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JORNAL DO SINEPE RJ Edição 137 Abr | Jun 2019 31 - AGOSTO - 9H H NITERÓI HOTEL

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JORNAL DO SINEPE RJ

Edição 137 Abr | Jun 2019

31 - AGOSTO - 9HH NITERÓI HOTEL

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E XPEDIENTE

DIR ETORIA

SU PLENTES

SUPLENTES

CONSELHO CONSULTIVO

CONSELHO FISCAL

Cláudia CostaLuiz Henrique Mansur BarbosaMarcela BittencourtGabrielle Almeida Olivari de Los Rios Fabrício de MartinoAnna Lydia Collares

Luiz Henrique Mansur BarbosaAnna Lydia CollaresPlínio Comte Leite BittencourtWanderley Costa

Silvano José Martins Jorge Teixeira de Queiroz

Rita de Cássia Jannotti MirandaAna Carolina dos Santos Barros Jerônimo Luiz da Silva Batista

Maria Aparecida SabadinInês de Oliveira LeiteHermínia Rozelis Storck Grandini

NESTA EDIÇÃO

Textos: Priscila RochaDiagramação: Priscila RochaRevisão: Márcia Haydée

75ANOS SINEPE RJ

UMA ESCOLA PARA FORMAÇÃO HUMANA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA E AS CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA

O QUE INDICAM OS INDICA D O RES

AS ENTRELINHAS DA FORMAÇÃOHUMANA

CURRÍCULO COMO INDUTOR DOSPROCESSOS PEDAGÓGICOS

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EDITORIAL

ANIVERSÁRIO

LEGISLAÇÕES

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LEGISLAÇÕESA TU A LIZE-SE

EDITORIALEscola, lugar de todos e também de tudo. Iniciamos o ano letivo de 2019 com acontecimentos impactantes no ambiente escolar, o que torna cada vez mais

urgentes as reflexões sobre as transformações prementes e as ações mais que necessárias na parceria público privada, desenvolvendo a consciência e formação mais profunda de cidadania no ser humano.

O diálogo é a ferramenta possível nesse caminho que, junto ao olhar atento sobre o aluno, pode proporcionar um

ambiente confiável, ratificando as relações entre as diversas pessoas que formam a comunidade escolar. A realização de palestras com especialistas em desenvolvimento humano, constantes trocas entre família e escola e

a aproximação das forças de segurança municipais e estaduais, podem ser estratégias eficazes e produtoras da transfor-mação humana e da ampliação de conhecimento.

Em 2019, celebrando o aniversário de 75 anos do Sinepe RJ, promoveremos um evento educacional, com o tema: “Educação em Gestão: A Formação Humana em Transformação”, no qual almejamos favorecer conexões com os envolvidos no cotidiano escolar para que, juntos, possamos transformar a atual realidade, refletindo sobre assuntos importantes e preparando nosso corpo docente para lidar com as novas perspectivas de um mundo que nenhum de nós tem a real dimensão de como será.

Desta forma, a solução é estar em constante movimento, acompanhando a fluidez do mundo atual permeada pela incerteza do futuro.

Até lá!

LEI Nº 13.803, de 10 de janeiro de 2019Fixa diretrizes para o funcionamento de instituições que atendem à Educação Infantilno Sistema Municipal de Ensino de Niterói

DECRETO Nº 9.765, DE 11 DE ABRIL DE 2019IInstitui a Política Nacional de Alfabetização.

DELIBERAÇÃO CEE Nº 370 DE 26 DE MARÇO DE 2019Fixa normas complementares para autorização de estabelecimentos de Educação Especial, conforme prevêo ART. 8º,§ 3º, da DELIBERAÇÃO CEE Nº 355/2016.

LEI Nº 8300 de 28 de fevereiro de 2019Inclui nos temas interdiciplinares “NOÇÕES DE PREVEN-ÇÃO CONTRA ACIDENTES DOMÉSTICOS E NAS ESCO-LAS” no currículo das unidades escolares de ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do ESTADO DO RIO DE JANEIRO e dá outras providências..

LEI Nº 13.819, DE 26 DE ABRIL DE 2019Institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilaçãoe do Suicídio, a ser implementada pela União, emcooperação com os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios; e altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.

