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248.4 Sheeva, SarahC864q Onde foi que eu errei/ Sarah Sheeva. São Paulo: Naós, 2007. 172 p. ISBN 1. Vida cristã 2. Conduta de vida 3. Batalha espiritual I. Título CDD 18ª.ed.

ISBN--

Copyright © 2007por Editora Naós

*Categoria:

Vida Cristã -- Família

Auto ajuda

*Diagramação e editoração:

Ubirajara Crespo*

Revisão de texto:João e Edna Guimarães

*Primeira Edição:Setembro de 2008

*Autoria:

Sarah Sheeva

Av. Fuad Lutfalla, 122602968--000 São Paulo – SP

Tel: (11) 3992--80160800 701 8016

[email protected]

*

Onde foi que eu errei

Editora Naós

Construindo Uma Casa Para Deus

*

Todos os direitos são reservados.Deverá ser pedida a permissãopor escrito para a Editora Naós

para usar ou reproduzir este livro,exceto por citações breves, críticas,

revistas ou artigos.

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Sumário

Introdução 71 – Se os Anjos Pudessem Falar 112 – As Raízes 213 – Os Principais Erros dos Pais Cristãos 254 – Erro número 1: Não ensinar aos filhos que Deus vem em primeirolugar, antes mesmo dos pais 275 – Erro número 2: Vida dupla – pais que levam uma vida em casa eoutra na igreja 336 – Erro número 3: Não levar “o seu universo” a sério ............ 367 – Erro número 4: Repressão – criar os filhos sem liberdade deexpressão 418 – Erro número 5: Disciplinar de modo injusto, ou não disciplinar emnada 499 – Erro número 6: “Obrigar a criança no caminho em que ela deveandar” 5710 – Erro número 7: Ativismo e egoísmo: pais que vivem somente emseus mundos .................................................................................... 6511 – Erro número 8: Maldizer (amaldiçoar) os filhos com palavras(mesmo que seja “brincando”) 7912 – Erro número 9: Competição e inveja: pais que não se alegramcom as conquistas de seus filhos 8513 – Erro número 10: Pais que compartilham assuntos que os filhosnão têm maturidade pra ouvir 9314 – Erro número 11: Não reconhecer os próprios erros: pais que nãosabem pedir perdão, e que não se humilham 9715 – A Falta de Comunicação 10316 – A Brecha do Medo 11317 – As Brechas para o Homossexualismo 117

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18 – O que Está Faltando? 12719 – Corrigindo os Erros e Resgatando os Filhos 12920 – Educando Nossos Filhos 13521 – O que Realmente Importa? 16522- Onde foi que eu acertei? 14123 – Sobre a Música Mundana 16924 Oração 174Nota sobre a autora............................................................... 175

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, ao meu amado Jesus Cristo, e ao Seu MaravilhosoEspírito Santo.A Ti, Senhor, pertence o primeiro lugar em minha vida.À minha filha, por tudo que suporta em amor ao estar ao meu lado noministério, por ter escolhido ser minha discípula, mesmo sabendo detodas as minhas limitações... (Filha, eu não mereço você, mas eu a recebo,pois sei que você é um presente de Deus, uma grande alegria na minhavida).Às minhas queridas amigas e intercessoras: Isabel Coimbra, EstherAugusto e Naná Valentin, que um dia se deixaram usar (há muito tempo,lá em Honório Gurgel--RJ) e tiveram a coragem para falar quando euprecisava muito ouvir.Naquele dia, a intercessão e as palavras delas me impediram de continuarerrando com a minha filha, e de perdê--la... Numa época em que euestava emocionalmente cega, elas me ajudaram a enxergar “onde eu estavaerrando”.E a todos que contribuíram, direta e indiretamente, para que este trabalhose realizasse.

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Introdução

Decidi começar a ministrar sobre criação de filhos depois deperceber o “milagre” dentro da minha casa.

O primeiro milagre, logicamente, sou eu, e o segundo a minha filha.Filha de pais ultraliberais, eu cresci com muito amor, muito carinho,

muita liberdade e... nenhum limite...Hoje lembro de tudo com muito bom humor, e com muita saudade

dos meus queridos pais, que apesar de suas humanas limitações, mederam todo o amor que tinham para dar.

Quando criança, eu era uma menina extremamente sensível eobservadora, percebia tudo ao meu redor, captava tudo... e desdepequena gostava de observar a vida e de analisar as pessoas.

Lembro-me de uma cena da minha infância, quando morávamosna Bahia, eu devia ter uns sete anos. Naquele dia, foi a primeira vezque percebi a influência que meus pais tinham sobre mim. Foi ali, naminha infância, que comecei a compreender o quanto a opinião delese suas palavras me influenciavam.

