de danca .1=100), interrompida por uma codetta. Celula sib, Id, si q, material inicial e final da Cadenza

(correspondente ao scherzo). Estribilhos e P estrofe do rond6 originarios do P tema da exposicao;

estrofe, do 2= tema. Na coda (reexposicao da introducao), alternancia de andamentos lento e rapido e

substituicao das pausas por desenvolvimento de materiais do rondO. Climax da obra nos tres compassos

anteriores ao Molto lento J = 54, final da obra. Nas palavras do compositor, rondo como reexposicao

"pelo fato de que, diferentemente do desenvolvimento, nas estrofes, os elementos vem bem menos

trabalhados e aparecem em sua ordem original".

Metrica e agOgica variadas; alternancia de toques percussivo e cantabile. Texturas densas, notas

dobradas, oitavas, acordes, acordes arpejados. Aceleracao e crescimento gradativo da intensidade

(ad libitum) e tempo de duracao dos segmentos inicial e final da Cadenza a criterio do interprete.

Notacao proporcional tambem na Cadenza. Pedal indicado coin rigor.

Nivel avancado (III).

102

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KORENCHENDLER, H. DAWID

1981Estudo sonata n2 1 (Sonatina)

Rio de Janeiro

4:00Ms

Allegro J = ca. 112

Vivo J = ca. 144

Forma sonata bitematica e bimodal. Primeiro tema, linha melOclica em graus conjuntos e staccato (rib

major), sobreposta a triades e tetrades (do maior). Segundo tema, Sapo cururu, do folclore infantil,

inicialmente em oitavas (sol major), sotoposto a linha melOclica corn tratamento coral (sal major), em

seguida em linha simples, ainda no baixo, corn acompanhamento de acordes quebrados formando

contraponto a duas vozes, invertendo-se a disposicao ao final. Segmentos a duas vozes a partir

de materiais do 1 2 tema, combinacoes do "coral" (2 2 tema) com elementos do 1° tema ou deste corn a

cabeca do Sapo cururu em polifonia a duas vozes, no desenvolvimento. Reexposicao variada, mantendo-

se naturalmente, a relacäo re 6 maior/d6 major. Adensamento da textura da 2 a semifrase da cancao

folclOrica, inicialmente em contraponto a duas vozes, para dobramento em 3 a1 e depois em acordes

(mencao ao coral), na 2 a subsecao — 1 p movimento.

Forma ternaria A/B/A', coda, em idioma atonal livre. Textura homofeinica corn carater essencialmente

de danca, binaria em A e A' e valsante, quebrada por compassos binarios, em B. Segundo o

compositor, coda como quinarizacao da forma, contendo citacOes reduzidas de B e A, portanto B'e A '

—2a movimento.

Acordes em posicao fechada, tambem com nota presa (5 2 dedo da esquerda). Legato cantabile

contrastando ou basicamente combinado a staccato leve, ou a acordes em portato. Alternancia e

cruzamento de maos, andamentos vivos.

Nivel intermedia.rio (III).

1981Estudo sonata n2 3*

Rio de Janeiro

3:45Ms

Diversos andamentos

Quatro movimentos em idioma atonal livre: 1 2 — Allegro (apenas no andamento), 2 2 — Lied, 32 — Scherzo

e 42 — Ronde), compactados em urn, em forma sonata bitematica. Primeiro tema (Allegro J 100), em

textura bilinear e poucas referencias harmonicas, corn duas ideias: al, baseada em ostinato ritmico de

semicolcheias, corn pequenas interrupcOes de pausas; e a2, ainda o ostinato ritmico, corn insistente

repeticao do hi 3 como nota pedal (homenagem a Schumann). Segundo tema, urn lied ternario mais

lento (J = 84), linha melOclica acompanhada por baixo e acordes nas subseceies externas, b I , e por

acordes arpejados em staccato, na subsecao central, b2. Desenvolvimento, urn scherzo (corn material

tematico do 1 2 tema, principalmente a2) corn trio (material temitico do 2 0 tema), este, em textura

polifOnica. Nota pedal inicialmente deslocada para sol2 e, a seguir, flutuante. Reexposicao em forma

rondo: estribilho construido a partir de al; estrofes, a primeira, a partir de a2, e a segunda, de ambos os

materiais do 22 tema. Na coda, 3a apresentacao do estribilho, seguida de codetta.

103

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /KORENCHENDLER, H. DAWID

PEM Sem indicacao de pedal; use muito reduzido e ate mesmo evitado, segundo recomendacao do

compositor. Tecnica de dedos, velocidade. Nota(s) repetida(s), acordes quebrados. Variacao de toques

e de agOgica.

Nivel avancado (II).

*Originalmcntc Sonata n, 5.

1982*Estudo sonata n° 4**

Rio de Janeiro

4:00Ms

Diversos andamentos

Obra dodecafOnica; tecnica tratada sem o rigor prOprio da estetica. Forma A/B/A'. Exposicao

bitematica seguida de desenvolvimento bastante fragmentario e reexposicao variada. Primeiro tema corn

duas ideias basicas: linha melOdica acompanhada; e linha melOdica corn tratamento coral. Segundo

tema, uma invencao a duas vozes. Desenvolvimento tripartido: 1° secao calcada no 1 tema; 2°,

na "invencao" do 2 2; e a 3 2, uma combinacao de fragmentos de ambos. Coda na reexposicdo como urn

novo desenvolvimento.

Andamentos vivos, variaceies de formula de compasso e de agOgica. Dinamica minuciosa. Arpejos

e acordes, extensao.

Nivel avancado (I).

Rellsta cm 1988.

*Originalmente Sonata n• 6,`Ex-Apassionata."

1983Sonata "quasi lirica"

Rio de Janeiro

6:00Ms

I — Moderato ca.76 ()) ca.152)]II —Andante corn variasOes [Diversos andamentos]

Forma sonata bitematica em idioma atonal livre. Temas contrastantes quanto a carater, textura, densidade,

agOgica e dinamica. Primeiro tema vigoroso, preponderante em ambos os movimentos; textura harmonica —

oitavas e acordes densos andamento constante, intercalacao de pausas de ate um compasso e meio,

basicamente entre fe ff. Segundo tema, uma invencao a duas vozes (apesar da inclusao de pequenos

segmentos a tres vozes), alternando a tempo e rail, e intensidades entre mp e mf, embora corn breves

irrupcOes defsnbito; utilizacao de pausas de menor valor. Desenvolvimento em tres subsecOes: ambos os

temas fragmentados, na 1°; apenas o P corn aumentacao de valores, na 2°; e invencao a duas e tres vozes,

na 3° — 1 2 movimento.

Tema corn variacOes. Construcao do tema possibilitando a utilizacao do 1 2 tema do 1 2 movimento,

seguido de desenvolvimento prOprio, como Ultima ( VP) variacao. Tema da capo (do pr6prio

movimento) sempre em p, sem variacOes de dinamicas, como 5° variacao. Variacoes I, ZI e III

I 04

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KORENCHENDLER, H. DAWID

predominantemente ornamentais; /Ve VI, livres. Acordes iniciais da /Vresultantes da superposicao, tres

a tres, das notas dos tres primeiros compassos do tema – 2 2 movimento.

Oitavas, acordes, acordes quebrados, deslocamentos laterais ripidos, extensdo, dificuldades gerais

acentuadas pela necessidade de rigor ritmico aliado a velocidade, no 1 1 tema do P movimento,

nas passagens dele derivadas e na VP1 variacao. Conducao de vozes e polirritmia, na variacao III.

Controle da agOgica, dinamica e pedal.

Nivel avancado (III).

1983Estudo sonata n2 2*

Rio de Janeiro

5:25Ms

(Os dois retratos [corn a permisscio (?) de BartOk])

I — 0 retratoca.661

II — 0 retrato alegre ca.881

Apropriacdo do titulo da obra hom6nima de BartOk para orquestra. Idioma tonal livre.

Forma sonata bitemdtica; P tema, em legato cantabile e textura predominantemente polifOnica, apesar

da inclusdo de acordes triddicos sem a 3 a e sem funcao tonal. Segundo tema mais tenso, em andamento

"urn pouco mais ripido" J ca.76, caracterizado por staccato, notas repetidas e textura tambem

polifOnica. Desenvolvimento utilizando materiais do PI tema (basicamente a cabeca) na 1 a subsecdo,

do 21 e deste combinado corn os do 1 42 , na 2 1 subsecdo e, finalmente, mais uma vez do P em uma coda

a cinco vozes, corn efeito de distensdo. Na reexposicdo, 1 2 tema apresentado corn contracOes e

transposto a uma 5 a inferior, ambos pontuando corn a mesma codetta. Coda corn material do P tema

– 1 2 movimento, 0 retrato lirico.

Forma rondo A/B/A'/C/A". Estribilho vivo, leve e transparente, combinando staccato e ligaduras

fraseolOgicas entre duas ou ate tres notas, respectivamente em textura a duas, tres (inclusdo de acordes

corn carater percussivo) e novamente duas vozes, nas suas tres apresentacOes. Estrofes em andamento

mais movido, textura harmonica e clima jocoso, a l a contrapondo segmentos harmOnicos emf e sfz

nos contratempos, a segmentos melOdicos em mp e p; e a 2 a , uma melodic acompanhada em idioma

bitonal, sem os acentos expressivos nos contratempos – 22 movimento, 0 retrato alegre.

[EM Contrastes de car-Ater e entre toques legato cantabile e staccato leve. Conducdo de vozes, oitavas,

acordes amplos, extensdo. VariacOes constantes de agOgica. IndicacOes precisas de pedal.

Nivel avancado (II).

*obra esboeada em 1981 c concluida cm 1983, dal sua numeraeao.

105

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36 COMPOSITORES BRASILFIROS — ()BRAS PARA PIANO /KORENCHF,NDLER, H. DAWID

1983XI variacraes Rio de Janeiro 5:08Ms

I —Uric°, con animaca.72]

II — Lento, sempre lirico ca.561

III -A barroca: uma fuga ca.84]

IV — Ainda a barroca: urn coral [J ca.72]

V —Corn Impeto [J ca.80]

VI — Distante e solitario [.J ca.72]

VII — Em tempo de valsa [J ca.I I 2]

VIII —Lilco [J ca.76]

IX — Com muitagarra [J ca. I I 2]

X — Despojado ca.661

XI —Saudosarnente [J ca.60]

Variacao I – o tema – primeira das tres subsecOes da "Variacao XX" da obra V arietelks breves para piano

e orquestra de cordas do prOprio autor. Titulos da VIII e da X acrescentados em 1995. De modo geral,

variacOes contrastantes quanto a cal-Ater e, por vezes, andamento, tendo o trabalho sobre a cabeca

do tema como elemento unificador.

Linha meleidica de natureza lirica, em 8 e1, acompanhada por triades perfeitas sem relacdo tonal entre elas

Var. I (tema). Utilizacäo predominante da cabeca do tema, eventual fuga das triades – Var. II. Fuga

livre a dual vozes; sujeito construido corn as sete notas iniciais do tema – Var. III. Como urn coral;

textura harmonica corn triades, acordes de 7/ e de 9/, em forma ternAria; emprego, respectivamente

nas 1 4 e 3/ subsecOes, das quatro notas iniciais do tema, e da 4 a , 5 a e 6 2 corn inversao do movimento,

na 2/ – Var. IV. Emprego da cabeca do tema; distincao de tres pianos: baixos em oitavas, linha melOdica

em oitavas, na regido subaguda (cruzamento da Mao esquerda sobre a direita) e acordes de 7 a . Inicio e

conclusdo corn poliacorde da mesma natureza – Var. V Ostinato em semicolcheias corn as quatro notas

iniciais do tema sotoposto a seqiiencia da mesma natureza em seminimas, corn pequena mutacao

intervalar. Pedal e dinamica cuidadosos, visando a atmosfera proposta pelo titulo, "Distante e solitario"

Var. VI. Valsa a partir da cabeca do tema em dinamica ad libitum– Var. VII. Elaboracao da

2/ subsecao da Var. XX da ja referida obra, retrOgrado e inversdo simultaneos da I a frase do tema (Var. I)

Var. VIII. Apresentacdo das seis notas iniciais do tema, a seguir da 7 a , 8 1 e 9 4 e, depois, da 10 4 , 11.a

e 12 4 , respectivamente no 1 2, 4/ e 6' compassos da variacdo – Var. IX . Inclusdo de elemento novo em

arpejo; mais uma vez, emprego da cabeca do tema precedida de anacruse – Var. X . Reapresentacao do

tema a 2/ menor inferior e em seguida integraimente reexposto a 7/ maior superior. Simultaneamente,

declamacao dos dois versos finais de "0 florir do encontro casual" de Alvaro de Campos, heterOnimo

de Fernando Pessoa. Segundo palavras do compositor, "o texto define a minha sensacdo de tristeza em

nab poder continuar variando urn tema – este ou qualquer outro – indefinidamente" – Var. XI.

Variaceies de diferentes naturezas: lirica (/e II), lUdica (III), solene (IV, evocacao de corals de Bach),

mais dinamica e agressiva ( V), fria, distante, difusa ( VI), leve, de danca ( VII), mais uma vez lirica, corn final

fogoso ( VIII), brilhante (IX), simples, despojada (X) e saudosa (XI, despedida do compositor do tema).

Oitavas, acordes, acordes arpejados, deslocamentos laterals; cruzamento e alternancia de maos.

Andamentos, dinamica e pedal como fatores de criacao das diversas atmosferas.

Nivel avancado (II).

I 06

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KRIEGER, EdinoBrusque —SC (1928-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

3 rniniaturas•

1949 I – [ Moderato (.1) = 84]1 Nova York

1949 H – [Andante ( J = 54)] Nova York

1952 III – [Andante moderato ( J = 74)

Pit) mosso ( J = 89)] Rio de Janeiro

4:50LK Prod. Art.

Pecas dodecafOnicas construidas a partir de series prOprias, enfatizados os intervalos de 2 1 , 4 a e 51.

Divisdo da 3 1 serie – material da Miniatura III – em 2 mOdulos "tonais". Utilizacäo, sem rigor,

do material melOdico e harmOnico propiciado pelas series. Trabalhos atemAticos, corn cariter

de improvisacao, sem emprego de grande variedade de registros ou grande niunero de pausas.

Constancias intervalares, acordes rebatidos, utilizacao preferencial do registro central do piano e relativa

similaridade de andamentos, como fatores de unidade.

Effn Pequena trilogia a ser integralmente executada. Dinamica, ag6gica, articulacOes fraseolOgicas e

configuracOes ritmicas constantemente variadas. Acordes horizontalizados, linhas melOdicas com

intervalos de largo ambito, saltos.

Nivel avancado (I).

*Conjunto a scr intcgralmcntc czecutado, rail() da inclusSo das duns primciras (1949).

1954Sonata nQ 1

Rio de Janeiro

21:00LK Prod. Art.

I – [Andante = 58) Allegro Enárgicol

II –Seresta (homenagem a Villa-Lobos)

III –VariacOes e presto [Diversos andamentos]

Obra nacionalista tonal/modal.

Forma sonata bitemAtica. Primeiro tema, em andante, de natureza linear, lirico, em p, inicialmente corn

107

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/KRIEGER, EDINO

colorido lidio. Pregnancia do 1 2 motivo, urn arpejo descendente sobre acorde de 7 2 , do porno de vista

ritmico — melOdico e harmOnico. Textura polifOnica, trabalho irnitativo. Segundo tema, em allegro energico,

de carater ritmico, afirmativo, em f, seu inicio em eOlio; insistencia em dois de sous materials geradorcs:

nota repetida corn sincope e arpejo ascendente sobre acorde de 9 2 . Textura mista; linguagem harmonica

condicionada por acordes de setima e nona e quartas sucessivas ou superpostas. Desenvolvimento de ambos

os temas logo apOs sua apresentacao e no desenvolvimento propriamente dito. Reexposicao substituida por

coda, corn retorno do 1° tema e de apenas elementos do segundo — ]2 movimento.

Seresta, homenagem a Villa-Lobos, tambem corn transcricao para orquestra de cordas, originalmente

uma peca isolada, corn a mesma denominacao.* Forma: Introducao /A/A'/A"/A'"/A"",

monotematica. Apresentacao do 1 2 arco da Seresta logo na introducao. Tema sempre variado; textura

inicialmente a duas vozes, adensada para quatro. Baixo da ponte entre o 1° e 2° temas do 1 2 movimento

reaproveitado em contraponto do comeco de A e ainda das duas tiltimas secOes — 2 a movimento.

Tema de indole hindemithiana, em Lento, e scis variacOes corn tratamentos diferenciados, em

andamentos diversos: contrapontistico, cm Lento, na 1 a; ritmico-harmOnico (ritmo brasileiro corn

harmonias jazzisticas), em Moderato, na 2 4 ; novamente contrapontistico, corn desenho jazzistico

no baixo e sobreposicao do tema, ainda em Moderato, na 3 a ; corn inversao da celula inicial, pregnante

na longa 4 a variacao, de carater seresteiro, em Andantino; corn adensamento da trama polifOnica, o

tema na voz central corn aumentacao de valores e as demais em contraponto tambem de colorido

seresteiro, em Andantino, na 5 4 ; e, finalmente, corn novo tratamcnto ritmico-harmOnico e feicao

virtuosistica, em Allegro scherzando, na 6 4 . Emprego dc elementos dinamicos, ritmicos e timbricos

do frevo; reaproveitamento de feicoes ritmicas do 2 2 tema e citacOes da ponte, ambas do 1 2 movimcnto

(reforco do sentido dc unidade), no Presto, uma coda — movimento.

Conducao de vozes, em textura densa, variada gama de toques: legato (e non legato) cantabile,

expressivo, frequentemente cm desenhos sobre acordes projetados horizontalmente, com intervalos

de largo ambito; staccato (e staccatissimo) em notas repetidas, notas duplas, oitavas e acordes tambem

repetidos, em andamento vivo. Extensao, saltos, trinados. Acentos deslocados, polirritmia, variacao

de fOrmulas de compasso e de agOgica.

Nivel avancado (II).

*Integrante, corno pep isolada, do caderno Homenagern a Vi no-Lobos, organizado polo professor doutor Jose Eduardo Martins c publicado pela ECA/USP.

1954Prelnclio (cantilena) e

Rio dc Janeiro

8:10 LK Prod. Art.

Fuga (marcha-rancho)

Preludio (cantilena)

Fuga [Moderato (tempo de marcha-rancho)]

Obra em idioma tonal, texturas harmonica (Prelndio) e polifOnica (Fuga a quatro vozes).

Forma ternaria. Nas secOes externas, cantilena apresentada ora no soprano, ora no baixo; repeticao

dc formulas ritmicas no acompanhamento, sugestivo do violao. Na secao central — Paco pia mosso — linha

meledica resultante do pr6prio contexto harmOnico — Preladio.

I 08

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO / KRIEGER, EDINO

Sujeito da fuga, dolente e majestoso, como tema da marcha-rancho, combinado a contra-sujeito

movimentado e fluente. Cinco apresentacOes do sujeito, entremeadas corn dois divertimentos,

na exposicdo. Emprego de elementos do sujeito e dos divertimentos, no desenvolvimento. Esboco de urn

breve stretto final, seguido de coda- Fuga.

REM Cantabile expressivo. Pianos sonoros no acompanhamento: notas duplas, presas e repetidas.

Acordes, oitavas, acordes quebrados, arpejos, extensdo (Preltidio). Malemolencia ritmica, polirritmia.

ConducOo de vozes. Sujeito enfitico, formado por repeticoes do mesmo motivo — iniciado por pausa e

concluido corn duracOes longas (minimas) — combinado a contra-sujeito continuo e fluente. Dedilhado.

Notas dobradas, acordes, extensdo (Fuga).

Nivel avancado (II).

19553 invencOes a duas vozes

Rio de Janeiro

4:50LK Prod.Art

I — Valsa [Allegretto moderato] 1:20

II — Chorinho [Allegro] 1:20

III — Seresta [Andante] 2:10

Pecos corn escrita contrapontistica, em idioma tonal enriquecido por cromatismo, inspiradas

ern generos populares brasileiros. Obediencia ao esquema basic° da invencao (respostas

a intervalo de 51).

Possibilidade de execucao de cada uma das pecas separadamente. Dedilhado, intervalos de largo

ambito nas linhas melOclicas; formas de mdo pouco confortaveis. Trinados. Legato cantabile, rubato,

na Valsa e Seresta. Andamento vivo no Chorinho.

Nivel intermediario (III).

1956Choro manhoso

Rio de Janeiro

2:45LK Prod. Art.

Moderato .1 = 64

Forma ternaria. Linha melOdica em quartos de tempo sobreposta a ostinato ritmico sincopado,

caracteristico do genero, formado por triades e tetrades.

an] Linha melOclica brejeira, manhosa (de manhas, artificios), na direita; acordes, notas presas

na esquerda.

Nivel intermediario (I).

I 09

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36 COMPOSITORES BRASI LEI ROS - 01113AS PARA PIANO / KRIEGER, EDINO

1956Estudo seresteiro

Rio de Janeiro

2:40LK Prod. Art.

Moderato

Forma binaria em idioma tonal. Linha melOdica continua, a maneira da valsa brasileira, apresentada pelo

baixo, corn intervencoes de triades e acordes de 7 1 , na direita.

Estudo para a mdo esquerda. "Pouco rubato, expressivo, sem acentuar, sempre legato", conforme

orientacao do compositor.

Nivel intermediario (I).

1956Sonata rig 2

Londres

14:20LK Prod. Art.

I — [Allegro = 120)]

II — [Andantino moderato e con motto]

III — [Vivace molto e con spirito]

Obra romantico-nacionalista, tonal/modal.

Forma sonata tritematica. Primeiro tema, urn arco melOdico amplo de carater afirmativo, sobre

arpejo ascendente, dobrado a oitava. Celula ornamental no 3 1 e 4 2 tempos do tema (3 2 menor,

2 2 menor, 3 2 menor) e segmento em tercas duplas como material secundario; a primeira, corn

diminuicdo de valores, e o ultimo, elementos estruturadores do segundo tema, inicialmente

interrogativo e a seguir incisivo e ritmicamente forte. Terceiro tema, de natureza seresteira, tambern

derivado da mesma celula. Desenvolvimento dos temas ainda na exposicao. Enfase no 3i 2 e P temas

no desenvolvimento. Reapresentacao variada do material tematico na reexposicao. Freqiiente

substituicao dos segmentos de tercas por sextas. Coda (Presto) igualmente sobre celula ornamental —

J2 movimento.

Em quatro secOes, A/A'/A"/A'". Dois primeiros compassos como material gerador, harmonicamente

variados por alteracoes cromaticas. Atmosfera de Prokofiev, corn balanco (sincopes e ostinato

de semicolcheias) de cantilena. Nota repetida na voz intermediaria, como pedal, desenhos ornamentais

impressionistas como finalizacao das secOes — 22 movimento.

Bitematico, como uma toccata, em quatro secOes: A/B/C/A'. Primeiro tema constituido por dois

elementos: ritmico (acordes) e melOclico-linear (volata corn dois pequenos arpejos em progressao

cromatica); segundo tema, de natureza modal, dobrado a intervalo de 10 a . Acentuado modalismo e

mudanca de metrica, na 2 2 secao, no espirito da mfisica popular nordestina. Terceira secao contrastante

quanto a andamento, metrica e carater, como uma cantilena. Quarta secao corn funcao de reexposicdo:

aproveitamento de ambos os temas, remissdo a metrica da 2/ secao, pela inclusdo de quialteras e

evocacao de cantoria nordestina — 32 movimento.

Conducdo de vozes em textura densa. Variacoes de ag6gica, de formula de compasso e de forma

de agrupamento das subdivisOes do tempo. Acentos deslocados, polirritmia. Enfase no movimento

paralelo a uma ou mais oitavas, ou a intervalo de 10 1 , em legato. Repeticdo de configuracOes melOclicas

I I 0

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /KRIEGER, EDINO

corn intervalos de largo ambito, extensao, dedilhado. Trinados, tremolos corn notas dobradas. Tercas

duplas, oitavas, saltos, acordes repetidos, movimento alternado de maos.

Nivel avancado (II).

1957Sonatina 7:00Vitale

I — [Moderato]

II — [Allegro]

Obra romantico-nacionalista, ern dois movimentos e idioma tonal/modal.

Forma sonata bitematica: tema linear, melOdico, precedido e sobreposto a urn baixo d'Alberti —

binario inserido em compasso ternirio — em harmonia triadica; 2 2 tema contrastante, mais denso,

ritmico, vigoroso, marcado. Longo desenvolvimento e breve reexposicao, corn retorno, apenas,

do 1 2 tema, concluindo corn a 1 a celula do 22 - 1 2 movimento.

Forma A/A/A' coda. Tema energetic° sobreposto a urn movimento perpetuo formado a partir

de uma volata cromitica, repetida e transposta, apresentada no P compasso. Tema na voz inferior,

em A'. Volata dobrada a intervalo de 10 a e apenas citacao de urn dos elementos do tema, na

coda— 2 2 movimento.

EffEB Legato cantabile, movimento paralelo a distancia de uma ou mais oitavas, baixo d'Alberti. Oitavas,

acordes, acordes repetidos, trinados. Mudancas de formula de compasso e de ag6gica ( 1 2 movimento).

Pianos sonoros (22 movimento).

Nivel intermediario (III).

PIANO A 4 MAOS

1953Sonata Rio de Janeiro 5:45Peer International

(para piano a quatro mlios) Corp. N. York

Moderato

Obra nacionalista tonal/modal, em urn movimento, originariamente urn rondO-fantasia. Posterior

ampliacao para sonata bipartite monotematica, conservando o espirito de rond6. Coup/etsextraidos

do prOprio refrao e, por vezes, a ele combinados. Materiais do tema inicial (o refrao), de expressividade

lirica-triades (ou tetrades) horizontalizadas, desenho melOclico contendo 2122 justas ascendentes e

movimento diatOnico descendente — e caracteristicas ritmicas e intervalares da 1 a ponte — divisäo

em quartos de tempo, sincopes, tetrades horizontalizadas e saltos de 7 a — sempre trabalhadas

ao longo da peca. Segunda secao de carater ritmico, sugestivo do chorinho, tambem derivada

dos referidos materiais.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO / KRIEGER, EDINO

1119111 Entrosamento; transparencia na apresentacao simultanea de ideias de natureza contrastante.

Acentos deslocados, sincopes, efeitos ritmicos resultantes de articulacOes fraseolOgicas. Trinados, notas

duplas, oitavas, alternancia de maos.

Nivel intermediario (III).

PIANO A 6 MHOS

1962Os trés peraltas

Rio de Janeiro

2:25LK Prod. Art.

Peca tonal, em textura homotbnica. Rancheira em forma ternaria.

Em tres niveis de dificuldade: major, na parte central, a seguir na P e, finalmente, na 3. 1 — apenas

com notas de apoio harmOnico.

Nivel elementar (II e I).

112

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LACERDA, OsvaldoSao Paulo — SP (1927-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1953To ada

Sao Paulo

3:00 Ricordi

Saudoso (J -56)

Linha melOclica sincopada, corn elementos dos modos lidio, mixolidio e maior, na 1 a secao, e menor

natural e clOrico, na 2 a ; em A, dobrada em 104 paralelas e em B, sobreposta a acordes de 5 12 arpejados.

Breve reexposicao, em 3Y duplas.

Textura basicamente bilinear.

NEI Ritmo plistico. Legato cantabile, "corn simplicidade", conforme indicacão no texto. Extens5o, na

esquerda, oitavas, na direita; cruzamento de maos. Predominancia de intensidades entre mfe pp. Pedal.

Nivel intermedidrio (II).

113

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36 COMPOSITORES BRASILE I ROS ()BRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1953Variaceies sobre

SA() Paulo

12:00Vitale

Mulher rendeira

Tema [ Moderado J = 100]

Var. I — [COmodo = 54]

Var. II — [ Esperto = 92]

Var. III — [Noturnal J = 82]

Var. IV — [ Moderado = 88]

Var. V — [ Lento = 52]

Var. VI — [ Moderado o = 84]

Var. VII — [Lento solene = 58]

Var. VIII — [ Serenamente = 58]

Var. IX — [ Scherzo = 72]

Var. X — [ Sem pressa J = 66]

Var. XI — [Vivo = 116]

Var. XII — [Devagar = 58]

Doze variacOes livres sobre o tema titulo da obra*, diferenciadas por andamento, carater e tipos

de claboracdo: fragmentacdo, mutacOes ritmicas, melOclicas, harmonicas e de modos (superposicdo

dc modos diferentes e cambiantes), transposicdo e dispersdo cm varios registros. Emprego generalizado

de estruturas harmonicas de 70, 9 e de blocos de 441 c 5.

Nas palavras do compositor: "se o pianista tiver boa voz (e sangue frio...), podera, em vez de

tocar o tema, canta-lo corn a tetra, voltado para o pnblico". Conducdo de vozes. Realce da voz

superior, apresentada por acordes amplos, em legato cantabile; extensdo. Simultaneidade de diferentes

articulacoes fraseolOgicas. Velocidade (XI.

Nivel avancado (I).

*Extraido do livro Ensalosobrt a masica brasileira, de Mirio de Andrade, p. 115.

1955Ponteio ns 1

Sao Paulo

2:00Ricordi

Ccnnodo( =100)

Linha melOclica modal/tonal, de contorno simples, em movimento continuo, sobreposta a estruturas de

4 e acordes de 7 e 9 a .. Alem de suas funcides ritmico-harmOnicas, baixo como contracanto. Textura

bilinear. Metrica variada.

ML5 Plasticidade ritmica. Legato cantabile em ambas as mdos, pianos sonoros. Dentre os componentes

harmOnicos, realce do soprano, conduzido pelos dedos externos da direita. Extensdo. Pedal.

Nivel intermediario (III).

114

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

1956Ponteio n2 2

Sao Paulo

2:30Ricordi

Quasi vagamente (J= 72)

Linha melOclica tonal/modal, de ambit° extenso, sincopada, sobreposta a ostinato ritmico tambem

sincopado, composto por estruturas triadicas e LIAA superpostas. Apresentacao da linha ternatica

no registro medio, entre os componentes do ostinato, dispersos em registros diferentes, na reexposicao.

Textura homofOnica.

Plasticidade ritmica. Segundo indicacäo do compositor, "cantabile, ma non molto". Acordes ou

linha melOdica combinados a deslocamentos laterals, na esquerda. Corn raras excecOes, dinamica

predominante entre mf e pp.

Nivel intermediario (II).

1958Valsa nQ 1

Sao Paulo

2:00Ricordi

Sentido (J=± 138), um pouco rubato

Pep de carater seresteiro, em textura homofOnica, corn freqiiente adicäo de linhas melOdicas

secundarias a principal e trabalho imitativo. Inicio acefalo e bordadura como tracos marcantes dessas

linhas. Mi menor obscurecido por intenso use de cromatismo. Secão central mais densa, construida

a partir de elementos da 1 a.

EM] IndicacOes expressivas claras no prOprio texto: "cantabile, non molto", "seresteiro" e "urn pouco rubato".

Pianos sonoros, valorizacao do baixo. Acordes, notas dobradas, oitavas e saltos em andamento vivo.

Nivel intermediario (III).

1958Cinco invencees

sao Paulo

6:00Ricordi

(A duas oozes)

IMagoado = 92)]

IIMovido(J = 144-150)]

III —[ Sem pressa = 88)]

IV —[MelancOlico = 66)]

V --[Com flexibilidade, nao muito rapido (J. = too)]

Cromatismo abundante como recurso ornamental e de obscurecimento dos centros gravitacionais.

Sujeito tonal/modal (sugestâo de mi frigio) de carater modinheiro — I.

Sujeito iniciado por triton°, cromatico, de carater seresteiro, tambem apresentado na forma invertida.

Contra-sujeito sistematico. EpisOctios em tonalidades distantes —

115

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36 COMI'OSITORES RRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

Sujeito em modo menor, sugestivo do chorinho, iniciado corn salto de 7 a . Contra-sujeito sistematico.

Sujeito corn aumentacao de valores no stretto final — III.

Sujeito angular (saltos de tritono, 4 a justa, 7 a maior e 6 a menor) sem centro tonal definido, de carater

modinheiro, tambem apresentado na forma invertida. Contra-sujeito eventual. Strettos— IV.

Sujeito no modo national. Quarta justa (do sujeito) e tritono (ambito do contra-sujeito) como intervalos

sistematicamente empregados. Contra-sujeito cromatico. Stretto— V

PErin Pecas coin finalidade didatica. Metrica irregular, sincopes. ImitacOes. Simultaneidade

de articulacOes fraseolOgicas e toques diferentes. Dedilhado.

Nivel intermediario (I).

1960Valsa inQ 2

Sao Paulo

2:15Ricordi

Nfio r4ido(J. = 50;=150)

Textura basicamente a duas vozes corn a metrica freqtientemente instabilizada por hemiolas. Re menor

obscurecido por intenso cromatismo; seqtiencias, breves imitacoes, estruturas quartais. Secao central

construida a partir de elementos da 14.

ffErfn Linha melOclica principal ora conduzida pela direita, ora pela esquerda, em legato cantabile.

Staccato sugestivo da corda beliscada do violao. Pequenas passagens escalares e sobre acordes

quebrados. Sobreposicao de articulacoes fraseolOgicas diferentes, falsa polirritmia.

Nivel intermediario (II).

Estudos Sao Paulo Vitale

(1, Caderno[1-4])

1960N2 1 [ Corn arrebatamento (J ± 112)] 3:00

1969N2 2 [Rapid° (J = 126-132)] 1:30

1969N2 3 [Lento (.1= ± 56) Lento, medido (J = 56)] 4:00

1969N2 4 [Veloz (.1. = 108)] 1:25

Pecas centradas em reduzido nUmero de elementos tematicos, construidas a partir de repeticao

e variacao de padreies ritmicos, meleidicos, harmOnicos e texturais.

Forma A/A'/A"/A'"/A"". Linha melOdica diatemica e sincopada, via de regra em escrita ritmica

de .. + + J, ou+ + J., em textura uniforme (adensada na 3- secao, por dobramentos a oitava

do contralto e do baixo), basicamente a quatro vozes, as intermediarias apenas corn funcao ritmico-

harmonica. Seccionamento determinado pela mudanca de voz da linha melOdica — no soprano, no

contralto, no contralto dobrado a oitava, no baixo e novamente no soprano — e pelo mapeamento tonal:

maior estabilidade na P e ifitima seceies, instabilidade nas demais. Cromatismo do baixo

progressivamente estendido as demais vozes — ni 1.

I 16

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACF,RDA, OSVALDO

Forma A/A'/A"/A'". Seccionamento determinado por mudancas de pOlos. Idioma tonal/modal

(mixolidio). Voz principal (contralto), destacada por acentos, dobrada a intervalo de 72 , em movimento

paralelo, no baixo; e, a seguir, como urn rebatimento, no soprano, a intervalo de tritono ascendente,

articulado no contratempo. Textura polifemica corn vozes independentes, cada uma em polo prOprio,

em conseqfiencia dos dobramentos (de natureza coloristica, mascarando o polo da voz principal).

InversOes em A": voz principal no baixo, tambem corn dobramento de tritono, e a seguir de 72,

articulada no contratempo, em movimento paralelo no soprano, este uma linha melOdica construida

corn 422 justas. Segmentos cromaticos como ligacao entre secoes — n' 2.

Forma Introducao/A/A'/coda. Escalas cromaticas — o semitom, portanto celula formada por torn

descendente seguido de semitom ascendente e tritono (empregado como dobramento e integrante

de blocos harmemicos e linhas melOclicas) como materiais bisicos da peca. Em A', inversOes em relacao

a A: linha melOdica (variacao da precedente) no soprano, sobreposta a escalas cromaticas, no piano

inferior, e conclusao corn a subsecao inicial de A (tambem variada) — n2 3.

Forma binaria A/A'. Linha melexlica estritamente construida sobre escala pentatOnica (polo—

teclas pretas — dobrada uma 2 2 menor acima (polo mi) — teclas brancas. Movimento continuo atraves

dos varios registros do piano: defasagem de meio tempo entre os dois pianos, ambos sempre articulados

em staccato. Inversao em A': linha melOdica sobre pOlo mi — teclas brancas — dobrada uma 2 2 menor

abaixo (polo mi 6) — teclas pretas — n2 4.

Delineamento dos pianos sonoros, conducao da linha melOclica corn os 42 e 52 dedos da direita.

Oitavas; saltos na esquerda, andamento vivo, clima arrebatado. Superposicdo de agrupamentos fraseolOgicos

diferentes— n9 1. Delineamento de pianos sonoros. Movimento de tremolo (pronacao e supinacao),

dedilhado; velocidade — n2 2. Escalas cromaticas em movimento paralelo e contrario. Tempo livre (como

recitativo) e tempo medido. Polirritmia — n2 3. Jogo de teclas brancas e pretas; superposicao e alternancia de

maos em velocidade. Sem salientar nenhuma das maos, conforme orientacao do compositor — n2 4.

Nivel avancado (II).

1960Serie na clave de sol Sao Paulo 5:30Ricordi

I —Desafio [Sam pressa = 80]1

(Invenglo a duos vozes)

II --Ciranda [Com simplicidade ( J = 108)1

III —Valsa [Nio muito rapid° (J. = 54; J = 162)]

IV —Modinha [Expressivo (d = 58; = 174)1

V —Arrasta-pe [Gracioso (J = 20)]

Pecas de inspiracao popular, em forma de suite, corn finalidade didatica, escritas na clave de sol. Textura

bilinear, idioma tonal/modal, metrica irregular. InvencOes (Desafio e Modinha) e pequenas formas

ternarias (Ciranda, Valsa e Arrasta-pe).

Modo mixolidio; contra-sujeito regularmente apresentado. Sujeito exposto corn aumentacao de valores,

sotoposto a linha melOdica como uma improvisacao, dele derivada, na reexposicao — Desafio.

Pequena cantiga de roda, corn linha melOclica conduzida ora pela linha superior, ora pela inferior,

alternando os modos maior e menor — Ciranda.

117

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ LAC ERDA, OSVALDO

Combinacao dos modos menores harmOnico e natural. Alternancia entre as vozes na conducao da linha

melOdica principal. Linhas de tendencia geral descendente, embora corn frequente ocorrencia de

movimento contrario entre elas – Valsa.

Combinacao de elementos tonais e do modo frigio, no espirito de valsa. Entradas canOnicas – Modinha.

Caracteristicas do genero quadrilha.Variacao nas articulacOes entre os pares de colcheias; grupos

de semicolcheias corn funcdo impulsiva e de ligacao entre membros de frase; emprego freqiiente

de notas repetidas. Alternancia entre as vozes na conducao melOdica – Arrasta-pe.

Utilizacdo predominante das regioes central e aguda do instrumento. Simultaneidade

de articulacOes fraseolOgicas e toques diferentes; independencia das maos. Legato cantabile. Passagens

escalares em velocidade. Mao esquerda trabalhosa.

Nivel intermediario (I).

1960Suite Miniatura Sao Paulo 5:30Ricordi

1 —Chorinho [Sem pressa [ J = 120)]

2-Toada [Amoroso 0 = ±-56)1

3—Valsa [Mao muito rapid° [J. = 63]]4—Mod i n ha [Cantante [.J = 98-104)1

5 —Cana-verde [Gracioso, ritmado [ = 116)]

Peps tonais de inspiracao popular, em textura basicamente bilinear (excetuando-se a Modinha),

corn abundante cromatismo.

Linha melOdica conduzida pela "baixaria", sotoposta a pequenas configuracOes em contratempo

ou a contrapontos acefalos dela derivados – Chorinho.

Linha melOclica diatOnica sincopada; acompanhamento ritmico-harmOnico de dois compassos,

sobre nota pedal da dominante, sempre repetido coin sutis variacOes ritmico-melOclicas, em torno

da relacao tOnica – dominante, relacao mais movimentada na secao central – Toada.

Tipos de acompanhamento diferenciados: ritmico-harmOnico, em A e A'; mais expressivo, em

contraponto corn o soprano, em B – Valsa.

Linha melOctica exposta pelo baixo, na introducao e coda, e conduzida pelo soprano, no restante da

peca, sobreposta a contracanto, corn interferencia de acordes articulados predominantemente em

contratempo – Modinha.

Linha melOdica diatOnica, ritmicamente bem marcada, corn freqUente emprego de nota repetida;

acompanhamento ritmico-harmOnico sobre nota pedal da dominante, repetido corn sutis variacOes

ritmico-meledicas, em torno da relacao tOnica – dominante, relacao mais movimentada na secao central

e na coda – Cana-verde.

Pecas corn finalidade didatica. Mao esquerda bastante ativa em toda a suite. Simultaneidade

de articulaceies fraseolOgicas e toques distintos. Pianos sonoros diferenciados. Legato cantabile na Toada,

Valsa e Modinha. NUmeros 2, 3 e 5 nas regiOes central e aguda do piano, escritas na clave de sol.

Nivel intermediario (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

1961Suite na 1

Sao Paulo

8:30Vitale

I —Dobrado [Tempo de marcha ( J = 120)] 1:40

II —Choro [Irrequieto, mas nSo muito rapid° ( J = 100)] 1:40

III —Toada [Afetuoso ( J = 84)] 3:00

IV —Baiio [Gingando (.J = 108)] 2:10

Suite de inspiracdo popular. Formas ternarias. Tonalismo corn expanthes (I, II, III) e modalismo (IV).

Sugestdo de bitonalidade em textura bilinear. Pequenos clusters corn funcao ritmico-percussiva tipica

do genero— Dobrado.

Linha melOclica caracteristica do choro, apresentada pela voz superior, nas secOes externas, e inferior,

na central, em urn continuum de articulacOes em quartos de tempo. Acompanhamento em linha

sincopada, enriquecida por blocos de 4 22 ou 5", nos tempos ou nas sincopes — Choro.

Linha melOclica conduzida por estrutura harmonica tonal corn intenso cromatismo e comentada pelas

duas demais vozes, ern textura mista. Enfase no pedal da dominante. Metrica variada; abundante

emprego de sincopes — Toada.

Linha melOclica em mixolidio, na voz superior, nas secides externas; e na intermediaria, na central.

Ostinati ritmicos, tipicos do genero (corn breves momentos de dissolucao), sobre sucessivas notas-

pedal, caracterizados pelo peso do P tempo — nota, oitava ou acorde mais grave do compasso — e por

pequenos clusters. Adensamento progressivo da textura, ate o final, por meio de dobramentos e

emprego de acordes mais completos —

B15 Diferentes articulacöes e toques alusivos a orquestracao do dobrado — I. Predominio da articulacdo

staccato; acordes arpejados incorporados as linhas de acompanhamento, andamento vivo — II. Legato

cantabile, delineamento de pianos sonoros; malemolencia ritmica — III. Conducao de vozes; notas

dobradas, oitavas, acordes, saltos. Gingando, conforme indicacdo do compositor — IV.

Niveis intermediario (II) — Dobrado e Toada; e avancado (I) — Choro e Baia°.

1964Ponteio ri2 3

Sao Paulo

3:00Ricordi

Lento( J = 54)

Linha cromatica ascendente do baixo como sustentacao de tres secoes, basicamente diferenciadas pela

densidade da textura. Inclusao de voz intermediaria, ritmica e melodicamente ativa, corn relativa

autonomia, na secao central, a mais longa e densa delas; rarefacao da 32 secao, reduzida a tres vozes,

sem dobramentos ou comentarios lineares.

PEIIE Cantabile expressivo, pianos sonoros. Oitavas, notas dobradas, extensao; saltos.

Nivel intermediario (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

1964Valsa n2 3

Sao Paulo

3:15Ricordi

Lento(.1= 100), Rubato

Forma ternaria, em textura mista homogenea, corn valorizacdo da linha melOdica do soprano (tambem

corn dobramentos) e da "baixaria". Tonalismo expandido. Insistente use de desenhos escalares

descendentes, mais ornamentados, na secao central.

Conducao de linha melOdica (3 o, 4u e 54 dedos) e acompanhamento (1 2 e 2Q dedos) pela mesma

mao; extensao. Notas dobradas. Legato cantabile expressivo, rubato. Dedilhado.

Nivel intermediario (II).

1965Brasiliana n2 1

Sao Paulo

6:30Vitale

I —Dobrado [Tempo de marcha ( J = 120)]

II —Modinha [Queixoso (.1= 88)1III —Mazurka [Gracioso ( = 136)1

IV — Marcha de rancho [Tempo de marcha lenta (. 1 = 88)1

Suite de inspiracao popular. Sucessao de generos contrastantes. Formas ternarias (Dobrado e Mazurka),binaria (Marcha de rancho) e invencdo a duas vozes, segundo o pr6prio compositor (Modinha).

Estruturas tonais corn expansOes.

Contraste entre polifonia da exposicao (tema a duas vozes) e tratamento homofOnico da melodia

do baixo, na secao central. Carater martial, a maneira de fanfarra – Dobrado.

Sujeito e contra-sujeito ambiguos quanto ao modo. ModulacOes a subdominante, comuns na modinha*.

Carater instavel e melancOlico – Modinha.

Melodia acompanhada, corn escrita ritmica e articulacOes tipicas do genero; contraste tonal – tOnica e VI

grau menor – entre as secOes – Mazurka.

Enfase no 2° e 40 tempos do acompanhamento, quase sempre as notas mais graves do compasso, como

marcacao ritmica do surdo dos ranchos carnavalescos. Terceiro e 4. 0 tempos freqiientemente em

agrupamento quialterico, pratica comum no genero – Marcha de rancho.

EH Segundo o compositor, orquestracao tipica; as vezes, acentuacao nos tempos fracos do compasso e

uma ligeira influencia do Paso doble espanhol; staccato como articulacao predominante; realce da mao

esquerda, na secao central – Dobrado. Legato "queixoso" – Modinha. Saltos na esquerda; hemiolas.

Plasticidade e elegancia ritmica – Mazurka. Contraste entre "cantando" na direita e "bem ritmado" na

esquerda, basicamente em staccato – Marcha de rancho.

Nivel intermediario (II) – I, IV; e (I) – II e III.

* ANDRADE, Mirio - Dicionario musical brasileiro, p. 345.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1966Brasiliana nca 2

Sao Paulo

5:40Vitale

I —Romance [Moderado (J = 94)1

II —Chote [Corn elegincia (J = 80)1

III —Moda [Moderado (J = 96/1

IV —Coco [Gracioso = 108)1

Suite de inspiracâo popular. Tema e variacoes (Romance), formas ternirias ( Chote e Moda) e biniria

(Coco). Estruturas tonais corn pequenas expansoes.

VariacOes livres a partir de celulas do tema. Andamento e carater diferenciado para o tema – cantante,

quase falado – e para cada uma das quatro variacOes (Urn pouco mais depressa, Movido, Urn pouco

menos movido e rubato e misurato), como breves comentarios a episOdio de urn hipotetico texto

poetic°, segundo palavras do compositor. Metrica irregular a partir da var. II – Romance.

Homofonia. Contraste tonal entre as secOes (tOnica e relativo); ritmo pouco variado e bem marcado,

tipico dessa danca – Chote.

Canto de carater improvisatOrio, dobrado em tercas. Contraste entre: estabilidade tonal (corn presenca

de interpolacOes modais) e maior regularidade ritmica da l a sec -do; e instabilidade e irregularidade

da secao central. Adensamento da textura na reexposicao, corn reapresentacao do canto em tercas,

dobrado, uma vez mais, em tercas duplas – Moda.

Contraste entre o carater da estrofe – cantado, gingado, em modo maior ou mixolidio – e do estribilho

– como urn palmeado (notas repetidas), em modo menor – Coco.

EME Pecas de carater contrastante; enfase no vigor ritmico (II e IV) ou no lirismo melOdico (I e III).

AgOgica e metrica variadas nestas duas 0Itimas pecas; superposicdo de diferentes articulacOes

fraseolOgicas e tipos de ataque.

Nivel intermediario (II).

1967Brasiliana ni/ 3

Sao Paulo

6:45Vitale

I —Cunru [Moderado (J = 1001

II —Rancheira [Movido (J. = 58; J = 174)1

III —Acalanto [Tranquilo (J = 63)1

IV —Quadrilha [Alegre (J = 120)1

Suite de inspiracao popular. Tema e variacOes (Cururu), formas ternarias ( Rancheira e Acalanto) e

rond6 (Quadrilha). Prevalencia de estruturas tonais.

VariacOes livres a partir de celulas de urn tema unitOnico em ter-gas, tipicas das cantorias e modas

de viola. Quatro variacOes em andamentos distintos; metrica irregular – Cururu.

Melodia acompanhada; poliacordes na P e 3 a sec -6es. Hemiolas – Rancheira.

Melodia tranqiiila, corn oscilacdo modal, mais movimentada melOclica e ritmicamente na secdo central

da peca. Ostinato como de cantiga de ninar – Acalanto.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

Refrao curto, tonal, ritmicamente regular. Segundas acrescentadas a acordes de tOnica e dominante

ou em contratempo, sobre melodia no baixo; pequeno canone na 1 1 estrofe — Quadrilha.

EM Peps de carater contrastante; enfase na vivacidade ritmica (//e IV) ou no lirismo melOdico (I e III);

1 2 so para mao esquerda; direita corn funcao percussiva, sobre a madeira do piano. Saltos na esquerda e

andamento vivo (//e IV). Simultaneidade de diferentes articulaciies fraseolOgicas e tipos de ataque.

Niveis intermediario (II) — Cururu, Ranche ra e Quadrilha; e (I) — Acalanto.

1968Ponteio n2 4

Sao Paulo

2:30Ricordi

Moderadamente movido = 80

Linha corn cromatismo, no baixo, dobrado ou nao em oitavas, sob tritonos em contratempo resultantes

da convergencia de fragmentos melOclicos acefalos, tambem cromaticos, em urn continuum polarizado

em re#.

REM Oitavas, saltos e staccato, na esquerda; notas dobradas, na direita. Articulaceies fraseolOgicas

precisas.

Nivel intermediario (II).

1968Ponteio n2 5

8 -do Paulo

2:30 Ricordi

Moderadamente lento .) = 80

Material melOclico-harmOnico basic° apresentado nos compassos iniciais. Convivencia de tonalidade

(direcao ao pOlo sol), cromatismo generalizado, tritonos harmOnicos, superposicao de 4 1', em textura

mista pouco densa. Linha melOclica angular — saltos freqiientemente como projecOes de semitons.

TELE Linha melOclica expressiva, dolente, comentada por interferencias da mao esquerda, evocativas

do violao. Abertura e fechamento de mao.

Nivel elemcntar (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

Estudos Sao Paulo Vitale

(2° Caderno [5-8])

1969N2 5 — [Magoado ( J = 96)] 2:15

1969N2 6 — [Nervoso (J 116)] 2:45

1969N2 7 — [Lento, mas nao muito94)]4:00

1970N2 8 — [Ligeiro (J. = 80;1. = 160)] 1:30

Pecas centradas em reduzido nnmero de elementos temiticos, construidas a partir de repeticao

e variacdo de padroes ritmicos, melOdicos, harmOnicos e texturais.

Continuum ritmico-harmOnico, em forma A/A' coda. Linha melOdica tonal, basicamente em movimento

de 211 , conduzida por agrupamentos de dois blocos interpolados por pausas (textura coral), corn funcoes

e algumas estruturas intervalares constantes, respectivamente: o 1 s com efeito de appoggiatura do 22, e

este, uma superposicao de tritono e 4 11 justas. Resultado sonoro politonal, apesar da enfase no polo re,

no soprano. Em A', aproveitamento do piano superior de A, tratado imitativamente, como stretto, corn

defasagem de meio tempo. Freq0ente variacao da metrica e intensificacao do movimento, pelo desuso

das pausas e continuidade das articulacOes — n25.

Forma A/B/A'. Intervalos de 81 (melOdico), tritono, 2 1 menor e maior — e seus derivados — (melOclicos

e harmOnicos) e movimento contririo entre ma.os esquerda e direita como materiais e procedimento

basicos. Em A, oitavas melOdicas em convergencia para segundas harmonicas, ambas a distancia

de tritono, na 1 1 subsecao; na seguinte (p sfibito), transposicOes sucessivas de modelo composto por 81 e

21 menor, em configuracdo quialterica; 2 11 menores separadas por 4/1 justas ou tritons, articuladas

de duas em duas, ou de quatro em quatro, na 3 2 subsecao. Em B, cantabile, extensa linha cromAtica

de direcao geral descendente, sobreposta a ostinato crorrthtico ascendente — relacão de tritono entre sua

nota inicial e a de chegada em quartos de tempo; inversão da escrita, na 21 subsecdo. Aproveitamento,

em A', apenas da 1 1 subsecao de A, corn emprego de imitacoes, como stretto— o1 6.

Continuum de tremolos, em forma A/B/A'; textura uniforme, com harmonias de 3 11 superpostas.

Linha melOdica diatOnica modal, subjacente ao tremolo, com enfase no pOlo re, ora no soprano, ora no

baixo, como improvisada. Em B, aceleracao gradativa, expressa por maior atividade harmOnica e

indicacoes de andamento. Volta do tempo em A', com o tremolo, no baixo, passageiramente substituido

por linha melOdica derivada da inicial — n2 7.

Como uma toccata, em forma binAria, A/A'. Oitavos de tempo articulados de dois em dois, apesar

da formula de compasso 6/16 e da indicacao de figura pontuada como unidade. Em A, relacao

de tritono entre duas linhas cromAticas ascendentes paralelas, corn acrescimos de 2 11 maiores, ora na voz

superior, ora na inferior; e entre arpejos de acordes de dominante mais ou menos densos, cada nota

precedida por appoggiatura cromitica inferior. Em A', relaCio de 91 menor entre as linhas; alternancia

das 211 maiores acrescentadas, mantidas na voz inferior, corn os tritonos da superior. Movimento

melOdico mais variado: escalas cromaticas descendentes, escalas diatOnicas, tambem descendentes, e

arpejos de triades, suas notas agora precedidas por appog,giaturassuperiores — n9 8.

Notas dobradas de diferentes ambitos — predominio de 4/ 1 — em ambas as mdos. Deslocamentos

laterais, saltos — n2 5. Oitavas, deslocamentos laterais, saltos; extensdo e contracao das md.os.

Velocidade, movimento contiirio — n1 6. Tremolos simultáneos em ambas as mAos, de variados ambitos

e duracOes, condutores de linhas melOdicas, constantemente em pp— n2 7. Deslocamentos laterais

rapidos, formas de mao fechadas. Dedilhado, leveza, coordenacao motora — n2 8.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS I'ARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

1969Brasiliana na 5

Sic) Paulo

4:30Vitale

I —Desafiomuito rapido ( = 100)]

II --Valsa [Dancante (.1 = 76)1III —Lundu [Sem pressa (.1= 84)]IV —Cana-verde iGracioso (, = 120)]

Suite de inspiracdo popular. Fuga a duas vozes (Desafio) e formas ternArias ( Valsa, Lundu e

Cana-verde). Estruturas tonais ( Valsa e Lundu); modalismo (Desafio e Cana-verde).

Triton° do sujeito, caracteristico do modo lidio – comum em cantorias – exaustivamente trabalhado,

melOclica e harmonicamente. Fuga a duas vozes como representacao de uma "contenda musical entre

dois adversarios", segundo palavras do compositor – Desafio.

Enfase, via baixo, da marcacao ritmica por compasso, prOpria da valsa, contraposta a sincopes da linha

melOclica, claramente tonal – Valsa.

Realce dos tracos de danca e de cancao, respectivamente atraves de sincopes e outros tipos de quebra

da regularidade ritmica e da natureza vocal da linha melOdica – Lundu.

Melodia unitOnica, em modo maior, sobre ostinato de estruturas quartais, no modo lidio, nas secoes

externas; em menor, mais calma e cantada, sobreposta a baixo em movimento continuo e regular,

tambem em menor, na secao central – Cana-verde.

Simultaneidade de diferentes articulacOes fraseolOgicas e tipos de ataque. Passagens escalares

cromaticas c diatOnicas; fechamento e abertura de maos. Saltos. Notas presas. Andamento vivo em

Desafio e Cana-verde. A exceca-o do Lundu, as demais sem pedal.

Nivel intermediario (II).

1971Cromos

Sao Paulo

5:30Vitale

(12 Caderno[1-4])

1—No balanco [Placidamente baloucante ( J. = 56)]

2 — Pequeno estudo [Alegre (= 66-84)1

3 —Larn6rias [Sem pressa, lamuriante (J = 76)]4 —Sanfoneiro em Re [Alegre (.1 = 112-132)1

Formas ternarias; modalismo (n om 1, 2, 4). Forma livre, cromatismo (n2 3).

Ostinato ritmico-harmOnico evocativo do titulo da peca. Pentatonismo nas secties externas; modo clOrico

e mudanca de polo, na central – No balance).

Melodia modal – mixolidio e menor natural – sempre em cinco colcheias, organizadas em dois grupos

de tres e duas colcheias, sobreposta a 3 41 (integrantes dos acordes de cada compasso) ou pequenos

contrapontos em legato. Utilizac5o da regi5o central do teclado; escrita apenas em slave de sol-

Pequeno estudo.

Exploracao, segundo o compositor, "de uma das possibilidades expressivas do cromatismo: o seu

aspecto chordo". Escalas cromaticas ascendentes c descendentes continuas; valorizacdo de appoggiaturas

I 24

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

e tritonos. Enfase em agrupamentos impulsivos curtos ou extensos dirigidos para finais em duracOes

mail longas – Lamitrias.

Ostinato ritmico-harmOnico, a maneira do baixo d'Alberti, sobre acorde da tOnica, sotoposto a linha

melOclica, em mixolidio (corn sugestdo do modo nacional, na secao central), inicialmente dele derivada –

Sanfoneiro em re.

OEND Possibilidade de execucao das peps separadamente ou em conjunto, em forma de suite.

Freqiientes orientacOes interpretativas do compositor.

Cantabile e regularidade ritmica; notas presas na esquerda – I. Staccato, na direita, em andamento vivo

e constante – 2. Realce do tom queixoso da pep., via cantabile; resolucao das appoggiaturas, rubato

discreto – 3. Movimento de tremolo constante na esquerda, em andamento vivo – 4.

Nivel intermediario (I).

1971Cromos

Sao Paulo

4:45Vitale

(29 Caderno [5-8])

5 - Menino manhoso [Sem pressa ( J = 76)]

6 - Valsinha sincopada [Tempo de valsa moderada (J. 69)]

7 - A flauta do indiozinho [Lento ( = 60)— Movido, gracioso ( J16) —Lento (J = 60)]

8 - Tagarelice [Agitado, corn humor (J 92)]

Formas ternirias (6 e 7) e livres (5 e 8). Modalismo ( 7); cromatismo ( 5 e 8).

Variacdo livre ou reordenamento dos materiais de Lamtirias (31 peca do P caderno de Cromos) –

Menino manhoso.

Linha melOclica sincopada sobreposta a acompanhamento em triades (completas ou ndo) linearizadas, ou

a fragmentos escalares em stac., articulados na pulsacdo. Emprego freqfiente de notas mehiclicas

cromaticas, na secao central, esta na regido do relativo major – Valsinha sincopada.

Linha de carater improvisatOrio, sobre ostinato ritmico-harmOnico, ambos em pentatOnico. Alusdo

a flauta pelo tipo de linha melOdica, registro (agudo e superagudo), articulacOes e ornamentacao – A

flauta do indiozinho.

Segundo o compositor, simulacao de uma "tagarelice" entre tres pessoas, via utilizacdo de tres

elementos: ostinato de 21 menor harmonica, regularmente articulada em colcheias, na regiao central; 2/

menor harmonica, em articulacOes ritmicamente irregulares, em stac., na regiao subaguda; tres

fragmentos cromaticos descendentes, iguais, sucessivos, na regiao subgrave. Na secao central,

surgimento de linha melOclica iniciada em p saito, basicamente formada por semitons e saltos

expressivos (saltos ji apresentados na secao anterior); interrupcOes e suspensdo do fluxo do ostinato;

predominancia dos fragmentos cromaticos (silenciando, conforme expressao do compositor, os dois

outros materiais), na 31 secao – Tagarelice.

BED Possibilidade de execucdo das pecas separadamente ou em conjunto, em forma de suite.

Freqfientes orientacOes interpretativas do compositor.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS- OBRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

Como em Lamtirias, valorizacao da expressividade do cromatismo e das appoggiaturas; rubato discreto.

Escrita predominantemente na clave de sol – 5. Esquerda em staccato, corn saltos e passagens escalares;

segundo o compositor, "obediencia estrita as gradacOes dinamicas", como forma de criacdo de

"atmosfera evocativa, quasi saudosista" – 6. Utilizacdo, apenas, de teclas pretas, na slave de sol – 7.

Segundas repetidas em andamento vivo, na esquerda; deslocamento lateral, cruzamento da direita sobre

a esquerda – 8.

Nivel intermediArio (I).

1971Brasiliana n2 6

Sao Paulo

7:00Vitale

I —Rata[Diversos andamentos]

II —Ponto [Movido U. = 80)]

III —Toada [Amoroso (J = ± so)]

IV —Baiao [Moderadamente movido ( J = 92)]

Suite de inspiracdo popular. Estruturas tonais corn expansOes (Roda e Toada); modalismo ( Ponta e

Baiao). Tema corn variacoes (Roda) e formas ternarias (Ponta, Toada e Baiao).

Tres variacoes livres – Quasi marcha ( J = 126), Moderado ( = 104), rubato e Vivo ( = 132) – sobre a

cantiga de roda Ciranda, cirandinha – Ingenuo ( J = 88), cada uma com feicao prOpria, segundo enfase na

elaboracdo melOdica ou ritmica, ou em ambas. Pequena suite dentro da maior, possivelmente formada por:

cantiga, marcha, modinha e giga (quadrilha sertaneja, designacdo de Villa-Lobos empregada na Bachiana

n2 7). Escrita contrapontistica, basicamente na slave de sol, nas regiOes central e subaguda – Roda.

Linha melOdica modal. Ambighidade ritmica resultante da interacao entre linha meledica e acordes

do acompanhamento ou entre eta e a linha do baixo – Ponta.

Linha melOdica tonal, dobrada em tercas, sobre pedal da dominante, em A e A'; ritmicamente mais

movimentada, sem dobramento, corn inflexOes para o homOnimo menor, na secao central. Reiteracdo

de sincopes, no 2 4 tempo, balanco dolente. Escrita na slave de sol – Toada.

Modos mixolidio e eOlio, respectivamente na 1ie secOes. Formulas ritmicas caracteristicas do genero,

reiteradas no acompanhamento. Segundas acrescentadas nos 2 0 tempos, alusivas ao bumbo – Baiao.

Relacdo de andamentos entre o tema e as variacoes; conducdo de vozes, notas de longa duracdo

(vars. I e II), staccato em andamento rapid° – Roda. Vitalidade ritmica, hemiolas, articulacOes

fraseolOgicas precisas – Panto. Pianos sonoros, notas pretas, 3 21 duplas, sincopes; pedal. Como a Roda,

basicamente na regido central e subaguda – Toada. Repeticao regular e flexivel de fOrmulas ritmicas,

sincopes –

Nivel intermediirio (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

1971Pequenas liceies

Sic) Paulo

3:20Mangione e Filhos

(12 Caderno[I-III)

I — Seis por oito sincopado [Moderado ( = 84)]

II Polegares presos [Esperto ( J = 120)]

III — Mudanca de compasso [J = 200]

IV —Mioscruzadas [Moderado (J = 92)]

Conjunto de peps corn fins didaticos; abordagem de questoes musicais (ritmo e melOdica brasileira) e

tecnicas, sugeridas pelos prOprios titulos.