P O R: Cláu dia C os taP resid e n te do SINEPE RJ

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75 ANOS DO SINEPE RJO Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro - SINEPE RJ comemora 75 anos em 2019 ten-

do um trabalho voltado para a educação de qualidade no setor privado e para a formação de profissionais que atuem na educação.

Teremos o prazer de receber esses profissionais com interesse em refletir sobre tema de fundamental importância para professores, gestores, especialistas e todos aqueles que de alguma forma dialogam com o universo escolar.

O tema do evento, "Educação em Gestão: A Formação Humana em Transformação" abordará a necessidade im-posta por acontecimentos impactantes que assolam a humanidade envolvendo a infância e a juventude na atualidade.

Tais acontecimentos têm demandado da escola e dos profissionais da educação, aprofundamento nos estudos quan-to à formação de valores humanos e reflexões profundas sobre a responsabilidade primária das famílias, além da cor-responsabilidade da sociedade e da escola na formação das crianças e dos jovens.

Pretendemos colaborar com as relações de todos os envolvidos no processo educacional e transformar o dia a dia das escolas através do diálogo com base em teorias, experiências práticas e aprofundamento acadêmico.

O evento comemorativo dos 75 anos do SINEPE RJ no dia 31 de agosto de 2019, das 9h às 18h, acontecerá no Hotel H Niterói, com os olhares da neurociência, psicanálise, psicologia, gestão de indicadores externos e econômicos abor-dando questões de políticas públicas, sempre atrelados à formação humana.

Esperamos a participação de todos vocês nesta oportunidade de aprimoramento do seu conhecimento que deve estar sempre em transformação.

P O R: Márcia Haydée

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AS ENTRELINHAS DA FORMAÇÃO HUMANAPOR: Soraya J ordão e Bruno Barcel los

A oportunidade de se reunir, dialogar e trocar reflexões e experiências com profissionais de diferentes áreas e de diferentes espaços envolvidos com a educação é única e absolutamente necessária. Principalmente se entendemos que educar é mais do que ensinar, é estimular, desenvolver, promover e formar. Formar sujeitos do desejo, da ética, capazes de perten-cer e colaborar com o coletivo e com o espaço social.

Sabemos que a formação das crianças e jovens está calcada em três pi-lares essenciais: família, escola e sociedade. É fundamental que haja uma verdadeira aproximação e franca colaboração entre as partes. Os trági-cos acontecimentos que temos notícia atualmente, principalmente com relação à violência no espaço escolar contra professores e entre os pró-prios alunos, o crescimento dos casos de suicídio entre os adolescentes, as situações traumáticas decorrentes de bullying, entre outras situações, apontam para a urgência de refletirmos sobre a qualidade das relações, das trocas e parcerias entre todos envolvidos nesse processo de formação.

Um evento dessa grandeza nos possibilita discutir as demandas atuais, assim como alinhavar ações positivas na direção de um estreitamento

das parcerias que viabilizem ferramentas e estratégias para enfrentamento dos desafios inerentes à formação, não só acadêmica, mas também subjetiva, dos educandos nas diferentes etapas do desenvolvimento.

Minha participação e colaboração no evento terá como objetivo pensarmos as entrelinhas da formação humana, suas vicissitudes e seus enigmas pelo viés da psicanálise, resgatando a importância da frustração, da falta, do vazio na pro-moção do desejo, assim como na construção do saber.

Apontando, com isso, o fracasso anunciado de uma educação familiar e social pautada no imperativo: SEJA FELIZ SEMPRE! A QUALQUER PREÇO, A QUALQUER CUSTO!

Dentre tantas demandas que temos em nossa sociedade, considero que a educação é urgente. E fomentar canais de diálogos, interações entre áre-as e auxiliar a promover métodos, conceitos e ações é um dos suportes para repensarmos uma formação para o século XXI.

Assim, considero um privilégio termos um evento como este, do qual tenho grande alegria em participar, para a troca de experiências e conhe-cimentos.

Observando que vivemos um tempo de grandes mudanças, em que muitas pessoas se apresentam com uma grande carência afetiva e com dificuldade em formular horizontes, em que boa parte das relações são líquidas e assim superficiais, identificamos a valorização do consumo e da performance que atravessa e confunde o valor do afeto e da presença.

Sobrecarregando os professores e as escolas para atenderem uma de-manda subjetiva/emocional, de auxiliar as famílias a se organizarem diante de um futuro que não está dado.

