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GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009 PROJETOS DE MARKETING

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GOIÂNIA,domingo,30deagosto de2009 PROJETOSDE MARKETING

2 O POPULAR

GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009

PauloAfonsoFerreira

Segundo o IBGE, em 1996 havia emGoiás 6.732 indústrias, ocupando 108.669pessoas. Uma década depois, nosso parqueindustrial já representava o dobro, com 13mil empresas, que proporcionavam201.858 empregos. Sua participação noPIB estadual elevou-se de 23% para 26,5%,entre 2002 a 2006, de acordo com a maisrecente divulgação do IBGE nesse aspecto.

Tão expressivo crescimento se relacionaa questões fundamentais como incentivosfiscais adequados - Fomentar e Produzir -,que já aprovaram em torno de 1, 4 milprojetos industriais de implantação,modernização e ampliação, a maioria emprocesso de produção ou em faseadiantada de instalação, e abundância dematérias-primas. Esse acréscimosubstancial, contudo, permaneceriaestático sem a participação decisiva doSistema Indústria na defesa de seuslegítimos interesses e na formação e noaprimoramento da mão-de-obra queconfere qualidade a seus trabalhadores.

Graças a vários fatores, como ofortalecimento da economia brasileira e ascaracterísticas da indústria goiana, asprevisões alarmistas da crise financeiramundial não se confirmaram em Goiás, oque não significa que não sofremos seusefeitos danosos. Houve, entre nós, perdassignificativas de empregos e faturamentos,investimentos adiados ou executados emritmo mais lento. Nossa indústria se viuafetada de forma diferente, com prejuízosmaiores nas atividades voltadas para aexportação, com a redução de demandas eo acirramento da concorrênciainternacional. Os mais duramenteatingidos foram metalurgia básica,fármacos, confecções e modas e outrasfocadas nas vendas ao exterior.

Felizmente, todos se encontram emdiferentes graus de recuperação, mas não

podemos nos iludir com a últimaverificação do Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados, doMinistério do Trabalho e Emprego(Caged), situando Goiás como o terceiroEstado maior gerador de empregos. Esteresultado deve ser considerado comcautela, pois vários segmentos continuamem déficit de emprego, comparativamente a2008. Em contraste, o setor alcooleiro jáativou cinco novas usinas em 2009, que seencontravam em fase de conclusão noinício da crise. Por outro lado, nossoparque industrial é pouco voltado para aprodução de bens de capital e bensduráveis, como máquinas eeletroeletrônicos, os mais duramenteprejudicados pela crise.

Não podemos deixar de aprender as

lições da crise. É preciso atenção especialaos seus desdobramentos, para não sermossurpreendidos pelo pior. Está confirmadoque as empresas mais planejadas eatualizadas tecnicamente apresentammaior capacidade de absorver impactosfortes e mudanças do ambiente de negócios,que tendem a se tornar constantes naeconomia global.

A consolidação da indústria goiana, noentanto, é um fato consumado, garantiapara os investidores, com prenúncio deinfraestrutura adequada, comocomprovam as obras em realização eplanejadas para os próximos anos.

PAULOAFONSO FERREIRAépresidente doSistema Federaçãodas Indústriasdo

Estadode Goiás,diretor-secretáriodaConfederaçãoNacional da Indústriaediretor

nacionaldo InstitutoEuvaldoLodi

PRESIDENTE DA FIEG AFIRMA QUE EMPRESAS MAISPLANEJADAS E ATUALIZADAS TECNICAMENTE TÊM MAIORCAPACIDADE DE ABSORVER IMPACTOS E MUDANÇAS

ARTIGO

LIÇÕESDACRISE FINANCEIRAMUNDIAL

“NÃOPODEMOSDEIXARDEAPRENDERASLIÇÕESDACRISE.ÉPRECISOATENÇÃOESPECIALAOSSEUS

DESDOBRAMENTOSPARANÃOSERMOSSURPREENDIDOS

PELOPIOR”

GOIÂNIA, domingo, 30de agostode 2009 O POPULAR 3

PARCERIA ENTRE CNI E BID DESTINARÁ US$ 1,5 MILHÃOPARA FOMENTAR COMPETITIVIDADE DE EMPRESASLIGADAS AO SETOR EM CATALÃO E EM ANÁPOLIS

Um projeto pioneiro no Brasil,desenvolvido pela ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI) e BancoInteramericano de Desenvolvimento(BID), vai beneficiar a indústriaautomobilística de Goiás, propiciandoainda maior expansão do setor.Recursos de US$ 1,5 milhão serãoinvestidos nas cidades de Catalão eAnápolis, onde se encontram indústriasconsideradas âncoras, como aCaoa-Hyundai, John Deere e Mitsubishi.