Peca a duas vozes, de car-Ater modinheiro: soprano sempre sincopado (de tempo para tempo), em

legato, sobreposto a linha do baixo, de natureza contrastante: notas articuladas no tempo, separadas por

pausas, resultando em independencia ritmica das vozes. Harmonia tonal clara: acordes diatOnicos

menor) e dominantes secundarias – Seis por oito sincopado.

Duas vozes de cariter improvisatOrio, em stac., nos modos lidio e nacional, sobre pedal duplo –

polegares presos – em relacao de 22 (tOnica e 7Q grau) – Polegares presos.

Dois periodos paralelos em metrica irregular. Linha melOdica em escala hexafOnica, segundo designacão

do compositor (a partir de re, torn, semitom, torn, torn e terra menor), sobreposta a 5 1 sustentada ou a

contraponto em escala heptadiatOnica (dOrico ou eOlio); no 2 1/ periodo, transferencia da linha para o

baixo – Mudanca de compasso.

Linha melOdica em escala hexafOnica (polo mi), distribuida entre as moos. Esquerda em notas repetidas

(pedal), em ambit° de 4a, facilitando o cruzamento – Miios cruzadas.

EliEM ArticulacOes e toques diferentes em ambas as moos; legato expressivo. Coordenacdo motora – I.

Polegares presos, stac. – II. Metrica irregular, legato – III. Cruzamento de moos, stac. – IV.

II e IV na regido central do piano, ambos os pentagramas na slave de sol.

Nivel elementar (III).

1971Ponteio 11Q 7

Sdo Paulo

1:45Ricordi

Sem pressa ( = 76; J = 152)

Forma terniria, textura mista em movimento continuo. Linha melOdica modal, polarizada em

mi (d6rico/frigio), sincopada, basicamente no padrdo ritmicocomo improvisada.

Linha intermediaria cromatizada, tambem em agrupamentos, na maior parte dos casos,

ritmicamente regulares: 3+3+2 J.) . Baixos em staccato, articulados na pulsacdo, enfatizando triton()

e cromatismo.

Contraste entre legato das linhas superiores e pizzicato do baixo; mudancas de dedos sobre

as mesmas notas, no soprano, para melhor execucdo do legato cantabile.

Nivel intermediario (II).

I 27

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1972Cromos

Sao Paulo

7:00Vitale

caderno[9-12])

9 — Pingue-pongue kern pressa ( = 76)]

10 — Jogando xadrez [Moderado ( = 96)]

11 — Gangorra [Sem pressa ( = 66)]

12 — Brincando de pegador [Aflito ( = 120)1

Descricao de jogos e brincadeiras a partir de elementos musicais. Formas ternarias (9, 11 e 12), fuga

a duas vozes (10). Cromatismo e tritono, basicos na construcao das pecas, como fatores de indefinicao

dos pOlos.

Sobre e sob tritono sustentado, semitons descendente (voz superior) e ascendente (voz inferior),

em movimento ritmico alternado regular, interrompido por acordes emff pausas e fragmentos escalares

cromaticos. Na secao central, ausencia dos acordes e movimento alternado menos constante, ate

mesmo substituido pelos desenhos cromaticos e saltos de 4 21, na regiao aguda — Pingue-pongue.

Segundo o compositor, sugestdo do "intelectualismo e dos diversos lances de uma partida de xadrez",

atraves de uma fuga a duas vozes. Sujeito cromitico, freqiientemente apresentado invertido. Conclusao

com uma marcha fUnebre (xeque-mate): linha cromatica descendente corn acordes em 4 2a, sobre tritono

em ostinato. AgregacOes por tons inteiros no climax — Jogando xadrez.

Linha melOclica de sentido geral descendente, com prevalencia de semitons e tritonos, sobreposta a

ostinato ritmico-harmOnico (5 2 diminuta — 5' justa melOdicas), sugestivo do movimento de sobe-e-desce

da gangorra — Gangorra.

Segundo o compositor, sugestao das "corridas e negacas de criancas brincando de pegador".

Exploracao, em A, de continuum ritmico em stac., com tritonos e 2 21 menores. Abundante emprego

de appoggiaturaspor 2 2 menor superior. Conclusdo, como em A', corn extensoglissando. Em B, maior

instabilidade de andamento, escrita ritmica mais variada, predominio dos intervalos de A; contraste

legato/staccato— Brincando de pegador.

Cruzamento de maos, stac.; acordes em ffsaito — 9. Contracao e expansdo das maos (passagens

cromaticas/intervalos de ambit() largo) — 10. Regularidade ritmica, esquerda em stac., com saltos de 5' diminuta e

justa. Segmentos cromaticos interrompidos por saltos de maior ambito, na direita — 11. Em andamento

vivo, movimento alternado de maos, stac., longos glissandi. VariacOes de ag6gica na secao central — 12.

Nivel intermediario (II).

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36 COMPOSITORI,S BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

1972Estudando piano

Sa-O Paulo

13:00Ricordi

(Serie de pequenos estudos)

1 — Melodia na esquerda [Sem pressa ( .1= 76)]

2 — De duas em duas [(J = 144-160)]

3 — Contra-ritmo [Cantante (J = 69)]

4 — Legato e staccato [Moderado= 80-92)]

5 — Tercas [Sem pressa = 63)]

6 — Oitavas na esquerda [Sem pressa (J = 72)]

7 — Oitavas na direita [Tempo de valsa moderada (.J = 152), rubato]

8 — Ornamentos [Brioso = 120)]

Oito pecan didaticas destinadas a questoes especificas do estudo do piano indicadas pelos titulos. Formas

ternirias, a excecdo da n 2 4 ( binaria).

Linha mehiclica de natureza modal, sotoposta a triades ou acordes de 7 2 , ambos incompletos, ou ainda

de 4°, resultantes de notas melOdicas, todos articulados nos contratempos. Valorizacao do tritono

e da bordadura na secao central, mais instivel e modulante — Melodia na esquerda.

SecOes extemas contrastantes corn a central pelo emprego de tonalidades homOnimas e articulacOes diferenciarins

entre os pares de notas integrantes da linha melOclica, na direita: teticas, nas extemas e anacrUsticas, na central.

Triades incompletas ou completas, arpejadas na pulsacdo, como acompanhamento — De duas em duas.

Polirritmia continua em textura bilinear: quialteras de tres seminimas, na voz superior, contra duas

seminimas, na inferior. Contraste tonal — menor/maior — entre as secOes — Contra-ritmo.

Linha melOclica, no baixo, de natureza seresteira, em legato cantabile, acompanhada por desenhos

escalares descendentes, em staccato. Inversdo do processo, na 2a secao — Legato e staccato.

Pequena toada apresentada emduplas, no piano superior, nas secOes externas; e emduplas

dobradas, na secao central. Contraste tonal, fa maior/re6 maior, entre as secOes — Terfas.

Linha melOclica ern solmenor natural, corn inflexOes ao clOrico, sobreposta a oitavas em movimento

continuo, basicamente em graus conjuntos e em staccato, nas secOes externas. Contraste tonal, na secao

central, em si 6 maior — Oitavas na esquerda.

Linha melOdica em oitavas, em modo menor, exposta pela mao direita e sublinhada por pequenos

contrapontos — Oitavas na direita.

Grupetos, appoggiaturas, trinados, glissandi e mordenter, presenca do mixolidio, algumas vezes corn

a 42 elevada. Linhas melOdicas complementares, pequenas imitacoes — Ornamentos.

RIEFE Independencia de Maos: simultaneidade de articulacoes fraseolOgicas, toques e pianos sonoros

diferenciados. Legato cantabile, staccato. Movimentos escalares. Oitavas em andamento vivo.

Ornamentos. Ideias principais apresentadas pela esquerda.

Nivel intermediario (I): no 1 a 5; (II): no 6 a 8.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO / LAC ERDA, OSVALDO

1972Galopando

Sào Paulo

0:50Ricordi

Vivo, mas Mio rcipido demaisG.= 120)

Linha melOclica em re mixolidio corn acenos ao modo nacional, sobre ostinato ritmico-harmOnico

no acorde de 7A da tOnica, sugestivo do galope.

MTH Ost nato em stac.; superposicdo de legato e stac., independencia de mdos.

Nivel elementar (III).

1972Pequena cancao

Sao Paulo

0:50Ricordi

Moderado (J= 100)

Linha melOclica em re menor, de tendencia geral descendente e carater modinheiro, sobreposta

a acordes completos, ou ndo, nos contratempos, ou a pequenos contrapontos. Emprego abundante

de appoggiaturasexpressivas, bordaduras cromaticas e notas repetidas, na linha melOclica.

MO Legato cantabile, na direita; acordes em stac., nos contratempos, na esquerda.

Nivel elementar (II).

1972Toada na 6*

Sao Paulo

1:40Gerig

Amoroso (J = 52)

Forma ternaria tonal, em textura mista. Linha melOclica dolente, sincopada, dobrada em tercas

e comentada por pequenos contrapontos, sobre pedal da dominante, nas secOes externas. ModulacOes

ao homOnimo menor e ao relativo maior, linha melOclica mais movimentada do ponto de vista intervalar,

corn saltos de maior ambito e apenas evocacOes da nota pedal, na secdo central.

REEM Polifonia, manutencdo de notas longas, notas dobradas. Legato cantabile expressivo. Balanco

suave, flexivel e continuo.

Nivel intermediario (II).

*Incluida na coletinca Neue Brasilianische Klaviermusick— heft 1.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

Estudos Sao Paulo Vitale

(3' caderno[9-12])

1973Estudo n 2 9 [Moderado (J = 84) Mais movido (J = 1 oo)] 2:10

1976Estudo n 2 I 0 [Ligeiro (J. = 80)] 2:10

1976Estudo n 2 I I [Lento (J = 66)] 3:00

1976Estudo n 2 I2 [Arrebatado e rubato (J = ± 126)] 2:05

Forma biniria, no pOlofit#, corn enfase no modo menor. Linha melOdica expressiva, fragmentada,

em A, pela interferencia de agrupamentos ornamentais e movimentos escalares cromaticos, distribuida

entre os pianos superior e inferior; e reapresentada no baixo, em A', fluente e continua, sotoposta

a desenhos em forma de pequenas ondas, em escala cromatica descendente — Estudo ni 9.

Forma ternaria. Como em outros Estudos, repetic5o de padrOes ritmico-harmeonicos. Em A, linha

melOdica na voz superior construida com intervalos de 42 justa e 22 menor, em ambito de tritono. Notas

estruturais dessa linha dobradas uma oitava diminuta abaixo, sugerindo superposicdo de dois patios.

RelacAo de tritono tambem entre as notas da linha do baixo e as 2" notas de cada grupo de tercinas da

voz superior. Em B, utilizacao mais intensa de elemento cromatico (derivado da 2 2 menor), e menos

regular do dobramento, corn diferentes reestruturacties das relacoes intervalares, apesar do predominio

do tritono. Retorno da linha melOdica de A, no baixo, em monotonalidade, sem o referido dobramento,

sotoposta a outra linha, sutilmente ornamentada, originiria da primeira, porem ritmicamente mais

independente, no registro agudo, em A'. Retomada dos varios materiais, corn predominancia de

movimentos cromaticos e arpejos de 4a, na coda — Estudo n2 10.

Forma ternaria. Linha melbdica corn inflexOes modais, conduzida por trinados em fluxo continuo;

polarizacdo ofuscada por encadeamentos coloristicos ern acordes arpejados, predominantemente em

superpostas, sem maior definicAo funcional, em A. InterrupcOes do fluxo, por agrupamentos

ornamentais cromaticos e arpejos em progressdo, ambos originarios de A (tambem presentes em A' e

na codetta), na secao central - Estudo nu 11.

Forma binaria. RepeticAo de padrOes ritmicos, em continuum de progressOes melOdico-harmOnicas.

Duas linhas em oitavas duplas, em A: a superior, polarizada em re, predominantemente sobre arpejos

triadicos, rica em bordaduras cromaticas; a inferior, reduzida a escalas ou fragmentos cromaticos. A' mais

variada em textura: linha melOclica inicial apresentada no baixo, sotoposta a outra, esta, mais fragmentada,

pela inclus5o de pausas, sincopes e duracoes mais longas, e enriquecida por acordes corn predominio

de 2". Diilogo entre as duas vozes, corn enfase na relacab intervalar de tritono — Estudo n2 12.

Distinc5o sonora entre notas ornamentais e as da linha melOdica; ornamentos. Seqiiência

de configuractles cromiticas em velocidade — n2 9. Repeticao de formas de mao, combinada a rapidos

movimentos de contracao e expansdo; andamento vivo, toque nitido — n2 10. Trinados conduzindo linha

melOclica em legato, acordes arpejados, agrupamentos ornamentais e segmentos cromaticos — n2 11.

Oitavas em ambas as maos, em tempo ripido; saltos, alternancia de maos, no final — n2 12.

Nivel avancado (I) — n2 10; (II) — 9, 11 e 12.

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36 COMPOSITORES IIRASILEIROS - OBRAS PAM PIANO /LACERDA, OSVALDO

1975Cromos

Sao Paulo

7:30 Vitale

(42 caderno[13-16])

13 — Mixolidio [Descansado (.1= 66) Mais movido= 84)]

14 — DOrico [Moderado= 112) Mais lento (.1= 92)]15 — Lidio [Tranquilo e saudoso= 60) Urn pouquinho mais movido (.1 = 66)]16 — PentafO'nica [Movido, ingenuamente alegre = 138)]

Conjunto de pecas corn utilizacao de modos bastante difundidos no folclore brasileiro. Formas ternarias.

Segundo o autor, peca composta, "do principio ao fim, tanto melOdica, quanto harmonicamente, em sol

mixolidio". Ao longo dela, aproveitamento, corn variacOes, da linha melOclica da secao inicial, apresentada

no soprano, e das caracteristicas ritmicas de seu acompanhamento — pr6prio do baiao ou do xaxado —,

em acordes curtos de 7A (efeito de percussao). Secao central mais movida e ritmicamente mais incisiva,

pelo emprego de nota repetida na linha melOdica, sotoposta ou sobreposta a acordes de 7 A ou segmentos

melOclicos dobrados a intervalo de 6 A, em movimento paralelo, no acompanhamento — Mixolidio.

Segundo o autor, peca em mi clOrico: melodia sempre no modo proposto; alteracOes cromaticas na

harmonia, visando major contraste. Celula formada por menor em movimento de bordadura, seguida

de 3 = menor, exaustivamente repetida e sujeita a variacOes ritmicas. Acompanhamento de acordes

percussivos, fechados ou abertos e arpejados. Insercao de amplos arpejos ascendentes de acorde de

7e nas transicoes, entre as subsecoes de A. Seca() central em textura coral, contrastante por seu carater

"quasi religioso", pela ausencia de articulacoes percussivas e pelo natural adensamento harmOnico.

Retorno da celula inicial corn aumentacao de valores e outras variacOes ritmicas, em A'- DOrico.

Segundo o autor, peca em fd lidio. A excecdo dos compassos 24 e 25, e da passagem entre os compassos

29 c 35, melodia sempre no modo proposto; alteracOes cromaticas na harmonia, visando major

contraste. Linha melOdica sobreposta a ostinato ritmico-harmOnico, nas secOes externas. Secdo central

mais movida, corn ausencia do ostinato; retorno a A' atraves de estruturas de tons inteiros —

Segundo o autor, peca em cscala de cinco notas (pentafOnica), correspondente as teclas pretas do

teclado. ApOs breve introducao, canone a duas vozes. Textura homoftinica na secao central, corn linha

melOdica sobreposta a articulacoes basicamente de 4 JA= harmonicas, nos contratempos — Pentafinica.

Ifffi9 "Gingado"; simultaneidade de toques distintos: cantado, em legato, e percussivo — 13. Observancia

do compasso ternario, dificultada pela repeticao de celulas ritmicamente iguais e por acordes arpejados

(alguns extensos), nos contratempos; alternancia de maos — 14. Balanco ritmico do ostinato em acordes

arpejados; linha melOdica em legato, cantada e cxpressiva — 15. Simultaneidade de articulacOes

fraseolOgicas diferentes; andamento vivo — 16.

Nivel intermediario (I) —13, 15 e 16; e (II) — n" 14.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

1975Sonata

Sao Paulo

9:45Novas Metas

(Para cravo ou piano)

I — [Allegro giusto (J = 1201II — [Andantino con moto = 108)1

III — [Allegro vivo ( = 176)1

Forma sonata bitematica. Primeiro tema no modo mixolidio corn o grau elevado; 2 2 tema na regiao

da dominante, corn inflexoes ao eOlio, frigio e clOrico. Transicab sobre arpejos de acordes de 7 2 corn

a 5' abaixada, material basico do desenvolvimento. Ornamentacao caracteristica da escrita para

cravo —/Q movimento.

Forma ternaria, em textura mista. Tonalidade expandida e cromatismo, em contraste corn o modalismo

do movimento precedente. Sugestdo de modinha, pela natureza da linha melOdica, pela tendencia

do movimento, em geral descendente, e pelo emprego sistematico de appoggiaturas. Contraponto

expressivo no baixo, corn saltos amplos compensados por graus conjuntos; como urn acompanhamento

de violdo— 112 movimento.

Forma binaria. Retorno ao modalismo. Primeiro tema em mixolidio corn a 4 2 elevada, sobre ostinato

com inflexOes ao frigio; segundo tema em clima "debussysta", na regido da subdominante, em d6rico.

Transposicäo dos dois temas, na reexposicao, mantida a relacao de 4 2 : 1 Q terra na regido da dominante

e o 2Q, da tOnica — III 2 movimento.

Milfl Ornamentac5o, aceleracOes e desaceleracOes, expressas na prOpria escrita, sugestivas do carater

improvisatOrio do PI movimento. Legato cantabile e articulacoes fraseolOgicas expressivas, em ambas as

maos, no 252 . Movimento de tremolo, passagens arpejadas e escalares; esquerda trabalhosa, andamento

vivo, no 3Q.

Nivel avancado (I).

1975Valsinha brasileira*

Sao Paulo

0:50Ricordi

Con moto, ma non troppo ( J. = 60)

Pequena forma ternaria em la menor, corn linha melOdica prOpria do genero (impulsos ascendentes

compensados por desenhos descendentes), apresentada ora no soprano, ora no baixo, corn

acompanhamento de triades ou tetrades incompletas, ou de breves comentarios contrapontisticos.

Linha melOdica em legato cantabile, apresentada, sucessivamente, por ambas as mabs. Acordes em

stac. ou em arpejos.

Nivel elementar (III).

• Incluida na coletinea Musics para piano, organizada por Robert Pace.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1976Brasiliana nQ 7

Sao Paulo

6:15Vitale

I —Sainba [Bem ritmado = 116)1

II —Valsa [Tempo de valsa rapida ( J. = 69)]III —Pregao [Sem pressa (.1= 72); Lento (J = 69); Moderado (.1= 92)]ry —Arrasta-pe [Gingando (.1= 120)1

Suite de inspiracao popular. Sucessao de generos contrastantes. Estruturas tonais corn expansOes (Samba,

Valsae Arrasta-pe); inflexOes modais (Arrasta-pe). Formas ternarias. Pot-pourri de tres melodias, no Pregao.

Textura homorOnica; linha melOdica sincopada formada por segmentos acefalos, sobreposta a triades

ou tetrades em posicao fechada articuladas nos tempos ou contratempos, ou a contracantos, a moda

dos baixos de samba de roda, nas secoes externas. Inversao na secao central: linha melOclica no baixo,

sotoposta a acordes (ambos conservando suas caracteristicas) ou a contracantos — Samba.

Linha melOdica no soprano, fluente, em movimento escalar, sempre em oitavos de tempo, corn

intercalacao de hemiolas, separadas por 4 1 justas, e de pequenos arpejos, sobreposta a triades ou

tetrades em posicao fechada ou corn seus componentes horizontalizados, em pizz, a maneira

do acompanhamento de violao, nas secOes externas. Passagem da linha melOclica para o baixo,

ritmicamente mais variada, pelo emprego de maior namero de tipos de duracOes, sincopes e freqUentes

hemiolas (resultando no agrupamento de dois compassos 3/4 em urn 3/2); acompanhamento de

acordes da mesma natureza dos anteriormente apresentados, ou de pequenos contracantos — Valsa.

Justaposicao de tres diferentes pregOes, o P e o 3 2 de Sao Paulo, extraidos do livro Abed do folclore, de Rossini

Tavares de Lima, e o 2 2, do Rio de Janeiro, do livro Ensaio sobre a ridisica brasileira, de Mario de Andrade.

Obscurecimento da natureza tonal do 1 2 prep°, "Fita, renda e botdo", pelo emprego de acordes

sem funcao tonal e movimento escalar cromarico; e da natureza modal do 2 2, "Cocada", pelo emprego de

acordes do modo maior, em posicao aberta, arpejados, em tercinas. 0 3 Q, "Laranja-pera", em modo

maior, inicialmente corn acompanhamento de tetrades e, a seguir, de segmentos cromaticos — Pregdo.

Textura bilinear, em polo Unico. Reiteracao de padrao ritmico, no soprano; ostinati, no baixo,

em estrutura quartal. Linha melOdica dobrada em tercas, como nas cantorias, superposicao de modos

maior e menor, na secao central — Arrasta-pe.

PEMB Gingado, sincopes, andamento vivo; jogo legato/stac.; articulacOes fraseolOgicas — I.Passagens escalares e arpejadas, em andamento vivo; hemiolas; esquerda expressiva — II. Cantabile

expressivo na enunciacao dos pregOes; passagens cromaticas ou arpejadas (extensao), na esquerda — III.Andamento vivo, gingado; esquerda em stac., tercas duplas, na direita — IV.

Nivel intermediario (I) - Samba e Valsa; (II) — Pregäo e Arrasta-pe.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /LACERDA, OSVALDO

1979Ponteio n° 6 Sao Paulo 2:00Ricordi

Moderado( J ± 104)

Forma ternaria tonal, em textura bilinear. Linha melOdica expressiva no baixo, comentada por

fragmentos angulares ascendentes (triades ou tetrades) de densidade horizontal variavel, no soprano.

EffEn legato cantabile expressivo, na esquerda; arpejos e acordes quebrados, na direita. VariacOes de agOgica.

Nivel intermediario (I).

1981Pequenas licOes sac) Paulo 5:00Cultura Musical

(21 caderno) Ltda.

5 —Contratempo [Moderado = 92)]

6 —Segundas [Brincalhao = 108-120)1

7 -Canto do polegar kfetuoso ± 1001

8 - Notas repetidas [Moderado (J 92)]

Conjunto de pecas em forma ternaria, corn finalidade didatica; abordagem de questOes musicais e

tecnicas, como sugeridas pelos titulos.

Textura bilinear; polaridade clara, cromatismo, inflexOes modais. Contratempos sucessivos, resultantes

de articulacoes de duas em duas notas (dametade do tempo para o P seguinte), na linha melOdica

do soprano, reforcados pela linha inferior – notas articuladas nos contratempos, entremeadas por

pausas, nos tempos – Contratempo.

Linha melOdica de natureza modal, sempre em 2 0-1 menores harmonicas em stac., tocadas com alternancia e

cruzamento de maos. Escrita em apenas urn pentagrama, basicamente na clave de sol – Segundas.

Linha melOdica corn inflexOes modais, basicamente dobrada a intervalo de 3; maior ou menor, como

uma cantoria; ambas, a mais aguda e seu dobramento inferior, conduzidas pelos polegares das duas

maos. Acompanhamento estatico de notas pedal, tambem em relacao de 3, articuladas nos

contratempos, na P secao; mais movimentado – duas linhas formadas por notas repetidas e graus

conjuntos – mantidos os dobramentos e contratempos, nas demais sec -6es – Canto do polegar.

Linha melOdica construida corn notas repetidas, por sua vez, repetida corn variacao ritmica e de

intensidade (divisào em duas e tres partes do tempo, p e f, respectivamente), corn acompanhamento

predominantemente de 3 11; inflexOes ao mixolidio, ao modo nacional e ao eOlio – Notas repetidas.

Articulacoes, ambigiiidade ritmica delas derivada, cantabile. Orientacao espacial no teclado – 5.

Andamento vivo; fixacao, na memOria auditiva, do intervalo de 2 1, alternancia e cruzamento de maos. Linha

melOdica a ser memorizada transcrita sem as segundas, em pentagrama abaixo do texto propriamente – 6.

Polegares presos, dolce, cantabile; linhas do acompanhamento em duracoes curtas. Pedal – 7. Mudanca de

dedos em notas repetidas; alternancia de duas e tres divisOes de tempo, contraste p/f– 8.

Nivel elementar (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - 0 B RAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1982Ponteio IV 8

Sao Paulo

3:10Ricordi

Lento mas ± 72)

Forma ternaria em textura bilinear, esta variada pela intervencao de pequenos contracantos imitativos,

alguns sugestivos do violdo. Motivos tematicos oriundos de celulas da introducdo; contrastes resultantes

do use de cromatismo e tons inteiros. Carater improvisatOrio, mudancas de metrica e agOgica.

VariacOes de agOgica, intensificadas pela constante mudanca do nnmero de divisOes das pulsayies;

rubato. Efeitos contrastantes de dinamica. Como uma improvisacao.

Nivel intermediario (III).

1983Ponteio nc/ 9

Sao Paulo

1:15Ricordi

Vivace scherzoso = 96)

Forma ternaria. Linha melOclica em modo menor, sobreposta a triades em deslocamento por gratis conjuntos,

predominantemente em semitom cromatico, nas secOes externas; mais instavel, sobre acordes por vezes

alterados, corn inclusao de saltos em seu deslocamento, na secdo central. Andamento vivo, predominio de

stac., configuracOes ritmicas recorrentes, sobretudo no acompanhamento, e insisfencia no emprego

dc contratempos, como fatores condicionantes do scherzoso. Basicamente nas regibes central e aguda.

Alem das exigencias pianisticas ja mencionadas, articulacOes fraseolOgicas, p como intensidade

predominante, cruzamento de mdos.

Nivel intermediario (II).

1983Ponteio IV 10

sao Paulo

2:30Ricordi

Lento majestoso(: = 69)

Forma ternaria. Linha melOclica diatOnica/modal polarizada em 6; notas condutoras repetidas em mais

tres oitavas, em rapidos agrupamentos descendentes separados por pausas. Ritmicamente mais movimentada

(menor nnmero de pausas entre os agrupamentos); inclusao de cromatismo e tritonos, na secao central.

Em A', triades perfeitas em ppp como element° surpresa, em alternancia corn a tOnica ornamentada.

Quinto dedo da mao direita condutor das notas estruturais acentuadas e basicamente em ff-

da linha melOclica; evocacao de sinos? Extensao (abertura de 8 a ); deslocamentos laterais, alternancia

de !nabs. Contrastes sUbitos. Indicacao de pedal abolindo o efeito das pausas. Linha melOclica

reproduzida em pentagrama separado, visando maior facilidade de I eitura e memorizacao.

Nivel intermediario (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / LACERDA, OSVALDO

1984Brasiliana nQ 9

S'ao Paulo

9:00 Vitale

I —Ponteio [Lento (J = 66)]

II — Polca [Corn elegfincia ( J = 84)]

III —Bendito [Diversos andamentos]

IV —Forr6 [Allegro (J = 118)]

Suite de inspiracdo popular; sucessdo de peps de generos contrastantes. Modalismo (Ponteio e Forr6),

estruturas tonais corn expansâo (Polca), bitonalidade (Bendito). Formas ternárias (Ponteio e ForrO),

rondo (Polca) e terra corn variaceies (Bendito).

Tema em modo menor natural harmonizado em triades, sotoposto ou sobreposto a blocos constituidos

por notas distantes de uma 2 1 (menor ou maior) das integrantes das triades, corn elas formando clusters.

Efeitos de ressonincia resultantes da diferenca de duracoes entre as triades (mais longas) e os blocos.

Repeticão do processo nas reapresentacoes do terra, ritmicamente variadas. Linha melOdica em

mixolidio (corn a 41 elevada) ornamentada por pequenos agrupamentos de tres notas (triades sem

funcào ou figuracOes cromaticas), formando clusters, na secao central — Ponteio.

Linha melOdica em A e A", bem como em B (l a estrofe) sobreposta a ostinato ritmico em triades ou

tetrades corn 2" acrescentadas, nos contratempos. Linha melOclica inicialmente no baixo e depois no

soprano, em A' e C. Sobreposicao de tritono(s), em contratempo, no P segmento de A', intervalo

predominante no baixo da 21 estrofe, C—Polca.

Cinco variacoes, em diferentes andamentos e corn distintos tratamentos ritmicos, harmOnicos e

timbristicos, sobre um bendito do interior de Sao Paulo, recolhido por Rossini Tavares de Lira e

registrado em seu livro Abecê do folclore. Tema harmonizado corn acordes de 7 1 e alterados ( Var. I);

corn elaboracdo ritmica e tratamento bitonal ( Var. II); corn elaboracao melOdica, em poliacordes

(Var. III); apresentado no baixo, com elaboracäo meledica, sotoposto a ostinato de acordes

predominantemente de 4" ( Var. IV); e, finalmente, fragmentado, uma vez mais corn tratamento bitonal

(Var. V) — Bendito.

Linha melOdica corn inflexOes aos modos mixolidio, lidio e eOlio, sobre ostinati ritmicos e harmOnicos

distintos. Freqfiencia de nota pedal em voz intermediaria, como bordao de viola — ForrO.

PEEM Clusters, ressonancia, ornamentacao, intensidades contrastantes — I. Saltos na esquerda, carater

brejeiro — II. VariacOes diferenciadas quanto a carAter, andamento, textura, tipo de articulacâo e

de toque. Esquerda em stac. e andamento vivo, na 2a variacdo; acordes repetidos, na 41 — III.

Velocidade, ritmo gingado, acordes repetidos na esquerda — IV.

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

1987Brasiliana IV 10

Sao Paulo

6:20Ricordi

I —Cantoria [Moderado = 104)1

II —Recortado [Movido, mas nio demais (J 104)1

III _Canto de cego [Triste ( J = 80)]

IV —Marchinha [Tempo de marcha = 132)]

Suite de inspiracdo popular. Formas ternarias simples (Recortado e Marchinha) e rondo em cinco secOes

(Cantoria e Canto de Cego).

Estruturacao das secOes a maneira de confronto de dois cantadores: linha melOclica do 1 ("urn tanto

rude"), em regiao mais aguda, sobreposta a ostinato (A , A , A"); a do oponente ("mais suave"), em regiao

media, corn acompanhamento de acordes esparsos (B, B') – Cantoria.

Linha melOclica tonal dobrada em 30, sobreposta a ostinato ritmico, basicamente sobre pedals da temica e da

dominante, nas secOes externas. Secao central de carater ritmico-percussivo, corn sua linha melOclica plana –

notas repetidas e ambit° de 3 2 menor – harmonizada corn estruturas quartais e blocos de 2 2 – Recortado.

Embora de invenc:io do compositor, linha meleidica enquadrada na categoria "cantiga de mendigo", sem o clima

nordestino. Refrao oscilando entre os modos maior e menor; dobrado em oitavas, na 1 2 apresentacao,

ornamentado, na e dividido entre as vozes superior e inferior, corn comentarios de triades ou tetrades, na 32.

Estrofes de cariter improvisatOrio: linhas melOclicas cromaticas, ornamentadas corn tritono – Canto de cego.

Linha meleidica no modo maior, sobreposta a ostinatoritrnico corn acorde alterado, nas secOes externas; no

modo menor, basicamente corn tratamento contrapontistico, a duas vozes, na secdo central – Marchinha.

EM1] Ritmo gingado em andamento vivo; notas duplas; acordes corn extensao, repetidos e percussivos

(I, II e IV); cantabile expressivo, rubato, ornamentos (III).

Nivel intermediario (II).

1988Cromos

Sao Paulo

6:20Ricordi

(51 caderno (17-20) – "Aparelhos")

17 – Metr6nomo dodecafOnico [Corn elegancia (J = 69-72; = 138-144)]

18 – 0 canto do ventilador [Sustentado (J = 63)]

19 – Caixinha de mtisica [Fragil, corn delicadeza= 160)]

20 – Miquina de escrever [Moderado = 96)]

Proposta de simulacao, atraves de recursos composicionais especificos, do funcionamento

de alguns mecanismos.

Nove variacOes sobre uma serie dodecafOnica e seu retrogrado, sobrepostas a ostinato de 222 menores

harmonicas e sucessivas distantes de urn tritono (simulacao do metrOnomo). Utilizacao apenas das regiOes

central e aguda do instrumento; am bos os pentagramas na slave de sol – MetrOnomo dodecafOnico.

Ostinato de fragmento cromatico, em aceleracdo progressiva, resultante da gradual diminuicao

dos valores das subdivisOes de tempo e consequente aumento do nnmero de articulacOes (simulacao

138

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PAM PIANO /LACERDA, OSVALDO

do ventilador), sobreposto a linha melOdica de contorno tonal, basicamente na voz intermediaria,

harmonizada em blocos de triades e tetrades – 0 canto do ventilador.

Referencia a caixinha de masica atraves de registros (agudo e superagudo), textura (bilinear), dinamica

(pcomo intensidade maxima), articulacao (acompanhamento sempre em stac.) e recorrencia de configuracOes ritmicas

e de intervalos – triton() e 2 a (tambem no acompanhamento) – Caixinha de mtisica.

Sugestao das virias acOes realizadas na maquina de escrever, como a colocacao do papel, o datilografar

e o puxar do carro, atraves de repeticao de configuracOes cromaticas superpostas; de 2 1 harmonicas,

na regiao aguda e de glissandi ascendentes – Mtiquina de escrever.

Conforme recomendacao do autor, "absoluta igualdade de andamento, desde o inicio ate o

comeco do rail final"; esquerda sempre em stac. – 17. Linha meledica conduzida basicamente pelo

soprano dos acordes, na mao esquerda; polirritmia e falsa polirritmia. Toque leggiero na direita – 18.

"Sempre pp, molto leggiero", segundo indicacao do autor; esquerda em stac. – 19. Alternancia de 'nabs,

toque pouco stac., preciso e nitido; glissandi – 20.

Nivel intermediario (II).

PIANO A 4 MAOS

1968Brasiliana nQ 4 Sao Paulo 6:30Vitale

I —Dobrado [Tempo de marcha (J = 126)1

II —Embolada [Vivo, mas nao rapido = 92)1

III —Seresta [Moderado = 80)1

IV —Candorrible [Movido (J. = 126)]

Suite de inspiracao popular. Formas ternirias. Estruturas tonais corn expansOes (Dobrado e Seresta).

Modalismo (Embolada e Candomble).

Linha do baixo, sugestiva do bombardino e da tuba, sob acordes em contratempo (P.II). Linha melOdica

principal corn frequente acentuacao deslocada e divisao quialterica, apresentada sucessivamente pelo

P.II, e por ambos – Dobrado.

Dialog° entre as partes, a maneira de desafio. Polimodalismo. Linha meleiclica de carater improvisatOrio,

em duracoes curtas, com freqiiente emprego de repeticao de notas. Metrica variada – Embolada.

Linha melOclica angular e cromatica apresentada nas tres secOes da peca, corn variacOes melOdicas e

harmOnicas, passando sucessivamente pelos pianos II, I e II. Linha do baixo sugestiva do viola°,

comumente empregada no genero – Seresta.

Quartas juntas e aumentadas como materiais basicos de urn ostinatoritmico-melOciico– apresentado na exposicao e

reexposicao, respectivamente pelos pianos II e I – e do contexto harm6nico da secao central. Linha meledica

modal (P.I e depois P.II), frequentemente em polirritmia corn o ostinato, ambos corn mesmo polo – Candombll.

Ritmo vivo e vigoroso. ArticulacOes fraseolOgicas detalhadas. Acordes repetidos – I. Quebra

da regularidade metrica resultante das variacOes de fOrmula de compasso, sincopes, contratempos e

acentos deslocados. Predominantemente em staccato– II. Valorizacao do Piano II: acordes corn

extensão e oitavas, no baixo. Linhas melOdicas expressivas, em legato cantabile– III. Maior dificuldade

139

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ LACERDA, OSVALDO

de entrosamento entre as partes do P.1 e P.II — polirritmia. Ostinati em stac., em oposicao a linha

melOclica em legato— IV. A excecao da Seresta (III), todas em andamentos vivos.

Nivel intermediario (III).

1978Brasiliana n2 8

Sdo Paulo

12:00Vitale

I — Canto de trabalho [Moderado = 104)1

II —Frevo [Tempo de marcha viva = 138)1III —Aboio [Sem pressa = 72)1, um pouco rubato]IV -Terno de zabumba [Vivo e gracioso = 1441

Suite de inspiracdo popular; sucessdo de generos contrastantes. Tema corn variacties ( Canto

de trabalho), formas ternarias (Frevo, Aboio, Terno de zabumba). Modalismo (Aboio e Terno de zabumba),

bitonalidade ( Canto de trabalho) e bipolaridade ( Frevo e Terno de zabumba).

Sete variacOes sobre urn canto ou elementos dele, de trabalhadores da roca do interior de Sao Paulo,

registrado no livro Abeci do folclore, de Rossini Tavares de Lima. Fragmentacdo, interpolacdo

de segmentos cromaticos, de arpejos de 44, de tritonos, elaboracOes ritmicas, melOclicas, espacamento

das alturas por diferentes registros, superposicao de duas versOes do tema a um intervalo de tritono

acompanhada de mudanca de andamento, como tipos de variacao - Canto de trabalho.

Ostinato no polo si marcado pela presenca de 21' maiores a distancia de tritono, no baixo, 2/ 1 maiores

em contratempo e pequenas celulas cromaticas, no piano superior, no P.II. Linha melOclica bastante

sincopada, emfti major, ornamentada por appoggiaturas, corn acordes alterados no acompanhamento,

ou corn a disposicdo de seus componentes favorecendo as superposiceies de 2 4, no P.I. Ambas as partes

em sib, na secao central, corn o tema, inicialmente, no P.II e desenhos em contratempo, no P.I. Rima

musical pela transposicdo do final da exposicao na conclusdo da secao central. Bipolaridade em

passagens das secOes externas como busca dos timbres de percussOes e metais — Frevo.

Canto lento, como que improvisado, de cunho interjetivo; melismas. Predominio do mixolidio. Enfase

em acordes de 71 e encadeamentos modais, nas secOes externas. Acordes de 7/ corn a 5 1 alterada, corn

delineamento de estruturas de tons inteiros, na secao central — Aboio.

Segundo o compositor, sugestdo de dois pifanos no P.I — tema a duas vozes em mixolidio (dobramento

em sexta ou imitacao) — e de percussiies, zabumba e caixa, no P.II — Ostinati ritmicos, enfase no

intervalo de 2 1 . Relacdo de tritono entre os pOlos das partes I e II como valorizacao timbristica, nas

secOes externas. Deslocamento do processo para outras regibes, os "pifanos" em mi eOlio corn inflexdo

ao clOrico e as "percussOes" nos pOlos si6 e rib - Terno de zabumba.

Mudancas de andamento e de formula de compasso. ImitacOes. Passagens cromaticas, em acordes

quebrados, movimento de tremolo (P.I), tritonos sucessivos e superpostos articulados de duas em duas

notas (P.II), dedilhado, mdos alternadas — I. Ritmo vivo, plastico, acentos deslocados; acordes percussivos e

estridentes (sugestdo de surdo e metals), ornamentos, mdos alternadas — II. Entrosamento entre P.I e P.II:

canto como "livremente improvisado", rubato, e acompanhamento — III. Sugestao fimbristica da orquestracdo do

terno de zabumba. Andamento vivo. ImitacOes, ornamentos, articulacOes fraseolOgicas, dedilhado — IV.

Nivel intermediario (III).

140

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LIMA, Paulo CostaSalvador — BA (1954-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1977Oscila

Salvador

5:00Ms

= 40

Clusters, nota repetida e blocos formados por 4 justa e aumentada (ambit° de 72 maior) —

apresentados no 1 2 compasso — os materiais melOclico-harmOnicos basicos da peca, responsaveis por sua

unidade sonora. Jogo de registros, saltos; pausas, sincopes, contratempos, variedade de configuracoes

ritmicas; mudancas permanentes — bruscas ou nao — de intensidade; ausencia de emprego de pedal, seu

uso nas formas completa ou oscilante, fatores de estilhacamento da linha melOdica, quebra da

regularidade da pulsacao e de criacao de diferentes graus de ressonancia pesquisados na peca. Forma

ternaria, tomando-se o tipo de uso do pedal como base da articulacao formal.

Saltos, deslocamentos laterais; clusters e blocos repetidos. Controle de intensidade. Sutis variacOes

de agOgica. Pesquisa de ressonancias.

Nivel avancado (II).

1984Cuncti — Serenata* Salvador 7:00UFBA/EMCA/

Funarte

I = ±-701

H = -±901

= -±781

=ool

Quatro movimentos secMencialmente contrastantes quanto a metrica, andamento e carater. Utilizacao de

pequenas series construidas a partir das primeiras notas do organism Cunctipotens genitor do seculo XI

(Davison A. T. and Apel W. — Historical Anthology of Music, v. I, Harvard University Press, Cambridge,

Massachusetts, 1972, p.22, n 2 26a) — dois primeiros compassos do I a movimento corn enfase

141

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/LIMA, PAULO COSTA

particular na relacao 5 a justa — 3 2 menor. Valorizacao do tritono e do semitom no HP movimento e

do jogo 3 2 menor/maior no 1V2 . Heterogeneidade de texturas. Ritmos iterativos. Segundo o

compositor, alem do organum, referencias a outros estilos, pelo emprego do arcabouco ritmico de uma

Passacaglia de Muffat do seculo XVII (ibidem v. II, p. 113, 240), no 7 2 movimento, de intervalos

caracteristicos da linguagem contemporanea, no 111 2, e de "tercas caipiras", no 1V2, encontraveis em

numerosas obras de autores brasileiros.

EMEE Ornamentacao, passagens ornamentais velozes, deslocamentos laterais, acordes, notas dobradas — (I);

notas repetidas, tremolos, saltos, como uma toccata -(11); passagens ornamentais, como em I, notas

dobradas e acordes-(III); notas dobradas, sobretudo tercas, saltos, andamento vivo — (IV). Mao

esquerda frequentemente nas regiOes subaguda e aguda.

Nivel avancado (III).

*Ikea intcgrantc do Caderno n . 9 da serie Compositores da Bahia.

1986Fantasia op. 23* Salvador 7:00UFBA/EMCA/

Funarte

= 120

Contraposicao de gestos medidos de definicao exata (desenhos em quartos de tempo e dobramento

oitava), a gestos de indeterminacao controlada (desenho descendente, o mais rapidamente possivel,

como urn glissando), ligados por transicao em trinados (misto de determinacao e indeterminacdo).

Medido e indeterminado como referencias ao barroco e ao contemporaneo. Continuo intercambio e

entrelacamento dos dois universos, apesar de mudancas de textura e ambito. Notacao mista,

combinando signos convencionais e outros mais caracteristicos da escrita contemporanea.

MED Exploracao de massas sonoras a partir de clusters, blocos harmOnicos, linhas, trinados duplos,

Glissandi e notas pontuais. Variaceies constantes de dinamica. Mudancas de registro, saltos. Paralelismo,

tremolos, blocos repetidos, velocidade. Execucao com impeto, valorizacao da forca ritmica.

Nivel avancado (III).

*Pep integrante do Caderno n . 11 da seric Compositores da Bahia.

142

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/LIMA, PAULO COSTA

1988In-variiveis

Salvador

6:00Ms

I — Allegro agitado= ± 126 a 132]

II — Obsessivo e brilhante [J. = 120]

III - Allegro preciso [J) = 120 a 126]

Movimentos apresentando entre si pequenas diferencas de andamento e de tratamento da textura, corn

algumas caracteristicas comuns: 1— construcdo a partir da justaposicao de dois segmentos contrastantes,

o primeiro fluido, continuo (duracOes iguais), o segundo percussivo, mais denso e ritmicamente

conturbado; 2 — secäo central ritmicamente mais livre, corn variacOes frequentes de ag6gica e do

namero de divisoes da pulsacao; 3 — sonoridades unificadas pelo emprego de celula formada por 4 1 justa

+ Lla aumentada e dos intervalos de 71 maior e menor, linearmente ou em rein -do vertical.

Primeiro e segundo movimentos em compasso binario composto; o 3 2, em ternario simples, antecipado

pela escrita de configuracOes ritmicas do 2 a segmento (hemiolas). Terceiro movimento ritmicamente o

mais instivel deles, contrastando com o segundo, ritmicamente obsessivo.

ElniE Velocidade. Dedilhado, movimentos rapidos de abrir e fechar de mao e de tremolo de ambito

largo; saltos. Trinados longos. Improvisacdo a partir de elementos pre-determinados. Contraste entre

tempo preciso e a piacere, variacOes de ag6gica.

Nivel avancado (III).

143

Page 140: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 141: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

MAHLE, ErnstStuttgart — Alemanha (1929-

ANOTITULO

PIANO

19547 pecas sobre uma e

duas notas s6

= 120]

—EJ= 88]r

III —I.J = 92]

IV= 112]

–4 j = 72]

VI= ool

VII= 96]

LOCAL

Sao Paulo

DURACAOEDITORA

4:30Ricordi

Miniaturas em forma ternaria incipiente, determinada mais pelas cesuras do que pelo desenvolvimento

dos materials. Construcao a partir de uma (mica nota (I) ou de determinado intervalo; utilizacao de

todos des ao longo do conjunto. Efeito de polaridade gerado por repeticao de notas ou grupos. Textura

pouco densa e pontilhismo resultantes da economia de materiais, pausal e jogo de registros. Efeito

de tempo ametrico, apesar da indicacao de unidade de tempo e da barra de compasso. Dinamica

extremamente variavel, ocorrencia de mudancas bruscas.

IETM Controle de intensidades. Orientacao espacial.

Nivel intermediario (III).

1954Peca pars piano

Sao Paulo 1:40Ms

= 76

Peca serial quanto a apresentacao do material – seis series nao tratadas na tecnica convencional, a 51

iniciando-se corn a inversao da P. Ausencia de elementos motivicos, peca aternatica. Unidade sonora

estabelecida atraves da utilizaCao de intervalos derivados da 2 a maior e menor, sobretudo 7", Unicos

145

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MAIILE, ERNST

elementos constitutivos da Oltima serie. ArticulacOes de diferentes duracOes separadas por pausas.

Variedade de registros e intensidades.

Controle de intensidades. Exploracao de registros. Pausas expressivas, tempo ametrico.

Nivel intermediario (III).

1955Vamos, maninha Piracicaba Ricordi

Setenta e tres cancOes folclOricas infantis brasileiras em arranjos simples, tambem a quatro maos,

de cunho didatico. Quase sempre no modo maior (dO, sol, re, fa), emprego de harmonia basicamente

diatOnica e triadica, apesar de frequentes dominantes secundarias e notas cromaticas, de passagem

e bordaduras. Linha melOdica principal comumente corn dobramento em 3 (6) ou P.

Acompanhamento de diferentes tipos: triades arpejadas, ostinati de celulas ritmicas em 3 41 ou

melOclicas ou harmonicas, linhas do baixo coin valor contrapontistico e acordes (predominantes nas

pecan a quatro maos, corn fungdo harmOnico-ritmica, na "parte do professor"). ImitacOes ocasionando

altemancia de maos. Compassos em geral simples (emprego tambem do compasso binario composto),

corn divisOes em meios c quartos de tempo c sincopes freqUentes.

Excelente estudo ritmico e de desenvolvimento da leitura, sobretudo em fungdo da escrita linear.

Acordes em posicao fechada. Independencia de maos. Utilizacao preferencial da regido central do piano.

Introducao de sinais de dinamica.

Nivel clemcntar (II e III).

1956Sonatina (1956)

Piracicaba

5:00Ricordi

Allegro vivace

Forma sonata bitematica expressa polo esquema A/B — A'/B'/A", portanto corn a 2 4 secao ampliada.

Temas corn colorido modal. 0 I L, em textura linear, compasso simples, ritmicamente estavel,

de natureza melOdica, iniciado por movimento ascendente, em ambit° de 5 .:1 justa, seguido de seqiiencia

de configuracoes de sentido geral descendente. Segundo tema bastante incipiente, de natureza

percussiva, metricamente irregular, tendo a 5 a justa e a seqiiencia descendente, combinadas a notas e

configuracOes repetidas, como material basic°. Predominio deste terra ao longo do movimento,

ganhando carater de ostinato, corn interferencias do I L . Conjugacao dos dois temas em A, encase

do 2Q em B e B', e do 1 ,2 em A' c A", tambem apresentado, nestas subsecOes, em andamento lento,

compasso composto, corn inversao de seas intervalos e tratamento harmOnico.

HTT Variacdo de formulas de compaso e de agOgica. Notas duplas repetidas por longos trechos,

em andamento vivo. Deslocamentos laterais rapidos. Intluencia de Bart6k na estruturacao

ritmico-harmOnica.

Nivel intermedidrio (III).

146

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MAHLE, ERNST

1967Quando o galo canta

Piracicaba

2:00Ms

(Ponteio)

Construcao da peca a partir de: ostinato ritmico sincopado, na introducao e P secao, pedal da tOnica

manifesto ou diluido entre as vozes dos acordes, ao longo do ponteio, e linha melOdica modal,

de contorno ritmico oriundo do ostinato, de certa forma garanrindo sua continuidade. Textura mista;

motivos da linha melOdica trabalhados imitativamente. Primeira secao pontuando sobre a tOnica,

a 22 sobre pedal da dominante, caracteristico da coda, e esta, naturalmente, sobre a t6nica.

Colorido modal.

Extensao, notas dobradas, acordes, pianos sonoros; realce das imitacoes. Sem indicacao

de andamento.

Nivel intermediâno (III).

1969*As masicas de Cecilia Piracicaba Ricordi

I — Marcha dos cavaleiros

II —Sostenuto

III —VMIV —Bartokiana

V —Semtkub

VI —0 gatinho pegs o ratinho

Conforme texto na partitura, "As mnsicas de Cecilia sdo harmonizacOes de algumas das 1.300 (hum mil

e trezentas) melodias inventadas pela filha mais velha do compositor, na idade entre dois e seis anos. A

grande experiencia pedag6gica e musical de Ernst Mahle permitiu-lhe captar o elemento infantil dessas

melodias, ambientando-as em arranjos modernos e adequados ao instrumento, sem lhes destruir a

espontaneidade".

Pequenas formas binarias (I a, VI), ternarias (II*, IV*, VP) e rondo (M I ), destacando-se na

urn canon na secao final. Linhas melOdicas de perfil vocal, como nas Melodias de Cecilia, a maneira das

cancOes folclOricas, e por vezes, reduzidas a urn motivo. Textura basicamente homofOnica, tratamento

harmOnico simples; inclusao de emprestimos modais, dominantes secundirias e modulacOes. Escrita em

compasso simples, corn emprego de meios e quartos de tempo e contratempos frequentes.

ENO Possibilidade de execucäo isolada de cada uma das pecas. Esquerda trabalhosa; saltos, baixos tipo

d' Alberti, notas presas, conducao de linha melOdica. Trinados, notas repetidas, notas dobradas, toques

diferenciados, segundo o cariter da peca. Controle de dinamica e agOgica.

Nivel intermediario (I).

'Ano de publicae3o.

I 47

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36 COMPOSITORES BRASILFAROS - ()BRAS PARA PIANO /MAIILE, ERNST

1971As melodias de Cecilia Piracicaba Vitale

Como As mitsicas de Cecilia, As Melodias de Cecilia sdo harmonizacides de algumas das 1.300 (hum mil

e trezentas) melodias inventadas pela filha mais velha do compositor, na idade entre dois e seis anos.

A grande experiencia pedagOgica e musical de Ernst Mahle permitiu-lhe captar o elemento infantil dessas

melodias, ambientando-as em arranjos modernos e adequados para piano, violino, oboe, clarineta,

violoncelo, conjuntos de flautas e orquestra de criancas, sem lhes destruir a espontaneidade."

Quarenta pequenas pecas em forma undria, binaria ou ternaria, grande parte delas estrOficas, a maneira

de cancdo folclOrica, construidas a partir de variacdo harmonica e ritmico-meledica de linha melOdica de

perfil vocal (frequentemente dobrada em 3) ou de apenas um motivo. Textura basicamente

homofOnica, tratamento harmOnico simples, incluindo emprestimos modais, dominantes secundarias c

modulacOes. Escrita em compasso simples ou alternado, a excecao das pecas n° 16 e 31, em compasso

composto. Utilizacäo de meios e quartos de tempo, sincopcs e ostinati ritmicos.

Possibilidade de execucao isolada dc cada uma das pecas. Passagem da linha melOdica de uma das

m5os para a outra. Notas presas, dobradas; acordes em posicdo fechada ou em ambit() de 81;

deslocamentos laterais. Baixos tipo d' Alberti, tremolos em andamento moderado. Mudancas

de andamento e de formula de compasso no decorrer de uma peca; tipos de toques e andamento

segundo seu carater.

Nivel intermediArio (I).

1971Sonata (1971)

Piracicaba

11:00Ms

Vivo

Introducfio e Marcha corn va

Forma sonata bitematica. Temas caracterizados mais pela exploracao vertical e horizontal de seus intervalos

predominantes do quc, propriamente, pela apresentacdo de linhas melOdicas de contornos bem definidos.

Enfase, no 1 1 tema, de 7 everticais e dehorizontais, em arpejos de 7 4 diminuta; e no 21,

de seqUencias de 4141 descendentes e arpejos ascendentes formados por 4 44 e 211 . Longos tremolos comuns a

ambos. Segundo tema alongado na exposicdo e em breve aparic5o no final da reexposicao — 1 Q movimento.

Duas versOes, a escolha do interprete, para a Introducdo do movimento (Andante): uma, utilizando

o interior da harpa do piano, outra, restrita ao teclado. Caracteristicas intervalares e ritmicas dessa

introducao como elementos de ligacdo entre o movimento anterior e a Marcha subseqiiente, tema

de sete variacOes. Dilui4ao, ao longo dessas, da forca harmOnico-percussiva do tema. Emprego

de seqiiencias escalares modais na 4 1 variacão — a mais afastada do tema — e rapidamente na 6e,

construida como um fugato. Resumo da Sonata na 74 : combinacdo de harmonias e configuracoes

ritmicas do tema corn harmonias do 1 1 movimento — 4 14 , e acordes diminutos — 22 movimento.

Notas dobradas, tremolos, acordes, deslocamentos laterals rapidos. Baixos tipo d' Alberti,

passagens escalares velozes; movimento alternado de mdos. Polirritmia. Pedal.

Nivel avancado (II).

148

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MAHLE, ERNST

1972Outras melodias de CeciliaPiracicaba Ms

Continuacao, em 31 pecas dos mais variados generos, das propostas das coletaneas anteriores,

As mgsicas de Cecilia e As melodias de Cecilia. Predominio da forma estrOfica ou do rondo, neste caso

corn as estrofes freqiientemente derivadas do refrao. Elaboracao de linhas melOclicas de perfil vocal, a

maneira das cancoes folclOricas, muitas vezes em frases assimetricas. Textura basicamente homofOnica,

dobramentos em 311 , imitacoes. Polifonia nas peps n25 10, 18 e 20, esta ultima uma fuga a quatro vozes.

Na harmonia, presenca de dominantes secundarias, modulacOes a tons afastados e acordes alterados

resultantes de ornamentacao melOclica. Emprego de ostinati, bordOes e baixos tipo d'Alberti. Escrita

ritmica em compasso simples, composto, misto e alternado; emprego de ate oitavos de tempo, sincopes

e contratempos.

Possibilidade de execucao isolada de cada uma das peps. Passagem da linha melOclica de uma das

maos para a outra. Notas presas, dobradas; acordes em posicao fechada ou em ambito de 82;

deslocamentos laterais. Passagens escalares e em movimento paralelo. Baixos tipo d'Alberti, tremolos

em andamento moderado. Cruzamento de maos. Mudancas de andamento e de formula de compasso

no decorrer de uma peca; tipos de toques e andamento segundo seu carater.

Nivel intermediario (I e II).

1972Ponteio*

Piracicaba

1:40Gerig

.1±120

Ostinato ritmico-harmOnico sincopado (blocos de 43 junta e tritono) em crescendo gradual de densidade

(introducao sucessiva de 4 ascendentes; alusao a afinacao da viola?) e intensidade (pp an), na P secao.

Interrupcao do sincopado, ostinatoritmico harmOnico emsotoposto a 5 25 descendentes, na secao

central. Reexposicao mais virtuosistica, corn arpejos ascendentes, acordes densos e em intensidade crescente,

dofao fjf

Acordes repetidos em andamento vivo, saltos. Controle de intensidades, pedal.

Nivel avancado (I).

• Integrante do I . volume do New brasilianische Klaviermusik, p.20.

1973Sonatina (1973)

Piracicaba

1:00Ms

Allegro

Forma sonata bitematica corn desenvolvimento reduzido. Primeiro tema corn caracteristicas modais;

alternancia de segmentos melOclicos em graus conjuntos, com outros de indole ritmico-harmOnica. Segundo

tema na regiao do antipoda, diferenciando-se do 1 1 por seu perfil ritmico e emprego de cromatismo.

I 49

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MAHLE, ERNST

Passagens escalares curtas, tremolos de ambito estreito, acordes (corn apenas duas notas)

em posicdo fechada. Andamento vivo.

Nivel elementar (III).

1975Sonatina (1975)

Piracicaba

5:00Ms

Vivo (J ± 144)

Apenas urn movimento em textura bilinear; forma sonata bitematica. Unidade sonora e ritmica criada

atraves de continuum sonoro — ostinato - ora no baixo, ora no soprano, cromatizado por notas

melOdicas mascarando o modalismo subjacente. Temas corn perfil ritmico e melOclico diferenciado.

Seccionamento determinado por retensdo do continuum.

Acordes quebrados em andamento rapid° — ostinato - apresentado ora pela esquerda, ora pela

direita. Movimento vivo e pulsante, textura transparente.

Nivel avancado (I).

1980Berimbau

Piracicaba

2:30Ms

(Ponteio II)

Vivo

Sugestao de um conjunto de percussäo; emprego de notas e configuracoes melOdico-ritmico-harmOnicas

repetidas, oscilacOes melOdicas em ambito de 2 2 ou 3i, mudancas de registro, dobramentos por 3 ou

212', akin de ritmos e articulacoes caracteristicos. Contexto harnarinico sem definicao Clara de pOlos; sutil

variacdo daquelas configuraceies, reproduzindo o continuum do jogo improvisatOrio dos provaveis

instrumentos do referido conjunto, donde tambem a pouca clareza na definicdo dos pontos de

seccionamento.

[MIT Acordes em posicao fechada e aberta (extensdo), notas dobradas repetidas, saltos. Vitalidade

e malemolencia ritmicas. Glissandi. Dinamica variada.

Nivel avancado (I).

1980Daiwa em volta do fogo

Piracicaba

2:40Ms

(Ponteio III)

Vivo

Caracteristicas melOclicas, ritmicas e harmOnicas e processos estruturadores da introducao empregados

ao longo da pep: utilizacdo de ambito melOdico estreito, corn enfase em movimentos pendulares

e no intervalo de 3 2 (reflexo da harmonia corn triades expandidas do contexto), modalismo, ritmo

I 50

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /MAHLE, ERNST

sincopado, ostinati intensificados pelo uso de notas repetidas e recorrencia de ideias. Seccionamento

realizado em funcao do deslocamento dos centros. Reapresentacao, em ordem inversa e corn pequenas

variacOes, dos segmentos da introducao.

Passagens longas corn nota, notas dobradas e acordes repetidos em andamento vivo; saltos. Ritmo

energico e pulsativo. Pedal.

Nivel avancado (I).

PIANO A 4 MAOS

1955Pecas modais

Sao Paulo

5:30Ms

_ [J =lool

II -[J) = ±84]

III -[J=132]

Referencia, via titulo, a modos de transposicao limitada; seqiiencias de oito, seis e nove sons,

organizadas em intervalos de semitom/tom; exclusivamente tom; e tom/semitom/tom, trabalhadas em

tecnica serial, nas pecas I, II e III, respectivamente. Formacao de tritons (I) e acordes de 52

aumentada (II e III) em decorrencia de tal organizacao e a partir do conjunto de sons nao pertencentes

as series/modos. Textura tendente a rarefeita, em funcao do emprego de pausas e de trabalho

basicamente linear. Linhas descontinuas, descontinuidade proveniente do uso de grandes saltos, registros

diferenciados, configuracOes ritmicas variadas e dinamica contrastante, em mudanca continua.

MI Peps distintas quanto a carater e andamento. Dinamicas e configuracOes melOdico-ritmicas

diferenciadas em cada uma das partes. Precisao ritmica, dificuldade de entrosamento.

Nivel avancado (I).

1956Toccata

Piracicaba

2:30Ricordi

Presto

Forma binaria, A/A', atematica. Atmosfera impressionista e impulso motOreo ininterrupto gerados por

escala de tons inteiros e continuum de semicolcheias em ambas as partes, ou ora no secondo, ora no

primo. Trinados e tremolos em quartos de tempo, harmonias triadicas em pequenos arpejos e sucessao

de 422, manifestos em seqiiencias ascendentes e descendentes, materia-prima de Toccata.

Velocidade, contrastes sonoros (brilhantismo e velamento) e de intensidade. Pedal.

Nivel avancado (I).

151

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MAHLE, ERNST

1977Suite nordestina Piracicaba

15:00Novas Metas

Allegro Moderato [ j = 96]

Andantino [i = 60]

Vivo [ J = 112]

Movimentos contrastantes quanto a natureza e ao andamento, corn caracteristicas modais e elementos

ritmico-hannOnicos tipicos da mnsica popular nordestina. Temas exaustivamente repetidos, com ou sem

variacOes, ou apresentados de forma imitativa, entre Piano I e Piano II, ou entre as vozes, resultando

em pouco contrasts entre as secOes de cada movimento. Material melOclico basicamente diatOnico e

harmonia triadica, apesar do cromatismo e da fraca definicao das funcOes tonais.

Forma ternaria A/B/A' coda. Tema em mixolidio, despojado do cromatismo inicial, em uma de suas

apresentacOes, na exposicao. Associacao, em B, de elementos da transicao e do segmento inicial do tema

invertido. ArticulacOes de duas em duas notas, tanto da parte forte do tempo para a fraca, como vice-

versa, e organizacao das duracoes em 3+3+2 colcheias, provocando ruptura da regularidade ritmica —

Allegro moderato.

Forma binaria, apesar do pseudoternarismo sugerido pela coda. Tema ja em parte anunciado no

movimento anterior, corn tratamento diferente quanto a textura e registro. Contraste determinado por

mudanca de formula de compasso, de binario simples para composto. Atmosfera estatica, criada por

notas pedal, bordOes e andamento lento. Enfase no mixolidio, sobretudo na pequena cadencia, no Piano

I, entre as duas Ultimas apresentacbes do tema — Andantino.

