apostila arte e morte – errata

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APOSTILA ARTE E MORTE: O MORRER COMO EXPERIÊNCIA ESTÉTICA WORKSHOP DE IVAN MIZANZUK

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APOSTILA

ARTE E MORTE:O MORRER COMO EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

WORKSHOP DEIVAN MIZANZUK

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MORTE (Neil Gaiman)Introdução

por Tori Amos

É engraçado, mas, em dias bons, não penso muito nela. Na verdade, nunca. Eu nunca paro para dar um oi quan-

do sinto o gosto do sol na língua e minha barriga fica toda quentinha. Em dias ruins converso com a Morte o tempo todo, não sobre suicídio porque, sinceramente, isso não é assim tão dramático. A maioria de nós ama o palco; e o suicídio, com certeza, é o último show. E, por ser viciada em palco, suicídio nunca foi uma opção – além do mais, as pessoas ficam olhando para nós, reparando nas partes gordas e não dá para cruzar as pernas pra mostrar aquele ângulo mais favorável da coxa e isso é deprimente.

Então, a gente conversa. Ela diz coisas que ninguém mais parece imaginar, tipo

vamos comer um cachorro-quente e aí parece que nada é impossível.

Uma vez ela me disse que há uma parte dela em todo mundo, apesar de o Neil achar que sou mais Delírio do que Tori, e a Morte me ensinou a aceitar esse fato, sabe como é, exibir suas borboletas com orgulho. E quando eu, de fato, aceito isso, sei que a Morte está em algum lugar dentro de mim. Ela era o tipo de garota que todas as garo-tas queriam ser, acredito, porque aceita “o que é”. Ela fica me lembrando de que existe mudança em “o que é”, mas a mudança só pode rolar quando você aceita “o que é”.

Como ontem, quando todo o equipamento de gravação começou a quebrar de novo.

Quase perdemos uma gravação master e a banda vai embora amanhã e não vamos poder gravar coisa alguma até resolvermos isso. Estamos no meio do nada, no deser-to, e o meu ser quer ir se encolher embaixo de um cacto e fazer com que tudo vá embora. Em vez disso, tingi o cabelo e ela me fez uma visita. Comecei a aceitar toda a confusão em que estou metida. Sei que confusão de trás pra frente é oãsufnoc e me senti bem melhor munida des-sa informação. Ao longo das últimas horas, permiti a mim mesma me sentir derrotada e, como ela disse, se você se permite sentir-se da maneira que realmente se sente, talvez pare de ter medo daquele sentimento.

Quando você se ajoelha, chega mais perto do chão. De alguma forma, as coisas parecem mais próximas.

E a única coisa que posso dizer é que não estou nesse pântano, não estou nesse pântano e não tem uma corda na minha frente nem um jacaré atrás de mim nem uma ga-rota sentada na beirada comendo um cachorro-quente. E se eu acreditar nisso, então morrer será a única resposta, porque aí a Morte não poderia vir para dizer Peachy para mim e, afinal de contas, ela tem um irmão que acredita na esperança.

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FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

OS IRMÃOS KARAMÁZOV

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FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

NOITES BRANCAS

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JOHANN WOLFgANg VON gOETHE

OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER

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gUSTAV FLAUBERT

MADAME BOVARY

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PHILIP ROTH

HUMILHAÇÃO

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PHILIP ROTH

O ANIMAL AgONIZANTE

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Carta para Leonard Woolf, de Virginia Woolf“Meu Muito Querido:Tenho a certeza de que estou novamente enlouquecen-

do: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou come-çando a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor.

Deste-me a maior felicidade possível. Fostes em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou destruindo a tua vida, que sem mim po-derias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser. Não consigo ler.

O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Fostes inteiramente paciente comigo e incri-velmente bom.

Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida.

Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.

V.”

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ALBERT CAMUS

O MITO DE SíSIFO

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ALBERT CAMUS

O ESTRANgEIRO

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ERNESTO SABATO

O TúNEL

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MARIA ALZIRA BRUM LEMOS

EXTRAíDO DO LIVRO “gERAÇÃO ZERO ZERO – FRICÇõES EM REDE”, DE NELSON DE OLIVEIRA (ORg.)

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Teatro GrottescoThomas Ligotti

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In The Dust of This PlanetEugene Thacker

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LEV TOLSTÓI

A MORTE DE IVAN ILITCH

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