O dinheiro será aplicado em estudos epesquisas para inovação tecnológica,estimulando a competitividade das

empresas ligadas direta ouindiretamente ao setor, e fomentando aeconomia regional. O projeto pretendeainda encontrar soluções de logística ecapacitar a mão-de-obra, de acordo comas necessidades dos municípios.

O trabalho será executado ao longo dequatro anos, tendo como premissas ofortalecimento da rede dedesenvolvimento produtivo local, odesenvolvimento empresarial emsetores estratégicos, a busca de soluçõescompetitivas, monitoramento, balançodas lições aprendidas e divulgação. Oprimeiro passo previsto na parceria CNI

e BID é a realização de estudos paraconhecimento da realidade das cidadese suas perspectivas.

Um dos objetivos do projeto é elevar acapacidade produtiva e tecnológica daspequenas empresas - como asfornecedoras de autopeças, por exemplo- de forma que elas alcancem o nível dequalidade exigido pelas indústriasautomotivas de Goiás. O resultado final éum importante estímulo para a indústriae para a economia das cidadesbeneficiadas. Além de Goiás, Acre,Espírito Santo e Pernambuco serãocontemplados pelo programa.

AUTOMÓVEIS

INVESTIMENTOS ESTIMULAMCADEIA AUTOMOTIVA

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GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009

GOIÁS JÁ É O TERCEIRO PRODUTOR DE ETANOL DO PAÍS,ATRÁS APENAS DE SÃO PAULO E MINAS, E DENTRO DE 5ANOS DEVE PASSAR A DISPUTAR A SEGUNDA COLOCAÇÃO

Embora relativamente nova emGoiás, a indústria sucroalcooleira vemexperimentando impressionanteexpansão. O Estado já é o terceiroprodutor de etanol do País, atrás apenasde São Paulo e Minas Gerais, e o quartoprodutor de cana, com 40 milhões detoneladas de cana processadas nestasafra. A produção total de etanolprevista para 2009 é de 2,6 milhões demetros cúbicos, enquanto a de açúcarchega a 1,6 milhão de tonelada. Tudoisso com uma área plantada queabrange somente 1,15% do território doEstado, o que evidencia um potencialenorme de crescimento no setor.

A usina de Santa Helena foi a primeiraa ser instalada na Região Centro-Oeste,na década de 50. Alguns anos depoisoutra unidade foi implantada emGoianésia e, com o Proálcool, Goiáschegou a ter 18 usinas. O número caiupara 12 em 1999, e depois voltou a subirpara 15 em 2005. Dois anos depois, em2007, o Estado tinha 17 usinas emprodução, e atualmente são 32, commais 10 projetos em fase deimplantação. E a expectativa é de maiscrescimento, levando odesenvolvimento ao interior, por meiode tecnologia, emprego e renda,ressalta o presidente do Sindicato daIndústria de Fabricação de Álcool deGoiás (Sifaeg), André Rocha.

Otimista, o presidente do Sifaegacredita que a produtividade deveaumentar muito ainda no Estado, com aexploração de novas variedades decana, com a disponibilidade de espaçopara crescer em área plantada e com aperspectiva do etanol ganhar omercado exterior, o que tem levadoimportantes empresas e companhiaspetrolíferas a se estabelecer em Goiás.Além disso, regiões tradicionais decultivo da cana têm enfrentadorestrições para a expansão da indústria

sucroalcooleira, favorecendo amigração de investimentos para oEstado.