Forma bindria — Introducao/A/A'/coda. Repetic5o obstinada de uma frase ritmico-percussiva. Criacao

de unidade no conjunto, atraves do reaproveitamento de elementos do 1 2 movimento: tendencia

descendente do tema, pequenas passagens em mixolidio e o prOprio tema — Vivo.

Notas dobradas, oitavas e acordcs repetidos em andamento vivo. Tremolos, trinados. Acentos

deslocados. Variedade de toques e articulacOes fraseolOgicas.

Nivel avancado (I).

152

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MAHLE, ERNST

1986Carimb6*

Piracicaba

10:00Ms

(Suite sobre melodias paraenses

para 2 pn ou pn a 4 maos)

1- Meu papagaio [Vivo]

2 —Siriri [Delicado]

3 — Jacare [Vivo]

4 — Mulatinha [Calmo]

5 — Lavadeira da campina [Movido moderadamente]

6 — Mamde pi la milho [Urn pouco vivo]

7 - Mariquinha [Vivo]

8 — 0 pau rolou [Mais vivo ainda]

9—Vamo acaba co'este samba [Animado]

Formas estrOficas, excetuando-se as no 4, 6, 9 (rondos) e Iv 8 (binaria), compostas a partir de cantos e

dancas populares. Contraste melOclico/ritmico observavel tanto na seqiiencialidade, entre estribilho e

estrofe, quanto na simultaneidade, entre as partes dos Pianos I e II. Pecas tonais, predominantemente

em fit, torn initial e conclusivo da suite. Jogo maior/menor, nos pianos melOdico e harmOnico. Colorido

modal mixolidio nas n 1 e 6. Harmonia basicamente triadica, com abundante emprego da alternancia

dos acordes V e I, longos bordOes, ostinati e ate mesmo de urn ground de quatro compassos, em Siriri.

Predominio de textura homofOnica; polifonia nas pecas no 6 e 8. A excecao da nil 4– Calmo -,

tendencia a andamentos vivos, inclusive em funcao da ritmica empregada. Enfase na celula colcheia

pontuada-semicolcheia ligada a colcheia-colcheia (3+3+2 semicolcheias) e variacOes nas figuracOes de

acompanhamento. Arpejos ou escalas ascendentes em rapidos impulsos, appoggiaturas em 1, 6, 7e 9,

mordentes em 5 e trinados em 7e 9, ornamentacao mais comumente usada. Repeticao – marca do

cunho popular – como processo estruturador basico. Dinamica, fator de interesse e variedade; toda a

escala de intensidades largamente empregada.

Notas dobradas e oitavas, repetidas ou nab, deslocamentos laterais rapidos; passagens escalares e

tambem combinadas a acordes quebrados; polirritmia.

Nivel avancado (I e II).

*Em ANDRADE, Mario. Diciondrio musical brasileiro (p.115): "CarimbO — danca da AmazOnia, realizada pela feats de S. Bello:14o, c o nome do

tambor usado ncsta danca. Segundo Renato de Almeida, 6 samba de roda, corn violas c instrumentos de percussao."

153

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MANNIS, Jose AugustoSao Paulo — SP (1958-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOED1TORA

PIANO

1983Forge

Pads

12:00Ms

= 60 (Elastique)

Sugestdo do ambiente de forja resultante da instabilidade ritmica e da atomizacao da linha melOdica por

diferentes registros. Mudancas de textura e/ou densidade como fatores condicionantes da forma.

Clusterse blocos, movimentos melOclicos ornamentais, tremolos sob forma de nota(s) repetida(s)

e continuum sonoro predominantemente na regiao grave (corn incidencia de eventos esparsos) como

alguns dos elementos trabalhados ao longo da peca. Ocorrencia de intensa atividade polifOnica –

percepeao de pianos sonoros – no transcurso de urn movimento melOclico ou de blocos (quase todos em

staccato e de natureza pontual) derivada da exacerbada variacdo de registros. Pedal precisamente

indicado e corn tune -6es varias: timbristica, de intencional mistura sonora e de reforco de ressonancias,

tambem buscadas atraves de harmOnicos, notas sustentadas e repetidas. Material bisico amorfo

empregado na obra gerado por processor probabilisticos (matrizes de Markov) e em seguida "forjados"

em escrita puramente gestual.

Passagens executadas o mais ripido possivel ou em acelerando linear, formadas por intervalos

de natureza imprevisivel; em algumas circunstancias, possibilidade de sua distribuicao entre ambas as

maos. Grandes saltos igualmente muito rapidos e imprevisiveis. Tremolos. Abertura e fechamento

de mao imediatos. Polirritmia. IndicacOes de articulacao, dinamica e pedal extremamente detalhadas e

em permanente mudanca.

Nivel virtuosistico.

155

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MENDES, GilbertoSantos — SP (1922-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

Pequeno Omni paracriancas (1-6)*

1950N2 5 Santos Ms

1950N2 6 Santos Ms

Miniatura em dez compassos, de estrutura binaria. Melodia conduzida por triades arpejadas e paralelas,

em textura coral – n2 5.

Miniatura de estrutura ternaria. Melodia tonal, no baixo. Emergencia de linha meledica secundiria

no acompanhamento, urn continuum em quartos de tempo, corn enfase na repeticao de notas,

em harmonia triadica – n2 6.

PME5 Ambas sem indicacão metronOrnica ou de ag6gica. Acordes arpejados corn realce do soprano – 5.

Linha melOdica principal, exposta pela mao esquerda, e secundaria, em quartos de tempo, pelo soprano

dos acordes, na mao direita. Dedilhado – n2 6.

Niveis elementar (III) – np 5; e intermediario (I) – ng 6.

*NUmeros 1, 2, 3 c 4, anteriores a 1950, excluldos deste trabalho.

1950Peca para piano na 2

Santos

1:30Ms

69

Pequena forma binaria, em textura bilinear. Quarta justa como intervalo expressivo e propulsor da linha

melOdica. Acompanhamento de acordes quebrados, em harmonias quartais e triadicas, em movimento

continuo. Tritono e 7a como fatores de crescimento da tensao, na 2 , secäo.

157

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS —()BRAS PARA PIANO / MEN D ES, GILBERTO

PME9 Mao esquerda em acordes quebrados, na regiao central. Extensao, dedilhado. Predominantemente

entre p e pp. Como regra geral para todas as obras, sem pedal ou corn pedal muito parcimonioso,

quando nao indicado, ou rigorosamente obedecido quando indicado, segundo recomendacao

do compositor.

Nivel intermediario (I).

1950Peca para piano IV 3*

Santos

3:40Ms

Allegretto (Tempo de Marcha)

Forma ternaria A/B/C em textura variavel, entre mista e polifOnica, e idioma tonal livre e tonal. Tema

variado ainda em A e desenvolvido em B, atraves de elaboracOes a partir de seus fragmentos.

Escrita imitativa em C, tambêm corn aproveitamento do material tematico. Triades, presentes nas tres

secOes, enfaticamente empregadas na coda.

TEEI Diferenciacao de pianos sonoros. Linha melOdica conduzida por notas dobradas e acordes, ambos

na mesma mao. Acordes, oitavas, extensao, dedilhado.

Nivel intermediario (III).

*2 . versSo

1950Peca para piano n° 4

Santos

5:00 Ms

J. = 69 e= 116*

Forma binaria A/B. Aproveitamento de ritmos latino-americanos, do tipo guarafia, zamba argentino etc.

em A (o.= 69). Atmosfera evocativa de Ravel em B (a tempo ,J= 116). Fluidificacao dos blocos

harmOnicos (triades e tetrades), por horizontalizacao de seus componentes no piano inferior e

fragmentacao da linha melOdica, como elaboracOes aplicadas a 2 a subsecao de A. Intensificacao

do movimento, nas subsecbes de B, a partir de "mais lentamente" = 92), tambem por

horizontalizacao e ampliacao do ambit() dos acordes (triades e superposicao de 4 45 ), atraves

de dobramento.

1712E19 Mao esquerda movimentada: acordes quebrados, a maneira dos baixos d' Alberti e arpejos.

Tercas duplas.

Nivel intermedirio (III).

*Indicaciies de andamento nao constantes no manuscrito, porem diretamente transmitidas a autora.

158

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MENDES, GILBERT()

1950Peca para piano IV 5

Santos

2:50Ms

= 56

Pequeno prelndio em forma ternaria: A/B/A'. Sucessão, basicamente por graus conjuntos, de arpejos

ascendentes formados por duas triades distintas, na maior parte dos casos, na 2 a inversao.

Atmosfera impressionista. Arpejos executados corn mdos alternadas; p, intensidade predominante.

Como regra geral aplicavel a todas as obras segundo recomendacdo do compositor, sem pedal

ou corn pedal muito parcimonioso, quando ndo indicado, ou rigorosamente obedecido

quando indicado.

Nivel intermediario (I).

1950Peca para piano na 6 — a la russe

Santos

1:30Ms

Andante mosso

Forma binâria A/A'. Linha melOclica dobrada emsobre acordes quebrados em configuracOes

freqiientemente acefalas. POlos fugazes e ambiguos, obscurecidos por cromatismo (sugestivo de jogo

maior/menor, na linha melOclica) e pelo direcionamento dos acordes quebrados do acompanhamento,

inesperado e divergente em relacao a tendencia da pr6pria linha meledica. Coda no modo d6rico,

concluindo corn insistencia sobre cadencia plagal.

MNotas dobradas, acordes quebrados; mao esquerda movimentada.

Nivel intermediario (II).

1950Prelticlio ntt 2 Santos 1:30Ms

Andantino

Pequena forma ternaria. Aproveitamento de ritmos medievais/renascentistas. Seca() central — Grave —

como cancan corn acompanhamento de alas de.

Planos sonoros, 3 41 duplas, acordes arpejados. Intensidades entre pp e mf.

Nivel intermediario (I).

159

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36 COMPOSITORES BRA,SILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MEN D ES, GILBERT()

1951Sonatina

Santos

8:10Ms

(Mozartiana)

1 2 movimento (Allegro]

22 movimento [Andante]

3a movimento [Allegro]

Par6dia do 1' movimento da Sonata K.545 em do maior de Mozart, mantidas apenas as relacOes

de andamentos e o espirito, nos demais.

Tratamento modal dos temas, respectivamente em do e solmixolidio — P movimento.

Sol maior, como na sonata — referencia. Forma ternaria com linha melOdica sobre ostinato ritmico tipico

do baido. SecOes ligadas por arpejos rapidos, como improvisados, e livres da metrica estabelecida,

comuns nas Fantasias de Mozart — 2 2 movimento.

Forma ternaria; secOes estruturadas a partir de variacOes da subsecao. Linha melOdica corn

caracteristicas ritmicas do chorinho — sincopes e contratempos — sobre ostinato na pulsacao,

de acordes de 6' ajuntada em deslocamento por grau conjunto. Pedal sobre tOnica, na coda —

32 movimento.

Sincopes e contratempos em andamento vivo. Baixos d' Alberti, passagens escalares e arpejadas.

Acordes repetidos ou corn deslocamentos rapidos, em Allegro. Poucas indicacoes de dinamica.

Nivel intermediario (III).

1952Peca para piano ri4 7

Santos

1:40Ms

Andante = 60) martial

Forma ternaria A/A'/A". Repeticao variada da 1 3 semifrase. Linha melOclica evocativa do dobrado,

sobre acordes de 7' maior, tambem abordados como de 2* acrescentadas. Encadeamentos modais em Ae transposicdo destes nas demais secOes. Coda sobre pedal da tOnica. Certa dureza ritmico-harmOnica

sugestiva de Prokofiev.

airM Notas dobradas; formas de 72 na mao esquerda. Vigor ritmico.

Nivel intermediario (II).

1952Peca para piano rig 8

Santos

0:35Ms

Allegro moderato

Forma binaria (2' secdo extendida, corn inclusao de material melOdico novo na voz inferior) em textura

bilinear. Cromatismo, bitonalidade e superposicao maior/menor.

160

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MENDES, GILBERTO

EMI Passagens cromaticas, arpejadas e em acordes quebrados. Legato cantabile.

Como regra geral para todas as obras, sem pedal ou corn pedal muito parcimonioso, quando nao

indicado, ou rigorosamente obedecido quando indicado, segundo recomendacao do compositor.

Nivel intermediario (II).

1952Pega para piano no 9

Santos

2:40Ricordi

Diversos andamentos

Forma A/A'/A"/A'". SecOes basicamente condicionadas por mudancas de andamento e escrita ritmica.

Ostinato e movimento descendente em graus conjuntos, ambos a partir de blocos de 4,1 (ou 5'), como

materia-prima da peca. Transicao entre A" e A" (em 3 superpostas) e codetta, originirias da linha

melOclica da semifrase inicial de A', em Moderato, andamento inferior ao das demais secoes.

Predominantemente nas regiOes central e subaguda do instrumento.

ani Car-Ater scherzoso. Mao esquerda ativa: baixos tipo d' Alberti, acordes repetidos, arpejos, saltos,

extensao. Cruzamento e superposicao de maos na regiao aguda. Leveza e brilho.

Nivel intermediario (II).

1952Pega para piano riQ 10

Santos

1:15Ms

Largo

Forma biniria A/A'. Melodia acompanhada. Tonalidade latente subvertida pelos acordes de 71

acrescidos das dissonancias superiores contidas na linha melOclica (9a, 11/1 etc.) e pelos encadeamentos.

Acordes em movimento continuo, basicamente em graus conjuntos. Referencia ao Preltidio n2 4, em mi

menor, de Chopin.

Acordes repetidos, legato cantabile e notas dobradas, respectivamente na esquerda e direita.

Nivel intermediario (II).

1952Pega para piano n2 11

Santos

1:45Ms

Largo J = 56

Forma binaria A/A'. Afinidades corn a Peca para piano n12 10: melodia sobreposta a blocos

de 4,11 em posicao fechada, triades corn 61 ajuntada ou apenas triades, em movimento continuo.

161

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MEND ES, GILBERTO

Acordes repetidos. Linha melOclica, passageiramente tambem apresentada pela mao esquerda,

em legato cantabile.

Nivel intermediario (II).

1952Peca para piano nQ 12

Santos

2:00Ms

Allegro — Moderato — Allegro

Forma ternaria A/B/A'. Primeira e terceira secOes, como valsa, contrastantes coin a segunda, em

espirito folclOrico brasileiro. Linha melOclica de A e A', ambigua quanto ao modo, corn ornamentos

do tipo mordente (nota melOclica distante uma 2i maior ou aumentada da nota real) e sobreposta

a acordes de 7 1 em deslocamento por grau conjunto, em ambito de 3i maior. Mudanca de andamento,

de formula de compasso e modo, em B. Sincopes, na linha meledica, e configuracOes ritmicas tipicas,

no acompanhamento, ambos tambem em acordes de 7 A em deslocamento, em ambito de 3i menor

e maior. Longa coda, com aproveitamento de elementos de A e B.

Notas presas, formacao gradativa dos acordes. Repeticao e deslocamento, por vezes incOmodo,

dos acordes. Como regra geral para todas as obras, sem pedal ou corn pedal muito parcimonioso,

quando nao indicado, ou rigorosamente obedecido quando indicado, segundo recomendacao

do compositor.

Nivel intermediario (II).

1952Pep para piano nQ 13

Santos

1:00Ms

Allegretto = 108)

Pequena forma binaria A/A' em textura bilinear. ImitacOes livres, fragmentadas, no decorrer da mesma

voz ou entre elas. Predominancia de 7 22 e 9na relacao vertical entre as vozes. Ambiguidade ritmica em

funcao da constante oscilacdo entre divisao ternaria e binaria da pulsacao.

Extrema angularidade das linhas, possibilitando a percepcdo de novas vozes. Plasticidade ritmica

na passagem de uma formula de compasso para outra; andamento vivo. Ausencia de indicacOes

de dinamica.

Nivel intermediario (II).

I 62

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MENDES, GILBERTO

1952Prelfidio WI 3

Santos

1:30Ms

Lento — Allegro vivace —Lento

Forma binaria, corn quatro subsecOes em Allegro vivace, antecedidas e encerradas por introducao e coda

(em Lento), no espirito de chorinho. Quarta subseclo ritmicamente mais ativa que as anteriores —

regulares e uniformes — pelo emprego de sincopes e contratempos. Textura harmonica basicamente

em triades e tetrades.

IMBE Ausencia de indicacOes de dinimica; acentos deslocados. Acordes em ambas as maos.

Acordes quebrados (tecnica de tremolo) e notas duplas — 6 y e 3Y — em andamento vivo,

na mao direita.

Nivel intermediario (II).

1953Preladio no 4 Santos 2:40Ricordi

Andante mosso = 58

Forma binaria. Modalismo. Melodia acompanhada. Caracteristicas melOdicas, harmOnicas e ritmicas

do baixo sugestivas de urn violao. Longa coda, corn pedal do intervalo de 41 corn funcao

ritmico-harm6nica, sobre linha melOdica seresteira no baixo. Reiteracao de formulas ritmicas —

3+3+2 semicolcheias.

[EM Mao esquerda expressiva, simultaneamente conduzindo linha melOdica embrionaria (notas presas)

e acordes, organizados em agrupamentos de 3+3+2 semicolcheias.

Nivel intermediirio (II).

1953Preladio ng2 5 Santos 2:30Ms

J = 40 =120

Forma ternaria. Melodia acompanhada, como urn ponteio. Reiteracao de tetrades e de padrOes

ritmicos tipicos da miisica do Nordeste. Estruturas modais — lidio e mixolidio — nas secOes externas.

Andamento contrastante (J = 120), introducao de novo padrao ritmico e acrescimo de blocos de 41',

na secao central.

Formas de mao repetidas. Acordes em posicao fechada ou distribuidos entre as maos, notas

presas. Precisdo ritmica. Embora nao indicado, segundo informacoes do pr6prio autor, A e A' em p e B

quase f

Nivel intermediario (II).

I 63

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MENDES, GI LFIERTO

1953Sonata

Santos

6:10SDP/USP

Allegro

Em apenas urn movimento. Forma binaria bitematica: tema em textura homofonica; 2u tema, oriundo

do anterior, em polifonia fugaz e descontinua, com pequenas imitacOes. Linha melOdica corn colorido

modal. Predominio de acompanhamento corn acordes de 3 11 , mais ou menos densos, articulados

em blocos repetidos, em baixos tipo d'Alberti ou arpejados, apontando para urn polo geral mi.

Variacoes constantes sobre elementos de ambos os temas. Andante final corn funcao de coda.

Referencias a estilos de epoca.

Alternancia de transparencia classica e barroca corn climas harmemicos schumannianos,

chopinianos e debussystas. Oitavas, notas dobradas, sobretudoacordes repetidos, deslocamentos

rapidos, andamento vivo.

Nivel avancado (II).

1958Peca para piano n2 14

Santos

1:40Ricordi

Allegro risoluto= 100)

Forma ternaria em textura bilinear. Reexposicao antecedida por transicao a maneira de improviso.

Familiaridade corn a Peca para pianoW 13. Indefinicäo dc pOlos, cromatismo. ImitacOes livres

e fragmentadas, no decorrer da mesma voz ou entre elan. Efeito de politonalidade.

il[n] Andamento vivo; ritmica alusiva ao chorinho, apesar das mudancas frequentes de fOrmula

de compasso. Passagens escalares.

Nivel intermediario (II).

1959Peca para piano n2 15

Santos

1:30Ricordi

J 84

Invencdo a duas vozes atonal livre, em forma ternaria. Desenvolvimento tematico basicamente a partir

de elaboraciies sobre celulas formadas por sucessao de 2 41 menores (em geral corn transposicao

de 8 4 de urn de sews elementos) ou de 1111 (e 5 11 ) justas; cromatismo. Passagens canOnicas e em unissono.

Rarefacao da densidade da textura, na 3 4 secao, por inclusao de pausas c alternancia de vozes.

PEM9 Seresta expressionista. Pausas e saltos expressivos, principalmente de 7 41, em ambas as vozes.

Mudancas frequentes de formula de compasso e de indica46es de dinamica.

Nivel intermediario (III).

164

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MENDES, GILBERTO

1959Peca para piano rig/ 16

Santos

3:10Ricordi

J = 132

Forma ternaria A/B/A', atonal livre. Textura polifOnica em dois pianos independentes: baixo ostinato,

em deslocamento basicamente por graus conjuntos, sobre a pulsacao — um continuum sem organizacao

metrica, corn perturbacoes momentaneas no climax da peca (segmento imediatamente anterior

a retransicao) e no final da retransicao; e linha melOdica (evocativa do tema da 5 2 Dana espanhola

de Granados) corn configuracOes ritmicas e metrica bem definidas (em oposicdo ao baixo),

predominantemente em tercas paralelas, nas sego:5es externas, e bilinear na secab central. Relacao

ispera entre os pianos, pela presenca macica de 2 21 e seus derivados. Semelhanca corn a estrutura

ritmico-harmOnica jazzistica do walking-bass americano, a partir do movimento do baixo e da ritmica

sincopada do piano superior, alem do contexto cromatico.

MT] Andamento vivo. Conducao de vozes, imitacoes. Tel-gas duplas. Precisao e flexibilidade ritmicas.

Dinamica predominantemente entre p e pp.

Nivel intermediario (III).

1962Mfisica para piano ni^ 1

Santos

3:40Ricordi

Diversos andamentos

Peca em quatro mOdulos corn andamentos pr6prios, executados tres vezes sem interrupcdo, a primeira

na ordem de apresentacao — A/B/C/D — e as subsequentes na estabelecida pelo interprete, trocando

tambem os andamentos indicados. Emprego de serie dodecafOnica; interrupcao da mesma dependendo

da seqfiencia escolhida. Predominio de textura unilinear, estilhacada em quatro registros — escrita em

quatro pentagramas pontilhismo. Enfase nas 2 21 e derivados como intervalos harmemicos. IndicacOes

de dinamica precisas e extremamente variadas. Coincidencia, em B, de maior variacäo de intensidade,

major densidade e menor atividade ritmica.

PEEN Utilizacao de todos os registros do piano. Enfase nas regibes extremas. Saltos. Rigoroso controle

ritmico e de intensidades, estas em dez gradaceies diferentes, entre pppp effff

Nivel avancado (II).

1965Blirium C-9 Santos 6:00Ricordi

Andamentos livres e variados

Titulo como anagrama derivado de Librium 10 (influencia da pop-art), remedio entäo em yoga. Letra C

referente a variante C da obra (outras formas: Blirium A-9 e Blirium B-9, para conjuntos instrumentais).

N11 9 relativo aos nove tempos constitutivos dos mOdulos integrantes da peca.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /MENDES, GILBERTO

Interprete como compositor, a partir de instrucOes precisas e detalhadas do autor (bula explicativa).

Aleatorismo levado as ültimas conseqiiencias: acaso ou decithes de momento na escolha de alturas,

determinacdo de duracOes, registros, andamentos e dinamica. Inclusdo de improvisacOes e

citacoes de qualquer genero ou para qualquer instrumento ou formacao. Notagdo mista.

Planejamento detalhado. Presenca de espirito, reacries extremamente rapidas. Mais interesssante

uma versdo para piano corn fita pre-gravada de uma realizacdo anterior, simultaneamente executada

corn a versa° do momento. Grau de dificuldade — entre niveis intermediario (III) e avancado (III) —

segundo as possibilidades do interprete.

1982 •Vento noroeste

Santos

8:00SDP/USP

Diversos andamentos

Referencia, via titulo, ao vento seco e quente, em Santos, proveniente do noroeste da regido.

Obra de carâter rapsOclico A/B/C/B'/D/E/F/C'/A'/G. (Em C' e A', apenas fragmentos variados deC e A). Apresentacdo, na secdo F, a p.19 da partitura, de onze series geradoras — uma delas, a 4 a , por

tons inteiros, corn efeitos debussystas neutralizados pela 2 1, em meios tons -, elaboradas dentro de

tecnica serial regulada por criterios numericos e por vezes simultaneamente combinadas. Ocorrencia de

transposicOes de diferentes tipos, em diversos momentos do percurso dos materiais (e ndo apenas apeos o

final de sua apresentacdo). Emergencia do trabalho serial, de melodias e acordes tornados sernanticos,

de passagens livres, liricas, oniricas, reminiscencias de outros climas e texturas, tratados tonalmente.

Referéncias a Chopin, Schumann, Liszt e Debussy; tercas duplas do Estudo op. 25 n 2 6 de Chopin e

repeticOes de ideias ou de seus fragmentos como elementos de ligacao entre as sego:5es e fator de unidade

na diversidade. Atmosfera de cinema musical aleindo de Friedrich Hollaender, dos anos 30,

transportado para Hollywood — muito cara ao compositor — subjacente ao clima da obra.

Effffli Obra de concepcao global complexa. Criacao de atmosferas de variados estilos. Ausencia

de formulas de compasso, mudancas frecitientes de indicacoes metronOmicas. Ritmica livre e plistica.

Trinados, notas dobradas. Palheta rica em matizes de dinamica e agOgica. Como regra geral para todas

as obras, sem pedal ou corn pedal muito parcimonioso, quando nao indicado, ou rigorosamente

obedecido quando indicado, segundo recomendacao do compositor.

Nivel avancado (III).

• Revis5o de 1984.

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1983Masica para piano n2 2Austin, Texas 2:00SDP/USP

(De um velho caderno de notas, recado a Schumann)

Diversos andamentos

Tema, instivel em relacdo ao polo inicial, corn quatro variacOes. Acordes dos primeiros compassos

alusivos ao acompanhamento de lieder de Schumann e Schubert. Relaedo pendular de tritono entre

pOlos de seeties contiguas. Diluiedo e rarefacao do terra por exclusdo de uma das vozes, inclusdo

de notas estranhas, dispersdo de seus componentes em diferentes registros e reduedo gradativa

de andamento e intensidade. Conclusdo brusca e contrastante.

EriThl Acordes arpejados; realce da 1 1 nota desses acordes, condutora da linha melOdica. Intensidades

predominantemente entre p e pppp. Controle de andamentos.

IndicacOes gestuais (cenicas).

Nivel intermediario (III).

1984The three fathers (Los tres padres),Santos 3:00Ms

Ernesto, Fernando and Miguel

J = 108 Tango

Homenagem aos padres nomeados no titulo, ministros do governo sandinista da Nicaragua,

representados por tres temas (o 3 2 derivado dos anteriores) diferenciados por registro, intensidade,

direcao do movimento meledico, caracteristicas ritmicas e pOlos. Identificacao corn o tango atraves

da ritmica — figuras pontuadas, sincopes e celulas anacrfisticas — articulacOes, acentos, andamento

e textura. Seed° central marcada pela intensificacao do cromatismo em intervene -6es contrastantes

de seqiiencias de semicolcheias em movimento paralelo, construidas a partir dos mais expressivos

intervalos dos temas. Utilizacdo freqfiente de inversdo e retrOgrado de celulas tematicas.

Ritmo incisivo e vigoroso. Variedade de timbres alusivos a instrumentacdo do tango. Cortes

precisos e expressivos. Deslocamento rApido de acordes, seqfiencias em movimento paralelo combinadas

a acordes articulados nos tempos. Como regra geral para todas as obras, sem pedal ou corn pedal muito

parcimonioso, quando ndo indicado, ou rigorosamente obedecido quando indicado, segundo

recomendacao do compositor.

Nivel avaneado (I).

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1985Il neige... de nouveau!*

Santos

3:00SDP/USP

= 72 tranquilo

Referencia direta a II neige! de Henrique Oswald atraves do material basic° empregado: segmento

melOdico ascendente, urn continuum em ostinato ametrico; e movimento pendular de 2 2, como trinado

lento e preciso, agrupado em conjuntos de mamero sempre variado de elementos; ambos construidos

a partir do P compasso da peca de Oswald, tambem no polo desta, mi 6. Tendencia ao minimalismo.

GradacOes de dinamica de natureza estrutural. Bula explicativa.

Exploracao de possibilidades acristicas e timbricas do instrumento, atraves de diferentes formas de emprego

do pedal, combinadas as variacOes de intensidade. Sonoridades continuas e diafanas. Alternancia de maos.

Nivel avancado (I).

*Peea integrante do caderno Homenagem a Henrique Onoald organizado por Jose Eduardo Martins.

1985Tres contos de Cortizar Santos 12:00Alain Van

Kerckhoven Edit.

I — Dialogic, de ruptura= 176 apassionato]

II —Ventos alisios = 168 con anima (un poco angoscioso)]

III —Apocalipse de Solentiname [ Diversos andamentos]

Pecas romanticas, de tendencia minimalista (a excecao do Apocalipse de Solentiname) e torte ternario,

inspiradas em contos homOnimos de Julio Cortazar.

VariacOes sutis sobre duas estruturas (acordes de 3 22 ern posicdo larga, em geral corn 2 2 acrescentadas,

arpejados ascendentemente, sempre a partir de uma 5 A justa, no baixo) combinadas de diferentes

maneiras — como em urn dialog° — segundo instrucoes do compositor. Mudancas freqiientes

de andamento. Musa.° ao titulo e ao subtitulo do conto: "Para ler a duas vozes, impossivelmente,

claro?" — Dialog° de ruptura.

Diferentes combinaciies, indicadas pelo compositor, de tres estruturas: A — linha melOdica diatemica,

em acordes de 3 22 , sobreposta a ostinato ritmico; B— bem mais curta e contrastante corn a anterior:

linha melOclica menos fluente, corn saltos, e ausencia do ostinato; C — variacdo de B. Estruturas

seguidas de expansao da taltima apresentada, ou de variacao ampliada de uma delas. Peca tonal, como a

anterior, acordes decorn ou sem 2 22 acrescentadas. Mudancas progressivas ou bruscas

de andamento. Clima harmOnico do blues. Alusao ao Blue in thirds mencionado no conto de COrtazar

— Ventos alisios.

Materiais geradores formados a partir de elementos de expressividade romantica das peps anteriores —

segmentos melOclicos ouduplas e harmonias (triades e tetrades sem funcao tonal). Textura unilinear

atonal. Transposicao, inversão e retrogradacao como processor de elaboracdo. Tempo ametrico,

isorritmia ( • = = 200), intensidade p, na P e 3 2 secoes. Conservacdo, na secalo central, do material

melOclico; textura bilinear, ou mais densa, emfff Extrema irregularidade na organizacao das

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configuracOes ritmicas (... o mais rapid° possivel). Feicao acentuadamente turbulenta (evocacao do

Apocalipse) e contrastante corn as secoes externas. Atmosferas da peca correspondentes as do conto —

Apocalipse de Solentiname (Nicaragua).

Contraste entre atmosfera romantica das peps 1 e 2 e contemporanea e turbulenta da 3. Legato

ou molto legato sempre, segundo indicacao do compositor. VariacOes de agOgica constantes. Arpejos,

acordes, 3a/ duplas. Delimitacao dos agrupamentos fraseolOgicos, busca de ressonancias; ritmica

complexa, saltos, em Apocalipse de Solentiname. Como regra geral para todas as obras, sem pedal

ou corn pedal muito parcimonioso, quando nab indicado, ou rigorosamente obedecido quando indicado,

segundo recomendacao do compositor.

Niveis intermediario (III) — Dialog° de ruptura e Ventos alisios; e avancado (III) — Apocalipse

de Solentiname.

1987Viva Villa!

Santos

6:00SDP/USP

Alusao indireta a Villa-Lobos atraves de: ritmica, clima harmOnico, humor e reiteracao de estruturas.

Peca de carater minimalista. Referencia ao Dicilogo de ruptura (1 2 dos Trés contos de Cora zar),

pela reutilizacao, no final, de suas estruturas ritmicas e harmonicas.

IndicacOes de andamento e dinamica basica na "bula" da peca; crescendo e decrescendo a criterio

do executante. Segundo o compositor, "interpretacao con anima, sonora, ritmica, rigorosamente

a tempo" (excetuando-se os dois nitimos compassos). Acordes.

Nivel intermediario (III).

1988Vers les joyeux tropiques, avec

Santos

2:10SDP/USP

une musique vivante, theatrale

= 60

Alusao bem humorada, atraves do titulo, a Tristes trOpicos de Levi-Strauss. Peca de carater minimalista.

Harmonias `debussystas'. Utilizacao de ritmos do tango, rock-ie-ie-ie e bossa-nova. Aproveitamento

de uma das estruturas de Viva Villa.

2EMO IndicacOes da execucao da peca em sua "bula". Precisao ritmica. Acordes. Como regra geral para

todas as obras, sem pedal ou pedal muito parcimonioso, quando nao indicado, ou rigorosamente

obedecido quando indicado, segundo recomendacao do compositor.

Nivel intermediario (III).

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MESQUITA, Marcos Jose

Rio de Janeiro— RJ (1959-)

ANOTITULO

LOCAL

DUFtAgA0EDITORA

PIANO

1976Choronovo

Rio de Janeiro

3:00Ms

Lento J 60

Obra nacionalista, predominantemente tonal, de natureza romantica, em forma A/B/C/A'. Textura

especifica em cada secao, enfatizando determinada caracteristica do choro: ritmica, harmonica

ou melOdica. Segundo o compositor, influencia de Astor Piazzolla.

Diferenciacdo de pianos sonoros. Extensab. Polirritmia. Plasticidade ritmica. Metrica heterogenea.

Nivel intermediario (II).

1977Estudo cromitico

Rio de Janeiro

3:15Ms

Lento J .= 58

Exploracdo de cromatismo; natureza do material melOdico possibilitando harmonias desvinculadas

de centros tonais, apesar de inicio e conclusdo da peca em regido de lei menor. Concis5o tematica:

primeiros compassos como material gerador. Seccionamento dependente das sensiveis mudancas

de textura. Cariter romantico e raps6dico; final a maneira de seresta.

EMEn Acordes repetidos, notas presas. VariacOes de fOrmula de compasso e de agOgica; polirritmia.

Texturas diferenciadas. Destaque de linhas melOdicas do contexto harmOnico.

Nivel intermediario (III).

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Quatro pecas ficeis Rio de Janeiro 3:30Ms

1977I - A falarica= 104]

1977II - Fim de tarde [. 1 = 58]

1977III - Passatempo= 132]

1978IV - A/B/A = 84]

Conjunto de peas corn propostas didaticas. Introducao do pianista iniciante em aspectos tipicos

da mnsica moderna; influencias de Debussy (III), Stravinski (1) e BartOk (II e IV).

Emprego de 215 maiores e menores. Ostinato ritmico. Modalismo — A fribrica.

Melodia acompanhada projetada ascendentemente. Modo lidio — Fim de tarde.

Desenho meleiclico arpejado em compasso composto. Notas articuladas nos tempos (1 dos grupos)

conduzindo linha melOdica tambem cromatica — Passatempo.

Forma ternaria, como indicada no titulo. Linha melOclica sincopada, dobrada a oitava, pontuando em

acordes completados sobre contratempos, na P e 3 1 secoes. Textura a quatro vozes, corn notas

prolongadas no baixo e dialog() entre as trés demais, na secao central — A/B/A.

GradacOes de dinamica e de duracao do staccato. Acordes repetidos (A fcibrica). Pedal, falsa

polifonia, legato cantabile (Fim de tarde). Velocidade, alternancia e igualdade entre as maos,

diferenciacao de pianos sonoros entre a melodia em tenuto e seu complemento harmOnico (Passatempo).

Precisao ritmica, equilibrio sonoro entre as vozes (A/B/A).

Niveis elementar (III) — A fribrica, Fim de tarde; e intermediario (I) — Passatempo e A/B/A.

1978Duas invencOes

Rio de Janeiro

1:40Ms

Invencio n 1= 80]

Inyencao n 2 2 [.1 = 88]

Pecos atonais em textura bilinear.

Sujeito de natureza melOclica basicamente construido a partir de conjuncOes e tercas, exposto no baixo.

Imitacao no soprano, corn emprego de intervalos compostos e invertidos e de perfil ritmico

contrastante, muito ativo e em duracOes curtas. Constante variacao da formula de compasso

e do nnmero de divisOes da unidade de tempo. Coda sobre nota pedal, as vozes ritmicamente

homogeneas — np 1.

Sujeito de carater incisivo e percussivo. Apesar da variacao metrica, maior regularidade quanto

as divisOes da unidade de tempo. Coda corn caracteristicas ritmicas da P Invencao — n2 2.

Utilizacdo de registros extremos do piano; saltos. Legato expressivo (ng. 1). ArticulacOes

fraseolOgicas diferenciadas, toque vigoroso e percussivo (n2 2).

Nivel intermediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MESQUITA, MARCOS JOSE

1979Circulo vicioso

Rio de Janeiro

1:55Ms

(3 pequenas peetts para piano)

= ± 88]

= ± 69]

III—U = ± 76]

Recorrencia, nas tres pecas, de elementos melOdicos e harmOnicos comuns – dai o titulo – corn

tratamentos diferenciados. Esquema rapido-lento-rapido. A P, basicamente uma exploracao

de notas repetidas em compassos alternados. A III, uma melodia de pequeno ambit°

acompanhada de harmonias expandidas por todo o teclado. A IIIg, corn ritmos de samba

entremeados por tremolos e glissandi. Reminiscencias nacionalistas: celulas ritmicas (Pi e

atmosfera seresteira (III).

Variacao constante de formulas de compasso e de indicaceies de dinamica. Utilizacao de registros

extremos do instrumento. Diferenciacao de pianos sonoros – cruzamento de maos (n u Lo. Tremolos,

glissandi (nil III).

Nivel intermediario (II).

1979Dois poemas concretos Rio de Janeiro Ms

Poema n 2 1 [ Bern rapid° e seco sempre J = 126]

Poema n 22

Obra serial construida em sete mOdulos, inspirada em poema de Decio Pignatari:

beba coca cola

babecola

beba coca

babe cola caco

caco

cola

cloaca

Correspondencia entre conjuntos de fonemas, reunidos em 12 grupos, e determinados tons

da escala cromatica. Paralelismo entre a distribuicao, no papel, do poema e dos mOdulos,

condicionando a duracao dos mesmos. Seis primeiros mOdulos unilineares, distribuidos por toda

a extensao do teclado e em ostinato ritmico, admitidos pequenos atrasos em funcdo da ocorrencia

dos saltos. Quebra do padrão estabelecido no 71/: emprego de simultaneidades, manutencao do registro

medic), diversidade ritmica. A excecao do 72 – obrigatoriamente conclusivo – indeterminacao quanto

a ordem de execucao dos mOdulos. Indeterminacao tambem quanto ao namero de repeticiies

dos mesmos – apenas ate trés. Execucao ininterrupta salvo do Ultimo, antecedido de uma espera entre

4 e 7" – P Poema.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/MESQUITA, MARCOS JOSE

Obra inspirada em poema de Haroldo de Campos:

cristal

cristal

fome

cristal

cristal

fome de forma

cristal

cristal

forma de fome

cristal

cristal

forma

Como no 1 2, distribuicao dos mOdulos no papel segundo o texto. MOdulos contrastantes quanto

as caracteristicas ritmicas, a utilizacao dos registros, a dinamica e a textura. Indeterminacdo quanto

a ordem de apresentacdo dos mOdulos e ao nUmero de suas repeticOes, cabendo aos centrals apenas

uma Unica apresentacao. Duracao prevista por indicacdo cronometrica e somente urn, por indicacdo

metronOmica — 2 2 Poema.

CEM Movimentos alternados, igualdade de toque entre as mdos, saltos. Sincopes, polirritmia.

Dinamicas contrastantes — n 2 1. Variedade de toques e timbres. Utilizacao de toda a extensao do teclado.

Dinamicas contrastantes. Associacao do gesto fisico a cronometragem — n2 2. Notacao mista. Duracao

de ambos dependente do mamero de repeticOes.

Niveis intermediario (III) — Poema n2 1; avancado (I) — Poema n2 2.

1979Três rodas para piano

Rio de Janeiro

2:15Ms

I —Teresinha = 100]

II —Dorme =63]

III —Bah° = 104]

Peps nacionalistas de natureza didatica, inspiradas em rodas infantis, corn alterapies da estrutura

ritmica, melOclica e harmonica. Tonalismo livre.

Linha melOdica dobrada a distancia de tres oitavas, na secao inicial; defasagem ritmica, corn criacao

de bilinearidade, na 3 2. Contrastes na secao central: mudanca brusca de andamento, linha melOclica

confiada a mao esquerda, complementagdo harmOnica na direita. Adicao e subtracao de valores,

resultando em sucessdo de compassos alternados — Teresinha.

Tres apresentacOes do terra: nas notas ornamentais; simultaneamente corn sua inversao e diminuicao

de valores; e como variacdo da 2 2 — Dorme.

I 74

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MESQUITA, MARCOS JOSE

Duas formas de apresentacao do tema: no baixo, corn sua inversao no soprano; invertido,

corn tratamento prOprio da mirsica popular. Fragmentos dele, simultaneamente corn suas inversOes,

na coda — Balao.

EMO VariacOes de formula de compasso e de andamentos. Legato cantabile. Simultaneidade de diferentes

articulacOes fraseolOgicas. Polirritmia, acordes.

Nivel intermediario (I).

19872 "bis"

Stuttgart

2:25Ms

l a [J = 50]

2. = 801

Exploracao de ressonancias produzidas por adicao (e nao por emissao simultanea) de elementos,

atraves de recursos como: harmOnicos, notas prolongadas, pedal (ou sua ausEncia), ataque simultaneo

de notas em regiOes diferenciadas corn intensidades contrastantes e ataque de uma tecla em forte,

seguida de sua retomada silenciosa —

Fragmentos melOdicos ascendentes separados por pausas expressivas, clusters —

Constante variacao da metrica. Ritmica complexa na peca nu I. Controle das duracOes:

observancia dos prolongamentos e das suspensOes. Dinamica variadissima e exigente. HarmOnicos.

Nivel intermediario (III).

1987Dos acentos

Stuttgart

11:45Ms

I - [J = 48]

II- = 60]

III-[J= 72]

Conceito usual do termo acento — diferenciacao dinamica e/ou expressiva de um determinado som em

uma melodia, ou de urn acorde em uma seqiiEncia — estendido a outros parametros, tambem corn

o sentido de distincao, diferenciacao e contraste.

Obra constituida de tres partes executadas sem interrupcao. PeIII I -- prelirdio e postbadio — como

acentos em relacao a II I. Elementos como: figuracifies em zigue-zague, tremolos, trinados,

blocos harmOnicos corn intervalos amplos, em ambito de 9. a major e menor, trabalhados

diferentemente na P e III I partes, por urn lado, e na II I, por outro. Nesta ultimo, jogo de clusters em f,

como ostinato, na regiao central, em contraposicao a notas acentuadas e prolongadas, figuracoes rapidas

e ressonancias valorizadas pela presenca de pausas. A seguir, gradativas transformacOes na estrutura do

ostinato nos campos da harmonia (substituicao de alguns clusters por acordes formados por 3 e 4 11 em

pp), dos registros (aparecimento de acordes fora do ambit° central, ate a ruptura do discurso —

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MESQUITA, MARCOS JOSE

compasso 55 — corn exploracdo estilhacada e fragmentada dos elementos ate entao apresentados) e da

densidade (rarefac5o gradativa ate o final da peca).

HEM Emprego dos tres pedals. Complexidade ritmica; duplicidade de organizacäo interna do compasso.

AgOgica e metrica variadas. Controle rigoroso de intensidades, basicamente quase uma indicacao

para cada nota. Cadencia para a mao esquerda, no final da II 4 parte, uma homenagem ao pianista

Homero Magalhdes.

Nivel avancado (II).

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MIRANDA, Ronaldo

Rio de Janeiro — Fq (1948-)

AN 0TITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1973Suite f12 3

Rio de Janeiro

7:00Vitale

I --[Allegro J = 144-152 Moderato = 66-72]

II —[Allegretto J = 92]

III —ELento J = 40 Mais animado-staccato J = 72-76]

IV —[Allegro gracioso J = 104-108]

Suite de pecas de cunho nacionalista, contrastantes quanto a andamento e carater, em idioma predominantemente

modal. Presenca de pOlos claros, acordes perfeitos superpostos e dobramentos por 4 ." e 5".

Forma ternaria A/B/A'; correspondencia corn o prehadio da suite barroca. Linha melOdica dos dois

primeiros compassos como material pregnante. Secao B contrastante quanto a andamento, escrita

ritmica e modo; presenca de urn 2 Q tema no baixo, implicita nele a cabeca do 1 2 e, no seu

acompanhamento, o prOprio 1 tema – I.

Forma binaria AB/A'B'; correspondencia com a allemande. A de feicdo melOclica, B, ritmica. Linha

melOdica da peca anterior latente no tema, em A; aproveitamento, em B, da celula conclusiva daquela

linha. Ainda em B, seqiiencias descendentes em tons inteiros, direcao comum ao deslocamento

harmOnico (diat6nico), tambem em A, da peca anterior – II.Tema no espirito de sarabanda e duas variacOes; aproveitamento das estruturas harm6nicas do mesmo.

Volta do tema como conclusdo – III.Rondo, A/B/A/C/A, como urn baixo. Linha melOdica inicial do refrdo (variada na conclusab) latente

nas estrofes, ambas corn a mesma estrutura, a 2 1 derivada da 1 1 . Presenca de elementos comuns

as demais pecas, como: fOrmula ritmica (j).,1).,1)] do acompanhamento, no refra-o (tambem em B de I

e II) e segmentos descendentes diatOnicos, cromiticos e por tons inteiros (em A, B e tema e 21 variacao,

respectivamente de I, II e III).

alID1 Execucao integral da suite. Gingado ritmico. Acordes, oitavas, notas dobradas e saltos em

andamento vivo.

Predominio das articulacOes staccato e semi-staccato.

Nivel avancado (I).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ MIRANDA, RONALD()

1980Pr6logo, discurso e reflexao

Rio de Janeiro

6:00Ms

PrOlogo [Ad libitum (.1= 48 e 56, aproximadamenteDiscurso [con moto = 144]

Reflexdo [Recolhido .1= 44]

Estrutura atonal livre em tres grandes secOes interligadas. Primeira, uma experimentacdo do teclado,

como urn recitativo, a partir de desenhos cromaticos intercalados por saltos de 7 4 e 92 e por blocos corn

,e tritonos. Segunda, uma tocatina corn tres motivos diferenciados por caracteristicas texturais e

ritmicas e corn contexto harmOnico-melOdico comum: oem pianos distintos, corn relacOes

polirritmicas entre si; o 2 L, homorOnico, a linha melOdica no baixo dobrada a oitava e subdivisOes

do tempo grupadas ern dois compassos binarios compostos seguidos de ternario simples (hemiola);

o Y, corn funcao de ligacao, em compasso alternado, a duas vozes, a inferior em relacdo especular corn

a superior. InterpolacOes alusivas ao "Pr6logo"no final da secao. Na terceira, relacOes intervalares

caracteristicas do recitativo inicial, enfatizados os saltos; fugato corn sujeito e contra-sujeito.

Divertimento debussysta antes da volta do sujeito cm stretto.

WM Tempo ad libitum, motOreo e calmo introspectivo. Delineamento claro da atmosfera de cada

secao. Passagens cromaticas velozes. Polirritmia: realce dos contratempos e das notas do baixo.

Notas dobradas, acordes repetidos, oitavas. Deslocamentos laterais rapidos. M50 esquerda trabalhosa.

Nivel avancado (I).

1982Toccata

Rio de Janeiro

4:00Ms

Energico e incisivo ± 144

Forma rondo A/B/A'/C/A" em idioma atonal livre. Ritmo incisivo e motOreo, carater virtuosistico. A'

e A" antecedidas por transicOes (Tempo I c Pin mosso). Estrofes liricas derivadas do refrao.

Esgarcamento dos intervalos, na 2 a, por diferentes registros. RepertOrio harmOnico gerador semelhante

ao do PrOlogo, discurso e reflexao: blocos de tritono e 4 a justa sobrepostos e acordes de 7A e 91.

Peca impetuosa. Acordes, oitavas e notas dobradas em velocidade. Deslocamentos laterais

rapidos, cruzamento de mdos. Extensab seguida de fechamento imediato da mao. Passagens escalares,

esquerda trabalhosa.

Nivel avancado (III).

178

Page 175: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/MIRANDA, RONALDO

1984Estrela brilhante

Rio de Janeiro

6:00Ms

Diversos andamentos

Parafrase sobre tema popular brasileiro, o ponto de macumba "Estrela brilhante". VariacOes livres e

continuas em idioma tonal/modal. Forma: Introduc5o/A/A'/AVA'"/A""/A — e coda. Demarcacäo

das secOes segundo mudancas de andamento, carater, textura, aspectos ritmico-harmOnicos ou

melOdico-harmOnicos do material temdtico. Tema sincopado (A), em ginga malemolente, comentado

por contraponto imitativo. Aspereza harmonica, textura densa, forca ritmica e virtuosismo, A' –

Energico. Atmosfera impressionista de uma modinha, A" – Lirico e um pouco rubato, corn inversäo dos

intervalos da celula inicial do tema. Malemoléncia bossanovista, semicolcheias do continuum ritmico do

acompanhamento grupadas em 3+3+2, A'" – Fluente. Tema textualmente apresentado, com mudanca

de formula de compasso, A"" – corn delicadeza. Crescimento da intensidade e densidade ate a chegada

de "como uma cadencia" – A — . Coda, Eloquente.

EEM Acordes, saltos, notas dobradas. Passagens escalares, basicamente cromaticas, combinadas

a acordes. Arpejos.

Nivel avancado (II).

179

Page 176: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 177: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

MOROZOWICZ, HenriqueRio de Janeiro — Fg (1959-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

19552 pecas para uma nota s6

Curitiba

3:00 Ms

Peca I —em Ici

Peg II — em si 6

Duas propostas poeticas a partir de uma nota so, percorrendo diferentes estados de espirito indicados

corn termos sugestivos e acompanhados de mudanca de fOrmula de compasso; nota repetida ou

articulada em diferentes registros, variacties ritmicas sobre uma configuracdo bisica: duas semicolcheias

e uma colcheia, configuracNo muito usada pelo compositor em diversas peps.

Execucao integral do conjunto. Saltos, variedade de ataques, timbres e articulacties; harmOnicos.

Piano expandido: percussao na tampa do piano e ataque em pizz. diretamente sobre as cordas

do instrument°, na 2apeca.

Nivel intermediario (I).

19552 invencOes, 2 vozes

Curitiba

3:00 Ms

Invencio I [Moderado]

Invencio II [intimo (pouco rubato e quasi romantico)]

Pequenas peps bilineares. Motivos sujeitos a procedimentos seriais. FOrmulas de compasso, ±C e ±3,

corroborando, tambem no campo ritmico, a ausencia de regularidade das estruturas.

MI "Para a desinibicao dos pianistas paranaenses" e "pouco rubato e quasi romantico", segundo

indicacOes do compositor na Ig e Ila Invent -6es, respectivamente.

Nivel intermediario (II).

181

Page 178: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS- OKRAS PARA PIANO/ MOROZOWICZ, HENRIQUE

1958Suite facIlima

Curitiba

6:00Ms

I —Ciranda [Allegretto]

II —Danca [Movido]

III —Passeio [Andantino]

IV —Devaneio [ Jocoso: rubato]

V —Reminiscencia [Allegretto non tropo, urn pouco melancOlico]

Suite de inspiracdo popular, basicamente em textura bilinear. Estruturas tonais mascaradas por sugestOes

bitonais, poliacordes ou cadencias suspensivas.

Linha inelOclica anacrnstica sobreposta a intervalos de 61 completando a harmonia trindica, na P secao;

sotoposta a triades sem funcao tonal, em ritmo tetico, transposta a intervalo de tritono e variada,

na secao central — Ciranda.

Linha melOclica diatOnica repetida corn transposicdo variada, sotoposta ou sobreposta a acordes corn

funcao percussiva — Danca.

Movimento basicamente ininterrupto na voz inferior, a maneira de baixo d'Alberti; linha melOdica

sobreposta ou sotoposta a harmonias corn ou sem definicao funcional — Passeio.

Como uma invencäo a duas vozes, cada uma trabalhando um motivo, ambos de natureza acordal

e ritmicamente complementares — Devaneio.

Citacao literal da peca I — Ciranda — corn funcao conclusiva e de reafirmacdo do ambiente tonal

do conjunto de peps — Reminiscincia.

MEM Execucdo integral do conjunto. Independencia de mans: simultaneidade de diferentes articulacOes

fraseolOgicas. Cantabile expressivo. Cruzamento desconfortavel de mdos. Movimentos de natureza

especifica — cadenciado, marcado, fluente — em cada uma das pecas.

Nivel intermediario (I).

1958Suite acessivel

Curitiba

7:00Vitale

I Tocatinha [Movido]

I I —Sesta e Seresta [Fluente, expressivo e um pouco rubato]

III — Movimento continuado [Vivo e ritmico]

Suite de cunho nacionalista apresentando ao estudante materials sonoros da linguagem musical moderna.

Ostinato ritmico, jogo de teclas brancas c pretas, com efeito de bipolaridade, na P e 3 e secOes. Modinha

corn sentido tonal claro, na secao intermediaria — Tocatinha.

Linha melOclica seresteira descendente, a moda da baixaria do violäo de sete cordas; acompanhamento

de acordes ritmados sobre a tOnica ou sobre a dominante secunclaria. Acentuado cromatismo melOdico

— Sesta e Seresta.

Retomada da textura de acordes fechados e da bipolaridade da P peca (jogo de teclas brancas e pretas),

provocada pela simultaneidade de cromatismo. Defasagem entre os pontos cadenciais da linha

conduzida pelos acordes, no piano superior, e os do baixo, gerando efeito de movimento ininterrupto.

I 82

Page 179: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MOROZOWICZ, HENRIQUE

Enfase na configuracao ritmica de duas semicolcheias e colcheia – Movimento continuado.

riM Execucao integral do conjunto. Alternancia e cruzamento de mdos, jogo de teclas broncos e pretas.

Acordes, oitavas, extensdo, deslocamento lateral rapid°. Variacao da formula de compasso.

Nivel intermedidrio (II).

1958Tres estudos breves

Curitiba

8:00Ricordi

I —[Moderato]

II — [Lento]

III — [Vivo e marcado]

Segundo palavras do compositor, estudos corn duplo objetivo: "familiarizaedo corn uma linguagem

musical mais avancada e desenvolvimento das possibilidades teenicas dos executantes". Embora em

andamentos bem diferenciados, acentuada unidade entre eles: ausencia de linhas melOdicas definidas,

emprego de continuum em quartos de tempo – acordes quebrados de 3 22 ou 422, em I; mais complexos

(322 superpostas), em II; e movimentos escalares polimodais, em III ; reiteracao e sutis variacoes de

celulas e motivos, sugestOes de bitonalidade e 311 simultaneas como acompanhamento ritmico-harmOnico.

NEB Execucao integral do conjunto. Acordes quebrados corn diferentes articulacoes, intervalos amplos

– extensao –, tremolo lento; andamento vivo em III; esquerda trabalhosa em /e III.

Nivel intermediario (II).

1958Tres prelndios melanthlicos

Curitiba

5:00EMBAP/PR

PrelUdio I [Rubato e molto expressivo]

Preltidio II [Lento e triste]

PrelUdio III [Moderado]

Pequenas pecas em textura polifOnica (duas e tres vozes) – /e III– e homofiinica – II. Polaridade

extremamente difusa. Utilizacao de registros contrastantes.

Motivos ritmicos corn efeito tematico; tendencia descendente de segmentos melOdicos de expressividade

valorizada por intervalos amplos – I.

Segmentos melOclicos freqiientemente anacrUsticos corn destaque do intervalo de 42. Superposicao ou

sucessao de 322 e 422 formadoras do tecido harmOnico – II.

Pregnancia da celula inicial – graus conjuntos e nota repetida; movimentos escalares, imitacOes – III.

ErMi Execuedo integral do conjunto. Valorizacao da expressividade dos intervalos amplos e das articulacOes

fraseolOgicas. Legato cantabile. Rubato (I), dolencia na transicOo de quatro para tres e de tees para duas divisOes

da unidade de tempo, notas dobradas (II); conducao de vozes, extensão, fluencia do tempo, polinitmia (III).

Nivel intermediario (II).

183

Page 180: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES RRASILEIROS - 013RAS PARA PIANO /MOROZOWICZ, HENRIQUE

1960Pequena suite

Curitiba

5:00Ricordi

[Movido corn grata]

[Bern marcado e vivo]

[Suave e expressivo]

[Balancando: quase caipira]

Pecas curtas de estrutura simples e clara organizacdo tonal, as duas primeiras em textura linear,

as seguintes, homofOnica. Inspiracdo popular: a maneira de chorinho em fugato (2&), cancdo (3g) e

toada ( 4g). Realce da configuracao ritmica formada por duas semicolcheias e colcheia, nas duas

primeiras pecas.

EMO Ambiguidade ritmica estabelecida entre as duas vozes, resultante da articulacao fraseolOgica

e do deslocamento de acentos, na ./ g e 2g peps. Linha melOclica conduzida pela esquerda, acordes

quebrados; 3ga e 611 duplas, respectivamente na 34 e 4a peps.

Nivel intermediirio (I).

1960Variacoes ing6nuas

Curitiba

12:00EMBAP/PR

Tema [Moderado]

I —[Vivo e ritmico]

II —Docoso]

III —[Doce e simples]

IV —[Misterioso]

V —[Lento]

VI —[Grave]

VII —[Energico (marcado quase furioso)]

VIII -fAgitado (muito nervoso e seco)]

IX —[Muito brilhante]

X -[Cal ma]

XI -fGingando — marcado mas fluente (ritmico)]

XII —[Majestoso]

Doze variacOes sobre melodia popular polonesa; tema simples, tonal, construido a partir de urn

pentacorde. ElaboracOes melOdico-ritmico-harmOnicas sobre o tema, parte dele ou apenas alguns

de seus elementos: mudancas de andamento, cariter, modo, centro tonal, tipo de acompanhamento,

densidade da textura, da pr6pria textura, abandono de formulacOes tonais atraves do emprego

de recursos tais como estruturas quartais, poliacordes, 2 15 acrescentadas, triades sem funcäo

tonal e outros.

Notas dobradas, acordes quebrados, acordes — extensao saltos, conducdo de vozes.

Nivel avancado (II).

184

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

1961CangOes — Prelfidios

Curitiba

15:00Ms

I — Embrace me [Lento quasi religioso]

II — I'm in the mood for love [Moderato]

III — Sweet and lovely [Suavemente movido]

IV —Again [Fluente]

V — Be my love [Movido, quase exultante]

Sobre temas de jazz, inspirados, quanto a forma, nos corais-prelfidios de Bach, segundo o autor, tao em

yoga na literatura para Orgäo, do mestre barroco a Boulez. Reestruturacao do contexto harmOnico

e livre aproveitamento dos componentes melOdicos. Acordes de 3 15, densos, corn 7" ou 632 e notas

superiores – 91A e 13g.

RIM Cantabile expressivo, lirico, corn liberdade; acordes, extensao.

Nivel avancado (I).

19664 pequenos estudos

Curitiba

5:00EMBAP/PR

Na 1 [Moderato e esguio]

Na 2 [Balancando]

1n151 3 [Bern ritmado]

Na 4 [Afetado e pipocante]

Como em outras composicifies, apresentagdo de materiais sonoros da linguagem musical moderna e

de trabalho pianistico sobre formulas especificas (ostinati).

Ostinati ritmico a partir de pentacorde lidio e reiteracao de blocos formados por 4 11 ou 5 45 e 211

acrescentadas – N11.

Linha melOdica incipiente, basicamente construida a partir da repeticdo do intervalo de 7 1 , sotoposta ou

sobreposta a ostinato– N 2 2.

Ostinati – modelo ritmico ja apresentado no 19 Estudo – construido com blocos de 4" e triades, nas 1 1 e

sec-ies, constrastante corn os acordes de 7 1 dispostos horizontalmente e em regido mais aguda, na

seCao central. UtilizaCdo da celula ritmica formada por duas semicolcheias e colcheia – N 2 3.

Como no 22 Estudo,linha melexlica incipiente, formada pela repeticao da cdula inicial,

sobreposta ou sotoposta a ostinato construido corn acordes de 71 da dominante e triades dispostos

horizontalmente – N2 4.

Enfase em fOrmulas ritmicas e acordes – Nat 1 e 3. Ostinati de natureza linear ou acordal,

em legato ou staccato, respectivamente nos Ng 2 e 4.

Nivel intermediario (I).

185

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

1972Pour Martina

Curitiba

4:00Gerig

I — 0 pica-pau amarelo [Picante]

II —As margaridas em flor, ao vento [Suave]

III — Borboletas psicodelicas [Agitato]

Pequena suite de carater descritivo.

Ideia musical geradora apresentada nos dois primeiros compassos — linha melOdica corn enfase na

configuracao ritmica formada por duas semicolcheias e colcheia, sobreposta a ostinato em tremolo,

ambos em movimento descendente em semitons — seguida de sutis elaboracoes melOclicas (carater

polimodal delas resultante) e ritmicas, acompanhadas de mudanca de posicao de seus componentes

(ostinato sobreposto a linha meledica) — 0 pica-pau amarelo.

Justaposicao de estruturas com colorido pentateinico ou poliacordais realizadas em arpejos continuos e

blocos arpejados, como que improvisadas — As margaridas em flor, ao vento.

Acordes dispostos em movimento linear ascendente ou descendente, enriquecidos por notas ornamentais

enfatizando expressivamente o grau conjunto — Borboletas psicodelicas.

Execucao integral do conjunto. Tremolos, acordes quebrados combinados a passagens escalares, alternancia

de mdos. Indeterminacao quanto ao Flamer° de repeticOes ou a extensao de alguns segmentos da peca.

Nivel intermediario (II).

• Pcca inregrantc do New Brasilianische Klavicrmusik heft 1.

1972Sonatina I

Curitiba

4:00Vitale

1 —Amavelmente

2 — Sarapateando

Dois movimentos de carater contrastante, corn elementos estruturais comuns: harmonia triadica corn 24=

acrescentadas, tetrades incompletas, polaridades transitOrias e recorrentes.

Linha melOclica de colorido pentatOnico oil modal, corn enfase nos intervalos de 3 4 menor/maior ede ziA justa, sobre ostinato ritmico de + + (configuracao freqUente na mnsica brasileira de natureza

nacionalista), corn ele mantendo estreita relacao intervalar — Amavelmente.

Sarapatear — jeito de dancar no Paraguai, referido por Cesar Martinez, segundo Mario de Andrade.*

Em compasso ternario, lembrando a cadencia de uma valsa — Sarapateando.

121M Basicamente utilizacao das tres oitavas centrals do instrumento. Agrupamento das subdivislies da

linha meleidica, no 1 2 movimento, freqiientemente conflitante corn aquele do ostinato. Flexibilidaderitmica, acordes quebrados.

Nivel elementar (III).

Dicionario musical bra sikiro, p.405.

186_ _1

Page 183: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /MOROZOWICZ, HENRIQUE

197314 caderno de Karina Curitiba 15:00Ms

(12 canoes folclbricas em arranjos simples)

1 —Atirei urn pau no gato...