Acredito que por causa deste meu jeito observador, me tornei umapessoa muito preocupada com a formação da mente das crianças,preocupada com a responsabilidade que é formar um ser humano, eque essa formação começa na infância.

Acabei desenvolvendo uma percepção para discernir a alma daspessoas, mas principalmente das crianças. Percepção que depois useina criação da minha filha (que criei sozinha, sem a presença e a ajudado pai biológico).

Toda mãe solteira e todo pai solteiro sabem como essa tarefa édifícil. Geralmente os filhos ficam com seqüelas após serem criadossem a presença de um dos pais, e quando são crentes parece que éainda pior.

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6 Onde foi que eu errei?

Porém, no meu caso, vi um verdadeiro milagre crescer todos osdias diante dos meus olhos: Rannah Sheeva, minha querida filha... umamenina totalmente convertida a Cristo, santa, alegre, engraçada, calma,mansa (às vezes até demais) e muito equilibrada emocionalmente.

Aos poucos, fui descobrindo que isso era uma exceção, que a maioriadas meninas que tinham histórico como o de Rannah (criadas sem apresença do pai biológico) se tornavam meninas extremamente carentesde contato físico masculino, e por isso começavam a vida sentimentale sexual muito cedo. Isso, porém, não ocorreu com Rannah.

Ao contrário, Rannah, aos 16 anos, tem bem forte em seu coraçãoa convicção de se casar virgem, e de beijar na boca só no altar, coisaque eu nunca a obriguei a fazer, nem impus.

Ao perceber que Rannah era totalmente diferente das outrasmeninas (inclusive cristãs), e que os pais constantemente me pediamconselhos e orientação de como lidar com seus filhos, decidi começara ministrar sobre este assunto, e depois escrevê--lo.

Apesar do meu “dom” natural de percepção da alma ter começadona minha infância, somente anos depois, já adulta, quando eu meconverti a Cristo, é que obtive o verdadeiro resultado e mudança, poisalguns conceitos humanistas contidos nos livros e cursos de psicologiae de autoconhecimento que freqüentei me afastaram de uma verdade:a terapia, análise, psicologia, autoconhecimento por si só não conseguemfazer um problema emocional ou um trauma desaparecer, ao contrário,o fato de descobrirmos onde tudo começou dentro de nós faz comque o problema se torne ainda mais real.

O que a análise, a terapia, o autoconhecimento, podem fazer pornós é: nos ajudar a enxergar a nossa alma e suas limitações.

Porém, a psicologia não consegue fazer o problema “desaparecer”,não arranca o trauma de dentro de nós...

Para isso, para arrancar o trauma de dentro de nós, temos o poderde Deus na terra, por intermédio de Seu Espírito Santo.

Em minha opinião, não adianta uma pessoa fazer análise se oterapeuta não for conhecedor do poder de Deus, porque o máximoque ele vai conseguir é fazer o paciente “se ver”, enxergar o problema,mas não consegue curar.

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Sem o poder de Deus para agir na “ferida” (no trauma), o pacientese torna um “problemático consciente”, nada mais.

Eu tive essa experiência por seis anos consecutivos (antes de meconverter a Cristo), fiz análise com uma terapeuta maravilhosa e, emminha opinião, uma das melhores do Brasil.

Durante aqueles seis anos de análise descobri que eu tinha sériosproblemas de rejeição em relação ao meu pai. A psicanálise me ajudoua enxergar meus problemas, e a origem deles, porém eles continuavamlá, bem fortes dentro de mim, me entristecendo todos os dias.

Depois que me converti, as coisas mudaram de uma formaimpressionante. Após um ano freqüentando a igreja, fui completamentecurada daquele sentimento de rejeição. Passei a amar o meu queridopai de uma forma imensa. Milagrosamente. Sem explicação racional.

O que operou em mim não foi a psicologia, mas o poder de Deus.Sou super a favor da psicologia e da psicanálise como um

instrumento de autoconhecimento e de ajuda na cura da alma, porémaconselho sempre que a pessoa procure um terapeuta cristão, para que,além de “se ver”, a pessoa possa também ser curada por intermédio daoração (que põe em ação o poder de Deus).

Ser curado(a) é ver o problema desaparecer da sua vida, e foiexatamente isso que aconteceu comigo.

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Dedicatória

Dedico este livro a minha mãe, Baby do Brasil, mulher muitovalorosa, que foi o meu primeiro referencial de maternidade,

fidelidade, amor, dedicação, e renúncia, em favor dos próprios filhos.