É o caso, por exemplo, do Nordestedo País, onde o setor parou de crescerpor limitações topográficas. Também oEstado de São Paulo, que movimentauma parcela expressiva da atividadesucroalcooleira, vem enfrentandodificuldades de expansão por falta deespaço, pois a cana já ocupa 20% dasterras. Isso fez com que os empresáriosalagoanos buscassem terras em Minas,os pernambucanos passaram a investirem Goiás, e os paulistas migraram parao Mato Grosso do Sul, TriânguloMineiro e também Goiás.

Se confirmada essa previsão decrescimento, dentro de cinco anosGoiás deve passar a disputar a segundacolocação na produção de etanol, aolado de Minas Gerais e Mato Grosso doSul. Ao mesmo tempo, seráincrementada ainda a produção deaçúcar e energia. Atualmente, aco-geração de energia a partir daqueima do bagaço da cana permiteautosuficiência para as usinas e aindaum excedente de 200 megawatts, que éexportado. Mas o potencial é enormetambém nesse setor, com o Estadopodendo chegar a gerar 2 milmegawatts a partir de 2013, suficientespara abastecer toda sua população.

ÁLCOOL

ESTADO ENTREOS LÍDERESNA PRODUÇÃODE ETANOL

Usina Vale do Verdão, no Sudoeste de Goiás: Estado tem hoje 32 unidades em funcionamento

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GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009

CARLOS ALBERTO BARROS DE CASTRO

Comoestãoos investimentos

emtecnologiadainformaçãono

mundo,noBrasileemGoiás,

particularmente?

Goiás, assim como o Brasil, teminvestido em TI, sejam órgãos públicos,empresas privadas. No mundo, existempaíses em que a Tecnologia daInformação já está implantada há umbom tempo. Mas em tempo deglobalização e com tantosrepresentantes internacionais no Brasil,não estamos atrás de ninguém. Somosgrandes fornecedores de TI e tambémgrandes consumidores.

Quaissãoossetoresquemais

investememTI?

Atualmente, todos os setores daeconomia então investindo em TI.Alguns saíram na frente, como o setorfinanceiro, mas todos estão investindo,em menor ou maior escala, mas todosestão.

Emqueproporçãoomercado

deTI foiafetadopelacrise,em

relaçãoaoutrossetoresda

economia?

Em momentos de crise, todos ossetores são afetados. O de TI nãopoderia ficar de fora. No entanto, ogrande desafio é sair de momentos comoeste e buscar as oportunidades e de semanter e crescer.

OqueéoCentrodeExcelência

emDesenvolvimentode

Software?

A Politec Global IT Services se voltapara seu local de origem, para dar início auma nova fase com a abertura de umnovo Centro de Excelência em Goiânia,de onde atenderá clientes em todo omundo.

O Centro de Excelência emDesenvolvimento, que em inglês éidentificado pela sigla CoE (Center ofExcellence), concentrará profissionaisde altíssimo nível, sempre atualizadoscom os últimos desenvolvimentos eevoluções da tecnologia e participantesativos em órgãos internacionais depadronização, pesquisa e

desenvolvimento. Com isso, a qualidadedos serviços prestados e a eficiência coma qual eles são entregues serão de maisalto padrão resultando em custos maisbaixos.

Em Goiânia, as tecnologias queatenderão o mercado interno e externosão Java e .Net. Duas ferramentas querepresentam o presente e o futuro dastecnologias de ponta, que tem demandacrescente no Brasil e no mundo afora. OCoE da cidade, em conjunto com o CoEde SAP na Argentina, será fundamentalpara atender, por exemplo, o off-shorepara os Estados Unidos.

ENTREVISTA

OPRESENTE EO FUTURODA TECNOLOGIA

Num mundo tecnológico, de mudanças velozes e exigências crescentes, a tecnologia da informação é uma indústria queavança a passos largos num horizonte promissor de crescimento. Goiás tem se destacado também neste setor, comserviços que conquistaram reconhecimento internacional. É sobre isso que Carlos Alberto Barros de Castro, presidentedo Conselho de Administração da Politec Global IT Services, fala nesta entrevista. Multinacional de origem goiana econsiderada uma das melhores empresas de TI no mundo, a Politec acaba de criar em Goiânia seu Centro de Excelênciaem Desenvolvimento de Software, o que coloca a capital na posição de referência no setor.