2 —Cai, cai, balk) [Bern alegre]

3 — Roda cotia.. [Balancando de !eve]

4—Tin-la-la-la .. [Bern alegre]

5 — Ciranda, cirandinha... [Ligeirinho]

6—Teresinha de Jesus [Muito suave]

7- Frêre Jacques [Bern marcado]

8 - Fuks du hast... [Puladinho]

(Raposa malandra, voce roubou oganso...)

9 — A, a, kotki dwa [Bern devagar]

(Era uma vez doisgatinhos)

10 — Mietze, Mietze, Kate... [Corn movimentos de boneco]

(Gatogato... ei seugato)

11 — Was kotek na plotek [Bern brincalhao]

(Tinha umgatinho na cerca)

12 — Hop, hop, hop galop... [Bern vivo]

(Hop, hop, as cavalos agalope...)

Arranjos simples de pequenas peps folclOricas brasileiras e de outros paises. Texturas homofernicas

e propostas bilineares. Apresentacao de elementos ritmicos, harmOnicos e contrapontisticos

relativamente inesperados no contexto; mudancas de formula de compasso, deslocamentos no tempo

corn freqiiente mudanca da acentuacäo natural; estruturas quartais corn 2 15 acrescentadas e

20 harmonicas no acompanhamento; ostinati, imitacoes, transposicaes; introducao, via contraponto,

de modo nab pertinente a linha melOclica, bitonalidade.

Mudancas constantes de articulacdo. Independencia de maos para realizacao de articulacoes

e toques diferentes em cada uma delas. Linha melOclica principal apresentada na voz inferior,

cruzamento de maos; repeticão de blocos; dedilhado. Indeterminacab quanto a escolha de alteracbes (no

10 e 6) e ao nUmero de repeticOes (n 2 12).

Nivel elementar (III).

187

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36 COMI'OSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

1976Comentarios sobre uma obraCuritiba 12:00Ms

de Mozart

Tema [Andante grazioso]

Var. I

Var. II

Var. III

Var. IV

Var. V [Adagio]

Var. VI [Lento]

Colagem sobre o 1 2 movimento – Tema corn variacOes – da Sonata K.331, em la maior de Mozart.

Tema c inicio das variacOes seguidos de comentarios corn introducdo de alteracoes diversas: expansdo

dos modelos (em todas elas), transposicdo (II e V), mudanca de modo ( VI), alterac6es melOdicas (III e

V), alem da construcao de modelos prOprios ( IIIe V). Material harmOnico corn tratamento desde o

tonal ate corn intervencdo de clusters. Alusdo a compositores como Schubert, Piazzola, Gershwin,

Legrand, Albeniz, Beethoven, Villa-Lobos, Poulenc e, pelas caracteristicas pianisticas, a Jacques Klein,

Paulo Affonso, Iturbi, Fernando Lopes, Claudio Strener e Ingrid Seraphim (cravista). Improvisaedo

(vars. IIIe V), emprego de fita previamente gravada em cravo e atuacao cenica (var. III), utilizacdo de

triangulo (final da var. V) e de bloco de madeira contra a lateral da estante do piano (final da var. VI).

Amplos acordes arpejados, acordes quebrados em stac., destaque da linha melOdica principal

do tecido harmOnico, notas dobradas, passagens escalares, baixos tipo d' Alberti– alguns

consideravelmente extensos tremolos tambem corn notas duplas, saltos. Freqfientes variacties

de ag6gica e de estado de espirito. Riqueza de articulacoes fraseolOgicas e de toques.

Nivel avancado (II).

1976Marchas ladicas

Curitiba

5:00Ms

I — [Alegre e efusivo]

II —

I II —

IV — [Urn pouco teatral e germanico]

Pequenas pelas marcadas por binarismo metric°, prOprio do genero, e carater martial. Textura homofOnica

relativamente pouco densa; uniformidade na estruturacdo ritmico-melOdico-harmOnica: linhas melOdicas corn

dobramento de 3 e triades fechadas (corn ou sem Ihncionalidade harm6nica), frequentemente tambem dobradas.

Forma cancdo corn trio. Subversdo do sentido tonal das linhas melOdicas da P secdo e do trio pelo

acompanhamento de 5 2 ocas, S a corn 2 1 acrescentadas e triades fora de contexto funcional – I.Forma ternaria. Dialog° da linha melOclica, eme 6a (tipica das chamadas marciais comumente

apresentadas por trompetes) corn a linha do baixo, a seguir, em oitavas (resposta dos trombones), na P

secao. Colorido modal e triades, agora corn funcao tonal, na secdo central -

I 88

Page 185: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

Forma ternaria. Primeira e segunda semifrases de A reaproveitadas respectivamente nas

21 e 11 subsecOes de B. Jogo de registros, tambem observado na semifrase inicial – sugestao de jogo

timbristico de naipes orquestrais – igualmente utilizado na 2 1 subsecao de B — III.

Forma ternaria A/A/A', a (iltima secao, uma condensacdo da l a. Recuperacdo de materiais e

procedimentos das pecas anteriores: linha melOclica dobrada em 3 11 e 61 (como em II) sobreposta a

linha descendente (freqUente em II e III) em acordes quebrados na 21 inversao, sem funcao tonal; jogo

de registros/timbres, configuracao ritmica e nota repetida (como em III) – IV.

IIITTI1Saltos, notas dobradas – predominantemente 3 15, 611 , 81S –; transicao da divisâo biniria de tempo

para ternaria e vice-versa; jogo de timbres.

Nivel intermediario (II).

1977Tres pecas conseqiientes Curitiba 8:00Ms

I — [Allegro con brio]

II — [Andantino affetuoso]

III — [Vivace con fuoco]

Segundo o compositor, "peps consequentes ao resultado do concurso de piano nas Belas-Artes";

representacao musical, como percebido pelo autor, do temperamento das tres primeiras colocadas no

referido certame.

Forma ternaria. Apresentacao, nos dois primeiros compassos, do material gerador: linha melOdica

descendente dobrada a 81, formada por intervalos de 41 e 51 interligados por outros menores. Em

seguida, utilizacao de seu cromatismo em linha melOdica ascendente, tambem dobrada a oitava, em

seqiiencia de triades descendentes (corn funcao de dobramento), sobreposta a segmentos em 411.

Aceleracao controlada na secao central, pelo emprego de duracOes menores – Allegro con brio.

Forma ternaria. Linha melOdica extremamente cromatica, projetando-se em grandes arcos, na 1 1 secao,

em pequenas ondulacties, na 21, e corn as relacOes intervalares modificadas, embora mantidos o ritmo e

a direcao iniciais, na 31, sobreposta a estruturas de triades e tetrades apresentadas sob forma de 411

harmonicas, algumas delas formadas por notas melOdicas. Figuracäo ornamental em fusas, de A,

trabalhadas na coda – Andantino affetuoso.

Forma ternaria. Macroforma criada entre as tres pecas atraves de andamento, carater e aproveitamento

de materiais geradores, sobretudo da 1 1 . Justaposicao de segmentos corn alternancia na exploracäo dos

dois materiais apresentados nos tres compassos iniciais: linha melOdica descendente dobrada a 81,

acentuadamente sincopada, e poliacordes em movimento de bordadura. Aceleracdo controlada na secao

central, pelo emprego de duraceies menores – Vivace con fuoco.

EEM Pecas de diferentes naturezas: predominantemente harmOnica, melOdica e ritmica,

respectivamente. Acordes de diferentes extensoes e densidades, acordes quebrados; cantabile expressivo,

sonoridade percussiva. Indeterminacab quanto a escolha de alteracOes (II) e quanto ao flamenco

de repeticOes de urn determinado segmento (III).

Nivel avancado (I).

I 89

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - °BRAS I'ARA PIANO /MOROZOWICZ, HENRIQUE

1978Ponteio-fantasia

Curitiba

8:00Ms

Algumas possibilidades de entendimento da forma: I — livre; 2 — A/B (mais calmo)/A'(intenso) — coda(lento, acelerar e cresc. pouco a pouco); 3 — A/B/A'/B' (B condensado e elaborado). SecOes extensas,

construidas por justaposicao e variacao de dois materiais basicos, apresentados nos dois compassos

iniciais: a— em textura unilinear, ou corn dobramento a uma ou mais oitavas, movimento escalar

cromatico descendente, corn intercalacao de tritono, em ambito de 4 a ; b — em textura harmonica,

movimento escalar cromatico ascendente, em ambito de 2 a maior, as partes (dobramentos) em

movimento paralelo, quase sempre sob ou sobre nota de maior duracao. Resultante dos dois anteriores;

c — for mado por nota repetida, ou movimento cromatico pendular estreito em graus conjuntos (2a

maior ou aumentada) ou ainda longos pedals (correspondente a nota de maior duracao de b) e

movimento cromatico descendente (de a). RepertOrio harmemico bastante rico, corn predominio de

estruturas de 7a e de 9a . Sem indicacao de andamento, porem corn variadas e numerosas sugestOes

quanto ao car-Ater (hesitando, mais dramatic°, molemente, herOico, amplamente, insinuante, feerico,

agitado, fogoso, risoluto etc.) e ao tipo de toque (martelado e sonoro, seco, expressivo, tranqiiilo e

cantabile, brincando corn a sonoridade etc.). Uso freqilente de configuracao ritmica formada por duas

semicolcheias e colcheia.

Movimento paralelo. Acordes mais ou menos densos e extensos, saltos; acordes quebrados,

extensdo, arpejos. Notas dobradas, oitavas.

Nivel avancado (II).

1986Variacifies "Frare Jacques"Curitiba 8:00 Alain Van

Kerckhoven Edit.

I —[Allegretto assai]

II —[Malinconico]

III -[Allegro deciso]

IV —[Misterioso]

V —{Scherzando]

VI —[Allegro martelatto]

VII —[Lento]

VIII —[Allegretto deciso bis]

IX —[Ritornello piacevolle]

X —Coda [Animato]

Dez variacOes livres sobre canone de origem francesa mundialmente conhecido. Por essa razao, parece

ao autor "perfeitamente dispensavel apresenta-lo, que todos sabem de cor, antes das variacOes".

Utilizacao global ou partial do tema nas elaboracOes ritmico-melOdicas de cada variacao. Reestruturacao

modal do tema, ou de urn de seus elementos, sobre triades sem contexto funcional, configuracOes

poliacordais ou harmonias quartais. Retorno, nas tres Ultimas, de materais e procedimentos da I a e

variacOes. Segundo o compositor, "o interprete tern ampla liberdade corn os tempos, dinamica,

articulaciies(...) e tambem e convidado a fazer certas opcOes": escolha de ornamentos, transposicOes

190

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

de 812 , deslocamentos do baixo, dos acordes finais, execucdo opcional de alteracOes e repeticOes, "a fim

de poder participar da dolorosa chavida de saber o que soa melhor".

BEE Contrastes quanto ao cal-Ater das variacoes. Esquerda trabalhosa. Acordes quebrados, acordes corn

alternancia de ma- os, oitavas, arpejos, seqiiencias construidas corn repeticao de formulas, movimento

paralelo; polirritmia.

Nivel avancado (II).

PIANO A 4 MAOS

1976Suite de Natal

Curitiba

16:00Ms

I -Sins de Belem

II —Gloria in excelsis Deo

III —Vieram os pastores

IV —Nasceu-nos urn menino

V —Jesus tao pequenino

VI —Foi hoje em Belem

VII —Dorme em paz lindo menino

VIII —Noite feliz

IX —Alegremo-nos todos

X —Cristo nasceu: Aleluia, Aleluia

Arranjos simples para piano a 4 mdos, de melodias tradicionais alemäes, polonesas e de outras

nacionalidades, destinados, segundo o compositor, "a pritica de mfisica em familia, podendo,

igualmente, serem executados por outros instrumentos". Textura mista; predominio da polifonia,

sem exclusäo da homofonia e ate mesmo de texturas corais. Harmonia basicamente triadica, estruturas

de 40 corn 2a5 acrescentadas, ostinati, imitacOes melOdicas e ritmicas.

Estabelecimento de pianos sonoros, cantabile; notas dobradas, dedilhado.

Nivel elementar (III).

1983Suite abajour

Curitiba

8:20Ms

I — Tocatina

II — Rondoletto [Allegretto]

Forma A-B/A'-B'. Estruturas triadicas e quartais projetadas horizontalmente, em movimento arpejado

continuo, sobrepostas a acordes perfeito-maiores de longa duracao deslocando-se por torn; e acordes

em configuracOes ritmicas sincopadas ou articuladas nos contratempos apresentando as referidas

harmonias e construcoes por tons inteiros, em A; transformados, justapostos e/ou sobrepostos em B,

191

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / MOROZOWICZ, HENRIQUE

embora conservando as feicOes predominantes. Ainda em B, triades em secjilencias convergentes

nas partes I e II e passagens escalares, ambas sujeitas a intenso cromatismo, contrapostas a acordes

em tons inteiros — Tocatina.

Forma A/B/A'/C/A"/D/D.C. al Fine. Arnbigiiidade ternario/binario na sucessao dos compassos e

entre as partes I e II, no refrao, estendida as demais secOes, criando efeito de polirritmia. C, uma

elaboracdo de A, corn enfase em trabalho imitativo. D estrofe contrastante em cariter — Calmo quase

recitativo preparacao para a volta a A. Na repeticao, fim apOs D. Vinculacao corn o movimento

anterior atraves de pequenas seqiiencias de 4 2', cromatismo e movimento mot6reo delineado por linhas

melOdicas de claro contorno — Rondoletto.

[E5 Freqiiente jogo de teclas brancas e pretas, alternancia de moos. Seqiiencia de acordes quebrados

de diferentes extensOes simultaneamente em ambas as moos e, por vezes, nas partes I e II. Trinados.

Notas dobradas, oitavas.

Nivel avancado (I).

DOIS PIANOS

1959Divertimento

Curitiba

11:00Ms

I — Harmonicamente (estruturas) [Energico]

II — Melodicamente (linhas) [Expressivo]

III — Ritmicamente (movimentos) [Intensamente movido]

Subtitulos indicativos das propostas desenvolvidas no texto. Unidade sonora do conjunto resultante

do emprego de intervalos comuns aos tres movimentos. Politonalidade. Harmonias quartais combinadas

a superposicdo de 3,1.

Forma A/B/A'. Poliacordes iniciais a seguir linearizados e dispostos em relacdo especular entre Pianos I

e II, em A. Aceleracão e desaceleracão controladas de combinacao de seqiiencias estruturadas a partir

dos intervalos constitutivos dos poliacordes iniciais, em B— I — Harmonicamente (estruturas).

Forma A/B/A'. Textura homofOnica; linha melOclica principal, seguida de outras secundarias, corn

acompanhamento de ostinati ritmico basicamente construido corn estruturas triadicas ou quartais, em A.

Invencdo a quatro vozes, em B; linha melOclica principal de A como sujeito dessa secdo — II —

Melodicamente (linhas).

Forma binaria A/A' — coda. Configuracao quialterica da introducdo como caracteristica ritmica da linha

melOdica do movimento. Combinacdo da linha a urn ostinati em acordes percussivos, criando efeito

de polimetria e polirritmia. Material do pequeno interindio entre as secOes utilizado na coda— HI —

Ritmicamente (movimentos).

Acordes, acordes em movimentos alternados, extensdo; seqiiencias ern acordes quebrados e

escalares, paralelismo. Polirritmia. Utilizacao de registros extremos dos instrumentos.

Nivel avancado (I).

192

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NOBRE, MHOS

Recife — PE (1939- )

ANOTITULO LOCAL DUFtACA-0EDITORA

PIANO

1959Homenagem a Ernesto Recife 2:50Tonos

Nazare op. 1 (bis)

Animado = 96)

Forma A/A'/A"/B/A'", tonal. Textura homofOnica, embora bilinear, de cariter instrumental

(como o choro e a polca, generos cultivados por Ernesto Nazareth). Excetuando-se B– Calmo

e Dolente em andamento contrastante, secoes corn frase initial (a) comum, como refrao. Processo

de variacao, sobretudo mel6dica, ao longo da peca, corn considerivel aproveitamento das caractedsticas

ritmico-harmOnicas de (a). Preservacao da estrutura harmonica e de sua extensao (duracao) em B.

Cromatismo. Sincopes e acentos deslocados. Baixos harmOnicos ritmizados.

Notas presas, extensao. Articulacoes constantemente variadas. Acordes quebrados, passagens

escalares. Flexibilidade e vigor ritmicos. Mudancas bruscas e freqUentes de dinamica.

Nivel intermediario (III).

1960Nazarethiana op. 2

Recife

1:20Vitale

Animado J = 116

Forma A/A', tonal, em textura bilinear. Frase imica repetida corn variacOes ritmico-melOdicas,

de registro e de andamento. Contraste entre seu segmento conclusivo e o restante dela quanto a: textura

(unilinear/bilinear), caractedsticas harmOnicas (pequenos clusters/trfades), ritmicas (3+3+2

semicolcheias/4+4 semicolcheias) e dinamicas.

MTH Predominancia do toque non legato. Flexibilidade e rigor ritmicos. Acentos deslocados. Tdades

quebradas descendentes na mao esquerda. Andamento vivo.

Nivel intermediario (III).

193

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/NOBRE, MARLOS

196012 ciclo nordestino op.5

Recife

3:45Vitale

I —Samba matuto [Resoluto = 116)]

II —Cantiga [Calmo e indolente = 58]]

III —E Lamp [Vivo (.1 =132) /Meno mosso (.1 = 96)]

IV —Gaviäo [Jocosamente (.1 = 100)]

V —Martel° [Sem pressa e ritmado = 90)]

Peps contrastantes quanto a andamento e carater. Temas folclOricos nas pecas I, III, IVe do compositor

em He V. Textura predominantemente bilinear, escrita contrapontistica: canones (/e IV), imitacOes,

contraponto invertivel (II). Emprego de modos – enfase no mixolidioambigiiidade polar (entre si e

mi, em III) e cromatismo (II). Diferentes e variados resultados ritmicos, derivados do emprego

de acentos deslocados e articulacOes diversas.

Forca ritmica. Coordenacao motora: articulacOes e dinamica independentes em cada uma

das mdos. Acentos deslocados, sincopes. Notas repetidas, staccato. Em II, legato cantabile.

Nivel intermedidrio (III).

1961Tema e variaceies op. 7

Sao Paulo

5:40Vitale

Tema [Calmo]

P Variacao [Vivo e espirituoso]

II 2 Variacao [Energico]

Variacao [Molto lento e sonoro]

IVa Variacao [Animado]

Variacao [Rubato, tranqiiilo e expressivo]

VP Variacao [Vivo e obstinado]

Tema em lei mixolidio, como cantiga de roda, sobre triades arpejadas, corn destaque do baixo, este em

deslocamento cromatico, tipo de evento constante na obra. Obscurecimento do pOlo. Fragmentacao,

fragmentacao corn dispersao por varios registros e condensacao, combinadas a diminuicao de valores,

deslocamento de acentos e variedade de articulacOes, como tipos de elaboracao melOdica e ritmica

empregadas. Textura predominantemente polifOnica. Variactio, uma invencao a duas vozes. Influencia

de Camargo Guarnieri e Villa-Lobos.

VariacOes corn andamento, metrica e carater diferenciados. Conducao de vozes. ArticulacOes

variadas, acentos deslocados, coordenacao motora; énfase no staccato. Saltos.

Nivel avancado (I).

194

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /NOBRE, MARLOS

196216 variacOes sobre urn temaRio de Janeiro 10:40Ricordi

de Fructuoso Vianna op. 8

Tema [Delicadamente ( M E or/ = 88)1

1 1 Varia4io [Pouco animado e terno ( M E J = 69)]

2a Varia4io [Pouco menos animado ( M 9- J = 69)]

3a Variacio [Corn vigor ( ME J = 84)]

41 Varia4io [Vivo e energico ( ME J = 00)1

5 1 Variacio [Jocoso]

61 Varia4ao [Calmo e expressivo ( M E = 69)1

71 Varia4io [ Esperto ( ME88)1

8 1 Varia4äo [Bern embolado (M° J = 100)1

91 Varia4io [Animado sem amolengar o andamento ( M E = 176)1

101 Varia4io [Lento e corn muita simplicidade ( M E = 66)1

11 a Variacio [Vivo ( M E J = 88)]

121 Variacio [Ingenuamente ( M E ot/ = 88)1

131 Varia4io [Pouco animado ( M E J = 100)1

141 Varia4äo [Ternamente ( M E = 144)1

15 1 Variacio [Marcado ( ME= 168)1

161 Variacio [Animado (M° J = 80)]

Tema em sol menor, como uma toada. VariacOes n21 10 a 12 em modo maior; 13 em mixolidio;

14 maior/menor. Enfase na elaboracao melOclica, com aproveitamento das rotas estruturais, fragmentos

ou intervalos, ou apenas da direcdo do movimento da linha do tema nas variacOes no 1, 2, 6, 9, 10, 12,

14; ou na elaboracao ritmica, nas de 11Q1 3, 4, 5, 7, 13, 15, 16. Textura basicamente a trés e duas vozes.

Niimeros 3, 7, 13, monofOnicas; n2 15, urn canone a oitava. Por vezes, maior vinculacdo entre

as variacOes (24 corn a 11, 5a corn a 40) do que entre elas e o tema. Segundo informacOes do autor,*

homenagem a Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Fructuoso Vianna e Villa-Lobos nas variacoes

9, 11, 12 e 16 respectivamente. Afinidades entre esta Oltima e o "Final" da Toccatina, Ponteio e Final

do mesmo compositor.

EMU Riqueza de articulacOes e toques. Conducdo de vozes. Notas presas, extensão. Oitavas, acordes,

desenhos arpejados, saltos. Acentos deslocados, sincopes, polirritmia. VariacOes em andamentos

diferenciados e corn perfil prOprio.

Nivel avancado (II).

• Text° da contracapa do disco Roberto Szidon interprets. Marlys Nobre (Phonogram, 1977).

I 95

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OR RAS I'ARA PIANO / NO BRE, MARLOS

19632" ciclo nordestino op. 13

Buenos Aires

5:15Vitale

1 — Batuque [Molengamente ritmado]

2 — Praiana [Corn muita saudade]

3 — Carretilha [Corn vivacidade e alegria]

4 — Seca [Desolado]

5 — Xenhenhem [Vivo]

Pecas contrastantes quanto a andamento e carater. NUmeros 1 (segunda voz restrita a um pentacorde

corn funcao ritmica e de enfase do polo), 3 (segunda voz dobrando a primeira a intervalos diversos,

corn predominio da 7A ) e 5 (escrita caneinica) em textura bilinear. NUmeros 2 (escrita canOnica)

e 4 (linha melOdica diatOnica sobreposta a ostinato em tres vozes diferentes) em textura polifOnica.

Emprego dos modos mixolidio (n9-1 1, 2, 3, 5) e maior (n2 4). Cromatismo (n"-' 2 e 4). Variedade ritmica

resultante do deslocamento de acentos e articulacOes diversas. Realce da atividade harmonica decorrente

da maior densidade da polifonia.

Forca ritmica. Coordenacao motora: articulacOes diferentes em cada voz. Notas repetidas. Toques

diversos; legato e cantabile (II e IV), staccato (V). Extensdo.

Nivel intermediario (III).

1963Toccatina, Ponteio e

Rio de Janeiro

3:30Vitale

Final op. 12

Toccatina [Obstinado]

Ponteio [Moderado]

Final [Animado]

Pecas concisas, gravitando em torno do pOlo Ia.

Forma A/B/A', em textura basicamente bilinear. Tema descontinuo, entrecortado por pausas e saltos,

quase sempre em staccato, sobre ostinato no baixo, com reapresentacOes variadas, a distancia de 54,

como em um fugato. Secdo central — Poco meno mosso —mais densa e cantada — Toccatina.

Forma A/A'/A". Linha cromatica no baixo, com comentarios de acordes arpejados e de contraponto

fragmentado por pausas no P tempo e por intervalos de ambito largo — Ponteio.

Forma A/B/A'. Retomada do movimento de toccata. Textura mais densa do que a da peca initial,

enfase nas 2" e 4" harmonicas. Atmosfera impressionista na P e 3 a secOes. Linha melOclica diatOnica

no baixo comentada por outra secundaria, resultante de movimento melOclico-harmOnico. B, como

nas pecas anteriores, contrastante e intenso, corn sua linha melOclica agora conduzida pela voz superior,

corn tratamento de 2" percussivas — Final.

MI]] Riqueza de articulacOes e toques, andamentos vivos (1 8 e 3E pecas). Acentos deslocados,

contratempos, polimetria. Pedal.

Nivel intermediario (III).

I 96

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /NOBRF„ MARLOS

19663° ciclo nordestino op. 22

Rio de Janeiro

4:43Vitale

I —Capoeira [Poco animato]

II —Coco I [Poco vivo]

III —Cantiga de cego [Lento]

IV —Coco II [Allegro moderato]

(Fugueta)

V —Candomble [Tempo giusto]

Pecas dispostas simetricamente: no I e Vrelacionadas pelo andamento e emprego dos mesmos clusters;

n121 II e IVambos cocos e, entre estes, o "Lento" da peca central.

Melodia diatOnica curta e repetida, combinada a uma segunda linha cromatica ou em tons inteiros

e clusters corn fiincao ritmico-percussiva — Capoeira.

Canone nas secoes inicial e final da peca, e contraponto a duas vozes, na central. Emprego dos modos

maior, eOlio e mixolidio — Coco I.

Linha melOdica folclOrica no modo mixolidio, combinada a clusters em registros extremos —

Cantiga de cego.

Fugueta a duas vozes, com sujeito no modo mixolidio — Coca II.

Linha melOdica no modo mixolidio combinada a clusters em ostinato ritmico-percussivo — Candombli.

Forca ritmica: sincopes, contratempos, acentos deslocados. Articulacoes e dinamica independentes

em cada mao. Notas repetidas. Variedade de toques. Percussdo corn a mao fechada na tabua do

instrumento. Piano expandido.

Nivel intermediArio (III).

1973Homenagem a

Rio de Janeiro

3:52Tonos

Arthur Rubinstein op. 40

Diversos andamentos

Forma A/B/A'. Emprego de materiais geradores de natureza contrastante: (a) — fluxo continuo, em

parte cromAtico, em parte uma progress -do diatOnica ascendente formada por intervalos de 2 1 e 31;

(b) — agrupamentos de articulacoes ritmico-percussivas no baixo, entrecortados por pausas e

constituidos pelos mesmos intervalos;(c) — blocos igualmente percussivos, corn fungdo conclusiva,

trabalhados em A e A'. B contrastante quanto a andamento e textura, explorando materiais pr6prios:

gesto ornamental ascendente (unidade com A, atraves da relacao deste gesto com(a)), nota repetida

e clusters de densidade crescente, resultantes de agregacao de 2° a nota repetida.

Constante variacao metrica e agOgica. Velocidade e impeto (con fuoco, violento etc.), fluidez

de tempo, deslocamentos de acentos; grandes intensidades.

Nivel avancado (II).

197

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36 COMPOS1TORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /NOBRE, MARLOS

1984Tango op. 61

Rio de Janeiro

3:40Ms

Tempo de tango

Continuum de variacOes estruturadas em oito secoes, a partir de material gerador dos dois primeiros

compassos. Segundo observacOes do compositor no texto introdutOrio ao tango: forma A (exposicdo:

tema e variacOes I e 2)/B (desenvolvimento: variacOes 3, 4 e 5)/A ' (reexposicao e coda: variaceies

6 e 7). Recurso ao basso ostinato, forma antiga de variacao, adaptado a ritmica peculiar do tango.

Intencdo satirica pelo exagero de particularidades do tango argentino. Cromatismo generalizado, nos

motivos geradores, blocos harmOnicos e basso ostinato.

Mili Ritmica vigorosa. Diversidade de articulacOes fraseolOgicas, acentos deslocados e expressivos.

Dinamica e agOgica constantemente variadas. Notas presas, blocos densos e amplos em deslocamento

rapido e grande intensidade, extensdo.

Nivel avancado (III).

1985Frevo op. 43*

Rio de Janeiro

2:00Tonos

Vivo e molto ritmico

Obra tonal. Material tematico exposto na P secdo e variado nas cinco seguintes. Textura homorOnica.

Baixos corn funcdo ritmico-harmOnica. Acentos e articulacOes na linha melOclica caracteristicos do genero.

Simulacdo do timbre e da estridencia da instrumentacdo do frevo pelo emprego de blocos corn 2 41 , Lta e 70.

Forca ritmica: contratempos, acentos deslocados. Acordes, oitavas, saltos. Timbres brilhantes

e asperos.

Nivel avancado (I).

Pcca IV 5 do 4, ciclo nordestino, formado por Cabocolinhos, Cantilena, Maracatu c Pontcio de viola, ern process() de revisao

198

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OLIVEIRA, jamarySnide — BA (1944-)

ANOTITULO

PIANO

1966Oito pecas para piano*

I —Cancrizans± 120]

II —Irracional [J) ± 92]

III —Staccato [0 mais rapid° possivel]

IV —Tempo livre

V —Contraponto± 52]

VI —Marcia! [.b ±84]

VII —Canone per arsin et thesin± 1681

VIII —HarmOnicos±921

LOCAL

Salvador

DUFt.ACAOEDITORA

5:40Gerig e Ms

Pecas construidas corn conjuntos de quatro elementos: nota repetida em registros diferentes

e 52 justa ascendente ou descendente a partir desta nota. Relacdo de semitom entre as 5/5resultantes

ou entre urn de seus componentes. ModificacOes dos conjuntos apOs a peca IV: use

assistematico do semitom (ri 2 Ve VII); inclusdo do semitom no conjunto (estrutura prenunciada

no 32 compasso da peca n2 I), empregado harmonica e melodicamente ( VI e VIII, respectivamente).

Retrogradacäo como processo de elaboracao caracteristico das pecas, apesar da referenda explicita

no titulo da I: total em Cancrizans (nos pianos da metrica, do ritmo, da dinamica, ag6gica

e das alturas, embora corn variacOes de registro); restrita a metrica (II e VI), as alturas (IV),

ou a dinamica ( VII).

NE9 Ritmica complexa, em escrita precisa e rigorosa, de modo geral corn efeito de liberdade

na execucao, salvo em IV (Tem. po livre), em notacab proporcional. Saltos amplos, utilizacao

de registros extremos. Jogo de articulacoes longas e curtas (IV), acordes ( VI). Dinamica

extremamente variada.

Nivel avancado (II).

*Peps I, II, III e V publicadas na serie Neue brasilianische Klaviermusik, heft. 2; as demais ainda ern Ms.

199

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /OLIVEIRA, JAMARY

1968Burocracia

Salvador

6:30Ricordi

J = 104

Segundo o compositor, alusao ao titulo atraves de materiais melOclico-ritmicos de ficil desenvolvimento,

este, porem, incessantemente abortado.

Forma ternaria A/B/A'. Apresentacao, em A, das ideias condutoras da pega: — clusters e arpejos

em f e ff, interrompidos por pausas, mas unificados por forte impulso ritmico e cariter percussivo;

culminancia em blocos nos registros extremos e central do instrumento; — notas repetidas em aceleracao,

corn fungao transitiva, quase sempre em mp, pontuando em fermata; — e serie de doze sons, em textura

polifOnica, disposta em tres pianos, corn carater melOdico, em p. Fragmentacao em B, das ideias

anteriores, livremente aproveitadas. Preservacao do contraste ritmico/melOclico. Sucessao, corn grande

rapidez, a maneira de colagem, de diferentes texturas, dispersas pelos diversos registros; articulagOes

entrecortadas por pausas e constante variagao de intensidade. Enfase em um bloco de 4 0, condutor

da segao final de B. Conclusao da peca corn o referido bloco.

PEEM Leitura em quatro pautas. Deslocamentos continuos e rapidos. VariagOes ininterruptas de

intensidade, aproximadamente uma indicacao para cada nota ou acorde. Rigor e precisao ritmica.

Valorizagao expressiva dos contrastes, do silencio e das ressonancias.

Nivel avangado (II).

1980Variacties variadas

Salvador

6:00Ms

- [J66]

II—[J54]

III- [Jioo]

Pega em tres partes com andamentos prOprios.

Textura polifOnica estruturada segundo principios seriais, a partir de celula constituida pelos intervalos:

tritono, 21 maior e 23 menor (e seus derivados); descontinuidade melOclica e ritmica pelo emprego de

grandes saltos, pausas e repeticao de configuragOes ritmicas. Polirritmia intrinseca resultante dos momentos

de ataque dentro dos agrupamentos das subdivisOes. Desenvolvimento motivico por elaboracao de seus

fragmentos. Termo "VariagOes" tambem relativo a formas de ataque, registros, timbres, dinamica etc.

Verticalizagao das relagOes intervalares privilegiada na Parte II, com enfase nos gestos ataque/ressonancia —

ate mesmo pelo use freqiiente de grupos ornamentais — e na expioracao do contraste

Acrescimo de ostinati ritmicos interrompidos, ou nab, por silencios, na Parte III. A maneira de coda,

interpolagao de reminiscencias das variagOes anteriores.

Notacao ritmica rigorosa e precisa, corn efeito de liberdade na execugao, em I e II. Ritmo

pulsativo dos ostinati, em III. Extensao, saltos, emprego de registros extremos (pontilhismo); toque

cantabile. Silencios expressivos. Dinamica extremamente variada.

Nivel avancado (I).

200

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/OLIVEIRA, JAMARY

1984Piano piece (1984)* Austin-Texas 7:40UFBA/CCE/

EMAC/INM

Diversos andamentos

Forma terniria A/B/C. Apresentacdo, nos dois hexacordes iniciais (desconsideradas as repeticoes) e nas

duas configuracoes ritmicas do 2 1 compasso, de conjunto rid() ordenado de classes de notas (A D F G B6

E 6 B C# F#) e de processo de estruturaeâo ritmica — construe -do de ritmos retrogradaveis atraves de

soma polirritmica — utilizados no decorrer da peca. Na P subsecao de A, justaposicao de acordes emff,

elementos pontilhistas sobre celulas repetidas, no baixo, e nota repetida, em rallentando, circundada por

gestos rapidos. Movimento ininterrupto em semicolcheias, acentos ritmicos irregulares, decorrentes de

alternancia de moos, na 2 1 subseedo — Prestissimo concluida corn acorde repetido, em Maestoso.

B— Muito Lento e Tranqifilo — em notacao proporcional, coin transposiedo um semitom abaixo e

reordenacao do conjunto inicial. Atmosfera impressionista, destaque de duas linhas melOclicas, a segunda

delas, uma citacao de Villa-Lobos. Em C— Presto — notas pedal em diversos pianos. Emprego de novo

conjunto de nove notas (em organizaedo interna diferente das anteriores) e de construcao de ritmos

retrogradiveis iniciados nas articulacoes que não as das notas repetidas, na P subsecao. Volta de sete

das nove notas do conjunto original, em linha melOdica sobreposta a tritono em tremolo, na 21. Arpejos

sobre os hexacordes iniciais e tambem em retrogrado, na 3 1 subseedo, concluida corn a mesma estrutura

do final da P secao, transposta a 51.

PiMi9 Energia e resistencia fisica. Alternancia entre precisdo e liberdade ritmicas. Controle acurado

da dinamica e da agesica. Notas repetidas, tremolos, arpejos, deslocamentos rapidos.

Nivel avancado (III).

*Peca integrante do 11, caderno de compositores da Bahia.

1988Mesmaminica*

Salvador

2:30 UFBA

Violento (J ± 160; J. ± 107)

Motivo do 1 2 compas.so repetido ao longo de toda pep. Primeira seedo em jffe textura unilinear;

variacoes de registro, espacamento de ate seis oitavas entre os dobramentos. Rarefacdo da trama

sonora, na secdo central, em ppp: fragmentacdo do motivo, pela introducdo de pausas e suspensd-o

do dobramento, mantidas as relaefies de 3 1 caracteristicas do motivo. Volta, na reexposiedo, da textura

e intensidade iniciais, corn o jogo de espaeamento e de registros variados. Decrescendo na coda ate

o fim, em ppp.

[M9 Impulso ritmico vigoroso, velocidade. Energia. Articulaciies fraseolOgicas precisas, basicamente

de duas em duas notas. Utilizacdo dos registros extremos do instrumento.

Nivel avaneado (II).

*Pep integrante do 11, caderno de compositores da Bahia.

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OLIVEIRA, Willy Correa de

Recife— PE (1938-)

ANOTITULO

LOCAL DUFtACÃOEDITORA

PIANO

Cinco kitschs

Sao Paulo

14:45Ricordi

1967N2 1 — Back-ground [• =112] 3:00

1967N2 2 - Nocturne <–> = !seg.] 2:55

1968N2 3 - Make it yourself [Diversos andamentos] 2:30

1968N2 4 — Jazztime [Diversos andamentos] 3:20

(corn parte de bateria em fita)

1968N2 5 - Narcissus [Diversos andamentos] 3:00

(com parte de piano em PIG)

Problematica kitsch – objeto de reflexao estetica a epoca da composicao da obra – "trabalhada

pelo avesso", segundo palavras do autor. Superacao dos modelos da mnsica dita de vanguarda, a partir

da parOdia desses mesmos modelos.

Serie de intervalos apresentada nas pecas nal 1 e 3 e de acordes dela derivados, como material gerador;

tritono e nota re, respectivamente, como eixo de rotacão das tensOes intervalares e polo.

Horizontalizacao dos acordes como novas possibilidades melOdicas, pela inclusao de elementos nab

sucessivos da serie. Jogo de antinomias: atracao/repulsao, estabilidade/instabilidade, direcionalidade/

adirecionalidade, tritono/pOlo re. Tratamento pouco ortodoxo da serie como reacao ao rigor

lOgico entao vigente. Emprego de outros "residuos" esteticos, como a masica noturna (22 Kitsch);

fragmentos de diferentes compositores, combinados aos materiais dos prOprios Kitschs,

como objetos da criatividade do pianista-compositor (3 2 Kitsch); elementos do jazz (42 Kitsch);

e a piada (52 Kitsch).

DEED Ritmica complexa. Permanente variacao de formula de compasso, de ag6gica e de dinamica.

Tempo percebido como ametrico (ri l/ 1); notacao proporcional, dinamica entre p e ppp, dificuldade na

delimitacao dos agrupamentos fraseolOgicos, tempo percebido como ametrico (n 2 2); material basico

trabalhado segundo a bula, a partir de modelos, apresentados por fragmentos de Chopin, Debussy,

Liszt, Mozart, Stockhausen, Bach e Bartok (n 2 3); peca para piano e bateria, corn a parte deste

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

instrumento previamente gravada em fita magnetica, ritmica complexa, permanente variacao de

formula de compasso, de agOgica e de dinamica, dificuldade no entrosamento entre as partes (n" 4);

fragmentos dos Kitschs anteriores gravados em fita magnetica, efeitos cenicos (n25).

Nivel avancado (III).

1971Improptu para Marta

Sao Paulo

4:00Ricordi

Diversos andamentos

Justaposicao, em ordem estabelecida pelo interprete, de seis fragmentos (ou de fragmentos destes)

de naturezas diferentes, textura basicamente bilinear, padrOes ritmicos e caracteristicas agOgicas

prOprias. NUmeros 1, 2, 3 e coda (apenas duas notas) corn polarizacdoAusencia dessas notas no 42

e .9. Emprego assistematico da escala de tons inteiros. Citacdo do Noturno op. 32 n2 1, em si maior de

Chopin. Simultaneidade de duracOes determinadas e indeterminadas; indicacoes metronOmica e

cronometrica, efeito de fluxo temporal ametrico. Improvisacao sobre acorde especifico. Indeterminacao

quanto a forma. Escrita em ate quatro pentagramas, bula explicativa.

PE5 Segundo recomendacao do compositor na bula, "sentir a melhor maneira de fragmentar esta

colecao de fragmentos" ( ...) "antes de monta-los em outra ordem". Ritmica, agOgica e dinamica

complexas. Piano expandido: pizz. nas cordas do piano.

Nivel avancado (II).

1972Dois intermezzos

Sao Paulo

4:30Ricordi

N 2 1= MM 60 ->50]

1:30

N22

3:00

Tres pianos sonoros em idioma atonal, decorrentes de tres acontecimentos musicals paralelos,

diferenciados por maior ou menor grau de continuidade, nivel de intensidade e tipo de articulacdo:

— fluxo em p e non legato, continuo quanto as duracOes e descontinuo quanto as alturas;

configuraciies quialtericas variadas, rapidas e ininterruptas; predominio do triton(), 4 2 junta, 2 2 maior e

menor e seus derivados;

fluxo em mfe legatissimo, corn menor coesdo quanto as duracoes e igualmente descontinuo quanto

as alturas; configuracOes ritmicas variadas, com duracoes longas — mais lento, portanto — e predominio

de saltos de 72;

32 — eventos esparsos emf e staccatissimo.

Apesar da indicacdo da pulsacao, efeito de tempo ametrico, resultante da variedade de configuracOes

ritmicas nos tres pianos. Secoes delimitadas por trinados. Bula explicativa — Intermezzo n41.

A duas vozes, corn freqiiente reforco de clusters. ArticulacOes em oitavas, recorrencia do polo mi,

do triton° fre-si e de celula ritmica — colcheia duplamente pontuada, fusa, seminima — sua inversdo ou

variantes, como fatores de unidade e de determinacao da forma. Passagens corn indeterminacao

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

controlada na seca-o. Variacao constante das formulas de compasso; indicacoes de tempo

metronOmica e cronometrica, efeito de tempo ametrico. Grafismo, improvisacao. Bula explicativa —

Intermezzo n2 2.

Aceleracao e desaceleracdo controladas atraves de permanente variacao do nUmero de divithes

dos agrupamentos quialtericos; polirritmia. Simultaneidade de tipos de articulacao e intensidade.

Trinados — 1n1 2 1.

Ritmica complexa. Utilizacao de registros extremos. Dinamica muito variada. Trinados, tremolos.

Grafismo e improvisacdo — N2 2.

Possibilidade de execucdo isolada de apenas urn deles.

Nivel avancado (II).

1975Prelfidio 1 Campos do Jordio3:00Ricordi

Parafrase da Mazurka op. 63 n2 3 em deli* menor de Chopin. Dois motivos, originirios das notas e

intervalos iniciais dos dois primeiros membros de frase da referida obra, como materiais basicos

do PreMidi°. Textura mista atonal. Aproveitamento, ainda, do tritono e da 2i menor, intervalos

integrantes dos motivos, em longas fiorituras, trinados e outros ornamentos (tambem caracteristicos

do estilo chopiniano). CitacOes esparsas do baixo da Mazurka. Introducao, atraves do 2 2 motivo (G#A

A6Fx D#), da prOpria Mazurka (G#A G#Fx D#), literalmente citada nos 12 Ultimos compassos da peca.

Tempo cronometrico e tambem expresso atraves da fOrmula de compasso. Indeterminacao controlada,

improvisacdo. Escrita em tres pentagramas.

RIM Ritmica complexa. Trinados, tremolos, notas dobradas, fiorituras corn amplos intervalos de 71 e

AceleracOes e desaceleracifies controladas constantes; dinamica muito variada, simultaneamente gradual e

contrastante. Problemas pianisticos decorrentes da prOpria escrita.

Nivel avancado (II).

1975Preladio 2 sao Paulo 3:20Ricordi

Diversos andamentos

Em forma A/B/C, colagem de material harmOnico e melOdico-harmOnico originario de diversos

compositores (Wagner, Chopin, Scriabine, Schoenberg, Stravinski) e do prOprio compositor

(citacoes do Preltidio 1, Improptu para Marta e Lift madrigal, esta para coro). Serie de doze sons —

G#, B6, E, D, Eb, A, G, C#, B, C, F, F# — apresentada em cada uma das secoes, sempre na forma

original. Em C, simultaneidade de emprego da serie e dos elementos dos dois motivos do PrelUdio 1,

horizontalizados e verticalizados. Indeterminacäo controlada em B, corn emprego de clusters de

diferentes densidades, em varios registros. IndicacOes de tempo metrondmicas e cronometricas.

Grafismo, improvisacdo.

205

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

Acordes extensos repetidos, em diferentes andamentos e intensidades. Saltos rapidos entre clusters;

tremolos. Ritmica complexa. AgOgica e dinamica extremamente variadas. Inovacao timbristica

proveniente de use de harmOnicos no Ultimo compasso antes de C.

Nivel avancado (III).

1977Tres instantes sao Paulo MCA do Brasil

Instante I [Diversos andamentos]

Instante 2 [Quasi presto]

Instante 3 [Diversos andamentos]

Pecas construidas a partir de duas citacoes empregadas na obra La flamme d'une chandelle, titulo

homOnimo do livro de Gaston Bachelard, para flauta, oboe, clarinete, trompa, piano, viola e violoncelo,

do prOprio compositor: P semifrase e cabeca da seguinte, da Fantasiestucke op. 73 n2 1, para clarinete e

piano, de Schumann; e tema do Andante un poco sostenuto, do Concerto para piano e orquestra n2 18, em

si 6 major, de Mozart. Utilizacao de intervalos especificos de cada citacao, respectivamente: menor

(comum a ambas) e tritono; e 3 2 major, menor e 42 justa, para formacao de configuracOes prOprias, no

Instante 1, tambem trabalhadas nos demais. Formas circulares, em andamento e carater contrastantes.

Metalinguagem onirica, tempo psicolOgico. Complexidade ritmica resultante da superposicao de

elementos complementares diversos. IndicacOes de tempo metronOmicas e cronometricas. Escrita em

ate quatro pentagramas.

Lento, evocativo, urn jogo de timbres em apenas urn estado de espirito: lontano. CitacOes explicitamente

apresentadas — Instante 1.

Quase presto, estruturado em dois pianos: P— notas longas, em relevo (graficamente apresentadas

em notas brancas), sujeitas a diferentes dobramentos e intensidades, conforme bula, com enfase

no eixo de 2 2 menor (bordadura) e na citacdo, no final, das quatro notas iniciais da Fantasiestucke;

notas rapidas (graficamente em preto), sempre em mais p que as longas, ritmicamente

regulares, obedecendo a organizacao das configuracoes do Instante 1. Espacializacdo como forma

de variacao — Instante 2.

Agitato, bem mais rapid° do que o Instante 1, pelo maior mamero de articulacOes, combinando texturas

dos Instantes antenores. Mudancas bruscas e constantes de estado de espirito e de intensidade,

acompanhadas de flutuacoes de andamento. Jogo entre a configuracao inicial do Instante 1 e outras dela

derivadas e as citacoes, estas bastante diluidas — Instante 3.

Ritmica complexa. Trinados, tremolos. Controle acurado de agOgica e dinamica. Problemas

pianisticos decorrentes da pr6pria escrita. Movimento paralelo e velocidade, no Instante 2. Mudancas

bruscas e constantes de estado de espirito, no Instante 3.

Nivel avancado ( III ).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

1987Nove pews faces

1— Sapatinho branco [Lento (ma non tanto)]

2 — Pombinha branca [Allegro moderato]

3-Teresinha de Jesus [Andantino]

4 — Samba Lela [Allegretto]

5-Voce gosta de mim? [Andante]

6 — Peixe vivo [Allegretto (con spirito)]

7 - Machadinha [Allegretto (non troppo)]

8 — Carneirinho, carneirio [Allegro]

9 — Nesta rua [Moderato]

sao Paulo 4:00Novas Metas

Releitura de melodias do cancioneiro folclOrico infantil brasileiro. Textura predominantemente polifOnica;

preservaca- o da integridade tonal, nem sempre corn emprego de conducao harmOnica funcional.

Cromatismo (n2 3), 2A voz corn polo prOprio (n 2 4) ou ern outro modo (n 2 6) e, ainda, corn

emprestimos de modos homOnimos (n 2 2). Manutencao de modelos ritmicos nas partes corn funcao

de acompanhamento (no 1, 2, 5, 8 – nesta, urn fluxo continuo – e 9). Triades completas, ou nao, em

no 3, 4, 6, e 7. Escrita apenas em slave de sol.

Uso do piano restrito a regiäo central. Simultaneidade de articulacOes fraseolOgicas diferentes.

Notas presas no baixo (5 2 dedo), passagens escalares. Ritmica simples, sincopes.

Nivel elementar (III).

1987Sete ou oito pecas mais ficeisSão Paulo 4:00Novas Metas

(Variacoes sobre Sapatinho branco)

1 — [Lento assai]

2 — [Lento (ma non tanto)]

3 - [Quasi andantino]

4 — [Lento (ma non tanto)]

5 - [Lento (scorrevole)]

6a —Feneramente: lento]

6b — [Lento. amabile]

7 - [Lento (molto) — Lento (ma non tanto)]

VariacOes melOdicas, melOdico-harmOnicas (no 6a e 6b), predominantemente a duas vozes, preservada a

integridade tonal. Ligeiras varigOes de andamento. Utilizacao de sons hannOnicos (n o le 7), cromatismo ( 6a)

e emprestimos de modos homOnimos ( 6b). Niamero 7como sintese das anteriores. Escrita apenas ern slave de sol.

an] Uso do piano restrito a regiao central. Simultaneidade de articulacOes fraseolOgicas diferentes.

Emprego de toques variados: legato cantabile, non legato, staccato. Notas presas no baixo (52 dedo)

e dobradas. Sons harmOnicos. Mudancas freqiientes de dinamica. Ritmica simples.

Nivel elementar (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

198811 de dezembro de 1988:Sao Paulo

1:30 Novas Metas

um cantico antigo

Andantino malinconico

Versa° instrumental de uma cancao antiga, talvez anOnima, revivida na mem6ria do compositor. Poema

de Rainer Maria Rilke como epigrafe.

Melodia acompanhada, em la menor, sobreposta a triades arpejadas. Aproveitamento de segmento

cromitico da introducao no final de secao e na coda; e do cromatismo, propriamente, sob forma

de notas ornamentais — appoggiatura, passagem e bordadura. Sincope e contratempo (articulacao, nele,

de pequeno cluster sobre a tOnica) como caracteristicas ritmicas recorrentes do acompanhamento.

ME Legato cantabile; rubato. Triades arpejadas, extensào. Notas presas.

Nivel intermediario (I).

1988In memorian Andrei TarkovskiSao Paulo 3:00Novas Metas

(Peca em estilo cursivo)

Largo( MM = 54 ca.)

Peca de carater estatico resultante da reiteracao do motivo do baixo e da permanencia de seu contexto

harm6nico: 2 12 harmonicas (pequenos clusters), integrantes de ostinati ritmico-melOclicos e de desenhos

melOdicos. Segmento do baixo, insistentemente repetido, sempre iniciado no P ou 3 2 tempos de

compasso; manutencao das suas P e Ultima notas, apontando para a chegada, sempre retardada, na

regido grave, do pOlo fa. Tensäo maxima no final da P secao, em urn cluster denso, emf f na regiao

aguda. Dinamica, agOgica e jogo de registros mais variados, na secao. Poema de Andrei Tarkovski

como epigrafe.

PER5 Desestabilizacao da regularidade da pulsacao por meio de quialteras, sincopes e polirritmia.

Controle da dinamica (ambito muito extenso, de pp a fffjf) e agOgica.

Nivel intermediario (I).

1988In memorian Blas de OteroSao Paulo

1:00Novas Metas

(Peca em estilo cursivo)

Andantino (J.- 52 ca.)

Linha melOdica de feicao vocal e sentido descendente, derivada de motivo diatOnico. Preservacao

das caracteristicas deste: appoggiatura inicial, tierce coule conclusiva e movimento melOdico em graus

conjuntos. Triades descendentes, no baixo, articuladas na pulsacao: maiores, no 3 Q tempo, final de cada

motivo; menores, tambem no 3 s= tempo, na coda. Colorido modal. Ornamentacao sugestiva do canto

espanhol. Poema de Blas de Otero como epigrafe.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

PEED Cantabile expressivo, rubato. VariacOes freqiientes e bruscas de intensidade. IndicacOes do autor

no sentido de busca da expressividade.

Nivel intermedidrio (I).

1988Pequena peca zen

Sao Paulo

2:30Novas Metas

J= 76

Atmosfera sugestiva criada por pequeno poema (haicai?), apresentado ao final da peca (como nos

PrelUdios de Debussy). Repeticdo ou variacdo de urn motivo, preservadas algumas caracteristicas: pausa

no 1 2 tempo, duracOes, 32/ e 22"simultaneas, respectivamente no 2 2 e 32 tempos. Oitavas, no baixo, em

movimento descendente, a maneira deground, articuladas no 1 2 tempo dos compassos (pesado sino do

templo mencionado no haicai?). Ambigilidade entre polo e modo do baixo e os sugeridos pelo motivo e

suas variantes. Dinamica corn funcdo estruturadora da forma: cresc. no final da exposicao e movimento

em arco, p—>ff—, pp, conduzindo ao termini) da peca.

EMI9 Notas dobradas e acordes em legato cantabile expressive. Estaticidade, decorrente da igualdade de

duracoes, compensada por rubato. IndicacOes do autor no sentido de busca de fantasia e expressividade.

Nivel intermediario (I).

PIANO E FITA

Cinco kitschs sao Paulo Ricordi

1968N2 4 — Jazztime [Diversos andamentos]

3:20

Corn bateria – parte deste instrumentogravada em Pita magnitica

1968N2 5 - Narcissus [Diversos andamentos]

3:00

Problematica kitsch – objeto de reflexdo estetica a epoca da composicao da obra – "trabalhada

pelo avesso", segundo palavras do autor. Superacdo dos modelos da midsica dita de vanguarda, a partir

da parOdia desses mesmos modelos.

Serie de intervalos apresentada nas pecas n o I e 3 e de acordes dela derivados, como material gerador;

tritono e nota re, respectivamente, como eixo de rotacdo das tensOes intervalares e pOlo.

Horizontalizacdo dos acordes como novas possibilidades melOdicas, pela inclusdo de elementos ndo

sucessivos da serie. Jogo de antinomias: atracao/repulsao, estabilidade/instabilidade, direcionalidade/

adirecionalidade, tritono/pOlo re. Tratamento pouco ortodoxo da serie como reacao ao rigor lOgico

entdo vigente. Emprego de outros "residuos" esteticos, como a milsica noturna (22 Kitsch); fragmentos

de diferentes compositores, combinados aos materiais dos prOprios Kitschs, como objetos da

criatividade do pianista-compositor ( 3 2 Kitsch); elementos do jazz ( 42 Kitsch); e a piada (52 Kitsch).

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Page 206: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - 01112AS PARA PIANO /OLIVEIRA, WILLY CORREA DE

Ritmica complexa. Permanente variacao de formula de compasso, de agOgica e de dinamica.

Tempo percebido como ametrico (n 2 I); notacdo proporcional, dinamica entre p e ppp, dificuldade na

delimitacdo dos agrupamentos fraseolOgicos, tempo percebido como ametrico (n 2 2); material basic°

trabalhado segundo a bula, a partir de modelos apresentados em fragmentos de Chopin, Debussy, Liszt,

Mozart, Stockhausen, Bach e BartOk (n 9 3) ; peca para piano e bateria, com a parte deste instrumento

previamente gravada em fita magnetica, ritmica complexa, permanente variacao de fOrmula

de compasso, de agOgica e de dinamica, dificuldade no entrosamento entre as partes (n-Q 4); fragmentos

dos Kitschs anteriores gravados em fita magnetica, efeitos cenicos5) .

Nivel avancado (III).

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PENALVA, JoseCampinas —SP (1924-)

ANOTITULO LOCAL DURACAOEDITORA

PIANO

Nova et vetera 6:30Ms

1956Fughetta [Allegro .J) = 120] Sao Paulo 1:30

1960Mozartiana [Allegro .J =100] Sao Paulo 2:00

1960Preludietto e Fuga Sao Paulo 3:00

[Andante J =84 Pia vivo J =108]

Fughetta, Mozartiana e Preludietto e Fuga em releitura de 1990.

Fugato a tres vozes, centro tonal re, sujeito acefalo. Strettos antecedendo divertimento e encerrando

a Fughetta. Notacao gregoriana em algumas passagens, bem como na Fuga (34 peca), como indicacao

de descontextualizacao em relacao ao esperado e a tonalidade. Metricamente regular – =120 –

embora sem barras de compasso, favorecendo a fluencia das vozes – Fughetta.

Sonatina em do maior bitematica. Primeiro tema ritmicamente incisivo e contrastante corn o segundo,

de indole melOdico-lirica. DiferenciacCies ainda quanto a dinamica e ao tratamento: um, inicialmente

dobrado a oitava, concluindo em triades; outro, coin acompanhamento de baixo d'Alberti, tambern

empregado na transicao. Desenvolvimento basicamente sobre elementos do 2 2 tema e da transicao,

em trabalho imitativo. Seqiiencias de tons inteiros e tritonos na 3 a subsecao, corn funcao de cadencia

preparatOria para o inicio da reexposicdo. Reapresentacao, nesta, do P tema. Aproveitamento, na coda,

do inciso inicial do 2 2 tema; afinidade harmOnica – tritonos e tambem 4" justas – e de miter –

brilhantismo – corn o final do desenvolvimento – Mozartiana.

Improvisacao escrita, a partir de acordes corn funcao de dominante, seguidos de resolucäo

ou suspensivos, em ritmo livre, no Preludietto. Citacao de sua linha melOdica inicial em colcheias

e reutilizacao dos acordes diminutos na Fuga (tres vozes) – Preludiettoe Fuga.

MED Conducao de vozes, sua distribuicao entre as ma- 0s, manutencao das notas longas; dedilhado.

Baixos d'Alberti, notas dobradas, pequenos arpejos. Possibilidade de execucao em separado de cada

uma das pecas.

Niveis intermediario (II) – Fughetta e Preludietto e Fuga; (I) – Mozartiana.

211

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS — ORRAS PARA PIANO /PENALVA, josf:

1960Sonata riQ 2*

Sao Paulo

12:00Ms

Moderato [ J = 120]

Andante cantabile

Rondo Allegro [ = 114 ]

Diatonismo, triades, 4 predominantemente em transicoes, ostinati can funcao ritmica, melOdica

e/ou harmonica, temas pouco contrastantes, textura variando entre homofOnica e bilinear e homotOnica

como caracteristicas gerais da obra.

Forma sonata bitematica, corn influencia de Gershwin — harmonia de colorido jazzistico — e Bart6k —

esquema arquitetOnico (disposicao e relacdo entre os planos das mdos esquerda e direita) —

1 2 movimento.

Forma ternaria marcada por lirismo e malemolencia ritmica evocativa de Camargo Guarnieri;

em relacao ao movimento precedente, textura mais rarefeita — 22 movimento.

Rondo com refrao bartOkiano. Pausas, jogo ritmico c dinamica, na 2' estrofe, alusivos a Webern. Linha

melOdica da 3 A de colorido seresteiro — 32 movimento.

[22M Acordes, notas dobradas, saltos; arpejos, acordes quebrados, passagens escalares. Variedade

de toques, segundo o contexto.

Nivel avancado (I).

• Embora cscrita antes da n , 1 (de 1970), veio a in tcgrar o catalog() do autor apOs a P ja ter sido consagrada com tal numeraclo.

19633 versetos

Curitiba

2:30Ricordi

I — Muito calmo

II -Livremente

III —Con" precisdo

Peca dodecafOnica; disposicao grafica dos sistemas (pautas) alusiva ao titulo. Serie e retrOgrado de uma

das transposicOes aplicados corn rigor no 1 2 e 2 2 versetos e com liberdade no 3 2 . Textura unilinear nos

dois primeiros e consideravelmente mais densa no 3 2, em decorrencia de exploracdo harmOnica da serie.

Pausas e mudancas bruscas de registro — feicao pontilhista. Gestos ascendentes, estacionarios e breves

movimentos descendentes (a maneira de tonemas), combinados a sensacao de ausencia de metro,

sugestivos da declamacao poetica.

Dinamica muito variada. Acordes, saltos. Diferenc acdo quanto ao carater ritmico dos Versetos.

Nivel intermediario (III).

212

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PENALVA, JOSE

1968Mini-suite n2 1

Curitiba

2:30Ricordi

1 — Introducio = ±50]

2 — Granda = ±112]

3 — Modinha = ±80]

4—Valsa = ±1321

Quatro pequenas pecas em tecnica dodecafemica; par6dia de generos populares. Trabalho a partir

da linha melOdica de Ciranda, cirandinha, do lirismo modinheiro expresso em arcos melOdicos

e do cariter de valsa urbana brasileira, manifesto atraves do contraste entre as celulas temiticas (em

legato) e os segmentos de ligacao, repetidos, unidirecionais e em rapidas articulacoes. Na Introducao,

apresentacao da serie a ser utilizada e do repertOrio de articulacOes empregado nas peps seguintes, alem

do modelo de dinamica, relativamente mantido em todas. Relacao de semelhanca entre elas quanto

forma: urn imico periodo composto por frase repetida, seguido de codeta; reexposicdo, nesta, da celula

inicial da respectiva peca (e da serie). De modo geral, textura unilinear; discreta polifonia na Oltima.

Dinamica predominante entre mf'e pp. ArticulacOes detalhadas.

Nivel intermediario (I).

1969Mini-suite ng 2*

Curitiba

2:30Ricordi

I —Cana-verde = ± 152]

—PonteioN = ± 96]

III – Sincopado [J = ± 100]

Obra formada por tres pequenas pecas dodecaremicas em forma ternaria corn emprego de ritmos

alusivos a generos populares brasileiros. Serie principal combinada a "serie ornamental",

segundo designacao do compositor.

Linha melOclica sincopada comentada por acordes percussivos derivados da serie original; e blocos

de 4A1 combinados a serie ornamental, os materiais basicos da P peca – Cana-verde.

Segunda voz corn culminancia em blocos de 4/5, ambos provenientes da serie ornamental, combinados a

linha melOclica principal, na secao central – Ponteio.

Ostinati ritmicos sotopostos a linha melOdica corn membros de frase acefalos. Emprego paralelo

de series resultando em 3 41 e 8 21 superpostas, na secao central. Retorno dos blocos de 4 da P peca,

na codeta– Sincopado.

[PM No espirito de paredia. Alternancia de cantabile e percussivo, segundo o cariter melOdico ou

ritmico-harmemico do segmento. Andamentos vivos, acordes. Dinamica bastante variada. Gracioso,

ritmando bem e barbaro, indicacoes do compositor para as pecas 1,2 e 3, respectivamente.

Nivel intermediario (III).

• Con vcrs3o para piano a 4 m3os.

213

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36 COMI'OSITORES BRASILEIROS — ORRAS PARA PIANO /PENALVA, JOSE

1970Sonata n2 1

Curitiba

5:00Ricordi

(Seresta e Desafio)

Seresta [Moderadamente (J = 70)]

Desafio [Galhofeiro= 104)]

Obra em dois movimentos, o primeiro uma forma sonata, o segundo como urn divertimento.

Emprego de tecnica dodecafOnica bastante livre, corn utilizacao integral e parcial da serie e mesmo

de simples motivos dela extraidos. Seqfiencias ascendentes e descendentes de semitons trabalhados em

oposicao ao material de serie, procedimento caracteristico no compositor. Construcao de pequenos

blocos derivados de sons consecutivos da serie e dobramentos por 411 , resultando em series paralelas,

tambem comuns a construcao harmonica do autor.