À minha avó, Carmen Menna Barreto, um exemplo de força e demulher batalhadora, sempre perseverante.

À minha querida “madrinha” Maísa Aguiar, que na infância foiuma “segunda mãe” para mim (e para os meus irmãos).

Em quase todas as boas memórias que tenho dessa época, Maísa fazparte delas.

À minha amada filha Rannah Sheeva, por se deixar usar por Deusneste projeto, me ajudando cada dia a ser uma mãe melhor.

E a todos os pais e mães que amam seus filhosincondicionalmente, e que, apesar de suas falhas, se esforçam para

ser (a cada dia) melhores, desenvolvendo um caráter segundo ocaráter de Jesus Cristo.

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Se os Anjos Pudessem Falar

Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digoque os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que estános céus.

Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido.

Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas sedesgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, embusca da que se desgarrou?

E, se porventura achá--la, em verdade vos digo que maior prazer tempor aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram.

Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, queum destes pequeninos se perca – Mateus 18. 10--14 (destaques daautora).

Ninguém quer perder os seus filhos para o mundo.Por isso, na hora de criá-los os pais sempre dão o seu melhor. Essa

é uma verdade indiscutível.Todos os pais sempre fazem o melhor que podem. Sempre.

(Só que às vezes o melhor de um é o pior de outro.)Quando os pais cometem erros, a atitude nunca é consciente.Eles não erram sabendo que estão errando, ao contrário, se eles

erram, erram pensando que estão acertando.O desejo deles é sempre acertar, e não errar.Porém, muitas vezes eles erram.Ou melhor, como eu também sou mãe, deixe--me corrigir:Nós erramos...

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10 Onde foi que eu errei?

E às vezes nós erramos muito mesmo.Ainda que inconscientemente, nós erramos. Pois errar faz parte

desse processo de criar os filhos. Errar faz parte da nossa naturezahumana (seja ela a “velha” ou a “nova natureza” em Cristo JesusEf 4.22-24). Afinal, seja cristão, crente, “incrédulo” ou ímpio, todosnós erramos.

Nós, como pais, temos a obrigação de proteger e orientar nossosfilhos. Temos a obrigação de amá--los.

Mas também, temos a obrigação de alertá--los sobre todas as ciladasdo maligno que surgirão pelo caminho.

O problema é que, às vezes, amamos, falamos, alertamos,orientamos, e parece que não adianta muito.Por que será que isso acontece?Se eu fiz o “meu melhor”...Se eu dei “tudo” que pude dar...Se eu dei todo o amor que eu tinha...Onde foi que eu errei?

Esta é a pergunta que muitos pais fazem a si mesmos, e muitasvezes não encontram respostas.Eu costumo dizer o seguinte:Ah!, se os anjos pudessem falar...

Você já imaginou se os anjos pudessem responder a esta pergunta?Já imaginou se eles tivessem a autorização de Deus para nos

responder?O que será que eles nos diriam?Eu sempre imagino isso como se fosse uma cena de um filme.

Onde eles abririam uma “tela” diante dos nossos olhos, e prontamentenos mostrariam as situações do nosso passado.Situações onde erramos “feio” com nossos filhos.Eu imagino, então, que eles diriam assim:Ah... Você errou ali... ali... ali... e ali...

Provavelmente diante do anjo nós ficaríamos surpresos com aquantidade de situações que eles nos mostrariam. Situações onde nós,até então, não sabíamos que havíamos errado.

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Apesar de isso ser apenas um exemplo da minha imaginação,imagine você, se uma coisa “incrível” como essa acontecesse, se Deuspermitisse que um anjo viesse e lhe revelasse onde você errou?O que você faria?Você realmente conseguiria enxergar e admitir onde você errou?Você aceitaria o confronto, mediante os seus erros?Ou simplesmente se justificaria, dizendo os “porquês” de cada erro?Você confessaria os seus erros a Deus, e aos seus filhos?Você pediria perdão aos seus filhos pelos seus erros?Se a resposta for sim, então considere essa leitura como umaoportunidade.

Sabemos que Deus pode usar qualquer coisa para falar conosco.Por isso eu creio que este livro pode ser um instrumento nas mãos

do Espírito Santo. Uma ferramenta de mudança e de cura interior,levando você a se ver “por dentro”.

Conduzindo sua memória a situações e às circunstâncias do seupassado (e do passado de seus filhos) que ainda não foram resolvidas,(para que finalmente elas sejam).

O intuito desta palavra não é colocar os pais “debaixo” de acusação,nem simplesmente ficar “apontando” os erros. O objetivo é apenasajudar os pais a se verem,. se enxergarem (e enxergarem seus erros),para que assim possam ser tratados.