“Não estamos atrás de ninguém. Somos grandes fornecedores e consumidores de TI”

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PorqueGoiânia foiescolhida

parasediaroCentrode

Excelência?

AcidadedeGoiânia temmuitaimportânciaparaaPolitec.Foiondeaempresanasceu eseprojetouparaomundo.Queremosretribuircriandoemprego,proporcionandoconhecimentodepontae fertilizandooambienteuniversitário.

Oqueelerepresentapara

Goiânia?

Alémdaoportunidadedeprojetaracidadeparaocenário internacional,omais importanteseráoaproveitamentodamão-de-obra local.Foramabertas 150vagasde empregosepara 2010ametaécontrataroutros 200profissionais.Nopróximoano,aempresacriarámaisumCoE,comoutras tecnologiasqueaindaserãodecididas

ComosurgiuaPoliteceondea

empresaatua?

APolitecGlobal ITServiceséumaempresapresentenomercadodesde1970.Foi fundadanacidadedeGoiânia.EleitacomoumadascemmelhoresempresasdeTIdomundo,pelaGlobalServicesEstudos, aPolitecGlobal ITServiceséumamultinacionaldeorigembrasileiraeumadasmaioresempresasdeTecnologiadaInformaçãodoBrasil.Emseusquase40anosdehistória, aPolitectemconquistadoomercadoglobaldeTecnologiadaInformação. Presentenos26EstadosbrasileirosenoDistritoFederalecomunidadesnos EstadosUnidos,ArgentinaeChile,alémde

atuaçãoemdiversosoutrospaíses, éreferênciaemsoluções inovadoras,flexíveisecustomizadasemtecnologia,outsourcingeconsultoria.

Possuicentros tecnológicosdeúltimageraçãodistribuídos estrategicamentepeloBrasil.Sãomaisde5,5milcolaboradoresaltamentecapacitadoseumacarteirade clientescompostaporempresasdosetorpúblico, indústrias,finanças,utilitiesegas&naturalresources.

Comoprovadasuaexcelência, foiescolhidapelaMitsubishiCorporation,umdosmaioresconglomeradosjaponeses,comoaliada preferencialemnegóciosglobaisdeTI. IssosignificaquecadavezmaisclientespoderãocontarcomosserviçosdeumadasdezmelhoresempresasdeTecnologiada Informaçãodomundo.Aqualidade dosserviçosprestadospelaPolitec resulta emimportantescertificaçõescomoISO9001:2008eCMMI-ML5.

ENTREVISTA CARLOS ALBERTO BARROS DE CASTRO

“OCENTRODEEXCELÊNCIAEMDESENVOLVIMENTODE

SOFTWAREVAIPROJETARGOIÂNIAPARAOCENÁRIO

INTERNACIONALEAPROVEITAR AMÃO-DE-OBRALOCAL”

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MATRIZ INDUSTRIAL, PROGRAMAS DE QUALIFICAÇÃO,POLÍTICA DE INCENTIVOS E INFRAESTRUTURADEIXAM ESTADO EM POSIÇÃO PRIVILEGIADA

Bons ventos continuaram a soprar naeconomia de Goiás em meio às águasturbulentas do cenário mundial. Mesmodepois de diagnosticada a crise, emsetembro do ano passado, a indústria noEstado vem conseguindo seguidosindicadores positivos em emprego,produção e vendas. Essa condiçãoprivilegiada é explicada por váriosfatores, entre eles a própria matrizindustrial goiana, focada naalimentação, na mineração e nabionergia, segmentos que sofrempoucos reflexos da crise.

No caso da alimentação, porqueproduz um item indispensável para asobrevivência. Já a área de mineraçãoem Goiás tem como um dos pontosfortes a extração de minerais que dãoorigem a fertilizantes, também de grandedemanda, independentemente daconjuntura. No que se refere ao etanol, omercado apresenta um momento muitopropício para a comercialização doproduto. Junto a isso, o Estado colheainda os frutos da política de incentivosfiscais, que atraiu investimentos e tornouas empresas competitivas.