Tema da Seresta (e suas diferentes reapresentacOes) em cantible, corn tratamento percussivo

contrastante, antecipando aquele conferido ao Desafio. Nesse ultimo, estabelecimento de dialog° – a

maneira de desafio – entre sucessivas interferencias de motivos da Seresta e o movimento de 2 11 harmOnicas

em quartos de tempo. Emprego de clusters, desde 211 ate blocos de maior densidade, tanto corn funcao

de acompanhamento ritmico (na Seresta), como em P piano, na ideia principal do 2 1 movimento.

MTO Acordes, clusters em ffou mais, trinados; pequenos clusters repetidos em andamento vivo.

VariacOes de agOgica e bruscas de dinamica.

Nivel intermediario (III).

1971Mini-suite n2 3*

Curitiba

2:00Gerig

1 —Toc/toc = 1401

2 —Ciranda = ± 70 Docemente

Pecas contrastantes quanto a andamento, carater, intensidade e textura.

Ostinato sotoposto a linha melOclica construida a partir de uma serie. Pequeno cluster e acentos

regulares, associados a variacOes de intensidade, descritivos do comentario do autor:"como urn pOnei,

trotando, indo e vindo" – Toc-toc.

Repeticao de celular e retorno da serie de Toc-toc, em Murucututu (ave, coruja do mato, corujao) –

urn acalanto. Superposicao de diatonismo e cromatismo, no inicio e final da peca; dois ostinati

distintos, corn articulacOes diferenciadas, gerando uma falsa polirritmia, no segmento central –

Murucututu.

Ostinato em andamento vivo, deslocamento do acento natural, na esquerda. Notas dobradas.

Cordas puxadas no interior do piano.

Nivel intermediario (I).

*Em New Brasilianische Klaviermnsik hcfr I.

214

Page 211: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /PENALVA, JOSE

1972Marcas* (1)

Curitiba

2:00Ms

Diversos andamentos

Forma binaria AB/A'B'; exploracäo exaustiva de agregados de segundas e de seus derivados.

Em A (J = 44, triste) — urn recitativo lento — exposicao de linha melOdica ornamentada, apresentada,

pela 2a vez, corn acompanhamento de natureza ritmico-harmOnica. Celulas de A, construidas corn torn

e semitom (ou inverso), ou apenas semitons, ou ainda apenas tons, exploradas melOdica e

harmonicamente ao longo da peca. B (J = 96, Brejeiro) — contrastante corn A por seu andamento mail

vivo e carater ritmico-percussivo nacionalista — urn ostinato inicialmente unilinear, adensado pela inclusdo

de clusters corn nUmero crscente de componentes e por dobramentos. Reintroducao de A'via transicdo,

corn elementos de B. B', B ampliado, conservando sua textura, natureza ritmica e harmonica.

Ornamentos. Contraste: tempo Iivre dos recitativos/ tempo regular dos ostinati. VariacOes de

agOgica. Acordes e acordes repetidos.

Nivel avancado (I).

• Marcas, designaeäo dada, no Parana, a pccas de natureza folclOrica; (I), indicativo da possibilidadc de composicao de outras, segundo informae5o

do compositor.

1973Dialog°

Curitiba Ms

Combinacdo de articulacOes corn alturas determinadas, de maior ou menor duracdo,

e linha sinuosa em graus conjuntos, configurando urn continuum "confuso" (segundo termo

do compositor), a efeitos percussivos produzidos na caixa do instrumento, em forma de golpes

isolados ou tremolos, e a clusters. Aumento gradativo de intensidade e de tensäo do dialog°

som/ruido, predominando, na parte final da peca, a forca percussiva e entrOpica dos clusters.

Ausencia de indicacao de andamento ou de valor unitario referencial. Tempo ametrico.

Notacao proporcional, grafismo.

Duracão da peca dependente da improvisacao. Segundo indicacdo do compositor: "m5os

progressivamente passam de urn som continuo, sonoro, de ritmo e altura controlados, calmo e intimo,

extinguindo-se depois, a outro quebrado, percussivo, indeterminado e solto, precipitado e expansivo".

Clusters ("soltar-se alucinadamente como um percussionista", outra recomendacao do autor), piano

expandido — emprego da caixa do instrumento.

Nivel avancado (I).

215

Page 212: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORS BRASILEIROS- OBRAS PARA PIANO/ PENAINA, JOSE.

PIANO A 4 MAOS

1969Mini-suite nQ 2

Curitiba

2:30Ms

Cana-verde [.J = ± 152]

Ponteio [dj = ± 96]

Sincopado= ± 100]

Na versdo a 4 mdos, distribuicao dos desenhos mais complexos (como o do ostinato da 3 4 peca) pelas

duas mdos de cada executante e dobramento 8 4 acima ou abaixo, dos segmentos mais simples

do original, corn consecitiente ampliacdo do registro e melhor adequacdo a essa 2aversdo.

MT No espirito de parOdia. Alternancia de cantabile e percussivo, segundo o caster melOdico ou

ritmico-harmOnico do segmento. Andamentos vivos. Notas dobradas, acordes. Dinamica bastante variada.

Gracioso, ritmando bem e barbaro, indicacoes do compositor para as perms 1, 2 e 3, respectivamente.

Nivel intermediario (III).

216

Page 213: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

PRADO, j. A. Rezende de AlmeidaSantos — SP (1943-)

ANOTITULO LOCAL

DURAckoEDITORA

PIANO

1961VIII variacties para piano

Santos

9:00Ms

sobre urn tema nordestino

Tema [CaImo (J = 72)]

VariacaoI —11nocente (J = 72)1

VariacdoII --kaudoso (.1 = 66)1

Variacio III --[Alegre (..1 = 132)]

Variasio IV -4Triste (J = 92)1

VariacaoV —kpaixonado (J. = 63)1

Variacao VI —[Valsando (J. = 44)]

Variacao VII -lEmbalando (. 1') = 96)1

Variacio VIII —[Vivo (J = 116)]

VariacOes sobre o tema "Onde vais, Helena", um coco de ganza do Rio Grande do Norte extraido do

livro Ensaio sobre a mitsica brasileira, de Mario de Andrade (p.110). Tema tambem atribuido a Chico

Antonio, embolador e coqueiro de Pedro Velho, interior do mesmo estado, segundo informaceies

contidas no disco Chico Antonio no balanyo do ,ganzit, da serie "Müsica dos Povos", editado pela

Tacape/Funarte. Revisdo realizada pelo compositor em janeiro de 1992.

Tema fortemente marcado pela P inversdo da triade da tOnica e pelo acorde de 7 4 da dominante.

Expansdo de suas caracteristicas harmOnicas, beirando a desfiguracao. VariacOes em forma de suite,

corn pOlos, fOrmulas de compasso e cal-Ater distintos, algumas delas evocativas de generos da mUsica

popular brasileira. Predominio da escrita contrapontistica. Modalismo.

PM Toque cantabile. Conducäo de vozes, diferenciacao de pianos sonoros. Polirritmia. Oitavas,

acordes, extensäo.

Nivel intermediario (I).

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Page 214: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITOR.ES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE. DE ALMEI DA

1961XIV variaceies para piano

Santos

15:00Ms

sobre urn tema afro-brasileiro

Tema (xango) {Lento (.1= 84)]

VariacaoI —bistante = 90)]

VariacdoII —{Calmo= 63)]

Variacdo III —kpaixonado (. = 104)]

Variacdo IV -Alegre= 116)1

VariacaoV —[Saudoso = 60)]

Variacdo VI 4Nostalgico (, 1j = 72)1

Variacdo VII —{Com humor (. 1)/ = 88)]

Variacao VIII ---{Choroso ( 1 / = 58)]

Variacao IX —{Saltitante= 200)]

VariacäoX 4Sereno= 40)]

Variacdo XI -Gracioso= 84)]

Variacao XII -Com ternura (oh = 72)]

Variacao XIII -Agitado (. ± 84)]

Variacao XIV -Festivo= 44)]

VariacOes sobre o tema "Canto de XangO", encantacdo de origern africana colhida nas macumbas

do Rio de Janeiro, segundo Mario de Andrade, em scu livro Ensaio sobre a mnsica brasileira (p.104).

Aproveitarnento apenas da 1'-parse do tema, em versdo diferente da apresentada no livro, mas identica

utilizada por Villa-Lobos cm sua pequena composicão Xang6, para coro misto. Revisdo realizada

pelo compositor em Janeiro de 1992.

Variacöes distintas quanto a cal-Ater, andamento, formula de compasso e tipo de elaboracdo, alusivas a

generos da mnsica popular brasileira. POlos comuns a grupos dc variacbes ou especificos para cada uma.

Modalismo; enfasc nos modos eOlio e rnixolidio. Predominancia de texturas polifOnicas.

Blocos harmOnicos nas VariacOes I, XIII c XIV. Melodia acompanhada nas VariacOes IX , X e XI.

Polirritmia e sincopes.

Complexidade e plasticidadc ritmicas ( Var. VIII). Realizacdo, pela mao esquerda,

cm andamento vivo, dc linha melOclica e trinado, simultaneamente ( Var. VII). Utilizacdo

de toda a extensdo do piano, ou de parse dole (regiao media e aguda e, apcnas na Var. III,

da media e grave), segundo o carater da variaedo e como recurs() de claborac.do. A excecdo

do temae das variacOes IV, XIII e XIV, entre e JIM predominancia das intensidades cntre mfe pp.

Sonoridades transparentes, rarefeitas, brilhantcs, macicas, ternas, cantadas. Conducdo clara

de vozes, diferenciacdo de pianos sonoros. Pedal, ressonâncias. Oitavas, blocos amplos corn intervalos

de 10= , extensão.

Diferentes niveis de dificuldade, do elcmentar ao avancado.

218

Page 215: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE. DE ALMEIDA

1962Estudo nQ 1 Santos

3:00Ms

Animado, sofrido(J = 96)

Linha melOclica impetuosa, em movimento continuo e ininterrupto, apresentada em oitavas. Dispersdo,

variedade timbrica e reforco da tensao resultantes do registro (disposicao) dos dobramentos. Influencia

do Ponteio n2 49, de Camargo Guarnieri.

OEMO Linha melOdica conduzida pelos polegares. Oitavas duplas em movimento alternado, variando

sempre o niunero de oitavas executadas por cada mao. Saltos. Inteiramente em mf, concluindo em ffj:

Nivel avancado (I).

1963VIII variacOes Santos

8:00Vitale

(Sobre um tema do Rio Grande do Norte)

Tema [Calmo (J

I —Variacio

II —Variacio

III —Variacio

IV —Variacio

V —Variacdo

VI —Variacdo

VII —Variasio

VIII —Variacio

72)1

[Melancolico (.1 = 72)]

[Intimo (J = 60)]

[Animado, ritmico (J = 72)1

[Soturno, distante (J = 72)]

[Festive', luminoso (.1= 100)]

[Magoado, quase improvisando (J = 72)1

[Nostalgico (.1 = 60)1

[Tempo de marcha rancho (J = 80)1

VariacOes em forma de suite, de naturezas distintas, remetendo a diferentes generos da mirsica popular

brasileira, sobre urn coco, o "Aeroplano de Jae*, extraido do livro Ensaio sobre a masica brasileira, de

Mario de Andrade (p. 113): I — Cantiga; II — Ponteio; III — Embolada; IV — Cantiga; V —

Moda de viola; VI — Seresta; VII — Cantiga de cego; VIII — Marcha rancho.

Tensdo entre as caracteristicas do tema e seu tratamento. Politonalismo e polimodalismo.

Predominio de escrita polifOnica. Tema em quaternario submetido a constantes mudancas

de formula de compasso.

fini Conducao de vozes. Acentos deslocados; simultaneidade de diferentes agrupamentos das

subdivisties do tempo, trama ritmica rica e variada. Superposicao de mans. Blocos amplos, extensao.

Tercas duplas. Pedal cuidadosamente dosado.

Nivel avancado (I).

*Nome do aviAo corn o qual o piloto paulista Joao Ribeiro de Barros rcalizou a primeira travessia areasegundo inthrmaelo dada

ao compositor por Tomas Verna, da

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Page 216: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZE.NDE DE ALMEI DA

1964Toccata

Santos

5:00Vitale

Aspero, energico (.4 = 160)

Forma ternaria, sobre o modo mixolidio cm mi. Caractcristicas modais do tema desfiguradas por

tratamento dissonance. Sugestao de fanfarras, escrita imitativa. Influencia do martelato de Prokoficv.

Velocidade; notas dobradas em ambas as maos: movimento obliquo das partes. Martelado,

percussivo. Potencia sonora. Pianos contrastantes. Sen .) pedal.

Nivel avancado (I).

1965Momentos (1-6)

Santos

10:00Tonos

(/' caderno)

Momento I [Sereno .1= 72)]Momento 2 [Rispido]

Momento 3 [Noturno r = 72)]Momento 4 [Corn amplidao infinita]

Momento 5 [Calmo]

Momento 6 [Alegre, solar]

Pecas curtas, cada uma ern torno de uma proposta basica.

No pOlo fk, combinacao de urn arabesco longo, continuo ("como a atmosfera de uma praia longa e

deserta", segundo indicacao na partitura) c acordes introduzidos a intervalos de tempo irregulares — n2 I.

Formacdo gradativa dc blocos triadicos ampliados e repetidos, entrecortados por pausas, em seqiiencia

ritmicamente imprevisivel. Crescimento da densidade e da atividade ritmica, corn culminancia

na enunciacao dos intervalos de 3 1 e tritono. Repeticao de procedimentos e de materials, em escrita

polifOnica; em seguida, corn harmonies quartais c, finalmente, com substituicao das pausas por

prolongamento das notas. Conclusao corn o retorno dos três nitimos compassos da P subsecdo — n12.

Vaga sugestdo de modinha, presente na melodia e na feicao do acompanhamento, apesar de desfigurada

por harmonia atipica. Influencia do Ponteio de Camargo Guarnieri — ;12 3.

Difracdo dc uma linha construida sobre rota pedal, conduzindo a criacao de multiplicidade de niveis.

Pedal interrompido por breve coral, na secdo central — n2 4.

Linha melOdica em eOlio, evocativa do cantochao, derivada dos dois primeiros compassos. Escrita

politbnica, imitacOes. Modalismo obscurecido por ressonancias — n2 5.

Balanco de 3'sobrepostas a It',ouintervalos ritmicamente complementares, cm articulac-Oes

de duas notas (ligadura da P para a 2 1 parte do tempo, na voz superior, e da para a P, na inferior,

e vice-versa) ou simultaneos. Interferencia de clusters diateinicos — n2 6.

Intensidades minimas (pppp) e maximas (Jiff); metrica irregular e fluida, ou plastica. Blocos extensos c

compactos em pp. Pianos sonoros dcfinidos; busca de ressonancias e de variedade de timbres, pedal.

Nivel intermediario (II): 1, 3, 5, 6. Nivel avancado (I): 2, 4.

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Page 217: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRAM), J. A. REZENDE DR ALMEIDA

1965Sonata n2 1

Santos

14:00Tonos

I—[Luminoso, solar (.1 = ± 100; = ± 66)]

II—[Improvisando (.J = 58)1

III —Figa [Energico (J = 104)1

Forma sonata classica inspirada em modismos caipiras do interior de Sao Paulo: P tema, tipo toccata,

em movimento continuo, a maneira de moda de viola: tercas duplas caipiras (atonais) – trabalhadas no

desenvolvimento – e acompanhamento de 11:w; 2 2 tema linear, seresteiro, "Dialogando". Reexposicao

condensada, corn mudanca de registro do 2 2 tema e conclusäo suspensiva – 1 2 movimento.

Como uma cadencia, urn continuo improvisar, em clima de seresta, tendente ao atonalismo. Intermezzo

conduzindo ao movimento seguinte – 2 movimento.

Fuga a duas vozes, de tendencia nacionalista, apesar da exploracao de registros (estilhacamento)

e espacializacdo sonora – 3y movimento.

HMI Notas dobradas. Extensao. Variacao constante de formula de compasso. Emprego do registro

agudo, sobretudo no P tema do P movimento, como sonoridade de vidro. Indicacoes de dinamica

estruturalmente importantes.

Nivel avancado (II).

1966Sonatina n1 1

Santos

7:00Ricordi

I – [Alegre (Jloo)1

II — [Improvisacoes [Calmo]

III – [Vivo= 240)]

Obra nacionalista influenciada pelas sonatinas de Camargo Guarnieri.

Forma sonata bitematica: P tema em textura homofOnica densa, emff; 2 2 tema (pouco menos),

inicialmente linear, seguindo corn dobramentos, em p, reapresentado em canone a quatro vozes, na

reexposicao – P movimento.

Quatro improvisacOes (escritas) sobre tema de "Bumba-meu-boi" – 22 movimento.

Moto perpetuo, como uma toccata, corn doffs temas sem desenvolvimento – 32 movimento.

PEEN Metrica irregular. ImprovisacOes a maneira de recitativo, corn liberdade ritmica. Velocidade,

no movimento. Notas duplas, oitavas, acordes.

Nivel avancado (I).

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Page 218: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COM rosTroitEs BRASILEIROS - 0 I3RAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZFNDE DE ALMEIDA

1968Recitativo e Fuga

Santos

11:00Vitale

igneo(.j = 42) Vigoroso(.J = 96)

Movimento/estancamento, no piano melOclico, expressos por saltos/notas repetidas e conjunc-Oes;

escrita ritmica rigorosa, complexa, corn constants variacao do nUmero de subdivisOes quialtericas; efeito

de tempo ametrico – Recitativo.

Sujeito e contra-sujeito pre-figurados no Recitativo. Fuga a quatro partes, como uma toccata, em

movimento motOreo-pulsante continuo. Terceiro divertimento, uma invencdo a duas vozes – Fuga.

Formas de maos menos usuais, extensão. Saltos. Notas duplas em movimento obliquo. Oitavas

repetidas. HarmOnicos. Sucessào rapida de extremos de dinamica.

Nivel avancado (II).

1969Sonata nQ 2

Paris

15:00Tonos

I -4Expansivo, pleno= 144]

II —Lento, corn a paz de uma ante-manhä]III —{Scherzo-Igneo J = 132-138]IV —(Cadencia [ Muito amplo, como urn hino solar .J = 160]

Obra atonal. Influencia de Ligeti, Stockhausen e Penderecki.

Forma sonata bitematica – 1 2 movimento.

Lied em polifonia imitativa – 2fl movimento.

Scherzo, de carater pulsante, corn Trio – 3' movimento.

Recuperacäo do material dos movimentos anteriores em uma cadencia escrita – 4 2 movimento.

PrirM Extrema complexidade ritmica e dificuldade pianistica. Interpretacdo orientada por abundantes

sugestOes sinestesicas. Glissandi sobre as cordas, cordas abafadas corn a mao.

Nivel virtuosistico.

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Page 219: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1969VI momentos 10:00Ricordi

Momento I [Tempo livre, recitativo]Frankfurt

Momento II [Saudoso .l ±60] Frankfurt

Momento III [Solar, intenso J ± 160, J = 220] Frankfurt

Momento IV [Notumal .1 ±-60] Heidelberg

Momento V [Primitivo (capoeira) J ±88]Heidelberg

Momento VI [Tenso, herOico J -±96]Darmstadt

Alternancia de dois movimentos contrastantes: rapido/fluido — lento/denso, em "tempo livre,

recitativo"; serie empregada "em todas as possibilidades de timbre e dinamica" — I.

Melodia acompanhada; como urn ponteio, alusivo aos de Camargo Guarnieri — II.

Estudo de clusters de diferentes densidades; exploracao de registros — III.

Dialog° sombra — regido grave — e luz — unissono, regiao aguda — IV.

Melodia sobre pedal harmemico-melOdico em continua mutacao ritmica, uma imitacao do som

do berimbau — V

Oposicao de timbres, choques de 20 e seus derivados — VI.

MIT Complexidade ritmica, divisao quialterica irregular,* polirritmia. Aceleraceies e desaceleracOes

controladas, tempo livre. Dinamica extremamente variada. Notas, oitavas, acordes repetidos (I, VI),

velocidade (III).

Nivel avancado (I) — I, III, IV, VI; intermediario (I) — II; intermediario (II) — V.

• Designacao cmpregada por SCLIAR, Esther em Elementos de teoria musical. Novas Metas, 1985, p.91.

1971Ta'aroa

Paris

7:00 Tonos

Ta'aroa I [J = 168]

Variation I= 84]

Variation II= 138]

Variation III= 60]

Variation IV= 120]

Interludium= 112]

Variation V [J = 112]

Ta'aroa II= 168]

Obra inspirada em mito cosmogemico taitiano. Designacao tambem atribuida a uma deusa da Polinesia

corn dois rostos.

VariacOes sobre um tema com dois desdobramentos: um, harmemico e outro melOdico, este, uma

projecao horizontal dos elementos do primeiro, ressaltando-se, em ambos, a repeticao de notas.

Exploracao de possibilidades ritmicas (I), melOclicas (III), melOclico-harmonicas (II, IVe Interludium)

e ritmico-melOclicas( V) do tema.

223

Page 220: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRAS' LEI ROS -OKRAS I'ARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALM F.I DA

Trafi Metros e subdivisOes complexos, em constante mutacao, polirritmia; flexibilidade ritmica. Notas

repetidas, tremolos. Extremos de intensidade. Indcterminacdo quanto ao nUmero de repeticOes

de configuracOes cm Variation IIIe Ta'aroa II.

Nivel avancado (I).

19716 Momentos (7-12)

Cubatdo

10:00Tonos

(2 Caderno — Impressdes de Cubango)

Momento 7= 2001

(do canto da noite)

Momento 8 = 66]

(das alias imaginitrias)

Momento 9 Lb = 56, Luminoso, colorido]

(do intenso perfume dos lirios nos mangues)

Momento 10= 92]

(... das proximidades da serra)

Momento 11= 160]

(das verdes alturas)

Momento 12

(as estradas de fogo)

Pecas curtas, cada qual em torno de uma ideia basica. A maneira dos Prelndios de Debussy, sugestOes

poeticas ao final de cada uma delas.

Recitativo centrado na nota re, envolto em harmOnicos. Interacao de seus elementos — n2 7.

Jogo de tritonos (contencao de energia) emenores impulsivas (liberacdo de energia), em registros

e dinamicas contrastantes. Niimero crescente de tritonos e ampliacao do final das configuracOes

impulsivas, a cada nova secao — n2 8.

Movimento constante dos componentes dos acordes ("multipolifonia das ras no mangue"), em

decrescimento cromatico de tempo, de 11/8 a 2/8 — re 9.

Rccitativo ("envolto em neblina") pontuando em acordes. Ampliacdo dele por permutacdo e reiteracao

de seus elementos — n2 10.

Aceleracao e desaceleracao controladas e rarefacao da textura tecida em torno do intervalo de 2 ,1 e seusderivados — n2 11.

Alternancia de impulsos ascendentes culminando na explosao de cluster repetido em accelerando,

na regiao aguda, cm fff e recitativo em pp "distante", sobre sons harmOnicos —10 12.

Extremos de dinamica, de fff a ppp (12), metrica livre ( 7, 10, 12), polirritmia (9 e 11),

superposicdo incOmoda de niaos ( 9), notas repetidas em vibrato (11), clusters, extensiies.

Niveis intermediario (I)-10; (II)-7,8,11; e avancado (1)-9 e 12.

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Page 221: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1972Ad laudes matutinas*

Paris

5:00Gerig

Laudes – I a oracao coletiva do dia peca inspirada na liturgia monistica beneditina. Obra estruturada

em cinco secOes correlatas, cada uma predominantemente em determinado registro do instrumento;

acrescimo gradativo de novos elementos. Tres possibilidades de ordenacao dessas secOes, respeitada a

obrigatoriedade da manutencao da P e da ialtima, no inicio e final da peca. Estilizacao do cantochao

atraves da repeticao de notas e metrica livre – abundante emprego de quialteras irregulares de variado

nnmero e de polirritmia. Contraste entre textura densa dos clusters e diafana dos harmOnicos. Enfase

na articulacao melOclica, harmonica e ornamental do intervalo de 2 2 . Exploracao de harmOnicos

e de ressonancias: criacao de atmosfera mistica evocativa do efeito de reverberacao produzido pelo coro

dos monjes, no espaco aciastico da igreja.

HEM Contrastes bruscos e constantes de intensidade. Liberdade ritmica, apesar do rigor da escrita.

HarmOnicos, ressonancias.

Nivel avancado (II).

* Em Neue Brasilianische Klaviermusik heft. 2, p. 24.

1973Ilhas

Cubatdo

13:00Tonos

1— Ilha dos nove vulcOes= 192]

2 - Ilha de pedra = 112]

3 - Ilha de Belo [Lento J = 56]

4 - Ilha verde-azul = 192]

5 - Ilha de coral [i.) = 66, 60]

6 - Ilhadas Sores

7 - I lhas afortunadas [J = 132]

8 —Arquipelago = 160]

Conjunto de pecas desenvolvidas a partir de agregados sonoros pre-estabelecidos – "ilhas" – em meio

a ressonancia das Aguas. Criacao de atmosfera estatica a partir de jogo de densidades, espacializacao

dos elementos agregados e estruturacao ritmica aditiva. NUmero 8, Arquipelago, uma catalogacao do

material sOnico das pecas anteriores.

Estimulo a fantasia sonora atraves de imagens poeticas apresentadas na partitura. Notas e acordes

repetidos, tremolos; seqfiencias sinuosas cromaticas em velocidade. Ritmica bastante livre, facultando

adaptacOes segundo as possibilidades do pianista: mamero de repeticOes de algumas configuracOes

indicado em segundos; polirritmia. Bruscos contrastes de dinamica. Pedal.

Nivel avancado (II).

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Page 222: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ PRADO, 1. A. REZENDE D8 ALMEIDA

1974Momentos (13-19)

Petit Laney

8:00Tonos

caderno)

Momento 13 [Fulgurante]

Momento 14 [Transparente como uma aurora, sempre continuo .J = 72]

Momento 15 [Igneo, continuo, agitado144]

Momento 16 [Tempo livre ]

Momento 17 [Floral, cintilante ±= 92]

Momento 18 [Corn uma densidade petrea, mineralica = 60]

Momento 19 [Rapidissimo, como uma espiral de logo]

A partir de componentes do compasso, antinomias: alcatOrio/tixo, mOvel/estatico, faixas —

klangflache* — coin duraciies aproximadas indicadas ern segundos/pontos (acordes e notas

rcpetidas) — n!= 13.

Melodia curva, cm regiao aguda, corn scntido ametrico, sobrc tcrcas descendentes; sabor

"schostakovichiano" patetico — 14.

Estudo ritmico. Expansdo c contracio de figuracao construida coin intervalos dc 2 2, 4 7a, figuracao

sotoposta a moto perpetuo em scmicolcheias —70 15.

Alternancia de arpejos rapidos c monodia gradativamente desdobrada cm polifonia cstatica,

corn crescente nUmero de VOZCS — i0 16.

Exploracdo ritmica e textural de ideia expresso por movimento continuo/rctencdo, acompanhados

de crescimento da tensao harmonica — n2 17.

Forma terndria construida por justaposicao de materials contrastantes; na P secdo, em andamento lento,

seqUiiincia de acordes abertos, rarefeitos e prolongados, em J; envoltos por polifonia ornamental

ativamente polirritmica, em ppp; na secdo central, moto perpetuo a duos votes, em andamento vivo;

retorno dos acordes iniciais despojados da ornamentocao, como conclusdo — n' 18.

Estudo ritmico. Contracao c expansao dc arabcsco descendente sempre concluindo sobre a nota mi,

corn funcao dc nota pedal c polo — 19.

Indeterminacao quanto ao nUmero de repeticOes de algumas conliguracOes: indicacdo de tempo

em segundos. Metrica constantemente variada. Quialteras irregulares, polirritmia complexa ( 17, 18).

Paralelismo entre as mdos ( 15), velocidade ( 15, 19). Extensdo ( 16, 17). Palheta dc intensidades

entre Rye pppp (13).

Niveis intermediario (I) — 14; (III) — 13, 16; avancado (II) — 15, 19; c (III) — 17, 18.

*Terrcno sonoru estabelcaido por uma scne, ou parts dcla, on por (ultra estrutura coesa, nuebido corn° area delinntada", Iqualidadc de ean

VOGT, Bans_ Neue Muaik se* 1945, l'hili pp Kean= jun., Stuttgart, 1982.

Cartas celestes Tonos

Ciclo — como uma macro-sonata em scis movimentos — descritivo do ceu visto do Brasil nos diferentes

meses do ano, bascado no Atlas celeste, de Ronaldo Rogerio de Freitas Mourdo. Recorrencia

de materials como fatores condicionantes de coesdo e forma prOpria a coda urn dos volumes; 24 acordes

226

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDF, DE ALMEIDA

designados corn as 24 letras do alfabeto grego como vocabuldrio - transposto respectivamente a

3, menor superior, 3 $ menorinferior, 42 justa inferior, 3 , maior superior e 4, justa superior nos volumes

II a VI - representativo das estrelas nas diversas constelacOes. Grandes contrastes, exploracao das

possibilidades de ressonancia do instrumento, klangflachen, multiplicidade de pianos e indicaeOes

sinestesicas como recursos empregados na tentativa de "mostrar o impossivel pelos sons limitados do

piano" e "representar esse esplendor cOsmico todo"; emulacdo de "uma orquestra de vibrafones,

xilofones, celestas, harpas, sinos e tantas", segundo texto do compositor na introducao da obra.

1974Cartas celestes I Cubatao 15:00

(P caderno)

I — Portico do crepUsculo [0 mais rapid° possivel]

II —Via lactea [Diversos andamentos]

III — Portico da aurora

Obra construida coin urn trajeto palindromo; trecho do Genesis como epigrafe. Descried() do ceu visto

do Brasil nos meses de agosto e setembro. Em tres grandes movimentos, corn variavel nUmero

de secOes, o central, o mais longo deles. Via lcictea (secao 1 do II" movimento) dominada pela 5 , dó-sol;

em Andromeda (seed() 2 domovimento), reverberacdo em filigrana pp, de acordes em sfz -

procedimento semelhante ao empregado em Lyra (seed() 8 do movimento). Meteoros como clathes

de glissandi, tremolos e trinados. Tratamento diferenciado para cada uma das estrelas de I-Prcules

(secao 4 do II2 movimento). Em Scorpio (secao 10 do II" movimento), prolongamento, em uma massa

compacta, de blocos harmOnicos repetidos.

TEN Energia e resistencia fisica necessarias a repetiedo de padrOes em grande velocidade e em fff ou ff

Longos tremolos e trinados. Extensdo, blocos densos e amplos. Glissandi, notas repetidas.

Complexidade ritmica: ausencia de formula de compasso, tempo indicado pela unidade de tempo ou em

segundos. Indeterminaedo quanto ao Munero de repetieOes de configuracOes, dependente das

possibilidades do pianista. Palheta variadissima de intensidades e timbres. Pedal.

Nivel avancado (III).

1976Zwei leichte Klavierstucke

Campinas

5:00Tonos

1 - Lied des Herzens (Cantiga do coracao) [Calmo]

2 - Ballade fur Sergei (Balada para o Sergei) [Corn ternura (zartlich) = 76]

Melodias vocals metricamente flutuantes (apesar da indicacao invariivel de fOrmula de compasso,

respectivamente 6/8 e 5/8, na P e peeas) sobre ostinati, o 1 2 corn tratamento polimetrico

e o 22 em cromaticamente descendentes, de sabor shostakovichiano.

PEEN Defasagem entre os fraseados das duas mdos. Cantabile. Predominio da dinamica pp.

Nivel intermediario (I).

227

Page 224: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ PRAM), J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1976Itineririo amoroso e idilico ou

Campinas

12:00Tonos

0 livro de Helenice

I —A estacao das amenidades (entre a primaverae o vet-do) [Transparente, continuo, tempo !lyre]

II — As terras do coracdo [ = 54]

III — As colinas imaginarias = 76]

IV —0 jardim secreto e a polifonia dos perfumes [Calmo, con, fantasia!= 80]

V —A estacao das densidades entre o verao e o outono [ intenso, sonoro, amplo!.j = 96]

VI — Os ventos do amor e da paixäo [Rapid°, igneo]

V I I — Os rios da memOria [Lento • = 54]

Obra lirica inspirada ern passagens do "Cantico dos canticos". Tendencia ciclica decorrente de

recorrencia de motivos mckadicos c de limitada constelacao harmonica. Alternancia de gestos sonoros

contrastantes evocativa de procedimento responsorial. Parte III, urn coral; VI, urn estudo de velocidade.

En Tempo livrc c metrica fluida. Palheta sonora variadissima. Texturas diafanas e sonoridades

delicadas. Notas repetidos, como vibrato, tremolo, passagens virtuosisticas. Pedal.

Nivel avancado (II).

1976Rios

Campinas

20:00Tonos

I —As aguas de Canutsipem [ Lentissimo= 72]

I I —Mearatsim, 'vat, Jakuiaep, os espiritos que habitam o fundo das Aguas.

[ Transparente . = 63]

III —A descida das Aguas e a formacao dos rios Ronuro, Maritsaui e Paranajuva.

[Corn élan . = 72]

Obra inspirada na forca magico-tclUrica, no misterio e na encantacdo do mito "Iamulumulu: a formacao

dos rios", narrado em livro dos irmdos Villas Boas, sobrc mitos dos indios do Xingu.

Ritmos irregulares cm uma passacaglia precedida de introducdo. VariacOes sobre tres tcmas aparentados,

sucessivamente apresentados ern ordem crescente de atividadc ritmica c combinados verticalmente- I.

Sugestdo de transparencia das Aguas, de queda de pequenas pedras c dc formacdo de circulos,

ondulacOes e reflexos, atraves de textura diafana e notas subitamentef mi; ou p, em context() de notas

ou intervalos repetidos em ppp, como ressonancias - II.

Combinacdo de materials das partes precedentes, corn passagens virtuosisticas. Repeticdo de movimcnto

ascendente scguido de suspensdo no agudo, como alusdo a travessia do rio pela terra, are sua chegada

ao mar. Coda conclusiva, corn retorno da passacaglia - III.

MD Grande dificuldade ritmica: coincidencia de ate tres tipos distintos de subdivisdo de tempo, valores

breves agrupados de maneira inteiramente independents em cada uma das mdos. FiguracOes velozes,

tremolos, grandes sonoridades. Enfase no registro grave. Resistencia fisica. Palheta dinamica e timbrica

extremamcnte rica e variada.

Nivel virtuosistico.

228

Page 225: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES RRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

19786 Momentos (20-25)

Campinas

12:00Tonos

(4 2 Caderno)

Momento 20 [Alegre J = 60]

Momento 21 [IrOnico, gozador J = 96]

Momento 22 [Vern das estrelas, vem! J = 56]

Momento 23 [Como umavisdo]

Momento 24 [ Pesado, noturno J = 66]

Momento 25 [ Ritmico J = 104]

Justaposicao de materiais contrastantes: blocos harmOnicos grupados em configuracOes ritmicas

repetidas (alusao ao canto do bem-te-vi)/projecao horizontal de seus componentes e intervalos

(dissolucao dos blocos) — n 2 20.

Como uma toccata, reiteradamente interrompida por movimentos escalares — n 2 21.

Variacoes timbristicas sobre duas curvas de direcOes diferentes, uma condutora de ideia triadica, outra,

de nota pedal contida em blocos harmOnicos. Registros de Orgdo emulados atraves da dinamica e de

escolha cuidadosa dos intervalos — n222.

"Como uma visao", segundo palavras do compositor; jogo maior/menor. Triades em ppp, no registro

medio, seguidas de triades ampliadas (ressonancias), nos registros agudo ou grave — n 2 23.

Pequena forma ternaria. Na 1 2 e 3 1 secOes, sob longos blocos, voz grave, pulsante; contraponto de

especie, ornamentado, em ritmo sinuoso e livre, na secao central — n 2 24.

Tecnica dodecafOnica livre. Ostinato corn ritmo caracteristicamente brasileiro (3+3+2 colcheias), na

P secao; expandindo-se aritmeticamente, de 9/8 a 17/8 e simultaneamente atravessando toda a

extensao do instrumento, no restante da peca — n225.

Palheta timbrica e de intensidades muito variada. VariacOes de agOgica (20), jogo de teclas pretas

e brancas (21), extensao (20, 22), harmOnicos (24).

Nivel intermediario (I) — 23; e (III) — 20, 21, 22, 24, 25.

1979Momentos (26 - 31)

Campinas

12:00Tonos

(.9 caderno)

Momento 26 [1ntenso J = 100]

Momento 27 [ [Muito calmo, sereno = 100 Agitato J) = 144]

Momento 28 [ Luminoso J = 92]

Momento 29 [Granitico = 112]

Momento 30 [Corn vigor J = 126]

Momento 31 [J = 72]

Alternancia entre: gestos impulsivos ascendentes, nas regiOes semigrave e central, sobre nota pedal la;

e ostinato de 3" menor ( mi-do #), ritmicamente imprevisivel, na regido semi-aguda, emergente de gestos

sinuosos, tambem impulsivos — n 2 26.

229

Page 226: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 CONIPOSITORES MASI LEI KOS - ()BRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

Alternancia entre: "muito calmo, sereno", expresso ern linha melOdica acompanhada por desenho

sinuoso em ostinato ritmico; e agitato, passagem em blocos projetados horizontalmente em figuracejes

velozes, construida a partir de materiais previamente apresentados — n227.

Ao longo da peca, utilizacao contrastante quanto a textura, andamento e toque, do material

do compasso: acordes, como appoggiaturas, imediatamente projetados oitava acima, em toque

detache, sobre nota pedal; tratarncnto linear de sous componentes, cm legato cantabile e andamento mais

lento, superpostos a pedal duplo (polifonia), na subsecao seguinte — n228.

UnIssono corn aura de cluster. Contorno melOclico circular impregnado por triton() e intervalo

de 2 1 e scus derivados. Secao scguinte dc carater ritmico. Alternancia entrc fluxo temporal mais

c menos continuo — n 2 29.

Peca serial. Tema corn sete variaceles ritmicas e coda, dispostas em ordem decrescente de complexidade

contrapontIstica c crescente de movirnento — 30.

Tema corn quatro variacoes c coda. Predominio de textura coral e polifonia imitativa — n 2 31.

MIT Blocos amplos, clusters, extensão. Complexidade ritmica. Palheta timbrica e de intensidades rica

e variada. FiguracOes velozes por 4 (26). Trinados, tremolos (30, 31).

Niveis intermediario (III) — 27, 28; e avancado (I) — 26, 29, 30, 31.

1980Momentos (32-37) Koln 8:00Tonos

(62Caderno)

Momento 32 [Como urn chamado jubiloso o = 56]

Momento 33 [Alegre urn pouco como Scarlatti (.1= 104)]

Momento 34 [ Estelar r = 60]

Momento 35 [ Selvatico, rudo = 132]

Momento 36 [Eloqiiente, discursivo]

Momento 37 [Argenteo, cintilante (.4 = 184)]

Alternancia de duas estruturas: — intervalo de 3 2 menor descendente; 2-- combinacao de 3 a menor

descendente, na rcgiao grave, corn 3 1 major ascendents c descendente e seqtiencia de tres semitons

descendentes, na regiAo aguda. Como sinos — n e 32.

Evocacao da sonata pre-classica na forma, ornamentacAo e transparencia — n2 33.

Ampliacao do ambit° — de semitom a oitava — de tremolo ininterrupto referido ao centro si, circundado por

clusters (gestos ascendentes, descendentes, pianos e tremolos ascendentes de maior densidade) — n2 34.

Tema corn duas varia0es contrastantes: uma, em blows espessos, em ff, outra, sobre urn continuum

cromatico em pp — n2 35.

Homenagem a Nadia Boulanger. Escrita dodecaffinica livre, em ritmo de abertura francesa,

interrompido por intervencOes claramente tonais. Coda "como urn cortejo frinebre" — n' 36.

Estudo sobreglissandi graves e agudos. Desenvolvimento em espiral, corn superposicbes do element°

inicialmente apresentado, de carater ritmico bem definido — n2 37.

FiguracOes velozes por 4" (34, 37). Tremolos e trinados (33, 34). Polirritmia (32, 35). Glissandi (37).

Niveis intermediario (I) — 32; (III) — 33, 36; e avancado (I) — 35; (II) — 34, 37.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS —()BRAS 1'ARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1981Cartas celestes Campinas Tonos

Ciclo – como uma macro-sonata em seis movimentos – descritivo do ceu visto do Brasil nos

diferentes meses do ano, baseado no Atlas celeste, de Ronaldo Rogerio de Freitas Mourao. Recorrencia

de materiais como fatores condicionantes de coesdo e forma prOpria a cada urn dos volumes;

24 acordes designados corn as 24 letras do alfabeto grego como vocabulario – transposto

respectivamente a 3 2 menor superior, 3 a menor inferior, V justa inferior, 34 major superior e 4 justa

superior nos volumes II a VI – representativo das estrelas nas diversas constelacoes. Grandes contrastes,

exploracao das possibilidades de ressonancia do instrument(), klangflachen, multiplicidade de pianos e

indicacOes sinestesicas como recursos empregados na tentativa de "mostrar o impossivel pelos sons

limitados do piano" e "representar esse esplendor c6smico todo"; ernulacao de "uma orquestra de

vibrafones, xilofones, celestas, harpas, sinos e tanras", segundo texto do compositor na introducao da obra.

Cartas celestes II 22:00

Grande Nuvem Magalhaes [Continuo, amplo e sonoro (.N = -± 138)]Constelacio I (Paveo)= 92]

Alfa e Beta do Indio= 1 1 2]Constelacdoll(Peixe Austral) [ Pesante, lento calmo, digano]

MercUrio (o planeta mais prOximo do sol) [ Luminoso, incandescente J104]

Galaxia NGC —5128 [Lento, majestoso, infinito = 100]Constelacdo III Eridanus (o Rio) [ Brilhante, feerico (.1 = 100)]Constelacdo IV (Tucano)= 160]Constelacdo V Cetus (Baleia) [ Pesante i = 69]Aglomerado Globolar "XI" do TucanoUrano (o planeta verde azulado e seus quatro satelites) [ Lento, mistico, solene J = 92]Pequena Nuvem Magalhdes [Continuo, amplo, sonoro, luminoso J = ±80]

13. Cometa [Rapidissimo]

Obra em 13 movimentos (designacao empregada pelo compositor), corn citacao de Zelia Guerin Martin

como epigrafe. Descricao do ceu visto do Brasil, nos meses de outubro e novembro.

Em Grande Nuvem Magalhdes, cinco transposicOes da mesma sucessäo de arpejos, iniciada em oitavas

de la, mi , si, fa e re , respectivamente, e concluindo em stretto a partir das oitavas de sol. MercUrio,â

maneira de rond6 – ABA C ACA – "explode em cores e ritmos incandescentes".* Em Urano, imitacoes

em trama polifOnica. Galiocia NGC-5128, "uma espiral sonora em graus cromaticos".* Conclusao de

Pequena Nuvem Magalhaes, versdo condensada da em "uma rapidissima passagem do grave ao

agudo do piano, mostrando a cauda do cometa que riscou o ceu como uma assinatura."*

MArpejos velozes ao longo de toda a extensäo do piano. Trinados, tremolos, glissandi.

Repeticao de notas, acordes e configuracOes ritmico-melOdicas; indeterminacdo quanto ao nnmero de

repeticOes. Grandes clusters. Complexidade ritmica. Dinamica e agOgica extremamente variadas. Pedal.

Nivel avancado (II).

*Tocto do compositor nas notas explicativas da obra.

231

Page 228: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 comPosrrodEs B RASI- OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZF.NDF. DE ALMFIDA

Cartas celestes III 19:25

I. Lua quarto crescente= 120]

Constelacdol— Orion, o cacador [.1) = 144]

Betelgeuse — a mais fulgurante estrela= 144, 132]

Lua cheia LI) = 120]

ConstelacdollTaurus± 100]

Marte [ Ferreo, pesante—diversos andamentos]

Lua quarto minguante [J) = 120]

Algol, a estrela variavel [.t) = 160]

Lua nova= 120]

Obra em nove movimentos, corn citacao de Johannes Kepler como epigrafe. Descried° do ceu visto

do Brasil, nos meses de dezembro e janeiro.

As quatro fases da lua – o mesmo movimento retomado corn minimas alteracOes – corn funcao de

prelndio, interhiclios, posIndio e de pontuacdo. Em Orion, repetiedo de celulas ritmicas em movimento

pulsante ("como um tropel de cavalos de fogo", segundo indicacao do compositor), interrompida por

pausas ou duraeOes de major valor. Sonoridade do agregado predominante de Betelgeuse – sol#rê#

explorada em moto perpetuo. Taurose Algol formados por justaposicao de materiais

contrastantes. Marte, o movimento mais longo e complexo do grupo, em forma A (movimento

ascendente e descendente)/B (sucessivas modulacOes metricas, de = 60 a = 229,

aproximadamente)/A' (ondulante)/C/D (B+C)/A" (movimento descendente e ascendente).

Acordes e configuracOes ritmico-melOclicas e ritmico-harmOnicas repetidos. Utilizacdo de toda

a extensdo do instrument°, apesar da prolongada exploraedo das regibes media e aguda. Passagens

velozes em graus conjuntos e tambem corn ambas as mdos simultaneamente. Trinados, tremolos,

glissandi. Complexidade ritmica. Ampla e variada palheta de intensidades, timbres e andamentos.

Nivel avancado (II).

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Page 229: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

Cartas celestes IV 30:00

Rumo as estrelas da galaxia NGC 5194/95 = M 51 [Como uma explosao = ±66]

Chamado extragalatico I= 88]

Aglomerado globular Messier 41 [J = 66]

Persefone, o decimo planeta?= 62]

Netuno [Lento J = 66]

AsterOide Ceres [Ftapiclissimo]

Constelaceol(Auriga)— 0 Cocheiro= 138]

Constelacao II Cab Major [J = 80]

Constelacio III — Cio Menor= 761Buraco da fechadura (nebulosa escura) = 96]

Pleiades austrais — diamantes celestes (IC 2602) [J = 84]

Plutio, o planeta mais distante do sol= 84]

Chamado extragalatico II= 88]

Aglomerado globular Messier 35 [J = ± 100]

Constelacdo IV (Lepus) — 0 Coelho [. I') = 96]

Chamado extragalatico III= 88]

Luz zodiacal

Sirius e Capella, as estrelas superbrilhantes

Buraco negro (Colapsar)

Alem do universo visivel= 76]

Descricao do ceu visto do Brasil nos meses de fevereiro e marco.

Presenca marcante de re major, tratado transtonalmente, no P e Ultimo movimento. 0em tres

secOes unificadas por figuracoes coruscantes; o ultimo, estatico, "uma especie de coral eterno".*

Aparicao rapida de Persefone, "corn sua imaginaria densidade terrivel e maligna".* Netuno "revelado

num tecido sonoro de ressonancias de oitavas".* Pluttio, em "ritmos alucinantes, acordes cinzas, roxos

e negros".* Concentracao frenetica de todos os sons, com forte atracao para si 6, ern Buraco negro.

Notacao em ate seis pautas.

MTN Utilizacao de toda a extensdo do instrumento, enfase nos registros extremos. Repeticdo de acordes

e configuraciies ritmico-melOclicas e fitmico-harmonicas, passagens em graus conjuntos ou arpejadas

em velocidade, trjnados, tremolos, extensao, polifonia. Complexidade ritmica. AceleracOes

e desaceleracOes controladas. Palheta de intensidades, andamentos e timbres extremamente rica

e variada. Resistencia fisica necessaria a execucdo da obra.

Nivel virtuosistico.

• Text() do compositor, na introducao da ()bra.

233

Page 230: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - °BRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. RFZENDE DE ALMEIDA

1982Cartas celestes V 8:00

Jupiter, o planetagigante [ Rubro, metalico, imenso= 112]

0 silencio da noite I [ Transparente, simples, sonoro= 56]

Via lactea, o Caminho do Grande Ceu [ Estelar = 96]

Constelasdol (Leo, Ledo)= 63]

Constelacdo11 (Hydra, Hidra a serpente do mar) [Furioso, gritante= 144]

Galaxia espiral (na constelacdo da Ursa Maior) NGC 5457 = M 101 [= 56]

Constelacdo III (Ursa Maior) [. = 60]

0 silencio da noite II [Transparente, simples= 56]

Constelacdo IV (Cruzeiro do Sul, crux)

Constelacdo V (Musca — Mosca)= 160]

Sigma octantis, o astro mais prOximo do polo celeste [ Ripido]

Nebulosa planetaria NGC 3242 [J = 69]

13. Saturno, o planeta dos aneis [. = 120]

Descried° do cat visto do Brasil, nos meses de abril e maio. Citaceies dc Ovidio, do Paramahansa

Yogananda, do Livro de JO e de Cassiano Ricardo como textos sugcstivos.

Japiter em "sonoridades pesadas c complexas" e construedo polifemica. ApresentaeOes do tema sempre

em "aumentace5es gradativas c figuraeOes diferentes: a P vez cm colcheias, a 2 = ern seminimas e

a em semicolchcias".* Via ldctca novamente dominada polo interval° de 5 = , " corn seus arcos

iluminados de melodias de harmemicos superiores c infcriores".* No Cruzeiro do Sul, citacao de canto

gregoriano, ecoada por blocos harmemicos mais graves. Saturno como uma "danca magica e continua,

em circulos multicoloridos de arpcjos",* combinados corn urn tema imprevisivelmente saltitante,

trabalhado por inversdo e aumentacao. Notacdo em ate dez pentagramas.

HaD Grandes clusters; acordes emffje.; densos, amplos (corn intervalo de 92 ), repetidos em velocidade,

oitavas. Figuracties arpejadas rapidas, passagens velozes corn ambas as mdos simultaneamente, saltos,

longos tremolos corn grande abertura dc maos. Rcsistencia fisica necessiiria a execucdo da obra.

Complexidade ritmica. Palheta extremamente rica c variada dc intensidadcs, andarncntos e timbres.

Multiplicidade de pianos sonoros. Pedal.

Nivcl virtuosistico.

*Todo do compositor, na introducAo da obra.

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Page 231: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE. DE ALMEIDA

1982Cartas celestes VI 24:00

Preltldio—ATerra, vista do seu mais profundo abismo, em toda sua tragica realidade

[ Terrivel, desolado J = 120]

A Terra, o planeta azul, (vista da Lua) em todo seu esplendor e majestade! = 160]

A Lua (vista da Terra— Interladio) [ Prateado, frio, cintilante= 120]

ConstelacaolVirgo — Virgem [Real, simples J 46]

Constelacio II "Bootes" — 0 Boieiro [Tempo elistico = 56)]

Constelacio III — Corona Borealis — Coroa Boreal [Tempo livre ( J50)]

0 Sol, sua glOria e poder & Eclipse solar [ Continuo= 168, 174]

Aglomerado circular NGC: 5822 — interlUdio [TranslUcido J = 54]

Ciranda dos planetas ao redor do sol [ Diversos andamentos]

Urn novo ceu e uma nova Terra—PostlOclio [Transfigurado, luminoso= 176]

Descried° do ceu visto do Brasil, nos meses de junho e julho.

Recapitulaedo dos volumes anteriores no InterInclio (mais uma verso das Luas do volume III), no Sole

na Ciranda, a partir da ornamentacdo reverberante de pontos isolados, retomando a densa klangflache

dos POrticos do volume I. Nos tres movimentos Terra, descried° de uma trajetOria atraves da repetiedo

desolada de um mi menor e da friccao sol-la noate a "transfiguracdo do acorde de fit maior."*

Repetiedo de acordes, celulas, notas. Clusters, trinados, tremolos,glissandi. Extensdo.

Complexidade ritmica. Palheta extremamente rica e variada de intensidades, andamentos e timbres.

Nivel avaneado (III).

*Tcxto do compositor, na introducao da obra

1983Savanas Campinas 11:00Tonos

(Mural sonoro baseado na mitsica de algumas regiOes da Africa)

Chamado do Amanhecer (Introducio) = 132]

I — MOsica de preparacdo de cap, regal:, de Shona, Rodesia [Como urn chamado J = 132]

II — Mbira I [11 = 132]

III — 0 canto das savanas = 160/ I 68]

IVMbira II [11 = 132]

V — Dialogo noturno de Bwali, regdo de Manyema (mUsica nuptial)= 160]

VI — Mbira III= 132]

VII — Grande canto dos Swazi, Africa do Sul [Dramatico, tempo livre]

VIII — Mbira IV [1) = 132]

IX — MOsica para invocar espiritos, de Karanga, Musume, Rodesia [Magico J = 66]

X — Mbira V= 132]

XI — MOsica ritualistica dos Ijaw, Nigeria= 96]

Ciclo sobre material ritmico-melOclico extraido do livro The music of Africa, de J. H. Kwabena Nketia

(Norton, Nova York).

235

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36 COMPOSITORES 13 RAS 11.1-:1 ROS - ()BRAS I'ARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDEDEALM El DA

Introducdo ritmica, executada corn duas baquetas duras de xilofone, sobre bambu colocado entre

os dois suportes internos do piano de cauda; pedal abaixado, visando a multiplicacdo de ressonancias.

Nas pecas pares, a guisa dc refrdo, imitacdo monotbnica do som de urn instrument° nativo – Mbira –

especie de xilofone portatil, corn caixa de ressonancia. Nas demais, predorninio de ritmo motOreo

(III e XI), fluencia melOclica (/e V) ou de recitativo eloqiiente ( VII e IX). Cm-Ater ritualistic°

c hipnOtico decorrente de melOclica circular e de emprego abrangente de ostinati c repeticdo variada.

Contrastes de registro e dinamica, restiltando cm cfcitos de espacializacdo.

AgOgica extremamente variada: aceleracOes c desaceleracOes constantes. Mudancas freqiicntes

de formula dc compasso, passagens ametricas. Repeticdo de notas dobradas em /re em andamento

rapid°. MUsica dura, primitiva. Imaginacdo necessaria a concepcdo das pecas mais fragmentarias.

Nivel avancado (I).

1983Momentos (38-43)

Campinas

10:00Tonos

(7 Caderno)

Momento 38 [Tempo livre = 72]

Momento 39= 80]

Momento 40 [ Furioso, tumultuado—diversos andamentos]

Momento 41 [Tempo de sarabande f = 132]

Momento 42 (Aleluias) [Corn jUbilo = 192]

Momento 43 (Passacaglia) [Misterioso, intenso = 84]

Celula formada por justa e descendentcs c triton° ascendente, sujeita a permutacdo e variacao

ritmica, antecedida ou seguida por nota repetida ou tremolo, como material melOclico basic°. Tempo

livrc no "quasi rezitativo" inicial e conclusivo – n' 38.

TransformacOes sutis em motivo clescendente sobrcposto a continuum em fusas. "Como uma manhd

lavada, depois da chuva...". Debussysta – ;0 39.

Retomada da linha romantica das fantasias operisticas nas "metamorfoses de fragmentos

de Tristan and Isolde de Richard Wagner". Mudancas constantes de fOrmula de compasso e andamento.

Celula da Opera, claramente apresentada no "Lento", embutida em "Furioso, tumultuado" – n2 40.

"Mctamorfose de urn fragment° roubado da Sarabande de Johann Sebastian Bach". Primeiros

compassos da peca da Partita em re maior para cravo sujeitos a uma serie de deformacOes – n' 41.

Linha melOdica jubilosa ern imitacdo canOnica a oitava, emff, seguida de repeticdo em pp – efeito

de cco. Clusters como interjeicOes. Mudancas freqtientes de formula de compasso – re 42.

Passacaglia escrita em 4+3+2+1+3/8. AcUmulo gradativo de contraponto sobre baixo ostinato

construido corn as notas de Bach – 346, lk, dO, si q, – ate. a 4 1 variacdo (letra E na partitura).

Intensificacdo agOgica nas variacOes seguintes, ate a coda – n' 43.

REM FiguracOes velozes. Tremolos, notas e acordes repetidos. Extensdo. Sonoridades diafanas,

ressonancias. Pianos sonoros claramente definidos.

Nivcis intermediario (I) – 41; (III) – 38, 42; e avancado (I) – 39, 40, 43.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PAM PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1983Momentos (44 a 49)

Campinas

8:00Tonos

Caderno)

Momento 44 [Primitivo J = 126]

Momento 45 [ Noturnal J = 96]

Momento 46 [ Ftapido e metalicoilento]

Momento 47 [ Embalando, suave, calmo, corn amor]

Momento 48 [Como urn galope = 152]

Momento 49 [Tempo livre, recitante, declamado]

Peca de cariter amerindio, primitivo, como urn batuque, sobre pedal ritmico de 23 semicolcheias — M 44.

Jogo responsorial e ressonancia de sinos em intensidades gradativamente decrescentes — n145.

Sugestao de mUsica argentina ao som de viola°. Alternancia de passagens rapidas, como urn rasgueado,

e lentas, como urn canto distante —10 46.

Acalanto em lei lidio, sobre nota pedal mi — n247.

Reiteracdo de ostinato ritmico em accelerando, como urn galope, seguido de estancamento abrupto.

Modificacao do ostinato para urn "trotando delicado", nas palavras do compositor. Conclusao da peca

corn o retorno do "galope" — nfl 48.

Ern tempo livre, alternancia de gestos velozes ascendentes, descendentes ou ambos, e recitativos, tanto

uns quanto outros, em oitavas paralelas —10 49.

ETD Tremolo corn extensdo, busca de ressonancias, acordes velozes em movimento alternado de moos,

legato cantabile em pp, gestos paralelos rapidos.

Niveis intermediario (II) — 44, 46, 48, 49; e elementar (III) — 45, 47.

1983Poesilitclios (1 a 5) Campinas

Poesilildio n 2 1 [Calmo, floral = 92]

PoesilUdio n 2 2 [ Corn milltiplas cores e intencOes, eloqUente]

PoesilUdio n 2 3 [ Feliz J = 168]

Poesiltidio n 2 4 [ Calmo =60]

PoesilUdio n 2 5 [Continuo, calmo]

12:00Tonos

Como flashes, momentos; combinacao de poesia e prelfaclio. Pecas curtas, pict6ricas, evocativas

de atmosferas e lugares.

Inicialmente composto para violao solo e depois para piano. Como uma cancao de cunho

nacionalista, oscilando entre mi maior e menor, sofisticada por sutilezas harmonicas e ritmicas

no acompanhamento — nP 1.

Alusivo a justaposicao de diversos elementos — sofa, cosmos, planeta etc. — em urn quadro realista

de Bernardo Caro. Colagem inicial de materiais musicais dispares, seguida de melodia acompanhada a

maneira de adagio barroco. Recombinacdo e alternancia desses mesmos elementos — n42.

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - DBMS PAM PIANO/ PMDO, J. A. ItEZ EN DE DP ALM EIDA

Baseado nos quadros da serie "Criancas brincando" dc Suelly Pinotti. Retorno variado dos compassos

introdutOrios, seguidos de linhas melOdicas alusivas ao folclore infantil, "como uma guirlanda

de cirandas", segundo palavras do compositor na partitura – n 2 3.

Alternancia de acordes soturnos, lentos, como urn coral, e agrupamentos rapidos, agudos, cromaticos,

como as formiguinhas dos quadros de Berenice Toledo – n2 4.

A maneira de passacaglia, ostinato corn variacoes diversas em si 6 eOlio, sotoposto a linha melOdicaapontando para polo diferente daquele do ostinato – n 2 5.

EUE7 Metros e subdivisOes irregularcs. Riqueza de recursos timbristicos, ag6gica variada. Trinados,

notas dobradas, acordes repetidos, passagens escalarcs c arpejadas vclozes, extensdo.

Niveis intermediarios (II) –(III) – 4; e avancado (I) – 1,2, 3.

1984Las Americas

Bloomington

9:00Tonos

Diversos andamentos

Painel musical latino-americano. Forma rondo: introducao, ou partes dela corn tratamentos

divcrsos, como refrao; estrofes sobre temas folclOricos de Cuba (secao A- Habanera), Mexico

(secao B - Lamento), Honduras (secao C – Pura Payaska), novamente do Mexico (secao D –

Don Jose Maria), rcgiao andina Peru/Bolivia(secao E), Peru(secao F - Pacha Hua la Luceru),

Chile/Argentina (secao G - Palomita) e Brasil, Bahia (secao H - Capoeira, sai sai catari).

Diferentes andamentos e formulas de compasso, segundo a natureza da secao. Sugestdo

de instrumcntos tipicos de percussao c sopro. Harmonias triadicas e quartais, grandes clusters.

Tonalismo, modalismo, pentatonismo. Texturas hibridas, harmonica e polifOnica. Notacao em ate

cinco pautas.

Controle dc andamentos. Busca de varicdade timbristica. Acordes, notas dobradas corn realce

da linha melOdica, extensao; passagens cscalares e arpejadas velozes. Ritmica flexivel, entre bamboleante

(Habanera), precisa (como urn tambor) e livre (como uma flauta andina).

Nivel avancado (II).

1984Sonata ng 3

Bloomington

6:30Tonos

I — Arioso, con molta fantasia [Lento = 44/.1 = 76]

II —Allegro con anima [.1 = 116]

Sonata ern dois movimentos inspirada em poema dc Sylvia Plath.

Movimento corn funcao de introducao, basicamente escrito nas regimes central, subgrave e grave

do instrumento. Emergencia de material melOdico – luz – tambem trabalhado no movimento seguinte,

sobreposto a ostinatode clusters de. densidade variavel, oriundo das ressonancias da mancha escura

do grande cluster inicial, no registro grave – movimento.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEI DA

Forma sonata bitematica: P terra corn duas semifrases diferenciadas quanto a registro (grave/agudo)

e metrica (irregular/regular), em andamento vivo, simultaneamente como umagiga e toccata; 22 terra,

em lento, de natureza coral e estatica, tambem corn duas semifrases distintas quanto a textura:

harmonica e bilinear. Fugato livre como coda — 2 2 movimento.

PEE19 Grandes clusters. Paralelismo. FiguracOes cromaticas e arpejadas em velocidade. Trinados, notas

dobradas, oitavas, acordes. Dinamica de ppp a ffl:

Nivel avancado (I).

1984Sonata nQ 4

Bloomington

12:30Tonos

Preladio [Solar, continuo, bem articulado J = 126]

Allegro con fuoco = 108]

InterlUdio (Choral) [J = 60]Scherzo [Onirico, fantastic° = 208]

5. PostlUdio [Lento = 72]

Exploracäo do tonalismo. Combinacao de suite barroca (com menor mamero de partes) e sonata.

Como allemande em espirito minimalista e bachiano; apresentacao, quase sempre em modo maior

e corn duracOes menores, do material tambem trabalhado no InterlUdio (32) — PrelUdio, 19 movimento.

Os seguintes elementos: a - "intensamente sonoro", como o grito de uma araponga, formado por

13 repeticOes do mesmo acorde, emit"; b — "ritmico", na regido grave, em pp; c — "poetico", grupos

quialtericos sobre 3a menor repetida; e d — "menos iluminado", por sua vez composto de tres linhas:

melodia, acompanhamento em movimento continuo e baixo, como material tematico trabalhado

no desenvolvimento e reapresentado, corn modificaceies sutis, na reexposicao e na coda, esta

em rallentando escrito — Allegro con fuoco, 22 movimento.

Coral figurado (correspondente a sarabanda) dedicado a Jesus; reaproveitamento, em duracOes mais

longas, de material do Prehadio — Choral, 32 movimento.