Um futuro que precisa ser construído com o reconhecimento das sin-gularidades, suportando as diferenças, ofertando uma alternativa à superproteção e ao mimo, com o encorajamento, com uma dimensão de aposta, em que se possa promover a expressão dos afetos, o respeito das crianças à autoridade dos seus responsáveis, aos limites dos nossos desejos, o incentivo à inventividade e a amar, mesmo quando não puder ser totalmente compreendido.

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O QUE INDICAM...

Os índices e a qualidade do ensino

A divulgação da recente edição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) vem trazendo unânimes comentários de que, mais do que o retrato do momento, é preocupante a sequência de resultados monitorados ao longo das últimas edições do exame, reg-istrando a educação brasileira ora avançando em marcha lenta, ora retrocedendo.

É louvável o empenho do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) em desenvolver um sistema de avaliação que induza as escolas do país a aprimorar suas práticas. O interesse nacional é de elevar a qualidade do ensino, de ver valorizada atuação docente e de despertar na popula-ção brasileira a confiança em nosso sistema educacional. Há em cada escola do país professores sérios, engajados e gestores empenhados em fazerem seus alunos avança-rem.

A ninguém interessa deprimi-los nem semear desconfiança em relação ao trabalho que fazem. Mas a sistemática repetição de maus resultados tornou-se um ritual já previsível, como se fosse um naufrágio com hora marcada, a se dar em latitude e longitude de an-temão conhecidas. Cada edição do exame é como se o governo enviasse para aquelas coordenadas uma lancha com socorristas equipados com máquinas fotográficas.

Uma vez no local, os especialistas testemunham os náu-fragos a se debaterem e registram em imagens oficiais o seu afogamento.

Da experiência acumulada ao longo das sucessi-vas edições do SAEB, já se pode chegar a algumas conclu-sões. Dentre elas, a de que a simples reiteração de índices gerais e a mera constatação de uma realidade preocupan-te não têm sido suficientes para promoverem a sua supe-ração. Máquinas fotográficas registram, mas não promo-vem o resgate nem salvam ninguém.

A simples publicação de índices pode apenas gerar rankings e comparações gerais, mas não apontam nenhuma informação relevante que aprimore práticas docentes. São constatações necessárias, mas como se tem visto, ainda superficiais e pouco efetivas para superação da realidade. A divulgação da distribuição dos resultados por faixa de desempenho é um avanço apenas parcial, in-formação ainda vaga e imprecisa. Saber quantos de seus alunos encontram-se abaixo do nível de desempenho es-perado é informação insuficiente, que não indica ao pro-fessor que providências devem ser tomadas, nem permi-te que as escolas infiram que ajustes caberiam ser feitos.

Se o objetivo da expedição for "salvar os náufra-gos", os organizadores deveriam passar a equipá-la com boias salva vidas. Oferecê-las aos náufragos pode ser a es-tratégia para que futuros afogamentos não tornem a se repetir. A melhoria da qualidade do ensino virá na medi-da em que o avaliador passe a assegurar aos professores de cada escola um retorno que lhes permita diagnósticos mais detalhados, que sugira ajustes e aponte com preci-são as correções de rumo necessárias ao trabalho que já fazem.

A informação realmente importante, e que pode ajudar as escolas a aprimorarem seu trabalho, implica a devolução, para cada escola, do "raio-X" de como se saiu

POR: P edro Fle xa Ribeiro

"A simples publicação de índices pode apenas gerar rankings e com-parações gerais, mas não apontam nenhuma informação relevante que aprimore práticas docentes."

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Educação em gestão!

Em primeiro lugar, quero agradecer o convite para participar desse evento, será uma honra poder contribuir com o Sinepe RJ. O tema do evento não poderia ser mais atual, pois o Brasil vive uma profunda crise humana. Poderíamos colocar a gestão nesse contexto, pois os brasilei-ros têm muitas dificuldades em fazer a gestão das suas relações, do seu dinheiro, do seu tempo, das suas ideias. E nesse sentido discutir com di-retores e profissionais de escola esse tema é de suma importância, pois a escola pode contribuir muito para a sociedade se, a partir das crianças, desenvolver essas habilidades de gestão e organização. Evidentemente que temos que abordar a gestão da escola, mas na escola, temos as mes-mas dificuldades da sociedade, por mais que o gestor trabalhe, a falta dessas habilidades na sociedade impacta e muito as relações e o funcio-namento das escolas. Realmente um ótimo tema, parabéns.