O presidente da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás (Fieg),Paulo Afonso Ferreira, lembra que amaioria das empresas que fizeram opçãopor se instalar em Goiás tem ampliadoseus investimentos, mostrando queacreditam no crescimento do mercado.Ele aponta ainda outras característicasque favorecem o setor industrial noEstado, como a facilidade derelacionamento com instituições egoverno, a disponibilidade de energia, asituação geográfica e a preocupaçãocom qualificação de mão-de-obra. “Aeconomia de Goiás vai explodir”, afirmaPaulo Afonso, prevendo uma tendênciade expansão contínua.

Devem também contribuir para essequadro positivo os investimentos em

tecnologia e em gestão feitos pelasempresas, a modernização do parqueindustrial e os avanços no setor deinfraestrutura, como o aprimoramentode hidrovias e duplicação de rodovias.Com tantos aspectos favoráveis, aindústria goiana cresce a pleno vapor emdiferentes segmentos. Só para citar umexemplo, o Estado conta com uma dasmaiores produções de atomatados domundo. Além da agricultura, outrossetores, como a construção civil, aindústria de alimentos e de bioenergiatambém vêm passando por grandeexpansão, fazendo com que Goiás sedestaque no País.

Pesquisa industrial do IBGE referenteao ano passado revelou que a produçãoindustrial do Estado apresentou taxa decrescimento de 8,5% no ano, bemsuperior à média nacional, que ficou em3,1%. O índice só foi menor que o doParaná entre as áreas pesquisadas.Também a participação da indústria noProduto Interno Bruto goiano vemaumentando gradativamente, chegandoa 26,54% em 2006. Quatro anos antes,em 2002, esta participação era de 23,9%,o que mostra com clareza a importânciado setor industrial para a economia deGoiás, antes muito dependente daagricultura.

INDICADORES

CAMPO FÉRTIL PARAAINDÚSTRIA FLORESCER

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GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009

INDÚSTRIA DA MODA REAGE PARA RETOMARA POSIÇÃO DE DESTAQUE NACIONAL, PERDIDA PARAOUTROS ESTADOS POR FALTA DE DIVULGAÇÃO

A indústria da moda em Goiás, quehistoricamente ocupou posições dedestaque no cenário nacional, começa areagir para recuperar a competitividadeperdida nos últimos anos. Com 7 milindústrias instaladas e responsável pelageração de 100 mil empregos, 40 mil dosquais diretos, o setor iniciou seuprocesso de retomada com a realizaçãode um grande evento atacadista, nasegunda semana de agosto, que deveráajudar na comercialização de R$ 29milhões em peças de confecção nospróximos 12 meses, segundo asprospecções.

O Goiás Mostra Moda foi criado coma intenção de apresentar a todo o País eao exterior a qualidade da produçãogoiana, que por falta de divulgação vinhaperdendo espaço para polosconfeccionistas de outros Estados,caindo da quarta para a nona posição noranking brasileiro. Sem realizar umevento do gênero há mais de 15 anos,Goiás ficou atrás de Estados doNordeste, para os quais era um dosprincipais fornecedores.

A feira reuniu cerca de 4 milcompradores e deu início à recuperaçãodo setor, possibilitando vendas paraMato Grosso do Sul, Tocantins, Brasília,Paraná, Santa Catarina e até para oJapão. Os itens mais procurados foram ojeans - produto da confecção goiana degrande sucesso, por causa de seu valoragregado -, modas feminina e masculina.A intenção agora é repetir anualmente oevento, de forma que ele seja incluído nocalendário nacional de moda.

Com isso, o Sindicato das Indústriasdo Vestuário do Estado (Sinvest)acredita que dentro de três a cinco anosos resultados já serão visíveis. Osincentivos oferecidos pelo governo, pormeio de desoneração fiscal, tambémdevem ter forte influência nocrescimento do setor, acredita o

presidente do Sinvest, José DivinoArruda. Desde 1º de julho, o Impostosobre Circulação de Mercadorias(ICMS) das vendas internas deconfecções caiu de 17% para 7%, e nocaso de vendas externas o tributo foizerado. “Esse dinheiro vai ficar no caixadas indústrias, permitindo investimentona produção e em novas tecnologias”,comemora José Divino.