Correspondendo a giga, toccata em clima dos scherzos de Mendelsohn, Ginastera e do Ultimo movimento

da Sonata op. 35 de Chopin. Trio corn ressonancias estaticas — Scherzo, 42 movimento.

Resumo da Sonata, corn recuperacao de seus materiais — Postlitdio, 52 movimento.

Repeticao de configuracOes em velocidade. Blocos amplos, extensao. Movimento paralelo. Divisdo

quinaria de tempo combinado a polirritmia. Dinamica e agOgica extremamente variadas.

Nivel avancado (II).

239

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OR RAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDF. DE ALMF,IDA

1984Balada

Campinas

13:00Tonos

Diversos andamentos

Poesia do prOprio Almeida Prado como epigrafe. Forma ternaria tritematica. Primeiro tema, um

continuum basicamente polirritmico de clusters, triades e harmonias quartais projetados

horizontalmente; 2' tema, blocos verticals em linha descendente sucessivamentc dobrada por intervalos

crescentes, de 2 2' menor a menor, pontuando sobre notas repetidas; e 3 2 tema, uma combinacdo

de elementos harmemico-texturais e ritmicos do e 22 temas, respectivamente. Desenvolvimento

(Rapid() = 138) influenciado por Chopin (clima de obras como Prelndio n' 4, Barcarola, Estudo op. 25

rr= 6, IV e Baladas e Noturno op. 62 n2 I), introduzido por materials do 1 2 tema, mas enfaticamente

trabalhando o 2' c 3 2, corn conclusiio cm Recitativo, tempo livre — uma cadencia em oitavas em

unissono. Reexposicrao condensada (Tempo primeiro = 60), corn materials do P e 2 2 temas.

MI7 Intluencia do pianismo chopiniano. Utilizack) de rica palheta de recursos tecnicos: acordes quebrados,

sob diferentes formas, ou cm blocos; arpejos, passagens escalares, notas dobradas, oitavas, trinados. Mao

esquerda trabalhosa. Velocidade. VariacOes de agOgica. Controle das intensidades (enfase em ppp e pp) e do pedal.

Nivel avancado (II).

1984Kinderszenen Campinas 19:00Tonos

(18 leichte his mittelscInvere Klavierstucke)

0 galinho canta de manhi bem cedinho... [Como o canto do galo = 92 Allegro, matinal J = 104]

As meninas no jardim [Delicadamente J = 120 Vivo .J = 132]

A aritmetica da Aninha [ Bem ritmado J = 112]

0 desenho de Constancinha [ Simples, calmo = 132]

A cachorrinha Dada [ Hesitando urn pouco= 100]

A ciranda das bonecas [Allegro = 92]

7.0 bem-te-vi [ Lento ./ = 60]

0 sapinho de mola [ Saltitante J = 112]

Parabens a voce [Allegro J. = 60]

Aninha faz sua bonequinha 'flana' [Corn docura j = 84]

Constancinha leva sua boneca a passear [Allegretto = 84]

0 saci de pano [Vivo, sapeca= 126]

0 gatinho no telhado [Com humor .1= ± 100]

Os peixinhos no aquario [Calmo, transparente = 104]

Ikon, o cachorrâo [Alegre, pesaddo J = 92]

A bailarina da caixinha de milsica [Mimosa .J = I I 2]

0 palhacinho de corda [Brincalhdo J = 108]

18. Os anjinhos pintam no ceu o arco-iris [Multicolor = 104]

Colecào de pecas curtas, bem distintas umas das outras quanto ao carater, algumas delas ( 12 e inicio

da 13) compostas, respectivamentc, aos 9 e 10 anos de idade. Introducao, especialmente para

as criancas, de tecnicas composicionais modernas.

240

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

Rondo em linguagem tonal livre ( I). Como uma valsa, seguida de scherzo em compasso bindrio (2).

Relacao entre duracOes, em escrita atonal (3). Metros irregulares e/ou mutaveis (4, 5— alusao, nesta

Oltima, ao Cachorrinho de borracha da Prole do bebe ns= 2 — e 18). Utilizacao de cancOes do folclore infantil

( 6 — rondo de cirandas, 15 — canone a oitava na regiao grave, e 16— em escrita politonal). Coral a tres

vozes corn intervencOes ritmicas do canto do bem-te-vi (7). Melodia acompanhada (4, 9, 10, 11). Modos

exOticos ( 14). Melodia distribuida entre moos e registros (17). A excecao da 15, escrita apenas na

clave de fit, as demais basicamente na clave de sol.

Notas presas (1, 3), trabalho em diferentes pentacordes (2, 14), tercas duplas (2, 3, 12), acordes

quebrados, extensao (4, 11, 12), passagens escalares rapidas (5, 12, 18), glissando (6, 13), staccato

(6, 17), trinado ( 6, 17), polirritmia ( 6), moos alternadas (8, 17), toque cantabile (4, 9, 10, I 1).

Intensidades freqiientemente variadas, de pp a ff

Niveis elementar (III) e intermediario (I).

1984Raga

Campinas

7:00Tonos

(In memoriam Indira Gandhi)

Tempo livre

Peca contemplativa e estatica construida sobre duas transposicOes da raga indiana micra varna

(correspondente ao 4 modo de transposicOes limitadas de Messiaen), pontuadas por pedal de 5 2 justa

(si 6 — fa). Recriacao de efeitos alusivos a uma grande citara indiana.

Passagens sinuosas em agrupamentos ritmicos irregulares. Dinamica elaborada, efeitos

timbristicos. Fantasia necessiria a amalgamacao dos fragmentos, de natureza improvisatOria.

Nivel avancado (I).

1985Sonata n" 5

Campinas

14:00Ms

(Omulu)

Diversos andarnentos

Obra inspirada em urn poema magico do candomble, ern louvor ao orixa Omulu, guardiao da morte

e do renascimento. Como uma fantasia (liberdade formal), sonata ciclica com tres temas em

desenvolvimento continuo, apresentados pelo compositor em comentario introdutOrio: do grito

("atotO", escutai, a morte chegou!), da morte e do renascimento, e do amor. Sucessao ininterrupta

das secOes; seccionamento segundo a apresentacao e diferentes elaboracoes dos materiais ou de seus

elementos. Exposicao formada por: Allegro moderato (introducao-apresentacao do P e 2 2 temas),

Allegro impetuoso (desenvolvimento de ambos os temas) e Adagio (32 tema e seu desenvolvimento).

No desenvolvimento propriamente, uma Fuga a tres vozes, constituida por Molto allegro, ErOico,

Andantino amoroso (canone) e Molto allegro (stretto final), tendo o 22 tema como sujeito e partes

24 I

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - OBRAS I'ARA PIANO/ PRADO, J.A.REZENDF. DE ALMEIDA

do P e temas combinadas, como contra-sujeito. Reexposicao iniciada no Allegro moderato, constituida

por Recitativo-fantasia e Allegro impetuoso. Material do desenvolvimento na coda.

[EH Ritmo vigoroso e dramatic°, pausas expressivas; efeitos ritmicos decorrentes da repeticdo

de configuracOes e variedade de articulacOes, polimetria. Mudanca constante de formulas de compasso e

dc andamento. Amplos acordes quebrados em velocidade, extensdo, saltos; figuracOes velozes em graus

conjuntos. Duassimultaneas cm movimento paralelo ou ndo, em andamento rapid°. Efeito

de espacializacao por dobramento a oitava ou emprego dc registros contrastantes. Notas repetidas,

dobradas, acordes repetidos, oitavas. Pianos sonoros; polifonia virtuosistica, conducao de vozes. Palheta

rica e variada de timbres e intensidades.

Nivel avancado (III).

1985Sonata IV 6 Campinas

8:50 Ms

I — MUsica silenciosa I [ Hesitante • = 92]

II — Discurso da alma [ Fulgurante = 126]

III — Discurso da noite [ Obscuro, quente, abafado = 100]

IV — Dialogo da alma enamorada da noite [. = 126]

V — MUsica silenciosa II [ Muito cal mo = 92]

VI — MUsica desejosa [ Solar = I I 6]

VII — Discurso da alma iluminada de amor [ Fulgurante = 126]

VIII — Discurso (eloquente) da noite [. = 100]

IX — Soliclao sonora [ Lentissimo = 88]

Obra inspirada ern texto de Sdo Joao da Cruz, carmelita mistico espanhol do seculo XVI. Sonata ciclica

corn dois temas, o primciro referindo-se a alma c o segundo a noite, ambos inicialmente apresentados

ern textura bilinear e, em scguida, harmonica densa. Seccionamento segundo a aprescntacdo e diferentes

elaboracOes dos materials ou de seus elementos, dependcndo do programa poetic° proposto pelo

compositor. Exposicdo formada por Mitsica silenciosa I, Discurso da alma e Discurso da noite. Didlogo da

alma enamorada da noite como desenvolvimento (nove subsecOes). Recxposicdo constituida por Mitsica

silenciosa II, MUsica desejosa, Discurso da alma iluminada de amor, Discurso (eloquente) da noite e Solid&

sonora. Atmosfera modal. OposicOes violentas entre os diversos registros do piano.

BUM Longas, velozes c complexas passagens arpejadas na esqucrda, extensdo. Blocos amplos

em fl ou pp. Texturas contrastantes, de muito densas a rarefcitas. Constante variacao de andamento.

Intensidades de ppp ;riff Pedal cuidadoso, busca de ressonancias.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1985Poesiliidios (6-16)

Campinas

25:00Tonos

Poesiltidio n 2 6 [Diversos andamentos]

Noites de Tokio

Poesilklio n 2 7 [Tempo de rock]

Noites de Sao Paulo

Poesiludio n 2 8 [Tempo de blues, a la Gershwin]

Noites de Manhattan

PoesilUdio n 2 9 [Diversos andamentos]

Noites de Amsterdam

Poesiltidio n '2 10 [Lento, contemplativo]

Noites de Madagascar

Poesiludio n 2 11 [Diversos andamentos]

Noites de Solesmes

PoesilUdio n 2 12 [Diversos andamentos]

Noites de lansci

PoesilUdio n 2 13 [Lento]

Noites do deserto

PoesilUdio n 2 14 [Sereno, calmo, como urn arco-iris]

Noites de Campinas

Poesilirdio n 9 15 [Tempo libre]

Noites de Malaga

PoesilUdio n 2 16 [Corn espantosa lentidio e silencio =56]

As noites do centro da Terra

Como flashes, momentos; combinacao de poesia e prelndio. Pecas curtas, pictOricas, evocativas

de atmosferas e lugares. Segundo o compositor, ausencia de preocupacao descritiva em Noites

de Amsterdam e Noites de Madagascar, mas evocacao do sentimento de afastamento e distancia.

Sugestao de Koto, psalterio japones corn 13 cordas; modalismo — n 2 6.

Estilizacao do ritmo e da harmonia do rock, a maneira de Rita Lee — n2 7.

Emprego de harmonias jazzisticas — n2 8.

Escrita aproximada a do pianismo romantico; harmonia divagativa combinada a triades e acordes por 412

— FP 9, 10, 14, este Ultimo, urn coral.

Alternancia de salmodias e do repicar de sinos — a211.

Ostinati ritmicos lembrando o candomble baiano — n2 12.

Ostinati em torno do semitom, presenca da 2 2 aumentada e de trinados na linha meledica, "como urn

canto beduino"- n2 13.

Sugestao de guitarras e presenca de cliches da mUsica espanhola — n 2 15.

Acordes densos e longos, ora na regiao grave (quase sempre no pOlo fit e de duracao determinada pelas

possibilidades de ressonancia do instrumento), ora na regiao aguda, separados por longos silencios,

carregados de angastia e expectativa — n2 16.

1E3 Metrica irregular e livre. Dinamica e agesica variadas e trabalhosas. Figuracoes velozes, notas

repetidas, extensao, trinados.

Nivel intermediario (III) — 6, 9, 12, 13, 15; (I) — 7, 10, 14, 16; e (II) - 8, 11.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. REZENDE DE ALMEI DA

1985Noturnos (1-5) Campinas Tonos

Noturno n2 1 [Lento = 88] 3:40

Noturno n2 2 [ Sereno, azul-arroxeado = 52] 4:20

Noturno n2 3 [Very calm, nightly, like starlight= 80] 4:10

Noturno n2 4 [ Calmo = 70] 4:10

Noturno n2 5 [ Misterioso J = 56, 601 4:20

Influencia de Field c Chopin.

Linha melOclica corn tiorituras c ornamentos caracteristicos de Chopin sobre baixo em amplos

movimentos ascendentes e descendcmcs dc estruturas deccorn fraca polarizacao ern

torno de re b. Seca° central mais densa e movimentada, pontuando corn uma cadencia em "tempo

livre". Reexposicao variada c condensada, com acompanhamento transposto duas oitavas acima e canto

na mao esquerda, com alguns cruzamentos, seguida de coda — I.

Em tomb de re maior, forma binaria antecedida e concluida por introducao e pequena coda. Linha

melOdica sobre continuum de arpejos de estruturas decm agrupamentos quialtericos ternarios e

ritmica regular. Condensacao c inversao da direcao dos intervalos do ostinato, mantida, porem, a divisao

ternaria bdsica — n= 2.

Forma tern:16a, em torso de sol maior. Na 1 4 secao — muito calmo, noturnamente, como a luz das

estrelas — utilizacao de intervalos corn diferentes articulacbes, enfatizando a terra re-si. Na secao, bem

mais rapida, como tuna tempestade, exploracao de clusters e da expressividade de intervalos dissonantes.

Volta a calma inicial nasecao — il l= 3.

Forma binaria, antecedida e concluida por introducao e coda, em torso de sol major. Linha melOclica

lirica, de cunho quase popular, acompanhada de arpejos em movimento continuo — n2 4.

Forma temaria. Linha melOclica expressiva sobrc continuum como um pedal uniforme cm torno

do intervalo de 2 a menor. Secao central contrastantc qualm) a regularidade dos cventos, densidade

c intensidade, alternando passagens cm "mais rapido" e outras corn caracteristicas comuns a sccao

anterior, mantida, porem, a repeticao damenor — 5.

Grandes arpejos c acordes quebrados cm movimento continuo, na esquerda; extensào. Linha

melOdica, em legato cantabile, conduzida pela direita. Fiorituras extensas, velozes e transparentes,

trinados. Passagens cm movimento paralelo, notas dobradas. Polirritmia, rubato.

Niveis avancado ( I) — 2, 4; e intermediario (III) — 1, 3, 5.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1986Halley Fribourg 10:00Tonos

(Wanderer im Weltall [Viajante no Infinito])

A infinita viagem= 160]Abril 1986 —A. D. Hemisferio Sul [Tempo livre = I 38]

3. Pax celestis [ Lento G.1 = 69), Tempo elistico]

Tema dobrado a oitava, em torno da nota si, originando o pedal si-do. Espacializacäo e expansao

do pedal atraves do acrescimo de 4 a= e de sua integracdo em figuracoes cromaticas velozes. AnUncio

da chegada do cometa nos compassos corn indicacao "como trompas" – 1 2 movimento.

Mobile repetido na regiao aguda, seguido de sua expansdo em arpejos e tremolos ate a chegada do tom

de hfc maior. Conclusao corn a citacao da passagem "como trompas" do movimento anterior –

2 2 movimento.

Coral em "tempo elastico". Desdobramento de seus acordes em outros da mesma natureza, corn

reforco das ressonancias; emergencia, de dentro delas, do pedal si-d6, de A infinita viagem. Volta

do tema inicial do movimento dobrado a oitava e conclusao oscilando entre si maior e d6 maior.

Em algumas passagens, nUmero de repeticôes deixado a criterio do interprete – movimento.

MI] Trinados, tremolos, passagens velozes em graus conjuntos, em movimento paralelo ou ainda

arpejadas, corn intervalos amplos. Repeticao de configuracOes. Exploracao de todos os registros

do instrumento.

Nivel avancado (I).

1987Noturnas saudades

Sao Paulo

6:00ECA/USP

do rio Solimaes

(Noturno ;0 7)

Rapid°, como uma estrela cadente

Obra integrante do caderno Homenagem a Villa-Lobos, coordenado pelo prof. dr. Jose Eduardo Martins.

Floresta amazOnica, do compositor homenageado, como ideia poetica inspiradora. Segundo

o coordenador no texto introdutOrio do caderno, "Almeida Prado, corn Noturnas saudades do rio

Solimäes, em criacao livre, nab deixa de fixar-se em algumas estruturas ritmico-melOclicas – tratadas de

maneira di ferenciada e muito pessoal – mas encontraveis, igualmente, no Choros n2 5 - Alma brasileira".

Efeito de fluidez, rubato e liberdade em relacao a metrica, resultante do emprego de sincopes, quialteras

e polirritmias. Emergencia, do acompanhamento expressivo, de linha melOclica lirica e nostalgica,

familiar a tradicao musical brasileira.

PENE Extensos acordes quebrados na esquerda. Figuracoes arpejadas em velocidade. Sincopes,

polirritmia. Variacoes de agOgica.

Nivel avancado (I).

245

Page 242: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALM El DA

1987Homenagem a

Geneve, Lyon

7:00ECA/USP

Camargo Guanieri

Diversos andarnentos

Obra integrante do caderno Homenagem a Camargo Guarnieri, coordenado pelo prof. dr. Jose Eduardo

Martins. Peca composta a partir dos sons e das relacOes intervalares existentes nos grupos de letras CAA

GAE (notacao anglo-germanica), contidas no nome Camargo Guarnieri. "Pequeno retrato sonoro do

grande compositor brasileiro, inspirado em alguns mecanismos pianisticos de seus geniais Ponteios.

Esquema formal A/B/C/B' ", segundo comentario de Almeida Prado na partitura. Indeterminacdo

quanto ao nnmero de repeticaes de configuracOes em A.

Linha melOdica corn acompanhamento de blocos extensos simultaneos ou sucessivos. Metrica

irregular, sincopes, divisOes quialtericas, polirritmia. IndicacOes de apelo a fantasia e a exploracdo

timbristica do piano.

Nivel intermediario (III).

1987Le Rosaire de Medjugorjie

IcOne sonOre pourpiano (des appels pour la prire du coeur)

Mysteres joyeux Medjugorjie 13:00Ms

1 —Annontiation du l'ange a Marie Uoyeux, etonnant= 69)

2 —Visitation [Avec continuite= 144)]

3—Noel [ Calme, avec limpidite, clairte, simplicite= 72)]

4 — Presentation du Seigneur [ Lourd, archaique= 72)]

5 — Jesus retrouve au temple [ Severe, grave (: = 84)]

Mysthes douloureux

Fribourg 12:00

1-12agonie de Jesus au jardin de Gethsernani [Tres oppressant, sans consolation, la nuit totale!= 1 12)]2 —Jesus est flagelle [Terrible, attroce ]

3 — Jesus est couronne d'epines [ Lent]

4 —Jesus porte sa croix [ Lent, trés emouvant, passione]

5 — Jesus meurt sur la croix [Tres desole, abandons= 62)]

246

Page 243: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE, ALMEIDA

Mysthes glorieux

Villars sur Glane 14:00

Prelude—L:archange Michel annonce la ressurrection de Jesus [G./ = 144)]

1 — Jesus, le vainqueur de la mort, le seigneur de la vie! [(J = 126, 122]

2 —Jesus monte vers son pere (12ascension) [ Lent, enveloppe d'adoration]

3 — Jesus envoie le Saint Esprit, Dieu, seigneur source de vie et saintete [(.J = ± 69)]

4 — Jesus appelle sa mere, et la Vierge Marie monte au Paradis avec les anges dans la lumiere de son

corps glorieux (12assomption) [Serein, plein d'amour et paix]

5 — Jesus couronne sa mere, reine du l'univers, reine de la paix, reine des anges, des saints, des

hommes, mere de I'eglise, la reine et dame de tout le peuple [Avec splendeur et gloire ( J = 88)]

6 — Postlude — Les anges annoncent la venue de Marie a Medjugorjie: Mir! Mir! Mir! Mir!

Multicoloree= 69)1

Obra constituida por: Mysteres joyeux, Mysteres douloureux e Mysteres glorieux, programatica e ciclica

inspirada nos relatos das aparicOes de Nossa Senhora em Medjugorjie, Iugoslavia. Painel sonoro da vida

de Jesus Cristo; recriacdo dos momentos de sua trajetoria narrados no Novo Testamento e lembrados

pelos catOlicos na oracdo do Rosario. Tema de Maria e os de Jesus, respectivamente apresentados nos

Misterios 1 e 3 dos Misterios gozosos e no Misterio 2 dos Misterios dolorosos, como ideias condutoras

da obra. Mi maior, simbolo da alegria; triades deft/ maior, da Santissima Trindade, Eternidade e Bern-

aventuranca; mi 6 maior, da Luz. Magnificat, GlOria e Stabat mater integrantes dos Misterios 2 e 3

dos Misterios gozosos e do Misterio 5 dos Misterios dolorosos. Retorno do Magnificat no Misterio 5

dos Misterios gloriosos.

PEECIT Obra a ser executada integralmente, admitindo-se, ainda, a apresentacao completa de cada

conjunto de Misterios. Grande dramaticidade; interprete em estado de espirito de recolhimento e

oracao. Orientacdo interpretativa sugerida na partitura por passagens dos textos dos Misterios e frases

corn a narrativa da vida de Cristo. Utilizacao de todos os registros e recursos timbricos do instrumento:

sonoridades densas, escuras, luminosas, transparentes, diafanas, cantadas etc. Riqueza de contrastes.

Efeitos de ressonancia e de espacializacdo. Piano soando como urn grande organ.

Nivel avancado (III).

1988Louvores sonoros Campinas Ms

Conjunto de obras de natureza mistica escritas apOs uma experiencia vivida pelo compositor

em uma comunidade carismatica pentecostal cat glica. Durante as orac6es, sensacdo do agir do

Espirito Santo sobre os participantes, levados, ent5o, a pronunciar palavras ininteligiveis

embora, segundo eles, dotadas de sentido para Deus. Manifestacdo do inconsciente de cada

um atraves de lingual estranhas, onomatopeias, cantos e dancas de jubilo, em urn estado

de embriagues espiritual.

247

Page 244: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITO RES BRASILEIROS - OB RAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

Louvor sonoro rig 1 4:40

(Jubilacao no Espirito Santo)

Inebriante, corn continua alegria, com muita liberdade

= 152;.j == 168)

Inspirado em texto de Lucas.

Melodia de sabor oriental sobre ostinato. Toccata continua, como urn improviso ininterrupto, em torso

do polo si 6.

PEM Variacdo do nnmero de colcheias por compasso (figura de refcrencia) c de suas formas

de agrupamcnto. Velocidade. Notas dobradas. Acordes repetidos, saltos, extensao.

Nivel avancado (I).

Louvor sonoro ng 2

3:00

(Vou exultar e celebrar-te corn a harpa, 6 Deus, 6 meu Deus)

Lento, tempo livre

Inspirado no Salmo 43 de David.

Forma binaria A/A'. Linha melOdica, originiria do grande arpejo initial, sobre nota pedal e corn

acompanhamento a maneira de harpa, em tempo E yre; na sccdo, transferencia da linha melOdica

para a voz inferior. Acompanhamento nem sempre sobre nota pedal, embora ritmicamente mars

previsivel. Superposicao de uma 22 linha melOclica, tambem originaria do arpejo.

nr2MH Liberdade ritmica, rubato. Acordes arpejados, pedal. Cantabile, expressivo.

Nivel intermediario (III).

Louvor sonoro rig 3 1:50(De onde me vem a felicidade de que a Mae do meu Senhor venha me ins% ar?)

Corn elan = 126) Calmo (J = 108)

Inspirado em texto de Lucas e nas palavras de Nossa Senhora em Congonhal (Minas Gerais),

a propOsito da visita de Nossa Senhora a sua prima Isabel, em Ein Karen.

Repeticao corn transposicOes e pcquenas variactics, de um grande arco caracterizado por movimento

impulsivo ascendente, corn crescimento da tensao harmOnica e da intensidade (corn elan), seguido

de movimento descendente e relaxamento da tensao, em pp (calmo).

Construcao de tensao e distensao. Passagens escalares rapidas na mao esquerda. Notas

dobradas. Pedal.

Nivel intermediario (III).

248

Page 245: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALM El DA

Louvor sonoro nla 4

1:50

(Eu serei como o orvalho para Israel, e ekflorescerift como o lirio)

Continuo, corn j iibilo secreto ± 92)

Inspirado em texto de Oseias.

Sobre urn acompanhamento minimalista — pedal de fusas, como urn ruido — linha melOdica continua,

enunciada a maneira do canto gregoriano, apoiada em baixos ressonantes.

Todo em teclas brancas. Movimento ininterrupto da mao esquerda, corn aproximacao e

afastamento continuos do polegar. Cruzamento da direita sobre a esquerda. Fluencia e recitativo,

simultaneamente, liberdade ritmica.

Nivel avancado (I).

Louvor sonoro ni2 5

1:50

(Sao Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nos)

(.1= 120; .1 = 56)

Coral figurado — uma prece a Sao Miguel —, metamorfose da cancao folclOrica infantil "Senhora dona

Sancha", antecedido por introducao impulsiva. Forma binaria A/A'; textura mais diafana e linha

melOdica mais fluente, em valores de menor duracao, na secao.

CEEEIT Acordes, extensao. Polifonia, legato cantabile em pp.

Nivel intermediario (III).

Louvor sonoro nQ 6 4:00

(O meu corafi'm imaculado sera o Teu refitgio e o caminho seguro que to conduzird a Deus)

Como urn arco-iris transfigurado de amor J = 56; .1) =104, tempo livre

Inspirado em palavras de Nossa Senhora a LUcia, vidente de Fatima.

Forma rondo medieval: A (em blocos verticais)/B (a duas vozes: a inferior mais movida, antecipando as

notas da superior)/A' (projecao horizontal das estruturas de A) /B' (B reduzido)/A" (soprano

dos blocos de A em oitavas, sobre as estruturas originais, em ostinati de tercinas) /B" (B ritmicamente

variado: linha Unica distribuida entre ambas as moos)/A"' (A ligeiramente variado )/B"' (elementos

melOclicos de B tratados verticalmente).

En Tempo livre e flutuagOes de andamento. Polirritmia. Polifonia. Acordes repetidos, passagens

arpejadas rapidas.

Nivel avancado (I).

249

Page 246: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

COMPOSITORES BRASILIA 113)S - OBRAS PARA PIANO/ PRADO, 1. A. RE'/,ENDS DE A LM El DA

Louvor sonoro ni2 7 2:40

(Coracao de Jose, horto s kncioso de oraca o, ensinat-nos a rezar)

Lento G = 66)

Inspirado na "Ladainha do coracao casto e humilde de Jose".

Pequeno rondo (A/B/A'/C/A"). Materiais do refrao, cste no espirito de melodia acompanhada,

elaborados nas estrofes. Cconstruida corn aproveitamento dos tremolos do final de B.

nriffig Clima de Noturno de Chopin e Ponteio de Camargo Guarnieri. Legato cantabile. Notas dobradas,

tremolos duplos. Pedal.

Nivel intermediario (III).

Louvor sonoro nQ 8 3:10

(Coracao de Jesus, esperanca dos que morrem em vos)

= ± 120, 112)

Inspirado na Ladainha do Sagrado Coracao de Jesus.

VariacOes livres sobre terra a dual vozes sob forma de canone a tres vozes, blocos harmOnicos densos,

transposicOes, elaboracOes ritmicas, imitacOes c desenvolvimento do Ultimo compasso do terra.

Mudanca constante do nitmero de colcheias (valor de referencia) dos compassos.

MN Legato cantabile, polifonia. Acordes e notas dobradas — 4" 1 , 6 7 — corn realce da linha

melOdica. Extensao. Pedal.

Nivel avancado (I).

Louvor sonoro rig 9 2:50

Feliz, cheio de luz e azul. Corr espanto jubilante!(. = 104)

Inspirado nas palavras da vidente Vicka, em Medjugorjie.

VariacOes livres sobre melodia acompanhada, a linha do baixo geralmente em contratempo. Forma

A /A'/A"/b/ A'"/C; b, element() de transicao, contrastante corn as demais secOes. Em C, componentes

do acompanhamento e polaridade relacionados corn A, mas linha melOclica estranha a precedente,

reintroduzindo o fator contrasts.

NM Cantabile expressivo. Esquerda movimentada, repeticao de passagens em gratis conjuntos e em

acordes quebrados. Arpejos rapidos e transparentes.

Nivel intermediario (III).

250

Page 247: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1988Tres profecias em forma de estudo Campinas

Ms

Conjunto de obras de natureza mistica e contemplativa inspirado em textos biblicos.

Profecia na 1

6:00

(Estudo de resson ancias)

igneo = 132)

Inspirada no versiculo 1, capitulo 6, do livro do profeta Zacarias.

Segundo o compositor, em texto na partitura: "Este estudo tern como objetivo trabalhar as ressonancias e o

use do pedal, criando cores e figuracoes novas atraves dos harmOnicos. 0 ouvido devera estar atento as

possibilidades acUsticas do piano em que for realizada a obra. Accelerandos e rallentandospodem ser

acionados, possibilitando uma maior liberacao dos harmOnicos. Fica a criterio do interprete estas decisOes".

Obra em quatro secoes e coda. Exploracao, em cada uma delas, de zonas de ressonancia

respectivamente em torno de si maior, fa maior, rib maior, sol maior e misturadas, alternando e/ou

combinando materiais oriundos dos primeiros ou dos nitimos sons da serie harmonica.

Enfase na pesquisa sonora, pedal. VariacOes rapidas e bruscas de intensidade. Liberdade ritmica.

Tremolos, passagens cromiticas e arpejadas, notas e acordes repetidos. Velocidade.

Nivel avancado (II).

Profecia n2 2

7:00

(Estudo ritmico)

Corn jubilante dinamismo (1) = 112)

Inspirada no versiculo 4, capitulo 36, do livro do profeta Baruch.

Forma rondo A/B/A7C/A"/D/A — ( codeta). Aceleracao controlada mediante diminuicao de valores e

mudanca de formula de compasso, de 5/2 a 5/16, no refrao. Expansao gradativa dos agrupamentos

de semicolcheias de uma estrofe para outra: 5/16 na primeira, 6/16 na segunda e 8/16 a 20/16

na terceira; variados efeitos ritmicos resultantes das diferentes organizacOes internas dos agrupamentos

e de seu crescimento. Efeito inverso de contencao de andamento atraves do emprego de duracOes

mais longas, nas estrofes, e a cada volta do refrao. Atmosfera de elevacao espiritual e timbres

evocativos de sinos decorrentes do tipo e disposicao dos intervalos constitutivos dos acordes,

no refrao; e da repeticao de notas e intervalos combinada a registracao nas configuracoes melOclicas,

nas estrofes.

iThEn VariacOes rapidas e bruscas de intensidade. Movimentos de natureza retentiva ou motOrea,

respectivamente no refrao e nas estrofes. Passagens arpejadas, escalares e em acordes quebrados,

tremolos; velocidade.

Nivel avancado (I).

25 I

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PAPA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE. ALMF.IDA

Profecia n2 3 8:00

(Estudo de acordes legato, tremolos, notas repetidas, trinados)

Daruj nam Mir* G = 63)

Inspirada no versiculo 35, capitulo 8, do livro do profeta Isaias.

Tema corn tres variacOes. Ornamentacdo — tremolos, trinados, vibratos com nota repetida ou a distancia

de oitava — como recurs() basico de claboracdo. Pesquisa de timbres e textural.

PM Tremolos e trinados em polirritmia. Trinados duplos, urn deles conduzindo simultancamente

fragmentos melOdicos. Passagens arpejadas velozes.

Nivel avancado (II).

*Dai-nos Paz!

PIANO A 4 MAOS

1967IV pecas para piano

a quatro maos

I —Ciranda [Alegre = 120)]

II —Jogo [Vivo (. = 100)]

III —Cantiga [ Meigo = 66)]

IV —Passeando [Corn humor G = 100)]

Santos 6:00Vitale

Suite no clima de brincadeiras infantis; reinvencdo do folclore, textura predominantemente polifOnica.

A partir da cantiga Voce diz que sabe tudo. Forma A/B/A/B', no polo sal, corn inflexOes modais — Ciranda.

Forma A/B, predominantemente ern re dOrico. Estilhacamento da linha melOclica cntre as partes I e II,

atraves de jogo de registros c dc dinamica, na P secao. Manutencdo dos contrastes na 22,

um desenvolvimento contrapontistico da anterior—logo.

Forma A/A'/A", ern sol mixolidio. Cantilena, ou fragmentos dela, apresentada(os) nas diferentes vozes

das partes I c II, sobreposta(os) ou sotoposta(os) a fluxo continuo em colcheias — Cantiga.

Forma A/A'/A", no polo re, corn inflexoes modais. Linha melOclica sobre ou sob ostinato ritrnico —

colcheias articuladas dc duas em duas, a P corn a 2 ou a 2 2 corn a P do tempo seguinte — rompido

no final da secaaa por tiguracdo ritmica (elemento surpresa) enfatizada na 3 2 . Realce da mudanca

dc movimento, como uma passagem do passo ao trote — Passeando.

Pecas contrastantcs quanto a carater. ArticulacOes fraseolOgicas e pianisticas detalhadas.

Diferenciacdo de pianos sonoros, realce das ideias principais. Entrosamento.

Nivel intermedidrio (I).

252

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

1977VI episOdios de animais

Campinas

14:00Tonos

(Jogos ritmicos)

Bem-te-vi [Calmo, sereno = 56]

Marimbondos [ Solar, envolvente = 66]Guaiamu [Rude, bizarro J = 72](Caranguejo)Libelula [ Leve, transparente = 76]

S. Boicininga [Terrivel, sinistro J = 84]

(Cascavel)

6. Xauim [ Ironico, imprevisivel J = 92]

(Sagiii)

Possibilidade de execucao tambem a dois pianos. Em texto, na partitura, do prOprio compositor:

"Jogos ritmicos entre pedais de ritmos diferentes sobrepostos. Atmosfera matinal, transparente, onde o

canto do bem-te-vi pontua toda a peca — Bem-te-vi.

Jogos ritmicos entre valores irracionais (quiAlteras) e urn espesso tecido sonoro cromatico. Atmosfera

imitativa desses insetos — Marimbondos.

Jogos ritmicos a maneira de "caranguejo". Atmosfera seca, rude, bizarra — Guaiamu.

Jogos ritmicos entre valores simples e compostos. Atmosfera aquatica, cheia de ondulacOes e matizes

rosa e azul-esverdeado — Libilula.

Jogos ritmicos entre figura de colcheia e um grupo de fusas crescente a cada aparicdo. Atmosfera terrivel,

onde o medo e o espanto predominam, pontuados pelo chocalho irritante da cobra — Boicininga.

Jogos ritmicos misturados, colocados de maneira irregular. Atmosfera satirica, onde o pequeno simio

ridiculariza os outros bichos, colocando-os ern tempo de tango, valsa, polca, dobrado" — Xauim.

PM Metros complexos e variaveis, polirritmia. Trinados, tremolos, velocidade, notas dobradas, jogo de

teclas brancas e pretas. Pedal. Dificuldades de entrosamento.

Nivel avancado (I).

253

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

DOTS PIANOS

1977Livro de Ogum Campinas

10:00Tonos

para dois pianos

Preficio= 144]

Manifestacio I [Dens(), magic.° = 69]Manifestacao 11 [Misterioso, noturno58]Manifestacao III [Luminoso, metalico J = 92]Manifestacäo IV [Petreo J = 72]Manifestacao V [Rapid(), continuo J = 144]InterlUdio [Lento J = 82]Manifestacao VI [Extatieo, noturno= 100 (cada colcheia 1 00]

Manifestaeao VII = 144 Onirico, corn mUltiplas expressOes e aparicOes]

Obra integrante do grande ciclo afro-brasileiro do compositor. Tema de Ogum, exposto no Prefacio

da peca, o mesmo de sua Sinfonia dos Orixas. Segundo Verger (1981), "no Brasil, Ogum e dens

dos gucrreiros, representado por sete instrumentos de ferro, pendurados em uma haste do mesmo metal

e por franjas de folhas de dendezeiro destiadas. Na Bahia, Ogum foi sincretizado corn Santo Antonio

de Padua e, no Rio de Janeiro, corn Sdo Jorge".

Sete variacOes (manifestaeOes) sobre tema de candomble. Contraponto ritmico. Contrastes e antifonia

entre os dois pianos. Emprego abundante de ostinati. Superposiedo de versOes diversas do tema

(em II e VI). Clusters mOveis em VII, figuracOes por 4 em V.

RPM Extrema complexidade ritmica: tres pianos polirritmicos em I, metros inusuais em III etc.

Tremolos, velocidade; grandes densidades emirAcordes repetidos, harmOnicos. Dificuldade

de entrosamento.

Nivel avancado (III).

1978San Martin Campinas

9:00Tonos

(Memorial lirico e &Hie° para dois pianos)

Introducao [ Misterioso, magic() = 60]Cancao e variacOes para o menino Jose de San Martin [ Diversos andamentos]Danca do povo para o her& San Martin [Vivo = 1 10]

Descried() musical, influenciada por Ginastcra, das diversas fases da vida do general San Martin:

intancia, adolescencia c consagraedo do herOi adulto.

Clusters em seqUencia escalar e tambem horizontalmente dispostos; e linha melOclica de feicao vocal

(de colorido caracteristico decorrente do emprego de 3 A menor e justa), evocativa do "triste"*,

gradativamente construida e corn freqUencia dobrada a distancia de tritono, como materiais

254

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ORRAS PARA PIANO/ PRADO, J. A. REZENDE DE ALMEIDA

da Introducdo. Celulas initial (3 1 menor ascendente, 2 e maior ascendente e 4 A justa, o ambit° resultante)

e final daquela linha (2 1 maior, 2/ maior, 3° menor descendentes e 5/ justa, o ambit° resultante), ambas

estreitamente relacionadas, elementos trabalhados nas subsegOes seguintes — Introducao.

Cancao, melodia de estrutura ternaria no modo eOlio, sugestiva, como a anterior, de temas folclOricos;

reiteracdo da celula descendente, arquetipica deste tipo de mOsica. Aproveitamento, nas seis variacOes

livres subseqiientes, de elementos melOdicos e harm6nicos previamente apresentados; a Oltima delas,

"Coral para o idealista Jose de San Martin", ja consideravelmente distante da cancao — Cancao

e variac5 es para o menino Jose de San Martin.

Final configurando um "malambo"**, toccata viva reutilizando os clusters e o tema da Introducdo —

Danca do povo para o her& San Martin.

air_M Tempo livre, polirritmia, ornamentos, na Introducdo. Polimetria, ostinati, tremolos, acordes

repetidos ou em sucessdo rdpida.

Nivel avancado (II).

• Cancao de cariter mclancOlico, do noroesre c centro daArgcntina.

•• Danca masculina sapatcada, de origem espanhola e indigcna, de carater competitivo, ripica do gaucho argentino.

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REZENDE, MarisaRio de Janeiro — RJ (1944-)

ANOTITULO

LOCAL

DURAcAOEDITORA

PIANO

1983Ressonancias

St. Barbara (USA.)

6:30Ms

Legato e molto rubato ± 48)

Obra em cinco secOes "individualizadas por material musical de contend° e/ou comportamento

diversos", corn carater de improviso. Estrutura geral assimetrica, bem como das secOes. "Exploracao

da ressonancia do piano atraves do use do pedal, nos seus varios registros, partindo de uma linha

melOdica" (...) "a principio pouco ordenada, assumindo formacao triadica no decorrer da peca

e predominantemente construida com articulacoes de igual duracao". "Seceies construidas internamente

obedecendo ao padrao menor —> maior tensao"; climax na 3, secao e outro, mais significativo, na 5'.

Antecipacao, em cada secao, do elemento dominante da prOxima. Preponderancia de urn intervalo, bem

como usos especificos dos parametros registro, dinamica e direcdo do movimento, em cada uma das

secOes. Vinculo entre a 1 ,, 22 e 5a secOes, a partir da recorrencia de material melOdico. "Peca de fato

estruturada pela utilizacao dos diversos parametros (registro, dinamicas, direcao de movimento, relacao

movimento x repouso, altura)", isoladamente nenhum deles preponderante.*

Velocidade. Linhas melOdicas combinando intervalos variados, de graus conjuntos ao intervalo

de 102 . Abertura e fechamento rapidos de mao. Saltos em tercas e acordes de tres sons. Utilizacdo

de toda a extensao do teclado; adaptacao das dificuldades as regiOes do instrumento.

Conforme recomendacao da autora, pedal usado para urn maxim° de ressonancia, corn urn minimo

de trocas.

Nivel avancado (I).

*REZENDE, Marisa. Unidade e diversidade em Ressonancias, Caderno de Analise Musical iv 2. Sao Paulo: Atravcz, ab. 1990.

257

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RIBEIRO, AgnaldoJequie — BA (1 943-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1974Ciclicus op. 13, 112 1* Salvador UFBA

Diversos andamentos

Peca basicamente centrada em re, construida a partir da exposicdo progressiva de quatro motivos

principais (em A, C e F), em seguida justapostos, superpostos polifonicamente e variados, como em uma

improvisacao. Motivos corn elementos comuns, caracterizados por intervalo de 4 1 ( P e Ultimo), nota

repetida (212 ) e graus conjuntos descendentes, em configuracao ritmica formada por colcheia pontuada

seguida de duas fusas (3 12 ); subsecOes indicadas atraves de letras mahasculas. Contrastes quanto a textura,

densidade, sonoridade harm6nica e escrita ritmica (algumas subsecOes corn indicacOcs metronOmicas,

outras, cronometricas). Conforme bula ao final da peca, indeterminacao quanto ao inicio e fim da peca,

warner° de repeticOes, ag6gica e andamento. Possibilidade de improvisacdo. Duracäo minima de

10 minutos e dependente de decisOes relativas aos Ultimos tOpicos. Notacao mista, grafismos, escrita

frequentemente em tees e ate quatro pentagramas.

Dinamica extremamente variada; registros contrastantes. Pedal precisamente indicado. Clusters.

Passagens em velocidade, como improvisadas.

Nivel avancado (I).

*Obra inregrante do Caderno IV 44 da serie Compositores da Bahia.

259

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO/ RIBE1R0, AGNALDO

1977Momentus. 2, op. 13, nQ 2*

Salvador

10:00

UFBA/CCE/

EMAC/INM

Diversos andamentos

Preludiando

Lembrete

Pcca em duas partes. Apresentacao, na 1 4 , Preludiando (cm tres sccoes), dc tres pequenas series de

cinco elementos - P: C, B6, A, G, E; 2 4 : E 6, D, B, G#, A; 3 1 : A, B6, A (8 4 acima), F, B6— as duas

primeiras trabalhadas harmonica e polifonicamentc c a 3 4 apenas mclodicamente, em registros

contrastantes. Na parts, Lembrete (em quatro sec -6es), aproveitamento integral ou parcial desses

materiais; citacdo de uma melodia instrumental (ampliacdo ritmico-melOdica da P serie), ouvida na

infancia do compositor (lembrete), na secdo e na coda. Emprcgo de pedals em oitavas, trinados cm

diferentcs velocidades, tremolos e agrupamentos ornamcntais. GradacOes da textura: major densidade na

24 secao, transparencia na e recuperacdo, nesta, dc forma menos velada, das series de Preludiando.

Tambem ern Lembrete, tempo por vezcs indicado em segundos c indeterrninacao de alturas e duracOcs

no final da ultima secdo.

Notacdo mista, combinando signos convencionais e outros, caracteristicos da escrita contempotinea.

TEM FreqUente vanacdo de andamento. Trinados, tremolos, agrupamentos ornamentais, polirritmias,

coordenacao motora. Simultaneidade de registros extremos. Grandes pausas expressivas.

Nivel avancado (I).

*Obra integrante do Cadcrno n' 9 da aerie Composirores da Bahia.

1986In Kantus, op. 51 ou Salvador 7:30UFBA/CCE/

0 centauro encantado* EMAC/INM

Diversos andamentos

Titulo alusivo a Sagitario; scntido de magia c encantacao. Forma A/B-coda. Relacdo vertical c horizontal

de semitom (e seus derivados) — D/E 6, C/C#, A/B6— como material melOdico e hannOnico basic°.

Acrescirno de elementos contrastantes, como 3 harmonicas na P secao c harmonicas e melOclicas na

integrando fragmentos melOclicos e pequenas seqUencias diatOnicas, tarnbem em ambit° de 3A.

Economia de material compensada pela exploracao dc duracOes, dinarnica, agOgica e registros. Tempo

por vezes indicado em segundos. Incleterminacdo de alturas e duracOes na coda.

Notacao mista, combinando signos convencionais c outros, caracteristicos da escrita contemporanca.

AgOgica variada. Notas e pcquenos clusters repetidos. Tremolos de difcrentes extensOes cm

diversas velocidades. Utilizacdo de registros contrastantes, saltos.

NIvcl avancado (I).

*Obra tort:game do Cadet-no IV 11 da serie Coinpositores da Rabin.

260

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO / RIBEIRO, AGNALDO

1988Opus 56 ou Lembretes

Salvador

10:30Ms

do espantalho manco

Diversos andamentos

Alusao a urn conto denominado "0 espantalho manco", do pr6prio compositor, sem qualquer intencdo

descritiva. Forma A/B/C/D/E/C/F/A' (coda); seccionamento determinado pelas diferencas no

tratamento dos materiais basicos. Introducao gradativa de tres pequenas seqiiencias, duas delas

formadas por 22 maior e menor, diferenciando-se uma da outra pela direcão dos intervalos, e a 3 2, por

22 maior e duas tercas menores. Combinacao e variacao assistematica delas, de seus fragmentos ou

intervalos, resultando diferentes configuracoes, muitas corn novos perfis. Recorrencia de movimentos

cromiticos e de formacOes triadicas e, em menor freqiiencia, de segmentos pentatOnicos. Tempo por

vezes indicado em segundos. Indeterminacao de alturas e duracOes em breve passagem, na secao A.

Notacao mista.

RITTO Sensacdo de desequilibrio proveniente da escrita ritmica, da intervencao de fermatas e da variacao

freqiiente de andamento e constante de dinamica. Oitavas, acordes, tremolos. ArticulacOes fraseolOgicas

detalhadas. Acentos deslocados.

Nivel avancado (I).

26 I

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Page 259: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

SA, LeonardoRio de Janeiro — RJ (1900-1954)

ANOTITULO

LOCAL DURACAOEDITORA

PIANO

1974Pega 1974

Rio de Janeiro

1:30Ms

EnCrgico( J =152)

Forma ternaria A/B/A' construida a partir de uma serie de 12 sons apresentada no 1 2 compasso.

Altemancia, na exposieao, de uma ideia a corn duas outras, b e c, formando um rondo, a/b/a/c/a,

seqiiencia retrogradada na reexposicao. Na sec -do central – Agitado – distribuicao das formas da serie

menos simetricamente, mantendo-se, contudo, o carater ritmico. Serie propicia a formacao de blocos

de 421 . Mudancas de intensidade (freqiientemente varias e bruscas) basicamente a cada compasso.

PEn Andamento vivo, mudancas ripidas de registro, deslocamentos laterais igualmente rapidos.

Intervalos de Q e 72 como formas de mao mais frequentes. Controle apurado das intensidades.

Nivel intermediario (III).

1985*Tocata

Rio de Janeiro

5:04Ms

Coin rigor J =± 180 MM Menos movido = ± 100 MM

Com vigor J = ± 100

Forma ternaria, a P e secOes urn rondo – a 32 , o retrOgrado da estrutura da P – e a 2 2, urn canone.

Apresentacao do estribilho nos quatro compassos iniciais, em textura unilinear, formado pelo material

gerador – uma seqtiencia de quatro motivos corn 6, 6, 7 e 5 notas, respectivamente (dois primeiros

compassos), retrogradada nos dois compassos subsequentes. Nas subsecOes A, C, E, G e M, 0, Q, S (letras

marcadas na partitura), manutencao dos motivos, corn acrescimo e retirada progressiva de elementos.

Mudancas de registro, transposicOes e conjugacao de ambas como processos de variacdo empregados,

acrescidos de modificacOes de dinamica nas quatro Ultimas, em relacao a das quatro primeiras subsecOes.

Na 2a secao (subsecOes I, J, K), estribilho em textura bilinear (canone) concluindo corn elaboracao sobre o

P2 motivo e uma relativa diluicao da textura. Utilizacao de toda a extensdo do teclado na codeta (subsecao U),

263.

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COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /SA, LEONARDO

em estrutura quartal c progressao cromatica. Alem de fator de variacao, considerando a homogeneidade

ritmica, melOclica c harmonica, dinamica tambem como parametro determinante da clareza na delimitacao

das secOcs e subsecoes. Acentos sugestivos de compassos unarios, apesar das indicaciies de 3/4 no

estribilho e 4/4 nas cstrofes, indicacOes pouco expressivas na estruturacdo ritmica ou fraseolOgica.

[EN Velocidade, contrastes freqnentemente bruscos de intensidade, acentos (na major parte das vezes

Mao coincidente corn o jnjcjo dos agrupamentos fraseolOgicos), alternancia de ma- os; "corn vigor, ligado

e marcado", conformc indicacao do compositor.

Nivel avancado (II).

*Obra revista cm 1987, cm Aracaju, Scrgipc.

1987Ficceies

Rio de Janeiro

4:30Ms

I= 72 COmodo)

II —[. = 60 Moderadamente]

III —[. = 120 Vigorosol

IV 4.1= 50 Reflexivo]

V 4;1 . = 60 Dancantel

VI= 56 Delicado]

TItulo sugestivo de construcao de urn universo fictional para cada peca, estimulando no interprete uma

busca de atmosferas e timbres. Peps contrastantes majs por sua natureza do que por razOes

dc andamento on dinamica. Ostinato, presente em todas as pecas, como fator de organicidade.

Pequena forma binaria, A/A'. Linha melOdica construida a partir da fragmentacao de motivo formado

por quatro celulas (integralmente apresentado cm cada frase) sobreposta a ostinato em modo

pentatemico. Diluicao e absorcao do polo mil, do acompanhamento atraves de cruzamento entre as

vozes c das caracterIstjcas harmonicas da linha melOclica. Introducao, via 3 4 major do Ultimo compasso,

da sonoridade da peca scgujnte — I.

Pequena forma ternaria, A/B/A'. Variacoes sobre os dojs primeiros compassos; manutencao

da cstrutura atraves de tercas maiores melOclicas e harmOnicas. Realce de urn Unico motivo claramente

delineado, conservada sua configuracao ritmica ao longo da peca: nota repctida, torn descendente

e 3-4 menor ascendente. Inversao das vozes na secao central — II.

Pequena forma binaria, A/A'. Duas series, uma cromatica descendente de trItonos e outra de blocos

de 42 justas superpostas, apresentadas nos tres primeiros compassos e succssivamente reapresentadas em

ordem variada. Compasso injcjal como elemento de pontuacao cm A. Longo ostinato no baixo,

mantendo-se a configuracao ritmica c o registro de suas celulas — III.

Pequena forma ternaria, A/B/A', apresentando em A e A' tres pianos: 1 — nota pedal (em A)

e seqtiencia descendente (em A'), no baixo; 2 — seqUencia de agregados harmOnicos de 2 2 menor,

3 2 major e tritono corn 4-justa, no piano intennediario; 3 —linha meliadica em ojtava, construida corn os

intervalos de 42 justa, 3 2 major e triton°, comuns as demajs pecas. Poliacordes formados por acordes

perfeito major, no piano superior, c perfeito menor, no inferior— IV

264

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS I'ARA PIANO /SA, LEONARDO

Pequena forma ternaria, A/B/A', parafrase de valsa brasileira. Tal como na P peca, construcao por

justaposicao nab sistematica dos elementos expostos nos tres primeiros compassos. Pontuacao mediante

seqtiencia de acordes em crescente tensao, organizados binariamente, apesar da estrutura ternaria

do compasso. Enfase na contradicao entre o genero valsa e sua atualizacdo pelo repetido emprego da

formula 2/8 — V

Pequena forma bindria A/A'. Cinco das seis notas do ostinato, no baixo, gradativamente abaixadas.

A seguir, eliminacao, tambem de forma gradativa, das alteracOes. Proximidade ou igualdade entre os

registros da linha melOdica e do ostinato gerando cruzamento e mistura dos elementos — VI.

VariacOes constantes de intensidade. PecasVe VI basicamente nas regities central e aguda

do teclado; ni= III, nas regities central e grave. ArticulacOes fraseolOgicas detalhadas, pianos sonoros.

Rubato (V). Pedal.

Nivel intermediario (III).

1987Jogo

Rio de Janeiro

2:00Ms

Marcadissimo = 60 M M

Como urn jogo de armar, em forma binaria. Variacao de perfil ritmico, de registro, intensidades,

andamentos e disposicao (de vertical para horizontal) de blocos formados por 4 a justa e tritono,

apresentados no primeiro compasso e redistribuidos no segundo. Maior aproximacao da alternancia

simultaneidade (blocos)/ seqiiencialidade (pequenos arpejos) na 2 secdo.

Sutis mudancas de textura e de qualidade do andamento, associadas as de fOrmula de compasso.

Blocos e blocos arpejados predominantemente emfeff Deslocamentos laterais e mudancas

de formas de mdb rapidos.

Nivel avancado (I).

1987Microssuite

Rio de Janeiro

4:30Ms

I — [J = 112 Comodamente]

II — [Moderado ( J = 80), Expressivo]

III — [Calmol

Conjunto de peps contrastantes quanto ao carater e a textura: melodia acompanhadae Illa)

e invencao a duas vozes (Ha). Esquerda corn funcao melOclica. Tritono como elemento de unidade:

estrutural na harmonia da la, na linha melOclica da IIIa e implicito na relacao intervalar entre as duas

vozes da peca intermediaria.

Forma binaria A/A', cada uma, por sua vez, corn duas subsecties. Na P de A, blocos repetidos

de 7A menor corn 5 1 diminuta articulados na pulsacao e gradativo acrescimo de acordes do mesmo tipo.

265

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/SA, LEONARDO

Linha melOdica ativa construida corn seqilencia de pequenos arcos cm ambito de 3a menor, tritono ou

justa e caracterizada por sincopes e divisdo quialterica compensando a regularidade ritmica e o limitado

niamero de acordes do baixo. Na 2 4 subsecdo, a maior movimentacdo do baixo – seqUencia de acordes

quebrados em tercinas, formados por tritono e 24 menor, intervalos integrantes de urn dos segmentos

da linha superior – corrcspondencia de desenho melOdico mais trancydilo e regular, a sincope enfatizando

o intervalo de 3 4 menor. Em A', major nUmero de blocos de 7 2 menor corn diminuta,

horizontalmente projetados nas tercinas da 2 1 subsecdo – I.

Forma ternaria A/B/A' a duas vozes, em contraponto canOnico e, cm seguida, invertido. Intervalos

de 3 4 menor, em A; 3 1 maior em B; c major c menor, cm A', trabalhados mclodicamente c na relacdo

entre as vozes, reestabelecendo-se o intervalo de tritono. Em A', vozes corn pequenas variacOes

e canone menor rigoroso – II.

Forma ternaria A/B/A. Linha melOclica, no baixo, com colorido particular conferido pelo tritono,

apresentada em retrOgrado e oitavada, na secdo central; pequena transicdo sobre a nota solpreparando a

reexposicdo. Em 7/8, jogo ritmico entre baixo e acordes, predominantemente formados por 4 4 justa,

tritono e acrescentada. Diferente das demais pecas, fluxo ritmico permanenternente desequilibrado.

Reiteracdo do tritono como clement° caractcristico, nos quatro compassos finals (coda) – III.

Leve atmosfera jazzistica (I), de regional nordestino, como toada (II) e de valsa de esquina

distorcida, corn seu movimento desestabilizado (III). Conjunto a ser integralmente executado. Legato em

II. VariacOes constantes de intensidade.

Nivel intermediario (II).

1987Tres instantes

Rio de Janeiro

4:00Ms

I — Marcha[o= 132]

II —Seresta [Andante — Rubato]

III —Posltklio [ Moderado, sem pressa]

Conjunto de pecas contrastantcs quanto ao carater, tendo por base os gencros referidos nos subtitulos.

Mais do que opcao, especulacao sobre o nacionalismo, sobretudo na seresta.

Forma ternaria; materiais geradores da pcca apresentados nos dois primeiros compassos: linha

melOclica predominantemente diatOnica sobre blocos de corn funcao ritmica. A partir de uma

variacdo da celula inicial, criacdo de motivo interferente em harmonia quartal, disposta cm pequenos

arpejos ascendentes. Emprego de ambas as formacocs harmonicas no desenvolvimento. Carater inicial

da Marcha progressivamentc alterado pela inclusdo do motivo interferente, apontando para um ritmo

dancante e irOnico – Marcha.

Forma A/B/A/B'. Linha melOclica cm espirito romantico-nacionalista – corn realce do tritono –

aprcsentada nos cinco primeiros compassos e variada ao longo da peca, contraposta a nota pedal,

repetida ate o final da mesma. Por vezes, absorcao desta Ultima pcla primeira, dependendo do registro

da linha mclOdica. Diferentemente da P peca, indicacao de compasso pouco relevante – Seresta.

Forma ternaria. Tema construido em 12 sons; triplicado nas vozes superiores cm decorrencia de

harmonia quartal, e invertido e dobrado em quintas paralelas, nas vozes inferiores. Secdo inicial

266

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /SA, LEONARDO

transposta uma 7a menor abaixo na secao central, corn alteracao de intervalos e de sua direcao,

nas vozes superiores, decorrente da mudanca de posicdo dos acordes geradores. Ruptura ritmica

na transicao da 2 3 para a 3a sec5o — Posladio.

Parafrases dos generos nomeados nos titulos. Execucdo do conjunto. Variaceies constantes e

frequentemente bruscas de intensidade. Precisdo ritmica, pequenos arpejos, oitavas — Martha. Rubato,

legato cantabile na esquerda — Seresta. Notas dobradas, pianos sonoros, articulaciies fraseolOgicas

detalhadas — Posliedio.

Nivel intermediârio (II).

267

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SANTORO, ClaudioManaus — AM (1919-1989)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1950Danca*

Rio de Janeiro

2:30Ms

Diversos andamentos

Forma ternaria, construida a partir de motivo melOclico descendente, sincopado, de colorido modal,

sobreposto, em A, a ostinato ritmico-harmOnico. Em B, variado e dobrado em 3a composta (101) sobre

acordes expandidos de 3", densos e estaticos.

Escrita em tres pautas. Notas dobradas. Mudancas de andamento; manutencao da precisao

ritmica.

Nivel intermediario (I).

*Manuscrito cm condiceses precarias, quasi: urn csboco.

1950Miniatura* Rio de Janeiro 1:30Ms

Lento

Forma livre. Linha melOdica cromitica, sincopada, de perfil vocal, conduzida basicamente por acordes

alterados de 3" expandidas. Ja no espirito dos Prehadios seguintes.

EH Cantabile expressivo, rubato discreto; acordes.

Nivel intermediario (I).

No titulo original Miniaturas n IV (1). Outras ainda n3o localizadas.

269

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36 COMPOSITORES RRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

1950PreIfidio n° 5 — Adagio* Rio de Janeiro 1:30Ms

(da 12 Serie 1-5)

Adagio

Forma binaria. Linha melOdica de natureza modal, conduzida por acordes alterados e estruturas de 4i1.

Ritmo harmOnico a maneira de coral.

PrM9 Acordes, oitavas, extensao. Sem indicacOes de dinamica.

Nivel elementar (III).

• 110:10dios nv 1, 2, 3 c 4, anteriores a 1950, excluitios dcstc trabalho,

1951Dancas brasileiras (1-2) Rio de Janeiro Southern Music

N2 1 [Allegro J = 1 12] 3:00

N2 2 [./ = 92-100] 3:00

Ostinato ritmico como fio condutor da peca, combinado a linha melOclica modal, sincopada

(aproveitamento de configuracao ritmica do ostinato) e recorrente, corn variacoes. Na secao central —

Lento cantabile -, interrupcdo do ostinato e expansao da linha meledica, apresentada corn aumentacao

de valores. Dissolucao do ostinato na coda— n2 1.

Forma A/A'/A". Modalismo. Atmosfera obsessiva e encantatOria. Ostinato no baixo sotoposto a linha

melOclica formada a partir dos quatro primeiros compassos. Pregnancia de sua celula inicial:

3' ascendence — descendente- nota repetida. Repeticao variada da linha melOclica. Densidade

da textura, intensidade c andamento crescentes a partir da nItima secao — n2 2.

Controle ritmico, por sua vez dependente de realizacao cuidadosa das articulacôes fraseolOgicas.

Notas longas e acordes presos, respectivamente no baixo e sotopostos a linha melOdica. Triades

em deslocamento rapido. Pedal econOmico — n a 1.

Controle ritmico. Variedade de articulacoes fraseolOgicas. Triades e tetrades em deslocamento rapido.

Saltos. Conducao da linha melOclica pelo soprano dos acordes. Predominio do emprego de staccato— n2 2.

Nivel avancado (I).

270

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS I'ARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

1951 Pecas infantis (1-9)

I —[Andante]

II — [Allegreto]

III — [Allegro]

IV —['/alsinha lenta]

V — [Andante]

VI — [Andante con moto]

VII — [Allegro vivo]

VIII —Acalanto da boneca [Lento cantabile]

IX — Sonatina [Allegro vivo]

Rio de Janeiro 18:00

2:00

3:00

2:00

1:30

2:00

2:00

2:00

2:00

1:30

Ricordi

Pequenas parafrases sobre temas do folclore infantil brasileiro. Caracteristicas melexlicas comuns como

fator de unidade. Modalismo, harmonia triadica. Variacao como processo estruturador. Ostinati.

Variada gama de andamentos. Predominancia de utilizacao da regido central do piano. Melodia, via

de regra, exposta pela mao direita. Cruzamento de maos. Esquerda trabalhosa: tercas duplas, extensao,

notas presas, baixo tipo d' Alberti. Articulacao variada, ornamentos. Poucas indicaceies de dinamica.

Niveis elementar (III) e intermediario (I).

1953Frevo*

Sdo Paulo

3:00Ricordi

Vivo

Forma A/B/A'. Dois temas corn intervalos da celula initial — pregnante — em comum, diferenciados

pela densidade da textura (oitavas e acordes em movimento contrario/ linha melOclica sobre ostinato),

registro (regifies aguda e grave/subgrave e grave) e idioma (tonal/modal), caracteristicas mantidas

ao longo da peca. Emprego de triades, tetrades e acordes corn 421 e 221 acrescentadas. Enfase em

elementos ritmicos tipicos do frevo: inicios de frase anacrUsticos, terminacOes femininas corn carater

masculino e sincopes.

MBH Oitavas, acordes, acordes quebrados, deslocamentos laterais e saltos em andamento vivo.

Agrupamento irregular das subdivisOes de tempo resultante de articulacOes fraseolOgicas e acentos

deslocados. Brilhantismo, vigor ritmico.

Nivel avancado (I).

*Corn versa() para dois pianos (1979).

271

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

1953Serie Paulistanas Sdo Paulo Cembra

Conjunto de sete "Paulistanas", inspiradas no folclore rural paulista, em idioma tonal modal.