Em relação à roda de conversa em que dividirei a mesa com o Pedro Flexa, considero que será uma ótima oportunidade para abordarmos um assunto dos mais relevantes para a educação brasileira. O Pedro é um estudioso em avaliação, espero estar à altura desse bate papo.

O que indicam os indicadores. Uma ótima reflexão. Conversaremos dia 31.

... OS INDICADORES

P OR: Ade mar Batista

o conjunto de seus alunos em cada uma das questões da prova. O que importa é que as escolas saibam onde seus alunos erraram e o que lhes falta aprender: que aspectos, conteúdos ou competências precisam ser cuidados e reforçados. É responsabilidade do avaliador fazer com que cada escola que participou do exame receba essas informações completas, de forma clara e tratada. Não apenas compreensível e detalhada como também a tempo de serem consideradas no pla-nejamento do próximo ano letivo e de inspirarem os ajustes necessários para a superação das dificuldades.

É preciso reconhecer que as dimensões continentais do Brasil trazem grandes desafios. Mas a eficácia da ava-liação requer que seja assegurada às escolas a devolução de informações pertinentes e úteis. As eventuais dificuldades técnicas ou limitações logísticas do avaliador não revogam o fato incontornável de que o aprimoramento da qualidade do ensino requer informações relevantes. Nenhuma limitação técnica o desonera desse indispensável compromisso, necessário para que o grande investimento feito pelo país se justifique.

"A melhoria da qualidade do ensino virá na medida em que o avaliador passe a assegurar aos professores de cada escola um retorno que lhes

permita diagnósticos mais detalhados."

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Depois de mais de 4 décadas dedicadas ao estudo, pes-quisas e reflexão sobre o conhecimento acumulado no domínio das ciências do cérebro, tenho muito claro que uma das grandes contribuições da neurociência é ter re-velado a pedagogia como uma ciência vital para a forma-ção humana.

O momento atual indica que importante é recuperar a pedagogia para o centro do discurso sobre a educação escolar, buscando em sua evolução histórica as ideias e conceitos que constituíram a escola como instituição duradoura que atravessou milênios. Podemos dizer, em consequência, que a escola é definitivamente instituição bem sucedida, uma vez que permanece devido ao fato de que logrou ensinar os conhecimentos formais a cada ge-ração que surgia.

Neste percurso constituiu um acervo de conhecimento de didática e paradigmas que foram se estabelecendo nas diversas sociedades e culturas, resultando em algo que podemos nos referir como “cultura escolar”.

P OR: Elvira Souza Lima

UMA ESCOLA PARANA SOCIEDADE

A IMPORTÂNCIA DACONTRIBUIÇÕES DA

Escola: espaço de cultura

A escola é um espaço de cultura no qual o cérebro em seu processo de maturação (infância e adolescência) se apropria das formas humanas de comunicação, da cul-tura que constitui os grupos e desenvolve o processo de formação da identidade.

A escola é uma instituição com grande participação na formação humana e tal ocorre, notadamente, pelo currí-culo.

Empatia

Já sabíamos antes mesmo de explicitação pelas pesqui-sas da neurociência, que somos seres de emoção e que o primeiro vínculo do bebê acontece pela empatia presente nas pessoas em seu entorno. A mãe, assim como outros cuidadores diretos do bebê, se coloca no lugar do bebê na busca da compreensão do que o bebê sinaliza e comunica pelos movimentos, sons e choro.

Esta é a base da formação humana e este é um dos pila-res da ação educativa.

É pela empatia que se cria um campo de significação entre professor e alunos. Também é pela empatia que se forma um coletivo educativo na escola, com a participa-ção e integração dos diversos adultos que constituem o grupo educador da escola.

Docência e acolhimento

A primeira condição para aprender está no acolhimen-to, ou seja, o respeito pelo ser humano que chega às por-tas da escola. Para a boa docência, digamos assim, o aco-lhimento ao professor é, igualmente, importante.

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FORMAÇÃO HUMANACONTEMPORÂNEA:PEDAGOGIA E ASNEUROCIÊNCIA

Pelo acolhimento se estabelecem relações de confiança e a presença/liberação de “químicas positivas”, por assim dizer, no cérebro.