Goiás produz atualmente 6 milhões depeças por mês, volume superior ao doRio de Janeiro, por exemplo. Jeans,moda feminina, lingerie, modinha emoda praia são alguns dos fortes daconfecção do Estado, que já tem váriospolos de produção. Os mais importantesestão em Goiânia, Jaraguá, Trindade,Catalão, Pontalina, Taquaral eSanclerlândia.

MODA

CONFECÇÕES COMEÇAMARECUPERAR SEU ESPAÇO

Goiás produz atualmente 6 milhões de peças por mês, volume superior ao do Rio de Janeiro

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NÚMEROS DE VAGAS PREENCHIDAS SÃO POSITIVOSMESMO QUANDO SE COMPARA COM IGUAL PERÍODO DE2008, QUANDO AINDA NÃO HAVIA INDÍCIOS DE CRISE

Ao longo de todo o ano, Goiás vemapresentando índices animadores nacriação de empregos, destacando-seentre os demais Estados do País. Osúltimos números do Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados (Caged),divulgados pelo Ministério do Trabalho eEmprego em agosto, confirmaram maisuma vez essa posição privilegiada,apontando Goiás em primeiro lugar naRegião Centro-Oeste e em terceiro lugarem todo o Brasil na geração deempregos formais, nos primeiros setemeses de 2009.

Foram preenchidas 49.427 vagas noperíodo, considerando o saldo entre ascontratações (328.932) e demissões(279.505). A indústria de alimentosliderou na abertura de vagas, sendoresponsável por 18.872 delas. Emsegundo lugar ficou a agricultura

(11.271) e a construção civil (8.032). Osnúmeros são positivos mesmo emcomparação com igual período do anopassado, quando ainda não haviaindícios de crise e a economia estava empleno desenvolvimento.

Se for analisado apenas julho, oaumento na geração de empregos emrelação ao mesmo mês de 2008 foi de0,49%. Já quando se compara o períodode janeiro a julho, o crescimento doemprego formal em Goiás chega a5,76%, muito superior à media nacional,que foi de 1,3%. Com esse índice, oresultado goiano foi o segundo melhordo País, em números relativos. E o totalde empregos criados no Estado nos setemeses primeiros meses revela o terceiromelhor balanço da série histórica doCaged, perdendo apenas para os anos de2008 e 2007.

Os indicadores positivos são umamostra clara do excelente desempenhoda indústria goiana e revelam tambémum cenário otimista de arrefecimento dacrise e o processo de recuperação doemprego com carteira assinada. Atendência, segundo o Ministério doTrabalho e Emprego, é de que ocrescimento continue em todo o País nosegundo semestre, com números aindamais positivos.

Em Goiás, a criação de empregos nomês de julho foi concentradaespecialmente no interior do Estado.Cristalina, Aparecida de Goiânia,Anápolis, Luziânia e Rio Verde, além dacapital, foram as cidades responsáveispelo maior número de vagas abertas. Nocaso de Cristalina, campeã do ranking, aagricultura foi o setor que se destacou nageração de empregos formais.

OCUPAÇÃO

GOIÁS ÉO TERCEIRODOPAÍSNACRIAÇÃODE EMPREGOS

Trabalhadores na indústria: números do Caged revelam que foram geradas quase 50 mil vagas até julho

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RAFAEL SOARES BORGES

Oquesignificaparavocêser

umdosrepresentantesdoBrasil

noWorldSkills,noCanadá?

Olhe, apesar da granderesponsabilidade de ser representantedo nosso país em uma competiçãomundial, me sinto muito feliz eorgulhoso, pois sei que isso se refletiráem boas oportunidades no meu futuroprofissional.

Porquevocêdecidiubuscara

qualificaçãoprofissional?

Desde bem jovem sempre mepreocupei com meu futuro e sabia quepara realizar meus projetos de vida erapreciso estudo e trabalho. No Senaiconsegui unir o útil ao agradável.Encontrei cursos que me despertaraminteresses pessoais e que traziam junto aformação profissional necessária.

Oqueissomudouemsuavida?