Paulistana ns^ 1

2:00

Lento (Cantabile)

Forma A/A'. Emprego do modojOnio. Textura bilinear. Ostinato ritmico sincopado, no baixo. Linha

melOclica vocal, como toada; organizacdo irregular de suas subdivisOes de tempo. Predominio de acordes de 7.

Extensdo, na mao esquerda. Cantabile expressive, na direita. Malemolencia ritmica.

Nivel intermediario (I).

Paulistana n4 2 3:00

Moderato —Tempo de catira

Catira, o mesmo que caterete, segundo Mario de Andrade.* Forma A/B/C/A'. Emprego dos modos

jOnio e lidio. Em A, ostinato ritmico sobreposto a linha melOclica no baixo, corn sentido geral

descendente e caracteristicas ritmicas comuns as do ostinato, a seguir reapresentada em acordes, no

soprano. Agrupamento irregular das subdivisOes de tempo. Notas repetidas, movimento de bordadura e

salto de 42 junta ascendente como caracteristicas intervalares basicas da referida linha e mantidas, bem

como as ritmicas, na construe -do das demais secOes. Saltos de 5 4 (ou 44), no baixo, com funcao ritmico-

harmonica e de pontuacdo; e notas pedal, ate em mais do que em urn piano, tambem empregados ao

longo da peca. B corn feicdo prOpria, embora com vinculos estreitos corn a seed° anterior: ostinato e

linha melexlica (na voz intermediaria) derivada da l a . Ccontrastante ern andamento (Lento), textura

(homofemica mais densa) e carater (estridente, percussivo e festeiro em A, B, e A', lirico e apaixonado

em C), embora corn tracos melOclicos comuns.

MTITO Acordes e oitavas. Sonoridades contrastantes: percussiva, predominante; e cheia, ampla, em C.

Falsa polirritmia em B, criada pela superposicdo de linhas (ostinato e melodia), corn diferentes

tipos de agrupamento das subdivisOes de tempo.

Nivel avaneado (I).

*ANDRADE, Mario. Dicirnikrin musical brasdriro. Sao Paulo, Edusp: 1989.

272

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

Paulistana n2 3 3:00

Molemente chorosa (Lento) .1= 54 a 60

Forma A/A'/A". Emprego de polimodalismo em A, e do modo jOnio nas demais secOes. Predominio, em

A, de acordes de 7" sem a terra e corn a 5' alterada, em movimento cromatico, sem a direcionalidade

sugerida nas secOes seguintes. Acordes de 34" expandidas (621, 911 , alem de 70) arpejados, em movimento

ostinato, em A' e A". Caracteristicas ritmico-melOdicas e texturais semelhantes as da Paulistana n91.

[En9 Caracteristicas pianisticas semelhantes as da Paulistana na 1, embora ritmicamente mais complexa:

extensao, na mao esquerda, cantabile expressivo, na direita, malemolencia ritmica.

Nivel intermediario (II).

Paulistana n2 4 3:00

Alegre

Forma A/A'/A". Ambigiiidade entre modos dOrico e jOnio. SecOes corn perfis distintos, embora corn

materiais comuns. Tema em acordes de 7 1 e ritmo sincopado, corn intervencoes ritmico-harmOnicas

do baixo, intervencOes mantidas ao longo da pep. Em A', diferentes organizacOes das subdivisOes de

tempo; pedal de triade combinado a linha melOdica de sentido descendente, originaria de fragmentos do

tema. A" corn perfil ritmico de A'; manutencao do pedal de triade, sobreposto ao tema variado, no baixo.

EMIE Acordes de 7a e oitavas em deslocamento rapido, em f. Alternancia de rnaos. Dificuldade na

coordenacao motora decorrente da constante mudanca do niimero de elementos integrantes

dos agrupamentos ritmicos.

Nivel avancado (I).

Paulistana n2 5 2:00

Poco lento (Entoando)

Forma A/ Ay coda. Emprego dos modos mixolidio, lidio e d6rico. Melodia acompanhada, desenvolvida

a partir de seu motivo inicial, freqiientemente dobrada a distancia de 10 1. Insistencia na pontuacao sobre

a tOnica do modo.

PEI25 Toque cantabile expressivo, oitavas. Mudancas de formula de compasso.

Nivel intermediario (I).

273

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36 COMPOSITORES BRASILEI KOS - OBRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

Paulistana nQ 6

2:30

(Choro)

Vivo

Forma A/A'. Obscurecimento dos pOlos por cromatismo intenso. Continuum de subdivisOes em

quartos de tempo, em diferentes tipos de agrupamento, textura unilinear (dobramento a ulna ate tres

oitavas) ou bilinear. Recorrencia de celula formada por 3' ou 4 1 ascendenteseguida de semitom

ou torn descendente.

TIM Ambas as maos em movimento paralelo ou contrario, em andamento vivo. Deslocamentos laterais

rapidos, abertura e fechamento dc maos. Agrupamentos fraseolOgicos cm constante mudanca quanto

ao mama° de sews componentes c, frequentemente, nao coincidentes nas duas vozes.

Nivel avancado (I).

Paulistana ni2 7 6:00

(Sonata em um movimento)

Allegro e Energico

Forma sonata muito livre. Emprego de triadcs, tetrades, poliacordes e estruturas quartais. Primeiro

tema dc natureza modal. Celula sincopada inicial (dobrada a 8") pregnante e obsessiva, corn inicio

anacrnstico e terminacdo masculina, formada por nota rcpctida, 3 4 menor ascendente e 2' menor

descendente. Desenvolvimento do tema ainda na exposicao. Transicao muito instavel. Segundo tema,

tambem de natureza modal, derivado do primeiro: celula inicial tetica (dobrada em 3), corn terminacao

masculina, formada por nota repetida, major ascendente c, cm seguida, descendente. Como no caso

do primeiro, descnvolvimento do segundo tema ja na exposicdo. Segmentacao ambigua entre exposicdo

e desenvolvimento. Enfase, neste, de trabalho sobre o segundo tema. Retransicdo — Meno ancora —

contrastante no corpo da obra, como uma marcha-rancho de inspiracdo villalobiana. Celula sincopada,

movimento descendente e ascendente de 2" maior, na voz superior, c saltos de 4' (presentes em ambos

os temas) compensados por graus conjuntos, na voz inferior, como caracteristicas ritmico-melOclicas

da retransicao c elementos de unidadc corn o restante da obra. Trabalho basicamente sobre o primeiro

tema, na reexposicdo.

Oitavas e acordes, em ambas as maos, em feffe andamento vivo. Saltos. Arabescos

arpejados rapidos. Mudancas freqUentes de formula dc compasso. "Dialogo" entre registros

contrastantcs. Pedal.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

1954Toccata (versão 1984)*

São Paulo

4:00Savart

Vivo

Nacionalismo manifesto. Forma ternaria A/B/A'. Fluxo ritmico permanente, em articulacOes de quartos

de tempo, agrupadas em 3+3+2 semicolcheias (ou em outro arranjo desses mesmos grupos); semitom

ou 3a menor como as oscilaceies mais freqiientes entre as primeiras notas dos grupos. Fluxo sobreposto

a baixo dobrado a oitava ou em acordes, ritmicamente desvinculado dos agrupamentos do primeiro.

Ultima subsecao de B (4') — climax da peca — harmonicamente mais densa, pelo acrescimo de mais uma

linha melOclica, derivada do baixo. Predominancia de polaridade em do, velada e obscurecida por

cromatismo. B com perfil modal. Afinidade (impulso ritmico, textura e tipo de pianismo) corn o

31A movimento da Sonata n" 4.

BM Toque percussivo. Coordenacao motora: pianos (nas duas maos) corn diferentes tipos

de articulacao fraseolOgica, em andamento vivo. Notas dobradas, oitavas, acordes, maos alternadas.

Repeticao de modelos, predominancia de staccato. Dedilhado. Pedal econOmico.

Nivel avancado (II).

• I954, P versa° da ()bra.

1955Sonata nt2 3

Sao Paulo

14:00Ricordi

P movimento [Allegro energico]

movimento [Adagio expressivo]

3 sA movimento [Moderato]

Obra de tendencia nacionalista manifesta.

Forma sonata bitemAtica. Primeiro tema energico, suspensivo, de direcao geral ascendente, dobrado a

duas oitavas, gradativamente expandido. Pregnancia de sua P celula — duas quartas justas ascendentes.

Segundo tema lirico, contrastante corn o anterior pelo carater, andamento (Poco meno), intensidade (p) e

direcao (descendente). Desenvolvimento basicamente sobre elementos do P tema. Reexposicao iniciada

pelo 211 tema, com pequeno desenvolvimento terminal, seguido de coda— P movimento.

Forma ternaria A/A'/A", no espirito de toada. Longo ostinato ritmico-melOclico, sobreposto ou combinado

a linha melOclica no baixo. Transposicao e dissolucao do ostinato, respectivamente em A' e A" — movimento.

Forma A/B/A', antecedida e seguida por introducao e coda. Longo ostinato ritmico, como urn batuque,

apresentado na introducao; transformacao lenta e sutil de seus intervalos. Ostinato sotoposto a tema em

acordes — derivado do primeiro ou dobrado a duas oitavas ou, ainda, interpolado corn o prOprio tema,

em A. B— Meno — secao muito curta, como urn coral modal, contrastante corn as demais no carater —

ausencia do ostinato — apesar de aspectos comuns: interpolacao de linha de acordes corn outra, dobrada

a duas oitavas, ambas, por sua vez, derivadas de fragmentos do tema. A' corn sucessivas modificaceies

do ostinato, mantendo-se sua interpolacao corn o tema — 3Q movimento.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS I'ARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

Blocos arpejados (acordes quebrados). Articulacao fraseolOgica por vezes contlitantc corn a metrica.

Saltos. Movimento paralelo — dobramento a dual oitavas — em vclocidade (Pmovimento). Cantabile

expressivo e malemolencia ritmica (2g movimento). Esquerda energica, percussiva e poderosa. Vigor e

precisao ritmica. Alternancia de mhos, predominio da articulacdo staccato. Saltos, acordes (.32 movimento).

Nivel avancado (II).

Prelddios — 24 serie, P caderno (1-12)* Savart

1957 Na1 [Lento expressivo] Leningrado 2:30

1957 N22 [Andante (cantabile)] Leningrado 1:40

1958 N23 [Lento expressivo] Moscou 2:00

1958 N2 4 [Lento] Rio de Janeiro 2:40

1958 N2 5 [Andante] Rio de Janeiro 0:50

1958 Na6 [Andante (Motto apassionato)] Mild° 3:00

Hornmage a Brahms

1959 Na7 [Lento (Dolce e terno)] Viena 2:00

1959 N28 [Moderato] Viena 1:00

1959 N2 9 [Lento] Viena 1:15

1959 N210 [Lento molto expressivo] Viena 1:45

1959 Na 11 [Andante] Viena 1:30

Berceuse

1962 N212 [Andante expressivo] Rio dc Janeiro 1:20

Miniaturas coin linha melOclica vocal, lirica e expressiva, basicamente conduzida por acordes de 7 4 e 9A,

alterados coin freqiiencia. Cromatismo. De modo geral, pOlos pouco definidos e fugazes. Sensacao

de chegada a uma possivel temica, ao final. Atmosfera de improvisacdo, jazzistica, impressionista

e villalobiana. Andamentos tendendo para o lento.

Nameros 1 e 2 transformados nas Canoes de amor 8 e 9, can poesia de Vinicius de Morals. Escrita

ritmica e articulacOes fraseolOgicas alusivas a Brahms6. Ostinati no baixo —7 e 11 — ambos

coino acalanto, apesar das diferencas de metrica. Reminiscencias dos quatro primeiros prelUdios —11210.

Valsa lenta, evocativa de Satie — on 12.

TM Cantabile expressivo, via de regra, conduzido pelo soprano; rubato. Acordes, extensao.

Valorizacao das harmonias atraves do emprego de pedal.

Nivel intermediario (II) exceto n 6, (III).

'A nurncracao demo Prehirlios, selecionados pclo amor para publino 1.° cadcrno, nAo corresponde a dos rnannscritos originals.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

Prelâclios (n° 3, 4, 9)* Ms

1957N2 3 [Lento] Leningrado 2:30

1957N2 4 [Andante] Leningrado 2:00

1959N2 9 [Lento] Viena 1:40

Miniaturas em textura homotOnica, corn linha meledica vocal, lirica e expressiva, basicamente conduzida

por acordes de 72 ealterados corn freqiiencia. Cromatismo. Atmosfera jazzistica, impressionista e

villalobiana. Andamentos tendendo para o lento.

Pedal da dominante — excetuando na sec -do central B — integrante de ostinato ritmico na regido media,

sotoposto a linha melOdica lirica e sincopada. Consideravel adensamento da textura em B: oitavas,

na regiao grave, e linha melOdica conduzida por acordes de tres a cinco sons, mantendo, ambos

os pianos (ma-os esquerda e direita), o ritmo do ostinato — Ms 712 3.

Baixos basicamente ern 73 e/ou simultaneas. Linha diatOnica sincopada. Cromatismo nas demais vozes.

Mixolidio intempestivo na coda— Ms ;12 4.

Linha melOdica apresentada em diferentes modos e registros, com fiorituras evocativas de alguns

Prelndios de Chopin; triades repetidas, nae P inversdo, ou corn movimento de apenas urn de seus

componentes, alusivas, particularmente, ao Prelndio n2 4, ern mi menor — Ms n2 9.

PEEM Agrupamento irregular das subdivisOes de tempo (.1 .) . + +sincopes, malemolencia; rubato.

Cantabile expressivo conduzido pelo soprano e tambem pelo baixo. Acordes, extensdo. Valorizacao das

harmonias atraves do emprego de pedal.

Nivel intermediario (II).

• Numeracdo nos manuscritos

1957Sonata n2 4

Sofia

16:00Savart

(Fantasia)

1 2 movimento [Allegro deciso]

movimento [Andante]

32 movimento [Allegro molto]

Obra de tendencia nacionalista latente. Encadeamentos harmOnicos tambem encontrados nos Prelticlios

e na Toccata. Intenso cromatismo.

Forma sonata bitematica bastante livre, fragmentaria e rapsOdica — como indicado no subtitulo

"Fantasia"—, corn delimita(do pouco nitida das secOes. Riqueza de contrastes decorrente da natureza

dos temas. Primeiro deles vigoroso, gradativamente expandido, formado por materiais corn aspectos

texturais e ritmicos tambem contrastantes: 1) grupo(s) de semicolcheias dirigido(s) para nota de apoio

mais longa, em textura bilinear e movimento paralelo dobrado a duas oitavas; 2) acordes densos em

seminimas ou maior duracao. Segundo terra delicado, brejeiro, caracterizado por repeticao de notas e

de configuracOes ritmicas, por sincopes e harmonias quartais em deslocamento cromatico — 12 movimento.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

Como uma modinha expressiva em forma ternaria. Segmentacao reforcada por mudancas de dinamica e de

textura. Vinculacao corn o movimento anterior atraves das notas repetidas e sincopes da linha melOclica —

com o tema —e de arpejos ascendentes do acompanhamento —corn o l u tema — 2 movimento.

Forma A/B/B'/C/A'. Modalismo. Altemancia de subsccOes de carater ritmico-percussivo e

ritmico-melOclico. Em C(Poco meno), apenas subsecbes de indole ritmico-melOclica. Emprego constante

dc ostinati corn diferentes tipos de agrupamento das subdivisOes de tempo. Fluxo melOdico expressivo,

no baixo ou no soprano, evocativo do ponteio e do choro, derivado do apresentado inicialmente no final

de A. Predominancia dc acordes de 7 4 c superposicOes de 4'. Familiaridade corn a Toccata —31 movimento.

® Expansdo e contracao rapida das maos, deslocamentos ageis e velozes. Polifonia em texturas

densas. ArticulacOes constantemente variadas, acentos deslocados. Oitavas e acordes sucessivos

ern velocidade, saltos. Insistencia nos extremos de dinamica. Dedilhado. Resistencia. VariacOes de

agOgica ( P movimento), cantabile expressivo (22 movimento), concomitancia de articulac -Oes e toques

contrastantes, altemancia de maos, acordes cm velocidade (3 2 movimento).

Nivel avancado (III).

19580 trem* Ms

"Partitura ndo localizada

1959Estudo nc^ 1

Viena

3:00 Riccardi

Allegro molto

Acordes cm quartas como materia-prima da peca. Disposicao das texturas e andamentos, fatores

condicionantes da forma: AB/A'B'/CA". A — Allegro molto subsecao de sonoridade densa, percussiva e

escrita ritmica cm quartos de tempo. Gestos (saltos) da linha melOclica do baixo aproveitados em B.

Nesta — Poco piu mosso — (corn apenas duas divisOes por tempo), acordes do acompanhamento

projetados horizontalmente, em staccato, a maneira do beliscado do violdo. Em C (Tempo II), blocos

harmOnicos (da mesma natureza dos encontrados em A) dispostos em acordes quebrados, corn as

subdivisOes de tempo organizadas cm grupos de tres semicolcheias ou em combinacao de 3+3+2

semicolcheias, sobrepostos a saltos, no baixo (tambem como cm A); textura basicamente de B.

Acordes e saltos em velocidade. Movimento alternado de maos, jogo de teclas brancas e pretas.

Predominantemente em staccato. Controle das mudancas de andamento. Pedal.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

1960Estudo n.Q 2

Rio de Janeiro

3:00Ricordi

Lento vivo

Forma: Introducao/A/B/A'. Natureza da linha melOdica e suas caracteristicas ritmicas e texturais

como fatores condicionantes da segmentacdo. Linha melOdica instrumental, descontinua (saltos de 44,

ou de 3 e 4 e vice-versa, seguidos de conjuncOes, sobretudo cromaticas), fluente, em movimento

de expansao e retracao, ritmicamente densa (quatro articulacOes por pulsacao, agrupadas em conjuntos

de nUmero variavel de elementos), em A e A'. Linha melOclica vocal, mais continua (menor nfimero

de saltos, compensados por conjunches), em duracOes relativamente mais longas, tambem procedendo

por movimento de expansao e retracao, na Introducao (Lento, andamento distinto das demais partes)

e em B. Organizacao ritmica quialterica e sincopada, na Introducao, e irregular e variavel no piano

superior de B (J). + J. + J, ou J. + + + .1\ entre outras), contrastante corn a regularidade do piano

inferior (dois grupos de quatro sernicolcheias). A excecao da Introducao, textura bilinear; dobramento

distancia de uma ou duas oitavas, em movimento paralelo ou contrario, predominante em A e A'.

Outros tipos de dobramento, em B ou mesmo nas demais secOes, entendidos como reforco das linhas.

Velocidade: maos, em movimento paralelo ou contrario, predominantemente em posicao aberta;

movimento rapido de abertura e fechamento de maos; notas dobradas. Esquerda trabalhosa. Dedilhado.

Pedal parcimonioso.

Nivel avancado (II).

1963PrelUdio riQ 17* 2:20Ms

Lento

Miniatura corn linha melOclica vocal, lirica e expressiva, sobreposta a ost nato em 7A5 melOdicas

sincopadas em deslocamento cromatico.

ME Legato cantabile. Notas presas — 5 2 dedo, o baixo — na mar) esquerda.

Nivel intermediario (I).

*Numeracao no rnanuscrito.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

1963Preladios — 2 1 serie, 24 caderno (13-21)*

Savart

N2 13 [Andante] 0:45

N 2 14 [Adagio molto] 1:00

N2 15 [Andante corn moto] 0:40

N 2 16 [Lento] 0:40

N 2 17 [Lento] 0:40

N1 2 18 [Allegro grotesco e barbaro] 1:00

N2 19 [Andante] Genebra 0:40

N2 20 [Allegro moderato] Genebra 0:30

N2 21 [Lento] Genebra 0:45

Miniaturas livremente atonais (a excecdo do Prelltdio n2 13) ou seriais, corn caracteristicas melOclicas,

harmonicas e ritmicas diversas das do caderno n° 1.

Linha melOclica, via de regra, angular, sem contorno vocal: grandes saltos, dispersdo entre registros,

pausal — a excecao dos13 e 17. Ritmica mais complexa, corn freqiiente organizacab quialterica e

polirritmica, compassos alternados e derivados —16, 17, 18, 20. Andamento contrastante — Allegro —

n, 18 e 20, os demais tendendo para Lento. Pecas seriais dodecafOnicas: serie exposta no original —

Prelltdio n9 21 — e na oitava inversao —19 e 20.

RIM Em relacao ao caderno n0 1, maior variedade de articulacOes e de indicacOes de dinamica.

Acordes, deslocamentos rapidos, extensdo. Pausas nos 1 tempos, corn efeito expressivo de suspensdo

e desequilibrio. Rubato.

Niveis intermediario (I) —13, 14, 17, 19, 21; (II) - iv° 15, 16 e avancado (I) —18 e 20.

*A 66 meracao dosses Pre hidios, selerionados pelo autor para publicacrAo no 2, cadent°, nao correspondea dos manuscritos originais,

1964Sonatina nQ 2

Brasilia

5:00Savart

1 0 movimento [Allegretto moderato]

20 movimento [Andante]

3 0 movimento [Vivace]

Obra dodecafOnica. Utilizacdo nao ortodoxa, nos trés rnovimentos, de serie explicitamente apresentada,

na forma original, nos compassos iniciais do 3 0 . Repeticao de notas e blocos, formacdo de ostinati e

modificacOes na ordem de seus elernentos como transgressOes a norma.

Forma binaria, basicamente urn moto-continuo em colcheias. Quebra freqiiente da regularidade ritmica do

mom continuo, pelo emprego de contratempos, mudancas de formula de compasso, variadas formas de

agrupamento das diviseies da pulsacao e acentos deslocados. Reapresentacao, na 2 a secao e na coda, do tema

exposto nos compassos iniciais. Serie apenas na forma original, corn transposicao — 12 movimento.

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

Forma ternaria em textura predominantemente polifonica e escrita imitativa; pequenofugato a tres

vozes, na secao final, corn serie proveniente da inversao (ri li 8) da original, iniciada a partir de seu

4=2 elemento — 22 movimento.Forma ternaria em moto-continuo, como umagiga. Serie na forma original (e transposicOes) e invertida

— 3 movimento.

Transparencia e leveza, staccato. Mudancas de formulas de compasso. Diferenciacäo

de pianos sonoros. Expressividade dos intervalos, no 22 movimento. Pedal muito parcimonioso.

Nivel intermediario (III).

1967Intermitencias I

Berlim

4:00Jobert, Paris

(AleatOria)

Molto lento

Pesquisa de possibilidades timbricas do piano: use convencional do teclado, ataque direto as cordas corn

as unhas ou moeda, polpa dos dedos e maos, alem do emprego de rodelas de papelao, combinados a

pedal cuidadosamente indicado e corn efeitos especiais. Segunda menor melOclica (e seus derivados) e

harmonica ( clusters de varias densidades) em diferentes espacializacetes, registros, duracOes e

intensidades — som — e indicaclies de silencio, mais e menos longo, como elementos propiciadores

de uma vivencia sensivel do tempo. Notacao proporcional, indicacao de tempo em segundos, grafismo.

Aleatorismo e improvisacao controlada.

"Intermitencias", segundo o Novo dicioncirio Aurelio, como interrupcOes momentaneas, intervalos.

Titulo alusivo as intermitencias som/silencio e toque no teclado/toque nas cordas?

09Thl Fantasia na realizacao dos grafismos. Controle rigoroso de intensidades (de ppp a flip e ataques.

Intermitencia dos elementos fundantes como fator de dificuldade na realizacao da obra como urn todo.

Nivel avancado (II).

1976Balada

Schriesheim

10:00Savart

Diversos andamentos

Forma binaria A/A'. SecOes corn tres subsecoes contrastantes. Segmentacdo determinada por mudancas

de andamento, textura e dinamica. Primeira subsecao — Lento— Tempo muito livre, como introducao,

sem indicacao de unidade de tempo e formula de compasso. Textura bilinear e dinamica entre p e ppp.

Segunda menor e seus derivados, 3 a maior e 42 justa, como material melOclico expressivo e basic°,

integrante de estruturas triadicas e quartais. Segunda subsecdo — Vivo molto — acordes densos (blocos

de 4,2), emff, ritmicamente continuos e regulares, como tocata. Terceira subsecao — Tempo molto libero —

Cantabile apassionato, em textura polifOnica, linhas em registros distintos, corn grandes saltos e ritmos

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36 COMPOSITORFS RRASILEIROS — ()BRAS PARA NANO/SANTORO, CLAUDIO

complementares; dinamica quase sempre em pp. Familiaridade corn Prelndios do 2 2 Caderno da Serie.

Em A', Lento molto, P subsecao reduzida, dinamica e agOgica mais variadas. Densidade e tipos

de acordes tambem mais variados, na subsecao; 'enfase na expressividade da articulacao de conjuntos

de dois elementos, comum em subsecoes anteriores. Conclusao — Tempo lento — uma referencia

ao inicio da obra.

HIE7 Relacdo entre os diversos andamentos. Contraste entre tempo livre e motOreo. Acordes,

oitavas, movimento alternado de mdos cm andamento vivo. Agrupamento irregular das subdivisOes

de tempo, resultante da prOpria disposicao dos baixos, de acentos deslocados e de ligaduras.

Nivel avancado (II).

1983Fantasia Sul-America*

Brasilia

4:00Savart

Diversos andamentos

Corte ternario. Escrita de toccata na P e 3 4 secOes (Allegro o = 138), a Ultima bem mais extensa

que a initial. Jogo de teclas brancas e pretas: superposicao de segmentos pentatOnicos e acordes

invertidos de 4ou triades, nas regiOes grave e media, em fa fff. Semelhancas com o Estudo al I.

Secao central atonal, expressionista, contrastante em andamento (Lento .J = 60-66), dinamica (entre p e

ppp), agOgica (instavel, decorrente de mudancas de formula de compasso, da variedade de divisOes

da pulsacao e das constantes flutuacOes de andamento) e textura (combinacao de blocos abertos

dee 93 oucomouem registros opostos, e linhas de modo geral angulares, de natureza

cromatica; polifonia incipiente). Caracteristicas dessa secao central já prenunciadas no 2 Caderno

da 2 1 serie de PrelUdios.

BUM Jogo de teclas pretas e brancas; alternancia de maos. Controle das intensidades e das flutuacOes

agOgicas. Valorizacao da expressividade dos intervalos, na secao central. Pedal.

Nivel avancado (I).

'( )bras Coln o Inesrm tolo pant outros instrumntos.

1983Preliidio IV 26

Brasilia

2:20Ms

Lento

Atmosfera de improvisacdo; linha melOdica apenas esbocada, clima harmOnico criado por acordes de 7-

(e alterados) e estruturas de 3•, polos pouco definidos e fugazes. Enfase na articulacdo entre duas notas.

Blocos percurssivos shbitos, em fff, ligando a P secao a 11.

Mudancas constantes de dinamica, quase sempre brusca, c de agOgica (em menor grau). Acordes. Rubato.

Nivel intennediario (III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

1984Noturno*

Brasilia

3:00Ms

*Parthura scm condicacs de estudo.

1984Prelficlio no 27 Waldbroon-Alemanha3:00Ms

Andante

Desenhos impulsivos rapidos: em graus conjuntos — grupos de teclas brancas e pretas sucessivas; ou

disjuntos, predominantemente 3 — duas linhas em movimento contrario; ambos corn retensao em notas

longas — clusters, oitavas ou agregados de 2 ecomo materiais basicos, na P secao. Aceleracao

controlada e aumento de intensidade em direcao ao Piu mosso, infcio de uma secao em acordes

percurssivos, como uma tocata, contrastante corn a anterior quanto a textura (linear/acordal), direcao

dos desenhos (movimentos ascendentes e descendentes/acordes repetidos) e a natureza do tempo —

livre, fluido, descontinuo/metrico, motOreo, continuo.

Passagens rapidas em graus conjuntos, corn superposicao de mdos, e arpejadas, basicamente em

movimento contrario. Contrastes bruscos de toque — legato, fluido/percussivo — dinamica e ag6gica.

Nivel avancado (I).

1984PrelUdio n2 28

Brasilia

3:00Ms

Moderato

Como uma improvisacao, a partir de estrutura de 4 1, em desenho melOdico angular corn estancamento

em duracao mais longa que as precedentes. Arabesco arpejado, resultante da reordenacao, corn variacdo

ritmica, dos elementos dense desenho, como gesto caracteristico da P secao. Ampliacäo do gesto pela

justaposicao de triades, sem funcao tonal, as estruturas de 4 4.'. Apesar dos materiais comuns, segunda

secao contrastante corn a primeira: andamento consideravelmente mais lento e fluxo descontinuo —

intercalacao de pausas entre incisos em graus conjuntos.

Rapidos arabescos arpejados. Registros e dinamica freqiientemente contrastantes.

Nivel intermediario (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

1986Serenata* Brasilia 2:00Ms

(0 cair da no te ou 0 colorido do ceu de Brasilia)

Andante

Forma livre. Predominio de textura coral, corn tematizacdo de pequenos movimentos melOclicos

descendentes e/ou ascendentes, diatemicos ou cromaticos, conduzidos por blocos harmOnicos

de estruturas muito variadas. PolarizacOes momentaneas, como na codeta (do).

RUH Ausencia de formula de compass° e de indicacao de unidade de tempo. Flexibilidade do tempo,

a servico do lirismo expresso atraves do context° harmemico e dos movimentos melOclicos e enfatizado

por articulacao de duas notas em scmitom descendente e/ou ascendente.

Nivel intermediario (II).

*Pcca integrante da Suite Brasilia para orquestra sInfOnica, Corn panes destinadas a solos de 01st-run-lentos.

1987Sambinha

Brasilia

1:00Ms

Pequena forma hindria, A/A'. Linha melOclica de natureza vocal, contida nas harmonias, basicamente

acordes de 74 e 94, comuns a bossa nova. Ostinato ritmico mantido pelo baixo e acordes centrais.

0113 Diferenciacao de pianos sonoros, corn dcstaque da linha mclOclica no soprano. Vivacidade ritrnica.

Ausencia de indicacOes de andamento e dinamica.

Nivel intennediario (I).

1988Sonata n° 5

Brasilia

10:00 Ms

1 2 movimento [Adagio-Allegro vivo]

2° movimento [Andante]

3° movimento [Livre angustiado]

Obra dc natureza ciclica, construida corn grande cconomia de materiais — comuns aos tres movimentos

— c diversidade de tratamentos.

Forma sonata bitematica. AgOgica e dinamica como fatores condicionantes do carater dos temas e

do seccionamento do movimento. Primeiro tema em Adagio e compass() binario compost°. Linha

melOclica sombria na rcgiao central do instrument°. Semitom descendente e 5 0 justa ascendente como

intervalos estruturais do motivo tematico gerador. Segundo tema em Allegro vivo, compass° bindrio

simples e carater ritmico-percussivo, evidenciado atraves de progressão descendente de scmitons

articulados de dois em dois. Primeira nota desse grupo de dois antecipada pela anterior. Progressao

cm dobramento deestas igualmente ernpregadas em projecdo horizontal. Reexposicdo iniciada corn

o tema — 12 movimento.

284

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

Forma ternaria. Aproveitamento de elementos ritmicos e melOclicos do P tema do movimento anterior.

Referenda direta a sua celula initial, na 3 2 secao — 22 movimento.

Forma ternaria. Movimentos ascendentes de largo ambito (prenunciados no 2 52 movimento) compostos

por semitom ascendente seguido por saltos e em articulacao de duas notas (caracteristica ritmica do 22

tema do P movimento); acordes quebrados em dobramento por movimento contrario; e alusbes

fugazes ao P tema do P movimento, no baixo, como materiais ternaticos de A e A'. Nestas, agOgica

conturbada por fermatas e indicacoes de rallentando; diluicao da referencia metrica, como urn longo

recitativo. Secao central contrastante: ostinati ritmico e notas pedal sob linha melOdica angular corn

intervalos derivados de 2 4 . Citacao do P tema e do inicio do 2 2 (notas repetidas) do P movimento,

na reexposicao — .31 movimento.

PE[M Legato expressivo em atmosfera sombria e angustiada; toque percussivo, notas dobradas, oitavas

e acordes, andamento rapid°. Mudancas constantes de formulas de compasso e de indicacOes

de agOgica, perda da referencia metrica, desintegracao ritmica. Dedilhado. Pedal.

Nivel avancado (III).

PIANO A 4 MAOS

1962Brincadeira

TeresOpolis Savart

1 [Andante]

2 [Lento]

3 [Allegro vivo]

Pequena suite. Tendencia nacionalista latente. Titulo, tipo de linha melOclica e caracteristicas ritmicas

(presenca constante de ostinati) como alusOes ao universo infantil — cancOes de roda e marchas.

Forma A/B/ coda, cada secao corn tema distinto, linha melOclica e configuracao ritmica prOprias. Coda

relativamente longa, corn aproveitamento de material transitivo — 1.

Forma A/A', como modinha. Conclusao das secOes com frase no baixo, a maneira de valsa lenta

brasileira, no P.II, quase sempre reduzido a apenas formulas de acompanhamento em ostinato — 2.

Forma A/B/A. A e B constrastantes quanto a andamento. Dois temas, em A, com cariter, aspectos

texturais, melOclicos e ritmicos distintos, o 212 (em P. I), sobreposto ao P (P. II). Final do 2 52 tema

trabalhado na transicao para B, esta corn relacOes intervalares semelhantes as das transicOes da P peca.

Em B, desenvolvimento: aproveitamento de caracteristicas melOclicas, ritmicas e texturais do 2 2 tema

(P. I), com acompanhamento do P— 3.

MI] Oitavas, acordes, notas dobradas (4'5), notas erepetidas em andamento vivo, glissandi.

Nivel intermediario (I).

285

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36 COMI'OSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/SANTORO, CLAUDIO

DOIS PIANOS

1972Duo (ng^ 1) fiir 2 Klaviere

Schriesheim

6:00Tonos

Diversos andamentos

Malty lento/Vivo/Lento molto/Vivo/Lento. Pesquisa no campo timbrico e das duracoes, a partir

do intervalo de 2 4 e seus derivados: diferentes espacializacOes desses intervalos, acompanhadas

de aumento gradativo de sons — formacdo de clusters —, de intensidade e de nnmero de articulacoes.

Emprego de sons harmOnicos e do interior do instrumento. DuracOes medidas (sentidas) em funcao

das ressonancias. Disposicdo grafica particular, visando maior inteligibilidade do texto. Grafismo.

Bula explicativa.

Dificuldade de entrosamento. Escuta apurada. Imaginacdo sonora. Controle das intensidades,

principalmente na faixa entre p e ppp. Ataques diferenciados, busca de variados graus de ressonancia.

Nivel avancado (II).

1979Frevo

Brasilia

3:00Ms

Versa() para dois pianos da obra escrita em 1953. Dados composicionais no texto a ela referente.

Enriquecimento da textura atraves de dobramentos.

Apesar da instrumentacdo para dois pianos, manutencdo das caracteristicas e dificuldades da versdo original.

Nivel avancado (I).

1982Sonoras (Duo nQ 2)

Brasilia

6:00Savart

Diversos andamentos

Calmo/Allegro/Lento/PiU allegro/Lento/Allegro. Forma A/B/A'/B'/A". Apresentacdo, em Calmo, dos

materiais tematicos: desenho melOdico meandrico descendente, tratado linearmente; e textura

harmonica, basicamente comsuperpostas eestruturas tambern subjacentes ao P.

Seccionamento determinado pela enfase na exploracao (variacOes e desenvolvimento) de um ou de outro

material, dal ainda decorrendo contrastes de: carater (dinamico/estatico), textura (bilinear/harmOnica),

andamento (mais rapido/mais lento) e densidade (maior/menor). Notacdo proportional em B'.

Afinidades do material das secOes lentas corn elementos temiticos do Duo para dois pianos do autor.

Frecitiente variacdo de andamento, escolha de suas relacOes. Passagens arpejadas em movimento

paralelo. Sucessdo de rapidos acordes quebrados, em movimento contrario ou paralelo, corn diferentes

articulacOes fraseolOgicas. Extensdo.

Nivel avancado (II).

286

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /SANTORO, CLAUDIO

PIANO E FITA

1970Mutation= III

Mannheim

8:00Tonos

Sem indicaciio de andamento

Interprete como co-autor da obra: fita previamente montada e gravada pelo pianista, a partir de

instrucOes do compositor. Ampliacdo e transfiguracdo de estruturas executadas ao vivo. Aleatorismo na

ritmica e no campo das alturas. Improvisacdo. Segundas menores, seus derivados e clusters como

material harmOnico basic°. Exploracdo do interior do instrumento: cordas pincadas,glissandi, staccatos

corn baqueta, efeitos de pedal, como variacdo, complementacdo e intensificacao do som do piano.

Dinamica muito variada e contrastante. Tempo livre. Grafismo. Bula explicativa.

Montagem da fita. Articulacdo entre esta e a execucdo ao piano, na criacdo de urn todo.

Nivel avancado (III).

287

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SANTOS, MU ri lo

Rio de Janeiro — RI (193 I -)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1960Prelfidio no estilo de Gershwin

Rio de Janeiro

1:40Ms

Moderato cantabile (J- 92)

Peca curta combinando harmonias jazzisticas e ambiencia impressionista. Insistencia, corn variacOes,

no motivo melOclico inicial. Textura homoffinica conduzida por harmonias de 3 11 bastante densas.

Cromatismo constante.

MED Notas dobradas, notas prolongadas, acordes, extensa-o. Cantabile.

Nivel intermediario (III).

1962Rondino Rio de Janeiro 2:00Ms

Allegretto

Peca tonal inspirada em cantigas de roda infantis. Emprego de harmonia de 3 2 corn intensa exploracao

de notas melOclicas (cromaticas ou ndo). Alusdo a instrumentacao de bandinhas.

HMI Acordes, oitavas, notas presas, extensdo. ArticulacOes fraseolOgicas precisas.

Nivel intermediario (III).

289

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36 COMPOMTORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/SANTOS MURILO

1969Movimentos

Rio dc Janeiro

7:30Novas Metas

I — Andante = 72]

II- =88]

III - Con moto [. = 138]

Obra cm tres movimentos. Tecnicas serials. VariacOes de agOgica, mudancas freqUentes de formula

de compasso nos movimentos Il e III. Atmosfera imprcssionista.

Duas ideias distintas e complcmentares no P movimento: uma, de carater ritmico-melOdico, constituida

por configuracOes acefalas concluidas cm sincope; outra, estitica (notas-pedal), cm acordes formados

por 24 (clusters elementares) nas regiOes aguda e grave, articulados respectivamente na pulsac5o e nas

interrupcbes do fluxo da P; adensamento harmOnico c crescendo da P ideia como preparacdo do climax

do movimento. Angulosidade melOdica, instabilidadc ritmica c clusters aproveitados no movimento.

Caracteristicas da sec5o central doalusivas aos movimentos anteriores, contrastantes com a

regularidade ritmica das sec -6es inicial e final, esta nitima, "Strepitoso", retrOgrado da P.

MEINI Complexidade ritmica. Controle de dinamica c agesica. Saltos. No 2 =' movimento, sonoridade

nebulosa, diafana; cuidadoso emprego do pedal. Toque leve c staccato nas secOes external c percussivo

na central do 3" movimento.

Nivel avancado (I).

1987Batuque

Rio de Janeiro

2:00Ms

= 96— 100

Obra tonal cm forma A/A'. Elaboracties melOclico-harmonicas do terra; ostinati rittnicos, sincopes.

Reaproveitamento, na coda, do material ja exposto.

Diferenciacao de pianos sonoros. Oitavas, acordes. Rapidos deslocamentos laterals na esquerda.

Flexibilidade e vigor ritmicos.

Nivel intermediario (III).

1987Estudo

Rio de Janeiro

6:05Ms

(Os insetos)

Prestissimo (.1 = 176)

Peca de corte ternario —A/B/A' - livremente atonal. Material tematico organizado em torno de intervalos

de 44, 7" c 2"; arpejos estreitos formadores da textura. Acentuado cromatismo, atmosfera impressionista.

290

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/SANTOS MURILO

Mudanca de andamento — Moderato (J-76)-, introducao de segmentos melOdicos e acordes, na secdo

central. Alusao ao subtitulo atraves de efeitos alcancados pelos diversos ostinati e seqiiencias em grande

velocidade, trinados simples e duplos e notas ou blocos pontuais no registro agudo, alem do pr6prio cromatismo.

Enfase na tecnica digital: velocidade, leveza, trinados. Alternancia e cruzamento de maos.

Utilizacao de toda a extens -ao do teclado.

Nivel avancado (II).

29 I

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TACUCHIAN, RicardoRio de Janeiro— Rj (1939-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACA.0EDITORA

PIANO

1966Primeira sonata

Rio de Janeiro

18:00Ms

Diversos andamentos

Um Unico movimento corn diversos andamentos: Allegro vivace (introducao, em forma de rond6),

Lento, Allegro, Lento (fugato), A llegro e Allegro vivace (finale, corn aproveitamento apenas do refrao

do rond6 initial). Forma hibrida: sonata bitematica tratada a maneira de temas coin variacCies livres.

Temas contrastantes quanto aos aspectos: ritmico – oestatico, omovimentado; melOdico – o

curvo, oangular –; e textural, deles mesmos e das elaboracOes por eles geradas – obasicamente

homofOnico; o 2", contrapontistico. Predominio de recursos tonais e modais; pOlos, na maior parte

das vezes, ambiguos. Tracos nacionalistas: ritmos caracteristicos e emprego de melodia folclOrica

("Nesta rua, nesta rua").

IHED Extensao e saltos em velocidade; tremolos, passagens escalares. Alternancia de toques percussivo

e cantado. VariacOes de agOgica.

Nivel avancado (II).

1966Segunda sonata

Rio de Janeiro

13:00Ms

Diversos andamentos

Urn Unico movimento bitematico corn diversos andamentos: Vivace, Adagio, Tempo I– exposicao –

Allegro, Largo, Moderato – desenvolvimento – Allegro, Adagio, Tempo I– reexposicao. Primeiro grupo

tematico, inicialmente fragmentado, cristalizado em unidades maiores (marcante aproveitamento

do contorno em arco e da sugestdo de modalismo ou pentatonismo do 2 material do grupo)

no desenvolvimento (corn um fugato no Moderato). Segundo grupo tematico, apresentado

no Adagio, restrito a exposicdo e reexposicao. Distribuicao simetrica dos materiais. Alem

do modalismo, sonoridade harmonica estabelecida por agregados constituidos por 2 4 menor, maior,

293

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36 COMPOSITORES BRASILEI KOS — ()BRAS PARA PIANO /TACUCH IAN, RICARDO

justa e tritono ou por alguns desses intervalos e, ainda, por formacoes por tons inteiros.

Tracos nacionalistas.

Contratempos, acentos deslocados. Staccato, legato, toques percussivo e cantabile (diafano).

Blocos, tremolos, extensao, saltos, oitavas. Acordes quebrados e baixos tipo d' Alberti na esquerda.

Deslocamentos simultaneos em velocidade. Humor stravinskiano no Moderato.

Nivel avancado (II).

1981II fait du soleil* Rio de Janeiro 4:00ECA/USP

Andante = 54

Titulo alusivo, por oposicao, a Il neige, de Henrique Oswald. Aproximacdo entre ambas as pecas

atraves de textura comum, ondulante e iridescente. Forma ternaria monotematica. Predominio

de recursos tonais, corn momentos atonais. Insistente exploracao do registro agudo, tradicionalmente

associado a luminosidade.

Longas passagens em tremolo dificultadas pela extensdo dos acordes e pela permanencia na regido

aguda; saltos.

Nivel intermediario (III).

• Obra integrante do caderno Homenagem a Henrigue Oswald, organizado por Jose Eduardo Martins.

1986Retreta

Rio de Janeiro

8:00Ms

(Suite para piano em 3 mov mentos)

I — Dobrado [Allegro]

I I—Valsa [Moderato]

III — Maxixe Docoso]

Titulo designando concerto de banda em praca pUblica. Pecas em forma ternaria, contrastantes

em andamento e carater. Linhas melOclicas e ritmos caracteristicos em textura homoffinica, sugestiva

do tratamento instrumental conferido aos generos.

ffUni Trama pianistica e timbres condicionados pela mUsica de banda. Acordes repetidos, notas presas,

oitavas, notas dobradas, saltos, pequenos arpejos.

Nivel intermediario (II).

294

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - 01311AS PARA PIANO /TACUCHIAN, RICARDO

PIANO A 4 MHOS

1978Estruturas gemeas

Rio de Janeiro

6:00Ms

Diversos andamentos

Trabalho imitativo; complementaridade entre as partes dos Pianos I e II. Plano formal entendido a partir

de mudancas de andamento — Lento, Allegro, Vivace e Grave — e das caracteristicas basicas de cada

secao. Exploracäo de contrastes:lento/rapido, metrico/ametrico, superposicao/linearidade, ordem/

desordem. Ostinato, tema modal, clusters e celulas em graus conjuntos e pentatemicas como materiais

basicos. POlos ora definidos, ora ambiguos. Notacao conventional, proportional e indicacao de tempo

em segundos.

MTH Exploracäo de intensidades, registros, andamentos e ressonancias. Sincronizacao entre Piano I e II.

Nivel avancado (I).

295

Page 292: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 293: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

TERRAZA, EmilioBahia Blanca — Argentina (1929-

ANOTITULO

PIANO

1952Duas invencOes a duasvozes (M.1)*

= 661= 661

LOCAL

Rio de Janeiro

DURACAOEDITORA

6:00Ms

Pecas de natureza diatOnica; cromatismo manifesto atraves de notas melOclicas. Divertimentos

construidos basicamente a partir dos contra-sujeitos, ritmicamente mais ativos que os respectivos

sujeitos, estes tambem apresentados invertidos, e, no final da P Invencdo, corn aumentacdo de valores.

Dedilhado. Abertura e fechamento de moos. Acordes quebrados, passagens escalares.

Nivel intermediario (1).

• MA signitica Mnsica1.

1952Pequena marcha

Buenos Aires

2:00Ms

infantil (M.4, A)

Allegro = 108

Pequena forma ternaria A/B/A' precedida de introducdo. Referencia direta ao genero atraves de

configuracoes ritmicas e ornamentacao alusiva ao tambor. Tema da P secdo formado por dois elementos

contrastantes, o primeiro ritmica e melodicamente mais ativo, sobre uma triade; o segundo, estatico –

tetrades articuladas na pulsacdo. Reaproveitamento em B, dos materiais (variados) de A.

Precisao ritmica. Ornamentacdo e acentos corn cal-Ater percussivo. Repeticao de notas. Acordes

em posicdo fechada.

Nivel intermediario (I).

297

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36 COMPOSITORTS BRAS I LE IROS - OBRAS I'ARA PIANO /TERRAZA,1.1 0

1953Whom (M.3)

Buenos Aires

2:30Ms

(CanciOn para piano)

= 56

Forma binaria precedida de introducdo c seguida de coda; 2 2 secdo extendida. Linha melOdica

expressiva, ininterrupta e de perfil vocal, enriquccida corn elemcntos cromaticos. Formula de

acompanhamento cm ostinato, sugerindo urna berceuse.

CE91 Acordes quebrados na esquerda; extensab. Legato cantabile na direita.

Nivel intcrinedidrio (I).

1953Prelfidio IV 2 (M.5, A)

Buenos Aires

4:00Ms

= 63

Pequena forma ternaria; seccionamento detcrminado por variacao da atividadc ritmica. PolarizacOes

claras. ElaboracOes continuas — aumentacao e diminuicdo de valores, expansao de intervalos, mudanca

de direcdo do movimento, entrc outras — sobre Os seguintes materials basicos: nota pedal, ostinato em

grans conjuntos (em ambit° de 3 1 ), oscilacao de 3'2 major ou menor, ascendente on descendente, em

salto ou preenchida por graus conjuntos, c seqUencia ascendente ou descendente formada por pares de

separados por intervalo de 3 2 . Os tres primeiros materials de natureza estatica, o Ultimo

ritmicamente mais ativo e mclodicamente expansivo. Nota rcpetida como mais urn fator dc unidade,

integrando ou pontuando os motivos. Secao central mais movimentada que as externas, pelo cmprego

de duracoes de menor valor.

211E7 Polifonia. Extensao, oitavas. Dedilhado. Raras indicacOcs de dinamica.

Nivel intermediario (I).

298

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ TERRAZA, EMILIO

1953VariacOes sobre um

Buenos Aires

8:00Ms

tema de Mozart (M.7)

Tema [Allegro J = 144]

variacionI [Allegro un poco esante J = 120]

VariaciOn II [Allegro J = 132J

VariaciOn III [Tempo di valse lento J = 132]

Vals

VariaciOn IV [Allegro = 72]

VariaciOn V [Allegretto J = 72]

VariaciOn VI [Lento J = 66]

Coral

VariaciOn VII [Allegro scherzando J = 112]

VariaciOn VIII —Coda [Allegro molto J = 88]

Tema – uma transcricao literal do primeiro grupo tematico do I s= movimento da Sonata em fa maior,

K. 332, de Mozart – e oito variacOes coin carater pr6prio, andamentos, formulas de compasso

(ressalvando-se a 3 a ), centros tonais (a excecao da P e da ultima, na tonalidade do tema) e densidades

harmOnicas especificos. Referenda a estrutura total do tema, ou a um de seus segmentos ou, ainda, a

apenas elementos desses Ultimos, deles conservando tracos genericos, tais como: estrutura acordal,

desenho em ziguezague corn saltos, ou movimento descendente, em graus conjuntos, respectivamente

da P, 2a e 3a semifrases iniciais; e configuracao ritmica, seguida de nota repetida, da frase conclusiva.

Realce, nos acordes ou nos segmentos lineares, das notas condutoras do tema. Acordes, oitavas,

saltos. Velocidade (Vars../1, II; VII, VIII). Passagem de polegar ou da mao sobre o polegar. Variedade

de articulacOes fraseolOgicas e de toques.

Nivel intermediario (II).

1955VI fugas a tres vozes (M.12)Buenos Aires 10:50Ms

= 100]

IV^J= 96]

v —[J = 48]

VI-[J=48]

Apresentadas apenas quatro na colecao, a partir do nUmero III; segundo indicacao do compositor,

"ensayos de fuga clasica". Sujeitos de contornos tonais tratados corn liberdade, do ponto de vista

do contraponto e da organizacao das entradas. Obediencia aos preceitos classicos, na exposicao: sujeito

seguido de resposta. Contra-sujeitos ritmicamente mais ativos que os respectivos sujeitos. ElaboracOes

sobre as cabecas do sujeito e contra-sujeito, conduzindo a regiOes tonais remotas, justapostas corn

grande liberdade. Ap6s os divertimentos, frequente reducdo a apenas duas entradas dos sujeitos,

na reexposicao. Aumentacao e diminuicao de valores, inversOes, deslocamentos metricos e strettos como

formas de elaboracao mais comuns.

299

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COMPOSITORES BRASILEIROS - ORI2AS PARA PIANO /TlaRAZA, EMILIO

Hin] Conducdo dc vozes, difcrenciacao de pianos sonoros, emprego dc toques diversos. Atencao para

a organizacao dos agrupamentos fraseolOgicos. Dcdilhado. Abertura e fechamento rapidos dc mao;

passagens escalarcs. Ausencia de indicacao de dinamica.

NIvel avancado (I).

1962VIII Miniaturas (M.16)

Brasilia

7:30Ricordi

I —Caixinha de mtisica = 96]

II — PrelndiolacOnico [. j = 88]III —Cantilena = 54]

IV --Tango [ j = 50]

— Cancao para ninar = 92]

VI — Dar-Ica brasileira n 2 I= 100]

VII — Danca brasileira n 2 2 [ j = 72]

VIII —Final= 88]

Como indicado pclo titulo, pecas curtas, a major parts dclas rccriando clima da mnsica folclOrica

e popular do Brasil e da Argentina.

Forma binaria a duas vozes. Repeticao do descnho da voz ate o final da peca; inclusao de scu

1 segment() no inicio c conclusdo da frase da l a voz - esta como uma cantiga dc roda – corn ela

estabclecendo, nesses momentos, urn canone. Utilizacao da regido central c subaguda do instrument°.

Notacdo apenas na Ja ye de sol – Caixinha de masica.

Forma bindria a duas vozes. Linha melOdica cm nti mixolidio sobreposta a ostinato corn dois pianos

rcatirmando o polo – Prehidio lacOnico.

Forma binaria a duas vozcs. Entiaquecimento da tonalidade por cromatismo e oscilacao da ( maior/

menor). Voz superior – Lima cantilena – sobreposta a ostinati cromatico cm A. Transposicao c

passagem do ostinati para a voz superior, contrapondo-se a novo acompanhamento corn dois pianos

nitidos – Cantilena.

PcrIodo Unico. Melodia c acompanhamento corn polaridade mascarada. Emprcgo de estruturas quartais

c de trIades scm funcao. ArticulacOes e ritmica caracteristicas do gencro: pulsacdo evidente,

contratempos, sincopes c accntos deslocados – Tango.

Forma ternaria cm /nib dOrico, tambem sobre rota pedal mi 6. Ostinati e rcitcracdo dc celulas.

Deslocamento pot graus conjuntos e cromatismo no acompanhamento c na linha melOdica. Variacao

da metrica – Canfaopara ninat:

Forma ternaria. SecOes A e B contrastantes quanto a andamento, ritmica dos ostinati do baixo e da linha

melOdica, esta implicita no trabalho harmOnico, cm A, c explicita, cm B. Emprcgo sistematico do

tritono corn funcao ritmico-harmOnica. Caracteristicas ritmicas da mnsica popular brasileira: divisao

quaternaria do tempo, contratcmpos c sincopes. Major utilizacao das regiOes central c subgrave

do teclado – Danca brasileira ng 1.

Forma ternaria. Difcrenciacdo da danca anterior polo andamento e carater: a primeira, viva e energica,

a mancira do chorinho; esta, mais lenta, gingada e malemolente, rcmctendo a ritmos populares

nordestinos. Textura linear cm A: segment() melOdico, corn realce de celulas em tons inteiros,

300

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /TERRAZA, EMILIO

sobreposto a ostinato ritmico-melOdico. Reproducao e variacao do ritmo desse ostinato em B (em

textura harmonica), pelo emprego de LP ou 5 harmonicas e tetrades ou triades em ritmo

complementar — Dana brasileira n2 2.

Forma ternaria. Como uma improvisacao, explorando assistematicamente relacOes melOclicas e

harmOnicas constantes:menores e triades esparsas — Final.

Eff Predominio da forca ritmica (IV, VI, VII), da expressividade melOclica (I, II, V), da combinacao

de ambas (III) e do clima melOclico-harmOnico (Final). Esquerda consideravelmente ativa — acordes

quebrados (extensab), conducao de linha melOclica, notas presas (I, II, III, V , VII), saltos ( VI).

ArticulacOes diferenciadas: legato, portato, staccato (Final).

NIvel intermediario (II).

1970Sonata (M. 19)

Brasilia

6:00Ms

= 80 d = 72

Forma sonata bitematica em apenas urn movimento. Tonalismo livre, polarizacao geral em

Diatonismo mesclado corn cromatismo. Estruturas diversas, superposicOes deesem

tratamento funcional. Ambos os temas ja desenvolvidos na prOpria exposicdo. 0 P, afirmativo, vigoroso

(d = 80), em textura homofOnica predominantemente em marcado por acentos e sfz, nos

contratempos, e configuracOes quialtericas anacrUsticas. 0 22, de indole melOclica, em mp, um pouco

mais lento que o anterior (J = 72), inicialmente em textura bilinear e em seguida corn acrescimo de

desenho em ziguezague corn funcao harmonica; desenvolvimento e nova organizacao ritmica deste

Ultimo — 3+3+2 colcheias — em ostinato vigoroso, reintrodutor da forca ritmica do P tema.

Seccionamento claro do desenvolvimento, em funcao de trabalho especIfico corn os elementos de cada

urn dos dois temas, sem alteracao substancial de seus perfis. Coda sobre ostinato estacionario,

combinando elementos e caracterIsticas de ambos os temas.

PPM] Acordes em posicao fechada e aberta; acordes quebrados, arpejos, oitavas, extensao, saltos.

Acentos e sfz. vigorosos e freqilentemente deslocados. Notas longas presas, pianos sonoros. ArticulacOes

fraseolOgicas precisas, por vezes opostas, entre as maos.

NIvel avancado (I).

1984Tango (Retratos metafOricos)-(M.36) Brasilia Ms

= 104

Forma A/B/C/D/A'. Seccionamento definido basicamente por mudancas de polarizacao dos ostinati e

de contorno e densidade (vertical e horizontal — neste caso, major ou menor atividade ritmica) da linha

melOclica. Ostinati, notas-pedal, blocos de quartas, tetrades — elementos basicos da estruturacao

harmonica; semitom cromatico, major e 4 1 justa, da melOdica. Elemento estatico — ostinati e notas-

301

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36 COMPOSIT013ES liltASILEIROS ()BRAS PARA PIANO /TERRAZA, EMILIO

pedal — permanentemente contraposto ao discurso melOclico, construido corn segmentos de ambito

estreito compensados por outros corn maior expansao. Articulacites, formulas ritmicas e sfz. tipicas

do genero. Constante redistribuicao do compasso quaternario 4/4 em 3/8+3/8+2/8. Recorrencia e

variacao de ideias como procedimentos composicionais empregados.

Extensao: blocos corn 51eRitmo vigoroso, acentos expressivos. ArticulacOes precisas. Pedal.

Emprego frecitiente de ffeDiscretas flutuacties de agOgica.

Nivel avancado (I).

DOIS PIANOS

1985Tango (M.37) Brasilia Ms

= 96

Forma: Introducao/A/B/B'/B"/C/B —/C'/Final. Repeticao de idetas (apresentadas na Introducao) e

sutis variac6es em cada secao, como procedimcntos composicionais basicos. Homogeneidade de material:

ostinati, notas-pedal, blocos de quartas, triades sem funcao e tetrades; unissonos e dobramentos

frecidentes entre os dois pianos; semitom cromatico, 2 = maior, 3 = maior e menor e 4 = justa, intervalos

predominantes na estruturacao melOclica. Ambitos relativamcnte estreitos c registros pouco afastados.

Pregnancia do ostinato apresentado em A; autonomia de seas elementos ou da totalidade, corn crescimento

de densidade e intensidade, em B e B'. Articulacties, fOrmulas ritmicas, sincopes, acentos deslocados, sfz.

e redistribuicao do compasso 4/4 em agrupamentos de 3/8+3/8+2/8, caracteristico do genero.

Vitalidade ritmica, acentos deslocados vigorosos; constante variacdo de formula de compasso.

Diferenca entre o agrupamento das subdivisOes de tempo, no piano superior e inferior, em ambas as

partes. Setima maior ou menor como forma de mao fregtiente. Sonoridades percussivas.

Nivel avancado (I).

302

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VALENTE, AugustoRio de Janeiro— RJ (1959-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1985Glosas I

Rio de Janeiro

8:40Ms

Diversos andamentos

"Em lugar do jogo perceptivo caracteristico da forma tema e variacOes, e adotada, ou melhor, 6

proposta ao ouvinte uma abordagem indutiva, isto 6, o tema, nao como ponto de referenda e

inequivoco proto-material, mas como uma chamada e – eventual – meta final. Tal proposicdo dita tanto

a seqiiencia dos "improvisos" (curtos desenvolvimentos) – a qual inverte a ordem de aparicao dos

motivos correspondentes no tema – quanto a estruturacao das variaciies:

P – tema em forma fragmenthria; transposicOes a intervalos diversos alteram as relacOes sOnicas entre

os fragmentos, enquanto deslocamentos de registro distorcem-lhes os contornos;

22 – esqueleto melOclico do tema;

34 – complementar a I s variacao, desta vez sem deslocamentos de registro;

– variacao dupla; inicialmente a P e 3 2 variacOes sao combinadas, suas linhas polifOnicas escandidas

monodicamente; em seguida, as relacoes harmonicas originals do modelo sac) enfim recuperadas,

embora compactadas num coral e em movimento retrOgrado.

So entdo vem a execucao – optativa! – do tema. A escolha 6 do interprete: o desconforto

da pergunta sem-resposta ou aquele do hiato estilistico entre o tema e aquilo que o precedeu?"*

Exploracdo dos extremos do teclado; jogo teclas brancas x pretas; grande instabilidade metrica

e ag6gica (Improviso 1); notacdo proporcional (Improviso II) e cronometrica (Improviso IV); polirritmia

(III, IV);glissandi (I, IV); extensdo ( variacao, Improviso III, 31 variapio); trinados emffe pp

em regido grave (22 variaffio); saltos (Improviso IV).

Nivel avancado (III).

*Togo do compositor.

303

Page 300: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 301: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

VICTORIO, Roberto PintoRio de Janeiro — Rj (1959-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1981Cantiga

Rio de Janeiro

1:40 Ms

Dolente

Forma A/B/A, evocativa da mfisica popular brasileira – o choro; relativa independencia das linhas

melOclicas e constante articulacdo em quartos de tempo. Intervalos de 4 2 e 5 2 da celula inicial

e estruturas de 3 2, nas dimensOes horizontal e vertical, como materiais melOclicos e harmOnicos

geradores. Cromatismo no baixo.

Realce da linha melOclica apresentada pelo soprano de acordes consideravelmente extensos.

Oitavas, acordes arpejados e saltos, na esquerda.

Nivel intermediario (III).

1981Interhadio

Rio de Janeiro

3:10Ms

Sonhando

Estudo em forma ternaria, A/B/A; fluxo continuo, basicamente sobre harmonias de 4 22 e 5= projetadas

horizontalmente – acordes quebrados – em ambas as mdos (simultaneidade de linhas), corn ocasionais

cruzamentos. Adensamento horizontal (aumento do mamero de articulacOes na unidade de tempo)

e vertical na secdo central.

Erifi Intervalos de largo ambito, extensdo, deslocamentos laterais, cruzamentos, saltos. Natural

aceleracdo na secdo central, como resultado do adensamento horizontal.

Nivel intermediario (III).

305

Page 302: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBILAS I'ARA PIANO / VICTORY), ROBERTO PINTO

Microdancas

Rio de Janeiro Ms

1981I — No titer° [Muito lento] 1:45

1982II — [Lento] 2:00

1982III - [Agitado] 1:16

1982IV — [Calmo porem deciso] 1:50

1984V — [Alegre] 2:20

1985VI — [Tram:Olio] 2:40

Seis pequenas pccas de naturezas distintas, andamentos, ritmos e texturas espccificos, interligados pela

ideia de danca c por relacOes intervalares e estruturas harmonicas comuns (emprego cnfatico dc

Formas ternarias, a excccao da VP — biniria.

Tcndencia a bilinearidadc — coin major expressividade da voz superior — e a continuidade do movimento,

resultante da complementaridade entre os ritmos das partes — I.

Textura mista e ritrno conturbado por freqiientes mudancas de formula de compass°, divisOcs

quialtericas e emprego de variada gama de configuracOes ritmicas — II.