Pelo acolhimento e confiança se forma uma área de in-teração simbólica entre gerações.

Esta é uma questão importantíssima: o ser humano é um animal que desenvolve a capacidade de simbolizar, formada e transformada por memórias.

O registro das memórias, há pelo menos 40 mil anos, propiciou a transmissão da cultura não apenas de uma geração a seguinte, mas a todas as gerações subsequentes. Neste processo, formaram-se áreas de conhecimento e es-tratégias pedagógicas para a docência de todas elas.

A escola transformou-se em guardiã dos conhecimen-tos culturalmente acumulados e, também, depositária das formas de transmissão destes conhecimentos para os quais não temos disposição genética para apropriá-los.

Não se pode confundir tecnologia e docência, pois na tecnologia também há, como pano de fundo, a didática na programação dos aplicativos. Desta forma, o aplicati-vo tem uma estrutura didática que possibilita que ele seja “aprendido” pelo usuário.

A tecnologia, na educação, precisa estar integrada aos processos de formação de identidade, aos componentes simbólicos e aos fatores emocionais que caracterizam o ser humano.

Uma pedagogia para a formação humana

Um dos desafios da educação contemporânea é garantir que as crianças e jovens sejam acolhidos e compreendi-dos em seus universos simbólicos. Outro desafio é garan-tir que eles sejam introduzidos aos conhecimentos for-mais pelas vertentes da ética e da conservação do planeta.

Nas circunstâncias atuais o currículo mais efetivo para educar será aquele em que empatia, valores e emoções estejam articulados e explorados na docência dos conteú-dos. A que serve e a quem serve o conhecimento humano precisa ser, então, parte da docência.

Todo conteúdo de qualquer área do conhecimento é histórico, contribuiu para alguma coisa no passado e pode estar presente, contribuindo ainda hoje. Não reve-lar ao aluno a função do conteúdo no desenvolvimento humano é um equívoco a ser superado na educação con-temporânea.

Qualquer pessoa envolvida em contextos de docência e de aprendizagem depende da autoria de sua ação, precisa identificar-se como ser humano em desenvolvimento e manter-se em diversos processos de comunicação com os vários atores presentes em um contexto educativo.

A natureza comunicativa da espécie e a presença de um cérebro que se adapta e se transforma em relação com o ambiente, nos garantem a formação humana no período da escolarização.

"Um dos desafios da educação contemporânea é garantir que as crianças e jovens sejam acolhidos

e compreendidos em seusuniversos simbólicos."

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CURRÍCULO COMO INDUTOR DOS PROCESSOS PEDAGÓGICOSE nt revis ta : I lon a Becskeházy

SINEPE RJ: O que espera do even-to Educação em Gestão: Formação Humana em Transformação?

Ilona: É um evento que olha para o futuro. A minha expectativa está em contribuir na minha área de cur-rículo e avaliação compartilhando o que eu tenho visto que as escolas têm oferecido junto ao que eu acredito que deveria estar acontecendo. Levarei re-flexões sobre o início e o fim da esco-larização, como se dá em outros países porque a minha recomendação é que a gente siga esses exemplos, pois esta-mos ficando muito pra trás em termos de performance cognitiva dos alunos brasileiros de todas as classes sociais.

SIENEPE RJ: Como você liga a sua área de atuação ao nosso evento?

Ilona: Eu estudo politica educa-cional, currículo e a pesquisa da qual participei no currículo de Sobral, que é detalhado e ambicioso em relação ao que se pratica no Brasil. Pretendo explicar dentro da minha área de pes-quisa o que eu recomendo para o cur-rículo das escolas brasileiras.

SIENEPE RJ: A formação humana

é influenciada, além de outros fato-res, por todas as instâncias sociais nas quais o indivíduo está inserido. A es-cola é uma delas, muito importante, sem dúvida, mas não tão importante quanto a precípua, a família. Quais os conhecimentos essenciais que as esco-las precisam trabalhar com seus alu-nos para atingir o objetivo de formar valores sem contrapor ao que é princí-pio familiar?