Tanto os cursos como a participaçãonas competições me trouxeram grandecrescimento pessoal dentro e fora dotrabalho, alimentando a competência e aresponsabilidade.

Oqueachaquefezvocêvencer

aOlimpíadadoConhecimentode

2008?

Com certeza o esforço e trabalhocontínuo, sempre focando um objetivo.Também não posso deixar de destacar ogrande apoio da escola, família e pessoaspróximas.

Qualsuareceitaparaumbom

desempenho?

Ter compromisso, dedicação e gostardo que se faz. Isso nos faz vencer

qualquer desafio.

Quaisseusplanosparao

futuro?Oquevocêpretende

fazerprofissionalmente?

Pretendocontinuaratuandonaáreaemqueestou,maséclaroqueestarei sempreprocurandomeaperfeiçoaremmeutrabalhoetambémcompartilharmeusconhecimentoscomoutraspessoas.

ENTREVISTA

”GOSTARDOQUE SE FAZ É A RECEITAPARAVENCERQUALQUERDESAFIO”

Uma delegação de jovens brasileiros acabou de chegarao Canadá. Entre esses meninos sonolentos e excitadoscom a novidade de conhecer um país estrangeiro estáRafael Soares Borges, 20 anos, um goiano de Itumbiaraque será um dos representantes do Brasil na copa damundo da educação profissional, o chamado WorldSkills.Cerca de 50 países, os mais industrializados do planeta,estarão na competição e no meio dessa multidão de jovensdedicados Rafael promete todo seu empenho paraconquistar o melhor resultado possível.

Aluno do Senai Itumbiara, ele se classificou para acompetição mundial na modalidade de soldagem, ao

vencer a Olimpíada do Conhecimento de 2008, o maiorevento da educação profissional da América Latina. Seráa primeira viagem de Rafael ao exterior, uma experiênciaque ele acredita que ficará guardada para sempre em suamemória. Para chegar até lá, ele treinou intensivamente.Na véspera da viagem estava trabalhando oito a dez horaspor dia, simulando todos os tipos de ensaios e projetos quepodem acontecer durante o torneio. Modesto mas muitoconfiante, Rafael é um dos bons frutos da educaçãoprofissional, que vem abrindo as portas do mercado paramilhares de jovens. Nesta entrevista, ele conta um pouco deseu caminho de sucesso.

“Sei que isso se refletirá em boas oportunidades no meu futuro profissional”

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GESTÃO RESPONSÁVEL PASSOU A SER EXIGÊNCIA DOMERCADO E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO, COM AUMENTODA PRODUTIVIDADE E ECONOMIA DE RECURSOS

Um número cada vez maior deindústrias vem se preocupando emdesenvolver ações responsáveis nocampo social e ambiental. Essa forma degestão tornou-se, na verdade, umaestratégia de negócios, que garantemaior valorização da marca, além deproporcionar bem-estar e qualidade devida para os colaboradores, o que resultaem mais produtividade.

Há cerca de 60 anos, o Serviço Socialda Indústria (Sesi) vem atuando nadisseminação do conceito junto aosempresários, com ações de saúde, lazer,educação e responsabilidade social. Ainstituição foi criada em Goiás na décadade 50 e hoje já está presente nosmunicípios com centros de atividades,unidades integradas, colônia de férias eclube. Essas unidades fixas estãoinstaladas em Anápolis, Aparecida deGoiânia, Aruanã, Catalão, Goiânia,Itumbiara, Minaçu, Rio Verde eNiquelândia.

Bem diferente da filantropia ou de umprograma de voluntariado, aresponsabilidade social não é uma açãoisolada, mas um sistema de gestãoamplo que transforma as relações dasempresas com os empregados, acomunidade e o meio ambiente, explicao superintendente do DepartamentoNacional do Sesi, Antônio Carlos BritoMaciel. Ele lembra que as empresas quedesenvolvem projetos consistentesnessas áreas acabam tendo umdiferencial competitivo no mercado.