Somente quando enxergamos os nossos erros é que podemosconfessá--los a Deus, e sermos curados (Tg 5.16).

Não temos como falar daquilo que não enxergamos, daquilo quenão conhecemos. Como levaremos certos problemas “aos pés da cruzde Cristo” se não enxergamos o problema?

Como saberemos o que levar até Deus, se não constatarmosprimeiro as nossas falhas?

O exercício de “se ver” é muitas vezes difícil e desagradável para anossa alma, pois a nossa mente não quer “reviver” emoções dolorosas.

Lembrar de certas coisas da infância ou da adolescência é comoentrar em lugares terríveis e “sombrios” dentro de nós, em nossamemória.

São lugares onde, simplesmente, não somos capazes de entrarsozinhos.

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12 Onde foi que eu errei?

Porém, ao mesmo tempo em que não queremos entrar nesseslugares (por serem dolorosos), sabemos que necessitamos urgentementeentrar neles, e fazer um tipo de “faxina” emocional.

Precisamos ter coragem pra entrar nesses “lugares” em nossa alma:jogar “o lixo” fora, organizar tudo, pois se não, vai tudo começar a“cheirar mal” em nosso íntimo, a ponto de não suportarmos mais anós mesmos.

Precisamos primeiro limpar... tirar o lixo.Para só então, ir lá (em nosso íntimo) colocar tudo no lugar, e

acrescentar o que está faltando.Porém, será que temos a capacidade de entrar nos lugares profundos

da nossa alma e “limparmos” a nós mesmos?Uma vez, eu aprendi algo com uma de minhas pastoras

(Pr.ª Luciana) que foi uma bênção para a minha vida espiritual eemocional:

Muitas vezes em nossa vida (durante o processo de cura interior)precisaremos clamar a Deus para que Ele nos “pegue pela mão”(Is 41.13), e às vezes até nos “carregue no colo”, quando precisarmos“entrar” em lugares ainda não tratados em nossa alma.

São “lugares” onde não somos capazes de entrar sozinhos, sem aajuda de Deus.

Muitas vezes eu a ouvia orar dessa forma:Senhor, entra comigo... entra comigo onde eu não dou conta de

entrar sozinha... me pega pela mão e entra comigo... me leva aonde eunão sou capaz de entrar sozinha... entra comigo, Deus, pois só assimserei capaz de entrar nesse lugar dentro de mim...

Essa atitude representava o reconhecimento (e a confissão) de queela não era capaz de ser curada sem a ajuda de Deus.

Algumas pessoas, ao perceberem como será difícil e doloroso oprocesso de entrar em determinados “lugares emocionais” nãoresolvidos, desistem de lutar pela cura interior, e se acomodam emsuas próprias limitações.

Porém, se somos verdadeiros cristãos, se cremos na Palavra de Deus,sabemos que fugir não resolve os problemas... temos de enfrentá--los... e resolvê--los. Temos de perdoar...

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Sarah Sheeva 13

Na Bíblia temos muitos exemplos de pessoas que a princípio fugiramdos problemas, mas que depois tiveram de enfrentá--los para poderemprosseguir em seus caminhos.

Podemos ver, por exemplo, a história de José com seus irmãos(Gn 42.6), como ele tentou fugir do passado, das mágoas, vivendouma “nova vida no Egito”, como ele tentou fugir do perdão (que eletinha de liberar em relação aos irmãos que o magoaram tanto). Mas nofinal das contas, ele viu que não tinha mais jeito de viver daquela maneira,no final das contas ele teve de enfrentar suas dores (e os própriosirmãos) para vencer o problema. Ele teve de perdoar.

Outro exemplo foi Jacó, que (literalmente) fugiu de casa por causado medo que teve de Esaú, seu irmão (Gn 27.43). Porém, depois demuitos anos, não tinha mais como continuar fugindo, ele sabia quetinha de reencontrá--lo e resolver a situação.

Da mesma forma, os pais que têm filhos “desviados dos caminhosdo Senhor” precisam parar de fugir da realidade, precisam enfrentar asituação.

Esses pais precisam compreender por que, apesar de todo o seuesforço (de todo o seu amor e dedicação) o seu filho (ou filha) estáhoje longe dos caminhos do Senhor.

Deus quer lhe ajudar a trazer seus filhos de volta, Ele sabe que issonão depende só do agir dEle, mas depende também do livre--arbítriodos seus próprios filhos.