Textura harmOnica densa, em rnovimento continuo (complementaridade das partes); destaque, na secdo

central, "Vivo", de ostinato sincopado, com caracteristicas dc baixo. Linha melOclica conduzida pelo

baixo, em oitavas, nas secOes externas, e pelo soprano, em "Vivo" — III.

Textura bilinear coin dobramentos de P,csimultaneidade de articulacOes, andamento

e densidade harmonica sugestivos de peca coral — IV.

Textura harmonica movimentada por sincopes, rariacdo dc formulas de compass() e de agOgica,

esta ultima ocorrcndo atraves de indicacOes especIficas ou da pi-6pda escrita rItmica — major Milner°

dc articulacOes (aceleracao controlada) pelo emprego de quialteras — V

Valsa tranqUila, cm textura harmonica a quatro vozes, corn especial dcstaque do soprano — VI.

HPH Ritmica trabalhosa (II e V). Pianos sonoros. Acordes, oitavas, rotas dobradas, acordes quebrados,

deslocamentos laterais, extensao; dediihado, distribuicao entrc as mdos. Possibilidade de execucao isolada

das pecas. Pouco pianIstico.

NIveis intermediario (III) — I, IV, VI; c avancado (I) — II, III, V

306

Page 303: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /VICTORIO, ROBERTO PINTO

1984Suite ng I

Rio de Janeiro

4:35Ms

I —A lua da colheita no lago ocidental [Tranqiiilo]

(Chamg Tai)

II —A montanha do sino de pedra [Agi

(Su Tumgpo)

IIIrio da demencia [Solene]

(Liu Tsumgvuam)

IV —0 pico de Lushan [Lento]

(Po Chuyi)

V —A terra do nunca

(Huam Choushimg)

Suite inspirada em cinco contos chineses escritos entre os seculos VII e XVI, sobre a grandeza

da natureza e sua relacao com o homem. Peps curtas, em forma ternaria (a exceed .° da — binaria),

musicalmente independentes, mas unificadas pelo conteUdo e pela for-ea textual desses contos.

Atmosferas poeticas bastante diferenciadas, basicamente atraves do tipo e densidade das texturas, porem

corn recursos harmOnicos comuns (blocos de 4 22/522 , verticais ou horizontalizados). Oposicao metrica

livre/metrica estabelecida, manifesta em: ausencia/presenea de formula de compasso, tempo notado em

segundos/indicacao "Ritmico". Peca IV, um fugato. Exploracdo de ressonancias e silencios (fermatas) na V.

Texturas transparentes, conduedo da linha melOclica (em I), intensidades medias, utilizaedo

predominante dos registros 3, 4 e 5 do piano, pianos sonoros nitidos, fluxo continuo — n I e II. Maior

densidade nas peps III e IV, sobretudo na Ultima, a III em textura homofOnica, a /VpolifOnica, corn

suas vozes por vezes muito espacadas nos sentidos horizontal e vertical. Extensdo. Alternancia de climas

harm6nicos estaticos corn outros mais movimentados e ritmicamente precisos. Pedal obrigat6rio

indicado pelo sinal* — n2 V. Execucab integral da suite.

Nivel intermediario (III).

PIANO A 4 MAOS

1988Iks

Rio de Janeiro

4:00Ms

Diversos andamentos

IKS, em idioma maia, correspondente a Venus. Duas grandes secoes distintas, unificadas pelo intervalo

gerador si/do#, agudissimo/gravissimo. Contraste entre blocos diat6nicos e superposieOes de 4 22 e 522.

POlos flutuantes e reincidentes. Minimalismo na 1 2 (repeticao e ampliacdo dos materiais): tempo livre,

notacao proporcional e indicacao em segundos. Escrita convencional na 2 2, de carater basicamente

ritmico e vigoroso, corn constante variacao de agOgica e de formula de compasso.

PUN Cruzamento de maos (esquerda da parte I sobreposta a ambas as maos da parte II). Dinamicas

contrastantes e em constante mudanca. Exploracdo dos registros extremos do teclado. Acordes

quebrados, intervalos de ambit° largo, extensdo, saltos.

Nivel avancado (II).

307

Page 304: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre
Page 305: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

WIDMER, ErnstAaray — Suica (1927-)

ANOTITULO

LOCAL

DURACAOEDITORA

PIANO

1952Suite

Aarau - Suica

12:00Ms

I -[Appassionato = 88-96]

II —[Presto = 126]

III —[TranqUilo = 96]

IV --kgitato = 144]

V --[Vivace J = 160-168]

Obra constituida por cinco pecas de carater contrastante e textura predominantemente homofOnica,

unificada por recorrencia e reaproveitamento de materials. POlos freqiientemente em diluicdo

ou indefinicdo como resultado de superposicao de linhas melOdicas corn centros gravitacionais diferentes

ou do use de harmonias triadicas, ampliadas ou ndo, sem funcdo tonal. Atmosfera da musica espanhola.

Sobre ostinato ritmico-harmOnico, linha melOdica em expansdo, de sentido geral descendente, construida

corn reduzido nnmero de elementos sujeitos a permutacao e ornamentacdo. Secdo central relativamente

curta e diferenciada da anterior: ausencia do ostinati, linha melOdica diatOnica caracterizada por notas

repetidas grupadas em tercinas e arpejos triadicos ornamentais – Appassionato.

Linha melOclica em staccato, de ambit° estreito (saltos entendidos como intervalos compostos), sobre

ostinato ritmico-harmOnico de carater motOreo percussivo. Secdo central longa, contrastante e

ritmicamente perturbada: linha melOclica vocal, sincopada, corn acentos deslocados, em legato,

sobreposta a acordes repetidos, em contratempo e sincope – Presto.

Melodia em legato cantabile apresentada em diferentes registros e transposiceies, sujeita a condensacdo

e supressdo de notas – Tranqiiilo.

Reunido de materials das pecas anteriores. Expansdo de linha melOdica descendente (referencia a linha

melOdica da P peca) construida a partir de motivo caracterizado por seqiiencia de semitom, torn, semitom

descendentes c torn ascendente; acrescimo de contraponto livre, iniciado corn a inversdo do referido motivo;

ambos – linha inicial e contraponto– sujeitos a modificaciies continual e sutis e a desenvolvimento. Ainda na

exposicdo, desenho arpejado (encontrado na transicao para a secdo central da peca) sobreposto ao

motivo inicial variado. Introducdo de urn 22 motivo – retrOgrado das notas estruturais do P – trabalhado na

secdo central e na coda. Referenda, tambem no desenvolvimento, ao contralto da 3 = peca –Agitato.

309

Page 306: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /WMM ER, ERNST

Em forma de arco. Temas contrastantes e combinados ainda na exposicdo. Primeiro tema marcado

por repeticdo de notas e do intervalo de 4 2 junta; 2 2, por pentacorde lidio e triades de diferentes

naturezas - Vivace.

MI1 A excecdo da III a peca, todas em andamento vivo. Ostinato ritmico energico, preciso, coin

saltos, em staccato, na esquerda. Ornamentos (I). Acordes repetidos - tambem na esquerda -

quebrados e arpejos (II). Legato cantabile, expressivo (III). Passagens em graus conjuntos

e arpejadas; tremolos na esquerda corn notas presas, estas conduzindo o tema (IV).

Campassos alternados, superposicdo de diferentes agrupamentos das subdivisaes dos tempos,

acentos deslocados, falsa polirritmia; ostinati corn extensdo na esquerda, saltos. Basicamente ern

staccato (V).

Nivel avancado (II).

1953Allegretto

Aarau — Suica

2:25Ms

Allegretto = 92-100

Forma ternaria; contrastes entre 1 A , 3 2/ e 2= secOes quanto a metrica (assimetrica c irregular/simetrica e

regular), carater da linha melOclica (viva, em staccato, basicamente em graus conjuntos, como

uma cancdo folclOrica/lirica, em legato, corn intervalos de maior ambito) e constituicdo

do acompanhamento ( ostinato com urn movimento de oscilacao de 2 = maior e menor, em staccato/

ostinato sobre nota pedal, em legato, contendo tambem, alem de 2 22 , intervalos de major ambito).

Condensacdo e adensamento da textura na reexposicdo.

Acordes e notas dobradas leves, em staccato; tremolo na esquerda, corn nota presa, e extensdo.

Nivel intermediario (III).

1953Spanische Tanz

Aarau — Suica

3:00Ms

Allegro assai

Forma ternaria. Modalismo. Estruturas quartais, 2 acrescentadas, quintal ocas. Alusdo direta ao

flamenco. Exposicdo e reexposicdo (Allegro assai e Tempo I) de carater instrumental: presenca

de passagens de tessitura estreita e ostinato ritmico, sugestdo de guitarras flamencas, castanholas,

palmeado e sapateado. Secao central (Ad libitum e Andante) de feicdo vocal/instrumental: vocalise

livre, ornamentado, seguido de melodia corn desenho melismâtico, ritmo marcado, entrecortado por

pausal c contratempos.

Movimentos alternados, acordes repetidos; acentos deslocados expressivos.

Nivel intermediario (II).

310

Page 307: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO /WIDMER, ERNST

1954Sonatine fur Klavier

Aarau — 12:15Ms

I — [Comodo, andamento moderato quasi vivace ma non troppo J = so]

— [Calmo = 44 (J) = 88)]

III — [Allegretto = 116]

Sonatina corn caracteristicas ciclicas.

Forma sonata bitematica. Primeiro tema — bilinear, em binario simples, melodicamente caracterizado

pelo emprego da sucessdo semitom-torn ou vice-versa, tratamento contrapontistico e imitacoes

(celula inicial e respectiva inversdo como materiais pregnantes) — e sua extensdo — 2 simultdneas,

sincopadas, em textura harmonica e binario composto elaborados sob forma de variacoes livres,

justapostos e combinados. Segundo tema contrastante, corn afinidades texturais e ritmicas corn

a extensao — movimento.

Forma binaria e coda. Reapresentacao, ligeiramente modificada, da celula inicial do tema do movimento

anterior, manutencao da escrita contrapontistica e das referidas caracteristicas intervalares — 24 movimento.

Forma sonata bitematica. Ambos os temas sobrepostos a ostinati e corn afinidades de ordem

ritmica, melOdica e textural corn o 2 2 tema do 1 2 movimento. Ostinato e linha melOdica

do 1 2 tema em movimento de ziguezague; ja no 2 2, ambos mais pianos, corn utilizacao de notas

repetidas — 32 movimento.

Notas dobradas, acordes ern staccato, saltos. Superposicdo de maos, movimentos alternados.

Passagens escalares em graus conjuntos, tremolos corn extensao. Notas e acordes repetidos. Apesar

das oscilacOes de andamento, carater motOreo do 3 2 movimento decorrente dos ostinati e da repeticao

de configuracOes ritmicas.

Nivel avancado (II).

1966*Ludus brasiliensis Salvador-Bahia

Ricordi

Cinco cadernos de pecas progressivas Para piano solo

Obra de cunho pedagOgico corn 162 pecas progressivas, apresentando urn painel de tendencias esteticas

das decadas de 1960-70. Influencia de Bart6k.

Iniciacao ao instrumento. Estimulo ao espirito criativo, a improvisacao e a leitura a primeira vista.

Introducao de novos signos. Utilizacao de melodias dos folclores europeu e brasileiro.

Posterior atualizacao do conjunto em quatro volumes do Kosmos latinoamericano, corn pouco

aproveitamento dos dois Ultimos cadernos do Luduse substituicao do folclore europeu pelo

Latino-americano.

Desenvolvimento da coordenacao motora atraves de escrita imitativa e do emprego simultaneo de

diferentes tipos de articulacdo e de intensidade. Introducao gradativa de padrOes ritmicos e melOdicos e

do use do pedal. Complexizacao crescente, em cada caderno, de questOes abordadas no anterior.

Exploracao do interior do instrumento e de sua caixa acUstica.

• Ano de publicacdo.

311

Page 308: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ORRAS PARA PIANO/WIDMER, ERNST

Ludus brasiliensis 1 (1-55)

Superposicao de pentacordes de diferentes naturezas (Contraponto I), modo major (Melodia dividida),

modo menor harmOnico ( Cavalgada), escala de tons inteiros (Melodia hexatonal), folclore infantil

brasilciro (Bao-balalito), modo nacional ( Noturno I), leitura a primeira vista ( Leituras I a VI),

improvisacao (I a VIII). Notacao restrita aos signos convencionais. Desconsideradas as pecas destinadas

leitura c a improvisacao, andamentos entre: Solene = 60 ( Trombones) c Fluente .j = 152 ( Crista/).

Dura4(5es entrc 13" (Esconde-esconde) e 1'20" ( Trombones).

Pecas 1-1 = 19, 25, 26, 31, 45, 46, 48, 49 c 50 rhio incluidas no Kosmos latinoamericano 10 I.

[1! 1M Leitura a primeira vista, improvisacao. Escrita ritmica simples: emprego de compassos simples, compostos,

alternados, derivados, sIncopes e quidlteras. Movimento direto, contrario, imitaceies, 3 duplas, movimento

de tremolo, indos alternadas, trIades, legato, staccato, sinais de intensidade. Utilizacdo da caixa do piano.

Nivel elementar (I c II).

Ludus brasiliensis 2 (56-95)

Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior.

Politonalidade (Ambiguo,Marchasoldado), jogo de teclas brancas cprctas ( Canon), folclore infantil brasileiro

(Margarida, Caranguejo, Pampa roleta), leitura a primeira vista ( VIIe VIII), improvisacdo ( VIIIa X).

Introducao de novos signos. Desconsideradas as pecas destinadas a leitura c a improvisacao, andamentos

entre = 76 (Ambiguo) e104 ( Vai, vai, vai). DuracOes entre 20" (Marcha soldado) c 1'35" (Sertao).

Pecas66, 68, 73, 76, 77, 78 c 79 nao Mel uidas no Kosmos latinoamericano in 2.

Complotizacdo das propostas tratadas no caderno anterior. Leitura a primeira vista e improvisacao.

Compassos dcrivados. Introducdo do pedal.

Nivel elementar (III) c intermediario (I).

Ludus brasiliensis 3 (96-125)

Complexizacao das propostas tratadas nos cadernos anteriores.

Polirritmia (Dez estudos polirritmicos), ornamentos (Sete PeCaS corn ornamentos). Polifonia a tres e quatro

vows Firmeza, Pilares), leitura a primeira vista ( IX , X), improvisacdo (XI, XII). Notacao convcncional.

Desconsidcradas as pecas destinadas a leitura e a improvisacdo, andamentos entre .= 66 (11' 122) e108 (Ann

nova). Duracoes entre 30" (W 120) e 2'30" (Fantasia). Ausencia dc pecas corn propostas para improvisacao.

Peca 112 (Rondo) nao incluida no Kosmos latinoamericano n2 3.

Complexizacao das propostas tratadas nos cadernos anteriores; inclusab de outras mencionadas

nos dados composicionais. Leitura a primeira vista e improvisacao.

Nivel intermediario (I) c (II).

312

Page 309: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

30 COMPOSITORES BRASILEIROS — OBILAS PARA PIANO /WIDMER, ERNST

Ludus brasiliensis 4 (126-152)

Complexizacao das propostas tratadas nos cadernos anteriores.

Exploracao do folclore suico ( Cancãessuicas Me IV), brasileiro ( Viu, Maria pisou na areia, Faz tres anos,

Siriri), albanes ( Cancii o albanesa), bidgaro ( Can foes brilgaras I e II), iugoslavo ( Can fei0 iugoslava),

espanhol ( Cantäo espanhola) e russo (Cancao russa), forma tema corn variacOes (Sea Chanty, VariacOes

sobre um tema de Bela Bartok, Quatro variacries sobre um tema de G. Piccioli e Tres variacOes sabre um tema

de D. Brubeck), leitura a primeira vista (XI, XII), improvisacao (XIII, XIV). Introducao de novos signos.

Desconsideradas as pecas destinadas a leitura e a improvisacao, andamentos entre .1± 69 (Can* sulfa)

e .1= 138 (Conversa). Duraceies entre 30" ( Cancito bitlgara II) e 2'10" (Neve).

Inclusao apenas das pecas n 2 128, no Kosmos latinoamericano 71.2 3, e 138, 147 e 152 no Kosmos 4.

Complexizacao das propostas tratadas nos cadernos anteriores. Leitura a primeira vista

e improvisacao. Enfase no legato cantabile e nas variacOes de agOgica. Utilizacao da caixa do piano.

Nivel intermediario (I) e (II).

Ludus brasiliensis 5 (154-162)

Complexizacao e sintese das propostas tratadas nos cadernos anteriores.

Ritmo livre (Desolacao), execucao a dois pianos (Fanfarras, sobre a =cab folclOrica Il itait une

bergere), folclore alemao antigo ( Canciro do seculo XVII), leitura a primeira vista (XIII), improvisacao

(XV). Desconsideradas as pecas destinadas a leitura e a improvisacao, duracOes entre 1' (Desolatao) e

10'30" ( Concatenacii o), esta Ultima apresentada isoladamente como peca de concerto.

Pecas rP 155, 157, 160,161 e 162 excluidas do Kosmos latinoamericano 4.

Destaque da peca nu 162 — Concatenactio— a mais longa e significativa do conjunto (10'30" de duracao).

Em cinco secties — Introducao, Allegro, Adagio, Chacone, Finale — variacOes livres de configuracOes

extraidas do tema, este tondo a 2 = major, maior e/ou menor descendentes e o ambito de LP junta

como intervalos estruturais. Textura mista, destaque as linhas melOclicas. Tema, na introducao, e

elaboracOes, nas secOes, logo seguidas de seus prOprios desenvolvimentos, corn andamentos, texturas

densidades especificos. Interferencia de elementos ritmicos sugestivos do jazz ou da mUsica de café-

concerto, na secao — agitado (Allegro); LP secao, = .1= 144, uma chacone; samba de roda

Canarinho da Alemanha (n" 47 — Capoeira, do Ludus brasiliensis I), de origem folclOrica, como linha

melOdica principal da secao, alem do aproveitamento de materiais das anteriores.

Complexizacao e sintese das propostas tratadas nos cadernos anteriores. Leitura a primeira

vista e improvisacao.

Coerencia na variacao de andamentos e na relacdo entre as distintas unidades de tempo. Toques nitidamente

diferenciados, brilhantismo. Polifonia; acordes, grandes c/ustersexecutados corn o antebraco, saltos. Passagens

escalares rapidas em movimentoparalelo. Baixos tipo d' Alberti e tremolos na esquerda. Pedal — Concatenacao.

Niveis intermediario (II e III); avancado (I) — Concatenatao.

313

Page 310: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 (:OM POSITORES It RAS1 1.E1 130S - )1; RAS PARA PIANO / WI DIn4 E R., ERNST

1968Rondo mobile op. 54

Salvador

6:30Gerig

Seis mOdulos; a (grave), b (crescendo), c (andante), d (volante), c (diminuendo),f(grave). Relativa

liberdade de escol ha da ordem de execucao dc b, c, d„ c, corn possibilidade de repeticao e omissäo de

algum deles; determinacao de a como modulo inicial cfcomo exclusivamente final. Sugestao dc retorno

ciclico de a, como urn rondo. lmprovisacão opcional em c e d. Aproveitamento, corn variacOes, da linha

melOdica de a, do diatonismo nela presente e de seu intervalo de 4 1; c exploracao de ressonancias em

grans variaveis, dependentes das relacOes entre duracao, intensidadc, articulacao, registro e pedal, como

ocorrencias comuns aos diversos mOdulos. Tritono dos pentacordes lidios de d antecipados em c.Poliacordes dc duracOes variaveis cm e, como um coral. Tempo livre na major parte dos mOdulos c

metric° cm b— como uma marcha ffinebre - e cm c. DiferenciacOes claras no piano dos andamentos,

da textura, da producao sonora (tipos dc toque c formal menos usuais de utilizacao do instrumento:

glissando corn a unha ou corn uma vareta, seal producao de som, nas teclas pretas, c percussao no

interior da harpa do piano c corn a tampa do tcclado) e das rcssonancias. Repeticao como process°

construtivo basic() de cada modulo. Notacao mista, bula explicativa.

MI Experiment:lc-do e fantasia necessarias a concepcao da obra. Imensidades cntre pm') c At.

Registros extremos, tremolos,g/issandi. Ressonancias, controle do pedal. Piano expandido: utilizacao da

harpa c da tampa do piano.

NIvel avancado (I).

1970Tres peps crOnicas Salvador 8:50Mse anacrOnicas (ry=1 59, 60, 61)

59 — [Allegro]

60 — [Moderato GI= 60)]

61 — Resignacdo = 60]

Excerto da coletanca 69 pecas crOnicas c anacrOnicetspara diversos instrumentos. Titulo como referencia

coexistencia de linguagens contemporaneas e do passado?

ElaboracOes sobre material tematico caracterizacio por rc Ice do deslocamento deern contextostriadic°, quartal ou dc derivados de 2 — IV ,- 59.

Pequcno rondO. ReapresentacOes variadas do refi-do; estrofes dele derivadas. Como uma valsa.

Harmonia triadica — n12 60.

Elaboracöcs sobre material caracterizaclo pcla justa c pela sucessao de 2 1 major e 3 1 mcnor nela

contida. Polimodalismo. Como nas pecan anteriores, desenvolvimentos melOdicos constantemente

abortados pclo estilhacamento das linhas, major valorizacdo do element° ritmico, corn emprego de notas

repetidas ou de pequenos fragmentos (mesrno celulas) cm ostinato, ou por muciancas de tcxtura — rr, 61.

Acordes, saltos, oitavas. Trinados simultaneos ern ambas as mans em andamento vivo (59). Quinto

dodo preso na esquerda, extensdo ( 60). Notas duplas, acordes, acordes quebrados, variacOes de agOgica (61).

Niveis avancado ( I) —59; intermediario ( I ) — na 60; intermediario (III) — nQ 61.

314

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36 COMI'OSITORES BRASILEIROS — OBRAS PARA PIANO/WIDMER, ERNST

1972Entroncamentos sonoros op. 75Salvador 15:00Ms

Obra corn quatro diferentes possibilidades de instrumentacao: 1 — piano, fita I gravada, cinco

trombones, cordas e percussao; 2 — piano, fita II gravada e cinco trombones; 3 — piano e fita III

gravada; e 4— piano solo. Exploracdo, nesta Ultima versa-0 (oito mOdulos), das possibilidades timbristicas

do instrumento e seu poder sugestivo sobre o ouvinte. Segundo palavras do compositor na partitura:

"assonancias podem reatar mundos sonoros, dai ENTROncamentos SONoros". Utilizacao

de diferentes fenOmenos aciisticos decorrentes da reverberacao simultanea dos sons — harmOnicos,

batimentos, friccOes, dissonancias asperas, consonancias, vibracoes simpaticas e eco. Ampliacao

do aspecto performatico da apresentacdo do pianista atraves de canto, assobio e use da ocarina.* Piano

expandido e preparado. Emprego de captador de som. Notacao mista, indicacao cronometrica

de tempo, bula.

MTE Reflexao e fantasia necessarias a concepcdo da obra como um todo; pesquisa dos efeitos sonoros

sugeridos na partitura. Piano expandido e preparado.

Nivel avancado (II).

*Instrument° de sopro, oval, corn embocadura cum, geralmente de barro, corn oito oriticios, quatro para a mao dircita e quatro para a esquerda,

correspondents as notas de uma escala diatOnica.

1972Ludus 153 op. 77 — Telarico

Salvador

7:00Ms

(Para um ou mats pianos)

Sete mOdulos apresentados em ordem a criterio do(s) executante(s) e superpostos aos harmOnicos

de urn cluster cromatico em ambito de 8 1 diminuta. Manutencao dos harmOnicos ao longo da peca;

mistura de suas ressonancias a "cantorias" e "improvisacOes" de natureza modal. Forma A/B/A',

em caso de manutencao da seqiiencia da partitura. Afinidades, nos pianos melOdico e ritmico,

entre os mOdulos 1, 3, 4 e 5 (formados por pequcnos agrupamentos em ambito de 4 1 ou 5' juntas,

constituidos aproximadamente pelas mesmas alturas, dispostas em ordem variavel, em ritmo livre,

como uma improvisacao) e 2 e 6 (linha melOclica relativamente extensa, como uma "cantoria",

por vezes dispersa em diferentes registros, corn ritmo mensurado 6/8). No modulo 7, combinacdo

das caracteristicas dos anteriores. Notacdo proportional e indicacao cronometrica de tempo,

bula explicativa.

ME9 Experimentacao e fantasia necessarias a concepcao da obra. Mao esquerda "muda" durante a peca

toda. Arpejos negativos (formacao cumulativa de acordes), pedal, ressonancias. Saltos; variacdo

constante e brusca de intensidades. Indeterminacao quanto a ordem dos mOdulos.

Nivel avancado (I).

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Page 312: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILHROS -OKRAS PARA PIANO lomF.R.,ER,NsT

1975Suave Mari Magno* Salvador 13:00UFBA/CCE/

EMAC/

Funartc/INM

(.1= ± 60)

Obra de natureza descritiva. Prase do poeta Lucrecio Caro como epIgrafe: "6 agradavel, enquanto no

vasto mar Os ventos levantam ondas, olhar da terra firme, os terriveis perigos de outrem".

Forma A/B/C, abordada, segundo palavras do compositor, "corn tres atitudes distintas: como se

tocasse algo classic°, dramatica justaposicdp e patetico estertor". Tema inicial, constituido de tres sons,

e scu ambit° de 3 4 menor, como materiais geradores c pregnantes. Apresentacdo deles em A - uma

textura basicamente politbnica - sob forma de variacOes ritmico-melOdicas, nos registros medio c agudo,

cortadas on prolongadas por fermatas cxpressivas. Antecipacao de B pclo tema inicial, tratado a maneira

de cantoria nordestina (modalismo), pontuada por blocos de major densidade, como clusters. B

contrastante em relacdo a A quanto A textura, registro c tipo de use do instrument° - exploracdo da

harpa do piano. Substituicao, em B, das pansas on floras prolongadas de A, por grandes efcitos sonoros

combinados ao material gerador. Predominancia dos referidos efeitos sonoros em C. Major afastamento-das ideias iniciais nesta Ultima sccdo, embora mantido o intervalo de 3 2 menor. Reapresentacdo do tema

na codcta final. ExperimentacOes sonoras, efcitos dramaticos alusivos as indicacOes da partitura, tail

como: "sentindo-se cm scguranca", "comiscracdo da inseguranca alheia" c outras (influencia

dcbussysta). Notacdo proportional, fluidcz de tempo, grafismo. Bula explicativa.

Mr_Tifi Fantasia c experimentacao necessarias a concepcdo da obra como um todo. Indicacoes de estados de espirito

e sugestOes interpretativas. Tremolos, clusters, utilizacao de toda a extensdo do instrument°. Variac6es

ti-eqUentes de agOgica; tempo indicado por fOrmulas de compasso ou scgundos. Dindmica detalhada cm

constants mutacao. Silencios, cesuras c fermatas expressivos. Pedal. HarmOnicos, efeitos inesperados

produzidos corn apagador de giz e chapinhas de couro sobre as cordas, craveihas e pinos do piano.

Nivel avancado (II).

'Inrcgrante do n ()ILIInc I1 da sent Compositores da Brt bta

1977E dote morrer no mar Salvador 4:30Ms

(Tres variaeOes sobre uma melodies de Doi val Caymmi)

Lentoca.90)

Pcca revista em 1989, in memoriam Lindemberguc Cardoso. VariacOes scm a apresentacdo da eancdo-

tema na forma original. Nasupressdo, repeticao on troca de notas do terra, desfiguracdo de scu

ritmo, dispersdo da linha melOdica por diversos registros c repcticao de fragmentos, dramatizados por

contrastes bruscos de dinamica Ulf - ppp). Segunda variacao cm andamento major que o da precedente

c seguinte (Andante .J= 60), corn a indicacao rubato expressivo. Linha melOdica sobre pedal, entrecortada

por pausas, conduzindo o tema de forma mais explicita, cm passo cadenciado, como uma marcha

ffinebre. Terceira variacdo (aN = 90), a mais breve delis, iniciada corn celula dafrase do tema, em pp,

concluindo corn a repcticdo de fragmentos tematicos tambem variados, em decrescendo, de pp a niente,

cm rallentando, como uma derradeira expiracao.

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Page 313: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO /WIDMER, ERNST

Ampla gama de intensidades, énfase em pp e ppp; acentos expressivos. Efeito de formacdo e

dissolucdo gradativa de acordes. Pedal. Manutencdo da continuidade na 1 , variacdo, ritmicamente

bastante variada e cortada por pausas.

Nivel intermediario (II).

1977Sonata op. 122 Salvador 15:00UFISA/CCE/

Monte Pascoal EMAC/

(Paisagem baiana n=2) Funarte/INM

1 – [Presto :1 = 144]

2 – Monte Pascoal [Largo .1= 60]

3 – [Vivace J. = 96]

Forma sonata bitematica. Primeiro tema, de origem folclOrica, modal, vivo, ritmicamente caracterizado pela

oscilacdo entre agrupamento regular e quialterico da pulsacdo, sobreposto ou intercalado corn ostinato

originario do prOprio tema. Segundo tema estatico, corn duracOes mais longas, construido a partir da

verticalizacdo de componentes dos Ostinati e utilizacdo da celula do final do tema – 12 movimento.

Plano formal A/A/B/A/B/C/A/B/C/D; aproveitamento do 1 2 tema do movimento precedente

(claramente apresentado no final de B e em C) e de seus ostinati, em projecdo vertical e horizontal -

29 movimento – "Monte Pascoal".

Reproducdo na escrita ternaria e nas hemiolas do tema, da oscilacdo entre agrupamento regular e

quialterico da pulsacdo do 1 2 tema do 1 2 movimento; outras referencias a esse tema via utilizacdo

de fragmentos e da direcao descendente da linha melOclica. Presenca marcante e expressiva de pausa

no 1 2 tempo, no ostinato ritmico da mdo esquerda – movimento.

IffEn Velocidade, polirritmia; extensdo, acordes, notas dobradas, glissandi. Grandes contrastes de intensidade.

Nivel avancado (II).

1977Suite mirim, "o eterno e

Salvador

11:00 UFISA

o cotidiano"

1 —Sd [majestoso (J = 60)1

2 — Lufa-lufa [agitado (J = 144)]

Resson.in. cias [calmo (.1= 90)1

(gruto)

Firmamento

5 —Relax isereno (./ = 45)1

Pequena suite formada por cinco pecas poeticas, descritivas e de climas bastante diferenciados.

Ampliacdo dos recursos sonoros do piano pelo emprego de procedimentos varios e utilizacao do interior

da harpa do piano. Momentos de indeterminacao, possibilitando a improvisacao.

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36 COMPOSITORES BRASILIA ROS - ()BRAS PARA PIANO/WIDMER, ERNST

Triades superpostas (tempo metroneimico) e passagem em prestissimo (tempo livre), realizada corn

crescendos e decrescendos de major on menor duracao, de pp a fj; sobreposta a agrupamentos

descontinuos cm expansdo, tambem de natureza triadica. Grafismo. Exploracdo do interior da harpa

do instrumento: atrito das cordas corn copo emborcado e borddo raspado corn unha ou moeda — Sol.

Sugestao de trafego intenso, engarrafamento, coro de businas, busina de playboy e apitos. Fragmentos

cscalares descendentcs nao diateinicos, ostinato em 3 2 major ou menor (tempo metromimico);

c improvisacdo sobre alturas pre-determinadas e clusters (tempo livre). Notacao mista — Lufa-lufa.

Melodia corn colorido modal, no baixo, sob acorde em harmemicos. Ressonancias sugestivas de uma

gruta. Alusab a sinos, variacdo brusca de intensidades — Ressondncias.

Improvisacao nas regiOes extremas do teclado, tempo cronometrico, grafismo, nas secOes externas.

Tempo metronOmico, notacao precisa c utilizacao da caixa de ressonancia do piano, na secao

central — Firmament°.

Escrita sugestiva do "doce balancar na rede". Intensidades entre p e ppp. Diminuindo e ritardando final

mimetic° de "adormecendo" — Relax.

TOM Segundo o compositor, neccssidade do "maxim° de imaginacao criadora e de urn minimo

de recursos tecnicos do executante".

NIvel intermediario (II).

1978Vertice op. 112

Salvador

8:00 Ms

Maestoso = 60

A partir do bloco inicial de tercas superpostas, formacao de diversos ostinati (fator de unidade e

de conducao de elementos tematicos) de carater percussivo, crescentes e decrescentes quanto ao nnmero de

articulacOes e a densidade. Expansao gradativa e descontinua de celula ritmico-melOdica (nota repetida e 22

asccndente na voz superior), tambem oriunda do bloco inicial, ate a formacao de uma frasc de natureza

modal, repetida ao longo da peca corn innmeras desfiguracbes. Frequentemente conclusdo de secOes e

subsecOes cntre fie Jiff ern blocos ou notas nos registros extremos. Final em decrescendo, de p a pppp e

corn diminuicdo do manner° de articulaci5es por compasso (apresentadas em registros extremos), ate a

conclusao, corn a referida celula dilatada. Vertice: primeiro bloco, abertura para a peca, on a nota final de

consumacdo do intervalo de 2. a ? Polimodalismo, atonalismo, passagens pontilhistas.

NM Toque percussivo, sonoridades estridentes, como dc urn conjunto popular de percusseies,

decorrente do emprego declusters, duracOcs curtas em staccato, regiöes extrernas

do teclado, ffe fire algumas caracterIsticas ritmicas: puisacdo conturbada por sincopes, contratempos,

hemiolas e divisrio quialterica de tempo. Superposicdo de maos.

Nivel avancado (II).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS — ()BRAS PARA PIANO /WIDMER, ERNST

1985*Kosmos latinoamericano Salvador Ricordi Americana

Obra de cunho pedagOgico corn 146 pecas progressivas, apresentando urn painel de tendencias esteticas

das decadas de 1960-70. Influencia de BartOk.

Iniciacao e desenvolvimento do estudo do instrumento. Estimulo ao espirito criativo, a improvisacao

e a leitura a primeira vista. Introducao de novos signos. Utilizacao de melodias dos folclores

latino-americano e brasileiro.

NE] Desenvolvimento da coordenacao motora atraves de escrita imitativa e emprego simultaneo

de diferentes tipos de articulacao e de intensidade. Introducao gradativa de padrOes ritmicos e melOclicos

e do use do pedal. Complexizacao crescente, em cada caderno, de questOes abordadas no anterior.

Exploracao do interior do instrumento e de sua caixa acUstica.

*Am de publicacao.

Kosmos latinoamericano 1 (1-55)

Pentacordes ( Camino, Saudade, Proporciones, Sollozo, Esconde-esconde), pentacordes diferentes superpostos

(Cabaigata, Dicilogo), escala hexafOnica ( Timbales), escala de tons inteiros (Danza hexatonal), escala

pentatemica e pentacorde (Marea), escala pentatemica e teclas pretas (Toc-toc, Trapecio, Calma, Campanas,

Animado), triades (Scherzo, Danza, Trompas), timbres ( Timbales, Campanas, Trompas, Oboe y fagot,

Trombones), registros (Percussiones, Improvisacdo II), dinamica e agOgica ( Contrastes, Dinamico), melodia

acompanhada ( Cristal), clusters (Improvisayao VI), modo maior ( Melodia dividida, Ay mama, mira a Don

Jose!, Leitura III, Na Bahia tern, Dormite ninito, El teje del Sebuccin), modos diversos ( Oboe y fagot, Cristal,

Noturno I, Larito-lorito, Capoeira, Cancion infanta), folclore do Brasil (Pregin, Lo que to haces yo lo

tambiin, Na Bahia tern, Capoeira, Esclavos de Job), Argentina ( Vidala de los indios, Vidalita), Mexico (Ay

mama, mira a Don Jose!, A mi me lhaman el negro y Cuando voy a casa de Pena), Peru (Lorito-lorito, Paloma

blanca), El Salvador (Dormite ninito), Equador (Pobre corazOn) e Venezuela (El teje del Sebucân),

improvisacao (n9 I a VIII), leitura (n1 / a V), leitura em tres pentagramas corn dois pianistas (Elegia a tres

manos, Dormite ninito). Desconsiderando as pecas destinadas a leitura e improvisacao, andamentos entre

Solemne 60 ( Trombones) e Presto = 144 (Cabalgata). DuracOes entre 10" (Sollozo) e 2' (Dormite

ninito). Notacao mista, notacao proporcional, ritmo livre. Signos referentes a ageigica, a representacao

de clusters e a indicacao aproximada das alturas.

Supressao das pecas19, 25, 26, 31, 43, 45, 46, 48, 49 e 50 e das improvisaceies do Ludus brasiliensis 1.

EEN Leitura a primeira vista e improvisacao. Escrita ritmica simples: emprego de compassos

simples, compostos, alternados, derivados, sincopes e quialteras. Movimento direto, contrario, imitacOes,

duplas, movimento de tremolo, maos alternadas, triades, legato, staccato, passagens escalares, acordes

quebrados, sinais de intensidade. Producao de harmeinicos, emprego de caixa acUstica do piano.

Nivel elementar (I, II e III).

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/WIDMER, EICNST

Kosmos latinoamericano 2 (56-95)

Complexizacão das propostas tratadas no caderno anterior.

Politonalismo (Alegria, ElRosal, Serenata), polimodalismo ( Sertao, Jangada), formulas

de acompanbamento (Serenata, Jangada, Peas IV e Vdas Siete Piezas con ornamentos), ressonancias

(Cocotal), ornamentos ( Siete Piezas con ornamentos), modalismo( Leitura VI, Sertao, Jangada),

agrupamento irregular das subdivisOes da pulsacdo ( Vivacidad, Huaino), folclore do Brasil ( El Rosal, En

esta calle, Samba-lê-10, Argentina (Huaino, Milonga), Cuba (Donde esta la ma Teodora?), improvisacao

(Improvisactio VIII, IX , X), leitura (VI c VII). Dcsconsidcradas as pecas destinadas a leitura

e A improvisacdo, andamentos entre Moderato = 80-88 ( Cocotal) e Animado = 120 (Alegria).

DuracOes entre 20" (Mano tinica II) e 2'30" (Fantasia 1941).

Supressao das pecas n 66, 68, 73, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82 e das improvisacOes do Ludus brasiliensis 2.

Inclusao das "Siete Piezas con ornamentos" (96-102) do Ludus brasiliensis 3.

PEN Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior.

Emprego de valores de mcnor duracao, como as fusas. Piano expandido (percussao na caixa

dc ressonancia do instrumento). Leitura a primeira vista e improvisacdo.

MAVIS elementar (III); intermediario (I) c (II).

Kosmos latinoamericano 3 (97-127)

Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior.

Polifonia a tres on mail vozes (Firmeza, Pilares), polirritmia (Diez estudios polirrittnicos), folclore

Argentina-Bolivia ( I Suite latinoamericana), Argentina-Honduras-Brasil ( ILSuite latinoamericana),

improvisacao ( Improvisacites XI e XII), leitura (Leitura VIII). Inclusao de quadro complementar corn

fOrmulas espccificas para os Diez estudios polirritmicos. Desconsideradas as pecas dcstinadas a leitura e

improvisacao, andamentos entre Lento = 60 (Huaino, 5. 4 peca da Io Suite latinoamericana) c Rapido

= 144 (IX Fstudio polirritsnico). DuracOes entre 30" ( V Estudio polirritmico) e 2'30" (Media Cana).

Supressäo e inclusao dos nnmeros 112 c 128 do Ludus brasiliensis 3 e 4, respectivamente.

RIM Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior; inclusao dc outras mencionadas

nos dados composicionais. Leitura a primeira vista e improvisacao.

Nivel intermediario (I) c (II).

Kosmos latinoamericano 4 (128-146)

Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior.

Tema corn variacOes ( Variacionesl, II, Tres variaciones sobre un tema de D. Brubeck c Punta d'Arena —

Variaciones III, en f(rrma de onda), rondo (ImprovisaciOn XIV), sonatina (Leitura IX), folclore Colombia-Bolivia-

Chile (IIISuite latinoamericana), Argentina-Brasil (IVSuite latinoamericana), improvisacao (ImprovisaciOn XIII,

XIV, XV), leitura (Leitura IX). Dcsconsideradas as pecas dcstinadas a leitura e a improvisacao, andamentos

entre NostAlgico, molt° largo = 50 (Estilo) c Mui alegre d. = 56 (Pueblo de mi corazOn). DuracOes entre

30" ( Vari aciones II) c 5' (Punta d'Arena). A excecao dos nnmeros 138, 147 e 152, apresentados sob os

nitmeros 139, 142 e 143, supressao dos demais do Ludus brasiliensis 4. Inclusäo apenas dos nitmeros 154,

156, 158 e 159 do Ludus brasiliensis 5, corn os nnmeros de 141, 140, 134 e 135, respectivamente.

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36 COMPOSITO RES BRASILEIROS - °BRAS PARA PIANO/WIDMER, ERNST

Destaque da peca Punta d'Arena — Variacries em firma de onda— 3 2 peca da IV Suite latinoamericana

(Argentina-Brasil), a mais longa (5') e significativa do conjunto dos cademos, habitualmente apresentada em

concerto. Texto poetic() "Olha a onda na ponta da areia/a onda me pega na ponta da areia" como cpigrafe.

Tema calmo, nas regiOes grave c media, de origem folclOrica, em idioma tonal. Aproveitamento de

partes e intervalos do tema nos contrapontos e deslocamentos harmOnicos corn ele apresentados.

Harmonia predominantemente triadica; inclusao de clementos modals. Nove variacOes relacionadas corn

o tema e entrc si pelo tipo de claboracao empregado — contraponto ornamental c intervalo de 3 2 corn

expressividade melOdica c harmonica, na 1 4 , 22, c 72 ; c inclusao de saltos, corn conseqnente

csgarcamento da linha melOclica entrc os diferentcs registros, na 3 2 , 5 2 , 62 e 8 2 — e pelo andamcnto

(excetuando-se a 42 , 5 2 e 72 ). Minter° 4, com p uma danca, em Vivace, contrastante corn as demais

em andamento, rnetrica, textura e ate mesmo duracao, a mais longa delas; afinidadc corn a coda

(9 2 variacao). Via de rcgra, aproveitamento, em uma variacao, de material trabalhado na anterior.

[M5 Complexizacao das propostas tratadas no caderno anterior. Notas dobradas, oitavas, acordes,

cxtensao, saltos, fragmentacao e dispersdo da linha melOclica. Utilizacao do interior da harpa do piano.

Leitura a primcira vista c improvisacao.

Definicao da expressividade de cada variacao c das mudancas de andamento. Acordes, notas dobradas,

saltos. Intensidadcs contrastantcs c constantemente variadas — Punta d'Arena.

Myers intermediario (II) e (III) c avancado (I) — Punta d'Arena.

DOIS PIANOS

1958Variationen uber ein

Aarau —Suica

9:00 Ms

Schweizerisches volkslied

Diversos andamentos

Tema corn duas idetas principais: linha meltidica cm escala hexafOnica (piano 1) sobreposta a ostinato

ritmico de acordes qucbrados (piano 2). Enfase, no decorrer das 16 VariacOes e do Finale, em uma

ou outra ideia, por vezcs radicalmente moditicada, dificultando a identificacao de seus elementos ( variacao

12); aproveitamento de apenas celulas ou intcrvalos (variacoes 6, 9, 10, 11); apresentacao clara do tema em

duas variacOes ( 13 e 16), corn novo tratamento harmOnico ou corn alguns cortes. Textura de modo geral

polifemica. Canone (variacao 11). Musette (variacao 14). Inversao da variacao 13 ( 15). Oposicao linha/

blocos harmOnicos ( variacao 9). Acordes percussivos, predominio de superposicao de P, ocasionalmente

acordes quartais e clusters. Linhas longas, de contorno claro pouco freqiientes, apesar da simplicidade da

melodia tradicional. Tecnicas de dispersao da linha melOdica, como transposicao de suas notas para registros

diversos ( variaeries 4 e 16). Mudancas de formula de compasso, andamento e car-Ater.

BrIM Acordes repctidos, saltos. Entrosamento c precisao ritmica ( variacao 4). Notas dobradas, oitavas,

extensao. Movimento paralelo cm andamento vivo.

Nivel avancado (I).

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Indices remissivos

Uma (mica mao

AGUIAR, Emani

Quatro dal-was dos animais/ 36

III - Pardais (para mao direita)

ALIMONDA, Heitor

Modinha (para mao esquerda)/ 41

LACERDA, Osvaldo

Brasiliana nil 3/121

I — Cururu (para mao esquerda)

Piano a 4 trios

ANTUNES, Jorge

Regional nil 1, ob. 13/52

CORREA, S. de Vasconcellos

Valsa (da "Suite Piratininga")/69

Bald° (da "Suite Piratininga")/ 69

ESCOBAR, Aylton

Seresta <op. um>/72

KRIEGER, Edino

Sonata (para piano a quatro maos)/111

LACERDA, Osvaldo

Brasiliana nS2 4/ 139

Brasiliana n128/140

MAHLE, Ernst

Peps modals/ 151

Toccata/ 151

Suite nordestina/ 152

CarimbO/ 153

MOROZOWICZ, Henrique

Suite de Natal/ 191

Suite abajour/ 191

PENALVA, Jose

Mini-suite nil 2/216

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

IV pecas para piano a quatro mdos/252

VI episOdios de animais/253

SANTORO, Claudio

Brincadeira/ 285

TACUCHIAN, Ricardo

Estruturas gémeas/ 295

VICTORIO, Roberto Pinto

lks/307

Piano a 6 mios

KRIEGER, Edino

Os très peraltas/ 112

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36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/INDICES REMISSIVOS

Dois pianos

ANTUNES, Jorge

Reflex/ 52

CORREA, S. de Vasconcellos

Dobrado/ 69

KIEFER, Bruno

Vendavais: prenimcios/96

MOROZOWICZ, Henrique

Divertimento/192

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Livro dc Ogumi)ara Bois pianos/254

San Martin/254

SANTORO, Claudio

Duo (iv 1) air 2 Klavicre/286

Frcvo/286

Sonoras (Duo n 2)/286

TERRAZA, Emilio

'Tango (M. 37)/302

WIDMER, Ernst

Variationen uber (Lin Schwcizensches vollcslied/ 321

Piano e fita

ESCOBAR, Aylton

Assembly/73

MOROZOWICZ, Henrique

Comentarios sobrc Luna obra de Mozart/ 188

Var. III

OLIVEIRA, Willy Correa de

Cinco kitschs/209

N 2 4— Jazztime

N E 5 — Narcissus

SANTORO, Claudio

Mutationcm 111/287

324

Page 321: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES RASILEIROS - OBRAS PAM PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Piano expandido

ANTUNES, Jorge

Graforismas 1/50

Estudo 1/51

(27 pontos, 9 colunas e 7 linhas)

Reflex/ 52

CARDOSO, Lindembergue

Toccata op. 25/55

ESCOBAR, Aylton

Assembly/73

IRLANDINI, Luigi Antonio

A Idade do Ferro/87

(Para piano com preparacao)

KIEFER, Bruno

Vendavais: prennncios/96

LACERDA, Osvaldo

Brasiliana 112 3/ 121

MAHLE, Ernst

Sonata (1971)/148

MOROZOWICZ, Henrique

2 pecas para uma nota so/181

Comentarios sobre uma obra de Mozart/188

NOBRE, Marlos

32 ciclo nordestino op. 22/197

OLIVEIRA, Willy Correa de

Improptu para Marta/204

PENALVA, Jose

Mini-suite n23/214

Dialogo/ 215

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Sonata n2 2/222

Savanas/235

(Mural sonoro baseado na masica de

ataumas regiaes da Africa)

SANTORO, Claudio

Intcrmitencias 1/281

(AleatOria)

Duo1) fiir 2 Klaviere/286

Mutationem 111/287

WIDMER, Ernst

Ludus brasiliensis 1 (1-55)/312

Ludus brasiliensis 4 (126-152)/313

Rondo mobile op. 54/314

Entroncamentos sonoros op. 75/315

Suave Mari Magno/316

Suite mirim, "o eterno e o cotidiano"/317

Kosmos latinoamericano 1 (1-55)/319

Kosmos latinoamericano 2 (56-95)/320

Kosmos latinoamericano 4 (128-146)/320

325

Page 322: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS PARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Estudos

ALIMONDA, Heitor

Dez peps faceis/40

(22 volume)

9 —Pequenoestudo

Estudo nu 1/40

Estudo 2/42

Estudo WI 3/42

ANTUNES, Jorge

Estudo n21/51

(27 pontos, 9 colunas e 7linhas)

CORREA, S. de Vasconcellos

Tres estudos sobre Luis Gonzaga/67

KRIEGER, Edino

Estudo seresteiro/ 110

LACERDA, Osvaldo

Estudos

(12 Caderno [1-4)1/116

(22 Caderno I5-8D/ 123

(3 Caderno [9-12])/ 131

Cromos/ 125

(12 Caderno [1-4])

2— Pequeno estudo

Estudando piano/ 129

(Serie de pequenos estudos)

MESQUITA, Marcos Jose

Estudo cromitico/ 171

MOROZOWICZ, Henrique

Tres estudos breves/183

Quatro pequenos estudos/ 185

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Estudo 1121/219

Tres profecias em forma de estudo/ 251

Estudo de ressonancias

Estudo ritmico

Estudo de acordes legato, tremolos,

notas repetidas, trinados

SANTORO, Claudio

Estudo 1/278

Estudo 1122/279

SANTOS, Murilo

Estudo/290

(Os insetos)

326

Page 323: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Fuga e invensOes

CORREA, S. de Vasconcellos

Introducao e choros/ 63

(invencOes a 2 partes)

ESCOBAR, Aylton

Tres pequenos trabalhos para piano/71

KIEFER, Bruno

Duas peps serias/89

I — E a vida continua (Fuga)

Sonata 1/91

III — Fuga e toccata

KORENCHENDLER, H. Dawid

Sonata simples/100

2—Andante

XI variacães/106

III —A barroca: uma fuga

KRIEGER, Edino

Preludio (cantilena) e/ 108

Fuga (marcha-rancho)

3 invencOes a duas vozes/ 109

LACERDA, Osvaldo

Cinco invencoes/ 115

(A duas vozes)

Serie na slave de sol/ 117

Desafio

IV— Modinha

Brasiliana nu 1/ 120

II — Modinha

Brasiliana nu 5/122

I I — Desafio

Cromos/ 128

(3^ Caderno [9-12])

I0— Jogando xadrez

MAHLE, Ernst

Outras melodias de Cecilia/ 149

Peca 020— Fuga

MENDES, Gilberto

Peca para piano nil 15/164

MESQUITA, Marcos Jose

Duas invenc5es/ 172

MOROZOWICZ, Henrique

2 invencOes, 2 vozes/ 181

NOBRE, Marlos

Tema e variaceIes op./194

Variacao

ciclo nordestino op. 22/197

IV —Coco II

PENALVA, Jose

Nova et vetera/211

Fughetta

Preludietto e Fuga

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Sonata nu 1/221

III—Fuga

Recitativo e Fuga/222

Sonata nu 5/241

( Omulu)

Desenvolvimento-fuga

TERRAZA,

Duas invenciies a duas vozes (M. 1)/297

VI fugal a tres vozes (M. 12)/299

327

Page 324: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 CONIPOSFIORTS1120S -01112AS l',\ ILA PIANO/ INDICES liEMISSIVOS

Sonatas e sonatinas

AGUIAR, Ernani

Sonatina/ 35

Sonatina M2/36

ALIMONDA, Heitor

Sonatina n' 2/42

CORREA, S. de Vasconcellos

Sonatina/67

GUERRA-PEIXE, Cesar

Sonata n" 1/75

Sonatina M1/76

Sonata n' 2/77

Sonatina n' 2/79

KIEFER, Bruno

Sonata 1/91

Sonata 11/91

KORENCHENDLER, H. DawidSonata sobre ill de H. Morclenbaum/ 100

Sonata simples/ 100

Sonata MCMLXX/ 101

Sonata In — Tensa — Ad — Tcnsa/ 102

Estudo sonata n" 1 (Sonatina )/ 103

Estudo sonata n' 3/103

Est udo sonata m 4/104

Sonata "quasi Uric:1"/ 104

Estudo sonata n" 2/105

( Os doisretratos front a pow issao(?) de Barter

KRIEGER, Edino

Sonata n' 1/107

Sonata M2/110

Sonatina/111

Sonata (para piano a quarto mans)/ 111

LACERDA, Osvaldo

Sonata/133

(Para trral'a aii p 1710)

MAHLE, Ernst

Sonatina (1956)/146

Sonata (1971)/148

Sonatina (1973)/149

Sonatina (1975)/150

MENDES, Gilberto

Sonatina/160

(Mortirtiana)

Sonata/ 164

MOROZOWICZ, Henrique

Sonatina 1/186

PENALVA, Jose

Sonata M2/212

Sonata n" 1/214

(Seresta e Desalio)

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Sonata n' 1/221

Sonatina n' 1/221

Sonata n-2/222

Sonata n 3/238

Sonata n" 4/239

Sonata M5/241

( Ontuln)

Sonata n' 6 /242

SANTORO, Claudio

Sonata m 3/275

Sonata n" 4/277

(Pant-1731.1)

Sonatina M2/280

Sonata M 5/284

TACUCHIAN, Ricardo

Primeira sonata/293

Segunda sonata/293

TERRAZA, Emilio

Sonata (M. 19)/301

WIDMER, Ernst

Sonatinc hit Klavier/ 311

Sonata op. 122 "Monte Pascoal "/317

(Paisaficin baian a2)

328

Page 325: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BR/V:11.1 ,11MS - °BRAS PARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Tema corn variacems

ANTUNES, Jorge

Redundantiae/ 51

(Variacoes Para urn arabesco e urn susp o)

CORREA, S. de Vasconcellos

VariacOcs sobre urn tema de "Cana-Fita"/62

Contrastes/ 64

(Variacacssobre urn terra popular)

Caiximnsica/ 68

GUERRA-PEIXE, Cesar

SugestOes poeticas/ 81(Fin mcznaria de Fernando Pessoa)

KIEFER, Bruno

Sonata 11/91

III – Tema c variacOes

KORENCHENDLER, H. Dawid

Sonata "quasi lirica"/ 104

II —Andante corn variacOes

XI variacOes/ 106

KRIEGER, Edino

Sonata nu 1/107

III – VariacOcs c presto

LACERDA, Osvaldo

Variacijes sobre Mulher rendeira/ 114

Brasiliana n 2/121

I—Romance

Brasiliana nu 3/121

I —Cururu

Brasiliana nu 6/126

I — Roda

Brasiliana nu 8/140

I — Canto de trabalho

Brasiliana n 9/137

III—Bendito

Cromos/ 138

(5° Caderno (17-20) – "Aparelhos")

17– MetrOnomo dodecal5nico

MAHLE, Ernst

Sonata (1971)/ 148

Vivo

MIRANDA, Ronaldo

Suite ns 3/177

III

MOROZOWICZ, Henrique

Variacoes ingénuas/ 184

Variac -Oes "Frere Jacques"/190

NOBRE, Marlos

Tema c variacOes op. 7/194

16 variacOes sobre urn tema de/195

Fructuoso Vianna op. 8

OLIVEIRA, Jamary

VariacOes variadas/200

OLIVEIRA, Willy Correa de

Sete ou oito pecan mais faceis/207

(Variataes sabre "Sapatinho branco")

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

VIII variacOes para piano sobre urn tema

nordestino/217

XIV variacOes para piano sobre urn tema

afro-brasileiro/ 218

VI II variacOes/219

(Sabre um terra do Rio Grande do Norte)

'Fa'aroa/223

Momentos (26-31)/229

(9 Caderno)

Momento 30

Moment° 3 I

Momentos (32-37)/230

(6' Caderno)

Momenta 35

Momentos (38-43)/236

(7!' Caderno)

Momento 43 (Passacaglia)

329

Page 326: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES IIRASILEIROS - °BRAS PARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Louvor sonoro n28/250

(Cora* de Jesus, esperanea dos que

morrem em vas)

Profecia n23/252

(Estudo de acordes, legato, tremolos, notas

repetidas, trinados)

Livro de Ogum para dois pianos/254

San Martin/254

(Memorial lirico e herriico para dois pianos)

Cancäo e variacoes para o menino

Jose de San Martin

TERRAZA, Emilio

VariacOes sobre um terra de Mozart (M. 7)/299

VALENTE, Augusto

Glosas 1/303

WIDMER, Ernst

E dote morrer no mar/ 316(3 variacães sobre uma melodia de Dorival Caymmi)

330

Page 327: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - ()BRAS PARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Tecnica dodecafcinica

ESCOBAR, Aylton

Mini-suite das tres maquinas/72

2—A caixinha de masica

IRLANDINI, Luigi Antonio

Fragmentos/87

KORENCHENDLER, H. Dawid

Estudo sonata nu 4/104

KRIEGER, Edino

3 miniaturas/ 107

LACERDA, Osvaldo

Cromos/ 138

Caderno (17-20) – 'Aparelhos")

17 — MetrOnomododecafOnico

MENDES, Gilberto

MUsica Para piano nu 1/165

OLIVEIRA, Jamary

Burocracia/200

OLIVEIRA, Willy Correa de

Prelficlio 2/205

PENALVA, Jose

3 versetos/212

Mini-suite nu 1/213

Mini-suite nu 2/213

Sonata nu 1/214

(Seresta e Desafio)

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

6 Momentos (20-25)/229

(4Q Caderno)

Momento 25

Momentos (32-37)/230

(60 Caderno)

Momento 36

SA, Leonardo

Peca 1974/263

Tres instantes/266

III — Posit:Kilo

SANTORO, Claudio

Prelndios – 2 2 serie, 2 u caderno (13-21)/280

nu 19

nu 20

nu 21

Sonatina nu 2/280

331

Page 328: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

COMP0`,1101t1 . S 'MASH FIROS - 011RAS PARA PIANO/ iNI)ICES ItENIISSIAUS

Notasio expandida

ANTUNES, Jorge

GrafOrismas 1/50

Estudo IV 1/51

(27 pontos, 9 coluM7S1' 711.711111S)

Reflex/52

CARDOSO, Lindembergue

Toccata op. 25/55

Relatividade III op. 82/55

(Para piano t triangulo)

Itclatividadc IV/ 56

ESCOBAR, Aylton

Assembh /73

IRLANDINI, Luigi Antonio

A Idade do Ferro/87

(Para piano C0111 prepainctio)

LIMA, Paulo Costa

Fantasia op. 23/142

MENDES, Gilberto

Blirium C-9/165

OLIVEIRA, Jamary

Otto pecas para Plain

OLIVEIRA, Willy Correa de

(linco kitschs/ 203

Improptu para Marta/204

Dois intermezzos/204

Preltliclio 1/205

Prelndio 2/205

instantes/206

Instante 2

PENALVA, Jose

Dialogo/ 215

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Sonata M 2/222

Ilhas/225

Momentos (13-19)/226

carlonto)

Carras celestes 1/227

RIBEIRO, Agnaldo

Ciclictis op. 13, M 1/259

In Kant us, op. 51 ou 0 centauro encantado/260

Momentus. 2, op. 13, 2/260

Opus 56 ou I.embretes do espantalho manco/261

SANTORO, Claudio

Duo (iv I) flir 2 Klaviere/286

(Alt-at-Orin)

Sonoras (Duo m 2)/286

Mutationem 111/287

TACUCHIAN, Ricardo

Estruturas gil..ineas/295

VALENTE, Augusto

Glosas 1/303

WIDMER, Ernst

Lucius Brasiliensis-5 Cadernos dc pecas

progressivas para piano solo/311

Rondo mobile op. 54/314

Entroncamentos sonoros op. 75/315

Ludes 153 op. 77 -Telfirico/315

(Para urn ou mais pianos)

Suave Mari Magno/ 316

Suite minim, "o dterno e o cotidiano-/317

Kosmoslatinoamericanos IV/320

332

Page 329: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - OBRAS I'ARA PIANO/ INDICES REIMISSIVOS

Indeterminasio

ANTUNES, Jorge

Graforismas 1/50

Reflex/ 52

C.ARDOSO, Lindembergue

Toccata op. 25/ 55

Rclatividade III op. 82/55

(Para piano e tricingulo)

ESCOBAR, Aylton

Mini-suite das tres maquinas/ 72

Assembly/ 73

KIEFER, Bruno

Triptico/92

LIMA, Paulo Costa

Fantasia op. 23/142

In-variaveis/ 143

MENDES, Gilberto

Blirium C-9/165

Mitsica para piano n 1/165

Viva Villa!/ 169

MESQUITA, Marcos Josè

Dols poemas concretos/ 173

MOROZOWICZ, Henrique

Pour Martina/ 186

1 2 caderno de Karina/ 187

(12 canciks fidclaricas em arranjos simples)

Comentarios sobre uma obra de Mozart/ 188

Tres pecas conseqUentes/189

Variaciies "Frere Jacques"/ 190

OLIVEIRA, Willy Correa de

Improptu para Marta/204

Dols intermezzos/204

Prelndio 1/205

Prelndio 2/205

PRADO, J. A. Rezende de Almeida

Ta'aroa/223

Ad laudes matutinas/225

Ilhas/ 225

Momentos (13-19)/226

Cartas celestes 1/227

Itinerario amoroso c idilico ou/228

0 livro de Helenice

(3' Caderno)

Cartas celestes 11/231

Savanas/235

(Mural sonar() baseado na miesica de algumas

regiües da Africa)

Halley/245(Wanderer im Weltall [ Viajantc no infinito])

Homenagem a Camargo Guarnieri/ 246

RIBEIRO, Agnaldo

Ciclicus Op. 13, nu 1/259

Momentus. 2, op. 13, n u 2/260

In Kantus, Op. 51 OU 0 centaur° encantado/260

Opus 56 ou Lembretes do espantalho manco/261

SANTORO, Claudio

Intcrinitencias 1/281

(Aleataria)

Duo (n-' 1) fur 2 Klavicre/286

Mutationem 111/287

VALENTE, Augusto

Glosas 1/303

WIDMER, Ernst

[Aldus brasiliensis — 5 cadernos de

pccas progressivas para piano solo/311

Rondo mobile op. 54/314

Entroncamentos sonoros op. 75/315

Ludus 153 op. 77 — TelUrico/315

(Para urn au mais pianos)

Suave Mari Magno/316

Suite mirim, "0 eterno e o cotidiano"/ 317

Kosmos latinoamericano/ 319

333

Page 330: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

36 COMPOSITORES BRASILEIROS - °BRAS I'ARA PIANO/ INDICES REMISSIVOS

Atuacic) cénica

ANTUNES, Jorge

Redundantiae/ 51

(Variacaes para urn arabesco e urn suspiro)

KORENCHENDLER, H. Dawid

XI Variaciies/ 106

XI —Saudosamente

MENDES, Gilberto

Mnsica para piano n 2 2/167

(De urn velho caderno de notas, recado a Schumann)

MOROZOWICZ, Henrique

Comentarios sobre uma ()bra de Mozart/ 188

Var. III

OLIVEIFtA, Willy Correa de

Cinco kitschs/209

N 2 5 — Narcissus

WIDMER, Ernst

Entroncamentos sonoros op. 75/315

334

Page 331: 36 Compositores Brasileiros - Salomea Gandelman Com Errata Retificado-libre

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