Ilona: É importante esclarecer al-guns pontos, inclusive de comporta-mento dentro de uma proposta cur-ricular. As escolas precisam pensar nisso. A construção produzida em Sobral detalhou o máximo possível da parte comportamental, a parte de in-teração oral, de interação discursiva, que está no eixo de oralidade da língua oficial, no nosso caso a língua portu-guesa, e os currículos que eu venho estudando variam em termos de deta-lhamento, mas de uma maneira geral, todos abordam a interação discursiva numa perspectiva de respeito mútuo de cortesia, descrita de uma forma mais clara ou menos clara. Assim, o que fizemos em Sobral foi detalhar ao máximo o que se considera cordiali-dade e que acabou se transformando em uma campanha de bons modos, boas maneiras, atitudes, bom relacio-namento nas escolas por meio de itens curriculares que estavam inseridos no eixo de oralidade, que claramente di-zem que a pessoa tem que respeitar a opinião alheia, dar atenção aos termos que escolhe na interação discursiva para que eles não sejam ofensivos, saber montar um argumento, saber contrapor um argumento, saber com-plementar um argumento, enfim, isso tudo está listado de forma bastante

clara no documento de Sobral.Nossa pesquisa alinhou o currícu-

lo de Sobral aos que pesquisamos na França, Portugal, Reino Unido etc., que são muito menos prescritivos do que a gente fez no de Sobral, mas exatamen-te pela necessidade de ser prescritivo, por causa do contexto brasileiro que a BNCC não atendeu, deixando a coisa meio poética que você não sabe nem se é uma coisa meio utópica, enfim, especificar facilita depois, na hora de você garantir que aquilo que acontece é o que se espera, quanto mais especi-ficado estiver, melhor para todos.

SINEPE RJ: Uma opinião sua sobre o evento como um todo.

Ilona: O evento possibilita a colabo-ração das escolas, com todas se dando as mãos buscando fontes para além do seu dia a dia, em conjunto, refletindo, trocando ideias, conceitos, principal-mente com referências atualizadas.

É muito importante estar atualiza-do, pois a educação no Brasil tem refe-rências muito desatualizadas e a gente não consegue dar conta daquilo que a gente imagina ser uma escola, pois nós não sabemos exatamente o que cada escola realiza, cada uma tem uma concepção muito diferente do que seja a obrigação escolar; embora em outros países isso também possa variar um pouco, não varia na amplitude que varia aqui no Brasil. Nós temos gente que defende a ideia de que não precisa nem ensinar matemática, que o aluno aprende sozinho, que brota, que é es-pontâneo... eu penso que o Sinepe RJ estar com um grupo refletindo, tro-cando experiência em cima de coisas bem específicas é valioso para o cresci-mento das escolas e dos profissionais que lá estarão participando.

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PLÍNIO LEITE - 90 ANOS

O Colégio Plínio Leite tem em sua identidade algo que o torna distinto: é uma escola que caminha para o centená-rio e que traz junto aos 90 anos de existência a sua tradição. Num mundo contemporâneo que tem por característica o rompimento com o passado, reconhecer o esforço de gerações para que tenhamos chegado aonde chegamos é justo e muito importante.

Em nossa instituição, a equipe e os alunos têm compromisso não só com o conhecer e fazer, mas especialmente em vivenciar a prática de ser e conviver. E, para que isto aconteça, oferecemos um ensino que vai além da sala de aula, envolvendo-os em projetos significativos que trabalhem com as suas competências e habilidades e que os levem, de fato, a uma formação integral. Em nossa prática, garantimos que o nosso aluno seja protagonista de seu processo de aprendizagem e que estabeleça uma relação de troca com o professor, em que ambos aprendem e se desenvolvem.

Nosso trabalho define e retrata uma realidade que é construída em nosso dia a dia e é permeada por projetos, o que nos oportuniza alcançar os nossos fundamentos filosóficos: avaliar constantemente o passado, fazer o presente e pensar o futuro, planejando-o, organizando-o, aproximando o desejo que se tem daquilo que a realidade permite. Nossas aulas são dinâmicas, estimulam a criatividade, incentivam o pensamento complexo e desenvolvem a autonomia do aluno.

No Plínio, valorizamos o esporte, a arte, a música, a experiência, a descoberta e oferecemos propostas curriculares e extracurriculares, que envolvem o aluno em práticas que complementam o seu currículo pessoal e cultural e que transbordam as paredes da sala de aula.

#plinioleite90 – Valores para construir, talentos para revelar

A N I VERSÁR IO

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