O Sesi Goiás oferece vários serviçosàs indústrias por meio de seu Núcleo deResponsabilidade Social, com a intençãode promover a qualidade de vida dotrabalhador, e promove o Prêmio SesiQualidade no Trabalho (PSQT), com afinalidade de reconhecer e premiarempresas que adotam políticas para umambiente de trabalho saudável eprodutivo. No ano passado, a disputacontou com a participação de 35

empresas goianas. Para osuperintendente do Sesi Goiás, PauloVargas, mais do que a premiação, asempresas ganham muito em qualidade eprodutividade, ao oferecer bem-estarpara seus colaboradores.

A responsabilidade ambiental é outroprincípio que se dissemina entre asindústrias, por sua importância para apreservação da vida no planeta etambém por suas vantagenseconômicas, a partir da redução doconsumo de matéria-prima, combate aodesperdício e corte de gastos. Alémdisso, a prática vem se transformandoem imposição do mercado,especialmente nas exportações. Amaioria das grandes e médias empresasno Estado já desenvolve técnicas deprodução limpa, como reúso de água,captação de crédito de carbono,gerenciamento de resíduos, tratamentode efluentes, reciclagem e co-geração deenergia com o bagaço da cana.

COMPROMISSO

Aula de inclusão digital no canteiro de obras da Construtora Dinâmica, em parceria com Senai, e reciclagem de óleo na Eternit

TEMPODE SER RESPONSÁVELNOCAMPOSOCIAL E AMBIENTAL

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SESI E SENAI SE UNEM PARA OFERECER AO MESMOTEMPO O ENSINO MÉDIO E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL,PROPORCIONANDO CONTATO COM A TEORIA E A PRÁTICA

Uma parceria inédita entre o ServiçoSocial da Indústria (Sesi) e o ServiçoNacional de Aprendizagem Industrial(Senai) está permitindo resultadossurpreendentes e revolucionando aeducação de nível médio. Trata-se doensino articulado, em que Sesi e Senai seunem para oferecer ao mesmo tempo oensino médio e a educação profissional,numa associação que proporciona aoestudante o contato simultâneo com ateoria e a prática.

O projeto pedagógico unificadomantém a identidade das duasinstituições. Os alunos estudam noSenai, usando seus laboratórios eoficinas, e os professores do Sesi sedeslocam até eles, oferecendo-lhesaulas teóricas e trabalhando oscurrículos por competência. Dessaforma, ressalta o diretor de Educação eTecnologia do Sesi/Senai, Manoel

Pereira da Costa, o ensino ficacontextualizado e o currículo toma umanova dimensão.

“O aluno aprende uma noção teóricade física e pode aplicá-la de imediato namecânica”, exemplifica Manoel Costa.As experiências já iniciadas com oensino articulado, afirma, vêmdemonstrando excelentes resultados,que se refletem até mesmo na família.Ninguém falta às aulas, os casos derepetência são raríssimos e osestudantes se revelam maisresponsáveis, interessados,participativos e sociáveis.

A primeira turma foi criada emCatalão, em 2004. No ano passado, oprojeto foi expandido para Goiânia eAnápolis, com três turmas em cadacidade, e em 2010 mil jovens vãoparticipar do programa, nas cidades deItumbiara, Rio Verde, Aparecida de

Goiânia, Niquelândia, Minaçu e Catalão.Química, mecânica, alimentos,eletromecânica e eletrotécnica estãoentre as habilitações que serãooferecidas. Uma pequena parte docurrículo, em torno de 10%, deve serfeita por meio da educação a distância.

Com o programa, o Sesi e Senai vãoinovar o ensino médio de Goiás, comuma educação de qualidade que deixaráos estudantes preparados para entrar nomercado de trabalho ao concluírem o 3ºano, com chances de sucesso emqualquer vestibular e em condições definanciar seu ensino superior. “Estamoscriando uma utopia. Caminhamos doispassos em direção à linha do horizonte.Sabemos que não vamos chegar ao final,mas a utopia serve para isso, para agente não parar de caminhar”, afirma odiretor de Educação e Tecnologia doSesi/Senai.

FORMAÇÃO

ENSINOARTICULADO,REVOLUÇÃONA EDUCAÇÃO

Estudantes têm aulas teóricas no projeto, que no ano que vem atenderá mil jovens em diferentes cidades goianas

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GOIÂNIA, domingo, 30 de agosto de 2009