Por isso é preciso entender e enxergar como foi que os filhos foramparar no mundo.Como foi que eles se desviaram?Foi tudo culpa do diabo?

Afinal de contas, a Bíblia diz que o diabo “veio pra roubar, matar edestruir...” (Jo 10.10)

Mas será que é tudo culpa dele?Temos de entender que o diabo não pode agir onde não há uma

brecha para ele.Se nossos filhos se desviam dos caminhos de Deus, não é apenas

por causa do diabo, pois o diabo não pode tocar onde não há legalidadepara ele tocar.

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14 Onde foi que eu errei?

A Bíblia diz que o diabo é um inimigo despojado (sem armas), ouseja, ele não tem mais armas, pois Jesus o despojou na cruz do Calvário(Cl 2. 14-15).

O diabo foi derrotado por Jesus na cruz, ele é um inimigo derrotadoe sem armas... então como é que ele consegue nos atacar?

A resposta é: a arma que ele usa são as nossas próprias fraquezas.... vigiai. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor... procurandoa quem possa tragar (1Pe 5.8).

O diabo não tem mais armas, nenhuma.Até mesmo o espírito da morte Jesus venceu!(2Tm 1.10, Ap 1.18).

Por isso, o diabo procura as nossas fraquezas, as brechas, os“buracos” em nossa alma* onde ele possa “ter acesso” e assim “entrar”e nos atacar bem ali.

Os nossos erros, como pais, são para o inimigo a “entrada” favoritapara desviar nossos filhos dos caminhos do Senhor. Por isso precisamoslocalizar, enxergar, discernir e identificar esses erros, os erros quecometemos como seres humanos que somos, e levá--los à cruz deCristo, para que encontremos solução, e corrijamos esses erros a tempo(Hb 4.16)

Eu o encorajo a fazer como eu descrevi, deixe o Espírito Santofazer o papel daquela “tela” aberta diante dos seus olhos, diante da suavida.E decida “se ver”, se enxergar.Decida descobrir seus erros... para então poder consertá--los.Afinal, essa é uma atitude totalmente bíblica.

São muitas as passagens onde vemos Jesus conduzir a pessoa a sever “por dentro”, a questionar a própria motivação. Por exemplo, emMateus 20.32, vemos Jesus questionar dois homens cegos quando osmesmos vieram atrás dEle pedindo cura. Jesus perguntou:

... Que quereis que eu vos faça?

Eu fico imaginando por que Jesus perguntaria uma coisa dessas adois homens cegos? Não estava claro qual era a necessidade daqueleshomens?* alma = mente, memória, emoção, intelecto, raciocínio

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Ou será que, quando Jesus fez essa pergunta Ele esperava doshomens cegos uma resposta diferente, do tipo:

“Ah!, Senhor, nós estamos aqui pra te pedir que cures umprobleminha de unha encravada que temos há muitos anos... (ou umprobleminha de calvície etc.)”.

É claro que Jesus sabia que essa não era a necessidade daqueleshomens. É óbvio que aqueles homens queriam ser curados da cegueira.

Eles queriam voltar a enxergar. Porém, Jesus fez essa pergunta“óbvia” para eles.

Por quê?Porque Jesus sabia que quando a pessoa “não se enxerga”, é mais

difícil ela ser curada. A atitude de não se enxergar é a mesma coisa quenão receber o tratamento de Deus.

Quem não quer se ver, não está aceitando o confronto do Senhor.Jesus queria que aqueles dois cegos tivessem (assim como nós)

consciência do que estavam pedindo a Ele. Ele queria que elesenxergassem a sua real necessidade.

E quando Jesus perguntou: Que quereis que eu vos faça, eles tiveramde olhar para dentro de si mesmos e questionar a própria motivação:

...O que eu realmente quero de Jesus? O que eu realmente estouprecisando pra mudar a minha vida? Qual é a minha real necessidade?Onde eu preciso mudar?

E, na mesma hora, aqueles dois homens cegos prontamenteresponderam:

... Senhor, que os nossos olhos sejam abertos (Mt 20.33).

Ou seja: “nós queremos enxergar!”Jesus então os curou, abriu os olhos deles, para que eles pudessem

ver a vida e testemunhar.Mas primeiro, antes da cura, eles precisaram ver suas motivações.De outra forma, em João 4.7--29, também vemos Jesus ajudar a

mulher samaritana a “se ver por dentro”.Jesus viu que aquela mulher estava em busca de preencher um

“vazio”... vazio representado ali pela sede da “água viva” que ela tinhadentro de si (v.15). Vemos claramente Jesus dizer àquela mulher que,apesar de ela ter trocado de marido cinco vezes, ela ainda estava